Revista Portal dos Condomínios - edição nov/dez

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O seu condomínio em revista

Distribuição gratuita Ano 08 . Nº 93 Nov/Dez de 2011

É O FIM DOS VELHOS TEMPOS? Nova forma de assembleia promete otimizar tempo, integrar moradores e até aumentar quórum.



EDITORIAL

ÍNDICE

Atualize-se para uma nova era tecnológica Chegamos ao ponto que não há como negar a penetração da tecnologia em nossa vida, seja por meios sociais ou profissionais. Na vida condominial, o Brasil obriga, a partir de 2012, a todos condomínios terem a certificação digital. Os grupos de email de moradores já é uma constante na maioria dos lares de edifícios e loteamentos residenciais. Agora, o futuro nos aguarda com uma nova modalidade capaz de revolucionar – positivamente, diga-se de passagem – as assembleias. A chamada assembleia virtual provoca síndicos, moradores e administradores a entrarem em uma nova era de otimização de tempo, democratização nas votações e, até, mais integração entre moradores. Ainda sem permissão legal, a novidade é usada apenas como fruto de discussão dos temas a serem votados nas reuniões presenciais. Mas ganha-se tempo com a triagem de assuntos de menor importância e a posição consolidada do que será votado. Os moradores de condomínios, antes impossibilitados de ir até uma assembleia por diversos motivos como saúde, compromissos profissionais ou tempo, poderão – em um futuro próximo, participar efetivamente da decisão de assuntos que interferem diretamente em sua vida condominial. A integração entre moradores pode começar a fluir, visto que assembleias presenciais poderão perder o rótulo de ‘reunião maçante’ a um agradável encontro de colegas e vizinhos para apenas assinar um termo legal e sobrar tempo para uní-los com amenidades e grandes relacionamentos. Vemos como positiva a concretização de uma as-

* Drywall: prático e moderno

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* Evento: olho na segurança

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sembleia virtual também para aqueles que se sentem envergonhados ou até tímidos de exporem sua 8 * Viver em Condomínio opinião perante a um grupo de estranhos, em plena segunda-feira a noite, em um salão de festas trans* Portal Debate: as dúvidas formado em um debate muitas vezes intermináveis. 10 do seu condomínio Essas pessoas, talvez, terão mais facilidade de expor suas opiniões através de mensagens de texto e pro* Capa: o futuro das mover o desenvolvimento do condomínio. Assembleia virtual, fórum de discussão ou qual12 assembleias quer outro rótulo a ser empregado para esta atividade, o que realmente trás à realidade é uma nova forma de 20 * Especial verão: bike colocar em prática as mudanças positivas em prol de cada condomínio. O primeiro passo foi dado. 25 * A beleza dos caquitos * Jundiaí ganhou recentemente o seu Conselho de * Crônica: show das dez 26 Síndico, coordenado pela Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário – Proempi. Trata-se de uma iniciativa que reúne um grupo de síndicos e um núcleo formado por síndico profissional, administradores de condomínios e advogado condominial. O objetivo do Conselho é propor o desenvolvimento do mercado condominial em grande escala e não apenas analisar determinado problema de um condomínio. ReCADASTRO centemente, o coordenador do Núcleo do Conselho de Síndico de Jundiaí e Região, Fernando Angelucci Fernandes, Atenção síndico e administraesteve com o governador Geraldo Alckmin mostrando dor. Mantenha o cadastro do o projeto, o qual foi elogiado. A revista Portal dos Condomínios está em constante acompanhamento para trazer seu condomínio atualizado. as novidades que os projetos dessa organização têm para Entre em contato com nosso contribuir com o desenvolvimento do mercado condominial canal direto exclusivo para na região de Jundiaí.

você: sindico@condominioemrevista.com.br

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PARA ANUNCIAR 11 4522.2142 11 4521.3670

NA WEB Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2011

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DECORAÇÃO & DESIGN

Prático e

Fotos ShutterStock - Diane Gonzales

ri rra Fe s ciu ní Vi

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Por Vivian Lourenço Você aqui no Brasil pode não conhecer, mas nos Estados Unidos e na Europa já é um velho conhecido. O Drywall (parede seca, em tradução livre) chegou ao país faz apenas 20 anos e vem aos poucos conquistando o seu espaço no mercado nacional. Este é um sistema industrializado, pré-fabricado e composto de uma estrutura que reúne aço e placa de gesso, o que facilita as construções e reformas rápidas, já que pode ser montado no local, além de ser silencioso e principalmente com pouca sujeira e quase nenhum desperdício. Uma ótima opção para quem quer reformar, mas também não quer ficar meses com a casa bagunçada e também deseja fugir de todo barulho e sujeira. Outra vantagem é que o Drywall permite embutir instalações elétricas, hidráulicas e de telefone, tornando fácil a manutenção, ou seja, nada de ficar quebrando parede caso apareça algum problema. O material aceita também diversas configurações e pode ser usado com placas simples ou duplas, diferentes espessuras e enchimentos que trarão um maior conforto térmico e acústico. Quem tem problema com umidade pode ficar tranquilo, que o Drywall tem opções para áreas úmidas e que precisam de proteção contra o fogo. Ele se encaixa em qualquer projeto. O arquiteto, Vinícius Ferrari Borges, faz o raio-x do material. “O Drywall é composto basicamente de duas chapas de gesso. Por dentro está a estrutura confeccionada em aço galvanizado, altamente resistente”. Ou seja, é prático, oferece resistência e é bonito. A designer de interiores, Noeli Cristina, acrescenta que “por sua rápida colocação e quase sem sujeira, o Drywall vem ganhando cada vez mais o mercado brasileiro. O diferencial é o seu sistema anti-trincas e a possibilidade de criar paredes e tetos em curvas”. Além disso, o material permite diversos tipos de acabamentos, como pintura comum, azulejos, pastilhas, mármore, papel de parede, granito e até lambris de madeira. A qualidade do

acabamento fica superior a de uma parede comum. A decoração pode ficar por conta da imaginação do morador, não ficando restrita a apenas um tipo de material, como se pode avaliar. Outra facilidade que conquista os consumidores é em relação a manutenção. O Drywall pode ser limpo usando-se apenas uma esponja com detergente ou produtos específicos no mercado; só não pode usar água em grande quantidade. Ferrari lembra que a pergunta que o morador mais faz é com relação a diferença deste método para o gesso. “As paredes Drywall, inicialmente, cumprem os mesmos requisitos básicos de desempenho mecânico, acústico e térmico das paredes de alvenaria, substituindo-as com algumas vantagens, como rapidez de execução, qualidade de acabamento, ganho de espaço e quase total ausência de desperdícios e entulho. Já as paredes de gesso são construídas com blocos de cerâmica ou concreto, iguais uma parede de alvenaria tradicional.” Caso a superfície do Drywall seja danificada, os reparos podem ser feitos usando massa para tratamento de juntas ou massa corrida, como se fosse uma parede de alvenaria. O arquiteto diz que mudar um ponto elétrico ou fazer a manutenção de um cano com vazamento, por exemplo, é tão fácil quanto limpar o Drywall. “É um sistema parecido a um sanduíche e fica mais fácil passar uma fiação ou consertar um encanamento. Além disso, se contratado um serviço de mão de obra especializada, este trabalho pode ser realizado em apenas um dia”. Além de todas essas facilidades, o Drywall foi feito sob medida para quem sonha em se livrar do barulho do vizinho ou ter um home theater, sem incomodar ninguém. Ao que Ferrari explica que neste caso, as paredes e os forros podem receber um recheio extra com mantas minerais (de lã de rocha ou de vidro) ou placas duplas - o modelo ideal é determinado pelos profissionais de acordo com a configuração do ambiente. Para completar, a solução resolve a qualidade térmica da casa, mantendo a temperatura estável durante o dia e a noite. Já para quem quer transformar a sala em cinema com um home theater, o ideal é procurar um arquiteto para fazer um projeto, já que devem ser levadas em conta algumas particularidades, como dimensões e quantidade de aberturas. Só assim o morador pode obter o melhor resultado possível para o ambiente. O Drywall também suporta, normalmente, cargas com peso. Você pode fixar na superfície armá-


