Revista Portal dos Condomínios - mai/jun

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O seu condomínio em revista

Distribuição gratuita Ano 09 . Nº 90 Mai/Jun de 2011

DEBATE PROVOCA, VALORIZA E INTEGRA CONDOMÍNIOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO Mais de 100 pessoas participam do Portal Debate, evento que marcou os oito anos da revista Portal dos Condomínios



EDITORIAL

ÍNDICE

Dúvidas em comum Ao final de março último recebemos uma carta, escrita a próprio punho, de um morador que tinha uma dúvida sobre determinado assunto em seu condomínio. Para nossa equipe, a surpresa foi grande, pois, com a era da tecnologia, esse contato, via Correios, é cada vez mais raro. Por outro lado, a satisfação foi maior ainda, ao refletir sobre a importância da revista Portal dos Condomínios, para os moradores de condomínios e loteamentos residenciais de Jundiaí e região. Essa importância foi reforçada no último dia 21 de maio, quando mais de 100 pessoas (entre moradores, síndicos, subsíndicos, conselheiros, zeladores e presidentes de Associação de Moradores) participaram do 1° Portal Debate, um evento organizado por esta publicação e que teve como objetivo a troca de conhecimento através de três palestras. A formatação do evento foi preparada minuciosamente para oferecer a oportunidade de interatividade entre os participantes. Durante 30 minutos de cada palestra, o público podia fazer perguntas aos ministradores. O mais importante é que seguimos uma organização impecável, desde a recepção até a mediação com os palestrantes. O que podemos perceber é a ligação direta entre o morador que nos enviou a carta de próprio punho e os participantes do evento: a

*Feira de Milão

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*Itu Casa Decor

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imensa quantidade de dúvidas que pairam *As perguntas do no ar. Independentemente se a pessoa é, hoje, síndico ou morador, muitos não têm 8 Portal Debate conhecimento de regras básicas de con*Capa: tudo o que acondomínios. E o Portal Debate pode suprir essa necessidade. 10 teceu no Portal Debate Porém, para que esse trabalho não seja deixado de lado, a partir da próxima edição *Convivência com montaremos uma nova editoria de perguntas e respostas exclusiva para você, morador de 21 os vizinhos condomínio. A cada edição, responderemos a perguntas suas que, com certeza, será a mesma 22 * UD: porta-chaves dúvida do seu vizinho, seja ele vizinho de andar, condomínio, rua, bairro ou cidade. Envie sua * A mais doce das dúvida para contato@condominioemrevista. 25 orquídeas com.br ou então ligue: 11 4522-2142. Nesta edição, cumprindo o acordado, esta26 *Crônica: a viúva mos respondendo todos os questionamentos deixados em aberto no Portal Debate. E agradecemos a participação de todos. O próximo será em 2012. O evento Portal Debate foi promovido pela reCADASTRO vista Portal dos Condomínios, com patrocínio ouro da Piacentini Administração, prata, da Jupiter DeAtenção síndico e administrasentupidora e bronze, da Impacto Administração dor. Mantenha o cadastro do de Condomínios, da LGM e da Espel Elevadores. A Associação das Empresas e Profissionais do Setor seu condomínio atualizado. Imobiliário de Jundiaí e Região (Proempi) e a AsEntre em contato com nosso sociação dos Corretores de Imóveis de Jundiaí e canal direto exclusivo para Região (ACIJUN) apoiaram institucionalmente.

você: sindico@condominioemrevista.com.br

EXPEDIENTE Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142 contato@condominioemrevista.com.br A revista é um produto da io! comunica CNPJ: 06.539.018/0001-42 www.iocomunica.com.br Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654 Designer Gráfico: Paloma Cremonesi Arte Final: Paloma Cremonesi Reportagens: Rodrigo Góes Estagiáros: Rafael Godoy e Tamara Franco Lima Colaboradores: Márcio Lestingi e Talita Rocca Tiragem: 7.000 exemplares. Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,

mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro do Portal dos Condomínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142. Site: www.condominioemrevista.com.br Twitter: @pcondominios Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento a revista.

PARA ANUNCIAR 11 4522.2142 11 4521.3670

NA WEB Portal dos Condomínios . Mai/Jun 2011

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DECORAÇÃO & DESIGN

Direto de Arquivo pessoal

Poltro

O acrílico, presente na década de 70, Por Talita Rocca Nos últimos anos, quando o assunto é design de interiores, o que mais se escuta falar é sobre uma forte tendência em releituras aos clássicos. E o que muito se viu na Feira Internacional de Milão foi exatamente isto. A troca de matérias, acabamento e cores foram assuntos chaves no evento. O arquiteto, Fabrício Novaes, esteve presente na feira e contou que não encontrou variedades de novidade, mas ressaltou o modelo de poltrona que mais lhe chamou atenção. “Em destaque falo da releitura de poltrona

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Milão:

na Plástica volta à decoração com mais elegância desenhada por Phillippe Starck, em plástico e com muitas cores vibrantes”, destaca. O trabalho dos decoradores e arquitetos é transformar aqueles móveis antigos que as pessoas guardam das décadas de XIV a XVIII. Ao laquear estes móveis com cores vibrantes, dando brilho e vida, fazem ressurgir e destacam os ambientes. Depois de virar sinônimo de peças chamativas e de cores vibrantes, o policarbonato, ou PMMA, mais conhecido como acrílico volta à decoração em pequenos detalhes que trazem charme e que fazem a diferença em qualquer

ambiente a que se tem o objetivo de dar um toque de modernidade. Basta um empurrãozinho de tecnologia e os objetos ganham formas mais orgânicas, que as distanciam das chapas transparentes e de tons vibrantes que fizeram sucesso nos anos 70 e 90. Para o arquiteto, não há restrição na hora de escolher o ambiente adequado para colocar o móvel. “Podemos utilizar em qualquer lugar da casa, isso fica a gosto do morador”, completa Fabrício. O acrílico possibilita ter uma transparência pura, diferente do vidro, além de fazer com

que a peça ganhe movimento e textura, sem perder a leveza. A Kartell, referência mundial em mobiliário de acrílico, fez uma parceria com o designer francês Philippe Starck, o qual lançou o protótipo da cadeira Mister Impossible, que une dois tipos de plásticos sem o uso de parafusos. Os valores dos produtos variam de R$ 500,00 à R$ 15.000,00, e o que define essa diferença é o tamanho, a forma e os detalhes das peças. Para fazer a compra online das peças, acesse o site http://lojakartell.com.br/

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+DECORAÇÃO & DESING

Itu abre as portas para o design Por Rodrigo Góes A cidade conhecida pelos seus exageros está sediando o Itu Casa Decor que, neste ano, tem como tema “Uma Casa Inteligente como Você”. O objetivo da mostra é oferecer soluções criativas e referências para quem quer decorar, reformar ou mesmo construir a casa dos sonhos. Esta é a segunda edição do evento e conta com 55 ambientes internos e externos. Um dos destaques é o “Terraço dos Sentidos”, das profissionais Ana Luisa Colin Talavera e Jane de Cássia Sorio. Segundo elas, “o espaço foi inspirado na concepção da vivência do dia a dia aliado à sustentabilidade. O jardim foi planejado para promover o bem-estar das pessoas que por nele se reúnem e transitam”, informam. O ambiente é reservado para entrada de deficientes físicos e idosos e dedicado para deficientes visuais. Ainda traz a ideia de desenvolvimento dos sentidos, que podem ser apreciados de diversas formas naturais, planejadas e sustentáveis. O Terraço dos Sentidos possui interatividade com os visitantes, pois a recepção é realizada pelos deficientes visuais da Instituição Escola de Cegos Santa Luzia, a qual parte da renda do evento será destinada.

Para completar, você pode visitar a choperia Giovannetti, que montou um espaço de 110 metros quadrados com cozinha completa, acompanhada do ambiente “MPB e Poesia” que funcionará aos finais de semana. A cidade de Jundiaí está representada pelos seguintes profissionais: Flavia Medina, com o ambiente “Escada Interna” e “Lounge da Saída”, Ellen Moraes e Andre Camargo, com os ambientes “Calçada da entrada” e “Jardim da Harmonia”. Para quem pretende visitar o Itu Casa Decor o ingresso custa R$ 20,00, sendo que e s t u -

Informações: Quando: até 19 de junho, quarta a sexta-feira, das 14h às 22h e sábados, dominFoto divulgação

gos e feriados, das 12h às 22h. Onde: Rua Madre Maria Clemente da Divina Providência, 152, Jardim Faculdade. Telefones: (11) 2715.0045 e 2715.0047

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dantes, idosos e crianças até 12 anos pagam R$15,00, porém é possível retornar ao evento (até o último dia, 19 de junho), sem custo adicional.


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VIVER EM

CONDOMÍNIO

Questionamentos em comum

sembleia de uma permissão para esticar os horários em datas festivas como Natal e Ano Novo, sempre obedecendo à legislação e o bom senso. Na cidade de Jundiaí ainda não temos uma lei específica para o tema, porém perturbar o sossego alheio, mediante gritaria, algazarra, abuso de instrumentos musicais, sinais acústicos, dentre outras situações, é crime previsto no artigo 42 do Decreto Lei 3688/41, passível de prisão simples, de 15 dias a três meses ou multa. O que fazer com um condômino que reclama de barulhos que não existem? PD: O ideal em caso de reclamações é que sejam formalizadas por escrito, se possível informando dia da semana e horários em que estes acontecem. Desta forma o síndico e mais uma testemunha podem ficar no apartamento do reclamante e constatar a existência ou não de tais barulhos.

