Aerovisao 255 jan fev mar 2018

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KC-390: nova aeronave militar se prepara para chegar aos hangares da FAB

OPERAÇÕES SIMULADAS: Forças Armadas realizam treinamento conjunto para enfrentar situações de conflito

PORTAL AGA: sistema simplifica processos para construção no entorno de aeródromos



SubdivisĂŁo de Publicidade e Propaganda/CECOMSAER


Prepare seu plano de voo Cb André Feitosa / Agência Força Aérea

Edição nº 255 Ano 45 Janeiro / Fevereiro / Março - 2018

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Navegação Baseada em Performance

Fábio Maciel

Rotas mais curtas impactarão cerca de 300 mil voos por ano

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ENTREVISTA

Emprego conjunto das Forças Armadas

Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, fala sobre as perspectivas para 2018

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KC-390

Novos ares

Maior avião militar desenvolvido no Brasil se prepara para chegar aos hangares da FAB

EXPEDIENTE Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo Vice-Chefe do CECOMSAER:

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação:

Edição: Tenente Aline Fuzisaki (Jornalista Responsável - 44325/SP)

Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao

Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF

Impressão: Gráfica Pallotti ArtLaser.

Tiragem: 18 mil exemplares.

Coronel Av Flávio Eduardo Mendonça Tarraf

Período: Janeiro / Fevereiro / Março 2018 - Ano 45

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada:

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das

Coronel Av José Frederico Júnior

matérias, desde que mencionada a fonte.

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Aerovisão

Contato: redacao@fab.mil.br

Ten Cel Av Rodrigo José Fontes de Almeida


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TREINAMENTO

Operações simuladas

Saiba como Marinha, Exército e Aeronáutica treinam para situações de conflito

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Portal AGA

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Além da missão

GERENCIAMENTO

Conheça o sistema que acelera os processos de construção no entorno de aeródromos

SOLIDARIEDADE Projetos sociais realizados por militares levam apoio a quem precisa

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Veja a edição digital

Veja na FAB TV (youtube.com/portalfab) DIMENSÃO 22 Você sabe o tamanho das “Asas que protegem o País”? O vídeo da campanha Dimensão 22 apresenta o conceito que sintetiza a responsabilidade de atuação da Força Aérea Brasileira no cumprimento da sua missão constitucional de Controlar, Defender e Integrar. Confira!

FAB TV O Programa traz as formaturas das principais escolas da FAB, que aconteceram em dezembro de 2017. Assista ao vídeo e saiba como foi a comemoração dos militares na FAB TV!

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Aos Leitores

Novos voos em 2018 E já estamos em 2018, ano que tem tudo para ser lembrado como o de uma significativa evolução na Força Aérea Brasileira (FAB). Este ano, devemos receber os primeiros KC-390, aeronave que já faz história na indústria aeronáutica brasileira pela elevação da nossa capacidade produtiva nesse ramo, e que se apresenta como fruto de um alinhamento de objetivos cada vez maior entre FAB e Embraer. Nas páginas desta edição, vocês poderão se atualizar sobre o andamento deste importante projeto nacional. O KC-390 deve encontrar uma Força Aérea ainda mais moderna e eficiente em suas atividades, pois 2018 será também o ano da consolidação da Reestruturação da FAB, sempre visando à melhoria de seus processos e o aprimoramento de seus desempenhos. A reportagem sobre implantação da Navegação Baseada em Performance (PBN) na região Sul do País vem justamente provar que a FAB sempre mantém essa visão futurística e inovadora em

relação a tudo que pode ajudar o Brasil. Esta edição ainda nos brinda com uma entrevista esclarecedora sobre o emprego conjunto das Forças Armadas e nos mostra exemplos a serem seguidos, tanto no desempenho profissional, quanto nas ações em ajudar o próximo. Assim é a Força Aérea Brasileira, multifuncional e eclética, capaz de empreender continuadamente em prol do Brasil e do cidadão brasileiro, e que segue incansável nas suas missões de Controlar, Defender e Integrar não só este imenso Brasil, mas, sim, os 22 milhões de quilômetros quadrados sob sua responsabilidade. Tenham uma ótima leitura, com nossos votos de um 2018 pleno de vitórias a todos!

“Nossa capa: A arte do Sargento Jobson Augusto Pacheco ilustra as rotas mais curtas do PBN-Sul, que já estão em vigor e impactarão cerca de 300 mil voos por ano

Boa Leitura! Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo

Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

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ENTREVISTA

O emprego conjunto das Forças Armadas Instituído em 2010, com a missão de promover e coordenar a interoperabilidade entre as Forças Singulares e assessorar o Ministro da Defesa, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) realiza o planejamento do emprego conjunto e integrado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, otimizando o uso dos meios militares e logísticos na defesa do País. Assim, para o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, a interoperabilidade plena das Forças contribui para garantir a soberania do País. Nesta entrevista, o Oficial-General faz um balanço das principais operações conjuntas que aconteceram no ano passado e fala sobre as perspectivas para 2018. “Os planejamentos previstos para as operações conjuntas, para atender às hipóteses de emprego, foram todos realizados. Neste ano, a intenção é intensificar essas operações”, afirma. TENENTE JORNALISTA ALINE FUZISAKI

O senhor poderia explicar como é a atuação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA)? A tarefa principal do EMCFA é realizar o planejamento de emprego conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro da Defesa na aplicação dessas Forças. Dentro dessa tarefa, com base em uma coleta de dados e em uma análise de Inteligência, é montado um cenário. Para esse cenário, é realizado, pelo EMCFA, um planejamento estratégico para o emprego das Forças

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Armadas e estabelecido um Teatro de Operações, onde se pretende a atuação das Forças Armadas. Para esse teatro, é designado um Comandante, como também são disponibilizados, pelas Forças Singulares, os meios necessários a serem empregados na operação, assim como pessoal para compor um Estado-Maior Conjunto para o Teatro de Operações. O Comando do teatro faz o planejamento operacional de emprego das Forças e, depois, é realizado o planejamento tático para emprego. O EMCFA

faz o acompanhamento e realiza críticas e sugestões, caso necessário, para aperfeiçoar os planos, dentro das possibilidades das Forças. Pelo menos uma vez por ano, é realizado um exercício com esses planejamentos, quando é testada a sua funcionalidade. Nesse teste, é levantada uma série de dados, inclusive listas de materiais e de equipamentos necessários para que se cumpra aquele planejamento, o que é um dos subsídios para os programas de aquisição de equipamentos e de materiais das Forças.


Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Há quatro anos no Ministério da Defesa, o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, avalia as principais operações conjuntas

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Além de realizar o planejamento das hipóteses de emprego, quais são as outras atribuições do EMCFA? O EMCFA também coordena o emprego das Forças Armadas em outras situações, como é o caso das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e das operações na faixa de fronteira, as conhecidas Operações Ágata. Até 2016, eram realizadas grandes operações na faixa de fronteira envolvendo, às vezes, até 30.000 homens. Eram operações praticamente com data marcada, que duravam até 15 dias, envolviam cerca de 40 Agências de Estado e Órgãos de Segurança Pública.

“Essas operações são precedidas de uma operação de inteligência para atacarmos os pontos focais ou com dados que obtemos com os Órgãos de Inteligência do Governo”

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

A p r i n c i p a l t a re f a d o EMCFA é realizar o planejamento de emprego conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro da Defesa

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Mas, nos últimos anos, esse modelo de operação já não obtinha os resultados esperados. No período, reduziam-se significativamente os ilícitos transfronteiriços; mas, assim que as tropas saíam da área, os ilícitos retornavam. Também as apreensões e as detenções reduziram significativamente com o passar dos anos. Então, decidiu-se por mudar o modo de atuação. Em 2017, as operações passaram a ser de pequena duração e em maior número, em áreas focais, aleatórias, de surpresa, sempre buscando causar incerteza aos infratores, e com a participação de poucas Agências e Órgãos de Segurança. Essas operações foram precedidas de ações de Inteligência ou com base em dados obtidos dos Órgãos de Inteligência do Governo, da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência, da própria Receita Federal ou da Polícia Rodoviária Federal. Esse novo modelo de operação estava produzindo bons resultados no início de 2017, mas, em decorrência do contingenciamento orçamentário, foi necessário interromper as operações Ágata em maio e junho. No final do ano, com o descontigenciamento, retornaram com força total. Quais foram as mudanças estratégicas que ocorreram nas operações de fronteira? A mudança nas operações está alinhada com a diretriz do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras. O Governo Federal lançou o Programa em 2016 e as Forças Armadas estão contribuindo com esse plano. O novo modelo de Operação Ágata atende a esse Programa, porque, apesar de não serem mantidas, simultaneamente, operações em toda a fronteira, cria-se uma incerteza para os infratores sobre quando e onde será a próxima operação. E este trabalho está sendo realizado em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, com a Polícia Federal, com a Receita Federal e Órgãos de Segurança Pública dos Estados, o que tem trazido


Para aumentar a segurança nas fronteiras e melhorar os resultados das operações, o Governo brasileiro tem estreitado as relações com países vizinhos

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

bons resultados. Em 2017, nós tivemos também uma ajuda muito grande da Força Aérea Brasileira, com a operação Ostium, que procurou direcionar o tráfego aéreo para determinados corredores e facilitou discriminar o tráfico ilícito do tráfico lícito. Isso fez com que diminuíssem muito os voos irregulares na faixa de fronteira. Pretende-se, com esse esforço integrado de Inteligência, de ação das Forças e de ação dos Órgãos de Segurança Pública, a obtenção de resultados em longo prazo. Antigamente, eram realizadas grandes operações de visibilidade, que só resolviam o problema momentaneamente. Agora, o que se procura é criar uma incerteza sobre onde, quando e por quanto tempo agiremos, e que efetivo de tropa será empregada. Durante a realização dessas operações, Ostium, Ágata e até mesmo operações isoladas das Forças, existe uma grande preocupação com números: quanto e o que foi apreendido, quantas pessoas foram detidas etc. Mas é necessário mensurar o que deixou de acontecer por causa da operação, ou seja, a retenção nos ilícitos causada pela operação, que às vezes são muito mais importantes do que os resultados a curto prazo. Por exemplo, durante uma operação de GLO, em que as tropas ocupavam uma comunidade da cidade do Rio de Janeiro, ocorreu uma grande Operação Ágata. Os serviços de Inteligência identificaram uma falta de drogas na comunidade e que o seu preço teve um aumento significativo. Logicamente, por ser ainda no modelo antigo, quando encerrou a operação, o preço voltou ao normal. No ano passado, foi realizada uma série de bloqueios em rios e foram intensificadas operações nas selvas da região de fronteira da Amazônia, para dificultar, principalmente, a entrada de drogas e de armas decorrentes do processo de paz dos movimentos das

“Nós procuramos, nessas operações conjuntas, realizar exercícios em que testamos aquelas tarefas críticas de uma grande operação, na qual deve existir uma integração muito grande das Forças”

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e que não foram entregues à Organização das Nações Unidas (ONU) ou aos Órgãos de Segurança daquele país. Para melhorar os resultados dessas operações na faixa de fronteira, tem-se buscado estreitar as relações com os países vizinhos para o combate aos delitos transfronteiriços. Começamos pela fronteira Noroeste do País e já se trabalha em parceria com a Colômbia. Iniciaram-se os contatos com o Peru e pretende-se estender isso para os países fronteiriços mais ao Sul. Logicamente, cada país tem suas peculiaridades e legislação sobre emprego de Forças Armadas na faixa de fronteira, o que, às vezes, limita muito suas atuações. Mas Aerovisão

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ressalta-se que só a presença das Forças na faixa de fronteira já inibe os crimes transfronteiriços. Sabemos que vai ser difícil interromper os delitos, pois temos 17.000km de fronteira terrestre e mais de 8.000km de costa, mas a ação das Forças Armadas em cooperação com outros Órgãos do Estado contribui para dificultar a execução das ações ilícitas. Como o senhor avalia as principais operações conjuntas que ocorreram em 2017? Na parte de operações conjuntas voltadas para a preparação da defesa da Pátria, não foi possível realizar nenhuma grande operação em 2017, devido ao contingenciamento orçamentário. Procurou-se, dentro dos planejamentos executados, realizar o exercício de Estado-Maior Conjunto para emprego em um Teatro de Operações (sem tropa) e pequenos exercícios, em que foram praticadas aquelas tarefas críticas de uma grande operação, nas quais deve existir uma integração muito grande das Forças. Grande parte das operações realizadas em 2017 foi para atender as situações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A greve da polícia do Estado do Espírito Santo exigiu o emprego muito expedito das Forças Armadas, em decorrência da situação de violência generalizada no Estado, devido à ausência total de polícia ostensiva. Outro emprego emblemático ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, onde os Órgãos de Segurança Pública daquele Estado se mostraram insuficientes para controlar a violência. Anteriormente, no Estado do Rio de Janeiro, as tropas haviam atuado, basicamente, em duas tarefas: ocupação de uma determinada área onde a incidência do crime era maior, permanecendo por longos períodos de tempo, controlando e tentando pacificar a área; e policiamento ostensivo de vias públicas, visando à segurança da população. Em ambos os casos, era mínima a participação de

