NOTAER - Março de 2014

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Ano XXXVII

Nº 3

Março, 2014

ISSN 1518-8558

FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

ESPECIALISTAS – A missão de voar e fazer voar Mulheres na FAB O efetivo feminino representa 11,94% do total de militares da Força Aérea. Elas enfrentam com criatividade os desafios do dia a dia para disputar as vagas com os homens e realizar seus sonhos. Atualmente, as mulheres ocupam as mais diversas atividades na Instituição, como a de paraquedista e, a cada ano que passa, o efetivo se torna ainda maior. Pág. 07

A Escola de Especialistas de Aeronáutica já formou quase 70 mil Sargentos em 73 anos de existência. Os militares especializados são responsáveis por funções essenciais da Força Aérea. Págs. 08 e 09

Reabastecimento

Forças no Esporte

Redução de acidentes

O Esquadrão Cascavel (1° GTT) volta a realizar missões de reabastecimento em voo depois de quase trinta anos, o que vai aumentar a capacidade da Quinta Força Aérea (V FAE). A operação aérea foi realizada em parceria com o Esquadrão Gordo (1°/1° GT). Pág. 06

Mais três unidades da FAB aderem ao Programa Segundo Tempo do Ministério da Defesa. Somente no ano passado, o Forças no Esporte atendeu cerca de 2.700 crianças e adolescentes de escolas públicas com o objetivo de promover a inclusão social. Pág. 13

Conheça o trabalho realizado pela FAB na prevenção de acidentes aeronáuticos no Brasil. Apesar do aumento da frota, a quantidade de acidentes da aviação civil e militar reduziu 8,5% em 2013 em comparação a 2012. Pág. 12

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FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER

CARTA AO LEITOR

Mês das mulheres e dos especialistas O mês de março é dedicado aos especialistas e às mulheres e esta edição do NOTAER traz para você reportagens especiais para marcar essas datas. Cerca de 31% dos militares da Força Aérea são Sargentos e Suboficiais, que iniciam sua vida profissional depois de formados na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR). Com a progressão da carreira, eles podem se tornar Oficiais e chegar até o posto de Coronel. Conheça algumas especialidades da FAB e seus profissionais que atuam em diversas organizações militares no país.

A homenagem também vai para as mulheres. Você vai conhecer a história de militares que se esforçam para realizar suas atividades e viver seus sonhos. Nos últimos 12 anos, depois da entrada de mulheres na EEAR, o efetivo feminino aumentou bastante. Hoje elas representam 11,94% do total de militares e exercem funções anteriormente específicas dos homens. Em outra reportagem, o NOTAER mostra para você como foi a retomada da missão de reabastecimento em voo do Esquadrão Cascavel depois de 28 anos sem fazer

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno

Chefe da Divisão de Comunicação Corporativa: Coronel Aviador Paulo Cesar Andari

esse tipo de missão. Foi o Esquadrão Cascavel quem primeiro realizou reabastecimento em voo no país em 1976. E a FAB também promove a inclusão social. Mais três Organizações Militares aderiram ao Programa Forças no Esporte e juntas vão atender a 300 crianças e adolescentes de escolas públicas. No

turno oposto ao das aulas, elas vão praticar atividades físicas e ter reforço escolar, alimentação e transporte.

Não são só os Estado Unidos que estão investindo nessa área da inteligência. Rússia, Reino Unido, Alemanha, Israel, China e muitos outros países também estão realizando investimentos que vão desde a construção de instalações até a capacitação de pessoal e o desenvolvimento de novas tecnologias.

Cada vez mais as informações de relevância para a segurança e para a defesa das nações estão indo não só para os meios digitais, mas circulando em redes, o que torna muito mais difícil sua proteção.

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel André Luís Ferreira Grandis Chefe da Seção de Divulgação: Maj Av Rodrigo Alessandro Cano

Boa leitura!

Chefe da Agência Força Aérea: Capitão Aviador Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis

Brig Ar Marcelo Kanitz Damasceno

Editor: Tenente Jornalista João Elias ( Registro Profissional nº 8933 / RS)

Chefe do CECOMSAER

Inteligência e a massa de dados digitais res, existe uma planta imensa capaz de operar por até três dias sem fornecimento de energia. O investimento no data center já chegou 1,5 bilhão de dólares. Muito se especula sobre quais atividades serão executadas. Além da coleta e análise de informações nos mais diversos meios cibernéticos, a agência confirma que busca quebrar as formas de criptografia mais empregadas atualmente, incluindo o próprio padrão americano: o AES (Advanced Encryption Standard). Com essa capacidade, a NSA será capaz de acessar e analisar grande parte das informações pessoais, bancárias e de comunicação doméstica, diplomática e militar trafegadas pelas mais diversas redes no mundo.

