Revista Fórum Sebrae de Conhecimento

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RELATÓRIO

BRASÍLIA-DF / DEZEMBRO 2011

1º FÓRUM SEBRAE DE

CONHECIMENTO INCLUSÃO PRODUTIVA, INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO


1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Expediente Institucional

Sumário

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões Diretor-Presidente: Luiz Barretto Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos

Abertura

Coordenação-geral do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento: Gerente da Universidade Corporativa SEBRAE – Alzira de Fatima Vieira Gerente-adjunto da UCSEBRAE – Paulo Volker Coordenadora – Mônica Caribé Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação – Cândida Bittencourt Gerente da Unidade Relações Institucionais – Renata Ziller Gerente-adjunta – Silvia Almeida Coordenação dos Espaços de Conhecimento: Inovação e Sustentabilidade: Enio Pinto – Gerente da Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia Educação Empreendedora: Mirela Malvestiti – Gerente da Unidade de Capacitação Empresarial Inclusão Produtiva: André Spínola – Gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial Mundo Rural: Enio Queijada – Gerente da Unidade de Agronegócios Sebrae SGAS 604/605 – Módulos 30 e 31 – Asa Sul – Brasília, Distrito Federal – CEP: 70.200-645 Telefone: (61) 3348 7100 www.sebrae.com.br Central de Relacionamento Sebrae 0800 570 0800 Universidade Corporativa SEBRAE http://www.uc.sebrae.com.br

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Distribuição gratuita.

Desafios para o novo Brasil – presidente do Sebrae, Luiz Barretto................................................................................ 4

Estratégias para manter o crescimento – ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante.................. 8

Inovação passa pela sustentabilidade – lançamento de Termo de Referência ............................................ ................12

O melhor lugar é aqui e agora – economista Ricardo Amorim....................................................................... ...............16

Brasil é a “bola da vez” na economia – Nick Seguin (Kauffman Foundation).................................................. ..............20

Novos rumos na sociedade do conhecimento – Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza) e Laércio Cosentino (Totvs).......................................................................................................................................... .................22

Programas nacionais em volumes – diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos ....................................... 26

Combate à pobreza exige esforço coletivo – Ana Fonseca, secretária extraordinária para Superação da Pobreza Extrema, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)................................................. ...........30

Espaços de Conhecimento •

Educação Empreendedora – Poucos com Empreendedorismo de Alto Impacto............................ ..............................34

Inclusão Produtiva – Alternativa para inserir os mais pobres........................................................... .............................40

Mundo Rural – Engate na locomotiva Brasil...................................................................................... ............................46

Inovação e Sustentabilidade – Ideias viáveis para todos.................................................................... ..........................52

Expediente editorial Produção

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Plano Mídia Comunicação/AUM Edição/ Abnor Gondim Sérgio Pádua Supervisão editorial Mônica Caribé (Universidade Corporativa SEBRAE)

Textos Edson Oliveira, Ellen Franco, Keyla Reis, Márcio Morais, Sérgio Pádua e Verônica Soares e Agência Sebrae de Notícias Checagem Vanessa Simas e Cristiane Rego

Estandes temáticos Sebreae 2014: Quais negócios serão estimulados pela Copa?.............................................................. .......................58 •

Mundo Corporativo: incentivos à troca de conhecimentos.................................................................... ........................60

Atendimento: O futuro começa em 2.0.12............................................................................................. ........................62

Comunidade Mipyme: Espaço para intercâmbio continental................................................................... ......................64

Revisão Eliana Silva Projeto Gráfico/Diagramação Daniel Ribeiro/Bruno Eustáquio

Avaliação • • •

1º Fórum alcança 91% de aprovação ........................................................................................................................... 66 Perfil dos participantes ........................................................................................................... ................................ 66 Programação/Palestrantes/Moderadores........................................................................................... ...........................67

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Mudanças

Sebrae reformula perfil do evento nacional dos colaboradores para debater os avanços e as perspectivas do País em um mundo revirado pela crise internacional

Bruno Spada/ASN

Desafios para o novo Brasil

O Que em 2012 a gente possa mostrar a importância e a diferença que o Sebrae faz no País.

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Luiz Barretto, presidente do Sebrae

mundo mudou. O Brasil também. Com uma diferença: o País ficou melhor. Lá fora e aqui dentro. Desponta como a sexta maior economia do planeta Desponta com a sexta maior economia do planeta, com um mercado interno de 100 milhões de pessoas, 30 milhões delas emergentes. Para avaliar essa reviravolta, foi realizado, de 16 a 18 de novembro, o 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Em debate, os desafios para preparar os empreendedores às oportunidades do novo Brasil, em um mundo sob impacto da crise econômica internacional, conforme foi ressaltado pelos dirigentes da instituição. Com 1.388 participantes, o Fórum serviu também para mostrar que o Sebrae igualmente mudou ao inaugurar uma nova forma de promover encontros com o público interno. As Semanas de Capacitação, realizadas desde 2002, num total de 19 edições, deram lugar ao Fórum SEBRAE de Conhecimento, onde palestrantes e convidados tiveram a missão de incitar reflexões sobre grandes temas de interesse nacional,como a crise, as conquistas brasileiras e as soluções para o futuro. Entre elas, os preparativos para a Rio+20, no próximo ano, e para Copa 2014. Em pronunciamento na abertura do Fórum, o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, destacou que a crise, iniciada nos Estados Unidos, já afeta vários países da Europa e apontou que o Brasil não está imune aos seus desdobramentos. Manifestou, porém, otimismo especialmente por causa do grande mercado interno. “A experiência de 2009 mostra que o Brasil deve e pode superar a crise com um baque menor”, projetou. “E nós, das micro e pequenas empresas, que dependemos muito do mercado interno, apostamos que

Barretto: o Sebrae inova para chegar aos empreendedores individuais, com o envio de torpedos

a gente possa assim ter um ano de 2012 positivo, com crescimento”. Advertiu, contudo, que esse mercado brasileiro é bastante disputado interna e externamente. “Aí estão a concorrência chinesa, a concorrência dos americanos. Todo o mundo enxerga o Brasil como espaço importante para desenvolver suas empre“SEBRAE Sei Controlar meu dinheiro: sas”, Olá! Nas próximas 4 semanas você Por isso, sublinhou receberá informações para melhor que a Inovação, um controlar o dinheiro da sua empresa.” dos três temas cen“SEBRAE Sei Controlar meu dinheiro: trais do Fórum, é Para poder analisar os gastos e ganhos fundamental para que da empresa, vale manter o controle de a pequena emprecaixa sempre atualizado.” sa nacional seja mais

competitiva e sobreviva à concorrência. Também destacou a importância dos outros dois temas do Fórum – Inclusão Produtiva e Empreendedorismo – para enfrentar os desafios dos novos tempos.

Super Simples

Ao apresentar os resultados parciais obtidos pela instituição em 2011, Barretto comemorou a aprovação do novo teto de receita do Super Simples e incentivos à exportação de bens e serviços por micro e pequenas empresas. Também festejou a superação das metas mobilizadoras da instituição para 2011. Por exemplo, em vez da meta de 2.500 municípios, um total de 3.566 municípios

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Mudanças Inovação e Sustentabilidade, Educação Empreendedora, Inclusão Produtiva e Mundo Rural.

de maneira sustentável e competitiva”, assinalou.

Visão ampla

Roberto Simões, presidente do CDN, enviou mensagem em vídeo para saudar os colaboradores

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havia regulamentado a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa até o início de dezembro. No final, Barreto pediu o empenho de todos em 2012 para que “a gente possa enfrentar o desafio do novo Brasil no novo mundo e mostrar a importância do Sebrae e a diferença que o Sebrae faz no País” . Em sentido semelhante, o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões, que estava em viagem ao exterior, enviou mensagem de vídeo aos participantes do evento. “Apesar de o Brasil ter condições melhores do que a maioria dos outros países, vivemos uma crise externa recalcitrante, que poderá nos afetar, dependendo de sua duração e intensidade”, observou.. Assim, recomendou aos participantes que aproveitassem o Fórum da melhor maneira possível. “Tudo com o sentido de apoiar as micro e pequenas empresas, para que elas continuem resistindo bem a possíveis impactos da crise econômica mundial, crescendo

Organizado pela Universidade Corporativa SEBRAE (UCSEBRAE), o novo formato da reunião nacional dos colaboradores foi também destacado pelo presidente do Sebrae. Barretto justificou a alteração do perfil do encontro por causa da necessidade de os colaboradores terem uma visão ampla, atual e de futuro para melhor a eficiência das ações desenvolvidas. “A proposta do Fórum é debater temas relevantes na conjuntura econômica do Brasil e do mundo, porque é nesse cenário que atua as micro e pequenas empresas e os empreendedores individuais”, explicou. Nas palavras da gerente da UCS, Alzira Vieira, “o Fórum SEBRAE de Conhecimento proporcionou aos participantes a chance de se interagirem com as decisões e debates estratégicos, ao mesmo tempo em que abriu espaço para discussões e interações técnicas entre especialistas do SEBRAE e convidados. Foi um avanço em termos de uso de espaço físico e virtual”. A propósito, a inovação conviveu com a tradição proativa na área de exposição do Fórum, no Centro de Convenções Brasil 21. Ferramentas de última geração, a exemplo de painel interativo, quiz digital, dividiram a atenção dos colaboradores com sessão de autógrafo e degustação de vinhos nos estandes dos quatro espaços de conhecimento do Fórum:

Segmentação Com vista ao enfrentamento desses desafios internos e externos, o presidente do Sebrae realçou a estratégia da instituição de segmentar o atendimento de micro e pequenas empresas, empreendedores individuais e candidatos a empreendedor. Inclusive na área rural. “Para cada um desses públicos, a gente tem de ter uma compreensão, uma maneira de abordagem, uma maneira customizada de enfrentar esses dilemas, os problemas do dia a dia, desse nosso rico público, que é de quase 6 milhões de pequenas, micro empresas e empreendedores individuais espalhados pelo Brasil todo”, reforçou. Em outro trecho do pronunciamento, Barretto previu que a formalização dos Empreendedores Individuais deve ultrapassar

Nos estandes da exposição, jogos interativos e sessões de autógrafos atraíram os colaboradores

em 2012 a marca de 2,5 milhões. “O desafio é não só continuar aumentando o grau de formalização, mas também não permitir que esses negócios voltem para a informalidade”, disse Barretto, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, um dos veículos nacionais que acompanharam o evento. Em razão desse desafio, o presidente do Sebrae adiantou que a instituição está testando novas soluções para esse segmento. Uma delas, mostrada no estande do Espaço Educação Empreendedora, é o projeto-piloto de curso via SMS, os populares torpedos usados no celular para mensagens curtas de até 140 caracteres. Além disso, destacou a criação da rede SEI – Sebrae Empreendedor Individual –, com sete soluções específicas para atender o público-alvo. “Os cursos online vão continuar disponíveis, mas precisamos ir além das questões tradicionais para atender um público que é muito diferente”, avaliou. Novos desafios, novas ferramentas. .

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Estratégias para manter o crescimento

Rodrigo de Oliveira/ASN

Anticrise

Ministro Aloizio Mercadante dá “aula magna” no 1º Fórum, defendendo a expansão do mercado interno e a inovação para o Brasil superar o impasse global

O

Inovação é isto. Tem que ter incentivo e tem que ter crédito subsidiado.

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Aloizio Mercadante, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

ministro Aloizio Mercadante, da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostrou à plateia que assistiu à abertura do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento que a ascensão social, a ampliação do consumo, a inovação e o conhecimento deram ao mercado interno brasileiro uma inestimável tarefa: não deixar o ritmo do crescimento econômico cair, mesmo com o avanço da crise econômica internacional, que já causou estragos nos Estados Unidos, agora abala a Europa e avança sobre a China. As colocações do ministro incluíram as ações do Sebrae no elenco de medidas preventivas aos efeitos da crise por contar com programas que buscam a valorização das empresas, a exemplo de consultoria em inovação. O ministro disse que ciência, tecnologia e inovação serão eixos estruturantes do desenvolvimento. Na avaliação de Mercadante, isso exige que o Brasil avance na economia do conhecimento e informação e não apenas na produção de commodities. “É preciso mudar a cultura passiva de inovação”, avisou, destacando que a energia inovadora está nas micro e pequenas empresas. Mercadante destacou programas do Sebrae por seguirem essas estratégias anticrise. Entre eles, Territórios da Cidadania, Negócio a Negócio, Agentes Locais de Inovação (ALI), que pavimentam o caminho da Inovação, da Inclusão Produtiva e do Empreendedorismo. E ganham reforço por meio de medidas regulatórias em andamento, a exemplo da criação de fundo de aval para o microcrédito para Empreendedores Individuais e microempresas que faturam até R$ 120 mil por ano – o programa Crescer. Para o ministro, o fortalecimento do mercado interno é saída para a crise, a exemplo da opção tomada na crise de 2008, quando houve a de-

Ministro defende a criação de “feirão da inovação” para facilitar o acesso ao crédito

soneração dos impostos para o setor automotivo e de eletrodomésticos da linha branca (geladeiras, por exemplo) com o consequente aumento do consumo interno. “O mercado interno é o mais importante instrumento, é o grande patrimônio que este País tem nesse cenário internacional, para nós atravessarmos a crise. No momento em que a gente não pode crescer para fora, temos de continuar crescendo para dentro”, dimensionou Mercadante, cuja palestra foi chamada de ‘aula magna’ nos corredores e salões do evento. Admitiu, porém, que “é mais difícil sustentar o crescimento econômico num quadro em

que nós temos as principais economias do mundo numa trajetória recessiva”. Mas observou que o mundo em desenvolvimento, principalmente países como Brasil, China, Índia e Rússia (os Brics), é que está atenuando o efeito dominó da instabilidade mundial. Apontou que as medidas adotadas pelo governo brasileiro, principalmente no setor automobilístico, evitaram o comércio predatório internacional e preservaram a indústria nacional. “Somos o quarto mercado de carros do mundo e não temos uma marca brasileira. Mas vamos exigir que as empresas tragam parte de sua engenharia, parte da pesquisa de desenvolvimento e

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inovação

Na frente

Rodrigo de Oliveira/ASN

Cerca de 1.400 pessoas assistiram à “aula magna” do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Enfático, o ministro questionou: “Por que o empresariado brasileiro não inova com tanta intensidade?” Atribuiu isso aos anos

de hiperinflação e duas décadas de baixíssimo crescimento. “Mas também é por que nós criamos uma cultura passiva de inovação. As pessoas acham que inovação é ir lá fora, comprar uma máquina pronta. Bebe água limpa quem chega primeiro. Se você inova, você sai na frente, você é mais competitivo, e você gera mais valor agregado”. Também levantou a seguinte questão: “E onde que está a maior energia para a inovação?”. Resposta: “Na micro e pequena empresa”. Afirmou que esse segmento tem grande potencial de

inovação. “Aí que estão a maior energia de inovação, a maior criatividade, a maior disposição de ousar, de buscar novas respostas, não estão nas grandes empresas, ainda que elas tenham um papel econômico absolutamente estratégico. A energia inovadora está na pequena e média empresa, e nós precisamos criar uma cultura no país de fomento a inovação empresarial”. Pela primeira vez, destacou, o País incluiu a ciência, tecnologia e a inovação no Plano Plurianual (2012-2015) como eixo estruturante de desenvolvimento. Por isso mesmo, a palavra Inovação foi incorporada ao nome da Pasta. “O que se pretende é consolidar a liderança nacional na economia natural”, explicou o ministro. “O País é o segundo maior exportador de alimentos do mundo. Isso acontece porque tem a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], que pesquisa, apoia, alavanca o agronegócio, nas áreas da genética, biotecnologia, manejo, pesquisa de solo”, ponderou. Ele propõe o mesmo avanço para a mineração e o petróleo da camada pré-sal. Por isso, Mercadante defendeu a criação de incentivos para aumentar o investimento do setor privado em inovação. Também pregou a criação de um novo

marco legal para contemplar as micro e pequenas empresas que fazem investimentos em inovação. Atualmente, analisou, grande parte das empresas que inovam no Brasil são as grandes companhias, que são tributadas pelo lucro real e conseguem abatimento no Imposto de Renda, se aplicam recursos em projetos inovadores. Isso não acontece com as micro e pequenas empresas não optantes e não enquadradas no Super Simples que pagam tributos pelo regime do Lucro Presumido.

