Revista Portal dos Condominios - edicao julho/agosto

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O seu condomínio em revista

Distribuição gratuita Ano 09 . Nº 91 Jul/Ago de 2011

O MUNDO QUER VOLTAR A SER VERDE. SEU CONDOMÍNIO ESTÁ FAZENDO O QUÊ? Qual o seu papel para deixar o seu ambiente sustentável? Você se sente confortável ou considera todo mundo um “eco chato”?



EDITORIAL

ÍNDICE

Você pergunta e a gente responde Já dizia o velho ditado “o combinado não sai caro”. E aqui estamos honrando o compromisso proposto na edição passada e lançando a editoria Portal Debate. Criada exclusivamente para responder as dúvidas dos leitores, esse novo espaço conta com o suporte de advogados, síndico profissional, técnico em manutenção residencial e psicóloga que, juntos, formam o Conselho do Portal dos Condomínios, e respondem aqui na revista as perguntas propostas.. O nome Portal Debate está sendo utilizado em referência ao formato do recente evento promovido por esta publicação e que foi um sucesso entre o público presente Essa nova editoria é aberta a todos que queiram compartilhar ideias, fazer perguntas e por um fim as antigas dúvidas. Confira como participar nas páginas 8 e 9. * Aproveitando que estamos também falando sobre evento, no dia 10 de setembro de 2011 a Impacto Administração de Condomínios trará para Jundiaí o advogado e membro efetivo do quadro “Chame o Síndico”, do Fantástico, da TV Globo, Márcio Rachkorsky. O evento irá acontecer no Hotel Serra de Jundiaí das 9h às 12h com palestra exclusiva de Rachkorsky. A entrada é gratuita, mas é necessário fazer as inscrições antecipadas. Mais informações através do telefone: 11 4583-

* Poltrona em patchwork

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* Viver em condomínio

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4343 (opção3). Garanta já a sua vaga! * * Portal Debate: Nesta edição do Portal dos Condomínios, 8 perguntas e respostas a 91ª da história da publicação, foi feito um levantamento sobre sustentabilidade: como * Capa: As boas práticas estão as regras de coleta seletiva; o que os condomínios estão fazendo em prol do meio ambi10 de sustentabilidade ente; como é a Política Nacional de Resíduos Sólidos; entre outras informações. 17 * Cãibra noturna É possível avaliar que, assim como questões como barulho e segurança em condomínios, a * Jabuticaba em preocupação com uma vida mais sustentável depende muito mais de uma mudança de cultura. De 21 apartamento nada adiantar ter os lixos separados e identificados *Crônica: se o próprio morador faz ‘vista grossa’. Porém a análise corre também para o campo da psicologia. 22 crime ambiental Recomenda-se a leitura do artigo na página 19. Ainda sobre saúde, nosso colaborador e fisioterapeuta, Neto Aiello, tocou em um assunto muitas vezes desconhecido do grande público, mas que preocupa: a cãibra noturna. Evite essa dor em seu momento maior de relaxamento! Para dar vida nova a sua casa, acompanhe a reCADASTRO portagem sobre patchwork em sofás ou poltronas. Um trabalho que merece ser reconhecido. Atenção síndico e administraPara as próximas edições, sugira você um tema, dor. Mantenha o cadastro do através de nossos canais de comunicação: twitter seu condomínio atualizado. (@pcondominios), blog (portaldoscondominios.wordpress.com), site (condominioemrevista.com.br), email Entre em contato com nosso (contato@condominioemrevista.com.br), telefone (11 canal direto exclusivo para 4522-2142) e carta (Rua Bela Vista, 650 – Bela Vista, você: Jundiaí-SP, CEP: 13207-780). sindico@condominioemrevista.com.br

EXPEDIENTE Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142 contato@condominioemrevista.com.br A revista é um produto da io! comunica CNPJ: 06.539.018/0001-42 www.iocomunica.com.br Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654 Designer Gráfico: Paloma Cremonesi Arte Final: Paloma Cremonesi Reportagens: Rodrigo Góes Estagiáros: Rafael Godoy, Tamara F. Lima, Thais Bueno e Glady R. de Paula Colaboradores: Márcio Lestingi e Fernanda Barros MTB 39.120 Foto Capa: ShutterStock - NLshop

Tiragem: 8.000 exemplares. Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio, mediante protocolo para moradores de condomínios constantes em cadastro do Portal dos Condomínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142. Site: www.condominioemrevista.com.br Twitter: @pcondominios Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do autor e não representam o pensamento a revista.

PARA ANUNCIAR 11 4522.2142 11 4521.3670

NA WEB Portal dos Condomínios . Jul/Ago 2011

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DECORAÇÃO & DESIGN

Fernanda Barros

Cansou do Patchwork dá

ar a pode cheg patchword Naldi Mobili em as on Poltr a na Foto realizad R$ 1000,00.

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Portal dos Condomínios . Jul/Ago 2011

Técnica artesanal é aplicada em móveis transformando e redecorando ambientes

Por Fernanda Barros Patchwork é um trabalho totalmente manual, feito de pedação de tecidos emendados, lembrando aqueles cobertores de retalho produzidos pela avó, lembra? É a união de vários tecidos, ou retalhos, e com a ideia de juntar diferentes estampas, padronagem e cores, tudo costurado de forma intercalada sem seguir a uma regra. A mistura dessas cores é uma boa sugestão para quem quer dar mais alegria a algum ambiente da casa. Os sofás e poltronas feitos em patchwork mostram exemplos de conforto com muito colorido e um estilo artesanal. Eles são feitos seguindo uma tradição americana que cria um mosaico de retalhos de tecidos em diversas cores e padrões. Quanto ao estilo, encontramos desde o mais clássico até alguns mais modernos e despojados. Segundo a professora de patchwork, Claudia Roveri, o trabalho feito com retalhos requer um planejamento com a escolha dos tons do tecido e também com os móveis já


existentes na casa. “Acredito que por se tratar de uma peça decorativa muito evidente da casa, a pessoa tem que buscar tons clássicos que não briguem com outros ambientes”, lembra a professora explicando o cuidado quando se quer ter um sofá ou uma poltrona em patchwork. Claudia aposta na ideia de pincelar aos poucos a casa com a técnica decorando primeiro ambientes com peças pequenas e delicadas. “Faça primeiro uma capa para o sofá ou uma almofada para acostumar com o efeito da decoração do patchwork em sua casa”, aconselha. Mas se a mudança for radical, vale a pena ter em seu ambiente uma peça única, feita talvez por você. Além de bonitos, eles podem compor um belo espaço desde que você busque as cores e tamanho corretos para seu espaço. Para você que sonha com um sofá que faça uso desta técnica, utilize estas dicas para inspirar sua nova aquisição seja mandando fazer ou comprando em uma loja.

