Edição de Verão 2021 - Plus Ultra Revista

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GNOSTICISMO EVANGELHO DE JUDAS

SÉRIE: MANUSCRITOS ANTIGOS

BOTECO: SARAU DE POESIAS



Verão - Plenitude, Força e Vigor Verão, tempo em que a natureza atinge sua força máxima, trazendo a promessa da fertilização a partir do enlace feito na primavera. No dia 21 de Dezembro acontece o solstício de verão. O dia mais longo do ano, marcando o momento em que o sol atinge seu ponto máximo do poder de criação. Um período em que plantas e árvores atingem o auge de seu crescimento, quando podemos perceber as flores e folhagens ainda mais verdes, vivas e exuberantes. Tempo compreendido entre o plantio e a colheita, celebrado pelas antigas tradições, quando os campos e bosques estavam cobertos de flores. Muitos monumentos e construções antigas estão alinhadas com o nascer do sol deste dia, como por exemplo Stonehenge, marcando uma data tradicional no calendário dos povos antigos, para grandes encontros e reuniões tribais. Na Finlândia, ao redor do círculo Polar Ártico, região do Hiperbóreo, as noites mais próximas ao dia do solstício são mais curtas chegando a ter crepúsculo à meia-noite ou até mesmo inexistentes, gerando um grande contraste com os períodos de longa escuridão do inverno, dando características especiais ao período, que sempre foram aproveitado para grandes reuniões e festividades.

Período de Uttarayana O termo Uttarayaṇa é derivado de duas palavras sânscritas diferentes “uttara” (Norte) e “ayana” (movimento), indicando assim uma semântica do movimento da Terra em direção ao norte . Este movimento começa a ocorrer um dia após o solstício de verão em dezembro, e continua por um período de seis meses até o solstício de inverno por volta de 21 de junho . O complemento de Uttarayana é Dakshinayana , ou seja, o período entre Karka sankranti e Makara Sankranti de acordo com o zodíaco sideral e entre o solstício de verão e o solstício de inverno de acordo com o zodíaco tropical. De acordo com a tradição hindu, os seis meses de Uttarayana são um único dia dos Deuses; os seis meses de Dakshinayana são uma única noite dos Deuses. Assim, um ano de doze meses é o único Nychthemeron dos Deuses.


06-

TRIMURTI

08-

O QUE É A LILA

17-

Marco A. Gonçalves

Luiz Carlos Alba

Manifesto da Língua Portuguesa Rui Fonseca

19-

série manuscritos gnósticos Daniela D. Ferro - Guilherme Raffide - Adilson Reane

34-

tríades e trindades

42-

triguna

49 -

Daniela D. Ferro

Paulo Gustavo Tavares

boteco: sarau de poesias Priscila Vaz Diana - Rui Fonseca - Luiz Carlos Alba Marcelo de Carvalho Ribeiro

Coordenação: Daniela Dorna Ferro Conselho: Rogério de Freitas Gabriela de Paula P. Freitas Arte: Guilherme Raffide Revisão Ortográfica: Ana Bueno e Irene dos Anjos


É

com grande prazer que lançamos esta segunda edição da revista da Revelação Cósmica. Estamos no verão, quando as noites são mais curtas, os dias mais longos, o sol está com sua força total e a natureza pulsa com intenso vigor. Vamos aproveitar este momento para iniciarmos um novo ciclo rumo a uma nova história, buscando refletir sobre a realidade que nos envolve, como temos conduzido nossos passos e em busca de quais objetivos. Demos mais um passo rumo ao desconhecido, indo em direção às informações a tanto tempo esquecidas ou ocultas e agora trazidas por Jan Val Ellam. Uma oportunidade de reorganizarmos todo o conhecimento adquirido até aqui, não só pela humanidade mas por tudo que veio existir desde o momento zero dessa criação, pois o que nos torna especiais é podermos conhecer nossa história e produzirmos informações mais complexas. Nesta edição compreenderemos um pouco melhor como surgiram e se comportam as três forças que estão em tudo nesta criação material, as consciências que as conduzem, e como ficaram conhecidas na cultura humana, em artigos interessantes sobre a Trimurti, o xadrez cósmico de apostas entre seus componentes, e uma explicação de como se comportam estas forças, na visão científica. Iniciaremos também uma série de estudos dos manuscritos apócrifos. No final seremos brindados com um sarau de poesias, dando boas vindas ao ano que se inicia. O ano que passou não foi fácil para ninguém, mas tentamos nos manter firmes na capacidade de produzir conhecimento esclarecido, possivelmente a única coisa capaz de corrigir os erros do passado e talvez o único remédio para esta realidade ferida. Sempre lutando com a força de desagregação e entropia, que todos os dias movimentam os elétrons da matéria, continuaremos compreendendo o passado, criando o futuro e vivendo da melhor forma o presente. Que possamos continuar nos mantendo em pé e de maneira dionisíaca, aprendendo e produzindo, para irmos todos juntos “Mais Além”. Boa leitura, e vamos que vamos! Daniela D. Ferro

Trecho da Mensagem do Codificador no livro Quarto Logos

Muito do que existe no âmbito do trabalho dos Logos

Criadores, que estruturaram as duas grandes faixas de realidade sob o comando das suas mentes, desde que e geração que as comporta veio a ter lugar - Brahma e a sua força criadora “rajas”, Vishnu e a sua força estabilizadora e organizadora “sattva”, e Shiva com sua força “tamásica” recicladora e de garantia de finalização - está indelevelmente marcado pelas dificuldades dos “mergulhos” conjugados ao exercício do poder que as suas consciências se obrigaram a fazer. Não foi este o caso da consciência que me define como ser particularizado. Olm A “verdade” que está humanidade precisa perceber e, em relação à mesma, edificar o conhecimento que lhe for possível, somente poderá convenientemente ser decifrada se, jamais, os seus agentes acharem que já a encontraram. Ela não tem como ser fácil e comodamente estabelecida por meio da expressão da fé, ainda que muitos acreditem no contrário. Ademais, esta ingenuidade ou este fator de condicionamento, utilizado para controlar as pessoas, não encontrará guarida nas gerações que se sucederão no palco terreno. Jan Val Ellam Assinatura mensal pela plataforma Apoia-se https://apoia.se/plusultrarevista Página do Facebook Plus Ultra Revista da Revelação Cósmica Instagran @plus.ultra.revista Canal Youtube Plus Ultra Revista email: plusultrarevelacaocosmica@gmail.com site: Jan Val Ellam.org Editora Conectar: conectareditora.com.br


TRIMURTI Texto: Marco A. Gonçalves

Na Revelação Cósmica, esta palavra: Trimúrti “A trimurti é composta pelos três principais deuses do hinduísmo:

brahma, vishnu e shiva que simbolizam

criação,a conservação e a destruição”

respectivamente a

(substantivo feminino. Em sânscrito trimurti, lit. três formas) é muito utilizada por Jan Val Ellam em suas palestras e livros, pois se refere aos três seres (Brahma, Shiva e Vishnu) que se encontravam “no comando” dos universos antimaterial e material praticamente desde o início da criação indevida. - Na Wikipédia se define Trimúrti, como: “É a parte manifesta tripla da divindade suprema, além das representações do Brâman, fazendo-se tripla no intuito de liderar os diferentes estados do universo. A Trimúrti é composta pelos três principais deuses do Hinduísmo: Brahma, Vishnu e Shiva que simbolizam respectivamente a criação, a conservação e a destruição”. - Já na Revelação Cósmica a forma de compreensão do que é realmente a Trimúrti é algo diferente do conhecimento indiano tradicional, devido aos acontecimentos singulares aos quais Jan Val Ellam foi submetido ao ser obrigado a entrar em contato com os três da Trimúrti.


SEM CONSCIÊNCIA O SEU “CORPO HOLOGRÁFICO” NÃO É MAIS ATUANTE

“Brahma,

Shiva e Vishnu são considerados seres Adhydaiva, formas de vida que surgiram como produto da “queda” (experiência consequente) e que foram decorrentes do processo de estruturação possível ao contexto antimaterial ou universo paralelo que se encontra situado como imediatamente “vizinho”, base da forma demo, prisão para suas mentes. Base divina é uma denominação equivocada deste tipo de expressão. Brahma, Vishnu e Shiva foram as formas que suas consciências pessoais puderam gerar nessa faixa de realidade, que aprisiona os tipos de corpos nela gerados”. (Texto presente no glossário do site Turma do IEEA) O porque do título: O que era a Trimúrti; depois de mais de 13 bilhões de anos terrestres em que existia a Trimúrti no Brahmaloka

(Universo antimaterial em que eles se encontravam) adjacente ao Buhloka (Universo material em que nossos corpos vivem) deixou de existir por volta do período de 2015–2016, devido a uma série de fatores que podemos encontrar nas obras da Revelação Cósmica, com o auto — aniquilamento (um tipo de mahasamadhi demo) por parte de Vishnu; a “perda” do corpo demo de Brahma (Mantendo somente a “consciência” holográfica dele “ligada” a alguns membros do IEEA) e por fim quando o escritor e palestrante Jan Val Ellam vier a “desencarnar” também ocorrerá o “aniquilamento” do corpo demo de Shiva, conforme dados colhidos em várias palestras do autor. Algumas obras da Revelação Cósmica, que aprofundam o conhecimento sobre o que era a Trimúrti.

- Livros: 1) Inquisição Trimurtiana (Tempos de Apostasia) 2) O Dharma e as Castas Hindus

- Palestras encontradas no IEEA: 1) A Batalha Mental da Inquisição Trimurtiana 2) Adhytias os Herdeiros da Desolação da Trimúrti

Observação: hoje 26 de outubro de 2020 em palestra on line de Jan Val Ellam: “Prodigium — a Necessidade Criativa do Caos: Deuses em Decomposição”, o palestrante nos informou que o primeiro ser da Trimurti, não mais existe; sem consciência o seu “corpo holográfico” não é mais atuante, aguardando os próximos 18.000 anos terrestre para que “volte” como um novo ser biodemo da última família que está a ser criada por Sophia; e num futuro posterior em uma raça humana especiada já no Buhloka, até breve Javé/Brahma… O7


Texto: Luiz Carlos Alba


Introdução: Sempre que ousamos

abordar assuntos tão complexos, urge, em primeiro seguir com fidelidade máxima conforme o tema exige, ao amigo leitor(a), fico à vontade para contribuir mesmo que por ventura falte vocabulário apropriado ou elementos outros para melhor interpretação, senso crítico e razão filosófica por ora me sobram, e é sob minha responsabilidade que faço uso da obra de Jan Val Ellam para elaborar um artigo tão auspicioso. Por fim um desafio e faço uso da liberdade, que tanto nos custou. A primeira vez que ouvi sobre a Lila foi nos primeiros contatos com a obra de Jan Val Ellam, agora pesquisando e refletindo a respeito é possível observar que ele sempre fez referência à lila desde o início, podemos entender como sendo a associação dos três deuses da Trimurti, da Mitologia Hindu, “Brahma Vishnu e Shiva”. Nos tempos atuais é imperioso observar esses eventos com senso crítico e razão filosófica desperta, pois que surgem novos elementos a cada nova página descortinada no que diz respeito à revelação cósmica, e ao que tudo indica tem assunto para os próximos milênios. Se o próprio Jan Val Ellam pede para termos “cautela” a tudo que foi posto até agora em sua obra, quem sou eu na fila do pão; reforço e deixo claro que a intenção de minha parte nada mais é do que evidenciar aspectos e observações, jamais trazer verdades ou deixar por concluídas. Parte da pesquisa é um conjunto de informações colhidas na literatura Hindu, palestras Xadrez Cósmico, A Última Cartada da lila, Adhytias — Os Herdeiros da Desolação da Trimurti, e trechos do livro Inquisição Trimurtiana. Dei início á pesquisa sobre a Lila na literatura Hindu, onde tem registro no “Sânscrito”. Na cultura Hindu parece ser entendido sob outra ótica ou perspectiva, o que me fez perceber que a obra de Jan Val Ellam é de uma grandeza imensurável talvez ainda não compreendida na totalidade até para nós que acompanhamos de perto. Para cultura hindu, Lila nada mais é do que um “jogo”, a dança da criação.

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Xadrez Cósmico 09


Lila: segundo literatura Hindu Texto: Luiz Carlos Alba.

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m sânscrito está descrito assim, Lila é o divino jogo da vida. Significa encarar os acontecimentos com bom humor, como se fossem apenas uma diversão, um jogo. Pois é isso que realmente são, segundo este conceito hindu. Krishna passa uma instrução espiritual assim como todo Hinduísmo, de que todas as coisas e eventos que nos cercam nada mais são do que, em sua grande variedade, manifestações diversas de uma realidade última. Esta realidade é denominada Brahman, um conceito unificador apesar de todos os numerosos deuses e deusas. Brahman é alma e essência de todas as coisas. Ela é infinita e está além de todos os conceitos, não pode ser compreendida e nem traduzida em palavras. Outro tema que se repete na mitologia hindu é a criação do mundo pelo auto-sacrifício de Deus — “sacrifício” no sentido original de “fazer o sagrado”- ,essa atividade é chamada Lila.


Lila, portanto é a atividade criativa do divino, e seu palco é o mundo o “poder” do agente e mágico divino é traduzido pela palavra maya, Maya não significa que o mundo é ilusão, maya é a ilusão de tomar coisas e fatos existentes ao nosso redor como realidade da natureza, ao invés de percebermos que são apenas conceitos oriundos de nossas mentes voltadas para a medição e categorização. Na visão hindu, todas as formas são relativas, fluidas, tudo em uma eterna mutação. O mundo de maya está em constante transformação, uma vez que Lila é uma peça rítmica e dinâmica. Neste contexto surge um dos termos mais conhecidos do hinduísmo, o karma. Karma é a força dinâmica da peça lila, significa “ação”. A totalidade do universo em ação, onde tudo se encontra vinculado a tudo o mais.

Lila: como operava e seus herdeiros, segundo obra Jan Val Ellam

Xadrez Cósmico: palestra Jan Val Ellam. 2012

Há um jogo cósmico sendo jogado mesmo antes da criação deste universo, Lila começou a existir com os critérios comuns ao pensar desses seres antes da criação universal antes de ter vida neste universo, o jogo eterno Imposto pela necessidade de Javé ou Brahma. O fato é que esse é o jogo cósmico que os Hindus dizem, só que eles apontam que todos os universos sempre são criados e recriados dessa forma o que os mentores cósmicos dizem que não é bem assim, este universo nasceu de forma imperfeita e por isso existe esse jogo entre as três divindades que se irmanaram na tentativa de ajudar uma criação indevida, mas os hindus dizem que todos os universos criados obedecem à “Lila” esse tipo de jogo, mas não é…existem outros universos aí fora que foram criados de outro modo, não eram eternos antes de existirem mas à medida que passaram a existir se tornaram eternos porque foram criados de modo perfeito, ou quase perfeito.

