Portal dos Condomínios - mar/abr 2012

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O seu condomínio em revista

Distribuição gratuita Ano 08 . Nº 95 Mar/Abr de 2012



EDITORIAL

ÍNDICE

Oportunidade Única em 2012 A capa desta edição é provocativa, principal-

O evento prima pela organização, com in-

mente para aqueles que não compareceram na pri-

ício das palestras dentro do horário programa-

meira edição do Portal Debate, em 2011. Aos que

do. Portanto, é recomendável que os interessa-

estiveram presentes, sabem as vantagens de partici-

dos cheguem antecipadamente para aproveitar

par de um evento pontual, dinâmico e com a pre-

a ocasião e trocar informações com seus pares

sença de grandes nomes do mercado condominial.

do mercado condominial.

A edição deste ano acontecerá em 19 de maio,

As inscrições são limitadas e devem ser fei-

das 8h às 12h, no Hotel Serra de Jundiaí, localizado

tas através do site www.portaldebate.com.br .

na Av. Comendador Gumercindo Barranqueiros, 80,

Lembrando que não há limite de inscritos por con-

Malota, em Jundiaí-SP.

domínio e estão abertas para síndicos, conselheiros,

O segundo Portal Debate terá duas palestras. A primeira será sobre “Inadimplência e Comporta-

subsíndicos, zeladores, presidentes de associação de moradores e aos próprios moradores.

mento, com a advogada e autora do livro “Adminis-

Para informações gerais sobre o evento, contate

trando Condomínios”, Evelyn Gasparetto, e a segun-

a revista Portal dos Condomínios, organizadora do

da “Segurança”, com Emerson Januzzi, consultor

Portal Debate: 11. 4522-2142

especialista em segurança, com experiência há mais

*

de 15 anos em treinamentos e formação de equipes.

O Portal Debate é uma excelente oportunidade

O formato do evento proporciona aos pal-

para divulgar a sua marca, produto e serviço para um

estrantes 30 minutos, cada, de explanação sobre o

público formador de opinião dentro de condomínios

tema, restando a última meia hora para abrir às per-

e loteamentos residenciais. Existem diversas cotas de

guntas da plateia. É nesse momento que o evento

patrocínio e as vagas são limitadas para exposição. No

se destaca. O Portal Debate tem o objetivo de ser

site do evento você poderá conferir como foi a edição

sempre dinâmico, com a participação do público a

de 2011, sua repercussão na mídia e as fotos que mar-

todo momento. É a manhã de sábado ideal para ti-

caram o primeiro Portal Debate. Consulte a empresa

rar as dúvidas e enriquecer seu conhecimento sobre

Plan Eventos, que está comercializando os espaços:

o mercado condominial.

11. 4497-1702.

* Crianças: cuidados dentro

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da casa * A hora do acerto de contas

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* Portal Debate: as dúvidas do seu condomínio

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* Capa: portal aberto ao debate

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* Artigo: reformas

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* Uma pata dentro

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da sua casa * Crônica: o bode preto

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EXPEDIENTE Redação: Rua Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras

condomínio, ligue para 11. 4522-2142.

CEP. 13206-716 - Jundiaí /SP - Tel: 4522-2142

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Arte Final: Paloma Cremonesi e Jonas Junqueira Reportagens: Vivian Lourenço MTB: 57471 Estagiáros: Rafael Godoy, Thais Bueno e Gladys R. de Paula Tiragem: 10.500 exemplares.

constantes em cadastro do Portal dos Condomínios.

PARA ANUNCIAR 11 4522.2142 11 4521.3670

Caso ainda não receba e queira o exemplar em seu

atendimento@ condominioemrevista.com.br

Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio, mediante protocolo para moradores de condomínios

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ShutterStock - Archidea

DECORAÇÃO & DESIGN

Por Vivian Lourenço Dizem por aí que anjo da guarda de criança não descansa. Vive de plantão 24 horas, sete vezes na semana e 365 dias por ano. Provavelmente deve ser verdade já que em um piscar de olhos das mães, as crianças conseguem se envolver em situações inimagináveis, ora engraçadas, ora perigosas, e que podem resultar em mais do que um susto para os pais. Quando era criança já fui parar dentro do forno do fogão, aliás, meu irmão e eu. Em uma pequena distração, abri a porta do forno, sentei nela e fui pegar o que estava lá dentro. É claro que o resultado não poderia ser outro: o fogão virou em cima de mim. Isso já havia acontecido com meu irmão algum tempo antes. Tanto ele quanto eu saímos sem qualquer arranhão e, o fogão, até hoje, funciona perfeitamente. Mas não dá para contar sempre com a sorte. Criança quando começa a engatinhar e a andar está descobrindo o mundo. Todos nós já passamos por essa fase de pegar tudo, olhar e colocar

Dr. Saulo Duarte Passos, Professor titular da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e coordenador médico do pronto socorro do Hospital Universitário (HU)

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Olha quem

na boca. E esse tempo de descobertas é cheio de perigos. Para que os pais não corram o risco de terem sustos desagradáveis, a melhor solução é a prevenção. A moradora do condomínio Reservatto Residenziale, Karina Fedreico Nunes, sabe que histórias engraçadas, imprevistos e sustos acontecem com bastante frequência. Ela, que é mãe de duas filhas, uma de quatro anos e meio e outra de três anos e meio, agora está de volta a essa rotina com seu filho mais novo, Bernardo, de um ano e meio. “Minha casa é um sobrado e tem escada que é vazada. No primeiro dia ele apenas fez o reconhecimento da escada, olhou, olhou de novo e ameaçou subir. Eu já me apavorei e disse ao meu marido que achava que ele ia tentar de novo. Dito e feito! No dia seguinte o meu bebezinho, que tinha acabado que aprender a engatinhar, já estava na metade da escadaria”, conta Karina. Ela ainda relata que, como as filhas ficam na rua, aproveitando para brincar, Bernardo tam-

bém começou a querer sair. “Elas deixam a porta meio que aberta, e ele bem de mansinho abria a porta e tentava colocar as mãozinhas para descer. Tentou uma vez, duas e na terceira lá estava ele quase no meio da rua. E a mãe louca correndo atrás do seu filho, com medo que os carros não o vissem. E ele nem aí para minha preocupação, saía em disparada, achando o máximo estar livre, correndo pelo condomínio”, lembra-se a mãe. Não adiantou ela seguir os conselhos de outras mães e colocar o portãozinho na escada ou na porta que dava acesso à rua. Não demorou três dias e Bernardo já havia aprendido a derrubá-lo. “Meu conselho para as mamães que estão nessa fase, é que aproveitem muito, curtam muito. Só precisa é ficar de olho neles, pois as crianças fazem coisas que nem imaginamos, e na maioria das vezes, são coisas perigosas, pois eles não tem noção do perigo, e acham tudo o máximo”, orienta Karina. Segundo o Dr. Saulo Duarte Passos, Professor titular da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e coordenador médico do pronto socorro do Hospital Universitário (HU), não existem acidente, existe a falta de prevenção. E ele dá algumas dicas e orientações para evitar que algo grave aconteça com os bebês. O primeiro acidente que as mães – e os pais também – precisam pensar é em aspiração pulmonar. Todo o objeto tem que ser maior que a boca da criança. “Sempre que for dar um brinquedo, tem que ser maior que a boca da criança, nunca menor”. Procurar não deixar nada pelo chão, como botões, moedas, alfinetes e outros. “A criança está em uma fase de exploração. Ela é uma exploradora, ou seja, tudo o que ela vê desperta o interesse dela. Então ela vai querer testar com a mão (pinça) e vai querer colocar na boca para sentir o gosto”, explica o pediatra. A segunda preocupação que os pais devem ter é com os cantos vivos, ou seja, todos os móveis com pontas ou que tenham vidros ou gavetas que são facilmente abertos ou fechados. A criança pode bater nesses móveis com a cabeça, prender o dedo ou acabar se cortando. São inúmeras as possibilidades. O pediatra também faz um alerta importante para os pais: “Cozinha não é lugar de criança!”. É um ambiente onde as crianças se queimam muito. A dica do Dr. Saulo é colocar um portãozinho na cozinha para impedir a entrada da criança no ambien-