moderno rios de cozinha, suportes para televisão e até mesmo micro-ondas. “Os cuidados fundamentais para que essa fixação não cause problemas é instalar no interior da parede um reforço interno, que pode ser de madeira tratada ou chapa de aço galvanizado, e utilizar, nas distâncias recomendadas, buchas específicas para drywall”, esclarece o profissional que acredita ser um processo mais simples, rápido e preciso do que se fosse instalado nas paredes de alvenaria tradicional. Os objetos mais leves como espelhos e porta toalhas podem ser feitos apenas com o uso de buchas e parafusos apropriados. Exemplificando, “todo objeto que pesa até 10 kg pode ser preso no gesso. Acima disso, deve-se aplicar o reforço ou distribuir a carga”. Há ainda a possibilidade de fixar uma rede de balanço no Drywall, mediante, é claro, o cálculo estrutural feito por um profissional. “É necessário uma estrutura auxiliar para o reforço - seja ele feito com tubos de aço ou com chapas de metal mais espessas - por dentro de cada um dos lados da pa-

rede onde serão soldados os ganchos para a rede”, salienta. As placas de Drywall são muito utilizadas para separar ambientes, construir quartos de bebê ou moldar qualquer lugar da casa de acordo com as necessidades do morador. Esse sistema só pode ser usado internamente, já que não resiste às intempéries. Algumas paredes apresentam somente 7,3 cm de espessura. Resultado: em 100m² ganha-se 4% de área útil, ou seja, algo como um armário espaçoso no quarto. Sem exigir vigas nem pilares, esse sistema é mais leve que a alvenaria - são 20 kg por m² contra 120 kg, o que gera economia nas fundações. A durabilidade do material vai de acordo com o local da instalação, sendo que quanto menos contato com água ou agressões físicas como martelo, maior a vida útil. O Drywall vem com garantia de fábrica e os instaladores geralmente dão uma garantia de cinco anos. Para que o material tenha a eficácia e a beleza mencionada, é importante que a mão de obra na

hora de instalar seja qualificada. Prova disso é que as empresas investem em treinamento e seus sites indicam distribuidores e instaladores autorizados. Para isso, é necessário analisar qual será a empresa instaladora, para garantir a total funcionalidade do método. Os preços variam conforme na necessidade do morador. Por exemplo, para uma parede padrão de 9,5 cm de espessura, placas simples de 12,5 mm e montantes de 70 mm, o metro quadrado sai por uma média de R$ 70, já com a instalação. O valor aumenta para R$ 95, se o morador quiser um enchimento. Para forro os valores variam de R$ 30 a R$ 50. Caso a necessidade seja para áreas úmidas ou resistência ao fogo, o metro quadrado já instalado pode encarecer cerca de R$ 10; cada reforço de peso custa R$ 70. Você irá investir conforme a sua necessidade. Encontrado a pronta entrega, o Drywall pode ser a solução de grandes mudanças no seu lar, com preparação rápida, desde que haja mão de obra especializada e um projeto em mãos.

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Evento

na segurança

Fotos Rodrigo Góes

OLHO

Por Vivian Lourenço Você sabe reconhecer um bandido? Baseado nos filmes ou seriados seria aquela figura com capuz, roupas esfarrapadas e arma na mão. Porém a realidade é um pouco diferente da ficção. Não é possível reconhecer um assaltante somente pela sua aparência, já que há muitos casos de que os criminosos estão vestindo ternos de grife, falam um português impecável e estão de olho, principalmente, nas falhas de segurança dos condomínios. Visando esclarecer as dúvidas dos síndicos e abordar soluções para a segurança do condomínio, a LGM promoveu no dia 1º de dezembro a palestra “A Importância da Integração na Segurança dos Condomínios”, em comemoração ao dia do síndico, festejado no dia 30 de novembro. Segundo a diretora da empresa organizadora do evento, Odete Amaro, o tema é de suma. “Mesmo com a queda de 72% nos índices de assaltos a condomínios, ainda é uma situação que nos preocupa muito, uma vez que prestamos esse serviço”. O capitão da PM, José Elias de Godoy, palestrante da noite, falou sobre os novos métodos de segurança e, principalmente, o que os

síndicos precisam saber para garantir o bem-estar dos condôminos. O tema segurança é um dos mais atuais, tanto que o Secovi lançou um manual de segurança, baseado nas notícias de assaltos e arrastões a condomínios no país inteiro, especialmente em São Paulo. Segundo Godoy, garantir a segurança de um condomínio não é apenas investir em equipamentos. “É preciso adotar medidas preventivas e integradas. Com sistemas, materiais e equipamentos que garantem a segurança”, diz Godoy. E o tema foi tratado com atenção pelos ouvintes. “Todo síndico tem que agir para ter uma boa segurança”, diz o síndico do Villagio Di Firenze, João Claudio dos Anjos Rodrigues. A participação de todos faz parte do processo de segurança patrimonial. Cada um pode fazer um pouquinho. Juntando isto e os modernos equipamentos de segurança, o local dificilmente será alvo de bandidos. Não se pode evitar 100% os assaltos, mas o intuito é inibir ao máximo a tentativa. João Claudio lembra que boa parte da culpa da falta de segurança não é só do síndico ou do porteiro. “Os

condomínios tem resistência, não se preocupam com essa parte”, diz. Ou seja, as pessoas esquecem muito de cuidar da própria residência e os moradores deixam os apartamentos com portas abertas. Esse excesso de confiança compromete a segurança. Para o síndico do condomínio Luiz Piccolo, Roberto Feligozi, esta palestra deveria ser levada para dentro dos condomínios. “Conscientizar todos os moradores a respeito dos problemas é complicado, porque o síndico dá uma ordem na portaria pedindo para não fazer uma coisa e o morador chega e manda o porteiro fazer outra coisa. Este é nosso principal problema”, revela. Investir na qualificação do funcionário e a conscientização do morador são importantes. “Eu estou síndico e tenho um problema no dia a dia, o relacionamento é muito complicado. Os procedimentos operacionais precisam ser passados a todos, desde os funcionários até os condôminos. Não é preciso um grande aparato de segurança, basta que todos sigam os procedimentos”, diz Godoy. Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2011

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Fórmula secreta Não há uma fórmula secreta para evitar assaltos, mas os síndicos e condôminos devem ficar atentos a algumas dicas que o capitão da PM passou. A principal é atenção com o portão de pedestres e de veículos, assim como os muros ao redor do condomínio; estes são os lugares onde os assaltantes mais se beneficiam para invadir o condomínio. “A partir do momento que o bandido domina o local, dificilmente alguém de fora perceberá o que está acontecendo”. Este é o maior problema dos assaltos. Existem várias maneiras que os bandidos usam para entrar no condomínio, seja por meio de ameaças, disfarçado de entregador, falha na segurança, informações privilegiadas, etc.

Portaria “O grande segredo do porteiro é saber que ele não tem obrigação de abrir a porta para ninguém. Sempre precisa pedir identificação ou pedir para o morador liberar a entrada”, diz Godoy. Muitos porteiros abrem o portão de veículos somente com a identificação do modelo do veículo, sem saber se a placa confere ou se é o morador realmente que está dirigindo. Segundo João Claudio, “os porteiros não estão preparados, por causa da alta rotatividade. Você nunca consegue prepará-los para um bom atendimento”. Acesso e proteção “Não adianta blindar a guarita. Precisa ver a real necessidade de segurança do condomínio e investir bem o dinheiro”. O capitão da PM também revela o horário de maior perigo de assalto, que é entre às 18 horas e 6 horas, justamente quando os moradores estão entrando e saindo do condomínio. “Os locais onde acontecem mais as invasões são: muros, portão de pedestres e acesso a garagem, porta de entrada do edifício e acesso aos andares”. Se o bandido passou dos muros ou do portão de pedestres, ele já tem 60% do assalto realizado.

DEPOIMENTOS

Locais mais visados “Todos os condomínios estão sujeitos a serem vítimas. Este é um grande problema que devemos observar”, revela Godoy. Os locais mais visados pelos assaltantes são os condomínios de classe alta, com moradores que tenham posses (joias, dinheiro e eletrônicos) e que não possuam mais do que duas torres.

Acompanhe as dicas “O que um condomínio precisa ter para ser seguro?” no nosso blog: http://portaldoscondominios. wordpress.com

Odete, Angêla e Geraldo da LGM com Elias Godoy, palestrante do evento.