Embrapa da Inovação Segundo Mercadante, o Sebrae será convidado a participar do Conselho da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), conhecida como Embrapa da Inovação. Os recursos disponíveis para 2011 somam

R$ 30 milhões e o projeto tem início com a participação efetiva de três centros de excelência nacionais que deverão atender a demanda por inovação da indústria. “O que a Embrapa fez na agricultura a Embrapii vai fazer na indústria. Não vai ter um único servidor, não vai ter nenhum funcionário público, é só um conselho de gestão, para a gente passar recursos”, disse, citando convênio firmado com a Confederação Nacional da Indústria. Um dos programas do Sebrae elogiados pelo ministro foi o ALI (Agentes Locais de Inovação), que conta com jovens profissionais cuja missão é levar ideias inovadoras às empresas com visitas aos estabelecimentos. “Nós estamos indo para 1.000 ALIs. Queremos treinar esses jovens, para ajudar o esforço de apoio das empresas para inovação”, declarou.

Elza Fiúza / Agência Brasil

agreguem valor para o Brasil”, disse Mercadante.

Mercadante elogiou o projeto Agentes Locais de Inovação (ALI), do Sebrae

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inovação passa pela sustentabilidade

Rodrigo Rebello/ASN

Boas práticas

Sebrae lança Termo de Referência para orientar capacitação dos empreendedores sobre o tema e celebra parceria para apoiar em 2012 o evento Rio+20

O Sustentabilidade é a proposição do Século 21 e deve estar ‘casada’ com a agenda da Inovação.

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Luiz Barretto, presidente do Sebrae

s princípios da Sustentabilidade serão inseridos nas ações de capacitação das micro e pequenas empresas (MPEs) voltadas à Inovação e Tecnologia. É um futuro antevisto nos pronunciamentos que marcaram a solenidade de assinatura do primeiro Termo de Referência para Atuação do Sistema Sebrae em Sustentabilidade e Rio+20, realizada durante a abertura do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Na ocasião, o Sebrae também assinou comunicado conjunto como a primeira instituição oficial apoiadora da Rio+20, que reunirá 50 mil visitantes no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22 de junho de 2012. O evento será realizado 20 anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, promovida também no Rio. Terá o objetivo de verificar o que o Brasil tem feito sobre o assunto e incorporar novos temas à discussão. De acordo com o Termo de Referência do Sebrae, agora passam a integrar a capacitação dos empreendedores orientações sobre as seguintes práticas sustentáveis: coleta seletiva de resíduos sólidos (lixo), controle do consumo de papel, eficiência energética, economia de água, descarte do baterias e pilhas, economia da reciclagem (utilização de matéria -prima e produtos recicláveis) e captação de água das chuvas. “Sustentabilidade é a proposição do Século 21 e deve estar ‘casada’ com a agenda da Inovação. Essa parceria é mais um passo decisivo do Sebrae para colocar o tema na agenda dos pequenos negócios”, destacou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Diferencial competitivo Barretto sublinhou a abertura de novos mercados como grande be-

Sebrae foi proativo: nos procurou antes de começarmos a discussão das parcerias. Ministro Laudemar Aguiar, secretário do Comitê Nacional de Organização da Rio + 20

Santos: 320 profissionais que colaboraram com o documento sobre sustentabilidade

nefício resultante das práticas da sustentabilidade, ao trazer um diferencial para as micro e pequenas empresas (MPEs). “O tema é fundamental para a sobrevivência do pequeno negócio no Brasil“, dimensionou o presidente do Sebrae “Esses temas estão em sintonia com os esforços da agenda de transformação socioeconômica oficial do País”, interligou o diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, que atuou como palestrante e moderador durante o evento.

“A competitividade ao longo do tempo demanda sustentabilidade. Uma empresa não poderá ser competitiva se não observar uma série de condicionantes e a questão ambiental”, complementou Santos. E foi mais além: “É o futuro do planeta que está em jogo”. O diretor-Técnico enalteceu o caráter open inovation da instituição e as colaborações dos 320 profissionais do Sistema Sebrae que foram consultados no decorrer do processo de elaboração do Termo de Referência. “É uma obra coletiva de envolvimento, engajamento e comprometimento”, destacou. “Trata-se de atitude, postura e visão do mundo diferenciada do século 21”, disse, com efusivo destaque para

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Bruno Spada/ASN

Luiz Barretto (Sebrae), Jorge Chediak (Rio+20) e Laudemar Aguiar (Itamaraty) exibem comunicado da parceria

o Sebrae de Mato Grosso, pela iniciativa e dedicação à criação do Centro Sebrae de Sustentabilidade, localizado na Chapada dos Guimarães, a 65 km da capital Cuiabá. Segundo o diretor, o centro é imprescindível para gerar conhecimento sobre sustentabilidade às 27 unidades da instituição nos estados e no Distrito Federal. “As empresas que se adequarem desde já ganham diferencial de mercado, pois estão preparadas, e tornam-se extremamente competitivas”, anteviu Santos. “O Sebrae e as pequenas empresas têm tudo a ver com isso”, considerou o diretor.

Proatividade

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A assinatura do Termo de Referência e do acordo de apoio à Rio + 20 foi bem concorrida. Reuniu diversas autoridades nacionais e estrangeiras. Entre elas, funcionários do alto escalão dos ministérios das Relações Exteriores (Itamaraty), da Fazenda e do Desenvolvimento Social. Contou ainda com represen-

tantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do grupo executivo da Comissão Nacional da Conferência Internacional Rio+20. Deles vieram elogios à iniciativa do Sebrae de se antecipar aos preparativos do evento internacional. “Nos impressionou o quanto o Sebrae foi proativo: nos procurou antes de começarmos a discussão das parcerias [para a Rio+20]”, revelou o ministro Laudemar Aguiar (do Ministério das Relações Exteriores), secretário do Comitê Nacional de Organização da Rio+20. O ministro Aguiar lembrou que a participação das empresas na Rio+20 será mais importante do que na Conferência da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92, quando só compareceu um pequeno grupo de empresários. Disse prever que desta vez isso vai mudar, pois “o Brasil é referência de desenvolvimento econômico com inclusão social e conscientização em relação à proteção ambiental”. “Surpreendeu, muito, como todos os aspectos do projeto foram integrados ao Desenvolvimento Sustentável que levou o Brasil a atingir o sucesso que atingiu”, completou Kathleen Abdala, chefe do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, ampliando a dimensão das manifestações positivas às ações nacionais que inspiraram o Sebrae. Opinião semelhante foi manifestada por Jorge Chediak, coordenador da ONU e do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) no Brasil. O diplomata André Aranha Correa Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente

Representantes do Itamaraty, da ONU, da Rio+20 e dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento Social participaram da solenidade

Bernardo Rebello/ASN

Boas práticas

e Temas Especiais e negociadorchefe da Rio+20, tem boas perspectivas para o encontro. Afirmou que o Brasil vai mostrar a importância da sustentabilidade para todos os níveis de empresas. “Uma coisa é sustentável quando faz sentido econômico, social e ambiental”, resumiu, numa referência às dificuldades que a Europa enfrenta com a sustentabilidade, por ter excluído esse sentido econômico ao longo das ações que adotou no passado. “Com o País em desenvolvimento, nós não podemos deixar a dimensão econômica de lado”, contextualizou Lago, alertando, no entanto, para a necessidade de se evitar que sustentabilidade seja me-

canismo de proteção de mercado. Ele também fez referência à pesquisa apresentada por Carlos Alberto dos Santos (confira quadro) como decisiva para inclusão de MPEs no esforço sustentável. Segundo a pesquisa, as empresas exercitam uma permanente corrida para a redução do custo dos serviços públicos, o que representa não apenas ganho de eficiência e lucratividade, mas uma prática sustentável. “Quando contabiliza as contas a pagar, o microempresário está cuidando de reduzir o consumo de energia, água, pois isso tem reflexo na conta bancária”, ponderou. O meio ambiente agradece.

PESQUISA SOBRE SUSTENTABILIDADE Levantamento sobre sustentabilidade realizada com 3.000 empresários de micro e pequenas empresas do Brasil: •Conhecimento da sustentabilidade: 58%, nenhum; 10%, pouco; 3%, médio; 29%, muito •Coleta seletiva de resíduos sólidos: 68,3%, sim •Controle de consumo de papel:

68%, sim •Controle do consumo de água: 78,8%, sim; 19,5% – não

•Reciclagem de baterias, pilhas, pneus: 56% – não; 42% – sim

•Controle do consumo de energia: 80,5% – sim; 17,8% – não

•Usa matéria-prima reciclável:

•Uso adequado de resíduos:

•Captação de água:

61,2% – sim; 36,9% – não

83% – não; 15% – sim

54% – não; 45% – sim

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

O melhor lugar é aqui e agora

Rodrigo Rebello/ASN

De cabeça pra baixo

Na abertura do Fórum, o economista Ricardo Amorim, da GloboNews, projeta cenário promissor para pequenas empresas, mas recomenda cautela

O O Brasil está condenado a dar certo . Ricardo Amorim, economista

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mundo está de cabeça pra baixo. A tal ponto que o Brasil emerge como o melhor lugar para se investir agora. Prova dos novos tempos: o maior jogador brasileiro do momento, Neymar, renovou com o Santos e não mais pensa em ir para Europa, de onde vieram, entre outros, Ronaldinho Gaúcho (Flamengo). Ainda assim, as micro e pequenas empresas devem ter cautela no próximo ano porque, lá fora, o pior da crise ainda não passou e pode fazer estragos na economia nacional. Como exemplos variados e ilustrativos, o economista Ricardo Amorim, da GloboNews, apresentou na palestra “O Mundo de Cabeça Pra Baixo”, realizada no primeiro dia do Fórum SEBRAE de Conhecimento, o novo mapa mundial das mudanças em que o Brasil desponta como uma das maiores potências emergentes ao lado de Índia e China. Com a vantagem de ser um país democrático, manter as regras de Estado de Direito e ter inserido 30 milhões de pessoas na classe média por meio de políticas sociais e valorização do salário mínimo. “Fatores como a reserva petrolífera do pré-sal e a expansão dos biocombustíveis à base de etanol, somados à maior área agricultável do planeta, decretam: o Brasil está condenado a dar certo”, anteviu o economista, que é um dos apresentadores do programa Manhattan Connection, da GloboNews, e dono do próprio negócio como presidente da Ricam Consultoria. Sobre a escalada do Brasil, Amorim lembrou que, em 2010, o Brasil respondeu por 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, contra 2,1% da década passada. E ainda nem havia sido divulgado que o Brasil se tornou a sexta maior economia do planeta, superando a Inglaterra. “Há cinco anos”, recordou o economista, “quem imaginaria que empresas brasileiras pudessem comprar ícones da economia mundial como

Amorim: empresa brasileira agora patrocina até a seleção dos argentinos

os bancos Lehman Brothers e BankBoston, a cervejaria norte-americana Budweiser e a gigante da alimentação Swift?”. Mencionando que a Budweiser, adquirida pela brasileira AmBev patrocina a seleção argentina, Amorim deu uma estocada nos velhos rivais portenhos em campos de futebol. “Agora, eles estão sob o domínio dos brasileiros”, brincou. Em um futuro próximo, o palestrante arriscou que o País vai se fortalecer ainda mais. “O Brasil tem uma janela de oportunidades que poderá durar décadas e, com a ascensão dos emergentes, abrem-se muitas perspectivas para as pequenas empresas”, afirmou.

Benefícios às MPEs

Com destaque para o bom momento da economia nacional, Amorim disse acreditar que as micro e pequenas empresas são as que mais irão se beneficiar com esse processo. Fatores como o crescimento do consumo doméstico, o acesso facilitado ao crédito, a redução da pobreza e o desenvolvimento das cidades do interior colocam os empreendimentos de menor porte em vantagem competitiva, principalmente nos setores de comércio e serviços. “Os pequenos negócios vão crescer mais do que o Brasil, que já cresce acima da média mundial”, observou. Na avaliação do economista, o

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

De cabeça pra baixo

Economista mostra na tela como os Estados Unidos e a Europa estão perdendo a dianteira no globo

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cenário econômico favorável deve minimizar o ceticismo e a desconfiança do empresário brasileiro, que sofreu nas últimas décadas por conta de planos econômicos que não deram certo e do avanço da inflação. Segundo ele, “no mundo de cabeça pra baixo, essa realidade não existe mais”. Se o cenário de curto prazo traz receios, no médio e longo prazo, as pequenas e médias empresas devem viver bons tempos. “Mesmo se o Brasil não resolver seus problemas, pode repetir o crescimento anual de 4,9% dos últimos oito anos ao longo desta década. As pequenas rmpresas podem crescer mais do que as grandes companhias”, disse.

quando tivemos baixa expansão e podemos ver secura no mercado de crédito em alguns momentos”, advertiu, citando as dificuldades nos Estados Unidos para a aprovação do Orçamento e na Europa para rolar as dívidas astronômicas dos países envidados. “Os Estados Unidos e a Europa caminham para a recessão, o que deve fazer o dólar sofrer”, disse. E questionou o declínio norte-americano ganhando risos da plateia: “Há quanto tempo vocês não veem um produto com o selo ‘Made In USA’?”, brincou. De qualquer forma, Amorim admitiu que a cautela, no entanto, poderá ser abandonada gradualmente, porque, nos próximos três anos, a economia brasileira deve acelerar o ritmo, impulsionada pela realização das eleições municipais no próximo ano, da Copa das Confederações em 2013 e pela Copa do Mundo de Futebol em 2014.