Fernanda Barros

seu sofá? vida a sua casa

ento da planejam ri recomen ve Ro a di do Clau teci dos tons do na escolha

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VIVER EM

CONDOMÍNIO

ambiente Questões Legais do meio nos condomínios Em qualquer área onde comunidades humanas se instalam, os cuidados ambientais devem se tornar uma preocupação constante, não só para garantir a saúde e o bem-estar dos moradores como também evitar consequências negativas nas comunidades vizinhas. Os condomínios também devem se envolver com a questão ambiental. Assim quem administra, mora ou trabalha em condomínios deve se preocupar com os assuntos que estão ligados ao meio ambiente e que atingem a comunidade condominial, como o lixo gerado, a água gasta, a energia elétrica consumida, vegetação, animais, barulho, etc... A Lei nº 9.605 de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, determina sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Assim os condomínios devem procurar agir para que haja sustentabilidade na sua comunidade de forma a preservar, proteger e fazer cumprir as regras que envolvam o meio ambiente. A vegetação existente nos condomínios deve ser preservada e no caso de se efetuar o corte de uma árvore é importante verificar se efetivamente são árvores nativas, visando buscar não praticar qualquer tipo de crime descrito na lei acima mencionada. Deve o representante legal do condomínio verificar a possibilidade de corte perante a prefeitura municipal. Os condomínios são grandes produtores de lixo doméstico, sendo imprescindível a conscientização para entender que reduzir o lixo é responsabilidade de todo cidadão. Em agosto de 2010 foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305 de 2010 – regulamentada pelo Decreto nº 7.404, lançado em 23 de dezembro de 2010) que versa sobre o lixo em todas as suas formas, inclusive o lixo doméstico. Na prática, isso significa que aquela embalagem de leite, a caixa de papelão, o pacote plástico, a latinha de cerveja, refrigerante ou a de conserva, tudo o que o morador de um apartamento hoje coloca num único saco de lixo, deve ser adequa-

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damente coletado 1998.” e enviado de volta A questão de animais em condomínios também é um assunto em que os ao empresário que a síndicos, ao receberem queixas de latidos e uivos de cães, devem procurar saber fabricou. se estão sendo mantidos sós, trancafiados nas unidades, e se é por isso que faMorar em conzem tanto barulho. Nessa hipótese, têm eles o dever de comunicar as autoridomínio é viver com nedades policiais, tanto para proteger os animais, como para coibir o barulho que cessidades e obrigações eles fazem ao serem largados sozinhos, com fome ou com sede. conjugadas. Daí pode Em se falando em barulho, salientamos que isso também está relacioconcluir que a separação nado ao meio ambiente, pois o excesso de barulho constitui a chamada podo lixo seja algo para que luição sonora, sendo que todos os condomínios instituem em seus reguos condôminos terão de se lamentos internos regras quanto ao barulho e as penalidades quanto ao adaptar e os condomínios, seu descumprimento. Ainda o Decreto-Lei Federal nº 3.688 de 1941, promover e cobrar. Estes dedenominada Lei de Contravenções Penais, que em seu artigo 42 discivem instalar a coleta seletiva, deplina penalidade referente a condutas e/ou atividades ruidosas. Portanto, os condomínios devem privar pela gestão ambiental batendo o assunto em reuniões ou da sua coletividade de forma que os síndicos procurem proceder assembleias, para garantir que o lixo corretamente também na questão ambiental, evitando que reseja separado por um terceiro. caia sobre eles uma eventual responsabilização. Vale dizer: é O tema é um assunto a mais para importante que os condomínios exerçam esse papel de o síndico se preocupar, qual seja o cumconscientização e responsabilidade, para que mais tarde primento pelo condomínio das normas relao síndico não seja responsabilizado civil, criminal e adtivas ao resíduo sólido, o lixo doméstico, deministrativamente por eventuais danos ocasionados vendo-se observar também os limites legais bem ao meio ambiente. como as co-obrigações do condomínio para com os condôminos e terceiros, em decorrência da lei. Esta lei estabelece a responsabilidade compartilhada, * Carlos Eduardo que por um lado convida o morador a ser mais cidadão, Quadratti, advogado comprometido e responsável. Mas por outro, permite que a e jornalista MTB 0062156SP culpa recaia sobre qualquer das partes envolvidas no processo * Newton Nery Feodrippe de (aqui se enquadraria o condomínio), similar ao que ocorre na maSousa Neto, advogado e téria ambiental, por exemplo, em que não necessariamente o jornalista MTB 0062158SP causador do dano é quem tem que reparar, e nem sempre * Reginaldo Moron, adSe o leitor quem repara o dano foi quem causou. vogado e jornalista ainda tiver Isso conforme preceitua o artigo 51 da Lei de ReMTB 0062182SP dúvidas ou desejar síduos Sólidos: “Sem prejuízo da obrigação de, indepensugerir novos assuntos dentemente da existência de culpa, reparar os danos para abordagem desta coluna, causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou poderá encaminhar “e-mail” para o jurídicas que importe inobservância aos preceitos endereço especialmente criado para esta desta Lei ou de seu regulamento, sujeita os infrafinalidade: tores às sanções previstas em lei, em especial às viveremcondominio@condominioemrevista.com.br fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de


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PORTAL DEBATE

Agora, troque informações

através da equipe

Daniela Mendes

O Portal dos Condomínios inicia, a partir desta edição, uma nova editoria. “Portal Debate” será um espaço para você, leitor, tirar dúvidas sobre o seu condomínio ou loteamento residencial. As perguntas serão respondidas pelo Conselho da revista formado pela equipe de advogados, síndico profissional, técnico em manutenção residencial e psicóloga. O espaço é aberto para todos os moradores e não simplesmente síndicos. As perguntas serão analisadas pelo Conselho e respondidas dentro do planejamento do Portal dos Condomínios. Todas as perguntas enviadas garantem a autorização de sua veiculação. É necessário informar o nome completo da pessoa e do condomínio.