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VIVER EM

CONDOMÍNIO

Há lado jurídico na assembleia virtual? As assembleias condominiais são tidas por muitos condôminos como algo “chato” e um “desperdício de tempo”, porém, são nessas reuniões que são definidas as questões administrativas e, desde que respeitado o quórum de cada assembleia, o que for decidido vale para toda a coletividade condominial, inclusive para aqueles que não participaram. Embora não seja uma novidade, há alguns anos vem sendo utilizada por muitas administradoras e condomínios a chamada assembleia virtual, uma vez que não há nada na lei que proíba este tipo de discussão virtual, pois como já mencionamos a assembleia presencial continua a existir. Vale dizer que a chamada assembleia virtual na verdade não é uma assembleia especificamente dita, trata-se de mero debate virtual, um fórum de criação entre os condôminos sobre determinados assuntos que serão discutidos em uma assembleia presencial já designada ou que será designada, esta sim com validade legal nas suas decisões. Na verdade, por este sistema, os condôminos acessam a assembleia por meio de uma página virtual, sendo que lá fica disponível por vários dias a

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Se o leitor ainda tiver dúvidas ou desejar sugerir novos assuntos para abordapauta da gem desta coluna, poderá encaminhar e-mail para o endereço especialmente discussão criado para esta finalidade: viveremcondominio@condominioemrevista.com.br e outros documentos relacionados à assembleia presencial que irá ocorrer futuramente, assim acontece a discussão entre os condôminos sobre os assunto. o condômino que não puder comparecer na assembleia presencial para votar poderá dos condôminos pode não ter acesso a internet imprimir uma procuração com a sua intenção de e com isso não poderiam manifestar o seu voto. voto para cada assunto que será discutido na asPortanto, é imprescindível que embora o sembleia presencial e assim se fazer representar condomínio adote a utilização desta assembleia por outrem mediante este documento. virtual, deve-se atentar que legalmente deva ser Salientamos que nenhum condomínio realizada a assembleia presencial, sob pena de poderá apenas utilizar-se exclusivamente haver nulidade. desta assembleia virtual para deliberar sobre as

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questões condominiais, pois caso isso ocorra, será tida como nula, primeiro porque não existe qualquer tipo de normativo legalizando esta modalidade de assembleia e, segundo, porque parte

* Newton Nery Feodrippe de Sousa Neto, advogado especializado em condomínio e direito imobiliário, jornalista inscrito no MTB 0062158SP


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PORTAL DEBATE

Espaço para dúvidas e perguntas do seu condomínio Mudança de portaria, inadimplência, comprovação de contas e acesso ao condomínio são os temas que os moradores, síndicos e conselheiros questionaram nesta edição do Portal Debate. Participe você também. A sua dúvida pode ser a do vizinho. Envie agora as perguntas para contato@condominioemrevista.com.br Fernando Prado - Res. Alto di Felicitá: Pensamos em alterar nossa portaria (construir uma nova), incluindo a alteração de portões, materiais utilizados e área construída. Qual seria a melhor forma de fazer isso? Qual a visão de vocês sobre todos os agentes envolvidos (projeto, prefeitura, moradores, assembleia para aprovação, fornecedores)? Portal Debate: Uma sequência interessante seria: fazer uma assembleia para aprovar a contratação de arquiteto, contratar o arquiteto, de preferência quem fez o projeto do prédio, apresentar e aprovar o projeto em assembleia, custos, forma de rateio, etc., fazer um planejamento de obras bem elaborado, tendo sempre um plano “B” e ter uma data certa para fim das obras. É importante fazer três orçamentos com profissionais da área (arquitetos, engenheiros ou construtoras). Durante a assembleia, analisar e concluir a caracterização da obra (voluptuária, útil ou necessária) em razão do quórum a ser respeitado para a sua aprovação. Roseli de Camargo – Giorno Di Sole:

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Como devo agir, ou que providências tomar se um condômino fica de seis a oito meses sem pagar a taxa condominal, depois faz um acordo as vezes de até seis pagamentos e, durante este tempo não paga as taxas atuais dos meses que está pagando o acordo? Já virou vício. Portal Debate: Em análise técnica: No caso da formalização do acordo (confissão de dívida) pode ser inserida uma cláusula de que o condômino devedor compromete-se a pagar além das parcelas do acordo, também as parcelas vincendas, ou seja, se ele deixar de pagar as contribuições atuais enquanto tiver pagando o acordo pode-se considerar que ele descumpriu a confissão de dívida e esta pode ser executada. Há também a opção de, no terceiro mês de atraso fazer cobrança judicial, inclusive das custas da cobrança. Em análise psicologica: a forma como é descrito o problema passa a sensação de que a vítima é o condomínio. Mas, na autoridade de síndica, quem poderá mudar o final dessa história é você. Ou seja, quando este acordo é feito as correções param de correr para todas as parcelas, durante o período em que o condômino tem para pagar, não é mesmo? Mas, para que servem juros e multas? Para diminuir a perda daquele que contava com o recebimento do dinheiro naquela ocasião. Além disso, multas e juros são formas de penalizar, ou seja, dar uma consequência para aquele que não honrou com seu pagamento. Então, junte essa explicação a uma dose de assertividade, seja educativa e da próxima vez

finalize essa história diferentemente da forma como ela vem sendo encerrada até então. Edson Canata – Tereza Cristina: Faço parte do Conselho Fiscal da Associação dos Moradores do Jardim Tereza Cristina, em Jundiaí, não venho recebendo com regularidade as pastas com os documentos para aferição e validação. O que devo fazer? Isso porque a administradora já respondeu a um email informando que os documentos já foram enviados em 29/08/11. Qual a regularidade dos envios? Pois que me lembro só validei os do início do ano de 2011. Portal Debate: Como conselheiro fiscal, compete além de assessorar o síndico ou o diretor presidente, dar seu parecer sobre as contas do representante legal do condomínio ou associação, permitindo assim, que o dinheiro advindo das despesas condominiais ou associativas, tenha bom uso e, quando há sobra, seja aplicado. As pastas são mensais e o conselheiro fiscal deve vê-las mensalmente dando a sua ciência ou não quanto as contas. Caso não esteja recebendo deve fazer uma notificação extrajudicial ao diretor presidente informando os fatos e exigindo que os livros sejam apresentados mensalmente. É importante também, em conjunto com os outros conselheiros, solicitar com protocolo ao síndico as referidas pastas. Felipe Pereira Lopes – Palmeiras da Malota: Em um condomínio (não loteamento) resi-


DEBATE

dencial, vocês acham viável que entregadores de pizzas, vans e micro-ônibus adentrem no condomínio? Portal Debate: Deve observar o que fala a sua convenção ou regulamento sobre este tipo de assunto. Caso estes documentos sejam silentes sobre este tipo de assunto seria importante chamar uma assembleia para determinar parâmetros para entrada de entregadores de pizzas, vans e microônibus, pois devem todos os condôminos ficarem atentos quanto a segurança e privacidade da coletividade. Não quis se identificar: O que é feito com nosso fundo de reserva? Como podemos ter certeza que este fundo está mesmo sendo depositado em uma conta e não está sendo utilizado em questões “pessoais”, ou seja, para desvio de verbas. Teria como exigir um comprovante de saldo do banco. Se o valor de fundo é destinado ao pagamento de despesas extras, porque então todo mês vem cobrado alguns valores de despesas “extras”, como por exemplo (bomba de água), câmeras de segurança, etc... Nunca conseguimos contato com nossa síndica e, para podermos falar com ela, precisamos preencher uma solicitação, que será analisada e respondida por escrito. Na maioria das vezes não é dada resposta. Resumindo: não estamos satisfeitos com a síndica, porém não temos quem possa assumir este cargo. Não há melhoria no condomínio, sendo que nosso fundo de reserva é bem alto “pelo informado na conta que nos é apresentada”. Enfim, o que podemos fazer?

Portal Debate: O fundo de reserva deveria estar aplicado ou em uma conta poupança. Para ter certeza, consulte a administradora, os demonstrativos, as atas anteriores e verifique o que foi decidido. Para exigir um comprovante do saldo, este deve ser feito através de um pedido protocolado endereçado à síndica e/ ou administradora. Sobre falar com a síndica, é necessário analisar se consta essa forma de contato na convenção ou em alguma assembleia. Para encontrar uma solução, reúna um grupo de moradores com o mesmo nível de insatisfação e mude a síndica ou, ainda, contrate um Síndico Profissional.

A equipe Portal Debate: Melícia Geromini (psicóloga), Fernando Fernandes (síndico profissional), Newton Nery F. de Sousa Neto (advogado) , Carlos Eduardo Quadratti (advogado), e Reginaldo Moron (advogado) e André Schuler (técnico).