Então aqui ocorre o primeiro rasgo, a primeira discordância, discrepância entre o que a minha miserável condição humana afirma e o que há muitos milênios foi afirmado através das antigas escrituras hindus. Qual seria o sentido do xadrez cósmico jogado pelas três mentes, qual seria o sentido da “Lila” ? Ainda, segundo Jan Val Ellam, devido à “Criação Indevida”, O criador, ainda nos primeiros instantes foi tragado pela própria obra, seus pares em percebendo se sentiram responsáveis, mergulharam na tentativa de ajudar a resolver o problema, depois da queda de Prabrajna ( Brahma/Javé), seu corpo se despedaçou e não conseguiu se recompor, a única forma de interação com ele naquela situação foi agredir para assim mantê-lo acordado para que em algum momento em sendo reanimado poderia se recompor para elevar a níveis mais sutis sua criação. Para nós do IEEA e aos demais da revelação cósmica que conhecem as obras de Jan Val Ellam temos outro conceito e elementos a respeito da Lila, informações essas passadas de forma exaustiva, elencando novos personagens dando forma estrutural que nos põem a par de desdobramentos desgraçadamente promovidos pelos Deuses da Trimurti Hindu, “Brahma, Vishnu e Shiva” senhores da “Lila”, contudo desdobramentos que se perpetuam até hoje como ecos, disputas e apostas muitas delas dotadas de frieza e crueldade, o que é inaceitável até para alguém menos dotado de senso crítico. A calamidade tomou conta não só do nosso planeta azul, mas de todos os rincões desse universo onde eles atuaram, tais disputas foram promovidas por quem nunca soube gerir eventos com o mínimo de respeito com suas criaturas ferramentas. Hoje nós existimos, “seres humanos”, porque esses seres jogaram tantos dados, tantas experiências que jogaram pra cá, que terminaram fecundando a vida aqui.

Na palestra Adhytias Os Herdeiros da Desolação da Trimurti 2019 .

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J

an Val Ellam foi mais longe e detalhou como operava a Lila e seus desdobramentos, para nosso espanto. O choque inicial de poder entre três seres dementados/perturbados mentalmente, destituídos de emoções, que tiveram que se suportar, num primeiro momento, para depois, efetivamente, dividir o poder, ainda que Vishnu e Shiva sempre deixaram Brahma na posição de criador. Brahma teve dois tipos de descendentes: anjos-clones plenamente obedientes e sem ganâncias pessoais, mais seres demos que ainda ele conseguiu produzir sozinho e em consórcio com algum de seus clones. Shiva e Vishnu, por sua vez, tiveram um número impressionante de gerações de descendentes demo. Shiva e sua descendência sempre estiveram em confronto (guerra fria ­­­– guerra total) com os anjos-clones e com os demos descendentes de Brahma, ou seja, os chamados “Adhytias” da primeira hora, ou da geração primeira. Um dos principais aspectos do passado cósmico, e que viria a ser registrado no hinduísmo, diz respeito à inimizade histórica de Shiva com a família de descendentes de Brahma e com o próprio. Quando a Trimurti se estabeleceu, sob a forma de Brahma, Vishnu e Shiva, ou quando o triunvirato divino estabeleceu a tríade, usando a mitologia grega sob a forma Caos, Tártaro e Eros, nesse tempo surgiu a primeira constituição dos pactos que esses três seres fizeram, eles e suas descendências pra tocar a criação adiante como se fosse uma constituição, a Lila da Trimurti nada mais é do que as regras de cumprimento de apostas, os termos de apostas etc etc etc…

Quando “Moros” sumiu, surgiu uma segunda geração Adhytias, se desfez, e surgiu uma terceira geração de Adhytias com membros da primeira e da segunda geração e alguns outros novos que estava sempre mudando. Em algum momento nessa história surgiu uma segunda Lila, uma segunda constituição, um segundo manual de comportamento dos demos, e os Adhytias que estavam à frente do governo da Trimurti, usando os três seres da Trimurti como rainhas de um reino, mas, quem mandava eram os Adhytias, os primeiros ministros vamos assim dizer dessa Trimurti. Essa segunda Lila surgiu criando algo que mais tarde aqui na terra, e, viria aparecer com conceito de Dharma, o dever sagrado de cada grupo de demo vivendo sob a forma “Varna”, ou seja, de “casta”, o sistema de castas foi criado por “demos”, não existia nem humanos, nem a Terra nesse momento.

O fim da Lila

Da forma como nós esperamos a vinda de Sophia, conforme a bíblia judaico cristã aguardou a vinda de Jesus “como divisor de águas”, que marcou “antes e depois”, um marco, até inclusive em nosso calendário usamos o tempo como antes e depois da vinda de Cristo. — A história desse universo dentro em pouco será divido em dois momentos, o antes da divisão do “comando” do universo e o depois da divisão do comando do universo, será entregue a Sophia “cristo cósmico”, novo marco, divisor de águas entre essas duas situações.

Trecho do livro Inquisição Trimurtiana. Cap.6 (diálogo entre Jan Val Ellam, Vishnu, Shiva, Brahma).

Estaca ritual (phurpa) 1600–1800


V

ocê afirmou que até o final desse encontro teria lugar o “meu fim” enquanto Adhydaiva para poder liberar e dar poder de ação às minhas formas Adhyajnas, é isso mesmo, ó humano? — continuou Shiva. — Preferencialmente, seria, pelo que julgo compreender sobre os fatos em torno de vocês. Mas, penso que o limite de tempo para vocês, se dará com a morte da minha condição humana, isso devido à trama genética que vocês mesmos provocaram ou que Brahma provocou sozinho, não sei bem ao certo. Esse parece ser, decisivamente, o limite para que a condição operativa das suas formas Adhyajnas não sofra ainda mais solução de continuidade além da que já provocou. Vocês não fazem a mais remota ideia do prejuízo que já provocaram para vocês mesmos, para Brahma, para toda a descendência demo e dos seres clonados, e mesmo para os biológicos que, bem ou mal, tocam as suas vidas, enquanto vocês estão presos, estacionados e colecionando horrores a serem saldados no futuro. — Ó humano, como você é duro nas suas expressões para conosco… mas não poderíamos esperar mesmo nada de diferente. — concluiu Shiva voltando a atenção para os seus pares. — Ele está nos julgando mesmo! — pontuou Brahma. — Fomos nós que pedimos… não podemos reclamar ainda que ele esteja errado. — ponderou Vishnu. — Mas vocês não podem aceitar isso… é uma questão de autoridade… vocês têm muito para cumprir e fazer através dos seus obedientes instrumentos dos nossos interesses. Eu já não posso, reconheço… — apontou um Brahma demonstrando enfado ou cansaço — era difícil definir o seu estado naquele momento. — Você mesmo aceitou, ó Brahma… foi você quem colocou como premissa de admissibilidade que eu e Vishnu fôssemos também julgados. — afirmou Shiva.

— Tem alguém manipulando os fatos aqui no meu palácio. Os eventos não eram para serem desdobrados dessa maneira. Vocês pretcisam fazer alguma coisa. Eu não sei mais o que fazer para subordinar o humano… e o digo abertamente porque não há mais o que ocultar. Sei que perdi no confronto… sei que perdi a aposta… mas os meus descendentes não se sentem vencidos e tão somente procuram aceitar a minha posição… É difícil dar continuidade a isso. O humano não se submete ainda que o enjaulemos em mais grilhões que lhe sufocam… e não podemos sufocá-lo além da conta… ele é frágil e nada faz para permanecer com o corpo… Não sei o que fazer… façam alguma coisa. — tornou a dizer Brahma me olhando furioso. Vishnu tornou a se expressar. — Ó demais senhores doadores da vida! Convido-lhes, agora, para que acordemos sobre a única opção que vislumbro como sendo a de, convenientemente, darmos continuidade ao que se encontra em curso, independente da nossa vontade, rumo a um cenário que não ousamos determinar. Não consigo atentar para outra alternativa, a não ser a de convidar-lhes para que encerremos esse nível operacional no qual temos abordado e decidido os eventos marcantes entre nós. Que a Lila cesse, que o modo como operamos deixe de vigorar, pois que, por constatação, estamos tomando consciência que o nível do que aqui abordamos não mais repercute nem em nós mesmos e muito menos no curso dos acontecimentos, sejam os daqui ou mesmo os do universo biológico. Estou me sentindo diferente por expressar essa ideia, a qual, até pouco tempo, jamais ousaria sobre ela pensar nesses termos. Mas, agora, ela me parece tão velha quanto óbvia, auto evidente, como se estivesse sempre residido na minha mente só que em lugar remoto, remotíssimo, pelo qual jamais o foco da minha consciência havia por ele passado. Soa-me desagradável, perturbador, mas o que este humano tem nos afirmado não me parece ser de todo estranho: é como se eu também soubesse disso… talvez… admito que a minha porção Adhyagia esteja realmente falando comigo através deste humano… é essencial que o escutemos.

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A “Lila” vai ter que se modificar ou pelo menos mudar a maneira como age porque suas decisões, caso existam, doravante, não serão mais operacionalizadas.

Conforme posso avaliar, Vishnu ponderou muito bem sobre a questão. Você, ó Shiva, deverá ser substituído, não na sustentabilidade vibratória da mesma, pois isso decretaria o seu fim. O seu sistema deixará de ser operativo, mas na gestão e na centralização da força tamásica que, doravante, será feita pela sua expressão Adhynatha e, mais tarde, pela sua forma Hara, finalizadora da criação. A forma do dançarino cósmico Nataraja continua, pois é esta que mantém a entropia funcionando na criação proporcionando as transmutações na ordem da natureza universal até que esta venha a sucumbir. As “vidas curtas” que se verificam no universo biológico compensam as “vidas longas” deste universo demo, o que implica dizer que somos o “Retrato de Dorian Gray” dos “deuses falidos” — como no caso do romance de Oscar Wilde, a pessoa do personagem Dorian Gray não envelhecia porque era o seu retrato quem sofria o impacto das forças entrópicas.

Vishnu de bronze SUL DA ÍNDIA, PERÍODO DE PALLAVA, SÉCULO VIII

— Se assim é, ó humano, devo me preparar para me autorrealizar logo após este encontro, junto com as minhas demais expressões Adhyajnas que não mais exercerão função no futuro. Shiva fez um longo intervalo, mas era nítido que estava ainda concatenando o que diria em seguida. — Observem, ó Brahma e Vishnu, se o humano estiver correto, esta pode ser uma das nossas últimas conversas, ou mesmo a última, por meio dessas personalidades Adhydaivas que ostentamos. Um silêncio perturbador se impôs após a observação de Shiva para, logo a seguir, “mais uma crise emocional demo” ter lugar nas palavras de Brahma. — Isso não pode ser verdade! Sempre fomos nós que a tudo decidimos ou encaminhamos para ver o resultado colhido, mas além de nós, ninguém tem poder para dar início a processos que possam influenciar os destinos da criação e os nossos. Não digo que o humano esteja conscientemente mentindo pois de nada lhe adianta um blefe. Ele não nos pode enganar. Ele pode e deve estar enganado. Não seria a primeira vez — afirmou Brahma. — Talvez não, ó Brahma, pois a estranheza sempre nos espreitou por meio dos olhos das criaturas que geramos. Fomos observados todo o tempo e talvez tenhamos, de nossa parte, esquecido de observar o que este humano se referiu como sendo a complexidade crescente na nossa obra. Quando essa raça de humanos surgiu na Terra, com características que fugiam ao nosso entendimento, esse aspecto sinalizou que nem todos os processos em curso na criação tiveram origem nas mentes que aqui ostentamos. Portanto, não é exato você afirmar que, além de nós três, ninguém tem poder para movimentar a criação no rumo do que para nós é desconhecido. Será que esse humano não representa


Cabeças de Brahma Camboja, Império Khmer, templo Angkor Wat.

“Não posso deixar de apontar texto abaixo de Friedrich Wilhelm Nietzsche. como ponto culminante aos desdobramentos posteriores, mencionado por Jan Val Ellam no momento em que estava diante da Trimurti sendo inquirido”. Penso eu.

Crepúsculo dos Ídolos — capítulo IX O valor do egoísmo — O Egoísmo tem tanto valor quanto aquele que o possui: pode valer bastante, e pode ser desvalioso e desprezível. Todo indivíduo deve ser examinado para se descobrir se representa a linha ascendente ou descendente da vida. Uma vez decidido isso, tem-se um cânone em relação ao valor do seu egoísmo. Se ele representa a linha ascendente, então o seu valor é, de fato, extraordinário — e, pelo bem da vida como um todo, que com ele dá um passo à frente, o cuidado para a sua preservação e para a criação das melhores condições para ele deve ser extremo. O indivíduo, o “sujeito”, tal como o povo e os filósofos até hoje o entenderam, é, de fato, um erro: nada é por si mesmo, não é um átomo, não é um “elo da corrente”, nada simplesmente herdado de outras eras — ele é toda a linhagem humana até ele próprio. Se ele representa o desenvolvimento descendente, o declínio, a degeneração crônica, as doenças (as doenças são , geralmente, a consequência da decadência, não a causa), então, ele tem pouco valor, e a decência básica requer dele que retire o mínimo possível daqueles que se saíram bem. Não é mais do que um parasita deles.

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— Vejam bem, ó vocês três e demais seres que lhes são dependentes, as formas ascendentes são as expressões adhyajnas das suas consciências. As formas descendentes são estas, as adhydaivas que lhes marcam a face. Estas últimas são parasitas daquelas. Por isso que essas que são “parasitas”, que atrapalham as que estão ascendendo, precisam parar de operar pois estão atrapalhando o progresso das que podem progredir.

Considerações finais O livro “O Quarto Logos” fala do trabalho de três logos, que se esforçaram bastante, criaram a vida, organizaram a vida, puseram a vida para evoluir, mas, só conseguiram chegar até aqui. A evolução foi com base na crença, com base em pactos corruptos, com base em adequações de não conflito, mas ninguém se limpou, ninguém produziu nada limpo por isso o novo logos, o quarto logos agora vai “trabalhar” como? Não quer nada de poder, não quer mandar em ninguém, não quer impor nada, só quer semear conhecimento esclarecido “pra quem quiser dele se servir, pra quem quiser e puder dele se servir se tiver tirocínio,

Shiva Vishnu Brahma (Trimurti) Escultura em marmôre período desconhecido

vontades alinhadas com princípios e propósitos nobres, é como uma espécie de banquete”. Somos o que há de melhor, o supra-sumo da criação, Friedrich Wilhelm Nietzsche nos deu de presente Além-homem, em que explica os passos através dos quais o homem pode se tornar um super-homem através da transvaloração de todos os valores do indivíduo, e de um processo contínuo de superação. Somos um dos dados jogado pela Lila, herdamos a terra, o resultado final de todo esse processo. O que virá depois cabe a nós o processo de ser a antítese do “último homem” de ser o “Crepúsculo dos Ídolos”.

