No seu condomínio. Na sua mão.
Distribuição dirigida Ano 12 . Nº 110 Set/Out de 2014
PRAZER, MEU NOME É ________ TRABALHO AQUI HÁ 15 ANOS Conheça as pessoas responsáveis pela manutenção e segurança do seu condomínio.
RADAR APÊ
A revista traz dicas para você, que mora ou trabalha em condomínio, nesta nova seção.
BRAILLE
Conheça o trabalho do instituto jundiaiense e como a integração social pode mudar a vida das pessoas.
indice 8 ud Quarto de bebê
Saiba como decorar o quarto do aguardado novo membro da família.
14 capa
11 mulher Bullying
Nesta reportagem, a APÊ conversou com especialistas para orientar os pais sobre como lidar com esta situação, pela qual seus filhos podem passar.
Colaboradores de condomínio
Na reportagem especial desta edição, a equipe da APÊ ZERO 1 visitou condomínios de Jundiaí em busca de grandes histórias. Leia e inspire-se a conhecer quem trabalha no seu.
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12 viver em condominio Piscinas em condomínios No artigo do advogado condominial Carlos Eduardo Quadratti, conheça as regras de uso deste espaço comum aos moradores.
36 3º setor Exemplo de vida
Enfrentar a cegueira com bom humor e acreditar no próprio potencial foram atitudes que ajudaram Gilson Modesto a estudar, superar as dificuldades e viver com independência.
Benefícios de se ter um pet Saiba como os bichinhos podem ajudar quem precisa e quem não precisa de terapia.
42 turismo Rei do Filet Um restaurante paulistano com uma rica história.
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curiosidades da terrinha Casa Mário
Leia sobre mais um estabelecimento jundiaiense que cresceu e faz parte da história da cidade.
50 cronica Nem sempre é tudo igual O cronista José Miguel Simão traz mais uma história que só acontece em condomínio.
49 classificados Lista de prestadores de serviços ideais para o seu dia a dia.
34 criancas Elas adoram teatro
Saiba como é o perfil dos espontâneos e exigentes espectadores mirins.
22 RADAR APe Nova seção na revista! Aqui, você encontra dicas que facilitarão a vida de síndicos, condôminos e trabalhadores de condomínios.
44 multiplicadores Sonhar Acordado
Um projeto mexicano que chegou no Brasil (e em Jundiaí) para mudar a vida de crianças socialmente vulneráveis e dos voluntários também.
editorial
indispensaveis Endomarketing é um conceito que busca a valorização da comunicação interna. Grandes empresas não trabalham sem uma sintonia perfeita entre seus colaboradores e, muitas, não sentem a necessidade de uma diferenciação vertical entre cargos. Tudo isso em busca de transparência, respeito e, claro, resultado. Afinal, têm pessoas melhores para conhecer o seu produto ou serviço que o próprio colaborador?
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Em um condomínio, ao acordar e ir para o trabalho, você talvez não repare, mas o elevador está funcionando perfeitamente, o jardim está impecável e a disposição do trabalhador em lhe atender bem te faz pensar o porquê de não ter dado apenas um ‘bom dia’ para o seu vizinho no hall. Porteiros, ou melhor, controladores de acesso, jardineiros, zeladores, enfim, são eles os responsáveis por manter a harmonia dentro do condomínio – logicamente quando você, morador, deixa. Eles são os principais clientes de vocês. Eles que lutam no dia a dia para que as coisas funcionem perfeitamente dentro do seu condomínio. Cuidar deste público interno nos leva a repensar valores. Leia a reportagem especial de capa, que percorreu cinco condomínios em Jundiaí e foi descobrir histórias de pessoas que optaram em trabalhar neste mercado. São humanos, como você. São pessoas que merecem respeito e, sem eles, talvez você não conseguisse administrar sozinho um condomínio. *** Constantemente, recebemos ligações de síndicos que querem atualizar o cadastro dos moradores no banco de dados da revista. Isso contribui para que todo o trabalho realizado em 60 dias em cada edição da revista APÊ ZERO 1 não seja em vão. Por outro lado, facilita a distribuição da revista em seu condomínio. Contribua você também. Ligue para a gente: 11. 4521.3670 *** Nesta edição, reservamos um espaço especial para falar sobre a próxima Festa do Síndico, que acontecerá no dia 29 de novembro, no CIESP Jundiaí, e é uma realização da Proempi com apoio da revista APÊ ZERO 1. Esta é a terceira edição e a revista apoiou todas as festas promovidas pela entidade. Desta vez, haverá uma inovação, com a realização de uma Mesa Redonda, que dará a oportunidade para os síndicos tirarem dúvidas e interagirem com especialistas sobre a Norma ABNT 16280. Os convites são exclusivos para síndicos e as vagas são limitadas. Faça já a sua reserva: 4586-3535. Rodrigo Góes, jornalista responsável
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colaboraram nesta edicao José Miguel Simão, além de síndico, leva diversão para casa dos moradores com suas crônicas sobre condomínios.
Carlos Eduardo Quadratti, advogado e jornalista que assina a editoria Viver em Condomínio e faz parte da diretoria da Proempi.
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Motivos para anunciar na apê zero 1:
André Luiz, é o fotógrafo responsável pela maior parte das fotos desta edição.
l Única revista totalmente direcionada para moradores de condomínios em Jundiaí l 140 condomínios residenciais recebem os exemplares. l São 10 mil exemplares impressos todo bimestre. l Só recebem a revista os moradores que fazem parte do nosso banco de mailing. l As revistas são entregues com etiquetas e dados do destinatário. l Até agora foram publicadas 110 edições.
Expediente A revista APÊ ZERO 1 é a nova marca da antiga revista Portal dos Condomínios e é editada pela Io Comunicação Integrada Ltda, inscrita no CNPJ 06.539.018/0001-42.
Quer seu exemplar? Caso ainda não receba, solicite para o seu condominio: falecom@apezero1.com.br ou ligue: 11 4521-3670
Redação: Rua das Pitangueiras, 652, Jd. Pitangueiras, Jundiaí - SP CEP: 13206-716. Tel.: 11 4521-3670 -
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento da revista.
Email: falecom@apezero1.com.br Jornalista Responsável: Rodrigo Góes (MTB: 41654) Diretora de Arte: Paloma Cremonesi Designer Gráfico: Camila Godoy e Jonas Junqueira
Acesse na internet Site: www.apezero1.com.br Twitter: @apezero1 Facebook: Apê Zero 1
Redação: Renata Susigan Redes Sociais: Rafael Godoy, Gustavo Koch e
Associado:
Mônica Bacelar
Web: Vinicius Zonaro Tiragem: 10.000 exemplares Entrega: Mala Direta etiquetada e direto em caixa de correspondência, mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro da revista.
Para Anunciar 11 4521-3670 atendimento@apezero1.com.br
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Rodrigo Góes
No quarto do bebê, a segurança é o principal item.
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Seguranca e aconchego no quarto do bebe Reportagem: Renata Susigan 1
Fotos: Divulgação
A espera do bebê é um período marcado pela ansiedade e pelos preparativos para receber o novo integrante da família. Por isso, na hora de montar o quarto não há limites. A designer de interiores e proprietária da loja MaVie Baby & Mammy, Marina Benassi, explica que é possível adequar a decoração ao tamanho do ambiente e necessidades dos pais. Para começar, é importante pensar nas cores. “As campeãs ainda são as tradicionais, como rosa para meninas e azul para meninos”, comenta. “Mas é bom levar em consideração que o quarto deve ser um lugar aconchegante, por isso, cores neutras, como o bege e o marrom, são boas alternativas também, além de permitirem que o ambiente seja utilizado quando o bebê crescer.” O estímulo que as crianças precisam, segundo ela, pode vir dos brinquedos que geralmente são coloridos. Com relação aos móveis, ela explica que o berço, uma cômoda e uma poltrona para a mãe amamentar são imprescindíveis, mas, conforme o orçamento, podem ser adicionados armário, mesa, cama de babá e o que mais for necessário. “O layout é importante: deve-se evitar colocar o berço próximo a janelas, pela segurança do bebê e também para que ele não fique no meio de uma corrente de ar”, avalia. “Os produtos para crianças geralmente têm as bordas arredondadas, mas é preciso organizar o quarto de maneira que não haja quinas.” Outras observações importantes são a certificação do InMetro para os móveis e a altura dos objetos para que o bebê não consiga puxá-los nem bata a cabeça em prateleiras, por exemplo. Apesar de não ser necessário, muitos pais pedem que o quarto tenha um tema. “O campeão é o urso, porque pode ser personalizado e transformado em príncipe e princesa, bailarina, policial, entre outros personagens.” As paredes podem ter apliques de papel, madeira, painéis ou ainda pintura artística. “Esses recursos deixam o quarto mais elegante”, afirma. “No caso da pintura, um artista plástico é indicado para decorar a parede de acordo com o tema escolhido.” Marina explica que atualmente é possível personalizar tudo, inclusive o enxoval. Os itens básicos são conjuntos de lençóis e colchas, edredons e kit berço – estofados que revestem o móvel. Há também o kit higiene, cujas possibilidades são inúmeras: bandeja com potes higiênicos, lixeira, farmacinha, cesta e garrafa térmica. O quarto do bebê comporta ainda lustres, quadros, bichinhos de pelúcia e abajures. “Com relação às plantas, recomendamos que sejam de tecido, bem delicadas, e os tapetes de algodão, para evitar que os pequenos desenvolvam alergias”, ressalta.
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1. Banheira 3 em 1: mede a temperatura da água e pesa o bebê (vem com suporte) R$ 589,00. 2. Bolsa escocesa Lequiqui R$ 430,00. 3. Poltrona Pop R$ 550,00. *Preços sujeitos à alteração. Os produtos podem ser encontrados na loja Ma Vie, localizada na Rua Conrado Augusto Offa, 585, Jundiaí. Tel: 11. 4497-0578 Apê Zero 1. Set/Out 2014
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A ameaca (ainda) velada do bullying Reportagem: Renata Susigan Foto: André Luiz pesar de o bullying ser um tema cada vez mais explorado pela imprensa e de haver campanhas nos âmbitos escolar, social e profissional contra a prática, ele ainda é “velado”. Com esta opinião, a psicóloga clínica Júlia Pitthan ressalta que “para que ele seja combatido, é preciso que o silêncio seja quebrado tanto pela vítima quanto pelas escolas, já que muitas ainda são omissas.” Não apenas para ajudar os filhos a lidar com o problema, mas para combatê-lo efetivamente, os pais têm uma função fundamental: observar o comportamento das crianças e adolescentes. Júlia explica que bullying é um termo em inglês originado de bully, que significa tirano, valente, dominador. “Ele representa um transtorno comportamental do agressor.” Ela explica que a prática sempre existiu, mas o termo foi utilizado pela primeira vez na década de 1980 pelo professor norueguês Dan Olweus, que percebeu que muitos adolescentes se suicidavam em virtude de agressões que sofriam. “Essas agressões eram físicas, morais e psicológicas.” Segundo a profissional, o que caracteriza o bullying é a recorrência da invasão do espaço do outro. Representa tirania e controle colocados em prática por meio de assédio moral, psicológico e até sexual, desde não envolva o estupro. Os atos praticados pelo agressor podem ser leves ou severos e geralmente contêm repressão, chantagem, comentários ofensivos e preconceituosos, além da agressão física. “Para ser bullying é necessário que seja uma situação crônica e repetitiva, da qual a vítima não consiga sair”, informa. “Não é um caso isolado de algum tipo de agressão, já que todas as pessoas passam por uma situação assim em algum momento da vida.” Júlia afirma que não existe um diagnóstico para o bullying; o mais aproximado é o transtorno de conduta, em que cada caso é diferente do outro. O agressor não respeita o limite das pessoas, não se importa com a dignidade delas, tem dificuldade de aceitar e tolerar limites e é incapaz de sentir empatia pela vítima. Quando o bully está no final da adolescência e início da vida adulta, ele pode apresentar ainda um complexo de grandiosidade, sentir prazer em poder dominar o outro. “Há
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casos, apesar de não serem todos, em que o agressor reproduz comportamentos que sofreu”, explica. “Mesmo que não tenha sofrido bullying, o agressor pode viver em um ambiente caótico, desrespeitoso, em uma família desestruturada em que relações abusivas prevalecem.” Para ela, no cenário em que o bullying acontece existem três principais personagens: o agressor (que pode ser uma ou mais pessoas); a vítima que sofre o abuso; e os espectadores. “Estes são testemunhas passivas, que observam o assédio, não reagem por diversos motivos, não tomam a atitude de denunciar e, muitas vezes, se identificam com o agressor, pois sentem prazer na agressão, ainda que não tenham coragem de agredir.” A vítima – De acordo com Júlia não existe um perfil específico das vítimas de bullying, mas há um conjunto de fatores que podem influenciar, como personalidades mais tímidas e com baixa autoestima, que configuram as dificuldades que as pessoas com essas características podem apresentar quando precisam impor limites. “Não é regra, mas quem tem tais características pode fazer o agressor sentir abertura para praticar o assédio à vontade.” Observação e tratamentos – Tratar o bullying requer uma abordagem multidisciplinar, que envolve a atuação de psicólogos e/ou psiquiatras, famílias, escolas, empresas e demais instituições da sociedade. Os pais devem observar seus filhos: atentar para mudanças de comportamento e humor, recolhimento, perda de interesse na escola, afastamento de grupos, depressão e, em casos mais graves que geralmente acometem os adolescentes, picos de ansiedade, agressividade e consumo de álcool e drogas ilícitas. “Por isso, o diálogo entre pais, filhos e a escola deve ser constante e transparente”, sugere. Quem sofre o bullying não é quem possui o transtorno comportamental, mas pode desenvolver problemas psicológicos derivados das recorrentes agressões. “Neste caso, o psiquiatra pode prescrever remédios e recomendar acompanhamento psicológico para que a pessoa se recupere, fortaleça-se emocionalmente. “Com
Para a psicóloga Júlia Pitthan, o silêncio deve ser quebrado para combater o bullying.
