Revista Portal dos Condomínios

Page 1

O seu condomínio em revista

Em BUSCA do DIÁLOGO Como resolver pequenas situações sem ter que recorrer à justiça

BEM ESTAR

Como ter uma palmeira dentro da sua casa ou apartamento

CRÔNICA

Você sabe quem é o dono das cuecas voadoras?

Distribuição gratuita Ano 8 . Nº 84 Maio/Junho de 2010



EDITORIAL

ÍNDICE

Nova equipe. Mais informação Quando o Portal dos Condomínios iniciou

o profissionalismo da Paloma, envolver-se

era apenas uma publicação considerada ‘de

com a interatividade do Sérgio, acompa-

bairro’, com 600 exemplares distribuídos qua-

nhar a distribuição com a Kátia e o Ademir,

tro condomínios. Porém, quando um trabalho

resolver a situação do seu condomínio com

sério é realizado ele se mantém. Foram muitas

o Newton e Carlos e se divertir com o Dr.

as modificações, como o aumento em 10 vezes

Simão e o Ricardo.

do número de tiragem e a entrega personalizada via mala direta.

Jogo de Cena

Capa

6 8

Puro creme do milho

10

Artigo: Hubert Gebara

11

Aproveitamos para agradecer a todos os porteiros e zeladores pela paciência de nossos

Em maio, o Portal completa sete anos

contatos, os síndicos que confiaram em nosso

e resolve inovar, se transformando em uma

trabalho, os anunciantes que investem de forma

revista, de veiculação bimestral e ainda con-

consciente a sua marca, os colaboradores sempre

tará com uma equipe renovada. Uma equipe

dispostos a nos atender e a todos os amigos e

que batalhou, enfrentou as dificuldades para

familiares que acompanham por todos esses

sempre oferecer material de qualidade gráfica

anos o trabalho sério REALIZADO e PUBLICADO

e editorial para um público exigente e cansado

no Portal dos Condomínios.

da poluição visual do dia a dia.

Viver em Condomínio

4

Agora você também poderá acompanhar a

U&D: notebook

12

Bem-Estar: Palmeira

13

Crônica: Cuecas voadoras 14

EVENTOS

Essa responsabilidade está a cargo da ‘IO

edição virtual do Portal através do site: www.

COMUNICAÇÃO INTEGRADA’, antiga Agência

condominioemrevista.com.br. Todas as novas

* 7ª FEICCAD

Celta e agora com novo nome, mas com a

edições estarão nesse portal, que contará com

Feira do Imóvel, Construção, Condomí-

mesma garra de sempre e com uma equipe que

acesso ao blog e twitter que trará novidades em

nios, Arquitetura e Decoração.

você encontra nesse expediente e em toda a

tempo real.

Local: Maxi Shopping Jundiaí

revista, através de seus colaboradores.

Seja bem vindo a uma nova forma de trabalho

A IO COMUNICAÇÃO está disponível para

do Portal dos Condomínios. E lembre-se. O Portal

atender da melhor maneira seus leitores. Esse

é REALMENTE distribuído em seu condomínio,

é o espírito renovado que mencionamos an-

com informações dirigidas para você, morador,

teriormente. Venha conversar com a gente,

síndico, conselheiro, zelador e porteiro. Tenha

trocar informações com Rodrigo, aprender com

uma ótima leitura.

Info: www.feiccad.com.br

* Casa Cor 2010 Com mais de 50 ambientes expostos, a Casa Cor tem como tema “Sua casa, sua vida, mais sustentável e feliz”. Data: 25/5 a 13/7 Local: Jockey Club de São Paulo Info: www.casacor.com.br/saopaulo

EXPEDIENTE Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142 contato@condominioemrevista.com.br O jornal é um produto da io comunicação integrada. CNPJ: 06.539.018/0001-42 (www.agenciacelta.com.br) Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654 Designer Gráfico: Paloma Cremonesi Arte Final: Paloma Cremonesi Reportagens: Rodrigo Góes Atendimento e Logística: Sérgio Porcari Filho Tiragem: 6.000 exemplares. Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,

mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro do Portal dos Condomínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142. Site: www.condominioemrevista.com.br Twitter: @pcondominios Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento do jornal.

PARA ANUNCIAR 11 4522.2142 11 4521.3670

NA WEB

Portal dos Condomínios . Maio 2010

3


DECORAÇÃO & DESIGN

go

dri es

Ro

s

óe

oG

g dri

do o ambiente e gastando energia desnecessariamente”. A mesma opinião é compartilhada pelo proprietário da Conceito Luz, Maurício Caires, e a engenheira civil, Andréa Segre Viveiros, da Pinhal Luz. Ambos trabalham com projetos de iluminação. Ele afirma que analisa o ambiente e o que o compõe para assim orientar os clientes, pois “as vezes uma pessoa quer colocar um lustre em um ambiente muito claro, na qual não irá se destacar, deixando de lado o papel fundamental de um lustre”. Já Andréa conta que há “um estudo de lâmpadas e ambiente, ou seja, é um trabalho coerente, além de elaborar projetos personalizados.” Mas afinal, qual lustre é o ideal para o meu ambiente? Como devo realizar a compra de um item que possui um custo elevado e, além da função de iluminar, irá decorar a minha sala de jantar, quarto ou até lavabo?

