Notaer junho 2017

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www.fab.mil.br Ano XL

Nº 6

junho, 2017

ISSN 1518-8558

õ Baloes colocam em ã risco a aviaçao Saiba como denunciar e reportar um ã (Pags. avistamento de balao 8 e 9) á

Ú SAUDE

Conheça as principais õ alteraçoes da nova norma ê ã de assistencia para prestaçao á 7) médico-hospitalar (Pag.

CAN

Saiba como a Sargento Graciene encontrou o pai ó 37 anos graças ao Correio apos Aéreo Nacional (Pag. á 10)

BUSCA E SALVAMENTO Veja expectativa do Esquadrao ã Pelicano com a chegada de duas novas aeronaves SC-105 Amazonas (Pag. á 13)


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CARTA AO LEITOR

Expediente

Passado, presente e futuro Vestir o azul é conviver com as glórias do passado, os desafios do presente e trabalhar por um futuro cada vez melhor. A edição de junho do NOTAER traduz claramente essa nossa rotina. Nela comemoramos o começo de tudo, o aniversário do Correio Aéreo Nacional, quando audazes aviadores deram ao Brasil as primeiras mostras do caráter arrojado de uma Força Aérea, bem como da importância de se interligar um País continental por via aérea. Fundamentados em glórias como essa, seguimos nos desafios do presente, oferecendo à ONU três modelos de aeronaves da FAB para novas missões de paz, depois de experiências extremamente válidas, como o Haiti. Também já estamos com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações

posicionado a 36.000 km de altitude, e em breve ele será fator importante de soberania, ao proporcionar total segurança em nossas comunicações militares. E a Busca e Salvamento recebe o moderno SC-105, inaugurando uma era de operacionalidade ainda mais elevada para essa renomada aviação na FAB. Mas quando se fala de futuro, e como tem sido praxe em nossos produtos, as atualizações da FAB sempre são destaque. O trabalho do COMGEP em prol da melhoria e da otimização dos serviços de saúde ganha relevância em nossas páginas, trazendo mais esclarecimentos a todo o nosso público sobre as inovações nessa área. Finalizando, exalto o resultado da campanha de alerta

ao risco baloeiro. Capa desta edição, essa campanha ocupou significativo espaço em nossas mídias sociais, nosso site e publicações. Foram muitas reuniões de modo a gerar diversos produtos a serem compartilhados com vários outros órgãos federais, estaduais e municipais, além de entidades civis. Esperamos que ao percorrer as páginas de nosso trabalho, todos tenham a mesma satisfação que temos ao produzir esse material para vocês, nossos leitores. E não custa nada lembrar que estamos sempre “na escuta” no faleconosco@fab.mil.br para as suas críticas e sugestões. Boa Leitura! Brig Ar Antonio Ramirez Lorenzo Chefe do CECOMSAER

Clone do Whatsapp neste chip. Após o controle da linha telefônica, o atacante poderia ativar o WhatsApp alvo, cuja forma de verificação se dava apenas por um código enviado via SMS. Este acesso permitia que o autor da fraude transitasse por backups, fotos, históricos de conversas e se passasse pela vítima para entrar em contato com seus conhecidos. Várias vítimas relataram ter feito transferências bancárias, pensando estarem conversando com os donos reais das contas. As versões mais recentes do aplicativo oferecem um recurso complementar que visa proteger o usuário de casos semelhantes, a chamada “verificação em duas etapas”. Esta verificação é um

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo. Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf. Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador José Frederico Júnior. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Rodrigo José Fontes de Almeida. Editores: Tenentes Jornalistas Emília Maria (MTB 14234RS) e Evellyn Abelha (MTE 973MS) Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Suboficial Ramos, Sargentos Linares, Lucemberg, Polyana e Cabos M. Gomes e Pedro. Tiragem: 18.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Os aplicativos de mensagens instantâneas estão cada vez mais populares e, por consequência, vêm se tornando uma das principais formas de comunicação entre as pessoas. A popularização destes meios acaba também atraindo as atenções de criminosos que buscam explorar novos nichos. Em fevereiro deste ano, foi amplamente divulgado um golpe que clonava as contas de um deles, o WhatsApp. O referido golpe consistia na utilização de um Sim Card para ativação da conta da vítima. De posse de um chip vazio, o enganador contava com a colaboração de um funcionário de uma operadora de celular que desativava um número real e o ativava

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.

recurso opcional oferecido por diversos serviços de Internet como webmail, redes sociais e armazenamento em nuvem. Ao habilitá-la, o usuário aumentará a segurança da sua conta. O tipo de verificação usado pode variar de acordo com o serviço acessado e comumente utiliza-se de algo que apenas o usuário saiba ou possui. No caso do WhatsApp, esta verificação não é enviada por mensagem SMS, tornando ineficaz a clonagem de chip e pode ser ativada nas configurações de conta do aplicativo. Além deste tipo de verificação, outras medidas de segurança podem ser aplicadas como nunca atender pedidos de depósito apenas por aplicativos de mensagens. Se algum conhecido

solicitar ajuda através de mensagem, o correto é ligar para o solicitante ou conversar pessoalmente, para ter certeza que se trata de um pedido real. Além deste golpe, há diversos outros que circulam pelos aplicativos e que requerem atenção, como as supostas possibilidades de mudar de cor e as persistentes notícias de bloqueio ou cobranças que serão aplicadas, caso determinadas atitudes não sejam tomadas. É prudente tomar cuidado com o que se compartilha e, principalmente, com o que se recebe de outros, sempre verificando as informações através de meios confiáveis. (Centro de Inteligência da Aeronáutica - CIAER).

Impressão e Acabamento: Viva Bureau e Editora

Errata

No texto do Caça Palavras da edição nº 5 de 2017, leia-se: “...juntamente ao Exército e à FORÇA AÉREA DO EXÉRCITO AMERICANO.”