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Amâncio Ferrari – Ed. Senador: Há no mercado algum dispositivo que detecta a existência e a direção de tubulações de água, luz, gás ou telefone para facilitar a furação de paredes? Portal Debate: No mercado há um aparelho que se chama Detector de Tubulações em Parede, produzido por fabricantes de ferramentas elétricas como a Bosch, Skill, Black & Decker e outras. O detector é muito fácil de ser usado. É só colocá-lo sobre o local na parede que você quiser furar e, se houver algum tipo de tubulação, o aparelho indicará com um sinal sonoro. Este aparelho pode ser encontrado em casas de materiais de construção ou em lojas de ferramentas. O

Para participar, envie um email para: contato@condominioemrevista.com.br ou mande uma carta para Rua Bela Vista, 650 – Bela Vista – Jundiaí-SP – CEP: 13207-780. Qualquer dúvida, entre em contato através do tel.: 11 4522-2142.

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A equipe Portal Debate da esq. para dir. Carlos Eduardo Quadratti (advogado), André Schuler (técnico), Melícia Geromini (psicóloga), Reginaldo Moron (advogado), Fernando Fernandes (síndico profissional) e Newton Nery F. de Sousa Neto (advogado)

preço médio fica entre R$ 150,00 a R$ 300,00*. Paulo Esteves – Morada do Japy: Morador tem direito de ir e vir, mas não quer se identificar (RG) ao porteiro, dizendo que irá processar o condomínio. O que fazer? Portal Debate: Os condôminos estão subordinados à convenção de condomínio e às decisões das assembleias regularmente efetuadas. O morador deve seguir as regras e o seu descumprimento pode gerar até uma advertência e culminar em multa. O direito de ir e vir se aplica as áreas públicas, já as áreas comuns do condomínio são regulamentadas pela convenção do condomínio e o regimento interno, ao qual ele se submete a respeitar. Para tanto, cabe uma lição do autor de livros jurídicos para condomínios, João Batista Lopes : “A vida em comum no mesmo edifício sujeita os condôminos a uma disciplina jurídica especial, em que não há lugar para o individualismo ou egoísmo.” A análise se estende para a psicologia, lembrando que toda regra existe, pois teve alguma situação motivadora. Identificar-se e apresentar documentos ao que tudo indica é uma regra motivada para trazer maior segurança aqueles que ali habitam e pode ter sido acionada por uma situação que o próprio morador desconhece. Porque essa situação incomoda tanto, já que passamos por ações burocráticas e invasivas em tantos lugares? Por exemplo: quando adentramos com nossos carros pelos estacionamentos de shoppings e alguns supermercados as placas são filmadas, como medida de segurança, sem que ninguém tenha nos perguntado um dia sequer


de consultores se concordamos ou não com essa decisão. Este é o mundo que nós estamos criando. Questionar e discordar é saudável, assim como fazer outras propostas viáveis para criar algo melhor também é. João Cláudio A. Rodrigues – Cond. Ville Firenze: O condomínio pode pedir para verificar a filmagem ou só com autorização judicial? Portal Debate: Os equipamentos de filmagem, bem como suas imagens, pertencem ao condomínio, portanto, é lícito ao condômino obter acesso ao conteúdo destas, mas é necessário justificar o interesse e, no caso de extrair cópia, assinar termo de responsabilidade sobre tais imagens. Marleide Ferrari – Nature Village: Em caso de chamada da Polícia Militar por algum morador (pela suspeita de uso de drogas) a portaria tem

PORTAL

a autorização para deixar entrar ou depende da autorização do síndico? Portal Debate: Em se tratando de condomínio edilício entende-se pela aplicação da norma constitucional que diz que “A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro ou, durante o dia, por determinação judicial”. Portanto, o consentimento do morador seria, em primeira análise, suficiente para que o porteiro permita a entrada, desde que confirme a autorização com a unidade solicitante e também a verdadeira identificação da autoridade policial. No entanto, seria mais aconselhável nesses casos que a reclamação seja dirigida ao síndico e este então adote as medidas cabíveis. Agindo assim, se preserva a segurança do condomínio e também a identidade do morador.

DEBATE

O que se deve analisar também é que drogas ilícitas geralmente são associadas a situações de criminalidade e de falta de controle/limite, como por exemplo, música ou conversa alta ou mesmo episódios de agressividade. O curioso, porém, é que leitor não menciona nenhum desses atos. Assim como não menciona que o morador (usuário) esteja vendendo ou oferecendo drogas a outros, o que iria dificultar excessivamente a vida em coletividade. Todos sabem que drogas são extremamente danosas a quem as consome, portanto jamais defenderia seu uso, mas a dúvida que ainda paira no ar é: o que exatamente incomoda? É FÁCIL PARTICIPAR - Envie sua pergunta para contato@condominioemrevista.com.br e aguarde que iremos divulgar! *A revista Portal dos Condomínios não tem responsabilidade alguma sobre os custos previstos.

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Capa

As boas práticas de

sustentabilidade

A educação começa cedo. No Portal do Paraíso 2, evento apresenta a melhor forma de tratar os animais.

Texto e fotos por Márcio Lestingi Os resultados do censo de 2010 traçaram um perfil atualizado do país que construímos e modificamos todos os dias. Segundo o IBGE somos cerca de 186 milhões de brasileiros, espalhados por 5.565 municípios, e com grande tendência de migração populacional para as cidades médias, com até 500 mil habitantes, como Jundiaí-SP. Um estudo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 10 de julho, estratifica esse perfil e acrescenta uma nova informação: um em cada 10 brasileiros já mora em prédios de apartamentos. Dentre as

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explicações estão o aumento da renda, do emprego e do crédito. Morar em prédios também se transformou em status e em símbolo de prosperidade. Além disso, a falta de terrenos nas grandes metrópoles levou o mercado imobiliário a novos endereços. Diante desse quadro, o conceito de impacto ambiental deixou as tribos indígenas do alto Xingu, afetadas quase sempre por desapropriações de grandes obras como as de construções de hidrelétricas, e se aproximou do brasileiro médio, comum, que vive ou circula por prédios e condomínios. Os aspectos da atividade humana que trazem em seu bojo os impactos ambientais agora estão na pauta das assembleias condominiais, no elevador, no interfone e até nas portarias e jardins. Estão também nas páginas dessa revista, na bateria de seu notebook e na taxa condominial. Com tanta sustentabilidade a nos invadir, quais são as boas iniciativas, as ações regulares e os desafios que enfrentam síndicos e moradores? Educação ambiental No início dos anos 90, o Brasil sediou a