Ro

Rodrigo Góes Pode-se dizer que o lustre, além de uma das principais peças de decoração, é uma paixão arrebatadora para quem o compra. O estilo do lustre também define um pouco o perfil de quem o escolheu, sendo até considerado símbolo de status. A referência se perdeu um pouco nos anos 80 com a chegada dos spots, mas voltou a toda nos últimos anos com o crescente clima de saudosismo das pessoas que buscam resgatar o passado. Em Jundiaí, até o início de 2008, havia uma carência de lojas especializadas para a compra dos lustres. Para essa reportagem, o Portal dos Condomínios consultou três delas (sendo que uma delas, Shopping dos Lustres, não deu retorno), e também uma arquiteta para orientar os moradores sobre tendências e cuidados na escolha dos lustres, porém primeiro é preciso entender que essa escolha envolve o conceito de iluminação. Para a arquiteta e urbanista Flávia Medina de Oliveira, “quando se fala em iluminação é necessário pensar em dois aspectos: nível de luz para cada tipo de atividade com a quantidade de luz mínima por metro quadrado e o aspecto decorativo. Sendo assim, não adianta preencher a casa de luzinhas, pois irá acabar esquentan-

Jogo d Andréa analisa que a tendência atual do uso de lustres é de época: “Mas o importante é elaborar um projeto de iluminação. Acredito que a moda hoje é o resgate do antigo, porém vai depender do que determinado fornecedor fabrica. Por exemplo, alguns lustres de tetos cheios de pendentes em cristais não são mais produzidos por determinadas empresas. Hoje é mais usado peça em cristal, murano, tecido, acrílico e vidro.”, conta. Mauricio, que também é morador do Residencial Pasárgada, afirma que a tendência é o uso de tecidos e na cor preta, principalmente: “Estamos trabalhando com a mistura do tecido com o madrepérola, cristal, vidro e acrílico.”, diz. E ainda conta que também possui um dos modelos citados em seu dormitório. Aliás, dormitórios (veja foto em destaque), lavabos e salas de estar são locais indicados para o uso dos lustres. Já na sala de TV, não. “Eu não recomendo, pois irá refletir na tela da televisão. É necessário escolher, nesse caso, o uso de spot ou até arandela, mas evitar os lustres”, explica. Em muitos apartamentos novos, na qual o estilo é moderno, há uma certa restrição e falta de hábito do uso de lustres clássicos. “Depende muito do ambiente. O que tá usando é um espaço moderno com uma peça antiga e assim acaba virando destaque na decoração. Mas lembre-se de ver um modelo adequado e Sé

rgi o

Lustre em aço cromado com cristal swarovski

Po

rca

ri

Arquiteta Flávia Medina de Oliveira

Dormitório com lustre em tecido com acrílico imitando madre pérola

4

Portal dos Condomínios . Maio 2010


e Cena se preocupar com a limpeza”, ressalta Flávia. Para isso, na hora de reformar ou limpar seu lustre, tome alguns cuidados básicos. Lavar lustre de cristal só com água e sabão. E, no bronze, é recomendado passar uma cera especial para esse material. Mas muito cuidado para não arranhar os cristais. Quanto menos mexer, melhor. Não queira economizar, por menos. Procure uma casa especializada para esse tipo de serviço e, de acordo com Maurício, hoje existe já um produto em spray que é só espirrar nos lustres que automaticamente a poeira se dissemina.

que está com um projeto na qual aplica vários pontos PARA ACERTAR O PONTO de leds no forro de gesso para simular o efeito de estrelas no teto. HIERARQUIA: Produtos iluminados são “O Led é uma tendência em busca da ecomais visíveis e entendidos como os mais vanomia. Se quer aplicar em algum pendente ou liosos, enquanto os pontos menos importantes lustre, terá um custo elevado, mas poderá não devem ser destacados. fazer do seu uso embutido no forro de gesSOFISTICAÇÃO: A sombra é muito importante so.”, esclarece Andréa. Porém, a procura para definir a atmosfera do local. Quanto maior o hoje maior é por pessoas que já vem com contraste entre os objetos iluminados e os não ilumium projeto de iluminação pronto ou se nados, maior será a impressão de sofisticação do local. interessa por um projeto. O público coEsse tipo de iluminação é indicado para bares, lojas e mum que está em busca de apenas um restaurantes chiques. lustre ou uma mudança na iluminação

