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Novo Comandante da FAB
Com uma trajetória de 43 anos na Força Aérea, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez assume o Comando da Aeronáutica e vislumbra os desafios para o fortalecimento e modernização da instituição
CArreirA
Como ingressar na FAB
C o n h e ç a a s vá r i a s formas de acesso às escolas da Força Aérea
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
edição nº 259 Ano 46 Janeiro / Fevereiro / março - 2019
EXPEDIENTE Chefe do CeComsAer: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo Vice-Chefe do CeComsAer: Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a revista Aerovisão é produzida pela Agência Força Aérea, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).
Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf Chefe da Divisão de Comunicação integrada: Coronel Aviador Paulo César Andari Chefe da subdivisão de Produção e Divulgação:
Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar CEP: 70045-900 - Brasília - DF
Tiragem: 18 mil exemplares.
Período: Janeiro / Fevereiro / março 2019 - Ano 46 Contato: redacao@fab.mil.br
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Major Aviador Mário César Ferreira Alle edição: Tenente Gabriélli Dala Vechia (Jornalista Responsável - 16128/RS) e Tenente Jonathan Jayme (Jornalista - 2481/GO) Diagramação: Suboficial SDE Ramos
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Distribuição Gratuita Acesse a edição eletrônica: www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao Impressão: Gráfica Pallotti ArtLaser.
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DesPeDiDA
O legado da Reestruturação Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato se despede do Comando da Aeronáutica após quatro anos de gestão. Em entrevista, destaca os ganhos do processo de Reestruturação administrativa e operacional
CrUZeX
Melhores momentos
Em imagens, a oitava edição do Exercício Cruzeiro do Sul, a CRUZEX
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Veja a edição digital
Veja na FAB TV OS BASTIDORES DO MAIOR EXERCÍCIO OPERACIONAL DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA
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Assista ao programa especial da CRUZEX 2018 e saiba mais sobre o treinamento de guerra não convencional
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reesTrUTUrAÇÃo
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Localizada em Canoas (RS), Organização Militar concentra esquadrões das aviações de Caça, Transporte e Patrulha
esPAÇo
Embrião do conhecimento
Nanossatélite ITASAT é lançado enquanto diversos projetos são gerados nos laboratórios do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
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Aos Leitores SOBRE O FUTURO Esse novo ano não traz somente os ares de mudança típicos dos ciclos que se iniciam: 2019 começa com grande expectativa. As Forças Armadas têm um novo comandante supremo e a Força Aérea Brasileira está, agora, sob o comando do Tenente-Brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez. É por isso que a primeira edição de 2019 da revista Aerovisão pode ser resumida em um termo: futuro. Nas próximas páginas, você vai conhecer um pouco mais do novo Comandante da FAB, como foi sua trajetória de 43 anos dedicados à Força e quais suas diretrizes para a modernização de uma das instituições em que o povo brasileiro tem mais confiança. Como início de ano também é tempo de planejar ações e ajustar rotas em nossa vida pessoal, elaboramos um encarte sobre todas as formas de ingresso na Força Aérea. Todos os anos, há oportunidades para os mais diversos níveis de escolaridade – desde o estudante que está acabando o ensino fundamental até o profissional de nível superior que está atuando no mercado e busca novas oportunidades. Há vagas para ambos os sexos, diversas especialidades e diferentes faixas etárias. Com o encarte, é possível conhecer as escolas, os processos seletivos, os requisitos e as oportunidades de carreira. Muitos não sabem que a Força possui militares especializados nas mais diversas áreas, como Educação Física, Engenharia de Agrimensura, Comunicação e dezenas de outras. Ainda com os olhos voltados para o amanhã, trazemos uma reportagem sobre o ITASAT, que foi lançado no último mês de novembro, e outros nanossatélites que estão sendo desenvolvidos pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – a escola de engenharia da Força Aérea. A questão espacial foi uma das principais bandeiras da instituição em 2018 e a importância ao assunto deve se fortalecer ainda mais neste ano. E, já que não é possível falar de futuro sem observarmos o nosso passado, outra importante matéria que você confere nesta edição é sobre o legado do Tenente-Brigadeiro Rossato. Após quatro anos, ele se despede do seu comando, mas deixa uma herança que aponta para 2041, quando a FAB completa seu centenário.
“Nossa capa: Est a edição da Aerovisão dest aca a passagem de Comando da Força Aérea Brasileira, do Tenente-Brigadeiro Rossato para o Tenente-Brigadeiro Bermudez. A foto, de autoria do 1o Sargento Alexandre Manfrim, foi tirada durante a cerimônia, no dia 4 de janeiro.
Boa leitura! Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez lorenzo Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
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FORÇA AÉREA SOB NOVO COMANDO: “DESAFIO É CUMPRIR A MISSÃO DA FAB COM EXCELÊNCIA” Às vesperas de completar 44 anos dedicados à vida militar, o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez assume o Comando da Força Aérea Brasileira. Natural de Santo Ângelo (RS), o Tenente-Brigadeiro Bermudez ingressou na Força Aérea Brasileira em fevereiro de 1975. A sua trajetória é marcada por relevantes experiências de comando, chefia e direção de diferentes organizações da FAB, dentre elas o Esquadrão Adelphi (1º/16º GAV), unidade que tem a sua história recente ligada ao projeto A-1, no qual o Brasil desenvolveu uma aeronave de caça em parceria com a Itália. O Oficial-General é oriundo da Aviação de Caça e possui mais de 4 mil horas de voo em quase duas dezenas de aeronaves. Em entrevista à AEROVISÃO, o novo Comandante falou do processo de modernização da instituição, dos desafios e das ações que serão adotadas, visando ao aprimoramento da gestão com vistas à Concepção Estratégica Força Aérea 100, para 2041, quando a FAB completará 100 anos de existência. Confira: TeNeNTe JorNAlisTA CrisTiANe Dos sANTos
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Soldado Wilhan Campos / Agência Força Aérea
Tenente-Brigadeiro Bermudez: esforço voltado para uma Força operacionalmente moderna e capaz de atuar de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais
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Como resume a história do senhor na Força Aérea? Eu tenho 43 anos dedicados à vida militar na Força Aérea. Com muito orgulho, passei por comandos, chefias e direções de diferentes Organizações da FAB, dentre elas o 1º/16º Grupo de Aviação (Esquadrão Adelphi), unidade que tem a sua história recente ligada ao projeto A-1 (AMX), no qual o Brasil desenvolveu uma aeronave de caça em parceria com a Itália. Também fui Comandante da Base Aérea de Brasília, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, Comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), Diretor-Geral do Departamento de Ensino da Aeronáutica (DEPENS) e Adido de Defesa e Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil na França e na Bélgica. Por fim, fui o Comandante-Geral do Pessoal, onde pude participar intensamente da reestruturação da Força Aérea, especialmente nas áreas de Pessoal, Saúde, Ensino, Psicologia de Aviação, Arquivologia e Desporto Militar. Como surgiu a relação do senhor com a Força Aérea Brasileira? Por que o senhor ingressou na FAB? Sou filho de um oficial do Exército Brasileiro. Tive a oportunidade de conhecer amigos cujos pais, também oficiais, eram aficionados pela aviação. Um destes, o Coronel Jofre, tinha aeromodelos e um pequeno avião de quatro lugares, asa alta. Como éramos vizinhos de casa, na Vila Militar da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), logo me encantei com a aviação. Eu creio que o brotar dessa semente ocorreu quando ele me convidou para ir, no seu avião, com seu filho, de Resende (RJ) ao Campos dos Afonsos (RJ). No regresso, gentilmente, solicitou que o filho trocasse de lugar comigo e me convidou para sentar à frente. Este seu gesto, admirável, ficou muito marcado na minha memória. Na época, eu tinha 15 anos. Acompanhando meus pais para
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o Rio de Janeiro, onde o meu pai, então Major de Infantaria Bermudez, ingressaria no Curso de Estado-Maior (CCEM), na Praia Vermelha, integrei o Colégio Militar (CMRJ). Como aluno, tive a oportunidade de visitar, junto com muitos colegas, a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). Embarcamos em um C-118 Liftmaster, do Esquadrão Corsário, da Base Aérea do Galeão. Foi uma visita ines-
“Meus pais nem imaginavam, mas quando falei que seria cadete da FAB foi uma alegria coletiva na família”
quecível. Mas, até então, sem imaginar o que o futuro me reservaria, uma vez que já tinha optado por fazer vestibular para Engenharia ou Arquitetura. Depois que meu pai concluiu o CCEM, ele foi transferido para a 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Uruguaiana (RS), sua terra natal. Eu segui com ele. Como eu já tinha completado 18 anos, decidi por iniciar o Curso de Piloto Privado, no Aeroclube de Uruguaiana, no início de 1974. Assim, ficaria isento do serviço militar caso concluísse o curso, permitindo continuar meus estudos. Antes de voltar para o Rio,
