Revista APÊ ZERO 1- edição jul/ago 2013

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AGORA É

No seu condomínio. Na sua mão.

Distribuição dirigida Ano 10 . Nº 103 Jul/Ago de 2013

VOCÊ ME EMPRESTA UM POUQUINHO, POR FAVOR?

Quando foi a última vez que você precisou ou ajudou um vizinho? O que está acontecendo com as relações interpessoais? Conheça exemplos de moradores que driblam a intolerância!

ANIMAIS EM CONDOMÍNIO Pode ou não? Veja análise jurídica.

CORTAR CARBOIDRATO?

Colocamos dois articulistas para defender opiniões opostas




indice 8 ud Um quarto para elas

Toda a sofisticação e o encanto que um quarto de menina merece

12 mulher Solteira sim, feliz sempre! Elas são bonitas, bem sucedidas, estão solteiras e lidam muito bem com essa fase

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10 Faca voce mesmo - ud Esferas coloridas

Com barbante, tinta, giz e cola você pode fazer um objeto de decoração

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viver em cara ou coroa condominio Dieta do Carboidrato faz bem à saúde?

Retirar totalmente o carboidrato da alimentação gera polêmica entre nutricionistas

38 turismo Mangia che te fa bene

O centenário restaurante paulistano que serve macarrão artesanal

A polêmica dos animais domésticos É aceitável a permanência deles em apartamentos, mesmo proibida pela convenção de condomínio?

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22 capa

Gentileza gera...?

Pequenos gestos podem fazer a diferença na boa convivência entre os vizinhos do condomínio

20 ape debate

Recolhimento do lixo, responsabilidades do Conselho Fiscal e outras dúvidas respondidas por especialistas

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multiplicadores crianca Amor incondicional

Francisco Soares Netto, presidente do Projeto Semente, relata a atual situação das crianças nos abrigos de Jundiaí

Aprendendo a ganhar e a perder

Em uma simples brincadeira você pode perceber se seu filho é propenso a mandar ou receber ordens


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classificados

faca voce mesmo - o que tem na geladeira

faca voce mesmo - marido de aluguel

Lista de prestadores de serviços ideais para o seu dia-a-dia

Batata com requeijão

Em 15 minutos você tem uma refeição quente e gostosa para esse inverno

Troca de Tomada

Veja como é fácil, rápido e seguro fazer reparos na sua residência

36 3º setor Vivendo um dia por vez

Mateus tem cinco anos, uma doença rara e uma alegria capaz de contagiar quem convive com ele

44 pets Ei, me leva pra passear?

Está com preguiça de levar seu cãozinho para passear? Saiba que tem profissional que faz isso por você

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curiosidades da terrinha

faca voce mesmo - ecologia

As referências da cidade

Pontos históricos de Jundiaí que permanecem quase intactos e são conhecidos pela sua importância histórica

Porta retrato com potes de vidro

Crie ambientes personalizados reutilizando materiais que você tem em casa

50 cronica Uma confusão causada pela troca de uma encomenda, por Dr. Simão


editorial

Por favor, obrigado! ssas e outras palavrinhas mágicas são incessantemente estimuladas pelos pais durante os primeiros anos de vida dos filhos. A criança, ao reagir de uma forma mal educada, repentinamente é repreendida pela mãe. Correto ou não essa forma de aprendizado - deixemos a análise para os educadores - o fato é que a educação das crianças mostra exemplos invejosos a muitos adultos nas atuais relações interpessoais. Enquanto o garoto de cinco anos pede licença para ir ao banheiro durante a sala de aula ou simplesmente diz “bom dia, tio”, o morador de 37 anos sequer olha ao lado no elevador para o vizinho do 57 em uma manhã chuvosa de terça-feira, no condomínio de médio padrão, na cidade de Jundiaí. Onde foram parar os bons costumes? Em nossa reportagem de capa, um dos depoimentos dos entrevistados desperta uma reflexão importante: ser gentil com quem é gentil é fácil, difícil é ser com quem não é. Em um condomínio, a gentileza gera a tolerância e esta é o mínimo que se pede para ter uma vida saudável e de boa convivência entre vizinhos. E você, realmente lembra quando sorriu a última vez que entrou no elevador? Ou então, lembra se deu preferência para o outro veículo na entrada/saída do seu condomínio? Ou você faz parte da estatística das pessoas intolerantes que, ao perceber a presença de um morador, até apressa os passos e fecha a porta do elevador, para evitar qualquer contato. O que falta para você, eu e ele sermos mais gentis? Para chegarmos a essa reportagem de capa, nosso articulista, o advogado condominial Dr. Carlos Eduardo Quadratti, alertou para a grande quantidade de casos envolvendo brigas de vizinhos. Vez por outra, são brigas que poderiam ser resolvidas com uma boa conversa e o bom senso aplicado por ambas as partes. Mas não. Todos parecem estar vivendo a ponto de ebulição. Nesta reportagem especial da revista você vai conhecer casos reais de moradores que souberam criar alternativas para a melhor convivência dentro dos condomínios. Simples ações que criam laços fortes de relacionamento e produzem um resultado positivo a longo prazo para todos envolvidos. Leia a reportagem, POR FAVOR, OBRIGADO!

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Esta é a edição de número 103 da revista APÊ ZERO 1, a nova marca da revista Portal dos Condomínios, um publicação que é distribuída bimestralmente, via mala direta, para moradores de 130 condomínios e loteamentos residenciais de Jundiaí. É um desafio constante levar informação diferenciada, com credibilidade, sem cunho comercial, para você. Portanto, participe e ajude a contribuir para o crescimento do mercado condominial. Envie sua sugestão para falecom@apezero1.com.br

Vem aí a 2ª Festa do Síndico, promovida pela Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário - Proempi. Acompanhe as novidades em nosso site ou pela página oficial no Facebook. Procure por APÊ ZERO 1.

Rodrigo Góes, Jornalista Responsável 6

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colaboraram nesta edicao Carlos Eduardo Quadratti, advogado e jornalista que assina a editoria Viver em Condomínio e faz parte da diretoria da Proempi.

José Miguel Simão, além de síndico, leva diversão para casa dos moradores com suas crônicas sobre condomínios.

Dra. Cristiane Ferreira , especialista em nutrição clínica e terapia nutricional, NÃO concorda com a Dieta do Carboidrato.

César Torres, Nutricionista da Flexnutr, explica porque escolheu o SIM para a Dieta do Carboidrato, na editoria de Cara ou Coroa.

André Luiz, é o fotógrafo responsável pela maior parte das fotos desta edição.

Depoimentos Envie sua sugestão, crítica ou análise sobre as reportagens e a revista para o email falecom@apezero1.com.br Por e-mail: “A Revista ficou mais dinâmica, visual inovador e matérias com conteúdo importante para a vida em condomínio. Parabéns!” - Paulo Brunholi, empresário. No Facebook: “Inovação. Gostei. Deu uma cara de mais leveza e modernidade. Parabéns.” - Ghoren Vedovelli, 3º Sargento do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo “Linda Mesmo. Adorei a Capa! ” - Adriana Tognoli “Parabéns, Ficou Linda. Quero Receber ” - Elis Soares

Expediente A revista APÊ ZERO 1 é a nova marca da antiga revista Portal dos Condomínios e é editada pela Io Comunicação Integrada Ltda, inscrita no CNPJ 06.539.018/0001-42. Redação: Rua das Pitangueiras, 652, Jd. Pitangueiras, CEP: 13206-716. Tel.: 11 4521-3670 - falecom@ apezero1.com.br Jornalista Responsável: Rodrigo Góes (MTB: 41654) Diretora de Arte: Paloma Cremonesi Designer Gráfico: Camila Godoy e Jonas Junqueira Redação: Vivian Lourenço (MTB: 57471) Ilustração e Redes Sociais: Rafael Godoy Planejamento: Júlia Hirano Web: Vinicius Zonaro Estagiário: Paulo Toledo Tiragem: 10.500 exemplares Entrega: Mala Direta etiquetada e direto em caixa de correspondência, mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro da revista.

Quer seu exemplar? Caso ainda não receba, solicite para o seu condominio: falecom@apezero1.com.br ou ligue: 11 4521-3670 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento da revista.

Acesse na internet Site: www.apezero1.com.br Twitter: @apezero1 Facebook: Apê Zero 1 Associado:

Para Anunciar

11 4521-3670 atendimento@apezero1.com.br Apê Zero 1. Mai/Jun 2013

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ud Dica

Divulgação

27ª Casa Cor São Paulo aconteceu nos dias de 28 de maio a 21 junho, mostrando as tendencias de decoração dos mais diversos ambientes. Mais informações, procure por “Decor”, em nosso site www.apezero1.com.br

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Sonho dentro do sonho Reportagem: Vivian Lourenço 1

Fotos: Paulo Toledo

As meninas desde que nascem são tratadas como princesas, em um mundo todo delicado e especial. Tornar o quarto delas uma extensão desse universo é proporcionar um sonho dentro de um sonho. Nesse quarto, a arquiteta Renata Coppola, desenvolveu o ambiente especialmente para uma garota criativa, moderna, que gosta de moda e balé. Na decoração foram aplicados papéis de parede no teto e parede. O mobiliário é todo colorido e as bonecas estão em escala real. “Preferimos deixar os elementos originais da edificação como o piso, batentes em madeira de demolição e o forro, todos preservados”. Perceba que as cores rosa, azul, amarelo e o branco estão presentes em diferentes aplicações e materiais. “Essa aplicação de papel de parede multicolorido em parte do teto rebaixado e paredes, junto com os recursos tecnológicos e o colorido do mobiliário contemporâneo, mais a brincadeira divertida das bonecas estilizadas em escala real são alguns exemplos que elencam a atmosfera jovial e conceitual proposta na decoração”.

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1. Puff: Valor sugerido: R$ 650,00 - Arte Trançada (11. 2449-5721). 2. Mesa Atacama: Valor sugerido: R$ 350,00 - Decor & Style (11. 3964-2272). 3. Quadro New Year Read: nº 97 Cris Poli. Valor sugerido: R$ 800,00. - Arte Trançada 4. Mesa lateral Eçauna: Valor sugerido: R$ 597,00. - Arte Trançada Apê Zero 1. Mai/Jun 2013

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Faca Voce Mesmo ud

O que é

Se você gosta de produzir ou simplesmente incrementar a decoração da sua casa e de seu local de trabalho por conta própria, esta é a sua editoria.

Participe

Aceitamos sugestões. Quem sabe produziremos um objeto que você sempre sonhou em saber como fazer? Participe em nosso Facebook, site ou por email: falecom@apezero1.com.br

Vídeo

Quer saber como criamos essa esfera? Visite agora nosso site e procure a seção Vídeos.

www.apezero1.com.br.

Fotos Divulgação

Esferas coloridas

Materiais:

Mãos na Massa

l Barbante l Giz em pó: 1 colher de sopa l Cola branca: 120 ml l Tinta acrílica fúcsia l Bexigas pequenas

Despeje a cola branca em um recipiente e adicione em seguida o giz em pó e a tinta acrílica. Misture tudo até obter uma mistura homogênea.

Dica Infle bexigas de vários tamanhos e use tinta acrílica de várias cores para obter resultados diferentes. Você pode colocar as esferas dentro de um vaso transparente ou brincar com a forma delas da maneira que desejar. 10

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Depois, coloque o barbante dentro dessa mistura até que ele fique empapado. Pegue a bexiga, infle-a do tamanho que quiser e comece a enrolar o barbante, cobrindo toda a superfície. Deixe secar. Depois de seca, só estourar a bexiga e pronto, sua esfera para decoração está pronta!