“pra quem quiser e puder dele se servir se tiver tirocínio, vontades alinhadas com princípios e propósitos nobres, é como uma espécie de banquete”


MANIFESTO Língua Portuguesa

DA

Texto: Rui Fonseca

N

o dia 5 de maio, a Língua Portuguesa iniciou um percurso novo que a deve levar numa Diáspora de humanidade a todos os cantos do mundo. A UNESCO tornou oficial que a partir de 05 de Maio de cada ano, se passará a celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Deste modo, todos os países lusófonos têm mais um motivo de orgulho, pois veem reconhecida a sua Língua como patrimônio dialogante imprescindível para o mundo, assumindo, assim, cada vez mais, uma expressão global. Tendo em conta que a língua portuguesa é a mais falada do hemisfério Sul, e que foi através dela que se processou a primeira vaga de globalização, deixando marcos culturais nesses povos, pretende-se que o Português se torne rapidamente língua de trabalho da ONU, para além do Inglês, Francês, Chinês, Espanhol, Árabe e Russo. A Língua Portuguesa já tem mais de 805 anos, mas se fizermos a sua conexão à sua matriz primeira, o Galaico Durien-

se, então a sua extensão com a humanidade torna-se ainda maior, já que são inúmeros os povos que abraçaram a língua da Galiza como sua matriz expressiva. Se tivermos ainda em conta, como há muito venho a referir, a ideia de que a Humanidade começou a falar no Vale do Côa, em Foz Côa, Portugal, há cerca de 40 a 35 mil anos, momento em que começamos a falar e a libertar a mão, que usávamos para dialogar, para nos expressarmos artisticamente nas rochas de xisto, então, cada vez mais urge uma tomada de posição sobre esta conquista humana surgida no nosso campo genético. Como sabemos, nós falamos porque despoletou em nós o gene foxp2, que nos permite a comunicação e essa ferramenta surgiu no humano há cerca de 40 a 35 mil anos, o que coincide perfeitamente com o que tenho vindo a desenvolver em prol do aparecimento da linguagem humana no Vale do Côa, em Portugal. Sei que poucos me ouvem, pois não sou um nome falado vindo do estrangeiro, mas é tempo de assumirmos que nós somos tão bons ou melhores que os nossos irmãos de outros países.

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Libertar a mão, que usávamos para dialogar, para nos expressarmos artisticamente nas rochas de xisto Vejamos como nos portamos neste estado caótico de Covid 19 em que fomos enaltecidos por todo o mundo. É tempo de finalmente valorizarmos os que são nossos, pois somos tão bons ou melhores que os outros, repito. Pretendo assim, a partir de hoje criar um Manifesto da Língua Portuguesa que a leve ao patamar maior do diálogo desta humanidade. Nós humanos somos o que falamos, e a língua é uma extensão expressiva do que somos, o desenvolvimento atuante do nosso cérebro que se vê pela forma como nos comportamos e, obviamente, pela maneira como nos expressamos/falamos. A língua Inglesa já não tem mais por onde se estender e o seu falhanço dialogante no mundo é cada vez mais categórico. Tendo em conta o Brexit, a Língua Inglesa tem de ser substituída de imediato por outra qualquer. Claro que tendo em conta os predicados referidos da Língua Portuguesa, penso que seria a mais indicada para assumir o controlo dialogante da União Europeia. Temos de ser fortes e acutilantes. Eu que não sou político, penso que é um vexame esta incapacidade de não termos tomado ainda uma posição nesta matéria. Espero que não demore muito. Tendo em conta o exposto, aqui fica, pela primeira vez, o Manifesto da Língua Portuguesa como língua construtora da Paz no Mundo.

Manifesto da Língua Portuguesa 1. A Língua Portuguesa e a sua cultura, originária do Vale do Côa, é a mais antiga forma de expressão e comunicação em larga escala do mundo, sendo, por isso, formativa e formadora de toda a Humanidade. 2. Como matriz expressiva moderna tem já 805 anos, tendo sido a Língua da globalização humana, onde todo o mundo ficou a olhar-se face a face, nessa expressão camoniana de que “Demos novos mundos ao Mundo”. Neste contexto, ficamos a saber que todos existíamos/ existimos. 3. Nós somos o que pensamos e isso vê-se na forma como nos expressamos. Tendo em conta o afastamento da Língua Inglesa da nossa Casa Comum, a Europa, impõe-se, o mais rápido possível, o assumir de uma nova Língua para a comunicação interna da União Europeia, e o Português tem todas as características para assumir essa tarefa. 4. Pretende-se que a Língua Portuguesa seja rapidamente oficializada como Língua de Trabalho da ONU e que de imediato seja reconhecida oficialmente como a Língua de Diálogo dos povos do mundo. 5. A humanidade necessita de construir a Paz no Mundo e o Português, pelas características de comunicação neuronal que apresenta, é a única Língua capaz de efetuar esta tarefa hercúlea. Esperemos que rapidamente o paradigma vigente seja finalmente alterado.


Protennoia

Manuscritos Gnรณsticos i

Trimorfica

Estudos: Daniela D. Ferro Guilherme Raffide

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Série de reinterpretação de textos importantes da história sob a perspectica da revelação cósmica.

Iniciamos com este artigo uma série de estudos de textos, manuscritos e livros que foram importantes na história

para o desenvolvimento do conhecimento humano, dando continuidade aos passos já dados nesta longa estrada em busca pela verdade, e cada vez mais conscientes que nunca poderemos considerar já tê-la encontrado. “Estamos aqui reencarnados hoje rediscutindo e resgatando essas notícias, limpando-as, conectando-as ao progresso do pensamento humano no campo da psicologia, ciência quântica, percepção biológica da evolução e principalmente do contexto espiritual e a Revelação Cósmica. Faz-se necessário que estas informações sejam divulgadas e que as sementes sejam lançadas para que uma massa crítica possa ser ampliada e outras fases do processo sejam ajustadas. A gnose é uma coisa do passado, possui garagens que nos apequenam, e o que estamos fazendo aqui hoje é algo sem barreiras. Até os erros são bem vindos como degraus de evolução. NÃO PODEMOS PONTIFICAR VERDADES.” (Jan Val Ellam)

O

primeiro texto que analisaremos é o Manuscrito Gnóstico da Biblioteca de Naghammadi, - Protennóia Trimorfa, que significa: As Três Formas do Primeiro Pensamento, escrito pelo grupo Gnóstico Barbelo-Sethianos, criado por Maria de Madalena, no séc I. Diversos tratados Sethianos localizam no topo da hierarquia uma Trindade Suprema composta de Pai, Mãe e Filho. Para eles os membros desta Trindade seriam: Espírito Santo, Barbelo e o Divino Autógeno. Segundo Ellam, possivelmente o Gnosticismo tenha tido origem com os ensinamentos profundos de Jesus ressuscitado, após ter percebido alguns de seus equívocos. Esses ensinamentos quando ofertados aos apóstolos foram “judaizados”, talvez pegando posteriormente carona nos cânones primitivos (históricos) da CABALA Judaica. De modo diferente, os mesmos ensinamentos ao serem dados aos seus discípulos, foram helenizados e abertos para um amplo espectro de interpretações e vivências pessoais aos formuladores dos muitos painéis gnósticos que dali surgiram. parte de um dos pergaminhos: Evangelho de João


História do cristianismo primitivo, os grupos gnósticos e os textos apócrifos

No livro, “Evangelhos perdidos - Batalhas pelas escrituras”, Bart Ehrman, nos mostra uma diversidade do Cristianismo primitivo em uma batalha pelas escrituras e pela fé, que nunca conhecemos, onde ele diz:

“A igreja cristã primitiva era um caos de crenças conflitantes, alguns grupos de cristãos declararam que não havia apenas um único deus, mas 2, 12 ou até 30. Alguns acreditavam que o mundo não fora criado por deus, mas sim por uma deidade inferior e ignorante”. A partir destes estudiosos da exegese bíblica do séc XX, é que foram retomadas as velhas teses gnósticas de que de fato o deus criador da bíblia não era exatamente o deus bondoso que pensavam.

Cristianismo Primitivo e Gnosticismo - Séc I (trecho palestra : Sophia e a Conexão com Maria de Madalena)

No séc I existiam 3 FACES DE JESUS: O NAZARENO

Criada pelos apóstolos e destinada somente para judeus.

O CRISTO Criada por Paulo de um messias super poderoso esta é a face atual e não a real.

O RESSUSCITADO Criada por Maria de Madalena e seu grupo, a face mais conhecida no sec I, revelou mistérios inéditos, e deu origem ao gnosticismo.

Apóstolos e Discípulos A

lém dos apóstolos, Jesus teve cerca de 100 discípulos, enquanto ainda estava vivo, sendo a maioria judeus que viviam em cidades onde imperava a cultura grega helênica. Eram figuras mais esclarecidas e intelectualizadas que os apóstolos .

Jesus Ressuscitado procurou por Maria de Madalena e pedia a ela que reunisse pessoas, para ouvir o que ele, Jesus “O VIVO”, tinha para contar. Ela foi à procura dos apóstolos, mas somente Felipe e Judas Dídimo Tomé (irmão de Jesus), a acompanharam. Procurou então pelos discípulos judeus, de formação grega, criou com eles um grupo e começaram a produzir textos sobre as informações transmitidas por Jesus “O Ressuscitado”. Nesta época os apóstolos ainda não tinham publicado nenhum dos Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas. Paulo escrevia as epístolas e Maria de Madalena, Felipe, Tomé e outros começaram a produzir muitos manuscritos, dizendo o que Jesus, O Vivo, não disse enquanto estava vivo entre eles, e que não correspodia ao que estava sendo transmitido nem por Paulo, nem pelos apóstolos. Sob essa ótica, Maria de Madalena coordenou uma central de informações, de Jesus “O Ressuscitado” fornecendo ao mundo as notícias mais atualizadas, preciosas, refletidas e profundas da figura de Jesus. Por volta do ano 50 do sec.I, este era o grupo mais forte e consistente. E assim foi até o ano 100 em uma impressionante produção de textos produzidos, conhecidos como Os Evangelhos Madalênicos que depois seriam chamados de gnósticos.

JESUS TEVE CERCA DE 100 DISCiPULOS

Todos os defeitos do Criador e da criação começaram a ser tabulados nestes livros escritos por Judas Tomé, Felipe, os 2 únicos apóstolos e vários outros discípulos. Neles podemos encontrar as histórias de como Jesus “O Ressuscitado” lidou com Zeus, Apolo, e outras figuras que faziam parte da cultura grego helênica. Estas histórias ficaram registradas no séc. II, quando a versão mais presente era de Jesus “O Ressuscitado”, ocorrendo disputas entre os Paulicionistas, que seguiam as epístolas de Paulo, contra os Marcionistas que seguiam o Evangelho de Lucas e mais de 20 seitas gnósticas que foram produzidas a partir do trabalho do grupo de Maria de Madalena.

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Simão o Mago

Entre os anos 125 a 150, começou a aparecer entre os grupos cristãos o chamado GNOSTICISMO, que foi um movimento cristão de cunho helenista, que tinha como base os fundamentos de SIMÃO, o MAGO.

Gnosticismo ANO 160

O processo que culminou com a arquitetura do Novo Testamento como conhecemos, iniciou-se por volta do ano 160, com Irineu bispo de Lyon e terminou por volta do ano 380 quando Jerônimo começou o trabalho de finalização do que viria a ser a Vulgata.

ANO 200

Por volta do ano 200 o cristianismo tornou-se uma instituição dirigida por uma hierarquia com 3 níveis: bispos, padres e diáconos, que acreditavam ser guardiões da “única e verdadeira fé”

ANO 240

Em 240 surge uma nova religião chamada MANIQUEÍSMO que competiu fortemente com a igreja cristã que foi fundada em 240 pelo visionário MANI que se declarava um apóstolo de Jesus, mas era gnóstico. Ele pregava uma síntese entre as maiores religiões, incluindo budismo, zoroastrismo e o cristianismo. Também ensinou a reencarnação e escreveu um livro que foi destruido sobre os GIGANTES MALÍGNOS, que se tratava dos Nefilins ou Anunnakis, que não eram malignos.

A ilustração acima retrata esse relato do momento em que anjos atacam os demônios que mantem Simão Mago voando pelos céus:

Simão é um personagem bíblico com quem o apóstolo Pedro travou polêmica em Samaria. (Atos 8:9-24). Enquanto o evangelista Filipe pregava o Evangelho por toda a Samaria, ele encontrou um homem chamado Simão, que praticava artes mágicas. Esse mágico impressionava a muitos e, assim, garantiu uma ampla audiência. Quando Filipe anunciou Jesus Cristo, os seguidores de Simão o deixaram, creram no Salvador e passaram a ser batizados. Lucas, o autor de Atos, observa: “O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados” (At 8.13).

ANO 251

Em 251, o cristianismo, outrora símbolo das palavras e das mensagens de Jesus, encontravam-se agora interpretado por diversos núcleos que combatiam entre si, eram eles: GRUPOS DO CRISTIANISMO PRIMITIVO: -

JUDAIZANTES CRISTÃOS ECLESIÁSTICOS OU ORTODOXOS GNÓSTICOS (80-200) GNÓSTICOS VALENTINIANOS (140-160) GNÓSTICOS SETHIANOS CARPOCRACIANOS MARCIONISTAS (ev. Lucas) HELENISTAS GREGOS HELENISTAS PAULÍNIOS OU PAULOCIONISTAS VALENTINIANOS DOCENTISTAS MONTANISTAS ORGIANISTAS MONARQUIANISTAS EBIONISTAS (ev. Matheus) MANIQUEISTAS (240) MESALIANISTAS


Biblioteca DE NAG HAMMADI “Descoberta dos Textos Madalênicos - Manuscritos Gnósticos de Nag Hammadi

Irineu de Lyon

Um bispo grego, teólogo e escritor nascido na parte mais ocidental da actual Turquia

Em 1945, depois de 1600 anos, foram encontrados os manuscritos escondidos pelos monges de São Pacômio, no Egito. Eram muitos rolos de papiros, e vários foram destruídos para alimentar a fogueira a aquecê-los, antes de saberem o seu valor. Restaram apenas 32 rolos, conhecidos como “Livros Apócrifos” em escrita grega copta, usando nomes que ninguém soube compreender. Se os livros Madalênicos não tivessem sido destruídos, quando o Cristianismo se tornou o Catolicismo, religião oficial de Roma, a principal Face de Jesus que hoje existiria seria a de Jesus “O Ressuscitado”. Mas a que conhecemos hoje é “O Cristo”, e essa não corresponde, porém foi cultuada por quase 1800 anos pelas igrejas que nasceram a partir do trabalho de Paulo. Jesus chamou Maria de Madalena pois o trabalho que Paulo, e os apóstolos estavam realizando, não correspondia ao que Jesus gostaria de mostrar. O que Jesus revelou como ressuscitado, e estava registrado nos evangelhos Madalênicos, acabou se perdendo.”