O futuro Independentemente do projeto de iluminação utilizado, o futuro da iluminação já tem nome e pode ser agregado aos lustres e sancas: é o Led. As lâmpadas em Led têm maior durabilidade e mesmo sendo rotuladas como caro, vale o seu investimento, uma vez que duram em média 50 mil horas, enquanto a maioria das lâmpadas comuns apenas três mil horas. Essa opinião é unânime para Maurício, Andréa e Flávia. Flávia conta

SIMPLIFICAÇÃO: Os ambientes populares podem de seu apartamento, ainda não tem o conceito definido sobre o uso de Led. ser mais estimulantes, uniformes e ter mais luminosiA iluminação, sendo através de lusdade. A temperatura de cor mais elevada (luzes claras) tres, sancas ou spots, provoca um jogo de ajuda a transmitir a impressão de agilidade cena. A definição clara de como e qual obPERFORMANCE: A uniformidade da iluminação jetivo usá-la é fator determinante para não é interessante em locais onde é preciso ter produincomodar e assim valorizar o ambiente. Na tividade. É o caso de caixas, provadores de lojas, hora de escolher é importante ter o seu procozinhas de restaurantes, academias de ginásjeto traçado para harmonizar a sua casa e ter tica e escritórios. um espaço agradável de se morar.

Portal dos Condomínios . Maio 2010

5


VIVER EM CONDOMÍNIO

Viver em condomínio exige um espírito diferente Ro

d

rig Em reportagem publicada pelo Professor Luiz Almeida Marins Filho oG óe s (Phd. em antropologia, consultor e conferencista, entre outras coisas) ele trata da convivência e da tolerância nas empresas. Percebemos então que poderíamos transpor seus ensinamentos para o mundo dos condomínios, assim pedimos vênia ao nobre Professor Marins para que possamos realizar este texto baseado nos ensinamentos do mestre. O condomínio é uma comunidade e para viver em comunidade paz e da justiça. é preciso saber passar por cima de pequenas ofensas, pequenas Desta feita, a conciliação no âmbito condominial deve ser vista como uma rusgas, pequenos problemas, até para que se tenha tempo e forma de efetivação de Justiça, pois o advogado do condomínio atuando em energia para se concentrar nas coisas realmente essenciais caráter preventivo antecipa a solução da demanda trazendo satisfação para as partes e importantes. Se gastarmos toda a nossa energia em demandantes evitando prejuízos. O advogado conciliador deve ser sensível aos interesses coisas pequenas, faremos essas coisas crescerem e aí não apenas de seu cliente, mas das partes litigantes, devendo fazer, e apresentar a todos, sim teremos um grande problema. uma avaliação dos custos, prejuízos e vantagens de se resolver as questões fora do âmbito A grande maioria dos conflitos entre os moforense. A conciliação no âmbito do condomínio se caracteriza por ser informal e voluntária, radores de condomínios é a presença de cães, rápida e econômica. Através dela o conflito é solucionado pelos interessados, acarretando satisvazamentos de canos, barulhos ocasionados fação para ambas as partes. pelas crianças e festas de crianças ou vagas Viver em paz é sonho de cada um de nós. Portanto, se a prestação jurisdicional efetiva, através da de carros nas garagens, sendo que tais casos conciliação é componente da Justiça Social para construção da paz, que tenhamos todos nós, operadores acabam indo parar no Judiciário em razão ou não do Direito, o compromisso com a paz e tranquilidade na vida em sociedade. de conflitos entre os moradores ou entre o Assim, é preciso não fazer tempestade em copo d’água. Não reclamar de todas as pequenas coisas que morador e o condomínio. no dia a dia nos deixa irritados. É preciso saber não guardar mágoas e rancores e passar por cima de questões Para viver numa comunidade temos menores. que ter sempre em mente que ela é comMuitas vezes um vizinho de condomínio nos trata mal ou nos responde com impaciência ou grosseria. posta de seres humanos e não há dois Nesse momento, temos que ter a sabedoria de perdoar, de pensar que algo deve ter ocorrido na seres humanos iguais. A diversidade vida dessa pessoa que a tenha levado a ter esse comportamento. Se tomarmos todas as COLABORADORES: humana é a riqueza da humanidade, ofensas como agressões pessoais, jamais construiremos um ambiente sadio, alegre * Newton Nery Feodrippe mas nos traz, a todos, o desafio e colaborador. E sem esse ambiente é impossível construir uma convivência de Sousa Neto, advogado espede conviver com as diferenças, de feliz e tranquila. cializado em direito condominial e conviver com pessoas que pensam Todos conhecemos pessoas que reclamam de pequenas coisas e de vizinhança, assessor especial da presie agem de forma diversa. de tanto reclamar as tornam grandes e insuportáveis. Conhecemos dência da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí, Viver em condomínio é a pessoas que falam mal de seus vizinhos e ao falar mal aumentam presidente da Comissão Cultural da 33ª Subsecção adoção de um espírito diferente, muito os seus defeitos e anulam suas possíveis virtudes. Todos da OAB de Jundiaí gestão 2007/2009, Síndico de abrir mão de algumas individualinós temos defeitos e virtudes. Assim viver em condomínio Condomínio, pós-graduando em Direito Civil e Processo dades uma vez que existem, além exige um espírito diferente, sendo que a sabedoria nos enCivil, colaborador do programa Viver em Condomínio da das áreas privativas, as áreas de sina que devemos prestar atenção às virtudes e procurar Rádio Difusora Jundiaí. domínio comum. O direito de uso esquecer os defeitos para que a vida em comunidade * Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito da área comum e a obrigação de seja viável e prazerosa. condominial e de vizinhança, diretor tesoureiro da 33ª Subsecção conservar o que é de todos são da OAB de Jundiaí, membro da Comissão Cultural da 33ª Subsecção condições básicas para a vida em Se o leitor ainda tiver dúvidas ou desejar da OAB de Jundiaí gestão 2007/2009, membro associado da ProEmpi condomínio. sugerir novos assuntos para abordagem (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí Nesse sentido é que se deve desta coluna, poderá encaminhar “e-mail” e Região), representante da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí no Consepautar a atuação do advogado para o endereço especialmente criado lho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Jundiaí 2008/2009, agindo como ente pacificador para esta finalidade: colaborador do programa Viver em Condomínio da Rádio Difusora Jundiaí, e solucionador de problemas, viveremcondominio@uol.com.br possui ainda formação técnica em administração de empresas. atuando sempre em busca da