Sorteio Participe de nossa página no Facebook. Acesse, curta a fan page APÊ ZERO 1


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mulher

Solteira sim, feliz sempre! Reportagem: Vivian Lourenço Fotos: André Luiz las são bonitas, bem sucedidas e estão solteiras. Elas engrossam o time dos 140 mil solteiros de Jundiaí. Em todo o país, são 90 mil – 56% da população, de acordo com o censo realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de solteiros é maior que o de casados no Brasil: 57 mil (35%). Só em Jundiaí que os casados superam os solteiros: 145 mil (44%). Mas como encarar a vida de solteira, principalmente para a mulher, que sofre a pressão da família para casar e ter filhos? Com as mudanças na sociedade, as mulheres solteiras encaram a fase com descontração, bom humor e sem pressa de encontrar um amor. “À medida que o tempo passa, naturalmente existe algum tipo de pressão, da família, dos amigos, da pessoa que inicia um papo contigo na fila do banco ou mesmo quando assinala com um (X) a opção solteira na ficha médica”, relata a produtora cultural Tainan Franco (32). A couch em relacionamento, Roselake Leiros, diz que a preocupação de encontrar alguém leva pessoas solteiras, que estão próximas ou já passaram dos 30 anos, a sofrerem uma condição de autojulgamento, cobrança e ansiedade. “Acontece que muitas mulheres pensam ter o tempo certo para um relacionamento acontecer e primeiro dedicam toda sua energia a realização profissional para só depois se envolver sério com alguém”. Mas não pensem que as solteiras são infelizes. De acordo com a pesquisa “De volta ao país do futuro”, realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, entre 132 países, as brasileiras solteiras estão entre as mais felizes do mundo e são as mais otimistas com o futuro. As entrevistadas desse grupo foram mulheres entre 20 e 35 anos, solteiras, moradoras de grandes e médias cidades e bem-sucedidas profissionalmente. A empresária Claudia Marins (40) também está enfrentando bem a solteirice, depois de um relacionamento de sete anos, sendo três anos de casada. “Faz oito anos que me separei e a decisão foi minha. Já tentaram me namorar, mas não

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mulher

Para amar alguém precisa se amar primeiro; seja feliz com você mesma. Claudia Marins

quis._Fico mais criteriosa, peso na balança e entre problemas de relacionamento e contas para pagar, eu fico com as contas”. Apesar da sociedade atualmente encarar com mais naturalidade os solteiros, há situações de saia justa. “Ainda persistem aquelas perguntinhas chatas, que são chave, como ‘já casou?’. Não adianta, isso faz parte da nossa cultura e não podem ser mudadas da noite pro dia”, ressalta a couch. Tainan já passou por uma dessas situações. “Quem nunca chegou a um evento de família e ouviu a habitual pergunta, daquela tia que acabou de casar a filha, ‘E o coração, como vai?’. E com sorriso cínico nos lábios, saio dessa dizendo: ‘Tá bem, tá batendo, tia’. Ou passou pela força tarefa dos amigos em ’te apresentar alguém!’”. Mas essa situação nem sempre é regra. Com 14

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Claudia, por exemplo, isso não acontece. “Tanto meu pai quanto minha mãe me acolheram com a decisão. Meu irmão mais velho que é mais complicado, porque ele se preocupa mais”. Roselake Leiros afirma que os homens também sofreram com os novos formatos de relacionamento e com as mudanças comportamentais das mulheres. “Eles, com medo de se relacionar com uma mulher tão independente e forte, se retraem, enquanto elas, com medo de voltar à submissão, também se retraem. E foi isso que acabou criando a relação afetiva cada vez mais superficial, sem vínculos e sem compromissos”. “Eu pessoalmente procuro levar essa pressão com irreverência, porque reconheço quais são minhas demandas, estar sozinha. É uma ótima oportunidade para catalogar as coisas que, de fato, são importantes. Isso determina a felicidade, ao menos a minha”, ressalta Tainan. A couch, Roselake Leiros, faz questão de lembrar que a decisão de estar solteira ou em um relacionamento é exclusivamente da pessoa. “Se você está bem com a decisão, ótimo, ninguém tem nada a ver com a sua vida”. É o que aconteceu com a empresária Claudia Marins. “Estou em uma fase de purificação da alma, limpando meu coração para a ener-

gia fluir”. Tanto para ela, quanto para Tainan, a solteirice não é definitiva, e sim uma passagem na vida, encarada com muita tranquilidade. “Eu gosto de estar feliz, sou completa neste quesito. Adoro estar em uma relação de amor, dividir os dias, os planos, gosto de me apaixonar, embora isso tenha adquirido nova importância com o passar do tempo. Estar solteira é uma aula sobre mim, conheço minhas angustias, dores, alegrias. Passo muito tempo comigo, então dá pra bater um bom papo.”, detalha a produtora cultural. E quando aparecer alguém que balance o coração, o que fazer? A resposta das duas é unanime: “O que busco para a minha vida não cabe em qualquer relação, com qualquer cara, então, neste caso estar solteira tem lá suas vantagens. Quando algo especial chegar, abro mão de ser solteira sem pensar”, assume Tainan. “O princípio de tudo é se amar. Para amar alguém, precisa se amar primeiro; seja feliz com você mesma”, aconselha Claudia Marins. E para fechar, Tainan resume com uma frase essa fase que vive: “Tem uma frase do Nietzsche que adoro, e retrata bem este momento de ‘solteirice’ - Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia”.


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cara ou coroa

Dieta do carboidrato faz bem a saude? SIM

Claro que minha ideia sobre Saúde x Zerar Carboidratos é baseada na eficiência quando o assunto é a máxima de eliminação de tecido gordo do organismo. É interessante destacar que o tempo da dieta zero carbo deve ser pequena e, se aplicada por um profissional de nutrição, pode ser bastante beneficiado. O corpo usa os carboidratos como fonte primária de energia. Quando cortamos os carboidratos, em três dias o organismo entra em cetose. Isso quer dizer que ele passa a usar gordura como fonte primária. Você vai precisar comer gordura para que o corpo passe a queimá-la. Se não comê-la, ele vai pensar algo como “opa, não está vindo gordura, melhor preservar as reservas que tenho aqui”. Lembrando que esta gorduras devem vir de fontes saudáveis como óleo de coco ou de peixe, azeite extra virgem, abacate, oleaginosas. Os primeiros dias são os mais difíceis, podendo até gerar uma dor de cabeça ou mal estar. Isso acontece porque estamos subvertendo a maneira como o organismo trabalha. Uma vez que a gordura virou a fonte principal de energia, aos poucos vai sendo consumida tanto dos alimentos quanto do corpo. Como não há mais carboidratos, não há mais picos de insulina que geram as indesejáveis gorduras localizadas e, consequentemente, não há inibição da liberação do hormônio do crescimento, que ajuda a criar músculos no corpo. Portanto, entendese que este tipo de dieta é de grande utilidade para eliminar gorduras e estando no ambiente hormonal ideal para ganhos musculares. Um único problema da dieta cetogênica (zero carbo) tradicional é que a pessoa pode ficar sem resistência para fazer exercícios físicos e durante o processo se for por muito tempo pode existir a perda de massa magra e a diminuição do metabolismo corporal. É aí que entra uma ideia infalível: ciclar carboidratos, um pequeno ciclo de altos carboidratos para preencher os estoques de glicogênio. Relembrando: o corpo leva três dias para entrar, ou sair, da cetose. Então tudo o que você tem a fazer é manter um ciclo de cinco dias comendo proteína, gordura e fibra – mantendo os carboidratos em índices baixíssimos, entre 20 e 40 gramas por dia – e depois alternar para um ciclo de dois dias comendo proteína, fibra, muito carboidrato e pouca gordura. Fazendo isso, você acumulará um estoque de carboidratos para os exercícios da semana. Com certeza terá sucesso nos resultados. Estas dicas não substituem a orientação de um profissional de nutrição.

NÃO

A dieta da proteína constitui-se em restringir por um determinado período a ingestão de carboidratos da alimentação, ao mesmo tempo em que se incentiva o consumo muitas vezes abusivo de proteínas e gorduras . Esse tipo de dieta tem sido motivo de diversos estudos em todo o mundo, ao mesmo tempo em que alguns profissionais da saúde e leigos tentam personalizar cada um a sua maneira uma forma de divulgar e expandir a ideia de que a restrição de carboidratos na dieta por um determinado período de tempo possa ser a solução para a tão desejada perda de peso. Segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) dietas com exclusão de carboidratos não são eficazes e ao contrário disso fazem com que os indivíduos sujeitos a essa tipo de dieta não mudem seus hábitos alimentares. Agora a pergunta que devemos fazer; qual o impacto desse tipo de dieta a saúde? Estudos recentes comprovaram que uma dieta com baixo consumo de carboidratos e rica em proteínas causam um esvaziamento das reservas de glicogênio (forma com que o carboidrato é estocado no corpo) e associado a isso existe uma grande perda de água corporal, além disso os pesquisadores observaram o aparecimento de diversos tipos de intercorrências como mal estar geral, dores de cabeça, perda de massa magra, baixa de raciocínio etc. Em centenas de estudos experimentais verificaram-se que o consumo excessivo de carne aumenta o risco de doenças como hipertensão, dislipidemias e diabetes em adultos. Estudo publicado pelo British Medical Journal (BMJ) revelou que dietas com baixa ingestão de carboidratos e alto teor de proteínas podem estar associadas ao aumento do risco para doenças cardiovasculares. Importante dizer que o baixo consumo de vegetais, legumes e frutas praticado durante a restrição de carboidratos contribuem para que vitaminas, minerais e fitoquímicos deixem de ser consumidos, expondo o organismo a diversas doenças. É certo de que a dieta adequada constitui-se no equilíbrio dos nutrientes e não na restrição deles. A redução de calorias associada a boas escolhas alimentares é a melhor terapia para uma perda de peso saudável e também para a manutenção dessa perda evitando assim o tão temido e atual efeito sanfona.

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– CRN: 30.073

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cio - UNIFESP e Especialista em Nutriçao Esportiva - UNIFES

Dra. Cristiane Ferreira – especialista em nutrição clínica e terapia nutricional

César Torres - Nutricionista da Flexnutri Pós Graduado em Fisiologia do Exerci-

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Divulg ação

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Viver em Condominio

C

Isso possibilita que as regras sejam elaboradas pelos próprios moradores, a fim de evitar maiores problemas e facilitar a aplicabilidade das normas, uma vez que foram criadas pelos próprios interessados. Por fim, gostaríamos de lembrar que não existe proibição legal específica. A lei não veda a manutenção de animais em condomínios. Algumas Convenções/Regulamentos são que fazem, bem por isso a discussão está longe de encontrar um fim. Disciplinando-se a manutenção dos animais, reservando-se essa hipótese para os que sejam certamente domésticos e mansos, determinando-se quais locais do condomínio esse animais poderão ter acesso e como, quando e por onde poderão ser transportados, acreditamos que as ocorrências possíveis poderão tomar contornos menos significativos e as multas previstas na convenção e regimento já serão suficientes para a satisfação dos diversos interesses. Saliente-se, porém, que há de prevalecer o bom senso. Afinal, animais silenciosos e domésticos na acepção do termo, mantidos no interior de apartamentos, a eles emprestados os devidos cuidados quando de eventuais saídas, não ofendem as regras de boa vizinhança previstas na Lei de Condomínios (Lei n° 4591/1964) e no Código Civil.

D i vu

Com a chegada do mês de agosto, ocorre também na maioria das cidades a campanha de vacinação de cães e gatos. É nessa hora que o assunto “pet” ganha destaque nas discussões de condomínio. Não obstante exista a proibição a animais na maioria das Convenções/Regulamentos de condomínio, os tribunais vêm flexibilizando tais cláusulas considerando a evolução das leis protetoras dos animais domésticos e atentos aos benefícios que a convivência destes proporciona ao comportamento humano. Em certos países já existem leis específicas, como por exemplo, a França onde a Lei 70.598/70 revogou a legislação anterior, para considerar não escrita toda estipulação tendente a interditar a permanência de animais domésticos nas residências, salvo quando prejudiquem a higiene, a salubridade e o sossego dos moradores. Caso o síndico insista na proibição, o morador poderá obter um Alvará Judicial ou até mesmo uma tutela da UIPA (União Internacional Protetora dos Animais). No entanto, algumas Convenções/Regulamentos são silentes nessa questão. Caso isso ocorra, os moradores poderão solicitar ao síndico a convocação de uma assembleia para tratar desse assunto.