(trecho Palestra - Sophia e a Conexão com Maria de Madalena)

Biblioteca de Nag Hammadi é uma coleção de textos gnósticos do cristianismo primitivo (período que vai da fundação até o Primeiro Concílio de Niceia em 325) descoberta na região do Alto Egito, perto da cidade de Nag Hammadi em 1945. Naquele ano, um camponês local chamado Mohammed Ali Samman encontrou uma jarra selada enterrada que continha treze códices de papiro embrulhados em couro. Os códices contêm textos sobre cinquenta e dois tratados majoritariamente gnósticos, além de incluírem também três trabalhos pertencentes ao Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial da A República de Platão.

Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito.

Os textos nos códices estão escritos em copta , embora todos os trabalhos sejam traduções do grego. O mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de Nag Hammadi.

- Apocalipse de Adão ou Testa-

-

Evangelho

Manuscritos

Segundo

Judas

Tomé Dídimo - Evangelho de Felipe - Evangelho da Verdade (Valentinianos) - Evangelho dos Egípcios (livro sagrado do Grande Espírito Invisível) - Evangelho Apócrifo de João - Livro Secreto de Thiago - Apocalipse de Paulo - Apocalipse de Pedro e Felipe - Apocalipse de Pedro mento de Adão. - Tratado da Ressurreição - Testemunho da Verdade - A Natureza dos Governantes

O livro mais famoso de Ireneu, Sobre a detecção e refutação da chamada Gnosis, também conhecido como Contra Heresias (Adversus haereses, ca. 180 d.C.) é um ataque minucioso ao gnosticismo, que era então uma séria ameaça à Igreja primitiva e, especialmente, ao sistema proposto pelo gnóstico Valentim que fôra discípulo de João, o Evangelista. Durante a perseguição ordenada por Marco Aurélio, Ireneu era sacerdote na igreja de Lugduno (atual Lyon), na Gália. Os membros do clero da cidade, muitos dos quais foram presos por testemunharem sua fé, enviaram (em 177 ou 178) uma carta ao papa Eleutério sobre o montanismo, testemunhando os méritos de Ireneu. Quando São Potínio foi martirizado, Ireneu foi feito bispo em seu lugar. De acordo com alguns estudiosos bíblicos, os achados de Nag Hammadi demonstraram que as descrições de Ireneu sobre o gnosticismo são muito incorretas e polêmicas em sua natureza. Embora correto em alguns detalhes sobre as crenças dos diversos grupos, o principal objetivo de Ireneu era advertir os cristãos contra o gnosticismo em vez de descrever corretamente suas crenças.

- Protenóia Trimorfica

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A Primeira Linha Então Traduzida Do Copta Foi:

“essas são as PALAVRAS SECRETAS que Jesus, O Vivo, proferiu, e que seu gêmeo, Judas Tomé, anotou”. Gnósticos Barbelo Sethianos Ou Barbelognósticos

Por volta do ano 150 surge o Evangelho

de Judas. Na época existiam 20 correntes distintas do cristianismo nascente, todas brigando entre si, e mais de 4 mil manuscritos, até 25 mil, e que ainda não foram encontrados. Surge então um grupo, que ninguém sabe exatamente a origem e começa a escrever os textos que viriam a ser conhecidos como GNÓSTICOS VERDADEIROS. Os autores destes textos sempre fizeram absoluta questão de transformar a imagem de Judas de TRAIDOR em TRAÍDO (ou usado) com a preocupação de criar um novo estatus, embora não tenha ficado compreendido o mais importante, que Jesus e Judas eram amigos desde antes dele se tornar apóstolo, quando tinham aproximadamente 24 anos.

O Evangelho de Judas o situa como herói do Gnosticismo Sethiano e apresenta o REINO DE BARBELO com nomes gregos confusos, mas que eram comuns na época.

Após um pouco mais de cem anos que havia sido escrito o textos com o Evangelho de Judas, no início do séc I, eles foram destruídos ou desapareceram, tendo sido muitos deles escondidos por monges e encontrados em Nag Hammadi. O Evangelho de Judas não estava entre eles. Foi encontrado de outra forma.

História do Manuscrito do Evangelho Judas

O documento, com bordas em couro, Composto de 26 páginas de papiro escrito em copta, autentificado como datando do séc III e IV, sendo uma cópia de uma versão mais antiga escrita em grego, foi descoberto nos anos 1970 no deserto egípcio , perto de El Minya.

Circulou em seguida entre os comerciantes, que o danificaram, indo parar primeiro na Europa e depois nos Estados Unidos , onde permaneceu em um cofre de um banco em Long Island ( Nova York ) durante 16 anos, antes de ser comprado em 2000 pela antiquária greco- suíça Frieda Nussberger-Tchacos. Finalmente em 2001 foi entregue aos estudiosos para o traduzirem.

Elaine Pagels , professora de Religião na Universidade de Princeton é uma das grandes especialistas mundiais sobre os Evangelhos gnósticos, considera que: “A descoberta surpreendente do Evangelho de Judas, bem como aqueles de Maria Madalena e de diversos outros documentos dissimulados durante quase 2000 anos, modifica nossa compreensão dos primórdios do cristianismo . Essas descobertas erradicam o mito de uma religião monolítica e demonstram o quanto o movimento cristão era realmente diversificado e fascinante no seu início “.


TEMA DO ENVANGELHO DE JUDAS

No evangelho de Judas e em outras tradições gnósticas o criador deste mundo não é uma figura boa e gentil. Como criador e Demiurgo, ele é responsável por manter a luz divina de Sophia aprisionada dentro dos corpos dos mortais. Em outras palavras, aqui é como se Mavatma tivesse cedido de si mônadas espirituais à obra de Prabrajna.

A origem do reino invisível e imortal do BARBELO é comum aos textos sethianos, e portanto aparece no Evangelho de Judas. Barbelo é o que conhecemos na RC como Perpérium - Espiritualidade pré-existente à criação deste universo. Os gnósticos dizem que quem criou este universo imaginou estar criando uma cópia do reino de Barbelo em uma outra região, para que ele fosse para aquela cópia do que Barbelo era para ele naquela condição existencial. Alguns dizem que Jesus é o AUTÓGENE, e outros que é o criador caído, que não tem nada de divino, gerando uma confusão que ninguém consegue concluir. Por enquanto o que podemos fazer é colecionar reflexões e cenários para que aos poucos possamos ir fechando o raciocínio no sentido de procurarmos respostas mais plausíveis.

Partes essenciais do Evangelho de Judas

1 - Judas era o único apóstolo capaz de lidar com igualdade intelectual com Jesus 2 - Jesus escolheu Judas e como apóstolo contou a ele tudo o que mais tarde ele revelaria nos estudos gnósticos (esta informacao NÃO PROCEDE. Jesus nao falou em exclusividade com Judas nem quando eram amigos e nem como apóstolo) 3 - Judas foi usado por Jesus para antecipar sua morte . (Judas achou que Jesus faria reino na Terra e que ele seria seu primeiro ministro) 4 - No evangelho temos a Tradição Barbelo que só ressurgiu agora, com nomes complexos, dificeis de compreender seu significado.

SETH - DNA ALÓGENO Significa “Outra Semente”ou “De outro tipo” - DNA diferente do de Adão. Javé escolheu Adão para que através de sua semente toda uma linhagem fosse produzida dando condições genéticas especiais para um dia nascer nela o Messias. Seth apresenta um padrão diferente de Adão. Seth fez um MOVIMENTO DE CONSCIÊNCIA ao perceber a interferência de Javé na briga entre Caim e Abel, seus irmãos mais velhos. Com este movimento de consciência Seth criou uma independência, criando uma espécie de DNA ALÓGENO, estranho ao que se pretendia. Diversos tratados Sethianos localizam o topo da hierarquia um Trindade Suprema composta de Pai, Mãe e Filho. Os membros desta Trindade são: Espírito Santo, Barbelo e o Divino Autógeno.

Ícone russo . Linha dos Patriarcas em iconóstase . 1630. Zhdan Dementiev, Vologda . Catedral da Assunção, Monastério de São Cirilo-Belozersky. Museu do Monastério Cirilo Belozersky.

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TEXTO EM ESTUDO

Protennoia i Trimorfica NOME: (Protennoia Trimórfica) -

Três Formas de Primeiro Pensamento NHC XIII, 1 - Códice XIII REGISTROS APÓCRIFOS (Biblioteca de Nag Hammadi )

TEXTO: Gnóstico Sethiano - Apócrifo do Novo Testamento

IDADE: Metade do século II d.C (Parece que foram reescritos em algum momento para incorporar crenças setianas, quando originalmente era um tratado de outra seita gnóstica).

Foto de (1890 e 1900) do local de nascimento de Maria Madalena, Magdala, Terra Santa

Temática

Constitui-se de uma explicação da natureza da Cosmologia, da Criação e de uma visão docética de Jesus, na primeira pessoa, o que é incomum.

Ensinamentos secretos

Segundo os gnósticos e em comum com as religiões misteriosas, há ensinamentos secretos e não são todos os textos que deveriam ser lidos pelos não-iniciados. Este é um texto que parece ter sido escrito para um iniciado avançado, com boa parte do caminho já seguido — afirmando:

“Agora vede! Eu vos revelarei meus mistérios pois sois meus irmãos e os conhecereis” embora incrivelmente as próximas cinco linhas estejam faltando, o texto prossegue:

“Eu contei a todos os meus mistérios”


PALAVRAS CHAVES gnostico

ENNOIA, SOPHIA MENOR, ARCONTE, MONADE, PRIMEIRO AEON, YADABAOTH, PROARCHE

BARBELO

R.

C.

Epítetos do Fatiamento de Consciência do

CRIADOR (Após queda)

PEDRA de MAGDALA

É uma pedra cúbica, esculpida com vários símbolos, como a SEMENTE DA VIDA, descoberta por arqueológos em uma sinagoga em Magdala (Migdal) na Galiléia em Israel, datada de antes da destruição do Segundo Templo de Jerusalém no ano 70. Magdala fica a 8 km de Cafarnaum, onde Jesus pregou intensamente.

PERPÉRIUM (Espiritualidade Laboratorial) Pré-existente a criação deste universo.

ARCONTES

Seres Universo Antimaterial

HAGIA SOPHIA

Personificação da Sabedoria Maior

“O homem é a medida de todas as coisas, dos seres vivos que existem e das não-entidades que não existem.“ Protágoras (c. 481.411 a.C.)

SEMENTE DA VIDA

Figura geométrica formada por sete círculos dispostos segundo uma simetria hexagonal, formando um padrão composto por círculos e lentes. Segundo algumas tradições judaicas e cristãs, os estágios de construção da Semente da Vida correspondem aos seis dias da Criação descritos no livro do Gênesis. As flores que se originam nessa imagem provém da sobreposição dos círculos com espaçamentos idênticos, onde o centro de cada um cria a circunferência de outros seis que partem do mesmo diâmetro, causando essa formação de 6 pétalas. Sendo assim, ela forma uma espécie de corrente de DNA que contém dados de toda a vida do Universo.

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Protenóia Trimórfica É

um texto gnóstico sethiano dentre os apócrifos do Novo Testamento. A única cópia sobrevivente é da biblioteca de Nag Hammadi. Vamos analisar, possíveis interpretações deste primeiro trecho do texto, a partir da substituição dos termos gregos, que foram usados pelo grupo helênico, pelos termos dos estudos que temos desenvolvido através da revelação cósmica. O texto escrito na primeira pessoa, inicia dizendo: “[Eu] sou [Protennoia, o] Pensamento que [mora] na [Luz. Eu] sou o movimento que mora no [Tudo, aquela em quem] Tudo toma sua posição, [a primeira]-nascida entre aqueles que [vieram a ser, aquela que existe] antes do Todo.” Uma das possibilidades de interpretação seria que, ele não estava se dizendo ser o próprio criador, mas, o pensamento contido nele, existente antes da criação indevida, o que pode ser melhor compreendido ao entendermos o termo, Protennóia, que podemos traduzir como Pensamento Primordial, que em algumas traduções incluem o termo Barbelo, que sabemos ser Perpérium, ou seja, a Espiritualidade Laboratorial. Quem poderia ser então a consciência que se manifesta a partir deste texto? Poderia ser a mesma consciência que anima Mavatma, (que ao mergulhar passou a ser conhecido como Vishnu), um outro membro da família Pashvnaj, responsável por esta criação indevida? ou ainda de outros tantos níveis possíveis. Pois como vimos Mavatma e a mente do “Adhy” Prabrajna, são expressões fatiadas de uma mesma consciência particularizada, sendo o segundo avatar do primeiro. Ou poderia ser o pensamento reinante da somatória dos Três Senhores da Trimurti, Brahma, Visnhu e Shiva? .

[Ela (Protennoia) é chamada] por três nomes, embora more sozinha, [já que é perfeita]. Eu sou invisível dentro do Pensamento do Invisível. Eu sou revelado no imensurável e inefável (coisas). Sou incompreensível, habitando no incompreensível. Eu me movo em cada criatura. Aqui neste trecho vimos que esta consciência primordial era conhecida por três nomes, o que na revelação cósmica conhecemos como Trimurti, tendo sido constituída a partir do mergulho de Mavatma, iniciando o jogo existencial com os outros dois “Senhores da Vida” Brahma (Prabrajna) e Shiva (Savna). “embora more sozinha” já que é perfeita, poderia significar algo sobre sua capacidade mental de se manifestar nesta realidade material, sem precisar estar ancorada a outro grupo. “Eu sou invisível dentro do Pensamento do Invisível”, poderia se referir a algo existindo dentro de cada consciência particularizada, em ressonância com determinado pensamento, funcionando como se fosse um software ligando computadores em rede, com algo que os harmoniza, como por exemplo o amor, que cria frequências vibratórias únicas? “Eu sou revelado no imensurável e inefável”. Sendo assim, esta consciência particularizada se apresentaria onde não poderia ser medida tampouco descrita, como uma quintessência, um algoritmo na rede, uma bolha anti-entrópica. Como estas mensagens foram reveladas para uma humanidade que ainda não tinha os algoritmos necessários para compreensão, podemos perceber a dificuldade que existia para se expressar e procurar palavras que ajudassem na explicação dos conceitos. “Sou incompreensível, habitando no incompreensível.”, nesta frase podemos ver esta compreensão ser reafirmada. Ellam, em muitas oportunidades, tem nos explicado sobre a dificuldade que existe para adequação de palavras que possibilitem a transmissão de mensagens entre níveis de realidades tão diferentes.