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outros Órgãos do Estado em uma ação integrada visando reduzir os fatores que contribuem para gerar a violência. Apesar do sucesso imediato das operações, quando as tropas se retiravam, os problemas continuavam. Em 2017, conseguimos modificar a situação. Nós passamos a dar apoio aos Órgãos de Segurança Pública em operações de curta duração, para cerco de uma área, para transporte blindado, para varreduras em área específica, procura de armamento e drogas. E isso é o que nós estamos fazendo no Rio de Janeiro agora. É uma operação de longa duração em que os Órgãos de

“Hoje, as Forças Armadas estão sentindo a necessidade de trabalhar em conjunto. Existe já um relacionamento muito bom entre os Comandos, entre os EstadosMaiores, entre os Comandos operativos”

Segurança Pública do Rio de Janeiro estipulam os alvos e nós apoiamos no cerco dessas áreas, na busca, principalmente, de armas, drogas e até na captura de criminosos, além do apoio na área de Inteligência. Também em 2017, atendendo a uma requisição do Governo Federal, tivemos uma tarefa, dentro da Garantia da Lei e da Ordem, inédita, mas que conseguimos cumprir com êxito, que

foi a vistoria em presídios. Empregamos tropas com equipamentos especiais, que, em grande parte, tinham sido adquiridos para a segurança dos Jogos Olímpicos, para fazer varredura nos presídios, à procura de drogas, armas, celulares e outros objetos ilícitos. Foram realizadas vistorias em 33 unidades prisionais, em sete Estados da Federação, principalmente nos Estados do Norte. Nessas varreduras, foram encontrados muitos objetos proibidos, destacando-se as armas artesanais e drogas. Isso contribuiu para que reduzisse muito a violência dentro das penitenciárias desses Estados. Quais operações conjuntas estão previstas para 2018? No ano de 2018, nós colocamos no orçamento recursos maiores para atuação na faixa de fronteira. A intenção é intensificar essas operações e mantê-las durante praticamente todo o ano. Também neste ano, pretende-se executar exercícios já planejados, voltando esforços para atividade-fim das Forças Armadas, que é a defesa da Pátria. Como o senhor avalia a evolução do emprego conjunto das Forças Armadas após a criação do Ministério da Defesa e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas? Nós temos trabalhado para alcançar a integração entre as Forças. Eu estou no Ministério da Defesa há quatro anos, por isso, posso fazer o balanço, uma comparação das mudanças que ocorreram nesse período. Hoje, as Forças Armadas estão sentindo a necessidade de trabalhar em conjunto. Existe já um relacionamento muito bom entre os Comandos, entre os Estados-Maiores, entre os Comandos Operativos e, praticamente, já não temos mais dificuldades de fazer operações conjuntas. Todos sentem essa necessidade que as Forças têm que trabalhar em conjunto. Ou seja, nós estamos, passo a passo, nos aproximando da interoperabilidade plena.


“É um fator de dissuasão essa capacidade que as Forças têm de operar em conjunto para um objetivo em comum”

abastecido por fontes próprias, como satélites e sistemas com Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), resultando em um controle integrado, não só para alimentar esse grande banco de dados, mas também para auxiliar nas operações. Por outro lado, já estamos desenvolvendo – mas ainda temos que avançar muito – na parte de medicina operativa. Então, são esses alguns dos grandes desafios que temos pela frente para que, no futuro, esperamos que o mais próximo possível, consigamos realmente alcançar uma interoperabilidade plena entre as Forças Armadas. Isso ocasionará uma sinergia muito grande e, sem dúvida, será um fator de dissuasão muito grande, demonstrando a capacidade que as Forças têm de operar em conjunto para um objetivo em comum. Aerovisão

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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

De acordo com o Oficial-General, o Ministério da Defesa tem trabalhado para alcançar a integração entre as Forças Armadas

Empresa Altave / internet

Fale um pouco mais sobre a atuação de cada uma das Forças Armadas nas operações conjuntas e também sobre a importância da interoperabilidade na defesa da soberania do País. Uma coisa que sempre explico é que interoperabilidade não é ter um soldado do Exército, um Fuzileiro Naval e um soldado da Aeronáutica fazendo a mesma tarefa. É, sim, cada um trabalhando nas suas especificidades, mas voltados para um objetivo comum. Então, esse é o grande sonho que nós temos. E já estamos vendo uma luz no fim do túnel, já estamos trabalhando juntos. Essas operações de GLO, operações de faixa de fronteira, são muito importantes para essa integração e para que as tropas, as Forças Armadas, sintam a necessidade dessa complementaridade que uma faz à outra, para atingir o objetivo comum. Logicamente que ainda há muito o que fazer. Atingir essa interoperabilidade plena está além da vontade e da necessidade das Forças. É necessária uma série de ferramentas e de documentos, que, no Estado-Maior, chamamos de “os nossos desafios”. Começando pela parte documental, estamos terminando os estudos da metodologia do “Planejamento Baseado em Capacidade”, que vai mudar de nome, possivelmente para “Planejamento de Forças”. A Política Militar de Defesa está sendo revista, assim como a Estratégia Militar de Defesa e a Doutrina Militar de Defesa. Esses três documentos são basilares para orientar a realização dos planejamentos conjuntos. Além disso, uma série de ferramentas também tem que ser desenvolvidas para consolidar a interoperabilidade. Obviamente, que por restrições orçamentárias, esses desenvolvimentos não estão ocorrendo na velocidade necessária. Começamos citando o nosso Rádio Definido por Software, para permitir uma comunicação comum e segura entre as três Forças em operações e apoiar um Link de dados. Assim como um centro comum de dados e de imagens,


KC - 390 Desenvolvido pela Divisão de Defesa & Segurança da Embraer, o KC-390, aeronave militar multimissão, deve integrar a frota da FAB a partir de 2018

O

ano de 2018 promete trazer bons voos para a área operacional da FAB com a entrega prevista do primeiro KC-390. A nova aeronave multimissão de transporte da Força Aérea Brasileira já está 97% desenvolvida e, neste primeiro semestre, encerra a fase de testes em voo e certificação. As duas primeiras uni-

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dades estão confirmadas para serem entregues à Ala 2, em Anápolis (GO). Ao todo, 28 aeronaves adquiridas pelo governo brasileiro irão compor a frota da aviação de transporte da FAB. Robusto, moderno e de alta capacidade operacional, o KC-390 se materializou a partir do conceito e ideias de pilotos e engenheiros da FAB

que ansiavam por demandas acima das cumpridas pelo C-130 Hércules. A maior aeronave militar desenvolvida e fabricada no Brasil não tem deixado a desejar e tem cumprido com êxito uma intensa campanha de testes que validam toda a sua capacidade em diversos cenários. Fabricado pela Embraer Defesa &


Novos ares Maior avião militar desenvolvido no Brasil se prepara para chegar aos hangares da FAB

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

TENENTE JORNALISTA CYNTHIA FERNANDES

Segurança, dois protótipos do KC-390 já somam aproximadamente 1.500 horas de voo e mais de 40.000 horas de testes em laboratório dos diversos sistemas da aeronave, garantindo uma alta disponibilidade nos testes de certificação, etapa essencial para dar continuidade à linha de montagem. Para se apresentar ao público como

uma das mais modernas propostas da categoria, uma dessas aeronaves já fez escala, inclusive, na maior feira de aviação, em Le Bourget (França). Para fechar 2017, no mês de dezembro, foi atingida a Capacidade Inicial de Operação (Initial Operational Capability – IOC), fase fundamental para dar início à operacionalidade do tão

esperado avião militar e que está em conformidade com o escopo acordado com a FAB. A fabricante também obteve um Certificado de Tipo Provisório do KC-390 junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), atestando a adequação do projeto aos exigentes requisitos de certificação de aeronaves da categoria Transporte. Aerovisão

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Além das operações que envolvem transporte, a aeronave também estará certificada para realizar reabastecimento em voo (REVO)

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Com capacidade de transportar até 26 toneladas, numa velocidade máxima de 870 km/h, o jato redefine o modelo de operação de uma aeronave de transporte em ambientes diversos, pistas não preparadas e com uma autonomia invejável

Em fase final de producão, o novo cargueiro é a maior aeronave militar desenvolvida e fabricada no Brasil Frame/Embraer

Dos protótipos à operacionalidade Do calor ao frio, os protótipos do KC390 têm de passar por cenários variados e enfrentar diversas temperaturas para garantir a adaptação e o desempenho em qualquer região do mundo. Já foram realizados testes no gelo artificial, nos Estados Unidos. Em um segundo estágio, ainda nos primeiros meses de 2018, serão realizadas operações em ambiente com gelo e neve. O avião ainda precisa atender aos requisitos da FAB de operar na Antártida, que reúne condições climáticas adversas e submete a aeronave a situações extremas de operação. No calor, o jato também foi aprovado: o avião esteve nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita, quando operou em temperaturas ambiente de 45 graus e 49 graus Celsius respectivamente. A conclusão do processo de certificação será realizado em duas etapas; uma delas estabelece a homologação do KC-390 no âmbito da aviação civil, que já foi conquistado na IOC. A certificação final da ANAC e o atingimento da IOC contemplam itens básicos da missão


Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea Claudio Capucho/Embraer

militar como características fundamentais para o voo, atestando segurança, qualidade de voo, possibilidade de reabastecimento em voo, transporte de cargas e lançamento. A outra etapa prevê a integração de todos os sistemas da missão militar, que se inicia a partir da entrega do KC-390 para a Força Aérea este ano. Segundo o Coronel Samir Mustafá, gerente do Programa na Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), os terceiro e quarto protótipos já fazem parte da linha de montagem do KC-390 e serão entregues à Força Aérea em junho deste ano. Participar das duas etapas (ensaios e linha de montagem) garante também que a linha de produção seja certificada. “As duas unidades vão ser entregues com capacidade inicial, com condições de cumprir variadas missões, como transporte aerologístico, lançamento de fardos e paraquedistas – tanto pela rampa quanto pela porta, entre outras”, acrescenta. Ainda de acordo com o Coronel, é preciso deixar claro que, baseada na configuração inicial que o KC-390 chega à FAB, a segunda etapa de certificação vai validar a operacionalidade da aeronave em missões militares e deve decorrer pelos próximos dois anos. Estão previstas certificações complementares de reabastecimento em voo (REVO), operação de sistemas de guerra eletrônica e lançamento de cargas pesadas. Com essas etapas finalizadas, o KC-390 vai atingir a Capacidade Final de Operação (Final Operational Capability – FOC), estando disponível para atender às demandas dos mais variados operadores civis e militares.

O KC-390 já passou por alguns processos de certificação, que o capacitam para uma ampla possibilidade de atuação em missões militares

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operacionalidade em aeronaves dentro de um pacote de missões. Prevista para 2018, a fase final de testes de REVO deve acontecer no Rio de Janeiro (RJ). O KC-390, que em 2016 realizou apenas o contato seco com o caça F-5, agora vai finalizar o protocolo de testes e abastecer o A-1 durante os voos de ensaios. Um dos futuros clientes para ser reabastecido em voo é o novo caça F-39 Gripen, adquirido também pelo governo brasileiro e previsto para chegar em 2021. O H-36 Caracal é o helicóptero da aviação de asas rotativas da FAB que também será reabastecido pelo jato. O fato inédito fica por conta da nova aeronave de transporte ser reabastecida por outras aeronaves de transporte. Com a possibilidade de transportar até 23,2 toneladas de combustível, o KC-390 está pronto para receber combustível de aeronaves abastecedoras, como o KC-130 Hércules ou até mesmo de outro KC-390.