relação ao agressor, é raro que algum procure tratamento por conta própria”, conta. “Se isso acontece é porque geralmente ele foi encaminhado pela escola, família ou empresa. Caso não se trate, a constante prática de bullying pode reforçar possíveis transtornos que ele já possui, como o de personalidade”, avisa. Se o agressor procurar ajuda, um acompanhamento consistente com psiquiatra e psicólogo deverá ser feito para que se descubra os transtornos que ele possui e trate-se cada um deles. Crescimento e combate – Segundo Júlia, mesmo com campanhas de conscientização e exploração cada vez maior deste tema na imprensa e nas escolas, ainda cresce assustadoramente o número de casos de bullying. “A prática ficou mais evidente no Brasil a partir da década de 1990 e começou a crescer exponencialmente a partir do ano 2000.”
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O advogado Carlos Del Prá afirma que a legislação existente permite que a vítima consiga ajuizar processo civil e/ou penal por bullying contra o agressor. Os tipos mais relevantes de bullying são o escolar, o que ocorre no ambiente profissional, no contexto social e o cyberbullying, que ocorre no mundo virtual. “Mas a principal faixa etária que sofre com as agressões é de quem está na escola.” Júlia acredita que fora do Brasil o combate ao bullying é maior, mas que os países em desenvolvimento estão se esforçando para diminuir a ocorrência do problema. “No entanto, ainda falta mais engajamento na sociedade brasileira”, diz. “As escolas devem ser mais ativas, aumentar as campanhas de conscientização, prevenção e combate.” O grande problema, segundo a psicóloga, é a omissão. “Na vítima, o silêncio é marcante, que depende da coragem dela de falar para que alguma providência seja tomada”, comenta. “Mas nas escolas, onde é possível observar o comportamento das crianças e adolescentes, não pode haver silêncio; desta maneira o círculo vicioso é quebrado.” Medidas legais – O advogado, professor, consultor e mestre em Direito Processual, Carlos Del Prá, afirma que a internet, as câmeras fotográficas e de vídeo em todos os celulares e as mídias sociais potencializaram a exposição da agressão, o que agrava as consequências, mas o bullying é uma prática antiga. “Antes, os efeitos do bullying eram sentidos pelo agredido na restrita esfera das testemunhas oculares, mas agora eles se dispersam para um círculo muito maior de espectadores”, opina. “Isso causa um impacto
vexatório mais grave na vítima, o que pode demandar a tomada de medidas que tenham igualmente essa amplitude.” Ele afirma que leis que versem sobre formas de prevenção, combate e educação são válidas, mas leis que tipifiquem a prática como crime não, pois o Código Penal já prevê condutas que podem ser caracterizadas como bullying, como injúria, difamação e agressão física. “Mesmo assim, existem vários projetos de leis que tratam do tema.” O advogado informa que, na esfera legal, existem dois aspectos a serem analisados. O primeiro é o de responsabilidade civil, em que o agressor é responsável por indenizar a vítima, de acordo com o dano causado. Se o agressor for maior de idade, ele mesmo responde. Se for menor, quem responde são os pais ou responsáveis. “Se o ato é praticado dentro de uma instituição de ensino, por exemplo, a escola tem a responsabilidade objetiva, ou seja, pode responder legalmente independentemente da comprovação de qualquer conduta culposa para a caracterização do dever de indenizar.” Já o aspecto penal diz que se o agressor for maior de idade é crime. Se for menor, é ato infracional. “As crianças não estão sujeitas a medidas socioeducativas, mas apenas às medidas do artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente, como tratamento, educação, acompanhamento dos pais”, comenta. “Já aos adolescentes cabe aplicar as tais medidas, que são advertência, obrigação de reparar o dano, prestar serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional.” Para que se ajuíze um processo tanto penal quanto civil, é necessário comprovar o dano. As provas podem ser testemunhais, documentais (bilhetes, SMS, posts do Facebook, vídeos do Youtube) – que podem ser contestadas devido à possibilidade de manipulação -, mas há também a ata notarial. “Por exemplo: se a vítima recebeu um SMS com alguma ameaça, ela pode ir até um Cartório de Notas para que o notário redija um documento comprovando a veracidade daquela informação”, orienta. As provas também podem ser orais (das partes ou testemunhas), documentais (registros) e periciais (realizadas por peritos de uma área, como da Psicologia, que atestam algo, como por exemplo algum transtorno causado em consequência do sofrimento do bullying). Em meio à uma época em que o cyberbullying cresce, é possível que a vítima acione empresas
como Google, Facebook e Twitter. Elas não são responsáveis pelo conteúdo que o agressor publicou, mas pela hospedagem sim, portanto, podem ser obrigadas por um juiz a tirar determinado post do ar. Na prática – A Prefeitura de Jundiaí não possui um programa específico de prevenção e combate ao bullying. Por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário de Educação e vice-prefeito, Durval Orlato, informou que “gestores, professores e demais funcionários das unidades escolares da rede municipal de Educação de Jundiaí acompanham atentamente os hábitos dos alunos durante as aulas e nos intervalos, procurando reconhecer o problema e os sinais que podem apresentar tanto as crianças que são alvo de bullying, como as que podem estar realizando o bullying. Toda a equipe é orientada para realizar intervenções imediatas se surgirem essas situações para a proteção das crianças e dos adolescentes. Nas capacitações, inclusive, os professores e gestores recebem muita orientação sobre o tema e como proceder. A Secretaria Municipal de Educação acrescenta que as escolas também desenvolvem projetos que objetivam valorizar a qualidade das relações interpessoais, a cooperação, a solidariedade e o respeito às diferenças, e, constantemente, ainda são promovidas, nas Emebs, rodas de conversas e campanhas de incentivo à paz e à tolerância.” Já a Câmara de Jundiaí informou, através de assessoria de imprensa, que existe uma lei municipal que versa sobre bullying, a 7.610/2010, em vigor desde 17 de dezembro de 2010, alterada pela lei 7.678/2011. A primeira é de autoria do vereador e delegado Paulo Sérgio Martins e “prevê nas escolas privadas combate à agressão físico-psicológica no ambiente escolar (‘bullying’)”. A segunda é de Sênio Francisco de Souza, que “altera a Lei 7.610/10, para no “bullyng” (sic) escolar prever medidas alternativas de mudança de comportamento.” Quando questionado sobre o projeto de propor que a prática de bullying seja criminalizada, o Ministério Público de São Paulo respondeu, também por meio de assessoria de imprensa: “A Secretaria da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Capital informou que: O projeto de combate ao “bulliyng” (sic) foi iniciado em 2011 pelo Dr. Mário Augusto Bruno Neto, à época 6º Promotor de Justiça da Infância e da Juventude da Capital que, inclusive, elaborou um anteprojeto de lei o qual foi encaminhado ao Congresso Nacional, como iniciativa desta Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude desta Capital.” Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Viver em Condominio
RESPONSABILIDADE DO SiNDICO COM AS PISCINAS EM CONDOMiNIOS
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implantar livros, que ajudarão na fiscalização dos usuários, do controle da qualidade da água, bem como nas demais exigências legais. Os condomínios estão sujeitos a fiscalização por parte da vigilância sanitária, a qual poderá autuar o condomínio nos termos do Código de Vigilância Sanitária em penas pecuniárias caso não esteja sendo cumprido o que determina a lei quanto ao controle da água e dos exames médicos dos condôminos. Mais recentemente tivemos vários casos em destaque na imprensa quanto acidentes e mortes em piscinas, assim é sempre bom verificar se a piscina está segura e contém os modernos equipamentos para evitar acidentes, tal como o ralo especial que impede que a pessoa fique presa no sugador. Vale lembrar que a responsabilidade por acidentes ocorridos na piscina pode recair na pessoa do síndico, portanto aconselhamos aos síndicos que procurem atender as determinações legais para que não tenham problemas futuros.