Rio 92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento - que reuniu 108 chefes de Estado, para buscar mecanismos que rompessem o abismo de desenvolvimento entre o norte e o sul do planeta, mas preservando os recursos naturais da terra. A intenção era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Às portas da Rio + 20 – a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, que fará um balanço das realizações e desafios dos últimos 20 anos – o conceito de desenvolvimento sustentável perdeu a roupagem acadêmica e foi substituído pelo moderno conceito de sustentabilidade, mais abrangente e mais próximo do alcance de cada um de nós, pois já é possível, com pequenas ações, que se tenha uma atitude sustentável. O termo é também mais simples e, por isso, mais fácil de ser usado em campanhas de marketing e em propagandas, cuja verdade dos fatos é um tanto duvidosa. Por isso que o CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - definiu que a partir de primeiro de agosto, os anúncios sobre sustentabilidade deverão conter apenas informações passíveis de verificação e comprovação, que sejam exatas e precisas,


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O veterinario Gustavo Bauer, especialista em “terapias assistidas por animais”, ensina às crianças do Portal do Paraíso 2 a maneira correta de conviver com os animais. Evento marcou também o plantio de muda de árvores no loteamento residencial em Jundiaí-SP.

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não cabendo menções genéricas e vagas. O objetivo é evitar que o consumidor fique confuso em relação ao que é um produto verde ou sustentável, e as regras valem para todos os meios de comunicação, inclusive para a internet. Voltando-se aos livros, pode-se definir uma sociedade sustentável como aquela que atende às necessidades atuais de sua população em relação a alimentos, água e ar limpos, abrigo e outros recursos básicos, sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas necessidades. Viver de forma sustentável significa sobreviver de forma a preservar ou conservar os recursos naturais e, para que ocorra uma verdadeira mudança no estilo de vida que se leva, é importante que a educação sustentável comece desde cedo. “Educar uma criança é mais fácil”, ensina a psicóloga, Eneida Maria Leone de Souza, mestre em psicologia comportamental da infância e adolescência, além de coaching e professora universitária. “Mas é possível educar um adulto também, pois se não acreditarmos nisso, corremos o risco de cair na teoria do pau que nasce torto nunca se endireita”, explica complementando que é importante acreditar que um adulto pode aprender um comportamento que não estava presente no seu repertório até então. A advogada Fabíola Martho, que administra os condomínios Bosque dos Jatobás e Portal do Paraíso 2, é partidária da ideia de que é preciso que se eduque desde a mais tenra idade e, apoiada pelos moradores do Portal 2, organizou, no próprio condomínio, um evento, no último 11 de junho de 2011, para replantio de 30 mudas nativas – em atendimento à uma exigência da prefeitura pela poda de quatro árvores que atrapalhavam o sossego de um das famílias de moradores – e para trazer aos cerca de 70 moradores presentes, espe-

cialmente para as crianças, uma palestra com o médico veterinário, Gustavo Bauer, especialista em atividades assistidas por animais. De maneira bem-humorada, Gustavo apresentou e estimulou o contato com vários pequenos animais silvestres, com destaque para a arara canindé, que maravilhou as crianças. Essa atividade continuada, que elimina a barreira da resistência cultural, da falta de conhecimento ou da falta de hábito, pode ajudar a diminuir a resistência que muitos moradores apresentam no simples ato de separar o lixo orgânico do reciclável ou na hora de depositá-los nas lixeiras comuns de muitos condomínios. No condomínio residencial Chácara das Flores I, a síndica, Andrea Corozola, conta que foi necessário colocar uma câmera de vigilância na área destinada à separação e guarda do lixo, pois os comunicados internos e as reuniões condominiais não foram suficientes para educar os moradores a separar corretamente o lixo orgânico na lixeira de orgânicos e os recicláveis em seus locais específicos. Andrea ainda destaca que foi necessário deslocar um funcionário da administração só para manter as lixeiras organizadas, para a coleta da prefeitura e para a dos catadores. Com os mesmos tipos de problemas, a síndica, Ana Cláudia Carneiro, do Condomínio Residencial Janaína, explica que a coleta seletiva começou há quatro em seu residencial, mas que para mantê-la funcionando é necessário comunicar e avisar constantemente. “Tenho sempre que fazer campanhas de conscientização, especialmente quando o assunto é redução de gastos ou de algum tipo de consumo”, afirma Ana Cláudia, enquanto revela que seu objetivo próximo é conseguir que o residencial Janaína colete e separe corretamente todo o lixo orgânico e todo o reciclável que produz. Por fim, Ana ainda completa: “O principal desafio é manter acesa a ideia da coleta seletiva. As pessoas novas que chegam tendem a ter dificuldades para se adaptar”.


Distribuição gratuita Ano 01 . Nº 03 Jul/Ago de 2011

Particularidade do

CONTRATO

de imóvel Por Fernanda Barros Ter a casa própria é um sonho para milhões de brasileiros. A burocracia e a dificuldade na hora de assinar o contrato atrapalha e desorienta os compradores. A revista Portal dos Condomínios fez alguns levantamentos de informações para quem pretende comprar o seu imóvel. A maior preocupação dos pretendentes à casa própria é comprá-la com segurança, pois atualmente é comum acontecer o que ninguém deseja: fazer um mau negócio e perder a quantia já empenhada. A regra é ter cautela na aquisição do imóvel, portanto o contrato deve ser lido antes da compra. O ideal é que todo o comprador se assessore de um advogado ou mesmo o Procon (Órgão de Proteção ao Consumidor) para interpretação das cláusulas contratuais e os riscos jurídicos do negócio. O advogado, Newton N. F. de Souza Neto, afirma que antes de comprar qualquer imóvel, o comprador deverá estar atento a uma série de cautelas para não transformar seu sonho em pesadelo. “A leitura do contrato atenta a todos os documentos referentes ao imóvel, tais como certidão negativa de ônus do imóvel nos cartórios de distribuição e dos proprietários, que são imprescindíveis”, afirma. A maioria dos contratos de compra e venda apresentados é considerado

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de adesão, ou seja, é um contrato que

shutterstock - Rido

contém cláusulas já estabelecidas em que

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o comprador acaba por ter que aceitar as imposições contratuais. No entanto, caso o comprador não o leia estará sujeito ao cumprimento das obrigações contidas






no contrato e com isso ao longo do contrato começa a observar os abusos de algumas

soa física ou jurídica. Assim ficará isento de qualquer problema futuro”.