A autonomia do KC-390 é um fator atraente. Saindo de Manaus (AM), com 26 toneladas de carga a bordo, o KC-390 consegue chegar até Brasília (DF) ou Lima (Peru), uma distância de aproximadamente 2.100 km. Se a carga for de 14 toneladas, por exemplo, a aeronave consegue decolar da capital amazonense e ir até Washington, D.C., capital federal dos Estados Unidos. Sem precisar abastecer, o alcance sobe para cerca de 5 mil km. Saindo da mesma origem, sem transportar nenhum tipo de carga (Ferry Flight) e utilizando os tanques auxiliares, o cargueiro tem autonomia de 8.500 km, com capacidade de combustível para cruzar o Atlântico e chegar à capital Com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga, a autonomia de voo também é um diferencial da nova aeronave, que pode percorrer até 8,5 mil km de distância

Subdivisão de Publicidade e Propaganda/CECOMSAER

O diferencial O KC-390 tem como proposta ser um novo padrão de aeronave dentro dos requisitos da categoria. A diversidade de missões realizadas pela aeronave brasileira, como transporte de cargas, tropa, paraquedistas, reabastecimento aéreo, apoio a missões humanitárias, combate a incêndios, busca e salvamento e evacuação aeromédica, chama a atenção pela amplitude de atuação. Com capacidade de transportar até 26 toneladas, numa velocidade máxima de 870 km/h, o jato redefine o modelo de operação de uma aeronave de transporte em ambientes diversos, pistas não preparadas e com uma autonomia invejável. E por falar em autonomia, o REVO é uma das características de destaque desta aeronave multimissão. Com os equipamentos instalados, o KC-390 consegue realizar até duas operações de reabastecimento em voo, simultaneamente, garantindo uma maior

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Embraer

Frame NVG/Embraer Embraer

A nova aeronave multimissão da Força Aérea Brasileira já está 97% desenvolvida e, ainda neste primeiro semestre, devem ser concluídas as fases de teste em voo e certificação da França, Paris, ou Dublin, na Irlanda. A vantagem da autonomia também colabora, e muito, nas missões de busca e salvamento, uma das capacidades em que a na aeronave poderá ser empregada. Tudo isso porque a FAB possui uma responsabilidade de controlar e realizar missões como essa numa área equivalente a 22 milhões de km², que abrange desde a região costeira do Atlântico, quase atingindo o continente africano. Somado a um radar de última geração, o KC-390 poderá localizar embarcações naufragadas com possibilidade de acompanhar alvos e fazer o rastreio de mais de 200 pontos simultaneamente. Outro diferencial do jato foram as parcerias estratégicas firmadas. Acordos bilaterais garantiram o desenvolvimento do KC-390 com a colaboração de países como Portugal, República Tcheca e Argentina, que avançaram nas negociações desde o início e contribuíram no intercâmbio de tecnologias.

Mercado É um mercado em potencial que foi estudado e explorado pela indústria aeronáutica brasileira e que pode trazer muitos benefícios ao País. A cota de mercado (market share) estimada é de aproximadamente 300 aeronaves exportadas nos próximos 20 anos, o que pode representar uma injeção de até U$ 20 bilhões de dólares na economia. Como se trata de propriedade intelectual desenvolvida no Brasil, a cada jato vendido pela Embraer, o Governo Brasileiro vai ter um retorno financeiro que pode ser novamente enxertado na economia. A expectativa é de que R$ 2,34 bilhões de royalties sejam gerados e R$2,40 bilhões em impostos acumulados. “Esperamos que essa aeronave tenha sucesso comercial digno do esforço que foi feito para desenvolvê-la. Em termos de produto, ela é uma aeronave que supera a expectativa de qualquer cliente. Isso foi constatado nas nossas

viagens de demonstração da aeronave tanto em 2016 quanto em 2017, quando todos os potenciais clientes da aeronave se encantaram com suas capacidades e se surpreenderam positivamente”, acrescenta o Coronel Samir. A janela de oportunidades inclui também a geração de empregos diretos e indiretos. Durante o desenvolvimento do KC-390, que começou em 2009, a aeronave gerou mais de 8.500 empregos na cadeia produtiva que envolveu a engenharia de produção e a área ferramental da aeronave. Destes, são 1.430 empregados diretos com a Embraer. Nesta segunda fase de produção industrial, totalizam 6.360 empregos diretos e indiretos, envolvidos na fabricação de peças primárias e células, até a montagem final. Doutrina Mas, afinal, o KC-390 vai para qual esquadrão da FAB? Eis a questão que tem inquietado pilotos e interessados da Aerovisão Jan/Fev/Mar/2018

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área. O novo jato vai para o Grupo Kilo, uma formação de pilotos especialistas na área de atuação do jato responsável por fazer a implantação operacional. Criado em 2016, o grupo está envolvido com a documentação operacional e com a estruturação do primeiro esquadrão que vai receber a aeronave. Assim que ela for entregue, o grupo ficará imerso no universo da nova

aeronave imbuído em criar a nova doutrina do equipamento. Enquanto aguardam a chegada do jato, o grupo também se organiza em Anápolis (GO), onde vai estar sediado o time a partir do mês de março deste ano, quando a formação será composta por 12 aviadores e 30 graduados. Toda a idealização e organização desse modelo adotado para receber o KC-390 é

No total, 28 aeronaves foram adquiridas pelo Governo Brasileiro e deverão compor a frota da Aviação de Transporte da Força Aérea a partir de 2018

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do Comando de Preparo (COMPREP), unidade da FAB que concentrou as atividades de treinamento, avaliação e doutrina. Segundo o Chefe do Estado-Maior do COMPREP, Major-Brigadeiro do Ar Mário Luís da Silva Jordão, a grande novidade do Grupo Kilo é que ele não vai reunir apenas pilotos da Aviação de Transporte. “Devido às


KC-390 é o POD Litening, um radar de reconhecimento já empregado nos caças A-1 da FAB. “O POD Litening, que é um equipamento infravermelho, hoje é operado pelos esquadrões de A-1 de Santa Maria. Então, vamos trazer gente de Santa Maria para incluir nesse grupo”, acrescenta. De acordo com o cronograma, até 2019, esses militares vão ter dedicação

exclusiva ao Grupo Kilo e, depois de validar o jato nas missões operacionais militares, entregam o KC-390 na configuração final de operacionalidade. Devido à expertise adquirida, os envolvidos possivelmente devem assumir o comando da aeronave nas primeiras missões reais. “Esse time vai ser a base do futuro esquadrão,” declara o Major-Brigadeiro Jordão.

Claudio Capucho/Embraer

características amplas da aeronave e das várias missões que ele pode fazer, o Grupo Kilo vai abranger todas as aviações da Força Aérea”, disse. O oficial-general explica que a capacidade multidisciplinar do KC-390 permite a integração de Asas Rotativas, Reconhecimento/Caça, Transporte e Patrulha. Um dos exemplos de equipamentos que serão incorporados ao

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ESPAÇO AÉREO Com as novas rotas que foram implementadas em outubro do ano passado, houve a diminuição das distâncias voadas pelas aeronaves que chegam ou partem de São Paulo

Rotas mais curtas do PBN-Sul reduzirão 6 milhões de quilos de CO2 emitidos por ano As alterações impactarão cerca de 300 mil voos por ano e já estão em vigor JORNALISTA DANIEL MARINHO

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DECEA

Entrou em vigor no dia 12 de outubro de 2017 o resultado do maior projeto de reestruturação de um espaço aéreo controlado já empreendido no País: a implementação da chamada Navegação Baseada em Performance (PBN – Performance Based Navigation) no Sul do Brasil, realizada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). O primeiro voo beneficiado com as mudanças foi de uma aeronave da Força Aérea Brasileira que realizava um transporte de órgãos para transplante e que decolou de Dourados (MS) para Guarulhos (SP), ingressando na Terminal São Paulo às 2h25. Com as novas rotas, o tempo de voo

diminuiu em 15 minutos, o que é muito importante para esse tipo de missão. A redistribuição e a otimização de aerovias e procedimentos de navegação aérea em cerca de 1,8 milhão de Km2 de espaço aéreo ratificam de vez – às aeronaves com tecnologia embarcada e tripulação capacitada – o voo orientado por satélites e sistemas digitais de performance de bordo na região. Um mês após as mudanças, o balanço é positivo, segundo o DECEA. “O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) destacou a diminuição das distâncias voadas pelas aeronaves que chegam ou partem para o setor Oeste de São

Paulo, proveniente de rotas mais diretas e da criação do portão de entrada nesse setor da Terminal São Paulo, que também descongestionaram os demais portões de entrada da Terminal. As distâncias ficaram entre 12% e 48% menores para os voos nesse setor e o fluxo aéreo geral está mais harmônico”, explica o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento. Rotas menores, economia de custos As alterações do PBN-Sul impactarão cerca de 300 mil voos por ano. Desde 1h37 do dia 12 de outubro, quando foi concluída Aerovisão

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Mais de 300 novas Cartas Ao todo foram confeccionadas mais de 300 novas Cartas Aeronáuticas (mapas aéreos). Elas revelam os traçados dos novos caminhos pelos quais vêm evoluindo a racionalização da navegação aérea no Brasil que, com o PBN, pode seguir o preceito euclidiano de que a reta é a menor distância

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Tenente Enilton Kirchhof / Agência Força Aérea

a mudança de cenário em todos os órgãos de controle envolvidos no projeto, as aeronaves cruzam os céus em novos caminhos, agora abreviados. Para se ter uma ideia do corte, do total do antigo composto de rotas, foram reduzidas 1430 Milhas (2.650 Km) em trajetórias de voo na região, distância equivalente a um voo entre o Rio de Janeiro e Macapá. Gerente do projeto, o chefe da Divisão de Operações do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), Major Eduardo Sardella da Silva, afirma que a fluidez entre as terminais aéreas também será aprimorada. “A mudança viabiliza, além dos encurtamentos de trajetórias, acessibilidade a localidades anteriormente não contempladas e a possibilidade de expansão de operações sem exigência de grandes alterações”, diz. Rotas mais curtas também resultam em outros índices positivos. Com a redução dos tempos de viagem, as aeronaves diminuem o consumo de combustível e, consequentemente, os custos de voo. De acordo com os cálculos do Subdepartamento de Operações do DECEA, a redistribuição dessas “estradas do céu reduzirá o consumo de combustível das aeronaves em 2 mil toneladas por ano. A quantidade é significativa porque a queima de querosene está diretamente relacionada à emissão de dióxido de carbono na atmosfera. O DECEA estima que, em face da redução dos trajetos e do tempo das viagens, cerca de 6.500 Toneladas de CO2/ano a menos deixarão de ser despachadas no céu. “Os dados de consumo e emissão de CO2 são muito positivos, mas ainda demandam tempo de análise para se obter um resultado mais fiel à realidade do novo desenho do espaço aéreo”, explica o Brigadeiro Luiz Ricardo em relação ao primeiro mês da alteração.

As subidas e descidas das aeronaves passaram a ser executadas sem variações bruscas de aceleração e nivelamento de altitude, o que viabiliza melhores trajetórias de voo


DECEA DECEA

Com a implantação do PBN-Sul, foram confeccionadas mais de 300 novas Cartas Aeronáuticas, reformulando a lógica convencional na distribuição das rotas

entre dois pontos. Reformulando a lógica convencional na distribuição das rotas no mapa, os trajetos não precisam mais interceptar os símbolos correspondentes aos auxílios de voo no solo, o que redesenha por completo a trajetória dos percursos. As subidas e descidas dos voos, igualmente, passam a ser executadas de modo contínuo, sem variações bruscas de aceleração e nivelamento de altitude (quando, por exemplo, um avião desce executando pequenos mergulhos seguidos de ajustes de altitude, tal qual num degrau imaginário). São os chamados CDO – Continuous Descent Operation (Operação de Descida Contínua) e CCO – Continuous Climb Operation (Operação de Subida Contínua) que, além de viabilizar melhores trajetórias de voo e economia no consumo de querosene, reduzem, significativamente, os ruídos das operações aéreas nas proximidades de aeródromos. Objetivos de Sustentabilidade da ONU A redução nas emissões de poluentes no céu é um anseio de toda a comunidade aeronáutica e vem ocupando cada vez mais espaço na agenda do controle aéreo do País e de todo o mundo. É, inclusive, exigência de organismos internacionais reguladores da atividade, como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que a tem tomado como prioridade nos últimos anos em face dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Em 2016, a 39ª Assembleia da OACI, reunida em Montreal, no Canadá, aprovou uma resolução que define as diretrizes regulatórias para um esquema global de compensação de emissões de carbono (CO2) para o transporte aéreo internacional. A iniciativa, conhecida como GMBM (Global Market-Based Measure), teve por finalidade apoiar o objetivo da promoção A trajetória das aeronaves que cruzam os céus na região de São Paulo foram abreviadas em 2.650 Km, distância equivalente a um voo enre o Rio de Janeiro e Macapá, gerando uma redução de 2 mil toneladas de combustível por ano Aerovisão

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do crescimento neutro de CO2 da aviação civil internacional já a partir de 2020. A implementação do PBN pelo DECEA avaliza o comprometimento do Estado brasileiro com a resolução da OACI. O País exerce, atualmente, importante liderança na América do Sul no desenvolvimento de uma navegação aérea mais sustentável, é o que afirma o o Brigadeiro Luiz Ricardo: “sem dúvida, com a iniciativa, agregaremos mais eficiência na gerência do espaço aéreo em nosso País, emitindo menos CO2 e reduzindo os ruídos nas proximidades dos aeroportos”. “Esperamos, também, que os usuários se beneficiem da nova estrutura das rotas de modo a reduzir seus custos operacionais e a carga de trabalho da tripulação. Estes fatores são fundamentais para atingirmos os objetivos estratégicos do setor”, afirma o oficial-general. Para o Diretor-geral da Organização dos Serviços de Navegação Aérea Civil (CANSO – Civil Air Navigation Services Organization), Jeff Poole, o gerenciamento de tráfego aéreo, de fato, tem um “papel preponderante nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU; é hoje uma atividade de importância vital para a redução em emissões de poluentes na atmosfera do planeta”. Terminais Aéreas Anexadas Para o melhor aproveitamento dos voos, alguns limites de terminais aéreas também foram alterados com o PBN-SUL. Áreas de menor movimento, que ainda não dispunham da tutela de um radar terminal foram anexadas às terminais mais movimentadas. Caso de Joinville – que passou à Terminal Aérea de Curitiba – e de Navegantes – anexada à Terminal de Florianópolis –, consolidando um grande corredor entre as duas capitais monitoradas por radar também em baixa altitude. A Terminal Aérea de Porto Alegre também teve ajustes. Seus setores foram reconfigurados de modo a atender os fluxos do Aeroporto Internacional de Porto Alegre e da Ala 3 (Base Aérea de Canoas) independentemente. Para uma melhor