Ameaças Há, porém, outras ameaças que podem causar dores de cabaça exatamente porque o mundo virou de cabeça pra baixo, alertou o palestrante. É que, diante de um cenário externo complexo em que as economias dos Estados Unidos e da Europa caminham para uma recessão, o Brasil deverá registrar baixo crescimento em 2012 e, em alguns momentos do próximo ano, as empresas poderão assistir à baixa liquidez no mercado de crédito. Nesse contexto, micro, pequenas e médias empresas devem ser bastante cautelosas. Endividamento só em último caso, sugeriu. “Em 2012, devemos assistir à reprise do que se viu em 2009,

“Quem for cauteloso agora em 2012 poderá se aproveitar da bonança que virá nos próximos anos”, avaliou o palestrante, vislumbrando que a médio e a longo prazo as pequenas e médias empresas devem viver tempos auspiciosos, até porque a ascensão social continuará ampliando o mercado consumidor, que ganhou milhões de pessoas nos últimos dez anos. E esse poder será ampliado por outro segmento: o agronegócio. Isso ocorrerá simultaneamente ao movimento de desconcentração do crescimento regional: Nordeste e Norte devem liderar a expansão do consumo, enquanto o Sudeste e o Sul devem crescer em ritmo menos veloz. “Haverá muitas oportunidades para as pequenas e médias empresas no interior do País e nas cidades médias. Portanto esse é um público consumidor que não poderá ser menosprezado.”

Plateia respondeu com risos à pergunta sobre há quanto tempo não veem a marca Made in USA

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Brasil é a “bola da vez” na economia

Rodrigo Oliveira

Marco histórico

Palavra do representante da maior instituição de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo no planeta

C

Cada empreendedor que ajudamos ajuda a ampliar o clima de empreendedorismo.

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Nick Seguin, representante da Kauffman Foundation, instituição norte-americana de apoio do empreendedorismo

hegou a vez do Brasil como player na contenda econômica mundial. “O Brasil é a ‘bola da vez´”, enalteceu nada menos do que Nick Seguin, representante da Kauffman Foundation, a maior instituição de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo no planeta, com sede em Kansas City (Missouri), nos Estados Unidos. “A boa reputação do Brasil em empreendedorismo” foi assinalada pelo representante da Fundação, ao discursar na cerimônia de abertura do 1º Fórum Sebrae de Conhecimento. Ele veio ao evento para divulgar a Semana Global do Empreendedorismo, promoção mundial que acontece no mês de novembro sob a liderança da KF, mobilizando 123 países, 40 mil empresas e cerca de 10 milhões de participantes, dos quais algo como 3,5 milhões deles no Brasil – o maior em contingente por país. Em parceria com o Sebrae, a entidade norte-americana conseguiu promover no Brasil, durante a Semana Global, cerca de 250 atividades, a exemplo de palestras, cursos de capacitação e troca de experiências. Seguin destacou o apoio do Sebrae na implementação de iniciativas pelo empreendedorismo. Trouxe uma mensagem otimista e de incentivo aos colaboradores presentes à abertura do Fórum. Relatou que, em suas andanças pelo mundo, tem ouvido interlocutores destacarem a capacidade do Brasil de renovar sempre sua categoria de empresários. E lembrou que, neste momento, a agenda internacional conspira a favor do empreendedor brasileiro.

Liderar

“Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil por causa das Olimpíadas e da Copa. Governos e financiadores sabem que este é o momento. É hora de sermos líderes e de fomentar a inovação e o empreendedorismo”, concla-

Nick Seguin veio ao Brasil para a Semana Global do Empreendedorismo

mou a plateia, composta por participantes vindos em sua maioria outras unidades da Federação que também colaboraram com a Semana Global. O Brasil, segundo ele, tem demonstrado crescente interesse nacional na temática do empreendedorismo. A Semana Global está em sua quarta edição no País, sob coordenação do Endeavor, instituto dedicado ao desenvolvimento dessa prática. “Já na primeira vez (em 2008), mobilizou 1,5 milhão de pessoas no Brasil”, relembrou Seguin. A KF foi fundada em 1966 por Ewing Marion Kauffman, um emprendedor que, em 1940, com US$ 5 mil, criou uma microempresa farmacêutica no po-

rão de casa, em Kansas City, onde nasceu. Em 1989, 49 anos depois, o seu negócio caseiro foi vendido por US$ 8 bilhões, fazendo também milionários outros 300 parceiros do empreendimento na cidade. Próximo da morte, Kauffman fez uma doação de US$ 750 milhões para a instituição, que hoje detém um patrimônio de US$ 2 bilhões. O fundador fez da própria experiência de sucesso o trampolim para dedicar-se ao tema. “Cada empreendedor que ajudamos, ajuda a ampliar o clima de empreendedorismo”, destacou o representante da Fundação Kauffman.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Novos rumos na sociedade do conhecimento

Rodrigo de Oliveira/ASN

Lições de Vencedores

Luiza Trajano e Laércio Cosentino mostram como usar as novas mídias e apontam caminhos para os colaboradores do Sebrae

D O grande desafio do Sebrae é deixar os gabinetes para conhecer a alma e o coração dos empreendedores.

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Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza

ois campeões nacionais de sucesso e inovação – Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; e Laércio Cosentino, da Totvs Tecnologia – mostraram no 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento como as empresas devem estar atentas aos novos rumos dos negócios que surgem na chamada sociedade do conhecimento. Usar a internet para se relacionar com os clientes, inserir as empresas nas redes sociais e criar lojas virtuais foram recomendações apresentadas por eles ao inaugurar a agenda de paineis do Fórum com o tema “Empreendedorismo – perfil das empresas de sucesso na economia contemporânea”. Sob a moderação do diretor de Administração e Finanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, os empresários também deram um recado aos colaboraram da instituição. “É preciso sair dos gabinetes para entender a alma e o coração das empresas e dos empreendedores”, destacou Luiza Trajano. A empresária transformou uma iniciativa familiar – o Magazine Luiza – em uma das maiores redes varejistas do País, com 710 pontos de atendimento em 16 estados, 23 mil funcionários e 20 millhões de clientes. Da pequena loja em Franca (SP), a rede já está em quatro regiões brasileiras (Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). E apresenta notável desempenho no chamada e-commerce (comércio eletrônico). Laércio consolidou um projeto individual – a Totvs Tecnologia, como a maior empresa de aplicativos sediada em países emergentes (em latim, Totvs signfica “todos” - o “v” tem o som de “u”). Ele abriu a empresa na

Painel contou com Helena Trajano (Magazine Luiza), José Claudio dos Santos (Sebrae) e Laércio Cosentino (Totvs)

década de 70, aos 22 anos. Hoje atende 26 mil clientes em 23 países e está ranqueado como 7ª empresa do mundo em relações públicas e 6ª em gestão empresarial, além de ser reconhecida como a primeira desse ramo entre os países emergentes.

Lu, vendedora virtual da Magazine Luiza

Lu, que linda! Apesar da enorme distância do foco de atuação das duas empresas, tanto Luiza quanto Cosentino destacaram as novas mídias como ferramenta de relacionamento com os clientes e oportunidade de novas formas de negócios. Formada em Direito e Administração de Empresas e expert na utilização de multicanais de atendimento ao consumidor – da abordagem direta às lojas virtuais, via internet –, Luiza enfatizou a personalização do processo de relacionamento para conquistar o cliente. Para ilustrar, a empresária apresentou a simpática vende-

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Lições de Vencedores Rodrigo de Oliveira/ASN

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Laércio Cosentino, presidente da Totvs Tecnologia

dora virtual Lu, que tem blog e envia e-mails para os clientes oferecendo novas ofertas. “É paradigma. A gente achava que quem comprava na internet não gosta de relacionamento”, lembrou, para contestar esse conceito com um áudio de uma conversa por telefone entre Lu e a cliente Lucilene, que havia reclamado por não ter mais recebido e-mails da vendedora virtual. “Alô, Lucilene, estou te ligando para dizer que não te esqueci”, diz a vendedora da área de atendimento virtual da empresa que assume a personagem online. “Que linda, Lu! Você deixou de me mandar e-mails. Você me manda e-mails, eu fico feliz e compro”, comemora Lucilene. Com esse exemplo, Luiza apontou a necessidade de ino-

vação nos negócios: “Inovar não é só fazer cada vez melhor. É fazer diferente”. A mais recente inovação da rede Luiza acontece na rede social Facebook, com a criação de uma rede de vendedores virtuais porta a porta. Nesse contexto, Luiza recomendou que os colaboradores do Sebrae devem também deixar os gabinetes para atingir a meta de formalizar 8 milhões de empreendedores individuais nos próximos anos. Segundo a empresária, é preciso se movimentar para mudar de ciclo. Ela fez essa recomendação porque adota o princípio empresarial de que “a sorte só vem quando se movimenta”. Cotada para ser ministra da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff, Luiza admitiu que poderá assumir o cargo, em-

Sem fronteiras Para Laércio Cosentino, as empresas e os colaboradores do Sebrae precisam se preparar para atuar neste mundo sem fronteiras proporcionado pela internet. Segundo ele, não basta o empreendedor ter determinação, garra, competitividade e ousadia. Há necessidade de identificar o novo mundo que surgiu com o compartilhamento do conhecimento. “É preciso começar um processo de adaptação de inclusão digital corporativa, incluir as micro e pequenas empresas nessa Rodrigo de Oliveira/ASN

Luiza recomendou que os colaboradores do Sebrae conheçam a alma dos empreendedores

É preciso incluir as micro e pequenas empresas nessa grande nuvem, para que a gente faça grandes negócios.

bora acredite ser desnecessário criar uma pasta para promover o empreendedorismo. O projeto que cria a secretaria tramita no Congresso Nacional.

grande nuvem, para que a gente faça grandes negócios. Não dá para que cada empresa se isole em cada território. Você tem que viver esse mundo”, recomendou o presidente da Totvs. Alguns números apresentados pelo empresário comprovam o grau de compartilhamento dos dias atuais: na década de 90, 165 milhões de cartas eram trocadas ao ano. Hoje, são 160 milhões de e-mails/dia. Circulavam, então, 364 milhões de jornais diariamente, enquanto neste momento, só no YouTube estão disponíveis 2 bilhões de vídeos. Ele lembrou que os grandes avanços tecnológicos para compartilhamento de informações tiveram origem corporativa, como o desenvolvimento de computador pessoal, do fax, a própria internet. Mas os consumidores acabaram se apoderando da no-

vidade e hoje estão à frente das empresas com o compartilhamento de informações nas redes sociais. “Pela primeira vez na história da humanidade, a sociedade está à frente das empresas. Pelas redes sociais, a sociedade está mais conectada do que a corporação”, observou. “Para ter sucesso nesse mundo, é preciso marcar presença”, afirma, justificando a busca pela conectividade. E é nesse momento que o indivíduo mostra que pode estar a oportunidade. “É possível, pelas redes sociais, conhecer o comportamento do nosso cliente”, disse, apontando que mais troca de informações é mais possibilidade de disponibilizar produtos e serviços.

Cosentino: as empresas podem rastrear as informações dos clientes pelas redes sociais Internet

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Programas nacionais em volumes

Eduardo Tadeu

Publicação

Na estréia do Fórum, o diretor-Técnico, Carlos Alberto dos Santos, lança o primeiro de uma série de livros sobre as perspectivas e desafios dos pequenos negócios

U Buscamos fazer do Sebrae uma referência de conhecimento para os empreendedores brasileiros. 26

Luiz Barretto, presidente do Sebrae

ma reflexão sobre a pequena empresa e os desafios a serem vencidos para torná-la robusta e eficiente. É disso que trata o livro “Pequenos Negócios/Desafios e Perspectivas – Programas Nacionais do Sebrae”, lançado na solenidade de abertura do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento, realizado entre os dias 16 e 18 de novembro, no Centro de Convenções Brasil 21, região central de Brasília. Com uma apresenção da direção do Sebrae e sete artigos assinados por 10 autores, esse é o Volume 1 de uma série de livros que pretende abordar periodicamente os pequenos negócios sobre três grandes eixos: inovação e sustentabilidade, inclusão produtiva e empreendedorismo. “A intenção é editar, a cada seis meses, um novo volume”, anunciou o diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, que conduziu o lançamento – ele próprio um dos autores e coordenador da publicação. “Os autores vão autografar o livro no hall do andar abaixo, durante o intervalo da abertura”, avisou Santos, criando uma concorrida fila dos colaboradores por autógrafos durante o brunch promovido na área de exposição do evento.

Eixos O livro tem apresentação assinada por Luiz Barretto, presidente do Sebrae. Ele aborda o cenário dos três eixos de atuação da instituição – inclusão produtiva, gestão e competitividade e inovação. Em relação ao primeiro eixo, ele destaca a importância das ações desenvolvidas pelos programas Territórios da Cidadania e Negócio a Negócio.

Carlos Alberto dos Santos, diretor-Técnico do Sebrae, no lançamento do primeiro volume da série sobre programas nacionais da instituição

“O programa Territórios da Cidadania”, assinala ele, “tem a missão de buscar ativamente potenciais empreendedores em áreas do Brasil com baixo índice de desenvolvimento e ajudá-los a iniciar o próprio negócio”. “Já o programa Negócio a Negócio”, detalha, “mescla a inclusão produtiva com o fomento à gestão e à competitividade, já que a sua característica também é a de buscar ativamente o empreendedor no seu local de atividade para oferecer capacitação”. Parte do Negócio a Negócio será feito em conjunto com as ações do Territórios da Cidadania em áreas pobres do País. “Mas o atendimento se estende a municípios desenvolvidos em todas as

regiões brasileiras sempre com a motivação de visitar, diagnosticar e oferecer soluções de melhoria para empreendedores individuais e microempresários”, explica. No eixo gestão e competividade, Barretto destaca o programa Sebrae Mais, que conta com um leque de soluções direcionado a pequenos empreendimentos consolidados, em busca de estratégias para melhorar sua atuação no mercado. Nesse mesmo eixo, o presidente ressalta o lançamento do programa Sebrae 2014, relacionado à realização da Copa do Mundo no Brasil, para identificar todas as áreas de negócios em que as pequenas empresas podem atuar diretamente ou como fornecedoras de grandes grupos ou das três esferas de

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Publicação

Rodrigo Rebello/ASN

Carlos Alberto dos Santos: “Pequenos negócios são, ao mesmo tempo, parte do problema e a solução”

governo. É estimado que o evento movimente R$ 180 bilhões. Quanto à questão da inovação, o presidente do Sebrae sublinha que esse é um tema que passa por todos os públicos atendidos pela instituição. Dois programas nacionais abordam essa temática: os Agentes Locais de Inovação (ALI) e o Sebraetec. Por fim, o presidente assinala que uma das missões do Sebrae é aumentar a clientela atendida. A outra é agregar cada vez mais qualidade aos serviços prestados. “É assim que buscamos fazer do Sebrae uma referência de conhecimento para os empreendedores brasileiros”, conclui.

Diversidade e pluralidade

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Em seguida, vem o artigo que detalha o título da obra assinado pelo diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos – “Desafios e perspectivas para os próximos anos”.

Nele, o autor descreve dois equívocos que permeiam o debate sobre o papel das micro e pequenas empresas (MPEs) no desenvolvimento econômico e social do País. Tais equívocos devem ser evitados, porque estão “interrelacionados e com importantes reflexos nas políticas públicas de fomento ao segmento”. “O primeiro deles parte do pressuposto, explícito ou não, de que as MPEs seriam estágios iniciais na evolução de uma empresa. Consequentemente, uma grande participação de MPE na economia representaria um dos fatores constitutivos do subdesenvolvimento a ser superado”, aponta. “Essa visão, além de reducionista, desconhece as evidências empíricas da participação dos pequenos negócios nas economias desenvolvidas. Se há uma relação de causalidade entre baixa produtividade das MPEs e subdesenvolvimento, ela é interdependente: pequenos negócios são, ao mesmo tempo, parte do problema e a solução”, avalia.

