Anais do Seminário de Educação Ambiental de Juruena

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Expediente Os anais do Seminário de Educação Ambiental de Juruena constituem uma realização da Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena e da sua rede de parceiros, através do Projeto Poço de Carbono Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental. Presidente e Coordenador Geral: Neri Grassi Coordenador Técnico: Engº Agrônomo M. Sc. Paulo Cesar Nunes Coordenadora Local: Engª Agrônoma Ariane Assunção Ramos Comissão Organizadora: Adenir Vendrame – CEI- Arco Iris Ariane Assunção Ramos – ADERJUR /PPCJ André Alves – Assessoria de Imprensa/PPCJ Antonio Vieira de Mello - ADERJUR /PPCJ Liandro Sell - ADERJUR /PPCJ Lucinéia Machado- ADERJUR /PPCJ Kátia Rocha da Silva - ADERJUR /PPCJ Kelly Cristina – EE. Dom Aquino Corrêa Paulo César Nunes - ADERJUR /PPCJ Paulo Von Ryn - ADERJUR /PPCJ Robson Pancieri - EE. Dom Aquino Corrêa Comitê Científico: Arlete Assunção Ramos - Bióloga MSc. em Agricultura Tropical, Esp. em Educação Ambiental Antonio Carlos Faneca - Pedagogo Esp. em Educação do Campo e Pisicopedagogia Lourdes Alves de Souza - Pedagoga Esp. em Tecnologias na Educação Noemi dos Reis Correa - Letras Esp. em Tecnologias na Educação Maquilaine Henriqueta Lourenço Bióloga Esp. em Saúde Pública Organização do Conteúdo: Adenir Vendrame Kelly Cristina de Oliveira Silva Polete Apoio: Bernardinho Crozetta – Prefeito do Municipio de Juruena Edilson Bratkoski – Diretor Escola Estadual Dom Aquino Corrêa Hélvio de Lima – Secretário Municipal de Educação de Juruena Cuidando e Protegendo a Floresta: organização Projeto Poço de Carbono Juruena MT: Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena- ADERJUR, 2011 Av. 04 de julho, s/n, Vila Nova, 78340-000 – Juruena (MT) Telefone: (66) 3553-1690 E-mail: carbonojuruena@gmail.com - Site: www.carbonojuruena.org.br


Mensagem Abro-te as portas da floresta Então entre... Seja bem vindo! Nela verás que há muitas portas e que estão por todos os lados te convidando a entregar-se a sedução da sabedoria florestal. Há algumas portas que mostram o lado de dentro das árvores, estes molhados de seiva bruta, mas elaborado em conhecimentos, que de repente, te mostram um mundo escondido embaixo de uma folha verde que se expande em gás vivificador e também na folha morta que se entrega a terra para integrar-se, outra vez, ao ciclo vital. Há também uma porta que te leva direto ao coração dos bichos, ao entrar verás que há tanta poesia escrita nos cantos e gritos dos mesmos, poesias para te encheres de encanto, então não tenha pressa, pare, ouça, aprecie! Que tom! Que canto! Não esqueça de procurar as portas que te mostram os caminhos dos rios. Caminhos molhados de mistérios e encantos. Olhe dentro dos olhos d’água. É lindo! Eles te mostram o encontro entre o céu e a terra refletidos de verdade. Em algumas portas da floresta os pássaros te esperam, para quando lá chegares, contigo voar até o dossel das árvores. Então aproveite! É lá em cima que a maioria dos pássaros fazem os ninhos, olhe quantos ninhos puder e aprenda com eles como fazer o teu ninho, como cuidar da tua prole. Não deixe de ler, entre as folhas de uma árvore e outra, as lendas da floresta. Dentro de uma delas mora o Curupira, ele te ajudará ler, aí dentro do mato, aquilo que você leu mas não entendeu! Ah! Eu ia esquecendo! Não deixe de entrar na porta que te leva ao encontro de si mesmo, ela te conduzirá bem no meio da floresta, num espelho d’água, então mergulhe nas profundezas de tua alma, mas antes não esqueça de abrir a porta do teu coração, se assim fizer, verás que também é parte da CRIAÇÃO. Adenir Vendrame


AGRADECIMENTO Agradecemos aos agricultores familiares, professores, crianças e todos os parceiros que não mediram esforços para o sucesso do programa de educação ambiental para a Gestão e Conservação dos Recursos Naturais no município de Juruena. Em especial agradecemos a Petrobras que, por meio do Programa Petrobras Ambiental, patrocinou o projeto Poço de Carbono Juruena, tornando possível a realização de importantes e imprescindíveis ações e iniciativas sustentáveis na região.


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO, 08 PROGRAMAÇÃO, 10 SESSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS – “Amazônia: Um desafio educacional”, 12 RESUMOS DE TRABALHOS EM PÔSTER AMENIZANDO O EFEITO ESTUFA!, 14 GADOMSKI, Lidia A CONTRIBUIÇÃO DO QUINTAL PARA A MELHORIA DO AR. A TERRA EM PERIGO, 15 CARDOSO, Sirlei Barqueiros dos Santos, MARTINS, Justina Inês Miglioranza, PEREIRA, Edirley Martins VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NO ASSENTAMENTO VALE DO AMANHECER, 16 VON RYN, Valéria Gomes Dias e ABREU, Viviane Gomes Dias SESSÃO SISTEMAS AGROFLORESTAIS – “Sistemas Agroflorestais Educacionais”, 17 RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS EM COMUNICAÇÃO ORAL COMO A FLORESTA FUNCIONA?, 18 VENDRAME, Adenir REFLORESTAMENTO NA COMUNIDADE SANTOS ANJOS, 19 SOUZA, Márcia Kraemer dos Santos HORTA ESCOLAR, 20 PALÁCIO, Cristiane Abreu. SOUZA, Regiane Jales De. BAIL, Mariza Aparecida REFLORESTANDO AS MARGENS DE CÓRREGOS E NASCENTES, 21 OLIVEIRA, Maria Luzia de QUINTAL AGROFLORESTAL COMO SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: INCENTIVANDO O CULTIVO DA HORTA, 22 MORAIS, Maria de Jesus P. CONCEIÇÂO, Luzinéia Lima QUINTAL AGROFLORESTAL: ARBORIZAÇÃO E JARDINAGEM, 23 BRANDÃO, Lucinda Rodrigues, OLIVEIRA, Alessandra Levertina Almeida, VENDRAME, Adenir RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS EM PÔSTER QUINTAL AGROFLORESTAL: CONHECENDO A TERRA FÉRTIL: COMO SE FORMA O HÚMUS, 24 MARTINS, Justina Inês Miglioranza, CARDOSO, Sirlei Barqueiros dos Santos, PEREIRA, Edirley Martins


ERVAS MEDICINAIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ENRAIZANDO O COMPROMISSO SOCIAL, 25 SILVA,Liene de Fátima da, OLIVEIRA, Dhony Lima de, PANCIERI, Robson Vieira INSERÇÃO DA MORINGA NA AGROFLORESTA NO SÍTIO ÁGUA AZUL, 26 CONCEIÇÃO, Luzinéia Lima, MORAIS, Maria de Jesus P QUINTAIS “A IMPORTÂNCIA DO POMAR DE FRUTAS”, 27 TOMÉ, Gircilene Vital SESSÃO CUIDANDO DO AMBIENTE – “Um compromisso ético com o planeta”, 28 RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS EM COMUNICAÇÃO ORAL VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! O SOLO DO JARDIM, 29 SOUZA, Regiane Jales De. NETO, Marcionila A. Pedretti. FLECK, Ivete Regina VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! AS PLANTAS DO JARDIM, 30 NETO, Marcionila A. Pedretti. FLECK, Ivete Regina. MEDEIROS, Márcia L. Ferreira VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! BICHINHOS DO JARDIM, 31 BOSCOLO, Elizabete. GOMES, Mônica de Matos Felix. RIBEIRO, Sirlei POLUIÇÃO DOS RIOS, 32 CHINAIDER, Sônia Aparecida HORTA PEDAGÓGICA, 33 ALVES, Maria Vilma Pereira da Silva RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS EM PÔSTER PEQUENAS ATITUDES GRANDES RESULTADOS, 34 SILVA, Leila Cristina HORTA ESCOLAR CARAMUJO AFRICANO, 35 GASTALDIN, Vânia Aparecida; SANTOS, Maria Angélica EDUCAÇÃO AMBIENTAL: SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE, 36 CHAVES, Adriana Cristina do Amaral; KAVA, Cristhiane Fabiana HORTA ESCOLAR: PLANTAS MEDICINAIS, 37 DIAS, Leila Raquel Mesquita


REUTILIZAÇÃO DE EMBALAGENS AJUDANDO NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, 38 BRATKOSKI, Inês Margarida Ochôa; SALOMÃO, Illisrelis dos Santos HORTA ECOLÓGICA COM GARRAFAS PET, 39 LIMA, Marluce Guedes HORTA PEDAGÓGICA MANDALA: ALIMENTAÇÃO, SAUDÁVEL E RESPONSÁVEL, 40 POLETE, Kelly Cristina de Oliveira Silva; MENDES, Maria Silvia Rodrigues; SOCREPPA, Rosamalena Benedita Rodrigues SACOLAS DE RÁFIA DE PLÁSTICO, UM PROJETO QUE ENVOLVERÁ A ESCOLA, ALUNOS E OS FAMILIARES QUE RESIDEM NA FAZENDA SÃO MARCELO, 41 BRATKOSKI, Vanir Dalmolin A IMPORTÂNCIA DOS VEGETAIS NA VIDA HUMANA, 42 SILVA, Cláudia Regina Machado HORTA ESCOLAR, VIVA BEM, ALIMENTE–SE BEM, 43 PAULI, Dirlei “RECICLANDO HÁBITOS E ATITUDES”, 44 CAMARGO, Silvana E.,SCHIMUNECK,Sintia CULTURA LOCAL VERSOS ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, 45 SCHIMUNECK, Sintia, CAMARGO, Silvana E., PORATO, Ana Paula HORTA PEDAGÓGICA NA FAZENDA SANTA TEREZA: UMA CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL, 46 ROCHA, Keila Alcântara, SILVA Renata Carla da ANEXOS “EDUCADOR AGROFLORESTAL”, 47 RODRIGUES, Flavio Quental “AGRICULTURA E SEQUESTRO DE CARBONO”, 53 SIQUEIRA, Samira Alvim de


APRESENTAÇÃO O Projeto Poço de Carbono está sendo desenvolvido no Município de Juruena, localizado na região Noroeste do estado de Mato Grosso, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena, com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, para o período de 2010–2011. Com o objetivo de implantar sistemas agroflorestais e conservar áreas com floresta. Estes sistemas são formas de cultivar a terra que buscam princípios nos ecossistemas da floresta e assim, possibilitam a sustentabilidade dos recursos naturais e a produção com vantagens sociais, econômicas e ambientais. Para almejar este objetivo, buscou-se como aliados os agricultores experimentadores desses sistemas, no município, também firmou-se parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e com a Escola Estadual Dom Aquino Corrêa. A Educação Ambiental fortifica todo processo de ensino presente numa comunidade, pois tem o poder de transformar a realidade problema em possibilidades de vida. Foi pensando nessa importância que se investiu no programa de Educação Ambiental para a Gestão e Conservação dos Recursos Naturais, buscando a educação informal, trabalhando diretamente com o agricultor, e a formal, apoiando projetos educativos das escolas, integrados com a comunidade. O processo informal atingiu, até o momento, 782 agricultores, sendo trabalhados através de oficinas, seminários e trocas de saberes como os intercâmbios em sistemas agroflorestais da região. O processo formal tem acontecido com 2040 alunos das 12 escolas participantes. Esse trabalho tem primado pela idéia de que as crianças são a garantia da mudança de paradigma na cultura da terra, sendo condutores para o futuro da prática de produção sustentável, e no presente, estão sendo grandes incentivadores, pois cobram dos pais, que seja feito em casa o que aprendem na escola. O trabalho tem acontecido através de diversas estratégias didático-pedagógicas tais como: oficinas com os professores, consultoria diretamente nas escolas, atendendo cada projeto individualmente, ajudando no planejamento e na fundamentação teórica, oficinas de campo com os alunos, apoio técnico nos “laboratórios vivos” que foram implantados nas escolas. Ao todo, são desenvolvidos 39 projetos em escolas urbanas e do campo, na rede estadual e municipal, que incentivam a produção sustentável, para isso, foram implantadas hortas, quintais, jardins, agroflorestas, pomares, reflorestamento de áreas em margens de rios e áreas degradadas das comunidades, biodigestor, reciclagens e reaproveitamento de lixo. Também são realizados estudos abordando o contexto da floresta e sua importância, efeito estufa e aquecimento global.

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Neste ano de 2011, em comemoração ao Ano Internacional das Florestas e para o fortalecimento deste processo de educação ambiental, foi realizado o I Seminário de Educação Ambiental no município de Juruena “Cuidando e Protegendo a Floresta”, voltado para professores e agricultores, oportunizando trocas de saberes, reflexões e construções de conceito a respeito da educação ambiental com palestras, apresentações de trabalhos das escolas e da comunidade. É com grande prazer que o Projeto Poço de Carbono apresenta o resultado deste seminário, publicando todos os trabalhos apresentados por professores participantes ou não do projeto, oportunizando a publicação para todos os interessados neste tema. Os mesmos, empenhados por uma Educação Ambiental verdadeira, aquela que prima para a transformação da realidade, embrenharam-se nas trilhas de suas comunidades, buscando na intimidade destas, as problemáticas para a ação pedagógica. Cada projeto apresentado faz emergir uma mensagem que contribui para a reflexão nos aspectos pedagógicos, ambientais, culturais, sociais e políticos que permeiam a educação ambiental. Nosso passo inicial, em cada processo de ensino, foi fortalecer o encontro do SER HUMANO, integrando-o como SER DA NATUREZA, através do passeio pela floresta; do cultivo da plantinha; da observação do nascimento da semente; dos cuidados diários da horta e do jardim; do chá que cura a doença; da coleta do lixo e no transformar deste em arte; do reflorestar a margem do rio; do estudar as mudanças climáticas e o seqüestro de carbono e tantos outros... Os resultados apresentados, em cada projeto, mostram que estamos caminhando para a alfabetização ecológica, essa defendida por Capra (2004, p.231), de que é preciso buscarmos nas comunidades de plantas e animais, ou seja, nos ecossistemas, os princípios para a sustentabilidade nos nossos modos de cultivarmos a terra, nossos sonhos e esperanças em cada passo que dermos sobre a mesma. Mostrou-nos também que, o primeiro passo começa dentro de nós, sentindo-nos filhos da terra, sendo receptivos, de coração aberto para acolhermos a vida e a ela nos reconectarmos. Tudo isso tem permitido a sensibilização, passo fundamental para a conscientização, sendo conscientes de que somos parte integrante da natureza, com certeza, seguiremos CUIDANDO E PROTEGENDO NOSSAS FLORESTAS.