começou a andar te. Os acidentes mais comuns são de crianças que abrem o fogão para poder subir, escalar o fogão. E nem pensar em deixá-las na cozinha brincando com as panelas. Lugar de brincadeira não é na cozinha. Os choques elétricos também podem acometer os pequenos. Quando a criança está engatinhando, ou andando, ela naturalmente vai explorar todos os cantos da casa. E as tomadas são alvos fáceis para os pequenos, que logo vão colocando o dedo nelas. Para evitar os choques, colocar em todas as tomadas da casa uma proteção, para que a criança quando passe o dedo não tome choque. E essa proteção tem que ser difícil de tirar. Não adianta colocar algo que a criança vá lá e arranque facilmente. E também não basta encostar uma cadeira ou sofá na tomada. Tem que ter a proteção mesmo. “Uma das coisas que a gente tem visto e que, infelizmente, são casos graves é a criança que está engatinhando e a mãe deixa o balde para passar pano no chão com água e produto de limpeza misturado. Já tivemos vários casos no HU de crianças que foram afogadas por conta disso”, relata o pediatra.

Nunca deixar nada a altura da criança, principalmente no que diz respeito a produtos de limpeza. “Muitas vezes a mãe vai limpar o chão e deixa os produtos de limpeza junto. Ela deve colocar tudo em uma cesta e deixá-la em local bem mais alto do que a as crianças”, exemplifica Dr. Saulo. Ele ainda relata que o caso de uma criança que caiu do beliche. Ele conta que a mãe foi se virar para pegar um produto para trocar a criança e ela caiu. Veja outro caso, a banheira. A mãe tem que deixar todos os produtos, toalha, roupa que usará para dar banho na criança antes dela entrar na banheira. “Ah, esqueci tal coisa. É nesse momento que a criança escorrega e afoga”. Esses acidentes acontecem em segundos. “Olhe para sua casa e pergunte quais são as possibilidade de acidentes que você tem ali. É melhor a criança chorar por não ter algumas coisas do que os pais estarem chorando por não terem a criança”, finaliza o pediatra. E para ajudar as mães na proteção da casa e também pensando no conforto dos bebês, Leslie Debroi, da Colcholândia Baby, diz que as mães cada vez mais procuram móveis e acessórios

com certificação do Inmetro. Hoje o mercado oferece muitos produtos para que mamãe de primeira viagem sinta segura, isto vai desde o cuidado e preparação dos seios para a amamentação até o primeiro banho, a iniciação da alimentação e acessórios para prevenir acidentes quando a criança começa a engatinhar até os primeiros passos. Entre as novidades do mercado, Leslie aponta o berço desmontável que fica do tamanho de uma mala média. Tem ainda o aquecedor de mamadeira para ser usado no acendedor do carro. “Já a babá eletrônica com vídeo, que além da mamãe escutar a criança, pode também vê-la. Tem ainda os colchões de látex que permite maior conforto para o bebê e carrinhos mais versáteis e leves”, exemplifica Leslie, entre outras novidades. Com a tecnologia e a modernidade andando em conjunto para facilitar a vida das mães, mesmo as de primeira viagem e com cuidados simples, porém eficientes, o anjo da guarda dos bebês pode até ter um descanso, que a maioria dos acidentes e riscos que os pequenos teriam dentro de casa está sendo eliminado.

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VIVER EM

CONDOMÍNIO

A hora do acerto de contas

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aprovadas em AGO não serão mais rediscutidas e os O Código Civil prevê em seu arcondôminos não poderão isoladamente exigir a prestatigo 1.350 que a cada ano seja realizada a ção judicial de contas do síndico. chamada Assembleia Geral Ordinária (AGO). Algumas pessoas ainda questionam a participaEsta reunião tem como objeto principal aprção dos locatários na assembleia de condomínio e se ovar as contas do período que se encerra e poderia estes aprovarem as contas e o orçamento. Em também aprovar o orçamento para o período princípio este direito deveria ser exercido apenas pelos que se inicia. A grande maioria das convenções titulares das unidades autônomas, mas acontece que de condomínio determina que a AGO aconteça em nosso país a Lei 9267/96 que dispõe sobre o inainda no primeiro trimestre do ano e é por esse quilinato reza que, uma vez ausente o proprietário, motivo que estamos em plena temporada de o locatário pode votar nas matérias que não envolAGOs. vam despesas extraordinárias. Nós caminhamos ao Ao realizá-la é recomendável que sejam selado da opinião do emérito João Batista Lopes¹: guidos sobrepostos os seguintes atos: convocação, “A inovação não merece aplausos, sob o aspecto realização da assembleia, verificação de adimplência técnico, porque a relação locatícia é temporária, dos presentes, verificação das procurações e seus renão se mostrando razoável conferir ao inquilino quesitos de validade, assinatura do livro de presenças, o poder de decidir sobre questões de interesse verificação do quorum para início da assembleia, espermanente do condomínio (horário de funccolha do presidente da mesa e do secretário, leitura da ionamento do edifício, modo de utilização do ordem do dia, deliberações e elaboração e publicação salão de festas, etc.)” da Ata. Merece atenção especial nas AGOs a É também recomendável anexar ao edital de conatuação do Conselho Fiscal, previsto no vocação o balancete das contas a serem aprovadas e a artigo 1.356 do Código Civil, que embominuta da previsão orçamentária. Tal cautela faz com que ra de natureza legal facultativa, torna-se os condôminos cheguem melhor informados à reunião e compulsória em razão de disposições possam deliberar com maior rapidez e propriedade sobre os na convenção. A função essencial assuntos dispostos. deste colegiado é justamente emitir Vale lembrar que as contas prestadas pelo síndico e

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$ parecer sobre as contas do síndico, por tanto, em uma assembleia de prestação de contas é indispensável que seja apresentado à plenária o parecer do Conselho Fiscal, visando cumprir imperativo legal e também assegurar aos demais condôminos quanto a sua decisão de aprovação ou veto das contas. Na ocasião da assembléia, seria muito interessante aproveitar este mesmo conselho para ajudar a planejar o futuro, emitir parecer sobre o orçamento a ser aprovado, pelos mesmos motivos já expostos em relação à aprovação das contas. Muito mais poderia ser dito à respeito de AGOs de aprovação de contas e orçamento, esperamos que, com este pequeno texto, possamos ter aguçado a curiosidade do leitor para este buscar mais profundamente conhecer o tema que é de crucial relevância para a vida do condomínio e para o bolso dos condôminos.

¹Lopes, João Batista – 7 ed. Ver. atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000.p.116

* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e de vizinhança, jornalista inscrito no MTB 0062156SP.


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Daniela Mendes

PORTAL DEBATE

Dúvidas de moradores e síndicos expostas aqui, para você A equipe Portal Debate: Fernando Fernandes (síndico profissional), Reginaldo Moron (advogado), Melícia Geromini (psicóloga), André Schuler (técnico) e Carlos Eduardo Quadratti (advogado).