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PALAVRAS DO COMANDANTE

Compromisso em primeiro lugar Chegamos à metade de 2017. O ano está passando rápido e as transformações da FAB também caminham a passos largos. Isso porque, nesses intensos seis primeiros meses do ano, tivemos um efetivo comprometido com a proposta de reestruturação apresentada há cerca de um ano e meio, quando foi assinada a Concepção Estratégica Força Aérea 100. O comprometimento é um dos valores que permeiam nossas ações todos os dias. Vestimos nossa farda e nos colocamos a serviço da nação. Abdicamos do conforto de nossos lares e de momentos preciosos do convívio familiar e social para nos dedicarmos à soberania brasileira e à integração do vasto território Nacional. E o que nos move a passar por cima de tantos percalços, ainda mais em meio ao delicado momento pelo

qual passa o Brasil nas áreas política e financeira? A resposta está no fato de termos escolhido a FAB para ajudar a construir um País melhor, pelo sentimento de patriotismo que nos impulsiona a fazer uma nação de brasileiros e brasileiras orgulhosos do local onde nasceram e vivem. Não escolhemos porque seria fácil, mas sim pelo desafio diário que temos de levar o Brasil ao mais alto patamar de excelência. Como bons militares que somos, sabemos que só há um caminho para chegarmos lá: a árdua labuta. Recentemente o Comando da Aeronáutica participou de audiências no Congresso Nacional, e na fala dos representantes da Câmara e do Senado ficou claro o reconhecimento do quanto nosso trabalho é importante

para a sociedade e o quão confiável as Forças Armadas são. Temos uma tarefa a cumprir: honrar essa confiança. Não importa as adversidades, continuaremos a executar nosso trabalho de forma exemplar. E isso é comprometimento. Esse valor tão consolidado na carreira militar não poderia estar mais bem representado do que em nossa campanha institucional. A cada mês um tema contendo missão, visão, valores e objetivos da FAB é abordado. No mês de junho, o mote da campanha é justamente o comprometimento. E uma frase traduz esse valor em primeira pessoa. “Eu me comprometo inteiramente ao cumprimento da missão, buscando soluções e enfrentando os sacrifícios. Eu sou FAB!”. E juntos, somos Brasil! Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica

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ESPAÇO

Primeiro satélite geoestacionário brasileiro já está em órbita

Ten JOR Gabrielli Dala Vechia Quinta-feira, 4 de maio de 2017, 18h51. Olhos atentos acompanhavam, do Brasil, da França e da Guiana Francesa, o sucesso da decolagem do Ariane 5, veículo que colocou em órbita o primeiro satélite geoestacionário brasileiro - o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).

“É uma vitória do Brasil e dos brasileiros”, resumiu o presidente Michel Temer, que acompanhou o lançamento, de uma sala nas dependências do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) - em Brasília (DF), junto com o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato; o Ministro da Defesa, Raul Jungmann; o Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações,

Gilberto Kassab; o Presidente da Telebras, Antônio Loss; e o Comandante do COMAE, Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira. Fabricado pela empresa francesa Thales Alenia Space e lançado a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o satélite irá garantir a soberania e independência nas comunicações militares e governamentais. Antes, elas

tramitavam por satélites de outros países. “Esse foi o maior investimento na área espacial da última década. O equipamento também será utilizado para reduzir o ‘apartheid’ digital que prejudica os brasileiros moradores de regiões mais afastadas dos grandes centros, levando a possibilidade de conexão de banda larga”, explicou Jungmann. A previsão é que até o dia 16 de junho, o controle

do satélite passará, definitivamente, para as mãos dos brasileiros. Dentro do COMAE, foi montada uma estrutura - o Centro de Operações Espaciais Principal (existe um centro secundário na cidade do Rio de Janeiro) onde atuam militares e civis no controle do satélite, 24 horas por dia, 7 dias da semana. “Esse satélite nos coloca em um novo patamar de ciência e tecnologia”, disse o Tenente-Brigadeiro Rossato.

Entenda Início do lançamento 4

de

maio,

às

18h51*

Lançador de satélite, denominado Ariane 5, colocou em órbita o SGDC. No mesmo lançamento, também levou o satélite KOREASAT. Esse tipo de foguete, de origem francesa, já foi lançado mais de 90 vezes.

Porém, o sucesso só pode ser constatado 25 minutos depois, quando aconteceu a finalização do segundo estágio do foguete. O Ariane 5 colocou o satélite em órbita baixa. O SGDC precisou de 5 dias para, com seu próprio combustível, chegar à órbita geoestacionária - a 36 mil km de distância da Terra.

Após a chegada à órbita geoestacionária, serão, no máximo, mais 30 dias, para que a fabricante realize os chamados testes orbitais e, após certificar que está tudo em pleno funcionamento, passar o controle para os brasileiros. Isso tudo deve ocorrer até 16 de junho.

Depois disso, serão 18 anos de vida útil do satélite em prol do Brasil. (*hora de Brasília, que é o mesmo fuso de Kourou, na Guiana Francesa)


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MISSÃO DE PAZ

Ten JOR Cynthia Fernandes

Esquadrões da FAB se candidatam para missões da ONU Comitiva da Organização das Nações Unidas avaliou os modelos de aeronaves ofertados pela FAB para atuar em missões de paz

“Sou voluntária com muito orgulho. Assim que soube da notícia, fiquei super animada.” Tenente Déborah de Mendonça Gonçalves, do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), piloto do helicóptero Black Hawk.