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SESSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS AMAZÔNIA: UM DESAFIO EDUCACIONAL Temos uma saga escrita nas terras Amazônicas, precisamos sentir a mesma como parte de nossas vidas, tendo prazer em pertencer a uma das regiões com maior riqueza natural e social. Precisamos conhecer, estudar e refletir a história dessa terra com intensidade, pois é neste chão que brota a maior floresta tropical do planeta, a mais rica em água doce e biodiversidade do mundo. O grande desafio enquanto educadores é trazer toda a riqueza desse patrimônio natural e social, apresentada em fauna e flora, águas, rios, terras, povos e cultura para a nossa prática educativa. Para isso, o processo educativo precisa ser firmado na pedagogia do mundo, “precisamos ler o mundo”, como já nos disse o grande educador Paulo Freire (1994). As crianças precisam interagir com o meio onde vivem, precisam entender seus ecossistemas para aprenderem os princípios sustentáveis que regem a natureza, para, tal qual, quando adultos, fazerem funcionar suas roças, seus quintais, suas praças e até suas empresas. É estudando o bioma amazônico e entendendo, pelo menos um pouquinho de seus princípios, que passamos a respeitá-lo e utilizá-lo como se deve. Para se ter uma idéia, estudar o processo de fotossíntese da floresta, associando aos ciclos de carbono, da água, da regeneração natural e outros princípios, é fundamental para que se entenda que a floresta Amazônica presta serviços ambientais de muita importância para o total funcionamento da Terra, principalmente com relação ao clima. No entanto, muitas vezes, esse precioso processo, é ensinado de forma fragmentada, como se não estivesse nada ligado. É preciso contextualizar o processo de ensino para que o “todo” seja entendido, para que a destruição dos recursos naturais seja freada. A destruição e queimada de grande parte da floresta Amazônica, todos os anos, tem emitido para a atmosfera toneladas de gás carbônico, esse é um dos principais gases que tem intensificado o efeito estufa ocasionando o superaquecimento do planeta, assim, drásticas mudanças em todo o clima da terra. Nossa região tem sentido com intensidade forte ondas de calor, período de seca prolongado e no período chuvoso, desequilíbrio no fluxo de água, às vezes chovendo muito num lugar e pouco em outro. Esse desflorestamento tem colocado em risco, e até mesmo extinguido, parte da biodiversidade, com isso, não estamos perdendo só os recursos naturais, mas também capital social, pois na extinção de plantas que nem chegamos a conhecê-las, podia estar a esperança para a cura do câncer, da aids e tantas outras doenças que assombram a humanidade. Para mudarmos essa história de destruição que vê a natureza somente como fonte de economia, precisamos entender que tudo está ligado na complexa e delicada teia da vida por conexões imperceptíveis aos olhos humanos, mas fundamentais para a existência do todo. Talvez não estejamos prontos para entendermos isso, porque falta-nos perceber algo também imperceptível, que está dentro de nós, o sentimento. É como nos diz Boff (1999, p. 99 e 100), o sentimento precisa estar em tudo, sem ele, podemos dizer que, deixamos de ser HUMANOS: -12-


Tudo começa com o sentimento. É o sentimento que nos faz sensíveis ao que está a nossa volta, que nos faz gostar ou desgostar. É o sentimento que nos une as coisas e nos envolve com as pessoas. É o sentimento que produz encantamento face à grandeza dos céus, suscita veneração diante da complexidade da Mãe-Terra (...) É com o coração ( sentimento) que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos. É o sentimento que torna as pessoas, coisas e situações importantes p a r a n ó s . Esse sentimento profundo se chama cuidado. Esperamos que assim, cheios de sentimentos, possamos entender a vida na Amazônia com maior intensidade, assim como Munduruku (2007, p.61) entendeu, “Entendi que cada um dos elementos vivos segura uma ponta do fio da vida, e o que fere, machuca a Terra, machuca também a todos nós.

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RESUMOS DE TRABALHOS EM PÔSTER AMENIZANDO O EFEITO ESTUFA GADOMSKI, Lidia Escola Municipal “07 de Maio” escola07demaio_jrna@hotmail.com A ação humana pode comprometer a vida no planeta, apesar dos alertas frequentes dos cientistas o homem continua utilizando desenfreadamente os recursos naturais, colocando em risco nossa própria existência e a qualidade de vida. Portanto precisamos buscar formas de usar racionalmente esses recursos, pois eles são finitos e seu mau uso pode levar ao esgotamento trazendo graves consequências. Somos frutos de uma cultura de exploração por isso muitos hábitos arcaicos ainda resistem ao tempo, entre eles às queimadas, sendo uma das maiores responsáveis pela emissão de CO2 no Brasil. De acordo com Czapski (2008, p. 16) “cerca de 75% das emissões de CO2 provêm do desmatamento e das queimadas, sobretudo na Amazônia Legal, fato que intensifica o efeito estufa”, que é caracterizado como um processo natural que mantém a terra aquecida, permitindo o desenvolvimento da vida, mas os seres humanos têm influenciado o aumento desse efeito gerando consequências catastróficas. Diante desse contexto se faz necessário buscarmos alternativas que minimizem esse impacto no ambiente. Uma das formas de promover mudanças de atitude, que diminua os impactos no ambiente foi e está sendo o desenvolvimento desse projeto juntamente com os alunos do 4º ano da Escola Municipal 07 de Maio, no município de Juruena-MT, em parceria com o Projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena- ADERJUR, através da Petrobras, que apóia projetos para a gestão dos recursos naturais. O projeto teve como objetivo sensibilizar os alunos para as questões ambientais, permitindo assim que eles conheçam alternativas que diminuem os impactos ambientais. Entre essas alternativas destacamos a agrofloresta, compostagem, a reutilização que pode evitar as queimadas. Tais alternativas têm impactos locais e globais, econômicos, sociais e ambientais. Para abordar os assuntos relacionados ao projeto desenvolvemos vários trabalhos em sala e fora da mesma destacando a necessidade de nos preocupar com aumento do efeito estufa que causa o aquecimento global. O projeto apresentou várias temáticas: o efeito estufa, as queimadas e a agrofloresta que foram abordados por meio de textos escritos, pesquisas, visita/aulas a campo, aulas-prática, oficinas... O desenvolvimento deste projeto proporcionou aos educandos momentos de descontração, aprendizado e sensibilização em relação às questões ambientais, dessa maneira eles se sentiram mais próximos da natureza. Portanto os alunos que participaram desse projeto serão dispersores dessas idéias na comunidade, promovendo mudanças de atitudes, tão importantes para nossa existência.

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A CONTRIBUIÇÃO DO QUINTAL PARA A MELHORIA DO AR: A TERRA EM PERIGO CARDOSO, Sirlei Barqueiros dos Santos MARTINS, Justina Inês Miglioranza PEREIRA, Edirley Martins Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima escola.mnsdefatima@hotmail.com Podemos considerar que vivemos um momento crítico da história ambiental e social da Terra, pois são muitos os problemas que afetam o equilíbrio natural de todo o planeta. Os próximos passos que dermos com nossos modos de produzir, serão decisivos para a construção de novos paradigmas sustentáveis, ou então para o completo caos. Para a construção de modelos sustentáveis o investimento em educação ambiental é fundamental para que as próximas gerações cresçam conhecendo o meio, sentindo-se parte dele, como um ser que deve ser ético para com o uso dos recursos naturais. Acreditando nesse processo de educação, buscamos desenvolver esse trabalho, que tem como foco o estudo do ar, recurso natural tão fundamental para a vida, mas a ação humana tem emitido muitos gases que poluem a atmosfera. Nosso objetivo é estudar esse recurso, mostrando seus princípios, características, ciclos e elos com a teia da vida, assim sensibilizar os alunos, e através deles a comunidade, que são nossas ações o grande diferencial, tanto para o equilíbrio ou o desequilíbrio. Diante desse contexto, as mudanças podem começar em nossa comunidade, dentro do quintal de cada propriedade, pois a horta, o jardim e o pomar, ajudam a manter o equilíbrio do ar, através da fotossíntese, sequestrando gás carbônico e liberando oxigênio para a atmosfera. Esse trabalho é desenvolvido na escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima, localizada no Assentamento Vale do Amanhecer, com o 20 ano do ensino fundamental, e que recebe apoio do projeto Poço de Carbono Juruena, através da ADERJUR - Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Estamos conduzindo nossa didática através de uma proposta interdisciplinar, com experiências, visitas em ambientes conservados, estudos sobre a poluição do ar e suas consequências para a vida na Terra, teatros e produções de textos variadas, oferecendo aos alunos oportunidade de aprendizagem prazerosa, buscando assim, resgatá-los para o sentindo de SER DA NATUREZA, com novas posturas e responsabilidades na preservação das plantas para a manutenção do ar, mostrando alternativas de melhorias, como o cultivo do quintal agroflorestal. É possível avaliarmos alguns resultados, tais como: o envolvimento de nossas crianças na realização de todas as atividades propostas, a realização das experiências com o ar possibilitando questionamentos. Seguimos com o projeto acreditando que, através da educação, podemos contribuir para a conservação e gestão dos recursos naturais do nosso planeta.

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VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NO ASSENTAMENTO VALE DO AMANHECER VON RYN, Valéria Gomes Dias ABREU, Viviane Gomes Dias Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima escola.mnsdefatima@hotmail.com

A educação para ser significativa precisa partir do cotidiano do aluno, das suas vivencias, para que os mesmos sintam gosto em aprender, destacamos nesse processo o ensino da matemática, por isso focamos na região em que vivemos, oferecendo para a comunidade a prática de um biodigestor. O objetivo é buscar alternativas sustentáveis que contribuam com a preservação do meio ambiente por meio do biodigestor gerando energia limpa, assim mitigar os impactos ambientais causados pela atividade bovina, viabilizando economia para a comunidade e também desenvolver um processo de educação matemática e ambiental, que seja interessante e desafiadora para os alunos. Para a prática deste, estamos recebendo apoio dos técnicos florestais do projeto Poço de Carbono, este que é desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADEJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que além dos materiais pedagógicos necessários, também está prestando atendimento diretamente na escola, sanando dúvidas e buscando soluções junto aos alunos e professores. Nosso público alvo são os alunos do 7º ano da Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima, situada no assentamento Vale do Amanhecer, no município de Juruena/MT. A metodologia baseia-se na implantação de um biodigestor caseiro, na pesquisa bibliográfica e de campo em todas as propriedades do assentamento, onde os alunos irão visitar as propriedades da área em estudo, para levantar os dados necessários para tabulação e concretização do projeto. O mesmo é um trabalho ainda não concluído, os resultados alcançados até o momento demonstram que os alunos, estão cientes da importância de biodigestores na comunidade como uma alternativa que trará benefícios sociais e ambientais. Esperamos que este dê certo e que seja um grande parceiro para toda a comunidade do assentamento, desempenhando fortemente a educação ambiental formal e informal, assim como, contribuir para o ensino da matemática, que seja prazerosa e desafiadora para os alunos.

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SESSÃO SISTEMAS AGROFLORESTAIS SISTEMAS AGROFLOREDUCACIONAIS Assim podemos chamar esses sistemas por serem, para o agricultor e para o aluno, importantes laboratórios de aprendizagens. Os sistemas agroflorestais-SAFs, são formas de cultivar a terra buscando princípios nos ecossistemas das florestas do lugar onde se vive, no nosso caso, a floresta Amazônica deve ser inspiração, tomando-a como pedagogia. Tornar os SAFs como prática educativa na escola, como já estamos fazendo, é fundamental, porque o aluno do campo seguirá incentivado através desses sistemas, com perspectivas de vida sustentável no futuro. Também proporcionará reflexões de que, até o momento, nosso modo de produzir só foi predatório dos recursos naturais, comprovando que não temos uma gestão sólida para o uso e conservação dos mesmos. Assim, não podemos continuar. Habitamos um mundo emprestado, como estamos entregando este para as gerações futuras sem condições de vida? Precisamos construir outro paradigma de desenvolvimento. Os sistemas agroflorestais são um grande começo para essa construção, pois um dos seus princípios é o envolvimento e a compreensão de como a natureza funciona, para assim, funcionar os modos de produções. A escola através de seus laboratórios agroflorEducacionais tem contribuído para o importante resgate do SER humano como SER da natureza. Temos nos afastados muito do contato direto com os espaços naturais. Se pararmos para pensarmos, conseguiremos ver que esse afastamento acontece até no momento final da nossa vida, “A MORTE”, este é um momento que deveríamos todos, voltarmos ao ciclo vital, nos entregando totalmente aos princípios da terra, mas isso, muitas vezes, não nos é permitido, pois somos colocados em embalagens cimentadas. Todo esse afastamento, de certa forma, nos tornou um pouco menos sensíveis ao que seja a vida. Por isso, essa prática de mexer com a terra, cultivando-a de modo sustentável e assim entendendo como a natureza funciona, pode ajudar nossa espécie voltar a contemplar a vida como obra da CRIAÇÃO e não somente como instrumento capitalista. Aprofunda-te na matéria! Abre os teus sensos! Tenta perceber as formas dadas pela própria natureza! E tu chegarás a criar laços mais íntimos com ela. Isto acarretará mais sensibilidade nos tratos, nas relações com nossos irmãos (seres vivos) no campo e na floresta, bem como nas relações entre os seres humanos. Assim, a agricultura voltará a ser o que ela era, no sentido da palavra: cultura. Uma tentativa culta de conseguir o necessário daquilo que precisamos para nos alimentarmos, além das outras matérias primas essenciais para nossa vida, sem a necessidade de diminuir e empobrecer a vida no lugar, na terra. (GÖTSCH, 1997, p.05) -17-


RESUMOS DE TRABALHOS EM COMUNICAÇÃO ORAL COMO A FLORESTA FUNCIONA? VENDRAME, Adenir Centro de Educação Infantil Arco-Íris cei_arco_iris@hotmail.com A Amazônia é rica em natureza, povos e culturas. Nela está a maior floresta tropical do planeta e a mais exuberante em biodiversidade, apresentando possibilidades econômicas sustentáveis incomensuráveis para a humanidade. O homem que mora na Amazônia precisa conhecê-la para saber valorizar toda a vida que existe no contexto dessa região, assim, integrando-se da mesma, fazendo um manejo adequado e defendendo-a. Moramos nessa região e pouco sabemos de seus povos, seus rios, seus bichos, suas plantas, suas lendas, seus poemas e seus tantos... Há um distanciamento humano com relação às florestas, isso é perceptível nas crianças que, muito pouco, ou nunca falam, da nossa onça, da cutia, do mutum e tantos outros encantos em que a mesma se apresenta. Isso pode ter justificativa no motivo de toda a região amazônica ter sido colonizada num modo predatório, desconsiderando a riqueza natural e social dos ecossistemas, e assim, o modelo econômico estabelecido até nossos dias ainda ser insustentável. Precisamos manobrar esse paradigma para um rumo sustentável. Acreditando na educação ambiental voltada para esse contexto como uma proposta para isso, e por forte motivação afetiva minha com a floresta, iniciei com educação infantil esse trabalho, no Centro Municipal de Educação Infantil Arco-Íris, com a série Pré II no ano de 2010, com o apoio do projeto Poço de Carbono, este que é executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental. O objetivo foi desenvolver conhecimentos sobre o sistema floresta, despertando nas crianças valores humanos através de um processo de sensibilização, aproximando-os da natureza, sentindo a mesma, proporcionando a oportunidade para refletirem sobre a sustentabilidade e assim, no futuro, terem condições para desenvolverem meios de produção baseados nos princípios naturais. É de fundamental importância que se inicie desde a educação infantil a educação ambiental voltada para a realidade, assim nossas crianças crescerão sensibilizadas para cuidar e amar a vida, para apreciá-la como uma arte e, com certeza, utilizá-la com respeito e responsabilidade. O trabalho foi desenvolvido com o estudo da floresta e uma agrofloresta, através da pesquisa, passeios, desenhos, história, poesia, produção de artes com elementos da natureza morta, experimentos e tantos outros. As crianças aprenderam sobre bichos, árvores, ciclagem de nutrientes, ou seja, sobre os princípios da floresta. Estabeleceram relações entre os mesmos e compreenderam que a floresta funciona na interdependência dos seres que lá vivem com todo o ambiente, que tudo está ligado, e que o homem pode produzir na sua roça da mesma forma que a floresta funciona, pois vivenciaram através da visita que é assim que acontece na agrofloresta.