E complementa: “Nesse contexto, emerge o segundo equívoco: não levar em conta a enorme diversidade e pluralidade do segmento”. Para ele, “o desenvolvimento de estratégias e mecanismos eficientes de fomento para essas empresas deve refletir a amplitude e diferenciação do segmento”.

Artigos No texto ‘O Sebrae Mais e a capacitação das pequenas empresas’, Hannah Salmen destaca: “É mandatório que o Sebrae se apresente também à sociedade, em especial à classe empresarial, não só como uma instituição de apoio e fomento, mas também como um agente de desenvolvimento e oferta de produtos e serviços empresariais de excelência, que é uma de suas principais razões de existir, desde sua constituição”. Na sua abordagem ‘Sebraetec: inovar é preciso’, Pedro Pessoa faz um alerta: “A competição pela preferência dos consumidores se acirra entre as empresas. Os padrões são globais. A necessidade de inovar para ser competitivo não é mais uma opção fortuita. Passa a ser algo inevitável”. Marcus Vinicius Bezerra, Hugo Roth Cardoso e Janin Blandin abordam suas visões sobre o programa Agentes Locais de Inovação (ALI). “Uma das grandes vantagens do programa é que, com ele, o Sistema inverte o atendimento. Ao in-

vés de esperar ser procurado pelos empresários, vai até eles, faz um diagnóstico da gestão e da sua capacidade inovativa”, avisam. No texto “Atendimento direto onde o cliente está”, Joana Bona Pereira faz uma análise dos EIs (empreendedores individuais), agora incluídos no plano Brasil sem Miséria, e observa: “Esses empreendedores individuais necessitam de orientação para adoção de procedimentos básicos de gestão, que assegurem não só o cumprimento das obrigações legais, mas também que possibilitem o melhor aproveitamento das oportunidades de mercado abertas pela formalização”. “A ação desse programa é dirigida às regiões brasileiras mais carentes, em especial ao meio rural onde não existiam perspectivas de acesso a políticas públicas básicas”, constata Augusto Togni de Almeida Abreu, sobre os EIs, ao falar sobre o programa Territórios da Cidadania. Para finalizar, Dival Schmidt Filho e Larissa Natário falam sobre a Copa do Mundo de 2014 no texto ‘Oportunidades para novos negócios e desenvolvimento empresarial’. “Em todos os momentos, desde a organização, passando pela realização dos jogos e após o término da competição, há diversas oportunidades que podem ser exploradas pelas micro e pequenas empresas”.

Comentários e sugestões sobre o livro podem ser encaminhadas para o e-mail da série Pequenos Negócios, Desafios e Perspectivas: pndb@sebrae.com.br Essa é uma publicação online

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Combate à pobreza exige esforço coletivo

Eduardo Tadeu

Articulação institucional

Ministério do Desenvolvimento Social e Sebrae selam parceria para apoiar os pequenos negócios de 200 mil beneficiários dos programas sociais

O A pobreza não é como num filme do Zorro, em que uma bala de prata resolve tudo.

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Ana Fonseca, secretária extraordinária para a Superação da Pobreza Extrema

empreendedorismo é uma porta de saída da pobreza e até da miséria. Por isso, até 2014 deverão ter seus negócios formalizados cerca de 200 mil pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Parceria com esse objetivo, celebrada entre o Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), começa a ganhar contornos. “A pobreza não é como num filme do Zorro, em que uma bala de prata resolve tudo”, comparou a secretária extraordinária para Superação da Extrema Pobreza do MDS, Ana Fonseca, durante o painel sobre Ações de Articulação Institucional para Inclusão Produtiva, realizado na tarde do primeiro dia do 1º Forum SEBRAE de Conhecimento. “Não existe bala de prata; não existe acabar com a pobreza com um único tiro”, completou para destacar a importância das parcerias nesse trabalho, a exemplo da desenvolvida com o Sebrae. A meta de formalização foi anunciada durante o painel, do qual também participou como palestrante o diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, com a mediação do gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, André Spínola. Em linhas gerais, a parceria vai atuar em duas direções em 1.500 municípios. A proposta é que, nos próximos três anos, 80 mil pessoas inscritas do Cadastro Único que já são empreendedoras individuais formalizem seus negócios e que outros 120 mil trabalhadores autônomos, também inscritos no cadastro, regularizem e aperfeiçoem as suas atividades por meio do programa Negócio a Negócio, do Sebrae, que orienta, gratuitamente e de forma personalizada, o desempenho da empresa. “O Sebrae é uma instituição jovem, mas com uma equipe extrema-

Ana Fonseca (MDS) anuncia meta de formalização até 2014 no evento do Sebrae

mente aguerrida e dona de uma experiência que será de valor inestimável para as ações de inclusão produtiva do Brasil Sem Miséria”, afirmou Ana Fonseca. Um cruzamento de informações feito pelo Sebrae, em parceria com o MDS, no final de agosto, identificou que 103 mil beneficiários do Bolsa Família foram formalizados como empreendedores individuais. Diante dessa informação, o Sebrae elaborou estratégias para identificar esses empreendedores e auxiliar os que contratam microcrédito no gerenciamento das finanças pessoais.

Investimentos

A inclusão produtiva via formalização de microempreendedores é um dos eixos de ação do Sebrae voltados para o público do Plano Brasil Sem Miséria. A instituição irá investir R$ 180 milhões, até 2014, em ações de consultoria e gerenciamento reunidos no programa Negócio a Negócio para atender a população em extrema pobreza. O diretor-Técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, acrescentou que, além de manter e ampliar a formalização de empreendedores individuais, os desafios para os próximos anos no Brasil incluem a aber-

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Articulação institucional Eduardo Tadeu

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tura de canais de comunicação com esse público, a simplificação para obtenção de licenças e alvarás e o incentivo ao associativismo para fortalecer o segmento. Outro eixo de atuação do Sebrae, afirma Carlos Alberto, é o programa nacional de atuação nos 120 Territórios da Cidadania, que abrangem 1.851 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Nossa última fronteira física são esses municípios e as periferias das grandes metrópoles, justamente onde se encontra a maior parte do público do Brasil Sem Miséria”, indicou. O incentivo à formalização e a disseminação de microcrédito, objetivos da parceria com o Sebrae, se somam a uma lista de iniciativas de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria.

Estrutura

Outras munições

Ana Fonseca: busca ativa dos possíveis beneficiários das políticas sociais

Como não existe “a bala do Zorro”, Ana Fonseca destacou que a articulação intersetorial tem gerado bons resultados, acumulando munição para enfrentar a pobreza por meio de diversas parcerias. Entre outras, citou as colaborações com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Ministério da

Educação, por meio do programa Mulheres Mil e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A secretária destacou as contrapartidas dos Estados aos programas sociais, a necessidade de pronta adesão dos municípios e o diálogo com a sociedade. Segundo a palestrante, denota postura mais atuante do governo a busca ativa dos possíveis beneficiários das políticas sociais, inclusive com o empenho dos agentes comunitários de saúde para a busca ativa das famílias que ainda estão fora do Cadastro Único.

Eduardo Tadeu

Ana Fonseca debateu as parcerias com o gerente André Spínola e o diretor Carlos Alberto dos Santos, ambos do Sebrae

Na avaliação dos palestrantes, é possível aproveitar toda a estrutura de incentivo apoio ao empreendedor nacional – à frente o Sebrae –, para identificar esse público, por meio dos bancos de dados de programas sociais federais, estaduais e municipais. O governo pretende que eles se formalizem como empreendedores individuais, podendo contratar um ajudante, com carteira assinada. Se cada um gerar um emprego formal, os brasileiros ocupados serão o dobro, ou oito milhões – com criação de quatro milhões de novos empregos. É esse contingente de pessoas que poderá se beneficiar da frente de enfrentamento à pobreza no contexto de convênio firmado entre o MDS e o Sebrae. Incentivar o empreendedorismo é um dos meios para o enfrentamento da pobreza, na visão do diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. “O crescimento econômico com distribuição de renda fortalece os pequenos negócios e possibilita a criação de milhões de empregos”, vislumbrou. “Temos de dar o peixe, ensinar a pescar, mas despoluir o rio”, disse, numa referência

à necessidade de se promover mudanças estruturais que abram caminhos à progressão do processo da inclusão produtiva.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Poucos com Empreendedorismo de Alto Impacto

Eduardo Tadeu

Educação Empreendedora

Menos de 1% das empresas brasileiras produz grandes efeitos na economia, aponta pesquisa realizada pelo Instituto Endeavor, que recomenda “sonhar grande” para chegar a esse estágio

O Empreender é uma forma de gerar emprego, riquezas e renda para as novas gerações.

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José Claudio dos Santos, diretor de Administração e Finanças do Sebrae

s melhores ainda são poucos. No Brasil, apenas 30 mil empresas com mais de 10 funcionários produzem alto impacto na economia registrando crescimento acima de 20% ao ano por três períodos consecutivos. O número equivale a 0,7% do total de 4,1 milhões de empreendimentos do País, segundo pesquisa do Instituto Endeavor em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em números relativos ao ano de 2008. Os dados foram apresentados durante o painel Empreendedorismo de Alto Impacto por Juliano Seabra, diretor de Educação e Cultura Empreendedora do Endeavor. O instituto é uma organização de suporte ao empreendedorismo de alto impacto no mundo. No Brasil, apoia com consultorias 50 empresas que faturam R$ 2 bilhões e empregam 20 mil pessoas. Em troca, capacita outros empreendedores com cursos, palestras e workshops promovidos em parceria com o Sebrae. Seabra mostrou também que, entre 2005 e 2008, esse seleto grupo foi responsável por 60% das 5 milhões de novas vagas formais surgidas no Brasil. “Esse tipo de empreendedorismo transforma potencial de crescimento em realidade”, afirmou. Ao fazer a abertura do painel, o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, destacou a importância de desenvolver o empreendedorismo no País. “Empreender é uma forma de gerar emprego, riquezas e renda para as novas gerações”, afirmou.

Características impactantes Para Juliano Seabra, o desafio hoje é despertar nos empresários as

Seabra, diretor do Endeavor: 50 milhões de empregos gerados por 30 mil empresas

características do empreendedorismo de alto impacto. Isso exige três aprendizados, detalhou. Em primeiro lugar, significa sonhar grande, ou seja, ter brilho no olho e paixão pelo que faz, boa capacidade de execução e resiliência, ser ético e inovador. “Sonhar grande é o primeiro passo para realizar algo grandioso”, afirmou o diretor do Endeavor. Para ele, muitos empreendedores brasileiros ainda sonham pequeno e não são otimistas quanto à geração de empregos em suas empresas Como segundo aprendizado, Seabra citou a gestão nos resultados. Ou seja investir em infor-

mações gerenciais, reinvestir nos negócios, não misturar o dinheiro da empresa com o pessoal, ter um desdobramento de metas, resolver contingências e trabalhar com gente boa, dividir o bolo, ver nos funcionários e colaboradores aliados no sucesso da empresa. Por último, como terceiro aprendizado, o diretor do Endeavor apontou a necessidade de cortar custos: “Gasto é que nem unha: quanto mais você corta mais cresce”, ensinou Seabra. Ele recomendou também que o empreendedor invista em treinamento, desenvolvimento e avaliação constante.

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Educação Empreendedora

Noeli (Doce D’oce) e Chady (Spoletto): sucesso com inovação Eduardo Tadeu

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Rezende: “O empresário deve querer sempre superar seus limites”

Inovar é o caminho A empresa Doce D’ocê é um exemplo da pesquisa do IBGE. Especializada em panificação e con-

feitaria em Chopinzinho, cidade paranaense de 21 mil habitantes, abriu as portas em 1993 com Noeli Bazanella e seu marido, Carlos Bazanelle. Atualmente, possui

240 funcionários e é o maior empregador privado da cidade. O faturamento deve chegar a R$ 15 milhões neste ano. Há pouco mais de dez anos não passava de R$ 250 mil por ano. Como receita de sucesso, a empresária citou que é preciso saber delegar funções e inovar todos os dias. “Inovar é um processo constante, nem que seja apenas com um visual novo em um produto”, ensinou, ao participar no Fórum SEBRAE de Conhecimento de um talk show sobre empreendedorismo de alto impacto. As apresentações foram mediadas pela jornalista Salete Lemos. Uma história de sucesso foi contada pelo sócio-proprietário do restaurante Spoletto, Mário Chady. Ele quebrou em 1990 por causa da inflação e da “síndrome da auto-suficiência”, devido a pouca idade e inexperiência nos negócios. Em 1999, com a economia mais estável, criou rede de restaurantes Spoletto. Primeiro, em um shopping no Rio de Janeiro. Hoje a marca já existe no México, Espanha e Portugal. E e em breve estará na Costa Rica. “A ajuda técnica faz com que você encurte o caminho e caminhe para o sucesso com mais rapidez e eficiência”, afirmou o empresário, que continua inovando. Lançou o Spoletto 21, um projeto focado em sustentabilidade, e em breve lançará, em parceria com as marcas de massa “Cone” e “Dominus”, o cartão fidelidade 3 em 1, para fornecer alimentação rápida com sistema delivery. Outro exemplo é a Prática Technicook, do empresário André Rezende, de Pouso Alegre (MG), para quem o empreendedor tem

que ser um inconformado. “Inovação tem que ser algo cultural da empresa”, defendeu Rezende. “O empresário deve querer sempre superar seus limites, nunca ficar contente com o que sabe, com a situação em que está”. Fabricante de equipamentos para cozinhas comerciais e industriais e panificadoras, a empresa surgiu em 1991, hoje tem 340 funcionários, fatura R$ 85 milhões e exporta para 15 países. Entre as inovações implementadas, está um fornoobioenergético, que possui duas fontes de energia: o gás e a eletricidade.

Lições de coragem Mediados pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador do programa Domingo Espetacular, da Record, e colunista no site UOL, cinco donos de negócios de sucesso contaram, durante o

Painel “Atitudes Empreendedoras e o Empretec”, como as soluções propostas pelo Empretec ajudaram a desenvolver o comportamento empreendedor em seus negócios. Nos 18 anos em que é desenvolvido pelo Sebrae no Brasil, o curso já capacitou mais de 159 mil pessoas. Entre elas, a dentista Patrícia Paz, de Rondônia. Deixou a profissão, após cursar o Empretec. Com 24 empregados, hoje é dona da Moura & Paz, que faz tratamento de lixo hospitalar no estado e em Mato Grosso. “O curso me deu coragem”, contou. Outro é o empresário Gilmar Claret, de Minas Gerais. Após fracassos, fez o Empretec. Hoje, produz por ano 2.000 sacas do Café Santa Mônica, tem até 90 empregados e exporta para três países. “Não tinha coragem de ser só empreendedor”, relatou.