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vamos nos socorrer do entendimento de nossos tribunais para responder à questão, podemos destacar o entendimento do TJPR: “Para o caso de inadimplemento de taxas condominiais, a legislação vigente prevê a via de cobrança judicial, podendo ao final culminar na expropriação do bem em razão dos débitos. Não é demais observar que o condomínio apelante dispõe de um arsenal de remédios legais e convencionais para combater a inadimplência, não se revelando legítima qualquer outra medida limitadora do direito de propriedade, ainda que este esteja inserido em contexto comunitário. A pretendida liminar em ação de cobrança de taxas condominiais, que autorizaria o corte do fornecimento de água e gás, a proibição do uso de elevador, piscina e outras áreas ou serviços comuns do condomínio, afronta aos direitos de posse e propriedade, constitucionalmente assegurados, da agravada e seus familiares.” (Ap Civ nº 333119-1 9ª Cam. Civ. Fls. 1 TJPR) destacamos. Neste sentido o entendimento do Tribunal de Justiça deixa claro que o uso das áreas comuns não pode ser obstado aos inadimplentes, ainda que possa parecer uma injustiça, afinal são os adimplentes que estão sustentando o funcionamento da piscina para o deleite dos inadimplentes e sua família! As piscinas em condomínios, que pertencem às áreas comuns, possuem uma Norma Técnica Especial que as regulamenta, aprovada pelo Decreto Estadual 13.166/79 , a qual classifica a piscinas em condomínios na categoria de piscinas de uso coletivo restrito, obrigando assim aos condomínios seguirem as regras dispostas na norma técnica. Além de conter questões que envolvem as obras de instalação de uma piscina, tais como, inclinação de solarium, tipo de piso em vestiário, distanciamento de vegetação, uso de lava pés, entre outras regras. Disciplina também a obrigatoriedade do controle da água, o registro de usuários, a necessidade de o usuário submeter-se a exame médico prévio, pelo menos a cada seis meses, devendo tais exames ser apresentados ou arquivados no condomínio. Para tanto controle, o condomínio deverá
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om a chegada da primavera seguida pelo verão, aumenta a procura pelas piscinas dos condomínios, principalmente pelas crianças. A piscina é uma das áreas sociais preferidas nesta época do ano e sabemos que com esse período de calor e as férias de final de ano aumenta o uso da piscina pelos condôminos e daí surgem vários problemas. Os condomínios precisam ter regras claras sobre o uso da piscina e a administração do condomínio deve atuar com firmeza em relação às infrações para garantir a segurança de todos. As regras de uso da piscina seguem o mesmo parâmetro de todas as áreas sociais do condomínio, ou seja, vale o regimento interno de cada condomínio e o bom senso por parte dos condôminos. Assim deve ficar disciplinado no regulamento o horário de funcionamento e período do ano em que a piscina irá ficar aberta, da obrigatoriedade da apresentação de exame médico, se o visitante pode ou não usar a piscina, bebidas e comidas na beira da piscina, jogos com bolas na piscina, proibição no uso do óleo bronzeador, a necessidade de crianças estarem acompanhadas de adultos etc. Sendo estipuladas as regras de uso da piscina estas devem ser cumpridas por todos os condôminos e se descumpridas por estes pode haver até mesmo a aplicação de multa, como por exemplo, caso haja no regulamento interno do condomínio a determinação de que para o uso da piscina deverá o condômino se submeter a exame médico e o condômino se nega a apresentar o comprovante do exame e mesmo assim usa a piscina, estará este condômino sujeito a aplicação das multas previstas no regulamento. E embora multado ele insista em usar a piscina sem apresentar o exame, o condomínio poderá propor uma ação judicial contra ele e conseguir uma ordem proibindo o condômino de utilizar a piscina sem o exame e caso este condômino descumpra esta ordem judicial, a situação fica mais grave, pois o condômino estará cometendo um crime de desobediência e estará sujeito a responder um processo criminal. Neste assunto sempre surge aquela perguntinha: POSSO PROIBIR O INADIMPLENTE DE USAR A PISCINA ? O assunto é polêmico, então
autor do artigo Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista articulista inscrito no MTB 0062156SP.
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Colaboradores de condomínio:
você conhece quem trabalha no seu?
Reportagem: Renata Susigan Fotos: André Luiz e Renata Susigan sses colaboradores de condomínio trabalham muito; alguns já marcam ponto enquanto a maioria das pessoas ainda dorme. Eles limpam os ambientes para que ninguém tenha que transitar em locais sujos; controlam o acesso de visitantes e prestadores de serviços; cuidam das plantas e embelezam os jardins; fiscalizam o andamento das atividades; prezam pela segurança dos moradores e suas residências. Donos de histórias de vida marcadas pela superação, eles são de outras cidades ou estados, deixaram entes queridos ou vieram com a família para um lugar diferente, a fim de buscar
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uma vida melhor. Eles já conquistaram e ainda buscam realizar muitos sonhos. Descobri-los não foi fácil. Para isso, a reportagem da APÊ ZERO 1 fez um trabalho de pesquisa durante 40 dias nos condomínios e prestadoras de serviços da cidade, com o objetivo de encontrar os personagens que seriam homenageados nas páginas da revista. As pessoas que a equipe encontrou foram especiais: uma auxiliar de limpeza que, com bom humor e carinho, fala sobre seu amor pelo trabalho que executa há três décadas; dois controladores de acesso (os antigos porteiros) com origens e trajetórias de vida tão distintas quanto
o cotidiano na portaria; uma mulher que trabalha como jardineira e já enfrentou preconceito por gostar de estar em contato com a terra; um rondista, que sonha grande e, para realizar seus projetos, dedica-se com afinco aos estudos e trabalho; e um zelador, cuja família já perdeu tudo, “deu a volta por cima” e hoje ele, já aposentado, chega antes do expediente começar porque não gosta de ficar parado. Esses trabalhadores realizam tarefas difíceis e cansativas, mas sempre com um sorriso no rosto e um “boa tarde” pronto para melhorar o dia dos que passam por eles. Conheça-os a seguir:
Zelador Carlos da Silva: duas décadas como zelador Nascido em Buritama (SP), Carlos Roberto da Silva tem 53 anos. Ele é zelador há 23, trabalha no Condomínio Edifício Carminio Pisápio e, hoje, é contratado da Cortizo Imóveis. Carlos conta que quando morava na cidade natal, sua família trabalhava na roça, à margem do Rio Tietê, onde plantava arroz. Certa vez, uma enchente alagou a plantação, o que prejudicou a colheita. “Costumávamos colher 200 sacos de arroz de 40 quilos cada um, mas, daquela vez, conseguimos apenas cinco”, comenta. “Perdemos tudo.” Todos os membros da família chegaram a Jundiaí em 1976, onde receberam apoio dos tios de Carlos, que já moravam aqui. Com 16 anos, ele, os pais (Lázaro e Aparecida) e a irmã (Maria de Lurdes) foram morar no Jardim Tamoio. Como não conseguiam casa para alugar, uma amiga de sua tia abrigou a família por seis meses em um cômodo erguido no fundo do terreno da casa. Naquela época, ele começou a trabalhar na Antônio Borin Indústria e Comércio de Bebidas. “Fiquei sete anos por lá e fiz de tudo: trabalhei na oficina, na caldeira, no tratamento de água”, lembra. “Depois, fui ajudante de caminhão.” Carlos ainda trabalhou na ThyssenKrupp, no tratamento térmico, e como servente de pedreiro. Quando exercia esta última função em um edifício de Jundiaí, os condôminos gostaram do serviço dele e convidaram-no para ser zelador. “Nunca tinha pensado nesse trabalho, mas aceitei”, revela. Desde então, ele conta duas décadas de profissão. “Trabalhei durante seis anos naquele primeiro condomínio e, depois, vim para onde estou agora.” Carlos recorda que quando a família saiu do Jardim Tamoio, passou por diversos bairros, como Jardim Pacaembu, Vila Nambi e Colônia. Depois de casar com Ivonete, em 1982, teve três filhos (Renata, Rodrigo e Raiane) e, alguns anos mais tarde, mudou-se para a sonhada casa própria, em Ivoturucaia. Como zelador, suas tarefas são fiscalizar a garagem; entregar jornal; conferir a lâmpada piloto da torre; delegar as tarefas para a ajudante de limpeza; acompanhar a
Carlos Roberto da Silva: Sem atraso e com a mesma dedicação de quando tornou-se zelador.
manutenção do sistema eletrônico (portões, interfones, câmeras); checar se há vazamentos, enfim, garantir que os espaços comuns do condomínio estejam preservados e os equipamentos funcionando. “Para ser zelador, você tem que ter a confiança das pessoas, para que elas deem liberdade para você fazer suas tarefas corretamente”, costuma dizer. Apesar de trabalhar bastante, Carlos tem uma paixão nas horas de lazer: o futebol. “Quando era moço, fiz teste para defender o Paulista, já joguei em times juvenis e amadores,
sempre como ponta direita”, lembra. “Desde criança, jogo futebol, mas parei há uns 10 anos porque tenho desgaste na cabeça do fêmur”, diz o palmeirense que também torce para o Galo de Jundiaí. Apesar de estar aposentado há quatro anos, o zelador Carlos continua trabalhando de segunda a sábado, pois não gosta de ficar parado. Ele não suporta atraso e chega bem antes do expediente começar no seu local de serviço. “Adoro meu trabalho, um dia é sempre diferente do outro e valorizo muito ter a minha ocupação.” Apê Zero 1. Set/Out 2014
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“Se a natureza é obra de Deus, a gente tem que cuidar com amor e carinho”, afirma Marta Ferigato
Jardineira Marta Ferigato: a única da jardinagem Ela é a única mulher na LGM Prestação de Serviços que trabalha com jardinagem em diversos condomínios de Jundiaí, como Edifício Maison Morumbi, Condomínio Edifício Dona Yolanda, Condomínio Residencial Palmeiras. Marta Ferigato tem 57 anos, é natural de Santana, na zona norte de São Paulo, mora na Vila Arens, e afirma que ama “mexer com terra desde criança”. Marta é a mais velha de cinco irmãos e veio com a família para o interior quando tinha três anos. “Fomos morar e trabalhar com meus pais, Generino e Ofélia, em uma chácara em Várzea Paulista”, recorda. A família fazia de tudo: plantava legumes, verduras, frutas, criava animais e vendia ovos. “A chácara fornecia produtos para o primeiro 16
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Russi de Jundiaí, e eu costumava sair na rua para vender também.” Na adolescência, Marta começou a trabalhar na função de cozinheira em uma casa de massas, depois foi secretária em um consultório e atendente em um açougue. Quando casou, trabalhou por 26 anos em casa. “Fazia salgados, doces e sorvetes, além de costurar roupas hospitalares.” Depois de um tempo parada, durante a época do divórcio, Marta decidiu voltar a trabalhar “fora”. Conseguiu emprego como ajudante de limpeza, mas pediu para ser transferida para a jardinagem. “Sou a única mulher na empresa que trabalha com jardim, algo que amo”, revela. Seu trabalho consiste em carpir, tirar as pragas das plantas, roçar, varrer e limpar, podar árvores e arbustos, plantar gramas, flores e adubar. Ela adquiriu o conhecimento para realizar tais tarefas com as experiências que
viveu desde a infância. No entanto, Marta afirma que no início de sua carreira como jardineira sofreu com o preconceito de algumas pessoas. “No começo, ficava chateada, mas depois superei e passei a rir da situação”, ressalta. “Hoje, meu trabalho é valorizado pela grande maioria das pessoas.” Exigente consigo, ela conta que faz sempre o seu melhor e gosta que os outros apreciem o que realiza. “Gosto de receber críticas, sejam boas ou ruins, porque quero melhorar sempre”, diz. “Se a natureza é obra de Deus, a gente tem que cuidar com amor e carinho.” Depois de trabalhar a semana toda, para relaxar, ela gosta de ir a bingos ou pescar com sua mãe. Marta nem pensa em se aposentar, mas quando a época chegar, ela já tem planos: quer abrir sua própria loja de bolos, doces e salgados.
Controlador de acesso
Francisco Dias: saudades de casa, mas carinho pela cidade que o acolheu.
Francisco Dias, preocupado com a segurança Francisco Dias, de 37 anos, veio de Barro, no Ceará, para Santa Bárbara d’Oeste com 17 anos. “Queria ficar apenas seis meses, mas estou aqui até hoje.” Ele conta que a dificuldade de conseguir emprego em sua cidade o fez vir para São Paulo por impulso. Quando chegou, trabalhou em uma usina e, em 1996, foi transferido para Jundiaí para trabalhar em construção civil. Depois, foi almoxarife até ser convidado para a portaria. “Sou porteiro há 15 anos no bairro Medeiros”, conta. Hoje, ele é contratado pelo Grupo Milênio Prestadora de Serviços. Sobre ser controlador de acesso, ele afirma que gosta do que faz porque sabe da importância de sua função. “Meu trabalho traz segurança para os moradores do condomínio, então, me sinto valorizado por muitas pessoas”, revela. “Gosto também porque um dia nunca é igual ao outro e sempre conheço gente nova.” Entre suas tarefas estão o cadastro de prestadores de serviços e demais visitantes e a
ronda, que realiza para conferir se não há problemas no terreno. Francisco faz escala de 12 x 36 horas, ou seja, trabalha um dia e descansa no outro. Caseiro, quando tem tempo livre, gosta de visitar familiares, passear no shopping e ir a restaurantes. Ele revela que sente saudades de Barro, seu lugar de origem, principalmente porque as pessoas são mais próximas, estão sempre juntas e gostam de se divertir. “Mas lá não há emprego para todo mundo, enquanto aqui tem, mas as pessoas vivem para trabalhar e acabam se esquecendo de fazer outras coisas, de aproveitar o que conquistaram, de relacionarem-se com os outros”, opina. Quando perguntado se algum dia voltaria para o Ceará, ele é enfático: “Não, porque não gosto de planejar muito”, afirma. “Acredito que as coisas acontecem no momento certo, e muito do que eu almejava, conquistei aqui.” Pai de duas filhas (Stefany e Estela), ele agora busca ter sua casa própria e gostaria que a mãe (Maria de Fátima) viesse morar em Jundiaí definitivamente. “Ela já esteve aqui umas cinco vezes, mas na época do frio, vai para casa”, comenta. Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Desejo conhecer lugares novos e culturas diferentes.
