Edição nov/dez

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O seu condomínio em revista

Distribuição gratuita Ano 8 . Nº 87 Nov/Dez de 2010

Só quero saber do que pode dar certo Especial percorre vários condomínios e aborda riquíssimo conteúdo com histórias de síndicos e suas façanhas

DECORAÇÃO Pufe, pequeno e útil

CRÔNICA Biro Biro e a língua comprida



EDITORIAL

ÍNDICE

Reconhecimento e Respeito Entrevistar mais de 10 profissionais ligados à área condominial, discutir e entender os atuais e constantes problemas, procurar e analisar possíveis soluções de situações corriqueiras que só mudam o endereço, mas não a sua forma, entender a pessoa que está por trás de um dos cargos – podemos dizer assim – mais ingratos que envolvem a coletividade, o síndico. Durante mais de 30 dias, percorremos os quatro cantos da cidade de Jundiaí em busca de histórias vividas pelos síndicos, aquele profissional que está de frente com o problema, muitas vezes sem a real necessidade de ser chamado. Justiça seja feita, o síndico também é um ser humano e possui vida por trás do interfone. E o resultado dessa pesquisa são os casos analisados em condomínios e loteamentos residenciais da cidade (abrimos até um espaço para um condomínio industrial de Itupeva, nesta edição), em uma reportagem completa, detalhada, e que servirá de exemplo para a melhor convivência e discussão na sua próxima reunião de condomínio, seja ela amanhã ou durante o ano de 2011. Para quem folhear as oito páginas da reportagem de capa poderá chegar à conclusão que, realmente no dia 30 de novembro – Dia do Síndico, haverá de esquecer todos os rancores e ‘arranca-rabos’ e dar os parabéns para o seu síndico ou o seu presidente da associação de moradores. Isso não justifica que o mérito é exclusivamente dele por todas as benfeitorias em seu condomínio, mas em casos analisados pela nossa reportagem,

*A utilidade dos pufes

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*A atribuição dos síndicos

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pudemos comprovar que dificilmente a pessoa escolhe ser síndico, porém a par8 *Capa - Especial síndico tir do momento em que assume o posto, se dedica em busca do bem-estar condo20 *As frutas de Jundiaí minial. O mérito também não é exclusivo ao síndico quando se tem a contribuição de 22 *Não vire estatística conselheiros, sub-síndico e todos os envolvi23 *ABC do condomínio dos em uma administração de condomínio. Parabéns síndico pelo seu dia e esperamos * A família para seu filho 24 que 2011 seja um ano repleto de ações planejadas e transparentes em seu mandato para, 26 * Jardim vertical quem sabe, tentar a releição!!! * 28 *UD - Lixeiras Em 2010 o Portal dos Condomínios trouxe uma revolução para o mercado editorial dirigido 30 *Biro Biro em Jundiaí. Após sete anos trabalhando em formato jornal, em maio houve a migração para a revista e um melhor aprofundamento do seu conteúdo. A revista iniciou com um projeto – se é que devemos chamar assim, visto que a mídia Portal dos Condomínios existe desde 2003 – de 16 páginas, sem poluição visual. A cada edição, um progresso. Esta última de 2010 está com 32 páginas, CADASTRO mas mantendo o padrão gráfico proposto desde o início. A evolução se deu tão somente por você, Atenção síndico e administraleitor, que nos acompanha, e você, anunciante, que dor. Mantenha o cadastro do investe a sua marca em uma revista que respira credibilidade. seu condomínio atualizado. Toda nossa equipe só tem o que agradecer por Entre em contato com nosso este ano e que em 2011 novas frentes se abrirão, e canal direto exclusivo para melhores e maiores oportunidades estarão à nossa disposição para que o Portal dos Condomínios você: possa continuar com esse respeito que devemos a sindico@condominioemrevista.com.br vocês. Ótima leitura.

EXPEDIENTE Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142 contato@condominioemrevista.com.br A revista é um produto da io! comunica CNPJ: 06.539.018/0001-42 www.iocomunica.com.br Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654 Designer Gráfico: Paloma Cremonesi Arte Final: Paloma Cremonesi Reportagens: Rodrigo Góes Atendimento e Logística: Sérgio Porcari Filho Colaboradores: Márcio Lestingi e Talita Rocca Tiragem: 7.000 exemplares. Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,

NA WEB

mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro do Portal dos Condomínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142. Site: www.condominioemrevista.com.br Twitter: @pcondominios Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento do jornal.

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DECORAÇÃO & DESIGN

Pequeno

Fotos: Talita Rocca

Emilia usa e abusa dos pufes na decoração e utilidade para sua casa

Por Talita Rocca Quando o assunto é praticidade, o pufe é uma excelente opção para casas com espaços pequenos e para quem recebe visitas. Mesa, bancada, cadeira e apoio para pés são algumas das funcionalidades desse objeto que oferece muito conforto para o dia a dia. Além de aconchegante, o pufe pode complementar a decoração basta enfeitar a peça com um tecido colorido ou estampado. “Esse objeto não tem mais o conceito de quebra-galho. Hoje em dia temos pufes com luz, imagens e até sons”, conta Fernanda Torricelli, design de interiores. Fernando Tardini, comerciante, aposta na ver-

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satilidade. “Alguns traduzem design e outros conforto, mas seu maior diferencial é realmente a possibilidade de suprir várias necessidades em diversos momentos”, afirma. Fernanda afirma que o item combina com os quatro cantos da casa. “Os pufes podem ser colocados na cozinha, no quarto, na sala, no closet, no banheiro e até mesmo na varanda. Só é preciso tomar cuidado para o tecido estar adequado com o ambiente”, dá a dica. Tardini ressalta que cada ambiente merece estudo individual de espaço e necessidade do indivíduo que vai utilizá-lo. “A versatilidade do pufe normalmente permite seu ingresso na maioria dos cômodos. Além de decorativo é um item bastante funcional” Para Carla Lima, arquiteta, o pufe é muito útil. “Além de ser confortável, não ocupa muito espaço”, relata. Já para Emília Santos, o objeto tem outra utilidade. “A proposta era de ter alguns pequenos pufes espalhados, para as visitas apoiarem seus pertences. O pufe é uma peça prática e coringa, deixa a casa mais informal”, afirma a estudante de gastronomia. Mãe de quatro filhos, Emília conta que para receber tantos amigos, o segredo é espalhar pufes por todos os cômodos da residência. “Minha casa é decorada com vários sofás, mas o que mais atrai as pessoas são os pufes”, conta. Dentre tantas opções, o pufe é utilizado também como brinquedoteca de criança. A estudante lembra que quando chegam filhos de seus amigos em sua casa, o objeto vira pista de corrida. O pufe se tornou tão importante que acaba


objeto, grande utilidade sendo peça chave no desenvolvimento de projetos para residências. “Utilizamos pufes com finalidades diferentes nos nossos últimos projetos”, conta Carla. Quem preza pela ecologia pode decorar sua residência com pufes feitos até de garrafas pet. Custos A variação de preços entre os modelos de pufes é bastante elástica. É necessário levar em consideração matéria-prima, formatos, acabamentos, designers envolvidos que possam assinar essa peça e também revestimentos. Normalmente a opção pelo pufe é mais econômica que a do estofado ou a cadeira, porém não são concorrentes de um mesmo espaço, e sim um complemento do outro. Higienização do pufe A limpeza está relacionada com o tipo de material que reveste o pufe. Cada material merece atenção diferente do outro, chenilles e suedes,

couros e couros sintéticos. De uma forma geral, a higienização dos estofados é feita por empresas especializadas, porém a manutenção diária pode ser feita com aspirador de cerdas macias e produtos neutros que não agridam a superfície do estofado.

