Notimp 22.03.2025

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22 de Março de 2025

NOTIMP: 081 de 22/03/2025.

O Noticiário de Imprensa da Aeronáutica (NOTIMP) apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.

DEFESA AÉREA & NAVAL

PORTAL AEROIN

PORTAL PODER AÉREO

PORTAL METROPÓLES (DF)

MATÉRIAS COMANDO

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

JORNAL O GLOBO

TV GLOBO - JORNAL NACIONAL

PORTAL UOL

PORTAL G1

PORTAL PODER 360 (DF)

PORTAL AEROIN

PORTAL METROPÓLES (DF)

MANSUP acoplado ao Astros é transpostado pelo KC-390 pela primeira vez

Guilherme Wiltgen - Publicada em 21/03/2025 13:32

A Marinha do Brasil (MB) e a Força Aérea Brasileira (FAB), realizaram pela primeira vez nesta sexta-feira (21), o transporte aéreo do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) acoplado à plataforma Lançadora Multipla Universal (LMU).

O equipamento será levado abordo da aeronave KC-390 Millennium, com destino a Fortaleza (CE), onde será empregado na Operação Jeanne D Arc 2025 , realizada em parceria com as Forças Armadas da França.

O exercício inédito tem início na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), com o objetivo de avaliar a capacidade operacional da aeronave KC-390 Millennium no transporte de sistemas de grande porte, como o MANSUP, acoplado à plataforma terrestre LMU, sistema para lançamento de foguetes de artilharia pertencente ao Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais.

Esse treinamento faz parte do Projeto MANSUP, programa que, seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, tem o objetivo de desenvolver e produzir esse tipo de armamento no Brasil com tecnologia 100% nacional. O desenvolvimento de um míssil desse porte permitirá à MB contar com um armamento e caz que aumenta o poder de combate da Força Naval, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e da soberania na Amazônia Azul na vertente Litorânea do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

Drones das três Forças Armadas ampliam interoperabilidade no Exercício IVR 2025 na BASM

Juliano Gianotto - Publicada em 21/03/2025 10:38

A Força Aérea Brasileira (FAB) segue conduzindo, na Base Aérea de Santa Maria (BASM), o Exercício Operacional de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (EXOP IVR 2025), que acontece até o dia 24/03. Em sua segunda semana, o treinamento destaca-se pela interoperabilidade entre as Forças Armadas e pelo uso de tecnologias avançadas no monitoramento e na defesa do espaço aéreo e marítimo brasileiro.

Um dos grandes marcos desta edição é a integração, pela primeira vez na história, de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) das três Forças: o RQ-900, da Força Aérea Brasileira (FAB); o RQ-1 ScanEagle, da Marinha do Brasil (MB); e o Nauru 1000C, do Exército Brasileiro (EB).

O uso combinado dessas aeronaves, aliado ao conceito C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento), amplia a capacidade de coleta, análise e disseminação de dados em tempo real, fortalecendo a tomada de decisão no ambiente operacional.

O conceito C4ISTAR baseia-se na capacidade de identi car alvos, realizar atividades de inteligência, vigilância e reconhecimento, além de fornecer e receber informações em tempo real, processá-las por meio de sistemas computacionais e de comunicação e abastecer os elos decisores de comando e controle, permitindo que decisões sejam tomadas no menor tempo possível. Paralelamente, o conceito multidomínio possibilita uma atuação coordenada nos âmbitos terrestre, marítimo, aéreo, espacial e cibernético, garantindo uma resposta e caz diante de ameaças e desa os operacionais.

A importância desses dois conceitos na aplicação do IVR faz com que deixemos de treinar apenas parcelas das várias funções, passando a integrar todas as ações da Força Aérea ligadas ao IVR, focando em como essas informações percorrem a cadeia de comando. Esse uxo se dá até o nível do Comando de Operações Aeroespaciais, reunindo as pessoas responsáveis por interpretar os dados e tomar decisões , destacou o Co-Diretor do Exército, Coronel Aviador Jorge Petrola Ferreira. Durante o Exercício IVR, tivemos a oportunidade de reunir as Aeronaves Remotamente Pilotadas das três Forças e, pela primeira vez, realizar um treinamento sinérgico, promovendo maior e ciência no emprego desses sistemas em cenários complexos , completou o Comandante do Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1°/12° GAV) Esquadrão Hórus, Tenente-Coronel Aviador Vinicius Marques da Rosa.

O exercício reúne cerca de 350 militares e conta com a participação de aeronaves da FAB, veículos blindados do EB e meios navais da MB. A operação tem como objetivo aprimorar táticas, técnicas e procedimentos, além de fortalecer a interoperabilidade entre as Forças Armadas, consolidando a capacidade de defesa do Brasil no ambiente aeroespacial e marítimo.

Mais um show aéreo da Esquadrilha da Fumaça poderá ser visto online ao vivo neste sábado; veja como assistir

Mais um show aéreo da Esquadrilha da Fumaça poderá - Publicada em 21/03/2025 12:00

Após a demonstração realizada na última quarta-feira, dia 19 de março, em Paraisópolis (MG), o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), da Força Aérea Brasileira (FAB), ou Esquadrilha da Fumaça, já estará de volta ao céu neste próximo sábado, dia 22 de março.

A próxima localidade da agenda o cial do Esquadrão é Monte Mor, no interior de São Paulo. A demonstração será às 15h00, no Mirante do Por do Sol, localizado no Bairro Central Park, em frente à caixa d água da Sabesp. E para quem não puder comparecer para conferir as acrobacias pessoalmente, será possível assistir ao vivo, por meio de uma transmissão feita através da plataforma Primeira Classe, do canal Golf Oscar Romeo . O cadastro na plataforma pode ser feito por qualquer pessoa, sem necessidade de nenhuma assinatura, para conferir alguns conteúdos sem custo, mas, depois, será necessário adquirir um ticket para assistir ao vivo à demonstração do EDA, pelo valor de R$ 14,90.

Para acessar a Primeira Classe e se cadastrar, basta clicar aqui e depois escolher a opção Criar Conta na página inicial da plataforma. Quem desejar aproveitar benefícios que a plataforma oferece, como conteúdos exclusivos e descontos em estabelecimentos e serviços, pode escolher fazer assinatura de algum dos planos disponibilizados. Os assinantes de qualquer plano ganham a transmissão ao vivo da demonstração da Esquadrilha da Fumaça, sem necessidade de adquirir o ticket.

O Esquadrão de Demonstração Aérea se apresenta com sete aeronaves A-29 Super Tucano desde 2015, quando o modelo entrou no lugar do T-27 Tucano. O avião é um caça de ataque leve, utilizado para a defesa do espaço aéreo brasileiro. O que difere os aviões utilizados pela Esquadrilha da Fumaça são as cores da bandeira do Brasil e eles dispensam fumaça biodegradável pelo escapamento direito, com o objetivo de melhorar a visualização das manobras para o público, enquanto as aeronaves utilizadas para a defesa das fronteiras são camu adas e carregam armamento bélico.

O Esquadrão de Demonstração Aérea se apresenta conforme convites feitos pelas cidades e eventos. Para solicitar uma demonstração, é necessária a solicitação formal com a antecedência mínima de quatro meses ao Gabinete do Comandante da Aeronáutica GABAER. Todos os custos de material, logística e pessoal são cobertos pelo Comando da Aeronáutica. Para mais detalhes sobre como realizar o convite, acesse fumaca.org. Con ra os detalhes a seguir das próximas demonstrações já divulgada pela Esquadrilha em sua agenda o cial até a data da publicação desta matéria:

Monte Mor (SP) 22/03, às 15h00 Mirante do Por do Sol, localizado no Bairro Central Park, em frente à caixa d água da Sabesp.

Orlândia (SP) 29/03, às 16h00 Orlândia Rodeo Music, cruzamento da Rua 26 com a Avenida S.

A agenda do EDA é dinâmica, podendo sofrer alterações de data e horário, bem como cancelamentos e inclusões de cidades. Acompanhe a rotina da Fumaça e as atualizações nas redes sociais Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), Youtube e Flickr.

FAB realiza transporte inédito da viatura ASTROS acoplada ao Míssil MANSUP

O transporte é realizado pela aeronave KC-390 Millennium do Esquadrão Zeus, nesta sexta-feira (21/03)

Da redação - Publicada em 21/03/2025 17:15

O Brasil avança na modernização de sua defesa com a integração entre poder aéreo e mísseis de longo alcance. Em uma operação conjunta, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha do Brasil (MB) demonstram a capacidade do KC-390 Millennium de transportar o Sistema ASTROS II acoplada ao míssil antinavio MANSUP (Míssil Antinavio Nacional de Superfície).

A ação representa um salto estratégico para as Forças Armadas, que passam a contar com maior interoperabilidade, exibilidade, pronta resposta e alcance no deslocamento de armamentos pesados, como o míssil antinavio MANSUP. O transporte do ASTROS pelo KC-390 garante que o Brasil possa reposicionar rapidamente seu poder de fogo para qualquer região do país, reforçando a capacidade de defesa e dissuasão.

Essa missão em conjunto com a Marinha do Brasil é fundamental tanto para a realização do exercício operacional em Fortaleza quanto para o fortalecimento dos laços entre as Forças , destacou o Comandante da aeronave, Capitão Aviador Israel Amorim Barbosa Leal.