Daniela Mendes

PORTAL

É FÁCIL PARTICIPAR Envie sua pergunta para contato@ condominioemrevista. com.br ou mande uma carta para Rua Bela Vista, 650 – Bela Vista – JundiaíSP – CEP: 13207-780. Qualquer dúvida, entre em contato através do tel.: 11 4522-2142.

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Capa

Por Vivian Lourenço Toda vez que algum morador passava mexendo em um aparelho eletrônico o síndico torcia o nariz; parecia que a tecnologia lhe causava aversão. Ele ainda era daqueles que pregava com durex os recados da assembleia, escritos à mão – ou na velha máquina de escrever. O que ele parecia não perceber é que, essa tal tecnologia que ele não compreendia, iria ser a solução para as constantes caras feias e de tédio em dias de assembleia, afinal, quem nunca fez cara feia quando recebeu um aviso de convocação para assembleia do condomínio? O mundo evoluiu e atualmente o meio eletrônico domina nossas vidas, tanto é que nem o voto mais é no papel, a urna eletrônica tornou o processo democrático brasileiro mais rápido e eficaz. Neste mundo da banda larga, você faz amigos, compras, paga contas e até mesmo consegue comandar sua casa antes mesmo de estar no

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recinto; tudo isso usando a tecnologia e a internet. É uma infinidade de coisas que você pode fazer sem ao menos sair de casa; comodidade, praticidade e inovação, graças à tecnologia. Consegue imaginar a sua vida sem tudo isso? E o avanço tecnológico continua. Já imaginou poder fazer a assembleia do condomínio na sua casa e economizar todo aquele tempo da discussão? Com novos métodos, as assembleias de condomínios podem ser feitas virtualmente; pelo menos, uma parte delas já está sendo realizada por este método. E agora, como que o síndico que desconhece a modernidade pode se beneficiar dessa vantagem com o emprego da assembleia virtual no condomínio? Antes de pensar nisso, é melhor descobrir como a assembleia virtual realmente funciona. Esse método é um software que usa um sistema online que irá facilitar a integração dos


moradores e administradores de uma forma fácil e acessível para os dois lados, já que todos os moradores do condomínio podem debater os assuntos a qualquer momento, de qualquer lugar. É como um desses fóruns na internet no qual há o assunto, as pessoas dão a opinião, e assim vai. A própria criação do sistema foi baseada na baixa participação dos moradores nas assembleias. As empresas perceberam que poderiam criar um método mais atrativo para as tediosas reuniões condominiais. E o nosso síndico, que no começo poderia achar a novidade chata, já a está vendo com bons olhos, apesar de ainda parecer complicada. Para quem ainda não está familiarizado com o processo, ele funcionaria da seguinte maneira. As discussões acontecem de forma simultânea e antecedem a reunião presencial. Ao final, todos os participantes geram uma procuração especial com sua intenção de voto, garantindo assim seu direito de escolha. Como em nosso país as leis ainda não permitem a votação virtual, criou-se um modelo hibrido. “Pensamos que seria possível, com as leis brasileiras, uma assembleia onde a participação fosse muito maior”, diz Carlos Henrique Cêra, o diretor da empresa que faz esse software, a Superlógica. O que ele quis dizer é que poderiam criar um método que ficasse mais interessante,

que chamasse a pessoa para realmente participar da assembleia. Isto resolveria o problema do nosso síndico. O funcionamento do sistema é bem simples, como se fosse uma rede social, a qual todo mundo está bem familiarizado atualmente. Sabe quando você escreve alguma coisa no Facebook e de repente aparecem vários comentários, com todo mundo debatendo o assunto? Seria bem parecido com isso; igual ao Facebook, Twitter, Orkut, onde várias pessoas discutem o mesmo assunto ao mesmo tempo. Na assembleia virtual, o síndico – aquele desacostumado a tecnologia, mas que agora já ligou até o computador – vai cadastrar o condomínio e todos os moradores, sem exceção. Criada essa rede (igual àquela que todo mundo participa), ele vai convidar os condôminos a ingressarem. Pronto, é só os moradores observarem o que seria discutido na assembleia e já propor melhorias para o condomínio e votar nas propostas dos outros condôminos. Bem mais interativo do que aquele bate-boca e mal estar provocado

pela discussão nas assembleias presenciais. Como em toda discussão, as boas ideias continuam e as ruins, descartadas. A assembleia virtual funciona como uma maneira de deixar o condômino a parte do que está acontecendo, discutir propostas e mostrar a pauta da reunião presencial. Assim, a assembleia propriamente dita fica mais rápida, com todos sabendo o assunto que será tratado, faltando apenas a votação. E como tudo é feito virtualmente, o morador não precisa estar exatamente na residência para participar do voto, caso a convenção do condomínio permita esse sistema. Carlos Henrique explica que o condômino pode votar a qualquer hora e local, em um computador ou smartphone, da casa ou do seu trabalho. O voto é validado no final, por meio de um instrumento chamado procuração com intenção de voto, que pode ser assinada com caneta e papel ou usando um certificado digital (Veja box na página 15). Se o morador começar a se preocupar com relação a segurança, pode ficar tranquilo. Este é

“É um software que usa um sistema online que irá facilitar a integração dos moradores e administradores de uma forma fácil e acessível para os dois lados”

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um sistema que garante que os dados dos condôminos não são acessíveis nem para os administradores. Além disso, o sistema permite o consenso, já que os moradores ficam muito mais próximos da administração e assim começam a entender realmente os problemas e porque tais decisões são tomadas. Assim condôminos, administradores e síndicos trabalham as decisões com muito mais hegemonia. O maior benefício para o morador é o fato de não precisar comparecer as assembleias presenciais – exceto em caso de votação importante. “Eles ficam sabendo, de todas as decisões, antes delas serem de fato tomadas”, salienta Carlos. Ou seja, as votações mais polêmicas como distribuição de vagas de estacionamento, reformas, uso do dinheiro, etc. ainda precisam ser feitas de forma presencial, já que envolvem dinheiro e consequentemente um impacto na vida do morador. Porém, apesar de tantos benefícios, o mercado está se adaptando a este novo sistema, já que no Brasil, ainda é difícil que todos possuam acesso à internet, ou até mesmo conhecimento para explorar com eficiência esse sistema. A empresa de software já conseguiu atingir mil condomínios como clientes que agora fazem a assembleia virtual. Esse número tende a crescer a partir do

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momento que síndicos e administradores come-mail e quando temos uma boa definição sobre o çarem a conhecer o sistema, e assim todos os beassunto em pauta, chamamos a assembleia. Desnefícios que ele oferece. ta forma ganhamos algumas horas de discussão Existe uma aposta que, dentro de 10 anos, e as assembleias são mais rápidas”, explica. poucos condomínios ainda irão Ou seja, é uma maneira sim“O maior benefício ples de agradar aos dois lados. realizar assembleias da forma como conhecemos atualmente. para o morador é o O morador que não precisa mais Se todos podem debater, a hora fato de não precisar dispor de horas de discussão – que quiser, porque então fazer muitas vezes sem nenhum propócomparecer as as pessoas perderem o pouco sito ou que não acrescentará em assembleias tempo de lazer que possuem nada nas assembleias, e o síndidiscutindo pessoalmente? Ago- presenciais – exceto co, que tem mais autonomia para ra, parece não fazer mais tanto tomar decisões de acordo com o em caso de votação que foi decidido. A assembleia sentido a reunião das pessoas importante. Eles deixa de ser algo cansativo para para debater os assuntos, já que elas podem debater virtu- ficam sabendo, de ser um local físico onde decisões almente, e apenas demonstrar reais e concretas serão tomadas. todas as decisões, o voto. Segundo Fernando, em uma O síndico profissional, Fer- antes delas serem análise do sistema da assembleia nando Angelucci Fernandes, de fato tomadas” virtual, é possível dizer que tanto acredita que a tendência seja o síndico quanto o morador gade, em breve, não só a pré-assembleia seja pela nharam tempo e agilidade nas decisões imporinternet, mas também a votação, chegando até tantes que precisam ter tomadas. mesmo não haver a necessidade de sua realizaAlém disto, é um mecanismo que irá reduzir ção física. custos e melhorar a resposta para as situações Segundo o síndico, a aceitação entre os mopolêmicas. “Quando levamos algum assunto que radores tem sido boa, já que para as votações, demanda muita discussão à assembleia, além de ainda é preciso a presença física na assembleia. ficar muito cansativa, não obtém o resultado es“O que temos feito é debatido o assunto por eperado, em algumas vezes tendo que ser adiada