Carla e Fernanda apostam nos pufes para incluir em seus projetos

IMPORTANTE Nunca aplique produtos químicos que não sejam próprios ou recomendados na peça, como álcool. A impermeabilização do revestimento é outra forma interessante. Essa aplicação não permite que no caso de um acidente com água, o líquido penetre na espuma.

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VIVER EM CONDOMÍNIO

A dura atribuição de ser síndico e suas responsabilidades

No dia 30 de novembro é comemorado o dia do síndico. Sabemos que a figura do síndico é muito importante para a vida do condomínio. Podemos afirmar sem perigo de errar que as consideráveis atribuições outorgadas ao síndico, seja por força de lei ou pela convenção de condomínio/estatuto, adicionadas à complexidade das relações civis, trabalhistas e negociais que envolvem o condomínio ou associação de moradores acarretam, no mais das vezes, a impossibilidade e o risco de desemtivo/fiscal. Sendo que esse conjunto de pessoas permite alguns benefícios. Por penhar sozinho sua função. Administrar um condomínio hoje demanda tempo exemplo: na ausência do síndico, quem assume o papel é o subsíndico, que disponível e conhecimento técnico, nem sempre o síndico dispõe de ambos. responde oficialmente pelas funções específicas do síndico, e o conselho fiscal Segundo o Jornal Estado de São Paulo “nos últimos três anos, o número de atua fiscalizando a gestão do síndico. É bom esclarecer que é muito importante a síndicos que são empresários passou de 23% para 27%. Em segundo lugar no existência desse conselho, para fiscalizar a atuação do síndico. Com isso, o síndico ranking atual estão os administradores de empresas que, na lista de 2006, estará resguardado da sua própria imagem, pois as despesas do condomínio são ficavam em 5º posição. Advogados também sobem no pódio deste ano acompanhadas por um conselho que preza, antes de tudo, pelos reais interesses dos no último balanço ostentavam o 6ª degrau. Já os aposentados, que eram condôminos. 9,8%, passaram para 8,7%. Mesmo declínio para as donas de casa, que Atualmente a missão do síndico se sustenta em quatro pilares fundamentais para uma caíram de 10,5% para 7,1%.” boa administração condominial: 1ª) síndico preparado, ou seja, deve ser uma pessoa Como os condomínios cresceram, ou seja, aumentou o número interessada nos problemas administrativos da coletividade agindo com transparência, de condomínios com amplos espaços de lazer, houve uma necesdivulgação dos trabalhos da administração, comunicação de todas as informações considade para a profissionalização do síndico, sendo que os próprios dominiais, busca da qualidade nos prestadores de serviços, realizar investimentos em obcondôminos passaram a ser mais exigentes com relação a estes. ras e manutenções de forma perfeita e, por fim, a utilização do bom senso; 2ª) bons comO síndico durante a sua administração de buscar observar os dipanheiros, ou seja, subsíndicos e conselheiros participativos e que busquem ajudar o síndico reitos e deveres de cada um dos condôminos, bem como zelar nas decisões garantindo transparência e participação de todos os envolvidos na administração pelas regras que regulamentam a vida em condomínio. Para condominial; 3ª) administradora de qualidade, as quais deverão exercer as funções burocráticas tanto, o síndico deve sempre buscar a orientação em três dando suporte aos síndicos através de seus departamentos diversos; e 4ª) corpo jurídico próprio, a documentos básicos: o Código Civil, a Convenção do Concontratação de advogado (seja para prestar serviços habitualmente, seja para uma demanda espedomínio (uma espécie de “constituição”) e o Regulamento cífica) é competência do síndico; e isso faz sentido: muitos condôminos podem não concordar com Interno, estes dois últimos específicos para cada prédio. a contratação de um advogado, alegando aumento dos custos, contudo, este tipo de profissional é Devemos lembrar que o cargo de síndico é “executivo” e quase que indispensável para um condomínio, ademais, contratar um advogado para cada causa pode não “legislativo”, ou seja, as normas de convivência legalsair mais oneroso do que fechar um contrato de prestação de serviços em caráter ‘global’. mente válidas são aquelas previstas na convenção e no Por fim, gostaríamos de dizer a todos os síndicos que nos lêem que é com muita satisfação que os regulamento interno, aprovadas pelos condôminos. Para parabenizamos por todo o empenho e dedicação demonstradas, pois sabemos que a sua função é criar novas regras é preciso alterar estes documentos em árdua e por mais que você faça pelo seu condomínio, ainda, às vezes é incompreendido. Parabéns a assembleia, com aprovação de 2/3 dos titulares das frações todos os síndicos pelo seu dia !!!! ideais do condomínio no caso da convenção e maioria sim*Newton Nery Feodrippe de Sousa Neto, ples no caso do regulamento interno. advogado especializado em direito condominial e de viziAs funções do síndico estão definidas no artigo 1348 do Cónhança, assessor especial da presidência da 33ª Subsecção da OAB de Jundigo Civil, tendo o síndico responsabilidade civil e criminal. diaí, presidente da Comissão Cultural da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí gestão A responsabilidade civil do síndico ocorrerá quanto este não 2007/2009, Síndico de Condomínio, pós-graduando em Direito Civil e Processo Civil, cocumprir suas atribuições adequadamente de forma que laborador do programa Viver em Condomínio da Rádio Difusora Jundiaí. ocasione prejuízos ao condomínio, condôminos ou a terceiros. * Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e A responsabilidade criminal do síndico ocorrerá de vizinhança, diretor tesoureiro da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí, memquando este não cumprir suas atribuições bro da Comissão Cultural da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí gestão adequadamente agindo de forma omis2007/2009, membro associado da ProEmpi (Associação das Empresas siva, bem como aja de maneira que e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região), reprepode ser disciplinada como crimisentante da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí no Conselho nosa. Se o leitor ainda tiver dúvidas ou desejar Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Jundiaí Lembramos que o síndico sugerir novos assuntos para abordagem 2008/2009, colaborador do programa Viver em Connão atua sozinho, dedesta coluna, poderá encaminhar “e-mail” para o domínio da Rádio Difusora Jundiaí, possui ainda vendo ser assessorado endereço especialmente criado para esta finalidade: formação técnica em administração de empelo subsíndico e pelo viveremcondominio@uol.com.br presas. conselho consul-

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Capa

Bem-estar condominial Tarefa do síndico, dever de todos os moradores

Por Márcio Lestingi Se fizermos o ranking das pessoas mais polêmicas e controversas que viemos a conhecer ao longo de toda a nossa vida, quais seriam as citadas em uma enquete definitiva

com a memória de nossos melhores fios de cabelos? A primeira imagem que nos viria à cabeça é a da professora de redação ou a do treinador da escolinha de futebol? É a do árbitro que não deu ao seu time o pênalti mais escandaloso da história? É a da diretora da escola ou a do primeiro chefe? Sem falar no examinador da prova de habilitação para veículos automotores e na dona Maria – aquela vizinha de esquina que entregava aos nos-