nesse mesmo ano, para me preparar melhor para o vestibular, cheguei a voar três ou quatro horas de “Paulistinha”, uma pequena aeronave de instrução do Aeroclube. Meu primeiro instrutor de voo foi o Comandante Richard, que era uma pessoa muito calma e um instrutor habilidoso e muito experiente. O que de fato me fez decidir ir para AFA foi ter encontrado, em agosto ou setembro de 1974, um conhecido de um amigo do curso pré-vestibular, no Rio, que, por motivos familiares, tinha solicitado o seu afastamento da AFA. Ele tinha acabado de chegar de Pirassununga. Nesse encontro, em pouco tempo de conversa, fiquei encantado com o que ele me reportava, sobre sua breve estada na AFA, sobre a atividade aérea, os voos e como tinha sido sua experiência no seu primeiro voo solo. Naquela mesma semana fiz a minha inscrição para o concurso da AFA. Estudei muito e consegui me classificar na 16ª colocação. Não acreditava ter conseguido, até ser chamado para os exames complementares. Meus pais nem imaginavam, mas quando falei que seria cadete da FAB foi uma alegria coletiva na família. E assim, ingressei na AFA, como Cad Av 78-183, Bermudez, em 15 de fevereiro de 1975. Com mais de quatro décadas de vínculo com a Força Aérea, qual momento mais marcou a carreira do senhor? Eu tive vários momentos marcantes na minha carreira, desde cadete até os dias de hoje. O primeiro deles foi o meu primeiro voo solo. Depois, ter sido, ainda como cadete, instrutor de planador no Clube de Voo a Vela. Também, como cadete do 4° ano, ter voado o T-37C, um jato de instrução, e concluído nesse ano o meu curso de cadete aviador. Em seguida, chegar ao aspirantado, meu primeiro passo na carreira de oficialato e o meu casamento com a Eliana. No ano passado, comemoramos Bodas de Esmeralda, são 40 anos juntos. Outros
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Sargento Bianca Viol/ Agência Força Aérea
Novo comandante diz que perfil de gestão voltado para qualificação dos militares continuará em evolução
momentos marcantes da minha carreira foram o voo no AT-26 Xavante e a realização do Curso de Caça, no 1°/4° GAV Esquadrão Pacau, em Fortaleza; a ida para o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1° GDA), onde realizei meu primeiro voo solo em uma aeronave supersônica, o F-103 Mirage; o curso de helicóptero no 1°/11° GAV, em Santos. Não posso deixar de citar o meu primeiro comando, no Esquadrão Adelphi e o Comando da Base Aérea de Brasília. O momento em que fui designado Adido Aeronáutico na França e na Bélgica e a minha promoção ao primeiro posto de Oficial-General. As promoções de Major-Brigadeiro e de Tenente-Brigadeiro também são inesquecíveis. E, agora, ter sido designado Comandante da Aeronáutica, foi o ápice.
Te n e n t e - B r i g a d e i r o Bermudez recepciona o então presidente eleito Jair Bolsonaro após voo de apoio à equipe de transição de governo
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das capacidades da Força Aérea em cumprimento à sua missão, muitos fatores são considerados relevantes e um deles é a formação de seus recursos humanos”
Agora que o senhor chegou ao cargo mais alto da instituição, quais serão os maiores desafios perante a missão da FAB? A Força Aérea Brasileira transformou-se profundamente nos últimos anos, adquirindo aeronaves, incorporando tecnologias e implantando sistemas que modificaram a forma de entender e de aplicar o Poder AeCabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
Quais serão as principais questões que o senhor deve priorizar em seu Comando?
“Para a plena utilização
O que gostaria de salientar, em relação às principais questões a serem priorizadas em meu Comando, seria o compromisso quanto à continuidade da Concepção Estratégica estabelecida pelo Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, meu antecessor, para que sejamos uma Força Aérea capaz de proteger, por meio das ações de Controlar, Defender e Integrar, os 22 milhões de Km2 do cenário tridimensional estabelecido na Dimensão 22.
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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Oficial- General chega ao cargo após 43 anos de serviço
roespacial, justificando a atualização dos ditames doutrinários ora em vigor. Certamente os meios aéreos, a interoperabilidade, a capacidade de comando e controle, a estrutura organizacional e o perfil de qualificação dos militares seguirão em evolução constante na proporção em que continuarmos investindo nas diversas áreas do conhecimento. A Força Aérea Brasileira é o conjunto de organizações, instalações, recursos humanos e materiais empenhados no cumprimento da missão atribuída à instituição e que compõe o esforço principal da Defesa Nacional no campo militar aeroespacial. O maior desafio é cumprir a missão da FAB com eficiência e, acima de tudo, com excelência. Certamente manteremos esse padrão investindo em qualificação e treinamento. O papel da FAB permanece
“(...) a Força Aérea tem um papel muito importante para o atendimento e apoio a todos que dela necessitam, afinal, somos as “asas que protegem o país”
muito claro em sua missão, qual seja, manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria. Quais as expectativas do senhor quanto às necessidades da instituição? Para a plena utilização das capacidades da Força Aérea em cumprimento à sua missão, muitos fatores são considerados relevantes e um deles é a formação de seus recursos humanos. Para isso, é muito importante que tenhamos sempre uma gestão de ensino voltada para a constante modernização dos sistemas de formação e de pós-formação. Na vida militar, é por meio do ensino que nossas carreiras têm início, seja nas escolas, seja nos cursos de formação realizados nos Serviços de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica (SEREP). Pretendo manAerovisão
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O então Cadete Bermudez e a então namorada e atual esposa, Eliana Ferreira Bermudez durante cerimônia do Espadim, na AFA
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“Certamente os meios aéreos, a interoperabilidade, a capacidade de comando e controle, a estrutura organizacional e o perfil de qualificação dos militares seguirão em evolução constante na proporção em que continuarmos investindo nas diversas áreas do conhecimento”
ou isoladas; transporte de alimentos, etc. Certamente, continuaremos a cumprir todas estas missões e todas as outras que se fizerem necessárias. Por ser um país continental, onde as longas distâncias necessitam de rapidez no atendimento por via aérea, a Força Aérea tem um papel muito importante para o atendimento e apoio a todos que dela necessitam, afinal, somos as “asas que protegem o país”. Como o senhor avalia a implantação de projetos estratégicos como o Gripen NG e o KC-390? Nossa Força está em processo de modernização e substituição de sua Tenente-Brigadeiro Bermudez, que à época da foto ocupava o posto de coronel, e a esposa Eliana: “são 40 anos juntos”
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ter as ações que vêm sendo adotadas, otimizando e aprimorando a gestão e mantendo a visão estabelecida na Concepção Estratégica Força Aérea 100, para 2041, quando completaremos 100 anos de existência. Vale lembrar que existem outras atribuições destinadas à Força Aérea, chamadas de subsidiárias, nas quais também envidamos esforços, como por exemplo: prover a segurança da navegação aérea; cooperar com os órgãos federais na repressão aos delitos de repercussão nacional e internacional, como no combate a todos os tipos de tráfego aéreo ilícito; apoio em calamidades públicas; transporte de urnas; atendimento às comunidades mais carentes
Qual a primeira mensagem que o senhor gostaria de dizer para os 77 mil militares e civis que integram a Força Aérea? Gostaria de dizer que não tenho dúvida de que o bem mais precioso que temos em uma Instituição são as pessoas que dela fazem parte. E assim, todo nosso esforço e trabalho estarão voltados para que tenhamos, no Comando da Aeronáutica, os melhores profissionais combatentes destinados a guarnecer uma Força Aérea de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e capaz de atuar de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais.
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Acima, Tenente-Brigadeiro Bermudez e família no ano de 1999; abaixo, retornando de mais uma missão: ele acumula cerca de 4 mil horas de voo Arquivo pessoall
frota de aviões. Muitas mudanças já foram efetivadas, como a implantação das aeronaves A-29 Super Tucano, AH-2 Sabre e H-60 Black Hawk. Outras estão em processo de finalização, como a modernização dos caças F-5 e A-1. Entretanto, as mais expressivas, que muito em breve ocorrerão, serão o recebimento das aeronaves KC-390 e F-39 Gripen, com as primeiras sendo entregues, respectivamente, este ano e em 2021, e que constituirão a linha mestra de nossa aviação de transporte e de caça. Embora costumemos falar muito em aviões, os tempos modernos têm novos vetores que atuam no espaço aéreo, como os satélites e as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs). As Forças Armadas precisam incorporar estes meios em suas atividades militares. Hoje, já contamos na FAB com ARPs, cujas capacidades e operacionalidade deverão ser cada vez mais incrementadas. Na área espacial, percebe-se como o investimento nesse setor traz retornos muito positivos para o desenvolvimento das mais variadas atividades do país, como, por exemplo, a da Defesa e a das Comunicações, e, por isso, é de extrema importância que haja a participação de setores do governo e da iniciativa privada.