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decisões importantes”, diz. Apesar de todos os fatores positivos, o método da assembleia virtual tem alguns contras. Fernando explica que o que mais pesa negativamente, é o fato de que, como o assunto foi muito bem discutido por e-mail, algumas pessoas podem recorrer a procurações para não participar da assembleia física, o que irá diminuir ainda mais a integração entre os moradores, afastando-os ao invés de unir. Ou seja, o problema da baixa presença nas assembleias ainda é um fantasma que ronda o síndico, mesmo ele entrando na modernidade. Quem recorrer ao uso de procuração deve observar a convenção que rege o condomínio. Algumas impõem limites à quantidade de procurações que um morador pode emitir para faltar as assembleias físicas; há ainda outros empecilhos, como limitar quem pode ser o procurador, ou ainda exigir firma reconhecida em cartório do documento da procuração. Há casos ainda de convenções que exigem tudo isso de uma só vez. Fugir de uma assembleia pode não ser algo tão simples. Outro fator que dificulta a implementação total da assembleia virtual é que no Brasil, nem todos ainda possuem acesso à internet. Mesmo com diversos pontos de “inclusão digital”, a internet brasileira ainda é muito cara. Neste sistema, quem ainda não possuir acesso à rede, terá que esclarecer as dúvidas na assembleia física, já que ninguém pode ser impedido de participar da assembleia, desde que esteja quite com suas obrigações condominiais. Caso um síndico ou administrador perceba que os condôminos estão se distanciando ou que usam do método da procuração para não comparecer a assembleia física, precisa começar a promover eventos de integração entre os moradores, como coquetel, happy hour ou confraternização de final de ano. O intuito da assembleia virtual não é dispersar os moradores, mas sim ser um instrumento de integração e união. Apesar dos assuntos serem discutidos de maneira eletrônica, a presença das pessoas ainda é importante. Isto mostra que a tecnologia ainda não avançou ao ponto de extinguir as assembleias presenciais, como explica o assessor jurídico do Secovi, João Paulo Rossi Paschoal. “No futuro se tornará uma realidade, mas agora ainda há a dificuldade por causa das pessoas que não tem acesso à internet. A cultura vai exigir que a pessoa atualize-se, viabilizando os tramites internos.”, explica o assessor. Nos termos legais, a assembleia virtual propriamente dita ainda não existe. O grande problema é que o código civil ainda exige a presença física do morador. “Acreditamos que quando se resolver a questão da “presença virtual” no texto

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L A T I G I D O Ã Ç A C I F CERTI E falando em modernidade, internet e praticidade, o certificado digital será uma ferramenta obrigatória para todos os condomínios do Brasil, que precisam se regularizar até o final deste ano. Caso algum condomínio não cumpra a exigência, o síndico terá problemas de responsabilidade social e não terá como cumprir com as obrigações acessórias junto aos órgãos públicos, pois a maioria das obrigações atualmente deve ser assinada através de uma assinatura digital. Para quem ainda não está familiarizado com a novidade, o certificado digital é uma forma de credencial ou documento eletrônico que vai permitir o reconhecimento seguro da pessoa que detém esse certificado. Segundo Patrícia Breitschaft, do Grupo Impacto, o processo de certificação digital tem por objetivo assegurar a confidencialidade e integridade das informações e confirmar a autoria de um documento. Essa tecnologia permite assinar digitalmente qualquer tipo de documento, conferindo-lhe a mesma validade jurídica dos equivalentes em papel assinados de próprio punho. O certificado digital é como um RG do condomínio. Nele constam informações como nome e endereço de e-mail do titular, chave pública do titular, período de validade do certificado, Autoridade Certificadora (AC), número de série do certificado digital, assinatura digital da AC. A Autoridade Certificadora funciona como um órgão federal que autentica o certificado. É como a Secretaria de Segurança Pública, responsável pela emissão do RG.

O síndico que ainda não fez o cadastramento no certificado digital pode fazer de forma online, pelo site www.certisign. com.br. Depois de comprado, Patrícia explica que ele precisa ser validado junto a um Posto Autorizado (o Grupo Impacto instalou um posto em suas dependências para validação e emissão de Certificado Digital). Várias exigências de órgãos públicos atualmente requerem a assinatura digital, que só pode ser obtida pelo certificado digital. Sem essa assinatura, não se pode, por exemplo, usufruir da Conectividade Social ICP, administrada pela Caixa Econômica Federal.

da lei, teremos uma legítima assembleia virtual. Hoje o que temos na realidade são apenas fóruns virtuais de discussão”, explica o advogado, Carlos Eduardo Quadratti. Questões recentemente vistas na mídia, como o caso de juízes que fazem o uso virtual do voto, talvez sirva para sensibilizar o judiciário a refletir sobre a importância e a validade da presença virtual, já que muitos não comparecem as assembleias, não por vontade própria, mas por problemas de saúde ou de trabalho. O advogado lembra o caso de um ministro do STF, que alega problemas crônicos de coluna e tem proferido seus votos via internet. O mesmo

poderia acontecer, por exemplo, com um morador que está em viagem de negócios e perderá a votação sobre vagas de estacionamento, por exemplo. Ele não tem como votar, seria justo excluí-lo desse direito? Ou a família tem que mudar a data das férias somente para não perder uma assembleia que poderá se arrastar, sem definição. É por isso que o voto virtual é tão defendido. Enquanto isto ainda não acontece, o advogado explica que legalmente somente o voto presencial faz a assembleia ter validade. Ele diz que na prática a assembleia virtual não existe, o que existe é um fórum virtual para discussão dos assuntos que serão votados em assembleia.

Divulgaç ão


Distribuição gratuita Ano 01 . Nº 05 Nov/Dez de 2011

Por Vivian Lourenço

Em Jundiaí existem muitas casas velhas e

Todo mundo procura hoje uma fonte de ren-

pequenas, mas que possuem um grande quintal.

da extra ou que seja rentável, mas nem sempre

O maior problema, segundo o Mortensen, é que

aplicar o dinheiro ou vender um terreno é a mel-

“essas casas estão alugadas para um pequeno co-

hor saída. Lembra-se daquele terreno herdado ou

mércio e, no quintal, só cresce mato”. Um bom

ocioso que você possui e não sabe o que fazer?

exemplo de como muitas pessoas estão perden-

Saiba que o terreno pode se tor-

do a oportunidade de aumentar o lucro por não

nar uma rentável fonte de renda,

sabe como investir no local.

Alugar é bom negócio

muito mais do que alguns imagi-

Nestes casos, o proprietário do terreno fica

nam, basta saber como aproveitar

apenas com a renda da casa, que é muito peque-

bem o espaço.

na, se for analisar o potencial do local. O aconsel-

Em Jundiaí/SP, a grande maio-

hável, é a demolição do terreno e uma parceria

ria dos estacionamentos está em terrenos aluga-

com uma rede de estacionamentos, para que a

dos, mas cerca de 90% deste total está mal ar-

receita do terreno seja até mesmo multiplicada

rendado – poderia lucrar muito mais do que atu-

por 10.

almente. Por exemplo, há terrenos na cidade que

Esta é uma das atividades com maior prob-

são alugados por apenas R$ 4 mil mensais, só

abilidade de fazer com que o proprietário do

que faturam R$ 100 mil, sendo utilizados como

imóvel tenha uma renda crescente, já que a

estacionamento.

quantidade de veículos circulando pela cidade

Ficou animado? Então saiba o que é pre-

aumenta consideravelmente e não há indícios

ciso fazer para ter um estacionamento. Quem

que esse panorama mude tão cedo. Somado

quiser investir neste tipo de negócio, precisa ter

isto ao crescente número de furtos de veículos,

um imóvel com uma área superior a 500 metros

este com certeza se tornou um negócio que só

quadrados. Para tanto, o proprietário da Rede

tende a crescer.