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REFLORESTAMENTO NA ÁREA DA COMUNIDADE SANTOS ANJOS SOUZA, Márcia Kraemer dos Santos Escola Municipal do Campo Mario Quintana educajuruena@yahoo.com.br Moramos na Amazônia e nela está localizada a maior floresta tropical do planeta. Essa não é só maior em extensão, mas também, em biodiversidade. Todo esse patrimônio está em risco, pois a ação humana para implantação principalmente de pastagens e agricultura anual tem colocado no chão, muitas áreas de florestas. Com esta ação, as consequências são graves, principalmente no solo, o que ocorre é o chamado “efeito dominó”, uma degradação vai ocasionando outras, interrompendo os ciclos de vidas da natureza no contexto local e consequentemente no global. Diante de tal situação é preciso investir em educação Ambiental, essa que é uma forte aliada trazendo a base para a reflexão sobre a necessidade de mudança na forma de produção, sensibilizando e assim conscientizando o ser humano do seu dever na sociedade. É com essa perspectiva que a Escola Municipal do Campo Mário Quintana, localizada na comunidade Santo Anjos no Vale do Canamã, município de Juruena (MT), desenvolve este trabalho, objetivando dar continuidade ao reflorestamento numa área de uso comum de toda a comunidade e que esta sirva de laboratório para estudo e incentivo para as pessoas que ali residem, mostrando que é possível fazer o mesmo em suas propriedades, pois nas mesmas existem grandes áreas desmatadas, como encostas de morros e margens de rios. Através da escola espera-se que as pessoas sintam-se motivadas a participarem do projeto Poço de Carbono e reflorestem suas propriedades, reconstruindo valores humanos com relação a terra onde pisam e entendam o aspecto sustentabilidade. Este é um trabalho que recebe apoio do projeto Poço de Carbono, uma execução da ADERJUR (Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena) com patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Ambiental. A metodologia utilizada foi o contato direto com a comunidade, através de palestra sobre a importância da ação de reflorestar, também com ação na área da comunidade, buscando estudar todos os aspectos ligados à mesma. O trabalho já apresenta alguns resultados, pois duas pessoas da comunidade estão interessadas em reflorestar em suas propriedades, isso pode ser considerado um grande começo. Espera-se que as crianças construam conhecimentos sobre as vantagens do reflorestamento para o ambiente e para o homem, que aprendam utilizar técnicas sobre o mesmo, para que sejam sementeiras em suas famílias.

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HORTA ESCOLAR PALÁCIO, Cristiane Abreu SOUZA, Regiane Jales de BAIL, Mariza Aparecida Escola Municipal Guilherme Antonio Cortonez Crozetta emguilhermecrozetta@hotmail.com Percebendo que na hora do lanche, apesar do cardápio ser preparado por uma nutricionista incentivando o consumo de produtos da terra, parte dos estudantes preferiam guloseimas como: biscoitos, salgadinhos, refrigerantes e doces. Preocupadas com a saúde de nossos alunos, pensamos em mudar esses hábitos incentivando uma alimentação saudável, então, iniciamos, no ano de 2010, esse trabalho com os alunos do 2º ano “A” e 4º ano “A” e “B” na escola municipal Guilherme Antônio Cortonez Crozetta, localizada no bairro Bela Vista. Com esse trabalho objetivamos promover nos alunos a educação alimentar e o conhecimento da procedência das hortaliças, assim, incentivar o cultivo de horta na comunidade escolar. Com isso, possibilitou o desenvolvimento do cuidado com a vida, resgatando valores socioculturais de plantar e colher, e principalmente o humano, em sentir-se parte da terra. Também promoveu nas crianças, a aquisição de hábitos saudáveis de alimentação, despertando-lhes curiosidade e o prazer de produzir e consumir alimentos frescos e, acima de tudo, frutos do seu trabalho, além de despertar sensibilidade ambiental ao usar a horta escolar como espaço pedagógico, prazeroso e lúdico, proporcionando-lhes contato com a terra e as plantas. O desenvolvimento foi através do contato com o meio, fazendo visitas em hortas pelo bairro, preparando os canteiros, fazendo a semeadura, plantando e cuidando no dia-a-dia. Realizamos palestras e oficinas de como fazer os alimentos saudáveis. Cada assunto, sempre abordado com a roda de conversa, promovendo leituras e pesquisas bibliográficas. Através da participação, registros e envolvimento dos alunos com o processo, verificamos que o projeto resultou em mudanças na vida de nossos alunos, pois alguns começaram a construir hortas em suas casas e percebemos que, pelo prazer em cuidar e cultivar a horta, também começou ser, para eles, mais prazeroso saborear as hortaliças. Este trabalho recebeu apoio técnico e materiais pedagógicos do projeto Poço de Carbono Juruena executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena- ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. Esperamos dar continuidade nos próximos anos, abordando novos temas, sendo a horta, eixo norteador neste processo de educação ambiental.

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REFLORESTANDO AS MARGENS DE CÓRREGOS E NASCENTES OLIVEIRA, Maria Luzia de Escola Municipal do Campo Pedro Álvares Cabral carbonojuruena@gmail.com As florestas ciliares têm grande valor dentro dos ecossistemas para a proteção dos recursos hídricos, possuem benefícios incomensuráveis em níveis sociais e ambientais. Observando a comunidade onde residem os alunos da Escola Municipal Pedro Álvares Cabral, localizada na Gleba Treze de Maio no município de Juruena, percebeu-se a ausência dos devidos cuidados ambientais durante a sua colonização, retirando indiscriminadamente as florestas ciliares, expondo os leitos dos córregos e nascentes às degradações, principalmente as causadas pelos “pés do Boi”, com essas observações em 2009, foi iniciado um trabalho na escola voltado para a temática com o intuito de cuidar das nascentes. Em 2010 deu-se continuidade a temática com o apoio do Projeto Poço de Carbono, este que é desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. A comunidade foi convidada a participar podendo reflorestar as margens dos rios desprotegidos em suas propriedades, com as mudas cedidas pelo projeto. Aceitando o convite dos quinze moradores, quatro propriedades ingressaram. Em 2011 o trabalho continua sendo desenvolvido nessas propriedades que servem de laboratórios vivos para aplicação na prática, despertando o gosto pela reconstrução e conservação do Meio Ambiente. O objetivo deste projeto é incentivar as pessoas que residem na comunidade a realizarem o reflorestamento das nascentes e córregos que estão desprotegidos em suas propriedades, tendo como exemplo os proprietários da comunidade que já estão participando do projeto juntamente com a escola, assim, mostrando que é possível fazermos a recuperação e assim sensibilizá-los para a consciência da importância da água. O mesmo está sendo desenvolvido com crianças de 06 a 12 anos, ou seja, do 1º ao 5º ano e tem como foco metodológico as quatro propriedades participantes, onde estão sendo realizadas visitas e observações sobre os dois aspectos: o rio protegido e o desprotegido, buscando com isso idéias para a implantação de soluções. Tudo está sendo registrando em textos, desenhos, cartazes, escritos, filmagens e fotos. Os alunos e as famílias participantes estão compromissados diante da causa. É perceptível, no momento do encontro das crianças com o rio, que as mesmas ficam cheias de si por pertenceram aquele lugar e estarem conseguindo ajudar a fazer algo para melhorar o ambiente. Também possuem conhecimentos sobre a importância das florestas ciliares para o social e o ambiental. A educação ambiental é um processo, não tem como conseguir que todos se sensibilizem de uma vez, mas através do exemplo, um irá chamando o outro, o que não podemos é desistir desse caminho.

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QUINTAL AGROFLORESTAL COMO SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: INCENTIVANDO O CULTIVO DA HORTA MORAIS, Maria de Jesus P. CONCEIÇÃO, Luzinéia Lima Escola Municipal do Campo SOMAPAR carbonojuruena@gmail.com Este trabalho é desenvolvido com dezenove alunos em sala multiseriada na Escola Municipal do Campo Somapar, localizada na Gleba Somapar BR Km 15 e recebe apoio do Projeto Poço de Carbono que é executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. No ano de 2011 implantou-se dentro do quintal agroflorestal, já iniciado em 2010, a horta na escola. Percebe-se que as crianças já possuem uma noção de alimentos saudáveis, visto que o projeto é uma continuidade do que se abordou sobre o quintal e o uso das frutas na alimentação no ano anterior, mas não apresentam o hábito de comer legumes e verduras diversificadas. O uso de verduras, legumes e frutas diversificadas é garantia de boa nutrição, fornecendo todas as vitaminas e minerais necessários para o funcionamento do organismo. Muitas pessoas desconhecem a importância da biodiversidade na alimentação, alimentandose só com um tipo de verdura e fruta, sendo que esse hábito ocasiona diversas doenças. As pessoas devem ser orientadas para produzirem diversidade de alimentos e consumirem os mesmos diariamente. Diante da importância que uma horta tem, buscamos inserir no cardápio educativo o cultivo de hortaliças, com o objetivo de incentivar as famílias, através das crianças, a terem uma horta biodiversa, mostrando as vantagens para o social e para o ambiental e com isso resgatar o cuidado com os elementos da natureza, revendo os hábitos de consumo, aprendendo a conviver, a tocar na terra, a cultivar com carinho seu próprio alimento. A horta na escola é uma fonte para o saber, trabalharemos a partir dela, de forma interdisciplinar para que os alunos entendam a importância do “todo” para a vida, pois a mesma se tornará um ecossistema e através dele as crianças construirão conceitos de sustentabilidade. Iniciamos o trabalho com um estudo de educação alimentar, através de textos e discussões em roda de conversa, em outra etapa implantamos a horta. Este é um projeto em andamento, pretendemos, nas próximas etapas, escolher as hortaliças para o cultivo, realizarmos a semeadura e continuarmos desenvolvendo estudos abordando o contexto da horta. Até o momento, é perceptível nos alunos, o quanto valorizam o cuidado com a natureza. Esse passo não é fundamental só para a aprendizagem dos conteúdos, mas também na construção física, psíquica e social da criança. Isso já está refletindo na comunidade através do saber sendo semeado nos “canteiros das famílias”, pois as mesmas relatam que as crianças apresentam-se animadas contando o que estão realizando na escola e demonstrando muita sabedoria.

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QUINTAL AGROFLORESTAL: ARBORIZAÇÃO E JARDINAGEM BRANDAO, Lucinda Rodrigues OLIVEIRA, Alessandra Levertina Almeida VENDRAME, Adenir EMC. Nossa Senhora de Fátima escola.mnsdefatima@hotmail.com Estamos recebendo sinais que nosso modo de produzir não pode mais basear-se na pecuária extensiva e culturas anuais, precisamos manobrar esse paradigma e incentivar a implantação de sistemas agroflorestais (SAF). Esses sistemas proporcionam vantagens ambientais, econômicas e sociais, contribuindo assim para toda a teia da vida, conservando todos os recursos naturais. A escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima, localizada no Assentamento Vale do Amanhecer, sabendo desse papel importante dos sistemas agroflorestais, realiza, desde o ano de 2010, o projeto “Quintal Agroflorestal” com enfoque em jardinagem e arborização. O mesmo está sendo desenvolvido com alunos do 5º ano, com o apoio do Projeto Poço de Carbono, que é executado pela Associação Rural de Juruena ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. No quintal da escola ainda existem espaços ociosos, estando esses volúveis a degradações, nosso objetivo é transformá-los em um lugar agradável para leitura e estudos, levando as crianças a conhecerem o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, compreendendo o papel da sociedade na reconstrução da paisagem do lugar onde vivem. Ressaltamos também a necessidade e a importância de ter árvores e flores no ambiente escolar, como forma de contribuir para a conservação e o manejo de recursos naturais, principalmente para o ar, amenizando o efeito estufa através do sequestro de carbono. Desenvolvemos o projeto através de aulas práticas no quintal da escola, onde cada assunto é pesquisado em bibliografias e relacionado à prática, levando as crianças a refletirem que tudo está ligado. Estão sendo realizados registros através de histórias narradas e em quadrinhos, músicas, poesias, desenhos e outros. Este trabalho despertou nos alunos o desejo de aprender as técnicas para construir um jardim em seus quintais, que é percebido nas ações de alguns alunos que estão colocando em prática o que aprenderam. Também contribuiu para as crianças entenderem que o cultivo do jardim é responsabilidade de todos e não prática somente das mulheres, como muitas pessoas pensam. A escola com o cultivo do jardim também proporcionou mudanças ao seu entorno, no Posto de Saúde e na Igreja Católica da Comunidade Santa Luzia, que se espelharam no exemplo da escola aderindo às mesmas transformações em seus quintais.

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RESUMOS DE TRABALHOS EM PÔSTER QUINTAL AGROFLORESTAL - CONHECENDO A TERRA FÉRTIL: COMO SE FORMA O HÚMUS? MARTINS, Justina Inês Miglioranza CARDOSO, Sirlei Barqueiros dos Santos PEREIRA, Edirley Martins EMC. Nossa Senhora de Fátima escola.mnsdefatima@hotmail.com É muito comum vermos pessoas queimando restos de produtos orgânicos como, por exemplo, as folhas do quintal, considerando lixo, sem consciência que isso é parte do solo, que é ciclo da natureza para a sustentabilidade da vida. Com a intenção de discutir este assunto na comunidade, a Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima, localizada no Assentamento Vale do Amanhecer em Juruena MT, vem desenvolvendo este projeto. Com o objetivo de discutir com os alunos do 1ª ano do ensino fundamental a necessidade de cuidar do solo, identificando a terra fértil e sua importância na cadeia produtiva da teia da vida, compreendendo os agentes que assim os transformam. O desenvolvimento está acontecendo a partir do quintal agroflorestal da escola, este que é preparado com a ajuda do Projeto Poço de Carbono desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. O trabalho está em andamento e acontece através da observação da matéria morta (folha; galho; animais mortos etc.) depositada pela natureza, vasculhando essa matéria no chão, tocando, sentindo o cheiro, questionando... “olhando com diversos olhares”, o chão seco e o chão úmido, num diálogo gostoso na sombra das árvores no quintal. Realizamos experimentos em pequenos frascos transparentes, um com areia e folha de repolho, outro com cenoura e solo degradado e outro com terra fértil e folha de couve para as crianças acompanharem o processo de decomposição, assim aprenderam que a natureza não joga nada fora, tudo vira “adubo”. Continuaremos, no decorrer do presente ano, sempre buscando dialogar o ensino com a teia da vida do quintal. Até o momento os resultados obtidos demonstram que os alunos fizeram descobertas importantes de como se forma o húmus, tais como: as minhocas revirando a terra; os fungos agindo na umidade; a asa da borboleta apodrecendo e tantas outras, fundamentais no processo de ensino da educação ambiental para a conservação dos recursos naturais. Esse contato direto com a natureza é passo fundamental para a alfabetização ecológica, pois é com os próprios ecossistemas que aprendemos isso.