Orgulho. Assim é definida a emoção de centenas de militares da Força Aérea Brasileira com a possibilidade de aeronaves militares serem empregadas em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018. “Sou voluntária com muito orgulho. Assim que soube da notícia, fiquei super animada,” declara a Tenente Déborah de Mendonça Gonçalves, do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), piloto do helicóptero Black Hawk. Cinco aeronaves foram disponibilizadas pela FAB. São elas: um avião cargueiro C-105 Amazonas, dois caças A-29 Super Tucano e dois helicópteros H-60 Black Hawk. Todos os esquadrões operacionais da FAB que operam estas aeronaves estão cotados para formar um grupo a ser empregado nos países em situação de crise definidos pela ONU. No final do mês de abril, uma comitiva da ONU visitou os esquadrões Harpia (7º/8º GAV), Arara (1º/9º GAV), localizados em Manaus (AM), e o Grifo (2º/3º GAV), em Porto Velho (RO). A decisão de escolher unidades aéreas na Região Norte do País foi uma questão logística, que não impede que demais esquadrões que operem as aeronaves sejam convocados. Segundo o Tenente-Coronel Cláudio Faria, Comandante do Esquadrão Onça (1º/15º GAV) - unidade aérea que também emprega o C-105 Amazonas, pode haver seleção de pilotos e tripulantes de esquadrões diferentes. “O objetivo é somar as habilidades individuais de cada esquadrão em benefício de um grupo maior a ser montado. Por exemplo, no caso dos (helicópteros) Black Hawk, há dois esquadrões em condições semelhantes em que os pilotos e tripulantes podem ser unidos formando um grupo”, explica. Doze países em situação de conflito fazem parte da lista da ONU, como Chipre, Líbano, República Centro-Africana e República Democrática do Congo. Por questões logísticas e de risco, quatro desses como Sudão do Sul e Mali tiveram baixa aceitação depois de avaliação minuciosa do Ministério das Relações Exteriores e da Defesa. O Major Dailo Gonçalves de Aquino Júnior, representante da equipe da FAB durante a vistoria, explicou que existe um processo com inúmeras etapas, e a previsão é de que as aeronaves da FAB, caso sejam aprovadas, possam ser empregadas no segundo semestre de 2018. “Numa previsão otimista e célere, o emprego deve acontecer no segundo semestre de 2018”, afirmou.


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INTEROPERABILIDADE

na sa e o f c e D fo a m d o o as c i ç r s r é t o o s n Mini eta 18 a de das F pl ida l m i o b c a er p o r inte

Operações em conjunto buscam sinergia e geram benefícios para as Forças Armadas Asp REP Nara Lima

Marco da interoperabilidade Vale mencionar que a primeira grande ação integrada que marcou a interoperabilidade das forças foi o projeto HX-BR, em 2015. A aquisição dos helicópteros H225M, transferência de tecnologia, bem como a capacitação das indústrias e especialização de recursos humanos foram os objetivos do projeto. Em face da evolução da interoperabilidade, o MD desenha novas ações para o fortalecimento da defesa nacional. Na visão do Tenente-Coronel Lins, as perspectivas para os próximos anos são operações focadas no campo espacial e no ambiente cibernético, com a atuação cada vez mais integrada e sinérgica da Marinha, Exército e FAB.

Em seus 18 anos de atuação, o Ministério da Defesa (MD) é responsável por coordenar a atuação das Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica. A capacidade das Forças operarem em conjunto, conhecida como interoperabilidade, contribui para o avanço da defesa do País ao possibilitar que diferentes habilidades trabalhem para o fim comum. O projeto mais recente, que envolve as três Forças, é o controle do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações

Estratégicas (SGDC). A coordenação está a cargo do Comando de Operações Aeroespaciais da FAB com a contribuição direta da Marinha e do Exército. A operação tanto desenvolve novas capacidades de comando, controle e comunicações, como proporciona benefícios para cada Força, buscando maior eficiência e eficácia. Da mesma maneira, o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), criado em 2016, reforça a interoperabilidade não só entre as Forças Armadas como também entre

diversas instituições. Focado no controle, preservação e repressão de delitos, o PPIF visa coordenar e articular as ações de órgãos de segurança pública, inteligência, Fazenda, Receita Federal, autoridades de municípios fronteiriços e de países vizinhos. Em concordância, o Tenente-Coronel Aviador Ricardo Gonçalves Lins, que atua na Chefia de Operações Conjuntas do MD, afirma que o programa pretende congregar esforços de diversas agências em prol de uma maior eficácia no controle das fronteiras brasileiras.

O militar ressalta que as Forças Armadas precisam estar prontas para operar em uma gama de situações e o trabalho conjunto é a ferramenta que permitirá alcançar tal versatilidade por meio das operações conjuntas. “Como cada força armada possui particularidades de emprego, ao unir esforços, novas ações são geradas. A interoperabilidade proporciona a oportunidade de potencializar a capacidade de cada força, assim como, minimizar as deficiências, buscando a sinergia nas ações conjuntas”, acrescenta.


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SAÚDE

FAB tem nova norma para prestação de assistência médico-hospitalar Ten JOR Evellyn Abelha Em 2017, o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) aprovou a edição das Normas para Prestação da Assistência Médico-Hospitalar no Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU). A NSCA 160-5 traz alterações em relação aos contribuintes e beneficiários do Fundo de Saúde da Aeronáutica (FUNSA). “O objetivo é que possamos deixar claro quem são os beneficiários. Com as alterações da NSCA, a nossa expectativa é identificar o grande número de usuários que, na antiga legislação, tinham direto de ser atendidos e hoje não têm mais.Um exemplo são os familiares de militares que não estavam classificados nas condições de dependência e beneficiário, mas que eram atendidos indenizando 100% do valor da tabela da FAB”, esclarece o Comandante Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez. O oficial-general também explica que, com a medida, haverá maior agilidade e disponibilidade para os atendimentos, além de trazer economia de meios e recursos, reduzindo até mesmo os atendimentos em hospitais credenciados. “Estamos buscando soluções que visem ao melhor atendimento dos usuários e envidando esforços para minimizar os problemas dessa aérea. Não é