Há poucos meses do Portal Debate, evento que inspirou o surgimento desta editoria, a participação do público continua. Com certeza, as dúvidas poderão ser aproveitadas por uma boa parte dos estimados 30 mil leitores da revista Portal dos Condomínios. Compartilhe você também e envie agora as perguntas para contato@condominioemrevista. com.br Eduardo Queiroz Corrêa: Estou procurando material técnico sobre repintura de fachadas e gostaria de saber se vocês podem me ajudar. Moro em um condomínio horizontal e existem opiniões contraditórias sobre o lapso de tempo correto entre cada repintura. Eu entendo que ela deve ser feita a cada cinco anos, independentemente do estado aparente da pintura. Outros entendem que, por um “passar de olhos”, a pintura ainda está boa e não é necessário refazer, sem nem mesmo consultar um especialista. O condomínio tem 10 anos e as casas foram repintadas há cinco. Portal Debate: Todo empreendimento, não importa se é vertical ou horizontal, deve respeitar o manual de manutenção fornecido pela construtora. Nele há mencionado o prazo exato para a lavagem e repintura. Assim como todos os materiais, a pintura é um item importante, mesmo que a aparência esteja boa com um “passar de olhos” pois ela sofreu durante os cinco anos a ação do sol, chuva, frio, vento e se foi projetada para durar um número certo de anos é porque sua vida útil está chegando ao fim. Após este período pode começar a haver pequenas fissuras na tinta provocando a infiltração, e consequentemente comprometer a durabilidade do reboco. Não são os olhos que determina a vida útil, são testes de laboratórios! Lembre-se: a exposição por período de mais de cinco anos pode causar danos que acarretarão em

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mais gastos, podendo chegar até 300% maior que se fizesse a manutenção no período indicado. Marcel Z. Gimenez – Carolina Pelicciari: Tenho acompanhado a gestão anterior e a atual (que é a continuidade da anterior) “advogarem em causa própria”, passando várias vezes por cima do Regulamento Interno do Condomínio. Gostaria de saber qual ação legal pode ser tomada contra o síndico atual, cujo mandato está quase no término, pelo fato de ele permitir que uma pessoa que não reside mais no condomínio, continue usando todos os dias, por quase um ano, a academia de ginástica do condomínio? Portal Debate: Segundo dispõe o artigo 1348 do Código Civil é dever do síndico “diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores”. Sendo assim, contra síndico que não cumpre seu dever cabe destituição e, caso exista prejuízo para comunidade condominial, caberá também a ação de reparação civil de danos. Marcel Z. Gimenez: Cheguei a propor e fazer um levantamento de informações para melhorar a segurança do condomínio, pois tenho filhos pequenos que ficam o dia todo dentro do mesmo (exceto no horário escolar). A proposta seria relativa à instalação de um 2º portão para criar aquele tipo de “gaiola” que enclausura os carros que estão entrando ou saindo do condomínio, pois vejo diariamente que a quase totalidade dos moradores, incluindo o próprio síndico, sua esposa, e o síndico anterior, abrem o portão e deixam o condomínio ou descem a rampa da garagem quando chegam imediatamente, sem esperar que o portão feche novamente, abrindo uma enorme “brecha” para a ação de criminosos. O meu grande medo é acon-

tecer algum dia, algum incidente com algum membro de minha família (esposa e/ou um de meus 2 filhos). A pergunta é se, em caso dessa ocorrência, que atitude legal posso tomar? Processar o síndico por negligência, uma vez que tinha ciência e consciência do risco presente todos os dias? Portal Debate: A melhor atitude a tomar é conversar com mais alguns moradores e, se todos pensarem como você, solicitar uma reunião com o síndico para analisar a possibilidade de instalar o segundo portão. Grande parte das mudanças almejadas devem ser atribuídas a um bom diálogo, tentar sensibilizar as partes com argumentos convincentes. Se mesmo assim não resolver, o próximo passo é documentar toda a proposta e enviar via protocolo ao síndico, e mencionar que em caso de uma ocorrência mais grave ele será responsabilizado. Devemos lembrar que, segundo o artigo 1.349. “A assembleia, ..., poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio.” Maria Augusta M. Silva – Sítio do Botão: Qual a diferença entre condomínio e loteamento residencial? Portal Debate:O condomínio é constituído por uma convenção condominial, tem características próprias, tais como área comum, garagem demarcadas, etc. O loteamento e regulamentado geralmente por um estatuto e tem como responsáveis uma associação de moradores, e as áreas construídas não são necessariamente iguais Samuel Carnio – Res. Janaína: Como proceder em caso de ter o carro arranhado/batido na porta pelo meu vizinho de garagem? Portal Debate: Tentar explicar que você esta em dúvida do que aconteceu, ou mesmo perguntar se ele acha que pode ter acidentalmente batido a porta na sua. Sempre com muito “tato” para não deixar que esta situação estrague por muito tempo um relacionamento de vizinhos. Caso exista a possibilidade de uma imagem de vídeo, solicite ao síndico para assistir juntamente com você tal gravação. PARTICIPE AGORA - Envie sua pergunta para contato@condominioemrevista.com.br ou mande uma carta para Rua Pitangueiras, 652 - Jd. Pitangueiras - Jundiaí-SP – CEP: 13206-716. Qualquer dúvida, entre em contato através do tel.: 11 4522-2142.


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Paloma Cremonesi

Capa

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Por Vivian Lourenço Consegue imaginar um mundo onde não exista debate, onde as ideias não são discutidas por mais de uma pessoa? Impossível imaginar toda uma comunidade seguindo as ordens de apenas uma pessoa, sem questionamentos. Cada grupo tem sua necessidade específica, e a dificuldade de um, pode ter sido solucionada facilmente pelo outro, por isso o diálogo entre todos é fundamental. Mas, se por acaso não tivéssemos essa oportunidade, provavelmente poderíamos ser personagens do livro do autor George Orwell, que retratou algo parecido em seu livro 1984. Os personagens da história viviam a mercê do “Grande Irmão”, que tudo via, ouvia e sabia. O conhecimento era manipulado conforme essa figura desejava e a cada minuto as informações eram apagadas e substituídas por novas. Ou seja, ninguém mais sabia o que era verdade ou ficção. Era impossível determinar a verdadeira realidade, e todos àqueles que se opunham eram oprimidos. Uma pessoa (que ninguém ao certo sabia se era real ou não) falava e o resto aceitava sem poder debater. Imaginou uma situação dessas, todos sendo obrigados a fazer o que uma pessoa manda, sem saber se aquilo é bom ou não. Mas ainda bem que esse mundo só existiu nas páginas do livro. Felizmente, no mundo atual, a discussão de ideias é incentivada e muito bem praticada em todos os setores da sociedade. O debate nada mais é do que uma discussão amigável (exceto alguns maus exemplos) entre duas pessoas ou mais (grupo) que querem colocar suas ideias em questão. Na oportunidade todos podem falar, concordar ou discordar, desde que os participantes do debate estejam em comum acordo no propósito de trabalhar para achar a melhor solução. O debate é rico, pois sempre há um especialista no assunto a ser discutido, e os ouvintes trazem suas dúvidas e experiências pessoais. O aprendizado, com a troca de histórias, é válido e pode satisfazer as necessidades de todos no grupo de discussão. É claro que a palavra discussão não deve ser interpretada como “briga”. Muitas pessoas associam essa palavra com argumentações calorosas, pessoas com o dedo em riste e até mesmo agressões físicas, verbais e morais. No debate civilizado nada disso existe. O que se faz é a discussão no sentido literal da palavra. Todas as ideias colocadas à mesa e com base nas necessidades do grupo pode-se descobrir aquela que melhor solucionará o problema em comum. O debate é sempre composto por um moderador que é a pessoa que irá ditar as regras, ou seja, ele deve apresentar o tema (ou temas) que