6

Portal dos Condomínios . Maio 2010


Portal dos CondomĂ­nios . Maio 2010

7


Capa

Bom senso, tolerância Rodrigo Góes Pode ser rico ou pobre, gordo ou magro, carrancudo ou simpático, homem ou mulher, mas basta apenas morar em um condomínio que não há raça, credo ou sexo que evitará os conflitos entre vizinhos. Na mídia em geral, nas conversas de elevador ou então nas fofocas com o porteiro é possível descobrir as histórias infelizes de transtornos diários em um condomínio. Mas quando termina a liberdade de um e se inicia a do outro? Conversamos com diversos setores da sociedade para desvendar os mistérios que envolvem e transcendem as paredes dos condomínios. Desde 2006, o Sindicato da Habitação – Secovi-SP, oferece um serviço chamado “Câmara de Mediação”, com o objetivo de promover a conciliação e evitar que os problemas de quem vive em condomínio residencial se transforme em processos judiciais levando anos para serem resolvidos. Em Jundiaí, o Sindicato é representado pela Proempi (Associação das Empre-

Ro

s

óe

oG

g dri

Síndica Marlene Melo Bastos com o formulário de reclamação e sugestão

8

Portal dos Condomínios . Maio 2010

sas de Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí balhista para condomínios. “Sem o uso da justiça e Região). Segundo ela, na cidade existem 490 conseguimos resolver um caso em que pessoas incondomínios residenciais. Para o coordenador da vadiam apartamentos para comerem guloseimas Câmara de Mediação, Márcio da geladeira e dos armários Chéde, apesar de não atender da cozinha. Descobrimos que Administrar um condiretamente em Jundiaí, os domínio é também ad- se tratavam de alguns filhos condôminos podem utilizar de moradores do condomínio. desse serviço na capital. “Geral- ministrar pessoas. Morar Fizemos uma reunião com mente, os casos mais comuns em prédio tem sido uma os pais dos garotos e com os relacionados a condomínios moradores que foram vítimas. novidade para muita como barulho, inadimplência e Depois de muita conversa foi vagas em garagem são resolvi- gente. Veja o crescimento resolvido e o caso não mais dos em uma sessão. Mas a Câ- de prédios nas classes B se repetiu, além do quê, o mara atende por cinco sessões, e C nos últimos 20 anos, restante dos condôminos não até que só realmente continua ficou sabendo do fato”, conta sendo que esse pessoal Feodrippe. a mediação se houver interesse pelas partes”, esclarece. O Se- todo estava acostumado Ele informa que problecovi planeja, a longo prazo, exmas de barulho com crianças a viver em casas. pandir a Câmara para o interior são comuns em Jundiaí, assim do estado de São Paulo, porém sem previsão de como animais nos apartamentos, vazamentos e data e local até o momento. vagas de garagem. “Porém presenciamos até um Os advogados Carlos Eduardo Quadratti e Newton Nery Feodrippe de Sousa Neto, colaboradores da revista Portal dos Condomínios, são especializados na área O programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida” elaborou cível e traum projeto social para orientar os futuros moradores que nunca viveram em