um trabalho fácil, é desafiador. Mas estamos empenhados em adequar a gestão para que tudo ocorra da melhor forma possível”, reforça. Veja as principais alterações previstas na norma: - Quem são os contribuintes para o Fundo de Saúde da Aeronáutica? Os militares e os beneficiários da pensão militar de 1ª e 2ª Ordem de prioridade previstos nos itens I e II, do Artigo 7º da Lei nº 3.765, de 4 de maio de 1960 (Lei da Pensão Militar), enquanto estiverem mantidas as condições de dependência em relação ao militar. Os de 1ª ORDEM são: o cônjuge ou companheiro viúvo, ex-cônjuge ou ex-companheiro (pensionado), filhos, enteados e menores sob guarda, de ambos os sexos até completarem 21 anos ou 24, se estudantes, ou ainda se inválidos, enquanto durar a invalidez. Os de 2ª ORDEM são: a mãe e o pai que comprovarem dependência econômica do militar. - Alteração na terminologia A nova Norma altera para “Beneficiários do FUNSA” aqueles que contribuem para o FUNSA e arcam com 20% do valor de seu atendimento no SISAU. Já os que não contribuem para o FUNSA são “Beneficiários da Assistência Médico Hospitalar (AMH)” e arcam com 100% das despesas.

- Alteração em relação às filhas mulheres na nova norma A filha e a enteada maiores de 21 anos de idade, menores de 24 anos, não estudantes, desde que solteiras e que não recebam remuneração, deixam a condição de beneficiárias do FUNSA e passam a ser beneficiárias exclusivas da AMH, assim também como a filha e a enteada maiores de 24 anos de idade, solteiras e que não recebam remuneração. Em ambos os casos, passam a utilizar os serviços da Organização de Saúde da Aeronáutica (OSA), porém, indenizando 100%. - Comprovação do estado civil das dependentes Com a nova NSCA, a Certidão de Nascimento atualizada passou a fazer parte da documentação comprobatória para inclusão das dependentes que precisam comprovar o estado civil “solteira”. As Organizações Militares de vinculação do militar passam a exigir a Certidão de Nascimento atualizada, devendo essa ter, no máximo, 180 dias de expedição pelo cartório de registro civil. - Contribuição dos soldados para o FUNSA A contribuição passa a ser obrigatória para os soldados a partir do 1º engajamento, ou seja, após o serviço militar obrigatório, permitindo aos soldados a inclusão de esposa ou companheira, filhos e enteados. - Esclarecimento sobre

a Pensão do INSS ou a Pensão Militar ser considerada como remuneração Até a publicação da NSCA, era possível incluir dependentes que tinham algum tipo de benefício, como pensão por morte, não sendo considerado “remuneração”. Após parecer da Consultoria Jurídica do Comando da Aeronáutica (COJAER), ficou estabelecido que devem ser considerados “remuneração” os rendimentos provenientes de aposentadoria, de pensão por morte e de pensão militar. Entretanto, os benefícios oriundos de assistência social, concedidos nos termos da Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS) não são considerados como remuneração, por não se tratarem de renda proveniente de trabalho assalariado. - Recadastramento dos dependentes O cônjuge ou companheiro, uma vez incluído, fica cadastrado como beneficiário contribuinte do FUNSA até que o(a) militar solicite sua exclusão por interesse particular, morte ou dissolução do casamento ou união estável, ou a mudança de situação

para ex-cônjuge ou ex-companheiro pensionado. Para os filhos ou filhas menores de 21 anos, uma vez incluídos, ficam cadastrados como beneficiários até a data em que completarem 21 anos. No caso de filho ou filha inválidos ou interditos, o recadastramento se dará a cada 5 anos. Para todos os demais dependentes, o recadastramento permanece anual. - Contribuição para o FUNSA do militar em missão no exterior O militar em missão permanente ou transitória no exterior, com mudança de sede, continua a contribuir mensalmente para o FUNSA até o seu retorno ao território nacional. - Contribuição dos Ministros do Superior Tribunal Militar para o FUNSA O Oficial-General da Aeronáutica, nomeado Ministro do Superior Tribunal Militar, passa a contribuir para o Fundo de Saúde da Aeronáutica, com direito à assistência à saúde prestada pelo SISAU para si e para os seus dependentes cadastrados. Cabe à DIRSA informar ao STM, via cadeia de comando, os valores referentes à contribuição mensal obrigatória.


REPORTES DE BALÕES POR ESTADOS

2016

307 307 São Paulo

117 Rio De Janeiro

Denunciar a soltura de balões ajuda a prevenir acidentes Ten JOR Flavio Nishimori Ten JOR Raquel Sigaud Com a chegada do mês de junho, aumenta a prática de soltar balões por todo o Brasil. De acordo com o estabelecido no art. 261 do Código Penal Brasileiro, soltar balões é uma prática que pode ser enquadrada como criminosa por colocar em risco aeronaves, dificultando ou até inviabilizando a navegação aérea. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) afirma que, nesta época do ano, as ocorrências de avistamentos chegam a aumentar em até 75%. A responsabilidade da Aeronáutica nesse assunto é a prevenção de acidentes. De acordo com o assessor de gerenciamento do Risco Baloeiro do CENIPA, Coronel Aviador da reserva Antônio Heleno da Silva Filho, a conscientização sobre o problema é essencial. “À medida que trocamos informações e atuamos juntos nas campanhas de conscientização da população e até dos grupos de baloeiros, a gente interage com esses órgãos, fazendo ação coordenada no sentido de divulgar o risco que a atividade traz à aviação”, relata. Na esfera da Aeronáutica, medidas vêm sendo adotadas para minimizar o problema. O CENIPA, por exemplo, mantém o programa

de Risco Baloeiro, criado com o intuito de coletar informações sobre eventos que envolvam balões livres, de ar quente, não tripulados. “A finalidade da ferramenta disponível no site do CENIPA é gerar um banco de dados das ocorrências de maneira a direcionar as ações de prevenção e divulgação para as regiões mais afetadas do País”, explica o Coronel Heleno. De outro lado, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) também está atento para a problemática envolvendo os balões não tripulados. Além de participar do programa de Risco Baloeiro, o DECEA faz parte de um grupo específico criado na Secretaria da Aviação Civil para gerenciar a questão.