Arquivo pessoal
Em sua trajetória, assumiu o comando, a chefia e a direção de diferentes organizações da FAB. Na foto, ainda Brigadeiro, à frente da Terceira Força Aérea
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PASSAGEM DE COMANDO
O LEGADO DA EFICIÊNCIA Quando o Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato assumiu o Comando da Aeronáutica, há quatro anos, tinha em mente um planejamento que se tornaria a grande marca de sua gestão: reestruturar administrativa e operacionalmente a Força Aérea Brasileira, tudo em busca de uma instituição mais eficiente. Em sua primeira entrevista como Comandante para a edição da Aerovisão em janeiro de 2015, ele deixava claro o que pretendia. “Tudo que você quer inventar de novo, tem riscos. Tem que brigar por coisas novas. O que te empurra para frente é essa vontade de ver coisas novas. A gente sempre pode achar que não tem o que melhorar, mas tem. Temos que melhorar a nossa gestão administrativa, a nossa estrutura organizacional”, disse. Ao deixar o Comando da FAB, no dia 4 de janeiro de 2019, a retrospectiva que o oficial-general faz é positiva. Além da Reestruturação, ele deixa o legado da entrada definitiva do Brasil na área espacial, da valorização do conhecimento e do aperfeiçoamento do efetivo, da manutenção da Força Aérea na Amazônia, entre outros aspectos abordados nesta entrevista. Tenente Jornalista Emília Maria
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Sargento Paulo Rezende / Agência Força Aérea
Tenente-Brigadeiro Rossato discursa em sua cerimônia de posse como Comandante da Força Aérea, em janeiro de 2015. Após quatro anos à frente da instituição, ele passa o comando ao Tenente-Brigadeiro Bermudez
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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Uma das prioridades do comando do Tenente-Brigadeiro Rossato foi a Reestruturação operacional e administrativa da FAB, cujos resultados já podem ser observados
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Podemos afirmar, sem dúvidas, que a Reestruturação da FAB foi a sua grande bandeira durante os quatro anos de Comando. O senhor ficou satisfeito com os resultados? Esta não foi a primeira e nem será a última Reestruturação pela qual a FAB passou. E isso é extremamente necessário para que nossa instituição seja perene. Além disso, a readequação não é algo estanque, ela ainda está em andamento. Mas posso dizer que, sim, fico satisfeito com o que alcançamos até agora, muitos resultados já são visíveis e devidamente contabilizados. E faço questão de destacar sempre que a Reestruturação já vinha sendo pensada há muitos anos e foi fruto de muitos estudos. O cenário do qual estamos hoje mais próximos e que continuamos buscando otimizar envolve o uso intensivo de tecnologia de ponta como Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) e satélites; processos operacionais, logísticos e administrativos otimizados; organizações da Força Aérea focadas em sua atividade-fim; ferramentas de TI e de simulação utilizadas em todos os níveis; e quantidade de recursos humanos adequada às reais necessidades. Em relação a esse último aspecto, defendo a maior participação de militares temporários, que são profissionais prontos, formados por outras instituições de ensino e com experiência de mercado. Isso reduz nossos custos com inativos e pensionistas e nos permite dar mais atenção às oportunidades e à capacitação dos militares de carreira. O senhor ressalta que muitos resultados já são perceptíveis. Poderia citar alguns? Claro. Podemos considerar que a criação dos Grupamentos de Apoio, subordinados à SEFA, em 2016, foi a primeira grande mudança efetivada com a Reestruturação. Hoje, calculamos que a concentração das organizações militares voltadas para
atividades administrativas reduziu as despesas de serviços e vida vegetativa. A necessidade de recursos humanos diminuiu em 25% em comparação às estruturas anteriores. Essa concentração de atividades permitiu que algumas importantes obras pudessem sair do papel com mais eficácia. A própria mudança de
“ No que se refere aos recursos humanos, o processo é mais longo, mas ao final de 2035 devemos ter uma redução de 18% na folha de pagamento de militares ativos e, olhando mais para frente, o impacto esperado para 2065 é que tenhamos uma redução de 25% na folha de pagamento de militares inativos”
sede de alguns esquadrões e a divisão mais eficiente das Alas, que receberam determinados meios aéreos, facilitaram a programação dessas obras. Exemplo disso é a Ala 2, em Anápolis (GO), que conta com a ampliação do pátio e do hangar para receber a aeronave militar multimissão KC-390; além da adequação do prédio do Grupo de Defesa Aérea (GDA) e do simulador para o Gripen NG, entre outras. A Ala
12, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ) também serve de exemplo, com a construção de um paiol para o míssil Harpoon e a adaptação das instalações do Hangar do Zeppelin para o P-3 Orion e o KC-390. No que se refere aos recursos humanos, o processo é mais longo, mas ao final de 2035 devemos ter uma redução de 18% na folha de pagamento de militares ativos e, olhando mais para frente, o impacto esperado para 2065 é que tenhamos uma redução de 25% na folha de pagamento de militares inativos. Além disso, o custo de militares temporários corresponde a 35% do custo de um militar de carreira. Assim, como eu disse anteriormente, poderemos investir mais na capacitação dos militares não temporários e garantir que eles se responsabilizem pela continuidade das missões da FAB em alto nível. O aperfeiçoamento do efetivo e mudanças no nosso sistema de ensino também se mantiveram em foco durante o seu Comando. O senhor acredita que isso faz a diferença para a Força? Não tenho a menor dúvida de que faz nossa Força crescer, mas também faz diferença para nossos militares individualmente e em suas carreiras. Por isso, focamos em renovação curricular, novas técnicas de ensino, incentivo à pós-graduação e cursos de extensão no Brasil e exterior. Mais recentemente, implantamos aquele que deve ser um incentivo importante na carreira dos nossos militares: o projeto de educação continuada que inclui a função de Graduado-Master. Estudamos a progressão dos suboficiais e sargentos e percebemos que careciam de uma atenção bem maior no que diz respeito ao seu aperfeiçoamento ao longo da carreira. Assim, surgiu o Programa de Capacitação e Valorização do Graduado que, na verdade, não se resume ao Graduado-Master, mas prospecta um acompanhamento e um desenvolvimenAerovisão
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O senhor ressalta a necessidade de o efetivo acompanhar as mudanças tecnológicas e motivos não faltam, considerando a utilização de satélites, a chegada de novas aeronaves como
“A operação destes novos e complexos sistemas exige que nossos militares tenham o domínio dos processos e sejam cada vez mais especializados em cada área”
o cargueiro multimissão KC-390 e o caça Gripen NG, além da modernização de outros vetores, correto? Exatamente. A operação desses novos e complexos sistemas exige que nossos militares tenham o domínio dos processos e sejam cada vez mais especializados em cada área. No caso do Gripen, por exemplo, estamos para receber os quatro primeiros em 2021 e, desde que o contrato de aquisição foi firmado, iniciamos o processo de formação de aviadores, engenheiros e outros profissionais que estarão envolvidos no projeto de recebimento, transferência de tecnologia e operação dessas aeronaves. A chegada do KC-390 está ainda mais próxima, prevista para este ano, e nós estamos acompanhando de perto cada fase de certificação, com uma expectativa muito grande do que esse novo
Tenente-Brigadeiro Rossato no evento de roll-out do Gripen NG, futuro caça da FAB que está sendo desenvolvido pela empresa sueca Saab
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to muito maior e melhor desses militares. O mesmo vale para os oficiais que, independentemente do quadro do qual fazem parte, precisam estar em constante amadurecimento e atualização. Os aviadores, por exemplo, vão lidar com a evolução cada vez mais rápida dos meios tecnológicos da aviação; assim como nossos profissionais de Infantaria, que precisam acompanhar o que o mercado oferece na área de defesa antiaérea; ou os intendentes, que devem estar sempre atentos às novas possibilidades relacionadas à gestão; isso para citar apenas alguns exemplos.