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MENOS BARULHO O pouso e a decolagem ganham trajetórias contínuas, diminuindo a potência dos motores e o barulho produzido nas comunidades vizinhas aos aeródromos

ORIENTAÇÃO As aeronaves passam a ser orientadas via satélite, o que possibilita o direcionamento da aeronave com mais precisão e segurança


Subdivisão de Publicidade e Propaganda/CECOMSAER

TRAJETÓRIA O sistema PBN mantém as aeronaves em uma espécie de túnel, aumentando o aproveitamento do espaço aéreo

OTIMIZAÇÃO Algumas rotas, antes em zigue-zague, ganham trajetos diretos, iniciando um ciclo de benefÌcios que começa com a redução do tempo de viagem

TEMPO E MEIO AMBIENTE A reconfiguração das aerovias reduz o tempo das viagens, economiza combustível e diminui a emissão de gases nocivos na atmosfera

harmonização entre voos militares e civis, os procedimentos de chegada e saída foram elaborados com o objetivo de permitir fluxos de tráfego aéreo específicos para cada operação, civil e militar, com separações lateral/ vertical e regiões de abrangência distintas. Apesar da distância, São Paulo também precisou adequar-se à nova circulação. O oeste da terminal aérea mais movimentada do País ganha agora um novo ponto de chegada especialmente dedicado às aeronaves provenientes do Sul, encurtando suas descidas e aproximações aos aeroportos paulistanos. É importante destacar que o PBN, porém, não é exatamente uma novidade no Brasil. Já vem sendo implementado nas terminais aéreas mais movimentadas do País desde 2009, caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, por exemplo, que já dispõem de procedimentos de navegação aérea operando no conceito. Nas aerovias, a implementação também vem ocorrendo gradualmente. O trecho relacionado à ponte-aérea Rio-São Paulo, por exemplo, opera nestes termos desde dezembro de 2013 e vem obtendo benefícios na redução dos trajetos e de ruídos nas vizinhanças de importantes aeroportos, como o Santos Dumont. Documentação PBN-Sul Todos os detalhes referentes à reestruturação da circulação aérea das terminais de Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo e das alterações nas Regiões de Informação de Voo (FIR – Flight Information Region) de Brasília e Curitiba estão relacionadas na Circular de Informações Aeronáuticas AIC N 31/ 2017. As novas cartas de rotas e procedimentos também já estão disponíveis no site do DECEA “AIS Web”. Elas entraram em vigor oficialmente no dia 12 de outubro de 2017, 01h00, horário de Brasília. O DECEA designou um setor para atender às dúvidas dos usuários. Ele pode ser acessado por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão da organização. Para assistir a vídeos e obter mais informações sobre o PBN-Sul, acesse o Blog do DECEA (https://www.decea.gov.br/blog/). Aerovisão

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ESPECIAL: DIA DO FOTÓGRAFO

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registro da História certamente não seria o mesmo se não existisse a fotografia. É através das lentes dos fotógrafos que podemos conhecer o mundo por diversas perspectivas. No Brasil, o dia 8 de janeiro é a data em que são comemorados o Dia Nacional da Fotografia e o Dia do Fotógrafo. Para celebrar, trouxemos algumas imagens dos profissionais da Subdivisão de Fotografia do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). São militares que encaram diariamente a missão de traduzir em imagens o trabalho de todo o efetivo da Força Aérea Brasileira e divulgar as ações para veículos de comunicação no mundo todo.

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1º Sgt Johnson Barros: “Fui chamado para fazer um ensaio em voo de uma aeronave T-27 Tucano. Decolamos para sobrevoar o pequeno lago. Segundos antes do enquadramento desejado, ficamos de cabeça para baixo. Eu, preso apenas pelo cinto de segurança, estava quase espremido contra o canopy. Só havia tempo para enquadrar, focar e disparar. Nesse momento, nada de euforia, apenas concentração. Hoje, algumas das fotografias deste ensaio, além de terem feito parte de exposições e ilustrado revistas no Brasil e no exterior, também fazem parte do Acervo Iconográfico do Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC).”

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2º Sgt Bianca Viol: “Quem nunca se encantou com uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça? Estar em meio a uma apresentação ao vivo, tendo como cenário um dos mais belos céus deste País e com a missão de registrar suas manobras aéreas, controlando aquele friozinho para não perder o foco, foi indescritível. A estética e os rastros de fumaça se dissipando no intenso azul do céu fazem desta foto minha favorita. É uma honra que ela, atualmente, faça parte do Acervo Iconográfico do Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC).”

2º Sgt Bianca Viol: “Era a vez de fotografar o VC-1 (Presidencial), que me traz à memória minha participação no projeto de criação do desenho para a pintura das aeronaves VC-1 e VC-2 e a ansiedade de registrar sua imagem. Pensar, em tempo curto, como conseguir um bom material fotográfico e trabalhar diretamente com aqueles que integram o Grupo de Transporte Especial (GTE) e dedicam seu tempo em prol das mais diversas missões da FAB foram condições marcantes para o meu crescimento na Instituição.”

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Cb Andre Feitosa: “Essa foi a minha primeira missão considerada longa, na qual tive oportunidade de voar com a porta da aeronave aberta. Havia muita apreensão da minha parte, isso é inegável, mas procurei pensar somente na missão e na possibilidade de obter fotos importantes para o acervo da FAB. No fim, consegui coletar boas imagens, das quais a que mais me agradou plasticamente foi essa em questão, pelo fato de ter conseguido enquadrar as duas aeronaves em curva.”

Cb Andre Feitosa: “Já estávamos alguns dias na BASC e recebemos a informação de que seria acionada uma missão no Esquadrão Adelphi. Teríamos de estar a postos antes do dia amanhecer. A foto foi tirada às 4h56, o que gerou um certo trabalho para iluminar a cena, que contava apenas com as luzes do hangar. A foto se tornou emblemática pelo fato de ser a mais visualizada até o momento no Flickr da FAB, além de me trazer boas lembranças da missão.”

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2º Sgt Bruno Batista: “Eu já havia visitado a fábrica da Embraer, em oportunidade anterior, para cobrir a fabricação do KC-390, desde a produção das peças, montagem de estrutura e sistema; por isso, fui designado para produzir um ensaio da aeronave em voo. Seriam as primeiras imagens feitas pela FAB do novo avião. Dentre as diversas imagens produzidas, pelas quais tenho grande apreço, seja pela beleza do voo e das paisagens que rodeiam Gavião Peixoto, esta foi selecionada pela equipe da Embraer e estampou a capa da Revista Flight Global, na Europa.”

2º Sgt Bruno Batista: “O acionamento para esta missão ocorreu no dia de Natal. Chegando ao local, nos deparamos com um cenário terrível e fomos tomados por grande consternação. Nesta foto, acompanhava o primeiro resgate durante as operações. Era uma família que, temendo o pior, precisou abandonar a pequena casa na lavoura de café. No dia seguinte, a imagem foi capa dos dois maiores jornais impressos do Espírito Santo: A Gazeta e A Tribuna. Por meio delas, demos visibilidade à Força Aérea Brasileira e aos tantos homens que deixaram suas famílias em casa no Natal para salvar a vida de tantas outras.”

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PROFISSIONALISMO

Reconhecimento internacional “O sentimento é de dever cumprido, e não devemos esquecer que, dentro das nossas fardas, existem seres humanos”. Essas foram as palavras que resumem o término da missão do Suboficial Ademilton Ferreira Gomes, realizada na Inter-American Air Forces Academy (IAAFA), na cidade de San Antonio, no Texas, Estados Unidos. Durante dois anos, o militar foi designado para realizar o curso de instrutor para aplicar plataformas técnicas em apresentações e ministrar aulas. Além disso, o suboficial também apresentou curso de sua especialidade - manutenção de aeronaves -, que exerce na Força Aérea Brasileira há 29 anos TENENTE JORNALISTA RAQUEL ALVES

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urante a permanência nos Estados Unidos, o Suboficial Ademilton implantou o primeiro curso, em espanhol, de familiarização com a aeronave A-29 Super Tucano, no Esquadrão de Treinamento Nº 318, da IAAFA. O Super Tucano é uma aeronave turboélice de ataque leve e treinamento avançado, que incorpora alta tecnologia em recursos aviônicos e armamentos. Versátil, é capaz de realizar uma ampla gama de missões, mesmo operando a partir de pistas não preparadas. Os alunos, então, se interessaram pelo curso de A-29, entre eles os afegãos, uma vez que o país adquiriu estas aeronaves para uso em operações de Apoio Aéreo Aproximado, Escolta e Reconhecimento. “Os afegãos tinham noções superficiais sobre a aeronave. Com as minhas instruções, eles tiveram uma maior abordagem. Levei todo meu conhecimento para que eles pudessem aprender em detalhes o funcionamento da aeronave”, conta o militar. O curso beneficiou mais de 20 mantenedores

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Arquivo Pessoal

Curso de familizarização com a aeronave A-29 beneficiou mais de 20 mantenedores do mundo inteiro e trouxe o reconhecimento internacional para o Suboficial Ademilton Ferreira, da Força Aérea Brasileira (quarto da direita para a esquerda)

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do motor PT6, o Suboficial Ademilton também fez cursos com o motor P-56, da aeronave C-130 Hércules.

“Os americanos são muito patriotas e quando eles vêem um militar de outro país ajudando-os, eles se sentem muito agradecidos“

Solidariedade No Esquadrão de Treinamento Nº 318, da IAAFA, onde Suboficial Ademilton ficou alocado durante a missão, ele também participou de ações comunitárias, conforme descrito no memorando americano entregue ao militar. Dentre as ações das quais participou, o militar relembra as que foram mais marcantes. “Eu destacaria a Senior Fiesta, que é uma festividade que reúne, anualmente, mais de 700 cidadãos idosos, e a Basura Bash, uma corrida que incentiva a prevenção contra doenças cardíacas”, revela. Outra ação social que marcou a passagem do Suboficial pelos Estados Unidos foi a sua participação no processo de embalagem de doces que são enviados, juntamente com cartas, aos soldados americanos que estão em missão fora do país. As cartas são escritas por crianças americanas, que enviam agradecimentos

Arquivo Pessoal

multinacionais, além de ter sido fundamental na formação de 427 alunos oriundos de 21 países da América Latina. A IAAFA realiza, por ano, três ciclos de estudos. Em cada ciclo, a instituição recebe cerca de 800 alunos, que são distribuídos em vários cursos que a instituição oferece. No intervalo desses ciclos, o Suboficial Ademilton também foi instrutor do Curso Básico do motor PT6. Esse grupo motopropulsor é fabricado pela empresa canadense Pratt & Whitney, sendo considerado o motor turboélice mais utilizado em toda a história da aviação mundial. Sua produção foi diversificada com modelos de diferentes capacidades de empuxo e potência e sua família é considerada de alta confiabilidade. No Brasil, o modelo Pratt & Whitney Canadá PT6A-68C é utilizado no avião Super Tucano. Além de ministrar o Curso Básico

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Arquivo Pessoal

Enquanto esteve nos Estados Unidos, o militar foi responsável pela formação de 427 alunos, de 21 países da América Latina

aos militares e falam do orgulho que elas têm de se sentirem protegidas. “Os americanos são muito patriotas e, quando eles veem um militar de outro país ajudando-os, eles se sentem muito agradecidos”, conta o Suboficial, que serve atualmente no Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1º/11º GAV), Esquadrão Gavião, em Natal (RN). Condecorado com a medalha The Meritorious Service Medal, recebida das mãos do então Comandante da Ala 10, em Natal (RN), Major-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, o militar visualiza a missão como um fechamento de um ciclo com o sentimento de dever cumprido. “O recebimento dessa medalha representa a satisfação de ter feito o meu melhor e de ter deixado meu conhecimento para que outros possam se dedicar mais e torná-lo ainda mais aprimorado”, descreve o Suboficial Ademilton, que está prestes a completar o seu tempo de serviço e ingressar na reserva.