Fotos: Márcio Lestingi

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sos pais todas as traquinagens não permitidas. Independentemente dos fortes competidores que disputariam os melhores espaços no hall da fama dos neurônios das lembranças, acertou quem apostou no síndico como o tema principal dessa reportagem. Nas grandes cidades, cada vez mais ameaçadas pela falta de segurança e de espaço, a figura do síndico, como o harmonizador dos espaços de vivência e convivência, aparece inegavelmente em destaque, entre as cartas de valor no baralho dos moradores condominizados, mesmo entre aqueles que nem sequer sabem o seu nome. Cabe ao síndico - em alguns casos por decisões próprias, em outros, por decisões legitimadas pelas assembleias condominiais – gerenciar toda a carteira de prestadores de serviços terceirizados que conservam e renovam cada molécula de ar das áreas comuns e das áreas privativas. É o síndico quem contrata o fornecedor, quem supervisiona e aprova o serviço efetuado, e quem ordena os pagamentos das empresas parceiras, mas, parem o elevador! Indo direto ao que interessa, quais são as boas práticas e as boas ideias que resultaram em redução da taxa condominial, aumento da receita e melhoria no ambiente de moradia dos condomínios de Jundiaí e região? Quais os atores principais dessa peça? O que faz a gestão de um síndico uma história de sucesso? Antes, contaremos as histórias de alguns “malucos” que chegaram ao posto de síndico

No Tereza Cristina, Pedro Garcia construiu a portaria com doações dos moradores e agora concilia o seu trabalho de corretor com o de presidente da Associação, graças a colaboração dos moradores.


José Luiz reduziu a inadimplência de 40% para 10% , no Ricardo Albiero. Agora o desafio é fazer a cobertura das garagens.

em seus respectivos residenciais.

Syndicu et poderium

De acordo com o dicionário Aurélio, síndico vem do grego sýndikos e significa advogado, defensor. Mais tarde passou para o latim como syndicu e veio a designar o antigo procurador de uma comunidade, o indivíduo escolhido para zelar ou defender os interesses de uma associação ou de uma classe. Pode ser também o administrador de uma massa falida. No Brasil, o síndico é a pessoa indicada pelos condôminos para tratar dos interesses e da administração do imóvel – o interessante é notar que a palavra síndico não faz parte do léxico de nenhum outro idioma, em nenhum outro país, já que em Portugal se usa o termo administrador de condomínio. Mais assertivamente, a enciclopédia virtual wikipedia define o síndico como “aquele que faz tudo aquilo que todos deveriam fazer pelo condomínio, e não o fazem por falta de tempo

ou disponibilidade, comodismo ou omissão”. Como a ocupação de síndico não é uma profissão regulamentada, as opiniões sobre o perfil ideal do escolhido para administrar um condomínio são muito diversas umas das outras. Independentemente do modelo adotado – as opções disponíveis variam, desde aquele com o síndico morador e voluntário, até o marcado pela contratação de um profissional estranho ao condomínio. O ocupante deve pautar sua gestão por valores como transparência na prestação de contas, fácil e rápida acessibilidade a todos os moradores, preocupação constante em reduzir a taxa condominial, e muito jogo de cintura para lidar com os queixumes e reivindicações dos condôminos.

Aberta a sindicância

A primeira regulamentação do papel de um síndico veio com a lei federal 4591/64 – conhecida como lei dos condomínios – ainda em vigor, mas que teve vários de seus dispositivos revogados e substituídos pela lei federal 10406/02, do novo Código Civil. Nesse novo regimento, em seu artigo 1348, foram reestabelecidas as dez prerrogativas do síndico e suas ferramentas obrigatórias de trabalho, que são o próprio Código Civil, a Convenção Condominial, o Regulamento Interno e todas as atas de assembleia já realizadas, assim como os orça-

mentos anuais de despesa e de receita e o seguro das edificações. O mandato na função de comandante geral das tropas sindicais dura dois anos, e pode ser renovado uma vez. Concomitantemente à eleição do síndico, também são escolhidos o subsíndico, os três conselheiros titulares e os três suplentes, que se unem ao zelador e aos ajudantes de serviços gerais na batalha pela conservação das instalações e bem-estar nas relações humanas. Esclarecidos os aspectos legais, como e por que um morador se candidata ao posto mais importante de seu condomínio? A primeira eleição, geralmente, é involuntária. “Eu não queria ser síndico”, começa a nos relatar José Luis Rodrigues Sampaio, do Cond. Res. Ricardo Albiero, na Vila Hortolândia, antes de demonstrar um imenso carinho e gosto para resolver as mazelas da função. “No começo é diferente, dá um pouco de receio que se dissipa com a colaboração do conselho e dos amigos”, continua Elza Souza Villar, do edifício Ilhas Gregas, enquanto explica que os próprios condôminos lançaram sua candidatura e a Elza usa um ótimo relacionamento com os moradores para integrar todos os condôminos no Ilhas Gregas.

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No Tour de Versailles, Milaré optou pela segurança com portaria própria e agora pretende refazer a fachada.

Fabíola acaba de implantar um site para melhorar a comunicação com os condôminos e planeja um sistema de distribuição de acorrespondências dentro do Bosque dos Jatobás.

convenceram assumir o posto, em função de suas habilidades no trato com as pessoas. Como conse-lho aos marinheiros de primeira viagem, Wagner Carpi, ex-síndico do Chácara das Flores II, recomenda ao candidato à função que faça uma avaliação fiscal completa do edifício, antes de se assumir qualquer compromisso.Essa análise inclui saber quais os protestos contra o condomínio, quais os processos trabalhistas e se o CNPJ está limpo. “O número de inadimplentes pode assustar”, completa. Como complemento, o advogado condominial Newton Nery Feodrippe de Sousa Neto explica que os condomínios não têm personalidade jurídica, contudo podem ter inscrição no CNPJ, contas em instituições bancárias, formalizar contratos e contratar empregados. Antes do pente fino, entretanto, vem a candidatura. Fabíola Martho, presidente do conselho e síndica do condomínio residencial Bosque dos Jatobás, no Engordadouro, conta que, logo nos primeiros dias do condomínio, também recebeu um pedido dos moradores para exercer a função, pois viram na advogada, muita segurança, capacidade administrativa e disponibilidade de tempo para monitorar a execução das primeiras obras. “Como eu tinha

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um filho pequeno, precisava estar próxima e, ao receber o convite dos moradores, formalizei a proposta para trabalhar todos os dias pela manhã. Logo obtive autorização da assembleia para iniciar o meu mandato”. Aliás, segundo José Marco Ferreira da Silva, sócio-proprietário da imobiliária e administradora de condomínios Móbile, possuidora de uma carteira de clientes com mais de 100 condomínios - as mulheres são melhores síndicas. “Elas exercem melhor a função que os homens. São mais sensíveis, enxergam coisas que os homens não enxergam porque administram as próprias casas”, explica logo em seguida.