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ERVAS MEDICINAIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ENRAIZANDO O COMPROMISSO SOCIAL SILVA, Liene de Fátima da OLIVEIRA, Dhony Lima de PANCIERI, Robson Vieira E. M. C. Nossa Senhora de Fátima escola.mnsdefatima@hotmail.com As ervas medicinais apresentam importantes propriedades terapêuticas já conhecidas e usadas desde os primórdios da civilização, mas com o advento das modernas tecnologias e produção de medicamentos, o uso das ervas limitou-se apenas a cultura popular. Com o objetivo de resgatar os conhecimentos da sabedoria popular, quanto ao uso das ervas na cura de doenças, trabalhando o espírito de conscientização, estimulando a criatividade, o trabalho em equipe, o gosto pela leitura, através de pesquisas que levarão o aluno a apropriação de conhecimentos específicos sobre o uso das ervas medicinais, bem como, dados matemáticos, históricos e sociais. Estamos implantando na Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima localizada no Assentamento Vale do Amanhecer, município de Juruena (MT), o presente projeto que possui o apoio do Projeto Poço de Carbono desenvolvido pela ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental e que conta com a participação dos alunos do 4º ano do ensino fundamental. O trabalho está sendo desenvolvido em etapas, e fundamenta-se em estudos bibliográficos. Estamos usando a produção textual e cartilhas para sensibilizar os alunos da necessidade de ter as ervas no quintal para o uso familiar. Estamos realizando oficinas e aulas práticas com as agentes da Pastoral da Saúde e moradores locais para trazer à realidade tudo àquilo que trabalhamos na teoria. O projeto está contribuindo para o resgate cultural, social, econômico e ambiental, onde percebemos a satisfação dos alunos em entender melhor os processos de identificação, coleta, propagação, conservação e uso das ervas medicinais. O nosso planeta pede socorro e qualquer cuidado, por menor que seja contribui e muito para sua manutenção, assim plantando uma erva, além de estarmos disponibilizando remédio natural e de baixo custo, também contribuímos para o sequestro de carbono e possível amenização do efeito estufa. E sabemos que é isso que desejamos deixar para os nossos alunos “A consciência de que podemos sim fazer a diferença, basta querermos”.

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A INSERÇÃO DA MORINGA NA AGROFLORESTA NO SÍTIO ÁGUA AZUL CONCEIÇÃO, Luzinéia Lima MORAIS, Maria de Jesus P Escola Municipal do Campo Somapar carbonojuruena@gmail.com Podemos considerar que o estágio de ferimento em que se encontra a nossa grande Mãe, a Terra, é grave. Para onde vamos com tanta agressão ao meio ambiente? Será que estamos vazios de sentimentos? Nossos modos de produzir estão corretos? Nossos modos de cultivar a terra precisam ser adaptados para modos sustentáveis. Se a cultura como estamos conduzindo continuar, os recursos naturais se esgotarão por completo e a espécie humana não resistirá. Precisamos pensar na produção de alimento diversificada, que melhora o ambiente e que proporciona equilíbrio, garantindo a saúde na família com alimentação e ambiente saudáveis, uma das alternativas para isso é a cultura dos sistemas agroflorestais. Por isso a importância deste projeto que dará continuidade ao trabalho iniciado em 2010 sobre sistema agroflorestal implantado no sítio Água Azul na gleba Somapar, este que terá, no ano de 2011 a inserção da espécie moringa. A moringa é uma planta exótica, possui benefícios nutricionais e medicinais bastante relevantes, sendo assim, escolhida para fazer parte desse sistema agroflorestal como uma experiência, aonde o proprietário espera um resultado com desempenhos sociais e ambientais positivos. Diante disso, temos o objetivo de desenvolver com os alunos um processo de reflexão e sensibilização sobre a importância dos sistemas agroflorestais, dando ênfase a cultura da planta moringa, incentivando na comunidade a sua importância. Este trabalho é desenvolvido com alunos do 1º, 2º e 4º anos na Escola do Campo Somapar, localizada na gleba Somapar e recebe apoio técnico e materiais pedagógicos através do Projeto Poço de Carbono, que é desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena ADERJUR e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. A metodologia que está sendo utilizada é a pesquisa de campo e bibliográfica. Também serão realizados experimentos, cultivando a planta moringa no quintal da escola, fazendo acompanhamento do preparo do solo, semeadura, germinação e desenvolvimento das mudas. Pretendemos que estas mudas, assim que estiverem prontas, sejam levadas pelos alunos para plantarem em suas propriedades. As crianças, até o presente momento, demonstram-se animadas e já entendem o que é e como funciona um sistema agroflorestal e quais vantagens que o mesmo proporciona. Também já apresentam conhecimentos a respeito da importância da planta moringa. Pretendemos que este trabalho pedagógico se perpetue na comunidade plantando no coração da mesma a sensibilidade e a sabedoria para a cultura da terra mantendo os recursos naturais.

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QUINTAIS: “A IMPORTÂNCIA DO POMAR E DAS FRUTAS” TOMÉ, Gircilene Vital Escola Municipal “07 de Maio” escola07demaio_jrna@hotmail.com Diante das inúmeras problemáticas ambientais que interferem na qualidade de vida humana surgiu o interesse em realizar esse projeto: Quintais: “A Importância do Pomar e das Frutas” com os alunos do 1° ano “A”, turno matutino na escola Municipal “07 de Maio” município de Juruena (MT), em parceria com o Projeto Poço de Carbono Juruena desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que apóia trabalhos voltados para gestão e conservação dos recursos naturais. Com o intuito de sensibilizar alunos e indiretamente a comunidade sobre a importância dos quintais, da agrofloresta e da mata ciliar, bem como os benefícios que as mesmas proporcionam para as famílias e para todo o ambiente, ações estas, que contribuem para o equilíbrio do planeta. O homem no decorrer de sua história modificou e continua modificando a natureza, diante da crise dos recursos naturais que vivemos hoje, precisamos refletir para buscarmos meios para explorar esses recursos de forma racional e sustentável. Sendo o quintal, a agrofloresta e a mata ciliar, alternativas simples e sustentáveis, que geram grandes benéficos econômicos, ambientais e sociais. Promovendo bem estar e sustentação para o lugar proporcionando a cadeia de vidas e proteção, equilibrar a concentração de CO2 na atmosfera amenizando o efeito estufa. O projeto teve início com o filme “Os sem Florestas”, onde os alunos puderam refletir sobre a importância da floresta e as consequencias de sua ausência. Em seguida visitaram um quintal, degustaram frutas sentindo os benefícios que o mesmo oferece percebendo que não é difícil mantê-lo. Ao retornarmos na escola fizemos uma salada de fruta, a nutricionista realizou uma palestra abordando a importância das frutas, destacando o valor nutricional, o teor de vitaminas. Os alunos conheceram o viveiro municipal, a produção de mudas de árvores, visitaram a represa próxima a escola onde notaram a ausência de árvores, fizeram o plantio de árvores no pátio da escola. A partir dessas visitas foram realizadas diversas atividades pedagógicas: confecção de maquetes, poemas, desenhos... Nesta perspectiva os alunos conseguiram entender a importância de se ter um quintal, os benefícios da agrofloresta e da mata ciliar, isso pode ser notado no envolvimento durante o projeto, nos relatos dos alunos, na boa vontade em plantar e cuidar das árvores na escola e em muitos outros momentos que estão transformando a escola e suas vidas.

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SESSÃO CUIDANDO DO MEIO AMBIENTE UM COMPROMISSO ÉTICO COM O PLANETA O cuidado com o meio ambiente é responsabilidade de todos nós HUMANOS. Podemos dizer que é um compromisso ético diante da vida. É preciso demonstrar esse cuidado em atitudes no dia a dia, tais como: dizer obrigado, oferecer comida a quem tem fome, jogar lixo no lugar certo, evitar o desperdício de comida, de água e de materiais, cultivar a nossa roça, o nosso quintal plantando e colhendo, regar uma planta, plantar uma árvore, estudar as florestas e com o conhecimento ajudar a defendê-la denunciando a sua destruição, tratar bem as pessoas e os animais e tantos outros cuidados essenciais que fazem a diferença no mundo. Somos seres de cuidado e um cuidado todo especial devemos ter com nossos irmãos, vivendo uns com os outros sem discórdia, cultivando o amor fraterno, aquele que denuncia e renega a ganância. Precisamos sensibilizar nossa espécie para a consciência da necessidade de reconstruirmos os valores humanos diante da teia da vida. Para essa reconstrução precisamos refletir diariamente: “Como estou cuidando da vida que habita em mim?”. “Como estou cuidando da vida que habita em meus irmãos humanos; bichos e plantas?”. “Como estou cuidando do lugar onde moro?”. “Como estamos cuidando do nosso planeta, a casa de todos?”. Para isso cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade biótica, seja em seu aspecto de natureza, seja em sua dimensão de cultura. Precisa conhecer os irmãos e irmãs que compartem da mesma atmosfera, da mesma paisagem, do mesmo solo, dos mesmos mananciais, das mesmas fontes de nutrientes; precisa conhecer o tipo de plantas, animais e microorganismos que convivem naquele nicho ecológico comum; precisa conhecer a história daquelas paisagens, visitar aqueles rios e montanhas, frequentar aquelas cascatas e cavernas; precisa conhecer a história das populações que aí viveram sua saga e construíram seu habitat, como trabalharam a natureza, como a conservaram ou a depredaram, quem são seus poetas e sábios, heróis e heroínas, santos e santas, os pais/ mães fundadores de civilização local. ( BOFF,2004 p. 135)

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RESUMOS DE TRABALHOS COMUNICAÇÃO ORAL VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! O SOLO DO JARDIM SOUZA, Regiane Jales de NETO, Marcionila A. Pedretti FLECK, Ivete Regina Unidade de Educação Infantil Jardim Encantado uei_jardim.ecantado@hotmail.com O presente projeto foi desenvolvido na Unidade de Educação Infantil Jardim Encantado localizada na rua C4, bairro Vila Nova, Juruena (MT), no ano de 2010, enfocando três eixos; plantas, solo e bichinhos de jardim. Neste trabalho apresentamos o enfoque do eixo solo, que para a execução contamos com o apoio do Projeto Poço de Carbono, que é desenvolvido pela ADERJUR (Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena), patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, e participaram do mesmo os alunos do Pré I “A” e “B”. Nosso objetivo foi trabalhar a Educação Ambiental na infância levando as crianças compreenderem a importância da preservação do recurso natural solo e das inter-relações que nele ocorrem, sendo essas, fundamentais para toda a vida no planeta. Foi um trabalho realizado juntamente com a comunidade escolar e nasceu da necessidade de transformar o pátio da escola em um lugar bonito, cheio de flores, vivo e alegre para que todos se sintam bem. Outra necessidade foi a importância em buscarmos alternativas de sustentabilidade para os recursos naturais do pátio da escola, o jardim protegerá o solo e também contribuirá para amenizar o efeito estufa através do sequestro de carbono, é importante que as crianças vivam isso, e através desse exemplo, possam realizar em suas casas. Exploramos de modo lúdico e na linguagem infantil os conteúdos relacionados aos problemas ambientais, tais como: o aquecimento global, o efeito estufa, a poluição, a destruição do solo, o ciclo de vida das plantas, a teia da vida e a cadeia alimentar, sempre como base o cultivo do jardim na escola e o eixo solo. Podemos dizer que já desabrocharam flores em nosso jardim do conhecimento, pois nossas crianças estão comprometidas com o meio ambiente, isso é demonstrado em suas atitudes no dia-a-dia. Além de produzir conhecimentos que mudou o comportamento das crianças, esse trabalho também ajudou a desenvolverem a oralidade e habilidades para agirem positivamente sobre o meio em que estão inseridos, pois as mesmas denunciam com argumentos aquilo que vêem de errado no meio ambiente.

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VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! AS PLANTAS DO JARDIM NETO, Marcionila A. Pedretti FLECK, Ivete Regina MEDEIROS, Márcia L. Ferreira Unidade de Educação Infantil Jardim Encantado uei_jardim.ecantado@hotmail.com As crianças quando cuidam de plantas, acompanhando como elas se desenvolvem, constroem experiências para a vida, por isso é importante que se faça na escola plantios e que as mesmas participem integralmente do desenvolvimento dessas plantas. Diante dessa importância para o processo de desenvolvimento dos alunos, em 2010, iniciamos a implantação de um jardim na escola através do projeto “Venha Conhecer Meu Jardim Encantado: Plantando flores e ajudando a vida!” tendo um dos eixos o presente trabalho “As plantas do jardim”. Esse que além de aprendizagem significativa sobre como a natureza funciona, também tem a preocupação ambiental em ocupar os espaços vazios no pátio da escola, com isso propiciar a conservação do solo e promover um ambiente saudável, tornandoo cheio de plantas e flores. Essa educação ambiental é necessária, pois é através do contato direto com as comunidades de plantas e animais que as crianças aprenderão conceitos de sustentabilidade. Com o presente trabalho objetivamos que os alunos aprendessem a importância das plantas para o “todo” da vida, ou seja, as plantas contribuindo para o ar, para os bichos, para o homem, para o solo, etc. Participaram do trabalho os alunos das séries Pré II “A” e “B”, sendo que através deles também buscamos envolver toda a comunidade escolar. Tivemos como parceiro, nos apoiando e oficinas, orientações técnicas e orientações em educação ambiental, o projeto Poço de Carbono, este que é desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena- ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. O desenvolvimento do trabalho foi através do laboratório vivo, o jardim, também pesquisando na comunidade e com aulas práticas no viveiro. As crianças foram construindo uma consciência ecológica à medida que foram percebendo que tudo está ligado e que o meio ambiente é responsabilidade de todos. Os Resultados obtidos foram gratificantes, pois alguns pais nos relataram que os filhos queriam fazer em casa o mesmo que estavam fazendo na escola, ou seja, plantar flores, cultivar um jardim. Diante disso, podemos afirmar que o principal está sendo construído, o início de uma alfabetização ecológica. A intenção é que este projeto se torne permanente na comunidade escolar.