Prestes a completar o seu tempo de serviço e ingressar na reserva, atualmente, o militar serve no 1º/11º GAV, o Esquadrão Gavião, em Natal (RN)

Além de ministrar cursos da aeronave A-29, o Suboficial (primeiro à esquerda) também foi instrutor do Curso Básico do motor PT6 A-29, substituindo o Tucano T-27, também da Embraer. Já em 2015, a Fumaça concluiu esse processo de implantação e voltou a se apresentar publicamente com as famosas demonstrações aéreas com o novo Super Tucano, que ganhou as cores da bandeira nacional, pintadas em tonalidades fortes e marcantes para facilitar a visualização das manobras

Arquivo Pessoal

O A-29 na FAB Produzida pela Embraer, a aeronave A-29 Super Tucano passou a integrar a frota da Força Aérea Brasileira em 2005. Desde então, a FAB utiliza o avião com a finalidade de garantir a segurança nas fronteiras do País e formar novos pilotos de combate, além de prepará-los para missões de ataque e de interceptação de aeronaves. Em 2013, o Esquadrão de Demonstração Aéreo (EDA), conhecido como Esquadrilha da Fumaça, iniciou o processo de implantação da aeronave

pelo público. Além de operar na Força Aérea Brasileira, até o momento, o Super Tucano já foi adquirido por vários países. Além do Brasil, o modelo possui países operadores como Angola, Burkina Fasso, Mauritânia, Colômbia, Chile, República Dominicana, Equador, Indonésia e, recentemente, Filipinas. Aerovisão Jan/Fev/Mar/2018

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OPERAÇÕES CONJUNTAS

Aprimoramento por meio de guerras virtuais Como em uma guerra real, militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica realizam operações conjuntas de treinamento para situações de conflito TENENTE JORNALISTA CRISTIANE DOS SANTOS

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Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

Os exercícios implicam inúmeras atribuições, como logística, emprego de armamento, tática e a escolha das forças empregadas

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Operações Simuladas de Adestramentos Conjuntos testam o que foi planejado previamente

para estes problemas de forma integrada”, garante. Muitas atividades simuladas objetivam o aprimoramento das capacidades das Forças, com melhorias táticas e estratégicas. “Os treinamentos habilitam as tropas para uma pronta-resposta simultânea em situação de crise”, ressalta o Coronel Antonio Marques. Com os exercícios, também é possível aprimorar a capacidade de resposta militar. “É nas operações que se põe em prática a experiência adquirida, a exemplo das ações destinadas a garantir a segurança de grandes eventos e a proteção das fronteiras brasileiras”, exemplifica. Em se tratando de ações efetivas, a Operação Ágata é uma missão entre

Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

nível operacional ou tático, é denominado Processo de Planejamento Conjunto. “Uma vez elaborado os planos e ordens de uma determinada situação, são executadas as Operações de Adestramentos Conjuntos Simuladas para testar o que foi planejado”, complementa o Coronel Antonio Marques. Segundo ele, isso visa avaliar a adequabilidade do planejamento elaborado diante da situação e ameaça. “A identificação de lacunas ou necessidades não visualizadas anteriormente possibilita o aperfeiçoamento dos planos e do adestramento das Forças”, afirma. O desenvolvimento das operações ocorre por meio de propostas de Problemas Militares Simulados (PMS). “As forças devem encontrar as soluções

Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

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o século IV, Públio Flávio Vegécio Renato, escritor do Império Romano, disse que, “em qualquer batalha, o número de soldados e a coragem instintiva não costumam trazer a vitória, mas, sim, a arte e o treinamento”. De lá para cá, o preparo vem se mostrando primordial para o sucesso nos combates. O treinamento militar não foge à regra, e as inúmeras operações simuladas das Forças Armadas comprovam isso. Os exercícios de treinamento em conjunto têm sido intensificados, coordenados pelo Ministério da Defesa, com envolvimento de forma integrada da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. Os exercícios simulados militares objetivam, basicamente, o adestramento da tropa em tempo de paz, ou seja, o reconhecimento das potencialidades das Forças no Teatro de Operações (naval e terrestre), do fluxo seguro de informações, da coordenação de evacuação de não combatentes. Também buscam treinar a coordenação das ações entre as Forças Componentes e a capacidade de proteção de estruturas estratégicas. O Chefe da Seção das Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, Coronel Luiz Antonio Marques, explica que as forças militares enfrentam situações com diferentes dificuldades, e o sucesso está no planejamento, com ações que vão além da atuação militar. “As forças militares enfrentam situações com variados graus de complexidade, para os quais as soluções encontradas encerram sempre algum grau de incerteza. Assim, o sucesso de qualquer operação militar repousa em um planejamento que permita, em tempo hábil, o emprego de todas as ações necessárias à sua execução, baseado em dados confiáveis e atualizados, com flexibilidade e abrangência suficientes para lidar com a evolução dos fatos e com elementos que, cada vez mais, extrapolam os limites do campo de atuação puramente militar”, explica. Em se tratando do planejamento elaborado pelo Estado-Maior Conjunto, no


Cabo Silva Lopes / Agência Força Aérea

Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

Atividades simulam missões de garantia da integridade territorial, manutenção de patrimônio e proteção de infraestruturas estratégicas

Coordenados pelo Ministério da Defesa, os exercícios têm sido intensificados e contam com envolvimento da Força Aérea Brasileira, Exército e Marinha

as forças militares com equipes que já passaram por missões simuladas, com atuação especialmente nas fronteiras do Brasil. Além de militares das Forças Armadas, profissionais de agências governamentais e órgãos federais, estaduais e municipais, como Polícias Federal e Civil, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), dentre outros, participam desta intervenção. O uso conjunto das capacidades de cada instituição é a principal característica da Ágata. Além disso, o objetivo é intensificar a presença do Estado brasileiro junto à faixa de fronteira com os países sul-americanos (Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname). De forma cooperada, os agentes combatem crimes transfronteiriços, como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, imigração e garimpo ilegais, entre outros ilícitos. Operações Simuladas Uma das operações de treinamento realizadas em conjunto pelas Forças Singulares é a Guerra Simulada Azuver. O nome surgiu da aglutinação de “Azul” e “Vermelho”, países fictícios que entram em litígio pela disputa de uma região. O exercício ocorre na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR), no Rio de Janeiro, com a participação de oficiais da Escola de Guerra Naval (EGN) e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). “O objetivo é capacitar os militares para o planejamento, a coordenação e o controle de operações militares conjuntas, utilizando elementos de logística, estratégia e inteligência, afirma o Tenente-Coronel Leonar Tiago Barbosa, instrutor da ECEMAR. O oficial explica que, antes do exercíAerovisão

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Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

Exercício é simulado, porém, os protocolos são coordenados entre as instituições para o emprego real

cio de guerra, os oficiais passam por um ano de preparo teórico. “Os alunos das três escolas realizam o exame de situação, propondo linhas de ação para o cumprimento da missão. Posteriormente, eles realizam o plano operacional ou ‘plano de campanha’, detalhando e regulando as operações militares no Teatro de Operações. Após o planejamento tático, tem início o controle da operação planejada. Nessa última fase, em cada escola, ocorre a simulação dos engajamentos propriamente ditos, por meio de Sistemas de Simulação de Guerra”, conta. O Tenente-Coronel Tiago também explica que o treinamento utiliza tecnologia de informática, idealizada pelo Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos, com o intuito de proporcionar um realismo maior, ou seja, simular resultados e provocar interação entre as partes envolvidas no conflito. “As ferramentas computacionais auxiliam a visualização do resultado da interação, contabilizando perdas e registrando os alvos atingidos, bem como os resultados daquelas disputas”, explica. O auxílio da informática também

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permite verificar se o planejamento foi cumprido. O país combatente informa quais recursos serão utilizados, quais armamentos serão empregados, além de indicar as Forças empregadas (marítima, terrestre ou aérea). “O computador registra os parâmetros para arbitrar os resultados ao final. O exercício é realizado por alguns dias e sempre são contabilizadas as perdas, tornando o exercício cada vez mais difícil, exigindo do aluno maior capacidade de planejamento, condução da operação com adaptação ao planejamento inicial”, explica. O Tenente-Coronel Luiz dos Santos Alves, que foi aluno da ECEMAR em 2017 e Comandante da Força Aérea Componente do país “Azul”, destaca a mudança de paradigmas com o curso: “É fácil perceber quando estamos na Azuver que os cenários montados são bastante realistas. Eles desafiam todas as funções que recebemos durante uma guerra, como logística, o emprego de armamento, a tática em si, a escolha das forças. Realmente, é um ganho exponencial”, afirma. Segundo o aluno, o exercício implica inúmeras atribiuções e estratégias, que

são colocadas em prática durante o treinamento. “Conseguimos trabalhar tudo isso com uma quantidade de meios, com variados processos, ligando uma coisa a outra, entendendo o esforço que uma guerra exige, mas sem ter o custo e o deslocamento que uma situação real acarretaria”, complementa. O Tenente-Coronel Alexandre Melo Fiorenzano Reis, aluno da ECEMAR em 2017 e Comandante da Força Aérea Componente do país “Vermelho”, também destaca a importância do exercício. “A troca de conhecimento e a prática entre os oficiais das diferentes escolas e a vivência dos planejamentos conjuntos, em que aplicamos nossos conhecimentos, propiciam um entendimento mútuo entre as forças”, disse. Como exemplo de um exercício realizado no Sul do país, a Operação Laçador é mais uma que simula missões de garantia da integridade territorial, manutenção de patrimônio e proteção de infraestruturas estratégicas. A atividade abrange os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e é coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. As edições contam com militares da Marinha, do


Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

Ações envolvem desde procedimentos de inteligência até a escolha de alvos e armamentos

Força Armadas operam de forma integrada, com o objetivo de encontrar soluções para os Problemas Militares Simulados

Aeronaves realizam exercício com outros países, o que permite aprimoramento de doutrina e emprego

Sargento Johnson Barros/ Agência Força Aérea

Exército e da Força Aérea Brasileira. Durante o exercício, os militares aplicam conhecimento sobre a capacidade operativa das tropas, adestramento dos comandos em ações de combate, de apoio ao combate e logístico. Também no mundo do treinamento, ocorre a Operação CRUZEX. A guerra acontece a partir de um conflito fictício envolvendo a invasão do país Amarelo por tropas do país Vermelho e, posteriormente, a intervenção de uma coalizão liderada pelo país Azul. As forças aéreas aliadas têm que operar de forma coordenada, como em missões autorizadas pelas Nações Unidas. A proposta simula emprego de aviões de combate, cercos, refugiados e até ameaça nuclear. O objetivo é focar o exercício no Comando e Controle, isto é, treinar os Comandantes nas tomadas de decisão necessárias em situações de conflito. Além do Brasil, militares da Argentina, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, França, Reino Unido, Peru, Portugal, Suécia, Uruguai e Venezuela pensam, planejam e discutem missões como se estivessem em uma coalizão do modelo empregado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em conflitos internacionais. Nos exercícios simulados, tudo funciona por meio de rede de computadores, porém, os protocolos, planos e ações são coordenados entre as instituições para o emprego real. As ações de comando envolvem desde a inteligência até a escolha de alvos e armamentos de acordo com necessidades. Ao final de cada exercício, são realizadas reuniões para absorver os ensinamentos e fazer revisões para otimizar os treinamentos seguintes. Segundo o Tenente-Coronel Leonar Tiago Barbosa, outro ganho do exercício conjunto é o relacionamento entre os militares. “É uma rede de contato entre militares das três Forças que decidirão os rumos das instituições no futuro ou em uma próxima operação, seja simulada ou real”, finaliza.