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Max Luiz da Silva Barreto

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

Não se pode afirmar com toda certeza, mas especialistas acreditam que no final do ano passado começou a operar o maior data center já criado para suportar atividades de inteligência. Trata-se do Utah Data Center, um projeto secreto e grandioso da NSA (National Security Agency, ou Agência de Segurança Nacional) que vem sendo desenvolvido há vários anos pelos Estados Unidos. As características técnicas são respeitáveis: construído em uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados, alguns relatórios sugerem que o data center pode possuir até 5 zettabytes, uma soma astronômica equivalente a 1,25 bilhão de discos rígidos de 4 terabytes. Além dos supercomputado-

Expediente

Cada vez mais as informações de relevância para a segurança e para a defesa das nações estão indo não só para os meios digitais, mas circulando em redes, o que torna muito mais difícil sua proteção. Quando falamos de inteligência cibernética temos uma assimetria: ao mesmo tempo que um país avança tecnologicamente, aumentando sua capacidade de atuação nos meios computacionais, mais dependente ele se torna dessa infraestrutura e consequentemente mais vulnerável ele passa a ser. É importante que o progresso tecnológico não fique focado em poucas áreas e que permeie todo a nação. (Centro de Inteligência da Aeronáutica)

Repórteres: Ten JOR Emília Cristina, Ten JOR Flávio Nishimori, Ten JOR Jussara Peccini, Ten JOR Emille Cândido, Ten JOR Evellyn Abelha, Ten JOR Iris Vasconcellos e Jornalista Neli Trindade. Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Ten FOT José Mauricio Brum de Mello, Sargento Emerson Guilherme Rocha Linares, Sargento Santiago Moraes Moreira, Sargento Marcella Cristina Mendonça dos Santos e Sargento Daniele Domingues Duarte Teixeira de Azevedo. Revisão: Tenente-Coronel André Luís Ferreira Grandis, Maj Av Rodrigo Alessandro Cano e Cap Av Bruno Perrut Gomes Garcez dos Reis Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: redacao@fab.mil.br Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

Impressão e Acabamento: Log & Print Gráfica e Logística S.A


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PALAVRAS DO COMANDANTE

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FOTOS: SGT JOHNSON / CECOMSAER

s mulheres estão conquistando cada vez mais espaço na Força Aérea Brasileira. Só em pensar que, em 2002, o efetivo da FAB era composto por, apenas, 3.249 mulheres e que, hoje em dia, já somam 9.250, isso mostra o quanto elas têm se esforçado para ajudar na defesa do país. A dedicação é tão grande que já temos mulheres piloto de caça, mulheres instrutoras de voo, mulheres controladoras de voo, entre outras funções que, no século passado, não imaginávamos que seriam ocupadas por elas. E, aos poucos, elas alcançam patentes cada vez mais altas. Já existem, inclusive, mulheres Tenente-Coronel e, este ano as primeiras aviadoras chegam ao posto de Capitão. É bem possível que, no futuro, tenhamos mulheres Coronel e, quem sabe,

possam chegar ao posto de Oficial-General. As mulheres enfrentam o dia a dia em casa, no trabalho e não deixam de estudar. Elas já são cerca de 30% dos formandos na Escola de Especialistas de Aeronáutica. E não esqueça: elas só começaram a fazer parte do corpo de alunos da escola em 2002. Por falar nisso, a Escola de Especialistas completa no dia 25 de março 73 anos de existência e é considerada a maior escola técnica da América Latina. Durante todo esse tempo, já formou quase 70 mil profissionais. Os Especialistas estão espalhados atuando em Organizações Militares em todo o país. Eles desempenham importantes atividades para a Força Aérea. Seja o profissional de Comunicações que, no solo

ou em voo, opera sistemas e equipamentos de transmissão e recepção de dados e voz; ou o Mecânico de Aeronaves que atua na manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos; ou, ainda, o Especialista em Material Bélico que é responsável pela instalação do armamento aéreo e terrestre; seja, também, o Cartógrafo que confecciona cartas aeronáuticas para voo por instrumentos e visual, enfim, todos os profissionais, de todas as especialidades são fundamentais para que a FAB continue cumprindo sua missão de manter a soberania no espaço aéreo nacional com vistas a defesa da pátria. Então, parabéns aos Especialistas da FAB e parabéns, também, a todas as mulheres que fazem parte do nosso efetivo.

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

Às Mulheres e aos Especialistas que fazem a FAB: Parabéns!

Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito Comandante da Aeronáutica

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ACONTECE Oficiais-Generais

FOTO: SGT REZENDE / CECOMSAER

Estão abertas até o dia 28 de março as inscrições para o Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância (EAD). Para se inscrever, basta que a organização indique o militar. O curso será realizado de 28 de abril a 6 de junho pela internet com a parceria da FGV e é pré-requisito para a maioria dos cursos presenciais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Ao total, são 800 vagas. No mesmo período estão abertas as inscrições para outras modalidades do curso. Outras informações no endereço eletrônico: www.cenipa.aer.mil.br

No dia 31 de março, ocorre a promoção dos Oficiais-Generais da Força Aérea Brasileira. O Alto-Comando se reuniu nos dias 18 e 19 de fevereiro e definiu os militares escolhidos para promoção aos postos de Tenente-Brigadeiro do Ar, Major-Brigadeiro do Ar, Brigadeiro do Ar, Brigadeiro Engenheiro, Brigadeiro Intendente e Brigadeiro Médico. Ao total, foram selecionados 28 Oficiais-Generais. Confira a lista completa com o nome dos militares e as Organizações onde eles vão atuar no endereço eletrônico: www. fab.mil.br

Poder Aeroespacial

Teste Físico Até a primeira quinzena de abril, as Organizações Militares de todo o país realizam a aplicação da primeira fase do Teste de Avaliação de Condicionamento Físico (TACF) para todo o efetivo. Esse primeiro teste tem a intenção de diagnosticar a situação dos militares e oferecer informações importantes aos setores responsáveis pela elaboração do programa de treinamento aplicado durante todo o ano. O segundo TACF será aplicado nos meses de outubro e novembro. Para mais informações, procure a seção de Educação Física da sua unidade.