Pare Fácil (RPF), Alger Mário Mortensen explica

Depois de adquirir – ou investir no terreno,

que é preciso que o “local tenha uma razoável

o agora empresário do ramo precisa prestar at-

demanda por vagas rotativas, onde cada uma de-

enção na lei da oferta e da procura. Ou seja, o

las seja utilizada por vários veículos num mesmo

preço a ser cobrado por cada carro ou moto no

dia”. De nada adianta você investir em um terre-

estacionamento vai depender da demanda de

no em um local onde as pessoas não precisam de

veículos e do tamanho do terreno; não adianta

estacionamento. Faça uma pesquisa antes.

possuir um terreno grande cobrando um valor

As novas unidades de estacionamento podem

alto de cada veículo e vê-lo ficar vazio. Muito me-

ser criadas de três maneiras: com imóvel próprio,

nos possuir um terreno pequeno, cobrar barato e

alugado ou uma parceria da alguma grande

que tenha que ficar com uma placa de “Lotado”

rede com o dono do imóvel. No caso de parce-

na porta.

ria, Mortensen salienta que essa é uma prática

Para aqueles que querem ingressar nesse

que consiste no pagamento do aluguel mensal

negócio, mas querem contar com a segurança de

do imóvel com valor igual à metade do resultado

uma parceria, Mortensen explica que “legalmente

bruto mensal da unidade. O lucro do proprietário

o proprietário do terreno firma um contrato de

depende da quantidade de veículos que o estac-

locação de imóvel com a empresa de estaciona-

ionamento receberá, por isso é importante escol-

mento, sem assumir nenhuma responsabilidade

her bem o local.

pela atividade ali explorada”.

Esse é um dos maiores problemas enfrenta-

Quanto à legislação, ela é a mesma aplicada

dos por empresas que buscam terrenos para lo-

para as atividades comerciais e de prestação de

cação, já que algumas redes pagam uma parcela

serviço, ou seja, precisa de alvará de funciona-

pequena da receita gerada, fazendo com que, à

mento e seguir as diretrizes do Plano Diretor da

medida que os donos dos terrenos conheçam a

cidade (não invadindo áreas de proteção, nem

verdadeira realidade, parem de explorar o terreno

modificando a estrutura urbanística), não tendo,

ou desistam da parceria por acharem que estão

assim, nenhuma lei específica que atenda os esta-

sendo enganados.

cionamentos.





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Por este motivo, Carlos Eduardo acredita que este não é o caminho para aumentar a presença (quórum) nas assembleias, já que o maior problema ainda é a falta de interesse pelos assuntos. Porém, o advogado ressalta que esta é uma experiência importante e válida. O uso do software da assembleia virtual ainda não é uma pratica comum nos condomínios, sendo algo novo, pouco utilizado e até mesmo desconhecido. Em termos legais, é possível fazer a assembleia virtual, porém a realização da mesma esbarra na convenção do condomínio. “Cada condomínio tem a sua, tratando das suas peculiaridades. O modo de convocação das assembleias está nessa convenção. Sem a mudança da convenção não poderia fazer essa assembleia virtual.”, explica João Paulo. Em clubes e sociedades anônimas que não são regidos por convenções, fica mais fácil encontrar e realizar esse tipo de assembleia. Com o surgimento de empresas que fabricam os softwares para assembleias virtuais, a tendência é que a partir de agora isso seja atendido pelas convenções. Porém, tudo vai depender de uma regulamentação. Se for implementada, a assembleia virtual vai ajudar na certificação digital, um requisito da demanda governamental. A certificação funciona como se fosse um RG digital, assegurando a fidelidade das informações transmitidas. Segundo o assessor jurídico do Secovi, o uso da ferramenta da assembleia virtual pode ser a saída para quem tem apartamento em outra cidade. Por exemplo, quem tem um imóvel na praia dificilmente consegue comparecer fisicamente a todas as reuniões e acaba por perder decisões e votações importantes. A assembleia virtual poderia resolver esse problema, já que não exigiria a presença física. Com relação a aceitação desse método, o advogado diz que os mais jovens e geralmente mais ligados em informática colaboram para que a assembleia virtual possa ser bem aceita. “Uma das funcionalidades deste software é que a pessoa pode votar no assunto que será discutido na assembleia presencial e emitir uma procuração para não ter a necessidade de comparecer”, explica Quadratti.

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A tecnologia veio para facilitar a nossa vida, mas nem tudo são flores; o que tem benefício vem com um pouco de maleficio junto. O método da assembleia virtual é um grande passo para que o país avance na era da tecnologia, e proporcione aos moradores mais rapidez, conforto e até mesmo praticidade na hora de decidir o que será feito no lugar onde mora. O condomínio não é apenas um lugar que reúne várias pessoas e famílias, com a figura nem sempre bem vista do síndico que toma todas as decisões.

nhecer todas as pessoas que moram no condomínio? Você pode cruzar com um vizinho, todo santo dia, no elevador e nem sequer saber o nome. A assembleia presencial teria o intuito de servir como um método de interação entre os moradores; uma maneira de saber quem mora na porta do lado, ou no teto acima. O método virtual acabaria com isso. Quem iria numa assembleia, já sabendo o que seria votado realmente? O uso da procuração poderia ser a saída mais rápida para fugir desse compromisso, já que a consciência está tranquila por ter participado virtualmente da Divulgação discussão. Neste caso, cabe ao sindico é legais, Em termos achar uma solução agradável para que zer a fa l e ív s a assembleia presencial não se torne s o p l, a tu ir v um fracasso ainda maior. Quem sabe assembleia a promover um happy hour, um café, d alização porém a re fazer dela uma confraternização, a arra na b s e a m começar pela escolha do horário, que s e m o d o não prejudique nem o trabalho, nem ã ç conven e d o lazer. Se tudo já foi discutido virtuo . O mod condomínio almente, o morador não dispensaria o das ã ç a c o v n uma reunião descontraída para voo c ssa tar um interesse seu. e n tá s e s assembleia A escolha e a abordagem do . Sem a convenção tema também precisam ser feitas onvenção de forma agradável, chamativa e c a d a ç n a mud a instigante. Quem consegue se ina fazer ess não poderi ” l. teressar por algo longo e chato? a virtu assembleia Difícil participar quando não se tem vontade. É por isso que as redes sociais fazem sucesso. Ali está o que a pessoa deseja ler, discutir, falar. É assim que a assembleia precisa ser. Os condomínios se comportam como verdaPor enquanto, as leis brasileiras ainda não deiras cidades, com leis que devem ser respeitapermitem votação virtual. Então essa assembleia das e com direitos que todo morador precisa exipoderia ser considerada “meia virtual”, já que o gir. Não dá para “dar de ombros” as decisões que principal ainda precisa ser presencial. Além de a o síndico deve tomar; como não se pode colocar legislação brasileira mudar, as convenções dos a culpa nele das coisas ruins que acontecem e tocondomínios precisam ser alteradas para permimar para si as boas ideias. tir esse tipo de voto. Por um lado, seria benéfico, Fazer a discussão virtualmente é uma maneinão somente para quem não tem disponibilidade ra das pessoas prestarem mais atenção ao tema. de comparecer pessoalmente, seja por doença, Já que a assembleia funciona como uma rede sodistância física (muitos possuem casas ou aparcial, a qual a maioria das pessoas participa ativatamentos em condomínios de outras cidades) mente, a discussão pode perder o ar de “chatice” ou tempo, mas também por mostrar um avanço e ganhar nova roupagem, já que a interatividade tecnológico e de interação. Por outro lado, afasta fica maior e pode-se descobrir que aquele moraas pessoas e discrimina. A quantidade de domicídor que nunca abre a boca na assembleia, tem lios com internet ainda é baixo; as pessoas estão muitas ideias boas e agora perdeu a vergonha e familiarizadas com a tecnologia, mas ainda não discute ativamente, só que de modo virtual. possuem acesso totalmente a ela. Por outro lado, o mundo virtual afasta as Se empregado corretamente, vai chamar a pessoas. Quem nunca presenciou, na mesma atenção dos moradores pela interatividade e pracasa, cada morador com um eletrônico e nenhuticidade. Mas tudo depende ainda da forma pesma palavra trocada durante horas? Pais e filhos soal de como isso será tratado. O meio é virtual, se comunicam por e-mail, mensagens, etc. paremas as situações e a “presença” têm que ser real, ce que a vontade de se relacionar acabou entercaso contrário, o que é para unir, acaba afastanrada com a tecnologia. do ainda mais. Além do sindico, quem mais é capaz de co-


M E Z I D S A L E E U Q O

logia e essa nova tecno tão dizendo sobr es iaí nd Ju de os ras de condomíni ipais administrado Veja o que as princ

Fotos divulgação

Piacentini “O objetivo da Assembleia Virtual não é eliminar as assembleias presenciais. A intenção é melhorar a interação entre os moradores, a logística de trabalho e o gerenciamento do tempo”. Marcel Piacentini

Mobile “Já temos a ferramenta para implementar em nossos clientes a Assembléia Virtual. Há um certo receio com relação a implementação do sistema visto que não sabemos qual vai ser o posicionamento dos tribunais com relação à questão. Que é um sistema inovador e prático não há dúvidas mas, achamos que sua implementação se dará aos poucos, levando-se em conta também que uma boa parte dos condôminos não tem acesso à internet, principalmente os mais idosos.” José Marcos Ferreira da Silva - Mobile