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GERENCIAMENTO

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Proteção de aeródromos: do virtual para o real Comando da Aeronáutica disponibiliza Portal AGA, que acelera resposta aos processos para construção no entorno de aeródromos JORNALISTA GISELE BASTOS

Tenente Enilton Kirchhof/ Agência Força Aérea

Em um passado não tão distante, o interessado em investir perto de algum aeroporto deveria ir atrás da autorização pessoalmente, levando o projeto a ser avaliado

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razos mais curtos, agilidade e menos burocracia. Os sistemas digitais trouxeram simplicidade e rapidez ao trâmite de dados, tornando-o, por vezes, instantâneo. Foi pensando nisso que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) desenvolveu o Portal AGA, um sistema informatizado que traz celeridade à emissão de documentos destinados ao cidadão interessado em construir nas proximidades de aeródromos. A sigla AGA vem das iniciais do termo em inglês Aerodromes and Ground Aids, em português, Aeródromos e

Auxílios Terrestres. Quando completou um ano de funcionamento, em setembro passado, o portal já havia recebido quase 18 mil solicitações. Dessas, mais de 11 mil receberam o documento oficial de inexigibilidade, demonstrando a agilidade no recebimento e na resposta do Comando da Aeronáutica (COMAER). Funciona assim: o interessado que deseja entrar com um processo de Objeto Projetado no Espaço Aéreo (OPEA) pode fazer diretamente na seção pré-análise do Portal AGA, onde são inseridas informações sobre

o tipo de objeto que será implantado, as coordenadas geográficas (latitude e longitude), a altitude da base e da altura e o código de endereçamento postal (CEP) da localidade. Se não houver necessidade de submissão do projeto ao COMAER, o solicitante receberá por e-mail a informação de que a sua análise foi concluída e, por meio do código de sua solicitação, recebe o documento oficial de inexigibilidade para apresentá-lo à Prefeitura Municipal e obter o alvará de construção. Caso seja necessário abrir um processo, o usuário receberá informações sobre como

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apresentá-lo. No próprio Portal AGA, o solicitante acessa o SysAGA, um sistema de gerenciamento e acompanhamento de processos da área AGA. Quando recebe a informação sobre a inexigibilidade, isso quer dizer que o empreendimento não interfere nas superfícies limitadoras de obstáculos, ou OLS, termo que vem do inglês Obstacle Limitation Surfaces. No Brasil, a expressão ganhou o nome de Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos, com a sigla PBZPA. Essas superfícies impõem restrições a novos objetos ou à extensão de construções já existentes. Elas foram alvo de estudo da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para garantir uma área livre de obstáculos no entorno dos aeródromos. A delimitação é imprescindível para que as aeronaves realizando decolagens e aproximações para pouso não tenham o risco de colidir com nenhuma construção. O documento que estabelece as zonas de proteção é a Portaria 957 do Comando da Aeronáutica, publicada

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DECEA

Reprodução da página inicial do Portal AGA para consulta sobre planos de Zonas de Proteção de Aeródromos

Acesse o site do Portal AGA aqui!

em 9 de julho de 2015. De acordo com o chefe do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA, Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento, o Departamento investe em vários sistemas de moder-

nização, plataformas inteligentes que ultrapassem fronteiras e ofereçam ao cliente o que há de mais atualizado em termos de tecnologia. “A tendência dos sistemas é facilitar a vida das pessoas. Para o DECEA, toda e qualquer ação que simplifique a vida do usuário é bem-vinda. No caso do Portal AGA, o objetivo é garantir que as operações sejam aprovadas de forma cada vez mais rápida”, disse. A iniciativa moderniza os procedimentos. Há alguns anos, o interessado em construir perto de algum aeródromo deveria ir atrás desta autorização pessoalmente, levando o projeto a ser avaliado. As análises eram feitas de forma manual, calculando distâncias e elevações para obtenção da maior altitude permitida em determinada coordenada geográfica. Não havia prazo para as etapas de autorização; assim, um processo poderia levar meses para ser concluído. Segundo o chefe da Seção de Controle de Aeródromos do CINDACTA III (Terceiro Centro Integrado de Defesa


empresa para fazer essa tramitação. A mudança e as facilidades trazidas pelo Portal mudaram esta realidade. Hoje, a empresa envia seus projetos diretamente ao Comando da Aeronáutica. “A resposta é ágil e rápida. Não é preciso abrir um processo para ter o resultado. Mas, até quando temos de encaminhá-lo, tem sido rápido”, apontou. Para os responsáveis da Áureo Engenharia, contratada por empresas de engenharia para obtenção de autorização e licenciamento para construção de antenas de telefonia celular, a inserção de dados na seção Pré-Análise facilitou muito. “O retorno costuma ser breve, não ultrapassa 30 dias; alguns regionais dão a resposta ainda mais rápido. O próprio sistema avisa quando é necessária a abertura de um processo”, explicou Clícia Mabel, sócia da empresa.

Aplicabilidade garantida Esses foram os primeiros passos do sistema que viria a se tornar a porta de entrada dos processos de aeródromos no âmbito do COMAER: o Portal AGA. “Ele se transformou em um guia, de forma a facilitar as consultas e direcionar os usuários, no caso de envio de processo ao Comando da Aeronáutica”, descreveu o Capitão Jorge Luis Werneck Nunes, da Seção de Normas de Aeródromos do SDOP. Assim, consultorias, construtoras, administradores de aeródromos, prefeituras, governos estaduais e proprietários de imóveis passaram a inserir dados eletronicamente e receber respostas com mais eficiência. O engenheiro Wesley Modesto de Freitas, da 3S Engenharia, localizada em Goiânia (GO), conheceu as duas fases. Há pelo menos oito anos atuando no ramo de instalação de torres de telecomunicações, reconhece que as mudanças facilitaram os trâmites processuais. “No passado, levava até um ano para receber a resposta, o processo era moroso e burocrático”, descreve. Tanto assim que subcontratava outra

Versão mais atualizada Nesta linha de ação, foram acolhidas críticas e sugestões dos usuários que indicaram a necessidade de melhorias. Desde outubro de 2016, representantes das áreas de aeródromos dos órgãos regionais e do SDOP fizeram um levantamento das funcionalidades que deveriam ser incluídas para atender plena-

mente aos usuários internos e externos. Com isso, foi criado um grupo de trabalho (GT-SysAGA) para o desenvolvimento das atualizações do software. O grupo, composto por três militares, o Tenente Cristiano Perez Garcia, do CINDACTA I, o Tenente Everton Ribeiro da Costa, do CINDACTA IV, e o Sargento Cleydson Coelho Cavalcanti, do CINDACTA III, sob coordenação do SDOP, reúne-se periodicamente para trabalhar nas modificações. Entre as novas funções, o Tenente Garcia afirma que o novo SysAGA está integrado ao banco de dados do Serviço de Atendimento ao Cidadão do DECEA (SAC-DECEA), à seção de Pré-Análise e ao Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos da Aeronáutica (SIGADAER). Essa integração permite a consulta a dados de outros sistemas, de forma que todas as informações sobre um determinado processo possam ser acessadas em um único local. Novas funcionalidades também já foram disponibilizadas no final de 2017 no Sistema SysAGA. “Esperamos que o tempo de resposta diminua consideravelmente, uma vez que muitas tarefas serão automatizadas e/ou simplificadas”, descreveu o Tenente Garcia. GT-SysAGA: da esquerda para a direita, Sargento Cavalcanti, Tenente Garcia e Tenente Everton

Arquivo DECEA

Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Edwilson Sena dos Santos, a expansão das linhas de transmissão de energia elétrica, implantações de antenas de telefonia móvel e outros empreendimentos multiplicaram a demanda por autorizações ao COMAER. “Esse aumento da carga de trabalho levou o DECEA a procurar meios alternativos para garantir um serviço de qualidade, eficiente e ágil aos requerentes. Assim, decidimos investir em tecnologia, desenvolvendo um sistema informatizado que tornasse o processo administrativo mais célere e eficaz, o SysAGA”, disse. Em 2014, foi desenvolvida a primeira versão do sistema, aplicativo concebido para funcionar como um banco de dados em software livre com a proposta de padronizar as atividades.

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SubdivisĂŁo de Publicidade e Propaganda/CECOMSAER


SOLIDARIEDADE

Além da Missão Projetos sociais realizados por militares e unidades da FAB em todo o País levam apoio e solidariedade a quem precisa TENENTE JORNALISTA FELIPE BUENO E TENENTE RELAÇÕES PÚBLICAS BIANCA PEREIRA

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m diversos lugares do Brasil, unidades e militares da Força Aérea Brasileira se organizam para contribuir com o País em ações solidárias. O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), conhecido como Esquadrilha da Fumaça, por exemplo, leva esperança em visitas a hospitais, escolas e instituições de caridade. Dentre algumas dessas iniciativas, destacam-se projetos profissionalizantes, como o “Esquadrão Asa Branca”, organizado pelo Grupamento de Apoio de Recife (GAP-RF), o acompanhamento em atividades físicas da Ala 13 (São Paulo-SP) e a arrecadação de doações e apoio a organizações sem fins lucrativos realizados pelo Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP) e pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Aracaju (DTCEA-AR). Projeto Esquadrão Asa Branca No Recife (PE), adolescentes entre 14 e 17 anos fazem parte do Projeto Esquadrão Asa Branca, que desenvolve atividades profissionalizantes nas Organizações Militares da Guarnição de Aeronáutica de Recife, com duração total de sete meses. Criado em 1994, em parceria com o Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), o Asa Branca já formou mais de 1000 “asinhas”, sendo, hoje, de responsabilidade do Grupamento de Apoio de Recife (GAP-RF). O projeto propicia a iniciação profissional por meio de oficinas e atende adolescentes em situação de

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vulnerabilidade social. As atividades socioeducativas, que visam ao desenvolvimento das habilidades dos adolescentes, são realizadas em jornada complementar à escola e com apoio de auxílio-transporte. Os jovens são capacitados ao ingresso no mercado de trabalho, seja dentro ou fora da área militar. As oficinas oferecidas são: auxiliar de escritório, elétrica, informática, telefonia, almoxarifado, garçonaria, refrigeração e climatização. Todas distribuídas pelas unidades da Guarnição de Aeronáutica de Recife. A unidade disponibiliza a parte técnica de organização e acompanhamento das atividades por meio de sua assessoria de serviço social, enquanto a parte financeira é apoiada pela Associação Asa Branca, composta por esposas de militares, que se uniram em prol das comunidades localizadas no entorno das Organizações Militares (OM). A associação promove eventos ao longo do ano para arrecadação de fundos beneficentes. “Estamos contribuindo com a mudança de vida desses adolescentes. Diariamente, eles aprendem lições que lhes auxiliam não só profissionalmente, mas também em sua vida, e isso é muito gratificante”, ressalta a Tenente Assistente Social Geomarliana Mauriz de Moura Rocha Duarte. “Sempre via militares fardados passando pela rua e me via, um dia, sendo um também. Tenho o sonho de ser militar da FAB e coloquei em mente que entrar no Asa Branca era o


Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

Em sua última passagem por Brasília (DF), no Dia da Independência de 2017, a Esquadrilha da Fumaça visitou a Associação Pestalozzi, que trabalha no atendimento a pessoas com deficiência. A Fumaça levou carinho e solidariedade aos pacientes

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Sargento Elisson Indicado por um morador do prédio onde o pai dele trabalhava como porteiro, Elison Breno Ferreira Viana foi “asinha” em 2011. Matriculado no curso de climatização – na época, realizado no Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) – ele se apaixonou pela profissão militar. Em 2012, quando terminou o Ensino Médio, deu início ao seu alistamento nas fileiras da FAB. Ao terminar o Curso de Formação de Soldados (CFSD) e o curso para o Pelotão de Pronto-Emprego (PPE), passou pela Primeira e Segunda Companhias de Polícia de Aeronáutica. No Programa Forças no Esporte (PROFESP), foi

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monitor de karatê. Nesse tempo, Elison se formou como Técnico em Edificações e, em paralelo, estudou com apostilas emprestadas para o concurso da Escola de Especialista da Aeronáutica (EEAR). Sua aprovação veio em 2015, para uma das 14 vagas em Serviço de Obras (SOB), tornando-se Terceiro Sargento no ano seguinte. “O Projeto Asa Branca foi maravilhoso para minha formação. Fiz o curso em uma Organização Militar apaixonante e jamais vou esquecer as pessoas com quem convivi. Como soldado, comecei a estudar e ter apoio para não desistir dos meus sonhos. Hoje, estou longe da minha família, servindo na Base Aérea de Boa Vista, mas não tenho dúvida do orgulho que dei a ela na carreira militar. O projeto foi uma porta de entrada para as fileiras da FAB”, conta emocionado. Soldado Anderson Nunes Anderson Humberto Nunes da Silva ficou sabendo do Asa Branca por meio de um parente. Ao passar pela seleção, fez o curso de informática em 2012 e, na época, passou a atuar na Odontoclínica de Aeronáutica de Recife (OARF). Em 2015, foi a vez de servir como Soldado Anderson Nunes. Fez o curso do Pelotão de Pronto-Emprego (PPE) e, em

Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea

primeiro passo, já que conheceria de perto a rotina de um quartel. Trabalho no II COMAR fazendo planilhas, recebendo, entregando e arquivando documentos e já me sinto um soldado”, disse Wenderson Souza da Costa, de 15 anos, que concluiu o curso de auxiliar de escritório em novembro de 2017. Para ingressar no projeto, o candidato participa de uma entrevista realizada pelas assistentes sociais. Em seguida, são feitas avaliações psicossocial, odontológica e médica com apoio do Hospital de Aeronáutica de Recife (HARF) e da Odontoclínica de Recife (OARF), e, por último, os futuros “asinhas” escrevem uma redação defendendo a motivação de fazer parte do Projeto. No programa, os adolescentes têm acompanhamento total: frequência, atividades complementares, curso de formação, instrução sobre relações interpessoais e reuniões periódicas com seus responsáveis. Ao receberem o diploma do Esquadrão Asa Branca, muitos formandos acabam influenciados pelo cotidiano nas unidades militares e começam a aspirar à carreira nas Forças Armadas. Conheça a história de dois deles: Sargento Elison Breno Ferreira Viana e o Soldado Anderson Humberto Nunes.