será discutido e passar a palavra aos debatedoversidade Anhembi Morumbi, e, é palestrante res, interrompendo-os quando achar necessário. nas áreas de segurança e gestão de riscos para E já que os problemas atuais da humanidade condomínios. Ele possui diversos cursos no extenão se resolvem na base do individualismo, o derior, incluindo Estados Unidos, Alemanha e Israel. bate de ideias e a proposta por soluções vêm gaTambém possui extensões em Análise de Riscos nhando espaço nos mais diferentes (FECAP), Segurança Pessoal e setores da sociedade contemporâ- “Os síndicos, Violência Urbana (FECAP) e Ponea. E nos condomínios não pode- administradoras lítica e Estratégia (ADESG/USP). ria ser diferente. Afinal, os síndicos, e principalmente Já a advogada formada administradoras e principalmente moradores têm pela Universidade Mackenzie e moradores têm muitas preocupamuitas preocupações especializada em condomínios, ções em comum, e a troca de expeEvelyn Roberta Gasparetto, paem comum, e a troca lestrará sobre dois problemas riência, principalmente com quem é especializado no assunto, pode de experiência, que tiram o sono de síndicos e trazer soluções práticas para aquilo principalmente com moradores, a inadimplência e que tira o sono de todos. quem é especializado o comportamento. Ela é pósPor este motivo a Revista Por- no assunto, pode -graduada em Direito Procestal dos Condomínios realiza a sesual pela Universidade Paulista trazer soluções gunda edição do Portal Debate. (Unip), atuante em Direito Imopráticas para O evento mais dinâmico de conbiliário, tendo cursado “Direito domínios de Jundiaí e região teve aquilo que tira o Imobiliário Material e Procesinício em maio de 2011, e contou sono de todos.” sual” pelas Faculdades Metrocom a presença de mais de 100 politanas Unidas. Mediadora e interessados no mercado condominial, entre Conciliadora pela Escola Paulista de Magistratusíndicos, moradores, zeladores, conselheiros, ra junto ao Fórum João Mendes Junior. Atuante presidentes de associação de moradores, adna área Trabalhista, e participante das Palestras ministradores e empresários. “Nova Lei de Execução” Junto a CAASP – JabaAlém dos temas abrangentes e de interesse quara e “Provas no Direito Previdenciário” junto geral, o primeiro Portal Debate marcou pela ponCAASP – Jabaquara. Ela ainda é autora do livro tualidade, organização e rico conteúdo de seus Administrando Condomínios. palestrantes. No ano passado, a primeira palesO formato que o Portal Debate é realizado tra, “A importância do Auto de Vistoria do Corem Jundiaí é exclusivo. Para cada palestra, o mipo de Bombeiros (AVCB) nos condomínios”, foi nistrador tem 30 minutos para expor o tema, realizada pelo Cabo da Polícia Militar do Estado restando outros 30 minutos para um debate de de São Paulo, Ghoren Vedovelli. Em seguida, foi perguntas e respostas com público. O objetivo a vez do mestre pela Unicamp sobre segurança é deixar o evento dinâmico, sem ser cansatiem condomínios, Paulo Sérgio vo, proporcionando ao visitante Martins, que falou sobre o tema “O formato que o agregar mais conhecimento as que tanto aflige os moradores de Portal Debate é questões cotidianas do seu concondomínios, a segurança. Para realizado em Jundiaí domínio. ele, a segurança patrimonial anda é exclusivo. Para O tema tratado por Januzzi, lado a lado com uma mudança de neste ano, será o tripé da segucada palestra, o cultura dos próprios moradores. rança, que segundo o palestrante ministrador tem 30 O Portal Debate se enceré movido pela motivação, técnirou com a palestra do advoga- minutos para expor o cas e oportunidade. Um tema que do Márcio Rachkosrky, membro tema, restando preocupa muito síndicos, condôefetivo do quadro “Chame o outros 30 minutos minos e administradoras, além da Síndico”, do Fantástico, da Rede para um debate de nossa sociedade como um todo. Globo, que, ao lado dos também Os moradores, mesmo que não perguntas e respostas advogados e especialistas em diestejam diretamente ligados com com público” reito condominial e de vizinhana administração do condomínio ça, Carlos Eduardo Quadratti e Newton Nery F. ou não planejem serem síndicos, devem particide Sousa, abriram o universo do condomínio e par, já que a segurança é também uma obrigasuas questões mais polêmicas. O destaque fição sua. Pequenas dicas e mudanças de comporcou para o tema da inadimplência, comum em tamento simples podem garantir o sucesso da qualquer condomínio residencial. segurança dentro da própria casa. É um dever Para este ano, o Portal Debate trás como de todos, por isso o morador deve participar despalestrante Emerson Januzzi, que tem formação se debate, já que influencia diretamente na sua em Gestão e Segurança Patrimonial pela Uniprópria rotina e vida. Portal dos Condomínios . Mar/Abr 2012

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a São Paulo, que tem 50 mil ou a Campinas com 5 mil. Porém, até meados de 2013, serão lançados na cidade, mais 60 condomínios. Com esses números é possível afirmar que Jundiaí terá um crescimento de 10% em condomínios. Um número alarmante para o tamanho da cidade. No começo deste ano, os moradores do Residencial Ilha das Flores conviveram de perto com essa insegurança. Em menos de cinco dias, foram quatro roubos de fios de energia da caixa de força central de um dos blocos. Nas primeiras tentativas os bandidos não provocaram tanto estrago, mas em uma das oportunidades eles deixaram os moradores sem energia elétrica e água (já que a bomba que distribui água para os apartamentos depende de energia) por mais de 24 horas. O fim do roubo dos fios só aconteceu depois que seguranças particulares começaram a fazer a ronda do terreno onde a caixa de força ficava. E os relatos de insegurança da síndica não param por aí, o terreno baldio atrás do condomínio virou área de prostituição e uso de entorpecentes. A síndica relatou que metade do orçamento do condomínio foi usado para instalar câmeras de segurança e cerca elétrica, além do toque de recolher, quando as crianças, em plena época de férias, tinham que ficar trancadas nos apartamentos. E essa não é a realidade de apenas um condomínio de Jundiaí. Infelizmente, os síndicos, moradores e administradoras precisam buscar soluções e alternativas para se protegerem. Se muitas pessoas escolhem o condomínio fechado como forma de segurança, é preciso que eles realmente se sintam protegidos. E a proteção vai muito além de grades, câmeras de segurança ou cercas elétricas. Depende de técnicas e da colaboração de todos. E é essa justamente a dúvida de José Alberto Maia Barbosa, Síndico do Vila Itália. Ele deu como exemplo outro fato ocorrido na cidade, quando em um condomínio de Jundiaí, quatro homens armados de marretas depredaram a guarita do condomínio como forma de intimidar um locatário que estava sendo procurado por várias vezes para pagar uma dívida. Este mesmo locatário avariou o portão da garagem quando entrou em alta velocidade no estacionamento para fugir de um oficial de justiça. A dúvida de José Alberto é com relação ao que fazer nesses casos.

“Em sua palestra, Januzzi explicará um pouco do que é o tripé da segurança, que segundo ele é formado por motivação, técnicas e oportunidade”

E não fica difícil de imaginar o motivo. É só abrir os jornais, ligar a televisão, rádio ou se conectar a internet. É difícil não encontrar uma notícia sequer relacionada à violência cotidiana e urbana. Aliás, será uma raridade o dia que não houver notícia nos jornais relacionada a esse tema. A insegurança antigamente era reservada apenas para as ruas, comunidades carentes e geralmente acontecia de madrugada. Eram roubos ou tráfico de drogas, com trocas de tiros entre bandidos e policiais. Mais algumas notícias de sequestro também faziam parte dos jornais. Agora a violência urbana não tem dia, hora, muito menos local exato para acontecer. E, além dos “crimes normais”, os bandidos também começaram a vislumbrar os condomínios (verticais e horizontais) como “boa fonte de renda”. O que era notícia e “privilégio” dos grandes centros urbanos e capitais dos estados, como São Paulo, migrou e se instalou no interior também. Os arrastões (como são chamados os crimes que acontecem nos condomínios, já que os bandidos invadem várias casas e/ou apartamentos de uma só vez roubando desde dinheiro, joias e eletrônicos) faziam parte dos condomínios de luxo dos bairros mais tradicionais da capital paulista. Infelizmente, nos últimos anos, não são raros os casos de assaltos a condomínios na cidade. Muito disso se deve a proximidade com grandes cidades, como São Paulo e Campinas, mas também existe o fato de a cidade ter crescido muito nos últimos anos, atraindo mais investimentos e consequentemente, os olhares de quadrilhas e bandidos. Jundiaí tem hoje mais de 500 condomínios. Pode parecer um número pequeno se comparar