Estão abertas as inscrições para o Seminário “Poder Aeroespacial e Estudos Interdisciplinares de Segurança e Defesa”, promovido pela Universidade da Força Aérea (UNIFA). O evento será realizado nos dias 26 e 27 de março no Campus da UNIFA no Rio de Janeiro. As vagas são para militares, estudantes e profissionais interessados na gestão do poder aeroespacial em prol da defesa e segurança nacional. Entre os assuntos abordados, estão a eficácia do poder aéreo e a capacitação física aeroespacial. Outras informações pelo site: www.unifa.aer.mil.br/seminario FOTO: CB V.SANTOS / CECOMSAER

Cursos no CENIPA

ANIVERSÁRIO Centro de Lançamento de Alcântara - CLA

Sétimo Comando Aéreo Regional - COMAR VII

Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos - CCA SJ

01/03 - 35 anos

01/03 - 31 anos

13/03- 24 anos

Prefeitura de Aeronáutica do Galeão - PAGL

Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro COMDABRA

Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica - ECEMAR

14/03 - 63 anos

18/03 - 34 anos

Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica de São José dos Camos - CPOR 19/03 - 61 anos

Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa CABE

Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação - 1º/14º GAV

Academia da Força Aérea AFA

20/03 - 42 anos

Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo CINDACTA III 23/03 - 26 anos

24/03 - 67 anos

25/03 - 73 anos

Escola de Especialistas de Aeronáutca - EEAR

Quarto Comando Aéreo Regional - IV COMAR

H o s p i ta l d a s Fo rça s Armadas - HFA

Pa r q u e d e M a t e r i a l Aeronáutico dos Afonsos PAMA-AF

25/03 - 73 anos

27/03 - 72 anos

27/03 - 42 anos

29/03 - 81 anos

Primeiro Esquadrão do Nono Grupo de Aviação 1º/º 9 GAV

31/03 - 42 anos

Quer ver sua unidade no NOTAER? Mande sua notícia pelo sistema Kataná. Não tem a senha? Cadastre-se pelo e-mail: web.dpd@cecomsaer.aer.mil.br

19/03 - 68 anos

Base Aérea de Manaus BAMN

31/03 - 44 anos


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MÍDIAS SOCIAIS

Mais curtidas do mês O “post” mais curtido do Facebook no mês de fevereiro foi a imagem do dia com a foto do Sargento Johnson. É um novo recorde, foram mais de quatro mil “curtis” e mais de 100 mil visualizações em uma única publicação. No instagram a foto do A-29 da Esquadrilha da Fumaça foi uma das mais curtidas no mês. Ela foi usada para divulgar o “post do blog sobre os treinamentos dos pilotos do esquadrão. Já no youtube, o vídeo em homenagem à aviação de asas rotativas foi o mais visualizado durante o mês.

Viva o dia a dia da Força Aérea Brasileira nas nossas Mídias Sociais. Comente, visualize, interaja, sugira, contribua. Nós estamos esperando por você.


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Esquadrão Cascavel volta a realizar missões de reabastecimento em voo

O reabastecimento em voo dura cerca de dois minutos e dá mais autonomia às aeronaves

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epois de quase trinta anos, um C-130 Hércules do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT - Esquadrão Cascavel) decolou da Base Aérea do Galeão (BAGL) com a missão de reabastecer dois caças F-5M do Esquadrão Jambock. A operação, também conhecida como REVO, aconteceu no dia 30 de janeiro. Considerado um dos procedimentos mais importantes da aviação militar (veja como funciona no quadro), o retorno do REVO ao 1° GTT tem por objetivo aumentar a capacidade operacional da Quinta Força Aérea (V FAE), unidade a qual o Grupo é subordinado. “A ideia é aumentar a quantidade de tripulantes capacitados em REVO, de modo que a qualquer momento,

possam ser acionados pela V FAE. Para o Grupo é um marco histórico, visto que, o 1° GTT foi a primeira unidade aérea a realizar tal missão há 38 anos. É o início de uma nova era para o Esquadrão”, destaca o Tenente-Coronel Aviador Cleber dos Passos Jorge, Comandante do Esquadrão Cascavel. A operação foi também uma parceria com os militares do Esquadrão Gordo (1º/1º GT), unidade que havia assumido a missão de resbastecimento em voo desde os anos 90, quando recebeu as aeronaves C-130 Hercules do próprio Cascavel, na época ainda 2º/1º GTT. Durante toda a preparação para a nova fase, o 1° GTT recebeu um curso completo dos militares do Gordo.