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Tenente-Brigadeiro Rossato acompanha o lançamento do primeiro satélite geoestacionário brasileiro: questão espacial foi uma das prioridades de seu comando
“Em relação ao uso de equipamento vai nos trazer em termos de ganhos operacionais. Da mesma maneira, nossos técnicos trabalham, cada um em sua área, para garantir que o recebimento e a operação do avião ocorra da maneira mais adequada. Em relação ao uso de satélites, também estamos nos aperfeiçoando e aumentando as operações. Além do Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), em Brasília, que agora tem novas e mais apropriadas instalações, também já contamos com o COPE-S, ou seja, Secundário, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Essas unidades são responsáveis pela operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), além de outros satélites
satélites, também estamos nos aperfeiçoando e aumentando as operações. Além do Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), em Brasília, que agora tem novas e mais apropriadas instalações, também já contamos com o COPE-S, ou seja, Secundário, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro”
contratados para o fornecimento de imagens. Para isso, também, nossos operadores estão constantemente aprendendo e se aperfeiçoando. Outro tema que o senhor fez questão de manter sob atenção foi a presença da FAB na Região Amazônica. Poderia comentar a relevância desse aspecto? A Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) é uma unidade da FAB que atua há mais de seis décadas na construção e manutenção da infraestrutura aeroportuária de localidades bastante isoladas. O acesso por terra a esses locais é extremamente difícil pelas características geográficas e climáticas e, por isso mesmo, Aerovisão
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Te n e n t e - B r i g a d e i r o Rossato na cabine da aeronave multimissão KC-390, vetor aéreo que deve chegar à FAB ainda em 2019
“Foi plantada a semente da constante atualização e readequação e poderemos acompanhar a instituição em seu contínuo crescimento e evolução daqui para frente”
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construtoras comerciais não aceitam realizar obras por lá. Assim, a Força Aérea é a única opção para construir e manter pistas e outras estruturas. Mesmo assim, temos sofrido com restrições orçamentárias que inviabilizam a continuidade adequada desse trabalho. A COMARA já realizou quase 200 obras na região amazônica e, em 2017, por exemplo, seu orçamento foi de pouco mais de R$ 7 milhões, o que é insuficiente para manter o mínimo necessário. Quem perde com isso é a população brasileira, pois a dificuldade de acesso pode impedir a chegada de serviços básicos como segurança e saúde. Além disso, a deterioração da infraestrutura aeroportuária na região de fronteira deixa ameaçada também a soberania nacional: diminuir a presença do Estado nesses locais significa deixar o caminho livre para o tráfico e o contrabando. Por isso, ressalto que, se nós não tomarmos conta da Amazônia, alguém vai. o senhor gostaria de deixar uma mensagem final aos leitores? Quero apenas agradecer a todo efetivo da Força Aérea Brasileira pelo comprometimento e dedicação ao longo não apenas destes quatro anos em que estive no Comando, mas durante as quase cinco décadas em que pude trabalhar lado a lado com grandes profissionais e pessoas especiais. Aprendi muito com todos aqueles com os quais convivi e me sinto satisfeito com o caminho que a Força Aérea está trilhando. Foi plantada a semente da constante atualização e readequação e poderemos acompanhar a instituição em seu contínuo crescimento e evolução daqui para frente. Tenho certeza que o Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, entre outras prioridades que irá estabelecer, manterá os trabalhos em andamento. Será um excelente Comandante, trabalhando junto a cada integrante da Força. Aerovisão
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Encarte Especial
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
FORMAS DE INGRESSO
As escolas da Força Aérea Brasileira oferecem, anualmente, milhares de oportunidades. Conheça as profissões militares da FAB e saiba os detalhes dos Exames de Admissão Aerovisão
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ACADEMIA DA FORÇA AÉREA Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
OFICIAIS AVIADORES, INTENDENTES E DE INFANTARIA FORMAM A ESPINHA DORSAL DA FAB
Curso de Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria Escolaridade: Ensino Médio
Duração do curso: 4 anos Mais informações: www.fab.mil.br/afa
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Sexo: Ambos os sexos (Aviadores e Intendentes) e masculino (Infantaria)
Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
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ocalizada em Pirassununga, no interior de São Paulo, a Academia da Força Aérea (AFA) é o maior complexo de ensino da aviação militar no país. O “Ninho das Águias” forma oficiais de Aviação, de Intendência e de Infantaria para a Força Aérea Brasileira (FAB). A AFA está instalada em uma área de 65 km2 e possui infraestrutura ampla, corpo docente formado por profissionais com larga experiência de campo, mestres e doutores, além de laboratórios para garantir ao cadete o que há de melhor para a formação acadêmica. Todos os anos, milhares de candidatos disputam vagas nos cursos oferecidos: bacharel em ciências aeronáuticas com habilitação em aviação militar; bacharel em ciências logísticas com habilitação em intendência aeronáutica; e bacharel em ciências militares com habilitação em infantaria aeronáutica. Além disso, os alunos das três carreiras concluem ainda o bacharelado em administração, com ênfase em administração pública. Após seis meses de adaptação à vida militar, o jovem recém-chegado à AFA concretiza o sonho de ser cadete e recebe o espadim - símbolo do futuro oficial, constituindo a primeira conquis-
ta na caminhada rumo ao oficialato. A rotina é dividida entre tempos para o desenvolvimento intelectual e militar: aulas pela manhã e à tarde, com prática de atividade física ao final do dia, instruções práticas específicas para cada quadro. Nas atividades físicas, o cadete pode dedicar-se a modalidades como esgrima, pentatlo militar, atletismo, vôlei, futebol, basquete, natação, entre outros. Aos fins de semana, é desenvolvida a prática de voos à vela em planadores. O objetivo é desenvolver em cada cadete os atributos militares, intelectuais e profissionais, além dos padrões éticos, morais, cívicos e sociais. Durante o curso, os cadetes recebem alimentação, alojamento e soldo, além de assistência de saúde, religiosa e acadêmica. Ao término dos quatro anos de formação, o militar devolve o espadim e recebe a espada, símbolo do oficial da FAB. Ao longo da carreira, os oficiais serão líderes de missões de defesa do país. Participarão de missões de emprego operacional, de apoio logístico, de segurança, de pesquisas científicas para o desenvolvimento de novas tecnologias aeroespaciais e de missões
humanitárias no Brasil e no exterior. Aviador O piloto militar inicia a instrução aérea na aeronave T-25 Universal, os cadetes aviadores têm o primeiro contato com o voo e com a rotina de preparação e de estudo necessário para as missões aéreas. No quarto e último ano, o cadete aviador tem pela frente a aeronave de instrução avançada, com o modelo T-27. intendente Os cadetes intendentes estudam em laboratórios de administração e intendência, mas também participam de missões reais para a tarefa de apoio ao combate, como integrantes do sistema de logística. Nas instruções, os alunos aprendem sobre a ciência e a tecnologia moderna da gestão econômico-financeira e os serviços especializados de intendência. infantaria As atividades preparam os cadetes para as mais diversas missões ofensivas e defensivas, necessárias para a proteção das unidades da Força Aérea. Os exercícios ocorrem na ampla área de instrução da AFA e em outras regiões do país, como na Amazônia, preparando os militares para as situações mais adversas de terreno e clima. Aerovisão
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ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA MAIOR COMPLEXO DE ENSINO TÉCNICO DA AMÉRICA LATINA OFERECE DUAS FORMAS DE INGRESSO
Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica Escolaridade: Ensino Médio Sexo: Ambos os sexos e masculino (Curso de Guarda e Segurança) Duração do curso: 2 anos Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento da Aeronáutica Escolaridade: Ensino Médio / Técnico Sexo: Ambos Duração do curso: 48 semanas Mais informações: www.fab.mil.br/eear
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ocalizada no Vale do Paraíba, em Guaratinguetá, a 176 km de São Paulo, a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) reúne o maior complexo de ensino técnico da América Latina, ocupando uma área total de 10 km2. A instituição abre todos os anos cerca de 750 vagas para jovens que já possuem diploma de nível técnico ou que desejam cursar uma das especialidades oferecidas pela Força Aérea Brasileira em 27 diferentes áreas profissionais. A escola oferece duas oportunidades para quem busca uma profissão de nível técnico na carreira militar: a primeira é o Curso de Formação de Sargentos (CFS), com duração de quatro semestres letivos e que corresponde ao ensino técnico. As especialidades que o aluno pode
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cursar na EEAR são muitas: cartografia, comunicações, controle de tráfego aéreo, desenho, eletricidade e instrumentos, eletromecânica, estrutura e pintura, equipamento de voo, fotointeligência, guarda e segurança, informações aeronáuticas, material bélico, mecânica de aeronaves, metalurgia, meteorologia e suprimento. Já o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS) é direcionado para quem já tem diploma de curso técnico nas áreas de administração, eletricidade, eletrônica, música, obras, pavimentação e topografia, sistema de informação, enfermagem, laboratório e radiologia. A formação tem duração de 48 semanas. Durante o curso, o aluno recebe fardamento, assistência médica e odonto-
lógica, auxílio para material escolar e uma ajuda de custo mensal - o soldo. Os alunos passam a semana em regime de internato, com a expectativa de serem liberados às sextas-feiras, ao final da instrução diária. Após a conclusão do curso, tanto o aluno do CFS como o do EAGS são promovidos à graduação de terceiro sargento, podendo servir à FAB em diversas unidades distribuídas pelo território brasileiro. O corpo docente da Escola de Especialistas é formado por 180 professores, entre civis e militares. Além disso, no Corpo de Alunos, como é chamada a unidade que abriga os estudantes dos cursos, uma equipe de professores e militares auxilia os jovens na preparação física e na instrução específica.