O síndico e sua obra

No loteamento fechado Tereza Cristina, localizado no Medeiros, a obra do corretor de imóveis Pedro Garcia é tão extensa, que os moradores não querem vê-lo sair do cargo de presidente do conselho fiscal e de síndico. Há dez anos na função, Pedro já revolu-

cionou a vida de seu condomínio. Recuperou o lago, fez o passeio ao seu redor, a iluminação noturna, e conseguiu a doação dos casais de cisnes e de marrecos que o habitam. Arborizou todas as ruas de seu interior, fez a pavimentação, a sinalização e a colocação de placas. Coordenou a criação do pomar e o plantio de mais de 400 mudas de árvores frutíferas como manga, jabuticaba, pitanga, carambola e poncã, entre outras. Graças às doações dos condôminos, conseguiu construir a portaria de seu residencial ao custo zero e, além de tudo, consegue fazer a conservação das áreas comuns dos 260 lotes à taxa fixa mensal de R$ 190,00. “Os serviços e recursos que não conseguimos com a prefeitura, conseguimos com a participação dos moradores”, explica Pedro, afirmando que a prefeitura faz toda a coleta de lixo, o recapeamento e a limpeza das bordas do lago, de modo que, sobra a seu único jardineiro, fazer as podas, cortes e limpezas complementares. Porém, esclarece o motivo pelo qual não se recandidatará ao cargo, nas eleições de dezembro de 2010: “Os moradores são todos meus amigos e, mesmo assim, nas assembleias e reuniões, dão dores de cabeça intermináveis, pois as pes-


soas transferem ao síndico a responsabilidade por mediar todos os conflitos”. Em conclusão, afirma que, apesar de não receber remuneração alguma pelos dias de síndico, procura todos os dias antecipar as melhorias que podem ser feitas e agradar aos moradores. No condomínio Tour de Versailles, na rua do Retiro, o síndico Sebastião Eduardo Milaré está em sua terceira gestão nos 13 anos de existência do condomínio. Entre as realizações que reduziram os gastos do condomínio, destaca a substituição do combustível da caldeira que gera o aquecimento da água - de GLP para gás natural, o que gerou economia aproximada de 20% ao mês na conta gasosa – a alternação das lâmpadas que iluminam a garagem, que gerou outros 15% e a divisão da caixa d´água em duas metades independentes, com impacto ao redor de 10% a menos no consumo. Já no Villa Giuseppe, segundo a atual administradora do condomínio, Móbile, ela e a ex-síndica organizaram um mutirão para detectar os vazamentos de cada apartamento. A redução do consumo de água chegou a quase 40%, ao fim dos reparos e manutenções. No Cond. Morada da Serra, fizeram a individualização dos hidrômetros. José Luis Rodrigues Sampaio, do Cond. Res. Ricardo Albiero, está em sua segunda gestão,

e uma de suas ações mais comemoradas é a redução do consumo de energia em cerca de 30% por desativação da bomba d´água que abastecia seu reservatório. José Luis, que também é técnico mecânico, reparou que a pressão da água da rua era suficiente para encher a caixa d´água elevada de seu prédio, diretamente, sem necessidade de encher a cisterna para depois gastar com energia de bombeamento – no entanto, quando há racionamento ou rodízio de água da rede, a bomba é novamente ligada. Outra ação implantada foi a troca da empresa que fazia a vigilância e o controle da portaria. “Ganhamos na rapidez e na qualidade do atendimento, além da redução mensal de dois mil Reais nos custos com a operação de segurança”. Apesar dos avanços, o mesmo síndico faz uma ressalva: “Traba-lhar para os condomínios é muito desgastante. Encontramos mais reclamações que elogios”. Em alguns locais, a redução

da taxa condominial vem da administração rigorosa dos contratos com os terceiros e da supervisão da qualidade e do andamento dos serviços prestados. A síndica Andréia Corozola, do Chácara das Flores I, pede descontos e ressarcimentos, quando constata que o serviço contratado não lhe atendeu a contento. Caso o baixo nível de serviço continue, ela promove rapidamente a troca do fornecedor. Em sua primeira gestão, Andréia, que tem como braço direito a subsíndica Zenaide Augusto, faz questão de dividir com a mesma, todas as de-

No Chácara das Flores I, Andréia e Zenaide modernizaram a administração e estão revitalizando todas as áreas comuns do condomínio.

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João Faria, do Maison Classic, foi o primeiro da região da Chácara Urbana a usar gerador e agora a meta é se adequar às exigências do AVCB.

cisões tomadas. Porém, para manter a saúde financeira e a harmonia em seu condomínio revela: “Não existe mágica. Tem que cobrar os inadimplentes, acabar com os favores, facilidades e dívidas que impactam no resultado financeiro”. Dessa maneira, em cerca de um ano e meio, a incansável dupla conseguiu elevar o saldo em caixa de R$ 115 mil para R$ 160 mil, mesmo com os cerca de R$ 100 mil gastos na reforma da portaria, nos consertos do telhado, do para-raios e na substituição dos bloquetes do estacionamento, além da implantação das câmeras de segurança. Outra boa prática utilizada por Andréia foi ter aprovado, em assembleia, quais obras os moradores julgavam prioritárias em seu mandato. “Das dez obras apontadas, oito

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já foram concluídas e a pintura do salão de festas já está na fase de aprovação dos orçamentos”. N o Maison Classic, o síndico João Roberto Faria, a fim de resolver o incômodo ocasionado pelas constantes quedas de energia - não resolvido pela concessionária de energia elétrica até o fechamento dessa edição - aprovou em assembleia, ainda em 2010, a compra de um gerador de energia por aproximados R$ 60 mil. Parte desse custo foi coberto com o aumento provisório da taxa condominial. João afirma que melhorou o conforto no prédio, e que o gerador entra em funcionamento dois segundos após a ocorrência de queda de energia nos elevadores. Ressalta também que as medidas de redução do consumo de energia devem ser perseguidas diariamente, e que o uso consciente do elevador – em seu prédio, os elevadores só aceitam um comando por vez – tem auxiliado na consecução desse objetivo. Outra boa ação já difundida em Jundiaí é a coleta do óleo de cozinha usado. Separado, o mesmo é enviado para a

saponificação e é devolvido ao condomínio que, assim, não gasta com esse produto de limpeza. O Morada dos Deuses e o Bosque dos Jatobás, por exemplo, são adeptos dessa prática. Em complemento, é importante dizer que a coleta seletiva de papel, papelão, plásticos e metais para a reciclagem é utilíssima para diminuir a quantidade de lixo despejada, diariamente nos aterros da cidade, além de permitir o emprego e a inclusão social dos trabalhadores das cooperativas de catadores de sucatas. Sua venda, entretanto, quando praticada, tem servido apenas para custear o café da manhã dos funcionários do condomínio, conforme esclarece José Marcos, da Móbile. Voltando à Fabíola Martho, a condutora jatobense lembra que o primeiro síndico, em geral, implanta todo o sistema de segurança. Observadora e ciente da intensa movimentação que se iniciaria nas obras de seu condomínio, Fabíola estabeleceu o sistema biométrico para o controle de entrada dos moradores, de crachás para visitantes e de cartões de ponto para os terceiros. “Dessa maneira, consigo saber em tempo real quais as pessoas presentes internamente”, arremata a síndica. Outro ponto por ela lembrado é que, no início, a cobrança de taxa condominial é irrisória, depois sobe para a construção da portaria e ou-tras ob-