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e aceitavel a permanencia de animais domesticos em apartamentos, mesmo proibida pela convencao de condominio?

autor do artigo Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.

Sugestão DE TEMA? Envie para o email falecom@apezero1.com.br

Cuidados mais frequentes para manter um animal no seu apartamento l Cuidar

da saúde e da higiene do animal; Transportar os animais nas áreas comuns sempre no colo ou acondicionados em caixas apropriadas para esse fim; l Utilizar a coleira com identificação nos animais; l Usar o elevador de serviço. Quando não for possível, dar preferência aos moradores que não portam animais para que se utilizem primeiro do elevador buscando incomodar o mínimo possível; l

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Levar o cãozinho para passear, possibilitando que se exercite e não fique estressado no apartamento, produzindo latidos que possam incomodar os vizinhos. l Limpar imediatamente qualquer sujeira deixada pelos animais nas áreas comuns do condomínio; l Vacinar no tempo correto, mantendo os comprovantes guardados, para comprovar a vacinação em caso de algum acidente. l


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ape debate

duvidas de moradores e sindicos expostas aqui, pra voce: Quando se é síndico ou morador de condomínio fica impossível imaginar que tantas perguntas possam aparecer pela frente. A Revista Apê Zero 1 consulta diversos especialistas para trazer a melhor solução para você. Nessa edição vamos responder dúvidas sobre separação e recolhimento do lixo, responsabilidades do Conselho Fiscal, câmeras de vigilância e colocação correta de placas nos apartamentos. Tem alguma dúvida, escreva para gente, falecom@ apezero1.com.br, que buscamos a solução. Raquel da Silva - Cond. Sítio do Botão: Os condomínios são obrigados a fazer a separação do lixo? APÊ Debate: A obrigação nasce da lei ou da Convenção, que, aliás, “faz lei” entre as partes. Desta maneira, se não houver legislação ou se não houver previsão na Convenção ou Regulamento Interno, os condôminos não podem ser compelidos a separar o lixo, embora a atitude seja louvável e sua eficácia esteja vinculada na maioria das vezes à coleta seletiva do serviço público. Odete Pinheiro - Cond. Palmeiras da Malota: Até onde o Conselho Fiscal pode ser responsabilizado pela prestação de contas? APÊ Debate: O Conselho pode ser Responsabilizado pelo que chamamos em direito por “culpa in vigilando”, ou seja, por não acompanhar a prestação de contas mensal, podendo inclusive vir a ser obrigado a indenizar o condomínio juntamente com o síndico. Lilian Arruda - Cond. Bosque dos Jatobás: Está dentro da lei colocar uma câmera de vigilância dentro da portaria? APÊ Debate: Sim. Da mesma maneira que os bancos, por exemplo, possuem câmeras no ambiente de trabalho. 20

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Luana Marques - Cond. Janaina: Pode colocar placa de aluga/vende na janela do apartamento? APÊ Debate: O Código Civil não trata expressamente destas questões, que, aliás, podem estar previstas na Convenção do Condomínio ou nos Regulamentos Internos, mas dependendo do tamanho, cor e local em que a placa é fixada esta pode configurar alteração de fachada, abrindo assim o precedente para que o síndico determine sua retirada. Colaboradores: Para essa edição foi consultado o seguinte especialista: l Carlos Eduardo Quadratti - advogado

especializado em direito condominial e de vizinhança.

Envie sua pergunta pelo site ou por e falecom@ap mail: ezero1.com.b r


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capa

Gentileza gera...?

Reportagem: Vivian Lourenço Fotos: André Luiz alavrinhas mágicas como bom dia, boa tarde, boa noite; dar preferência aos mais velhos, segurar a porta para quem vai entrar; dar a preferência no trânsito, etc. essas e outras regrinhas de gentileza, certamente você aprendeu quando era pequeno. O problema é que, quando você cresce, acaba as deixando de lado. Faça um pequeno teste durante apenas um dia: cumprimente todo mundo que encontrar com um “bom dia, boa tarde ou boa noite” e veja quantos irão te responder (ou ignorar) e quantos vão te olhar assustado. Quantas pessoas são capazes de serem tolerantes e gentis no trânsito ou no transporte coletivo, por exemplo? Muitas vezes a pressa de chegar em casa e o estresse tomam conta das pessoas e elas têm atitudes individualistas. Esse mau humor latente está presente em diversas situações do dia a dia. As consequências estão aparecendo nos momentos mais simples do cotidiano, como um simples acesso ao condomínio, o uso do elevador ou um barulho inesperado em horários não determinados. De onde vem todo esse comportamento? “A sociedade contemporânea tem características diferenciadas de algumas décadas passadas. Na atualidade, o individualismo é cultuado. As pessoas não estão apenas exigindo dos outros comportamentos adequados, mas também de si. A incapacidade de administrar exigências do mundo atual de ‘perfeição’ gera angústia, raiva e intolerância”, explica a mestre em culturas escolares e linguagens pela Universidade Federal do Mato Grosso e psicóloga clínica, Elisângela de Melo Paes Leme Menezes. Uma das causas dessa individualidade pode estar no mercado de trabalho, que é competitivo e acirrado. Ele faz com que as pessoas precisem se atualizar de uma maneira rápida e profunda para conseguirem se superar. Esse foco em si

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So ficou no muro Tristeza e tinta fresca Nos que passamos apressados Pelas ruas da cidade Merecemos ler as letras E as palavras de gentileza

Trecho da música Gentileza, da cantora Marisa Monte próprio, no crescimento pessoal e profissional, vai acabar por incentivar o individualismo, um dos maiores males do mundo atual. “Podemos dizer que está mais acentuada nos dias de hoje pelo fato de as pessoas não refletirem sobre as suas ações. Intolerância como comportamento agressivo, depende da cultura do local. Alguns países, nos dias atuais, são menos violento do que no passado”, detalha Elisângela. Mas tudo isso teve um início. A psicóloga conta que essa falta de relação entre as pessoas não é de hoje, vem desde a Revolução Industrial. “A transformação social, econômica e cultural da Idade Média para a Idade Moderna, o início da burguesia, o ter, antes do saber. Esta revolução mudou a economia da época para o capitalismo, que promove o individualismo”. O crescimento nas grandes cidades gerou a necessidade de prédios, mais tarde o desemprego deu vida aos ladrões, crimes etc. “Tudo isto gerou medo na sociedade e as pessoas ficam cada vez mais isoladas, tanto por motivos de segurança quanto culturais. O afastamento da igreja, das reuniões religiosas, a roupa da missa de domingo transformou-se em compras no shopping, em atividades individuais”. Elisângela ainda explica que muito se perdeu com o progresso, como as brincadeiras de rua e as festas comemorativas, que diminuíram muito. Mas bons exemplos são mantidos. “Algumas cidades conseguem ainda manter sua cultura. Outras possibilidades estão aparecendo de interação, como por exemplo, o Facebook que resgata amigos de longa data. Pode ser o início de uma nova forma de manter a cultura, com outro formato, é claro!”, dá a dica a psicóloga. E fora do Brasil, como funciona essa questão da intolerância e falta de gentileza? O escritor, palestrante, consultor e conhecido como Sr.Gentileza, Luiz Gabriel Tiago, disse que teve a opor-

tunidade de conhecer vários países em todos os continentes e ressaltou que não existe povo mais gentil que o nosso. “O Brasil está a frente de nações como os Estados Unidos, Inglaterra e Irlanda, por exemplo. Somos mestres na arte da gentileza e isso é indiscutível. O conceito que esses países têm sobre esse tema é um pouco diferente, pois associam a gentileza aos bons modos e à forma com que nos relacionamos com as pessoas. Aqui se acredita que, uma pessoa realmente gentil, é aquela que confia nos seus valores pessoais e os coloca em prática, além de transmití-los aos filhos e a quem estiver ao redor”. Uma prova disso é a força da nossa solidariedade. O brasileiro não fica de braços cruzados quando alguém precisa de ajuda, mesmo que não conheça. A consultora de etiqueta, Janaina Depiné, disse que essa relação de povo mais gentil depende muito do país e cidade em questão. Em geral, o que muda é em relação ao tamanho das cidades. Nas grandes metrópoles do mundo as pessoas tendem a não se relacionar tanto com os vizinhos devido a correria do dia a dia. Quanto menor a cidade, mais próxima é a relação com a vizinhança. Mas há fatos curiosos. “Existe o Dia Europeu do Vizinho que começou num bairro de Paris, em 1990. Um grupo de amigos decidiu promover uma festa para ‘aproximar e mobilizar as pessoas contra o isolamento’ criando, para isso, a associação ‘Amigos de Paris’. Nove anos depois, a festa já conseguia mobilizar 800 vizinhos”, contou Janaina. A data hoje é comemorada em vários países europeus, no dia 26 de maio, e atrai mais pessoas a cada ano, na tentativa de aproximar vizinhos que moram sozinhos ou pessoas que sequer sabem o nome do vizinho do lado. Se somos ainda o país mais tolerante e gentil, como as pessoas não conseguem conviver com o colega de trabalho ou o vizinho do


Toda quinta-feira, às 19h, eles se reúnem na quadra para jogar, conversar e dar risada; nunca saiu uma briga por causa de derrotas ou lances mais duros.

condomínio? “Uma pessoa estressada e ansiosa, com excesso de cobrança por perfeição, num mundo competitivo pode, sem pensar, num impulso, realizar atos graves para si e para a sociedade”, explica a psicóloga. Fui morar em condomínio e agora? Se falta paciência no trânsito, no ônibus, trem, metrô, faixa de pedestre e até com o colega de trabalho, quem dirá quando você chega em casa cansado e ainda tem que conviver com seus vizinhos de parede? Morar em condomínio não é das tarefas mais fáceis; tem que encarar o vizinho no elevador, na garagem, em todo o lugar. Como conviver em paz com quem mora do seu lado? “A exigência em cumprir com as suas obrigações diárias, correr contra o tempo, competir. Não pensar no outro, tornou-se algo natural”, detalha a psicóloga Elisângela. Morar em condomínio é um capítulo a parte na vida das pessoas. É viver dentro de uma sociedade própria, com regras definidas e que pre-

cisam ser seguidas. “O vizinho de condomínio é alguém com quem você divide a mesma rua e, em alguns casos, a piscina, o zelador, o porteiro. Para garantir uma vizinhança harmônica, bom mesmo é usar e abusar de gentileza e descrição”, aconselha a consultora de etiqueta Janaina. A gentileza deve estar presente em todos os lugares, inclusive nos condomínios. Sua prática deve ser consciente, principalmente no que diz respeito ao convívio comum. “Algumas regras são básicas como não fazer barulho, obedecer aos critérios de vagas na garagem, lugar de depositar o lixo e em relação à domesticação de animais. Porém, nunca se questionou a qualidade no relacionamento interpessoal entre os síndicos e condôminos, por exemplo. Que tipo de relação existe entre eles? Gerir um condomínio não é uma tarefa fácil, pelo contrário, mas a gestão deve ser pautada na cordialidade e na participação de todos”, aconselha o Sr. Gentileza, Luiz Gabriel Tiago. Independentemente de qualquer coisa, o bom senso é fundamental e ninguém precisa es-

perar o outro tomar a iniciativa. É nosso dever tratar as pessoas com boa educação, cumprir com nossos deveres, contribuir para o bem estar comum e entender que a gentileza começa dentro de casa. Assim ficará mais fácil transformar um grupo, a sociedade e o mundo, mesmo que esse seja resumido num condomínio. Janaina acredita que as regras de etiqueta se resumem nos hábitos que são aplicados no dia a dia, ou seja, elas são vitais para termos relações mais harmoniosas, para sermos vistos como pessoas íntegras e de bom caráter. Mais do que isso, quem planta o bem, colhe o bem; esse é um sábio provérbio. “Além disso, com relação ao convívio num condomínio é importante destacar que morar bem, não é só uma questão da beleza do imóvel, exige uma postura condizente. É preciso mostrar que você combina com os bens que conquistou”. Vem problema por aí! Nem todo mundo se encaixa nas regrinhas Apê Zero 1. Mai/Jun 2013