Fotos: Paloma Cremonesi / Tamara Franco Lima

Cumprindo o acordado durante o evento Portal Debate 2011, realizado no último dia 21 de maio, a equipe da revista Portal dos Condomínios solicitou aos palestrantes para que respondessem as perguntas que não puderam ser solucionadas no dia.

anotados no livro de entrada o nome, o RG e a unidade visitada. Ainda é possível instalar uma câmera a baixíssimo custo e assim registrar as fotos dos visitantes. Essas medidas de controle mais exigente na portaria irão diminuir a clientela das moças e pos-

Em consequência da grande de demanda por pedidos deste tipo de serviço, a partir da próxima edição criaremos uma nova editoria na revista para você solucionar as dúvidas do seu condomínio. Envie já sua pergunta para: contato@condominioemrevista.com.br ou ligue para 11 4522-2142.

sivelmente elas irão procurar um novo endereço para se estabelecerem. Importante lembrar que não é possível expulsá-las, pois são proprietárias, e que as medidas de portaria devem valer para todos, sem exceção.

Tenho uma unidade onde há duas prostitutas que “trabalham em casa”, ou seja, atendem os clientes. O que fazer para expulsa-las da casa onde são proprietárias? Portal Debate: Casos como esse são muito delicados, pois fragilizam a segurança e desvalorizam o condomínio. O ideal em situações como essas é investir no “constrangimento” dos clientes das moças, isso pode ser feito tornando-se mais severas as normas de portaria. O síndico tem poderes para determinar que todos os visitantes sejam obrigados a apresentar o documento de identidade e sejam

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No final do ano os condôminos solicitaram se podiam fazer comemorações até 1h da manhã. Atendi à solicitação, porém teve um condômino que solicitou às 00h20 que parassem. Qual procedimento eu deveria adotar? PD: Primeiramente é necessário verificar a Convenção ou Regulamento Interno do Condomínio para saber se existe e qual o horário determinado para guardar silêncio. Exemplo: das 22h às 6h de segunda a sexta feira e das 23h às 8h aos sábados, domingos e feriados; deve-se verificar também se o síndico tem poderes para autorizar a mudança desse item da Convenção. O ideal seria a aprovação em as-

O poder legislativo do município de JundiaíSP aprovou a lei da coleta seletiva do óleo de cozinha (falta aprovação do poder executivo). Quais as normas e procedimentos para depósito e armazenagem no condomínio? PD: Referida questão trata do Projeto de Lei 10.436 da Câmara Municipal de Jundiaí. Este Projeto não especifica como os condomínios deverão proceder para armazenagem do óleo de cozinha, desta forma seria prudente que a administração condominial discuta em assembleia sobre a intenção de aplicar um programa de coleta seletiva de óleo, formando uma comissão de interessados para analisar, estudar e colocar em prática esta coleta. É possível ainda esta comissão entrar em contato com a Prefeitura Municipal de Jundiaí, através da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, e requisitar informações para implantação deste programa de reciclagem no seu condomínio. A Associação de Moradores pode assumir o lugar do síndico? PD: O Código Civil em seu artigo 1348 §2º determina que: “o síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário da Convenção”. Baseados na interpretação deste artigo muitos entendimentos são favoráveis a que uma pessoa jurídica possa assumir o lugar do síndico. Tenho no condomínio uma velocidade permitida por carro de 10km/hora. Isto não é respeitado e, quando notificado, o condômino alega que eu não posso provar tal atitude. Como devo agir? PD: Sim, seria difícil provar, aferir a velocidade trafegada pelo condômino, pois necessitaríamos de um radar fixo ou móvel, porém, 10km/hora é uma velocidade muito baixa, perceptível ao olhar humano e qualquer excesso é evidentemente. Trata-se de


uma questão complexa e deve ser provada por testemunhas que não sejam o vigilante, porteiro ou outro funcionário do condomínio. Deve-se buscar o testemunho de outro morador, pois o condômino pode alegar a perseguição deste ou daquele funcionário do condomínio. Qual o quórum qualificado para se autorizar cobertura da garagem? PD: A cobertura de vagas de garagem em condomínios pode ser classificada como uma obra útil, uma vez que ela aumenta ou facilita o uso do imóvel. Dessa forma o Código Civil em seu artigo 1.341 inciso II determina que ela seja aprovada por maioria dos condôminos, mas há que se observar a convenção do condomínio que pode exigir quórum maior. Telefone externo coletivo pode ser cortado por inadimplência? PD: A utilização das áreas e equipamentos comuns do condomínio não podem ser objeto de restrição de uso em razão do inadimplemento da contribuição condominial, embora quando se tratar de serviços que possam ser individualizados e a inadimplência se refira especificamente a estes, a jurisprudência tem entendido pela possibilidade de corte. As novas regras que abordam o sistema de interfonia com sinal sonoro para incêndio e os

corrimões contínuos na caixa de escada serão itens de reprova para o AVCB agora ou no futuro? PD: As regras do sistema de interfonia com sinal sonoro para incêndio e os corrimões contínuos na caixa de escada tratam-se de medidas contidas nas Instruções Técnicas determinadas pelo Corpo de Bombeiros e portando devem ser instituídos pelos condomínios como medidas para aprovação do AVCB. O ex-síndico retirou o portão tipo “gaiola” sem aprovação dos condôminos. Isso pode ocorrer? PD: Segundo a Lei, cabe ao síndico “diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns”. Assim o síndico teria o poder de promover pequenas alterações visando o escopo descrito. Caso essa alteração tenha modificado a fachada do condomínio ou comprometido sua segurança a assembleia de condomínio pode determinar que o portão seja reinstalado. Posso proibir o estacionamento na rua para condôminos que superam suas respectivas quantidades de vagas? PD: Em condôminos fechados a questão é facilmente resolvida com uma alteração no regulamento interno que pode ser aprovada por maioria simples dos presentes. Em se tratando de loteamento fechado a questão é mais polêmica, pois embora o lote-

amento seja fechado, as ruas são públicas e cabe ao poder público regulamentar o estacionamento dos veículos nestas vias. É possível aprovar em assembleia algumas normas e procedimentos sem que se precise alterar a convenção, já que é grande a dificuldade para se aprovar mudanças na convenção? PD: Para alterar a convenção é preciso sempre observar os quóruns determinados nesta, no entanto para assuntos não constantes na convenção e que possam ser passíveis de inclusão no regulamento interno, basta a aprovação em assembleia por maioria simples dos presentes em segunda chamada. Como aferir o barulho e saber se a reclamação é justa ou não? PD: A melhor maneira de aferir barulho é utilizando um aparelho eletrônico chamado decibelímetro que mede os famosos decibéis, mas isso poderia requerer um serviço profissional e talvez não seja o ideal para o condomínio contratar um técnico a cada vez que recebe uma reclamação de barulho. Melhor seria em caso de reclamações é que estas fossem formalizadas por escrito, se possível informando dia da semana e horários em que os barulhos acontecem, desta forma o síndico e mais uma testemunha podem ficar no apartamento do reclamante e constatar a existência ou não de tais barulhos e sua intensidade.

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Vedovelli iniciou o evento e percebeu que muitas pessoas não tem conhecimento sobre o AVCB Por Márcio Lestingi A equipe da agora revista Portal dos Condomínios comemorou no último 21 de maio oito anos de sua fundação – dos quais sete como jornal - e presenteou seu público leitor formado por moradores de condomínios, síndicos, subsíndicos, zeladores, presidente de Associação de Moradores e prestadores de serviço com o evento “Portal Debate: I Encontro Regional de Síndicos’’ de Jundiaí e região”. O objetivo dos organizadores foi trazer, através de um ciclo de três palestras de uma hora de duração cada, a melhor informação a quem luta pelas boas práticas de administração de seu condomínio e se depara com problemas como a renovação do AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – a fragilidade do nível de segurança dos moradores e visitantes, ou as recorrentes questões polêmicas que ressurgem das cinzas, como Fênix, para pautar as assembleias e causar alguma turbulência nos bate-pa-

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pos de elevador. O “Portal Debate” foi o primeiro evento promovido pela revista Portal dos Condomínios e recebeu o patrocínio ouro da Piacentini Administração, prata da Júpiter Desentupidora e bronze, da Impacto Administração de Condomínios, da LGM e da Espel Elevadores. A Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região (Proempi) e a Associação dos Corretores de Imóveis de Jundiaí e Região (ACIJUN) apoiaram institucionalmente. Toda a organização foi impecável, com a programação para cada palestrante ministrar o seu tema durante 30 minutos, restando outros 30 para perguntas e respostas. O objetivo foi deixar o evento dinâmico e interativo. O único momento de ‘quebra de protocolo’ foi na última palestra, quando o público consentiu em receber mais informações valiosas dos palestrantes. A primeira palestra foi sobre a importância

do AVCB nos condomínios, ministrada pelo cabo da Polícia Militar do estado de São Paulo, Ghoren Vedovelli, para os mais de 100 presentes no auditório principal do Hotel Serra de Jundiaí. O grande interesse despertado por esse tema fez o bombeiro usar todo o tempo extra de debate, mais o chorinho do café para responder as 22 perguntas coletadas e matar a sede de conhecimento dos vorazes presentes. Segundo ele, o índice de aprovação das vistorias em Jundiaí ficou abaixo de 20% em 2010, de forma que as explicações de Ghoren trouxeram aos presentes a certeza de que os responsáveis por construções e manutenções prediais em condomínios ainda têm um longo caminho a percorrer para que os sistemas de combate a incêndio sejam plenamente confiáveis e para que sejam usadas a contento as boas práticas como formação de equipes de brigada de alta performance, uso do conceito de compartimentação e desobstrução das rotas de