Numa parceria que só tem se afinado nos últimos anos, a expectativa é ainda que as duas unidades trabalhem juntas para a chegada dos novos KC-390. “Inicialmente o KC-390, o substituto do Hércules, deverá integrar uma das duas unidades. Assim, um Esquadrão ficará com o KC390 e outro com os C-130 até que um dia todos os Hércules sejam substituídos ou até a desativação completa desses”, explica o militar. História No Brasil, a primeira operação de reabastecimento em voo aconteceu no dia 04 de maio de 1976. Na missão, uma aeronave F-5E (FAB 4828) recebeu combustível de um KC-130 (FAB 2462), pilotado pelo Major-Brigadeiro do Ar

Wilson Freitas do Valle, Comandante do 1° GTT, na época ainda Tenente-Coronel. “Lembro da satisfação de toda a equipe na realização de uma missão inédita no Brasil.

Depois de toda a preparação teórica e a instrução de militares americanos, realizamos a operação com a consciência de que estávamos participando de um momento histórico”,

Como Funciona o REVO Durante um reabastecimento em voo, os caças se aproximam da aeronave reabastecedora e reduzem a velocidade. Em seguida, o avião “tanque” libera uma mangueira de 30 metros que se conecta ao caça. O combustível é transferido por meio da conexão. Todo esse processo dura cerca de dois minutos. A operação permite que as aeronaves permaneçam em voo mais tempo, estendendo sua autonomia. Uma série de reabastecimentos aéreos pode dar alcance indefinido ao caça, limitado apenas pelo cansaço da tripulação ou por fatores técnicos, como por exemplo, consumo de óleo do motor. Em operações militares de larga escala, como os conflitos armados, o reabastecimento aéreo é primordial para o êxito das missões.

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

OPERACIONAL


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HOMENAGEM

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ser ‘Amiga da Alegria’ é poder extrair um sorriso, mesmo de quem, aparentemente, não teria motivos para sorrir. E isso é muito gratificante”, afirma. Numa Instituição originalmente masculina, a mulher, sem dúvida, conquistou seu espaço. Assim como a Tenente Liliane, cerca de 9.250 mulheres formam o efetivo feminino da Aeronáutica. Militares que, como todas as brasileiras, enfrentam com criatividade os desafios do dia a dia. Um desses desafios é a diferença no mercado de trabalho. Se na Força Aérea, as mulheres representam apenas 11,94% do total de militares, no panorama brasileiro, as mulheres ocupam 39,71% do total de vagas de emprego ofertadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, enquanto que, de 2002 a 2014, no Brasil o crescimento das mulheres no mercado de trabalho re-

A primeira paraquedista da Comissão de Desportos agora vai ser mãe pela primeira vez gistrou pouco mais de 4%, na FAB houve um crescimento de 184% no número de mulheres militares. Um dos motivos para esse aumento foi a possibilidade de entrada na Escola de Especialistas a partir de 2002. Evolução Para a socióloga Ana Carolina Torres, apesar das

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Tenente Liliane Freidos Godoy Soares é assistente social da Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2011. No Grupamento de Apoio do Rio de Janeiro, ela participa de reuniões, realiza atendimentos individuais, visitas domiciliares e a coordenação de campanhas sociais. Mas, quando deixa a atividade militar, ela se transforma em outro personagem, veste fantasia e recebe o nome de Palhaça Lilica. Ela é a voluntária no grupo “Amigos da Alegria”, em Nova Friburgo (RJ), e realiza apresentações em escolas, hospitais e igrejas transmitindo bom humor e mensagens de esperança, especialmente para as crianças. “Ser mulher e atuar como militar é manter o bom papel que as mulheres vêm desempenhando por mais de 30 anos na FAB, mostrando que um trabalho com excelência ultrapassa a questão de gênero. Já

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Mulheres da FAB: as diversas faces das militares

diversidades enfrentadas no passado, essa evolução já era esperada. “De uns anos para cá, as mulheres têm se colocado em posição de disputar todo tipo de vaga com o concorrente masculino, através de especialização, estudo e disponibilidade. Para elas, cuidar da casa e dos filhos não é mais um desafio, é um acréscimo na rotina”, garante a socióloga. É o caso da paraquedista da FAB, Sargento Cássia Bahiense Neves, do efetivo da Comissão de Desportos da

Aeronáutica (CDA). Ela exerce diversas funções. “Sou professora do Programa Forças no Esporte, trabalho na Comunicação Social da CDA, sou atleta de paraquedismo e agora também estou grávida”, relata. Pioneira, a Sargento foi a primeira atleta mulher a entrar na equipe de paraquedismo da CDA. “A cada dia tenho que superar desafios, minhas próprias limitações e muita discriminação, mas nós estamos ultrapassando barreiras que anos atrás seriam inimagináveis”, finalizou.