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capa

O futebol faz muitos amigos Ieso Lordelo

de boa convivência com os vizinhos. Casos de _ briga entre condôminos rodeiam os noticiários e tiram o sono dos síndicos e o sossego dos advogados. Casos de justiça e até de polícia podem ser vistos aos montes. Há brigas que extrapolam o bom senso e acabam em verdadeiras tragédias, como o caso do síndico que morreu uma semana depois de ser agredido por um morador no Rio de Janeiro. Segundo vizinhos, o motivo da briga seria um aviso do síndico proibindo que chaves fossem deixadas na portaria. Outro caso de tragédia aconteceu recentemente. O barulho no andar de cima resultou em três mortes, em maio deste ano, em um condomínio de alto padrão de Alphaville, bairro nobre de Barueri, na Grande São Paulo. O empresário, Vicente D’Alessio (62), invadiu o 24

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apartamento e disparou pelo menos seis vezes contra a dentista, Miriam Cecília Amstalden Baida (37), e seu marido, Fábio de Rezende Rubim (40). Depois, ele se matou dentro do elevador. Em Jundiaí, não há relato de crimes tão graves cometidos pela intolerância, mas quando o problema vai além da reclamação de um vizinho e incomoda o prédio todo, como proceder? Uma dessas saias justas aconteceu com o síndico do Condomínio New Garden, Reynaldo Silveira Júnior. Ele teve que recorrer a um advogado para resolver o problema, e no fim, o processo chegou até o juiz. Síndico há quase três anos, Reynaldo teve dificuldades com um morador e essa não foi a primeira vez, já que de problemas ele entende: foi síndico de outros dois prédios, contabilizando quase 13 anos de experiência. “O morador tem um cachorro e o animal estava incomodando os outros moradores, que filmaram e fotografaram tudo. O que acontecia é que ele largava o cão sozinho o dia todo. Depois de muita reclamação e com as provas na mão, conversei com o morador, que não admitia que havia um problema”. De acordo com Reynaldo, o morador foi notificado e multado, o que o fez entrar na justiça contra o condomínio. “Falou que estava sendo perseguido, que queria indenização por danos morais. O próprio juiz achou um absurdo. Logo depois a

pessoa caiu na real do papel que estava fazendo”. Essa não é a primeira vez que Reynaldo precisa lidar com problemas. “De técnico de futebol e síndico fica fácil reclamar”. Apesar das saias justas, o síndico do New Garden sempre opta pelo diálogo antes de aplicar as punições estabelecidas em assembleias. “Tento fazer o meio de campo antes de uma atitude drástica. Não adianta pegar pesado, só vai se indispor com os moradores”. Tiveram situações que o síndico chamou os moradores que estavam com problemas e colocou um de frente com o outro até que a situação fosse resolvida. “Ser síndico acaba sendo uma aula de psicologia”. Toda essa impaciência e a intolerância dos dias atuais foram percebidas pelo síndico. “Cada vez mais as pessoas estão impacientes; reclamam até quando a internet cai ou falta de energia no quarteirão. O que eu posso fazer? Eu de férias, longe e já me ligaram para falar disso; pega o telefone e liga pra companhia de energia. Acham que o síndico tem que resolver tudo; reclamam de tudo”. Reynaldo acredita que essas situações aconteçam porque a maioria das pessoas ainda não tem o hábito de morar em condomínio – e todo condomínio é cheio de regras. “Gentileza passa pela educação, bom senso, política de boa vizi-


nhança; tem que ser flexível”. Problemas como adolescentes bebendo no condomínio, barulho de mulheres andando de salto no andar de cima ou vizinho que resolve furar a parede em horário que não pode são situações que todo o síndico enfrenta, inclusive Reynaldo. “Tudo sempre tem imagem, para provar, não ter questionamentos. A reclamação vira um termômetro do síndico. Se os próprios moradores colaborassem não haveria reclamação”, finaliza. De estranhos a amigos Não é só de problemas que o síndico vive. Apesar de eles representarem uma boa parcela da dor de cabeça diária de quem ocupa esse cargo, algumas histórias tem um final bem diferente que o banco dos tribunais. Quem conhece o vizinho que mora ao lado, ou no apartamento de cima, ou debaixo? Não é raro encontrar casos de pessoas que não fazem ideia de quem divide o mesmo espaço. Os moradores do condomínio Bosque dos Jatobás encontraram uma maneira divertida – e saudável – de atravessar essas barreiras de desconhecidos e viraram grandes amigos. Tudo começou quando Ieso Lordelo (morador há dois anos do local) apostou com os garotos que venceria uma partida de futebol contra eles – caso perdesse, voltaria apenas de cueca para casa. E não é que o desafio acabou se tornando uma coisa séria? “Tudo começou com disputa de pais contra filhos. O primeiro jogo foi 6x1 para os pais”, explicou o zelador do condomínio, Marcos Roberto Leme. Claro que os filhos pediram a revanche e venceram por 7x1. Dessa brincadeira, o futebol virou compromisso sagrado. “Começou de sexta-feira, mas não deu muito certo, então mudamos para outro dia da semana e agora temos até oito times”, conta Marcos, zelador há quatro anos no condomínio. Toda quinta-feira, às 19h, eles se reúnem na quadra para jogar, conversar e dar risada; nunca saiu uma briga por causa de derrotas ou lances mais duros. “O futebol faz muitos amigos. Começamos com 10, 12 pessoas, agora conseguimos reunir até 30. Vamos nos conhecendo, fazendo amizade; assim se criam os valores. Foi o futebol que mais fortaleceu a amizade e ajudou até alguns a fazer negócio”, conta Ieso.

Apesar de a adesão não ser de 100%, quem não participa do futebol não reclama de quem tira a noite para jogar; e há aqueles que vão apenas para assistir, conversar e dar risada. “Depois que começamos a jogar o pessoal se cumprimenta mais, reduziu os problemas porque todo mundo acaba se respeitando mais; é praticamente uma reunião de condomínio informal”, revela Angelo Dobarro, que mora há três anos no local. O zelador Marcos engrossa o coro das mudanças antes e depois do futebol. “A amizade aumentou bastante. Ajuda muito quem é de fora da cidade e vem morar aqui; fazemos a divulgação dos eventos pelo Facebook, que ajuda na troca de contatos”. Um dos primeiros moradores do Bosque dos Jatabós, Odair Cabeira, consegue perceber toda essa mudança. “Mudou da água para o vinho desde que me mudei para cá, há quatro anos”. Mas e o síndico, o que acha de tudo isso? Com a palavra, Rinaldo de Andrade, administrador do Bosque dos Jatobás: “Precisava de um motivo para a integração dos moradores. Em um condomínio, tudo são regras. E ficou mais fácil, até para cobrar; eles atendem mais rápido”. Não gosta de futebol? Não tem problema, você pode seguir a dica de um condomínio de São Paulo. Eles se reúnem semanalmente para confraternizar e aproveitam para conversar sobre as melhorias no condomínio e de quebra fazem amizades. Tudo em um clima gostoso, que nada lembra a tensão das assembleias. O condomínio que lançou esse projeto fica na Zona Norte de São Paulo, no bairro do Mandaqui. A iniciativa deu tão certo, que o grupo acabou se dividindo entre “Clube do Bolinha e da Luluzinha”. Eles se reúnem tradicionalmente às quartas-feiras, principalmente no horário dos jogos de futebol. A ideia foi do publicitário Carlos Piccolo e já conseguiu reunir, para o churrasco, 17 das 32 famílias que moram no condomínio. Crianças e esposas também são convidadas a participar. No começo, há dois anos, só os homens participavam e as mulheres só entraram na brincadeira mais tarde; por isso que o espaço teve que sofrer algumas modificações. Na conversa descontraída, assuntos como melhorias para o condomínio foram surgindo, como a necessidade de espaço para crianças, a parte financeira, etc. Durante as confraternizações, eles conseguiram levar os moradores para as as-

Dicas simples e faceis de serem colocadas em pratica 1- Encontrou o vizinho no elevador ou na porta de casa? Cumprimente-o. Lembre-se ainda de evitar barulhos tarde da noite ou de madrugada, tirar o salto alto quando chegar em casa; não invadir a garagem alheia e não bater a porta do seu carro na do outro. 2- Vizinho novo merece visita com direito a um presentinho. Pode ser um vaso de flores ou um bolo, feito por você ou não. O que conta mesmo é o carinho. 3- Se for dar uma festa é bom avisar o vizinho. Explique a razão da comemoração e desculpe-se antecipadamente sobre o movimento ou ruído a mais que irá causar. Mas não se esqueça de que a lei do silêncio existe para ser cumprida, portanto, não abuse do barulho nem do horário. 4- Não fomente ou contribua com as fofocas. Recuse-se a ouvir e a passar adiante. Assim, você quebra essa corrente. Caso tenha problemas com algum vizinho, tente primeiro resolver a situação de maneira amigável. Caso não de certo, aí sim fale com o síndico ou com empresa responsável pela administração. 5- O bichinho de estimação deve sempre usar o elevador de serviço. As áreas comuns do condomínio não são apropriadas para ele. Não se esqueça de recolher as fezes do seu animalzinho.


capa sembleias, onde fica tudo mais fácil de resolver. Além de histórias divertidas, os condomínios revelam verdadeiras surpresas de moradores que não medem esforços para o bem estar dos vizinhos. Um dos casos, em Jundiaí, que exemplifica bem isso foi contato pelo síndico do Condomínio Chácara das Flores II, Wagner Carpi. A história é sobre o casal Manoel e Elza Tremura. “Ele, pessoa de sorriso fácil e de boa prosa, sempre disposto a um bater um papo, sem se importar com o local, o horário e o assunto. Ela, de uma educação e simpatia sem comparação, e que apesar dos filhos já adultos e casados, ainda transbordava um sentimento quase maternal com qualquer pessoa que a ela procurasse”. Dentre as inúmeras qualidades deste casal a que mais impressiona Wagner é a gentileza e generosidade. “Uma marca registrada deles é a festa natalina em nosso condomínio, quando incorporam Papai e Mamãe Noel e contagiam a todos os presentes com o mais puro sentimento de que somos todos ‘uma’ família”. “Um fato que marcou muito foi acompanhar a dedicação desse casal quando, em uma festa de Natal para crianças, uma delas fez um pedido: uma cadeira de rodas (depois soubemos que a cadeira que a criança estava usando era emprestada e não era adequada para o seu problema)”. Manoel e Elza Tremura se empenharam para viabilizar a compra dessa cadeira de rodas e apesar de estar “fora de época”, aquele mesmo senhor de barba branca e de roupas vermelhas foi entregar o presente para aquela criança. “O espírito de generosidade deste casal é tão grande que até mesmo na Páscoa, eles não se importam em se vestir Papai e Mamãe Noel e distribuir ovos de chocolate para as crianças. E isso é só uma parte das muitas lições que esse querido casal nos dá, do significado da palavra gentileza!”. Como faço para ser mais gentil? Se as histórias acima te emocionaram ou fizeram você rever seus hábitos diários, o Sr. Gentileza, Luiz Gabriel Tiago, dá algumas dicas para quem quer começar a incorporar a gentileza e a tolerância no dia a dia. “A boa educação faz parte da vida de uma pessoa gentil. A gentileza é um conjunto de valores e predicados que norteiam a conduta humana. De uma forma bastante ousada, poderia considerar gentileza irmã da ética”. Assim, bons modos e comportamento adequado se encaixam nesse “pacote”. 26