Mobilidade Estratégica

A Operação coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) por meio do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) Esquadrão Zeus unidade da FAB responsável pela operação do KC-390, realiza, pela primeira vez, nesta sexta-feira (21/03), o transporte do sistema de artilharia ASTROS, com saída na Base Aérea do Galeão (BAGL) e destino à Fortaleza (CE), realizando uma escala técnica em Salvador (BA). O ASTROS, que pesa aproximadamente 24 toneladas, será embarcado na aeronave e deslocado para o Nordeste em poucas horas, demonstrando a rapidez com que as Forças Armadas podem redistribuir seus meios de combate.

Essa mobilidade estratégica permite que o Brasil projete seu poder militar com rapidez, seja para a defesa de suas fronteiras terrestres, seja para a proteção da Amazônia Azul, área marítima de 5,7 milhões de quilômetros quadrados sob jurisdição brasileira.

Operação Jeanne d Arc 2025

O envio do sistema de mísseis Astros está relacionado à operação da Marinha do Brasil (MB) e da Marinha Nacional da França (MNF), que iniciaram, no dia 16/03, a Operação Jeanne d Arc 2025 . O exercício conjunto, que ocorre até 02/04 nas proximidades de Fortaleza, tem como objetivo aprimorar a interoperabilidade entre as Forças e fortalecer a cooperação bilateral.

Interoperabilidade entre as Forças

A operação re ete um novo paradigma na defesa nacional, em que Exército, Marinha e FAB atuam de forma integrada. O ASTROS II, desenvolvido no Brasil, é um dos mais avançados sistemas de lançamento de foguetes do mundo e, agora, pode ser reposicionado rapidamente pelo KC-390 para reforçar pontos estratégicos do país.

Além disso, o sistema é capaz de disparar o míssil antinavio MANSUP (Míssil Antinavio Nacional de Superfície), projetado para atingir alvos a distâncias superiores a 70 quilômetros. Essa capacidade amplia a defesa do litoral brasileiro, permitindo que o Exército e a Marinha possam neutralizar ameaças navais.

Pronta Resposta

Com o uso do KC-390, a FAB pode posicionar o ASTROS em qualquer local do território nacional em até 24 horas. Além da velocidade no deslocamento, o KC-390 tem capacidade de operar em pistas não preparadas, o que signi ca que pode pousar em regiões remotas e estratégicas. Isso amplia as possibilidades de emprego da artilharia de foguetes, que pode ser usada em qualquer ponto do Brasil em um curto espaço de tempo.

Capacidades Operacionais do KC-390 Millennium

O KC-390 Millennium é um cargueiro estratégico com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos pesados, equipamentos e até mesmo cargas humanitárias, sendo capaz de realizar diversas missões, como transporte aéreo logístico, reabastecimento em voo, evacuação aeromédica, busca e salvamento, entre outras. A aeronave é reconhecida por sua alta capacidade de carga, velocidade e alcance, características que a posicionam como uma das mais avançadas de sua categoria.

Marinha e FAB realizam transporte inédito de míssil em avião cargueiro

Equipamento viajou a bordo da aeronave KC-390 Millennium até Fortaleza (CE), onde será empregado na Operação Jeanne D Arc 2024

Luana Viana - Publicada em 21/03/2025 13:49

A Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira realizaram, nesta sexta-feira (21/3), o transporte aéreo do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) acoplado à plataforma Lançadora Multipla Universal (LMU). É a primeira vez que essa operação é feita. O míssil foi transportado pela aeronave KC-390 Millennium da FAB até Fortaleza (CE), onde será empregado na Operação Jeanne D Arc 2024 , realizada em parceria com as Forças Armadas da França.

O exercício inédito teve início na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), com o intuito de avaliar a capacidade operacional da aeronave KC-390 Millennium no transporte de sistemas de grande porte, como o MANSUP, acoplado à plataforma terrestre LMU, sistema para lançamento de foguetes de artilharia pertencente ao Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais.

Esse treinamento faz parte do Projeto MANSUP, programa que, seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, tem o objetivo de desenvolver e produzir esse tipo de armamento no Brasil com tecnologia 100% nacional. O desenvolvimento de um míssil desse porte permitirá à MB contar com um armamento e caz que aumenta o poder de combate da Força Naval, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e da soberania na Amazônia Azul na vertente Litorânea do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) , explica a Marinha.

Matérias não publicadas no Portal da Força Aérea Brasileira

Congresso turbina orçamento de ministérios ligados ao Centrão; veja quem ganhou e quem perdeu

Governo Lula deu aval a mudanças que turbinaram verbas de maior interesse dos parlamentares e cortaram recursos para combate à violência, cultura, educação e saneamento; veja quem ganhou e quem perdeu

Da Redação - Publicada em 21/03/2025 09:30

O Congresso turbinou o orçamento de ministérios controlados pelo Centrão, aumentou as verbas destinadas à compra de trator e asfalto e cortou o dinheiro destinado ao combate à violência contra a mulher, à educação, à cultura e ao saneamento básico ao aprovar o Orçamento de 2025, nesta quintafeira, 20. As mudanças receberam o aval do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Orçamento do governo federal soma R$ 5,9 trilhões. Sem contar as despesas com juros e manutenção da dívida pública, são mais de R$ 2 trilhões. O governo Lula mandou o projeto em agosto do ano passado. O Congresso deveria aprovar a proposta em dezembro, mas votou o texto com três meses de atraso, após impasses envolvendo as emendas parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF).

Após as alterações feitas pelos parlamentares, os ministérios que mais ganharam proporcionalmente ao Orçamento enviado pelo governo foram:

Esporte: com R$ 2,3 bilhões, um aumento de 270%

Turismo: R$ 1,9 bilhão, um aumento de 180%

Empreendedorismo: R$ 137,9 milhões, aumento de 104%

Integração e do Desenvolvimento Regional: R$ 4,4 bilhões, alta de 79%

Com exceção de Empreendedorismo, todas essas pastas são comandadas por ministros do Centrão, e são onde os parlamentares mais destinam recursos em emendas. Por outro lado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação foi o que mais perdeu. O Congresso reduziu o dinheiro da pasta de R$ 16,7 bilhões para R$ 13,7 bilhões. Minas e Energia, Transportes, Educação e Defesa também perderam recursos.

Os valores consideram o parecer apresentado pelo relator do Orçamento no Congresso, Angelo Coronel (PSD-BA) e contemplam as maiores mudanças no Orçamento enviado pelo governo em agosto do ano passado. Após a apresentação do relatório, houve alterações votadas diretamente na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no plenário do Congresso, e as quantias nais ainda não foram divulgadas.

Mais verbas para trator e asfalto e menos para combate à violência contra a mulher e cultura

Nas despesas especí cas, o Congresso aumentou a verba para o Auxílio Gás em R$ 3 bilhões para viabilizar o pagamento do benefício em 2025, após o governo não colocar os recursos necessários e propor uma nova modalidade de repasse fora do Orçamento da União. O programa Pé-de-Meia, por

outro lado, só cou com R$ 1 bilhão, sendo que o governo espera gastar até R$ 15,5 bilhões com a poupança do ensino médio neste ano. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Pé-deMeia volte para o Orçamento, e a decisão ainda não foi cumprida.

Na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o orçamento dobrou de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões. O órgão é controlado pelo União Brasil e uma das pastas por onde passam recursos do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão, e das outras emendas parlamentares. No Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, uma ação voltada à compra de tratores e pavimentação de ruas nos municípios havia recebido uma programação de apenas R$ 110 pelo governo federal, mas saiu com R$ 2,6 bilhões no Orçamento aprovado, um valor 24 milhões de vezes maior.

Os cortes atingiram as ações de combate à violência contra a mulher. O projeto que tem mais recursos para essa política está no Ministério da Justiça e Segurança Pública. O governo havia projetado R$ 162,9 milhões para essa ação ao mandar o Orçamento para o Congresso. Os parlamentares cortaram R$ 110 milhões e o recurso caiu para R$ 52,9 milhões. O dinheiro serve para a construção e aparelhamento de equipamentos voltados ao atendimento de mulheres vítimas de violências, como as Casas da Mulher Brasileira. O governo Lula também deu aval a cortes na cultura que irritaram deputados da sua própria base, como o corte de R$ 2,5 bilhões na política Aldir Blanc, de fomento à produção cultural. O programa, que inicialmente receberia R$ 3 bilhões, cou com apenas R$ 478 milhões. O Fundo Setorial do Audiovisual também foi desidratado em 25% e cou com R$ 350 milhões. O saneamento básico, por sua vez, sofreu um corte de R$ 150,9 milhões, saindo de R$ 1,9 bilhão para 1,74 bilhão. As ações voltadas à proteção, recuperação da biodiversidade e combate ao desmatamento e incêndios caíram de R$ 522 milhões para R$ 509 milhões.

Políticos governistas, como o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), prometeram que os recursos serão recompostos ao longo do ano, mas a queda de braço por verba pública dá prioridade a gastos obrigatórios, como Previdência e pagamento de programas sociais, que têm previsão de despesa abaixo do efetivamente orçado. Como adiantou o Estadão, o governo Lula ampliou os recursos para a reforma agrária no Orçamento, que aumentou 54%, de uma proposta original de R$ 686 milhões para R$ 1,058 bilhão no texto nal aprovado nesta quinta-feira.