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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR ENSINO DIRECIONA FUTUROS CADETES PARA A ACADEMIA
Acervo CECOMSAER
DA FORÇA AÉREA
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primeira oportunidade de ingressar na carreira dentro da Força Aérea Brasileira (FAB) é cedo, logo após o ensino fundamental, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). A unidade de ensino é sediada em Barbacena (MG), onde os jovens alunos concluem o ensino médio e dão os primeiros passos na trajetória para se tornar oficiais aviadores da FAB. A escola foi fundada em 1949, numa época em que a Escola de Aviação Mi-
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litar ainda formava oficiais no Rio de Janeiro (RJ). No exame de admissão para o Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR), o candidato é submetido a provas de matemática, português, inglês e redação, além de passar por exames médicos e psicológicos e um teste de avaliação do condicionamento físico. A concorrência é grande, comparável aos cursos mais disputados de universidades públicas do Brasil. Contudo, a aprovação não é sinônimo de vida fácil.
Na escola, que também recebe o nome de “Nascente do Poder Aéreo”, além da formação com disciplinas regulares, estipuladas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os jovens adquirem conhecimento sobre os fundamentos da rotina militar, inclusive de conceitos de vida, como valorização da ética e do profissionalismo, através do Programa de Formação de Valores. Ao final do curso, o aluno recebe o certificado
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
de conclusão do Ensino Médio e, de acordo com a classificação e o número de vagas oferecidas, pode conquistar uma vaga no primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAv) da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). A escola mantém uma rotina intensa. O dia do aluno começa às 6h, com o toque de alvorada, e se encerra apenas às 22h. Aulas teóricas e práticas e atividades físicas estão na agenda de trabalho dos estudantes. Os jovens matriculados no CPCAR, recém-saídos do ensino fundamental, recebem farda, direitos e responsabilidades. O aluno tem todo o apoio em um importante passo na carreira: abre conta em banco, recebe soldo (o salário militar), assistência médico-hospitalar e odontológica, alimentação com acompanhamento de nutricionista e, ainda, reside em alojamentos com a turma de alunos. As atividades ocorrem em período integral, incluindo as aulas regulares, de doutrina militar e de práticas esportivas – o bom preparo físico é condição necessária para a continuidade na carreira militar. Mas o trabalho árduo tem resultado. Os alunos têm tradição de ocupar as primeiras colocações em Olimpíadas Brasileiras de Matemática, Química e Física. A nota da EPCAR no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) está sempre entre as melhores. Isso pode explicar por que o processo seletivo da escola de Barbacena (MG) tem concorrência tão acirrada.
Escola Preparatória de Cadetes do Ar Curso Preparatório de Cadetes do Ar Escolaridade: Ensino Fundamental Sexo: Ambos Duração do curso: 3 anos (Ensino Médio) Mais informações: www.fab.mil.br/ epcar Aerovisão
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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA CENTRO DE EXCELÊNCIA REÚNE ESPECIALISTAS ACADÊMICOS DO BRASIL EM TECNOLOGIA AEROESPACIAL
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Desempenho de Estudantes (ENADE), o ITA é destaque e as especialidades de graduação estão entre as mais bem conceituadas no Brasil. Os cursos de graduação oferecidos pela instituição duram cinco anos. Os dois primeiros constituem o curso fundamental, comum a todas as especialidades. Os três anos seguintes perfazem o curso profissional. A escolha dessas especializações é feita no momento da admissão, mas é permitida, sob certas condições, troca de especialidade ao término do primeiro ciclo. Ao ingressar no ITA, todos os alunos são matriculados no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica de São José dos Campos (CPORAer-SJ), concomitantemente com o primeiro ano fundamental do ITA. Ao final deste ano, são declara-
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Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é uma organização universitária especializada na área aeroespacial e referência em pesquisa tecnológica no país. Localizado em São José dos Campos (SP), oferece cursos de graduação em seis especialidades de engenharia: aeronáutica, civil (aeronáutica), computação, mecânica (aeronáutica), eletrônica e aeroespacial. Possui ainda cursos de pós-graduação e extensão universitária. Criado em 1950, o ITA é considerado um centro de excelência e reúne os melhores especialistas do mundo acadêmico brasileiro em tecnologia aeroespacial. O quadro de docentes é composto por 228 profissionais, sendo 202 professores, 5 pesquisadores e 21 instrutores. São 206 doutores, 21 mestres e 1 bacharel. Nas edições do Exame Nacional de
dos aspirantes a oficial da reserva da Aeronáutica. Ao concluir o segundo ano, o aluno civil pode optar pela carreira militar no Quadro de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica. Durante o curso, os alunos têm à disposição várias atividades extracurriculares para o aprimoramento da formação acadêmica. Na área científica, por exemplo, participam da Olimpíada de Física, destinada a alunos do curso fundamental. Semanas culturais e modalidades esportivas fazem parte do programa de trabalho - e ainda sobra tempo para a solidariedade. Depois de uma exaustiva jornada de estudos, um grupo de alunos presta um serviço voluntário no Curso Alberto Santos Dumont Vestibulares (CASD Vestibulares). O curso preparatório é gratuito e atende estudantes da região de São José dos Campos. O CASD foi criado em 1997 e conta com mais de 70 membros voluntários. Os alunos têm aulas de segunda a sexta-feira à noite, além de aulas de reforço e plantão de dúvidas. Após a formatura de conclusão do curso, o aluno que optou por seguir a carreira militar é promovido ao posto de primeirotenente engenheiro.
Curso de Engenharia (diversas especialidades) Escolaridade: Ensino Médio Sexo: Ambos Duração do curso: 5 anos Mais informações: www.ita.br 34
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CENTRO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DA AERONÁUTICA ESCOLA OFERECE FORMAÇÃO DE OFICIAL PARA QUEM POSSUI ENSINO SUPERIOR E PARA PROGRESSÃO NA CARREIRA
Quadros de Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros, Capelães e de Apoio da Aeronáutica Escolaridade: Ensino Superior Sexo: Ambos Duração do curso: Conforme previsto por especialidade em edital Mais informações: www.fab.mil.br/ciaar
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Força Aérea Brasileira (FAB) abre as portas também para quem terminou a universidade e conquistou o diploma de ensino superior. Quem quer se tornar oficial médico, dentista, farmacêutico, engenheiro ou de apoio tem a chance de frequentar a escola que mais forma oficiais para a instituição no Brasil: o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), localizado em Lagoa Santa (MG). Todos os anos, profissionais de nível superior
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passam pela unidade, que inaugurou suas novas instalações no final de 2018, e são preparados para ocupar diversos cargos especializados. Anualmente, são oferecidas vagas para os Quadros de Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros e de Apoio da Aeronáutica. A escola realiza a adaptação à vida militar de profissionais com nível superior aprovados em concurso público. As vagas são para ambos os sexos e,
além da formação superior, algumas delas exigem especialização na área indicada. O concurso é composto por provas objetivas de língua portuguesa, conhecimentos específicos e redação, exames de saúde e psicológico e teste físico. Após o ingresso, o curso tem duração de 17 semanas e é concluído com a formatura e promoção ao posto de primeiro tenente. A história do CIAAR inicia-se em 1933, com a implantação do 4º Regi-
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mento de Aviação do Exército Brasileiro. Nos anos seguintes, a unidade funcionou como Destacamento de Base Aérea, Núcleo do Regimento de Aviação, 4º Corpo de Base Aérea e, com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, Base Aérea de Belo Horizonte. Em 1982, foi criado o Centro de Instrução de Graduados da Aeronáutica (CIGAR), com a missão de formar a primeira turma do Quadro Feminino de Graduadas, tornando-se pioneiro na formação da mulher militar para a FAB. Em 1983, nasceu o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica. Com o objetivo de ampliar a capacidade de formação de novos oficiais, o CIAAR teve sua sede transferida para Lagoa Santa em 2018. As novas instalações ocupam uma área de 700 mil metros quadrados, de propriedade da FAB, com salas de aula, auditório, ginásio de esportes, alojamentos, hotéis, prédio do comando, e outras estruturas. O CIAAR ainda realiza formação para sargentos e suboficiais aprovados em concurso interno para crescimento na carreira e que serão declarados oficiais especialistas. Aerovisão
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SERVIÇO DE RECRUTAMENTO E PREPARO DE PESSOAL DA AERONÁUTICA SETE ORGANIZAÇÕES REALIZAM CONVOCAÇÃO E FORMAÇÃO DE TEMPORÁRIOS EM TODAS AS REGIÕES DO PAÍS
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dos, em caráter temporário, a prestarem seus serviços à Força Aérea Brasileira. A criação do SEREP, cujas unidades foram ativadas por meio da Portaria nº 462/GC3, de 03 de abril de 2017, faz parte do projeto de Reestruturação administrativa da Força Aérea e reúne os antigos setores do Serviço Regional de Ensino (SERENS), Primeira Seção do Estado-Maior do COMAR (A-1) e Serviço Regional de Mobilização (SERMOB). Todas recebem o suporte dos Grupamentos de Apoio (GAP), sediados nas mesmas localidades-sede.