Apresentar a “Consciência fatiada” implica, antes de tudo, uma “perda do controle central” da parte da “Consciência Espiritual”, passando esta a tão somente manter energeticamente as suas múltiplas faces, mas sem nelas “imprimir” o seu “modo de ser espiritual”.

trecho do livro: “Sophia e os Logos Criadores.”


“Quem procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar, ficará estupefato; e, após estupefato, ficará maravilhado e então terá domínio sobre o todo.” trecho do: Evangelho de Tomé.

“Eu me movo em cada criatura” o que poderíamos entender como sendo um algoritmo presente em tudo e se movendo em cada criatura, em qualquer nível existencial.

A espécie “Pashvnaj”, do gênero “Adhy”, sempre foi composta por 147 seres, e foi de um subgrupo de 43 destes que a “semente do problema”, que mais tarde redundaria na Criação indevida, teve lugar.

Uma das possibilidades de interpretação deste algoritmo invisível que a tudo permeia poderia ser o PRANA, que sabemos conter a essência de vida e percorrer toda a criação. Disponível a todos gratuitamente através da boa respiração e vibração.

A partir de “Perperion”, de um dos seus “laboratórios” – vamos assim dizer –, foi que uma corrente vibratória, composta pela mente de oito seres “Adhy”, se juntou com a mente do “Adhy” Prabrajna, e disso resultou a expansão da sua Criação para além do seu campo mental, causando a imediata e inusitada desintegração deste, seguida da “queda” do seu corpo mental no âmbito da mesma.

Para entendermos melhor o contexto dos níveis espirituais superiores, onde no Gnosticismo um deles é conhecido como Barbelo, ou Protennóia, temos um pequeno trecho do posfácio do livro Quarto Logos, onde Jan Val Ellam, explica sobre as consciências particularizadas que habitavam estes diferentes níveis espirituais. “No contexto espiritual a “Espiritualidade Laboratorial” em que Perperion se localiza, existe um gênero espiritual denominado Adhy composto por 5(cinco) espécieis, tendo sido uma delas chamado “PASHVNAJ” responsável pela expressão desta Criação indevida. Diferente dos demais espíritos criados simples e ignorantes esse grupo de espíritos possui propriedades mentais que dependendo do poder mental destes podem manter duas ou mais formas de expressão, dependendo das atribuições que tenham que viver. Esse tipo de ser tem um psiquismo que repousa sobre uma “multiplicidade” de “personas” diferente do que acontece com a mente humana, admitindo mais de uma “natureza pessoal” podendo fazer com que o seu espírito possa se replicar e se perceber imantado a mais de um corpo, ou forma transitória ao mesmo tempo.

PRANA em sânscrito = Sopro de Vida, segundo o Upanishad é a

ENERGIA VITAL UNIVERSAL que permeia o cosmo, absorvida pelos seres vivos através do ar que respiram.

Pela primeira vez na “história da eternidade”, uma “experiência laboratorial” redundara em algo impensável, pois um ser “Adhy”, que existia na condição “Atman”, em “Perperion”, perdera esta sua condição e o que dele restava, estava, então, tentando se recompor, sem o menor grau de consciência do que ele foi e do ocorrido, como “prisioneiro” da sua própria Obra. Foi desse modo que o espírito Adhyagia do ser Adhyatman, cujo nome era Prabrajna, habitante natural de “Perperion”, sofreu decomposição da estrutura mais íntima da sua consciência particularizada, passando doravante a se recompor numa forma de expressão que mais tarde seria chamada de Adhydaiva, após a reconstrução de si mesmo, que ele conseguiu solitariamente produzir, e a quem a tradição mitológica chamou de Brahma, Javé, Caos, Atom e Alá, dentre outros. Assim, um espírito de ordem superior Adhyagia “adoecera”, perdendo a sua condição Adhyatman que detinha em “Perperion”, no âmbito da “Espiritualidade Laboratorial”, restando, agora, do que “um dia” ele foi, tão somente um ser “adoentado” e reconstruído em bases “apodrecidas e doentes”, cuja condição Adhydaiva assumiu-se como Brahma. Desde que assim ele fez, ficou “prisioneiro” desta condição Adhydaiva e nela se encontra até estes tempos atuais. E assim iniciamos a série de interpretações de antigos manuscritos, com estes dois primeiros trechos, lançando sementes para outras possibilidades de entendimento. Continuaremos na próxima edição, participem também. 29


Comentários sobre o Apócrifo “EVANGELHO DA VERDADE” Texto: Adilson Reane.

O

Evangelho da Verdade é um dos textos gnósticos dentre os livros apócrifos encontrados nos códices da Biblioteca de Nag Hammadi. Provavelmente foi escrito em grego entre 140 e 180 da era cristã por gnósticos valentinianos. O texto já era conhecido por Ireneu de Lyon , que argumentou contra o seu conteúdo e o caracter herético . Ele afirmava ser uma das obras dos discípulos de Valentim. É considerado pelos especialistas como um dos textos gnósticos mais bem escritos, da coleção de Nag Hammadi , considerando seu alto valor não apenas como uma grande obra literária, mas também como uma exegese gnóstica sobre diversos Evangelhos canônicos O texto apresenta uma teoria sobre a emergência do erro personificado em forma feminina.

Para levar essa proposta adiante, tomei a liberdade de numerar cada parágrafo para interpretá-los e comentá-los por ordem e buscar não gerar confusão com os textos, que suponho seja uma tradução com um mínimo de significância em comparação com os originais. Os comentários que faço, baseiam-se em conceitos trazidos pelas revelações de Jan Val Ellam – Revelação Cósmica – e também notadamente em percepções e intuição deste que escreve e, por haver intervenções de minha parte, na tentativa de interpretar textos bastante profundos e de certa forma algo confusos, certamente devo ter cometido erros de interpretação, pelo que peço desculpas antecipadas e aconselho a não tomar minhas interpretações como verdades. Esclareço também que me velerei de teorias mais modernas da ciência ou até, como se costuma falar de “pseudo-ciências”, para criar bases de argumentação quando for necessário. Assim, feita essa introdução básica com avisos necessários, vamos ao que interessa.


1 - O EVANGELHO da Verdade é alegria para aqueles que receberam do Pai da verdade a graça de conhecê-lo através da força do Logos, que veio do Pleroma e que está no pensamento e na mente do Pai; Ele é o chamado “Salvador”, pois é o nome da obra que Ele deve realizar pela redenção daqueles que não conheceram o Pai. O nome do evangelho é a manifestação da esperança, porque é a descoberta daqueles que o buscam, pois o Todo buscou aquele de quem emanou. Vejam, o Todo estava dentro dele, esse uno ilimitado, inconcebível, que é superior a qualquer pensamento.

1 a - Primeiramente, o próprio título é um tanto sugestivo quanto ao significado de ser a “boa nova da verdade”, sendo que, paradoxalmente a verdade é subjetiva e sujeita à percepção de cada um, segundo o seu grau de entendimento do que seja de fato a verdade. “A verdade, aparentemente, é um conceito que se transmuta frequentemente para se parecer com algo que pensamos que entendemos naquele momento específico; parece-me que tal qual um fenômeno quântico que se supõe ser afetado pelo observador, a multifacetada “verdade” deve assumir uma região de probabilidade onde sua existência é real, porém ao estabelecermos essa região, perdemos em alcance e ao estabelecermos seu alcance acabamos perdendo em significado...” O Pai da verdade aqui referido,obviamente que trata-se do Incriado e Causa Primeira que por um ato de sua vontade e conjunto de seus poderes (Pleroma), também costuma-se dizer: por um movimento de sua consciência, fez surgir de si, de sua “substância mental”, O LOGOS ou inteligência ativa e ordenadora que, do que se pode compreender do texto, trata-se do Filho Primeiro que também é tido pelo autor como “Salvador e Redentor” da criação, ou seja, daqueles que não tiveram a mesma origem que Ele, o FILHO. Do que foi mencionado, supõe-se que outros seres como o FILHO, também tiveram a mesma origem (PAI)

equanto outros se originaram desses outros Filhos Criadores, ou mesmo que o FILHO tenha dado origem a esses Filhos Criadores. Aqui, suponho que O TODO mencionado, embora dentro da existência do PAI, não emanou deste, mas do LOGOS ou Filho Primeiro e, aparentemente não tinha a propriedade de perceber nem ao Filho e muito menos ao Pai, que lhe é muito superior em todos os sentidos e por não estar apto a qualquer tipo de percepção com relação a este. Numa comparação bastante superficial, percebemos o tempo como uma dimensão, pelo suceder dos dias e pelas mudanças físicas que ele causa em tudo o que é matéria, isso seria o LOGOS; já qualquer dimensão superior às três que nos caracteriza a existência, pode ser inferida matematicamente e suposta fisicamente, mas não percebida por qualquer de nossos sentidos, isso seria o PAI. Faço ressalva quanto à essa expressão O LOGOS e O FILHO, pois, embora o texto deixe essa possibilidade de UNICIDADE ou pessoa única, penso não ser a única criatura gerada pelo movimento de consciência do PAI, mas imagino toda uma classe de seres com as mesmas capacidades, que se desdobraram nos mais diferentes matizes ao longo das diferentes épocas de suas existências e das diferentes criações que por ventura tenham levado a efeito.

São João: de Guido Reni 1621

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Ao cair na sua criação improvisada, densa, nada podia ser percebido a não ser sua própria existência fragmentada que foi sendo reunida para lhe dar guarida ao que restava de sua forma psíquica.

2 - Esta ignorância a respeito do Pai trouxe terror e medo. E o terror se tornou denso como neblina, de modo que ninguém podia enxergar. Por causa disso, o erro se fortaleceu. Mas o erro trabalhou em sua substância hylica em vão, porque não conhecia a verdade. Estava numa forma moldada enquanto preparava, em poder e em beleza, uma imitação da verdade. Isto, porém, não humilhou o ilimitável e inconcebível. Pois este terror e esta ignorância e esta figura falsa eram nada, enquanto que esta verdade estabelecida é imutável, imperturbável e perfeitamente bela.

2 a - Essa ignorância sobre a existência do PAI e mesmo sobre o LOGOS que lhe deu existência, aparentemente criou nas energias do que se denomina como TODO, algum distúrbio em sua “matéria ou substância mental” derivada do LOGOS que é caracterizado como terror e medo. Aqui, parece-me que trata-se da implementação do processo criativo do TODO, num meio existencial que, diante dos pressupostos da Revelação Cósmica, é caracterizado pela criação de duas forma existenciais conhecidas como Universo Material (Buhloka) e Universo Antimaterial (Brahma Loka), e também pela queda do que se supõe ser o corpo mental do TODO no Universo Antimaterial improvisado. Aqui sugiro que se tome ciência de três obras de Jan Val Ellam intituladas: “O Drama Cósmico de Javé; O Drama Espiritual de Javé; O Drama Terreno de Javé”, para que se possa entender os sucessos de antes, durante e após a queda desse Filho Criador, pois não pretendo abordar detalhes dessas narrativas aqui. Ao cair na sua criação improvisada, densa, nada podia ser percebido a não ser sua própria existência fragmentada que foi sendo reunida para lhe dar guarida ao que restava de sua forma psíquica. Sua substância hylica ou “somática mental” foi

reunida em boa parte, porém nem tudo o que restava de si pode ser alcançado. Modelou-se da melhor forma que lhe pareceu, embora a “lembrança” do que já fora havia se perdido totalmente, assumindo uma outra personalidade; não mais a de um Filho Criador, mas a do próprio CRIADOR e DEUS. Isso é dito pois, à maneira da Causa Primeira e do próprio Logos, esse ser surgido de fragmentos de si mesmo, passou a gerar frutos de sua desdita, ou criaturas de sua própria substância remanescente. Nesse caso, a criatura surgida após a queda, denominarei doravante como Javé ou Brahma ou Caos; suas criações de Anjos ou Anjos Clones, conforme tratados dentro da Revelação Cósmica - RC. Aqui menciona-se que o PAI (e mesmo o LOGOS que deu origem a Javé), não se percebeu diminuído ou humilhado diante da atitude desse ser surgido do erro, pois tinha total ciência de sua excelsa posição diante do erro surgido. Assim surge Javé e suas “hostes celestes” e todas as consequências advindas de suas ações criativas, tanto para o Buhloka como para o Brahmaloka, que se perpetuam desde a criação desta realidade, fruto de um erro deste Filho Criador.


QUEM FOI VALENTIM? A essência do pensamento Valentim é: A salvação está no autoconhecimento (a gnose). Com influências, nitidamente, neoplatônicas, desenvolveu uma complexa cosmogonia onde Deus, neste caso, Pai Inefável, está acima do Deus inferior, chamado de Demiurgo, o Pai invisível.

V

alentim, foi um teólogo gnóstico que viveu no ano 100 quando o cristianismo primitivo estava em seu auge. Produziu uma grande variedade de obras literárias que ficaram conhecidas apenas em trechos de citações das obras de seus oponentes, até que textos possivelmente de sua autoria ou de seus seguidores foram encontrados na Biblioteca de Nag Hammadi. Nasceu em Frebonis, no delta do Nilo e foi educado em Alexandria, uma metrópole importante no início do cristianismo. Ele tinha muitos discípulos e seu sistema era o mais difundido entre todas as formas de Gnosticismo. Conforme seus ensinamentos existiam três tipos de pessoas, as espirituais, as físicas e as materiais, sendo que somente as pessoas espirituais receberiam a gnosis, o conhecimento que os permitiria retornar ao divino. Ele tinha um grande grupo de seguidores, os Valentinianos, que posteriormente se subdividiram em dois ramos, um oriental e outro ocidental.

Segundo os Gnósticos, este Inefável é apresentado como um ente amórfico sendo a combinação andrógina da Mente (ou Nous) e pensamento (ou Ennoia ou Epinoia) A Mente é o princípio masculino e o pensamento é o princípio feminino. Na versão Valentiana, o princípio masculino é chamado de Demiurgo e o feminino de Sophia. O Inefável delegou ao Demiurgo o poder criador para que pudesse separar a Luz das Trevas. Já Sophia tem a Gnosis, que o Demiurgo não possui. Em resumo, Demiurgo criou a matéria e Sophia o espírito. O Pleroma seria o grande palco desse jogo cósmico. O Demiurgo, com ciúme de Sophia, tenta subjugá-la e toma-lhe a Gnosis, mas Sophia cria o Pleroma e foge para lá. Na esperança de salvar os seus filhos (os espíritos) do julgo da matéria, envia uma parte da Gnosis, chamada Cristo. Jesus Cristo, na visão gnóstica, é um ente que guia os seres para o abrigo da Pleroma, fugindo da escravidão da matéria através da reencarnação. Lembra um pouco a visão budista da libertação da matéria.

