CARTA AO LEITOR
OUTUBRO NA FAB: COMEMORAÇÕES, AVANÇOS E CONQUISTAS
Prezado leitor,
Nesta edição do Notaer, destacamos as principais celebrações e acontecimentos de outubro, mês de grande importância para a Força Aérea Brasileira (FAB). Comemoramos o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, marcados pela contribuição de Alberto Santos Dumont e pela constante evolução da aviação militar brasileira.
Também celebramos os 120 anos de nascimento do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho e o Dia da Engenharia da Aeronáutica, ressaltando a importância desse brasileiro e do trabalho essencial da engenharia para a infraestrutura
MÍDIAS SOCIAIS
e inovação dentro da FAB.
Além disso, em relação ao Dia Mundial do Controlador de Tráfego Aéreo, damos ênfase ao alto nível de treinamento desses profissionais, aprimorado pelo Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), que garante a segurança nos céus.
Comemoramos, ainda, os 20 anos de operação das aeronaves C-99A, um marco importante para a aviação de transporte na FAB, que segue cumprindo missões estratégicas com excelência. Outro destaque é a Operação “Raízes do Cedro”, que, até o fechamento dessa edição, já repatriou mais de 2.000 brasileiros do Líbano.
No campo da defesa aérea,
registramos a chegada de mais um caça F-39 Gripen ao Brasil, fortalecendo ainda mais a capacidade de defesa aérea do país.
E, por fim, trazemos a importância da Campanha Outubro Rosa, que busca conscientizar sobre a prevenção do câncer de mama.
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Boa leitura!
Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça Chefe do CECOMSAER
A publicação no Instagram mostra uma menina brasileira repatriada ao lado da tripulação do KC-30, que a salvou durante a Operação Raízes do Cedro. O post se destacou nas mídias sociais, alcançando mais de 369 mil visualizações e 21 mil curtidas. A FAB compartilha esse tipo de conteúdo por meio do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e outros canais de comunicação.
O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Daniel Cavalcanti de Mendonça
Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Fabiano Pinheiro da Rosa
Chefe da Divisão de Comunicação Integrada:
Coronel Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis
Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação:
Tenente-Coronel Aviador Michelson Abrahão Assis
Chefe da Subseção de Produção: Capitão Jornalista Emília Maria
Editora-Chefe: Tenente Jornalista Susanna Scarlet (MTB 0013148/ DF)
Editora: Tenente Jornalista Mônica Lopes
Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE
Revisão Ortográfica e Gramatical: Tenente QOEA Alex Alvarez Filho
Diagramação:
Soldado SNE Arthur Augusto Aranha Soldado SNE Gustavo Guilherme Nunes Leitão
Capa e Artes: Tenente PUP Jefferson Sargento TDE Johnatan
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.
Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF
Neste mês, celebramos o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, uma oportunidade de refletirmos sobre a trajetória de nossa instituição e o compromisso inabalável de cada um de nossos integrantes. É um momento de reconhecimento e honra a todos aqueles que, com coragem e dedicação, servem à nossa Nação, voando e fazendo voar.
Neste contexto, gostaria de prestar uma homenagem especial ao Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, um ícone da Ciência, Tecnologia e Inovação. Seu legado permanece vivo em nossos corações e em nossas missões, inspirando as novas gerações a continuarem a trilhar o caminho do serviço e da excelência.
Aproveito também para reconhecer o Dia Mundial
PALAVRAS DO COMANDANTE
do Controlador de Tráfego Aéreo. Esses profissionais desempenham um papel crucial nas operações aéreas, e é fundamental valorizarmos seu trabalho diário, que garante a fluidez e o bom gerenciamento do espaço aéreo.
Por fim, quero ressaltar nosso compromisso com a repatriação de brasileiros no Líbano. A Força Aérea Brasileira está sempre pronta
para apoiar nossos cidadãos em situações de emergência onde o Brasil precisar. Essa missão reafirma nosso dever de proteger e servir, não apenas no âmbito militar, mas também em ações que promovam a segurança e o bem-estar da população.
Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Comandante da Aeronáutica
DIA DO AVIADOR E DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA: UMA JORNADA DE INOVAÇÃO E DEFESA NACIONAL
No dia 23 de outubro, o Brasil celebra o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB), uma data emblemática, que recorda o histórico voo de Alberto Santos Dumont com o 14-Bis, em 1906. Nesse dia, a primeira aeronave mais pesada que o ar decolou por seus próprios meios, colocando o Brasil na vanguarda da aviação mundial.
Reconhecido como o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, Santos Dumont realizou seu voo no Campo de Bagatelle, em Paris, diante de uma multidão e da Comissão Oficial do Aeroclube da França. Este feito não apenas abriu caminho para o desenvolvimento da aviação moderna, mas também lançou os alicerces para a formação da FAB, que é responsável pela defesa do vasto espaço aéreo brasileiro, abrangendo uma área de 22 milhões de km².
Fundada em 1941, a FAB consolidou o Brasil como uma nação com uma sólida
tradição aeronáutica. Desde então, a Força Aérea Brasileira desempenha um papel fundamental em missões de defesa e soberania, atuando em operações de paz, resgates, transporte de órgãos, apoio a populações em situações de emergência, entre outras.
O Dia do Aviador e da Força Aérea não apenas celebra a história de conquistas e inovações, mas também reafirma o compromisso contínuo da FAB com a defesa e o desenvolvimento do Brasil. Essa jornada, marcada pela inovação e pelo compromisso com a soberania, é uma fonte de orgulho para todos os brasileiros.
Outro marco significativo na aviação nacional foi a criação da Embraer, em 1969, que posicionou o Brasil como um dos líderes da indústria aeroespacial.
A Embraer nasceu do sonho de Ozires Silva, um Aviador da Força Aérea, que aspirava ver o Brasil produzindo suas próprias aeronaves. O resultado foi
o desenvolvimento do Bandeirante, a primeira aeronave de transporte brasileira, um divisor de águas que levou à fundação da Embraer. Desde então, a instituição tem desenvolvido aeronaves de renome internacional, como o A-29 Super Tucano e o KC-390 Millennium. Com a missão constitucional de “manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria”, a Força Aérea Brasileira continua a inovar e se adaptar às novas demandas da aviação e da defesa. A busca incessante por tecnologias de ponta e a formação de profissionais altamente qualificados garantem que a Instituição mantenha sua posição de destaque na proteção do espaço aéreo nacional e na execução de missões, como a “Operação Raízes do Cedro”, iniciada em resposta ao agravamento do conflito no Oriente Médio.
O Comandante do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de
Transporte (2º/2º GT) – Esquadrão Corsário –, Tenente-Coronel Aviador Marcos Fassarella Olivieri, reflete sobre sua carreira de 26 anos na FAB, inspirada por seu avô, que voou o B-25 na Segunda Guerra Mundial, e por seu irmão, que, hoje, é piloto na aviação comercial. Ao longo de sua trajetória, ele seguiu na Aviação de Transporte, atuando em diversas unidades e, atualmente, comanda o Esquadrão Corsário, operando as modernas aeronaves KC30. Suas experiências incluem missões humanitárias e de transporte estratégico, como nas Operações “Taquari 2” e “Voltando em Paz”.
Em sua mais recente missão, a repatriação de brasileiros no Oriente Médio, denominada “Operação Raízes do Cedro”, o Tenente-Coronel Olivieri descreve os desafios logísticos e operacionais enfrentados pelo Esquadrão Corsário em um ambiente de conflito. O KC-30 operou quase 24 horas por dia para resgatar mais de 1.300 brasileiros em apenas oito dias, em meio a explosões próximas ao aeroporto. A operação, marcada por momentos emocionantes e de risco, reforça o sentimento de patriotismo e dedicação da equipe, que continua a atuar com coragem e determinação até que todos os cidadãos sejam trazidos em segurança ao Brasil.
“Quando ingressei na Escola Preparatória de Cadetes do Ar e na Academia da Força Aérea, respectivamente em 1999 e 2001, já tinha como referência também o meu irmão, que voava na aviação comercial e, hoje, é Comandante, voando as mesmas aeronaves Airbus que eu voo atualmente na FAB. Meu ideal foi concretizado em 2004, quando me formei na Academia da Força Aérea e, a partir daí, iniciei minha carreira operacional. Minha aspiração por voar aeronaves de grande porte e o fato de sempre gostar do trato mais próximo com as pessoas me levaram a seguir carreira na Aviação de Transporte. O Esquadrão Corsário, em particular, significa tudo aquilo que almejei: pessoas brilhantes, uma aeronave capaz e moderna, e missões importantes para o país e para a FAB”, contou.