Há duas semanas, Lula esteve pela primeira vez no atual mandato em um assentamento do Movimento dos Sem-Terra, até então insatisfeito com o que considerava ser pouca atuação do governo nesta agenda. Na ocasião, ele prometeu apoiar o movimento e disse saber quem são os aliados históricos e os de ocasião, referindo-se provavelmente aos políticos do Centrão. A área da saúde subiu de R$ 209,9 bilhões para R$ 234,4 bilhões, pois a maior parte das emendas vai para o setor. A educação, porém, foi atingida por cortes, e saiu de R$ 177,5 bilhões para R$ 175,4 bilhões. Uma das áreas que foram reduzidas foi o ensino em tempo integral. A pedido do governo, o Congresso retirou R$ 4,8 bilhões desse programa, zerando o recurso. O pacote de corte de gastos aprovado no ano passado transferiu esse valor para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O governo, no entanto, começou a repassar os valores do Fundeb sem a parcela a educação em tempo integral, como o Estadão revelou, e não incorporou a medida. O Executivo prometeu corrigir os repasses.

Dentro de outro programa social, o Minha Casa, Minha Vida, o Orçamento reserva mais recursos para a classe média do que para a parcela mais pobre atendida pelo programa. A verba destinada ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que nancia os imóveis da faixa 1 do programa (para famílias com renda de até R$ 2,640 mil), é de R$ 9,2 bilhões. Houve uma desidratação de R$ 1,2 bilhão em relação à proposta original do governo, de agosto do ano passado. Já os recursos destinados à parte do programa que nancia habitação a famílias de classe média recebeu um aporte de R$ 18,13 bilhões do Fundo Social, formado por receitas do pré-sal. Desse montante, R$ 15 bilhões serão usados para bancar a criação de uma nova faixa do programa, voltada para famílias com renda até R$ 12 mil hoje, o limite é de R$ 8 mil.

6 mil armas sumidas: busca por arsenal de CACs emperra com jogo de empurra entre Exército e PF

Recadastramento de 2023 apontou que arsenal cobiçado por facções sumiu das mãos de CACs, mas compromisso do governo de localizar e apreender itens não foi cumprido; Ministério da Justiça diz que atua ativamente para reforçar os mecanismos de controle e scalização desses armamentos

Vinícius Valfré, Guilherme Caetano - Publicada em 21/03/2025 14:44

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ignorou o imbróglio das 6.168 armas de fogo de uso restrito, como fuzis, que não foram reapresentadas no sistema o cial por seus donos e podem estar nas mãos de criminosos organizados, tra cantes de drogas e milicianos.

A inexistência de informações sobre o paradeiro desse arsenal foi o principal achado do recadastramento das armas adquiridas por civis, procedimento exigido pelo governo no pacote de medidas tomadas para restringir a política armamentista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Até agora, porém, nenhuma medida especí ca foi tomada e o assunto saiu do foco do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Procurado, o ministério informou que tem atuado ativamente para reforçar os mecanismos de controle e scalização desses armamentos (leia mais abaixo). As armas não recadastradas são três vezes mais do que as 2 mil que teriam sido tra cadas de Miami para o Rio de Janeiro, conforme apontado na Operação Cash Courier, de agrada nesta quinta-feira, 20. O recadastramento foi feito no primeiro semestre de 2023, no início do governo Lula, quando Flávio Dino era ministro da Justiça. Os Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) que adquiram armas a partir de maio de 2019 precisaram reapresentar dados pessoais e de acervo.

Se, por um lado, a Polícia Federal conseguiu contabilizar ainda mais armas de uso permitido do que o Exército havia feito (894.890 no recadastramento contra 882.801 registradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, o Sigma), por outro, houve o sumiço das armas de uso restrito. Havia 50.432 no sistema militar, mas só 44.264 foram recadastradas na PF.

A explicação o cial para a ausência de respostas governamentais a um tema considerado por especialistas como de elevada gravidade é uma inércia do próprio governo. Em resposta a pedido apresentado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a PF a rmou que ainda não assumiu a competência para registrar e scalizar os CACs e, por isso, não poderia atuar.

Tendo em vista que a atribuição de scalização das atividades de CACs permanece com o Comando do Exército até a presente data, a Polícia Federal não possui respaldo legal para qualquer ação de Polícia Administrativa junto àquele público, limitando-se, portanto a comunicar o Comando do Exército as armas recadastradas

Em audiência no Senado em maio de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, reconheceu a gravidade do problema das armas não recadastradas e disse que providências seriam tomadas.

Volto a lembrar que são 6.168 armas de uso restrito, fuzis, que não foram recadastradas, ou seja, sumiram. Onde essas armas estão? Nós vamos descobrir e vamos apreender. Mas todas as semanas a imprensa mostra que grande parte dessas armas foi parar exatamente na mão da milícia do PCC, do CV e de outras organizações criminosas , declarou aos parlamentares. Informalmente, servidores do MJSP disseram que não há o que ser feito em relação às armas sem paradeiro enquanto a incumbência da scalização dos CACs não for transferida completamente à PF. Como mostrou o Estadão, o processo de transferência está empacado no governo federal. Em dezembro, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou o adiamento do prazo para a transferência de atribuições por pelo menos seis meses, de janeiro para julho. A demora coloca a scalização de armas no País numa espécie de limbo , segundo especialistas.

O Exército não comentou até a publicação desta reportagem. O MJSP informou que o recadastramento de armas realizado em 2023 foi uma etapa essencial para a revisão da política armamentista no Brasil e para o enfrentamento do descontrole no acesso a armamentos, especialmente os de uso restrito . Informou também que os dados obtidos no recenseamento foram utilizados para embasar medidas concretas, como a Operação Day After , conduzida pela Polícia Federal em 2023 e que cumpriu diversos mandados de prisão e apreensão pelo País. Também menciona que uma das principais medidas em andamento para o combate ao descontrole de armas é justamente a transferência da scalização, que está parada. Especi camente sobre as armas de uso restrito não cadastradas, o ministério disse apenas que tem atuado ativamente para reforçar os mecanismos de controle e scalização desses armamentos e que uma das principais medidas em andamento é a transferência da competência de scalização dos CACs para a Polícia Federal .

Omissão é incompreensível , diz pesquisador

Para o pesquisador conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) Roberto Uchôa, o fato de o País não ter enfrentando o sumiço das armas restritas é preocupante porque o governo não deveria estar preocupado somente com novas aquisições de armas. Se cerca de 12% das armas de calibre restrito não foram recadastradas, isso deveria ser prioridade do governo, seja através da Polícia Federal ou do Exército. O que não pode acontecer é não sabermos sequer se essas armas ainda estão com seus proprietários. E justamente por serem de calibres restritos, para as quais o acesso deveria ser ainda mais difícil, é incompreensível essa omissão , destacou o autor do livro Armas para Quem? A busca por armas de fogo .

O especialista destacou que as armas restritas são as que mais interessam às organizações criminosas e o o total delas com paradeiro desconhecido não é desprezível. Estamos falando de um número de armas que poderia armar uma brigada inteira de um Exército. Não basta di cultar a entrada em circulação de novas armas, é preciso scalizar as que já estão nas ruas e principalmente ir atrás das que aparentemente desapareceram , disse.

PF ainda não tem garantia de efetivo para scalização de CACs

Os servidores e terceirizados solicitados pela PF para assumir a scalização dos CACs ainda não foram garantidos pelo governo federal. Dos 1.170 servidores de nível médio apontados como necessários para que a polícia assuma a nova responsabilidade, o concurso autorizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação permitiu somente 100. E dos 700 terceirizados requisitados, só 579 devem ser disponibilizados. O total de funcionários envolvidos na nova atribuição deixa dúvidas sobre o cumprimento do prazo, prorrogado para julho, e sobre os resultados que a PF vai obter no controle e na scalização dos CACs. A execução desse trabalho pelo Exército sempre foi alvo de críticas de governistas, embora a Força coloque cerca de 2,2 mil militares nessa função. Para efeito comparativo, a PF tem, ao todo, cerca de 14,5 mil policiais. Em nota, o Ministério da Gestão destacou somente que foram autorizadas, desde 2023, 1.392 vagas para provimento por meio concursos na Polícia Federal, para diferentes áreas, com a possibilidade de provimento adicional de mais mil vagas em 2026 .

O MJSP, o Exército e a PF encerraram suas respectivas etapas para concluir o repasse de atribuição. Os militares repassaram o Sigma o banco de dados das armas de fogo de uso permitido e restrito dos CACs no País para os policiais federais, que integraram os dados à sua própria plataforma, o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). O acordo envolve não só a scalização, mas a concessão dos registros de armas para os CACs, hoje também sob responsabilidade do Exército.

Na PF, a ideia é que o controle de armas ganhe uma coordenação-geral especí ca dentro do organograma da corporação hoje o tema está sob a Coordenação-geral de Controle de Serviços e Produtos, um guarda-chuva responsável também por produtos químicos e segurança privada. A preocupação recai sobre o volume de armas de fogo que cará a cargo da PF. A previsão é que a

corporação herde dos militares a scalização de 900 mil CACs e 1,3 milhão de armas. Atualmente, o Sinarm é responsável por 3 milhões de armas. O risco, alertam integrantes da corporação, é o de que o serviço não seja mais e ciente do que o prestado pelo Exército, alvo de críticas pela pouca intensidade de scalizações e pelo descontrole dos CACs.