Rondista
Roney Miranda: identificação instantânea Roney dos Santos Miranda tem 25 anos e mora com a família em Francisco Morato. Ele é rondista no Condomínio dos Metalúrgicos e trabalha para a DGol Terceirização. Roney já foi vendedor, recepcionista e decidiu trabalhar em condomínios porque interessou-se pela rotina, contada a ele por amigos. Com apenas três meses, ele afirma que já se identificou com a profissão. “Minhas tarefas são conferir o funcionamento da moto e do rádio que utilizo para trabalhar”, comenta. “A ronda que faço dura uma hora e, neste período, verifico o perímetro das cerca de 420 casas do condomínio.” Roney conta que percebe o respeito dos moradores porque ele ajuda a preservar a segurança das pessoas e residências. Essa tarefa se estende, inclusive, para a portaria, onde fica durante uma hora e meia no final de seu expediente, fazendo o controle de acesso de moradores e visitantes. Roney também trabalha por escala (12 x 36), e afirma que atualmente seu lazer é ouvir música (gosta de pop rock) e ir ao cinema. “Mas o que mais faço atualmente é estudar”, fala. Ele cursa inglês avançado e faz aulas para ser comissário de bordo na Academia das Águias, em Jundiaí. “Fui morar um ano no Mato Grosso do Sul com meu pai, José, então, adiei um pouco a realização do sonho de ser comissário.” Quando terminar o curso, ele fará uma prova da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e, se for aprovado, poderá atuar na área. “Quero fazer voos internacionais porque gosto de viajar e desejo conhecer lugares novos, culturas diferentes, a começar por Nova Iorque”, planeja. 18
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Controladora de acesso Noêmia Biajo, avó moderna Nascida no Paraná e moradora de Várzea Paulista, Noêmia Biajo da Costa tem 38 anos e atualmente trabalha como controladora de acesso no Condomínio Jataí pela DGol. Ela saiu do seu estado com quatro anos para instalar-se com a família em Porto Velho (RO). Com 17 anos, voltou para a região de Jundiaí. Noêmia já trabalhou em muitas funções, inclusive em linha de produção e como ajudante de limpeza. Há dois anos está na portaria. “Minha rotina é tranquila porque trabalho em um condomínio calmo, bastante familiar”, opina. “Faço cadastro dos visitantes, entrego correspondência, entre outras tarefas.” Sobre a importância de seu trabalho, Noêmia divide com todos os profissionais o reconhecimento que recebe. “Me sinto valorizada aqui, os moradores demonstram isso”, comenta. “O bom funcionamento do condomínio depende de toda a equipe, por isso, esse reconhecimento não é só meu, mas dos outros porteiros, ajudantes de limpeza, zeladores.” Noêmia conta que é conhecida pelos colegas como “a certinha”, pois não abre exceções e faz seu trabalho de acordo com o que aprendeu. “Sou disciplinada, respeito as normas e procuro fazer meu trabalho da melhor maneira possível.” A jovem é casada com Milton, tem dois filhos (Natanael e Wagner) e uma neta (Maria Eduarda). “Meu lazer preferido é passear com minha netinha, que criei nos primeiros meses de vida.” Essa jovem avó ainda revela uma paixão: andar de moto. A compra da primeira motocicleta foi difícil e, hoje, ela tem uma Fan zero quilômetro, adquirida devido ao seu esforço e economia. “Adoro moto porque me sinto livre”, conta. “Agora, já estipulei outra meta: estou economizando para comprar um carro zero quilômetro daqui a dois anos no máximo.” Reservada, Noêmia revela apenas que já passou por momentos difíceis em sua vida e que, com eles, aprendeu a valorizar ainda mais tudo o que tem: as pessoas que ama e seu trabalho, que a faz sentir realizada.
Noêmia Biajo: “Sou disciplinada e respeito as normas; não abro exceção.” Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Auxiliar de limpeza
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Criei meus quatro filhos trabalhando como auxiliar de limpeza.
Marilda Santos: trabalho com bom humor e amor
Marilda da Rocha Santos tem 46 anos e trabalha há quase 30 como auxiliar de limpeza. “Sempre gostei dessa função porque adoro ver tudo limpo”, conta sorrindo. “Criei meus quatro filhos trabalhando com limpeza.” Marilda nasceu em Itararé, na divisa de São Paulo com Paraná, e veio para Jundiaí com o pai (Geraldo) morar na casa que o avô comprou na Vila Hortolândia, onde ela está há quatro décadas. Viúva, tem quatro filhos: Alene, Maiara, Rodrigo e Altair. Contratada da DGol, como auxiliar de limpeza, sua rotina no Condomínio Jataí não é fácil. O trabalho é cansativo, mas feito com carinho e bom humor: ela faz café, limpa a portaria e os espaços comuns a todos os moradores. “Limpo o chão, os elevadores e até as paredes”, comenta. “Gosto de deixar tudo em ordem.” Ela é tão feliz em seu trabalho que, aos domingos, torce para a segunda-feira chegar logo, para poder recomeçar sua jornada. Nos momentos de lazer, Marilda adora jogar videogame com os netos (Paulo, de seis anos, e Rodrigo, de cinco). “Foram eles que me ensinaram a jogar na internet”, conta. “Adoro passar meu tempo cuidando deles.” Sobre seu sonho, Marilda é modesta, quer apenas uma coisa: “só peço a Deus que me dê saúde para continuar trabalhando e acompanhando o crescimento dos meus netos”, complementa. 20
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radar ape Os leitores pediram e a revista APÊ ZERO 1 atendeu! Esta nova seção foi criada com o objetivo de ajudar síndicos, condôminos e colaboradores de condomínios a solucionarem suas dúvidas e a convierem melhor. Leia com atenção e aproveite as dicas.
Um síndico precisa ficar disponível durante 24 horas? Como a função de síndico não possui vínculo empregatício, não é necessário que ele cumpra carga horária. Por isso, é indicado que ele reúna-se com os moradores e, juntos, definam o período em que pode ser acionado. É importante que fique claro o que será considerado emergência e como ela será tratada.
O que diz a norma 16.280? A norma 16.280 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que entrou em vigor em 18 de abril de 2014, versa sobre a importância de se ter regras para a realização de reformas em condomínios, a fim de preservar a vida dos moradores e a qualidade da estrutura da edificação. Já era responsabilidade do síndico fiscalizar as obras e embargá-las, caso necessário, conforme o disposto no Código Civil. No entanto, agora, a ABNT regulamentou esta obrigação. Desde abril, as reformas realizadas em condomínios devem seguir diretrizes e ser atestadas por um profissional habilitado que emitirá uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), no caso de engenheiros, ou uma RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), no caso de arquitetos. Tal documento deve ser entregue pelo condômino ao síndico com previsão de início e término da reforma, emissão de barulho, depósito e trânsito de materiais e pessoas no condomínio e o objetivo da reforma. O síndico, por sua vez, deverá encaminhar o documento para análise técnica e legal para, posteriormente, responder ao interessado com um dos três pareceres: “aprovado”, “aprovado com ressalvas” ou “rejeitado”. O síndico deverá fiscalizar o andamento da obra. Ao final, o morador terá que emitir um termo de encerramento de obra e entregar ao síndico, para que este cancele a autorização de circulação de materiais e pessoas pelo condomínio. Já ao síndico compete o arquivamento de documentos referentes às reformas para que fiquem disponibilizados aos seus sucessores. Além disso, a norma estabelece a obrigação de se atualizar o Manual de Uso, Operação e Manutenção do edifício e o Manual do Proprietário.
Dica: A norma 16.280 (fiscalização, análise de projetos, pareceres de responsáveis técnicos e arquivamento de projetos e documentos) cria onerosidade para o condomínio e responsabilidades para o síndico. Por isso, é importante que as novas regras sejam debatidas com os condôminos e que se busque apoio das administradoras, técnicos da área jurídica e outros, para que os normativos sejam devidamente cumpridos. 22
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O condomínio é obrigado a ter apólice de seguro? Qual? Sim. O Código Civil determina em seu artigo 1346 que o seguro contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial, é obrigatório em toda edificação. O artigo 1348 afirma que é responsabilidade do síndico realizar o seguro. Ele poderá contratar uma cobertura mais abrangente, desde que aprovada em assembleia.
O que deve ser feito para solucionar problemas relacionados a barulhos com os vizinhos? Como primeira opção, o síndico deve tentar reunir o reclamante, o reclamado e o departamento jurídico do condomínio para tentar uma conciliação. Se a tentativa não der certo, e constar na convenção/regimento interno alguma regulamentação sobre barulho, a administração do condomínio pode tomar as medidas cabíveis, conforme o acordado, como advertências e multas. Caso tais medidas não surtam efeito, é necessário realizar um Boletim de Ocorrência por perturbação do sossego, e ainda cabe uma ação cível de obrigação de fazer.
O que o síndico deve fazer para manter o cadastro dos condôminos sempre atualizado? Se constar na convenção do condomínio a obrigatoriedade de os condôminos manterem seu cadastro sempre atualizado, o síndico deve enviar, com a periodicidade necessária, uma ficha com os dados a serem atualizados para cada morador. Caso estes não o façam, cabem as penalidades previstas na convenção do condomínio, como advertência e multa. É importante que síndicos e condôminos reconheçam a importância do cadastro atualizado. Este facilita a comunicação e contribui para a segurança de todos.
Como deve ser feita a inscrição para participar da Festa do Síndico da Proempi? Como devo proceder? A Festa do Síndico é uma realização da Proempi com apoio da revista APÊ ZERO 1 e será realizada no dia 29 de novembro na sede do CIESP, em Jundiaí. O evento é aberto para síndicos e as inscrições deverão ser realizadas pelo e-mail proempi@proempi.org.br ou telefone 11 4586-3535 / 4523-0833, informando nome, condomínio, endereço completo, telefone e e-mail. Colaboradores desta seção: Carlos Eduardo Quadratti, advogado condominial, e Fernando Fernandes, síndico profissional. Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Amigos e terapeutas Reportagem: Renata Susigan Fotos: Divulgação nimais de estimação. Quem tem e ama o seu, sabe como eles são especiais, dependentes de carinho e cuidados, mas sempre dispostos a retribuir. O que muitas pessoas não percebem, no entanto, é que os pets trazem benefícios cientificamente comprovados aos seus tutores, seja no convívio cotidiano ou em sessões de terapia, explica Silvana Fedeli Prado, psicanalista, técnica em Terapias Assistidas por Animais e fundadora da ONG Patas Therapeutas. Silvana explica que todos os animais fazem bem, mas é com os cães que há maior troca de afetividade, pois são eles que entendem melhor o olhar e os gestos dos humanos. Segundo a especialista, eles ajudam as pessoas mesmo que elas não tenham uma doença ou problema específico. “Embora sejam semelhantes, a diferença é que em casa recebemos os benefícios diariamente, muitas vezes, sem percebê-los”, atesta. “Durante terapias de instituições que solicitam, os animais surgem como um catalisador, modificam o ambiente, o cotidiano do tratamento, melhoram a qualidade de vida e aparecem como uma possibilidade de expressão dos sentimentos dos pacientes.” Eles são capazes de ajudar pessoas que estão em período pré e pós cirúrgico e em tratamento de patologias diversas, como câncer, senilidade em geral, Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson, além de quem está em período pré e pós-cirúrgico. Para Silvana, os benefícios causados por um animal de estimação são inúmeros e podem ser físicos, mentais, educacionais e fisiológicos para crianças, adultos e idosos. “Passar um tempo com um animal pode melhorar a posição, o equilíbrio e trabalha as habilidades motoras finas; aumenta o vocabulário, a capacidade de socialização, comunicação e trabalho em equipe; ajuda na memória de curto e longo prazo, e libera hormônios que diminuem o estresse, entre tantos outros”, enumera. Ela explica que ter um pet ensina as crianças a terem respeito pelos outros seres vivos; aumenta sua autoestima; estimula o envolvimento em esportes; e, durante sessões de terapia, melhora significativamente o tratamento daqueles que sofrem de alguma doença.