CASIMIRO MONTENEGRO FILHO:
O VISIONÁRIO DA AVIAÇÃO E ENGENHARIA NO BRASIL
PIONEIRO NA CRIAÇÃO DO CORREIO AÉREO MILITAR E FUNDADOR DO ITA E
CTA, O MARECHAL DO AR IMPULSIONOU A AUTOSSUFICIÊNCIA TECNOLÓGICA
E TRANSFORMOU A INDÚSTRIA AEROESPACIAL BRASILEIRA.
Casimiro Montenegro Filho, nascido em 1904 em Fortaleza (CE), é uma figura chave na história da aviação e engenharia aeronáutica do Brasil. Sua trajetória militar começou em 1923, na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro (RJ), e logo se destacou durante a Revolução de 1930, atuando como piloto. Um dos momentos iniciais mais importantes de sua carreira foi em 1931, quando criou o Correio Aéreo Militar, uma iniciativa que conectou regiões isoladas do país, promovendo a integração nacional. Sua formação avançada na primeira turma de Engenharia Aeronáutica do Exército consolidou sua vocação no setor aeroespacial.
Em 1941, Montenegro foi transferido para a Força Aérea Brasileira (FAB), onde
alcançou a mais alta patente, a de Marechal do Ar. Sua atuação foi fundamental para a estruturação da aviação militar brasileira. Inspirado por sua passagem pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ele vislumbrou a criação de uma instituição de ensino de Engenharia Aeronáutica no Brasil, o que resultou na fundação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), dois marcos no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
A criação do ITA, em 1950, é considerada um dos legados mais importantes do Marechal do Ar Casimiro Montenegro. Ele visava formar engenheiros capacitados para fortalecer tanto a FAB quanto a indústria aeronáutica brasileira. Como ele mesmo afirmou, “Antes de produzirmos aeronaves, precisamos produzir engenheiros”. O impacto dessa iniciativa foi claro com a criação da Embraer, em 1969, por ex-alunos do ITA, evidenciando o papel transformador da instituição. O CTA, também fundado em 1950, teve um papel central no desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais no Brasil, impulsionando a capacidade do país de criar soluções tecnológicas próprias.
Marechal do Ar Montenegro foi um defensor da autossuficiência tecnológica, especialmente no setor militar. Sob sua liderança, a FAB modernizou suas operações e tornou-se capaz de desenvolver aeronaves e sistemas de defesa nacionais. Seu legado vai além das conquistas militares, sendo crucial na formação de engenheiros e no fortalecimento da soberania tecnológica do Brasil, com impacto contínuo na indústria aeronáutica e científica do país.
FAB CELEBRA DIA DO CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO
COM PRESENÇA FEMININA SIGNIFICATIVA, O DECEA POSSUI MAIS DE 3.900 CONTROLADORES DE TRÁFEGO AÉREO ATUANDO EM TODO O PAÍS
A aviação é um dos pilares da economia global, conectando países, culturas e mercados. Só no Brasil, são transportados cerca de 100 milhões de passageiros e 1,6 milhões de toneladas de carga por ano. São mais de um milhão de voos integrando os cerca de quatro mil aeródromos do País e estes ao resto do mundo.
Por trás desses números expressivos, estão os controladores de tráfego aéreo. Responsáveis pela ordenação eficaz, segura e sustentável desses voos, são eles que garantem a efetividade da circulação aérea brasileira.
O Dia Internacional do Controlador de Tráfego Aéreo é celebrado em 20 de outubro, data que remete à realização do primeiro encontro mundial de profissionais da categoria, ocorrida em 1960, na Grécia, quando foi criada
a Federação Internacional de Controladores do Tráfego Aéreo.
Os controladores brasileiros, porém, vêm atuando há mais tempo. A primeira turma de controladores da Força Aérea Brasileira (FAB) foi formada em 1944, na antiga Escola Técnica de Aviação então sediada em São Paulo/ SP. Sete anos depois, em 1951, a EEAR, em Guaratinguetá/ SP, absorveu o ensino da especialidade destinado aos graduados da FAB, o que ocorre até hoje.