“O síndico não é empregado do condomínio”, afirma Celso Coelho, sóciodiretor da Imobiliária Mediterrâneo e presidente do ACIJUN


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“Só quero saber do que pode dar certo” Em 1988, a música “Go Back” dos Titãs atingia o topo das paradas de sucesso, nas rádios e no extinto programa Globo de Ouro, com o contagiante refrão “Só quero saber do que pode dar certo. Não tenho tempo a perder”. Parece uma mensagem talhada

para uso e abuso dos síndicos ouvidos nessa reportagem que, em sua maioria, foram guiados pelos seus vizinhos, à posição de “o escolhido” para administração de seus condomínios, sem que isso inicialmente fizesse parte de seus planos. Diante desse quadro, a solução adota-

“A solução não é mudar a empresa, é mudar o funcionário” , Gustavo Giarolla, síndico profissional contratado pelo Bracaiúva e pelo Ciprel

“O síndico pode gerar inimizade com vizinhos, dentro dos condomínios. Sendo profissional, ele tende a harmonizar melhor as relações que o síndico morador. Vai pesquisar, estabelecer regra, apresentar projeto e estabelecer como será”, vaticina José do Amaral Nogueira Jr., presidente do Sindisíndicos “Quando você mora no condomínio, realmente sabe o que é”, explica Fabíola Martho, síndica do residencial Bosque dos Jatobás, ao relatar como reconhece e prioriza os problemas relatados pelos moradores

da foi a de pensar positivamente, com foco e disciplina, como ensinam os autores do best-seller “O Segredo”. Dessa maneira, costurando os depoimentos de todos os entrevistados, os 11 segredos dos síndicos, nas palavras deles mesmos são os seguintes:

“O importante é ter um contrato de manutenção com todos os serviços prestados às áreas comuns”, João Roberto Faria, síndico do Maison Classic “O condômino deve trazer também sugestões e não só reclamações”, Andréia Corozola, síndica do Chácara das Flores I, ao pedir uma mudança na postura dos moradores

“É importante não bater de frente com o reclamante” , ensina a dupla Andréia Corozola e Zenaide Augusto, respectivamente síndica e subsíndica do Chácara das Flores I

“O síndico profissional, na cidade de Jundiaí, ainda é uma situação muito verde, e também um pouco polêmica” – de Marcel Piacentini, da imobiliária e administradora de condomínio Piacentini, apresentando a razão dos con-

“Antes era algo frio, não tinha nem confraternização de fim de ano”, informa a síndica Elza Souza Villar, do Ilhas Gregas, ao explicar o que mudou em sua gestão, e ainda arremata: “O síndico quer unir as pessoas”, para concluir sua opinião sobre o papel do síndico

“Difícil é lidar com as pessoas”, esclarece o

“Hoje administrar condomínio não é só emitir boleto e rodar relatório financeiro”, completa Marcel ao escladomínios em Jundiaí pouco contratarem o sindico profissional.

recer o papel das administradoras

“Difícil é convencer os condôminos que a cobrança da taxa condominial é necessária” , emenda Celso Coelho – sócio diretor da Mediterrâneo e presidente do ACIJUN

síndico profissional Wagner Carpi, sobre a mesma pergunta, e ainda emenda:

“Como síndico, trate igualmente os condôminos, sem diferenciá-lo por ser seu amigo ou vizinho” ras necessárias. Por fim, tende a estabilizar num patamar que permite a boa conservação das instalações e a manutenção do fundo de reserva para fins específicos, como a cobertura das garagens.

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“O mais difícil é administrar o dinheiro do pessoal” , responde o síndico José Luis, do Ricardo Albiero, quando perguntado sobre os desafios da função de síndico

O que dizem os sindicatos, as imobiliárias, as associações, os advogados e as demais entidades classistas sobre o papel do síndico “O síndico não é empregado do con-

domínio”, afirma Celso Coelho, sócio-diretor da Imobiliária Mediterrâneo e presidente do ACIJUN – Associação dos Corretores de Imóveis de Jundiaí e Região - abrindo o inventário das declarações sobre o tema.


“Existem 85 mil síndicos só no estado de São Paulo”, contextualiza José do Amaral Nogueira Jr., presidente do Sindsin - Sindicato dos síndicos de condomínios residenciais, comerciais e mistos de shopping centers, incorporações, loteamentos e flats de São Paulo. Amaral, que fundou o sindicato em 2008, é defensor da profissionalização e da regulamentação do ofício de síndico – que já dispõe de registro no CBO, cadastro brasileiro de ocupações, desde 2002 – para atender à crescente demanda por especialização e assessoria nos condomínios. “A contratação de um síndico profissional, prática que se espalha pela cidade de São Paulo, ajudará a evitar os problemas causados pelo despreparo dos atuais síndicos, que se candidatam e se elegem por causa da isenção da taxa condominial ou pela remuneração. Muitas vezes, nem sabem que responderão civil e criminalmente pelas conseqüências de seus atos”, continua. “O síndico é um colaborador”, aponta, de maneira mais conservadora Marcel Piacentini, diretor comercial da Piacentini, imobiliária que também administra dezenas de condomínios na região. “Como colaborador, ele não tem conhecimento total dos direitos e deveres determinados na lei”, completa Marcel, explicando que é de fundamental importância

a escolha da administradora que dará suporte ao trabalho do síndico, auxiliando-o nas decisões mais intangíveis, com amparo legal, administrativo e contábil. Wagner Carpi, que também é síndico profissional, relata que a terceirização dos serviços administrativos libera o escolhido dos moradores para fazer benfeitorias, cabendo à administradora o pagamento dos prestadores de serviços, a emissão de boletos e a cobrança dos inadimplentes. “A grande maioria dos síndicos tem a sua profissão e exerce a função de administrador do condomínio nas horas livres”, completa, sem esquecer de dizer que o síndico não precisa estar presente em todas as emergências do dia a dia, mas tem de estar comunicável às 24 horas. Nas rotinas diárias, Marcel destaca como principais ferramentas de gestão dos colegas do saudoso Tim Maia, por exemplo, a assembleia condominial e o suporte dado pelas administradoras. “A assembleia é o instrumento legal que vai dar condições ao síndico para desenvolver sua gestão e para aprovar as contas das gestões anteriores”. Já a administradora, frisa Marcel, deve ser muito bem escolhida, para ser o braço direito do síndico. “Nós vemos muitas vontades dos síndicos sendo inibidas por preceitos legais

Síndicos profissionais - salários que podem variar de um mil e quinhentos reais a R$ 5 mil, dependendo do tamanho do prédio e também do número de apartamentos existentes

Marcel, da Piacentini, defende o fortalecimento das relações de síndico e administradora na prevenção dos problemas.

ou por cláusulas da convenção condominial, após consultas às administradoras”, ao que prontamente emenda: “Depois, os síndicos vêm nos agradecer”. José Marco, da Móbile, nota que o papel do síndico é gerir as relações entre o condomínio e os terceirizados de manutenção predial e funcionários, e dar tratativa imediata aos problemas, em observância às normas do residencial, cabendo aos administradores auxiliar no recolhimento de impostos, pagamento de fornecedores e aplicação das penalidades. Outro trabalho feito pelas empresas de Marcel e José Marco é a organização de palestras e workshops exclusivos sobre temas como reciclagem, bullying, ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, e atitudes responsáveis no consumo de água e energia, além de ações educativas como a escolha do síndico-mirim (neste momento, Marcel mostra com orgulho recente ata condomi-

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nial feita em assembléia mirim).