Wenderson Souza da Costa, de 15 anos, participou da turma de 2017. “Tenho o sonho de ser militar da Força Aérea e coloquei em mente que entrar no Asa Branca era o meu primeiro passo, já que conheceria mais de perto a rotina de um quartel. Trabalho no Comando do II COMAR fazendo planilhas, recebendo e entregando documentos, tirando xerox, arquivando documentos e já me sinto um soldado. Só falta o tempo passar para eu finalmente vestir o azul da FAB”, disse


Fotos: Arquivo GAP-RF

Os jovens matriculados no Projeto Esquadrão Asa Branca recebem uniforme e visitam várias unidades no Recife (PE). Eles são divididos em cursos e, de acordo com a formação profissionalizante, estagiam nas organizações militares em Pernambuco A Fumaça, por meio da instituição responsável pelas apresentações em cada cidade, coordena visitas em organizações voltadas à caridade, hospitais e escolas, levando ações de solidariedade em nome da FAB

2016, participou do processo seletivo para fazer parte do 25º Contingente do Batalhão do Haiti, com a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Após treinamentos específicos e diversas avaliações físicas, médicas e psicológicas, o praça foi um dos 990 militares integrantes do 25º Contingente. Único militar da família, Anderson estuda para o concurso da Escola de Especialista de Aeronáutica desde que retornou do Haiti. “Não posso desistir do meu sonho. Amo a vida militar e Aerovisão

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não foi à toa que cheguei onde estou. O militarismo é o que quero levar para o resto da vida; tenho muito orgulho da missão que fiz parte, mesmo não tendo sido fácil ficar longe da família para manter a ordem em um país que não é nosso. Mas foi uma experiência única, e que ela seja só o início de uma grande carreira que pretendo seguir na FAB”, ressalta. Outros projetos Ala 13, Guarulhos (SP) Em parceria com o Núcleo Batuíra – Serviço de Promoção da Família, a Ala 13, localizada em Guarulhos (SP), realiza um projeto que abre as portas da organização militar para idosos da comunidade local realizarem atividades físicas. No projeto, os integrantes são acompanhados por profissionais de saúde, recebendo todo o cuidado necessário, além de realizarem aulas de artesanato. A atividade física foi inserida na rotina do público de terceira idade, e a

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Ala 13, todas as terças-feiras, recebe o grupo coordenado por fisioterapeutas e profissionais de educação física. O fisioterapeuta e educador físico do Núcleo, André Tolé Santos Horácio, também destacou a importância do apoio da FAB no projeto. “O apoio da Ala 13 tem sido essencial. O espaço ao ar livre, repleto de área verde, ajuda muito na realização das atividades do nosso grupo. Os alunos se sentem bem mais dispostos e relaxados. Agradeço muito à Ala 13 pela ajuda aos idosos da nossa comunidade”, completou. A entidade de fins filantrópicos atende 35 idosos da região, acolhendo-os diariamente e prestando auxílio e cuidados especializados no período em que os familiares dos idosos trabalham. Hospital de Força Aérea de São Paulo (SP) O Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP), por meio de suas seções de Assistência Social e de Co-

municação Social, busca investir em campanhas de doação a instituições sem fins lucrativos que atendem a população da capital paulista. Periodicamente, a unidade arrecada donativos e contribui para campanhas propostas pela Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA), como as campanhas do lenço, do cabelo e do boné, que buscam trazer alento para pacientes com câncer pelo uso de adereços, e o Natal Solidário, que arrecada alimentos. Para a Major Dentista Andreana Braga De Morais Malouf, coordenadora de projetos sociais, a reação dos participantes é gratificante. “Tentamos disseminar entre nós esse sentimento de como é bom atender essa população. É quase indescritível a sensação de leveza quando saímos dos lugares que ajudamos. Parece que entregamos para eles uma ajuda material, mas recebemos um valor sentimental muito maior”, conta sobre a campanha “Fazer o Bem que Mal Tem?”, que arrecadou recursos


Arquivo HFASP

Arquivo DTCEA-AR

Em Aracaju (SE), o efetivo do DTCEA-AR se organiza quinzenalmente para doar roupas, alimentos e refeições à população em situação de rua. “O mais importante é que é algo espontâneo, não tem nada marcado nem presença obrigatória. Quem quer, vai”, conta o Capitão Teixeira, Comandante do Destacamento.

A campanha “Fazer o Bem que Mal Tem?”, desenvolvida pelo HFASP, arrecadou doações para mães e crianças pacientes da maternidade da própria unidade e de outros hospitais de São Paulo (SP).

para famílias atendidas no Hospital São Luis Gonzaga e no próprio HFASP. Na mesma campanha, a organização ajudou um paciente de câncer de forma diferente. Liédson Sousa Mendes, de sete anos, está em fase final de tratamento e pôde conhecer aeronaves da FAB no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). Ele ficou à vontade para “brincar de piloto” nos helicópteros H-34 Super-Puma e H-50 Esquilo e nos aviões C-115 Búfalo e C-95 Bandeirante. Destacamento de Controle do Espaço Aéreo – Aracaju (SE) O Comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Aracaju (DTCEA-AR), Capitão Aviador Diego Almeida Teixeira De Souza, começou a se mobilizar por conta própria. Quando servia em Natal (RN), o mesmo já participava de um grupo civil que doava

alimentos à população em situação de rua. Na capital sergipana, decidiu chamar colegas da unidade para seguir ajudando o próximo. Em escolas da cidade, ele realiza palestras sobre a FAB e fala também sobre combate às drogas e temas diversos. Quanto às doações, ele conta que reúne o grupo quinzenalmente para entregar sopa, alimentos, roupas e agasalhos à população de Aracaju. “As palestras são importantes para a visibilidade da FAB aqui na cidade e para passar lições de cidadania também. Quanto às doações, é algo muito espontâneo de todos que participam. No fim do ano, fazemos festas em abrigos e asilos. Eu sempre passo o natal em algum asilo”, disse o Capitão Teixeira, que está há menos de um ano no estado e recebeu o título de Cidadão Sergipano. Além do auxílio em Aracaju, ele ainda busca ajudar a população em sua cidade natal, Cabo Frio (RJ). Aerovisão

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Para os alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), voluntários no Centro Educacional Santos Dumont, o preço de um sonho é apenas a motivação para torná-lo realidade. Há vinte anos, estudantes da escola de engenharia da Força Aérea Brasileira mantêm um cursinho prévestibular gratuito para jovens de baixa renda que sonham em ingressar nas melhores universidades do País. Muitos desses estudantes, após aprovados, retornam às salas do preparatório, mas, dessa vez, na condição de professores TENENTE JORNALISTA GABRIELLI DALA VECHIA

Divulgação CASDVest

C

om 20 anos, como muitos outros jovens da sua idade, Paloma Flores Ribeiro sonha em fazer do mundo um lugar melhor. Estudante do terceiro ano do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, ela vê no curso a possibilidade de atuar profissionalmente em organismos internacionais que, acredita ela, fazem a diferença na vida das pessoas, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, se Paloma ainda não mudou o mundo, com certeza já transformou sua própria trajetória. Há sete anos, a então estudante do ensino fundamental de uma escola municipal de São José dos Campos (SP) teve uma experiência que, segundo ela, proporcionou que todos esses sonhos virassem realidade. Em 2010, ela conheceu o Centro Educacional Santos Dumont – uma ONG de iniciativa de alunos voluntários do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que completou, em 2017, a mesma idade de Campanha realizada nas ruas de São José dos Campos (SP). Em dois dias, foram arrecadados cerca de R$ 20.000, utilizados para reformas estruturais do prédio onde funcioma o cursinho

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Paloma: duas décadas de criação. O projeto, que começou como um cursinho pré-vestibular voltado para jovens de baixa renda de 18 a 25 anos, entitulado Curso Alberto Santos Dumont (CASDVest), a partir de 2010, também passou a congregar outra iniciativa – o Casdinho, preparatório para escolas técnicas e de ensino médio, voltado para estudantes na faixa de 13 a 15 anos. Foi no Casdinho que Paloma iniciou sua relação com o projeto. “Minha família não tinha condições financeiras para bancar um curso. Só estou na universidade porque acreditaram no meu potencial e investiram em mim”, explicou. Com o Casdinho, Paloma saiu da escola municipal para uma escola técnica; com o CASDVest, foi aprovada, junto com a conclusão do ensino médio, em quatro grandes universidades. Em gratidão ao que o projeto viabilizou, a estudante retornou ao cursinho em 2015 como professora de geografia. “Queria

As aulas do cursinho são oferecidas diariamente e são complementadas com plantões de dúvidas. Os alunos também têm aulas com temas especiais, como redação

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proporcionar a outras crianças o mesmo que fizeram por mim. O projeto é extremamente necessário; são dois cursinhos que fazem a diferença”, explica. Hoje, são atendidos cerca de 800 alunos por ano, divididos entre as duas modalidades. As aulas são realizadas de segunda a segunda e, além delas, também são oferecidos outros tipos de apoios complementares aos estudantes, como plantões de dúvidas, “aulões” com temas de redação e atendimento psicológico. Para o funcionamento de toda essa estrutura, envolvem-se 45 voluntários da área administrativa (todos do ITA), 90 professores (entre alunos do ITA e outros voluntários externos, além de muitos ex-alunos, como foi o caso de Paloma) e sete funcionários assalariados. Desde 2006, o projeto possui uma sede própria, construída em terreno doado pela Prefeitura de São José dos Campos e com recursos captados a par-

tir do apoio de empresas e instituições. Em dois anos, os voluntários conseguiram levantar R$ 500 mil em doações e finalizar a construção do prédio. Antes disso, o cursinho funcionava em salas cedidas por outro curso preparatório da cidade, particular, e o número de alunos era limitado, devido a restrições físicas, a apenas 10% do que é hoje. Os resultados gerados estão na mesma proporção do esforço realizado pelos voluntários: segundo o atual Diretor-Presidente do Centro Educacional Santos Dumont, Luiz Felipe Schiaveto, foram 483 aprovações em vestibulares no ano de 2016, além de 99 colocações em escolas de nível médio e técnico em que há processo seletivo de ingresso. Luiz tem 19 anos e é aluno de Engenharia da Computação no ITA. Ele, que está no projeto desde o ingresso na instituição, conta que sempre quis


Divulgação CASDVest

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Divulgação CASDVest

Cerca de 800 alunos são atendidos por ano no Curso Alberto Santos Dumont, uma iniciativa que conta com o apoio de professores voluntários do Instituto Tecnológico de Aeronáutica

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Divulgação CASDVest Subdivisão de Publicidade e Propaganda/CECOMSAER

se dedicar a uma iniciativa de impacto social. Segundo Luiz, a motivação dos voluntários é ajudar as pessoas a alcançarem seus sonhos. “Temos consciência da importância de uma educação de qualidade e, portanto, nossa busca é prover esse tipo de acesso às pessoas com dificuldade”, afirma. Os critérios relacionados ao perfil sócio-econômico e à capacidade de empenho do estudante são os diferenciais na hora de selecionar os candidatos. É preciso ter uma avaliação criteriosa e transparente porque, apesar do considerável número de vagas oferecidas, o de inscritos ainda é muito maior. No processo seletivo realizado em 2016, 2.592 estudantes tentaram o Casdinho e 4.387 o CASDVest. Luiz explica que a entrada de novos alunos se dá em duas fases: o chamado “vestibulinho”, ou seja, uma prova com 60 questões; e a entrevista sócio-econômica, ambas de caráter eliminatório. Todos os anos são abertas as inscrições no bimestre junho/ julho, a aplicação das provas acontece em setembro/outubro e as entrevistas em outubro/novembro. Por se tratar de um cursinho popular, em que, muitas vezes, o aluno não possui suporte para o estudo em outros ambientes que frequenta, um dos desafios do projeto é criar um espaço de acolhimento, que vá além dos conteúdos. “Nós trabalhamos com jovens em situação de vulnerabilidade; portanto, tentamos construir um sentimento de família, no sentido de oferecer um ambiente mais alegre e de motivação. Tanto é que temos um departamento focado só nisso”, afirma. Flávia Frias, aprovada na USP, trabalhava como caixa de supermercado quando decidiu fazer a seleção do CASDVest. Ela conta que o aspecto motivacional trabalhado no projeto é fator decisivo: ao mesmo tempo em que queria mudar de vida, a universitária afirma que, às vezes, se sentia descrente em sua capacidade de fazê-lo. “Nos meus devaneios entre ‘CPF na nota’ e ‘gostaria

No último processo seletivo, foram mais de 4 mil inscritos para o CASDVest, o cursinho que, só em 2016, registrou 483 aprovações em diversos vestibulares pelo País


Divulgação CASDVest

Divulgação CASDVest

de mais alguma coisa, senhor?’, estava o sonho e o desejo de me tornar algo mais”, disse. Vinte anos atrás Enquanto a equipe de voluntários e os alunos do Centro Educacional Santos Dumont comemoram os êxitos das duas décadas de projeto, planejando, para os próximos anos, a duplicação da sede e o fortalecimento da base social, Emanuel Fernandes – um dos primeiros alunos e voluntários – relembra que a história do projeto foi de muito suor. Ele, que é engenheiro pelo ITA, político e servidor público do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi aluno do CASDVest e, após ingresso na escola de engenharia da FAB, tornou-se professor voluntário – onde galgou a função de Diretor-Presidente do cursinho. À época, tratava-se de um curso particular em que os alunos do ITA eram docentes, mas não recebiam remuneração. Com a chegada de novas instituições de ensino à cidade, o curso fechou as portas em 1981. Emanuel conta que, em 1997, quando se tornou Prefeito de São José dos Campos, foi procurado por alunos do ITA para tratar do assunto. “Eles estavam interessados em, de alguma forma, preparar alunos carentes para o vestibular. Após algumas conversas, formatamos o CASDVest como ele é atualmente, exceto o Casdinho, e a Prefeitura ajudou no que foi possível, como na impressão de apostilas, material de apoio, entre outros”, relembra. Ele também foi um dos responsáveis pela doação do terreno, que garantiu a nova sede, e de aportes financeiros para a construção do prédio. “Esse é um dos melhores programas sociais do Brasil”, avalia Emanuel.