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Em sua palestra, Januzzi explicará um pouco do que é o tripé da segurança, que segundo ele é formado por motivação, técnicas e oportunidade. “A motivação é representada pela determinação sociocultural que diz respeito a um determinado tipo de exigência que a sociedade impõe ao indivíduo e é independente do seu livre arbítrio, como necessidades econômicas relacionadas ao sustento da família ou, simplesmente, para bens pessoais”, exemplifica o palestrante. Este tipo de motivação também diz respeito às influências sociais como os amigos, aquilo que sua mãe e avó chamavam popularmente de “as más companhias”. Segundo ele, é essa escolha individual e que diz respeito aos fatores que levaram o indivíduo a optar pela via criminosa por ambição, pela procura de mais dinheiro com o fim de poder usufruir de luxos. “Também estão inseridos nesta motivação os crimes levados para satisfazer as necessidades de emoção, aventura e adrenalina”, relata Januzzi. Este tipo de motivação é fruto de uma decisão tomada num momento qualquer da vida do indivíduo, pesando prós e contras, e utilizando as suas faculdades mentais no seu estado normal. Depois dessa primeira análise, o palestrante relata que é preciso desvendar quais são as ultimas técnicas utilizadas pelos marginais nos assaltos a condomínio. Neste momento, entra o que ele chama de técnica, que são os métodos utilizados pelos criminosos para burlar os sistemas de segurança, ou achar alguma brecha possível para efetuar o crime. E por fim, existe o que o palestrante chama de oportunidade, que é como podemos diminuir a chance de atuação desses marginais. “Como utilizar bem os recursos eletrônicos, humanos e organizacionais do condomínio”, exemplifica Emerson. O Portal Debate abre as portas para novos conhecimentos. “É muito importante participarmos de eventos como o Portal Debate que nos permite reciclar e conquistar novos conhecimentos, além de interagirmos com as empresas e com os participantes. Uma oportunidade para estreitarmos os laços”, explica Ana Cláudia Ananias. “Os temas foram bem escolhidos e bem apresentados. Todas as informações ajudaram na função de sindico”, diz José Alberto Maia Barbosa. Para o subsíndico do Residencial Villa Deste, José Domingos Franjotti, a primeira edição do Portal Debate foi muito útil, já que no ano passado ele era síndico do residencial. “Os temas abordados me ajudaram muito. Pretendo participar novamente esse ano”, elogia Franjotti. “Ajudou muito. Depois das explicações das palestras, principalmente a do bombeiro, comecei a tomar as providências que necessitava no condomínio”, relata Tânia Maria Lucato, que era


Portal dos CondomĂ­nios . Mar/Abr 2012

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“A advogada Evelyn Roberta Gasparetto tratará de um tema que certamente é motivo de muita dor de cabeça para síndicos e administradores da cidade, a inadimplência. Serão abordados as formas de cobrança, as leis e o que se pode fazer nesses casos”

síndica do Edifício Leoneto Carletti. “Cada evento sempre aprendemos algo de novo e cada explanação nos mostra claramente qual o caminho

a percorrer”, exemplifica João Cardoso Sartanelo, síndico do Condomínio Residencial Canto da Natureza. Para ele, infelizmente o tempo se torna curto, com tanta informação nova para se absorver. A segurança também é uma preocupação do recém-formado Conselho de Síndicos, criado pela Proempi (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região), em parceria com o Secovi São Paulo. São 30 pessoas que fazem parte do projeto, sendo que são 10 no Núcleo e mais 20 síndicos, com representantes de cada região da cidade. A vulnerabilidade do acesso representa 85% das invasões dos condomínios, que são ou pela garagem, ou pela própria portaria, que é o local que, se bem administrado, reduz e muito este índice. “O melhor treinamento é a maneira mais eficaz de reduzir esse número”, salienta o síndico profissional, Fernando Fernandes. E o problema com serviço de portaria ou a segurança não é uma realidade apenas da cidade. Segundo Fernando, quando diminui o índice de assaltos na Capital paulista, por exemplo, aumenta na cidade, visto que há uma transferência do problema para uma cidade onde as dificuldades, para os bandidos, são menores.

enço Vivian Lour

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Para o síndico profissional, Fernando Fernandes, a segurança é um tema mais abrangente do que se imagina. “Como segurança, podemos entender que o quadro de distribuição, o centro de medição, o poço dos elevadores, a casa de bombas, são itens de fundamental segurança de todos que moram, trabalham e visitam um condomínio”. Enfim, nunca é demais falar a respeito, principalmente quando se trata da segurança relativa a controle de acesso de pessoas. Para ele, todo sistema de segurança, por mais sofisticado que seja, sempre vai depender da participação de elemento humano. “A conscientização, treinamento e palestras são muito importante para sempre estarmos alerta as novas modalidades de invasões e procedimentos dos possíveis invasores”, explica o síndico profissional. Por este motivo ele volta a afirmar que, quando acompanhamos no noticiário que a taxa de criminalidade baixou na capital paulista, devemos redobrar nossa atenção, pois é muito possível que a taxa não baixou, mas mudou de localidade, vindo da capital para as cidades mais próximas. “De qualquer forma devemos ficar atentos, seguir as orientações das portarias, respeitar os procedimentos e quando perceber qualquer atitude suspeita no entorno do condomínio alertar


Distribuição gratuita Ano 02 . Nº 07 Mar/Abr de 2012 Por Vivian Lourenço

ciamento varia de acordo com a idade do finan-

Inúmeras ofertas tentadoras são postas a

ciador, já que quanto mais velha a pessoa, mais

frente todos os dias. Desde os primeiros minutos

caro o valor da cobertura e equivalente será a

até a hora de dormir, empreendimentos surgem,

dívida contraída.

ressurgem e estão no mercado para a concre-

O outro caso de seguro no financiamento é

tização da maioria dos mortais: o sonho da casa

o chamado prestamista. Este seguro é muito co-

própria. Comprar

mum nos empréstimos consignados, oferecidos

um imóvel está

para aposentados e profissionais que trabalhem

fácil.

Créditos

na indústria e no comércio. No caso dos aposen-

mais

acessíveis,

tados, se houver falecimento, há a quitação do

grande demanda

saldo devedor do empréstimo em curso. “Para os

de variedade e

profissionais da ativa, em caso da perda de em-

o aumento do

prego, há o seguro que cobre em até seis parcelas

poder

con-

da dívida, e que proporciona ao comprador um

sumo facilitam a

tempo para voltar a ter um novo emprego. O mes-

aquisição. Porém, além de pesquisar muito e es-

mo acontece em caso de falecimento ou invalidez

colher o que tem melhor custo benefício, o futuro

permanente”.

Seguro no Financiamento

de

morador precisa se atentar ao financiamento e as

Shutterstock - AptTone

opções que a construtora oferece. Diferentemente do que comprar um carro,

merciais como a compra de um bem, seja um au-

quando você chega à concessionária, escolhe

tomóvel, eletrodoméstico, etc. Segundo ele, o se-

o modelo que mais agrada e já sai dirigindo, o

guro já está incluso nas parcelas do financiamento

imóvel, além de ter um valor de mercado mais

desses bens.

alto, é um bem que requer maior cuidado na hora

Tanto o seguro de financiamento da casa

da compra, afinal, é onde você construirá uma

própria quanto o prestamista, têm os custos de

família e passará momentos de descanso e lazer.

acordo com a idade de quem faz o empréstimo,

Ou até irá destinar aquele dinheiro muito bem

mas, de forma geral, são acessíveis, e vale a pena

guardado para uma ação inicial de potencial in-

o comprador optar por eles, já que são uma ga-

vestidor.

rantia a mais em caso de imprevistos.