Outros documentos que o adquirente de um imóvel deverá solicitar ao vendedor:

cláusulas, o que acaba levando o comprador

Ainda deve ser requisitado pelos compra-

a agir judicialmente. “Algumas pessoas não

dores uma certidão negativa de IPTU junto ao

tomam essa precaução por questão de econo-

município e, se o imóvel estiver localizado em

1) Título de Propriedade – Título devida-

mia, mas geralmente uma assessoria dessa na-

um condomínio ou associação (loteamento

mente registrado no Cartório de Registro de

tureza custa menos de 2% do valor do negó-

fechado), solicitar declaração da administra-

Imóveis da circunscrição competente (matrícula

cio”, determina o advogado.

ção sobre a situação financeira do proprietário

do imóvel);

Newton explica que todo imóvel possui

junto ao condomínio ou associação.

Documentos do imóvel:

2) Certidão vintenária e atualizada da pro-

um registro em cartório que é feito através

Outro detalhe que deve ser observado pelo

de uma “matrícula”, a qual trata-se de um

comprador é verificar a condição do imóvel, se

documento que caracteriza a identidade do

existem vazamentos, rachaduras, problemas

3) Informação no Departamento Urbanísti-

imóvel, trazendo todas as informações oficiais

hidráulicos e elétricos, ventilação, posição do

ca da Prefeitura sobre a situação geográfica do

do mesmo. “Cada matrícula refere-se a apenas

imóvel em relação ao sol. Considerando que ele

mesmo, em relação às obrigações e posturas

um imóvel e nela deve constar toda a história, a

já assinou o contrato onde constaram todas as

municipais, zoneamento da cidade, projetos de

descrição e o nome do proprietário do imóvel. Após

condições do negócio imobiliário na aquisição

urbanização e restrições à sua utilização.

a análise da matrícula e certidão negativa de

de um apartamento na planta, deverá o com-

ônus do imóvel, o comprador deverá proce-

prador fazer visitas regulares ao empreendi-

Documentos do vendedor:

der à análise de documentos dos proprietários

mento e observar se o cronograma de construção

De Pessoa Física:

do imóvel, observando se o vendedor é pes-

está indo conforme o planejado.

priedade a ser fornecida pelo cartório de registros de imóveis:

1) Fotocópia da Cédula de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); 2) Certidões negativas e atualizadas dos Distribuidores Forenses estadual, federal e trabalhista 3) Certidões negativa de Protestos; Se pessoa jurídica: 1) Cartão do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica); 2) Certidão Negativa de Débito do INSS e Certidão de Quitação de tributos federais administrados pela Receita Federal; 3) Contrato Social se a sociedade comercial for limitada (Ltda.), devidamente registrado na Junta Comercial ou em Registro de Títulos e Documentos se a sociedade for civil; 4) Estatuto Social se for uma Sociedade por Ações – S/A e a ata da Assembléia Geral que elegeu a atual diretoria e a ata que autorizou a alienação. 5) Verificar a capacidade jurídica da pessoa para vender; 6)

Certidões

tualizadas

dos

a-

Distri-

buidores Forenses estadual, federal e trabalhista; 7) Certidões negashutterstock - Konstantin Chagin

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Portal de Imóveis . Jul/Ago 2011

tiva de Protestos.




No Morada dos Deuses, o lixo das reformas prediais feitas pelos condôminos é de responsabilidade dos moradores. Eles precisam colocar o lixo na caçamba de entulho e pagar sua remoção. O síndico só chama a caçamba para recolher

A síndica do Morada, Neusa Sutti, (e também os funcionários) têm que amassar as latinhas de vez em quando pois, segundo ela, o morador não faz o seu papel e apenas joga a lata no lixo

A arquiteta, Ana Paula Gáspari, estuda substituição das caçambas de 2m³ por recipientes mais adequados para cada tipo de reciclável, com a vantagem do lixo já ficar separado. Hoje o reciclável fica misturado.

Nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos: O conceito de responsabilidade compartilhada De acordo com a Constituição Federal, cabe ao poder público municipal o trabalho de zelar pela limpeza urbana e pela coleta e destinação final do lixo. Com a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, implantada em agosto de 2010, a tarefa das prefeituras ganha uma base mais sólida com princípios e

diretrizes, dentro de um conjunto de responsabilidades que tem o potencial de mudar o panorama do lixo no Brasil. A cena comum no Brasil dos lixões a céu aberto frequentado por urubus, com riscos ao meio ambiente e à saúde, está com os dias contados. Os municípios têm hoje obrigação legal de erradicar essas áreas insalubres no prazo de quatro anos (até agosto de 2014). A lei passa a exigir a colocação dos rejeitos em aterros que seguem nor-

mas ambientais, sendo proibida a catação, a criação de animais e a instalação de moradias nessas áreas. As prefeituras devem implantar a coleta seletiva de lixo reciclável nas residências, além de sistemas de compostagem para resíduos orgânicos, como restos de alimentos – o que reduz a quantidade levada para os aterros, com benefícios ambientais e econômicos. As providências tomadas pelos municípios

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fazem parte de um novo conceito: o gerenciamento integrado do lixo, que envolve diferentes soluções, como a reciclagem e a disposição dos rejeitos em aterros que seguem critérios ambientais. Pela nova lei, os governos municipais e estaduais têm prazo de dois anos para elaborar um plano de resíduos sólidos, com diagnóstico da situação do lixo e metas para redução e reciclagem, além de dar um fim aos lixões e buscar soluções consorciadas com outros municípios. Devem também identificar os principais geradores de resíduos, calcular melhor os custos e criar indicadores para medir o desempenho do serviço público nesse campo. A existência desse plano, que será simplificado nas cidades com menos de 20 mil habitantes, é condição para o acesso a recursos da União. Terão prioridade às fontes financeiras do governo federal os municípios que implantarem coleta seletiva com participação de cooperativas de catadores. No caso do governo federal, a lei obriga a elaboração de um plano nacional com horizonte de duas décadas, atualizado a cada quatro anos, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente. O trabalho, previsto para ser executado a partir da mobilização e participação popular em audiências públicas, inclui metas para melhorar o cenário dos resíduos no país, normas para acesso a re-

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cursos federais e meios de fiscalização. O papel social da reciclagem Segundo dados do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem) - uma associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo - a força de trabalho que faz a separação dos materiais recicláveis atinge aproximadamente um milhão de pessoas no Brasil, incluindo aqueles que percorrem as ruas das cidades para a coleta com suas carrocinhas. Essenciais para reciclagem, estão divididos em diferentes categorias, conforme o grau de organização – desde pequenos núcleos que operam sem condições de segurança ou higiene até grandes coope-