Israel ameaça anexar partes da Faixa de Gaza, caso Hamas não liberte os reféns que ainda mantém

Esta ameaça ocorre três dias depois de Israel retomar os bombardeios maciços contra o território palestino

Da Redação - Publicada em 22/03/2025 14:20

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçou, nesta sexta-feira, 21, anexar partes da Faixa de Gaza se o grupo terrorista Hamas não libertar o restante dos reféns israelenses mantidos em cativeiro no território palestino. Esta ameaça ocorre três dias depois de Israel retomar os bombardeios maciços contra Gaza, rompendo com a relativa calma que reinava no local desde a trégua de 19 de janeiro.

Segundo a agência da ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas, pelo menos 504 pessoas, entre elas 190 menores, morreram em Gaza desde que Israel retomou seus ataques na terça-feira. Quanto mais o Hamas se negar a libertar os reféns, mais território vai perder, que será anexado por Israel , disse Katz em um comunicado. O ministro israelense também ameaçou ampliar zonas tampão ao retor de Gaza para proteger as áreas de população civil mediante uma ocupação israelense permanente destas áreas.

Bombardeios

Os moradores de Gaza fugiam de suas casas, nesta sexta-feira, por rodovias repletas de escombros, segundo imagens da AFP. Israel retomou sua ofensiva em Gaza, alegando a estagnação das negociações sobre as próximas etapas da trégua, cuja primeira fase expirou no começo do mês. O Exército israelense a rmou que interceptou dois mísseis disparados de Gaza. Sirenes de ataque antiaéreo foram ativadas em Ashkelon, uma cidade costeira a poucos quilômetros ao norte do território palestino. As novas operações militares israelenses em larga escala, coordenadas com o governo do presidente americano, Donald Trump, provocaram a condenação generalizada da comunidade internacional. Milhares de manifestantes foram às ruas de Jerusalém nos últimos dias, acusando o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, de retomar as operações militares sem levar em conta a segurança dos reféns. Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, 59 seguem em cativeiro em Gaza, sendo que 24 são consideradas vivas.

Operações terrestres

Na quinta-feira, 20, o Exército israelense anunciou que suas tropas começaram a realizar atividades terrestres na área de Shabura em Rafah, a cidade mais ao sul de Gaza, perto da fronteira com o Egito. O Exército também fechou a principal via norte-sul do território. O ministro da Defesa de Israel prometeu intensi car a ofensiva israelense, usando meios de pressão tanto civis quanto militares para derrotar o Hamas. Intensi caremos a luta com bombardeios aéreos, navais e terrestres, assim como ampliando a operação terrestre até que os reféns sejam libertados e o Hamas, derrotado , prometeu./com AFP

BLOG - O militar que a cúpula das Forças Armadas acredita que pode ser `poupado` pelo STF

Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura - Publicada em 21/03/2025 04:00

Entre os 23 militares denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento na trama golpista para impedir a posse do presidente Lula, a cúpula das Forças Armadas calcula que ao menos um tem chances de escapar de uma condenação do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas avaliações internas feitas reservadamente por militares de alta patente, a leitura é a de que o general de duas estrelas Nilton Diniz Rodrigues é o que tem contra si menos evidências de participação na intentona golpista que culminou com a invasão e a depredação da sede dos Três Poderes em Brasília, no atentado de 8 de Janeiro.

Na leitura desses militares, Nilton só foi envolvido na trama por ser na época assistente do então comandante do Exército, o general Freire Gomes. As nove citações a Nilton encontradas na denúncia envolvem uma reunião que discutiu a elaboração da Carta ao Comandante do Exército de O ciais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro , uma mensagem exortando o comandante a aderir ao golpe que circulou em grupos e listas no WhatsApp.

O general foi incluído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no chamado núcleo 3 da trama golpista, formado por um policial federal e militares da ativa e da reserva do Exército, incluindo os kids pretos acusados de tramarem o sequestro e a morte de autoridades.

A denúncia desse grupo será julgada pela 1ª Turma do STF entre os dias 8 e 9 de abril. Assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que integra o núcleo 1, eles são acusados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano quali cado e deterioração de patrimônio tombado.

Na acusação da PGR, Paulo Gonet a rma, que para assegurar o êxito das iniciativas golpistas, os kids pretos decidiram organizar reunião para desenvolver estratégias de pressão sobre os comandantes. Em uma das mensagens captadas pelos investigadores, o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, então assistente do comandante militar do Sul, escreve ao coronel Fabrício Moreira de Bastos, em 26 de novembro de 2022: Resolvi tomar uma iniciativa e conto com o apoio do Nilton para isso. Reunir alguns FE (Forças Especiais) em funções-chave para termos uma conversa sobre como podemos in uenciar nossos chefes. Para isso vamos fazer uma reunião em Brasília .

Bora , responde Fabrício Bastos, aderindo à proposta. O coronel Corrêa Netto acrescenta: O Nilton está vendo onde . Dois dias depois, Correa Netto encaminhou mensagem para o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, informando o endereço e horário da reunião, que ocorreu às 19h, no salão de festas de um edifício da 305 Norte, onde residia o coronel Márcio Nunes de Resende Júnior. Um dos temas do encontro foi a elaboração de uma minuta da Carta ao Comandante do Exército de O ciais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro , que buscava apoio para os planos golpistas.

Os diálogos con rmam a ideia de reunir exclusivamente militares com formação em Forças Especiais que poderiam, de algum modo, in uenciar seus comandantes, valendo-se também dos seus conhecimentos táticos especializados , frisa Gonet, que também denunciou Corrêa Netto e Moreira de Bastos. As mensagens faziam referência ao general Nilton Diniz Rodrigues, que assumira, no período, a função de assistente do general Marco Antônio Freire Gomes. A necessidade do apoio de Nilton se justi cava exatamente por sua proximidade com o Comandante do Exército, que notoriamente repelia ações intervencionistas.

Em nota enviada à equipe da coluna, a defesa de Nilton Diniz a rmou que o general estava viajando com toda a família para comemorar os 80 anos de sua mãe nos dias que antecederam a reunião. A reforçar a inexistência de qualquer conduta no sentido de in uenciar ou pressionar o Comandante a aderir ao propósito golpista, constata-se que Nilton foi indicado a permanecer como assistente dos generais Arruda e Tomás , alegam os advogados Cleber Lopes e Murilo de Oliveira.

Punições

Conforme informou o blog, a cúpula das Forças Armadas já discute reservadamente as sanções a serem aplicadas aos militares denunciados que eventualmente se tornarem réus por conta de envolvimento na trama golpista.

O Estatuto dos Militares e a lei de promoção dos o ciais preveem uma série de restrições para os integrantes das Forças Armadas que se tornarem réus em ação penal. Nesses casos, ao serem denunciados, eles ganham o status de sub judice em suas chas funcionais, e cam impedidos de serem promovidos, transferidos, obterem licenças ou até de fazerem cursos. É como se eles cassem congelados , resume um general que acompanha de perto os desdobramentos do caso.

Marinha e Força Aérea fazem transporte inédito de míssil em preparação para exercício militar com a França

Transporte ocorre em preparação para Operação Jeanne d Arc 2025 , em parceria com a Marinha da França, no litoral do Ceará até 2 de abril

Da redação - Publicada em 21/03/2025 11:42

A Marinha do Brasil anunciou que fez uma operação inédita em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), nesta sexta-feira, para o transporte Míssil Antinavio Nacional de Superfície (Mansup) acoplado à plataforma Lançadora Multipla Universal (LMU).

O equipamento está sendo levado para Fortaleza, no Ceará, a bordo da aeronave KC-390 Millennium para ser usado na Operação Jeanne D Arc 2025 , realizada em parceria com as Forças Armadas da França. O exercício inédito tem início na Base Aérea do Galeão, no Rio, com o objetivo de avaliar a capacidade operacional do KC-390 no transporte de sistemas de grande porte, como o Mansup, acoplado à plataforma terrestre LMU, sistema para lançamento de foguetes de artilharia do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais. O Míssil Antinavio Nacional de Superfície (Mansup), desenvolvido pela Marinha do Brasil em parceria com empresas nacionais, é a aposta do país para reforçar sua defesa naval e reduzir a dependência de armamentos estrangeiros. Segundo a Marinha, o desenvolvimento de um míssil desse porte permitirá à Força Naval contar com um armamento e caz que aumenta o poder de combate, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e da soberania na Amazônia Azul.

Com alcance de cerca de 70 km, velocidade subsônica de aproximadamente 1.000 km/h e uma ogiva de alto explosivo perfurante, o míssil foi projetado para equipar embarcações da esquadra brasileira, como fragatas e corvetas, substituindo modelos importados. Equipado com guiagem inercial e radar ativo na fase nal, o Mansup é considerado uma peça estratégica na modernização do poder naval brasileiro. Os primeiros testes reais começaram a partir de 2018, permitindo ajustes técnicos e avanços na precisão e desempenho do armamento. A expectativa é que o míssil seja integrado às futuras corvetas da classe Tamandaré e a outras embarcações, consolidando o Brasil no grupo de países com capacidade de desenvolver mísseis antinavio de alta tecnologia.

Operação Jeanne D Arc

A Marinha e as Forças Armadas da França realizam a Operação Jeanne D Arc, entre os dias 22 e 26 de março, em Fortaleza. O exercício, envolvendo os dois países, contará com 1.200 militares, sendo 600 brasileiros e 600 franceses. Trata-se de um dos maiores treinamentos militares no litoral nordestino.