Síndico: Morador Profissional?

ou

O síndico profissional é aquele preparado para fazer a gestão de qualquer tipo de condomínio, em toda a sua complexidade. Com a expansão do mercado de imóveis nos grandes centros urbanos, a construção de enormes prédios, com várias torres, gera a cada dia, muitas oportunidades de trabalho para síndicos profissionais, com salários que podem variar de um mil e quinhentos reais a R$ 5 mil, dependendo do tamanho do prédio e também do número de apartamentos existentes. De acordo com o SecoviSP – Sindicato da Habitação de São Paulo - alguns destes novos prédios chegam a ter mais de trinta torres, o que torna o trabalho de um síndico uma missão realmente complexa. Em Jundiaí, até o fechamento desta edição, três síndicos profissionais foram encontrados. Wagner Carpi – que se apresentou ao mercado como síndico profissional, ao final de 2009, e já mencionado anteriormente nesta reportagem – informou ter seis propostas de trabalho em análise, na região. Wagner explica que três modelos de gestão de condomínios são comumente encontrados. O primeiro, a autogestão, é o do síndico morador que faz tudo e é mais aplicado a condomínios pequenos, com até dez apartamentos. O segundo, o mais comum é o da cogestão, em que o síndicomorador terceiriza boa parte das funções de escritório - como o pagamento de fornecedores e a emissão de boletos - à administradora de condomínios. O terceiro modelo é o da contratação de um síndico profissional, que pode administrar condomínios residenciais, comerciais ou industriais, como o faz Gustavo Giarolla, responsável pelo Bracaiúva e pelo Ciprel.

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Gustavo é engenheiro elétrico de formação, mas assumiu a administração do Bracaiúva temporariamente, através de uma indicação. “O dono do condomínio e as 23 empresas que dele participam buscavam uma pessoa de confiança para apagar as más lembranças das experiências anteriores”, explica o jundiaiense. No final do ano seguinte, Gustavo procurou uma especialização no Secovi e, apesar do tempo escasso, busca atualmente o terceiro condomínio para compor sua carteira de clientes. Na sua gestão, Giarolla vivencia algumas particularidades. “Não há contrato com uma administradora, mas os serviços de portaria e vigilância são terceirizados. A inadimplência é zero e não há reunião de condomínio. Faço reuniões separadas, em cada empresa, com as duas pessoas responsáveis pelas decisões”, afirma Gustavo, explicando que dessa maneira agiliza e legitima as decisões. “Para ser síndico profissional, tem que ter paciência, tem que saber conversar”, completa o engenheiro, antes de ressaltar que outra característica da sua administração é o uso de profissionais recém contratados nas empresas terceirizadas, para poder “formá-los”, sem vícios adquiridos em outras empresas. No mercado existem cursos preparatórios para a função, desde pequenos workshops de um dia até cursos de graduação como

o de gestão de condomínios oferecido pelo UDF – Centro Universitário do Distrito Federal – ou o de Gerenciamento de Fa-cilidades, oferecido pela USP, passando por outros que são verdadeiras especializações, com seis meses de duração. Boas opções de formação podem ser encontradas também no Secovi-SP, na Assosindicos, no Sindi-sindicos, através do site Sindico.net e em consultorias como a Tecnoponta.

Gustavo, do Condomínio Industrial Bracaiúva, em Itupeva-SP, está construindo um refeitório e planeja terceirizar parte da administração para sobrar tempo para outras benfeitorias.


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QUATRO CANTOS

Talita Rocca

Em sua barraca de frutas Ricardo tem até salada de frutas com açai

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Acessíveis, Por Talita Rocca Jundiaí é conhecida como a “terra da uva”, mas será que realmente podemos considerá-la apenas como da uva? Segundo o secretário de agricultura, Jorge Yatim, a região se transformou na maior produtora de uvas de mesa no Brasil. “Jundiaí possui cerca de 25 milhões de pés de uva da variedade Niágara rosada, o que significa 95% da produção local”, contabiliza. O município apresenta uma agricultura diversificada, o destaque é para a fruticul-

tura. Além da uva, a cidade está em evidência por conta da plantação de outras frutas. “Caqui, poncã, pêssego, laranja e banana também são bastante comuns na cidade”, afirma o secretário. Com a chegada do verão, para manter o corpo hidratado e saudável, o consumo de frutas aumenta. Ricardo Strabello, proprietário do Frutas Rondon, conta que nos dias mais quentes a venda de outros produtos também cresce. “Além dos sucos, os consumidores optam pela salada de frutas e alguns até trocam a refeição diária pela salada”, comemora. Exemplo disso é Edvaldo Cordeiro de Lima, motorista, que consome o produto natural como forma de cuidar da saúde. “Em dias quentes, água e suco de frutas fazem parte da minha dieta diária”, conta. Yatim ressalta ainda que para que o consumo de frutas seja realmente saudável, é necessário tomar alguns cuidados básicos no seu armazenamento. “Ao contrário dos produtos de origem animal, as frutas, após a colheita, mantém ativos todos os processos biológicos vitais. Por conta disso e também pelo alto teor de água em sua composição química, as frutas são altamente perecíveis”, ex-


saborosas e nutritivas plica. As frutas maduras devem ser conservadas em ambiente refrigerado. Caso ainda estejam verdes, necessitam ser mantidas em temperatura ambiente até atingir o amadurecimento desejado e só depois colocadas no refrigerador. É importante guardá-las inteiras para evitar perdas do valor nutritivo. Para acelerar o amadurecimento de algumas frutas, siga algumas dicas: Mamão: faça riscos com uma faca em volta da fruta, no sentido do comprimento. Caqui: pingue uma gota de vinagre ou álcool no local onde estava o cabo e o embrulhe em um jornal. Banana: Coloque um tomate na fruteira junto com os cachos.

Dicas para ter um consumo saudável: - Dê preferência às frutas da época, pois são mais saborosas e baratas; - Prefira frutas da região, pois sofrem poucos danos com o manuseio e transporte; - Antes de comer uma fruta, lave-a bem com água corrente; - O ideal é ingerir ao natural ou levemente refrigerada; - Ao descascar uma fruta, retire o mínimo possível de casca para evitar perda de substâncias nutritivas; - Para preparar saladas de frutas e sucos naturais, corte-as apenas momentos antes de serem consumidas. ge Ima

ust m il

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ARTIGO

Não vire estatística no Final de Ano Dúvida! É o que prevalece sempre que tenho que escrever uma matéria. A dificuldade é sobre o que escrever e como escrever será que as pessoas vão ler, será uma informação útil? Escrever é sempre uma responsabilidade muito grande, ainda mais para mim, que, como escritor, sou ótimo fisioterapeuta. Meu nome é Neto Aiello, sou fisioterapeuta formado desde 2002, fiz pós-graduação em Acupuntura e “O Aparelho Locomotor no Esporte”, pela Escola Paulista de Medicina. Esta é a primeira vez (de muitas, espero) que escrevo para uma revista deste porte e vou falar sobre o Final de Ano. Estamos entrando na reta final de 2010, e com ela estão chegando as famosas comemorações, confraternizações e compromissos. São diversas delas: Natal, Reveillon, férias escolares, praia, “comilança”, bebedeira, 13º, o “adorável” Amigo Secreto da Empresa; sem se esquecer do nascimento do menino Jesus. Juntamente com tanta alegria, vem os inconvenientes, trânsito, fechamento de metas no trabalho, compras de natal e do peru, frequentar o “inferno” chamado shopping, criança ociosa em casa, enfim uma loucura. Com tantos compromissos, não se espante se nas próximas semanas você estiver irritado e cansado, querendo ver logo o fim de tudo isso. Nessa época do ano o nível