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VENHA CONHECER MEU JARDIM ENCANTADO: PLANTANDO FLORES E AJUDANDO A VIDA! BICHINHOS DO JARDIM BOSCOLO, Elizabete GOMES, Mônica de Matos Felix RIBEIRO, Sirlei Unidade De Educação Infantil Jardim Encantado uei_jardim.ecantado@hotmail.com O referido projeto justifica-se na importância da implantação de um jardim no quintal da escola, contribuindo assim para o bem estar social e ambiental, como também para a construção de conhecimentos, sendo esse um laboratório vivo para a prática pedagógica. Foi realizado na Unidade de Educação Infantil Jardim Encantado, localizada na rua C4, bairro Vila Nova, Juruena- MT, desenvolvido com as séries, Maternal “A” matutino e “B” Vespertino, no ano de 2010 e recebeu apoio do projeto “Poço de Carbono Juruena” desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – ADERJUR e patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, que nos assistiu com suporte técnico, consultoria ambiental e materiais pedagógicos. Nosso objetivo com este trabalho foi, despertar nas crianças a curiosidade em relação ao mundo que a cerca, conhecendo outros seres vivos como os pequenos bichinhos que habitam o jardim, sensibilizando-os sobre sua importância no meio ambiente e qual a relação dos homens para com eles e com os ciclos ocorridos na natureza. O trabalho foi desenvolvido de forma interdisciplinar, utilizando meios como: a pesquisa de campo e bibliográfica, o fazer artístico, o brincar, o contar histórias, o experimento e outros, para que proporcionasse para o educando maior compreensão sobre o tema. Em relação à aprendizagem, os resultados foram significativos. Além da aquisição de conhecimento sobre a preservação da vida, desenvolveram atitudes de respeito e cuidado com os bichinhos tanto no ambiente escolar como familiar. Pois, conforme relato de mães, os filhos não permitiam que matassem nenhuma espécie de bichinhos que se encontrava em casa ou em qualquer outro lugar. E é um orgulho para nós professores termos contribuído para que esse conhecimento se tornasse notável. E com essa ação de preservar a vida, mesmo que seja de um bichinho ou de uma plantinha, estaremos caminhando para que no futuro essas crianças sejam adultos conscientes de sua responsabilidade com o meio em que vivem. Além do cuidado adquirido, tiveram um grande desenvolvimento quanto aos conteúdos trabalhados, pois foram apresentados de forma interdisciplinar e lúdica. No entanto cabe a nós educadores, buscarmos através da conscientização que esses bichinhos são tão importantes na natureza, até mais importantes do que nós mesmos, e que se aparecem “pragas”, o maior causador delas é o homem, pois é ele que mexe e fere a teia da vida, desequilibrando-a.

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POLUIÇÃO DOS RIOS CHINAIDER. Sônia Aparecida Centro de Educação Infantil Arco-Íris cei_arco_iris@hotmail.com A iniciativa de trabalhar com o tema “a poluição da água” justifica-se na preocupação com a escassez desse recurso natural, principalmente a água potável. Há um descuido humano com o ambiente, pode ser observado na comunidade, muito lixo jogado nas ruas e nas margens das estradas. Por mais que as escolas têm trabalhado, os meios de comunicações também, a população ainda continua, podemos dizer, com essa “estupidez” diante da própria espécie. Com a chuva, esses lixos jogados longe dos rios, são arrastados para os mesmos contaminando e poluindo a água, comprometendo toda a teia de vida do rio. O problema da escassez da água e a poluição estão vinculados à degradação do meio ambiente, as matas ciliares protegem o rio, mas nossos rios, em sua maioria apresentam-se degradados dessa proteção. É necessário investir na educação ambiental, visto que nossos alunos crescerão mais sensibilizados, e com certeza, com atitudes coerentes com a sustentabilidade da vida. Foi na perspectiva de ajudar a educação infantil crescer e caminhar melhor no mundo, em coerência com os propósitos de uma sociedade justa e equilibrada que esse trabalho foi desenvolvido no decorrer do ano de 2010, na série Pré II “ C”, no Centro de Educação Infantil Arco-Íris, num total de 23 alunos, com o objetivo de desenvolver a sensibilização em relação ao problema do lixo que polui a água, formando consciência da importância dos rios e de que os mesmos devem ser preservados para a garantia da água e assim da vida no planeta. O mesmo foi apoiado pelo Projeto Poço de Carbono, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, desenvolvido no município pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR. O assunto foi abordado numa metodologia dinâmica, através de experimentos, músicas, poesias e brincadeiras. Percebeu-se no decorrer do trabalho mudanças de atitudes, ficaram mais cuidadosos com a limpeza da sala de aula, quando percebiam alguns dos colegas enchendo copo de água e bebendo apenas um pouco e jogando fora o resto, os repreendiam. Também faziam comentários tais como: “Minha mãe não está mais queimando lixo”, “Hoje minha mãe fritou casca de batatinha”, “Meu pai fez um buraco no chão pra jogar lixo”, etc. Tudo isso é fundamental para continuarmos com esse processo de educação ambiental na escola, pois estamos recebendo a certeza de que nossos alunos estão construindo uma consciência ecológica e assim, serão adultos com atitudes ambientalmente corretas.

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HORTA PEDAGÓGICA ALVES, Maria Vilma Pereira da Silva Escola do Campo São Marcelo educajuruena@yahoo.com.br

Há uma grande necessidade de buscarmos outros modos de produzirmos através de alternativas simples e sustentáveis. A horta é um exemplo para isso, produzindo alimento sem muito gasto e saudável, visto que é possível produzir de forma orgânica. Também contribui para a conservação dos recursos naturais, pois na medida em que os espaços ociosos são ocupados por vegetações, o solo fica protegido das fortes chuvas que ocasionam a erosão, e as plantas, mesmo que pequenas numa horta contribuem para a melhoria do clima, pois sequestram carbono e assim ajudam a amenizar o efeito estufa. Diante da importância da horta e também na observação da realidade da fazenda, buscou-se desenvolver esse trabalho, pois a maioria dos moradores não têm hortas em suas casas, sendo que existe espaço suficiente no quintal de cada propriedade. Observou-se também, a ociosidade das mulheres que residem nos retiros, sendo assim, a horta é uma boa alternativa para ocupá-las, propondo as mesmas o compromisso de plantar, cuidar, e posteriormente, colher os alimentos. Com isso, foi proposta a realização do referido projeto, objetivando orientar os alunos e os pais que residem na fazenda sobre a importância de se ter uma horta para a saúde da família, produzindo alimentos frescos, orgânicos e assim saudáveis, para melhorar a renda, pois a medida que os alimentos vão sendo produzidos, evita-se comprar, e também para a melhoria do ambiente como um todo. A educação ambiental será uma forte aliada nesse processo, visto que os alunos, ao realizarem a atividade de plantar, cuidar, ver a semente nascer, colher, preparar e comer, estão desenvolvendo na prática um modelo de sustentabilidade. Este trabalho está em processo de desenvolvimento e apresenta alguns resultados, pois existem pessoas interessadas em cultivar a horta, e alguns que já possuem horta, querem agregar conhecimentos e contribuir com o trabalho. Algumas crianças, conforme relato de pais, já estão passando o que aprenderam na escola para as famílias e querem fazer hortas em casa, sendo esse um passo interessante para a autonomia da criança. Este trabalho está em desenvolvimento na escola do Campo São Marcelo, localizada na Fazenda São Marcelo em Juruena MT, em sala multiseriada e recebe ajuda do projeto Poço de Carbono Juruena, que é executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena- ADERJUR, patrocinado pelo programa Petrobras Ambiental. Espera-se que este trabalho consiga criar raízes, perpetuandose nas culturas da fazenda São Marcelo.

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RESUMOS DE TRABALHOS APRESENTADOS EM PÔSTER PEQUENAS ATITUDES GRANDES RESULTADOS SILVA, Leila Cristina Escola Municipal “04 de Julho” escola04dejulho@hotmail.com Somos parte intrínseca da natureza dependemos dela para sobreviver, mas as atitudes e ações humanas vêm comprovar que muitos de nós estamos nos esquecendo desta relação que deveria ser uma relação de cuidado e troca mútua. Pensando nisso a Escola Municipal “04 de Julho” em parceria com ADERJUR e com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, vem desenvolvendo este projeto, objetivando sensibilizar os alunos sobre as questões ambientais, desenvolvendo, nos mesmos, uma visão mais ampla sobre as ações humanas que têm causado o desequilíbrio ambiental, sugerindo mudanças de atitudes, hábitos e valores, orientando-os na realização de pequenas ações sustentáveis que venham trazer benefícios ambientais. Em 2010, houve uma intervenção na “Prainha do rio Juruena”, os alunos do 1º ano do ensino fundamental desenvolveram uma sensibilização com a comunidade ali presente, realizando esclarecimentos sobre os impactos ambientais que as ações humanas poderiam causar ao seu entorno. Realizaram a limpeza daquele local solicitando que as pessoas fizessem sua parte e mantivessem aquele ambiente limpo. Relembrando a todos e fortalecendo a idéia de que ao realizarmos pequenas ações conjuntas poderemos favorecer um equilíbrio ambiental, mesmo pequenas, estas ações realizadas por inúmeras pessoas poderão refletir para o equilíbrio do planeta, basta acreditar e trabalharmos juntos para a concretização deste sonho. Neste ano, o trabalho continua com alunos do 4º ano do ensino fundamental, agora abordando uma nova ação não menos importante, pois poderá ajudar a diminuir o lixo orgânico que é enviado a lixões a céu aberto, responsáveis pela poluição do solo e aumento de doenças. Sendo assim, trabalhamos a compostagem, aproveitando todo o lixo orgânico, com isso, estamos produzindo um adubo muito rico, de fácil produção e que poderá ser fabricado por toda a comunidade, evitando o aumento do lixo residencial ou da queima das folhas dos quintais, que é um grande emissor de CO2 na atmosfera, e que intensifica o efeito estufa. Também será trabalhado o minhocário, pois as minhocas desempenham um papel importante na decomposição do lixo orgânico e melhoria do solo. Através deste, os alunos foram capazes de perceber que pequenas atitudes geram benefícios que minimizam os problemas ambientais, local e globalmente. Isso pode ser percebido através dos relatos dos alunos sobre as mudanças de atitudes que passaram a ter em casa, além do cuidado que eles demonstraram durante todo o projeto, na escola e fora dela disseminando os conhecimentos adquiridos.

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HORTA ESCOLAR: CARAMUJO AFRICANO GASTALDIN, Vânia Aparecida; SANTOS, Maria Angélica. Escola Municipal “Guilherme Antônio Cortonez Crozetta” emguilhermecrozetta@hotmail.com O projeto Horta Escolar: Caramujo Africano está sendo desenvolvido com alunos do 4º ano “A” e “B”, no município de Juruena/MT em parceria com o projeto Poço de Carbono desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que apóia projetos educacionais voltados para a Educação Ambiental. Com o objetivo de informar a comunidade sobre a importância da horta comunitária sustentável e alertar sobre os riscos da interferência humana, que gera desequilíbrio. Destacando a proliferação e contaminação do caramujo africano nos quintais e hortas, esses desequilíbrios podem acarretar problemas ao homem e consequentemente ao meio ambiente. O desequilíbrio ambiental é um fator que compromete a nossa qualidade de vida, como o caramujo africano, pois são agentes transmissores de doenças. A utilização racional dos recursos naturais é uma das opções para a resolução de problemas ambientais, neste contexto a horta servirá tanto para trabalhar temas envolvendo solo, água, ar, sustentabilidade, entre outros. Além de ser ferramenta pedagógica, para trabalhar questões ambientais, destacando o desequilíbrio ambiental, onde os alunos perceberam que a intervenção humana pode causar problemas ao meio ambiente. O projeto teve como metodologia a limpeza da horta, seguida de aulas-práticas e teóricas, preparação e adubação dos canteiros e escolha das plantas a serem introduzidas na horta. Durante essas etapas foram encontrados alguns caramujos onde foram realizadas aulas teóricas, destacando o perigo das interferências humanas e da presença desses moluscos. Todas essas temáticas geraram muita informação, discussão e reflexão, assim os alunos tiveram a dimensão dos problemas gerados pela interferência irresponsável nos ambientes. O próximo passo foi a realização de oficina ministrada pela vigilância sanitária. O projeto apresentou resultados como o envolvimento dos alunos em todas as atividades propostas, desde o semear, regar e contribuíram ainda com diversas mudas, tanto para consumo por eles na alimentação escolar, quanto no controle de praga, por serem repelentes, desenvolvendo o cuidado com a horta e o ambiente, relacionando os conhecimentos que eles detinham com os que absorveram durante o desenvolvimento deste. As aulas se tornaram mais atrativas, proporcionando prazer além de torná-los mais próximos da natureza fazendo os se sentir parte dela.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE CHAVES, Adriana Cristina do Amaral KAVA, Cristhiane Fabiana Escola Municipal “04 de Julho” escola04dejulho@hotmail.com Este projeto teve início no ano de 2010 e está sendo desenvolvido pela Escola Municipal “04 de Julho” com as turmas do, 3º e 4º ano “B” do ensino fundamental do período vespertino tendo sequência neste ano. Com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental e desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena ADERJUR, enfatizando a “Sustentabilidade: como forma de melhorar a qualidade da vida humana no ambiente, garantindo que as gerações futuras possam suprir suas necessidades”. Portanto, nosso objetivo ao desenvolver o Projeto está contido a difícil tarefa de contribuirmos, coletivamente, para uma sociedade mais ecologicamente responsável, mostrando que a sustentabilidade é possível, além de tornar os participantes desse projeto disseminadores dessas idéias. Na primeira etapa os alunos visitaram a Indústria Lígnea Rohden Ltda., escolhida por contribuir com o meio ambiente e proporcionar a sustentabilidade. Nessa visita eles entrevistaram os responsáveis pela indústria, questionando-os sobre seus produtos e os meios de produção dos mesmos e ainda sobre a forma de manejo desenvolvida por essa indústria, seguida de palestra. Na próxima etapa os alunos identificaram as práticas do plantio desenvolvidas pela indústria e as soluções para uma produção sustentável sem a degradação do meio. A seguir foi desenvolvida toda a parte teórica observada até aquele momento. Os alunos puderam demonstrar sua aprendizagem e conhecimentos por meio de produções e interpretações textuais, desenhos livres e dirigidos, diálogos, confecção de panfletos para divulgação do trabalho realizado pelos alunos e educadoras. No ano de 2011 faremos introdução sobre sustentabilidade seguida com palestras, trabalhando a importância da Floresta através de filmes, slides, textos verbais e não verbais, produções textuais entre outros, apresentaremos os conceitos sobre agrofloresta como forma de sustentabilidade, será realizada visita a uma agrofloresta, onde os educandos terão oportunidade de conhecê–la melhor comparando-a com o meio em que vivem, serão trabalhados temas relacionados à agrofloresta. Destaca-se a boa interação dos alunos em todas as etapas do projeto no ano de 2010, participaram realizando questionamentos, desenvolvendo atividades de elaboração e confecção de livrinhos além de produções textuais diversificadas. Com a execução deste projeto os educandos foram capazes de perceber que a sustentabilidade pode ocorrer de várias maneiras e os benefícios que ela pode oferecer são muitos. Nascendo então, a sensibilidade ecológica nas crianças, o que os tornou sensíveis as questões ambientas.