No Chácara das Flores I, a síndica Andrea Corozola precisou colocar uma câmera de vigilância para inibir a ação dos moradores que jogam o lixo misturado todo de uma vez

rativas com gestão de negócios, maquinário, veículos e controle da produção. Na base da pirâmide, situam-se os catadores autônomos e informais, sujeitos à exploração por atravessadores que revendem os


No residencial Janaína o desafio é fazer com que o morador não só separe o reciclável do orgânico, mas também separa cada tipo diferente de reciclável no momento da deposição do lixo

materiais recicláveis para sucateiros de maior porte ou para a indústria – o site do CEMPRE informa que apenas 10% dos catadores estão melhor organizados, sem a dependência dos intermediários. São aqueles que trabalham em galpões de reciclagem, mais equipados e com melhor infraestrutura, principalmente sob a forma de cooperativas. No final dessa cadeia, o preço pode ser quatro vezes superior ao inicialmente pago aos carroceiros. A maioria dos condomínios entrevistados em Jundiaí, para essa reportagem, apenas doa o material reciclável para os catadores autônomos, para não acumular lixo em seus residenciais, e quase todos os síndicos ouvidos disseram que desconhecem o destino do lixo selecionado, depois de doado. No condomínio residencial Morada dos Deuses, que tem 420 apartamentos, a síndica Neusa Libório Sutti – que também é subsíndica do Mercadão

da Cidade – conta que, no início, a construtora entregou o condomínio sem projeto para área de coleta e separação do lixo orgânico e do reciclável. Com o tempo, e com a sucessiva entrega de novas torres, a administração teve que mudar a gestão do lixo condominial, primeiro substituindo a coleta municipal de lixo orgânico, a cada dois dias, pela coleta diária de uma empresa especializada em remoção e disposição desses resíduos. Depois foi a vez de desenvolver um catador autônomo para levar quase todos os recicláveis como doação – apenas as latinhas de alumínio são separadas, amassadas dentro do próprio condomínio, e vendidas para um outro fornecedor, com a renda revertida para o café dos funcionários da administração. A nova menina dos olhos da síndica é o projeto de remodelação da área de recicláveis, em condução pela arquiteta Ana Paula Gáspari. “A idéia é criar recipientes adequados, dimensionados, para a disposição de cada tipo de reciclável”, afirma Neusa, ao mesmo tempo em que explica que, atualmente, muitos moradores simplesmente jogam o lixo na área de reciclável, sem separação adequada, apesar dos inúmeros informativos já espalhados pelos quadros de cada bloco e, mais recentemente, no jornalzinho do condomínio. A síndica, An-

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drea Corozola, do Chácara das Flores I, apresenta um lado importante da história, comum a muitos condomínios. Até dois anos atrás, os recicláveis eram vendidos e a renda revertida para o condomínio, porém o preço desses materiais começou a oscilar e foi necessário desenvolver um catador autônomo que retire os recicláveis como doação, mas a síndica aponta que a venda das latinhas de alumínio ainda

compensa. Conclusão Ainda vivemos uma era em que a sustentabilidade é um misto entre um apelo de marketing e uma boa prática de cidadania. Somos ainda muito influenciáveis pelo primeiro, e um pouco alheios à segunda. Por isso, o desafio da busca de uma atitude sustentá-

vel em nossas ações, pede um equilíbrio e um compromisso entre as esferas econômicas, sociais, legais e de saúde. Os condomínios de Jundiaí ainda se sentem pouco à vontade com o que fazer com os lixos orgânicos e recicláveis, mas há boas idéias sendo desenvolvidas e outras que ainda podem florescer para reduzir o consumo, reaproveitar uma parte e reciclar o que for reciclável.

Marcos Roberto Leme, da administração do Jatobás, revela que o condomínio leva um mês para encher o galão de 50 litros de coleta de óleo de cozinha usado e troca por dois galões de 5l de detergente

Nos Jatobás, a orientação é que o lixo orgânico fique contido dentro das portinholas, para recolhimento do caminhão da prefeitura, 3x por semana. É importante que o morador respeite a regra do condomínio

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No Jatobás, a madeira que sobra das construções é usada para fazer serragem e lasquinhas de madeiras, usadas nos fornos das cerâmicas. A vantagem é que a cerâmica não precisa derrubar árvores para queimar nas caldeiras

Veja entrevista com a adminstradora, Fabíola Martho, e o síndico profissional, Wagner Carpi, no blog http:\\portaldoscondominios.wordpress.com


SAÚDE

Cãibraaaaaa noturna Por Neto Aiello - Fisioterapeuta

sões rotineiras de alongamentos e exercício físico

dos Condomínios (http://portaldoscondominios.

Uma bela noite de sono, debaixo das cober-

e evitar o sedentarismo são grandes aliados na

wordpress.com), algumas dicas de exercícios e

prevenção.

alongamentos para prevenir a cãibra e tenha uma

tas, tendo aquele sonho agradável, e de repente: cãibraaaaaaaaaaaa. Você é despertado por uma

O mito na prevenção da cãibra é a ingestão

dor insuportável na panturrilha, o pé fica bem

de banana. Ela é um alimento rico em potássio,

“esticadinho” igual ao pé de uma doce e delicada

mas as cãibras estão relacionadas pela perda de

bailarina, e no desespero você não sabe o que fa-

líquidos e sais minerais pelo suor, e a diminuição

zer para se livrar daquela dor insuportável. Como

da quantidade de sódio no sangue.

sanar esse desconforto? Com algumas simples

Quando a cãibra aparecer você pode tomar

mudanças na rotina diária você vai se livrar des-

algumas medidas como: alongar o músculo en-

se mal para dormir bem gostosinho a noite toda.

volvido, massagear a área e deixar o músculo

Mas antes vamos entender um pouquinho sobre

bem relaxado. Confira no blog da revista Portal

essa peculiaridade noturna.

boa noite de sono.