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Manoel e Elza Tremura incorporam Papai e Mamãe Noel e contagiam com o mais puro sentimento de uma única família Para evitar conflitos, Luiz Gabriel recomenda que, para ser uma pessoa gentil, basta seguir a regra dos 3 “C´s” – que é Cumprimentar, Colaborar e Compreender. “Através dessa sequência exercitamos alguns valores importantes e indispensáveis para nossa sociedade como a boa educação, respeito, empatia e solidariedade. Porque insistimos tanto em complicar as coisas? Ao invés de valorizarmos os defeitos dos outros precisamos nos convencer de que os tempos mudaram e as qualidades devem vir na frente”. Como dizia o falecido José Datrino, conhecido como o Profeta Gentileza: “Gentileza gera gentileza”. “Podemos aumentar o significado dessa frase e dizer que gentileza gera muitas outras coisas boas, como o bem estar emocional, qualidade de vida, paz e prosperidade. Uma pesquisa desenvolvida por uma universidade americana comprovou que atos gentis liberam endorfina no organismo – que é um hormônio responsável pela sensação de bem estar. Para que isso seja possível, não podemos praticar a gentileza de forma interesseira ou falsa; devemos praticá-la de forma natural, espontânea e sincera”, alerta o Sr. Gentileza. Costumamos dizer “bom dia” às pessoas que encontramos no caminho até a empresa? Somos educados no trânsito? Jogamos lixo pela janela do ônibus ou dentro do trem? Preocupamos com a pontualidade e assiduidade? Você liga para sua esposa para perguntar se está tudo bem? Esses gestos e outros que também são simples e podem transformar nosso cotidiano. Ser gentil é de graça, não tem custo e só atrai coisas boas. “A gentileza é contagiante e completamente envolvente. Por exemplo: é muito comum as pessoas se contaminarem pelo pessimismo ou mau

humor de outras pessoas. Se isso acontece, por que o contrário não pode acontecer? Costumo dizer que é muito fácil ser gentil com quem é gentil; o difícil é ser gentil com quem não é! E são essas pessoas que mais precisam da nossa delicadeza e educação”, finaliza o consultor e palestrante. Mas cuidado para não cometer excessos, querendo ser gentil em demasia. A consultora de etiqueta, Janaina Depiné, diz que os erros mais comuns são não respeitar a privacidade do vizinho, fazendo muitas visitas ou ligando (interfonando) a todo momento. Também é muito deselegante se convidar para eventos na casa do vizinho. Só apareça se for chamado. “Outro erro comum é achar que as áreas comuns são extensões da sua casa ou apartamento”. Além disso, é muito importante ser discreto, falar baixo para não despertar a ira dos vizinhos; nada de pegar o elevador trajando apenas uma saída de banho depois de dar um mergulho na piscina do prédio. Lembre-se que você não está na praia, muito menos num clube. “Isso vale para os homens que insistem em ficar sem camisa perambulando pelo condomínio. A regra também vale para quem mora em casa e tem sua piscina particular, mas vive cercado por prédios”. Nos edifícios nos quais as câmeras estão espalhadas por todos os lados, muita atenção com elevadores e garagens. Cenas de paixão explícita podem fazer a alegria dos porteiros. Cuidado também para não ser vitima da “espiadinha” alheia. “E tente jamais se tornar o encrenqueiro. Aquele sujeito que reclama do segurança, da reforma do vizinho, das crianças que ficam jogando bola, do cachorro do outro, acaba com fama de chato”, finaliza a consultora de etiqueta.


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Curiosidades da Terrinha

O que é

O que você acha de resgatar o passado da nossa cidade? Acompanhe as fotos e histórias sobre locais que ficaram registrados na história.

Colaboração Contato

Esse trabalho só seria possível com o apoio do professor Maurício Ferreira.

Sebo “O Barato da Cultura”: 11 2816-3387 | 2449-2140

As referencias da cidade Fotos: Rodrigo Goes

uem nunca deu como ponto de referência um dos monumentos de Jundiaí na hora de explicar o caminho para alguém. “Perto do Solar do Barão”, “Vira a esquina do Gabinete Ruy Barbosa” ou ainda “Fica perto da Ponte Torta”. Mais do que locais que te ajudam a se localizar, eles contam a história da cidade. O Rio Guapeva era usado para o lazer e nem mesmo a construção da Ponte da qual hoje resta apenas o arco que a sustentava, por volta de 1891, alterou esse panorama. Já o Solar do Barão é o museu mais famoso da cidade. A suntuosa construção de um pavimento apresenta na fachada principal sequência de 10 janelas e uma porta de entrada com arco em ferro, datado de 1862. O casarão pertenceu a Antônio de Queiróz Telles, o “Barão de Jundiaí”. Em 1882, José Feliciano de Oliveira foi o responsável por organizar o primeiro Gabinete de Leitura local, com 104 títulos (184 volumes). Por sugestão do prefeito, em 1923, foi alterado o nome da instituição, que passou a se chamar Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, assim como a praça localizada em frente ao Gabinete.

Q

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(Acima à esq.) A famosa Ponte Torta foi construída em 1891. As águas do Rio Guapeva eram usadas para lazer.(Acima à dir.) O Solar do Barão apresenta na fachada principal uma sequência de 10 janelas. (Acima) O primeiro Gabinete de Leitura nasceu em 1882.


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Faca Voce Mesmo ecologia

O que é

Você realmente se preocupa com o meio ambiente? Que tal reutilizar itens que achava que nunca mais usaria ou tinha certeza que iria para o lixo? Vamos reaproveitar!

Participe

Tem atitudes sustentáveis? Quer sugerir? Acesse agora nosso site e envie o seu comentário. Ou então, participe na nossa fan page no Facebook.

Vídeo

Saiba como foi feito este porta retrato no site

www.apezero1.com.br. Fotos Divulgação

Porta retrato com potes de vidro

Materiais:

Mãos na Massa

l Potes de vidro

Higienize bem os potes de vidros que serão reutilizados. Com a régua, meça a altura de cada um e, conforme as medidas, imprima as fotos da sua preferência. Recorte e coloque dentro dos vidros.

(diversos tamanhos) l Régua l Tesoura l Fotos diversas l Vela de réchaud

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Para um toque mais sofisticado, pegue um pote de vidro pequeno, encha de água até a metade, coloque a velha de réchaud de modo que ela fique boiando e acenda a noite.

Dica

Atenção

Primeiro coloque a vela dentro do pote de vidro, depois acenda-a.

Use potes de diversos tamanhos para formar um ambiente mais divertido. Eles podem ser usados com a boca para cima ou para baixo; intercale vários, usando as velas para um toque especial.

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Multiplicadores Projeto Semente

O que é

Em Multiplicadores, mostraremos as pessoas que fazem a diferença em Jundiaí com projetos simples e funcionais.

Participe

Conhece alguém no bairro, escola, faculdade, trabalho, enfim, uma pessoa que tem a visão da mudança positiva para a cidade e às pessoas? Indique para a gente: falecom@ apezero1.com.br

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Amor incondicional

a Raio-X O Projeto Semente é um grupo de apoio à adoção (legal e saudável) e convivência familiar, sem fins lucrativos, que trabalha na promoção de adoções bem-sucedidas como forma de garantir o direito da criança e adolescente de serem criados e educados no seio de uma família, combatendo o preconceito e contribuindo para seu pleno desenvolvimento físico e mental. É formado por voluntários, pais adotivos, pretendentes à adoção e simpatizantes do tema. O projeto tem como objetivo: • Prevenir o abandono; • Acolher pretendentes a adoção; • Orientar os interessados sobre o processo para adotar; • Apoiar a equipe técnica do Fórum de Jundiaí e região; • Apoiar as entidades que abrigam crianças e adolescentes 100 pessoas por mês frequentam as reuniões do Projeto Semente. Fala-se em pessoas e não casais, porque dentro da legislação, a partir dos 18 anos, já é possível adotar. Em Jundiaí são 142 pessoas habilitadas. Já dentro do cadastro nacional são 12 crianças aptas a adoção.

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sociedade evoluiu tanto, mas o tema adoção continua sendo um tabu. Adotar ou não e quando contar aos filhos que são adotados são dúvidas comuns. Tantas perguntas sem respostas aparentes que são capazes de deixar os casais perdidos. O Projeto Semente, em Jundiaí, vem desmitificar o assunto, além de dar suporte emocional aos futuros pais adotivos; tudo na base da troca de experiência. Presidente há três anos e agora licenciado do projeto, o professor universitário, Francisco Soares Netto, o Chicão, pai adotivo de duas crianças, explica como o projeto funciona e qual a atual situação das crianças em abrigo no país. Existe ainda essa história de recém-nascido, loiro e de olhos azuis? Hoje 93% dos perfis traçados são assim. A batalha do grupo de apoio é com relação a isso também: tratar da adoção tardia. As 12 crianças que estão atualmente para adoção são grupo de irmãos. O juiz faz de tudo para não desunir o grupo. O máximo que ele faz, por exemplo: quatro irmãos, na mesma comarca, o juiz divide dois para cada família com o compromisso de manter contato. Eles já tiveram a perda da família biológica, agora a perda dos irmãos também? Eles sofrem muito. Negros e afrodescendentes tem problemas de adoção, juntamente com crianças com problemas de saúde, principalmente HIV. Por isso que as crianças ficam na instituição acolhedora, que é outra luta nossa: quanto menos uma criança ficar na instituição, menos marcas ela vai ficar dessa separação da família biológica. Então eu sou muito a favor, além da adoção, é lógico, da família acolhedora. Como funciona a família acolhedora? É um programa do Governo Federal – que Jundiaí tem, mas está muito fraco – que a criança, ao invés de ir para uma instituição, fica com essa família. É amor sem posse, como eu falo. Ela não

perde a noção de família, de sentar a mesa, ter o seu guarda-roupa, ter sua roupa, seu sapato. Essa é a ideia, só que essa família não pode estar no cadastro de adoção. Inclusive ela recebe uma ajuda de custo para manter essa criança. Tem que ter os parâmetros da lei, tem um seminário. Você não pode jogar uma criança com um cara que está com problemas na justiça, por exemplo. Então é pesquisado tudo isso, avisado a equipe de psicologia, assistente social, etc., mas pelo menos não vai para o abrigo. A criança lá é um número, por mais amor e carinho que tenha lá, a pessoa que ela vê de manhã a tarde já não está mais; ela fica insegura, perdida. Então ela é literalmente colocada lá como mais uma. Tem muitas famílias interessadas nesse projeto? É o que eu falo que Jundiaí está fraco nesse programa é isso, temos duas famílias cadastradas apenas, em um município de 380 mil habitantes. Eu estou batendo muito nisso, está engasgado, porque não é possível. Hoje temos umas 50 crianças institucionalizadas na comarca de Jundiaí, sendo que umas 30 famílias seria o ideal, mas quanto mais, melhor, já que se não é o perfil desse, é daquele. Até porque o programa traça um perfil da família acolhedora. A gente fala que não pode adotar, mas uma criança HIV positiva e negra, essa família sabe que ela será muito difícil de ser adotada. A família acolhedora quer adotar? Se eu sou o juiz eu assino na hora: está dentro do perfil, então vai embora. Se for voltar pra instituição vai ficar lá pra sempre. Com o perfil da criança a gente sabe o quanto vai ser difícil. Por isso que também tem a preparação das crianças que dificilmente serão adotadas; você tem que dar um alicerce, porque quando ele tiver com 18 anos ele faz um acordo com o abrigo: ele entra com a bunda e o abrigo com o pé; ele tem que ir pra rua. Isto está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