Minha Casa, Minha Vida

condomínios, para famílias de 0 a 3 salários mínimo. O trabalho social tem o objetivo de integrar as famílias, apoiar o momento de mudança, promover discussões e aprendizados, desenvolver ações educativas sobre questões ambiental, patrimonial e orientar as famílias para trabalharem de forma conjunta na gestão do espaço, entre outras ações visando fomentar o desenvolvimento social, econômico e ambiental de forma integrada, em busca da sustentabilidade do empreendimento. De acordo com a Técnica Social da Representação de Apoio ao Desenvolvimento Urbano da CAIXA em Jundiaí, Naíra Corrêa Daubermann, para o programa social serão focadas as atividades para a auto-gestão dos condomínios como: relações de convivência, noções de administração, elaboração da Convenção e formação e trabalhos da comissão administradora, entre outros. Esse tipo de ação poderia ser muito bem aplicada também para moradores de condomínios de classes A e B. “Toda moradia em condomínio requer certo grau de envolvimento de todos. Assim, o trabalho social é uma boa oportunidade não só para integração dos moradores, como instrução sobre regimentos de condomínio, oportunidades de troca de aprendizados, discussões para melhoria do espaço, oferecimento de cursos, realização de oficinas e atividades de cunho ambiental, entre outras. Acreditamos que esse conteúdo deve ser trabalhado com todas as classes sociais”, afirma Naíra.. Na prática, a HM Engenharia, empresa do Grupo Camargo Corrêa, implantou o projeto em 2006. Segundo o presidente da companhia, Henrique Bianco, todos os empreendimentos da empresa contam com o programa social Minha Casa, Minha Vida e o resultado foi positivo, sendo que são tratadas ações como reuniões e palestras informativas, ações educativas e culturais, sustentabilidade e meio ambiente, uso racional da água e energia elétrica, atividades de lazer e de integração e educação sanitária.


e diálogo

“A convivênPrincipais vantagens da cia realmente Câmara de Mediação: é difícil em um condomínio, mas não é por 1- Processo sigiloso e rápido; isso que a gente 2- Recupera o valor da palanão irá respeitar. vra e resgata a relação entre A minha parte eu faço, que é atender as pessoas; a todos. Porém, no 3- Benefícios mútuos; dia a dia, as pessoas 4- Acelera processos no até evitam se cumprimentar. Disfarçam. Mas Judiciário. elas precisam entender Fonte: Secovi-SP que é necessário uma integração e respeito”, afirma Marlene. A síndica tem nas crianças a maior ocorrência das reclamações. “Geralmente é na área comum, pois os pais as deixam brincando e não tem uma visão do filho. Assim é difícil eles adMárcio Chéde, Coordenador da Câmara de Mediação mitirem que o filho cometeu alguma infração e as vezes culpam o condomínio dizendo que determinado local estava com falta de manutenção outro e foi o causador do problema”, diz. Mas para ela, e seguir o a maior preocupação é com a entrada de drogas regulamento e a convenno condomínio: “Muitos fazem vista grossa, mas ção condominial”. E Feodrippe compleé uma realidade”. menta: “administrar um condomínio é também O formulário deve ser preenchido em sua administrar pessoas. Morar em prédio tem sido totalidade, com os dados dos moradores para uma novidade para muita gente. Veja o crescique o pedido tenha procedência. Além disso, o mento de prédios nas classes B e C (veja destaque condomínio possui um quadro de aviso com o na página ao lado) nos últimos 20 anos, sendo objetivo de expandir a comunicação interna. Tal que esse pessoal todo estava acostumado a viver informativo recebe orientação jurídica para evitar em casas, a ter quintal, criar bichos e agora tem qualquer problema entre moradores. que viver em coletividade, seguir regras. As palaIndependentemente do problema, a recovras mágicas para viver em condomínio são tolmendação é o bom senso. Márcio Chéde, do Secoerância e diálogo”. vi, orienta para “sempre se colocar na posição do Divulgação

caso do morador que andava nú pelo apartamento e outro casal que exagerava na hora do relacionamento íntimo.”. A reportagem constatou também outros casos, como em um condomínio horizontal, onde alguns cachorros resolveram morar em frente a entrada principal. Depois de um morador entrar em contato com a carrocinha, outro morador resolveu intervir e até comprou uma casinha de cachorro para colocar no lado de fora do condomínio. O problema é que, com o tempo, os cachorros deixaram de aderir à proposta positiva do morador. Segundo uma fonte, os animais ainda ficam na frente do portão e parece que até conhecem quem habita no condomínio, latindo para os desconhecidos. Em um outro condomínio, a síndica Marlene Melo Bastos pode não ter usado o mesmo artifício da Câmara de Mediação, mas as suas dores de cabeça, pelo menos, diminuíram. Cansada de ficar ‘no meio do tiroteio’, ela criou um formulário de reclamação e sugestão, muito comum em condomínios. “Eu ficava em uma saia-justa, pois um morador reclamava e o outro dizia que não fazia nada. E, por incrível que pareça, o que mais reclama geralmente é o que mais infringe as regras”, esclarece a síndica que está no cargo do Cond. Res. Hortolândia 3 desde 2003. Há casos ainda do ‘morador-problema’, ou seja, como seria possível obter êxito em uma reclamação, se o morador nem se quer paga a taxa condominial? Feodrippe afirma que independentemente se o condômino deve a referida taxa, caso ele descumpra as normas internas do condomínio, deve-se conversar com ele, pois a melhor ação é o diálogo antes de advertir e multar”. No condomínio da Marlene, os casos, assim como as reclamações, diminuíram após o uso do formulário, pois, segundo ela, agora as pessoas pensam duas vezes antes de quebrarem as regras.