54 Paraná

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Outros Estados

121

103 93

Denuncie

Qualquer cidadão, assim como autoridade aeronáutica, pode requisitar o auxílio da força policial (por meio do contato 190) para a detenção dos presumidos infratores que ponham em perigo a segurança pública, pessoas ou coisas, nos limites do disposto no art. 290 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA).

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Guarulhos

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Outros


Desde 2013, o número de reportes mais que dobrou em São Paulo e no Rio de Janeiro Rio de Janeiro

São Paulo

2016

307

117 2015

189 88

2014

206 79 2013

135 38

1

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51 27

32

25 Reportar avistamento

G I

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Galeão

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Congonhas

C

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B

Curitiba

S D U

Santos Dumont

Toda pessoa que avistar um balão na rota de aeronaves pode comunicar ao CENIPA. Basta acessar www.cenipa.aer.mil.br, na aba Risco Baloeiro, opção Formulário Online.

Acesse o formulário

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CORREIO AÉREO NACIONAL

Com ajuda do CAN, sargento da FAB encontra o pai após 37 anos Asp JOR Aline Fuzisaki No ano em que comemora 86 anos, o Correio Aéreo Nacional (CAN) continua atuando como forte instrumento de integração entre a população brasileira. E foi em uma dessas missões, no Norte do País, que o Esquadrão Guará (6º ETA), em coordenação com o Posto do CAN de Brasília, proporcionou o encontro da Sargento Graciene Constâncio de Lima com o pai, após 37 anos de espera. “Foi por meio de uma reportagem sobre o Rio Amazonas que a sargento, do Grupamento de Apoio do Distrito Federal (GAP-DF), descobriu o paradeiro do pai. Genivaldo Constâncio Lima, de 73 anos, estava vivendo em uma comunidade ribeirinha localizada a mais de mil quilômetros de Manaus (AM), percurso que só é possível ser realizado por rio, em uma viagem de balsa que dura quatro dias. Ao localizá-lo, a Sargento logo pensou em como a FAB poderia ajudá-la a encontrar o pai que ela nunca havia conhecido. “Quando descobri onde meu pai estava, conversei com o 6º ETA e o Grupo de Transporte Especial (GTE), os dois ficaram monitorando os voos, alguma oportunidade, via CAN, para trazer meu pai de volta pra casa”, conta a militar. O Tenente Breno Rodrigues de Souza era um dos pilotos do voo que levou Genivaldo de Manaus para Brasília. “Inicialmente, nossa missão era levar material para uma equipe na região amazônica. Um pouco antes do embarque, ficamos sabendo que no retorno para Brasília traríamos o pai da Graciene. Imediatamente, a tripulação quis concretizar esse transporte do pai dela. Ficamos ansiosos para presenciar o encontro e foi emocionante, uma sensação muito boa, porque, após uma missão corriqueira de transporte de material, nós conseguimos carregar uma história”, relembra o militar. O voo que proporcionou o encontro da Sargento Graciene com o pai aconteceu em janeiro deste ano e vai ficar registrado para sempre na memória. “Eu o conheci quando ele saiu do avião. Foi o primeiro abraço que dei no meu pai durante minha vida. E sem o empenho do 6º ETA, nada teria acontecido, eles foram os responsáveis por toda a mobilização”, reconhece.

86 anos integrando o Brasil O ano era 1931. No dia 12 de junho, os Tenentes Casemiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavénère-Wanderley, da Aviação Militar, decolaram do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, a bordo de um avião Curtiss “Fledgling”, em direção a São Paulo. A missão era entregar um malote com duas correspondências à sede dos Correios e Telegráfos. Idealizado pelo General José Fernandes Leite de Castro, Ministro da Guerra, e sob o comando do então Major Eduardo Gomes, o Correio Aéreo Militar expandiu-se pelo interior do País e foi um marco na aviação e na integração nacional. A ideia era criar rotas com destino a lugares isolados do Brasil. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, houve a fusão dos Correios Aéreos Militar e Naval, resultando no Correio Aéreo Nacional. Nos anos 50, para atender as linhas da Amazônia, foram incorporados à frota os aviões-anfíbios CA-10 Catalina. “Era a minha aeronave preferida por suas características de operação aquática”, recorda o Coronel Aviador da Reserva Carlos José Pöllhuber que possui 11.500 horas de voo pela FAB. Além do Catalina, o militar também pilotou as aeronaves C-47 Douglas, C-115 Búfalo e C-95 Bandeirante em suas missões no CAN.


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Variedade do serviço da Aviação de Transporte na FAB

AVIAÇÃO DE TRANSPORTE

Militares aviadores da FAB revelam experiências em missões humanitárias Asp JOR Raquel Timponi “Saímos de Manaus (AM) com destino a Medellín, na Colômbia. De volta ao Brasil, outra equipe do esquadrão assumiu a aeronave e seguiu até o velório, em Chapecó (SC). O resgate envolveu três aviões C-130 Hércules. Minha incumbência foi acompanhar a Defesa Civil colombiana no embarque de cerca de 20 urnas funerárias e conferir as certidões de óbito dos jogadores”. O depoimento é do Capitão Rafael Portella Santos, piloto de C-130 Hércules, do Esquadrão Cascavel (1º GTT), ao contar sua experiência na Aviação de Transporte. No mês em que se comemora o Dia da Aviação de Transporte, o NOTAER selecionou histórias de profissionais sobre missões de ajuda humanitária.