Gostou deste artigo? Quer sugerir algum tema? Envie mensage m para saude@cond ominioemrevi sta.com.br Você terá um atendimento exclusivo com o fisiote rapeuta Neto Aiello

A cãibra, ou câimbra, se caracteriza por espasmos intensos ou contração muscular súbita, involuntária e dolorosa. Geralmente de curta duração e a maioria das vezes muito dolorosa. Ela é definida pelas pessoas por uma puxada no músculo seguida de uma dor muito forte e desconfortável. As causas dessa contração involuntária não são certas e ainda são muito discutidas por especialistas. Mas existem pistas importantes para entendê-la. A cãibra pode ser causada por vários fatores, entretanto são quatro os principais: sobrecarga nos músculos, falta de flexibilidade, má nutrição muscular e falta de força muscular. Também a outros fatores que influenciam o surgimento das cãibras: doenças como a arterioesclerose e o uso de alguns medicamentos que diuréticos. Para combatê-la é recomendado a ingestão de alimentos rico em sais minerais e principalmente o sódio, como as bebidas isotônicas. A hidratação também é de suma importância para

shutterstock - Deklofenak

estimulam a perda de minerais e água, com os

prevenção das dores. Beba bastante líquido. Ses-

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UTILIDADES DOMÉSTICAS

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ARTIGO

Sustentabilidade, uma visão comportamental Por Melícia Geromini- Psicóloga Você já observou como se fala tanto em sustentabilidade ultimamente? Ecologistas se descabelam para encontrar uma forma de nós, consumidores, nos conscientizarmos sobre o que é a importância que tem esse conceito. Críticos de plantão os chamam de eco chatos. Sacolinhas de supermercado são mal vistas. Alguns separam o lixo reciclável, outros consomem indiscriminadamente. E você, onde se encontra em meio a estas e outras tantas coisas que andam acontecendo ao seu redor? Não irei vasculhar nenhum aspecto social ou econômico, até porque não sou especialista nisso, mas posso tentar estudar esse assunto através da ótica da análise do comportamento e, para tanto, buscarei responder as perguntas que propus. Sustentabilidade é uma preocupação nova, própria do nosso tempo e surgiu em consequência das práticas que desenvolvemos através dos anos, por exemplo: 40 anos atrás eram usadas grandes sacolas de lona para as pessoas trazerem suas

compras da feira ou do mercado, hoje usamos pequenas sacolas plásticas que se avolumaram de tal maneira a invadir os oceanos e sufocam diariamente tartarugas e outros animais marinhos. As pessoas antigamente iam a pé a feiras ou mercados próximos de casa, hoje possivelmente só quem não possui carro pensaria em sair para comprar comida sem ele. Portanto, para abandonar estes hábitos, se faz necessária uma programação que inevitavelmente irá nos privar de certas facilidades que criamos para mantermos nosso planeta sustentável. Desta forma, tenho que frustrar minha vontade de fazer do meu jeito em benefício do coletivo. Alguns dizem: vou deixar um planeta preservado para os meus netos usufruírem. Será que é possível programar ações que atingirão um objetivo que nem iremos ver? Os ecologistas contam com isso. Esse objetivo só será alcançado se entendermos nosso papel no mundo e a exata noção do tempo. Para entender nosso papel no mundo precisamos perceber que somos interdependentes, ou

seja, que nossos atos influenciam os atos de outras pessoas e as atitudes de outros nos afetam. Puxa, mas vou ter um trabalho imenso para separar o lixo reciclável quando sei que meu vizinho não faz isso? Infelizmente essa é uma forma de pensar limitada de alguém que ainda não percebeu seu lugar no mundo e que não sabe seu potencial de mudança, pois muitas vezes quando seu vizinho percebe suas ações é que ele consegue modificar as dele. Mas infelizmente nós, seres humanos, ainda não descobrimos todo nosso potencial, tanto para o bem, influenciando pessoas, nem para o mal, quando compramos abusivamente. Estamos falando, portanto, de consumo predatório e esta expressão carrega um exagero em si, pois todo ato de consumo é predatório em sua essência, sem que estejamos assim emitindo um juízo de valor. O consumo até um limite faz a sociedade se desenvolver, quando passa desse limite a sociedade pode adoecer. Mas como saber se passamos essa linha tênue? Procure olhar a sua volta! Observe seus próprios atos de consumo! Questione-se!

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EDUCAÇÃO

Questão de escolha... Carlos José Silva Borges Comunicação | Colégio Divino Salvador A educação de crianças e jovens sempre foi um assunto essencial, no entanto, cada vez mais, o tema ganha novos aportes de importância e preocupação. A educação é realmente a base para o desenvolvimento pessoal, social e profissional. Essa participação no presente e no futuro não está exagerada: a educação (subentendendo formação e conhecimento) é a ferramenta que equilibra o ser humano, deixando-o pronto para melhores ações, reações e soluções consigo mesmo, com amigos, familiares, sociedade e também com a estruturação da carreira. Some tudo isso e você terá um ótimo futuro! Ok! Você já sabia ou já sabe que ter uma boa educação é, de alguma forma, a chave para a felicidade, envolvendo praticamente todos os planos... Se você gosta de rock, por exemplo, nada melhor do que aproveitar esse universo, mas sabendo se relacionar com as outras tribos, reservando o tempo certo para estudar, trabalhar, aproveitar a família, demais amigos, para cuidar do corpo, se alimentar bem, descansar, enfim, com uma boa educação você sabe que a vida é

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composta por diversos instrumentos e que uma boa música só acontece quando todos estão equalizados. No final das contas, você entende que não basta dedicar os seus esforços, a sua simpatia, todo o seu tempo por um único elemento. É vital respeitar, sorrir e interagir com família, amigos, saúde, estudos, trabalho... Não é muito difícil. É mais uma questão de bons valores. E você os consegue, ou pelo menos os desenvolve melhor, através da educação. Mas aonde a gente consegue educação então? Na família, na vontade própria, no colégio e até na vida. Na família, através do compromisso dos pais em ser exemplo e conversar sobre bons valores com seus filhos. É uma questão de equilibrar o tempo e os próprios comportamentos. É uma questão de escolha. Na vontade própria, pois os filhos também devem ter o mesmo compromisso, que nesse caso é pela própria educação, crescimento e conquistas. É uma questão de ouvir e praticar os ensinamentos que, no final, visam o melhor para si! Aproveite essa fase, pois quando chega aquela em que só você olha pra você, tudo fica mais difícil. Querer se relacionar bem com as partes

da sua vida, hoje e no futuro, é uma questão de escolha. No colégio, a educação vem através da preocupação da instituição com a formação humana, trabalhando os bons valores em disciplinas específicas e de forma interdisciplinar, ou seja, envolvidos nas demais matérias, atividades, trabalhos e eventos, além da postura dos educadores e do condicionamento dado aos problemas de comportamento. Nos dias de hoje, é essencial ter uma equipe interna de psicólogos educacionais, ou seja, profissionais que avançam na compreensão das individualidades e interagem melhor com a família. O colégio não é o responsável, mas é sim o grande parceiro na educação de crianças e jovens. E um bom colégio também é uma questão de escolha. Por fim, tem a educação que a gente aprende na vida. Mas acredite: se eu fosse você, ficaria com as alternativas anteriores. Mas você escolhe!