Portal dos Condomínios . Maio 2010

9


QUATRO CANTOS

É o puro creme do milho

Rodrigo Góes

Divulgação

Rodrigo Góes A infância (ou adolescência) de muita gente foi marcada pela liberdade de poder ficar mais tempo na rua com segurança, menos violência e, porque não dizer, menos carro? Mas um desses veículos chamava a atenção, principalmente das crianças, que saiam atrás deles quando surgia um jingle, entoado nos megafones instalados no carro: “... pamonhas de Piracicaba, é o puro creme do milho-verde, venha provar minha senhora, é uma delícia, pamonhas fresquinhas, pamonhas caseiras, pamonhas de Piracicaba, é o puro creme do milho-verde, é uma delícia, venha provar! Pamonhas, pamonhas, pamonhas...” Abrindo uma série de reportagens especiais sobre mitos gastronômicos e lugares inóspitos para conhecer, fomos vasculhar a história da famosa pamonha de Piracicaba. O jingle em questão é de Dirceu Bigelli, que se destacava pelo sotaque caipira e logo ganhou popularidade junto à clientela. E a responsável pela explosão da pamonha foi a família Rodrigues, representada pelas irmãs Vasthy e Noemi (ambas já falecidas). Quem ajudou trazer a realidade para o Portal dos Condomínios foi Doroti Rodrigues, que tinha em Noemi, um amor de mãe. Segundo Doroti, quando Noemi tinha 10 anos (entre as décadas de 60 e 70) estava passando por necessidades e resolveu seguir os passos da irmã Vasthy, que já produzia pamonha. Porém, Noemi não tinha habilidade para as vendas e chamou alguns engraxates para ajudá-la. “Eles adoraram, pois a venda de pamonha trazia mais lucro”, conta Doroti. O auge da fama das pamonhas da família Rodrigues foi na década de 70 e, com o passar dos anos, a

10

Portal dos Condomínios . Maio 2010

produção aumentou chegando a seis mil unidades por dia. “A minha ‘mãe’ começou comprando um saco de milho e usava um latão de óleo como fogão”, conta. Depois, já com um barracão montado, Noemi tinha a produção organizada: “a gente cortava rentinho o sabugo, deixando um pouco do milho, para não amargar. Na hora de cozinhar era tudo rápido. De manhã o milho chegava, o pessoal descascava e outro já costurava a palha. A tarde era o corte do milho. Depois já ligavam a máquina para moer e fazer as caldas, porque às 22h cozinhava. De manhãzinha, ainda quentinha, a pamonha saia para ser vendida”, revela o segredo. Doroti se orgulha em contar que o barracão de produção da família era higiênico e se tornou um atrativo turístico, também por se localizar no centro de Piracicaba. “Hoje eu não como pamonha em qualquer lugar. É necessária muita higiene”, relata. Para ela, as pamonhas eram únicas e hoje não se encontra as originais. Em Piracicaba é comum encontrar vendedores ambulantes e barracas no Mercadão da Cidade. Visite e comprove.

DICA DA FAMÍLIA - O milho tem de ser o híbrido, de dente pequeno e amarelinho. Existem os brancos que não dá pamonha de jeito nenhum. - Simples de fazer, difícil de acertar a mão: água, milho e açúcar, deixando o caldo bem denso. MARQUE ESSA DATA Festa do Milho Verde, no bairro Tanquinho em Piracicaba, sempre no mês de março. FUTURO A Pamonha de Piracicaba receberá um incentivo e ganhará uma fábrica com o objetivo de incentivar pequenos produtores rurais e garantir a demanda de consumo durante a tradicional Festa do Milho.


ARTIGO

Eu, os condomínios e eu mesmo

e funcionários são igualmente prejudicados). Com base em documentação sem fundamento, essas organizações dizem que o Secovi-SP não representa a categoria dos condomínios. Mas basta ir ao Ministério do Trabalho e confirmar o registro. Nós estamos lá como guardiões dos condomínios. Somos o presente e o futuro da mais moderna forma de moradia e espaço de trabalho. Condomínios não são uma entidade fantasma. Vieram para ficar e crescem mais rapidamente do que as cidades onde estão. Abrigam pessoas de carne e osso, gente que representa todas as categoria sociais. Condôminos, síndicos e administradoras precisam estar alertas nesta hora em que navios piratas se aproximam. O Secovi-SP vai continuar cumprindo suas responsabilidades, permanecendo firme na defesa dos condomínios, ou seja, exercendo plenamente suas atribuições de sindicato patronal da categoria de maneira ética, lícita e honesta, sempre em prol da harmonização das relações capital e trabalho.