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de estresse do brasileiro aumenta 75%, segundo a ISMA BR (Internacional Stress Management Association - Brasil), associação voltada para o estudo do estresse. O estresse pode se manifestar com sintomas físicos (dores de cabeça e no corpo, alterações gastrointestinais e aumento da pressão arterial), emocionais (ansiedade, angústia e preocupação) e comportamentais (uso excessivo de drogas, álcool, tabaco e ataques a geladeira). Há diversas maneiras, todas muito simples, para fugir dessa estatística, sem precisar recorrer aos remédios, que além de terem efeitos colaterais, agem nas dores, mas não trata as causas das mesmas. Hábitos saudáveis são muito eficazes, como a pratica de atividades físicas, dietas leves, boa hidratação e procurar atividades relaxantes, que acalmem e distraia a mente. Outra ótima alternativa é a acupuntura. O tratamento para o estresse e suas manifestações sistêmicas e psicológicas tem apresentado resultados bastante satisfatórios, pois não há efeitos colaterais relevantes que sejam conhecidos. Em geral, recomenda-se de uma a duas aplicações por semana. A quiropraxia, tem mostrado bom desempenho no combate ao estresse, pois ela atua

diretamente na mobilidade da coluna vertebral, melhorando qualquer dor ou tensão relacionada, presente nesta região. A fitoterapia é outra boa alternativa. O tratamento é feito com o uso de plantas medicinais, a matéria-prima utilizada são folhas, caule, flores, raízes ou frutos é uma técnica 100% natural. Poderia estender este artigo com uma infinidade de técnicas e tratamentos que previnem, diminuem ou tratem os efeitos do estresse causado pela “loucura” do final de ano, mas com certeza ninguém teria paciência para ler meu artigo até o fim. O mais importante para o combate do estresse é procurar uma alternativa que a pessoa se identifique, escolher profissionais qualificados e preparados para desenvolver um bom trabalho com resultados satisfatórios e eficientes. Que venha 2011! Bom Natal e Boas Festas para todos!

Neto Aiello Fisioterapeuta, especialista em Acupuntura e Pós-Graduado em “O Aparelho Locomotor no Esporte” neto@saudare.com.br


FIQUE POR DENTRO

ASSEMBLEIAS E QUÓRUNS

ABC DO

CONDOMÍNIO Assembleia – é a reunião na qual os moradores tomam decisões a respeito do condomínio. Tais decisões, desde que não contrariem as leis em vigor, tornam-se as regras do condomínio obrigando os moradores e visitantes e só podem ser anuladas judicialmente ou por deliberação em outra assembleia. Existem três tipos delas para deliberações sobre a edificação: Assembleia Geral Extraordinária - É realizada sempre que os interesses do condomínio exigirem, convocada pelo síndico ou por no mínimo ¼ dos condôminos. Geralmente, as deliberações são aprovadas pela maioria dos presentes, com direito a voto. Assembleia Geral Ordinária - É realizada uma vez por ano. Tem como principal finalidade a aprovação de verbas para as despesas de condomínio do próximo exercício, bem como aprovar e apresentar a prestação

de contas do exercício que se encerrou. Assembleia Geral Especial - É realizada em casos especiais definidos em lei, como nas situações abaixo: - ocorrência de sinistro total ou que destrua mais de 2/3 da edificação; - para decisão sobre demolição e reconstrução da edificação ou ainda sobre a alienação do imóvel, quer por motivos urbanísticos, arquitetônicos, quer em decorrência de condenação da edificação em virtude de insegurança ou insalubridade. Procuração - É um documento, por meio do qual uma pessoa recebe poderes de outra para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Normalmente é escrita, podendo ser feita por instrumento público (tabelião) ou particular. É com esse instrumento que o locatário pode participar das assembleias em nome do locador. Caso o proprietário do imóvel não compareça às assembleias, o inquilino, mesmo sem procuração, poderá votar questões envolvendo despesas ordinárias de condomínio. Quórum - É o número legal mínimo de condôminos que devem estar presentes para a realização das assembleias, para que tenham validade. Os principais quóruns são: - para deliberação das assembleias gerais ordinárias: normalmente maioria simples dos presentes com direito a voto, salvo estipulação diversa em convenção; - para aprovação da convenção: votos dos pro-

prietários que representem, no mínimo, 2/3 das frações ideais que compõem o condomínio; - para alteração da convenção: votos de condôminos que representem no mínimo 2/3 do total das frações ideais, salvo a estipulação diversa em convenção; - para deliberação sobre reconstrução ou venda do terreno ou materiais, em virtude de sinistro total ou que destruiu mais de 2/3 da edificação: mínimo de votos que representem a metade mais um das frações ideais de terreno (Art. 14 da Lei 4.591/64); - para deliberação sobre demolição e reconstrução do prédio ou alienação em virtude de insegurança, insalubridade, motivos urbanísticos ou arquitetônicos: condôminos que representem pelo menos 2/3 do total de unidades isoladas e frações ideais correspondentes a 80% do terreno e coisas comuns (Art. 17 da Lei 4.591/64); - para convocação de assembleia geral extraordinária: 1/4, no mínimo, dos condôminos; - para destituição do síndico: é necessário o voto da maioria absoluta dos membros presentes em assembléia especialmente convocada; - para os casos de alienação, concessão a terceiros de parte de uso comum, alteração do destino de parte do terreno ou coisa de uso comum: totalidade de votos representativos do condomínio. Alienação: transferir o imóvel para outra pessoa. Concessão: permitir que outra pessoa use o imóvel. Fonte: Secovi

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EDUCAÇÃO

O que representa a família na vida do seu filho ? Maria Isabel Gut Psicóloga e Orientadora Educacional Colégio Divino Salvador Vários estudiosos escrevem sobre a importância do papel da família na vida do filho – alunos. Queremos falar da prática: daquilo que assistimos no dia a dia de um grande colégio. O aluno vai passando por diferente etapas e necessidades no seu desenvolvimento, porém, em todos os momentos, nas diferentes faixas etárias, nos diferentes cursos, é inegável o grande reflexo e a grande diferença entre aqueles que são bem “assistidos” e aqueles que são “abandonados”. Esse “abandono” não acontece só porque trabalhamos muito para garantir a sobrevivência. Vivemos numa sociedade exigente, que cada vez mais nos cobra o “ser” e o “ter”. Consequentemente, essas necessidades atingem em cheio a vida de nossos filhos. O abandono a que nos referimos é a solidão a que muitas vezes o filho é submetido. Solidão de palavras, de gestos, de interesse e de ter que dar conta sozinho. Funcionamos, sim, como fiscalizadores e não como acompanhantes-par-