Paulo Henrique Amorim mediou relatos de empretecos

Eduardo Tadeu

Bruno Spada / ASN

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Educação Empreendedora

Paro: toda educação é empreendedora

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Os princípios do modelo de gestão utilizados pelos empresários em seus negócios – os recursos e os meios servem para se atingir os fins – podem servir de referência à gestão das escolas para a formação de cidadãos empreendedores, autônomos e capazes de fazer escolhas pessoais e profissionais. Essa avaliação foi feita no painel Educação e Empreendedorismo pelo professor Vitor Henrique

Desafio “Educação ou é empreendedora ou não é educação”, afirmou o acadêmico na palestra “Educação: cenário atual e perspectivas futuras”. “Não se pode ir para a guerra com uma vara de pescar, assim como não se pode pescar com uma metralhadora”, comparou. Para o acadêmico, o desafio é o que fazer para que o educando queira aprender. Ele defendeu que qualquer pessoa só aprende se quiser, se estiver disposta a aprender. Os educadores devem descobrir o que motiva o desejo de aprender. Para Mirela Malvestiti, gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae, o desafio está lançado. “Precisamos refletir sobre a questão da educação e como o Sebrae pode discutir conhecimentos como esses junto às escolas e aos clientes da instituição”, recomendou. Na palestra sobre “Empreendedorismo e Universidade”, Robert Mackensey, representante do SBDC (órgão norte-americano de apoio às micro e pequenas empresas) citou que nos EUA muitas universidades compartilham a responsabilidade empreendedora com a sociedade.

Educação multimídia Estande reúne produtos de alta tecnologia e livros com a tradicional sessão de autógrafos

Eduardo Tadeu

Vitor Paro, doutor em Educação, avalia o sistema educacional do Brasil

Paro, mestre e livre docente em Educação pela USP e doutor em Educação pela PUC-SP. Isso acontece, na opinião dele, porque a escola não define quais são os seus fins. Aí, segundo Paro, reside um dos maiores entraves para a melhoria da qualidade de ensino nas escolas brasileiras.

Estande buscou mostrar os resultados do Sebrae

Eduardo Tadeu

Escolas devem ter princípios de gestão empresarial

Kits multimídia, telessalas, programas para rádio e TV e autógrafos de livros movimentaram o estande Educação Empreendedora na exposição do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Uma das novidades foi a série Taxista Empreendedor, que será veiculada na TV Brasil. A série, busca estimular o taxista a contar a sua história de vida no site. A história poderá virar um caso de sucesso e ser utilizada na série, que será lançada em 2012. Outra novidade foi o piloto de um curso via SMS, voltado ao Empreendedor Individual (EI). As primeiras mensagens puderam ser conferidas em uma réplica gigante de um aparelho celular instalada no ambiente. O espaço exibiu também o piloto do Totem de Auto-atendimento, que será lançado em 2012 para ser instalado em locais em que o SEBRAE não tem presença constante, a exemplo de bibliotecas, juntas comerciais, aeroportos, entre outros. Foram mostradas também as telessalas disponibilizadas para quem opta pelos kits educativos e prefere estudar na companhia de colegas e facilitadores de estudo. E ainda foi exibido o material de divulgação de programas específicos, como o Sebrae Mais e Jovens Empreendedores Primeiros Passos. “Nesse espaço, foi possível mostrar os resultados dos programas, projetos e produtos desenvolvidos pelo Sebrae, nossas possibilidades e expectativas para o futuro”, avaliou Mirela Malvestiti, gerente da Unidade de Capacitação Empresarial (UCE).

Acesso ao conhecimento

Escritores marcaram presença no espaço

Mostrando a convivência entre o novo e o tradicional, o espaço contou também com um showroom das publicações do Sebrae, onde houve lançamentos de livros, distribuídos e autografados pessoalmente pelos autores. Foi assim com “Empreendedores Esquecidos”, de Fábio Zugman, pela editora Elsevier. “O estande me deu a oportunidade de adquirir títulos e informações que ainda não tive acesso aqui na minha região e que vão me ajudar muito no meu trabalho”, comemorou Elcília Oliveira, analista responsável pela microrregião de São Sebastião do Paraíso (MG).

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Alternativa para inserir os mais pobres

Bruno Spada/ASN

Inclusão Produtiva

Palestrantes debatem modelo de desenvolvimento baseado no emprendedorismo, nos empreendedores individuais e na micro e pequena empresa

Investimentos como esses mudam a cara da cidade e geram oportunidades para todos, inclusive micro e pequenos empreendimentos.

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Márcio Fortes, presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO)

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empreendedorismo é uma das formas de inserir, no mercado formal de trabalho, os 16,2 milhões de brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza. Essa alternativa para atender os mais pobres foi destacada no Espaço Inclusão Produtiva, realizado no 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Dividido em três painéis, o Espaço contou com exposições sobre o plano Brasil Sem Miséria e o programa de microcrédito Crescer, ambos do Governo Federal, e as oportunidades de negócios nas favelas pacificadas do Rio de Janeiro. Tratou ainda da vocação brasileira para o empreendedorismo e dos desafios à qualificação de quase 2 milhões de pessoas que se cadastraram sob a figura jurídica do Empreendedor Individual (EI). No painel “A inclusão produtiva na superação da miséria”, o diretor de Inclusão Produtiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luiz Muller, apontou que a parceria firmada com o Sebrae vai contribuir para colocar o empreendedorismo como uma das formas de promover a inclusão dos 16,2 milhões que são o público-alvo do Brasil Sem Miséria. “O público hoje atendido no Brasil Sem Miséria é formado por pessoas excluídas da cidadania. O governo pretende não erradicar a pobreza, mas reduzir significativamente, no período de 2011 a dezembro de 2014. O Sebrae, por meio de acordo já firmado com o MDS, terá papel importante nesse processo”, frisou.

Márcio Fortes (em pé) e Ciro Gomes falaram sobre as oportunidades para as micro e pequenas empresas em grandes obras

Secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt elencou os principais pontos do Crescer e destacou que, no primeiro mês, foram firmadas 10 mil operações somente pelo Banco do Brasil. No entanto, os empréstimos ficaram, em média, próximos a R$ 4 mil, enquanto era previsto que girassem torno de R$ 1 mil. O secretário-adjunto disse que, entre os beneficiários, há forte presença de vendedores de móveis e empresas de fretes. Ele antecipou que o governo vai monitorar o programa “em tempo real” para saber quem são e onde estão esses tomadores de

microcrédito. “Isso pode demonstrar, caso persista nos próximos meses, que o público que está tendo acesso aos recursos é muito mais capitalizado do que o previsto, ou seja, [o Crescer] pode não está chegando aos mais pobres”, alertou Bittencourt. Ainda nesse painel, Paulo Lins, autor do livro e co-roteirista do filme Cidade de Deus, ressaltou a importância dos investimentos em educação para a formação de empreendedores que possam aproveitar as oportunidades criadas pela pacificação das favelas do Rio de Janeiro. “Nas favelas, o empreendedorismo é o emprego

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inclusão Produtiva

Paulo Lins (microfone), autor do livro Cidade de Deus, participou do painel com Luiz Muller (MDS), Gilson Bittencourt (Fazenda) e Jailson Souza, do Observatório das Favelas.

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informal. É preciso mudar essa realidade. A educação e o preparo são a base de tudo”, enfatizou.

Desenvolvimento local O painel “Economia local e fluxos de capital: desafios e oportunidades” foi composto pelo ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, pela representante da Fundação Vale, Isabel Aché, e pelo presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes. Eles discutiram a importância de aproveitar grandes eventos e obras para desenvolver as localidades impactadas, retendo renda nesses territórios. De acordo com Fortes, as obras de infraestrutura necessárias para as Olimpíadas de 2016 no Brasil representam grandes

oportunidades de negócios. Esse cenário inclui a participação de micro e pequenas empresas (MPEs). “Investimentos como esses mudam a cara da cidade e geram oportunidades para todos, inclusive micro e pequenos empreendimentos”, disse o presidente da APO. Ciro Gomes falou sobre desenvolvimento sustentável em regiões com obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Para ele, apesar de rudimentar, o PAC é importante, pois une a “iniciativa privada, o mundo acadêmico e regulações que são hostis ou favoráveis ao desenvolvimento”. André Spínola, gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial (UDT) do Sebrae, que moderou o painel, destacou que o Estado deve usar o poder de compra para que os micro e pequenos negócios aproveitem os investimentos. “O PAC envolve grande volume de recursos em licitações públicas. Portanto, temos uma fatia enorme de compras que podem ser contratadas junto às MPEs. Isso hoje é obrigatório, de acordo com a lei”, lembrou. Isabel Aché apresentou a estratégia da Vale para que as comunidades impactadas possam

reter uma parcela dos R$ 68,5 bilhões que a segunda maior mineradora do mundo prevê investir no Brasil até 2015. As ações vão desde o diagnóstico socioeconômico da região até iniciativas que levem ações públicas às regiões envolvidas. “A vida útil de uma mina é de no mínimo 50 anos. A empresa tem a oportunidade de trabalhar o desenvolvimento territorial em uma perspectiva de longo prazo”, detalhou.

Ascensão empresarial No painel “A revolução silenciosa dos empreendedores Individuais”, participaram Bruno Quick, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae; Marcelo Neri, do Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV); e Marco

Aurélio Raymundo, proprietário da empresa Mormaii. O painel teve como moderador o diretor-superintendente do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez. Quick mostrou que mensalmente 100 mil pessoas se formalizam como Empreendedores Individuais (EIs) por meio do Portal do Empreendedor (www. portaldoempreendedor.gov. br). Ele destacou que, ao final de 2011, o Brasil deve alcançar a marca de 1,9 milhão formalizados e, nos próximos três anos, esse número deve chegar a 4 milhões, o que significa crescimento de 37% ao ano. O representante do Sebrae indicou que pesquisa realizada pela instituição em 2011, junto a 10.875 registrados, identificou que 87% dos Empreendedores Individuais pretendem se tornar microempresas em curto prazo.

Bruno Quick: empreendedores individuais podem injetar R$ 1 bi na economia

Bruno Spada/ASN

Eduardo Tadeu

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inclusão Produtiva

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“Em 2015, se chegarmos a 4 milhões de empreendedores, imaginemos que 1 milhão deles queira aumentar seus negócios e, para isso, contrate uma pessoa a mais. Teríamos 1 milhão de empregos gerados por esse público”, projetou. Segundo o gerente, pesquisa realizada pelo Sebrae em 2011, identificou que 103 mil são beneficiários do Bolsa Família (7,3% do total). De acordo com o gerente da UDT, André Spínola, 15 mil formalizados já vêm sendo atendidos pelo Sebrae. Spínola esclareceu que formalização não retira o direito ao auxílio pago ao EI pelo Bolsa Família. Ao mesmo tempo em que ocorre o aumento dos EIs, Marcelo Neri afirmou que a tendência no país é o aumento de empregos formais e do tamanho das micro e pequenas empresas. “O Brasil está ficando ‘fordista formal’. Ainda não é um país de

O sabor da Inclusão Produtiva Produtos de primeira linha nos Territórios da Cidadania O estande de Inclusão Produtiva apresentou produtos do projeto do Sebrae/SC oriundos do Território da Cidadania Meio Oeste e Contestado. Vinhos, cachaças, geleias, queijos, sucos e artesanatos foram expostos em gôndolas, como em um supermercado. Na opinião do gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial (UDT), André Spínola, o estande superou as expectativas em função do interesse que as pessoas demonstraram nos projetos e dos incontáveis elogios aos produtos. A intenção foi demonstrar que a atuação nesses territórios não configura uma ação assistencialista. “Em Santa Catarina, o projeto de atuação nos Territórios da Cidadania incorporou uma abordagem mais econômica e competitiva, que impulsiona os ganhos sociais, uma das propostas do Programa Nacional Sebrae nos Territórios da Cidadania”, afirmou Pedro Valadares, analista da UDT. Segundo Valadares, a intenção foi demonstrar que a atuação nesses territórios não consiste em uma estratégia que propiciará ganho de competitividade para os negócios que estão inseridos nos municípios dessas regiões. “Essa iniciativa contempla desde a produção da agricultura familiar ao processo de escoamento do produto industrializado, com marcas próprias e design de embalagens diferenciado”, explicou.

Eduardo Tadeu

Marco Aurélio: Mormaii nasceu numa garagem e hoje fatura R$ 400 milhões

empreendedores, mas de grandes empresários”, disse. Neri destacou que 38% da população têm intenção de abrir negócios próprios, índice menor do que a média internacional (40%). Disse que caiu também os empregadores e os trabalhadores autônomos. Fechando o painel, o empresário Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii, abordou os principais desafios para o crescimento dos pequenos empreendimentos. Em 1975, ele deu início a um pequeno negócio individual, numa garagem de uma casa em Garopaba, no litoral sul de Santa Catarina. Em 2011, o megaempreendimento vai fechar o ano com faturamento de R$ 400 milhões. No painel, ele mostrou como a determinação e a persistência podem fazer uempreendedor individual alcançar resultados inimagináveis. Segundo Marco Aurélio, isso implica maturidade, consciência e amor à vida e ao próximo. Essa visão empresarial, filosófica e holística, deu origem à principal marca de roupas de neoprene (tipo de borracha sintética) da América Latina, utilizada na prática do surf e esportes aquáticos. “O início empresarial é difícil. É preciso muita persistência para passar pelo diferentes estágios que uma empresa tem que atingir para se firmar no mercado. O papel do Sebrae nesse início é fundamental”, avaliou.

Estande expôs produtos de grupos atendidos pelo programa Territórios da Cidadania

Soluções Testados e aprovados pelos visitantes, os produtos alcançaram alta qualidade devido à atuação do Sebrae, segundo relataram os produtores. “Isso aqui é a visualização dos esforços, a materialização do produto final do cliente a partir de soluções que os colaboradores do Sebrae nos trouxeram”, afirmou Walter Kranz Filho, proprietário da Kranz Vinícola e expositor no estande. Outro expositor, Nilson Faccin, presidente da Cooperativa dos Produtos de Leite de Ouro, em Joaçaba (SC), destacou a colaboração do Sebrae para a definição do queijo colonial, do tipo Minas meia cura, com um diferencial: o leite não é desnatado. “O Sebrae fez pesquisa de campo para decidirmos por nosso queijo”, relatou, anunciando que em 2012 vai lançar a linha de queijo parmesão.