Fotos: Paloma Cremonesi / Tamara Franco Lima

Capa


Todos ganharam uma sacola retornável da revista com brindes, como Fernando Prado, do Alto di Felicitá

fuga. Abaixo seguem os principais pontos de importância na consecução e na renovação de uma AVCB: “A importância do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) nos condomínios” Cabo da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Ghoren Vedovelli AVCB – Projeto, execução e vistoria “É incrível, mas muitos síndicos não sabem nem o que é o AVCB”, escancara em suas primeiras palavras o cabo Vedovelli. Por isso, caro leitor, mantenha a atenção às linhas seguintes, pois o fogo camoniano que arde sem se ver começa a se propagar quando a desinformação é a principal barreira ao sucesso de uma gestão condominial. O primeiro passo para se obter o Auto é aprovar junto à área técnica do Corpo de Bombeiros um projeto do sistema de prevenção e combate a incêndio, assinado por um engenheiro ou arquiteto especializado em segurança, de acordo com o disposto no novo decreto estadual 56819/2011 – que entrará em vigor a partir de 15 de junho e institui o regulamento de segurança contra incêndio das edificações e áreas de risco e substitui o decreto estadual 46016 - e nas Instruções Técnicas 01 a 38 de 2004 (a Instrução Técnica 01/04 é a que trata dos procedimentos administrativos e a forma de apresentação de plantas arquitetônicas e memoriais descritivos que compõem o projeto). O projeto deve apresentar todo o dimensionamento dos sistemas e equipamentos de combate a incêndio, visando proteger a vida dos ocupantes das edificações e permitir um acesso rápido e adequado dos bombeiros nas situações de emergência. “O que todos esquecem é que o prédio ou condomínio deve ser seguro para o morador, mas também seguro e funcional para o bombeiro poder trabalhar numa emergência”, explica Ghoren acrescentando que em Jundiaí há dois prédios que atualmente não permitem o acesso das viatu-

ras e que precisam urgentemente ser reformados e adaptados às exigências técnicas e legais. Aprovado o projeto, o solicitante deve executá-lo e só então entrar com o pedido da vistoria para fins de concessão do AVCB (em seu condomínio, somente o síndico ou a administradora condominial estão habilitados para tal). Network - encontro serviu O cabo do Corpo de Bombeiros explipara troca experiências durante recepção e coffee break ca que os decretos estaduais que regulamentam a atividade de fiscalização dos sistemas de segurança e determinam seus requisitos mínimos dos sistemas têm sido atualizados a cada dez anos, desde o primeiro de 1983. “O último e recém lançado decreto teve uma inovação em sua lógica, buscando o envolvimento de mais profissionais, a restrição a alguns riscos em função de acidentes recentes no Estado de SP e foco maior na prevenção, que é a filosofia da instiA frente da mediação, tuição”, ensina Vedovelli. Marcel Piacentini Um projeto padrão deve conter com Rodrigo Goes (Portal dos como elementos básicos a sinalização Condomínios) das rotas de fuga, o dimensionamento das saídas de emergência, do conjunto de extintores e de hidrantes (algumas edificações são isentas desse sistema) e da iluminação de emergência. “Cada edificação vai exigindo um critério a mais”, acrescenta o policial ao apontar que num condomínio comercial a aprovação do projeto pode pedir uma escada pressurizada Aguardando o início do evento, nas rotas de fuga. “Não havendo a concorToshio Ishikawa acompanha o conteúdo da revista Portal dos dância com um ou mais itens do projeto, o Condomínios Corpo de Bombeiros aponta a irregularidade e indica qual norma deve ser seguida para sua aprovação. “A prevenção é fundamental para que haja o perfeito funcionamento do sistema e os responsáveis pelas edificações devem testar constantemente os equipamentos”, afirma Ghoren relatando que essa é a principal falha dos síndicos e administradores constatada na ocasião do pedido de renovação do AVCB.

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Extintores de incêndio São equipamentos para combater princípios de incêndio. “Fugiu da capacidade do extintor, temos que usar o sistema hidráulico, o sistema de hidrantes. Se conseguirmos debelar as chamas no início, apenas com os extintores, já teremos solucionado um grande problema. E pra que isso ocorra, nós temos que ter os extintores em perfeito estado de funcionamento”, afirma o cabo. Os extintores que ficam em ambientes externos devem ser protegidos das intempéries para que não se degrade rapidamente ou perca sua funcionalidade antes do término do prazo de validade. No corpo do cilindro deve-se observar a identificação da empresa responsável e o selo do INMETRO, que significa que, pelo menos, por uma fiscalização esse equipamento já passou. É obrigatória a colocação de um anel de plástico com o ano da recarga junto ao gatilho do extintor, para evitar que o mesmo seja levado para a recarga e volte somente pintado. É importante verificar se os dados da empresa descritos no selo do INMETRO batem com os que a mesma forneceu na contratação do serviço e também deve inspecionar o manômetro com frequência. Antes de entregar os extintores para a recarga, descarregue-os para que se não se perca a

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Os presentes puderam conhecer um pouco mais da história da revista

prática no uso do equipamento. “O extintor não pode se um tabu ou um mistério para a pessoa que vai utiliza-lo”, conclui Ghoren. “Antigamente, muitas edificações queimavam com seus extintores e hidrantes intactos, sem serem utilizados”, completa. Por isso existem os treinamentos de brigada, que foram criados com o intuito de capacitar as pessoas para correto uso dos extintores, hidrantes e demais equipamentos de combate a incêndio. Brigada de Incêndio A brigada é mais um artifício de prevenção dentro do condomínio e é regulamentada pela Instrução Técnica 17/2004, disponível nos sites

(www.ccb.polmil.sp.gov.br ou www. bombeiros.sp.gov.br). “Antigamente quem fazia a inspeção de todos os equipamentos era o bombeiro, hoje é o brigadista”, explica Vedovelli. O curso de brigada inclui em sua parte prática noções básicas de combate a incêndio e primeiros socorros, enquanto que na parte teórica são vistas matérias como teoria e propagação do fogo, classes de incêndio, métodos de extinção, ventilação, agentes extintores, análise de vítimas e reanimação cardiopulmonar. Nos conteúdos desses treinamentos o que importa não são só as técnicas de uso e manuseio de equipamentos de combate a incêndio, mas também medidas preventivas. “O pessoal faz a instalação de vários equipamentos sem planejar adequadamente a operação e sem dimensionar a fiação elétrica para recebêlos”, ensina Ghoren, para explicar que é papel do brigadista fazer as inspeções de rotina das instalações para que não haja risco de incêndio por superaquecimento dos fios. Outra verificação importante é a do nível de ventilação dos equipamentos e a orientação para que os condôminos não deixem panelas no fogo sem ninguém por perto. “Se a gente consegue eliminar esses problemas na prevenção, a brigada nunca vai atuar efetivamente no combate a incêndio, o que seria ótimo pra gente. Mas se


Sebastião (Impacto) e Alípio (Espel) estreitam relacionamento

houver a falha e o incêndio por qualquer motivo, o brigadista deve ter o conhecimento para utilizar o equipamento correto para cada tipo de fogo”, conclui Vedovelli que ainda ensina que, nos condomínios, deve participar do grupo todos os funcionários e uma pessoa por andar. “O dono não precisa participar. Pode ser a empregada desde que fique constantemente no apartamento. Crianças e idosos podem participar como ouvintes e porteiros terceirizados também devem participar. Para condomínio horizontal não é obrigatório, mas é recomendável ter a brigada de incêndio” arremata Ghoren, para apagar todas as chamas de dúvida sobre quem deve participar. O cabo da polícia também alerta que a validade da brigada é anual e que os condomínios só aparecem para renová-la quando o AVCB está para vencer. Por isso, uma obrigatoriedade legal e uma boa prática é reciclar a equipe da brigada anualmente, para que um número cada vez maior de pessoas esteja capacitado nas técnicas de prevenção. Vedovelli ainda salienta que o atestado de formação de brigada de incêndio, pelo texto da instrução técnica 17/2004, deve ser retirado seis meses antes da data do protocolo de vistoria e que os síndicos e administradoras estão chegando atrasados e evidenciando falhas no planejamento e no conhecimento da legislação.

ele adianta que os bombeiros já estão aprovando as atuais vistorias com a ressalva de que, na próxima, este sistema de alarmes nos interfones deva ser adotado.