Além de planejar, gerenciar, controlar e executar atividades relacionadas à gestão do pessoal no âmbito de cada área geográfica de atuação, o SEREP coordena ações ligadas ao ensino, ao serviço militar obrigatório e aos trâmites para a convocação e a formação de militares temporários. Por meio dos avisos de convocação, os interessados podem se candidatar às vagas do Quadro de Oficiais Convocados (QOCon), destinadas aos profissionais com nível superior completo, e do Quadro de Sargentos Convocados Cabo Andre Feitosa / Agência Força Aérea
tualmente, outra forma de ingresso na Força Aérea Brasileira (FAB) é por meio do Serviço de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica (SEREP) – presente nas cinco regiões do País. Ao todo, sete unidades, subordinadas à Diretoria de Administração do Pessoal (DIRAP), atuam no recrutamento, seleção, classificação, incorporação, movimentação e mobilização de pessoas. Os voluntários que passarem no processo seletivo e melhor atenderem aos requisitos dos Avisos de Convocação serão convoca-
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(QSCon), cuja formação exigida é o ensino médio completo mais o ensino técnico ou profissionalizante. A quantidade de vagas ofertadas varia de acordo com a demanda da Força Aérea e, dependendo da necessidade, pode ocorrer mais de um processo de seleção por ano. Os selecionados são incorporados após a conclusão do Estágio de Adaptação Técnico (EAT) para o QOCon e o Estágio de Adaptação de Praças (EAP) para o QSCon. Há ainda a possibilidade de ingresso por meio do Processo Seletivo de Médicos Especialistas, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários (MFDV), cujo processo de formação é realizado durante o Estágio de Adaptação e Serviço (EAS). O EAS consiste em seleção simpli-
ficada para incorporação e prestação do serviço militar pelos estudantes dessas áreas, de forma transitória e por tempo determinado, para o exercício de atividades técnicas especializadas no âmbito da FAB. Para as mulheres, a prestação do serviço é voluntária. Para os homens, a apresentação é obrigatória. Durante o EAT e o EAS, os profissionais ingressam como estagiários e, após a conclusão do curso, passam ao posto de aspirante a oficial, podendo ser promovidos até o posto de 1º Tenente. Nessas categorias, o militar do QOCon pode permanecer no serviço ativo até no máximo 8 anos, sendo renovados anualmente, conforme as necessidades da FAB.
Quem tem interesse nessas formas de ingresso pode obter mais informações no SEREP-BR em Brasília (DF), no SEREP-BE em Belém (PA), no SEREP-MN em Manaus (AM), no SEREP-RF no Recife (PE), no SEREP-SP em São Paulo (SP), no SEREP-RJ no Rio de Janeiro (RJ) e no SEREP-CO em Canoas (RS).
Estágios para preparação de Oficiais e Graduados temporários Escolaridade: Ensino Técnico e Ensino Superior Sexo: Ambos Duração do curso: 12 meses (divididos em três fases) Mais informações: www.fab.mil.br/ ingresso Aerovisão Jan/Fev/Mar/2019
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Este encarte foi produzido especialmente para você que deseja fazer parte da Força Aérea Brasileira. Destaque o conteúdo e tire suas dúvidas. Textos: Tenente Jornalista Felipe Bueno, Tenente Jornalista Raquel Alves e Tenente Jornalista Carlos Balbino Diagramação: Suboficial Ramos 42
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MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA Dois mil militares. Mil horas de voo. Cem aeronaves. Aprendizados compartilhados. E aquele sentimento de missão cumprida. Foi assim que chegou ao fim a oitava edição do Exercício Cruzeiro do Sul, a CRUZEX 2018. Veja, em imagens, um resumo do que aconteceu na Ala 10, em Natal (RN), durante o treinamento que reuniu representantes de treze países TeNeNTe JorNAlisTA GABrielli DAlA VeCHiA
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Sete caças pertencentes a diferentes países voam em formação durante o chamado media flight - voltado para captação de imagens. A bordo do C-105 Amazonas que vai à frente, de rampa aberta, estavam em torno de 40 profissionais de fotografia e filmagem. Na formação, estão os caças F-16 chilenos e norte-americanos; o Mirage 2000 peruano; o A-37 uruguaio; e os brasileiros A-1, F-5 e A-4.
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Media flight
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Composite Air Operations
Caças A-1, da Força Aérea Brasileira, e A-4, da Marinha do Brasil, operam juntos em Missão Aérea Composta.
Nos chamados COMAOs, sigla em inglês para as Missões Aéreas Compostas, em torno de 60 aeronaves decolam em sequência para cumprir missões com um objetivo comum. Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Interoperabilidade
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Aviações distintas em uma mesma missão Os COMAOs reúnem vetores aéreos de diferentes aviações. Na foto, cargueiro KC-135 e caças F-16 chilenos se preparam para ação de reabastecimento em voo.
Multinacional
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Nas Missões Aéreas Compostas, os sete países que participaram da CRUZEX com aeronaves se articularam para atuar em conjunto. Em uma mesma decolagem, Chile, Estados Unidos, Brasil, Canadá, França, Peru e Uruguai realizaram suas missões em cooperação.
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Coordenação Do solo, militares conhecidos pela sigla em inglês JTAC – Joint Terminal Attack Controller – passam coordenadas às aeronaves de caça sobre determinados alvos a serem atacados. Na CRUZEX 2018, trabalharam lado a lado JTACs franceses, norte-americanos, portugueses e brasileiros.
CSAR Em ações de Busca e Salvamento em Combate (CSAR), como a da foto, helicópteros realizam o resgate de pessoas de interesse que se encontram em ambiente hostil. O H-36 Caracal foi o único modelo de asa rotativa presente na CRUZEX.
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Guerra não convencional O cenário de guerra não convencional, encontrado em missões de paz da ONU, prevê que as ações de Força Aérea sejam executadas com precisão cirúrgica, para mitigar possíveis danos colaterais. Para isso, militares de solo, pertencentes às Forças Especiais, trabalham de forma conjunta com as aeronaves para coordenar ataques ou resgates.
Forças Especiais
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
No cenário de guerra não convencional, militares das Forças Especiais são essenciais. Na foto, militar do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR).
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Reabastecimento em Voo
Paraquedistas
De um ângulo interno ao KC-135 chileno, é possível ver o caça F-16 de mesma nacionalidade se aproximando e tomando posição para o início do reabastecimento em voo.
Tenente Antunes / Esquadrão Rumba
Lançamento de militares foi rotina diária da CRUZEX 2018. Na imagem, militares da Força Aérea saltam de aeronave C-105.
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Formação
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O voo em formação de caças provenientes de diferentes nacionalidades gera boas imagens, mas é de alta complexidade do ponto de vista operacional.
Reabastecimento em Voo Por outro ângulo, caças F-5 da Força Aérea durante o procedimento de REVO: caça se conecta à mangueira do KC-130, para transferência de combustível.
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Pôr do sol Aeronave C-105 Amazonas, operada na FAB pelos esquadrões Arara (1o/9o GAV) e Onça (1o/15o GAV), além do Esquadrão Pelicano (2o/10oº GAV), em sua versão de Busca e Salvamento, durante um sobrevoo no fim do dia.