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Alguns dos cerca de 50 “therapeutas”!
Crianças e idosos durante a terapia: melhoria significativa.
pets Quer conhecer o trabalho da O NG Patas Therap eutas? Visite o site d a revista
Companhia dos bichinhos é requisitada principalmente nos momentos mais difíceis, nas instituições que autorizam a interação entre pacientes e animais. Para os adultos, a convivência com um animal reduz a pressão arterial, a ansiedade e o nível de estresse e também ajuda expressivamente quem passa por algum tratamento. “Adultos sem filhos podem aprender as habilidades do carinho e da paternidade quando um animal entra em suas vidas”, comenta. Silvana afirma que os idosos também são beneficiados quando têm contato com cães, pois passam a ir com menor frequência ao médico, têm os níveis de pressão arterial e colesterol mais baixos em comparação a pessoas que não possuem um pet. “O companheirismo que os animais oferecem motiva os idosos a se envolverem mais nas atividades diárias e de socialização”, comenta. “Eles trazem um novo significado e propósito para suas vidas.” Ela afirma que os casos de terapias que merecem destaque são de crianças que não têm motivação para sair da cama ou não querem tomar remédios. “Quando os animais chegam, elas brincam, andam, dão risada, pedem para tirar fotos com eles”, revela. “Outras que acabaram de sair de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), muitas vezes, preferem a companhia dos bichinhos.” O mesmo ocorre com os idosos,
que ficam motivados a sair do quarto e aguardar, ansiosos, pela visita dos “terapeutas”. Para ajudar, o animal precisa apresentar como principal característica a afetividade, ou seja, ele não precisa ser de uma espécie ou raça específica. “Mas é importante que seja afetivo, que goste de pessoas, além de seu tutor, e de outros animais.” TAA, AAA e EAA A psicanalista ensina que a Terapia Assistida por Animal (TAA) é uma técnica cientificamente comprovada e consiste em colocar o animal de estimação em contato com os humanos. “Este método alternativo ocupa um lugar especial nos tratamentos terapêuticos em diversas patologias”, afirma. Ela explica que a TAA é uma intervenção dirigida, com objetivos específicos para cada patologia e faixa etária, em que o pet é especialmente treinado com rígidos critérios de comportamento e saúde e atua no processo de tratamento. “Esta terapia é realizada por profissionais da Saúde e/ou uma equipe multidisciplinar, que envolve procedimentos e metodologia, além de
uma documentação e avaliação de cada sessão”, informa. “O animal pode ser conduzido por um voluntário, tutor ou profissional e promove a melhora da saúde física, social, emocional e funcionamento cognitivo (pensamentos e habilidades intelectuais) dos pacientes.” As sessões podem ser semanais ou quinzenais. Já a Atividade Assistida por Animais (AAA) oferece uma oportunidade motivacional, educacional, de lazer, descontração, recreação, distração, entretenimento, desenvolvimento de vínculos, socialização e traz benefícios emocionais e/ou cognitivos. “Pode envolver voluntários ou profissionais com seus animais de estimação para visitar pacientes de todas as idades, de patologias diferentes, em ambientes variados.” Estes animais também são treinados e passam por criteriosa avaliação de comportamento e saúde. A Atividade pode ser feita semanal, quinzenal ou esporadicamente e não envolve metodologia ou procedimentos. “O conteúdo da visita é espontâneo.” A Educação Assistida por Animais (EAA) segue os mesmo critérios da TAA, mas é realizada por profissionais da área da Educação, como pedagogos e fonoaudiólogos. Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Mimos para seu pet Confira as novidades do mundo pet para agradar seu bichinho de estimação:
Fotos Produtos: Divulgação
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Benefícios que um amigo de estimação traz Físicos: melhora as habilidades motoras finas, habilidades para a condução de cadeiras de rodas e andadores, posição e equilíbrio;
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Mentais: aumenta interações verbais entre os membros do grupo, as habilidades de atenção; desenvolve habilidades de lazer e recreação; aumenta a autoestima; reduz a ansiedade, solidão e depressão; Fisiológicos: estudos comprovam que após 15 a 20 minutos de interação com animais, há liberação de neurotransmissores (relacionados à sensação de prazer e recompensa) e hormônios no organismo (relacionados ao favorecimento de criação de vínculos, diminuição de estresse, entre outros);
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1. Arranhador de flor São Pet R$ 61,95 www.meuamigopet.com.br; 2. Brinquedo fenourita Cia dos Coelhos R$ 17,90 www.petlove.com.br; 3. Brinquedo argola grande São Pet R$ 19,33 www.meuamigopet.com.br; 4. Cama queijo Chalesco R$ 182,90 www.meuamigopet.com.br; 5. Bebedouro automático Trixie R$ 405,00 www.meuamigopet.com.br. *Preços sujeitos a alteração 28
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Educacionais: aumenta o vocabulário, aprendizado, socialização, interação, comunicação, organização e trabalho em equipe; ajuda na memória de longo e curto prazo; melhora o conhecimento de conceitos como tamanho e cor; aumenta a execução de exercícios e motivação; Fonte: Silvana Fedeli Prado, psicanalista, técnica em Terapias Assistidas por Animais e fundadora da ONG Patas Therapeutas. Confira mais benefícios no site da Apê Zero 1.
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Festa do Sindico
3ª Festa do Sindico tera formato exclusivo e vagas limitadas Reportagem: Rodrigo Góes Fotos: Arquivo Apê Zero 1 e uma coisa os síndicos não podem reclamar: Jundiaí sempre contou com diversas palestras e encontros voltados para o desenvolvimento do mercado condominial. Esses eventos são realizados por empresas prestadoras de serviços de condomínios e a própria revista APÊ ZERO 1 já promoveu dois deles. Mas quem sempre esteve à frente e atuante foi a Proempi Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região. A entidade realiza periodicamente palestras e, desde 2012, promove a Festa do Síndico, com o objetivo de encerrar o ano com uma confraternização em homenagem ao Dia do Síndico (30 de novembro). A primeira edição aconteceu no Espaço Monte Castelo, contou com a presença de quase 500 pessoas, sendo metade composta por síndicos. A noite foi completa, com show de stand up, jantar e sorteios de brindes. Foi um evento totalmente diferenciado para a região de Jundiaí, ideal para a integração entre os condomínios. Em 2013 foi a vez de trazer a família dos síndicos e, por isso, a Proempi promoveu um churrasco durante um dia inteiro. O local possuia todo tipo de diversão como piscina, quadra, campo, brinquedos infantis. Diversos patrocinadores estiveram presentes e uma série de sorteios foi realizada. Pelo terceiro ano seguido, a Festa do Síndico 2014 acontecerá no dia 29 de junho, na sede do CIESP, em Jundiaí, e com um formato inovador. Além da tradicional comemoração, será realizada uma Mesa Redonda, onde os presentes poderão participar efetivamente de um debate com os palestrantes. O cronograma iniciará às 8h30, com um Welcome Coffee e credenciamento. Os convidados poderão visitar os estandes dos patrocinadores. Logo depois, o presidente da Proempi, Ricardo Benassi, fará a abertura do encontro. Às 9h10 iniciará o Panorama ABNT 16280, onde profissionais do setor farão uma explanação sobre o tema, de acordo com a sua especialidade. Além de convidados da Associação de Enge-
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Imagens da primeira edição da Festa do Síndico
nheiros de Jundiaí e do Instituto de Arquitetos do Brasil – Núcleo de Jundiaí, o Panorama contará com uma apresentação do advogado condominial, Dr. Carlos Eduardo Quadratti, e do síndico profissional e coordenador do Conselho de Síndicos, Fernando Fernandes, que aproveitará a ocasião para lançar a Cartilha da ABNT 16280.
O público terá direito a uma pausa de 15 minutos para, assim então, dar início à Mesa Redonda. Durante uma hora, os síndicos poderão tirar as dúvidas com a equipe de especialistas sobre essa nova norma que tanto trás dúvidas. (Para quem não puder acompanhar, na edição 109 da revista APÊ ZERO 1 já tem um texto elucidativo sobre
Festa do Sindico
o tema. Para ler, acesse as edições online no site www.apezero1.com.br.) A Mesa Redonda tem o objetivo de oferecer um tempo maior para o público interagir e, definitivamente, solucionar os questionamentos sobre o tema. Por volta das 11h, a Festa do Síndico promoverá um brunch para oficializar a comemoração ao Dia do Síndico. O cardápio completo você acompanha na página 32. Para finalizar, a Proempi entregará a Cartilha da ABNT 16280 e realizará uma série de sorteios dos patrocinadores. O sorteio principal da noite será uma TV para um condomínio e um tablet para um síndico. Com tantas opções, é natural que um evento como esse tenha vagas limitadas. Para garantir a sua é necessário que seja síndico e faça a inscrição através do email proempi@proempi.org.br, ou então através dos telefones: 11 4586-3535 / 4523-0833, informando nome, condomínio, end., tel CEP e e-mail.
Segunda edição da festa
Ainda ha vagas para patrocinio Ultragaz, LGM, Casa Diamante Tintas e Fit4 Store são as empresas que confirmaram presença até o fechamento desta edição na 3ª edição da Festa do Síndico. Eles terão direito a um estande e divulgação da marca em todas as peças publicitárias do evento. O primeiro contato do público será o espaço onde ficarão os estandes e o café. Os estandes serão fornecidos pela organização da Festa, com espaços de 2m x 2m, balcão e mesa bistrô com cadeiras. Durante todas as apresentações serão feitas menções aos patrocinadores e as empresas participantes poderão oferecer brindes para sorteios, reforçando e aproximando sua marca com o público. Os patrocinadores têm direito a 35% de descontos em anúncios na revista APÊ ZERO 1, em contratos de três edições, para anúncios de 1 página, e também terão acesso ao mailing dos participantes da Festa do Síndico. Para participar como patrocinador, entre em contato com Fernando, através do telefone: 11. 9 9900-4120. Apê Zero 1. Set/Out 2014
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Festa do Sindico
cronograma 8h30 às 9h: Welcome Coffee, Credenciamento, Visita aos Estandes
CARDáPIO
9h às 9h10: Abertura Oficial – Palavra Presidente Proempi 9h10 às 10h: Panorama ABNT
Café da manhã
10h às 10h15: Intervalo
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10h15 às 11h15: Mesa Redonda 11h15 às 12h15 – Brunch 12h15 às 12h45: Entrega da Cartilha e Sorteios
Café Leite Suco Água Lanche frio Torta Mini lanche Pão de queijo Mini croissant Bolo
Brunch
CARTILHA ABNT 16.280 O grande momento da 3ª Festa do Síndico será a entrega da Cartilha ABNT 16.280. O material foi produzido pela PROEMPI em parceria com a Associação dos Engenheiros de Jundiaí e o Instituto de Arquitetos do Brasil – Núcleo Jundiaí. O material consultivo irá auxiliar os síndicos a entenderem melhor a nova norma ABNT. O produto é exclusivo da Proempi, com apoio da Revista APÊ ZERO 1.