Depois de escolhido, é hora de pensar no fi-

Quanto a obrigatoriedade, o que o compra-

nanciamento, já que são raras as pessoas que po-

dor deve fazer é perguntar quanto é o seguro rela-

dem se dar ao luxo de quitar à vista uma casa ou

tivo à dívida, pois nas instituições financeiras que

apartamento, por mais simples que ele possa ser.

possuem seguradoras, você pode contrair um se-

E na hora do financiamento, o comprador precisa

guro prestamista, dando cobertura nas compras e

ficar atento a um item essencial, o seguro no fi-

até mesmo para limites de cartão de crédito.

nanciamento.

Portal de Imóveis . Mar/Abr 2012

Ou seja, em caso de falecimento ou invalidez

O economista, Almir Bernardi, explica os dife-

permanente, o seguro cobre as dívidas. “Caso

rentes tipos de seguro no financiamento que ex-

você queira contrair um seguro com cobertura

iste, no mercado. Há o da casa própria, que tem

maior que a dívida também pode, ou seja, neste

cobertura da quitação da dívida em caso de morte

caso o comprador terá mais de um beneficiário,

ou invalidez do proprietário. “Caso o imóvel esteja

além da loja de crédito que vendeu. Pode ser a

com financiamento por mais de uma pessoa, o se-

esposa, ou um parente, desde que tenha maio-

guro irá quitar a parte da dívida proporcional”, ex-

ridade”.

plica o economista. Também existe o seguro deste

R$ 5 mil, o seguro ficará em R$ 15 mil. Em caso

mesmo imóvel que protege o beneficiário contra

de morte ou invalidez permanente, a loja ficará

explosão, incêndio, vendaval, e outros tipos de

com os R$ 5 mil, e o saldo de R$ 10 mil irá para o

desastres. Nesses casos, o seguro dará cobertura

beneficiário indicado na apólice.

Por exemplo, se a compra será de

para que o imóvel seja reestabelecido, evitando

Caso o comprador ainda tenha dúvidas, pode

que o proprietário não tenha mais o imóvel, e

requerer uma cópia do contrato e levá-lo até

pare de pagar o empréstimo.

um especialista, para que se analise as melhores

Almir explica que o custo do seguro no finan01 | Portal de Imóveis . Mar/Abr 2012

Almir explica que o seguro prestamista é mais comum, principalmente em negociações co-

condições de contrair o seguro no financiamento.









a portaria ou mesmo a policia. Prevenir é o melhor remédio”, finaliza Fernando. Para o advogado Carlos Eduardo Quadratti, o tema abordado por Januzzi é de suma importância e não deve ser esquecido nunca. “O Portal Debate coloca Jundiaí em uma posição de destaque. Poucas cidades realizam um evento como esse”, explica Quadratti. Além da segurança, o Portal Debate deste ano trará também como tema a inadimplência e problemas de comportamento no condomínio. A advogada Evelyn Roberta Gasparetto tratará de um tema que certamente é motivo de muita dor de cabeça para síndicos e administradores da cidade, a inadimplência. Não é raro ver nos noticiários brigas judiciais entre condomínios e condôminos pela falta de pagamento. “Vamos abordar as formas de cobrança, as leis e o que se pode fazer nesses casos”, explica Evelyn. Agora, outro problema pior que a inadimplência é o mau comportamento entre condôminos. E nessa, o síndico fica perdido no meio do fogo cruzado. “É criança que corre demais, cachorro que late muito alto”. A advogada relata que a falta de comunicação é tão grande, que até mesmo problemas graves como vazamento se tornam verdadeiras batalhas. “Eles não se conversam, então fica difícil resolver esse problema. Vamos tratar desse tema, e como melhorar a vida em condomínio”.

Esse problema de relacionamento é provocado pelo aumento de número de condomínios, com isso há um aumento das pessoas que, pela primeira vez estão morando em apartamento. Isto é uma reclamação que muitos síndicos têm recebido, já que esses moradores não estão acostumados àquela realidade, já que dentro do condomínio as regras são outras. É este choque cultural que as pessoas não estão acostumadas. A palestra vai tratar disso, de como orientar o síndico a lidar com o morador, dessa questão de relacionamento. No livro, Administrando Condomínios, Evelyn aborda esses temas. Com o aumento da população urbana, a habitação vertical passa a desempenhar um papel importante, pois acompanha a expansão desordenada das metrópoles causada pelo crescimento rápido da concentração predial. A advogada diz que essa crescente expansão imobiliária trouxe uma nova realidade no dia a dia das pessoas, em razão do surgimento de empreendimentos condominiais tão completos e complexos que tornaram a sua administração uma tarefa eminentemente profissional. As ferramentas de gestão necessitam de agilidade, eficiência, transparência e, sobretudo, devem ser capazes de manter o entrosamento entre todos os envolvidos na tarefa de gerir um condomínio. Para a presidente da Associação dos Mo-

radores do Bosque dos Jatobás, Fabíola Cristiane Martho, temas do cotidiano como barulho, inadimplência, animais sempre são muito cotados. “As dicas são fantásticas embora algumas regras que se aplicam a condomínio não se aplica em Associação”, diz Fabíola. Ela finaliza dizendo que as dicas de segurança acrescentam muito na vida de uma Associação e o fato de um especialista ter passado alguns pontos, faz com que haja uma reciclagem da postura dos funcionários de segurança. Wagner Carpi, do Condomínio Chácara das Flores, diz que o primeiro Portal Debate ajudou muito a resolver os problemas que ele tinha. “Toda informação é bem vinda para nós síndicos que, apesar de toda experiência na função adquirida com os anos, ainda temos muito a aprender e vivenciar nessa atividade”. Seja inadimplência, segurança ou comportamento. Os condomínios têm muitos assuntos que necessitam de um especialista que possa, não somente orientar os síndicos, mas também os moradores. Não é apenas a responsabilidade do síndico organizar o condomínio. Ali é uma cidade, todos devem fazer a sua parte. Por isso, não somente os síndicos e administradoras de condomínios devem participar do Portal Debate, é de suma importância que os condômínos também se interessem mais pelo local onde moram.

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CONHEÇA OS PALESTRANTES

Evelyn Roberta Gasparetto Portal dos Condomínios (PC): Inadimplência é o grande mal dos condomínios? Evelyn Roberta Gasparetto (EG): Sim, o maior deles. PC: As pessoas precisam mudar os hábitos quando vão morar em condomínios? EG: Sim, a maioria deles. PC: Nos casos de inadimplência e comportamento, de quem é a maior responsabilidade, síndico, condômino ou o conjunto? EG: De todos os moradores PC: Só mudança de hábitos resolveria? EG: Sim, ajudariam e muito a solucionar os problemas existentes.

Emerson Januzzi

PC: Caso o problema seja grande, o síndico deve procurar ajuda? EG: Síndico deve estar sempre junto de seus conselheiros, subsíndicos, administradora e jurídico. PC: Quais os erros mais comuns de quem irá viver em condomínio? EG: A falta de bom senso, de respeito com as regras.