Mulheres na FAB (mil) 10 8 6 4 2 A assistente social Liliane Soares se transforma na Palhaça Lilica para alegrar crianças

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ESPECIALISTAS

Mais de 30% dos militares da FAB são Especialistas A Força Aérea Brasileira (FAB) possui um efetivo de 77.454 militares. Desses 31% são Sargentos e Suboficiais, que iniciaram sua carreira na FAB depois de formados na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP). Em 73 anos de existência, a EEAR já formou cerca de 70 mil profissionais nas mais diversas especialidades como Controle de Tráfego Aéreo, Equipamento de Voo e Mecânica de Aeronaves. Depois de formados, os especialistas passam a servir às diversas organizações da FAB de norte a sul do país nas mais diversas especialidades (veja arte ao lado). Sua atividade fim é voar e fazer voar. Durante a carreira, os graduados podem se tornar Oficiais Especialistas. Para isso, eles fazem o Estágio de Adaptação ao Oficialato (EAOF) ou o Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE) e, dependendo da especialidade, podem chegar até o posto de Coronel. “Operando sistemas complexos e realizando sua manutenção, conhecendo e participando dos avanços tecnológicos atuais, controlando nossas aeronaves com segurança, atualizando-se nas dinâmicas das áreas humanas, auxiliando nos hospitais, cuidando da segurança de nossas instalações, o especialista tornou-se peça fundamental para o funcionamento e, também, para a manutenção da soberania do nosso espaço aéreo”, ressalta o Comandante da EEAR, Brigadeiro do Ar Mauro Martins Machado.

O Primeiro Tenente Especialista em Aviões Rosinaldo Silva Alves Bonfim já faz parte da FAB desde 1992. Ele se formou Especialista em Mecânica de Aeronaves pela EEAR e, depois, tornou-se Oficial pelo CFOE. Atualmente ele tem a missão de fazer voar o A-29 Super Tucano do 2°/3° Grupo de Aviação. FOTO: BAPV-RO

A Terceiro Sargento Júlia Carmo Toledo se especializou em Serviço de Informação Aeronáutica há menos de um ano. Ela atua no DTCEA de Tabatinga (AM), na prestação de informações anterior e posterior ao voo, como o recebimento, análise e encaminhamento de mensagens do serviço de tráfego aéreo.

Tabatinga - AM

FOTO: DTCEA-TT

Porto Velho - RO

O Primeiro Sargento Welton Luiz Brandão é especialista em Comunicações. Ele trabalha na FAB há 26 anos e, atualmente, é Operador de Estação Aeronáutica do DTCEA na Serra do Cachimbo (PA) e da Seção de Planejamento e Controle do DTCEA em Anápolis (GO).

Camp

FOTO: DTCEA-AN

O Segundo Sargento Iodir Alves da Silva é Especialista em Enfermagem há 13 anos. Ele trabalha na seção AeroMédica do Esquadrão Pelicano (2°/10°). Entre as atividades, participa do processo de inspeção de saúde do efetivo e presta os primeiros socorros em caso de acidentes. FOTO: BACG


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O Capitão Carlos Henrique França já faz parte da FAB há 26 anos. Em 1989, ele se formou na especialidade de Bombeiro de Aeródromo. Em 2008, fez o EAOF na especialidade de Guarda e Segurança. Atualmente, ele é Chefe da Seção de Operações Terrestres e do Centro de Vigilância Eletrônica na Base Aérea de Fortaleza. FOTO: BAFZ

O Primeiro Sargento Fábio Brasil se formou na especialidade de Eletrônica em 1999 e, desde então, serve no DTCEA de Bom Jesus da Lapa (BA). Ele exerce atividades de manutenção de radar, redes de computadores e telefonia, entre outras.

Fortaleza - CE

FOTO: DTCEA-LP

A Primeiro Sargento Ana Paula Gimenes Gonçalves Santos é especialista em Serviços Administrativos (SAD) há 15 anos. Ela trabalha com execução de atividades da seção de pessoal, no DTCEA de Santa Tereza (ES).

Bom Jesus da Lapa - BA Anápolis - GO

po Grande - MS

Santa Tereza - ES

FOTO: DTCEA–STA

O Primeiro Sargento Joelson Oliveira Rocha Melo é da especialidade Eletromecânica. Ele é especialista em sistemas mecânicos do radar de controle e vigilância do espaço aéreo (TRS 2230) e do radar meteorológico (RMT 0100D), no DTCEA de Uribici (SC).

Uribici - SC

FOTO: DTCEA–MDI

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MÍDIAS DA FAB

Força Aérea FM é transmitida on-line

N

o portal da Força Aérea Brasileira (www.fab.mil. br), o ouvinte tem acesso ao link para a rádio e pode se conectar à Força Aérea FM via internet. A rádio oferece, há cinco anos, 24 horas de

programação musical, notícias e entrevistas especiais. Ao todo, sete programas compõem a grade musical. Os ouvintes podem conferir canções do pop nacional e internacional, MPB, bossa nova

e músicas regionais. Os lançamentos, o ritmo do flashback e a música eletrônica também são destaques na programação. Já o programa Radar de Notícias apresenta pela manhã as manchetes dos principais jornais do país. Durante toda a programação, são feitas inserções de boletins no noticiário A Jato com os fatos mais relevantes das últimas horas. As datas comemorativas da FAB são temas das entrevistas especiais veiculadas na emissora, além de eventos como concursos, portões abertos e as ações cívico-sociais. E você pode interagir com a rádio Força Aérea FM por meio da conta no twitter (@ forcaaereafm), do facebook (facebook.com/fanpageportalfab) ou também do e-mail radio@fab.mil.br.