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HORTA ESCOLAR: PLANTAS MEDICINAIS DIAS, Leila Raquel Mesquita Escola Municipal Guilherme Antonio Cortones Crozetta emguilhermecrozetta@hotmail.com Hoje, com o desenvolvimento industrial, o mundo globalizado cada vez mais capitalista, onde se prioriza o fator econômico em detrimento dos fatores ambientais e sociais, gerando um distanciamento entre o homem e a natureza, pois ele passou a considerar mais o ter do que o ser. Diante desse contexto uma questão se apresenta a sociedade: como favorecer o desenvolvimento de práticas alimentares adequadas, saudáveis e sustentáveis para nossas crianças e a sociedade em geral? Então a horta escolar vem como uma forma de proporcionar sustentabilidade, alimentação saudável e mudanças de hábitos, contribuindo para a formação da consciência de respeito, cuidado com o meio ambiente. Associados a isso está à necessidade de conservação do meio ambiente e o equilíbrio pessoal que se relacionam ao nosso estilo de vida que é um dos fatores determinantes do bem-estar para nós mesmos e para com a natureza, visto que as mudanças ocorrerão através da educação. O projeto ambiental visa propiciar um trabalho de sensibilização sobre o reconhecimento, cultivo, manuseio e uso correto das plantas medicinais para a saúde, incentivando a criação de hábitos socio-ecológico correto. Este projeto está sendo desenvolvido em parceria com o projeto Poço de Carbono, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR), patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, na Escola Municipal Guilherme Antonio Cortones Crozetta, que se localiza no bairro Belo Vista Juruena – MT, com os alunos do 1º Ano “A”. Iniciamos o projeto com a limpeza, adubação dos canteiros, introduzindo as plantas medicinais através de aulas teóricas e a campo. O próximo passo foi introduzir as plantas medicinais para a saúde do homem e da própria horta (por proporcionar o controle biológico devido suas propriedades repelentes). Assim os alunos conheceram as formas de uso correta dessas plantas, seja, através de oficinas sobre chás, xaropes ou xampus, além disso, fez com que os alunos refletissem sobre a necessidade do equilíbrio. Destacamos a ativa participação em todas as fases do projeto, no cuidado com a horta, no empenho de contribuir com mudas na atenção durante as oficinas, na troca de informação com a comunidade, levando informações e trazendo saberes da cultura popular, permitindo assim um resgate cultural. Este projeto além de trazer informações valiosas sobre as plantas medicinais também aproximou os alunos e famílias do contato com a natureza tornando-os mais sensíveis as questões ambientais.

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REUTILIZAÇÃO DE EMBALAGENS AJUDANDO NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE” BRATKOSKI, Inês Margarida Ochôa SALOMÃO, Illisrelis dos Santos Escola Municipal “04 de Julho” escola04dejulho@hotmail.com

Este projeto aborda a importância da reutilização de embalagens e está sendo desenvolvido pelos alunos do 2º Ano “B” e 3º Ano “A”, da Escola Municipal “04 de Julho” em parceria com o Projeto Poço de Carbono, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena-ADERJUR, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambientall, que apóia projetos voltados para a Educação Ambiental. Os problemas vêm sendo causados à natureza pela má exploração dos recursos naturais e as facilidades do mundo moderno, criadas para atender demandas de uma sociedade consumista, que produzem desnecessariamente muitos resíduos sólidos. O crescimento do consumo e da produção aumenta o volume de resíduos e sua disposição se torna um problema, pois o método mais utilizado continua sendo o lixão a céu aberto, deixando os resíduos expostos ao tempo, poluindo o solo, as águas e o ar e levando doenças à população. Sabendo que a decomposição desses resíduos é longa e a falta de destino adequado para os mesmos é um problema grave para a população, existe uma única saída, que é ensinar às gerações futuras a importância de reutilizar, reduzir e reciclar. Diante disso foram desenvolvidas várias atividades voltadas para a Educação Ambiental, com objetivo de desenvolver a socialização, o respeito, o cuidado e a sensibilidade pelo Meio Ambiente, reutilizando e a transformação de embalagens plásticas, de papel e latas em brinquedos e jogos pedagógicos, melhorando a aprendizagem dos alunos. Utilizamos vídeos com imagens mostrando a Natureza preservada e degradada, com catástrofes naturais e ocasionadas pela falta de respeito e cuidado do ser humano com o Planeta, buscamos desenvolver nos alunos a consciência de que é dever de cada indivíduo fazer do lugar em que vive um exemplo de preservação e respeito com o Meio Ambiente. Para que eles percebam a escola como um centro de mudança de valores, hábitos e atitudes através da educação ambiental como conceito transversal aos diálogos familiares e a todas as disciplinas escolares. No decorrer do desenvolvimento do projeto percebe-se que os alunos estão se sensibilizando para a importância da preservação do ambiente, pois os mesmos relatam a reutilização que passaram a fazer em casa, mostrando aos familiares que existem várias formas de reutilizar, aumentando a vida útil das embalagens, desempenhando novas funções e com isso despertando a consciência para a preservação do ambiente.

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HORTA ECOLÓGICA COM GARRAFAS PETs LIMA, Marluce Guedes Escola Municipal “04 de Julho” escola04dejulho@hotmail.com O “Projeto Horta Ecológica com Garrafas PETs” está sendo desenvolvido nos anos letivos de 2010 e 2011 na Escola Municipal “04 de Julho, em parceria com o projeto Poço Carbono Juruena, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que apóia projetos educacionais voltados para a gestão dos recursos naturais e desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR. Com o objetivo de sensibilizar os alunos da importância de se cultivar uma horta, estimulando-os a consumir alimentos mais saudáveis sem agredir o meio ambiente reutilizando garrafas PETs, desta forma diversificando a alimentação de maneira simples e com baixo custo, além de evitar problemas ocasionados por esses materiais. Este teve como metodologia a coleta de garrafas PETs e montagem dos canteiros, em seguida foram semeadas hortaliças e realizado o transplante de mudas doadas pelo educandos com a função de controlar as “pragas”, mantendo o equilíbrio. Com as plantas medicinais implantadas na horta serão produzidas as pomadas, chás e xaropes para tosse, resfriado e xampu para controle de piolho. Todas essas informações serão socializadas com a comunidade. Os alunos visitaram a horta diariamente para observar o desenvolvimento das plantas e os insetos que ali se encontravam. Nesse momento foi destacada a importância do controle biológico, portanto as crianças aprenderam a controlar biologicamente esses insetos, sem o uso de agrotóxicos que contaminam o solo e os alimentos nele cultivados. Os educandos reutilizaram as garrafas PETs para construção de hortas ao invés de jogar na rua, entupindo bueiros e acumulando água, facilitando proliferação do mosquito da dengue. Portanto existe na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos. Tudo o que prejudica esse equilíbrio e o altera, afeta o homem. Entretanto, é indispensável que a criança aprenda desde cedo a cuidar do meio ambiente, para que no futuro não venha sofrer com o desastre ecológico. Como resultado deste projeto, observa-se que os alunos aprenderam que o lixo pode ser reutilizado, principalmente as garrafas PETs. A partir desse trabalho percebi que os alunos aprenderam a reutilizar as garrafas e levaram como aprendizagem, não somente na escola, mas também para a comunidade. A construção da horta na escola é importante, pois o aluno pode relacionar as plantas com a diminuição do gás carbono, pois ela utiliza desse gás e libera o oxigênio, fundamental para nossa sobrevivência.

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HORTA PEDAGÓGICA MANDALA: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, SUSTENTÁVEL E RESPONSÁVEL POLETE, Kelly Cristina de Oliveira Silva MENDES, Maria Silvia Rodrigues SOCREPPA, Rosamalena Benedita Rodrigues Escola Estadual Dom Aquino Correa; ADERJUR; Petrobras Ambiental - Poço de Carbono eedac@hotmail.com; carbonojuruena@yahoo.com.br Este projeto foi desenvolvido em parceria com o Projeto Poço de Carbono, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que apoia projetos voltados para a Educação Ambiental com alunos de 3º A/1º ciclo, 2º A/2º ciclo, 3º A/2º ciclo, 2º A Ensino Médio e 1º e 2º A/3º ciclo da Escola Estadual Dom Aquino Corrêa, objetivando sensibilizar e conscientizar sobre a importância de se cultivar uma horta para obtermos uma alimentação saudável e de qualidade, desenvolvendo hábitos que proporcionem saúde e respeito ao meio ambiente. Através do uso sustentável de recursos naturais, cultivando os alimentos orgânicos buscando uma alimentação rica em nutrientes e mais saudável do que a maioria dos alimentos que ingerimos, cultivados com uso abusivo de fertilizantes químicos, prejudiciais a nossa saúde, sensibilizando os educandos e nossa comunidade, que através da construção de uma horta obteremos alimentos contribuindo com a economia, com o combate a muitas doenças causadas pela falta de vitaminas ou por ingerirmos alimentos com muitos agrotóxicos. Cultivando uma horta nos aproximamos da natureza, contribuindo com o meio ambiente, produzindo alimentos, sequestrando carbono e amenizando o efeito estufa e também permitindo que vários temas possam ser discutidos, como: alimentação saudável, orgânica, sem degradação ambiental, desperdícios, o aproveitamento integral dos alimentos e o reaproveitamento de sobras, sendo a sustentabilidade fator primordial para o uso racional dos recursos naturais. No desenvolvimento do projeto houve uma excelente participação dos alunos envolvidos ao escolher o local, selecionar as espécies, ao preparar os canteiros e ao realizar uma análise do solo, identificando os elementos necessários à produção de legumes e verduras. Para a adubação dos canteiros utilizou-se a compostagem, biofertilizantes a partir de restos orgânicos de animais e à adubação verde com o uso do feijão de porco. Os alunos realizaram pesquisas sobre o valor nutricional de cada espécie semeada, sobre alimentos naturais e artificiais e sobre o controle biológico de pragas, e colaboram também com todas as atividades necessárias à manutenção da horta. O projeto foi enriquecedor propiciando conhecimentos valiosos através das experiências trocadas, do envolvimento dos alunos pelo simples prazer de contribuir e aprender, de sentir-se útil.

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SACOLAS DE RÁFIA DE PLÁSTICO UM PROJETO QUE ENVOLVERÁ A ESCOLA, ALUNOS E OS FAMILIARES QUE RESIDEM NA FAZENDA SÃO MARCELO

BRATKOSKI, Vanir Dalmolin Secretaria Municipal de Educação de Juruena valnirdbratkoski@hotmail.com

Este projeto está sendo desenvolvido com a comunidade da Escola Municipal do Campo São Marcelo, localizada na Fazenda São Marcelo, tendo como principal objetivo fazer o reaproveitamento das sacas de Sal Mineral vazias, que são estocadas na fazenda, transformando este produto em Sacolas. Esta ação evitará o acúmulo desta matéria dando um destino correto. Nas Escolas do Campo do Município de Juruena, já faz parte do Currículo Escolar, trabalhar temas que envolvem o “Meio Ambiente” assim como orientar os alunos sobre a importância de preservar aquilo que temos de mais precioso em nossa vida que é o local onde moramos e dele tiramos a nossa sobrevivência. A pesquisa será um dos meios para compreender melhor o significado da poluição que estas embalagens produzem pela grande quantidade que está sendo descartada na própria fazenda e também nas demais propriedades que a margeiam, sendo assim, percebemos que o projeto poderá ser de grande utilidade para as famílias e principalmente para o Meio Ambiente. O trabalho está sendo implantado e será desenvolvido no decorrer do ano de 2011, envolvendo as famílias dos alunos e também as famílias dos funcionários. Espera-se como resultado reaproveitar o maior número de embalagens, transformando este material numa possível fonte de renda das famílias que ali residem e desta forma, contribuir com o meio ambiente, evitando a poluição por contaminação do solo e por meio da fumaça, emitidas através da combustão do produto. Transformar as embalagens vazias de Sal Mineral em Sacolas de Plástico que poderão ser utilizadas nos mercados da cidade é estar envolvendo não só a criança, mas também, as famílias e principalmente os proprietários que estarão contribuindo com o projeto, oferecendo às famílias uma pequena fonte de renda e assim contribuindo com o bem estar social e ambiental.

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A IMPORTÂNCIA DOS VEGETAIS NA VIDA HUMANA SILVA, Cláudia Regina Machado Escola Municipal “07 de Maio” escola07demaio_jrna@hotmail.com O projeto A importância dos vegetais na vida humana, possibilita desenvolver atividades pedagógicas nas diversas áreas do conhecimento, abrangendo os conteúdos do currículo escolar, possibilitando um trabalho muito rico no que se refere à educação ambiental, esta imprescindível nos dias atuais. O ser humano tem usufruído irresponsavelmente dos recursos naturais, para mudar essa situação é fundamental educarmos nossas crianças para que elas reconheçam a verdadeira importância da natureza para a sobrevivência. Só educando as crianças, poderemos garantir a continuidade da vida neste Planeta. Para tanto estão sendo desenvolvidas atividades pedagógicas diversificadas (campo, pesquisas, experimentos e outras) para mostrar aos alunos e a comunidade escolar em geral, o quanto somos dependentes dos recursos naturais, entre eles os vegetais, que são elementos essenciais para a manutenção da grande teia da vida. O projeto “Importância dos Vegetais para a Vida Humana”, está sendo desenvolvido, com os alunos da Escola Municipal “07 de Maio” no município de Juruena, Mato Grosso, com o apoio do Projeto Poço de Carbono, executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. Com objetivo de refletir sobre o importante papel dos vegetais na manutenção da biodiversidade e da sustentabilidade do Planeta. Mostrando que somos um elemento a mais na natureza, buscando fazer com que as crianças participantes, levem para suas famílias a idéia da sustentabilidade, mostrando que é possível conviver em harmonia com a natureza, usufruindo dos recursos naturais de forma racional e sustentável. No ano de 2010 foi trabalhada a importância dos vegetais para os demais seres vivos, especialmente o ser humano, com os alunos do 5º ano “B” dessa mesma escola, enquanto que no ano de 2011, está sendo dada maior ênfase as plantas medicinais e suas contribuições para o bem estar e saúde das pessoas ao longo das suas vidas, com os alunos do 5º ano “B” e 3º ano “A”. Todos os saberes adquiridos foram percebidos nos relatos dos próprios alunos, na participação e interesse durante as atividades propostas, na troca de informação com a comunidade, onde foi possível perceber a sensibilidade e o cuidado com questões voltadas para o ambiente, tão necessárias para o equilíbrio do planeta e para nossa própria existência.