Interfones com função de alarmes Um prédio residencial, por legislação, fica isento do sistema de alarme de incêndios, mas isso não quer dizer que ele não deva usar a central de interfones em substituição, que deve ser planejada e adequada. “Não é correto, numa emergência, o porteiro ficar ligando de apartamento em apartamento para avisar a todos para saírem. Não funcionaria e não daria tempo para avisar a todos”, explica Ghoren. “O correto seria que o porteiro, através de um código ou botão em sua central, pudesse disparar todos os interfones ao mesmo tempo, e que essa função fosse passada no treinamento da brigada”. Por isso,

Novidades do novo decreto – Bombeiros agora reprovam instalações elétricas Até maio desse ano, os bombeiros se utilizavam de 38 instruções técnicas para ampará-los nas vistorias dos sistemas de prevenção e combate a incêndio. Com o advento do novo decreto, 10 novas instruções serão acrescidas e a novidade é a que os bombeiros poderão agora inspecionar as instalações elétricas e reprovarem os condomínios que oferecerem risco por baixa qualidade ou irregularidade nessas instalações. Por isso é importante ter sempre a mão o projeto da instalação elétrica respeitando a NR 10 – norma regulamentadora de segurança em instalações elétricas - com a ART feita por engenheiro responsável e registrada no CREA. Sacadas e espaços gourmet – Perigo por falta de compartimentação As sacadas gourmet – a utilização da sacada como extensão da sala – bastante comum em São Paulo, já preocupam também o Corpo de Bombeiros de Jundiaí, porque ao se fazer a exten-

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são da sala até a sacada, envidraçando a mesma e levando-se móveis e materiais de decoração, se perde o efeito de prevenção por compartimentação – as janelas devem distar, por norma, no mínimo, 1,20m, de um andar ao outro - ou seja, a propagação do fogo se dá muito mais rapidamente em caso de incêndio. “Isso o Corpo de Bombeiros não está permitindo. O que se permite é a construção do espaço gourmet - geralmente uma área comum do prédio – e seu mobiliamento com materiais incombustíveis, ou a sacada gourmet, legalmente envidraçada, porém com alguns cuidados. Em ambos os locais deve-se evitar cortinas e sofás, mesas e cadeiras de plástico ou de fibra natural ou piso de madeira, e permite-se o uso de materiais de classe 1, que não pegam ou propagam fogo”, atesta Ghoren. Laudo de estanqueidade da central de gás – renovação anual obrigatória Esse é o item mais esquecido pelos condomínios. Pela legislação, cada edifício deve apresentar anualmente um laudo técnico de estanqueidade de sua central, seja de gás natural ou central predial, emitido através de ART do responsável técnico do fornecedor ou de empresa com especialista devidamente capacitado para essa finalidade. Se o condomínio estiver com o AVCB em dia, mas não apresentar evidências de que renovou anualmente sua brigada e o laudo de estanqueidade, ou não inspecionou anualmente suas mangueiras e hidrantes, bem como não fez manutenção nas portas corta-fogo, caracterizará abandono do sistema de combate a incêndio e, além de ter colocado a vida dos moradores em risco, não atenderá as exigências das seguradoras em caso de um grave sinistro. Condomínios de casas precisam de AVCB? Pela legislação, condomínios de casas ou com área construída menor que 750 m2 não são obrigados, mas Ghoren recomenda que se mantenha e se renove periodicamente a brigada, como uma

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boa prática. Outra boa dica é que, para qualquer reforma ou alteração na arquitetura do condomínio – horizontal ou vertical, seja uma mudança de layout nas garagens, seja a construção de uma nova área comum, deve-se realizar uma consulta técnica ao Corpo de Bombeiros, para que se providenciem as alterações adequadas para manutenção do AVCB. Conclusão Entre vistorias e revistorias, os bombeiros fazem em Jundiaí certa de 900 visitas por ano em empresas e prédios públicos, industriais e comerciais, sem contar as dos condomínios residenciais. De maneira geral, os principais motivos de reprova dos AVCBs são a falta de brigada constituída, falta de fiscalização e inspeção anual das mangueiras e hidrantes – o que inclui os testes hidrostáticos - falta de manutenção nas portas corta-fogo, falta de recarga dos extintores, queda na sinalização de emergência, obstrução das rotas de fuga com lixeiras, bicicletas e outros itens que ali colocados como se fossem um depósito, e a falta de manutenção nos sistemas como uma etapa precedente à vistoria. ”Recentemente cheguei num condomínio e todos os extintores tinham sido levados para recarga, sem rodízio e sem respeitar as especialidades do equipamento por risco associado. Nesse caso, já fizemos de cara a reprova da vistoria”, conta Ghoren. Outro fator importante para eliminar ou mitigar os riscos de incêndio é o bom senso e a atenção redobrada, pois as duas últimas ocorrências lembradas pelo cabo foram causadas por esquecimento de panela de pressão no fogo e de ferro elétrico, também esquecido, ligado. A contrapartida positiva é que, apesar do longo trabalho a ser feito, Vedovelli denota que o nível de conscientização e informação dos síndicos sobre sistemas de combate a incêndios melhorou muito com a parceria das administradoras e com a própria experiência profissional dos mesmos, que quando assumem a posição de administrador de seu condomínio, já participaram de brigadas de

incêndio em suas empresas. Para os churrasqueiros de fim de semana que não querem ficar sem as sobrancelhas, Ghoren recomenda que se usem critérios mínimos de segurança, deixando os líquidos inflamáveis tampados e distantes do fogo e do calor – é este líquido que se vaporiza e incendeia - e que se acendam as churrasqueiras ou lareiras com o álcool gel ou com as pedras de acender. “Evitem jogar o álcool direto no carvão e, especialmente, nas churrasqueiras a bafo, que são ambientes propícios a ocorrência de pequenas explosões”, finaliza o cabo. “Segurança Condominial”, com Paulo Sérgio Martins, delegado de polícia, vereador pelo PV, e pós-graduado em segurança pública e privada “O que você espera quando vai procurar um condomínio? O básico é a segurança”, afirma Paulo Sérgio Martins, delegado de polícia, vereador pelo PV e pós-graduado em segurança pública e privada, ao iniciar sua palestra. “É a tranquilidade, é o sossego”, continua o delegado, chamando a atenção para o fato de que não há bem-estar condominial sem segurança, e emenda sem receio de polemizar: “O que é que a gente tem visto aqui? As construtoras e as empreendedoras estão mais preocupadas com o aspecto arquitetônico, que com o da segurança em si.” Durante sua exposição, o delegado mostrou com fatos, números e fotos que o momento é de readequação das estruturas prediais e dos procedimentos de portaria e de vigilância para atendimento aos requisitos mínimos de segurança. A boa notícia é que muitas das ações custam pouco, podem ser implantadas imediatamente e lhes garantirão dezenas de horas de sono a mais no fim do ano. “O problema da segurança dos condomínios em Jundiaí não está alarmante, está num nível altamente controlável, mas muita coisa tem que se feita em termo de prevenção”, explica antes de destacar os seguintes tópicos:


Distribuição gratuita Ano 01 . Nº 02 Mai/Jun de 2011

Por Talita Rocca Todos têm sonhos diferentes, mas o da casa própria é algo comum entre os brasileiros. Antigamente era muito difícil adquirir um imóvel, mas com tantos recursos existentes está cada vez mais acessível. O governo lança inúmeros projetos que facilitam o financiamento, como o “Minha Casa Minha Vida”. O crédito imobiliário é uma modalidade de financiamento que viabiliza a compra de um imóvel, o qual pode ser pronto, um lote ou terreno urbano ou até mesmo a construção de uma casa. Os bancos têm vários planos de financiamento para atender a sua necessidade e um dos mais procurados é a opção de utilizar o FGTS, o qual exige alguns pré-requisitos, sendo eles: - O adquirente não poderá ser detentor de financiamento ativo do SFH – Sistema Financeiro da Habitação – em qualquer parte do território nacional, na data de aquisição do imóvel; - A cota de consórcio utilizada para a aquisição do imóvel deverá estar em nome do trabalhador, titular da conta vinculada a ser utilizada; - O adquirente não pode ser proprietário, promitente comprador, usufrutuário ou cessionário de outro imóvel na mesma localidade ou no local onde exerce a sua ocupação principal, incluindo os municípios limítrofes ou integrantes da mesma região metropolitana, na data de aquisição do imóvel; - O titular da conta deverá contar com três anos de trabalho sob o regime do FGTS na mesma empresa ou em empresas diferentes; - O imóvel adquirido por meio de consórcio deverá ser residencial

shutterstock - Sergej Khakimullin

O sonho da CASA PRÓPRIA está próximo de se realizar

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urbano e estar registrado no cartório competente em nome do trabalhador titular da conta vinculada; - O valor máximo de avaliação do imóvel, na data da aquisição, não pode exceder a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) [valor vigente em março de 2010]. Segundo o economista e corretor de imóveis, Fernando Pereira, existem vários tipos de financiamento imobiliário. “O financiamento depende do tempo que o comprador irá morar no imóvel”, diz. Dois exemplos de financiamento são: Financiamento com taxa de juros fixa: Financiamento com taxa de juros que nunca se altera durante o período do pagamento do empréstimo. As únicas alterações são os impostos sobre propriedade e o pagamento do seguro, ambos incluídos nas parcelas. A duração de financiamento pode ser de 15, 20 ou 30 anos. Financiamento com taxa de seguro variável: Um financiamento com taxa de juros variável possui taxas que variam de acordo com o mercado. Geralmente no início as taxas são mais baixas em relação a taxa de financiamento fixo, porém não oferece a estabilidade e nem a segurança de um financiamento com parcelas fixas. Para o economista, a vantagem de cada financiamento está no tempo que o comprador pretende morar no imóvel. “O financiamento com taxa de juros fixa é vantajosa quando a pessoa que adquire o imóvel pretende ficar bastante tempo com esse imóvel, caso contrário, o financiamento com taxa de juros variável é mais vantajosa”, explica. Para os imóveis ainda em construção, os bancos financiam no máximo 80% do valor do imóvel e os 20% restantes são feitos diretamente com a construtora. A entrega das chaves geralmente é realizada após a quitação desses 20%. Para imóveis já prontos é necessário quitar os 20% com o banco e financiar os 80% restantes.