Emoção no transporte em ajuda às causas humanitárias

O serviço de aviação de transporte existe desde a criação da Força Aérea Brasileira, em 1941. No segmento, a FAB atua em diversas atividades que atendem todo o País, como: segurança, transporte de cargas, de enfermos, Correio Aéreo Nacional (CAN), apoio às aviações de caça, helicóptero, patrulha e reconhecimento. Além disso, executa ressuprimento aéreo, lançamento de paraquedista, transporte de autoridades e também de órgãos para transplantes. Cada missão exige um tipo específico de aeronave, conforme salienta o Tenente Aviador Renan da Silva de Souza, do Esquadrão Carcará (6º ETA). “Alguns dos pré-requisitos técnicos devem ser observados para a escolha, como o tipo de missão, o tempo necessário para o cumprimento, o modelo de aeronave e o local do apoio prestado, de acordo com as características da pista”, informa.

A logística do transporte na ajuda humanitária ao Haiti

Entre as diversas missões vivenciadas pelo Capitão Portella, em seus 17 anos de atuação na FAB ele destaca as três mais relevantes. Transporte das vítimas da Chapecoense - novembro de 2016 “Sabemos que somos sujeitos a várias situações inerentes a nossa atividade. O traslado das vítimas do time da Chapecoense foi uma triste, mas importante missão. O que nos motivou foi saber que muitas famílias e parentes precisavam daquele retorno. Focamos em fazer o melhor que podíamos no cumprimento da missão”. Combate ao incêndio no Chile - janeiro de 2017 No caso específico do Chile, optamos por atuar de forma concentrada no combate ao incêndio por voo, em regiões próximas às populações. O incêndio estava descendo a montanha, quase atingindo uma pequena vila na cidade de Dichato. Com o jato concentrado, conseguimos controlar e impedir que o fogo chegasse às casas”, conta emocionado. “Quando saíamos para o mercado ou restaurante, a população nos abraçava, falava sobre o C-130 Hércules, nos agradecia. Foi muito gratificante”, revela. Enchentes no Peru - março e abril de 2017 No Peru, uma das regiões mais atingidas com alagamentos foi Piúra. Como eram muitos desabrigados, adaptamos a aeronave, de forma alternada, para o transporte de pessoas e mantimentos. Nos sobrevoos, víamos casas alagadas, estradas interditadas. Levávamos mantimentos e, quando retornávamos para Lima, a gente trazia passageiros, para que pudessem ter uma assistência melhor.

Outra história impactante foi a vivenciada pelo Brigadeiro do Ar Mozart de Oliveira Farias, Comandante da Ala 11 no Rio de Janeiro. Ele era piloto do Esquadrão Corsário (2º/2º GAV) e atuou no controle logístico da operação de transportes no terremoto do Haiti, em 2010. O oficial-general conta como aconteceu o início da missão do terremoto. “Partíamos para uma missão rotineira, no dia 12 de janeiro de 2010. Eu era o comandante da aeronave Boeing KC-137 e faria um voo direto do Rio de Janeiro até Porto Príncipe. Quando sobrevoávamos o mar do Caribe, recebemos a informação sobre o terremoto no Haiti. A partir daquele dia, teria início a ponte aérea Brasil-Haiti de ajuda humanitária, durante os quatro primeiros meses do ano de 2010”, relembra. A respeito da logística de transporte para a operação no Haiti, o Brigadeiro Mozart explica como ocorria o planejamento. “Trabalhávamos em turnos, para não interromper o fluxo de saída dos C-130 Hércules e do KC-137 - aeronaves escolhidas devido à característica de velocidade, para facilitar a chegada ao local do desastre. Na época, o Centro do Correio Aéreo Nacional (CECAN) passou a ser o principal órgão logístico responsável pelo recebimento, montagem do material para embarque e desembarque das cargas. Transportava-se de tudo. Desde água, medicamentos, roupas, comida e até equipamentos sanitários. Foram enviadas aproximadamente 2 mil toneladas de carga, além do transporte do Hospital de Campanha da FAB”, conta. Ao final da participação, a Força Aérea cumpriu cerca de 200 missões.


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AVIAÇÃO DE RECONHECIMENTO

Aviação de reconhecimento na busca pelo Air France 447 “No dia 1° de junho de 2009, o Esquadrão Guardião foi acionado para integrar as equipes de buscas pelo Air France que decolou do Galeão com destino a Paris. A tripulação tinha o grande desafio de encontrar vestígios da aeronave em uma área de 1.019.548 km², 10 vezes o estado de Pernambuco. Estávamos correndo contra o tempo e as condições climáticas não favoreciam as buscas visuais. Foi em uma decolagem do R-99 que a tripulação, por meio do Radar de Abertura Sintética, identificou objetos metálicos e não metálicos no Oceano Atlântico, a cerca de 800 km de Fernando de Noronha. Os pontos foram repassados às aeronaves C-130 Hércules e C-105 Amazonas que, na manhã seguinte, confirmaram a presença de uma mancha de combustível e avistaram uma poltrona na água. Após confirmação, as coordenadas foram repassadas à Marinha para recolhimento e traslado para o continente do material localizado. A vontade de ajudar era nosso combustível para os voos de busca diurna e noturna. O que eu gostaria mesmo era poder encontrar as pessoas com vida, mas sinto orgulho por prestar algum auxílio às famílias das vítimas”. Relato do Sargento Ademir Bruno dos Santos, Operador do Radar de Abertura Sintética da aeronave R-99 que localizou os destroços do Air France 447.