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Engate na locomotiva Brasil

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Mundo Rural

Ministérios envolvidos com o Brasil Sem Miséria querem parceria com o Sebrae para capacitar os agricultores familiares que vivem na pobreza extrema

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Laudemir André Muller, secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)

Mercados Muller destacou que os agricultores familiares precisam elaborar planos de negócios até para ter acesso ao mercado institucional do Pro-

Laudemir Mulher: agricultura familiar tem que gerar excedentes para os mercados

Thyago Carvalho / UCS

Precisamos assegurar o engate do vagão da agricultura familiar no país de oportunidades.

s agricultores familiares que vivem em situação de extrema pobreza precisam estruturar a produção, gerar excedentes e vender para o mercado institucional e local, além de garantir a própria subsistência. Para atingir esse objetivo, o plano Brasil Sem Miséria, do governo federal, tem que contar com a parceria do Sebrae. Assim se manifestaram representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) durante painel sobre o Brasil Sem Miséria realizado no Espaço Mundo Rural do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Um acordo de cooperação técnica foi firmado, em setembro, entre a instituição e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), selando o compromisso do Sebrae com o plano. “Queremos articular todos os nossos instrumentos e trazer o Sebrae para dentro disso”, assinalou o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir André Muller. E completou: “Precisamos assegurar o engate do vagão da agricultura familiar na locomotiva Brasil, o país de oportunidades que está surgindo e se fortalecendo”. Na avaliação do secretário, o Sebrae tem um papel central na capacitação dos agricultores rurais atendidos pelo Brasil Sem Miséria para levar lições de comercialização e gestão da produção rural. Na pobreza extrema, estão 70% dos agricultores familiares do País, apontou.

João Intini: experiências encojaradoras

grama de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) “Agricultura familiar não pode só produzir. Tem que produzir e comercializar, tem que gerar excedentes, tem que gerar renda, tem que se organizar do ponto de vista econômico. Por exemplo, o PAA e o PNAE exigem planejamento. Não adianta todo mundo querer produzir alface e feijão o ano todo porque tem que ter uma programação”, explicou. Para o secretário do MDA,

a importância do Sebrae nesse processo visa gerar acesso ao mercado local e regional. “As compras públicas desses programas não serão suficientes para atender a todos”, alertou. De acordo com Muller, a partir do mapa da pobreza no País, 30 mil famílias da região do semiárido já estão sendo orientadas para ter acesso aos programas sociais, a exemplo do Bolsa Família e da aposentadoria rural, e à emissão de documentação necessária ao seu trabalho. “Uma equipe técnica multidisciplinar discute com as famílias a criação de um plano simplificado de estruturação produtiva, para que elas possam

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Mundo Rural

PÚBLICO DA POBREZA EXTREMA •16,2 milhões de pessoas em pobreza extrema no Brasil • Metade delas estão no meio rural (7,6 milhões de pessoas) 59% concentradas no Nordeste • Pobreza concentrada nos municípios de pequeno porte (até 50 mil habitantes) • Os municípios com menos de 50 mil habitantes concentram 33,6% da população total do país • No entanto, concentram 60% da população em pobreza extrema

Dados do plano Brasil Sem Miséria, do Governo Federal

receber as sementes com tecnologia da Embrapa Semiárido e um auxílio de R$ 2.400,00 para a implementação do plano”, afirmou Muller.

Experiências

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Opinião semelhante sobre o papel do Sebrae em relação à agricultura familiar mais pobre foi expressada pelo diretor do Departamento de Apoio à Aquisição e Comercialização da Produção Familiar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), João Marcelo Intini. “Em diversas iniciativas, o Sebrae ativou experiências importantes desse públicos, seja agricultura familiar consolidada, seja comunidades tradicionais, seja segmentos da agricultura

familiar que têm excedentes, mas não tinham condições de engatá-los numa dinâmica econômica”, disse. Como exemplo, mencionou o trabalho feito pelo Sebrae com produtores de leite de cabra na Paraíba. “É um exemplo de que é possível mudar a vida dessas pessoas. A experiência tem gerado diversos produtos com valor agregado, como cosméticos à base de leite de cabra”, elogiou Intini. E concluiu destacando a atuação do Sebrae como sinalizador para a missão do Brasil Sem Miséria: “Foi a partir das experiências da agricultura familiar e inclusive da agricultura familiar mais pobre e desse conjunto de povos e comunidades tracionais que nós nos encorajamos a fazer um plano porque é possível fazer a erradicação da pobreza extrema no Brasil.” O maior desafio do Brasil Sem Miséria é a inclusão produtiva da maioria dos 2,3 milhões de agricultores familiares, segundo Ricardo Neder, professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Observatório e da Incubadora de Tecnologia Social para Segurança Alimentar e Nutricional. Ao expor, ele defendeu uma política agressiva de microcrédito com a participação de bancos comunitários e cooperativas de crédito, para oferecer financiamento aos “esquecidos e excluídos” da área rural, referindo-se aos sem-terra, aos migrantes e desempregados rurais.

Mundo Rural

Tecnologia contra a fome Painel mostra avanços do Brasil em produtividade agrícola e na criação de novas opções de alimentos com peixes e frutas da Amazônia

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Por meio da tecnologia, vamos transformar agricultores da linha de subsistência em agricultores familiares. Renato Cesar Seraphim, agrônomo da Syngenta, empresa de tecnologia agrícola

alestrantes do painel Segurança Alimentar e Demandas por Alimentos, apresentado no Espaço Mundo Rural, apontaram que o Brasil tem grandes chances de liderar a produção de tecnologia para combater a fome com a melhoria da produtividade da agricultura e novas alternativas de alimentação. O agrônomo Renato Cesar Seraphim, da empresa Syngenta de tecnologia agrícola, avaliou que quanto maior a produtividade, mais riqueza e mais pessoas serão alimentadas. “E o Brasil tem grande chance de liderar esse movimento. Da área disponível para a agricultura no mundo, 40% está na América Latina, sendo 90% no Brasil, que tem 71 milhões de hectares disponíveis para agricultura, sem contar a área de pastagem”, detalhou. Ele indicou que aumentar pode usar a tecnologia para melhorar a produção rural familiar. “Nossa empresa estuda o plantio da cana e da mandioca com semente, agregando valor ao produtor. Por meio da tecnologia, vamos transformar agricultores da linha de subsistência em agricultores familiares”, previu.

Sabores amazônicos Soluções inovadoras na produção de alimentos foram apresentadas pela pesquisadora Lúcia Kiyoko Yuyama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), sediado em Manaus (AM). Segundo ela, são alternativas de alimentação saudável. Porém muitos desses alimentos ainda são desconhecidos pela maioria dos brasileiros, embora, no exterior, sejam muito apreciados. Entre eles, a pesquisadora destacou novas receitas à base de pescado desenvolvidas pelo Inpa, a exemplo da sopa de piranha, do fishburger e do quibe de peixe. “Ainda consumimos pouco pescado, que é rico em proteínas e diversas substâncias nutritivas”, disse . Também recomendou o consumo de tucumã, uma fruta que tem alta

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Eduardo Tadeu

Rodrigo de Oliveira/ASN

Mundo Rural

Lúcia Yuyama, do Inpa: peixes e frutas da Amazônia são alternativas de alimentação saudável

concentração de betacaroteno, antioxidante usado no combate aos radicais livres, substâncias que podem danificar as células sadias do corpo humano.

A mãe da fome

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De acordo com a FAO, o cenário atual da demanda por alimentos é alarmante, principalmente por causa da volatilidade dos preços, que afeta diretamente os mais necessitados. Escassez de água, crise econômica, mudanças climáticas e degradação do solo também foram apontados como desafios a serem enfrentados contra a insegurança alimentar. Estima-se que, até 2020, haverá mais pessoas na área urbana do que

na área rural – e as preferências da população urbana por comida processada, proteína animal, frutas e legumes têm impactado nas reservas de alimentos. No painel, Helder Muteia, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), assinalou que 925 milhões de pessoas passam fome no mundo, sendo 90% na África. Na America Latina já são 53 milhões. Muteia citou algumas ações que podem ajudar a combater a fome: o apoio à agricultura familiar e acesso a terra, água, mercado, tecnologia e crédito. “A mãe da fome é a pobreza. Enquanto não eliminar as desigualdades sociais, vamos ter a pobreza”, ressaltou.

Eduardo Tadeu

Estande seguiu o cenário bucólico do campo com produtos de pequenos agronegócios

Maquete de uma unidade do PAIS

Alimentos sem agrotóxicos Projeto PAIS passa a focar em comercialização e certificação Um dos destaques do estande do Espaço Mundo Rural na área de exposição do 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento ficou para a maquete, muito colorida e impecável, da tecnologia social do PAIS, sigla do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável. Trata-se de um sistema de produção sem agrotóxicos inicialmente composto por três canteiros circulares, caixa d’água, galinheiro e quintal agroecológico. O PAIS começou há quatro

anos focado na segurança alimentar e hoje se expande para o comércio. “Agora a meta é atender às expectativas de comercialização do excedente, com o aumento do número de anéis da horta e obter a certificação para os produtos já comercializados”, adiantou Ludovico Riva, coordenador nacional de Agroecologia e Horticultura da Unidade de Agronegócios. Nos debates do Espaço Mundo Rural, a agricultora Maria Verônica de Oliveira falou, para a plateia lotada, sobre como o PAIS a transformou em líder de uma associação de produtores agroecológicos em Monteiro (PB) por meio de projeto tocado pelo Projeto Dom Hélder Câmara.

Cenário bucólico O estande Conhecimento apostou numa estampa camponesa. Jardim, cerca de madeira, palha, sacos de estopa e leguminosas ajudaram a compor o cenário bucólico criado pela Unidade de Agronegócios do Sebrae. Nas estantes em madeira, foram dispostos alguns produtos dos segmentos que receberam o apoio do Sebrae como geleias, mel, café, cachaça, carnes, derivados de leite e frutas. “O estande rural se destacou na apresentação por ser mais simples, mais natural, diferente do visual hi-tech [alta tecnologia], presente na maioria dos demais. Deu vontade de conhecer e comprar os produtos”, comprovou Gustavo Angelin, analista na Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional.

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Ideias viáveis para todos

Eduardo Tadeu

Inovação e Sustentabilidade

O navegador Amyr Klink e o consultor Aron Belinky mostram que os empreendedores podem adotar práticas inovadoras e sustentáveis

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O que importa não é o que a gente faz, mas o modo como a gente faz.

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Amir Klink, empresário e navegador solitário

empresário Amyr Klink ficou conhecido internacionalmente por suas viagens solitárias pelos mares do planeta a bordo de um pequeno barco. O consultor Aron Belinky é reconhecido dentro e fora do Brasil por seu comprometimento com a causa ambiental. Klink e Belinky foram os convidados no encerramento do ciclo de palestras sobre no Espaço de Inovação e Sustentabilidade, no 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento. Com experiências diferentes, eles transmitiram a mesma mensagem: a sustentabilidade e a inovação são ingredientes competitivos que estão ao alcance e devem ser adotadas pelas micro e pequenas empresas brasileiras. Amyr Klink abordou o tema “A sustentabilidade como elemento propulsor da competitividade”. Ele relatou as experiências de suas navegações para exemplificar como é possível inovar e ser sustentável ao mesmo tempo. Entre essas façanhas, ele destacou duas: a travessia do oceano Atlântico num barco a remo e 15 meses de navegação pelas águas do continente Ártico. Klink revelou o sucesso dessas e de outras viagens: todas foram bem calculadas e planejadas, mas quando surgiram situações imprevisíveis, inovou para vencer os desafios e salvar a própria vida. Conquistou, assim, mais um título para sua coleção: o de especialista em gerenciamento de riscos. Muitas empresas, segundo Klink, quando enfrentam situações de risco, para salvar a própria pele pensam logo em inovar com soluções complexas, como se esse tipo de estratégia fosse a melhor alternativa. Para ele, inovação está justamente nas coisas simples. “O conceito de inovação, em muitas vezes, está em coisas que já foram feitas, e não em criar coisas novas, como muitos acreditam”, ensinou Klink. “No conceito de sustentabilidade, não basta ser criativo. Agente tem que transformar essa criatividade em ideias viáveis para todos. Inovação é aprender a conviver com os problemas”. Klink revelou que aprendeu muito sobre navegação percebendo a simplicidade do ato de navegar e a eficiência das soluções sustentáveis. Com

Enio Pinto, gerente da Unidade de Tecnologia e Inovação, coordena apresentação de Amyr Klink e Aron Belinky

soluções simples, porém, inovadoras para cada situação, ele atravessou mares. “Muitas vezes a inovação está diante dos nossos olhos e a gente não vê”, criticou, finalizando com uma lição: “O que importa não é o que a gente faz, mas o modo como a gente faz. É o modo que vai fazer a diferença”.

Menos lixo Aron Belinky, finalizando o ciclo de palestras, tratou do tema “Qualquer empresa pode adotar práticas sustentáveis? Desmitificando a Ecoeficiência”. Especialista em Responsabilidade Social e Sustentabilidade Socioambiental, com formação em Geografia pela Universidade de São Paulo Administração Pública pela

Fundação Getúlio Vargas, Belinky sustentou a tese de que é possível inovar e ser sustentável simultaneamente. O conceito sustentabilidade, segundo Belinky, só pode ser entendido quando analisado com a atual conjuntura mundial. Para ele, o aumento populacional ocorrido nos últimos 50 anos é o parâmetro para se pensar em sustentabilidade e em responsabilidade com o meio em que vivemos. Ele lembrou que de 1960 até hoje, a população do planeta aumentou de três bilhões para sete bilhões de pessoas. “Enquanto o número de habitantes dobrou, a produção de bens de consumo quadriplicou”, alertou Belinky. Diante desse cenário, ele defende o envolvimento também

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Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inovação e Sustentabilidade Thyago Carvalho/ UCS

Amir Klink fez, sozinho, a travessia do oceano Atlântico num barco a remo e navegou 15 meses no continente Ártico

dos empreendedores de micro e pequenos empreendimentos em ações que contribuam para os recursos naturais sejam usados de forma responsável, inclusive por que esses recursos não se renovam na mesma proporção do crescimento populacional. “A responsabilidade

54 Belinky: problemas devem virar soluções

social é a gestão que aponta para o caminho sustentável. Ela contribui para o meio ambiente e tem a ver

com os impactos do seu negócio”, recomendou. A tendência, segundo ele, é que, à medida que os negócios crescem, cresçam também os problemas ambientais, que são transferidos para a sociedade. “Hoje, o desafio é pensar qual a capacidade de crescer sem gerar impactos à sociedade na qual ele está inserido. Além de aumentar o ganho, tem que se pensar em como gastar menos energia, gerar menos lixo, gastar menos água. Esse é o grande desafio”, ressalta, defendendo que sustentabilidade passe a ser tratada como um estilo de vida. O consultor entende que, por terem mais flexibilidade para inovar, as micro e pequenas empresas têm maiores condições de adotar modelos de sustentabilidade do que as grandes empresas. Ele lembrou que a norma ISO 26.000, que trata de sustentabilidade e de responsabilidade social, tem capítulo específico para o segmento. A ISO 26.000 define como responsabilidade social, a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades (incluindo produtores, serviços e processos) na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético. Para Belinky, um dos grandes desafios das empresas é transformar problemas em soluções. Sobre isso, alertou e aconselhou: “A responsabilidade social corporativa tornou-se cada vez mais importante na última década. No ambiente de negócios atual, onde há constantes ameaças à reputação, as empresas precisam agir com cuidado para manter a confiança do público”. Enfim, navegar pela sustentabilidade e pela inovação é possível e necessário.