etores de sociação dos corr as a ar nd fu ra pa u porção azul do cé ade e atual síndico papa da humanid a um pedacinho da ro ar ei ug im al pr já o , o ou dr eg nvolvimento da São Pe Mal ch lamentação e dese a audiência com gu um re ra de di o pe et o, oj ss pr di u s ar se ço imobiliário nuvens. Ante - para lhe apresent m melhorar o espa po ria lim de O po do as n at so lib ai fe ar casas para etores ne do condomínio M ra conseguir alug m chamados corr pa bé í m ia ta nd os Ju o m em co ta a muitas sua lu nova profissão e de Pedro já observar brar a Pedrão de g m le Bi . u iro iso ne ec ja pr de m ião, ne nculos e chuvas dos céus. Na ocas as pelas terríveis e construía seus ví ad ia ig uz br nd sa co de o ilo çã m ra co do São Ca o procurasse. De homem de grande famílias carentes forma como este da semana de quem a o o im dã áx go m al to de en lo ev al no a, já tinha sido vezes de seu caste alquer café inform mpo empreendedor te qu o do m es an m rm ao fo e, ns a tra us mesmo valores. nversa conciliador relacionamentos, e defensoras de se presença e sua co as es ic pl ét sim s, a ia su ár ili e, ob qu po – dos cúmulos várias im tal forma aparecimento de não por muito tem o as ar m iv rano – nt a be ce ad so in r ug ga ra al fração , a nave suficiente pa , em outras terras transformara sua ra já va lso le o Ce , as já po ad as m m ci te às ciên a das ca Sem perder do céu. Se o culto ou rebatizasse um ia se nc as lê in ce m ex do , de utra ro N e ou jornal Diário das nimbo em um cent entre uma chuva os . Na redação do seria surpresa se, pl o vo em nã , ex eo is ân do r rr da ite para roçados com o no pelo Med ou imobilisfera, só ãozinho estão alvo Jo ra o fe os ijã et Fe rr de co s de Pé da da atmosfera po e os acionistas ato de que o Olim bo um e se formar. rr a a co , eç ns m ve vens que co nu de o çã ca lo e mercado de venda

Por Márcio Lestingi Esta pequena narrativa é uma tentativa de descrever o que teria feito Celso José Coelho em sua nova casa, desde que descansou desse mundo, no último 26 de julho. Sua obra como corretor de imóveis, sócio-fundador da Imóveis Mediterrâneo, associado, diretor e presidente em várias gestões da ACIJUN – Associação dos Corretores de Imóveis de Jundiaí e Região- pai, amigo, marido e avô, bem como incentivador das boas ideias, dos sonhos e da união da classe dos corretores, permanecerá por gerações e gerações. “O Celso deixava coisas da vida particular para cuidar de coisas do mercado”, relata Marcel Piacentini, sócio-fundador da Imóveis Piacentini, relembrando do dia em que decidiu abrir o seu empreendimento e foi até a Mediterrâneo para pedir algumas dicas ao Celso. Muito jovem

e cheio de dúvidas sobre o melhor caminho a seguir, Marcel foi surpreendido pela atitude gratuita de parceria e acolhimento: “O Celso parou o que estava fazendo e pediu para sua secretária trazer toda a lista de documentos necessários para se abrir uma imobiliária, explicando logo em seguida o que significava e como eu procederia para melhor obter cada um deles.” Marcel conclui destacando que as grandes bandeiras do renomado corretor foram a idealização da Rede Imobiliária de Jundiaí, a luta pela profissionalização do corretor de imóveis e pela ética nas suas relações com o mercado, e o empenho na exclusividade na captação dos imóveis. Celso estava há 32 anos na profissão, dos quais 29 anos com a Mediterrâneo e seu trabalho de construção e formação da classe não parava nem por um dia sequer, podendo-se

dizer que era quase um trabalho de brigada dos corretores. Thiago Zeita, seu filho que trabalha ativamente há um ano e meio na alta administração da imobiliária lembra que seu legado era fruto de um caráter agregador e coletivista: “Meu pai sempre foi um idealizador e sempre gostou de capacitar pessoas pro meio. No começo, quando não havia formação para corretores, fez muitos cursos no SECOVI e no CRECI e procurou trazê-los para Jundiaí”. Sem perder o fôlego, Thiago ainda emenda:“(O Celso) sempre quis tornar a parte de corretagem algo visualmente bom, deixando de lado a imagem de que o corretor era uma pessoa aposentada, folgada, que fazia um trabalho fácil.” Na equipe da Mediterrâneo, todos ali aprenderam muito com ele. Camila Forner, atual braço direito de Thiago e, coincidentemente, filha de Portal de Imóveis . Mai/Jun 2011

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Patrícia Forner, a grande assessora de Celso nos primeiros anos da imobiliária, conta que o saudoso chefe era muito detalhista: “ A gente sempre conferia e reconferia uma coisa mil vezes antes de entregar para ele”, e aprofunda: “Ele sempre gostou muito de gráficos e relatórios e ele batia os relatórios de todo mundo. Todo mundo dizia que ele era estourado, mas como sempre foi uma pessoa muito aberta, ele conseguira tirar o melhor de cada um.” Na ACIJUN não foi diferente. Andréa Donofre, sua assessora direta na Associação durante o último ano e meio conta com os olhos marejados que Celso era uma pessoa corretíssima e ao mesmo tempo exigente no trabalho: “Ele me ensinou muita coisa. Sempre me falava para eu levar meu caderninho, para anotar o que ocorreu nas reuniões e para ser mais organizada”, e ainda

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revela: “Ele sempre foi muito amigo. Na hora de serviço era uma coisa. Seis horas da tarde, o Celso era o amigo. ‘Se você precisar de mim, estou aqui para te ajudar.’ Mas aqui na Mediterrâneo, se ele percebia que algo não ia bem, a qualquer hora do dia, chamava você pra conversar e para mostrar que tava do seu lado.” Andrea conta que a retomada da presidência na ACIJUN, em dezembro passado, não foi uma tarefa fácil. “Ele até falou pra mim: - Vou desistir da ACIJUN porque um sozinho não faz nada. E aí ele foi reeleito novamente no fim do ano.” Desde então, Celso trabalhou para colocar no ar o portal da entidade e buscar uma sede própria. “A ACIJUN era a menina dos olhos dele. Era tudo aqui. E nós tínhamos que sair para ter uma sede própria”, explica Andrea, arrematando que a entidade foi transferida para a imobiliária

de um dos diretores atuais, em uma sala alugada: “O projeto que ele tinha sempre foi montar o portal da ACIJUN, organizar a diretoria e montar o baile dos corretores de imóveis”. Thiago lembra o papel importante da Associação na vida do pai: “Celso sempre brigou muito pela ética da profissão, para tentar unir os corretores, para tentar fazer um segmento forte, trabalhando de graça na ACIJUN. De graça.” Acreditando que os corretores devem fazer sempre um trabalho ético, honesto e assessorar o cliente até o final, Celso deixará saudades na família, na Mediterrâneo, nos amigos da ACIJUN, no CRECI e em todo o mercado imobiliário que participou de seus bailes, sua reuniões, seus eventos, que tomou um café, um conselho ou que passou a dividir com o mesmo um grande sonho.



O cenário dos roubos e furtos nos condomínios em Jundiaí Segundo o delegado, ocorrem em Jundiaí de três a quatro roubos e assaltos a condomínios por mês, o que representa cerca de um por semana. Participaram ativamente para a construção recente dessa estatística duas quadrilhas de Campinas que agiam premeditadamente em Jundiaí e a principal invasora das portarias da região, conhecida como “a gata do condomínio”, uma bela moça que se fingia amiga dos porteiros para obter livre acesso ao espaço condominial. Felizmente, as duas quadrilhas foram desmanteladas e a “gata” está presa em Tupã-SP, após confessar a execução com sucesso de mais de 30 roubos. Enquanto Paulo Sérgio tranquilizava os presentes ao dizer que a situação em Jundiaí é altamente sob controle, sua assessora exibia um vídeo de uma reportagem exibida no ano pas-

delegado de polícia o levou a saber qual o custo do favorecimento do estilo, da estética e da beleza em detrimento da segurança em condomínios e residências. “Quem não tem nada a esconder, não tem problema em deixar seu RG, seu CPF, para que todos saibam quem é”, explica o especialista em segurança, ao ensinar que o primeiro passo na readequação dos atuais sistemas de segurança e prevenção de roubos nos condomínios

sando, no telejornal Bom Dia Brasil. Os apresentadores informavam que as grades e câmeras já não são suficientes para intimidar os ladrões e que sua engenhosidade os levava a encontrar brechas na segurança, seja vigiando os moradores, seja fazendo amizade com prestadores de serviço externos ou mesmo com os próprios funcionários do condomínio, e até mesmo obtendo e clonando um controle remoto, ou decorando os nomes dos diferentes porteiros, em cada turno. A mesma reportagem mostra que, segundo a polícia, os ladrões estão migrando de outras práticas criminosas para esse tipo de furto. Em um golpe recente, duas mulheres convenciam o porteiro de que eram amigas dos moradores e entravam facilmente no prédio. Em outro, ambos na cidade de São Paulo, os bandidos aproveitavam os poucos segundos enquanto o portão fechava para render os moradores. Para mostrar o baixo preparo dos condomínios na prevenção, nesse exato momento Paulo pergunta à platéia quem tem portão-baia ou eclusa em seu condomínio e descobre que apenas quatro dos mais de 100 presentes os possuem. A sua experiência de mais de 35 anos como