V) GA

HISTÓRICO

º /6 (1º

Rastreamento minucioso de dados de inteligência e monitoramento de áreas de interesse. Essas são algumas das atividades realizadas pela Aviação de Reconhecimento da Força Aérea Brasileira. A bordo das aeronaves, câmeras, sensores e radares são os olhos da FAB que, do alto, auxiliam na detecção de ameaças e na proteção do território brasileiro. Concentrados nas regiões Sul e Centro-Oeste do País, conheça o trabalho dos militares dos quatro esquadrões especializados em reconhecimento aéreo que atuam desde a área tática até a vigilância da Amazônia.

á seis meses, foi transferido de Recife (PE) para a Ala 2, em Anápolis (GO). Opera a aeronave R-35A que executa Reconhecimento de Alvo, como pistas de pouso clandestinas, hidrelétricas entre outros; e Aerolevantamento, utilizando o sensor para o imageamento de uma área, e não apenas um alvo específico. “O Aerolevantamento é muito utilizado por órgãos municipais, estaduais e federais para atualização de mapas, banco de dados e serviços de segurança pública”, esclarece o Comandante do Esquadrão Carcará, Tenente-Coronel João Gustavo Lage Germano. Já o R-35AM utiliza um sensor de Medida de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE) para realizar missões com a captação de sinais de radares, embarcados ou não, capacitando os setores responsáveis a alimentar uma biblioteca de dados a fim de fornecer esses dados aos vetores que utilizem Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).

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Asp JOR Patrícia Meyer

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Conheça os esquadrões que são os olhos eletrônicos da FAB no céu do Brasil Ten JOR Evellyn Abelha

Es qu a a única unidade da FAB que tem por missão principal o reconhe- dr ão cimento tático. A atividade objetiva fornecer informações opor-

É

tunas e atualizadas às forças amigas, referentes à disposição, composição e Po ke movimentação das forças inimigas, instalações, emissões eletrônicas, condições r( meteorológicas e outros aspectos que possam interessar a um Comando de Teatro 1º/ de Operações. 10 A unidade opera as aeronaves A-1 (AMX) e também cumpre as missões de Controle Aéreo ºG Avançado, Supressão de Defesa Aérea Inimiga, Ataque e Apoio Aéreo Aproximado. A

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pera as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) RQ-450 e dr ão RQ-900. É o único esquadrão da FAB a trabalhar com aviões não tripulados. A missão do Hórus é capacitar seu efetivo em Ações de Hó Reconhecimento Aéreo, Vigilância de Área, Controle Aéreo Avançado e Posto ru s de Comunicações no Ar. As atividades são empregadas em operações singulares, (1º conjuntas ou interagências. “Dentro deste rol estão as missões próprias da Força Aérea; /1 missões em proveito da Marinha e do Exército na segurança das fronteiras; e em suporte a 2º outras instituições governamentais; podendo atuar em áreas de segurança pública, controle GA de desmatamento, suporte à defesa civil e apoio à segurança em grandes eventos”, detalha o V) Comandante do Esquadrão Hórus, Tenente-Coronel Sandro Bernardon.

Es qu ad oi ativado para apoiar o Sistema de Vigilância da rã Amazônia (SIVAM). É responsável pelo planejamento, o execução e supervisão das missões de Sensoriamento Remoto,

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G

ua Reconhecimento Aéreo e Controle e Alarme Aéreo Antecipado. rd Utiliza a aeronave R-99 que possui sistemas capazes de realizar imaiã o geamento de perímetros ou objetos terrestres, como áreas de queimadas e (2 desmatamento, auxiliando os órgãos de fiscalização ambiental. Já a aeronave º/ E-99 é equipada com radares que possibilitam identificar a localização de aerona6º ves suspeitas que estejam cruzando o espaço aéreo brasileiro, coibindo, entre outras GA práticas, o tráfico de produtos ilegais que chegam ao País por meios aéreos. V

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AVIAÇÃO DE BUSCA E SALVAMENTO

Esquadrão Pelicano celebra 60 anos e receberá novas aeronaves em 2017

Este ano, o Dia da Aviação de Busca e Salvamento - celebrado em 26 de junho - será comemorado de forma especial pelo Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), sediado na Ala 5, em Campo Grande (MS). Um dos mais antigos esquadrões da FAB voltados para a missão de busca e salvamento no Brasil completará 60 anos em 2017. E o ano em que o Esquadrão comemora o sexagésimo aniversário será marcado pelo recebimento de duas aeronaves SC-105 Amazonas - equipadas especificamente para busca e salvamento. Asp JOR Cristiane dos Santos

60 anos salvando vidas Enumerar as missões do Esquadrão Pelicano em seis décadas é quase impossível de acordo com o Major Aviador Leonardo Machado Guimarães, Chefe do Setor de Operações do 2º/10º GAV. Apenas em 2016, foram 14 missões de busca. Além disso, o esquadrão realiza Evacuações Aeromédicas, atendimentos a calamidades públicas, ajuda humanitária, sem falar de atividades envolvendo helicópteros, resgate e tantas outras. “Se fizer um levantamento histórico, são mais de 600 missões apenas de buscas. Com certeza este número é bem M ajor A viado maior. O esquadrão esteve envolvido em praticamenr Leon ardo M te todas as que tiveram vulto no País”, explica. achad o Guim O militar destaca a participação do esquadrão na arães queda do voo 254 da Varig, em 1989; do voo 1907 da Gol, em 2006; e do voo da Air France, em 2009. “Sem falar das inúmeras missões de que o esquadrão participou e não ganharam divulgação ou destaque na mídia, mas que envolveram grande esforço de pessoas e tripulações que buscaram preservar a vida, que é o bem mais precioso”, ressalta. Depois de ter servido de 2002 a 2008 na unidade, o Major Machado retornou ao Esquadrão no ano passado. “Este ano de 2017 está sendo realmente especial, não apenas pelo fato de o Esquadrão completar 60 anos, mas também pela chegada do novo Amazonas, uma aeronave osa pes R o L l planejada, customizada inteiramente para a missão, hae r Rap o com um aparato de novas tecnologias, que vão, com d a vi nte A certeza, aumentar a operacionalidade da unidade”, Tene acredita.