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Impacto “Conhecemos o assunto. A Impacto ainda não pratica esta modalidade de assembleia, todavia, vemos com muito bons olhos esta novidade, pois entendemos que este procedimento gera facilidade na consolidação de agendas, aumenta a participação dos condôminos, bem como facilita e demonstra transparência no processo. Acreditamos que esta é uma tendência, visto que vivemos num mundo cada vez mais digital”. Sérgio Luís de Souza

Lello “O crescente uso da internet como ferramenta de gerenciamento pelos síndicos está diretamente relacionada ao novo perfil dos ocupantes do cargo. Os síndicos paulistanos, em sua grande

maioria, são empresários e profissionais liberais, que aproveitam seus conhecimentos em gestão profissional para aplicá-los à rotina de administração dos condomínios”. Angélica Arbex, gerente da Lello Condomínios

Cortizo “Este é um método que facilita a discussão, já que todos os moradores podem participar. Entendo mais que seria um debate virtual do que uma assembleia propriamente dita. Nós cremos que o uso desta ferramenta é uma tendência do mercado. Mas ainda não sabemos quando se tornará uma realidade (a assembleia sendo feita por inteira virtualmente). Esse software é uma ferramenta muito boa e viável para a participação de todos os condôminos.” Edison Cortizo.


SAÚDE

Esporte e go? ste arti Gostou de m tema?

erir algu Quer sug nsagem para e m m.br e Envi revista.co ominioem to exclusivo d n co @ e n ime saud um atend Aiello Você terá oterapeuta Neto si fi com o

Por Neto Aiello - Fisioterapeuta Estamos entrando na época mais quente, festeira e feliz do ano, o verão. Hora de correr atrás para perder os quilinhos a mais adquiridos nos festivais do queijo e do vinho ou nas rodadas de fondue do inverno. Agora a ordem é malhar, trabalhar o corpo, se movimentar, tirar a poeira da bicicleta, pegar aquele tênis esquecido no fundo do armário, buscar na internet qualquer dieta maluca e milagrosa. Vamos comprar todas as revistas de saúde, dieta, malhação que estão disponíveis nas bancas de jornal. Afinal, estamos no país do futebol, carnaval, da garota de Ipanema, praia, sol, futvoley, clube, baile do Havaí, churrasco, mulheres maravilhosas, e por aí vai. E isso talvez se torne um fardo a mais para ser carregado nas costas. É perceptível o aumento de movimentação “dos atletas de final de semana”, na avenida 9 de Julho, nessa época do ano e agora também temos

algumas novas ciclovias para nos incentivar. Como fisioterapeuta esportivo, inevitavelmente reparo nas pessoas que estão caminhando, correndo, andando ou praticando qualquer modalidade esportiva. E sempre vejo muita coisa que deve ser melhorada. Entre elas estão a regulagem ideal para bicicleta, vestuário esportivo e o calçado ideal para cada pessoa. Vou abordar três temas. Mas para não deixar o editor da revista muito louco para encaixar o texto na editoria de saúde e cortar meu texto, vou dividí-lo em duas edições. Esta vou falar da regulagem da “bike” e na próxima, os outros dois temas. Convidei meu amigo e personal trainer, Antonio Carlos Cortina, o Tunico, para nos orientar sobre correta regulagem da bicicleta. Para prevenir possíveis lesões ocasionadas pelo mal uso do equipamento. Segundo Tunico, o correto posicionamento do ciclista é uma questão muito debatida entre os estudiosos da área, mas primeiramente devemos ter a consciência que a máquina deve se ajustar ao homem, e não ao contrário. Deve-se destacar dois fatores principais para o adequado posicionamento do ciclista: o ajuste adequado dos equipamentos e

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Prevenção a relação deste com o “tamanho”do segmento do ciclista. Os fatores que são levados em consideração com relação atleta x bike são as medidas do atleta (altura, tamanho dos braços, largura de ombro a ombro e altura de entre as pernas). Essas medidas que irão determinar a correta regulagem da bike (como tamanho do quadro, altura e inclinação do selim, tamanho do guidão, tamanho da mesa, entre outros). Mas você que tem aquela bicicletinha que só sai de casa agora nessa época do ano, ou que acabou de comprar uma nova, não vai querer investir mais dinheiro para adequa-la às suas medidas. Porém, podemos melhorar sua postura com uma correta regulagem do selim. Para evitar problemas nos joelhos, tornozelos, cotovelos, pulsos, nas costas e também na próstata. Altura do selim Quando o selim é ajustado na altura correta, você obterá potência máxima de suas pernas, minimizando os danos aos joelhos. Para verificar a altura do selim, sente-se no selim e com seus pés nos

pedais na posição de seis horas, sua perna deve estar ligeiramente esticada. Para verificar a extensão correta, coloque seu calcanhar no pedal. Agora sua perna deve estar completamente esticada (uma pequena folga é aceitável, contanto que não faça com que sua perna estique completamente, quando repetir a primeira verificação). Inclinação do selim Esta regulagem é amplamente uma questão de preferência pessoal, mas um selim grosseiramente mal ajustado pode trazer problemas ao seu corpo. A melhor coisa a fazer é regular a altura do selim e pedalar sua bicicleta alguns quilômetros. Se sentir muita pressão em sua bacia (cavalo), abaixe levemente a ponta do selim. Se sentir que está escorregando para frente conforme você pedala, levante o nariz do selim levemente. No entanto tenha cuidado: um selim que aponta muito para baixo, pode causar danos aos cotovelos e pulsos (transfere muito peso aos seus braços), e outro muito inclinado para cima, irrita a próstata do homem, A boa notícia é que neste ângulo é tão desconfortante que ninguém consegue pedalar mui-

to tempo sem consertá-lo. Regulagem horizontal Soltando o parafuso da braçadeira do selim, você pode deslizar o selim na ferragem, para frente ou para trás. Para verificar a posição da bicicleta, coloque os pés nos pedais, com pedivela nivelado (faça isso perto de uma parede para não cair). Usando uma linha com peso, veja onde a patela do seu joelho (aproximadamente uma polegada para dentro do joelho) está em relação a centro do eixo do pedal. Deveria estar diretamente sobre ele, para maioria dos casos, mas se você tipicamente pedala em uma taxa alta de cadência (alto giro rpm), mova seu selim um centímetro para a frente. Ao contrário, se você sobe morros na maioria das vezes, mova seu selim de um a um centímetros e meio para trás, para máxima obtenção da força. São alguns detalhes que fazem a diferença. Lembre-se que a prevenção é o melhor caminho e não se esqueçam que, mesmo atividades “simples”, devem ter a orientação e o acompanhamento de profissionais qualificados, como um fisioterapeuta e/ ou educador físico.

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UTILIDADES DOMÉSTICAS

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EDUCAÇÃO

Educadores e sua eterna preocupação Dausiley de Oliveira M. Silva Professora de Literatura Colégio Divino Salvador Estamos vivendo o século XXI e quantas reflexões nos vêm à mente neste tempo. Quantas inquietações, quantas incertezas, quantas preocupações sentem os educadores, pais e professores! Parece-nos que tudo nos atropela e que a enorme evolução, sobretudo a tecnologia eletrônica a que assistimos e que vivenciamos, nos tem levado à busca de resultados imediatos de todas as ações, desejos, anseios, sem nenhuma pausa para a ponderação, para a conscientização do que está, de fato, acontecendo. Tudo está tão rápido, tão efêmero, dandonos sempre a sensação de que estamos a perder tempo. Será isso um ganho real para o ser humano? Penso que não. Quando aconteceu a contracultura, as ge-

rações se posicionaram contra todo o tipo de cultura vigente, a começar da sociedade de consumo, passando pela política governamental, autoritarismo, moral estabelecida, enfim, contra todo o “sistema”. Pregava-se um novo homem, sem os defeitos da época. O mundo, por certo, ficaria melhor... Contudo não houve infelizmente essa mudança tão desejada no homem, pois os bons propósitos se desvirtuaram e somente defeitos é que foram acrescidos. E agora? Tem-se a impressão de que está havendo um novo desvio de rota. A tecnologia também veio para melhorar o homem, facilitarlhe a vida, inegavelmente tão atribulada nesse paraíso perdido, ajudá-lo a ter mais tempo para seu crescimento, sua realização pessoal, sua felicidade. O que se vê, no entanto, é um distanciamento real, cada vez maior, entre as pessoas, uma interiorização egoísta em que cada um se aliena do seu entorno para ficar grudado a celulares, a mp3, a Ipad ou inteiramente envolvido no mundo virtual. E aqueles valores essenciais, os clássicos, os básicos para uma existência plena jazem descartados. Para Fernando

Pessoa, “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, entretanto tudo leva a crer que a alma está, sim, a apequenar-se nesse narcisismo tão desprovido de acolhimento, respeito, solidariedade, tolerância, o que vem infantilizando a todos, jovens e adultos. Portanto isto que ocorre não está valendo a pena... Que nós não nos esqueçamos de refletir sobre os fatos, de questionar tudo o que nos chega, já que a informação demasiadamente grande que recebemos atordoa e cabe a nós, pais e professores, estarmos alerta para orientar nossos jovens, assim aturdidos, a não se enveredarem por trilhas pantanosas que só trazem desilusões, tristezas e sofrimentos. Que nós tenhamos lucidez para sermos referências neste mundo tão inseguro, mas que ainda pode ter seus encantos desvelados!