çã ga ul

é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação.

o

*Hubert Gebara

iv

Basta ler o Diário Oficial para comprovar. Como entidade comprometida com o bom sindicalismo – leia-se, com a devida contrapartida aos representados em termos de serviços, assessoria jurídica, cursos, publicações, eventos, orientação, etc. – o Secovi-SP tenta acompanhar essas assembleias, o que nem sempre é possível, em razão da quantidade delas. As reuniões são fechadas. Saber quem é quem é um verdadeiro exercício de investigação, à altura de Sherlock Holmes e, “elementar meu caro Watson”, numa apuração profunda descobre-se que, na maioria dos casos, as pessoas por trás dessas iniciativas estão direta ou indiretamente vinculadas a entidades de trabalhadores. Ora, o que significa isso, na prática? Esses “sindicatos patronais”, formados por trabalhadores, vão negociar com quem? Não existem mais partes. Tudo pertence ao mesmo todo. Eu, os condomínios e eu mesmo. Esta é a equação, cujos resultados só poderão ser desastrosos para todos os condôminos, pois já vimos organismos, sem registro algum, portanto, ilegais, “celebrando” convenções coletivas de trabalho com funcionários e definindo reajustes irreais e insuportáveis. Sem qualquer amparo, distribuem cobranças e notificações, dizendo ser o que não são (sindicatos de condomínios) e criando verdadeiro caos na vida de milhares de pessoas (condôminos

D

Historicamente, empregados e empregadores negociam convenções coletivas de trabalho por meio de suas respectivas representações. Os sindicatos de cada lado cumprem esse papel, de forma a garantir equilíbrio às discussões e deliberações. Cada um cede um pouco e, em último caso – na ausência de acordo, cabe à Justiça definir (os dissídios que pessoas inteligentes sempre buscam evitar por meio do diálogo). Esse regime sempre funcionou. Não que seja tudo uma maravilha. Às vezes, as partes, sindicatos dos trabalhadores e patronais, se mostram inflexíveis, os debates não prosperam, enfim, uma série de problemas inerentes ao processo. Mas uma coisa é certa: cada parte defende os interesses da categoria que representa. São dois lados em busca da melhor solução. E por que falamos que “funcionou”? Porque hoje vivemos uma situação no mínimo atípica – para não dizermos extremamente preocupante. Estão surgindo sindicatos patronais fundados e/ou induzidos por trabalhadores. No Estado de São Paulo isso vem ocorrendo de forma assustadora, notadamente no que diz respeito à categoria dos condomínios, que é legítima e legalmente representada pelo Secovi-SP. Há uma verdadeira onda de convocação de assembleias para constituição de sindicatos de condomínios.

Portal dos Condomínios . Maio 2010

11


UTILIDADES DOMÉSTICAS

12

Portal dos Condomínios . Maio 2010


BEM-ESTAR

Uma palmeira (dentro) de casa

Vaso de Palmeira na casa de Raquel

Quando a moradora do Residencial Alto di Fellicità, Raquel Marques, descobriu que poderia contratar uma paisagista ficou receosa. Ela acreditava que o serviço seria custoso, mas resolveu arriscar e não se arrependeu. O resultado foi a inclusão de um vaso considerado grande para um apartamento considerado pequeno. E a planta escolhida: uma palmeira. Apesar de existirem mais de 300 tipos de espécies brasileiras, duas são mais comuns nas casas e apartamentos: a Ráfis (Rhapis excelsa) e a Chamedoria (Chamaedorea elegans). A primeira é mais resistente e a segunda, mais delicada. “Na verdade são bem parecidas, porém a Chamedoria devese ter um cuidado melhor na rega e necessita de uma terra boa, de preferência um substrato”, conta a paisagista Francine Picardi. Visto que cada uma atinge uma média de dois metros de altura, por que optar pela palmeira dentro de casa? Além de Raquel, sua filha, Luana, também gostou da indicação da paisagista. Luana, moradora do residencial Janaina, escolheu por questão de estética. Já a mãe, que mora no residencial Alto di Fellicità, “acreditava que ficaria mais próxima da natureza”. A paisagista teve um papel fundamental na escolha. “Ela sugeriu a palmeira, pois a sombra do apartamento era adequada”, conta as duas. As palmeiras Ráfis e Chamedoria se adaptam bem aos ambientes internos Mais foto e também próximas a sacadas e janelas. Elas são consideradas plantas de meias informaçõ e sombra, que precisam de luminosidade sem exposição direta aos raios solares es na web! das 10 horas da manhã às cinco da tarde. A rega não deve ser abundante, sendo Confira e nde expedien reços no s que no calor no máximo três vezes por semana e no frio, duas. “Deve-se usar o te (pag.3) Góe rigo Rod bom senso. A terra não pode estar rachada e ter uma aparência úmida”, orienta a paisagista. adequada. O ideal é colocar algo em cima da terra como o cascalho que protege a O serviço de cuidados com a palmeira pode ser realizado por qualquer pessoa, terra, e assim quando molhar, não criará buracos na terra e mantérá a umidade. porém caso queira solicitar o serviço de um paisagista, esta tem a possibilidade de Raquel e Luana regam a palmeira uma vez por semana e hoje tem um ambiente desmontar o vaso no local e resolver tudo. “Muitas vezes, quando o espaço dentro mais harmonioso, graças a persistência de Raquel que conheceu o trabalho da da casa permite, já desmonto o vaso no local e dá para saber se foi adubado corpaisagista por obra do acaso quando descobriu o serviço dela em uma empresa. retamente e descobrir se a raiz está com bactérias ou fungos”, completa. “A princípio fiquei receosa pelo preço, mas aí a Francine explicou sobre o serviço Para o uso de adubo é bom tomar bastante cuidado, pois se houver contato e tudo ficou mais acessível”, DIZ. Para Luana, “o horário dela foi determinante, com a raiz é capaz de matar a planta. Ela recomenda: “usar a proporção correta além do que ela cuidou de todos os preparativos, sem sujeira e de uma forma determinada na embalagem na base do vaso ou na parte superior. Mas se opta organizada”. por comprar o substrato, não precisa do adubo. Com um tempo maior, precisará Com ou sem paisagista, plantas como palmeira são mais fáceis de tê-las em do adubo. Acredito que seja melhor consultar um paisagista nesse momento”. casa, já que são robustas e não precisam de cuidados especiais. Apenas siga as dicas Na preparação do vaso de palmeira é importante a colocação de uma manta dessa reportagem e, se precisar de alguém especializado, consulte um paisagista para não deixar a terra cair na pedra (base) e não tampar o buraco que terá o furo ou as floras, mas não desista de trazer o verde para dentro da sua casa e deixá-la que cairá água para um recipiente externo. Assim a raiz tem toda a respiração tão bonita como na imagem dessa reportagem.