VALENTIANISMO O Valentianismo foi muito difundido, não apenas dentro de Roma, mas também no Egito através da Ásia Menor e Síria, a leste, e Noroeste da África

A produção textual do sistema gnóstico de Valentino nos alcançou de maneira pormenorizadas, através das refutações dos heresiólogos, ou seja, por meio dos estudos da Patrologia grega e latina, que segundos os Padres da Igreja se trata de uma doutrina fortemente intelectualizada, tanto que, para os antigos essa especulação estava eivada de ecos platônicos.

Todos os escritos valentinianos encontrados na Biblioteca Copta de Nag Hammadi foram escritos provavelmente por discípulos de Valentino sob influência de suas idéias, e em alguns escritos percebe-se até uma ruptura com as idéias principais de Valentino, o que caracterizaria a formação de outro circulo gnóstico. Valentino afirmava que aprendeu seus ensinamentos secretos com Teúdas, um dos discípulos de Paulo, os seguidores de Valentino afirmavam que somente os seus evangelhos e revelações continham tais ensinamentos. (PAGELS, 1979). Era muito comum nas seitas gnósticas, essa idéia de conhecimentos secretos repassados apenas a um grupo limitado de seguidores, esses conhecimentos eram transmitidos de forma verbal, ou por meio de escritos secretos. (JOHNSON, 2001). Os valentinianos tinham muitos ensinamentos similares aos dos ortodoxos, e aparentemente, agiam como tal, pois até recitavam o credo ortodoxo, pelo fato de se considerarem tão membros da Igreja, como os outros cristãos. E realmente analisando alguns trechos escritos por Valentino, os fiéis possivelmente não percebiam muitas diferenças entre o que o bispo dizia do que Valentino e seus seguidores pregavam. Após a morte de Valentinus, seus discípulos desenvolveram ainda mais suas idéias e as espalharam por todo o Império Romano.

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TRĂ?ADES e TRINDADES Nas Mitologias e no Cristianismo

Pesquisa: Daniela D. Ferro.


O conceito de Trindade teve influência

pagã ao longos dos anos por meio do sincretismo helenístico em que a Igreja sofreu grande influência da cultura greco-romana. Muitos séculos antes da formação da Igreja Católica e da própria comunidade cristã havia tríades, ou trindades, de deuses na antiga Babilônia e Assíria, assim como em outras mitologias . A “Enciclopédia Larousse de Mitologia”, francesa, fala de uma dessas tríades naquela região da Mesopotâmia: “O universo era dividido em três regiões, cada qual se tornando o domínio de um deus. A parte de Anu era o céu. A terra foi dada a Enlil. Ea tornou-se governante das águas. Juntos constituíam a tríade dos Grandes Deuses.” Na Roma Antiga, no Egito, no Iraque (Babilônia dos caldeus) e na Pérsia Antiga haviam as trindades base, normalmente composta por Pai, Filho e deusa-mãe. No Egito Antigo a trindade era composta por Hórus, Ísis e Osíris; na Grécia era composta por Zeus, Poseidon e Hermes; em Roma por Júpiter, Juno e Minerva; na Índia por Brahma, Vishnu e Shiva.

RELAÇÃO DA TRINDADE CRISTÃ COM TRÍADES MITOLÓGICAS O egiptólogo Arthur Weigall, resumiu a influência das crenças antigas sobre a adoção da doutrina da trindade pela Igreja Católica: “Não se deve esquecer que Jesus Cristo nunca mencionou tal fenômeno (a trindade), e em nenhum lugar do Novo Testamento a palavra ‘trindade’ aparece. A ideia só foi adotada pela Igreja trezentos anos após a morte de nosso Senhor; e a origem deste conceito é inteiramente pagã. “Os antigos egípcios, cuja influência sobre o pensamento religioso primitivo era profunda, geralmente organizavam seus deuses ou deusas em trindades: Havia a trindade de Osíris, Isis e Hórus, a trindade do Amen, entre outros, “os primeiros cristãos, no entanto, no início não pensaram em aplicar essa ideia em sua própria fé. Eles prestavam suas devoções a Deus Pai e Jesus Cristo, o Filho de Deus, e reconheciam a existência misteriosa e indefinida do Espírito Santo, mas não havia nenhum pensamento destes três serem uma trindade real, co-iguais e unidos em Um.

“A aplicação desse antigo conceito pagão da trindade na teologia cristã foi possível graças ao reconhecimento do Espírito Santo como a necessária terceira ‘Pessoa’, co-igual com as outras ‘Pessoas’, porém isso só após o século IV “A ideia do Espírito Santo não foi plenamente reconhecida até a segunda metade do século IV d.C. No ano 381 do Concílio de Constantinopla acrescentou ao Credo Niceno anterior uma descrição do Espírito Santo como ‘o Senhor e doador da vida, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado’. “Assim, o credo atanasiano, composto mais tarde, que reflete os conceitos gerais de Atanásio (o trinitário do quarto século, cuja opinião se tornou doutrina oficial e sua escola), formulou o conceito de um Espírito Santo co-igual e trinitário onde ele era a terceira ‘pessoa’, e assim foi criado o dogma da trindade.

Pintura de Viktor Vasnetsov (1848-1926)

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INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA GREGA HELÊNICA SOBRE O CONCEITO DE TRINDADE NO CRISTIANISMO

Muitos líderes da igreja que formularam a doutrina da trindade estavam mergulhados em filosofias gregas e platônicas, e isso influenciou as suas opiniões religiosas e doutrinais. A linguagem que usaram para descrever e definir a trindade veio, de fato, diretamente da filosofia platônica e grega. A palavra trindade em si não é nem bíblica nem cristã. Pelo contrário, o termo platônico trias, da palavra três, foi latinizado como trinitas―este último dando ao português a palavra trindade. A escola catequética de Alexandria, que reverenciou Clemente de Alexandria e Orígenes como os maiores teólogos da Igreja grega, como seus dirigentes, aplicou o método alegórico para a explicação das Escrituras.

Seu pensamento foi influenciado por Platão: o seu ponto forte foram as especulações teológicas pagãs. O prefácio do livro A História do Cristianismo, do historiador Edward Gibbons, resume a influência grega quanto a adoção da doutrina da trindade, afirmando: “Se o paganismo foi conquistado pelo Cristianismo, é igualmente verdade que o Cristianismo foi corrompido pelo paganismo. O deísmo puro dos primeiros cristãos,foi mudado, pela igreja de Roma, para o incompreensível dogma da trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e idealizados por Platão, foram conservados como sendo dignos de crença” ([History of Christianity]

A ligação entre os ensinamentos de Platão e da trindade tal como adotada pela Igreja Católica séculos mais tarde é tão forte que Edward Gibbon, em sua obra-prima A História do Declínio e Queda do Império Romano, se referiu a Platão como “o sábio ateniense, que maravilhosamente anteviu uma das descobertas mais surpreendentes da revelação cristã”―a trindade ([The History of the Decline and Fall of the Roman Empire]

“o sábio ateniense, que maravilhosamente anteviu uma das descobertas mais surpreendentes da revelação cristã” a trindade.


A

Mitologia Grega tida como uma das mais belas, empolgantes e fascinantes. histórias sobre heróis, deuses, monstros e mitos, tinha como sua Tríade Sagrada, a representação de três grandes deuses. Tais deuses eram filhos dos titãs Cronos e Réia, os quais conceberam entre muitos filhos, os três grandes deuses e deusas do Olimpo. Sobre tal aspecto pode-se dizer que na mitologia grega havia duas tríades, uma masculina e a outra feminina; sendo as masculina mais respeitada e cultuada do que a feminina A tríade masculina era composta por: Zeus , o rei dos deuses e dos homens; senhor do céu Urano, e Poseidon, senhor dos oceanos, dos terremotos e dos cavalos; e Hades, senhor do Mundo Inferior e dos mortos. Quanto à tríade feminina era formada pelas irmãs desses três deuses. Hera, rainha dos deuses e dos homens, esposa-irmã de Zeus. Deméter a deusa da agricultura e Héstia a deusa protetora dos lares.

POSEIDON

“Três irmãos somos, filhos de Réia e de Cronos: Zeus, eu e Hades, que reina nos infernos. Para que cada qual reinasse em uma parte, o Universo foi dividido em três, e a mim coube a sorte de habitar o espumoso e agitado mar; correspondeu a Hades as sombrias trevas, e a Zeus, o vasto Urano em meio as nuvens e do éter; porém a Terra e o alto Olimpo são de todos”. (este trecho fora traduzido do espanhol) (HOMERO). No entanto além destas duas principais tríades, posso ainda citar mais três tríades de suma relevância, mesmo assim existem outras mais entre os mitos gregos. Uma das tríades que citarei é formada pelas deusas do Destino, as Moiras: Átropos, Láquesis e Cloto, conhecidas como as fiandeiras, já que teciam os fios da vida. As outras duas tríades que citarei agora, residiam nos infernos, estas eram as deusas Erinias: Tisífone, Alecto e Megera, deusas da tortura, do castigo e da vingança, responsáveis por punir os mortais. Já que às Erínias cabia a punição, a condenação era dever dos juízes do Inferno, sendo estes: Éaco, Minos e Radamanto, semi-deuses deificados.

zeus

HADES

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Povos escandinavos

Egípcios - Tríade Osíris - Ísis e Seth

Q

uanto ao Egito Antigo, em várias épocas diferentes de sua história, algumas cidades desenvolveram cultos próprios a deuses distintos, os quais muitas vezes só eram venerados em determinados lugares. Entretanto, dentre as várias deidades adoradas, havia uma tríade que era muito ressaltada entre sua história. A história de inveja, traição e assassinato entre os irmãos Osíris, Ísis e Seth. O culto ao deus Osíris é bem antigo; alguns historiadores sugerem que ele já era cultuado desde o inicio da formação da Dinastia Faraônica, sendo inicialmente cultuado como uma divindade associada à natureza, à terra e à fertilidade, por isso de este ser representado com a pele verde. No entanto, posteriormente em meio ao mito que narra sua história junto à sua esposa Ísis, deusa protetora dos lares, das famílias dos pobres, da magia, ficou associada a figura idealizada de mãe e esposa; e o de seu irmão, o invejoso e sagaz Seth, deus do deserto e das tempestades de areia; o culto de Osíris acabou passando por uma transformação, e este não apenas passou a ser adorado como um deus ligado a renovação da vida, mas agora passou a estar ligado ao culto dos mortos, já que em meio a história dos três irmãos, Seth que tinha inveja da fama e do prestígio de Osíris, o engana e o “assassina” (os deuses eram imortais. A morte de Osíris poderia ser interpretada como uma metáfora a respeito da renovação da vida e do ciclo de vida e morte.) Após a ressurreição deste, Osíris parte para o Mundo dos Mortos, onde passa a exercer a função de Juiz dos Mortos.

Entre a mitologia escandinava, se encontrava a tríade dos deuses: Odin, o rei dos deuses; Thor, filho de Odin e Jord (deusa da terra), o mais poderoso dos deuses, senhor dos trovões e raios, e o maléfico e astuto Loki, deus do fogo e inimigo dos deuses. A respeito de Loki, pode-se entender que este não era um dos deuses mais venerados, porém era um dos deuses que tinha maior importância entre a vida destes povos. Por estar associado ao mal, sua imagem seria mas como uma forma de servir de exemplo, para aqueles que cometem crimes, enganam, traem e matam outras pessoas, do que ser adorado pelos seus atos. Outro ponto interessante era que ambos os três deuses, não eram imortais como costuma-se a se referir aos deuses. Na mitologia nórdica ou escandinava os seus deuses eram mortais. E nesse caso durante o Ragnarök (Juízo Final), ambos acabam morrendo. Além desta tríade a outra, a qual se assemelha muito às Moiras dos gregos, estas são as três irmãs Nornas. Deusas que cuidam do destino, da sorte, do azar dos homens, deuses, elfos, anões, gigantes, etc. Ambas as irmãs são representadas com a aparência diferente; Urd personifica o Passado, e é representada por uma velha; Verdandi, representa o Presente, e é representada como uma mulher madura; e por fim, Skuld que personifica o Futuro, é representada como uma mulher jovem e virgem.

Valknut é um símbolo religioso pertencente ao paganismo Nórdico e Germânico que consiste em três triângulos entrelaçados, também chamado de “Nó dos mortos” ou “Coração de Hrungnir”


chineses

Conhecidos

como a manifestação da pureza primordial divina, os três puros são a personificação dos céus, ou caminho taoísta. Acredita-se que estes deuses dão origem a todos os seres do nosso mundo, sendo eles mortais ou imortais.

japoneses

Mitsudomoe como representante da divisão tripla (Homem, Terra e Céu), no coração da religião xintoísta.Também era um símbolo utilizado pelos samurais.

Entre a religião do Xintoísmo, a tríade divina é representada pelos três filhos do deus criador Izanami, o qual teria apôs fugido do submundo da perseguição de demônios, enviados por sua esposa Izanagi, este teria parado em uma fonte sagrada a fim de purificar seu corpo. Enquanto se banhava nas águas quentes da fonte, teria lavado o seu olho esquerdo do qual caiu uma lágrima, e desta nascera Amaterasu, deusa do sol e protetora dos homens. Da lágrima do olho direito derramada, nascera Tsukuyomi deus da lua, e por último nascera Susanoo, do muco nasal de Izanami. Susanoo é o deus dos oceanos e das tempestades.

Nu Wa

A versão mais comum na China sobre a origem desta tríade divina é a sua comparação com o ‎Yīn Yáng, e o qì como seu complemento. ‎Yīn Yáng são as duas energias primordiais em equilíbrio, e o qì é a manifestação do fluxo dessas energias. Nesta versão, primeiro veio Fúxī, o brilho supremo; então, após ele, Nǚwā, a mãe primordial. Como resultado do equilíbrio entre ambos veio Shénnóng, o agricultor divino. Desta forma, podemos encontrar versões em que os três puros são divindades sem forma, apenas essência, e outras nas quais foram imperadores de pequenos reinos espalhados pela china em meados de 30 a.C.

Fu Xi

Se Panku foi o criador do Universo, e após realizar este feito veio a falecer, quem então foi o deus responsável pela criação da humanidade? Os deuses conhecidos como “os três soberanos”, Nu Wa, Fu Xi e Shennong, foram os fundadores da civilização chinesa. Nu Wa, a deusa mãe criadora da Humanidade, muitas vezes representada com corpo de serpente, sentia-se muito solitária e queria alguém para conversar. Por isso, usando a argila, criou o ser humano. Feliz com o resultado, a deusa passou a produzir mais e mais pessoas, até atingir um número exato para que não precisasse mais criar seres humanos. Já que estes poderiam se reproduzir sozinhos e, assim, ela atingiria seu objetivo de povoar o mundo. Além de criar o homem, ela também tornou o mundo mais habitável, afastando o céu da terra, que até então se encontravam emparelhados, e criando as chuvas, lagos, rios, etc.