Inovação e sustentabilidade

Pontos relevantes para as empresas “Redes sociais, normalização, conformidade e design são temas que devem ser focados pelos empreendedores de pequenos negócios”

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preciso investir nas redes sociais e traçar metas. Hoje, o poder é do povo. Magerson Bilibio, publicitário

m dos grandes desafios das empresas é encontrar iniciativas inovadoras para promover a sustentabilidade, diminuir custos e tornar o negócio cada vez mais competitivo no mercado. Nesse contexto, um leque de temas se abre. Entre eles, pontos relevantes como os tipos de inovações (aberta e fechada), redes sociais da internet, normalização, avaliação da conformidade e design. As micro e pequenas empresas devem aproveitar as inovações oferecidas pela internet e fazer networking pelas redes sociais, recomentou o engenheiro Lucas Aquino, da Consultoria Allagi, além de estabelecer a cultura de parceria em seus empreendimentos. “Hoje as empresas não precisam originar todas as informações de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] para poder lucrar com elas. A inovação aberta possibilita isso”, observou. O publicitário Magerson da Cunha Bilibio, diretor da Feed Consultoria, apontou que as mídias sociais podem ser consideradas como grandes aliadas para o desenvolvimento das MPEs. “A forma como deve trabalhar nas redes sociais é um desafio que os empresários devem se atentar. É importante saber o que está sendo dito e se relacionar com o cliente ao mesmo tempo. Hoje, o poder é do povo”, assegurou. Na palestra, ele mostrou slides sobre os protestos no mundo árabe organizados pelas redes sociais. Apesar das oportunidades trazidas com o advento das redes sociais, Magerson advertiu quanto ao uso da ferramenta. “A falta da estratégia faz com que os perfis da rede sejam abandonados. É preciso tomar cuidado, pois, ao invés de se tornar uma aliada, isso pode comprometer ainda mais a imagem da empresa. É preciso investir nas redes

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Inovação e Sustentabilidade

Credibilidade

Margerson Bilibio atraiu a atenção do público mostrando a evolução da internet

sociais e traçar metas “, finaliza. Ao falar no painel sobre normas para o ingresso de produtos na Europa, o mestre em engenharia civil José Augusto Pinto de Abreu, da empresa Sextante, citou que, a exemplo do que ocorreu nos países europeus, a apli-

56 Slide do publicitário destaca as redes sociais

cação de normas técnicas pode garantir vantagens competitivas às micro e pequenas empresas no Brasil.

Criar no país um ambiente de concorrência justa, estimular a melhoria contínua da qualidade e informar e proteger o consumidor são princípios básicos da avaliação de conformidade a serem buscados pelas micro e pequenas empresas, apontou o diretor do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Alfredo Lobo. “Esse é o diferencial que vai fazer o seu produto ganhar credibilidade no mercado”, ressaltou, referindo-se ainda à parceira com o Sebrae para a implantação assistida do Programa de Avaliação da Conformidade. Outro ponto chave para inovação e que pode mudar a imagem das MPEs é o investimento na área de design estratégico. De acordo com Ken Fonseca, do Centro de Design do Paraná, esse tema deixou de ser um apelo estético e passou a ser ferramenta de inovação. “O grande desafio é criar mecanismo para que as pessoas possam ter acesso ao design”, sublinhou.

A trilha sustentável da inovação Estande leva o público a pensar estratégias de gestão e boas práticas

Eduardo Tadeu

Mas, apesar das vantagens, ele ressaltou que participar do processo de normalização não é tão fácil como parece. O desafio na Europa foi a participação das partes interessadas: consumidores, organismos ambientais, e empresas de pequeno porte e os trabalhadores.

Espaço mostrou os programas da Unidade de Inovação e Tecnologia

Uma trilha com jogos, aulas, territórios certificados e boas práticas de produção. Foi dessa maneira, simulando uma caminhada, que o estande “Inovação e Sustentabilidade” mostrou aos participantes do 1º Fórum SEBRAE do Conhecimento os programas da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia (UAIT). Logo na entrada, um grande painel identificava os sete temas do percurso: Sustentabilidade, Propriedade Intelectual, Qualidade, Design, Produtividade, Tecnologia da Informação e Inovação. Um dos atrativos do estande foi o jogo Maratona Sustentável, uma roleta em que o colaborador era convidado a apresentar soluções em água, energia, matéria-prima ou resíduos. “Sugeri, no tópico matéria-prima, o uso de adubação verde no lugar do adubo comum com insumos químicos”, compartilhou Liomar Sabino, gestora de Fruticultura do Sebrae-RO.

Territórios de qualidade

Eduardo Tadeu

Thyago Carvalho/ UCS

Estande mostrou as ações do Sebraetec

No espaço reservado ao tema Propriedade Intelectual, havia produtos com selos concedidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a exemplo dos vinhos da região dos Vinhedos, no Rio Grande do sul. “Muito válido esse trabalho de proteger e agregar valor a produtos”, pondera Alice Mesquita, articuladora de Atendimento Individual do Sebrae-CE. “Precisamos de mais um salto de qualidade e isso passa pelo fortalecimento dos territórios”, reforça o gerente da UAIT, Enio Pinto. Mais adiante, outras atrações: jogo interativo simula pontos de contaminação em uma cozinha virtual, a aula expõe o fluxo de produção, novidades em Design e Tecnologia da Informação, casos de sucesso em design e layout de produtos e serviços. E, por fim, um jogo desafia o visitante a encontrar soluções para uma panificadora em fase inicial. “O jogo te leva a pensar sobre as estratégias mais adequadas e mostra os pontos positivos e negativos da sua decisão”, afirma Luana Farias, agente local de Inovação no Ceará, com a certeza que a caminhada foi lúdica e proveitosa.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Quais negócios serão estimulados pela Copa?

Bruno Spada/ASN

Sebrae 2014

Colaboradores são convidados a conhecer o Mapa de Oportunidades para saber como aproveitar para colocar as micro e pequenas na disputa

E

O Programa Sebrae 2014 construiu e disponibiliza um grande legado Dival Schmidt, coordenador nacional do Programa Sebrae 2014

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m 2014, como o Brasil vai sediar o mais importante evento esportivo do mundo, o Sebrae já identificou centenas de oportunidades que as micro e pequenas empresas terão com a realização da Copa. Integrando o espaço de exposição do Fórum Sebrae de Conhecimento, o estande Sebrae 2014 promoveu o debate entre os funcionários de todas as partes do País, de forma interativa e divertida, à medida que eles iam tirando dúvidas referentes aos negócios que podem entrar em campo. Ao visitar o estande, os participantes do Fórum recebiam informações sobre o Mapa de Oportunidades, estudo feito pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que identificou 929 atividades, em nove setores, em que os pequenos negócios podem atuar com elevadas chances de marcar belos gols. O enigma do Mapa de Oportunidades foi inserido para ser decifrado em máquinas interativas, desenvolvidas pela empresa Sábia Experience Tecnologia. O público escolhia entre as cidades-sedes e recebia informações sobre os desafios de cada setor, os requisitos necessários, como sustentabilidade e documentação, além de identificar quais terão mais oportunidades antes, durante e após a Copa.

Matriz da Competitividade De acordo com Larissa Natário, analista do Sebrae Nacional, o programa Sebrae 2014 implantou uma ferramenta para monitorar os resultados dos avanços competitivos das empresas participantes dos projetos setoriais

Programa contribuirá através do Plano de Desenvolvimento Empresarial para o aproveitamento das oportunidades do evento

do Sebrae. Trata-se da Matriz de Competitividade, conjunto de indicadores vinculados aos requisitos das oportunidades. Ao final da medição, o Sebrae sugere um Plano de Desenvolvimento Empresarial, com soluções para as micro e pequenas empresas corrigir as deficiências identificadas. Em outro espaço do estande, os colaboradores conheceram o Game Desafio Oportunidades para 2014, desenvolvido pelo Sebrae Bahia. São telas interativas, que possibilitam aos participantes identificar os setores com maior probabilidade de oportunidade nos períodos pré, durante e pós-Copa, bem como escolher algumas atividade e

relacionar os requisitos de contratação com as soluções Sebrae, que podem contribuir com realização de negócios e melhoria competitiva. Segundo Dival Schmidt, coordenador nacional do Programa Sebrae 2014, os conteúdos apresentados foram direcionados para todos os colaboradores do sistema Sebrae e não somente para os das cidades-sedes. “O programa Sebrae 2014 construiu e disponibiliza um grande legado, abordando estrategicamente as oportunidades e requisitos para que as micro e pequenas empresas melhorem competitivamente e se fortaleçam”, afirmou Schimidt.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Incentivos à troca de conhecimento

Bruno Spada/ASN

Mundo Corporativo

Universidade Corporativa SEBRAE lança dois produtos para aumentar e compartilhar o saber dos colaboradores na própria instituição

R

Uma vez compartilhado, o saber passa a ser coletivo, podendo passar a ser também de outras pessoas do Sebrae.” 60

Alzira Vieira, gerente da Universidade Corporativa SEBRAE

esponsável pela realização do 1º Fórum Sebrae de Conhecimento, a Unidade Corporativa SEBRAE (UCS) aproveitou o estande montado no centro da área de exposição do evento para lançar mais dois produtos de capacitação dos colaboradores: os projetos Saber e Eu Ensino, Eu Aprendo. Em comum, ambos incentivam a troca de conhecimento na própria instituição, evitando que fique restrito, por exemplo, a uma só pessoa; “Uma vez compartilhado, o saber passa a ser coletivo, podendo passar a ser também de outras pessoas do Sebrae”, explicou Alzira Vieira, gerente da UCS. O projeto Saber é uma plataforma colaborativa para qualquer tipo de registro que os funcionários do Sebrae queiram fazer. Ele permite que textos sejam publicados e compartilhados, de forma colaborativa, propiciando a disseminação do conhecimento corporativo. Eu Ensino, Eu Aprendo é um projeto em que os colaboradores podem compartilhar com os demais membros da equipe Sebrae, em forma de curso, os conhecimentos acumulados em alguma área. O objetivo é estimular a organização de cursos e o debate dentro do Sistema Sebrae. “Em 2012, selecionaremos as melhores ementas, ou aquelas julgadas mais aplicáveis, e a universidade financiará a realização do curso, seja presencial ou online”, antecipou a gerente da Unidade Corporativa. Dulcileide Salinas, da Unidade de Estratégia e Diretrizes do Sebrae no Maranhão, visitou o estande da UCSebrae e achou muito interessante os projetos apresentados. “Quanto mais a gente compartilha conhecimento, mais os colaboradores crescem e o Sebrae também. Todos saem ganhando”, disse Dulcileide Salinas.

Via celular Mais uma novidade foi lançada no estande da UCS, dessa vez para atender

Estande apresentou novidades e as trilhas de capacitação

Ex-ministro Ciro Gomes foi recebido por Pedro Valadares (UDT), Mônica Caribé e Paulo Volker (UCSEBRAE)

colaboradores, parceiros e clientes. A Biblioteca Online do Sebrae lançou uma ferramenta que combina tecnologia e sustentabilidade. Agora, cerca de 200 publicações puderam ser baixadas no celular por meio do código QR Code. Para Eduardo Pugnali, da Superintendência do Sebrae em São Paulo, a tecnologia poderá diminuir os gastos com a impressão e ter um impacto positivo no meio ambiente. “As vendas de smartphones têm crescido mais que a dos celulares comuns. O QR Code permite que o micro e pequeno empreendedor adquira conhecimento para seu empreendimento

em qualquer lugar. É como transformar o conhecimento Sebrae em uma grande Amazon, tudo de graça e ao alcance do microempreendedor”, elogiou Pugnali. No estande, a UCS apresentou aos visitantes, por meio de vídeos e de uma plataforma interativa, o leque de oportunidades que a unidade oferece aos colaboradores – desde consultores credenciados até dirigentes da instituição. Entre as soluções, estão as Trilhas de Aprendizagem, onde o colaborador ou consultor e dirigente escolhe quais cursos e quando os irá fazer, para adquirir conhecimento e gerar. Em geral, a UCS oferece os caminhos da capacitação corporativa.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

O futuro começa em 2.0.12

Eduardo Tadeu

Exposição

Projeto inova atendimento e até mapeia o comportamento dos clientes

O Queremos que o nosso cliente tenha uma experiência tão boa que queira retornar.

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Jaqueline Almeida, gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae

Sebrae prepara-se para dar mais um salto tecnológico no atendimento de seus clientes. Na exposição do Fórum SEBRAE de Conhecimento, foi apresentado aos colaboradores da instituição o projeto Atendimento 2.0.12 em conexão com o uso de ferramenta de última geração. Trata-se de uma plataforma digital que funcionará, a partir do próximo ano, de forma integrada com diversos canais, inclusive as redes sociais que se multiplicam com expressiva quantidade de usuários e conteúdos a cada segundo. Serão também usadas para atender quem quer abrir ou ampliar o negócio próprio. “Queremos que o nosso cliente, quando acesse a plataforma, tenha uma experiência tão boa que queira retornar. Com isso, se sinta estimulado a compartilhar esse conhecimento com outras micro e pequenas empresas, com outros clientes que acessem a plataforma do Sebrae e a gente construa o processo de cocriação”, afirma a gerente da Unidade de Atendimento Individual, Jaqueline Almeida, em vídeo inserido no site da novidade – http:// www.sebrae.com.br/novoatendimento. Entre suas vantagens, a plataforma do Atendimento 2.0.12 vai possibilitar ao Sebrae fazer o mapeamento comportamental dos clientes. Na prática, com a implantação da nova ferramenta e com o atendimento segmentado, ficará mais fácil à instituição ofertar melhores soluções e atender a real necessidade de cada cliente, assegurou Alexandre Lopes, analista da Unidade de Atendimento Individual (UAI) e também gestor do portal do Sebrae. Por isso mesmo, prestes a virar realidade, o projeto é sustentado nos pilares da inovação, relacionamento, integração e evolução. “Vamos poder fazer consultoria on line e registrar essa consultoria, chat on line e e-commerce [comércio eletrônico] e ter um tipo de interação com o cliente que

Espaço contou com sistema que acompanha movimento dos usuários

hoje não temos”, detalhou. Nessa mesma linha de absorção das novas tecnologia, a gerente de Atendimento Individual complementa: “Tem uma grande massa da população que virá até o Sebrae, mas ele não entrará pela porta da frente. Vai nos procurar por outro caminho, que é o canal digital’, antevê.

Movimentos da interatividade Site do mostra a necessidade do novo atendimento

O estande do Atendimento 2.0.12 fez conexão com as novas tecnologias. Com o piso interativo e a interação pelo kinect, um inovador sistema de reconhecimento de movimento-

criado pela Microsoft, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as inovações na área de atendimento. O conteúdo explicativo foi desenvolvido pela área de tecnologia e desenvolvimento do Sebrae. Um dos que fizeram questão de passar pelo estande foi o administrador Jonathan Santos, que atua como agente local de inovação do Sebrae-AL. Para ele, a ferramenta é uma oportunidade de integração com os parceiros. “Mostra que o Sebrae está atento aos novos avanços tecnológicos para melhor atender os clientes e, assim, oferecer soluções da medida certa para cada um deles”, mandou bem, entendendo que o futuro começa em 2012.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Espaço para intercâmbio continental

Bruno Spada/ASN

Comunidade Mipyme

Plataforma busca contribuir para melhorar capacidade de instituições de apoio às micro e pequenas empresas América Latina e Caribe

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Renata Malheiros Henriques, gerente da Assessoria Internacional do Sebrae

Parceiros latinos Fruto de parceria entre o Sebrae, o Serviço de Cooperação Técnica

Em seminário, dirigentes de órgãos de apoio às pequenas empresas discutiram a capacitação para uso da ferramenta.