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ceiros, não só da vida escolar, mas da vida deles em geral. Ouvir os filhos dá trabalho, porque, a partir da fala deles, temos que rever nossos conceitos, nossa juventude, nossa função de pais, e isso nem sempre é muito agradável. Nossos filhos precisam de nós! Interessarmo-nos pelos assuntos deles significa pararmos outras coisas para ter escuta, ouvirmos a opinião que eles conseguem ter, entrarmos no mundo da idade deles, sem acharmos que o mundo gira em torno da nossa verdade absoluta. A tendência natural é que nós, pais, sejamos sempre movidos por boas intenções, mas ao negar uma simples realidade, uma pequena experiência de vida, damos ao filho ou a impressão de que ele existe num mundo incompreensível ou de que sua capacidade é insuficiente. O filho deve sentir-se levado a sério, tendo suas próprias opiniões e escolhas. Tem o direito d e

errar, de começar de novo, de investigar. E nós, pais, precisamos cuidar dos nossos gestos, do nosso olhar, da palavra mal pensada e dita, pois podemos contribuir para atenuar ou acelerar problemas mais sérios. Somos o adulto da relação. Nós, pais, somos referência para nossos filhos, e se formos uma referência parada, que não opina, que não se interessa, que deixa o tempo correr para ver se lá na frente tem jeito, estaremos seriamente sujeitos a ficar recolhendo os cacos da nossa dificuldade em assumir a missão que é nossa, e que ninguém poderá substituir: a de sermos pais. .


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Talita Rocca

BEM-ESTAR

Um novo estilo de jardim lo. O jardim vertical chega a Jundiaí

utilizadas. Já para as cozinheiras, uma ótima opção

com força total e segundo

é o jardim vertical feito com temperos, como man-

especialistas, já é considerado

tendência

Segundo Pós,

As plantas mais utilizadas para o jardim vertical são: Bromélias; Pilea Nummularifolia; orquí-

mundial. Emerson

jericão, salsinha e cebolinha.

Da empre-

deas; chuva de ouro; rhypsalis; Maranta; Avenca; Dendrobium miniatura; Peperômia; samambaias; begônia, entre outras.

sário do ramo de

plantas

ornamentais, essa

jardina-

gem é simples de manter. “As espécies utilizadas são epífetas, que requerem

Por Talita Rocca Folhas e flores trazem ao ambiente harmonia, calma e saúde. O aumento gradativo da popula-

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Materiais necessários: 1.

Impermeabilize bem com produtos

apropriados a parede de qualquer tamanho que queira revestir; 2.

De acordo com o tamanho da pare-

poucos nutrientes e pequena

de, escolha a forma de aplicação, que pode ser

quantidade de água para se desenvolve-

painel de madeira ou grades de ferro fixados à

rem, pois elas próprias retiram os nutrientes da atmosfera”, afirma.

ção de Jundiaí – hoje com 350 mil habitantes – faz

O Engenheiro agrônomo André Camargo res-

com que o número de casas e apartamentos cresça

salta que apesar de simples manutenção, o jardim

e a metragem dos espaços externos dos imóveis di-

vertical exige alguns cuidados básicos. “É muito

minua, tornando a falta do verde das plantas um

importante verificar se os bicos de irrigação não

empecilho. Para quem sofre com esse problema há

estão entupidos e fazer adubação a cada três me-

uma solução: o jardim vertical.

ses”, completa o engenheiro.

parede para não danificá-la; 3. Coloque placas ou estacas de fibra de coco ou xaxim; 4. Coloque na parte inferior um coletor no formato de calha para escoar a água; 5. Coloque terra, adubo e escolha plantas de várias espécies para enfeitar.

Custos :

O botânico francês Patrick Blanc, especialista

Para Emerson é necessária ajuda profissional

em plantas da floresta subtropical, após observar

para escolher as plantas adequadas ao ambiente,

Para montar a estrutura de um jardim ver-

os vegetais que vivem em penhascos e rochas,

e depois é só utilizar a criatividade. “A única preo-

tical com sistema de irrigação automatizado, o

percebeu que além da terra, água e luz são o su-

cupação que devemos ter é quais plantas podem

custo varia de R$ 3.500,00 a R$ 4.000,00, já

ficiente para uma planta sobreviver. Inspirados nos

ser utilizadas na área externa e quais preferem luz

para quem prefere um sistema não automati-

trabalhos verticais do francês em prédios espalha-

artificial” completa.

zado – sistema inteligente – o valor, em média

dos por diversos lugares do mundo, paisagistas

O jardim vertical é muito utilizado também

tornaram essa técnica muito comum em São Pau-

para cobrir paredes com má aparência ou pouco

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é de R$ 2.500,00.


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UTILIDADES DOMÉSTICAS

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CRÔNICA

Biro Biro Desde o falecimento de seu pai, o dono de um boteco na periferia da cidade, que o prédio não foi mais o mesmo. Na parte que cabia à Dona Ruth, veio o papagaio que ficava no bar de seu pai, o Famoso Biro Biro. Criado no bar, Biro Biro conhecia todos os palavrões possíveis e imaginários aprendidos em vários anos de convivência no poleiro da entrada do estabelecimento comercial. Assobiava o hino do Corinthians quase inteiro, quando ouvia o hino gritava: Timão ê o, Timão ê o ...Tudo isso enquanto o hino tocava, sem parar e aos berros. Quando ouvia o hino do Palmeiras, lançava um rol de palavrões de tirar as crianças da sala. No do São Paulo, “bambi” era o xingamento mais infantil. Voltado para a piscina não parava de gritar: Gostosa, casa comigo que te dou um tanquinho. Só respeitava o porteiro, que pelo uniforme, era chamado de capitão. No começo Biro Biro era atração, todos os condôminos o achavam engraçado. Quando acordava pedia café, na hora do almoço queria Campari e no final da tarde queria ver o Datena. Com o passar do tempo os vizinhos começaram a achar complicado, pois chamava uma vizinha de vaca, outro de corno, o mocinho que fazia balé, de São Paulino boiola, e assim por diante. Para cada vizinho lançava um apelido que, com toda certeza aprendera nos anos que passou pendurado no Bar de seu dono. Porém as reclamações começaram a chegar ao síndico. Às vezes de forma oral, outras registradas no livro de ocorrência, até que Dona Ruth foi chamada para uma reunião com os demais condôminos, e o problema era o Biro Biro. O que fazer com o Biro Biro? Reeducá –lo seria impossível pois já tinha certa idade, Era mandar calar a boca e já vinha um rosário de palavrões. Até que um dia Dona Ruth precisou viajar e teve que deixar o Biro Biro na casa de sua empregada e dai viria a solução. Deixar para sempre o papagaio aos cuidados de sua auxiliar. Porém, sua secretária para assuntos domésticos morava vizinha a uma creche municipal e o problema só mudou de endereço. No primeiro dia, Biro Biro xingou todas as professoras de “vaca”, o diretor de “viado”, o caseiro de “corno” e todas as crianças enriqueceram seus vocabulário com uma centena de palavrões. No dia seguinte Biro Biro foi engaiolado e levado a uma instituição protetora de animais, ainda hoje grita que é inocente

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pede para levá –lo ao bar mais próximo e implora ajuda para o Datena livrá – lo da prisão, que por sinal será bem longe do convívio social.

Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista


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