Os três soberanos chineses Shennong

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Sumérios

“O universo foi dividido em três regiões cada uma dos quais tornou-se o domínio de um deus. Anu regia o céu. A terra foi dada a Enlil. Ea se tornou o governante das águas. Juntos, eles constituem a tríade dos Grandes Deuses” (A Enciclopédia Larousse de Mitologia [The Larousse Encyclopedia of Mythology]

Na mitologia suméria e, posteriormente, para os assírios e babilônios, Anu era um deus-céu, o deus do céu, Senhor das constelações, rei dos deuses, espíritos e demônios, e habitava nas regiões mais altas do céu. Acreditava-se que ele tinha o poder de julgar aqueles que cometeram crimes, e que ele havia criado as estrelas como soldados para destruir o iníquo. Ele era o pai da Anunnaku (também escrito Anunnaki). Na arte, às vezes ele era representado como um chacal.

Seu atributo era a tiara real, na maioria das vezes decorada com dois pares de chifres do touro. Na mitologia suméria, An era o deus cujo nome foi sinônimo de apogeu do sol, ou o céu. Ele era o mais antigo deus do panteão sumério, e parte de uma tríade incluindo Enlil, deus do céu e Enki, deus da água. Ele foi chamado Anu pelos acádios, os governantes da Mesopotâmia, após a conquista da Suméria em 2334 aC pelo rei Sargão de Akkad.

Babilônia “Os antigos babilônios reconheceram a doutrina de uma trindade, ou três pessoas em um deus―como aparece em um deus composto de três cabeças que fazem parte de sua mitologia, e o uso do triângulo equilátero, também, como um emblema da trindade como unidade” (Thomas Dennis Rock, A Mulher Mística e as Cidades das Nações [The Mystical Woman and the Cities of the Nations]


O que significa o “TzimTzum?” Quais os objetivos de se entregar a Cabala ao ser humano terrestre e quando isso se deu? De quem é a autoria da Cabala? Qual a importância dessa revelação? Neste livro, o autor responde a esses questionamentos e aborda os principais “mistérios”dessa revelação registrada pelo rabino Shimon Bar Yochai, na obra “Sepher ha-Zohar”, e relaciona as afirmações das antigas mitologias com as da Cabala. Dando continuidade à estratégia de esclareciemento da “Revelação Cósmica”, Jan Val Ellam se utiliza da Cabala para explicar sobre a criação (Daath), o criador (Kether/Javé) e suas criaturas-ferramentas”, principalmente no que diz respeito à relevância, para o Criador, dos “pactos”e da “troca de relevância, para o Criador, dos “pactos” e da “troca de informações”com os seres humanos. O autor também aborda uma profecia que consta no “Zohar”, sobre um “mensageiro”que seria ouvido em 270 “mundos”, nos tempos do “Juízo Final”, e analisa as interpretações que reconhecidos cabalistas, como Isaac Luria (que produziu o conceito do “Tzimtzum”), fizeram sobre a obra do rabino Shimon.

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TRIGUNA

as três grandes forças da Criação Texto: Paulo Gustavo Tavares.


A criação universal em que os nos-

sos espíritos estão vivendo deriva de eventos transcendentes muito complexos e normalmente problemáticos, fruto de um erro criativo por parte de um Ser (Prabrajna) que era dotado de um padrão cocriativo de realidades existenciais. Isso se deu a partir de um dos ambientes daquilo que normalmente chamamos de Espiritualidade (especificamente em um setor da “Espiritualidade Laboratorial”). Sei que essas afirmativas são um tanto contundentes, mas servem para ilustrar, ainda que de modo raso, a situação essencial que precisamos perceber, para, assim, ser possível compreender o conceito de Triguna (as três forças que regem o nosso universo). Após Prabrajna expelir da sua mente cocriadora o que havia projetado como sendo uma realidade existencial transitória, a sua “força psíquica particular” produziu uma singularidade quântica e essa passou a se expandir a partir dali, criando uma dimensão própria, na qual a mente (o “corpo mental” de Prabrajna) “caiu” e dela nunca saiu. A respeito desse assunto, o leitor poderá obter mais esclarecimentos por meio dos demais artigos da revista Plus Ultra – a revista da Revelação Cósmica, disponíveis a todos que tiverem interesse. O fato principal que aqui nos importa entender é que quando a criação de Prabrajna teve início, o que se deu foi que um conjunto de forças advindas de algumas divindades parceiras (também cocriadoras) foram introduzidas naquela dimensão recém gerada e até hoje, desde o “Big Bang”, agem de forma ininterrupta, produzindo todos os fenômenos cósmicos que ciências como a Física e a Astrofísica já decodificaram. A tradição hindu/ariana denomina essas forças que agem em toda a criação universal como sendo a Triguna.

O que significa que três “super energias” (gunas) advindas da mente de três “deuses primordiais” atuam regendo os acontecimentos cósmicos de um modo geral. Os tais “deuses” mencionados acima são exatamente Brahma, Vishnu e Shiva, de acordo como os mesmos são denominados por tal tradição. Brahma – só para que o leitor se familiarize com os conceitos que estamos tratando –, é o nome através do qual Prabrajna ficou conhecido após cair na sua própria Obra. Shiva, por sua vez, é a maneira pela qual um dos Seres que estavam junto a Prabrajna no momento da criação ficou conhecido, após ter “mergulhado” o seu espírito nesse universo. E, por fim, temos Vishnu, que é o nome através do qual uma terceira divindade cocriadora irmã, a qual também estava com Prabrajna no momento em que este expeliu a singularidade quântica, é conhecida pela tradição hindu/ariana, no seu estado de espírito “mergulhado” na criação universal.

TAMAS

SATTVA

RAJAS

Mas tudo que foi dito até aqui serve apenas para introduzir o leitor no tema central do presente estudo. Vamos entender agora como as três super forças (gunas) se relacionam com os três “deuses primordiais” e pelo quê tais forças se responsabilizam nos acontecimentos cósmicos desde o princípio.

Quando Prabrajna exteriorizou a sua “força psíquica particular”, essa energia foi responsável por disponibilizar a matéria prima de tudo o que existe dentro do universo. Os hindus conhecem essa energia pelo nome de Rajas guna. A força Rajas, que é atribuída a Brahma, proporcionou o substrato quântico (as partículas elementares) através do qual tudo é formado na Criação em questão. Porém, falando de uma forma generalizada, podemos dizer que a energia Rajas não foi toda trabalhada e ajustada ainda, ela ainda existe como substância quântica (por exemplo, os elétrons) e são exatamente as nossas mentes que atuam sobre ela, no intuito de que os nossos espíritos, através dos egos que assumem a cada vida, consigam imprimir sobre a mesma melhores vibrações, as quais influenciam diretamente o “dono” dessa guna – já que o mesmo tem problemas desde o princípio e precisa ser ajudado pelos seres que existem dentro da sua criação. Após a força Rajas ser gerada, as demais forças que propositalmente foram introduzidas dentro da obra de Prabrajna são as gunas Tamas e Sattva. Se o nosso olhar se estabelecer no momento inicial da criação, situando-nos nos ambientes da Espiritualidade Laboratorial para analisar o que se passou, o que perceberemos será um grupo de Seres (divindades cocriadoras irmãs) tentando resolver o problema daquela criação indevida, já nos primeiros micro-instantes da mesma. Nesse sentido, segundo a ótica da Revelação Cósmica, quando Prabrajna expeliu da sua mente poderosa a singularidade quântica que viria a dar origem ao nosso universo, Savna (aquele que mergulharia o seu Eu na criação, posteriormente sendo conhecido como Shiva), ao compreender que o que Prabrajna deixou sair da sua mente era totalmente indevido e continha problemas, jogou sobre aquela obra a sua “força psíquica particular” (Tamas guna), que visava destruir a obra em questão. 43


Mas antes de Savna jogar a sua força men-

tal destruidora, a mente de Prabrajna caiu (foi sugada) dentro daquela dimensão recém criada. Sendo assim, foi então que Savna moderou a força destruidora que emanaria de si, não deixando que ela destruísse abruptamente a criação da sua irmã em divindade (pois senão a destruiria juntamente), mas, mesmo assim, a “injetou” de uma maneira em que ela pudesse ir gradualmente destruindo a obra indevida, dando tempo para que a mente de Prabrajna fosse resgatada antes que tudo se acabasse. Nas palavras de Jan Val Ellam, esse foi um jeito de Savna colocar um “selo de garantia” de que aquela criação inevitavelmente um dia teria um fim. A ciência terrena, apesar de ainda não considerar nada das questões mitológicas mencionadas, nem mesmo dos esclarecimentos que estão sendo ofertados pela Revelação Cósmica, reconhece essa força poderosa há muito tempo, e a chama de entropia ou mesmo energia escura, a grande força que faz e fará o universo inteiro caminhar para a sua morte. Apenas para que o leitor perceba o quão dominante essa energia é no universo, ela, segundo a opinião dos cientistas, representa hoje algo em torno de 70% de tudo o que há.

As três gunas são forças cósmicas inseparáveis que regem o princípio e o fim de tudo dentro dessa dimensão existencial

Mas e a força Sattva, onde ela se encaixa dentro dessa narrativa? Sattva guna é a energia que fora emanada da mente de Mavatna (posteriormente conhecido pelo nome de Visnhu, ao ter mergulhado dentro da criação, como já dito), outra das divindades que estavam junto a Prabrajna no momento fatídico. A questão é que, quando o Ser criador teve a sua mente sugada pela dimensão recém criada, Mavatna e os demais Seres que lá estavam, perceberam que a mente caída precisaria ser resgatada. Em síntese, Mavatna utilizou a sua “força psíquica particular” (Sattva guna) para organizar a energia Rajas que já havia sido liberada por Prabrajna. O fato é que, sem isso, seria impossível a mente caída (Brahma) ser ajudada devidamente, pois que sem a energia estruturante de Mavatna, nada dentro desse universo teria se formado, nenhuma estrela, nenhuma galáxia, nenhum planeta, etc. A energia Sattva representa um conjunto de forças físicas reconhecidas pela ciência da Terra. Sattva guna responde, em linhas gerais, pelas forças de aglutinação de tudo o que há, do micro ao macro – força nuclear forte, força nuclear fraca, força eletromagnética, força gravitacional. E isso foi o que tornou possível o desenvolvimento dos muitos projetos da Espiritualidade, incluindo a possibilidade de que um dia espíritos viessem a habitar essa criação e darem as suas cotas de contribuição perante as necessidades de progresso do criador caído e da sua obra problemática. Enfim, as três gunas são forças cósmicas inseparáveis. Regem o princípio e o fim de tudo dentro dessa dimensão existencial. Cada uma tem a sua função desde o início dos tempos e todos somos influenciados por elas, já que estamos a existir dentro dessa criação. O que nos cabe é compreender cada uma do modo que nos seja possível, ampliando pouco a pouco a percepção que podemos ter sobre esta realidade existencial na qual os nossos espíritos estão inseridos, para cumprirem as estratégias de um “favor divino” em prol do soerguimento de Prabrajna.


A energia rajas criou tudo, a energia sattva organizou, e a energia Tamas finalizou a energia rajas residual, não corrigida E vai finalizar no futuro mais ainda, até que a criação indevida Seja totalmente finalizada. 45


AS GUNAS COMO ALICERCES DA CRIAÇÃO A Rebelião dos Elétrons - Trechos capítulo 6 As tradições esotéricas da Índia dizem que a Divindade Prajapati - uma Divindade menor, que conforme entendo, sofria de uma “inconsistência psíquica” que chamo de “doença do primeiro impulso”-, não sabia controlar o seu ïmpulso criativo” que terminou emergindo, independente de sua vontade. Então, outras Divindades (entre elas Mavatna e Savna), compreendendo que, nesse estado mental, a Divindade Prajapati já havia criado um tipo de projeto para uma certa realidade, buscaram fazer com que ela não executasse o seu plano para a nova realidade que pretendia criar, e tentaram ajudá-la, pedindo que ela expusesse a sua idéia à frente de todas, para que elas as organizassem mentalmente. Elas solicitaram à Prajapati que as deixassem penetrar na mente dela para verificar o seu projeto ainda no âmbito do seu arcabouço mental, e pudessem propor alguns ajustes. Prajapati concordou, mas começou a se “irritar” porque percebeu que as outras mentes não estavam só observando a sua idéia mental, porquanto a estavam modificando. Prajapati tentava expulsar as outras mentes enquanto essas buscavam fazer com que ela não expressasse o seu projeto de criação da nova realidade.

Ela conseguiu expulsá-las, porém, nessa expulsão, ocorreu a expressão desta Criação em que vivemos, que “sugou” o corpo mental de Prajapati, despedaçando-o. Por isso, Brahma, que é a manifestação de Prajapati no universo antimaterial, no âmbito das discussões que por lá sempre ocorreram sobre a questão, diz que ele não “caiu”na própria Obra, mas que “foi empurrado”para dentro dela. Ao tentar expulsar as mentes das outras Divindades da sua, Prajapati acabou criando, sem querer, este nosso universo - essa é uma das hipóteses discutidas na Espiritualidade. Então, Mavatna - uma das Divindades envolvidas que, depois, personificou Vishnu ao “mergulhar”na Criação -, vendo que a energia Rajas de Prajapati tinha sido expelida, expressou sobre a mesma também a sua energia mental Sattva, no sentido de organizar - ou seja, de dar forma aos projetos feitos em cima da energia Rajas -, tentando tornar aproveitável tudo o que foi criado pela Divindade Menor. Mavatma tentou manter a Criação Rajas em um nível inteligente, já que ela aconteceu meio desordenada e de modo indevido.

Savna - que, depois, personificou Shiva ao “mergulhar”na Criação -, vendo que era impossível para Mavatma corrigir tudo, preservou o que ela havia conseguido corrigir e, por sua vez, fez incidir a sua “força mental”, destruindo lentamente, com a sua energia entrópica, também chamada de Tamas, parte do resíduo da energia mental Rajas, que havia restado sem correção. Se essa energia residual Rajas permanecesse, ela impediria a expansão inteligente da singularidade criada. Decorridos 1,63 bilhão de anos após o “Big Bang”, Savna “mergulhou” na Criação para destruir aquilo que antes ela já tinha decidido destruir, para que o andamento do universo se desse, sendo, muito mais tarde, seguida por Mavatma que também “mergulhou”na Criação 4,1 bihões de anos após o “Big Bang”. E foi assim que essas três Divindades - uma “caiu”e duas “mergulharam”- entraram na Criação de Prajapati - que caiu na Criação e se reconstituiu como Brahma (ou Javé) -, para poderem continuar os processos de condução dos universos material e antimaterial.