Há ainda a formação e instrução do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), cada qual com características e foco distintos, onde também há oficiais e civis no corpo discente.
Atualmente, o DECEA possui mais de 3.900 Controladores de Tráfego
Aéreo, atuando em seus cinco órgãos regionais — em torres de controle, controles de aproximação e centros de controle de área. A presença feminina também é significativa. Do total mencionado, mais de 1.850 são mulheres.
O trabalho de um controlador de tráfego aéreo é constituído de desafios diários. Eles são responsáveis por orientar as aeronaves, prevenir colisões e garantir que o tráfego aéreo flua de maneira organizada. Demandas que exigem atenção, raciocínio rápido e equilíbrio emocional.
Por trás das telas repletas de informações sobre as aeronaves em voo, estão profissionais dedicados e atentos, cuja responsabilidade vai além de coordenar pousos e decolagens. Eles garantem a segurança de vidas, o sucesso das operações militares e a fluidez das rotas aéreas.
“Os Controladores de Tráfego Aéreo enfrentam desafios diários que exigem rápida tomada de decisões e a gestão simultânea de múltiplas coordenações, especialmente em emergências. Sua atuação é essencial para garantir a segurança dos passageiros e o sucesso das missões militares, funcionando como uma “ponte invisível” que conecta pessoas e operações com precisão e zelo. Com o tempo, a formação desses profissionais evoluiu significativamente, incorporando tecnologias avançadas e simuladores que permitem treinamentos mais complexos e eficazes, consolidando o Brasil como referência internacional em controle do tráfego aéreo”, Controladora de Tráfego Aéreo, Sargento Gabriela Rodrigues Cruz.
O atendimento a estes requisitos reflete-se na qualidade do serviço brasileiro, avalizado pelo Programa Universal de Auditoria de Supervisão de Segurança da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que atestou índice de conformidade de 95,1% ao controle aéreo brasileiro em 2023. Reconhecimento que posiciona o País ao lado de potências da aviação como Canadá, Austrália e Estados Unidos, refletindo o nível de competência e eficiência de nossos controladores.
20 ANOS DE OPERAÇÃO DA AERONAVE C-99A: UM MARCO NA AVIAÇÃO MILITAR BRASILEIRA
VERSÁTIL E CONFIÁVEL, A AERONAVE FOI ADAPTADA PARA DIVERSAS MISSÕES OPERACIONAIS, INCLUINDO TRANSPORTE DE ÓRGÃOS, EVACUAÇÃO AEROMÉDICA E OPERAÇÕES HUMANITÁRIAS
Tenente JOR Eniele Freitas
Com uma longa história na aviação mundial, completou-se, no mês de setembro, duas décadas da introdução do Embraer ERJ-145 – o C-99 – na Força Aérea Brasileira (FAB) para missões multifuncionais. Desde sua incorporação, em 2004, a aeronave tem desempenhado um papel essencial nas operações logísticas e de transporte do país, uma verdadeira revolução na indústria aeronáutica nacional.
O C-99A foi inicialmente adotado pelo Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) - Esquadrão Condor - sediado na Base Aérea do Galeão (BAGL). Desde en-
tão, o Esquadrão Condor tem sido pioneiro na operação destas aeronaves, acumulando quase 50 mil horas de voo ao longo desses anos. O avião é capaz de transportar até 50 passageiros.
Durante a crise mundial da pandemia de COVID-19, as aeronaves C-99 desempenharam um papel fundamental no transporte de mais de 660 brasileiros contaminados pelo vírus, facilitando o deslocamento para locais onde poderiam receber tratamento adequado. Além disso, já em 2024, o apoio ao povo gaúcho destacou-se com missões para o transporte de insumos, equipes de resgate e suporte à reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes.
O Comandante do Esquadrão Condor, Tenente-Coronel Aviador Andrei Oliveira da Silva Santos, enfatiza a importância contínua do C-99A na modernização da frota da FAB e na expansão das capacidades operacionais. “Enquanto celebramos duas décadas desde a chegada dessas aeronaves, é evidente seu impacto positivo não apenas na eficiência operacional, mas também na projeção internacional do Brasil como um parceiro comprometido com a segurança global. As contribuições significativas dessas aeronaves à aviação militar brasileira solidificaram sua posição como peças essenciais para os desafios presentes e futuros”, destacou o Comandante do Esquadrão Condor.