Sem hora para acabar As equipes de manutenção da CRUZEX, responsáveis pela disponibilidade dos meios aéreos, não tinham hora para ir embora da área operacional. Mesmo após o pôr do sol, era possível encontrar mecânicos garantindo a execução e a segurança dos voos do dia seguinte.
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Intercâmbio
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
A troca de experiências entre os países participantes da CRUZEX 2018 foi um dos principais pontos do exercício.
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Tenente-Coronel Parreiras / Força AÊrea Brasileira
REESTRUTURAÇÃO
ALA 3 - A VERSATILIDADE DA FAB NO SUL DO BRASIL Três esquadrões de voo são subordinados à Organização Militar: Caça, Transporte e Patrulha, além de uma Unidade de Infantaria e um Esquadrão de Logística Tenente Jornalista JOÃO ELIAS
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
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Ala 3 em imagens: Acima, a aeronave F-5, do Esquadrão Pampa; Acima, à direita, o avião Bandeirulha, do Esquadrão Phoenix; Na última foto, mecânico do 5oº ETA trabalha na manutenção do Bandeirante.
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ocalizada em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), a Ala 3 foi ativada em 16 de dezembro de 2016. Sua missão é executar o preparo e o emprego das unidades subordinadas, conforme diretrizes, planos e ordens dos Comandos Superiores, e contribuir com o cumprimento da missão da Força Aérea Brasileira (FAB), que é manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria. A Organização Militar (OM), que teve a sua origem no Processo de Reestruturação da FAB, absorvendo o
Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), que tinha 75 anos, e a Base Aérea de Canoas, na época, com 72 Anos, é considerada altamente operacional por sediar três Esquadrões de Voo (Caça, Transporte e Patrulha), além de uma Unidade de Infantaria e um Esquadrão de Logística. Nesse processo, as principais mudanças ocorreram nas áreas operacionais e administrativas. Todas as atividades operacionais ligadas à aviação, logística e segurança ficaram sob a resAerovisão
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Unidades subordinadas: esquadrão Pampa (1º/14º GAV) O Esquadrão Pampa foi criado, em Canoas (RS), por meio do Decreto nº 22802, de 24 de março de 1947, e é responsável pela Defesa Aérea do Cone Sul do país. O 1º/14º GAV utiliza a aeronave F5M, que é uma versão brasileira modernizada do caça F-5 Tiger II. O projeto consistiu na aplicação de aviônicos de última geração, atualização dos sistemas de navegação, armamentos e autodefesa, inclusive com equipamentos recentes de contramedidas eletrônicas. Organização Militar em Canoas (RS) adquiriu perfil mais operacional após mudanças previstas no processo de Reestruturação da FAB. Ala 3 agregou esquadrões de diversas aviações e unidades de Infantaria e Logística.
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fesa Antiaérea (1º GDAAE), Esquadrão Laçador; o 2º Esquadrão do 1º Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) e o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canoas (DTCEA-CO), Esquadrão Coruja. “As principais atividades da Ala 3 são aquelas relacionadas aos macro processos finalísticos de geração de competências e preparo para o emprego, que correspondem aos conjuntos de atividades e tarefas por meio das quais a Organização atinge seus objetivos e cumpre a sua missão, proporcionando a obtenção, aplicação e melhoramento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários, utilizando os meios capacitados para a execução de Ações de Força Aérea específicas”, destacou o Comandante da Ala 3, Brigadeiro do Ar Arnaldo Silva Lima Filho.
Cabo Vinícius Santos / Agência Força Aérea
ponsabilidade da OM. Já toda a parte administrativa passou para o encargo do Grupamento de Apoio de Canoas (GAP-CO). Com o desdobramento da Reestruturação, o 2º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação, conhecido como Esquadrão Phoenix, que era sediado na Base Aérea de Florianópolis (BAFL), foi transferido com todo o seu acervo de pessoal e material para a Ala 3, que possui, ainda, como unidades subordinadas o 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação (1º/14º GAV), Esquadrão Pampa; o 5º Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA), Esquadrão Pégaso; o Esquadrão de Logística 3 (ELOG 3) e o Grupo de Segurança e Defesa de Canoas (GSD CO). Além disso, estão sediadas na Ala 3, mas não estão subordinadas a ela as seguintes unidades: o 1º Grupo de De-
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
Na foto acima, à esquerda, o integrantes do Esquadrão Phoenix realizam briefing de voo. Logo abaixo, militares do 5º ETA e a aeronave C-98. Na imagem à direita, membros do tradicional Grupo de Defesa Antiaérea participam de treinamento.
esquadrão Phoenix (2º/7º GAV) O Esquadrão Phoenix foi criado pela Portaria nº 298/GM3, de 11 de setembro de 1981, com sede em Florianópolis (SC). A ativação ocorreu no dia 15 de fevereiro de 1982. Responsável pela Patrulha Marítima no litoral Sul, o Phoenix trabalha em cooperação operacional com a Marinha do Brasil, ajudando na localização de pessoas, aeronaves e embarcações em emergência no mar e fazendo a vigilância do Atlântico Sul contra embarcações que estejam poluindo ou pescando ilegalmente. Atualmente o esquadrão é equipado com a aeroanve EMB 111-BM Bandeirulha Modernizado P-95BM, que conta com o radar Seaspray 5000E, que permite registrar imagens de alta resolução durante a varredura, e tem condições de detectar navios de grande porte a até 370 quilômetros de distância.
esquadrão Pégaso (5º eTA) O Esquadrão Pégaso foi criado pelo Decreto n° 60.521, de 31 de março de 1967 e ativado pela portaria R-12/ GM3, de 12 de maio de 1969. Tem por finalidade capacitar suas equipagens de combate para o emprego no cumprimento da tarefa básica de sustentação ao combate, por meio da execução de ações de Assalto Aeroterrestre, Infiltração Aérea, Exfiltração Aérea, Ressuprimento Aéreo, Transporte Aéreo Logístico, Evacuação Aeromédica e outras missões que lhe forem atribuídas. Além da aeronave C-95, que é um monoplano de asa baixa, bimotor, turboélice para o transporte de carga ou pessoal, o esquadrão também utiliza o C-97, bimotor que se destina ao transporte de passageiros e carga; e o C-98 Grand Caravan, um monoplano de asa alta, monomotor, turboélice e que se destina ao transporte de carga e pessoal.