Eles não são preparados. Precisa dar uma profissão para eles, encaminhar porque a gente sabe que dificilmente essa criança será adotada. Aqui no Brasil, crianças acima de seis anos ou sete anos são difíceis, é raro. Acontece, mas é raro. Algo no processo da adoção você acha que está errado? Uma situação que está me inquietando assim é a dos números. A gente sempre pega estatística e é sempre muito relativo. Então nós temos 5 mil crianças aptas a adoção no Brasil, 30 mil pessoas aptas a adotar e não sai disso. Um dos problemas é o perfil que as pessoas traçam, que precisam ser mais arrojados. Um exemplo: o grupo de apoio de Niterói colocou na internet; lógico que não um classificado de criança, mas colocaram assim: criança de tantos anos, HIV, etc. e tal, todas as informações. De repente, uma menina lá em Manaus lê isso e se interessa. Falam de cadastro único de adoção, mas tem comarca no estado de São Paulo (o mais rico do país) que nem tem acesso a internet. Como que vai acessar o cadastro? Tem casos que não tem ninguém para trabalhar na vara da infância e juventude. Se não dispor desses equipamentos, desses artifícios, legais, para começar a andar, não dá. E eu soube de mais um número que me impressionou bastante: você sabe quantas crianças tem institucionalizadas (abrigadas) no Brasil? 80 mil crianças. Se tira 5 mil que já estão em processo de adoção, nós temos 75 mil em estado indefinido. Se volta para a mãe biológica, se vai para o programa família acolhedora, se vai para adoção. E a justiça fica enrolando. Outra coisa que me inquieta também o fato de que a lei diz que vai para adoção quando esgotar todas as tentativas de voltar para a família biológica. Então eu percebo, porque eu tenho acesso – o juiz me autorizou – a audiência concentrada (a criança tem no máximo dois anos para ficar no abrigo e de seis em seis meses é que a audiência acontece com todos os membros de rede de proteção à criança e adolescente, que se reúnem com o juiz para saber o que está acontecendo com essa criança. Eu percebo quando os pais estão afim e quando não estão. Tem pessoa que vai bêbada em uma audiência concentrada; pessoa que fura o filho com faca, queima com ponta de cigarro, você acha que tem amor pela criança? Eu destituiria na hora; não tem mais chance, não tem mais volta. Percebi uma vez a audiência de uma mãe

drogada, mas a criança estava bonitinha, bem tratada, elas tinham uma relação de cumplicidade, então ela merece uma chance. Ela vai se tratar, a criança vai ficar em um abrigo ou família acolhedora e você volta daqui seis meses. Vamos ver a evolução. Já ouvi pai e mãe falando para o juiz que não quer o filho; esses pais tem que ser presos, algemados, não tem a maternidade. Nós todos temos que ser adotado, pela nossa mãe, pelo nosso pai, pela família. O que é adoção para você? Fala-se tanto de adoção: biológico x adotivo. Eu acho que tanto biológicos quanto adotivos todos nós, no final, somos adotados. A princípio, todos nós temos que ser adotados. Porque se a gente não adotar com amor e carinho nossos filhos, exercer a paternidade e maternidade não adianta. Tem pais que usaram o óvulo e o esperma e não são pais. Então essa questão do biológico e adotivo, todos tem que ser adotivo, a princípio, todo mundo precisa ser adotado com amor incondicional; essa diferença para mim não existe. O carinho e a relação têm que ter. Eu até brinco que se um dia descobrirem o DNA da alma, irão ver que eu sou totalmente compatível com meus filhos. Não pensa que não tem problemas, que não preciso pegar no pé, brigar ou eles falam que sou velho. Mas sempre tem que ter o amor.

Eu ate brinco que se um dia descobrirem o DNA da alma, irao ver que eu sou totalmente compativel com meus filhos.


E os medos do casal que vai adotar? Muitas pessoas tem medo da questão da genética: Ah, se o pai foi bandido, assassino, meu filho também será? Aquela menina lá a Suzane Von Richthofen, não matou os pais biológicos? Isso eu acho que é da pessoa, existe uma corrente, na ciência, que estuda a questão genética de herdar algumas coisas ruins ou boas, mas eu não acredito; acredito no amor. E se acontecer, vamos pra luta, é filho, amor incondicional. Como surgiu a ideia de adotar? Eu casei e, como todo casal, tivemos duas tentativas: uma minha esposa perdeu com seis meses e outra foi gravidez tubária que teve que fazer cirurgia urgente, então a ginecologista chegou e falou para a gente parar de tentar, até porque minha esposa tirou o útero. Lógico que deu uma frustração; trabalho há mais de 30 anos com crianças, com educação, sempre cuidando do filho dos outros. Então resolvemos começar a viajar, ir a festas; essas fugas que os casais têm, mas chega uma hora que tem que sentar e conversar e nós decidimos partir para adoção. Fomos ao Fórum, fazer a ficha e traçar o perfil – agora esse perfil pode ser feito nas reuniões do projeto. E nos indicaram o Projeto Semente que nos acolheu muito bem; então você vai se envolvendo. Quando eu adotei, eu não queria ser ingrato, até porque a maioria depois que adota, abandona o projeto, some. E até uns anos atrás, quase fechamos porque não tinha ninguém para ajudar. Dá dor de cabeça pra tocar direito; por isso que agora, depois de três anos eu resolvi me afastar um pouco da presidência para resolver algumas coisas da minha vida. Mas a equipe que ficou por lá é maravilhosa. Como que foi a adoção dos seus filhos? Eu lembro quando eu adotei e na semana fui conversar com meu melhor amigo. Ele me disse assim: “Cuidado, quando eles crescerem e você ficar mais velho, vão te matar para ficar com a sua fortuna”. Hoje ele é meu parceiro, mas tem disso. Quando eu os adotei, o Francisco (Chiquinho) tinha quase dois anos e a Maria de Fátima tinha quatro anos. Nessa idade eles já sabem que foram adotados. Eles já têm maturidade, já vivenciaram; minha filha tem uma história até triste assim, e eu falo que, por tudo o que passou, ainda tem amor no coração; isso que é muito legal, que até me emociona. Como surgiu o Projeto Semente? Oficialmente ele já existe há 10 anos. É um grupo que foi formado por pais já adotivos e pretendentes, que sentiram falta de um reforço, porque o Fórum fornece uma série de reuniões, 34

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faz o cadastro, mas lá eles têm uma função mais técnica. E muitas vezes os pretendentes não ficam muito a vontade. O grupo de apoio é literalmente o apoio para os pretendentes, com troca de informações, orientação e indicações para a pessoa que não está preparada. A adoção não arruma casamento que está se desfazendo; não supri a falta de um ente querido que morreu e quem quer companhia, arruma uma dama de companhia e tal, mas é filho, e tem que ser filho, incondicional; isso é importante. E o Projeto Semente está alicerçado em três pilares: adoção legal, saudável (verdade deve imperar – a criança deve saber que é adotada) e para sempre (não tem Procon, não tem devolução). Essa é outra luta que a gente tem. Em 2012 tivemos dois casos de devolução. Alegaram motivos absurdos: criança que chora, bate nos colegas da escola, etc., tem que dar de graças a Deus. Tem uma falha na lei que antes da adoção tem a guarda provisória, com no máximo um ano; não se devolve filho para a maternidade. Tem que ser muito firme e estar com vontade mesmo; não dá pra voltar atrás. Eu sou um beijoqueiro nato e minha filha quando chegou em casa me evitava. Nós fizemos um ano de análise para saber o que aconteceu na vida dela para saber por que ela tinha essa retração da figura masculina. Como você se sente nesse projeto, por ter ajudado essas famílias? Tenho contato com alguns, até temos dois casais homoafetivos: um já conseguiu adotar e outro que está no processo de adotar um sobrinho (os pais morreram). Primeira gratificação é você passar suas experiências, suas angústias, trocar ideias; esse sentimento de estar sendo útil. Segundo é batalhar – meu filho um dia perguntou quando que vai acabar o Projeto Semente. Eu disse que quando não tiver mais criança em instituição acolhedora, ele perde a função. Enquanto tiver criança em abrigo, eu não estou contente: tenho minhas dúvidas do que faz mais mal para criança: morar debaixo da ponte ou em um abrigo. Vai lá ver a solidão: você ganha um presente de aniversário e não é seu; a roupa que você usa hoje, outra pessoa vai usar amanhã; se der medo a noite, não pode chorar, porque acorda todo mundo, não pode ir na cama dos pais; isso que temos que ver. Enquanto tiver um abrigo, não podemos ficar contente. Meu filho conta que, para dar sono, ficava brincando com a mão fazendo sombra, é triste. Temos que batalhar e estamos conseguindo

isso. Quem quer adotar, precisa pensar muito. Qual o principal conselho que você daria para quem quer adotar? Querer adotar realmente. Acho que antes de fazer qualquer cadastro no Fórum, tem que participar do Projeto Semente, toda última terçafeira do mês, na Uniodonto (se inscreve na hora); começar a ler bastante, entrar na internet, ser voluntário nos abrigos. Está tendo muita saliva e pouco suor. Vá ao hospital, nos abrigos: se ofereça para ajudar, é um bom caminho. Só não pense que lá você começa a escolher criança, não. É para animar seu coração, ver se realmente você quer. Tudo é uma questão de feeling; uma vez fui visitar correndo uma criança em Jarinu-SP, olhei para ele, mas não teve aquele sentimento: quando acontece o momento é Deus. Como aconteceu com os meus filhos. Uma amiga me falou que foram destituídos dois irmãos e que estavam na Casa Transitória, sendo que uma chamava Maria de Fátima e o outro Francisco (apelido de Chiquinho). Cheguei, olhei de longe, teve aquele namoro antes (leva pra escola, médico, sai um final de semana). Porque a criança tem o direito de não querer. O sujeito de direito é a criança. Eu tive o caso de um afrodescendente que com 14 anos, há sete anos no abrigo, estava para ser adotado por uma secretária executiva, solteira, aposentada. No dia dele ir para a casa dela, ele não quis, porque ele disse que sempre sonhou na vida um pai e uma mãe. Lógico que ela ficou frustrada, mas ajudou o garoto (agora ele saiu do abrigo), até com a faculdade; eles são amigos, mas não aconteceu a adoção.

Projeto Semente: Encontros toda a última terça-feira do mês na Uniodonto: Rua Petronilha Antunes, 211, Centro Quer saber mais? www.projetosementejundiai.org.br projetosemente@hotmail.com.br (11) 4587-4918 / 9 4126-6161 (Ednéia)

Na internet Procure por multiplicadores


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3° Setor

O que é

Histórias que são lições de vida estarão presentes nesta editoria, ligada diretamente com o 3º setor.

Indique

Se você conhece alguma história emocionante de pessoas assistidas por entidades filantrópicas de Jundiaí, conte-nos: falecom@apezero1.com.br

comente

Visite nossa fan page no Facebook (APÊ ZERO 1) e comente o que achou desta entrevista.