FAB TV estreia novo programa

E

streia em março o FAB & Indústria de Defesa, novo programa da grade da FAB TV. O objetivo é mostrar ao público como são concebidos, desenvolvidos e produzidos os equipamentos e insumos utilizados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Você vai acompanhar, por exemplo, como é fabricado o uniforme utilizado pelos militares, como é produzida a ração operacional e como são desenvolvidos os equipamentos de proteção individual. “A ideia é revelar ao público as curiosidades que envolvem o processo produtivo de todo material utilizado pela Força Aérea”, ressalta o Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

O programa terá duração média de 10 minutos e poderá ser acompanhado no canal da FAB no Youtube (http://www. youtube.com/user/portalfab) ou diretamente no site www. fab.mil.br. A apresentação vai ficar a cargo da Tenente Jornalista Iris Vasconcellos Guimarães. Para produzir o programa de estreia (veja coluna

ao lado), uma equipe foi até a cidade de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, com o objetivo de mostrar como são fabricadas as munições empregadas nos armamentos da FAB. Os espectadores poderão acompanhar desde a produção da pólvora, a confecção dos cartuchos até o controle de qualidade dos produtos.

No dia 06/03, vai ser exibido o terceiro vídeo da campanha institucional “Força Aérea Brasileira: presente na vida dos brasileiros”. O tema é Indústria Aeroespacial. E você vai acompanhar os sistemas desenvolvidos no Brasil que contribuem com a expansão da infraestrutura aeroespacial.

No Conexão do dia 13/03, você vai acompanhar o trabalho realizado por militares da FAB para reduzir os casos de dengue no Distrito Federal. Veja também como está sendo realizado o treinamento dos esportes aquáticos na EPCAR depois do investimento em energia solar para aquecer a piscina.

Você sabia que, inicialmente, a pólvora é branca e só depois se torna grafite? E que as munições militares são testadas em condições que variam de -54ºC a 52ºC? Acompanhe todos os detalhes de como são fabricados os armamentos da FAB no novo programa que estreia dia 20/03.

Dia 25/03 vai ser exibido um programa especial sobre os Especialistas. Você vai conhecer profissionais de diversas áreas, saber como é o trabalho que eles exercem, como desenvolveram a carreira e quais as dificuldades encontradas no caminho. Não perca!


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AÇÕES

víncia de Bio Bio, no Chile (segunda foto à direita). O avião do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) decolou da cidade de Concepción equipado com o sistema de combate a incêndio conhecido como MAFFS (do inglês, Modular Airbone Fire Fighting System), composto por cinco tanques de água. Em Rondônia, no dia 22 de janeiro, três militares da Prefeitura de Aeronáutica de Porto Velho (PAPV) salvaram duas crianças de um incêndio (terceira foto à direita) que destruiu parte de uma residência no bairro Liberdade. Ao chegar ao local, os soldados Adriano Rodrigo dos Santos Gil, Ilenon Reis Barroso Ribeiro e Antonivaldo Souza, em missão pela PAPV, entraram na residência e resgataram duas meninas de

8 anos de idade. Logo após, eles desligaram o quadro de energia, retiraram móveis e equipamentos inflamáveis do interior da residência e tentaram controlar o fogo com água da piscina e o auxílio de uma mangueira. E o Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7° ETA) resgatou, no dia 27 de janeiro, uma jovem de 18 anos e a filha recém nascida (foto abaixo), no município de Moura, situado a 240 quilômetros de Manaus (AM). Após passar por complicações no parto, mãe e filha precisaram ser removidas para a capital do Amazonas. O bebê nasceu com uma má formação e precisou de atendimento médico com urgência. Depois de resgatadas, elas foram encaminhadas para uma maternidade estadual local.

Militares da FAB no Haiti participam de treinamento de socorro

FOTO: TEN KIARA / VII COMAR

Pelotão da Força Aérea Brasileira (FAB) que integra o Batalhão de Infantaria do 19º Contingente Brasileiro de Força de Paz no Haiti (BRABAT 19) participou no dia 29 de janeiro (primeira foto à direita) de uma demonstração para os integrantes do Componente Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Cerca de 40 militares de 19 países assistiram à demonstração do Grupo de Pronta Resposta a Acidentes de Grandes Proporções, uma equipe preparada para prestar socorro em casos extremos. Atualmente, a FAB possui 34 militares no Haiti. Já a aeronave C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) participou, em janeiro, do combate aos incêndios florestais na pro-

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

O

FOTO: BRABAT 19

Militares participam de missões no Brasil e no exterior

FOTO: INTERNET / RONDÔNIA

FAB envia aeronave para combater incêndio no Chile

Mãe e Filha são transportadas do interior do Amazonas para Manaus devido a problemas de saúde