O objetivo da operação é aprimorar a interoperabilidade das Forças, fortalecer laços de amizade e intensi car a cooperação no campo da Diplomacia Naval.

Coreia do Norte testa novo sistema de mísseis antiaéreos enquanto recebe alto funcionário russo

Visita ocorre enquanto os dois países reforçam sua cooperação militar após as acusações de que Pyongyang enviou tropas à Rússia

Da redação - Publicada em 21/03/2025 12:00

A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira ter testado um novo sistema de mísseis antiaéreos sob a supervisão do líder Kim Jong-un, que recebeu em Pyongyang o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Serguei Shoigu. A visita ocorre enquanto os dois países reforçam sua cooperação militar após as acusações de que a Coreia do Norte enviou tropas à Rússia e em meio a especulações sobre uma possível cúpula entre os dois líderes.

Shoigu iniciou sua visita colocando uma oferenda de ores em frente a um monumento em memória dos soldados que libertaram o norte da península coreana da ocupação japonesa ao nal da Segunda Guerra Mundial. Depois, ele foi recebido pelo presidente norte-coreano, Kim Jong Un, com quem discutiu os contatos renovados entre Moscou e Washington, bem como a situação na Ucrânia, segundo declarações transmitidas pela televisão estatal russa.

Os dois conversaram por mais de duas horas, disse Shoigu a jornalistas após a reunião na sexta-feira, de acordo com a agência de notícias Interfax. Shoigu disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está prestando a máxima atenção à aplicação dos acordos assinados entre os dois países, informou a televisão estatal. Os dois também discutiram muitos outros temas relacionados à segurança na Península Coreana e em outras regiões.

A visita ocorre menos de uma semana depois de o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, ter discutido a agenda de contatos de alto e altíssimo nível com seus homólogos norte-coreanos em Pyongyang, alimentando especulações sobre uma cúpula entre os dois países. Em janeiro de 2024, a Coreia do Norte e a Rússia assinaram um acordo de defesa mútua durante uma visita do presidente russo ao território norte-coreano.

Na ocasião, os dois líderes reativaram um acordo que remonta à Guerra Fria. Foi a primeira visita de Putin à Coreia do Norte em 24 anos, e o líder russo aproveitou o momento para convidar Kim a visitar Moscou. Kim tem se consolidado como um aliado-chave de Putin e de sua guerra na Ucrânia, ajudando a reforçar a presença militar russa no campo de batalha ao mesmo tempo em que levanta preocupações sobre a capacidade da Coreia do Norte de fortalecer seu Exército. Na quinta-feira, Kim testou um novo sistema de mísseis antiaéreos e visitou um estaleiro como parte de seus esforços para fortalecer as forças navais do país, reacendendo preocupações sobre os riscos de segurança que a Coreia do Norte representa para a região. O teste foi anunciado no dia seguinte ao m dos exercícios militares desenvolvidos conjuntamente pela Coreia do Sul e Estados Unidos, quali cados pela Coreia do Norte como um ensaio para uma guerra de agressão .

Esse teste demonstrou que o Exército norte-coreano agora está equipado com outro importante

sistema de armas de defesa com um rendimento de combate digno de elogio declarou Kim Jong Un. Enquanto isso, a Coreia do Sul permanece em um estado de incerteza devido ao vácuo de liderança desencadeado pela breve declaração de lei marcial do presidente Yoon Suk Yeol em dezembro. O presidente interino, Choi Sang-mok, ainda não conseguiu marcar uma ligação com Donald Trump, empossado em janeiro, e agora enfrenta uma moção de impeachment do partido de oposição. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, adiou uma visita a Seul que estava planejando para este mês, devido à incerteza política persistente na Coreia do Sul.

Viagem de Janja ao Japão vira nova munição da oposição na Câmara

Naira Trindade - Publicada em 21/03/2025 12:52

A ida antecipada de Janja ao Japão e Vietnã, uma semana antes da comitiva presidencial, virou alvo de novo questionamento da oposição na Câmara. A deputada Julia Zanatta (PL-SC) enviou um requerimento pedindo explicações ao ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Janja, que não possui cargo o cial no governo, embarcou para o Japão e Vietnã, uma semana antes da comitiva presidencial, sem fazer a divulgação da sua agenda o cial.

A deputada quer saber "qual o propósito o cial da viagem realizada pela primeira-dama", se "houve participação em compromissos diplomáticos ou institucionais? Como essa viagem se alinha com as políticas públicas e os interesses do Estado brasileiro? Qual o papel da primeira-dama em missões internacionais, considerando que ela não possui cargo formal no Poder Executivo?, Se a viagem foi custeada com recursos públicos? E se houve utilização de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) ou de qualquer estrutura governamental para o deslocamento de Janja".

Enquanto Lula estiver na Ásia, Janja não o acompanhará por todo o tempo. Na terça-feira que vem, ela segue para Paris. Foi designada por Lula para "participar, a convite do governo francês, da Cúpula Nutrição para o Crescimento, com ônus". E retorna no dia 30 a Brasília, um dia após Lula voltar da Ásia.

Exército abre consulta para comprar drones capazes de disparar mísseis, bombas ou granadas

Veículos aéreos devem ter também capacidade de interferir em sistemas de comunicações

Da Redação - Publicada em 22/03/2025 03:30

O Exército brasileiro abriu na última quarta-feira uma consulta pública para buscar no mercado nacional e internacional drones aéreos com capacidade ofensiva. O edital destaca que os equipamentos devem ter capacidade para dispararem "míssil ou foguete guiado por laser ou imagem com alcance mínimo de 4 mil metros e lançamento de bombas ou granadas não guiadas".

O objetivo do Exército é adquirir três aeronaves do tipo. Os drones devem também ser capazes de aguentar temperaturas que variem entre -10°C e 50°C, além de alcance mínimo de 300km e capacidade de sobrevoar uma área de interesse por 48 horas. Os drones devem conseguir transportar 4 foguetes ou 2 mísseis guiados e voar até 5,4 mil metros de altura. Outra característica citada pelo Exército é a capacidade de executar interferência eletromagnética em sistemas de comunicações a uma distância mínima de 10km da plataforma de voo. O edital foi aberto nesta quarta-feira e vai até 4 de agosto.

Nauru-1000C

Caso sejam adquiridos, esses não devem ser os únicos drones armados do Exército brasileiro. As Forças Armadas planejam equipar com mísseis aeronaves Nauru, fabricados pela empresa XMOBOTS. No nal de maio do ano passado, 21 militares concluíram o treinamento de nove meses para pilotar as aeronaves. O Nauru foi desenvolvido sob encomenda para o Exército e deverá ser usado em ações de vigilância e defesa nas áreas de fronteira brasileira. A expectativa é que até 2027 esses drones já sejam capazes de operar com armamentos.

O sistema entregue aos militares brasileiros conta com três aeronaves Nauru que são pilotadas de uma base móvel em solo, montada dentro de um contêiner. Com peso máximo de decolagem de 150kg, esses drones tem autonomia de até 10 horas de voo e são movidos a propulsão híbrida (combustão e eletricidade). Uma aeronave Nauru tem 7,7 metros de envergadura e 2,9 metros de comprimento e pode atingir uma velocidade de até 110 km/h. Em maio de 2022, a XMOBOTS e a MBDA, fabricante europeia de mísseis, assinaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento da versão armada do Nauru. O drone deverá ser equipado com mísseis Enforcer, descrito como um "sistema de armas leves guiadas de nova geração". Pesando cerca de 7kg, esses mísseis tem capacidade de derrotar "alvos leves" e "ligeiramente blindados", o que inclui veículos em movimento.

O primeiro drone Nauru foi entregue ao Exército brasileiro em uma cerimônia no hangar do 2º Batalhão de Aviação do Exército, em Taubaté (SP). No evento, o então comandante militar do Sudeste e atual Comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, comemorou a incorporação do equipamento.

Em meio a impasse sobre guerra na Ucrânia, países da Europa aprovam projetos para se rearmarem

Não há debate mais forte hoje entre os países europeus do que a possibilidade de rearmar um continente que, depois de duas grandes guerras, tinha decidido abrir mão das armas.

Da redação - Publicada em 21/03/2025 21:04

A Rússia voltou, nesta sexta-feira (21), a atacar alvos civis na Ucrânia. E diante das incertezas sobre um cessar-fogo, outros países estão aumentando os gastos com o rearmamento.

Não há debate mais forte hoje entre os países europeus do que a possibilidade de rearmar um continente que, depois de duas grandes guerras, tinha decidido abrir mão das armas. Durante quase 80 anos, após a derrota nazista, a Alemanha cou sob a proteção da Otan. A União Europeia nasceu e se desenvolveu também com essa perspectiva: um grande mercado único. Mas, a guerra na Ucrânia e a possibilidade da aliança entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos estão mudando as cartas na mesa. E os países europeus pensam agora na defesa única.

Nesta sexta-feira (21), a Câmara Alta do Parlamento alemão aprovou gastos de 500 bilhões de euros para estimular o crescimento da maior economia europeia e para investir nas Forças Armadas. Também permitiu que o governo alemão faça dívidas para nanciar gastos com defesa.