Bernardo Rebello

A plataforma oferece boas práticas, interação e artigos sobre micro e pequenas empresas no mundo

integração da América Latina e Caribe passa pelos pequenos negócios, com o lançamento no 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento Comunidade Mipyme, sigla que em espanhol significa micro, pequenas e médias empresas. É uma plataforma on line da qual fazem parte Brasil, Chile e Argentina por enquanto estão previstas as adesões das agências de fomento de mais cinco países latinos – Colômba, Peru, El Salvador, Costa Rica e Paraguai. Entre seus propósitos, a Comunidade Mipyme vai disponibilizar em ambiente virtual as boas ações e iniciativas desenvolvidas nesses países para o segmento empresarial de menor porte. Além disso, vai monitorar as políticas públicas de apoio às MPEs dessas regiões. O endereço do site é http:// www.mipyme.org/. A expectativa é que até o início de 2012 a plataforma Mipyme também esteja acessível em português. Na avaliação da gerente da Assessoria Internacional do Sebrae, Renata Malheiros Henriques, a Comunidade Mipyme representa uma importante ferramenta para a cooperação internacional, pois proporciona intercâmbio de metodologias e conhecimentos sobre pequenos negócios. “Além de um arquivo de boas práticas, a plataforma oferece espaço para interação entre os usuários e disponibiliza artigos de interesse sobre o universo das micro e pequenas empresas no mundo”, detalhou. O gerente do Sebrae Acre, Clóvis Pereira, elogiou a iniciativa: “É um desafio trabalhar em conjunto com outros países que tem culturas e práticas diferentes. Nessa era do mundo tecnológico, essa é uma ferramenta necessária para o trabalho desenvolvido pelas empresas de apoio as empresas”, ressaltou.

Estante da plataforma, que terá versão em português

(Sercotec), do Chile, e a Secretaria da Pequena e Média Empresa e Desenvolvimento Regional (Sepyme), da Argentina, o projeto surgiu a partir de necessidades comuns aos três países. Aprovado e co-financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ganhou esse porque o nome de Mipyme, porque esse termo significa micro, pequenas e médias empresas em espanhol. O projetou recebeu investimentos de R$ 1,2 milhão. “A troca de experiência das ações desenvolvidas entre esses países é uma necessidade. Temos muito o que ensinar e aprender com os nossos vizinhos”, reforçou a coordenadora do proje-

to e analista da Assessoria Internacional do Sebrae, Juliana Mee,. “No futuro, eles certamente estarão mais preparados para fazer intercâmbio tanto de conhecimentos quanto comerciais”, afirmou a analista. Para discutir os benefícios da comunidade e capacitar os integrantes do projeto no uso da plataforma, foi realizado durante o Fórum, na quarta-feira, um seminário com cerca de 50 parceiros de países da América Latina e Caribe. Participaram o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, o secretário da Sepyme, Horacio Houra, e o diretor nacional do Sercotec, José Luis Uriarte. Em 2012, é prevista realização de capacitação específica para os técnicos do Sistema SEBRAE.

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Estreia de sucesso

1º Fórum alcança 91% de aprovação

PAINEL

PALESTRA

PALESTRANTE

Respostas: 874

Respostas: 874

Respostas: 5582

do Fórum e analista Universidade Corporativa SEBRAE, Mônica Caribé. “Ficamos satisfeitos com os resultados alcançados”, conclui a analista.

Luiza Helena Trajano, resultou em 96,6% dos participantes satisfeitos. Nos quatro temas debatidos no Espaço de Conhecimento [Educação Empreendedora; Inclusão Produtiva; Inovação e Sustentabilidade; e Mundo Rural], os pesquisados fixaram média de 89,2% de aprovação no que tange ao conteúdo das palestras e talks shows apresentados. Destaque para as palestras “A Sustentabilidade como Elemento Propulsor da Competitividade”, com 99,2% e “Inovação do Agronegócio nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs)”, 98,5%. A pesquisa de satisfação destacou ainda 93,8% de aproveitamento para os cinco Relatos de Experiências de profissionais que inovaram e estão colhendo bons resultados em seus negócios. A apresentação das experimentações vividas por agricultores beneficiados pelo projeto PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) obteve 95,6% de concordância.

Palestrantes, instrutores e conteúdo obtiveram 90% entre excelente e boa aceitação.

CONTEÚDO Respostas: 2960

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C

erca de 91% dos 1.388 participantes avaliaram o 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento como “Excelente” e “Bom”. É o que aponta a pesquisa realizada pela Universidade Corporativa SEBRAE (UCS) com base em informações registradas voluntariamente em totens instalados na área de exposição do evento. Como pontos altos da avaliação, ficaram os quesitos Conteúdo e Palestrantes/Instrutores. No geral, ambos obtiveram mais de 90% de boa aceitação. “O roteiro é avaliar a conjuntura atual, os problemas, o que o Sebrae está fazendo e as alternativas para o futuro”, disse o gerente adjunto da UC Sebrae, Paulo Volcker. ‘“Não é fácil mudar processos e métodos já consolidados, mas encaramos de frente o desafio de inovar no maior evento interno de capacitação do Sistema Sebrae”, reforçou uma das coordenadoras

Desafios em alta Dentre as palestras realizadas, três foram apontadas como destaque do evento. Forma elas: “Inovação como Eixo para o Desenvolvimento – Desafios Competitivos das MPES Brasileiras”, apresentada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, com resultado de satisfação na casa dos 98,5% [excelente/bom]. Em seguida, a exposição “O Mundo de Cabeça para Baixo”, do economista e colunista do programa do GNT Manhattan Connection, Ricardo Amorim, obteve índice de 96,8% de aprovação. Fechando a lista, a explanação sobre “O Perfil das Empresas de Sucesso na Economia Contemporânea”, ministrada pela presidente do grupo Magazine Luiza,

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

Perfil dos Participantes

Perfil dos participantes Vieram prestigiar o evento colaboradores de todo o País e convidados de várias instituições públicas, privadas, nacionais e internacionais

F

Eduardo Tadeu

Profissionais de diversas áreas e postos participaram do 1º Fórum

68 Eduardo Tadeu

rente aos desafios apresentados pelo 1º Fórum SEBRAE de Conhecimento estavam 994 colaboradores do Sebrae espalhados por todo o Brasil, comprometidos com o crescimento do Pais. São profissionais que têm o papel de transmitir conhecimento e ajudar a transformar ideias: conselheiros, dirigentes, analistas técnicos, gerentes regionais e agentes locais de inovação. Além desses profissionais, participaram do evento 169 convidados oriundos de diversas instituições, por exemplo, Banco do Brasil, Caixa, Apex Brasil, BID, CACB, Petrobras, CNI, CNA, Banco do Nordeste, Serpro, ABDI, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Fundação Vale, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Fazenda e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), dentre outras.

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

Dia 16/11 – Abertura Tema Central: Inclusão Produtiva, Inovação e Empreendedorismo Palestra:

Inovação como eixo para o desenvolvimento – desafios competitivos das MPEs brasileiras ALOIZIO MERCADANTE, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

Lançamento:

Termo de Referência Para Atuação do Sistema Sebrae em Sustentabilidade Rio +20

Palestra:

O mundo de cabeça pra baixo RICARDO AMORIM, economista

Apresentação: Semana Global do Empreendedorismo NICK SEGUIN, representante da Kauffmann Foundation: Painel:

Empreendedorismo – O perfil das empresas de sucesso na economia contemporânea LUIZA HELENA TRAJANO (Magazine Luiza) e LAÉRCIO COSENTINO (Totvs) Moderador: JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS, diretor de Administração e Finanças do Sebrae

Lançamento:

Publicação – Pequenos Negócios, Desafios e Perspectivas – Programas Nacionais do Sebrae

Painel: Inclusão Produtiva – Ações de Articulação Institucional para Inclusão Produtiva ANA FONSECA – secretária extraordinária para Superação da Extrema Pobreza, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, diretor-Técnico do Sebrae Moderador: ANDRÉ SPINOLA, gerente da Unidade de Desenvolvimento Territorial (UDT) do Sebrae

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

Dia 17 e 18/11 – Espaço de Conhecimento: Educação Empreendedora

PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

LADMIR CARVALHO, Alterdata (RJ); LINDOLFO MARTIN, Multicoisas (MS); JOÃO DOUGLAS, deputado estadual (PR);PATRICIA PAZ, Moura e Paz Soluções Ambientais (RO); e GILMAR CLARET, Café Santa Mônica/Sítio Paraíso

Painel 1 – Empreendedorismo de Alto Impacto: Como Selecionar e Capacitar Empresas? Palestra:

Empreendedorismo de Alto Impacto: Como Selecionar e Capacitar Empresas? JULIANO SEABRA , do Instituto Empreender Endeavor Brasil

Talk Show: Relato de Experiências de Empreendedorismo de Alto Impacto NOELI e CARLOS BAZANELLA, da empresa Doce D’Ocê e ANDRÉ REZENDE, da empresa Prática Technicook. Palestra:

Trajetória Empreendedora MÁRIO CHADY, da Spoletto

Painel 2 – Educação e Empreendedorismo

Dia 17 e 18/11 –

Espaço de Conhecimento: Inclusão Produtiva

Painel 1 – A Inclusão Produtiva para a Superação da Miséria

Palestra: Plano Brasil Sem Miséria LUIZ MULLER, diretor de Inclusão Produtiva do Ministério do Desenvolvimento Social

Palestra:

Crescer – Programa Nacional de Microcrédito GILSON BITENCOURT, secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda Desafios na Geração de Oportunidades Econômicas nas Favelas Pacificadas PAULO LINS, autor do livro Cidade de Deus

Palestra:

Educação – Cenário Atual e Perspectiva Futura VÍTOR HENRIQUE PARO, da Universidade de São Paulo

Palestra:

Palestra:

Empreendedorismo e Universidade – Modelo Americano ROBERT MACKENSEY, representante do SBDC, San Antonio Texas

Painel 2 – Economia Local e Fluxos De Capital: Oportunidades E Desafios

Painel 3 – Atitudes Empreendedoras e o Empretec

Palestra:

O Efeito Renda nos Grandes Investimentos IZABEL ACHÉ, da Fundação Vale

Palestra:

Atitudes Empreendedoras ROSE LOPES, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing

Palestra:

Desenvolvimento Sustentável em Regiões com Obras do PAC CIRO GOMES, Economista

Moderador:

PAULO HENRIQUE AMORIM, jornalista

Palestra:

Grandes Eventos Esportivos e Desenvolvimento Local ANDRÉ SANCHEZ, Presidente do Corinthians

70 Talk Show:

Relato de Experiências de Empretecos

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

Painel 3 – A Revolução Silenciosa dos Empreendedores Individuais Palestra:

Palestra:

Avaliação de Conformidade, Inovação e Competitividade ALFREDO LOBO, Diretor de Qualidade do Inmetro

Palestra:

Design Estratégico – Inovação na Empresa de Pequeno Porte KEN FONSECA, Colaborador Centro de Design Paraná, Designer de Produto e Mestre em Tecnologia

Um Raio X do Universo dos Empreendedores Individuais: Quem São, De Onde Vem, Para Onde Vão? BRUNO QUICK, Gerente da Unidade de Políticas Públicas

Palestra:

O Desafio da Qualificação de 2 Milhões de Empreendedores Individuais. MARCO AURÉLIO, Fundador da Mormai

Painel 3 – Tema Central: Sustentabilidade

Palestra:

Brasil: Um País de Assalariados ou de Empreendedores? MARCELO NERI, Coordenador do Centro de Pesquisas

Palestra:

A Sustentabilidade como Elemento Propulsor da Competitividade AMYR KLINK, Empreendedor de expedições marítimas e escritor brasileiro

Palestra:

Qualquer Empresa Pode Adotar Práticas Sustentáveis? Desmitificando a Ecoeficiência. ARON BELINKY, Consultor / Dolores Lustosa – SEBRAE/RJ

Dia 17 e 18/11 – Espaço de Conhecimento: Inovação e Sustentabilidade Painel 1 – Tema Central: Inovação Palestra:

Inovação Aberta LUCAS AQUINO, Consultoria Allagi

Palestra:

Mídias Digitais MAGERSON DA CUNHA BILIBIO, Diretor da Feed Consultoria

DEBATE

Participação Especial: MELCHIADES DA CUNHA NETO – presidente da Scitech Medical Lt .

Dia 17 e 18/11 – Espaço de Conhecimento: Mundo Rural Painel 1 – Tema Central: Brasil sem Miséria: Os Desafios do Mundo Rural Palestra:

Desenvolvimento Rural para um Brasil sem Miséria RICARDO T. NEDER, Professor da UNB

Palestra:

O Papel do MDS para O Brasil sem Miséria JOÃO MARCELO INTINI, Diretor do Departamento de Apoio a Aquisição e Comercialização da Produção Familiar – MDS

Palestra:

O Papel do MDA para O Brasil sem Miséria LAUDEMIR MULLER, Secretário da Agricultura Familiar/ MDA

Painel 2 – Tema Central: Qualidade e Design Palestra:

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Como as Pequenas Empresas Podem Participar e Influenciar O Processo de Normalização na Europa JOSÉ AUGUSTO PINTO DE ABREU, Diretor da SEXTANTE

Relato de Experiência: O Projeto Dom Helder – O Combate à Miséria no Contexto da Agricultura Familiar ESPEDITO RUFINO, Coordenador do Projeto

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1º Fórum SEBRAE de Conhecimento

Inovação, Inclusão Produtiva e Empreendedorismo

1º Fórum SEBRAE de Conhecimento PROGRAMAÇÃO/PALESTRANTES E MODERADORES

Painel 2 – Tema Central: Segurança Alimentar e Demandas por Alimentos Palestra:

Soluções Inovadoras na Produção de Alimentos Seguros LUCIA KIYOKO O. YUYAMA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA

Palestra: Palestra:

A Produção E A Demanda Mundial Por Alimentos HELDER MUTEIA, Representante da FAO O Papel do Brasil como Provedor de Alimentos Seguros RENATO CESAR SERAPHIM, Syngenta

Relato de Experiência: O Projeto Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável MARIA VERÔNICA DE OLIVEIRA, Agricultora do PAIS Painel 3 – Tema Central: Inovação no Agronegócio Palestra:

A Inovação do Agronegócio nas MPES KEN FONSECA, Colaborador Centro de Design Paraná, Designer de Produto e Mestre em Tecnologia

Palestra:

A Evolução Conceitual de Inovação - Ações Colaborativas para a Competitividade e Sustentabilidade FREDERICO RAMAZZINI BRAGA, Gerente de Inovação de gestão e Conhecimentos Brasil Food

Palestra:

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Gestão para a Sustentabilidade MAURICIO PETENUSSO, Itambé

Relato de Experiência: Copa Orgânica PRISCILA TERRAZZAN, Coordenadora do Projeto



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