é uma identificação total e irrestrita de todos que adentrarem no espaço condominial. A prevenção, entretanto, vai além das portarias. Antes de chegar ou sair de casa, recomenda-se observar os arredores e ver se não há pessoas estranhas. Na dúvida, dêem uma volta no quarteirão. Durante viagens, uma dica é pedir para um vizinho recolher as cartas e jornais deixados no imóvel e, em geral, não deixar que objetos de valor sejam vistos por quem está na rua. Isso chama a atenção dos criminosos. O papel da prevenção A reportagem do Bom Dia Brasil mal acabara de informar que em mais de 90% dos assaltos os ladrões entram pela porta da frente, Paulo Sérgio já emendou: “Muitas vezes se investe no equipamento, mas se esquece do treinamento. No caso da “gata” houve a falha no preparo técnico dos profissionais, do porteiro e do vigilante. Ela cumprimentava o cara, chamava o porteiro pelo nome e usava sua beleza para atrair a atenção do porteiro. Depois falava que ia no 52 ou em qualquer outro apartamento e facilmente passava”, conta o delegado e completa com a histó-

Mudança de cultura e treinamento foram destaques da palestra sobre segurança

ria por outro aspecto polêmico: “Aqui em Jundiaí tivemos em 90% dos casos a participação de um morador ou funcionário. Em um deles, a cobertura estava alugada para um traficante. Por isso é importante saber quem é nosso vizinho. O meu prédio não tem portão-baia na garagem, mas tem na entrada. Isso elimina 80% de qualquer tipo de ocorrência”. Paulo explica que é preciso ser rigoroso com moradores que não querem se identificar. “Uma vez que a pessoa adentra ao condomínio ela está colocando em risco o patrimônio e principalmente a vida dos moradores”, esclarece. “A polícia não pode estar em todo os lugares ao mesmo tempo, por isso é necessário haver um sistema de prevenção e as construtoras também têm que se adaptar a essa situação. Se todos se adequarem um pouquinho, acho que poderemos reduzir em 70% ou 80% o nível de ocorrências.”

A segurança física Muros Segundo o que o delegado informa em uma de suas publicações, os muros são um dos principais itens na segurança física externa do condomínio. Eles devem ser de alvenaria ou concre-

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to, com altura mínima de 2,50m, de forma que quem está do lado de fora não consiga ver a parte interna do condomínio. Devem ser monitorados através de câmeras de vigilância localizadas externamente à construção, de modo que quem está na portaria ou em um das unidades saiba o que está acontecendo do lado de fora. O muro sozinho, entretanto, não é suficiente para adequação dos sistemas de segurança às necessidades de hoje. “Como então fazer para se adequarem os muros já existentes de alvenaria ou de tijolo baiano?”, pergunta o vereador após explicar sua função. Logo a seguir o mesmo detalha as possibilidades. Alambrados Os alambrados são cercas comuns construídas com arame retorcido galvanizado, servindo como telas que protegem. “Porém, não devem ser usados sozinhos, porque do lado de fora é muito fácil ver o que tem dentro”, ensina Paulo Sérgio, explicando que, por outro lado, podem ser aplicados nos topos dos muros para aumentar sua altura, tornando-se, então, uma ferramenta eficiente de segurança Concertinas As concertinas têm a forma de elipse e são parecidas com um rolo de arame farpado, contendo lâminas confeccionadas para penetrar e agarrar. São fabricadas em aço inoxidável ou em material galvanizado, e são utilizadas para dificultar o acesso, por cima do muro, ao interior do condomínio, podendo ser completadas com cercas vivas ou vegetação. “A concertina é o porco-espinho. Como muitos muros são baixos, fáceis de pular, é necessário usar essa concertina”, afirma Paulo Sérgio. Aplicada sobre muros ou cercas, ou mesmo compondo a própria cerca, a concertina impede a entrada de invasores, sejam eles pessoas ou animais. “Ah, mas esteticamente fica feio”, afirma Paulo imitando um morador desinformado sobre o papel da ferramenta, para logo em seguida concluir que é feio, mas resolve o problema da segurança. Portarias Em Jundiaí são muito vulneráveis, com acesso direto ao porteiro. “Em quantos condomínios de vocês o acesso é direto, às vezes até externo, à entrada? Isso tem muito aqui e tem que ser inibido”, afirma, enfático. A portaria deve ser construída de modo a limitar a visão de fora para dentro e evitando-se janelas e portas externas. Deve conter em seu interior interfone externo, equipamentos do sistema de monitoramento e vigilância e compartimentos de recepção de entregas, sem que haja contado direto do porteiro com um ator externo. Outra

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boa prática importante citada pelo delegado é o uso de mais de um porteiro fixo para se evitar distrações suficientes para se colocar em risco a vida e o patrimônio dos condôminos. Paulo Sérgio diz é que comum encontrar nos prédios muitos moradores que não queiram identificar seus visitantes. Quando isso acontece, ele dá o exemplo do acontece no próprio prédio: “Entrou lá tem que identificar. Se o cara passou e não identificou, eu ligo lá perguntando quem é esse cara. No mínimo tem que se fazer uma planilha. Quantos fazem? Lá, visitante só entra identificado. E não é falar o RG, é ver o RG, com os dados do apto, ok do morador, horário de entrada e horário de saída. Dá um trabalho, mas deixa todo mundo em paz.” Portão-baia ou portão-eclusa Em Jundiaí é difícil encontrar este equipamento de segurança, porém é imperativo que os condomínios tenham portões duplos para controlar o acesso, de forma que os mesmos formem as eclusas intertravadas, em que um dos portões se abre quando o outro se fecha. De preferência eles devem ser automáticos para abertura a distância pelo porteiro ou por controle remoto por moradores. Paulo Sérgio afirma que nesse momento é importante que o porteiro identifique quem são as pessoas que estão no veículo, seja usando uma lanterna, seja pela abertura dos vidros pelo próprio condomínio e que haja uma frase de segurança combinada com o porteiro se algo estiver errado. Garagens “Um dos pontos mais frágeis na segurança”, afirma logo de cara o vereador. A garagem é considerada um dos pontos mais vulneráveis em condomínios pela indisciplina de seus moradores que não seguem as regras de segurança e, por exemplo, chegam a emprestar seus controles remotos para visitantes, permitindo sua clonagem. Outro ponto importante para proteção da garagem é o uso dos portões-baia ou eclusas no acesso, para evitar que o meliante pegue “carona” - usando um jargão policial. ”Em nossas visitas quase não encontramos portão-baia nos condomínios de Jundiaí”, evidencia o especialista em segurança, acusando sinais de preocupação Equipamentos de segurança CFTV “Muitos ainda não utilizam. Uma câmera como a night and day, de gravação noturna, ou a de 360º tem custo baixíssimo para o condomínio. O custo benefício é tão baixo que irrita quando a gente vai registrar a ocorrência (na delegacia de polícia) e a pessoa informa que não tem CFTV

porque ia dar dois reais a mais no condomínio ou, pior, se tem, que não tava gravando nesse dia”, assinala o delegado que também pede para que a filmagem não seja local, porque o bandido pode levar a câmera e os DVDs, recomendando ainda as câmaras IP – câmaras que transmitem as imagens remotamente, via web - para resolver esse problema. O especialista explica que as filmagens são importantes ferramentas de auxílio nas investigações e que deve ser prática nas delegacias anexar as mesmas aos BOs e, mesmo que o condomínio ofereça ou traga prontas as imagens, o delegado deve pedi-las por ofício, legitimando e registrando a ação. Para loteamentos fechados é possível colocar as câmeras de monitoramento e vigilância dentro das casas, em diversos pontos espalhados pelo local, sem que isso fira a legislação. “Hoje vivemos na era dos BBBs. Quer se esconder, vá para a Tanzânia”, brinca de maneira séria o vereador, acrescentando que o principal segredo do sucesso na construção do sistema de segurança é a conversa com os condôminos. “A educação dos condôminos tem que ser o principal”, explica Paulo. Sensor de movimento e de presença Sensores que captam qualquer movimento, iluminando o local para iniciar a gravação. Podem ser acompanhados de alarmes sonoros. Sprinklers para segurança Um tubinho de mercúrio aquece após a passagem da fumaça e estoura liberando os borrifadores de água; Iluminação e energia elétrica Neste caso, o especialista em segurança recomenda que os equipamentos de segurança e de emergência estejam sempre ligados a um gerador, quando acabar a energia elétrica da rede. Cerca elétrica Sobre esse item Paulo não entra nos detalhes técnicos, mas avisa que na casa de um conhecido, as invasões só cessaram quando foi posta cerca elétrica em cima do muro da residência. “Como Resolver questões polêmicas em condomínios”, com o advogado Márcio Rachkorsky (membro efetivo da equipe “Chame o Síndico”, do Fantástico, da Rede Globo), e Carlos Eduardo Quadratti e Newton Nery F. de Sousa Neto (advogados especialistas em direito condominial e de vizinhança) A mais esperada das palestras do dia reuniu um trio de advogados especializado em polêmicas condominiais com a árdua missão de desenovelar os nove assuntos mais espinhosos para a


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O trio de advogados deixou a palestra ‘leve’, sem perder o mérito da seriedade das questões discutidas

lestrados ao explicar que qualquer contrato assinado está sob a proteção do código de defesa do consumidor. Animais Segundo Rachkorsky, os animais eram o maior problema das relações condominiais até bem pouco tempo e agora são a segunda ou até terceira querela permanente da agenda do síndico, pois a justiça tem entendido que a permanência de animal de estimação em apartamentos é

gestão de um síndico. Sem mais rodeios, vamos às principais recomendações do triunvirato jurídico: Contratos “Assinar contrato é coisa mais importante do mandato do síndico”, sentencia Márcio Rachkorsky, ao mesmo que tranquiliza seus pa-

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permitida, independente do regulamento ou convenção. “Para quem tem problemas com animais, basta aprovação de maioria simples em assembléia (50% + um dos presentes) para um capítulo especial sobre animais no regulamento interno”, explica o falante advogado, para logo após concluir: “Se o regulamento interno já fizer parte da convenção, pode-se fazer assembleia simples para cancelar esse e implantar um novo.”