OPERAÇÃO “RAÍZES DO CEDRO” RESGATA
MAIS DE 2.000 BRASILEIROS DO LÍBANO
Tenente JOR Mônica Lopes
A Operação “Raízes do Cedro”, coordenada pelo Governo Federal, alcançou a marca de 2.072 brasileiros e 24 animais de estimação repatriados do Líbano. Na madrugada desta terça-feira (05/11), a aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) completou o décimo voo da operação, trazendo 213 pessoas e 4 pets de volta ao Brasil. Todos desembarcaram na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos, com histórias de superação e alívio.
A FAB superou as previsões iniciais da operação, repatriando mais de 500 brasileiros por semana. Esse resultado reflete o planejamento detalhado entre o Ministério da Defesa (MD), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a FAB, que se uniram para enfrentar a complexidade dessa missão.
Além das ações de resgate, a FAB transportou mais de 110 toneladas de ajuda humanitária para o Líbano, incluindo insumos hospitalares e cestas básicas arrecadadas em parceria com a Embaixada e o Consulado-Geral do Líbano no Brasil. Esses donativos foram viabilizados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em conjunto com os Ministérios da Saúde e da Defesa.
O Comandante do Esquadrão Corsário, Tenente-Coronel Marcos Fassarella Olivieri, comentou sobre as dificuldades enfrentadas no Líbano. “Ouvimos explosões perto da zona de conflito, e o risco era constante. A maior recompensa foi ver o sorriso dos brasileiros, especialmente das crianças”, destacou. Para garantir o bem-estar dos resgatados, o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), por meio da Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA), e com apoio do Instituto de Psicologia da Aeronáutica (IPA), organizou equipes multidisciplinares para prestarem assistência médica e psicológica. “Enfrentamos desafios culturais e o cenário instável, mas conseguimos oferecer apoio integral”, afirmou a Major Médica Juliana Vandesteen.
A operação, que ainda deve continuar, mobiliza equipes da FAB com revezamento constante para manter o fluxo de resgates. Além do KC-30, a FAB utiliza o KC-390 Millennium, que realizou o sétimo voo de resgate em 22/10, transportando 82 passageiros, reforçando o compromisso da FAB em garantir segurança e apoio aos brasileiros em situação de emergência.
FAB 4108, MAIS UM F-39 GRIPEN CHEGA AO
BRASIL PARA SER INCORPORADO
AO 1º GDA
Ten JOR Kelly Erdmann
Mais um F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB) desembarcou, recentemente, no Brasil, para se juntar ao acervo do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1° GDA). A aeronave de matrícula 4108 chegou ao porto de Navegantes (SC), proveniente da Suécia, a bordo do navio Heerengracht. A viagem durou exatos 21 dias e terminou em 23/09.
Antes, o caça já havia voado de Linköping, cidade que abriga a fábrica da Saab, ao aeroporto de Norrköping e, então, rebocado até o porto, de onde embarcou rumo ao litoral catarinense. Após a retirada do navio, a aeronave foi transportada, por via terrestre, até o Aeroporto Internacional de Navegantes.
No local, o F-39 Gripen passou por procedimentos técnicos necessários para a decolagem rumo à Base Aérea de Anápolis (BAAN). Os trabalhos incluíram a instalação do assento ejetável e do kit de sobrevivência, além do abastecimento e preparo para o acionamento em solo. Entre a decolagem e o pouso na Base Aérea de Anápolis (BAAN) haviam pouco mais de 1.100 quilômetros. O percurso foi realizado em cerca de 1h20.
A AERONAVE FEZ SEU PRIMEIRO VOO EM TERRITÓRIO BRASILEIRO
SEGUINDO DE NAVEGANTES, NO LITORAL CATARINENSE, ATÉ A BASE AÉREA DE ANÁPOLIS (BAAN), EM GOIÁS
Conforme o Coronel Aviador Renato Leal Leite, gerente do Projeto F-X2 da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), o recebimento do F-39 Gripen é um marco que integra o ambicioso projeto de reequipamento da FAB, fortalecendo o Brasil não apenas em termos militares, mas também aumentando a transferência de tecnologia e a expansão da indústria nacional de defesa. “A capacidade operacional e a sofisticação desta aeronave a tornam um avanço estratégico na defesa aérea do país, e a incorporação à frota consolida a posição do Brasil como líder da América Latina em termos de defesa”, destacou.