Emerson Januzzi

Evelyn Roberta Gasparetto

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Portal dos Condomínios (PC): A segurança é a grande preocupação atualmente? Emerson Januzzi (EJ): Segurança é a terceira maior preocupação dos brasileiros. Em pesquisa realizada pelo instituto Ibope para o Jornal Nacional, o Nordeste é a região que mais se preocupa com a segurança pública, com 18%. Depois vêm o Sul, com 12%, o Norte/ Centro-Oeste com 11% e o Sudeste com 10%. Ainda com essas estatísticas os brasileiros estão longe de ter como a principal preocupação, mesmo com as noticias que invadem nossas casas todos os dias a resistência sobre como prevenir-se dos atos de violência urbana ainda é uma barreira principalmente quando é envolvido custos, por exemplo, o condomínio gasta uma fortuna com um equipamento novo para academia e na hora de efetivar

uma compra de equipamentos eletrônicos de segurança, argumenta na negociação, “coloca o mais barato, por favor!”. PC: As pessoas precisam mudar de hábitos quando vão morar em condomínio? EJ: A pergunta me lembra da frase imortalizada de Albert Einstein: O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade. Cada indivíduo tem que zelar por sua família e patrimônio não expondo a segurança delas com hábitos inadequados, portanto precisamos estar atualizados sobre a criminalidade para prevenir os riscos do dia a dia. PC: Responsabilidade é do síndico, moradores ou do conjunto? EJ: A reponsabilidade é de todos os cidadãos, até o vizinho deve se manifestar caso haja algo estranho nas redondezas, pois partindo desse conceito, devemos nos lembrar de que a invasão do criminoso pode ser pelo quintal dele. PC: Somente mudanças de hábitos resolveriam? EJ: A segurança só é eficiente se for sustentada sobre um conjunto de medidas, onde umas possam influenciar outras. Assim, a segurança isolada ou localizada geralmente não é eficiente. Por isso, a segurança só será eficiente se for organizada dentro de um conjunto de medidas inter-relacionadas e complementares. PC: É importante sempre procurar o auxílio de um especialista no assunto? EJ: Sim. Costumo dizer sempre nas palestras que quando precisamos examinar o coração procuramos um cardiologista, sendo assim, porque quando o assunto também é serio como a segurança da nossa família não se dá o mesmo tratamento? PC: Quais os erros mais comuns observados em condomínios? EJ: O mais comum é a falta de comprometimento dos moradores com a segurança do patrimônio. Veja um exemplo, a regra do condomínio é não deixar entrar visitantes sem apresentação do documento para registro na portaria e a autorização do visitado, mas quando chega o entregador de pizza, pedem para subir sem qualquer triagem por puro comodismo. Por mais que seja planejada a segurança do condomínio não existem 100% de eficácia, e sim a diminuição da oportunidade para o assaltante.


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Reservas são limitadas O Portal Debate será realizado no dia 19 de maio de 2012, no hotel Serra de Jundiaí, das 8h às 12h. Para participar, deve-se fazer a inscrição online através do site www.portaldebate.com.br Serão apresentadas duas palestras: “Segurança Condominial”, com Emerson Januzzi, e “Inadimplência e Comportamento”, com Evelyn Gasparetto. As inscrições podem ser feitas para ambas. Assim como 2011, o Portal Debate tem inscrições limitadas. A recomendação é garantir a vaga antecipadamente. Todos os inscritos receberão uma confirmação via email. Lembre-se que o evento prima pela organização e pontualidade. Portanto, compareça no horário e aproveite o sábado para trocar informação com outros presentes. Para mais informações, ligue: 11 4522-2142

a proposta de debate. E, por este motivo, o Portal Debate reúne mais de 100 pessoas dispostas a conhecer as novidades do mercado. É neste momento, de maior interesse, que os negócios podem surgir efetivamente. As cotas publicitárias estão sendo comercializadas pela Plan Eventos, através do telefone: 11. 4497-1702. Em 2011, diversas empresas participaram como patrocinadoras e, através do site www.portaldebate.com. br, você poderá conferir o histórico de divulgação em mídia e a exposição da marca durante o evento. Invista a sua marca em um evento de qualidade. Invista no Portal Debate.

Divulgue sua marca O Portal Debate é uma excelente oportunidade para divulgar sua marca para o público formado por síndicos, zeladores, conselheiros, presidente de associação de moradores, administradores e moradores interessados no mercado condominal. Trata-se do único evento regional com

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FAÇA SUA INSCRIÇÃO. ACESSE:

www.portaldebate.com.br


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Artigo

O desastre do desabamento dos três prédios no Rio de Janeiro, ocorrido no último dia 25 de janeiro, alertou síndicos, proprietários, administradores, entidades públicas e a imprensa para um tema de suma importância, mas bastante desprezado: o acompanhamento e a fiscalização técnica das obras por profissionais habilitados. As pessoas constroem de forma espontânea, sem saber que uma reforma aparentemente simples pode afetar toda a estrutura de uma edificação. No caso do Rio de Janeiro verifica-se porque não se deve subestimar os perigos das obras irregulares que comprometem a maioria das construções ou reformas. A provável causa do desmoronamento dos prédios no Rio de Janeiro é difícil afirmar de forma conclusiva sem ter acesso aos laudos técnicos. Mas prejudicaram a segurança dos edifícios devido modificações de paredes, aberturas de janelas ou portas e outras mudanças estruturais. Tais reformas que parecem simples e de pouca importância, algumas vezes modificam a forma de funcionamento da estrutura, e isso pode influenciar na capacidade de carga e na resistência da edificação. Uma movimentação de parede poderá acarretar na desestabilização da edificação pois, algumas edificações possuem paredes que possuem funções estruturais, ou seja, suportam parte do carregamento da estrutura. Nessas paredes estruturais não é muito raro o leigo, sem acompanhamento profissional, “abrir” passagens nas vigas e nos pilares e isso acontece muito em prédios antigos, quando é necessário modernizar as instalações e ou melhorar seu conforto.

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Estas modificações que parecem simples, na realidade, exigem a elaboração de projetos, contratação de profissional responsável e liberação da prefeitura municipal. Só que quase na totalidade dos casos, o proprietário da obra de reforma desconhece ou não realiza os procedimentos técnicos legais. Pelo o que foi noticiado na imprensa, além de não terem contratado profissional para elaborar o projeto e acompanhar a execução, a obra não tinha autorização de reforma emitida pela prefeitura municipal e quem elaborou o projeto foi uma administradora de empresa, que além de não ter capacidade técnica, cometeu um crime de exercício ilegal da profissão e pode ser processada por homicídio doloso, pois assumiu riscos sabendo da consequência dos seus atos. A Anotação de Responsabilidade Técnica – (ART) é o documento que vincula a participação do profissional na obra, mas não basta apenas o profissional assinar ART, ele tem que efetivamente acompanhar a obra e, se for o caso, elaborar os projetos, pois não é raro ainda profissionais que apenas assinam a ART que dependendo do desfecho da obra poderá incorrer além de medidas administrativas, responsabilização civil e criminal. É preciso um engenheiro para construir ou reformar com segurança, pois inúmeras foram as ocorrências que presenciei e participei ao longo de minha carreira no Corpo de Bombeiros com óbito de “pedreiros” devido a desabamento de suas obras, pois estes sem conhecimento técnico algum desestabilizaram as estruturas onde trabalhavam. Ghoren Vedovelli - Cabo da Polícia Militar do Estado de São Paulo

Paloma Cremonesi

Reforma não é brincadeira


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UTILIDADES DOMÉSTICAS

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EDUCAÇÃO

O jovem e o mercado de trabalho Carlos José Silva Borges Comunicação Colégio Divino Salvador Em cada evento corporativo que participamos, nas conversas com profissionais atuantes, nas reuniões com empresários e gerentes, enfim, quando o assunto é o mercado de trabalho, todos lembram, alertam e confirmam: nossa região está precisando de mão de obra técnica! A demanda por profissionais das áreas de eletrônica, mecatrônica, informática, design, administração e química cresce a cada dia e boa parte das vagas (se não, a maior parte) é para jovens, com boa formação, mas em início de carreira. Sim, na maioria das vezes, quem está começando recebe menos do que os mais experientes. Isso é óbvio, mas também é um incentivo para as empresas, na aquisição de novos colaboradores. No entanto, não vamos

ficar apenas dentro desse ponto, pois o jovem, geralmente, tem maior potencial de aprendizado e carrega menos influências, ou seja, tem maior disposição para aprender a ideologia da instituição. E isso é bom! Dessa forma, os Cursos Técnicos oferecem um caminho tão interessante quanto o do Ensino Médio. A diferença de preparação para o vestibular e para a vida pode ser equilibrada com a iniciação mais rápida do jovem no mercado de trabalho e uma boa dose de dedicação extra. É uma questão que deve ser analisada caso a caso, envolvendo a família e principalmente o aluno. Se o jovem já tem ideia da carreira que pretende seguir, apresenta alguma aptidão e deseja entrar para a área mais breve, o Curso Técnico é uma ótima opção. Se não há problema em aguardar o Ensino Superior, se a meta é superar os melhores vestibulares, o Ensino Médio é mais indicado. Mas atenção, há exceções nos dois caminhos. Alunos dos Profissionalizantes com Ensino Médio, com bons estudos, também entram para as melhores faculdades. Assim como alunos do Ensino Médio encontram boas oportunidades no

mercado, pelo talento e empenho. No Colégio Divino Salvador, a Central de Estágios e o Serviço de Orientação Educacional ajudam os estudantes nesses dois caminhos. Isso é essencial e o retorno que recebemos dos alunos, em suas conquistas, é uma grande honra. Se você deseja conhecer melhor como funciona o Curso Técnico ou o Ensino Médio, e as relações com mercado, vestibular e vida, procure os educadores do Serviço de Orientação Educacional do Divino. Essa pesquisa é essencial para o seu futuro. As oportunidades estão esperando... Jovens, dediquem-se ao máximo, juntem o planejamento da sua carreira aos seus momentos de lazer e estudo. Estamos vivendo uma era em que tudo está muito rápido, interligado e aberto. Quem aproveitar as chances vai sair na frente, não importa a idade.