Barulho “Peça a reclamação por escrito, para se ter um documento para juntar numa possível ação judicial”, orienta Newton Nery à Ana Cláudia Carneiro, síndica há cinco anos do residencial Janaína. Para completar: “depois de receber a reclamação de barulho por escrito, o síndico deve pedir ao próprio reclamante que converse com seu vizinho. Se isso não funcionar, o síndico deve entrar na relação, sem esquecer que um dos papéis do síndico é buscar harmonia nas relações entre os condôminos.” Crianças “A maioria das crianças perturba no limite responsável”, afirma Carlos Quadratti para começar o debate, ao mesmo tempo em que orienta os síndicos a terem uma primeira conversa aberta com os pais, para qualquer tipo de situação, quando os menores começarem a passar dos limites. “Se o problema gerado for mais grave – como por exemplo, uso de drogas - chame a polícia”, ensina Rachkorsky. Outra boa opção para acabar com reclamações pelo comportamento das crianças é eleger um síndico mirim, que gosta de ser líder, de distribuir tarefas entre os colegas, o que aplacaria sua rebeldia. Elevador Os elevadores dos três grandes fabricantes


Atlas Schindler, Tyssen e OTIS – que é a campeã de reclamações no PROCON – é uma das principais heranças das construtoras. “O problema, de maneira geral, é que o contrato de manutenção e peças de reposição exclui tudo o que quebra”, explica Márcio Rachkorsky, e ainda completa: “Cerca de 77% das ações judiciais falam de multa. Se tiver multa pra rescindir, não serve. O contrato de prestação de serviços feito com a empresa de elevadores é do tipo bilateral, e não de adesão, que é aquele em que não se pode mexer em nenhuma cláusula. Portanto, não aceitem os que tiverem multa pra rescindir”, ensina o advogado aos síndicos presentes. Uma dica dada por Márcio é ler o contrato de trás para frente e, em último caso, levá-los para análise do PROCON. Garagem “Em cada quatro ações na justiça sobre os condomínios, uma é de garagem”, afirma Márcio e alerta aos síndicos que todo e qualquer amassadinho ou batida entre os carros, não é de responsabilidade do condomínio. Uma boa dica para quem tem problemas de garagem é contratar uma empresa especializada em redesenhar as vagas dos estacionamentos, aproveitando melhor o espaço e criando mais vagas, só para o caso do prédio ter vagas indeterminadas. Há também quem use macacos hidráulicos, como os usados para troca

de óleo nos postos de combustível ou paletes para dobrar as vagas disponíveis. Se nenhuma dessas soluções funcionarem, contrate um “garagista”, atesta Márcio, com conhecimento de sobra e avisando que muitos condomínios em São Paulo estão adotando esse novo serviço.

Mais de 100 pessoas lotaram o evento para a troca de informações

Inadimplentes Até 2002, quando vigorava a lei 4591/64, a multa para atrasos era de 20%. Com o novo código civil, caiu para 2% e criou uma nova categoria de inadimplente: o que enrola para pagar. É esse inadimplente que onera o bom pagador. “Se você tiver inadimplentes em seu condomínio, mande uma cartinha pro devedor ou faça plantão de cobrança”, afirma com convicção Newton, para o que considera a primeira medida oficial de cobrança da dívida que tanto impacta no fluxo de caixa dos síndicos. Se o pagamento, ainda assim, não for realizado, o síndico pode lançar uso

de três ferramentas: 1) Protesto da dívida do condômino. Coloque também honorários advocatícios e despesas de cobrança no protesto. Esse protesto gerará inclusão do nome do devedor no SERASA e o mesmo perderá paulatinamente o cartão de crédito e o cheque especial. 2) Individualização do consumo da água e corte. A própria empresa que instala o sistema faz o

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Paloma Cremonesi e Rodrigo Góes (Portal dos Condomínios) com Tiago Zeita, que levou o grande prêmio do dia

corte, de maneira que essa despesa pode ir para o boleto de cobrança. “Os juízes estão concordando com o corte, por entender que o não pagamento do condomínio impacta na manutenção de um serviço essencial a todos os moradores”, afirma Newton. 3) Tentar rotular o inadimplente como antissocial. Nesse caso, Márcio explica que o não pagamento consecutivo da taxa condominial é quebra sistemática do regulamento interno, o que justifica a ação e as medidas legais que o condomínio pode tomar 4) Proibição do uso das áreas comuns. O devedor não contribui para as despesas de manutenção e conservação das áreas comuns, por isso é legal instituir a proibição como medida punitiva. Obras O quórum para aprovação de obras em assembleia varia com o tipo da obra. Obras voluptuárias pedem 2/3 da assembleia condominial. Já obras úteis pedem maioria simples, ou seja, 50% mais um e, por último, obras consideradas urgentes e necessárias podem ser executadas como prerrogativa do cargo de síndico, sem necessidade de aprovação. Uma observação importante para entender a maneira de se classificar e aplicar a regra do quórum mínimo para aprovação é que o quórum de 50% é formado por 50% daqueles aptos a votarem (inadimplentes não estão incluídos). Portaria “Antes de contratar um novo serviço de portaria fale com um ex-cliente do prestador de serviços”, afirma Márcio na abertura do debate sobre portarias. É importante verificar a idoneidade e a reputação do possível fornecedor no mercado, porque se o fornecedor ou terceiro falir, a responsabilidade é do tomador de serviços. Márcio recomenda que o síndico exija que na nota fiscal de serviço haja todo o recolhimento dos impostos e que a mesma venha acompanhada da cópia dos holerites dos porteiros e das guias de recolhimento do FGTS. Conclusão A palestra dos três advogados foi a mais extensa, mas só se tornou realidade após a aprovação do público presente no Portal Debate. Por este motivo, algumas perguntas não puderam ser respondidas no dia. Porém, nesta edição, todas estão respondidas nas páginas oito e nove. Conclusão final Portal Debate Mesmo contra a vontade dos palestrantes e de muitos dos presentes, o Portal Debate encerrou por volta das 13h30 do sábado deixando um

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gostinho de ‘quero mais’. O evento ainda contou com alguns sorteios. A Impacto Administração de Condomínios ofereceu kits vinho, a Júpiter Desentupidora sorteou um liquidificador, a LGM, com cestas de frutas, e a revista Portal dos Condomínios retribuiu o apoio de todos os presentes no evento, com o sorteio de uma TV LCD 32’’. A sorte grande caiu sobre Tiago Zeita, representante da ACIJUN. Até 2012 com o 2° Portal Debate!

Premiação da LGM

Premiação da Júpiter Desentupidora

Premiação da Impacto Administradora


SAÚDE

Convivência com os

vizinhos

Por Neto Aiello - Fisioterapeuta

edifício é fato que dificilmente é encontrada, sempre

bre uma briga de vizinhos que acabou em morte.

haverá alguma questão que atrapalha o relaciona-

Até onde pode chegar uma desavença entre vizi-

mento entre todos. Dizem que “não existe casamen-

nhos? Será que não poderia ser evitado chegar a

to perfeito”, imaginem então, um condomínio per-

esse ponto? Pensando nisso, convidei a psicóloga,

feito!

Ana Cláudia Diniz, para escrever sobre o assunto, que gentilmente me enviou o texto abaixo:

Gostou deste artigo? Quer sugerir algum tema? Envie mensagem para saude@condominioemrevista.com.br Você terá um atendimento exclusivo com o fisioterapeuta Neto Aillo

A perfeita convivência entre moradores de um

Outro dia estava assistindo um telejornal, so-

Porém, se as pessoas tiverem boa vontade e fizerem algum esforço, a convivência fica bem mais fácil.

Viver em condomínios ou edifícios pode ser

O fator barulho é um grande gerador de conflitos

seguro, mas também pode virar um problema

entre vizinhos e este assunto, devido à sua complexi-

quando as pessoas se esquecem das pequenas

dade, deve ser tratado com muitas reservas.

gentilezas e regras de convivência. Devemos

Construir uma relação boa entre vizinhos exige,

sempre lembrar que não estamos sozinhos e,

em geral, dois ingredientes básicos: diálogo e educa-

por isso, é bom avaliar se aquilo que estamos

ção. A criatividade e a paciência podem ser alternati-

fazendo pode desagradar o outro. Uma forma

vas para um convívio coletivo saudável. É importante

é nos colocarmos no lugar das pessoas sem-

tentar acabar com o conflito logo no início. Assim,

pre se perguntando: ”Isso me incomodaria?

evita-se um clima de tensão entre os moradores. O

Como eu me sentiria passando por esta si-

ideal é uma conversa entre os próprios moradores

tuação?”.

sobre o problema, pois quando o síndico é acionado

Você não precisa ser o melhor amigo

e vai falar com o morador, sempre ouve a frase: ”mas

do seu vizinho, mas educação e respeito

por que ele não veio falar diretamente comigo?”.

são fundamentais para um relacionamen-

Isso acaba incluindo mais um membro no conflito e

to harmonioso. Cumprimente-o quando

aumentando o problema.

encontrá-lo no elevador ou na rua; respei-

Logo, a convivência harmônica e saudável entre

te as vagas de garagem; evite barulhos de

vizinhos não é algo simplório, todavia é absoluta-

madrugada como os de descargas, salto

mente possível e, se conquistada através de aspectos

alto, gritos e som. Para quem pretende ter uma re-

como educação, bom humor e paciência, propor-

lação mais próxima e harmoniosa com o vizinho, um

ciona a todos os relacionados uma vizinhança mais

bom começo é tentar uma aproximação oferecendo

agradável, reduzindo o estresse dos problemas coti-

ajuda em caso de necessidade ou mesmo dialogar a

dianos.

respeito das regras e convivência no condomínio se

Participação especial: Ana Claudia Diniz

forem novos moradores.