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BEM-ESTAR

Quando alguém menciona a palavra cacto, qual a primeira imagem que vem na cabeça? Uma planta com aspecto diferente ou até mesmo a lembrança de algum deserto de desenho animado. Mas o cacto é uma das plantas mais decorativas que existem. Você pode torcer o nariz no começo, mas pense na beleza de uma forma diferente. Imagine o simples fato de a pessoa apreciar um cacto somente com o olhar. É uma mistura curiosa e inusitada entre os espinhos e a harmonia das cores e da forma. Se você procura uma planta prática e que não dê tanto trabalho, o cacto é ideal para você. São plantas que não precisam de muitos cuidados como regar constantemente; também não possuírem folhas, somente espinhos. É a planta ideal para aqueles que se esquecem de regar ou até mesmo de recolher as folhas mortas que caem no chão. Apesar de alguns acreditarem, os cactos não são plantas que purificam ou protegem os ambientes. Na verdade, podem ser considerados muito mais um objeto de decoração diferente do habitual. A paisagista e engenheira agrônoma, Elen Moraes, explica que os cactos são plantas extremamente adaptadas ao sol, e necessitam de pouca água para se manterem vivas. É claro que isso significa que você a regará uma vez por mês, as regas precisam ser em intervalos de alguns dias, para causar um bom crescimento e a planta ficar saudável e bela. A maioria das pessoas conhece apenas três ou quatro espécies de cactos, mas só no Brasil existem quase 500 tipos diferentes. Eles são usados tanto para a decoração interior, quanto exterior da residência. Apesar de muitos acharem, os cactos não são somente plantas do deserto. Segundo a paisagista, “são plantas que com o tempo desenvolveram capacidade de sobrevivência em climas áridos; com pouca água e muita insolação”. Os cactos aguentam grades variações de temperatura, já que no deserto, de dia, pode fazer uma temperatura de 50ºC, mas de noite fica quase no zero graus. Algumas espécies são capazes de viver embaixo do gelo durante seis ou até mesmo oito meses antes de emergir, do gelo, totalmente fortes e saudáveis. Há ainda casos de plantas que podem ser soterradas na areia e reaparecem sem o menor sinal de umidade. São plantas muito resistentes a qualquer temperatura, basta saber cuidar, como qualquer outra espé-

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cie ou tipo de planta que o morador queira ter em casa. E se você se lembrou do desenho animado e está curioso para saber se quando um cacto é exprimido, ele solta água, a paisagista Elen explica que, se você pegar a palma forrageira, retirar os espinhos e mastigar, é possível tomar água. Logicamente que não é um sabor maravilhoso, mas é apenas questão de sobrevivência. No Brasil, as variações da planta são inúmeras. E se engana que o cacto serve somente para decoração. “Existem os que são utilizados na alimentação animal, como a palma forrageira. Já o figo da Índia é utilizado como fruta, muito cultivado em Valinhos; e por fim, existem os ornamentais, com flores ou formas variadas”, explica Elen. E uma curiosidade: o sertão nordestino não detém os recordes em ocorrência de espécies de cactos. O primeiro lugar é do Rio de Janeiro, seguido da Bahia e de Minas Gerais. Quem quiser plantar um cacto, também não vai encontrar dificuldades. Em qualquer vaso, coloque pedrisco, brita ou argila expandida no fundo, em seguida, cubra com manta de não tecido para evitar que os nutrientes saiam pelo fundo do vaso. O próximo passo é escolher um bom composto orgânico que seja bem homogêneo para que a muda se desenvolva bem. “Observando que é uma planta que necessita de boa drenagem no vaso, não pode haver excesso de água”, lembra Elen. O procedimento será o mesmo, seja calor ou frio. A única diferença será somente na hora de regar. Algumas espécies são muito sensíveis ao frio e também a quantidade de água, pois no inverno a frequência de rega poderá ser maior se o vaso ficar fora da cobertura da residência. E se você acha que quase ninguém cultiva cactos, está enganado. Existe até mesmo uma Sociedade Brasileira de Cactos e Suculentas (SBCS), que é o local onde as pessoas se filiam para diversos motivos, desde troca de informações científicas como para troca de conhecimento plantas de diferentes locais, como colecionadores.

diferença

shutterstock

Por Vivian Lourenço

A beleza está na


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CRÔNICA

Show das dez Desde que o namoro começou foi um escândalo: ela descia para de despedir do namorado sempre de camisola transparente, fazendo a festa no canal 15 que transmitia as câmeras do prédio dentro do elevador. Até que um dia um dos conselheiros deu uma idéia de que as câmeras instaladas nos elevadores deveriam ter canais próprios, pois as cenas de pessoas dentro do elevador eram muito constrangedoras. Assim foi feito: mais um canal, agora o 14, seria destinado exclusivamente para os elevadores, assim na dúvida, antes de abrir a porta, dava tempo do morador consultar as câmeras do circuito e confirmar se aquele era mesmo o seu convidado ou visitante. Quando Marcinha descobriu que seus amassos dentro do elevador estavam sendo transmitidos a todos os condôminos, resolveu mudar a tática. Agora, o casal descia de mãos dadas e, depois escondido atrás de um pilar, começaria a despedida que sempre durava mais de uma hora. Quando os moradores perceberam que não tinham mais visão privilegiada dos fatos dentro dos elevadores, partiram pra cima do síndico e exigiram a colocação de uma câmera estrategicamente colocada a junto à garagem, pois ninguém admitia pontos cegos naquele prédio. Sem muito alarde uma câmera foi colocada bem escondida, pois não era de interesse que todos soubessem aquela instalação. Até no rateio veio como manutenção e assim todos pagaram e ninguém percebeu. Marcinha não se deu conta da nova instalação e, sem se impor-

tar, deixou a despedida atrás do pilar mais caliente e o que é pior, recheada de cenas de sexo explícito transmitido exclusivamente para o prédio sempre após às 22h. Porém, sempre tem um desmancha prazer. Não contente em assistir, gravou por algum tempo e depois de ter quase meia hora de vídeo, colocou os melhores momentos na internet, com o singelo nome de “dama da camisola rosa”. Passados alguns dias a fama da dama da camisola rosa tinha saído da internet e já estava em bancas de camelô de todas as cidades, pois algumas cenas aconteciam sobre o fusquinha da Dona Matilde, professora aposentada e que teve as placas do velho fusca exibidas para todo o mundo. Certa manhã, indo com sua mãe à feira, foi abordada por um vendedor de DVD pirata, com a seguinte pergunta: Você não tem uma camisola cor de rosa? A resposta foi imediata: “Se tenho ou não tenho não é problema seu”. O vendedor retirou um DVD da bolsa e deu a Marcinha com a promessa: “se tiver cenas exclusivas te dou até comissão, nunca vi um DVD vender tanto nesta feira”. Chegando em casa, Marcinha colocou o DVD e ficou desesperada. Toda sua intimidade com o namorado estava ali. Sua mãe não guardou nem as compras e foi tirar satisfação com o síndico. Este, como sempre, não sabia de nada. A moça furiosa subiu na marquise e arrancou a câmera da parede e a quebrou em vários pedaços. Daquele dia em diante não teve mais Show das Dez. O casal não mais se despediu da garagem, no máximo com um selinho com todo respeito.

Por Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista

Ilustração: Rafael Godoy. Arte

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final: Paloma Cremonesi


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