Portal dos Condomínios . Maio 2010

13


CRÔNICA

Cuecas voadoras O prédio era bastante antigo e seus moradores todos se conheciam, mas um fato marcou aquela sexta-feira. Uma cueca usada voou de um apartamento e caiu quase na cabeça da subsíndica, que não sabia o que fazer. Quando ventava, não era comum, mais algumas vezes peças de roupas escapavam das áreas de serviço e caiam no jardim, mas sempre aparecia um proprietário, com um pedido de desculpas, o que era sempre aceito. Mas aquela vez era diferente. Por que alguém queria se desfazer de uma cueca usada e arremessar para fora de seu apartamento fazendo–a voar e aterrissar quase sobre a subsíndica? Os moradores fizeram uma reunião prévia se deveriam ou não marcar uma reunião para discutir o caso da cueca. Prontamente a prova do crime foi colocada em um saco plástico para que todos pudessem verificar se os maridos tinham perdido sua peça íntima e, por fim, descobrir o autor de tal façanha. Dona Dirce, moradora do 303, sugeriu que o zelador verificasse se todos os que saíssem do prédio naquele dia estavam ou não de cuecas. Assim o autor seria desmascarado. Dona Gilda, do 707, informou que seu genro nunca usava cuecas e que seria imputado a ele um “crime impossível” já que tal peça não fazia parte do guarda-roupa. Polêmica armada, qual seria a tática para desvendar quem era o autor? Passada uma semana, nova cueca é achada, desta vez foi o Sindico que observou sua aterrisagem

14

Portal dos Condomínios . Maio 2010

junto ao playground. Quem seria o desavergonhado que atiraria pela janela sua ceroula, e o que é pior, já bastante usada e desgastada pelo tempo. O Síndico não sabia mais o que fazer, pois o assunto era sempre o mesmo: as cuecas voadoras. Na manhã seguinte uma comissão de senhoras fez uma reclamação em conjunto no livro de ocorrência do prédio exigindo do Síndico uma assembléia extraordinária, com um único assunto: as cuecas voadoras. Enquanto a administradora preparava o edital de convocação outra cueca, usada, desta feita vermelha, apareceu na quadra poliesportiva, que de imediato foi fechada para qualquer prática enquanto aquela peça não fosse retirada das quatro linhas. Já bastante chateado com a situação de incompetente, o Síndico já preparava sua carta de renúncia quando, no elevador, encontrou sua empregada Dona Socorro com uma sacola plástica de supermercado cheia de trapos. Questionando à sua “secretária para serviços domésticos”, soube que esses eram para limpeza geral, mas para os vidros. Cuecas usadas eram a melhor ferramenta, porem já não conseguia mais repor seu estoque, pois por azar já havia perdido três, uma inclusive era do patrão, que achara guardada na caixa de ferramentas com uma dedicatória ilegível. O Síndico deu férias para a empregada, fez a assembléia e prometeu que na sua Administração nunca mais voariam cuecas pelo condomínio e recolheu a vermelha para exame grafotécnico que nunca teve resultado.

Por Dr José Miguel Simão

Advogado e cronista




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.