Os líderes concordam que o bloco deve se tornar capaz de se defender até 2030 de um eventual ataque russo porque os Estados Unidos, que garantiam a segurança do velho continente desde o m da

Segunda Guerra, podem não estar mais interessados nisso. Às voltas com uma tentativa de trégua entre a Rússia e a Ucrânia, o presidente americano continua dizendo que Vladimir Putin quer a paz. Mas o presidente russo segue bombardeando sem piedade casas, civis e infraestrutura do território ucraniano. Na noite de quinta-feira (19), um forte ataque a Odessa usou novas táticas, com drones em alta velocidade e em várias ondas para di cultar as defesas aéreas da Ucrânia. Civis caram feridos.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, disse que Putin só vai temer uma Europa armada e unida:

É o método mais e caz para se evitar uma guerra , disse o premiê polonês.

Lula deixa avião presidencial nos EUA e vai ao Japão em modelo sem internet

Carla Araújo - Publicada em 21/03/2025 18:20

O presidente Lula (PT) foi liberado em janeiro pelos médicos para viagens mais longas e, depois de ir ao Uruguai no início deste mês, embarca na noite de amanhã para uma viagem para o Japão e Vietnã. Lula vai com o avião presidencial o VC1, conhecido como "Aerolula" até os Estados Unidos, onde troca para a outra aeronave liberada pela FAB (Força Aérea Brasileira), o KC-30. Apesar de o "Aerolula" já ter sido liberado após pane no México, em outubro do ano passado, Lula optou em deixar o VC1 de lado e ir com o KC-30 por conta da maior autonomia da aeronave. Segundo a FAB, a autonomia do KC-30 ca em torno de 12 a 15 horas, o que fará com que o presidente realize apenas a parada nos EUA antes de chegar ao destino.

O lado negativo desta escolha é que o KC-30 não possui grandes comodidades, como o avião presidencial, e também não tem internet, o que atrapalha a comunicação do presidente. O KC-30 é um Airbus A330-200 adaptado e foi usado pelo governo na repatriação de brasileiros no Líbano. O modelo foi adquirido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por US$ 80 milhões, na época. Lula iria usar o modelo para ir à Rússia em outubro do ano passado, mas acabou cancelando a viagem após sofrer um acidente doméstico.

Sustos e reclamações

No início da semana, o voo em que o presidente Lula estava teve que arremeter antes de pousar em Sorocaba, no interior de São Paulo. Na ocasião, a FAB informou que "a aeronave presidencial VC-1 realizou uma arremetida devido a condições meteorológicas".

"O procedimento é considerado padrão nos casos em que as condições para pouso não apresentem as circunstâncias adequadas de segurança. Posteriormente, o pouso ocorreu normalmente", disse, em nota. Pessoas que estavam a bordo minimizaram qualquer susto ou irritação do presidente e dizem que foi "algo muito rápido" Em outubro do ano passado, o avião presidencial teve uma pane e sobrevoou a Cidade do México por quatro horas e meia com apenas um motor. Na ocasião, além do susto, Lula demonstrou muita irritação. Segundo relatos de pessoas que estavam a bordo ouvidas pela coluna, Lula reclamou bastante com os comandantes e disse que se sentia "prisioneiro dentro do próprio avião"

Dias depois, Lula disse que todo mundo teve tempo para "repensar a vida". "Você pensa, como ser humano, o que cometeu de erro, de acerto, se você passou pela Terra como um cara bom ou ruim, o que fez de errado... Alguns com mais medo, outros mais tranquilos", contou.

Depois do incidente, o ministro da Defesa, José Múcio, chegou a apresentar opções de novos aviões para Lula. Com o alto custo da compra, a avaliação nal foi a de que o momento político não permitiria o gasto sem criar uma nova crise para o governo. Apesar disso, fontes militares dizem que o "Aerolula" que foi adquirido no primeiro mandato do petista está perto de esgotar sua vida útil e terá que ser substituído de nitivamente em breve.

Heathrow fechado: voos brasileiros são afetados por incêndio na região de aeroporto em Londres

Todos os voos de chegada e saída do aeroporto da capital inglesa foram cancelados até às 23h59 desta sexta-feira (21), o que afetou voos de brasileiros.

Da redação - Publicada em 21/03/2025 10:40

Pelo menos dois voos brasileiros com destino a Londres foram afetados pelo incêndio que atingiu uma estação de energia na região do aeroporto de Heathrow, na capital inglesa, nesta sexta-feira (21). Os voos são da Latam, que informou ao g1 que já está reacomodando os passageiros afetados.

O voo LA8084, que partiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos com destino a Londres, precisou alternar seu voo e pousou em Madri, na Espanha, às 14h20 do horário local. Os passageiros serão realocados em outro voo para a capital inglesa previsto para este sábado (22).

O Voo LA8085, que sairia de Guarulhos para Londres nesta sexta, foi cancelado. Os passageiros deste voo serão realocados em outro voo previsto para sair de Guarulhos no domingo (23). Além dos dois voos da Latam que sairiam do Brasil, o g1 encontrou um voo da British Airways que partiria de Londres com destino a Guarulhos e está atrasado por conta do incêndio.

O site da companhia aérea informa que o voo BA0247 está "atrasado em uma noite", mas sem detalhes de previsão de saída. O g1 tentou contato com a empresa, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. O Aeroporto de Guarulhos, em nota, informou que não identi cou outros voos com destino a Londres cancelados até o momento, mas que "segue monitorando a situação em tempo real e mantém comunicação constante com as companhias aéreas, a m de minimizar os transtornos aos passageiros".

A orientação do aeroporto é que, para mais informações sobre os voos afetados, os passageiros devem entrar em contato diretamente com as companhias aéreas. Já o Aeroporto RIOgaleão a rmou que, até o momento, não há impactos na programação de voos. O g1 também procurou outras empresas que operam voos entre Brasil e Londres. A Emirates Airlines e a KLM Royal informaram que nenhum de seus voos no país foi afetado. A TAP Air, Air Europa e Air France não responderam até a publicação da reportagem.

Entenda o que aconteceu no aeroporto de Heathrow

O aeroporto internacional de Heathrow, o principal de Londres, o maior da Europa e um dos mais movimentados do mundo, passará esta sexta-feira (21) totalmente fechado por conta de um incêndio em uma estação de energia.

A previsão é que as atividades sejam retomadas às 23h59 desta sexta-feira (21) pelo horário local (20h59 pelo horário de Brasília). Todos os voos foram cancelados, e o fechamento gerou caos na aviação aérea mundial. Isso porque o Heathrow é um dos principais "hubs" do mundo, como são chamados aeroportos com um alto número de conexões.

A administração do Heatrhow pediu para que as pessoas que têm voos agendados para esta sexta no aeroporto não se dirijam ao local e, em vez disso, entrem em contato com a companhia aérea. O fechamento também fez com que outros voos pelo mundo também fossem cancelados, e rotas, alteradas. Ao longo da madrugada, voos dos Estados Unidos em direção à Europa tiveram de dar meiavolta no meio do trajeto e retornar ao ponto de partida.

O incêndio, que começou nesta madrugada (ainda noite de quinta-feira pelo horário de Brasília), deixou o Heathrow sem energia e afetou todas as operações do aeroporto. "Para garantir a segurança de nossos passageiros e colegas, Heathrow estará fechado até as 23h59 do dia 21 de março", disse um comunicado do aeroporto. A British Airways, companhia britânica que é a principal operadora no Heatrhow, recomendou que seus clientes não se desloquem para o aeroporto até novo aviso. Já a Virgin Atlantic cancelou todos os seus voos que chegariam e decolariam de Heathrow até a próxima segunda (24).

A EasyJet, companhia britânica de baixo custo, disse nesta manhã que colocou sua frota de aviões de grande porte em rotas estratégicas nesta sexta e ao longo do m de semana para realocar passageiros de voos cancelados no aeroporto de Londres. De acordo com o site de rastreamento de voos FlightRadar24, dezenas de voos já foram desviados para outros aeroportos. A companhia aérea Qantas Airways deslocou seus voos com destino a Londres para Paris, na França. Já a United Airlines enviou aviões que iriam a Londres para Shannon, na Irlanda.

A Eurocontrol, agência que gerencia as operações de controle de tráfego aéreo em toda a Europa, disse em seu site de operações que nenhuma chegada estava sendo permitida em Heathrow devido à falta de energia, e havia planos de desvio em vigor para os voos. O Heathrow é um dos aeroportos de duas pistas mais movimentados do mundo, com cerca de 1.300 decolagens e pousos combinados por dia. "O Heatrhow é um dos principais hubs do mundo", disse o porta-voz do site FlightRadar 24, Ian Petchenik. "Isso vai impactar as operações das companhias aéreas ao redor do mundo".

O fogo que dani cou as operações do Heathrow começou no início da madrugada em uma estação de energia nos arredores do aeroporto. Cerca de 70 bombeiros tiveram de ir ao local para conter as chamas. Até a última atualização desta reportagem, as autoridades ainda não haviam descoberto as causas do incêndio. A polícia disse que não há indícios de crime por enquanto, mas, mesmo assim, o comando antiterrorista de Londres assumiu as investigações.