Vivendo um dia por vez Reportagem: Vivian Lourenço Fotos: André Luiz uem chega a residência da família Botásso é recepcionado por um casal sorridente e uma criança de cinco anos, falante, que domina os jogos do computador, tem um xodó por sua gata e gosta de contar como são as suas atividades na escola. Com essa descrição, ninguém é capaz de imaginar a luta diária por qual eles passam desde que o filho tinha um ano e dois meses. Mateus Henrique Botásso nasceu com Distrofia Muscular Merosina Negativa, uma doença genética que se caracteriza pela redução do tônus muscular e fraqueza nos membros superiores, pernas e tronco. Por causa dessa condição, o casal resolveu não ter mais filhos, com medo de que os outros pudessem ter a mesma condição do Mateus. “A gravidez foi normal e a princípio nunca passou pela nossa cabeça. Descobrimos quando ele tinha um ano e dois meses”, explica a mãe, Juliana Cristina Morasco Botásso (28). Ela conta que Mateus sempre foi uma criança mais “molinha”, que ele não sentava igual às outras crianças. Juliana e o marido, Klemerson Botásso (35), levaram Mateus a uma consulta com o neurologista, que solicitou exames de sangue e uma biópsia do músculo do menino. Logo em seguida receberam o diagnóstico. E como lidar com uma notícia dessas, já que, segundo os pais, essa é uma doença na qual ainda não se tem muito conhecimento? “Ele tem uma inteligência acima do normal até. Está uns dois anos a frente da idade dele. Fala demais, como vocês percebem. Foi um choque pra gente receber a notícia, porque até então, não sa-

q

Mateus surpreendeu os pais ao aprender, sozinho, aos quatro anos, a ler. Quando crescer, quer ser médico e veterinário bíamos de nada, o que poderia acontecer com ele, etc. e ainda por cima, nosso neurologista, quando o Mateus foi encaminhado para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e para São Paulo, abandonou o caso”, conta a mãe. Como não tinham como obter explicações do caso do filho, eles recorreram à internet. “Procurei na internet e as notícias eram as piores possíveis. Fiquei desesperada. Foi a neurologista da APAE que nos explicou o que era. Mas mesmo assim, não sabemos o que vai acontecer com ele no futuro, até por ser uma doença rara, que não tem muito estudo ainda”. A doença não impediu o desenvolvimento do Mateus, muito pelo contrário. Quando ele tinha quatro anos, surpreendeu os pais ao ler, perfeitamente, o nome dos jornalistas que apareciam na televisão. “Ele aprendeu sozinho e leu sem gaguejar, ficamos bobos”. E como dar a notícia para a família? “Contar

para a família é sempre complicado, mas ela dá conforto e apoio. Meu pai que não aceitou bem no começo, mas era pelo fato de não saber o que iria acontecer no futuro com o Mateus, não pela doença, mas ele logo se conformou”, lembra a mãe. Juliana e Klemerson nunca esconderam do filho a condição dele. “A gente explica e conversa com ele e as crianças da escola o tratam muito bem, ele é o xodó de lá”. Tanto que ele tem até uma namorada, que nem é da mesma sala que ele, o que já causou certos ciúmes nas coleguinhas. E o que o Mateus mais gosta na escola? “Gosto de massinha, de matemática e da hora da merenda”. E ele já tem até planos para o que vai ser quando crescer: “vou ser o Batman, médico, veterinário e o moço que vende ingresso no zoológico”. “A mensagem que eu deixo para os pais que possam estar na mesma situação que a minha é de aceitação, que é o princípio de tudo. Aceitar e não esconder dentro de casa; ter fé e viver um dia por vez”.

APAE Mateus é uma das crianças atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Jundiaí, fundada em 1957. Foi a primeira APAE no Estado de São Paulo e a terceira do Brasil. Oferece atendimento para bebês de alto risco, crianças com atraso no desenvolvimento, pessoas com deficiência intelectual e autismo e suas respectivas famílias. A APAE de Jundiaí ainda oferece atendimentos específicos nas áreas de psicologia e fonoaudiologia para crianças de zero a cinco anos e 11 meses. Para mais informações: www.apaejundiai.org.br, ou 4588.2900. 36

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turismo

O que é

Vamos viajar pela Am. Latina e indicar restaurantes centenários.

Já foi?

Esteve na Cantina Capuano? Envie uma foto para a gente: falecom@apezero1.com.br

100 anos

Já foi em algum restaurante centenário? Conte-nos sua experiência!

Mangia che te fa bene Reportagem e fotos: Vivian Lourenço e você olhar pela fachada da Cantina Capuano, dificilmente vai perceber o quanto de história aquelas paredes, literalmente, irão te contar. Difícil saber para onde olhar primeiro: se para as fotos históricas, para os recortes de jornais, já amarelados com a história do local, ou pelos detalhes dos vinhos no balcão. As mesas estão impecavelmente arrumadas com toalhas brancas; as cadeiras são de madeira, pratos brancos e taças para tomar um bom vinho. Nesse ambiente todo aconchegante, repare nos detalhes dos lustres enfeitados com tirinhas de papel nas cores da bandeira da Itália. Também fique atento aos detalhes das colunas, que trazem azulejos com mensagens em português e italiano. Enquanto você se ambienta, um simpático senhor de bengala se aproxima e fala para você ficar a vontade que já irão te atender. É Angelo Luisi (93), dono do Capuano, um dos restaurantes mais antigos de São Paulo. Já cansado de tantas entrevistas, ele passa a palavra para a filha, Elisabeta Luisi Gagliardi, agora proprietária. Originalmente o Capuano foi fundado em 1907, pelo calabrês Francisco Capuano e abriu as portas pela primeira vez na Rua Major Diogo. Funcionou nesse endereço até 1968. Como a cantina ficava próxima do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), muitos artistas brasileiros escolhiam o Capuano como local para se alimentar depois das peças. “Ademar de Barros, Bibi Ferreira, foram tantos que passaram por aqui, que nem lembro mais. Internacionalmente, tivemos a presença do Peppino di Capri (cantor italiano), que escolheu o nosso restaurante em sua visita ao Brasil”. “O restaurante teve apenas dois donos. Em 1961 meu pai comprou o restaurante e em 1968 viemos para a Rua Conselheiro Carrão,

S

dica De final de se mana, é melhor ligar com antecedência para reservar uma mesa.

Muita história e o melhor Fusilli ao sugo caseiro de São Paulo, o Capuano resiste ao tempo onde estamos até hoje”. E a clientela do local é bem fiel, segundo a proprietária. “A curiosidade da cantina mais antiga da cidade chama muito o pessoal para nos conhecer”. Nas noites de sábado e nos almoços de domingo, por entre as mesas, o próprio Angelo Luisi toca clarinete ou bandolim. Ele circula com desenvoltura entre as mesas tocando antigas

músicas italianas como “Nel Blu Dipinto di Blu”, popularmente conhecido como “Volare”. A estrela do cardápio é o Fusilli ao sugo. Tanto sucesso é fruto do carinho com o qual o prato é preparado. Um a um os fios de macarrão são enrolados em uma vara metálica; em fogo lento, o molho de tomate cozinha por cinco horas.

Serviço: Rua: Conselheiro Carrão, 416, Bela Vista, São Paulo Fone: (11) 3288-1460 Horário de funcionamento: Terça a sexta almoço das 11h30 às 15h - jantar das 19h às 23h30 Sábado almoço das 11h30 às 16h - jantar das 19h às 00h30 Domingo somente almoço das 11h30 às 17h00 Couvert artístico é cobrado sábado a noite e domingo no almoço


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Criancas

O que é

Tire o seu filho da frente do videogame e computador e o faça ter uma infância mais feliz. Vamos relembrar as brincadeiras que fizeram sucesso na sua infância.

Indique

Lembrou de alguma brincadeira que seu filho e os amigos do condomínio irão gostar, conte-nos: falecom@apezero1.com.br

Aprendendo a ganhar e a perder Reportagem: Vivian Lourenço Fotos: André Luiz inguém gosta de perder: é chato, é ruim e deixa qualquer um de mau humor. Porém, quanto mais cedo você aprender isso, mais fácil conseguirá lidar com os desafios da vida. Como aprender uma lição como essa, sem deixar traumas? A resposta é brincando. Segundo a diretora pedagógica, Patrícia Campos, a criança quando brinca, aprende a ceder, opinar, liderar e trabalhar em equipe. “Os pais precisam saber que o brincar em casa é diferente do da escola, por isso a educação infantil precisa ser pensada em como a criança vai aprender brincando”. As crianças brincam para usar o imaginário, o que mudam são as interações sociais, dos adultos e de outras crianças. “Na brincadeira você já consegue perceber o potencial de liderança que uma criança tem; se ela está mais propensa a liderar ou receber ordens”. Tudo isso reflete na vida adulta dela. “As crianças atualmente são mais líderes, até mesmo por causa das famílias pequenas”. Tudo isso vai se revelando com as brincadeiras. Essa personalidade da criança – de liderar ou ser liderado – acontece desde os primeiros anos de vida. “Para todas essas interações, é necessário o papel de um bom educador, para negociar com as crianças”. Patrícia ressalta que o brincar se divide em duas categorias, o faz de conta que é sem regras e as brincadeiras com regras. É nessa hora, das brincadeiras, que os pais e educadores percebem quais as crianças que possuem mais dificuldades em aceitar as regras. “Por isso, a escola e os pais precisam estar alinhados. Às vezes, um ambiente somente com brinquedos prontos, não resolve”. A diretora pedagógica explica que o ideal é um ambiente com materiais que as crianças

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O condomínio Bosque dos Jatobás faz recreação com as crianças durante as férias

achem desafiadores. “Não precisa ser nada pronto, usando materiais que tem em casa e as colocando em situações desafiadoras, como por exemplo, criar uma história com materiais recicláveis, descobrir qual objeto tem em mãos apenas pelo tato, ter tempo para montar um brinquedo usando diversos tipos de objetos que até então não serviriam para nada, etc.; pode ser tudo simples”. Interação também é importante para o desenvolvimento do seu filho. A falta de interação com outras crianças pode trazer sérios problemas. “Ela não terá tempo de se autor-

regular, isso trás problemas enquanto adulto”. Ou seja, uma criança que não sabe conviver com outras pode se tornar um adulto pouco sociável. O condomínio vira um grande aliado quando o assunto é o desenvolvimento do seu filho. Patrícia diz que a criança precisa de um ambiente seguro, estimulante e acolhedor para se desenvolver. “Brincar nos condomínios, conviver com outras crianças desde cedo, até mesmo na escola, com a ajuda dos professores capacitados, faz toda a diferença”.


O brincar se divide em duas categorias: o faz de conta que é sem regras e as brincadeiras com regras

Caça ao Tesouro Depois das dicas da diretora pedagógica, que tal colocar o seu filho para brincar mais? A nossa sugestão de brincadeira dessa edição é a Caça ao Tesouro; dessa maneira você já pode perceber se seu filho tem predileção para mandar ou aceitar ordens e o principal: como ele lida com a questão do ganhar e perder. Você pode fazer o caça ao tesouro de duas maneiras: com pistas ou um mapa. As pistas são mais dinâmicas, já que cada grupo de crianças precisa decifrar cada uma para achar a próxima, o que faz com que elas trabalhem mais em grupo.

A idade das crianças é o fator que mais influencia a duração de uma caça ao tesouro. As crianças com menos de seis anos têm uma capacidade de concentração aproximada de 40 minutos. No caso das crianças com mais de oito anos de idade, uma hora é uma boa duração para o jogo. Lembre-se de ajustar o nível de dificuldade das pistas à idade das crianças; aproveite e divida cada caça ao tesouro em temas (páscoa, férias, aniversário, datas festivas, etc.) , sempre adequando ao espaço que você tem no condomínio. Depois, é só escrever as pistas e escondê

-las nos locais corretos. A ideia é que cada equipe chegue ao tesouro por caminhos diferentes – nunca faça mais que duas equipes, para não ter muito trabalho para pensar nas charadas ou esconder os papéis. O tesouro é o ponto alto da caçada. Uma caixa de sapatos envolvida em papel brilhante vai ser um verdadeiro sucesso, se tornando um baú, como nas histórias de piratas. Além das moedas de ouro falsas. Pode também colocar no interior do baú do tesouro alguns saquinhos com lembranças para as crianças comerem ou brincarem. Apê Zero 1. Mai/Jun 2013

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Faca Voce Mesmo o que tem na geladeira

O que é

Desperdiçar comida é pecado, não é verdade? Então, vamos aproveitar o que sempre sobra na geladeira ou ármario e preparar pratos criativos e super saborosos.

Participe

Desafiamos você a preparar essa receita e nos contar como foi, além é claro de revelar qual foi seu segredinho para deixar o prato ainda mais saboroso. Visite nosso site e comente. Ou então poste em nossa fan page no Facebook: APÊ ZERO 1

Vídeo

Quer ver como foi a preparação deste prato? Acesse agora nosso site e acompanhe na seção Vídeos.

www.apezero1.com.br.

Fotos Divulgação

Batata com requeijao

Materiais:

Mãos na Massa

l 4 batatas médias cortadas em cubinhos l 1 cebola média fatiada l 1/2 xícara (chá) de leite l 1 copo de requeijão cremoso l Sal a gosto l Margarina para untar

Unte um refratário, com tampa, com margarina e faça camadas com as batatas e a cebola. Em seguida, misture o leite com o requeijão e o sal e cubra as batatas com a mistura.