Psicóloga e Psicanálise

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UTILIDADES DOMÉSTICAS

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EDUCAÇÃO

Binômio inseparável: conhecimento e aprendizagem Dianir Clari Mariani - Coordenadora Pedagógica - Colégio Divino Salvador. Feliz a escola que tem o seu fazer letivo alicerçado na construção de conhecimentos geradores de ilimitadas possibilidades para o melhor viver da humanidade. É o conhecimento que nos abre as portas para a compreensão de nós mesmos e do mundo que nos rodeia; ele é o facilitador da construção de nossa autonomia diante de escolhas e discernimentos; é o propulsor do desenvolvimento de nossas capacidades para produzir, sobreviver, comunicar e amar. O não-conhecimento nos conduz aos porões escuros, solitários e asfixiantes da ignorância, pois nos fechamos dentro de nós mesmos, fechando-nos, consequentemente, para o mundo, para o outro e, com certeza, para Deus.

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De que vale um conhecimento científico se for ele por ele mesmo? Conhecimento e aprendizagem demandam transformação e transcendência. Quanto o conhecimento tem tornado nossos lares mais felizes? Nosso “ser” melhor? Nossa sociedade mais tolerante? Nosso mundo mais sustentável? A escola, em sua inteireza, tem a real compreensão de seu papel na construção dos conhecimentos? Como ela conduz a aquisição dos saberes para a vida? Que tipo de vida? Esses conhecimentos estão dando suporte aos aprendizes para uma compreensão e ação perante os desafios que caracterizam a sociedade atual: violência, indiferença, “normose”, incertezas, poder, corrupção, exclusões... e tantos outros? É fundamental que as escolas tenham programas específicos que, através dos conhecimentos científicos trabalhados, possam minimizar os estragos permitidos pela nossa sociedade extremamente e xcl u d en te.

Se por um lado, existe um mundo cruel em suas articulações desumanas, por outro há um em que pessoas e ou instituições de corações abertos, generosos e operantes lutam com todas as forças para produzirem saberes capazes de transformação. E esses saberes somente farão de nós agentes transformadores se estiverem a serviço de uma educação que privilegia, na sua essência, o ser humano em sua humanidade nobre e digna. Feliz também é a escola que se permite ensinante-aprendente. Estudos, reflexões, encontros, diálogos, registros e, certamente, auxiliarão seus educadores na aprendizagem de uma melhor “ensinagem”. É p r e c i s o a p r e n d e r a a p r e n d e r, s e m pre! Aprender a converter o conhecimento científico em sabedoria compartilhada do bem-viver.


BEM-ESTAR

A mais doce das orquídeas Por Talita Rocca Aquele cheiro de chocolate em casa vindo da cozinha é delicioso, porém é de alguma sobremesa que faz com que a gente engorde. Que tal sentir esse cheiro agradável, mas que venha diretamente de um vaso no jardim? A orquídea Oncidium Sharry Baby, popularmente chamada por Orquídea Chocolate é fruto de um cruzamento de espécies realizado na Ásia e que exala um perfume doce. Com pequenas e delicadas flores em um tom marrom avermelhado e pontas brancas, esta espécie pode ser considerada uma perfeição da natureza. Por possuir um aroma adocicado, pode ser cultivada em um vaso dentro de casa, pois a planta espalha um cheiro gostoso para o ambiente e o tempo de permanência do perfume e a durabilidade é de até 30 dias se bem cuidada. A professora Angela Aparecida, moradora do condomínio Santa Isabel sempre gostou de flores, mas depois que conheceu a orquídea Chocolate se apaixonou. “Eu costumo variar as flores de minha casa, mas prefiro a Orquídea Chocolate, por deixar um aroma agradável no ambiente. Mas, como “nem tudo são flores”, as Oquídea mais comuns já necessitam de um cuidado especial e como se trata de uma espécie exótica, o cuidado precisa ser ainda maior. Ventilação, iluminação, adubação, água e temperatura são fundamentais para a durabilidade da Orquídea Chocolate, por isso, se atente para escolher o lugar ideal para o seu arranjo. Segundo Talita Saab, proprietária da Keka Flores, como a maioria das plantas, a orquídea precisa de ventilação, por isso prefira um local

mais arejado e próximo de uma janela. Outro fator que também conta é a luz. “A luminosidade ideal é a meia sombra, por isso coloque o vaso no sol matinal, mas não esqueça de recolher, para não ficar exposto na luminosidade intensa e direta, completa Talita. As orquídeas, em geral, têm uma fase de crescimento - a qual se caracteriza pela aparição de brotos e das raízes - e uma de repouso. No período de crescimento, a planta precisa ser adubada e aguada com maior frequência. Já quando a planta entra na fase de repouso, ou seja, quando o crescimento começa a desacelerar, a rega e a adubação pode ser diminuída. A frequencia da rega é o que traz maior dúvida entre as pessoas que possuem a Orquídea Chocolate em sua residência. A dica é regar abundantemente até a água escoar pelo vaso e secar o substrato. Mas como saber quanto tempo demora até secá-lo? A intensidade da luz e o material do vaso são fatores que aumentam ou diminuem o tempo de secagem. Para quem não possui muito tempo disponível para cuidar de sua orquídea, prefira o vaso de plástico, pois por não ser poroso, vai secar mais lentamente, o que permite ficar mais tempo sem regar. Já o vaso de argila seca permite secar mais rapidamente, o que exige maior atenção à rega. Ocidium Sharry Baby é adequada à temperatura entre 15°C E 28°C, por isso, em dias em que a temperatura do ambiente é mais elevada, o ideal é borrifar água na planta regularmente.

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CRÔNICA

A Viúva Desde que seu falecido marido foi dessa para melhor, aquela mulher se transformou. Só usava preto, era da missa para casa, salvo a feira de terça, e o recebimento da pensão uma vez por mês, deixada pelo

O suposto “sobrinho” estava apenas de cueca algemado na cama do falecido e Dona Jura de maiô preto, máscara de mulher gato e, com um chicote na mão, açoitava o “pobre” mocinho. O pobre mocinho nunca fora seu “sobrinho” e era um amante profissional, que cada semana cumpria uma fantasia de sua cliente. Dona Jura fora desmascarada, mudou-se de prédio, mas deixou uma lição: viúva é como lenha verde: chora, mas pega fogo!

falecido. As vizinhas de apartamento sempre convidavam para uma festinha de aniversário ou mesmo um Baile, lá no Clube dos Veteranos, mas era sempre a mesma desculpa: “não tinha vontade de nada”. Os filhos moravam todos fora, sua única irmã morava em São Paulo e nunca viera sequer para uma visita. Certa noite parou na portaria do prédio um rapaz bem apessoado e com uma bolsa na mão dizendo ser sobrinho de Dona Jura, a viúva do apartamento 64. Como ninguém sabia da existência do tal sobrinho, o porteiro interfonou e informou da presença do familiar na portaria do prédio. Esta pediu que encaminhasse seu sobrinho até o elevador para que ela o recebesse no hall de entrada de seu andar. Na manhã seguinte, bem cedo, “o sobrinho” desceu, cumprimentou o porteiro e foi embora, com roupa trocada e banho tomado, deixando um perfume intrigante no elevador. Passadas mais duas semanas o mesmo sobrinho volta ao prédio e faz o mesmo ritual: cumprimenta o porteiro já com uma certa intimidade e aguarda ordem para subir. Porém, desta vez, Dona Gema, vizinha de Dona Jura, a viúva, subiu junto com o sobrinho e parabenizou-o por seu ato de visitar a tia pois, após a morte do marido, ela havia enclausurado e não saia para nada, era missa e feira, feira e missa. Quem sabe agora com a visita do sobrinho poderia sair mais de casa e abandonar o luto. Com o passar do tempo o sobrinho já era íntimo, subia no elevador sem ser anunciado e sua tia já havia abandonado o luto, visitava as amigas, mas sempre que lembrava do falecido, chorava copiosamente. Numa sexta-feira, quando o sobrinho já havia chegado, parou um táxi em frente ao prédio e desceu uma freira com idade avançada e pediu para falar com Dona Jura, dizendo ser sua irmã. O porteiro ponderou, avisando que a moradora estava com visita e que por sinal a freirinha deveria conhecer, pois tratava-se de seu sobrinho. A freirinha fechou a cara, empurrou o porteiro, perguntou qual era o andar e já foi subindo. Nesse meio de tempo o porteiro já havia acionado o síndico que descera correndo de seu apartamento e encontrou Dona Gema, a vizinha, pálida amparada pelo porteiro e uma gritaria.

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Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista


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