Três militares salvam duas crianças de incêndio em Rondônia


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SEGURANÇA DE VOO

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mbora tenha havido crescimento da frota e do número de horas voadas, o nível de segurança de voo da aviação brasileira aumentou em 2013. Dados estatísticos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) registraram 163 acidentes aéreos no ano passado, 15 a menos em comparação com 2012, quando foram registradas 178 ocorrências com aero-

naves brasileiras. A redução de 8,5% no número de acidentes aéreos é resultado do trabalho de prevenção da comunidade aeronáutica civil e militar. Para atuar na prevenção, a Força Aérea Brasileira (FAB) conta com a participação dos Elos-SIPAER (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), representados pelo contingente de militares e civis capaci-

tados na área de segurança de voo pelo CENIPA, que é o órgão central do sistema. Mais de 10 mil homens e mulheres, que operam em vários pontos do país, possuem a credencial de prevenção do SIPAER. Também é destaque o trabalho desenvolvido pelos Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPAs), que realizam a fase inicial da investigação e atuam para evitar que acidentes da mesma natureza voltem a ocorrer no futuro. Além disso, os SERIPAs planejam e desenvolvem atividades educativas durante todo o ano, tais como, seminários, jornadas de prevenção, aulas para reciclar pilotos, mecânicos e todos os envolvidos

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

Trabalho de prevenção reduz número de acidentes

O CENIPA conta com Elos em todo o país que ajudam na prevenção

diretamente com a aviação civil, bem como estudantes que se preparam para atuar no mercado nacional. As ações visam manter a comunidade aeronáutica em alerta para os riscos inerentes à atividade aérea e poder reduzir os índices de acidentes na aviação.

“A prevenção não é empecilho para restringir a atividade aérea. Ao contrário, trabalha-se intensamente no estímulo à segurança operacional da aviação”, conclui o Chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Luís Roberto do Carmo Lourenço.


13 FOTOS: SGT JOHNSON / CECOMSAER

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SOCIAL

FAB amplia participação no Programa Forças no Esporte C om o objetivo de promover a inclusão social por meio do esporte, mais três unidades da Força Aérea Brasileira (FAB) aderem este ano ao Programa Forças no Esporte (PROFESP). Juntas, a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), a Academia da Força Aérea (AFA) e a Escola

Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) vão atender cerca de 300 crianças e adolescentes, entre 7 e 14 anos, das escolas públicas de ensino. As atividades do PROFESP ocorrem duas vezes na semana, durante o turno oposto ao das aulas escolares. Para realizar a prática esportiva, as

organizações militares disponibilizam um profissional de educação física responsável pelas atividades. Os alunos também têm reforço escolar, atendimento médico e odontológico, transporte e duas refeições. Ao fi nal de cada bimestre, os pais se integram às atividades. Criado em 2003, a iniciativa faz parte do Programa Segundo Tempo, uma parceira entre os Ministérios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Na Escola de Especialistas, os alunos terão a oportunidade de frequen-

Os alunos do Programa t ê m r e f o r ç o e s c o l a r, alimentação e transporte

tar aulas de futebol de campo, voleibol, handebol e atletismo, além de música. Inicialmente, vão ser atendidas 100 crianças, mas a expectativa é dobrar esse número já no segundo semestre. “Todo o efetivo da EEAR está engajado com a causa, inclusive os quase 1800 alunos da Escola farão a doação das flautas doce. É enorme a satisfação em saber que podemos ser o diferencial na vida de cada uma dessas crianças”, revela a Coordenadora do Programa na EEAR, Tenente Denise dos Santos Paula. Ao todo, 20 organizações militares da FAB oferecem infraestrutura e pessoal para desenvolver as atividades esportivas. Em 2013, cerca de 2.700 crianças e adolescentes foram beneficiados pelo programa nas unidades da

Força Aérea. “Por meio das regras dos esportes são passados, também, valores como cidadania, respeito, limites, honestidade. Quando o aluno aprende isso no esporte, ele extrapola e leva esses valores para fora do jogo, para sua vida em sociedade”, explica o Coordenador do Programa na FAB, Coronel Lidercio Januzzi. Juan Carlos foi um dos beneficiados do PROFESP. Há três anos ele participou do Programa na Base Aérea dos Afonsos (RJ) e hoje é aluno da EPCAR, em Barbacena (MG). “O ambiente do Programa me ajudou bastante a estar onde estou hoje. Além da oportunidade de me preparar com professores altamente qualificados, eu pude vivenciar os valores militares antes mesmo de ser militar”, ressalta ele.


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SAÚDE

A população entendeu a nossa missão. Foi muito gratificante fazer parte desse grupo e poder ajudar as pessoas”. Assim o Cabo João Paulo Ciriaco de Almeida, do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Brasília (BINFAE- BR), sintetizou sua experiência no trabalho desenvolvido no combate à dengue no Distrito Federal. O reforço das Forças Armadas na prevenção da doença iniciou em dezembro de 2013 e encerrou-se no dia 28 de fevereiro deste ano. O apoio contou com 11 militares da Força Aérea Brasileira (FAB), 20 do Exército e 15 da Marinha. Durante cerca de dois meses, o grupo visitou várias cidades do DF como Sobradinho, Planaltina e Ceilândia. Os militares fizeram inspeções nas residências, colhe-

ram larvas e aplicaram larvicidas. “Fizemos um curso de formação no qual foram passados conhecimentos sobre o modo de ação do mosquito transmissor, a doença e seus sintomas assim como a forma de combate”, explicou o Cabo Ciriaco, coordenador do grupo da FAB. O Distrito Federal registrou um aumento de mais de 706% no número de casos confirmados em 2013 em relação a 2012. No entanto, na primeira quinzena de 2014, houve uma queda de quase 70% em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Daniel Rogério Oliveira, chefe de Núcleo de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do DF, a parceria com as Forças Armadas foi muito positiva. “Como possuímos