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HORTA ECOLÓGICA COM GARRAFAS PETs LIMA, Marluce Guedes Escola Municipal “04 de Julho” escola04dejulho@hotmail.com O “Projeto Horta Ecológica com Garrafas PETs, está sendo desenvolvido no ano letivo de 2010 e 2011 na Escola Municipal 04 de Julho, em parceria com o projeto Poço Carbono desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena - ADERJUR, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que apóia projetos educacionais voltados para a gestão dos recursos naturais. Com o objetivo de sensibilizar os alunos sobre a importância de se cultivar uma horta, estimulando-os a consumir alimentos mais saudáveis sem agredir o meio ambiente, reutilizando garrafas PETs, desta forma, diversificando a alimentação de maneira simples e com baixo custo, além de evitar problemas ocasionados por esses materiais. Este teve como metodologia a coleta de garrafas PETs e montagem dos canteiros, em seguida, foram semeadas hortaliças e realizado o transplante de espécies medicinais doadas pelo educandos. Com as plantas medicinais implantadas na horta foram produzidas as pomadas, chás e xaropes para tosse, resfriado e xampu para controle de piolho. Todas essas informações foram socializadas com a comunidade. Os alunos visitaram a horta diariamente para observar o desenvolvimento das plantas e os insetos que ali se encontravam. Nesse momento foi destacada a importância do controle biológico, portanto as crianças aprenderam a controlar biologicamente esses insetos, sem o uso de agrotóxico que contamina o solo e os alimentos nele cultivados. Os educandos reutilizaram as garrafas PETs para construção de hortas, ao invés de jogar na rua entupindo bueiros e acumulando água, facilitando a proliferação do mosquito da dengue. Portanto, existe na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos. Tudo o que prejudica esse equilíbrio e o altera afeta o homem. Entretanto, é indispensável que a criança aprenda desde cedo a cuidar do meio ambiente, para que no futuro não venha sofrer com o desastre ecológico. Com o desenvolvimento desse trabalho os alunos aprenderam a reutilizar as garrafas percebendo que não é difícil se cultivar uma horta. A construção da horta na escola é importante, pois o aluno pode relacionar as plantas com diminuição do gás carbônico, pois utiliza esse gás e libera o oxigênio fundamental para nossa sobrevivência. Além de proporcionar o desenvolvimento da Educação Ambiental de forma concreta e multidisciplinar, a partir de vários temas como: controle biológico, agrotóxicos, alimentação saudável, plantas medicinais, reutilização e tantos outros, que contribuem para a formação de cidadãos conscientes de seu papel no ambiente.

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RECICLANDO NOSSOS HÁBITOS E ATITUDES CAMARGO. E. Silvana SCHIMUNECK. Sintia Escola Municipal de Ensino Fundamental “04 de Julho” Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima escola04dejulho@hotmail.com A disciplina de ciências está realizando o projeto no decorrente ano, com objetivo de provocar mudanças e transformações nos hábitos dos alunos, em relação ao lixo produzido dentro e fora da escola, e principalmente na residência dos mesmos. Esse projeto se faz necessário devido às injustiças ambientais e a apropriação da natureza como objeto de exploração e consumo abusivo. Para sensibilizar os alunos da importância da reciclagem, foi abordado o tema “reciclando nossos hábitos e atitudes” dentro da sala de aula, com as turmas que participam do projeto. Foram feitas discussões a cerca do tema, através de pesquisa, apresentação de vídeos relacionados às problemáticas ambientais e a confecção de cartazes pelos próprios alunos, como uma forma de divulgar os problemas ambientais. Em seguida, os alunos foram incentivados a separar o lixo dentro e fora da escola. Foram agendados um dia em cada mês para a coleta do lixo. Os alunos guardaram materiais de plástico, alumínio e garrafas de vidro e baterias. Os plásticos foram utilizados para desenvolver enfeites de Natal, o alumínio, as garrafas de vidro e as baterias foram vendidos. No dia agendado para a coleta do lixo, os alunos trouxeram todo o material para a escola, onde foi realizada a separação do lixo e a venda do mesmo. Após cada coleta do lixo, e venda dos materiais, as turmas somam pontos, pois ao final do projeto quem melhor se destacar, irá receber um prêmio com o dinheiro da venda dos materiais reciclados. Além da coleta seletiva do lixo, as turmas estão confeccionando lixeiras com as respectivas cores da coleta seletiva. As lixeiras são de material reutilizado (galões de óleo). As lixeiras estão sendo colocadas no pátio da escola, e posteriormente serão colocadas na praça da cidade, com a finalidade de conscientizar a população da importância de termos uma cidade limpa. Nas coletas iniciais já se pode perceber o interesse dos alunos pelo projeto, e principalmente, que muitos alunos já estão conscientes da importância da reciclagem. Como também podemos perceber, que os alunos estão utilizando as lixeiras de forma consciente, tornando o pátio da escola mais limpo e mais agradável.

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CULTURA LOCAL VERSUS ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SCHIMUNECK. Sintia CAMARGO. E. Silvana PORATO. Ana Paula Escola Municipal de Ensino Fundamental “04 de Julho” Escola Municipal do Campo Nossa Senhora de Fátima Escola Estadual Dom Aquino Corrêa escola04dejulho@hotmail.com; eetac@hotmail.com Os problemas ambientais, muitas vezes estão relacionados com o hábito de vidas das pessoas. Pois hoje vivemos em um mundo do “descartável”, onde tudo se tornou mais prático e mais rápido, no entanto, pouco nos preocupamos com nossa qualidade de vida e com o meio ambiente. Numa observação empírica, percebemos que nossos educandos reconhecem a importância do lugar onde estão inseridos, sabendo que é um ambiente com uma biodiversidade florística, que apresenta inúmeras espécies frutíferas nativas. No entanto, eles não apresentam conhecimento sobre o valor nutricional das frutas, bem como, as maneiras corretas de utilizá-las. O presente projeto tem como objetivo conhecer a função e a importância nutricional dos alimentos regionais, sua origem e as diferentes maneiras de utilizá-los nas refeições diárias, desperdiçando o mínimo possível. O projeto está sendo introduzido dentro do conteúdo programático, durante as aulas, os alunos farão um levantamento das frutas que são nativas da nossa região, buscando ainda saber sua função nutricional. Através de uma pesquisa empírica será possível conhecer maneiras de utilizar esses alimentos na culinária, procurando sempre o menor desperdício possível. Os alunos irão desenvolver trabalhos utilizando o conhecimento adquirido. Serão confeccionados cadernos de receita, que servirão como uma maneira de aprender como utilizar de forma consciente esses alimentos. Através da pesquisa empírica, sobre a culinária, serão elaborados pratos para demonstração e degustação, conhecendo formas saborosas e inteligentes de utilizar integralmente os alimentos pesquisados. Esses trabalhos serão expostos, na feira de ciências da escola. A partir das primeiras observações, percebemos que os alunos estão totalmente envolvidos com o projeto, e principalmente estão apresentando muitas curiosidades e nos trazendo muitas informações pertinentes ao projeto. Isso devido ao fato de estarmos trabalhando um assunto voltado a realidade dos educandos, o que torna o trabalho ainda mais fascinante. Ao final do projeto espera-se que os alunos realmente se sintam sensibilizados pelo projeto, e que modifiquem certas atitudes no seu dia a dia, procurando sempre ter atitudes, mesmo pequenas, mas que reflitam no nosso ambiente de forma positiva, pois dessa maneira nos tornaremos menos culpados pela enorme quantidade de lixo produzida no dia a dia.

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HORTA PEDAGÓGICA NA FAZENDA SANTA TEREZA: UMA CONTRIBUIÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL ROCHA, Keila Alcântara SILVA, Renata Carla da Escola Municipal do Campo São João Batista educajuruena@yahoo.com.br A escola através de iniciativas sustentáveis, como a de cultivar uma horta, proporcionará transformações significativas para todo o contexto da comunidade. Nos aspectos ambientais contribui amenizando o efeito estufa através do sequestro de carbono, também protege o solo dos fortes raios solares e da ação das chuvas. Nos aspectos sociais, resgata a importância da alimentação com produtos da terra, com variedades, garantindo os nutrientes necessários para a saúde do corpo, sem falar que a horta proporciona o contato direto com a terra, sendo este bom para a saúde da mente trazendo bem estar. Gera economia, evitando gastos com a compra de verduras e muitos outros benefícios. Diante da importância que a mesma apresenta-se para a vida de uma comunidade, a escola Municipal do Campo São João Batista, localizada na Fazenda Santa Tereza, tomou a iniciativa para desenvolver este projeto. Observando as propriedades das famílias que residem nessa fazenda, percebeu-se que todas têm um quintal cercado e que, boa parte desses, encontra-se vazios de hortaliças. Pensando numa maneira de mudar essa situação, iniciamos essa prática com o objetivo geral de incentivar essas famílias a cultivarem hortaliças para o próprio consumo. Iniciamos o trabalho ocupando a estrutura da horta da fazenda, essa que se encontrava sem cultivo de plantas. Fizemos a limpeza do local e posteriormente uma oficina com os alunos, as mães e o técnico do projeto Poço de Carbono para preparar os canteiros. As próximas etapas seguem com semeaduras, preparação dos demais canteiros e estudos diversos relacionados a mesma. As crianças participaram de todas as atividades com carinho e ânimo até o presente. Encontramse ansiosos esperando pela semeadura, querem ver tudo crescendo logo. Já é perceptível que a horta proporciona o desenvolvimento de aulas criativas, pois as crianças sentem prazer em realizar as atividades relacionadas à mesma. Além da participação dos sete alunos entre as séries do 1ª ao 5ª ano e dos pais da comunidade, também recebemos apoio técnico, materiais pedagógicos e consultoria ambiental do Projeto Poço de Carbono que é executado pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena, com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. Esperamos concluir o trabalho com êxito e nos próximos anos, dar continuidade para que a horta se torne, nesta comunidade, uma cultura viva.

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ANEXOS EDUCADOR AGROFLORESTAL Flavio Quental Rodrigues Engenheiro Agrônomo M.Sc. fquental@yahoo.com Texto-Base para palestra proferida durante I Seminário de Educação Ambiental de JuruenaProjeto Poço de Carbono Juruena – Juruena/MT, em 16 de julho de 2011. A educação está prevista em nossa Constituição como um direito fundamental e deve visar o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, proporcionando a participação de todos em uma sociedade democrática e pluralista. O papel do educador, seja do campo ou da cidade, é contribuir para o enfrentamento da crise socioambiental resultante dos modelos de desenvolvimento adotados nas últimas décadas, promovendo e apoiando estratégias capazes de diminuir as diferenças sociais e a degradação ambiental causadas pela sua imposição ao longo do tempo. Em um país com imensas desigualdades sociais e regionais, é necessário a implementação de políticas públicas educacionais voltadas à redução das condições que levam ao alto índice de abandono, reprovação e distorção idade-série, possibilitando a permanência, o reingresso e o sucesso escolar de grupos sociais historicamente excluídos e que apresentam maior vulnerabilidade. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Neste contexto, nós educadores devemos sempre estar revendo e analisando nossa prática pedagógica: Qual é a nossa responsabilidade neste processo? Estamos trabalhando pela transformação social ou contribuindo para que as coisas permaneçam como estão? Como dizia Paulo Freire: “Nenhuma educação é neutra...”. Uma importante ferramenta de transformação social, sobretudo no meio rural, é a Educação Agroflorestal. Trata-se de um amplo leque de metodologias didáticas que busca entender o desenvolvimento da floresta e aplicar esse conhecimento no planejamento, implantação e manejo de sistemas de produção mais sustentáveis, como as agroflorestas, aliando produção com conservação ambiental. O grande desafio da Educação Agroflorestal é desenvolver este tema sem ser meramente expositivo ou na visão antiga de o professor ensinando o aluno que não sabe. Quem conhece -47-


melhor do que ninguém como a floresta funciona é o agricultor, o seringueiro, o ribeirinho, o indígena. A metodologia parte do conhecimento que as pessoas já possuem, princípio fundamental no processo de construção de uma agrofloresta. A educação como processo didático-pedagógico libertário e contextualizado com a realidade local, deve ter como ponto de partida as experiências e saberes que as pessoas trazem, fruto da sua trajetória de vida e das experiências sociais individuais e coletivas. A educação como prática da liberdade não é a transferência ou transmissão do saber nem da cultura, não é a extensão de conhecimentos técnicos, não é o ato de depositar informes ou fatos nos educandos. A falsa concepção de educação que se baseia no depósito de informes de um educador verbalista, dissertador de um conhecimento memorizado, se constitui em um obstáculo à transformação, constituindo uma espécie de “assistencialismo educativo”. Assim, é possível dizer que o Educador Agroflorestal deve priorizar em sua prática pedagógica a utilização de “metodologias ativas” de ensino-aprendizagem, na busca da formação de pessoas criticas em relação à realidade em que vivem e criativas na busca de alternativas mais sustentáveis para o enfrentamento dos obstáculos do cotidiano. Neste sentido, o educador agroflorestal deve administrar a progressão das aprendizagens, desenvolvendo a cooperação e o trabalho em equipe, administrando a heterogeneidade da turma e, principalmente, envolvendo os educandos em suas aprendizagens e em seu trabalho, bem como informando e envolvendo a família e a comunidade. Paralelamente, o educador precisa estar sempre testando, avaliando e aperfeiçoando novas tecnologias educacionais, administrando também sua própria formação continuada. Para isso é preciso estudar teoria do conhecimento, buscando também alicerces em outras áreas do conhecimento, como a filosofia, a sociologia e a antropologia. O processo de ensino-aprendizagem do jovem e do adulto, seja no aprender algo novo ou na tentativa de entender de maneira mais aprofundada algo já familiar, não é um processo linear. As pessoas aprendem de forma cíclica, como mostra o “Ciclo de Aprendizagem do Adulto de Kolb” (Figura 1): Figura 1. Ciclo de Aprendizagem do Adulto. Por David Kolb

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A maior parte da aprendizagem de jovens e adultos começa com uma experiência. O educando reflete e interpreta esta experiência à luz de experiências passadas e situações atuais. Por meio da integração e síntese de aprendizagens, existe a oportunidade de aplicar o novo conhecimento ou habilidade em confluência com o contexto da realidade local. As fases do ciclo de aprendizagem nem sempre se sucedem de maneira suave ou sequencial, caracterizando um processo dinâmico intrinsecamente ligado ao desenvolvimento individual do educando, trazendo para cada experiência de aprendizagem sua história e estilo pessoal. No “Esquema Pedagógico do Arco” (Figura 2), proposto pelo educador Charles Maguerez, o processo de ensino-aprendizagem começa com a exposição dos educandos a um problema, parte da realidade física ou social na qual estão inseridos. Esta primeira etapa propõem uma “imersão” do educando em sua própria realidade, buscando uma visão global, ou cínclise, do tema a ser desenvolvido. Uma segunda etapa é chamada “construção de uma maquete”, e consiste em identificar as variáveis ou pontos-chave do problema, aqueles que, se modificados, podem resultar na solução do mesmo. Estas variáveis identificadas coletivamente podem ser utilizadas como “temas geradores”, ou seja, questões extraídas da realidade, em torno das quais se passa a desenvolver uma determinada unidade de estudos, integrando conhecimentos (saber) e habilidades (saber fazer). Segue-se uma etapa de análise, que Maguerez chama de “discussão sobre a maquete”. Nela os educandos são orientados a buscar uma explanação teórica do problema, com base em leituras, pesquisas, entrevistas, debates e estudos realizados de forma individual e em grupos. Uma etapa posterior é aquela em que os educandos propõem hipóteses de solução, as quais são confrontadas com os parâmetros da maquete do problema. O processo culmina com a aplicação do conhecimento adquirido, ou seja, com a realização de atividade prática transformadora da realidade. Figura 2. Esquema Pedagógico do Arco. Por Charles Maguerez