Possuindo os mais modernos sistemas, sensores e armas para operação em ambientes hostis e cenários complexos de combate, o caça multimissão tem capacidade arar e ar-solo. Entre as características do F-39 Gripen, também está a capacidade de decolar e pousar em pistas curtas, o que possibilita a operação com pouca infraestrutura ou até mesmo em rodovias, caso seja necessário.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Ten JOR Susanna Scarlet
O Jornal Notaer continua a série de reportagens voltadas à conscientização e à promoção de boas práticas de Segurança da Informação. A iniciativa tem como objetivo reforçar a cultura de cibersegurança em meio ao avanço tecnológico e ao aumento de ameaças cibernéticas que podem comprometer operações estratégicas dentro da Instituição.
Nesta edição, o Tenente Engenheiro Luís Felipe Oliveira, da Seção de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER), destaca a Proteção de Dados Pessoais como um dos pilares mais importantes na segurança da informação, considerando a grande quantidade de sistemas em que nossos dados são solicitados e trafegam entre aplicações.
Dados pessoais englobam informações que permitem identificar direta ou indiretamente uma pessoa, como nome, CPF, endereço e até dados bancários. No contexto da Força, o tratamento adequado desses dados deve ser realizado para proteger a privacidade do efetivo, fornecedores e membros de outros órgãos da Administração Pública Federal, além de atender às exigências legais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Os dados pessoais podem ser armazenados em diversos locais, como computadores, pendrives, servidores, documentos físicos, sistemas em nuvem, e-mails e até em sites e aplicativos. Um dos principais riscos está no armazenamento desses dados em locais inadequados ou sem a devida proteção, como pendrives não criptografados, computadores pessoais sem antivírus atualizado ou sites não confiáveis.
“Muitas vezes, por descuido, informações pessoais podem ser armazenadas em pastas públicas na rede da Organização Militar ou em outros dispositivos, o que facilita o acesso por pessoas não autorizadas ou mal-
intencionadas. Isso ocorre, por exemplo, quando documentos sensíveis são salvos na Área de Trabalho de um computador compartilhado, enviados por e-mail sem criptografia ou carregados em serviços de armazenamento em nuvem sem controle de acesso adequado, expondo esses dados a um risco desnecessário”, explica o Tenente Engenheiro Luís Felipe Oliveira.
A exposição indevida de dados pessoais pode gerar sérias consequências, tanto para a Organização quanto para as pessoas afetadas. Vazamentos de informações podem resultar em fraudes, roubo de identidade, prejuízos financeiros e degradação da reputação do COMAER. Isso reforça a importância de tratar com extrema cautela todo o processo de coleta, armazenamento e compartilhamento de informações pessoais, que deve ser, além de responsabilidade dos mantenedores, de cada usuário dos serviços disponíveis na FAB.
Para evitar a exposição de dados pessoais, é fundamental adotar medidas preventivas, como a criação de senhas fortes, o uso de autenticação multifator, a criptografia de dados e a realização de
backups periódicos. Além das medidas técnicas, é essencial que o efetivo desenvolva uma consciência crítica ao fornecer dados pessoais em cadastros de estabelecimentos comerciais, ao responder a pesquisas ou ao preencher formulários recebidos por e-mail ou outros meios. Antes de compartilhar qualquer informação, é importante avaliar se realmente há necessidade de fornecê-la e verificar a confiabilidade da fonte solicitante. Muitas vezes, golpes e tentativas de phishing utilizam esses métodos para coletar dados de maneira ilícita, o que reforça a necessidade de cautela ao compartilhar informações, principalmente em contextos não corporativos”, alerta o Oficial.
Por fim, todos os colaboradores devem estar cientes da Política de Segurança da Informação do COMAER (DCA 14-8) e da norma sobre Segurança da Informação e Defesa Cibernética nas Organizações (NSCA 7-13), além de evitar o compartilhamento de informações sensíveis em canais não seguros. A conscientização e o compromisso de cada um com a proteção de dados são essenciais para manter a segurança e a confiança no desempenho das missões.