BEM-ESTAR

Jabuticaba em seu apto? É possível, sim! Por Fernanda Barros Jabuticabeira é um exemplo de árvore frutífera que pode ser plantada em vasos. Além de decorar o terraço ou a varanda do apartamento, ela ainda brindam os donos com delícias adocicadas quase o ano todo. Você sabia que é possível cultivar árvores frutíferas em vasos no seu apartamento? Pois acredite: obedecendo a algumas exigências básicas, dá para ter em casa plantas como jabuticabeira. A moradora do condomínio Ulisses Mazzali e curiosa por plantas, Jussara Vettoei Tessari, conta como ela faz para que sua jabuticabeira dê frutas adocicadas o ano todo. “Os cuidados básicos a serem tomados com as frutíferas cultivadas em vasos são vários. O vaso deve apresentar uma boa drenagem, possibilitando o escoamento do excesso de água, quando houver. O solo para o cultivo deve ser rico em matéria orgânica e com uma boa aeração. O ideal é uma proporção de 20% de matéria orgânica em um solo fértil. A temperatura ambiente é muito importante, pois pode variar bastante, mesmo dentro de um apartamento. Os locais muito quentes devem ser evitados, da mesma forma que locais muito frios. As plantas mais cultivadas em apartamentos se desenvolvem melhor em temperaturas altas, entre 20 e 25ºC”, afirma Jussara. A jabuticabeira, além de ótimos frutos e uma excelente decoração para a sua varanda, traz na memória a lembrança de chácaras, fazendas e sítios. Jussara lembra ainda que o vaso para plantá-la tem que ser grande e com um furo no fundo. Uma dica para o plantio é colocar cinco centímetro de argila em pedra, depois adicionar a terra. Depois de colocar a muda sobre a terra pode-se completar o vaso com pedriscos ou uma forração com plantinhas baixinhas. A rega do pé de jabuticaba tem que ser diária, até encharcá-la e as folhas também

podem ser molhadas para que a planta se sinta no seu ambiente natural, como se estivesse ao ar livre. “Por dia molho a planta com um litro e meio de água e assim temos frutos o ano todo”, conta a moradora. “Além desses cuidados, as plantas devem ser mantidas livres de doenças, fungos e parasitas. Os vasos precisam permanecer limpos, sem galhos, folhas e flores mortas. Por último, os galhos devem ser podados sempre que necessário”, conclui Jussara. Características da planta A jabuticabeira é espontânea em grande parte do Brasil. Frutífera de origem sul-americana (brasileira) é encontrada com mais frequência em Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, mas pode também ser encontrada em outras regiões do país, como na Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de países como Argentina, Paraguai e Uruguai. Árvore de porte médio, tem o formato piramidal e pode chegar até nove metros de altura, dependendo da espécie. É conhecida há mais de 400 anos e seu nome é de origem indígena que significa, em tupi, jabuti e caba - lugar. Nada mais comum encontrar jabutis por perto das árvores comendo os frutinhos caídos no chão. Já os índios consumiam a jabuticaba na forma natural ou em bebida fermentada que preparavam. Frutos Seus frutos (tipo baga) são arredondados, de coloração roxo-escura, com polpa esbranquiçada,

shutterstock Eduardo Alexandre Piccoli Rocha

adocicada, envolvendo de uma a quatro sementes. Surgem de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro. A safra, mesmo abundante, dura pouco. A jabuticabeira é uma árvore de grande longevidade; comumente demora para dar os primeiros frutos, mas quando começa não para mais, e quanto mais velha, melhor e mais produtiva. Suas flores são brancas, sésseis, e surgem diretamente do caule. Floresce duas vezes ao ano, de julho a agosto e de novembro a dezembro, e sua frutificação é abundante, cobrindo de frutos o tronco, os galhos, e ocasionalmente, até as raízes descobertas. Conheça as variedades de jauticada no blog http:\\portaldoscondominios.wordpress.com

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CRÔNICA

Crime Ambiental Todos se orgulhavam daquela árvore na praça do condomínio, viçosa, tinha uma sombra generosa e suas flores perfumavam toda a vizinhança. Foi pensando em usufruir desta maravilha da natureza que o síndico colocou uma mesinha e alguns bancos para que todos pudessem aproveitar. De uma hora para outra, a geração mais experiente do condomínio, ou seja, o pessoal da terceira idade, começou a se juntar sob sua sombra para contar causos e histórias do passado. Depois de dois meses que o condomínio usufruia daquele presente da natureza, de uma hora para outra, a árvore começou a secar. Primeiro as flores, depois as folhas e os galhos mais finos. Foi chamada a engenheira florestal do 502, a bióloga do 801 e o paisagista do 301, todos para ajudar a conter a morte de tão bela espécie. A engenheira florestal fotografou a árvore de todos os lados, possíveis e imaginários, a bióloga levou folhas, cascas e flores murchas para o laboratório e o paisagista visitou várias plantas da mesma espécie para verificar o que estava acontecendo. O resultado desanimou a todos. O tempo passava e ninguém conseguia descobrir o que estava acontecendo com a árvore que morria a cada dia. Certa manhã, já desanimados,

chegou o jardineiro que conhecia a fundo a árvore e pediu para examiná-la e passou três dias juntamente com os velhinhos e seus causos. No final do terceiro dia chamou o síndico de lado e deu o diagnóstico. Era crime ambiental e os velhinhos eram os responsáveis O síndico ficou abismado com o diagnóstico. Como aqueles velhinhos inocentes estariam matando as árvores que exalava o perfume das flores, a sombra dos dias quentes e a beleza da praça? O jardineiro olhou bem nos olhos do síndico e disse: pelas MENTIRAS. A quantidade de mentiras é tanta que está matando a árvore. Precisamos fazer alguma coisa antes que ela morra de vez. Na manhã seguinte o síndico cercou a pracinha com fita, tirou as mesinhas e os bancos e informou que tudo estava em manutenção. Em pouco mais de uma semana as novas folhas surgiram e alguns galhos se recuperaram e, em poucos meses, a árvore estava linda de novo e salva de um crime ambiental. A coitada não aguentava a quantidade de mentiras contadas todos os dias pelos velhinhos e quase secou. Quanto aos velhinhos, o síndico arrumou um local próximo a um enorme formigueiro para as reuniões. Coitadas das formigas...

Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista Ilustração: Rafael Godoy. Arte final: Paloma Crem onesi

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