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Percorrer este “caminho didático”, de forma objetiva e coerente, requer planejamento e envolvimento de uma equipe de trabalho, com assessoria pedagógica, material didático adaptado à realidade regional e apoio logístico, além de um sistema de avaliação dialógico e processual que permita ajustes e mudanças ao longo do percurso. A pesquisa como estratégia de ensino-aprendizagem está intrinsecamente ligada à análise da realidade, possibilitando construir a solução de um problema a partir do conhecimento da sua situação atual e da sua história anterior, constituindo-se em um método de analisar a realidade para poder fazer proposições mais adequadas de intervenção. A investigação, neste sentido, pressupõe formulação, comparação e análise, qualificando a ação dos sujeitos na realidade e contribuindo no processo de formação da competência humana. Destaca-se neste sentido a utilização de Práticas de Estimulação Dedutiva (PED), atividades didáticas que simulam situações reais, proporcionando que a observação, análise, comparação e extrapolação dos resultados de experimentos práticos, possibilitem a troca de conhecimentos e a proposição de soluções e alternativas produtivas adaptadas à realidade local. Os intercâmbios e trocas de experiências entre estudantes, professores, técnicos e comunidades também se constitui em importante estratégia de ensino-aprendizagem no escopo de um programa de Educação Agroflorestal, valorizando o conhecimento tradicional e empírico e proporcionando o diálogo entre diferentes saberes. A educação, em qualquer dos seus níveis, seja do campo ou da cidade, deve, necessariamente, reconhecer o saber acumulado pelas pessoas na convivência familiar, em sua cultura e trajetória de vida. Neste contexto, o processo educativo ocorre tanto nos espaços escolares como fora deles, envolvendo saberes, métodos, tempos e espaços físicos diferenciados. Portanto não são apenas os saberes construídos na sala de aula, mas também aqueles construídos na produção, na família, na cultura, no lazer e nos movimentos sociais, oportunizando o encontro de diferenças e a produção de novas formas de ver, estar e se relacionar com o mundo. A representação esquemática da “Metodologia de Educação Agroflorestal” (Figura 3) proposta pela Universidade Federal do Acre, através do Parque Zoobotânico/Arboreto, apresenta princípios, técnicas e ferramentas didáticas para subsidiar a atuação de professores e técnicos extensionistas no apoio a comunidades interessadas na adoção de sistemas de uso da terra mais sustentáveis. Trata-se de uma abordagem construída a partir de pesquisa participativa desenvolvida em parceria com comunidades do Acre e sul do Amazonas, integrando várias metodologias e reunindo contribuições teórico-conceituais de diversos educadores, como os franceses Piaget e Perrenoud, os soviéticos Pistrak e Makarenko, o cubano Jose Marti e os brasileiros Paulo Freire, Rubem Alves e Florestan Fernandes. Dentre os princípios pedagógicos utilizados, a participação deve ser encarada no sentido do estímulo à pró-atividade do educando, considerando que participar de um processo educativo é diferente de “assistir uma aula”. Participar, neste caso, é debater, opinar, praticar, enfim, envolver-se de forma ativa nas atividades, e esta participação deve considerar a perspectiva de gênero, considerando as necessidades, potenciais, limitações e relações diferenciadas entre homens, mulheres, jovens e crianças. -50-


Figura 3. Metodologia de Educação Agroflorestal. Por Flavio Quental Rodrigues

O caráter transformador da Educação Agroflorestal ganha especial importância frente ao agravamento da crise ambiental mundial, evidenciada pelas mudanças climáticas globais que ameaçam a saúde dos ecossistemas e a existência de diversas formas de vida na Terra. Os modelos de desenvolvimento adotados a partir da Revolução Industrial, no século XVIII, baseados na queima de combustíveis fósseis e no consumismo desenfreado, vêm causando crescentes efeitos negativos ao nosso planeta: marginalização social e política de grupos sociais, espoliação da mão de obra e dos recursos naturais, contaminação e racionamento de água, aumento da temperatura atmosférica, erosão e contaminação dos solos. Para que a Educação Agroflorestal possa de fato dinamizar profundas transformações sociais, é preciso sensibilizar e formar os educadores para assumirem uma nova postura em relação ao uso e manejo dos recursos naturais. O processo de ensino-aprendizagem deve ensinar e estimular nossos educandos a comparar, classificar, ordenar, analisar, discutir, -51-


descrever, opinar, fazer analogias e diagnósticos. Assim, a curiosidade diante daquilo que não se conhece, a busca de respostas, a capacidade de relacionar uma idéia com outra, um problema com outro, o gosto pelo estudo histórico da realidade, a habilidade de fazer perguntas, de construir hipóteses, de registrar por escrito o que se ouve, pensa e faz, de refletir e discutir em grupo, de elaborar propostas, de levar o conhecimento para a prática, tudo isso precisa ser pacientemente aprendido e ensinado. A valorização da Escola Rural como espaço de ensino-aprendizagem agroflorestal começa pela valorização do próprio profissional educador. Devido à dificuldade de isolamento, de transporte, dos baixos salários e da falta de recursos para investimento, muitos professores encontram dificuldade de se adaptar na zona rural e acabam desanimando, resultando em alta rotatividade desses profissionais e realização de poucos dias letivos por ano. Material didático às vezes chega pelo governo federal, mas em muitos casos o professor não se sente à vontade para usar, não sabe como usar ou o material não tem adequação à realidade local. Um livro didático que no tópico sobre agricultura mostra uma foto de um avião jogando agrotóxico em uma cultura agrícola é adequado para ser utilizado em uma escola de ribeirinhos de uma comunidade amazônica ou em uma aldeia indígena? É preciso um olhar com maior atenção e carinho para a escola rural, iniciando pela construção coletiva do Projeto Político Pedagógico, preconizando a utilização de novas técnicas, de novos métodos, além de investimentos em estrutura física e formação continuada de professores e gestores. Para isso, o Brasil não pode continuar investindo 4% ou 5% do Produto Interno Bruto em educação... revolução é investir 30% do PIB na educação. Será que um dia veremos isso acontecer? Estamos fazendo alguma coisa para isso acontecer?

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AGRICULTURA E SEQUESTRO DE CARBONO Samira Alvim de Siqueira Engenheira Florestal Centro de Pesquisa em Populações Tradicionais – CPPT Cuniã Porto Velho, Rondônia As alterações climáticas causadas pela ação antrópica pós revolução industrial já vêm causando enorme preocupação em ambiente global, sendo que as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento da queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da temperatura na Terra. Em esfera mundial 88% dos gases causadores do efeito estufa são provenientes da queima de combustíveis fósseis, e 12% de mudanças de uso de solo (queimadas e desmatamento para abertura de novas áreas para uso do solo). Já no Brasil, a mudança no uso do solo e florestas equivale a 75% das emissões dos GEEs (Gases do Efeito Estufa), ficando os setores da indústria, transporte e outros setores responsáveis com 25% das emissões. Historicamente, os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte das emissões dos GEEs, enquanto o Brasil que possui uma matriz energética considerada limpa, emite 0,5 t C/habitante/ano, nos EUA as emissões são de 6 t C/habitante/ano (Lal, 2004). Além disso, o Brasil estava ocupando o ranking do 18º lugar como país causador de emissões de CO2, devido à queima de combustíveis fósseis, mas “subiu” para o 4º lugar em decorrência da liberação de GEEs através das queimadas e desmatamentos. De acordo com o quarto relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, – publicado em 2007, a temperatura da Terra não poderá aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle. Porém, o IPCC também aponta que existe uma chance de 50% para que o aquecimento global oscile entre 1,8 e 4ºC até 2100. Situação essa, que traria conseqüências drásticas no ambiente terrestre, como por exemplo: impactos na agropecuária, na agricultura de subsistência e agroindústria; perda de biodiversidades e ecossistemas naturais; risco de aridização, desertificação e erosão; riscos para a saúde e bem-estar humano; ecossistemas e cidades costeiras afetadas pela elevação no nível do mar; conflitos sociais, migração e emprego; disponibilidade de água, quantidade e qualidade e geração de energia hidrelétrica. Com o objetivo de estabelecer metas de redução e ações de mitigação para alterações climáticas países desenvolvidos e em desenvolvimento vêm se reunindo anualmente para protocolarem acordos em redução de emissões de GEEs, tudo isso no âmbito do Protocolo de -53-


Quioto. Desse modo, países desenvolvidos que tem metas de redução a serem cumpridas, têm investido em projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento, que não têm metas a cumprir como o Brasil por exemplo, ou adquirindo créditos de carbono de projetos regulamentados. Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005, foram criados mecanismos de flexibilização, os quais constituem a base do mercado de carbono: comércio de emissões, a implementação conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Desse modo, o MDL determina que remoções e/ou reduções de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) realizadas em países em desenvolvimento, podem ser utilizadas pelos países desenvolvidos no cumprimento de suas metas de redução de 5,2% de GEE. Assim, os países que não consigam atingir integralmente suas metas, podem adquirir os chamados créditos de carbono de projetos ambientalmente sustentáveis localizados em outros países (OLIVEIRA, 2010). Diante desse contexto, a agricultura muitas vezes vista como vilã na emissão de GEEs, passa então, a ser vista como forte aliada na redução de emissão dos mesmos. Desde que haja mudança de paradigmas de uso da terra e busca por práticas sustentáveis de produção. Além do objetivo específico na produção de alimentos, a agricultura passa a ter um caráter de múltiplos propósitos, como por exemplo: • Produção de alimentos e fibras em quantidade e qualidade compatível com a demanda de consumo; • Ganha papel de destaque como fonte de energia renovável, na manutenção da qualidade de recursos naturais; • E ainda como opção de mitigação de gases de efeito estufa com o uso de práticas sustentáveis, de produção e conservação ambiental. • Tem sido estimado que 20% ou mais das emissões de CO2 podem ser reduzidas através do seqüestro de carbono via agricultura; Porém, para haver seqüestro de carbono através da agricultura, muitas mudanças no modelo de produção devem ser feitas, já que, no Brasil a contribuição da agricultura nas emissões é estimada em 75% das emissões de CO2, 91% das emissões de CH4 e 94% das emissões de N2O. No entanto, pesquisas apontam que o preparo do solo reduzido e principalmente o uso do sistema de plantio direto, podem diminuir as emissões, principalmente do CO2 aumentando assim os estoques de carbono no solo (SANTI, 2007). Algumas práticas que tornam a agricultura vilã na emissão de gases poluentes devem ser evitadas, como: queima e desmatamento para abertura de novas áreas; uso de fertilizantes nitrogenados e defensivos agrícolas; liberação de combustíveis fósseis (agricultura mecanizada); solo desprotegido pode causar lixiviação, degradação e erosão.

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Não obstante tudo isso, com as alterações climáticas previstas, conseqüências severas poderão chegar à agricultura: pois haverá estiagens, estresse térmico, estresse hídrico, maior incidência de pragas e doenças, perda de produtividade, salinização, entre outras conseqüências desastrosas. Mas com importantes mudanças no uso da terra a agricultura torna-se aliada na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas previstas, de modo a atuar no seqüestro de GEEs através de diferentes cultivos, na redução de emissões com o uso de boas praticas agrícolas e uso do solo, maior diversificação da produção, emissões evitadas através da manutenção de Reserva Legal e APP e absorção de CO2 através da recuperação de Reserva Legal e APP e outros cultivos. É necessário entender melhor o papel da agricultura e florestas no seqüestro de carbono, processo esse que ocorre naturalmente, onde transforma-se o carbono do ar (dióxido de carbono ou CO2) em acumulações de carbono no solo, sendo, o dióxido de carbono absorvido pelas plantas através do processo de fotossíntese, e transformado em material vegetal vivo. Quando as plantas morrem, suas folhas, caules e raízes que têm suas bases de carbono se deterioram no solo e se transformam em substância orgânica, por isso a importância em manter um solo protegido. Além do seqüestro de carbono e a possibilidade de receber pelos créditos de carbono, o produtor que optar por uma agricultura de baixo carbono (nome que vem sendo usado......) com a incorporação da matéria orgânica no solo, a implementação das praticas sustentáveis de uso do solo é muito vantajosa para quem produz, já que proporciona: •

Melhoria da estrutura e qualidade do solo;

Melhoria da produtividade do solo por meio do aumento de substância orgânica;

Redução da erosão por meio da melhoria da estrutura do solo;

Melhora da qualidade da água através da redução de erosão;

• Há ainda a oportunidade de futuramente se beneficiar com os incentivos do mercado de carbono; •

Contribuição na mitigação do aquecimento global.

Os projetos de agricultura de baixo carbono ainda não estão regulamentados dentro do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que é um dos instrumentos de flexibilização do Protocolo de Quioto para os países que tem que cumprir metas de redução de emissões. Porém, podem participar do Mercado Voluntário de Carbono, ou então receber incentivos de governos ou instituições que investem voluntariamente no mercado de carbono. Hoje, já há títulos sendo vendidos nas bolsas paralelas de carbono, como a Chicago Climate Exchange (CCX) e o Fundo Protótipo de Carbono, do Banco Mundial. Cada tonelada de carbono fixada -55-


equivale a um crédito de carbono, e os preços do crédito podem variar muito de acordo com o projeto ou o local onde estiver sendo negociado. Algumas empresas e instituições com metas de redução de emissões têm procurado investir em projetos sustentáveis voltados a fortalecer a agricultura familiar, comunidades tradicionais, indígenas, pequenas cooperativas, tendo como enfoque a melhoria da qualidade de vida dessas populações, redução de emissões, preservação ambiental, melhoria na qualidade dos produtos, e essencialmente incremento na economia. O mercado de carbono não necessariamente deve ser, mas poderá ser um propulsor na adoção de praticas para difundir uma agricultura sustentável que reduza o aquecimento global e a liberação de carbono na atmosfera. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: HOLTZ, GUILHERME PIMENTEL e MOTA, JOSÉ AROUDO. Protocolo de Quioto: O Potencial de Seqüestro de Carbono pela Agricultura Conservacionista no Brasil. Disponível em: http://www.fcmc.es.gov.br/download/ArtigoProtocolodeQuiotoFinal.pdf. Acessado em 10 de julho de 2011. INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais. Relatório Técnico sobre a Seca de 2010 na Amazônia. São José dos Campos, 2010. IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change. 4º Relatório sobre Mudanças Climáticas, 2007. OLIVEIRA, LETÍCIA. Mercado de Carbono e Fontes de Financiamento em Florestamento e Reflorestamento. In: 48º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Campo Grande, 2010. SANTI. A. et al. Potencial de seqüestro de carbono pela agricultura brasileira e a mitigação do efeito estufa. 2007. Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, Rodovia Br 285, km 294, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. 2007.

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