CÂNCER DE MAMA: QUANTO ANTES O DIAGNÓSTICO,
Ten JOR Myrea Calazans
Cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama são previstos para 2024, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Número que, além de assustar, também reforça como é importante
MAIS EFICAZ O TRATAMENTO
se prevenir de todas as formas para não fazer parte desta perigosa estatística.
A desinformação, por exemplo, é um dos fatores que podem atrapalhar o diagnóstico, a prevenção e
MITOS E VERDADES
o tratamento da doença. Por isso, é importante conhecer alguns mitos sobre o assunto, especialmente neste mês, dedicado à Campanha do Outubro Rosa, em que se intensificam as ações referentes a esse tema.
Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar.
[MITO]
“Quem tem história familiar tem um fator de risco a mais, uma chance maior de ter câncer de mama. Isso porque esse tipo de câncer é uma doença multifatorial, ou seja, que não têm uma causa única e exclusivamente genética”, destaca o Chefe da Seção de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB), Major Médico Juliano.
Se eu fizer o autoexame todos os meses, não preciso fazer a mamografia.
[MITO]
“Na verdade, é necessário fazer a mamografia a partir de 40 anos de idade. Existem protocolos que recomendam fazer anualmente, já outros indicam fazer a cada dois anos. Porém, caso a pessoa tenha histórico de câncer de mama na família, a mamografia tem que ser realizada anualmente e de forma antecipada, ou seja, precisa ser feita a partir de 35 anos”, explica o Major Juliano.
Amamentar protege as mamas do câncer.
[VERDADE]
O controle do câncer de mama requer ações articuladas em todos os níveis de atenção, especialmente na promoção, prevenção e diagnóstico precoce. Isso porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença pode ser detectada em fases iniciais por meio de exames preventivos, como a mamografia, aumentando as chances
Quando a mulher amamenta, as células dão prioridade à produção de leite e se multiplicam menos.
de tratamento precoce e cura, que vão ajudar a identificar a enfermidade antes do surgimento dos sintomas.
Vale pontuar que, além da mamografia, existem outros tipos de exames que podem auxiliar no diagnóstico do câncer de mama, sendo eles a ressonância magnética e a ultrassonografia mamária. Porém, você deve estar se
perguntando: “E quanto ao autoexame?” Esse é importante para a fase de detecção da doença.
E engana-se quem imagina que esse tipo de câncer atinge apenas as mulheres. Por isso, atenção, homens, e lembrem-se que a falta de informação e o preconceito são os principais inimigos da doença.
PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DE VALORES DISCIPLINA
DISCIPLINA é a rigorosa observância e o acatamento integral e voluntário das leis, MCA 909-1/2022 29/90 regulamentos, normas e ordens emanadas pelas autoridades hierárquicas competentes.
A origem da palavra disciplina remonta ao termo latino usado para pupilo, que denota uma disposição dos discípulos em seguir ensinamentos e regras de comportamento. Disciplinar-se, então, é aplicar rigorosa e continuadamente aqueles princípios em que acreditamos, para alcançar um objetivo definido.
Complementa a HIERARQUIA
consolidando, desta forma, as bases em que se assentam os princípios do militarismo. Hierarquia consiste na ordenação progressiva da autoridade em diferentes níveis. É um fenômeno natural e inseparável do conceito de sociedade.
A hierarquia é a atribuição do mando e da obediência aos membros de uma sociedade. Toda organização, seja civil ou militar, necessita que a autoridade seja ordenada hierarquicamente e que cada componente tenha disciplina para cumprir suas funções de acordo com o que foi estabelecido.
A escala hierárquica é associada a uma escala de responsabilidade, que é tão maior quanto for a autoridade e o grau hierárquico. A hierarquia estabelece a fronteira que delimita o relacionamento entre os níveis funcionais e a disciplina permite que essa fronteira seja respeitada, de modo consciente e saudável.
A Força Aérea trabalha para que disciplina e hierarquia sejam cultivadas nos diversos níveis funcionais, com respeito e valorização de seus militares, buscando um ambiente de trabalho que proporcione produtividade e satisfação de comandantes e comandados.