Corrossão Biológica

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UNIVERSIDADE

FUMEC/ FEA

MESTRADO EM CONSTRUÇÃO CIVIL Coordenador : Eduardo Chahud

Disciplina Optativa Patologia, recuperação e manutenção de estruturas Dra Jamile Salim Fuina

Aluna: Polyanna Lima Veras - Arquiteta e Urbanista

Período: 2009 / 2010


CORROSÃO MICROBIOLÓGICA

Autor: José Zacarias Rodrigues da Silva Júnior Engenheiro civil, Mestre, Professor titular da Universidade da Amazônia ( UNAMA )


BACTÉRIAS

As bactérias são decompositores. Após morrerem, animais, plantas e outros seres são decompostos por fungos e bactérias. Não só o corpo sem vida pode ser decomposto, mas também dejetos e secreções como urina, fezes são processados por bactérias. Estes organismos degradam a matéria orgânica sem vida em moléculas simples que são liberadas no ambiente e podem ser novamente utilizadas por outros seres (TRABULSI, 1999).


RESUMO

A Corrosão Induzida por Microorganismo (CIM) se desenvolvem em:

9 ambiente aquoso, 9 na presença de água livre, 9 na presença de solventes orgânicos e 9 combustíveis.

Discute-se a influência da temperatura no desenvolvimento desta patologia, e os mecanismos desta corrosão que deteriora principalmente as estruturas de obras de saneamento.


PALAVRAS –CHAVE : Biocorrosão,CIM, Corrosão, Microorganismos.


Introdução

A corrosão é um termo genérico que envolve processos químicos ou eletroquimicos Comprometem a vida útil do materiais, A biocorrosão, ou microorganismos CIM pode envolver grande quantidade de microorganismo na superfície do material Segundo Rocha (2001), os microorganismos formam colônias em qualquer local que exista a presença de água e nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. A corrosão biológica é quase imperceptível, se caracteriza pela rapidez de sua implantação. É necessário saber distinguir a corrosão por biocorrosão da corrosão não biológica, a patológica depende do conhecimento das causas e dos mecanismos (ROCHA, 2001). Geralmente ocorrem em ETEs, ETAs,, fundo de tanques, de lagoas ou em peças metálicas em contato com ambientes aquosos e com presença de bactérias redutoras de sulfatos. Segundo Rocha a corrosão biológica é muito influenciada pela temperatura, entre 20 e 50 C. Fora deste limite a corrosão é limitada ou estacionada.


Mecanismo de Corrosão

As CIM apresentam pites de corrosão, e pode se tornar generalizada, nas proximidades destes pites. Quando a corrosão localizada apresenta um formato com uma relação inversa é denominada corrosão por fresta (BATISTA, 2001).

Os microorganismos que intervém na CIM são formados por bactérias e fungos, ligados à superfície em estado de corrosão (BATISTA), As Bactérias Redutoras de Sulfato (BRS) estão envolvidas em 95% dos casos de biocorrosão, presentes em sedimentos marinhos e límnicos, águas anóxicas, solos, biofilmes e no conteúdo intestinal de animais. As ligas metálicas como o aço inoxidável e o titânio, resistentes a ação corrosiva, são suscetíveis a ação microbiológica. O íon cloreto é suprido por diversas fontes, como: água do mar, atmosfera marinha, águas de rios (com mecanismo de concentração de cloretos), mãos suadas, dejetos humanos, comidas salgadas, contaminantes solúveis de isolamentos térmicos.


Mecanismo de implantação de um processo de CIM

O CO2 é um gás que reduz o pH da superfície do concreto. O H2S, sal do ácido sulfúrico, é um gás que origina sulfossulfatos e polissulfonatos que baixam ainda mais o pH da massa do concreto.