Salto operacional A chegada do primeiro avião está prevista para junho. O Tenente Aviador Raphael Lopes Rosa passou cerca de 30 dias em Sevilha, na Espanha, conhecendo a aplicabilidade das novas tecnologias da aeronave. Com nove anos no Esquadrão, o militar está otimista com a novidade. Ele explica que o serviço de salvamento do Brasil poderá ser equiparado a países de primeiro mundo e ao que tem de mais novo neste tipo de missão. “Nós podemos fazer um paralelo com o Canadá, que é uma referência no mundo e comprou 16 aeronaves similares a nossa. Estamos chegando a um patamar que nunca existiu, um alto padrão em aeronave de busca e salvamento”, ressalta. Segundo o Tenente Rosa, o Brasil já possui equipamentos modernos que permitem a realização das missões de forma eficaz. As novas aeronaves chegam para aprimorar este trabalho e para agilizar as buscas que antes ocorriam predominantemente por observação visual. Para exemplificar como as novas aeronaves poderão aprimorar as operações, o piloto lembra o acidente de 2014 com a aeronave Cessna PP-FFR, no interior de Roraima. “As vítimas foram encontradas após cinco dias de busca. Nós encontramos um bilhete dentro da aeronave avisando que eles tinham se evadido para dentro da selva, que havia perigo de onça, mas estavam sem alimento. Com a tecnologia presente nas novas aeronaves, como o uso de radar, sensor termal, por exemplo, poderíamos ter tido a chance de encontrá-los, muito provavelmente, em menos tempo”, conta.


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EDUCAÇÃO

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Silabada: afinal, é XÉrox ou é xerÓX? Ten JOR Gabrielli Dala Vechia

Lembro quando, ainda na escola, nossa professora lançou um debate que inflou os ânimos da sala: a pronúncia correta é xérox ou xeróx? “Fotocópia”, disse ela. Ninguém acertou. No caso desse termo em específico, que faz referência à marca Xerox, a sílaba tônica - ou seja, aquela que deve ser pronunciada com mais ênfase - não faz diferença.

Fica ao gosto do cliente. Mas para o estudo da língua, esse é um aspecto imprescindível. É a partir da tonicidade das palavras que se define se os termos são oxítonos, paroxítonos ou proparoxítonos e isso faz toda a diferença para entender as regras de pontuação, por exemplo. E, também, para não errar a pronúncia: é a chamada “silabada”. O professor Sérgio Nogueira, consultor de português do Grupo Globo, dá como exem-

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plo a palavra látex, que serve para designar tanto um tipo de tinta quanto a matéria-prima da borracha. Trata-se de paroxítona terminada em x, por isso acentuada. A forma correta de falar, portanto, é com ênfase no “la”. O mesmo acontece com rubrica: o correto é que a ênfase seja no “bri”. Se fosse RUbrica, a palavra teria que, necessariamente, ganhar um acento gráfico - o que não ocorre.

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

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Veja mais alguns exemplos de silabada muito comuns na língua portuguesa:

? ? ? ? O certo é graTUito, não gratuÍto; O certo é cirCUito, e não circuÍto; O certo é puDIco, e não PÚdico; O certo é proTÓtipo, não protoTIpo.

São João: o risco baloeiro nas festas juninas A alegria festiva e o colorido dos balões de São João também podem representar riscos de acidentes aeronáuticos. A soltura de balões só é permitida mediante autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Departamento de Controle do espaço Aéreo (DECEA), conforme previsto na ICA 100-12/2013, Anexo B. De acordo com essa norma, os balões devem ser equipados com sistemas para interromper o voo da carga útil, caso necessário, e com dispositivos que permitam sua localização contínua pelo controle de tráfego aéreo. Os avistamentos de balões voando entre 1.000 e 17.000 pés, o equivalente a 330 e 5.600

metros de altura, são comuns. Nesses níveis, as aeronaves operam em velocidades de 270 a 450 quilômetros por hora. No caso de haver uma colisão nesse espaço aéreo com um balão de 10 quilos, a força do impacto pode chegar a 2,6 toneladas. A turbina da aeronave também pode ingerir partes desses artefatos ou de seus acessórios, o que pode causar desde o apagamento do motor até um incêndio. A Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98) proíbe essa prática no Brasil e prevê pena de multa e até três anos de prisão. No entanto, a medida não tem sido eficaz para afugentar os baloeiros do espaço aéreo.

Caso real Em junho de 2011, o CENIPA investigou um incidente aeronáutico grave ocorrido no aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, quando uma aeronave de passageiros colidiu com um balão a 12 mil pés (3.500 metros), logo após a decolagem. Os tubos de “pitot” (dispositivo que colhe dados de velocidade e pressão atmosférica) da aeronave ficaram totalmente obstruídos e levaram à desconexão do piloto automático, além de danificar o sistema de navegação. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - CENIPA)


Junho - 2017

ENTRETENIMENTO 6 ERROS

Caça Palavras Em JUNHO de 2017, a aeronave H1-H completa 50 anos de atuação da FAB. Atualmente, o Esquadrão PELICANO (2º/10º GAV) é a única unidade AÉREA a operar o HELICÓPTERO. Largamente utilizado nas missões de BUSCA e SALVAMENTO, o H1-H chegou ao Brasil, TRANSPORTADO por um C-130 HÉRCULES, no dia 25 de junho de 1967. No dia 26, foi feito um voo de EXPERIÊNCIA e naquela mesma data foi engajado em sua primeira MISSÃO.

respostas do mes anterior

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