FOTO: SGT BATISTA / CECOMSAER

Militares da FAB auxiliam no combate ao mosquito da dengue

Os militares aplicaram lavicidas para acabar com os criadouros do mosquito da dengue

um efetivo reduzido, a ajuda dos militares nos proporcionou cobrir uma área maior”, ressaltou Oliveira. Quem teve a residência visitada pelos militares também aprovou a iniciativa. “É muito bom sempre estarmos

informados para prevenir a dengue”, disse a dona de casa Nazinha Presilina Souza, moradora da cidade de Samambaia. Para os militares da FAB que participaram da operação, a atuação como agente de saúde não se encerra com o término

da missão. “O que aprendi no dia a dia tento aplicar em casa. Quando vejo água parada ou situações que podem oferecer algum risco, converso com as pessoas para alertá-las sobre os perigos da doença”, afirmou o Soldado Mateus Sena Costa.

SUSTENTABILIDADE

EPCAR investe em energia solar para aquecer piscina

P FOTO: EPCAR

ara manter a água da piscina em 28 graus o ano inteiro, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), localizada em Barbacena (MG), adotou o sistema de aqueci-

mento solar. Agora os 2,5 milhões de litros d’água da piscina olímpica (50x25m) passam por um sistema de placas de aquecimento instaladas sobre o telhado do ginásio.

A medida torna viável o uso das instalações para os cerca de 600 alunos treinarem inclusive no inverno, quando a temperatura na região chega a quase zero grau. As novas

condições de treinamento devem impactar nos resultados das competições, como a NAE (Naval, Aeronáutica e Exército). “Agora vamos treinar com mais vontade para realizar os testes físicos”, constata o aluno João Pedro Braun. A iniciativa também pensou na sustentabilidade. Os coletores solares ocupam uma área de 1.800 m². Cada placa tem dimensão de 3m x 1,2m. A água passa pelos tubos e retorna aquecida à piscina. O uso da energia solar permite economizar por mês cerca de A temperatura da água é de 28° mesmo no inverno

155.400 kW/mês de energia elétrica, o equivalente ao consumo de 777 residências com uma média mensal de 200 kW. Ozônio A escola investiu mais de um milhão de reais nos novos equipamentos e na reforma da casa de máquinas. As obras incluíram também a mudança no sistema de purificação da água, que agora utiliza ozônio. Mais moderno, o processo reduz em cerca de 90% o uso de cloro. “Além do tratamento, o processo deixa a água com o pH mais adequado e evita o ressecamento da pele e do cabelo”, ressalta o responsável pela área, Tenente Giovani Prock.


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SEU TALENTO

Suboficial da Reserva faz obras de arte com rolhas e um punhado de material aparentemente descartável, surgem personagens e cenários. Os bonecos, prédios, pontes, aeronaves e demais objetos feitos de rolhas são obras do Suboficial da Reserva Carlos Renato Prates, 67 anos, que começou o trabalho em 2006. A ideia de montar as esculturas com rolhas surgiu por acaso, depois que o médico recomendou que o Suboficial exercitasse constantemente o cérebro para ajudar no tratamento de um problema neurológico. Desde então, o que começou como uma atividade secundária já ocupa boa parte do tempo de Prates que, apesar dos pedidos, não vende suas obras, apenas realiza exposições. O Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO), local onde voltou a expor em fevereiro deste ano, foi a sede da primeira exposição, o que rendeu atenção da imprensa local e deu visibilidade ao trabalho. “Um amigo enviou fotos para o jornal e eles se interessaram. A partir disso, comecei a receber

FOTOS: BACO

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O Fuleco da Copa do Mundo

O Suboficial começou a fazer as esculturas após recomendação médica

convites de clubes, prefeituras e escolas. Agora até já querem que eu ministre oficinas”, conta. Temas As esculturas retratam paisagens da região metropolitana de Porto Alegre, a rotina dos gaúchos, fachadas de diversos prédios e temas atuais, como a Copa do Mundo de Futebol.

Cada peça leva cerca de quatro a cinco horas para ficar pronta. Prates também utiliza diversos materiais para montar, detalhar e dar vida aos objetos: cola quente, tecidos, isopor e até motores de brinquedos estão na lista. Assim, podemos ver os movimentos e ouvir o som da banda de música ou

Aviões da FAB são reproduzidos

as idas e vindas do aeromóvel – recentemente implantado na região metropolitana de Porto Alegre – em seu trilho. Sete anos depois que começou a montar suas obras, ele conta que o trabalho realmente ajudou no problema neurológico que motivou tudo e fala do sentimento ao rece-

ber o retorno do público. “Sinto uma satisfação muito grande quando elogiam, perguntam como eu faço. Me sinto muito bem quando me chamam nos eventos para agradecer”. E o Suboficial Prates já planeja a próxima façanha: “Agora estou me preparando para montar a Santa Ceia!”.



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