A Polícia Metropolitana de Londres disse ter acionado a brigada antiterrorista por conta das circunstâncias do incêndio e do impacto gerado pelo fogo. Uma dessas circunstâncias foi o horário do incêndio, que ocorreu no meio da madrugada. Outra é o fato de o Corpo de Bombeiros não ter encontrado nenhuma hipótese aparente para que as chamas tenham sido detonadas. A polícia londrina a rmou também que câmeras da região estão sendo revisadas. Em registros feitos por moradores, é possível ver fumaça e muito fogo. Residências e empresas também caram sem energia.

'Os bombeiros levaram 29 pessoas para um lugar seguro em propriedades vizinhas e, como precaução, um cordão de segurança de 200 metros foi estabelecido, com cerca de 150 pessoas evacuadas', disse o corpo de bombeiros. Equipes de bombeiros estavam respondendo ao acidente, mas não havia clareza

sobre quando a energia poderia ser restaurada de forma con ável, disse um porta-voz de Heathrow à Reuters por e-mail, acrescentando que esperavam uma interrupção signi cativa nos próximos dias.

ITA no Ceará terá concurso público com 110 vagas, anuncia ministro

Camilo Santana

Edital deve ser anunciado pelo Ministério da Defesa. Unidade está em construção na Base Aérea de Fortaleza.

Da Redação - Publicada em 21/03/2025 11:21

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta sexta-feira (21) a realização de um concurso público para 110 cargos no novo campus do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) no Ceará, em construção na Base Aérea de Fortaleza. As vagas foram autorizadas para a seleção de professores, pesquisadores, técnicos e tecnologistas no quadro pessoal do Comando da Aeronáutica. A previsão é que uma portaria seja publicada no Diário O cial da União desta sexta. Ainda de acordo com o ministro, o concurso público está autorizado e será anunciado em breve pelo Ministério da Defesa.

Nova unidade no Ceará

A nova sede do ITA no Ceará deve car pronta em 2026 e receber os primeiros alunos em 2027, conforme divulgado em janeiro por Camilo Santana. O Comandante da Aeronáutica, tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, também havia anunciado que os professores aprovados devem passar por uma formação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

O novo campus terá 18.568,59 m² e será dividido em:?

Bloco de alojamentos com três pavimentos: duas salas de atividades, área de circulação, uma sala de aula, dois quartos com acessibilidade para pessoas com de ciência (capacidade: quatro alunos), 40 quartos com sala de estar e cozinha (capacidade: 80 alunos).?

Bloco para cursos de engenharia com três pavimentos: 14 laboratórios didáticos, quatro salas de apoio técnico, oito salas de aula, dois auditórios, seis salas de reunião, seis salas de estudo, duas salas de convivência, dois setores com diversas salas para professores, biblioteca, espaço de eventos e exposições.

A nova sede em construção na Base Aérea de Fortaleza é a primeira do ITA fora de São Paulo e vai receber dois cursos inéditos da instituição: Engenharia de Energias Renováveis e Engenharia de Sistemas. O investimento total será de R$ 180 milhões.

Concurso e pós-graduação

O primeiro vestibular do ITA Ceará já foi realizado em outubro de 2024. Os alunos aprovados vão iniciar os estudos em fevereiro de 2025 na sede do ITA em São José dos Campos (SP), onde devem cursar os dois primeiros anos. A partir de 2027, eles devem vir à recém-inaugurada sede do ITA no Ceará para concluir a graduação. Conforme Kanitz, além dos cursos de Engenharia de Energias Renováveis e Engenharia de Sistemas, a expectativa é que o ITA Ceará passe a oferecer também o curso de Bioengenharia e, no futuro, um programa de pós-graduação.

Lula embarca neste sábado para viagem de uma semana ao Japão e ao Vietnã

Primeira parada em Tóquio inclui agendas com imperador, primeiro-ministro e empresários. Presidentes da Câmara e do Senado acompanham Lula na Ásia.

Guilherme Mazui, Pedro Henrique Gomes, Kevin Lima - Publicada em 22/03/2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na noite deste sábado (22) para uma viagem ao Japão e ao Vietnã, planejada para ampliar parcerias comerciais na Ásia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na noite deste sábado (22) para uma viagem ao Japão e ao Vietnã, planejada para ampliar parcerias comerciais na Ásia. A equipe de Lula considera estratégico diversi car as correntes de negócios com outros países, a m de reduzir a dependência da China, maior parceiro comercial do Brasil, e de sinalizar equilíbrio na guerra comercial travada atualmente entre chineses e americanos. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. A primeira parada de Lula neste giro pela Ásia será em Tóquio, capital japonesa, onde cará de segunda-feira (24) a quinta (27). Um dos principais temas será a tentativa de abrir o mercado japonês para carne bovina do Brasil.

Encontro com imperador

No Japão, Lula será recebido para uma visita de "primeira categoria", a mais alta da diplomacia local. Apenas uma visita deste tipo que prevê inclusive uma audiência com o imperador Naruhito é realizada por ano. O encontro está previsto para terça-feira (25). Na quarta (26), Lula deve participar de um fórum empresarial e terá reunião de trabalho com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba.

O governo tem a expectativa de viabilizar vendas de aeronaves da Embraer e de avançar nas tratativas para abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira. No entanto não há garantia de que o anúncio sobre a carne possa ser feito durante a viagem.

Brasil e Japão têm 130 anos de relação. Cerca de 211 mil brasileiros vivem no Japão, enquanto o Brasil abriga a maior comunidade nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, segundo o Itamaraty. Em março do ano passado, Lula recebeu o então primeiro-ministro do país, Fumio Kishida, em Brasília, em uma agenda que abordou temas como comércio, meio ambiente e transição energética. Em 2024, o Japão foi o terceiro maior parceiro comercial do Brasil na Ásia e terceiro maior destino de exportações brasileiras à região, com intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões e superávit de US$ 148 milhões para o Brasil, conforme o Itamaraty.

Ida ao Vietnã

Lula deve deixar Tóquio na quinta-feira (27) e seguir para Hanói, capital vietnamita. No dia seguinte, estão previstos encontros com o presidente do Vietnã, Luong Cuong, e o primeiro-ministro do país, Pham Minh Chinh. Auxiliares de Lula entendem que o Vietnã, por ser uma economia emergente, tem condições de ampliar a corrente comercial com o Brasil.

Segundo o Itamaraty, Brasil e Vietnã registraram em 2024 intercâmbio comercial de US$ 7,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 415 milhões. "O Vietnã consolidou-se como o quinto destino global das exportações do agronegócio brasileiro e se destaca como um dos principais produtores mundiais de café, arroz e produtos eletrônicos, setores nos quais há potencial para ampliar a cooperação bilateral", registra o Itamaraty. Os dois países pretendem estabelecer uma parceria de nível "estratégica", de nida para ampliar a cooperação e o uxo comercial. Em setembro de 2023, Pham Minh Chinh esteve em visita o cial ao Brasil e foi recebido pelo presidente brasileiro em visita ao Palácio do Itamaraty.

Participação de Motta e Alcolumbre

Lula levará na comitiva da viagem os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixaram os respectivos cargos em fevereiro, também devem integrar a comitiva. Lula investe em uma relação próxima com Motta e Alcolumbre, que de nem as pautas da Câmara, Senado e Congresso pelos próximos dois anos. Aliados de Lula acreditam que ele usará a viagem para discutir com Motta e Alcolumbre possíveis mudanças na equipe ministerial. Neste ano, Lula fez três mudanças em pastas vinculadas ao PT (Relações Institucionais, Secom e Saúde), mas avalia outras alterações na vagas destinadas aos partidos que apoiam o governo no Congresso.

Fabricação de `caça mais letal já criado` envia uma mensagem direta a aliados e inimigos, diz governo Trump

A aeronave militar F-47 será a sexta geração de caças desenvolvidos pela Força Aérea dos EUA e, segundo o republicano, será o `mais letal já criado`. O contrato de desenvolvimento de engenharia e fabricação vale mais de US$ 20 bilhões.

Da Redação - Publicada em 22/03/2025

Na sexta-feira (21), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou que a Boeing assumiu o desenvolvimento de um novo caça militar, batizado de F-47. O número "47" faz referência ao próprio Donald Trump, que é o 47º presidente dos Estados Unidos

No Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos e autoridades do Pentágono enalteceram características do novo caça, avaliando que a sua criação envia uma mensagem clara e direta a aliados e aos inimigos.

"Os inimigos da América nunca o verão chegando, espero que não precisemos usá-lo para esse m, mas é necessário tê-lo, e se isso algum dia acontecer, eles não saberão o que diabos os atingiu", diz Trump.

"Agora temos o F-47, que envia uma mensagem muito direta e clara aos nossos aliados de que não vamos a lugar nenhum... e aos nossos inimigos de que podemos, e seremos capazes de projetar poder ao redor do mundo, sem impedimentos, por gerações vindouras.", disse Pete Hegseth, secretário da Defesa ao lado de Trump.

Segundo a Força Aérea dos Estados Unidos, o F-47 representa a peça central para o programa americano de Dominância Aérea de Nova Geração (NGAD, na sigla em inglês). Para isso, o avião incorpora, em sua tecnologia, "furtividade de próxima geração, fusão de sensores e capacidades de ataque de longo alcance, a m de enfrentar os adversários mais so sticados".

Apesar da descrição de algumas qualidades do caça, nem a Boeing, nem o governo americano divulgaram dos detalhes do design e da cha técnica da aeronave permanecem guardados como segredo de estado. "Detalhes técnicos e programáticos da plataforma de Dominância Aérea de Nova Geração (NGAD, na sigla em inglês) permanecem em segredo sob as leis de segurança nacional e exportação dos Estados Unidos", diz a Boeing em nota.