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BEM-ESTAR

Uma pata no seu jardim Por Vivian Lourenço Não há como negar que a paisagem urbana está ainda mais urbana. Por onde se olha, há mais asfalto e construções. Sem contar com as questões materiais que nos rodeiam e nos faz distanciar de tudo que é ligado à natureza. Por isso, é importante cultivar um bom jardim ou até mesmo encontrar soluções para que as plantas façam parte de dentro de casa. Além de decorar o ambiente, trás leveza e frescor ao ambiente, transformando-o em um local agradável para relaxar depois de um dia estressante. O desafio desta edição é encontrar uma sugestão que pode ser tanto utilizada dentro de casa, quanto no jardim. No projeto inicial, o objetivo é a decoração interna e, posteriormente, quando a planta atingir uma boa altura, ser transferida para o quintal ou jardim. A dica é da paisagista e engenheira agrônoma, Elen Moraes, e a planta escolhida é a pata de elefante. O nome pode parecer estranho, mas não há associação ao animal que ela leva no nome. Você não terá nenhuma planta gigantesca e que ocupe um imenso espaço dentro de casa. A pata de elefante, ou Beaucarnea recurvata – nome científico, é originária do México e é muito confundida com a nossa tradicional palmeira. Por isso, seu tamanho não ocupa muito espaço na residência ou no jardim. “Pode chegar a aproximadamente cinco metros de altura, com seu tronco geralmente único, podendo haver duplas brotações. É extremamente ornamental e adaptada tanto à

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sombra quanto ao pleno sol”, explica. Ou seja, ela é ambientada em qualquer local. Só o morador decidir onde melhor ela ficará no sentido de decoração. As suas folhas são de uma beleza única. Elas têm o aspecto de cabeleira e estão dispostas em densos tufos, que ficam na extremidade dos ramos. A diferença da pata de elefante para a palmeira, é que ela produz flores, geralmente encontradas nos exemplares mais velhos, que já estão em forma de árvore. Elas despontam em inflorescências longas e eretas, com numerosas flores pequenas e esbranquiçadas. “Como seu crescimento é lento, pode ser utilizada em interiores quando está na sua fase juvenil, porém não tolera que a terra esteja encharcada”. A pata de elefante faz muito sucesso no paisagismo, já que cria pontos de destaque no jardim. O morador pode valorizar a beleza da planta de forma isolada ou criar pequenos grupos. A dica também é encaixá-la em jardins contemporâneos, que podem ter inspiração desértica ou tropical. Em ambos, a pata de elefante irá combinar muito bem com esses dois estilos. Antes de a planta alcançar o crescimento pleno, ela poderá ser usada como decoração interna. A dica é colocar em pátios, sacadas ou até mesmo varandas. Como não demanda de muitos cuidados, é ideal para quem tem o dia a dia corrido e não pode dedicar o tempo que gostaria às plantas da residência. “Em pleno sol, já em idade adulta, em jar-

dins abertos, encaixa-se bem em jardins contemporâneos, desérticos ou tropicais onde tolera baixas temperaturas”. Quem se interessou em plantar a pata de elefante requer alguns cuidados, já que ela não tolera os solos que são encharcados, muito menos aqueles que têm a característica de serem muito argilosos, desenvolvendo-se melhor em solos arenosos de grande permeabilidade. Se for planta em um jardim, primeiramente deve-se fazer um buraco maior que o torrão (muda). Depois coloque areia no fundo para garantir a drenagem da água. A seguir, misture o adubo animal com o composto orgânico e coloque a planta no buraco, cercando-a de terra. Regue bem e pronto, sua muda de pata de elefante está pronta para crescer. Agora se preferir plantar em vaso, deve procurar um recipiente grande, mas não precisa ser muito fundo. Você deve prestar atenção na largura. Pode proteger as laterais do vaso com tinta asfáltica para que elas não fiquem manchadas. Aplique uma camada na parte interna e deixe secar bem. Coloque no fundo do recipiente brita, areia úmida ou a geomanta. Em seguida coloque o adubo e plante a muda. Regue em seguida. Lembre-se sempre de deixá-la em locais que ela tome sol. Pronto, de maneira prática e simples você tem uma planta diferente para ajudar na decoração da sua residência. E o melhor de tudo, não precisa ter o trabalho, nem em regar, muito menos com a sujeira. Ideal para o dia a dia corrido.


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CRÔNICA

O BODE PRETO Depois da eleição

Constatado o problema, a bomba foi trocada e no final de

para síndico, Dona

tarde tudo estava normalizado, menos a cabeça de dona Maria

Maria Renata recebeu de

Renata, que não entendia a relação entre a queda do bode preto

seu antecessor uma caixa

e os problemas do condomínio.

com a documentação do

Em uma tarde muito quente, Dona Maria Renata percebeu

condomínio e dentro dela havia

a formação de uma grande tempestade e logo pensou no

uma pequena estátua de um bode preto. Vendo aquela estátua, pensou que fosse um brinquedo do neto do ex-síndico. Resolveu ligar para o mesmo e ouviu uma estranha história. Toda vez que o bode amanhecia caído, algo de ruim aconteceria no condomínio.

bode. Pegou um rolo de fita crepe, fixou a pequena estatueta na estante e prometeu soltá-la após a chuva passar. E ficou na expectativa. A tempestade passou, o interfone não tocou, logo concluiu que o prédio passou intacto, assim foi cumprir sua promessa,

Mesmo desconfiada, colocou o bode na estante da sala e

soltar o bode. Respirou fundo e começou a desenrolar a fita

logo na primeira segunda-feira o bode amanheceu caído e o in-

quando a pequena estatua se soltou e tombou sobre a estante.

terfone não parava de tocar: o portão da garagem havia pifado.

Ficou pasma, sentou no sofá e aguardou o interfone tocar.

Sem tempo para levantar o bode, tratou de chamar a as-

Passados 40 minutos o interfone tocou. Dona Maria Renata

sistência técnica e liberar os condôminos que buzinavam sem

caminhou lentamente até a cozinha para atender o interfone e,

parar, como se fosse dela a culpa do portão não funcionar.

sem que o outro lado dissesse uma palavra, perguntou: Onde

Mais tarde assistindo a TV, notou que o bode estava caído e o

foi o problema? O Bode preto caiu.

levantou, mas continuou desconfiada. Passadas duas semanas, quando de madrugada foi até

Severino, o porteiro, sem saber de nada respondeu: Levanta “o cabra” e, por favor, vem receber o malote.

a cozinha para tomar água, notou que o bode estava caído. Levantou-o rapidamente, mas já era tarde: a bomba d’água que abastecia a caixa havia queimado e os moradores já começavam

Por Dr. José Miguel Simão

a ligar perguntando o porquê da falta do tão precioso líquido.

Advogado e cronista

Ilustração: Rafael Godoy.

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