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Água Suco Refrigerante Penne ao molho branco Mini cuscuz recheado Polentinha cremosa com iscas de filé o Escondidinho de mandioquinha com iscas de alcatra o Salada Ceaser *Cardápio sujeito a alteração
INFORMAÇÕES RÁPIDAS O que: 3ª Festa do Síndico Quando: 29 de novembro (sábado) Horário: 8h30 às 12h45 Local: CIESP Jundiaí Endereço: Av. Navarro de Andrade (Rua Projetada 8) s/n, Vila Hortolândia, Jundiaí-SP Inscrições: 4586-3535 ou proempi@proempi.org.br 32
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Comercial: 11 9 9900-4120 Patrocinadores até 19/9: Ultragaz, LGM, Casa Diamante Tintas e Fit4 Store
Realização: Proempi, Conselho de Síndicos, Secovi-SP
Mídia Oficial: Revista APÊ ZERO 1 Apoio: agência io! comunica
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Criancas
O que é
Tire o seu filho da frente do videogame e computador e o incentive a ter uma infância mais feliz e saudável.
Indique
Lembrou de alguma brincadeira que seu filho e os amigos do condomínio irão gostar, conte-nos: falecom@apezero1.com.br
O respeitável público infantil Reportagem: Renata Susigan Fotos: André Luiz eatro é teatro. Todo espectador merece respeito. Não basta decorar o texto e colocar uma roupa. O teatro tem uma linguagem que o ator deve aprender para fazer direito. As crianças são críticas, questionadoras, reflexivas, por isso, é importante explorar a capacidade delas.” Com essa fala, o diretor de teatro há 25 anos e coordenador cultural da Escola Divina Providência, Wagner Nacarato, resume o teatro infantil. Ele explica que para aprender qualquer arte é importante que a experiência passe por três eixos: fazer arte; apreciar arte; e refletir sobre arte. “O foco do teatro infantil é a formação de público, queremos desenvolver a admiração dos pequenos pelo teatro desde cedo”, afirma. “Por isso, quando uma criança assiste a um espetáculo, os pais ou responsáveis devem conversar com ela, ajudarem-na a pensar na temática apresentada, solucionar dúvidas e também incentivar o contato dela com alguma expressão artística, como ter aulas de um instrumento musical”, exemplifica. Segundo ele, desta maneira, os três eixos são colocados em prática para que a criança aprenda e admire verdadeiramente uma arte. Mas para chamar atenção de um público tão exigente e espontâneo, Nacarato ressalta que as montagens devem ter a qualidade que elas merecem. “O que caracteriza o teatro infantil é o tema dos espetáculos”, comenta. “Não se pode tratar a criança como alguém que não entende porque, desta maneira, o teatro será pobre, mal feito.” Ele reforça que é possível criar espetáculos infantis com qualidade, já que as técnicas e preparação são as mesmas para o teatro destinado ao público adulto. O retorno que as crianças oferecem deixa qualquer profissional, mesmo o mais experiente,
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Wagner Nacarato: “Queremos desenvolver a admiração dos pequenos pelo teatro desde cedo.”
apreensivo. “Isso porque se elas se identificam com a história, levam os exemplos para casa, ensinam e exigem que os pais mudem determinados comportamentos”, conta. “Mas quando não gostam, também são transparentes e dizem.” Nacarato informa que o teatro pode ser uma forma eficaz de inserção social, uma vez que é dever da montagem fazer o espectador se identificar com ela. “Se alguém sofre bullying na vida e assiste uma peça sobre esse problema, pode tentar buscar as mesmas saídas que se mostra no teatro”, exemplifica. Ele garante que é possível passar uma mensagem positiva para os pequenos mesmo quando os assuntos são “negativos”, como no caso do bullying. “Mesmo que o final não seja feliz, o teatro sempre traz possibilidades, mostra caminhos que devem ou não ser segui-
dos, dá um exemplo, sugere uma alternativa, faz refletir.” É neste ponto que os pais têm grande importância para ajudar os filhos a compreenderem efetivamente o que foi mostrado. Quando monta peças infantis, Nacarato trabalha geralmente com os contos de fadas, mas afirma que é possível adaptar qualquer livro ou história. “Gosto de dirigir contos de fadas porque eles tratam de diversos temas e têm grande apelo junto às crianças, eles entram no inconsciente delas.” Especialmente para elas – Fundada há seis anos pelas atrizes jundiaienses Luiza Bittencourt e Paula Miurim, a Cia. Na Ponta da Língua faz peças teatrais e contação de histórias focadas no público infantil. “Tivemos essa iniciativa porque gostamos de lidar com este
público”, afirma Luiza, atriz há 10 anos. “Acreditamos que temos responsabilidade como artistas e formadoras de opinião.” Para ela, a companhia foi uma consequência natural de sua formação. O pai (Roberto) teve um papel fundamental para torná-la espectadora de teatro, já que sempre a incentivou a ter contato com as artes e inventava histórias quando Luiza ainda era criança. “A primeira peça que encenamos na cia. foi baseada em uma história que meu pai criou para mim, chamada ‘A pulga que não sabia pular.’” Ela comenta que os temas mais recorrentes com os quais a Cia. Na Ponta da Língua trabalha são tolerância, respeito às diferenças, valor da amizade, superação de dificuldades e situações da vida cotidiana. “Gostamos dos textos de Ricardo Azevedo, Ruth Rocha e Ana Maria Machado.” Apesar de se identificar com a linguagem do teatro infantil, Luiza ressalta as dificuldades de se trabalhar com esse público. “As crianças são exigentes”, afirma. “Por isso, acho errado tratá-las como se não entendessem as histórias, utilizando performances infantilóides.” Para ela, os menores são aptos a “consumirem” teatro e gostam de brincadeiras, poesias, músicas, exemplos relacionados às suas vidas e interação durante as peças. Luiza comenta que a grande diferença entre o público infantil e adulto é que as crianças são espontâneas e isso faz com que ela tenha que lidar com situações que exigem flexibilidade. “Algumas vezes, no meio de uma contação de história ou peça, elas querem perguntar alguma coisa”, explica. “Isso é um exercício muito bom para o ator, que tem que dar atenção, solucionar a dúvida e manter o andamento da história.” A atriz explica que a preparação para um espetáculo infantil é o mesmo que para um adulto. Exige pesquisa, informação, criação ou adaptação de texto de maneira que não seja muito didático nem chato, deve conter temas pertinentes e ter, no máximo, uma hora (tempo variável que depende da faixa etária). “Trabalhar com elas é muito gratificante”, reflete. “Mas a responsabilidade é maior porque durante uma montagem estamos ajudando a formar um ser humano.” Luiza atesta que qualquer arte é importante para o desenvolvimento da criança, tem a capacidade de fazê-la se identificar com algum tema, aprender a lidar com os sentimentos, perceber que não é a única a enfrentar um tipo de problema. “A arte ajuda a formar a personalidade”,
Para Luiza Bittencourt a criança deve brincar de faz de conta para permanecer criança por mais tempo. garante. “Uma criança que tem contato com teatro ou qualquer outra forma de expressão artística é mais criativa, permanece criança por mais tempo, ao contrário do que acontece quando as opções que ela tem são apenas jogar videogame e ir a diversos cursos. Deve haver equilíbrio.” Incentivo – Para Wagner Nacarato, a grande dificuldade de acesso ao teatro no Brasil e formação de um público fiel está na falta de hábito. Para ele, as pessoas têm que ir ao teatro até que ele faça parte do cotidiano delas. “O poder público deve criar projetos atrativos, permanentes, a preços acessíveis para que os cidadãos acostumem-se com a arte em suas vidas”, opina. “Em Jundiaí, a formação teatral, não apenas do público, mas dos atores, é estagnada, sem exploração de seu potencial, diferentemente da área musical e da dança.” Para que o teatro e as artes, de modo geral, cumpram seu objetivo de influenciar positivamente as crianças, Luiza Bittencourt afirma que a participação dos pais é fundamental para que elas assimilem melhor os ensinamentos. “Após um espetáculo, eles devem perguntar o que seus filhos acharam da peça, se entenderam,
explicar o que não ficou claro e reforçar a mensagem que foi passada.” Luiza reforça que as crianças geralmente imitam os adultos com quem elas têm contato, por isso, eles devem incentivá-las a gostar de artes e darem o exemplo, mostrar interesse, comprar livros e buscar bons grupos de música infantil. “O grupo Palavra Cantada e a cantora Rita Rameh são alguns exemplos de artistas que fazem músicas infantis com qualidade e respeito.” Dicas da Luiza – Para os pais que querem estimular a imaginação das crianças, a atriz sugere que eles brinquem de faz de conta com os filhos. “Toda casa deveria ter bonecos, fantoches, folhas brancas e lápis de cor. É importante que se use meia, palito, lata, botão e qualquer outra ‘coisa’ que não seja pronta para que a criança treine que olhe para o objeto e veja além dele, treinar o olhar criativo e poético. Utilizamos muito esta técnica em nossas montagens.” Sugestões de grupos de teatro infantil - Cia. Le Plat du Jour, Cia. Truks (de bonecos), Cia. Delas, Cia Circo de Bonecos, Cia. Paulista de Artes e Cia Na Ponta da Língua. Apê Zero 1. Set/Out 2014
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3° Setor
O que é
Histórias que são lições de vida estão presentes nesta editoria, ligada diretamente com o 3º setor.
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Se você conhece alguma história emocionante vivenciada em entidades filantrópicas de Jundiaí, conte-nos: falecom@apezero1.com.br
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Acreditar no proprio potencial Reportagem: Renata Susigan Fotos: André Luiz evar a cegueira na brincadeira, afirmar que superproteção desprotege e acreditar no próprio potencial: essas são as diretrizes que contribuíram para que Gilson Modesto, 44 anos, superasse, com coragem, as dificuldades que a vida lhe impôs. O rapaz de Londrina (Paraná) é gêmeo de Gilma. Logo que nasceu foi diagnosticado com retinopatia da prematuridade, uma doença que pode acometer bebês prematuros, devido ao desenvolvimento incompleto da retina. Além disso, ao contrário da irmã, ele precisou permanecer na incubadora até ganhar peso. “O oxigênio da incubadora queimou o fundo dos meus olhos, pois não colocaram venda em mim”, conta. Aos sete anos, quando entrou na escola, a professora percebeu que Gilson não enxergava completamente. Ele passou a frequentar o oftalmologista, que o diagnosticou com miopia de 7,5 graus nos dois olhos. “Uma vez por ano, eu ia ao médico, que disse que minha miopia era progressiva”, lembra. Com 12 anos, ele já usava óculos de 14 graus. Na década de 1980, Gilson chegou ao estado de São Paulo e, com ajuda do Lions Club, esteve em um oftalmologista renomado, que constatou que o rapaz ficaria cego entre os 16 e 20 anos. “Minha mãe (Maria das Mercês) e eu não acreditamos muito, porque com os óculos eu ainda enxergava.” Mesmo assim, ele continuou o acompanhamento médico. Com 17 anos, fazia tratamento em Franco da Rocha, depois passou a vir para o São Vicente, em Jundiaí. Continuou a estudar e, com 18 anos, tirou a Carteira Nacional de Habilitação; com 19 trabalhou em uma transportadora como motorista. Ele refletia que o médico havia
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Depois de perder a visão, Gilson Modesto tornou-se psicólogo, cuida dos filhos e participa de campeonatos de ciclismo. “Vida normal e independente.”