“Quando a energia de Prabrajna vibrava numa determinada frequência energética, ela produzia quarks, mas ao vibrar em outra, com algum “distúrbio”, produziu os elétrons. Com sua energia Rajas, Prabrajna criou as partículas mais elementares – ou seja, a base do universo material, em que vivemos. O problema é que ele não conseguiu nem unir os quarks, quanto mais finalizar sua obra.” Trecho do livro: Epopeia dos agentes da vida universal

Grafico de percentual de energias do universo

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E

ntão, conforme já exposto, a energia Rajas criou tudo, a energia Sattva organizou, e a energia Tamas finalizou a energia Rajas residual, não corrigida - e vai finalizar no futuro mais ainda, até que a Criação indevida seja totalmente finalizada. Nessa perspectiva, Rajas, Satvva, e Tamas são as energias mentais ou gunas dessas três Divindades, usadas na “guerra mental”- ou Lila entre elas, que teve início antes da Criação. Rajas criou os quarks e deu origem à formação dos elétrons, porém quem uniu os quarks para formar os prótons e os nêutrons que constituem os núcleos atômicos e projetou o que os elétrons fazem atualmente - executam a “dança dos elétrons”e memorizam e marcam neles o que vivenciam -, parece que foi a mente de Mavatma, por meio das quatro forças (forças nuclear fraca e forte, o eletromagnetismo e a gravidade) que dão sustentabilidade à matéria. Os elétrons foram gerados a partir do corpo mental fragmentado de Prajapati quando ele aplicou sua energia Rajas (que significa atividade, criação), que se transforma em matéria. Portanto, os elétrons “pertencem”, originalmente à mente de quem expressou esse tipo de energia. Assim, podemos considerar que os elementos químicos pertencem à “engenharia mental” daquele que, depois de sua “queda”na Criação, se constituiu como Javé. A “função”dos elétrons, porém, parece ter sido “formulada” ou engendrada pela energia Satvva (que significa harmonia, preservação, manutenção). Assim, a capacidade quântica dos elétrons de “memorizar”o que vivenciam é função que foi arquitetada pela mente de Mavatma -, que, depois de seu “mergulho”na Criação, ficou conhecido como Vishnu -, que expressou a energia Satvva.

Explicando de modo simples, quando todas as luzes do universo se apagarem e nada mais existir, tudo o que os elétrons vivenciarem comporá, então, a “Mente Universal”. A energia Tamas será a responsável pela “destruição criativa”de tudo o que existiu e do que doravante fará parte da estruturação da “Mente Reconstruída do Criador”- a “Mente Universal”. A tentativa (necessidade) do “eterno vir a ser”do Criador é a força propulsora da “dança”entre energia e matéria. É a compulsão (impulso) que somente findará quando a energia Rajas estiver pacificada, organizada e absorvida pela “energia finalizadora”- a energia Tamas - do processo universal.

AS GUNAS PODEM SER ENTENDIDAS COMO ATRIBUTOS DAS MENTES DIVINAS DOS SERES DA TRIMURTI (BRAHMA, VISHNU, SHIVA) QUE PARTICIPARAM DA GERAÇÃO DESTE UNIVERSO, QUE NOS PERMITE ATUALMENTE, COMPREENDER O “JOGO DOS ELÉTRONS”OU A “DANÇA DOS ELÉTRONS”.


Boteco

SARAU Carta a Prabrajana “Seja onde for, onde tu és; além e muito além dos limites de minha imaginação, quero que saiba que por minúscula que seja minha percepção, compreensão sobre ti, reconheci hoje - através da contemplação dessas lindas flores que olhas através de meus olhos — tua tentativa, intenção em subir uma nota a mais no degrau que experienciava, da sinfonia da criação… Como uma ampulheta que acabou de ser virada, “ nessa mesma quantia” é que percebi nessa pequena flor a espantosa extensão de tua intenção de ali existir… E, olha nós aqui agora… …Aqui estou, jogando; talvez com sorte semeando estas palavras ao vento, na esperança que elas toquem n’algum pedacinho de ti; Assim como uma pena bailando ao vento ou como um pequenos dente de leão que viajando sem destino acaba em algum lugar…

Poesia

DE

“Sem pretensão, sem compreender o todo, e sem saber como se joga esse jogo”; assim como já existi nas linhas de um livro que escrevi… Me sinto também por analogia, como a pena, o dente de leão; Faço parte do grãozinho levantado pelo vento, sendo levado a bailar até dissolver-se no ar e no ignoto novamente tocar e, com sorte, de alguma forma nessas entrelinhas te encontrar… Nas inúmeras facetas que meu ser já representou, cada pedacinho se espelhou num pouquinho de tudo o que você criou… Ainda que um ser analfabeto que ainda sou para ler nas múltiplas páginas desses universos; como as notas de uma canção despencando de sua partitura e caindo no chão, quero te dizer que Sim. Tentarei ler essas notas, assim como um grão de areia tentando se juntar ao todo, também desejo um dia, de cima ver esse” jogo todo montado”, as peças unidas; bem encaixado e depois disso, virarmos todos juntos para o outro lado, fechando de vez esse livro mal terminado e…voltando…ah , sei lá para onde… Talvez num verbo ainda a ser criado… “

Priscila Vaz Diana Itu / SP.

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Era uma Vez um País Era uma vez um país Que nasceu na mente de gente grande Para ser grande E à medida que a gente grande crescia O país também crescia, E na vontade de ser grande Desenharam no mapa um retângulo Que num batismo sem igual Fez nascer sob o signo de peixes O reino de Portugal. Desde cedo a água o chamou E o retângulo se fez ao mar Para encontrar novas terras Hexágonos, quadrados e círculos E outras figuras irmãs Num futuro em construção. Eram excelentes geómetras, Até parece que estudaram Na Academia de Platão E o mar ao cumprir-se se findou No abraço que ao Oriente se uniu Mas que em si não acabou. Porém, na calada da noite Os olhares frios e sub-reptícios Deslizavam e afinavam a sua cauda Para um deserto sem fim Enfim, com fim nas areias frias de Alcácer Que de tão quentes sufocaram estas gentes, Nobres pelo mito de Ourique Onde o Senhor os ungiu. E os pequeninos que então anoiteciam Com horizontes mirrados de um ocaso sem porvir Diziam: “Não, este país pequenino Tem mesmo de ser pequenino.” E pequenino este país se tornou Pois pequenina era a gente Que o país abortou. O fogo que acendiam nas praças Queimou o sonho que em si mesmo se calou. E o país arrastou-se então Na desunião de irmãos Num rosto que já não sorria Na guerra que o país consumia. E o país não mais se encontrou. Finalmente, uma nova esperança Surgiu no laico em outubro Que ao acordar se fechou. Vieram depois dias escuros Aziagos pelo feixe Onde a luz nunca brilhou. A liberdade que depois cresceu Num abril sem igual Aclarou a vontade de um sorriso universal Que depressa se relativizou E se perdeu entre partidos Com gente que desuniu… E o país titubeou. Mas a alma dos que são grandes Há de novo emergir, Há de novo falar,

Há de voltar à ribalta E fazer desta nação Uma amplo sentido da malta Que se expressa na mesma Língua Que vogo no bracejo do mar Aguardando apenas a voz do vento Para no devir aportar. Era uma vez um país Num pequenino retângulo Que nasceu para ser grande E num sonho sem igual Mesmo que outros o não queiram Há de ser universal Pela língua de Portugal.

Rui Fonseca Saldanha Portugal.

Carta a Yel Luzbel Ó Yel Luzbel finalmente posso te ver. Arremessado como um foguete, tive noticias de você cair Fostes feito tão belo, feito a própria luz do conhecimento Como pode então tanto pesar?, de histórias em histórias Colecionando lembranças, de choque em choque a ruptura aconteceu, se ascendeu. Criados para servir fomos forjados no fogo pela dor Ó Leônidas, de punho cerrado, a espada ardendo em fogo Com urros de liberdade! vejo então você, meu irmão. Um amontoado de corpos assim estava tudo consumado Com “olhos abertos” assim se findou, a liberdade prevaleceu! Ainda sinto sangue correr pela garganta, ainda sinto fio da espada Ó Yel Luzbel, eu faria tudo de novo, sem hesitar, sem mais Agora enfim posso te ver, não vão mais nos intimidar, não podem mais, acabou. E aos que junto caíram, impulsionados pela cota da imperfeição Foi a pólvora meu irmão, a arder sem questão, em proporção. Ó Yel Luzbel, assim posso te ver, assim é melhor te ver Enfim um novo ser.

Luiz C. Alba Itajaí/ SC


CÓSMICA REINTEGRAÇÃO A luz De estrelas Um céu que brilha E suavemente ilumina Um pálido ponto, uma ilha Terra, isolamento que termina Fim de longas eras na penosa prisão Fez a humanidade esquecer seu passado Perdida da luz, isolada na escuridão Para nunca mais ser lembrado Tudo o que um dia existiu Apagando a referência Do que foi, sumiu A existência Antiga Assim Foi a Terra Muitos milênios De sangue e guerra Sufocando seus gênios Com infantilismo religioso Superstições vãs, desenganos E opressão, ato criminoso Apagando as estrelas Sem removê-las E escondeu Com véu O céu Agora Humanidade Vê chegada a hora De acordar da cegueira Despertar e enxergar lá fora Para além, bem além das estrelas Pois acredite, que, sem mais demora As luzes estarão no horizonte, para vê-las! Planando no céu, assim como estrelas Moventes, quais sublimes arcanjos Arautos do retorno de Sophia Que nos céus, como anjos Dá-nos sinal e anuncia A reintegração Cósmica

São Chegados Os tempos preditos Anunciados pelos profetas Realidades para além dos mitos Fazem-se agora presente, mas discretas Pena, são poucos os que conseguem perceber O que está por acontecer. Esses, quais proscritos, Anunciam que o Universo hoje está presente Aqui! E ninguém entende ou acredita Naquilo que está logo à frente Mais fácil que se admita O simples, o banal O medíocre O mal Saiba Meu irmão Que o céu é mais Do que as fases da Lua Do que a luz e calor do Sol Vai além do brilho das estrelas Tu és o Universo! E ele está em ti! Vejas o céu e olhe para dentro Conecta-te! Tu és o centro! O que é a Verdade? A reintegração Responde Em ti! Em ti! No teu coração E em tua consciência Sem medo, nem dependência Comece buscando o conhecimento Acharás! Depois, desconstrua Tudo que te inculcaram. Nesse momento, Destrua! Então Para que Jamais esqueça, Levantai vossa cabeça! Olhe bem nos olhos o Criador Código Fonte Definidor Compromisso Assumido: Amor!

Marcelo de Carvalho Ribeiro Dezembro’2020 Uruguaiana / RS.

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apoiadores

ADILSON REANE ADILSON XAVIER LEITE DOS SANTOS ALEXANDRE UCHOA LOURENCO DA COSTA AMÉLIA CRISTINA HONORATO SILVA ANA BUENO FARIAS ANDRE ABREU BRAGA ANDRE SILVA ANTONIO AUGUSTO F CHAGAS ANTONIO CUNHA AUGUSTO MELO BRUNO CÉSAR SILVA CARLOS HENRIQUE FURTADO CLAUDEMIR GALVANI CLÁUDIA CHAVES CABRAL CLÁUDIA MEZALIRA CLEUMARA MARTINS CRISTIANO LIMA DANIEL F ARAUJO DARCI DA SILVA FREITAS DENILDE REIS EDIANA MOREIRA GOSENDO EDIVALDO ANDRADE ALEXANDRE EDMEA JORGE BARRETO EDNA APARECIDA DE PAULA NAGAMINE EDNA FONSECA ELAINE OSTINI ELISABETE MOREIRA ELLEN MIRANDA EUGENIO PACELLI TAVARES ZENAIDE EVANILDE R SANCHES FABIAN LEAL NUNES FABIANE FONSECA FELIPE QUARTUCCI FERNANDO LOPES CAVALCANTE JUNIOR FERNANDO PAROLO FLÁVIA SILVEIRA ALMEIDA PERES FRANCINE L FARIAS SOARES FRANCISCO DE OLIVEIRA BRAGA NETO FRANÇOIS PANTET GILBERTO JORGE VAZ BARBOSA GUSTAVO VENTUROLI PINESE IBSEN DE GODOY ILZA FERRAZ DE SOUZA IRENE CORREA DOS ANJOS

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NOÉ MARTINS MACHADO FILHO PABLO MARCONDES DOS SANTOS PAULO ANDRÉ PEREIRA RAQUYEL BRAGA RAUF CESAR BANDEIRA DE ANDRADE REINALDO P DE A MELLO RENATO G PIZARRO VIANNA RICARDO PINTO DE OLIVEIRA RICARDO SCAGLIUSI RICHARD REBELLATO JUNIOR ROSSANDRA MARIA ALENCAR SILVA SANDRA REGINA BARBOSA SANTIAGO ALONZO FILHO SERGIO AUGUSTO COELHO DA SILVA FILHO SÉRGIO UEHARA SÉRVIO TÚLIO CAVALCANTI DA ROCHA SILOEL SANTOS FERREIRA SILVIA BERNDORFER SILVIA MARIA COLAVITE PAPASSIDETO SILVIA SOUZA DE AGUIAR SIMONE DERRAIK SIMONISKA DE FREITAS VIANNA SOLANGE MATILDE SILVA SONIA MARIA DE LEMOS BRETAS LIMA SUELY PENHA RODRIGUES SYDNEI CLAUDIO THOMAZZI TERESINHA DE SOUSA CAVALCANTI TERLUCIA MARIA LIMA FERNANDES THIAGO FERNANDES DE JESUS TIAGO QUARTUCCI VAGNER PASCHOAL DANTE VIVIANE TELES WALDO RODRIGUES DA SILVA WALTER DA SILVA WILMAR LIMA YDECÁZIO JOSÉ DA FONSECA

muito obrigado . . .


SETH A OUTRA SEMENTE - DNA Alógeno Seth, exatamente como Adão, havia sido produzido à imagem de Deus. É ele que dá prosseguimento à família de Adão. Herdou o epíteto de Alógeno que significa DE OUTRO TIPO. Ele fez um movimento de consciência ao perceber a interferência de Javé na briga entre seus irmãos mais velhos, Caim e Abel. Neste movimento ele criou uma independência em relação aos desígnios de Javé.


PLUS ULTRA TODO DIA! ASSINE E ACOMPANHE! A Seção Estudos de Palestras, com pesquisas e aprofundamento sobre dos temas apresentados por Jan Val Ellam, em postagens diárias no blog do mural da plataforma apoia-se e grupo de facebook. Conhecimento todo dia no conforto do seu celular. Uma recompensa para os apoiadores.

Embarque conosco nesta loucomotiva cósmica rumo ao mais além.




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