O projeto, que comemorou 20 anos em 2017, oferece suporte pedagógico para alunos de baixa renda, entre 13 e 25 anos, e desde 2006, funciona em sede própria

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O ás brasileiro da Primeira Guerra Mundial pilotou aeronaves como o Airco D.H. 4, do 49 Squadron, em suas missões contra os caças alemães

Um herói brasileiro na Primeira Guerra Mundial Conheça o legado de Gordon Fox Rule, o ás que conquistou sete vitórias aéreas em combate, defendeu a liberdade e contribuiu para o desenvolvimento do Brasil no período pós-guerra TENENTE JORNALISTA ALINE FUZISAKI

O

ás brasileiro que atuou na Primeira Guerra Mundial (19141918) nasceu em São Paulo, em 16 de agosto de 1898. De ascendência inglesa, durante os anos de 1910 e 1914, foi enviado para a Inglaterra, onde estudou na Boxhill Preparatory School. Posteriormente, também frequentou o Eastbourne College, entre 1914 e 1916. Quando a Primeira Grande Guerra

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eclodiu, em agosto de 1914, Gordon iria completar 16 anos, mas já queria se juntar às tropas que lutavam na Europa. Em 1916, tentou se voluntariar novamente, solicitando autorização do seu tutor, um representante da embaixada inglesa no Brasil. Mas, novamente, seu pedido foi recusado pelo fato de ainda não ter completado 18 anos. O primeiro contato com a aviação

aconteceu de maneira casual, quando Gordon se voluntariou para acompanhar alguns jovens numa viagem para Margate, no litoral da Inglaterra. Foi então que viu biplanos Maurice Farman MF-7 pousarem em um pasto, conseguiu se aproximar das aeronaves e conversar com os pilotos. Ao voltar para casa, Gordon escreveu para o Air Ministry para se voluntariar ao Royal

Arquivo Susan Rule

MEMÓRIA MEMÓRIA FAB FABFAB MEMÓRIA


Flying Corps (R.F.C.). Após realizar alguns exames, foi selecionado e se apresentou, ainda em 1916, no East Surrey Regiment, para receber instrução militar primária. Foi em 8 de março de 1917, na R.F.C. Cadet Wing, que Gordon deu início ao seu treinamento como piloto, recebendo instruções sobre teoria de voo, navegação, mecânica, meteorologia e uso de metralhadoras. O primeiro voo de treinamento ocorreu em 6 de julho de 1917, a bordo do MF-11 Shorthorn, do 43 Squadron. Já em 25 de julho, ao completar 8 horas e 55 minutos de instrução, realizou o primeiro voo solo com o mesmo modelo de avião. Com 20 horas e 15 minutos de voo solo, Gordon graduou-se em 31 de agosto de 1917, obtendo o brevê britânico nº 6.215 e o 17º brevê internacional concedido a um aviador brasileiro. Ao concluir o Curso de Aviador na Military Wing, qualificou-se para os serviços no Royal Flying Corps e ingressou à Officers General List. Ao final de 1917, com o surgimento do caça-bombardeiro, e em função da perda de tripulantes, o R.F.C. sentiu a necessidade de treinar seus pilotos para atirar. O então 2º Tenente Gordon Fox Rule, que atuava como Observador, realizou um treinamento durante duas semanas a bordo de um Airco D.H. 4 no mês de outubro. Já em novembro, ele chegaria à França para cumprir missões de Reconhecimento, integrando o 49 Squadron. Sua primeira missão de bombardeio aconteceu no dia 26 de novembro de 1917. Graças ao resgate do registro de suas memórias e do seu Logbook, feito de maneira cuidadosa e detalhada, é possível conhecer os grandes feitos do piloto, como a quebra do recorde de altitude, quando voou a 19.700 pés, sem o auxílio de máscaras de oxigênio, em uma missão de fotorreconhecimento, ou imaginar as adversidades com as quais tinha que lidar, como o frio extremo que enfrentava voando a 15.000

pés, quando os cockpits não tinham aquecimento nem pressurização. A Primeira Grande Guerra Foi em abril de 1918 que Gordon realizou sua primeira missão de guerra a bordo de um Airco D.H. 9, aeronave que passou a compor a frota do 49 Squadron. Durante a sua atuação na Primeira Guerra Mundial, cumpriu missões a baixa altura, com o objetivo de metralhar e bombardear tropas inimigas, com voos realizados a 100 pés de altitude, e travou batalhas contra caças alemães. Por diversas vezes, foi atacado, atingido por estilhaços, mas conseguiu se salvar sem danos e ferimentos. Em 15 de maio de 1918, após liderar algumas missões de guerra, o Temporary Captain Gordon Fox Rule foi promovido ao posto de Flight Commander do 49 Squadron. Também foi condecorado com a medalha Croix de Guerre avec Palme de Bronze, da 9th Wing, 9th Brigade da Royal Air Force, também do 49 Squadron. Sua última missão de guerra foi realizada em 9 de agosto de 1918, sendo repatriado para a Inglaterra em 14 de agosto do mesmo ano. Ao fim da Primeira Grande Guerra, foram creditados aos pilotos e observadores do 49 Squadron 56 aeronaves inimigas destruídas e 63 out-of-control, totalizando 119 vitórias aéreas, além de terem lançado cerca de 120 toneladas de bombas em missões de ataque e bombardeio. O piloto terminou o conflito como o maior ás do 49 Squadron e o maior ás brasileiro na Primeira Guerra Mundial, tendo voado em 48 missões de bombardeio, 11 missões de fotorreconhecimento e nove missões de observação, com 7 vitórias homologadas oficialmente. Assim, em 21 de setembro de 1918, o Captain Gordon Fox Rule foi agraciado com a Distinguished Flying Cross (D.F.C.).

Pós-guerra Após o fim da Guerra, Gordon foi reformado da Royal Air Force em 28 de março de 1919. No entanto, solicitou continuar em exercício e, como a maioria dos aviadores, foi rebaixado de posto, sendo readmitido como Flying Officer para servir na R.A.F. como instrutor de voo e piloto. Nesta época, atuou em intervenções realizadas pela Inglaterra na Irlanda e participou de missões de apoio às tropas de infantaria inglesa nos arredores de Dublin, período em que sofreu um grave acidente, ficando hospitalizado por cerca de 6 meses, razão pela qual acabou sendo dispensado por não poder renovar seu certificado médico de piloto. Foi invalidado da R.A.F. em 30 de maio de 1921, encerrando, assim, sua admirável carreira de aviador. O ás brasileiro na Primeira Guerra Mundial retornou ao Brasil em 1924, aos 26 anos, e passou a trabalhar para a empresa britânica North Paraná, onde atuou por 60 anos. Foi um dos fundadores da cidade de Londrina (PR) e também contribuiu para o desenvolvimento e expansão agrícola no Estado do Pará nas décadas de 50 e 60. Fã de esportes, praticava golfe regularmente e foi um dos fundadores do primeiro time de Rugby de São Paulo. O habilidoso piloto faleceu aos 89 anos, em 10 de junho de 1987.

A vida e as memórias do piloto estão registradas na biografia Gordon Fox Rule D.F.C., C.d.G - O maior ás brasileiro da Guerra de 1914-1918, de autoria de Adriano Silva Baumgartner Aerovisão

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AERONAVE HISTÓRICA

Regente U-42

Ficha técnica Envergadura: 9,18 m Comprimento: 7,03 m Altura: 2,93 m Peso vazio: 640 kg Velocidade máxima de cruzeiro: 280km/h Alcance: 950 km Teto operacional: 4.820 m 64

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Aerovisão


Arquivo CECOMSAER

A demanda por aeronaves de pequeno porte levou a Força Aérea Brasileira a adquirir 80 aeronaves da Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva. Denominadas U-42 Regente, as primeiras unidades foram entregues à FAB em fevereiro de 1964 e distribuídas para diversas organizações militares, substituindo aeronaves mais antigas.

Desde o início, os U-42 Regente foram utilizados para realizar missões administrativas, além de missões de transporte de pequenas quantidades de suprimento, transporte de pessoal e, até mesmo, lançamento de paraquedistas. As últimas aeronaves foram retiradas do serviço ativo em 2011. Durante os 47 anos em

operação na FAB, as aeronaves estiveram presentes em cerca de 70% das bases aéreas, ofereciam apoio direto aos comandantes e, eventualmente, também eram utilizadas em proveito de órgãos governamentais, sempre pintadas de branco com faixas pretas nas laterais e faixas verde-amarelas pintadas no leme direcional. Aerovisão

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VOO MENTAL

ITA: pioneirismo, desenvolvimento e futuro Jackson Schneider Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança

“A indústria aeronáutica faz parte de um ambiente global altamente competitivo, com uma demanda constante e intensiva por tecnologia e inovação. Nesse ambiente, a busca pelo desenvolvimento tecnológico é mais do que um mero diferencial de mercado, ela é crítica para que a empresa continue competitiva e gerando empregos”

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A

importância do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) transcende o trabalho primordial de uma instituição de ensino em formar profissionais qualificados. Inaugurado na década de 1950 no Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), em São José dos Campos (SP), o ITA foi fundamental para o nascimento e o desenvolvimento da cadeia produtiva aeronáutica brasileira, o que, no início, parecia apenas um sonho de seu fundador, o então Coronel Aviador Casimiro Montenegro Filho. O caráter inovador do ITA teve como um dos seus primeiros resultados o desenvolvimento do projeto IPD 6504, que se tornaria o protótipo do avião EMB 110 Bandeirante. Produzido em série a partir do final da década de 60, o Bandeirante foi a aeronave responsável pela criação da Embraer e o modelo que inseriu a empresa brasileira no mercado aeronáutico internacional, tendo sido também o seu primeiro sucesso comercial. Nos anos seguintes, o ITA não somente se consolidou como uma escola de engenharia de alto nível como também se tornou um parceiro valioso para a Embraer. Além de formar engenheiros altamente capacitados que até hoje vêm trabalhar na Embraer, o ITA também executa uma série de atividades importantes para o desenvolvimento tecnológico da aviação brasileira. A indústria aeronáutica faz parte

Internet

Arquivo Pessoal

Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

de um ambiente global altamente competitivo, com uma demanda constante e intensiva por tecnologia e inovação. Nesse ambiente, a busca pelo desenvolvimento tecnológico é mais do que um mero diferencial de mercado, ela é crítica para que a empresa continue competitiva e gerando empregos. Não por acaso, o investimento da Embraer em pesquisa, inovação e modernização de suas instalações industriais é muito acima da média praticada pelo mercado: investimos cerca de 10% da receita anual, contra 0,5% em média das empresas no Brasil. A proximidade da Embraer com a pesquisa e o meio acadêmico vem desde antes da sua fundação, afinal, a Embraer surgiu como consequência de um projeto de longo prazo que começou duas décadas antes de sua fundação, com os investimentos em um centro de pesquisa, o CTA (hoje DCTA), e em uma instituição de ensino, o ITA. Mais recentemente, o ITA passou a contar com um núcleo de inovação no Parque Tecnológico de São José dos Campos com o objetivo de acelerar novos projetos. Tal fato é de fundamental importância para que o Brasil continue a impressionar o mundo com ferramentas capazes de otimizar os processos aeronáuticos e a cadeira produtiva do setor. Essa história de sucesso também tem um resultado robusto para a sociedade. Além do reconhecimento e do orgulho nacional, o ITA gera empregos altamente qualificados, o que reverteu em claros benefícios socieconômicos para a região de São José dos Campos. É com essa história de sucesso que o ITA vem cumprindo seu papel de promover o progresso da aviação e da sociedade brasileira.


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