Depósitos de bactérias em uma tubulação de ar


Processo de corrosão com a deterioração

Detalhe de uma parede de um tanque


Classificação dos Microorganismos

Segundo BATISTA (2001), existem várias formas de classificar os microorganismos causadores de biocorrosão. Uma é associá-la ao seu metabolismo, e outra forma classificar é estabelecer uma relação entre as bactérias geradoras das patologias como:

9 Bactérias redutoras de sulfatos (BRS); 9 Bactéria oxidante de sulfetos e enxofre 9 Bactéria e fungos que produzem ácidos; 9 Bactéria oxidante de ferro; 9 Bactéria que fixa o manganês.


Micrografia de bactĂŠrias oxidantes de ferro no formato de filamentos


Micrografia de bactĂŠrias BRS, tiradas de uma biocorrosĂŁo por pite


Classificação dos Microorganismos Segundo BATISTA (2001), existem várias formas de classificar os microorganismos causadores de biocorrosão. Uma é associá-la ao seu metabolismo, e outra forma classificar é estabelecer uma relação entre as bactérias geradoras das patologias como:

“VÍBRIO”, tem suas células com o formato de um cabelo comprido; “BACILUS”, possuem células com formato

de haste ou vareta; “COCUS”, formam células arredondadas;

Estruturas Sujeitas à Corrosões Microbiológicas

Os microorganismos que desencadeiam o processo de biocorrosão são as bactérias e os fungos. As algas são usadas como vetores e hospedeiros para esses microorganismos. Os fungos e bactérias estão diretamente ligados ao estado de corrosão, que proporciona um processo veloz de corrosão. Importante, os biofilmes normalmente ocorrem em áreas expostas à fluxos de água doce ou com cloretos, entre duas e quatro horas de imersão, e atinge a fase “adulta” após algumas semanas.


Profilaxia da Biocorrosão em Estruturas

A prevenção patológica para este tipo de corrosão, é a aplicação de barreiras de pinturas, e proteção catódica.

Na manifestação microbiológica, a profilaxia pode ser feita através de alguns cuidados;

9 Aplicação de biocidas (bactericidas ou bacteriostáticos) e biodispersantes ao meio, para inibir o metabolismo do microorganismo. 9Mudar as características do meio, concentração de oxigênio, onde existam bactérias anaeróbicas. 9 Criar incompatibilidades ao desenvolvimento dos microorganismos, como imposição de aeração, onde existam bactérias anaeróbicas. 9 Retirar a remoção de enxofre para o caso de tiobacilus. 9O pH menor que 5 inibi o crescimento de bactérias do tipo Bactérias Redutoras de Sulfato ( BRS).


Considerações Finais

É necessário estabelecer programas de monitoramento do processo industrial de obras de saneamento, para impedir ou diminuir o ataque microbiológico às estruturas; O estudo da microestrutura dos concretos de estruturas submetidas à este tipo de agressividade é muito importante no sentido de melhor especificar os materiais a serem utilizados, e garantir a durabilidade, e o tempo de vida útil de obras de saneamento como ETEs, galeria de esgotos etc, que gira em torno de 10 anos. As ETEs devem possuir revestimentos protetores formados por elastômeros base poliuretano, e revestimento de PVC, impermeável aos gases; A proliferação da CIM não é provocada apenas por esgotos ou efluentes industriais, mas também pelos esgotos domésticos; Uma estrutura de concreto armado sem proteção contra a corrosão pode perder em média 6,2 mm de seu cobrimento por ano.


Referências

BATISTA, M. Biocorrosão em umaete. Recupera: revista do Instituto de Patologia da Construção, [S.l], nov./dez. 2001. RODRIGUES, J. Corrosão bactedriológica destrói o concreto de fundação. Recupera: revista do Instituto de Patologia da Construção, [S.l],nov./dez.1999. ROCHA, C.C. Corrosão bacteriológica no concreto de Etes. Recupera: revista do Instituto de Patologia da Construção.[S.l], [20-?]. WITZGALL, R, HORNER, I, SCHAFER,P. Water enviromental and technology. [S.l.: s.n.], [20-?]. KOBRIN, G. A Pratical manual on microbiológica Lly Influenced Corrosion. [S.l.:s.n], [20-?].



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