O alfabeto Braille
mesmo errado, já que continuava a enxergar, ainda que com certa dificuldade e sempre dependente dos óculos. Ao 20 anos, um oftalmologista sugeriu que ele arriscasse a fazer uma cirurgia para melhorar sua visão, que era permitida após os 24 anos apenas. Gilson aceitou o desafio, mas foram necessárias diversas tentativas: na primeira, ele pegou uma gripe; na segunda, contraiu uma conjuntivite; na terceira, já na mesa de cirurgia, um dos instrumentos cruciais para o procedimento foi derrubado no chão e entortado. Portanto, ele não pôde ser operado. Na quarta tentativa, ele faria a cirurgia no dia 30 de março de 1989 na Santa Casa de São Paulo e, para isso, deveria ser internado no dia 20. Como era motorista, chegou de uma viagem a Curitiba (PR) no dia 10 e, em seguida, foi designado a ir para Betim (MG). Antes da viagem, ele decidiu dormir um pouco para descansar. “Quando acordei, a sen-
sação era de que tinha uma nuvem nos meus olhos, não conseguia ver, então, não pude viajar”, diz. Poucos dias depois, ele teve um descolamento de retina nos dois olhos. Seu médico fez várias tentativas para colar a retina, mas nenhuma deu certo. O jovem havia ficado cego. “Na época, foi muito difícil”, lembra. “As pessoas não me viam mais como o Gilson, mas como um coitado, o que não me agradava.” Segundo conta, teve uma depressão reativa, que ocorre quando uma pessoa perde algo. “A depressão aconteceu durante o período de adaptação; eu ficava isolado no quarto, mas apesar disso, nunca perdi o ânimo de viver”, ressalta. Já aposentado por invalidez, certo dia decidiu começar o processo de reabilitação. “Frequentei a Fundação Dorina Nowiill para Cegos, onde fui alfabetizado no método Braille e tive orientação em mobilidade”, comenta.
“Apesar de a minha família me acompanhar na reabilitação, a situação era tratada com humor: eles brincavam com minha condição, acredito que não tinham noção da gravidade.” Apesar da reação dos parentes, Gilson conta que seus pais e irmãos sempre o apoiaram e que a maneira como lidavam com sua cegueira os ajudou a superar o choque. O rapaz relata que um de seus irmãos compreendeu realmente o que ele passava quando o viu pela primeira vez com uma bengala. “A bengala é o certificado da cegueira”, declara. Devido ao seu esforço, Gilson fez toda a reabilitação em seis meses, mas como não havia aprendido a fazer as atividades diárias, que fazem parte da reabilitação, ele entrou no Instituto Luiz Braille, em Jundiaí, na década de 1990 para receber a complementação. Lá, foi estimulado a viver sua vida normal e independentemente. Foi por indicação do Instituto que ele Apê Zero 1. Set/Out 2014
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visitou o setor de radiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde trabalhou por cinco anos. Isso o fez querer voltar a estudar. Já em Campo Limpo Paulista (onde mora atualmente), ele entrou em uma escola e, nas aulas, utilizava o método Braille. “Naquela época, enfrentei tanto preconceito que o Instituto teve que intervir para que eu pudesse continuar a estudar; disseram-me que a escola onde eu estava não aceitava pessoas cegas”, revela. “Em outra ocasião, um professor quis me proibir de fazer uma prova, pois alegou que eu já tinha nota o suficiente para passar de ano. Eu disse a ele que não aceitaria ser tratado diferentemente dos outros alunos e ele me respondeu que só ensinava pessoas normais, que enxergassem.” Superações – Mesmo com as dificuldades, Gilson focou nos estudos e, de 1998 a 2002, cursou Psicologia por meio de uma bolsa de estudos, conseguida pelo Dr. Pacheco, do Instituto. “Fazia as provas oralmente e me saía muito bem”, diz. “Tinha vários colegas e era respeitado.” Para a formatura, Gilson conta que convidou o professor que havia se recusado a dar aula para ele, mas esse não compareceu. Em 2003, o rapaz prestou concurso e conseguiu entrar como psicólogo no governo do Estado. “Trabalhei no antigo Juqueri e hoje estou no Hospital para Queimados, em São Paulo, no Paulo Sacramento e no Instituto Luiz Braille, aqui em Jundiaí.” Sobre o motivo de ter escolhido a Psicologia, ele afirma que é uma profissão que não demanda que ele enxergue e, além disso, é algo que gosta de fazer. “Quando comecei a trabalhar com radiologia, abri mão de minha pensão por invalidez. Trabalhar foi importante para crescer.” Gilson mora com seus dois filhos (Gustavo, de 18 anos, e Murilo, de 12) e adora natação, ciclismo e participa, inclusive, de campeonatos. “Consigo fazer todo o circuito do Parque da Cidade na bicicleta dupla, com meu filho no banco de trás.” Sobre sua história de vida e superações, Gilson é enfático: “O deficiente visual tem uma limitação, mas não é totalmente limitado. Te38
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José Carlos de Lima: “trabalhamos com reabilitação e oftalmologia no Braille.”
mos que acreditar no nosso potencial, pois somos pessoas normais, capazes.” Instituto Luiz Braille Fundado em 20 de dezembro de 1941 pelo professor Maestro Mario Chaves e amigos, o Instituto Luiz Braille de Assistência ao Deficiente da Visão tem o objetivo de atender e promover a integração da pessoa com deficiência visual (cegos ou de baixa visão). Atende, gratuitamente, moradores de Jundiaí e região. De acordo com o presidente da entidade, José Carlos de Lima, o Instituto trabalha em duas vertentes: reabilitação e oftalmologia. Na primeira, os profissionais atuam na recuperação e reinserção social dos assistidos (crianças a idosos). O atendimento inclui acompanhamento com psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social e fisioterapeuta; alfabetização em Braille; Terapia Ocupacional; aulas de Orientação e Mobilidade; Estimulação para Bebês com baixa visão;
Informática – em que por meio de um software especialmente desenvolvido para pessoas com deficiência visual, aprende-se a usar o teclado do computador, os programas Word e Excel, e Internet; e oficinas terapêuticas. Na área de oftalmologia, o Instituto atua desde 2003, por meio de um convênio com a Prefeitura de Jundiaí. “Hoje, são atendidos aproximadamente cinco mil pacientes por mês, que passam por consultas e todo tipo de cirurgia oftalmológica, exceto transplantes”, comenta José Carlos. De segunda e sexta-feira, durante o dia, o Instituto ainda atende as urgências e emergências oftalmológicas do Hospital São Vicente de Paulo. Com uma equipe composta por cerca de 70 profissionais, para manter-se, a entidade possui um convênio com a Prefeitura de Jundiaí, via SUS, e conta com doações, além de realizar eventos beneficentes. “Agora, nosso projeto é criar um Centro de Diagnóstico em Oftalmologia”, revela. Para ajudar, basta entrar em contato: (11) 45236510, 4521-6933 ou www.braillejundiai.org.br
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turismo
O que é
Vamos viajar e indicar locais centenários.
Já foi?
Esteve no Rei do Filet? Envie uma foto para a gente: falecom@apezero1.com.br
100 anos
Já foi em algum café, doceria, padaria ou restaurante centenário? Conte-nos sua experiência!
O prestigiado file mignon paulistano Reportagem: Renata Susigan Fotos: Divulgação ara quem busca apreciar um filé mignon com 500 gramas e escolher um entre 17 acompanhamentos diferentes, o Rei do Filet é o lugar certo. Este centenário restaurante paulistano foi fundado em 1914 pelo imigrante português Salvador Domingos Vidal e tem seu lugar marcado na história da gastronomia da Capital. A princípio, a casa foi aberta na rua Conselheiro Crispiniano, quando ainda era chamada de Bar Esplanadinha, que servia filé mignon e cerveja gelada para um público diversificado, formado por artistas, políticos, advogados e todos que compunham a boemia da época. Desde 1929 na Praça Júlio Mesquita, seu atual endereço, o Esplanadinha passou a ser conhecido como Bar, Café e Confeitaria Moraes. Continuava a receber pessoas que gostavam de debater sobre política, economia e cultura. “Foi em uma de nossas mesas que Adoniran Barbosa escreveu ‘Trem das Onze’”, garante Fábio Corrêa Bento, gerente geral há 16 anos. “O restaurante sempre foi muito democrático, nossa clientela é variada.” Na década de 1960, o estabelecimento mudou de nome mais uma vez: a partir daí, foi chamado de Restaurante Moraes – Rei do Filet, fama originada com seus frequentadores. Entre as personalidades que já experimentaram e aprovaram sua culinária estão Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Monteiro Lobato, Jânio Quadros, Fernando Henrique Cardoso, Antônio Ermírio de Moraes, Mário Covas, Romário, Fausto Silva, Milton Leite, Goulart de Andrade, Silvio Luiz e Chico Pinheiro. A diversidade dos clientes não é à toa. O Rei do Filet serve apenas filé mignon, cujo peso pode ser escolhido entre 500, 240 e 130 gramas para adultos, e 80 gramas para crianças. “Temos 17 tipos de acompanhamentos, como brócolis, cebola, farofa e arroz, mas o carro-chefe é o filé
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Rei do Filet nos anos 1930 Filé ao alho e óleo com fritas. ao alho e óleo com fritas.” Segundo Bento, são utilizadas aproximadamente quatro toneladas de carne e 70 quilos de alho por mês. A qualidade e tradição do Rei do Filet são tão reconhecidas que, mensalmente, o local recebe cerca de cinco mil pessoas de todo o Brasil. De acordo com o gerente, o restaurante atrai, inclusive, estrangeiros. “Temos clientes muito antigos, que hoje trazem seus netos e bisnetos para nos conhecer.” O Rei do Filet possui 200 lugares e uma decoração rústica, com quadros que contam sua história nas paredes. A equipe é formada por 50 funcionários, dentre os quais está José Oscar (gerente), que trabalha lá há 37 anos. Em 2012, o filé ao alho e óleo do Rei do Filet foi celebrado como patrimônio gastronômico paulistano pelo caderno “Paladar”, do
jornal O Estado de São Paulo. A atual administração do local está na terceira geração da família de Salvador: hoje, os proprietários são Armando Borba da Costa, Carlos Henrique de Freitas e José Luiz de Freitas.
Serviço: Rei do Filet Matriz: Praça Júlio Mesquita, 175, República. Abre todos os dias, das 11h às 22h Filial: Alameda Santos, 1105, Jardim Paulista. Abre todos os dias a partir das 11h
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Multiplicadores Sonhar Acordado
O que é
Em Multiplicadores, mostramos as pessoas que fazem a diferença com projetos simples e funcionais.
Participe
Conhece alguém no bairro, escola, faculdade, trabalho, enfim, uma pessoa que tem a visão de mudança positiva para a cidade e as pessoas? Indique para a gente.
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Sonhar para realizar Reportagem: Renata Susigan Fotos: André Luiz
Raio-X Tamiris dos Santos, 26 anos, é supervisora de call center e coordenadora de formação de voluntários e líderes da ONG Sonhar Acordado. Apesar de a ONG não ter vínculo religioso ou político, a jovem conheceu o projeto porque faz parte do Regnum Christi, um movimento católico em que, durante um período da vida, cada integrante deve dedicar um tempo para realizar algo pelas outras pessoas. “Fui designada a fazer essa dedicação à Sonhar Acordado”, comenta. Após passar um ano trabalhando como voluntária na unidade de São Paulo, Tamiris decidiu trazer o projeto para Jundiaí, pois percebeu que a cidade tinha potencial. “Venho de uma família cristã, que sempre buscou ajudar as pessoas”, revela. “Dentro de mim, é o que tenho de mais forte.”
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ONG Sonhar Acordado foi fundada em Monterrey, no México, em 1998, quando um grupo de jovens almejava juntar voluntários para fazer o bem e conscientizar as pessoas quanto à sua responsabilidade social e importância no desenvolvimento da sociedade, com foco em crianças em situação de vulnerabilidade social. A ONG chegou ao Brasil no ano 2000, e está presente em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, São José dos Campos e Jundiaí. Como a ONG Sonhar Acordado atua? A ONG trabalha com três vertentes: a primeira está relacionada à infância necessitada, por meio do programa “Amigos para Sempre”. Nele, crianças com alguma carência - seja financeira, de lazer, de valores - são nosso foco. Durante três anos, trabalhamos com valores divididos por semestre, como responsabilidade, caridade, fortaleza, amor e amizade. Neste programa, cada voluntário é responsável por uma criança, o que chamamos de “1 pra 1”. Os ensinamentos são passados a eles através de brincadeiras, filmes, dinâmicas, atividades e passeios. Temos também o programa “Sonhando Juntos”, por meio do qual tentamos realizar o sonho de crianças com alguma doença terminal. Trabalhamos com os assistidos do Centro Infantil Boldrini, de Campinas. Lá, fazemos brincadeiras, atividades e, depois de uma triagem, tentamos realizar o sonho de alguns pacientes.