Dica Após a receita pronta, você pode incrementar o prato colocando orégano, salsinha e cebolinha ou queijo ralado por cima. Bom apetite! 42

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Tampe o refratário e leve ao microondas, por 15 minutos, na potência alta. Lembre-se que é necessário mexer a cada três minutos para a batata amaciar. Retire do microondas e mantenha tampado por mais 15 minutos. Depois é só servir. Essa receita rende 8 porções.

Segredinho Para o cozimento no tempo indicado, os ingredientes devem estar em temperatura ambiente.



pets

Ei, me leva pra passear? Reportagem: Vivian Lourenço Fotos: André Luiz ocê chega em casa cansado do trabalho, e lá fora está aquele calor, ou frio ou até chovendo. Não há quem tenha ânimo de sair com o cachorro para passear nessas condições. Então o bichinho de estimação fica lá, com toda aquela energia acumulada e se torna um verdadeiro furacão dentro do apartamento – levando tudo o que tem pela frente, até a sua paciência. Não seria ótimo se houvesse alguém que passeasse com ele? Para resolver esse seu problema, você precisa recorrer a um Dog Walker (Passeador de Cachorro, tradução livre); o profissional que passeia com os cães. Essa é uma pratica bem antiga em países da Europa, nos Estados Unidos e com nossos vizinhos, a Argentina. Aliás, a profissão de Dog Walker é regulamentada, já que ela provou ser necessária para proporcionar mais qualidade de vida e bem-estar aos cães. Com o aumento dos condomínios e apartamentos, o confinamento de cães em ambientes fechados leva o animal ao estresse físico e emocional. Todo esse panorama fez com que nos EUA surgissem a profissão de passeador de cães. Por aqui, no Brasil, é uma das profissões que cresce mais a cada ano. Os passeios geralmente acontecem nas praças, parques ou em ruas arborizadas. Para os que contratam o serviço mensal com o passeador de cães o valor é calculado com desconto, dependendo da quantidade de passeios ao mês, ou seja, quem passeia mais, paga menos. A profissão de Dog Walker chegou a Jundiaí há mais ou menos dois anos. Alexandro de Medeiros é um dos pioneiros na cidade. “Eu sempre gostei de cachorro, mas nunca tinha tido um. Mudei-me para Jundiaí e comecei passeando com o cachorro da minha esposa”, explica. Antes de iniciar a atividade, ele realizou um curso de Dog Walker, em São Paulo. “Sou formado em administração, mas estava estressado. Então deixei a empresa para trabalhar com cães. É uma experiência legal, já que a resposta deles é imediata”. Atualmente, Alexandro trabalha com 10

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Dog Walker chega a cobrar R$ 300 por mês por cada cachorro. Os passeios duram em média de 40 minutos a 1 hora dependendo da raça do animal e o cão volta mais calmo para casa

clientes, mas a quantidade de animais por passeio é limitada. “Saio com no máximo dois cães ao mesmo tempo. O passeio dura em média de 40 min a uma hora, depende da raça do animal”. O Dog Walker também se preocupa com o horário que leva os cães para passear. “No inverno pode ser o dia todo. No verão, só de manhã e no final da tarde. Sempre procurando o mínimo de sol”.

O também passeador de cães em Jundiaí, Gustavo Verdi Cunha, começou na profissão por causa da frustração. “Era técnico em informática. Sempre gostei de cachorros e os amigos que me sugeriram que eu fosse adestrador. Então um dia eu fui procurar na internet a solução para minha cachorra, que estava obesa, foi quando encontrei a profissão”, detalha Gustavo. Ele começou a passear com a própria


Simba, cão da raça Rhodesian Ridgeback, assusta pelo tamanho, mas o Dog Walker Gustavo sabe os truques para andar com ele sem incidentes

cachorra, quando, ao fazer o exame demissional da empresa, já arrumou a primeira cliente: a médica que ele fez o exame já o contratou para passear com o cachorro dela. “Fiz o curso, que a meu ver, deixou um pouco a desejar. Comecei a passear com os cachorros dos vizinhos. Aqui em Jundiaí, eu fui o primeiro Dog Walker a conseguir uma divulgação mais ampla e alguns até me tem como referência”, se orgulha. Gustavo ainda é novo na profissão. Fez o curso em outubro de 2012 e começou a trabalhar em dezembro. “Atualmente são 11 cachorros. Por cada passeio cobro R$ 25 e o dono que escolhe quantas vezes por semana o cão vai passear, quanto mais vezes na semana, mais desconto ele recebe. Os passeios duram de 45 min às uma hora dependendo da raça do cachorro”. Tanto Alexandro, quanto Gustavo, não oferecem os serviços de final de semana ou feriado, já que o intuito é que o dono do cão passeie com ele nesse período. A mesma metodologia de cobrança é aplicada por Alexandro. “A diferença do Dog Walker de Jundiaí para o de São Paulo, por exemplo, é o

preço. Cobro de R$ 200 a R$ 300 o mês por cada cão e passeio cinco vezes na semana”. O começo dos dois Dog Walkers foi complicado, ambos tiveram que praticamente trabalhar de graça até conseguir reunir a clientela. “O dono percebe a mudança de comportamento do cachorro logo nos primeiros passeios”, explica Alexandro. Geralmente quem procura o Dog Walker são aquelas pessoas que tem tempo para passear, mas não querem, têm preguiça e os donos de cachorros conscientes, que sabem que o cão precisa de um exercício. “Os passeios dependem da raça do cachorro, mas tem que ser no mínimo duas vezes por semana, assim cria uma rotina para o animal”, revela Gustavo, que passeia com os cães mesmo em dia de chuva. Enquanto conversávamos, Gustavo passeava com Simba, um cão da raça Rhodesian Ridgeback, conhecido como caçador de leão. O porte grande do cachorro pode assustar, mas Gustavo sabe exatamente como controlar o cão para não ter problemas durante o passeio. A vantagem de se contratar um Dog Walker,

principalmente para quem mora em apartamento, é reduzir os problemas com os vizinhos no condomínio. “O cachorro precisa liberar energia e nos apartamentos, ele não tem espaço. Passeando, ele gasta a energia e quando volta, não sente vontade de latir ou destruir tudo. Isso resolve 90% dos problemas que você tem”, ressalva Alexandro. A principal dica para quem se interessou pelo serviço é acompanhar de perto o Dog Walker no primeiro passeio. Cuidados como o equipamento que ele usa, como trata os animais e, principalmente, se seu cachorro gosta do Dog Walker. Tudo isso é essencial para que os passeios façam bem ao seu animal. Apê Zero 1. Mai/Jun 2013

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Conforto para o seu mascote O estilo do dono pode refletir nos cuidados que você tem com seu animal de estimação. Com tantas novidades no mercado, fique de olho nas últimas tendências de cuidados para os PET’s

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2 Fotos Produtos: Rodrigo Góes

Dicas para escolher seu Dog Walker 1. Sempre procure referências sobre o Dog Walker que irá contratar. Além disso, converse com pessoas que já o contrataram;

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2. A proposta de passeios deve ser clara, de acordo com o cão e coerente com os objetivos pretendidos; 3. Sempre pergunte se o Dog Walker realizou algum curso. Ele deve utilizar apenas métodos efetivos baseados em recompensas e estímulos positivos e permitir que o dono do animal assista aos passeios se desejar;

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1. Carrinho Hercules: Ideal para cachorros de pequeno porte e gatos. Valor sugerido: R$ 350,00 2. Arranhador para gato: Com 1.20 metros, é perfeito para seu gato se divertir. Valor sugerido: R$ 190,00 3. Vestido de Cachorro: Branco com laço. Valor sugerido: R$ 62,00 4. Vestido de Cachorro: Roxo com paetê. Valor sugerido: R$ 68,00 5. Caminha dupla face: Valor sugerido: R$ 120,00 6. Toca para gato: Valor sugerido: R$ 158,00 - Todos os produtos podem ser encontrados no Morasco Petshop (11 4586-2547 / 4586-6874 - Rua Graciliano Ramos, 94 - Vl. Rio Branco) 46

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4. O cão deve receber o Dog Walker com alegria e motivação em todos os passeios diários. Se você perceber que o Dog Walker e o cão não se deram bem ou que o cão tem medo dele, é recomendável substituí-lo.


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Faca Voce Mesmo marido de aluguel

O que é

Cada vez com menos tempo para os afazeres pessoais, as pessoas precisam recorrer aos profissionais ou amigos que têm o conhecimento em consertos e instalações domésticas.Vamos mostrar o papel destes “Maridos de Aluguel”.

Participe

Qual sua maior dificuldade em casa? Sugira algum tipo de conserto ou instalação que tentaremos demonstrar aqui na revista ou em nosso site. Envie agora no email: falecom@apezero1.com.br

Troca de Tomada

Materiais:

Mãos na Massa

l Alicate l Chave de fenda ou philips l Tomada nova 3 pinos l Fita isolante

Desligue a chave geral da casa. Desparafuse o espelho e a antiga tomada. Com a chave de fenda ou philips retire os fios da tomada e depois do interruptor. A cada fio que é solto, coloque um pedaço de fita isolante para evitar contato com os outros fios durante a troca. Pegue a nova tomada 3 pinos e faça as ligações exatamente como na tomada antiga, ou seja, onde estavam os dois fios do interruptor antigo ligue no novo e o mesmo faça com os dois fios da tomada. Se tiver o fio-terra, siga a lógica de ligação.

Segurança A cada fio retirado da tomada ou interruptor, isole-os para depois fazer a ligação na tomada nova.

Parafuse a nova tomada e o espelho, ligue a chave geral e teste. Caso não ligue, chame um profissional da área. Se tudo estiver funcionando, chame a mulher e mostre o feito.

Dica Na dúvida, contrate um profissional

Atenção

Nunca inverta um dos fios da tomada com do interruptor

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Fotos: André Luiz

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cafeteria

decoração

esotérico

classificados

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cronica

Remedios Trocados

Divu lgaç ão

Quem já não teve trocado ou entregue uma correspondência errada em seu condomínio, ou o número da unidade está errada, ou mesmo o próprio porteiro se engana? Essa passagem aconteceu em um edifício no centro de Jundiaí. Dois moradores encomendaram remédios manipuláveis na mesma farmácia; um morava no 12 e outra no 22. O porteiro novo no edifício confundiu as encomendas e foi aí que se iniciou a grande confusão. O morador do apartamento 12 pediu um produto para amolecer calos e a moradora do 22, um lubrificante íntimo. Os moradores já acostumados com a farmácia não leram os rótulos e já começaram a usar. Pelo menos o morador do 12 sentiu–se incomodado, pois o remédio não amolecia os calos, mas deixava o pé liso como sabão, enquanto a moradora do 22 não informou qual o resultado do amolecedor de calos, na finalidade de uso de seu pedido, ou seja, o lubrificante íntimo. O morador do 12 primeiro consultou a farmácia, indagando da fórmula que poderia conter erro na manipulação. A farmácia informou que, de modo algum, pois tinha cópia da receita e gentilmente pediu que o morador levasse o produto que seria imediatamente trocado. O morador foi até a farmácia e constatou que o produto fora trocado. Nos arquivos de entregas, no mesmo dia e pelo mesmo motoqueiro, fora entregue à moradora do 22 o seu amolecedor de calos. A farmacêutica percebendo a troca ligou para a moradora do 22 e informou da troca dos medicamentos, solicitando a devolução do produtos. A moradora do outro lado da linha, percebendo o engano jurou de pé junto que não havia recebido o produto e logo não poderia trocá–lo, mas aproveitou a ligação para pedir um estimulante para o marido.

Rafael Godoy

José Miguel Simão Advogado e cronista

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Apê Zero 1 . Mai/Jun 2013

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