esquadrão de logística 3 (eloG 3) Responsável pelo apoio logístico de material e pessoal no âmbito da Ala 3, com vistas à manutenção de aeronaves, à manutenção de sistemas bélicos, à gestão de suprimento aeronáutico e bélico, ao apoio de embarque e desembarque de cargas e passageiros, ao apoio de pista e ao treinamento em simuladores. Grupo de segurança e Defesa de Canoas (GsD-Co) Antigo Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Canoas (BINFAE-CO), sedia a Polícia de Aeronáutica, é responsável pelas ações de segurança das instalações militares e pela autodefesa de superfície, assim como nas diversas operações e exercícios dos Comandos Superiores, de modo a contribuir com a capacidade militar de proteção da Força e com a missão atribuída à Ala 3. Aerovisão
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ESPAÇO Lançamento do nanossatélite ITASAT, a partir dos Estados Unidos, eleva posição de autonomia do Brasil quanto ao desenvolvimento de sistemas embarcados para aplicações espaciais. Experiências partem de projetos de graduação e pós-graduação do ITA
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Divulgação SPACE X
CONHECIMENTO A FAVOR DA CONQUISTA DO ESPAÇO Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) se destaca no desenvolvimento de tecnologias espaciais e coloca em prática projetos forjados no ambiente acadêmico TeNeNTe JorNAlisTA JoNATHAN JAYme
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s exigências dos tempos modernos trouxeram o consenso dos inúmeros benefícios que a ocupação do espaço proporciona à sociedade civil e militar. Atender as necessidades estratégicas das Forças Armadas e apoiar iniciativas como ações de prevenção e atuação em grandes catástrofes ambientais, por exemplo, tornam o investimento na área espacial indispensável para o desenvolvimento em todas as esferas da coletividade. Um dos embriões do desenvolvimento da área espacial no Brasil é o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que em seus laboratórios desenvolve e aperfeiçoa competências ligadas à engenharia
aeroespacial. São ambientes e ideias que permitem um ensino prático aos alunos, na graduação e na pós-graduação, e que, ao mesmo tempo, proporcionam um enriquecimento acadêmico a favor da autonomia nacional no setor. Dentre as pesquisas que visam à aquisição da capacidade de projetar, construir e operar com autonomia instrumentos de ocupação do espaço, está o ITASAT. No final de 2018, o nanossatélite, desenvolvido pelo ITA, foi lançado da Base de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos, a bordo do foguete Falcon 9, veículo lançador. Ele levou como cargas úteis um transponder de coleta de dados desenvolvido pelo Centro
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Regional do Nordeste do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/CRN), em Natal (RN); um receptor GPS gerado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceira com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE); uma câmera comercial com resolução de 80 metros por pixel no espectro visível; e um experimento de comunicação que permite o armazenamento e posterior envio de mensagens de radioamadores. A finalidade primária do projeto era a formação de recursos humanos para o setor aeroespacial e qualificou pessoas que atualmente trabalham em instituições como o INPE e indústrias do setor aeroespacial. O ITASAT, fomentado pela Agência Espacial Brasileira, foi configurado em 2012 para o padrão CubeSat - como são conhecidos esses satélites, formados a partir de cubos com arestas de 10 centímetros -, e foi totalmente integrado para voo em 2016. O ITA foi o responsável pelo desenvolvimento da plataforma. O ITASAT
é o primeiro satélite brasileiro a levar a bordo um software de controle de atitude totalmente desenvolvido no Brasil. Com ele, a equipe de desenvolvimento do ITA ganhou maturidade para propor o desenvolvimento de uma plataforma de CubeSat para aplicação em projetos futuros e conquista da autonomia do conhecimento científico. “A grande vantagem é desenvolver e aperfeiçoar competências ligadas à engenharia aeroespacial. São conhecimentos de difícil transferência pelos seus detentores, mas que permitem ao país atingir maior autonomia nestas áreas específicas”, defende o Gerente de Projetos CubeSats do ITA, Professor Doutor Luís Eduardo Loures da Costa. Como resultado prático do projeto ITASAT, existe hoje uma plataforma disponível que pode ser adaptada para um conjunto de missões espaciais. Além disso, foi criada uma expertise para trabalhar com sistemas embarcados complexos. “Um item importante a ser enfatizado é que, com base nessa
plataforma e na experiência adquirida pela equipe, foram acordadas outras parcerias para iniciar novas missões pelo ITA”, completa o professor. Observação O bom resultado do ITASAT pode alavancar a missão SPORT, fruto de uma parceria entre o Brasil e os Estados Unidos para o desenvolvimento do monitoramento do clima espacial, em especial da observação de fenômenos e condições da ionosfera (parte superior da atmosfera terrestre) onde há formação de bolhas de plasma que levam à cintilação (efeitos atmosféricos que influenciam as características ópticas dos objetos celestes observados a partir da Terra). A cintilação afeta serviços importantes como comunicações e aeronavegabilidade. Fazem parte desta missão, pela parte Americana, a NASA, as Universidades de Utah, do Alabama, e do Texas, além da empresa Aerospace. No Brasil, a iniciativa é representada pelo Processos de desenvolvimento, montagem, integração e verificação de satélites acontecem nos laboratórios do ITA, em São José dos Campos (SP)
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ITA e pelo INPE, com recurso também da Agência Espacial Brasileira (AEB). Neste projeto, a NASA tem a gerência geral e as instituições americanas são responsáveis pelo fornecimento dos instrumentos que farão as medidas de grandezas da ionosfera que permitem predizer o seu estado antes da formação das bolhas de plasma, que se iniciam ao entardecer e finalizam antes do amanhecer. A experiência da equipe do ITA com o ITASAT permitiu que a instituição fosse eleita como a responsável pelo desenvolvimento da plataforma e pela integração de todo o satélite, cujo desenvolvimento tem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) como órgão financiador. Já o INPE fornecerá infraestrutura para montagem, integração, testes, operação do satélite, infraestrutura do segmento solo e distribuição dos dados, via portal do Estudo e Monitoramento Brasileiro de Clima Espacial (EMBRACE). Atualmente, o projeto encontra-se em fase inicial. iTAsAT-2 Em discussão para definir recursos para sua execução, o satélite ITASAT-2 terá dois propósitos principais: o monitoramento do clima espacial, formando em conjunto com a missão SPORT uma constelação para realização de medidas da condição da ionosfera, e a inclusão de um sensor de COMINT (do inglês communications intelligence), de interesse para o Exército Brasileiro para monitorar e apoiar as estratégias de Guerra Eletrônica. A proposta é que no ITASAT-2 a plataforma seja desenvolvida pelo ITA, baseada nas experiências dos projetos ITASAT e SPORT, e que as cargas úteis sejam fornecidas por instituições brasileiras, como o INPE. A área de astrobiologia (estudo da origem, evolução, distribuição e futuro da vida no universo) e medicina espacial também são elementos de pesquisa que poderão ser beneficiados em um
GARATÉA-L irá promover a união de interesses públicos e privados para que se beneficiem da revolução do acesso de baixo custo ao espaço
Desenvolvimento de experiências no ITA qualifica profissionais para o mercado e indústria espacial
trabalho encabeçado pelo ITA. A sonda GARATÉA-L tentará descobrir as reações da vida quando exposta a condições extremas do espaço. Para esse teste, colônias bacterianas e tecido humano devem ser submetidos a raios cósmicos. O nanossatélite também deverá ser usado para a captura de imagens da
órbita da lua, principalmente da bacia de Aiken, que é o lado afastado daquele satélite natural. O ITA participa nesse projeto como colaborador e tem utilizado a missão GARATÉA-L como caso de estudo em sala de aula para capacitação, considerando os desafios de uma missão em espaço profundo. Aerovisão
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Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
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Foto: Divulgação IBCt
Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
PLANEJAMENTO DE CARREIRA
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ara ter sucesso profissional não basta apenas investir em bons treinamentos, formações e no acúmulo de experiências. Construir uma trajetória exitosa é mais que isso, pois antes de tudo, é necessário fazer um bom planejamento de carreira, de modo que isso permita ao profissional, conquistar os resultados que deseja. O planejamento de carreira é uma ferramenta de orientação que possibilita aos profissionais definirem os melhores caminhos para alcançarem seus objetivos em curto, médio e longo prazo. Qual o status profissional você quer ter alcançado daqui a 5, 10 ou 20 anos? Quais são suas pretensões e os objetivos para a sua carreira? Tentar responder a essas perguntas é fundamental, especialmente considerando o famoso ditado que diz: “Para quem não sabe onde está indo, qualquer caminho serve”. Segundo pesquisa realizada pela Catho em 2014, entre os 26.459 profissionais brasileiros entrevistados, 66,8% consideram que um plano de carreira é o benefício mais importante na hora de escolher uma empresa para trabalhar. Este dado evidencia a relevância que os colaboradores dão às organizações que oferecem projeções e oportunidades claras de crescimento. Muito profissionais não entendem a importância de planejar e são levados pelas circunstâncias, comodismo e não por aquilo que querem. Com o
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José roberto marques master Coach, Presidente do instituto Brasileiro de Coaching (iBC)
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passar do tempo o desânimo e a frustração de trabalhar muito e não ser reconhecido e não ter sucesso começa a pesar sobre as pretensões de vida do profissional e, principalmente, sobre o trabalhar com satisfação. Isso é um reflexo real da falta de planejamento. Sabemos que para crescer e expandir é necessário definição
O planejamento de carreira deve ser feito por qualquer profissional, de qualquer área, que deseja ter uma vida profissional realizada. É preciso ter em mente onde está e aonde deseja chegar em sua jornada profissional. Nesse sentido, o primeiro passo é o autoconhecimento.
de metas e de qual caminho trilhar, para obter os resultados desejados. Compreender aquilo que verdadeiramente desejam é assumir o risco de crescimento e evolução, é também uma forma de não se sentir perdido. O planejamento de carreira deve ser feito por qualquer profissional, de qualquer área, que deseja ter uma vida profissional realizada. É preciso ter em mente onde está e aonde deseja chegar em sua jornada profissional. Nesse sentido, o primeiro passo é o autoconhecimento. Uma das formas de conquistá-lo é através de técnicas e ferramentas específicas em que um Coach conduz o Coachee (cliente), no caso o profissional em questão, a enxergar seus reais anseios a curto, médio e longo prazo. Além disso, durante o processo é possível identificar tendências comportamentais, bem como capacidades natas, habilidades desenvolvidas e competências que devem ser aprimoradas. A partir daí, o profissional é estimulado a desenvolver um planejamento de carreira, desdobrando ações e metas que deve realizar, bem como eliminar as distrações, crenças limitantes e tudo aquilo que sabota o alcance do seu objetivo. Lembrando que todo esse planejamento deve estar alinhado com anseios pessoais. Com um planejamento em mãos é possível visualizar melhor os passos, o investimento, tempo e tudo que envolve seu preparo para chegar aonde deseja.