Houve uma vez em que um menino nos disse que gostaria de ser bombeiro, então, entramos em contato com o Corpo de Bombeiros e pedimos ajuda para realizar o sonho. E conseguimos! O garoto pôde visitar as instalações da corporação, conhecer os profissionais, a rotina deles. As crianças fazem pedidos diversos: uma menina quis ser aeromoça; outro menino quis conhecer o time do São Paulo e acabou encontrando o Rogério Ceni. Há também o “Preparando para o Futuro”, no qual adolescentes que saíram do “Amigos para Sempre” recebem incentivo profissional. Eles assistem a palestras sobre o mercado de trabalho, profissões e visitam universidades, para que sejam incentivados a buscar uma carreira e trilhar seu próprio caminho. Como você soube da ONG e como foi o processo para trazê-la a Jundiaí? Trouxe a ONG para Jundiaí em 2010. Eu havia passado um ano trabalhando como voluntária da unidade de São Paulo. Apesar de a Sonhar Acordado não ter vínculo religioso ou político, eu faço parte do movimento católico Regnum Christi desde os 14 anos. Dentro desse movimento, cada pessoa dedica um período da sua vida a fazer algo pelos outros. Eu fui direcionada a fazer essa dedicação à ONG. Lá, me apaixonei pela maneira como a Sonhar atua. Em 2009, época em que eu estava na Capital, muitas pessoas de Jundiaí, inclusive amigos meus, foram para São Paulo participar da Festa de Natal. Então, percebi que nossa cidade tinha potencial e resolvi tentar. No começo não
Multiplicadores Sonhar Acordado foi fácil e, para fazer acontecer, tive ajuda dos voluntários da ONG que são de Campinas e São Paulo. Onde vocês atuam em Jundiaí? Atuamos em três instituições. No Centro de Aprendizado Dom José Gaspar - onde as crianças fazem atividades extracurriculares no período oposto ao da escola, como balé, capoeira, informática e reforço escolar - fazemos nossas atividades nos domingos de manhã. Na Cáritas Diocesana do Jardim Novo Horizonte, as atividades são feitas com as crianças do bairro nos sábados à tarde. E no Centro Scalabriniano de Promoção ao Migrante, na Colônia, as atividades acontecem aos sábados à tarde também com crianças de um conjunto habitacional. Todos os assistidos têm entre quatro e 12 anos. Segundo os pais, responsáveis e professores, depois que passam a frequentar a ONG, eles melhoram as notas na escola, o comportamento em casa, ficam mais responsáveis e respeitosos. Quantas crianças são atendidas e qual o perfil dos voluntários? Ao todo, temos 140 crianças assistidas e 140 voluntários, já que é “1 pra 1”. Os voluntários têm entre 16 e 35 anos. Aproveitamos o potencial que eles têm para que sejam líderes sociais, estudantis, políticos. Geralmente são universitários que fazem cursos variados, como Psicologia, Engenharia, Publicidade. Você sempre pensou em integrar uma ONG como a Sonhar Acordado? Sim. Venho de uma família cristã, que busca fazer o bem para os outros, então, me engajar em um projeto sempre fez parte dos meus planos. Dentro de mim é o que tenho de mais forte. Qual a importância de um projeto como este? Estamos oferecendo oportunidades aos assistidos. Quem tem mais condições tem que ajudar os que têm menos. Além de ensinarmos os valores às crianças, trabalhamos para desenvolver o próprio jovem voluntário, que entrará em contato com elas, despertando seus potenciais. Isso aumenta a vontade do voluntário e do assistido também de provocar uma mudança na sociedade. Como a ONG se mantém? Com ajuda dos próprios voluntários e alguns parceiros, como o McDonald’s da Nove de Julho e Jundiaí Shopping. Em alguns even-
tos temos o apoio da família Benassi, da loja Rondi e da De Marchi. Quais eventos vocês promovem? Temos o “Dia de Sonho”, que aconteceu em maio, quando juntamos as unidades de Jundiaí, São Paulo, Campinas e São José dos Campos. Reunimos cerca de duas mil crianças, que passaram o dia brincando e comendo muita comida gostosa. Tem também a “Festa de Natal”, que acontece em dezembro. A Escola Divina Providência cede o espaço e nós fazemos um evento muito bonito. O dinheiro para os eventos vem de outros que promovemos com o objetivo de arrecadar recursos, como pizzadas e festa junina. O que a Sonhar Acordado almeja para o futuro? Desejamos que cada vez mais jovens tenham conhecimento do nosso trabalho e queiram se engajar; que se comprometam mais e levem o projeto para outras instituições, que nos ajudem a aumentar nossa atuação. Gostaríamos também que as faculdades da região dessem mais apoio à proposta. Como vocês recrutam voluntários e o que participar de um projeto assim causa neles? O recrutamento ocorre através das mídias digitais, amigos, indicações de faculdades, eventos de jovens. Ser voluntário muda as pessoas. Você melhora em tudo, aprende a ser mais tolerante e consciente no trânsito, a ter mais respeito no ambiente de trabalho. E todos acabam tornando-se grandes amigos. A ONG tem um lema? Tem, dizemos que “muitos passam a vida sonhando, mas são poucos que, acordados, buscam realizá-los”. Além de fazer bem para as crianças, a ONG ajuda os voluntários a mudarem a maneira como lidam com as pessoas. É gratificante!
A ONG Sonhar Acordado aceita qualquer tipo de doação. Para ajudar, basta entrar em contato: 11 99534-8708 (Tamiris), 11 97361-6499 (Laís), jundiai@sonharacordado.org.br ou www.facebook.com/sonharacordado.jundiai
Curiosidades da Terrinha
O que é
O que você acha de resgatar o passado da nossa cidade? Acompanhe as fotos e histórias sobre locais que ficaram guardados na memória.
Casa Mario Reportagem: Renata Susigan Fotos: André Luiz e divulgação undada em 1963 por Epifânio de Castro Lopes, o Fani, a Casa Mário no início era Auto Peças Mário. O nome próprio é uma homenagem a Mário Delgado, pai de Fani, que atuava como negociante de caminhões em São Paulo, quando decidiu trazer a família para Jundiaí e abrir uma pequena borracharia. No início, o estabelecimento tinha o chão de terra e o trabalho era mais braçal. Apesar de o endereço ter sido escolhido estrategicamente – na Avenida Jundiaí, uma das principais vias de acesso, na entrada da cidade – na década de 1960 o Centro parecia ser mais longe. “O único
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Colaboração Contato
Esse trabalho só é possível com o apoio do professor Maurício Ferreira, do sebo “O Barato da Cultura”.
Sebo “O Barato da Cultura”: 11 2816-3387 | 2449-2140
Fachada da Casa Mário: antes e depois
vizinho da borracharia era uma agência da Ford”, conta Paulo Lopes, filho de Fani e um dos atuais proprietários. “Eu não era nascido quando meu pai abriu o negócio, mas ele me contava histórias da época em que os clientes eram atendidos, mas pagavam somente quando podiam.” E pagavam mesmo, garante. Na década de 1970, Fani decidiu investir no comércio e reformou a loja, que permanece a mesma até hoje, com 1500 metros quadrados de área construída. Paulo começou a trabalhar lá com 15 anos, junto com o pai e os irmãos. “Os homens ficavam no trabalho operacional e as mi-
nhas irmãs no setor administrativo”, lembra. “A primeira coisa que aprendi foi montar um pneu.” Hoje, a Casa Mário vende pneus para todo tipo de veículo e faz o serviço de undercar, que é a manutenção de freio, suspensão, entre outros. A equipe atual é formada por 20 colaboradores, entre os setores administrativo, comercial e operacional, e recebe treinamentos periódicos, a fim de que esteja sempre atualizada às novas técnicas, produtos e conduta do comércio. A Casa Mário já teve sete filiais em cidades da região, como Limeira, Americana e Rio Claro, mas os proprietários decidiram ficar apenas
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Curiosidades da Terrinha
Paulo Lopes: “Tudo o que sei aprendi com meu pai.” 48
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com a matriz. “Tomamos essa decisão com base em nossa filosofia, que é atender bem nossos clientes e buscar mais qualidade de vida”, afirma. “Aqui, trabalhamos com a segurança dos veículos e, portanto, com a vida dos condutores de carros. Isso gera uma responsabilidade muito grande, que levamos a sério.” A iniciativa de fechar as filiais deu o resultado esperado. Paulo ressalta que tudo o que sabe sobre carros, aprendeu com o pai, e que o melhor ensinamento deixado a ele foi atender bem e resolver os problemas dos clientes. “Como hoje tenho apenas uma loja é possível ficar mais próximo da clientela e manter nossa tradição, que é informar a situação do veículo ao motorista para que este saia daqui seguro e ciente da condição do carro”, analisa. Como a loja cresceu com a cidade, Paulo afirma que, apesar de sempre receber clientes novos, os antigos continuam fieis. “Alguns dos meus clientes de hoje são netos daqueles que compravam com meu pai”, orgulha-se.
serviços
saúde
Utilidades
restaurante
academia
classificados
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cronica
NEM SEMPRE e TUDO IGUAL
Divu lgaç ão
Há mais ou menos cinco meses aquele edifício resolveu para baratear o condomínio, que não mais iria contratar porteiros. Foi colocada uma câmera no portão de entrada e quem quisesse adentrar ao prédio deveria tocar a companhia e, depois de identificado, o morador abria ou não o portão. Com essa medida diminuiu a valor do condomínio, mas também a segurança dos moradores. E um fato passou desapercebido quando uma família de chineses alugou um apartamento e lá foram morar. Essa família era composta de pai, mãe e três filhos jovens, entre eles uma menina. No começo, nada de diferente foi notado, porém aquilo que representou uma economia no passado, começou a subir, ou seja, as despesas ordinárias começaram a crescer, sem que a rotina do prédio tivesse alguma mudança substancial visível. O síndico e o conselheiro fiscal passaram noites e noites debruçados em cima das contas e elas somente elevavam o valor do rateio, sendo a luz e água suas principais despesas. Certa manhã, Seu Chico, membro do Conselho Fiscal, precisou esperar o correio para entregar uma correspondência que recebera de endereço errado. Aí começou a descobrir porque as contas não fechavam. Naquele período de pouco mais de duas horas que esperou o carteiro passar, nada mais que 20 chineses desceram e desejaram bom dia. Intrigado com a movimentação do prédio, avisou o síndico, que ficou na portaria do final da tarde até começo da noite e também contou mais de 20 chineses que adentraram ao prédio e não saíram mais. Com as informações, inventaram um manutenção no andar da família dos chineses e com a prancheta na mão constaram uma realidade chocante,: no local alugado para cinco pessoas, moravam mais de 30, entre treliches e com colchões, até no banheiro e em baixo da mesa da cozinha. Abismados com a descoberta, avisaram o proprietário e a imobiliária que administrava o apartamento e somente depois de ameaçar chamar a Policia Federal que muitos se mudaram. Aquela história que orientais são todos iguais, por um bom tempo foi verdade, se não fosse um bom observador, e uma correspondência entregue errado.
Rafael Godoy
José Miguel Simão Advogado e cronista 50
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Na internet Leia outras crônicas do Dr. Simão Procure pela palavra “crônica” no site: www.apezero1.com.br
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