Segundo a Reuters, o contrato de desenvolvimento de engenharia e fabricação fechado com a Boeing vale mais de US$ 20 bilhões (ou mais de R$ 100 bilhões). Na coletiva, Trump não revelou o montante

real do contrato, dizendo apenas que o governo encomendou um "grande pedido". Atualmente, o caça mais moderno da Força Aérea dos EUA é o F-35, que está em operação desde 2015 e foi fabricado pela Lockheed Martin. A Lockheed, porém, não participou do projeto do F-47.

Trump sai em defesa de Elon Musk

O presidente americano aproveitou a coletiva de anúncio do F-47 para tratar de outros assuntos. Entre eles, a presença de Elon Musk em reunião no Pentágono na sexta-feira (21) de manhã. Trump saiu em defesa de seu apoiador, após o jornal New York Times ter dito que o bilionário e teria acesso a documentos militares sigilosos que mostrariam uma simulação de guerra contra a China. Musk e Trump negaram que a China tenha sido assunto da vista de Musk, quali cando a publicação como "fake news" e "propaganda". O bilionário também foi a sua rede X para prometer represálias a quem quer que tenha "vazado" a história para o jornal.

Na entrevista, Trump disse que não quer ter uma guerra contra a China, mas ponderou que os Estados Unidos está preparado e bem-equipado para esse cenário. Ainda em sua defesa de Musk, Trump diz que seu apoiador vem sendo alvo de uma campanha de difamação. Trump também fez críticas aos ataques feitos a carros, agências e estações de carregamento da Tesla, a companhia de veículos elétricos controlada por Elon Musk, comparando os atos à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Não tivemos violência assim nem no 6 de janeiro", disse o presidente republicano.

Lula terá de trocar de avião na ida ao Japão; saiba como será o voo

Presidente fará parada em Houston (EUA) antes de pousar em Tóquio na 2ª feira (24.mar); percurso inteiro deve levar 25h10min

Evellyn Paola - Publicada em 22/03/2025 05:55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará ao Japão neste sábado (22.mar.2025) para uma visita de Estado. A previsão é que o avião saia de Brasília às 21h no avião VC-1, também conhecido como Aerolula, que tem a capacidade de levar de 100 a 156 passageiros em operações comerciais, a depender da con guração interna. Não existe voo direto do Brasil para o Japão. Antes de seguir para Tóquio, a comitiva brasileira fará uma parada técnica em Houston (EUA). O voo até a cidade no Sul dos Estados Unidos leva de 9h a 10h. Lá, o chefe do Executivo fará o transbordo para o KC-30, avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com maior capacidade e autonomia.

O percurso inteiro deve levar 25h10min. O petista, portanto, só desembarca no país asiático na 2ª feira (24.mar), levando em conta o fuso-horário dos hemisférios. A previsão de chegada é às 22h (horário de Brasília, ainda no domingo). No horário local, será 10h de 2ª feira (24.mar). Neste cenário, serão 2 voos para Houston: um do KC-30 e outro no VC1.O Poder360 questionou a Secom (Secretaria de Comunicação) e o Ministério da Defesa sobre a divisão da viagem em 2 aviões. O órgão comandado por José Múcio atribuiu a demanda a assessoria da

Presidência que, por sua vez, não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestações.

Atualmente, o Aerolula conta com uma cabine presidencial equipada com cama e um banheiro privativo para o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva. Há também uma área reservada com duas mesas e 8 lugares. Ali, o presidente pode ter conversas privadas durante o voo. Há ainda 16 poltronas para levar as principais autoridades que acompanham o presidente e a tripulação.

Como mostrou este jornal digital, Lula disse decidiu trocar o avião que serve ao Palácio do Planalto em 2023. Considerava a aeronave pequena. Sua intenção era aumentar o número de convidados em viagens internacionais, especialmente deputados e senadores. Um avião maior será útil para essa estratégia.

O KC-30, por sua vez, tem capacidade para 210 passageiros. Foi comprado pelo governo do expresidente Jair Bolsonaro (PL) da companhia Azul Linhas Aéreas e entregue em 2022. Tem 32 assentoscama de classe executiva e 206 poltronas de classe econômica.

Não possuem, porém, ambientes reservados que poderiam ser destinados exclusivamente ao presidente. São os maiores jatos da Aeronáutica. A autonomia de voo é de 14.000 km. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), acompanharão o chefe do Executivo a esta ida ao Japão. O ex-presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também irá. A ida dos senadores será custeada pelo Senado. Os valores, no entanto, não foram informados.

AEROLULA JÁ DEU PROBLEMAS NO PASSADO

O avião de Lula teve de dar voltas acima da Cidade do México por causa de um problema técnico logo depois da decolagem em 1º de outubro.

A FAB informou que o problema técnico no avião VC-1, um Airbus 319 CJ, foi resolvido com sucesso . Declarou também que os pilotos precisavam gastar o combustível antes de retornar ao Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na capital mexicana onde trocaram de avião e voltaram a Brasília. A manobra de queimar combustível antes de um pouso não previsto é comum. Normalmente, o peso do avião no momento da decolagem é superior ao máximo permitido no pouso pousar com a aeronave pesada aumenta o risco de uma colisão com o chão.

O piloto do avião presidencial na visita ao México identi cou um problema na aeronave assim que decolou. Em mensagem à torre de controle do Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na Cidade do México, o comandante usou o código pan-pan, pan-pan, pan-pan ao controlador, que signi ca um problema que necessita de ajuda em solo, mas que não representa risco de vida aos passageiros a bordo. Segundo o BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Infraestrutura Aeroportuária), a expressão é utilizada em situações de urgência, mas sem perigo iminente. A partir dessa comunicação, o avião tem prioridade da torre, exceto se outro avião reportar o código mayday, mayday, mayday , que caracteriza uma situação de emergência, com perigo iminente. Leia a íntegra da cartilha do BGAST (PDF 697 kB). O código pan vem da palavra pane falha no funcionamento de

algum equipamento elétrico ou hidráulico. Já o mayday vem do francês m aidez , que signi ca me ajude .

Aeroporto de Maricá (RJ) inicia Prova de Conceito do Sistema R-AFIS com inclusão de meteorologia aeronáutica

Juliano Gianotto - Publicada em 21/03/2025 13:00

O Aeroporto de Maricá deu um passo histórico nesta semana ao iniciar a Prova de Conceito (PoC) do Serviço de Informação de Voo de Aeródromo Remoto (R-AFIS) na Estação Prestadora de Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo (EPTA). A iniciativa, desenvolvida pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), permite a prestação completa de Serviços de Tráfego Aéreo (ATS) de forma remota, incluindo serviços de meteorologia aeronáutica. Trata-se de um feito inédito na aviação mundial em aeroportos regionais, que são os habilitados para utilizar esse tipo de tecnologia.

Até então, apenas os serviços de Telecomunicações Aeronáuticas eram operados remotamente. A PoC é um teste para validar a e cácia dessa nova tecnologia, avaliando sua e ciência e funcionalidade em operações remotas.

O sucesso dessa fase poderá consolidar Maricá como um modelo global de inovação na navegação aérea. Sob a supervisão do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), Maricá se torna pioneira global ao oferecer operações meteorológicas totalmente remotas, utilizando câmeras de alta de nição e sensores de última geração , ressalta a diretora de Operações da Codemar, Marta Magge.

O sistema R-AFIS, com sua central localizada em Juiz de Fora (MG), em parceria com a empresa licitada AMD Services, fornecerá não apenas os serviços de Telecomunicações Aeronáuticas, mas também todos os parâmetros meteorológicos essenciais para garantir a segurança das operações aéreas no Aeroporto de Maricá. A inovação está na prestação do serviço de meteorologia aeronáutica, que, de forma remota e utilizando tecnologia de monitoramento de ponta, eleva esse serviço ao mais alto padrão tecnológico do século XXI. A capacidade de fornecer dados precisos e em tempo real, mesmo em condições adversas, representa um avanço signi cativo para a aviação , destaca Luiz Fernando Rosa, diretor técnico operacional da AMD Services.

Pioneirismo na meteorologia aeronáutica

A inclusão da meteorologia aeronáutica no R-AFIS posiciona o Aeroporto de Maricá como o único no mundo a realizar esse tipo de operação remota. A Codemar se consolida como a primeira empresa a oferecer esse serviço, reforçando o Brasil como uma referência em inovação no setor aeronáutico. Monitorar e reconhecer fenômenos meteorológicos adversos é essencial para garantir operações aéreas seguras e ampliar o Serviço de Tráfego Aéreo (ATS), fortalecendo a segurança operacional da navegação aérea no Brasil , a rma Isaac Nascimento, superintendente de Operações da Codemar.

R-AFIS como solução ao dé cit de serviços, segurança operacional e novos empregos

A implantação do sistema R-AFIS surge como uma resposta estratégica à grande necessidade de ampliação dos Serviços de Tráfego Aéreo (ATS) no Brasil, já que atualmente menos de 4% dos aeródromos brasileiros contam com esse serviço, segundo dados do Decea (2022). Com potencial para democratizar o acesso à navegação aérea segura, o R-AFIS poderá bene ciar diretamente mais de 580 aeródromos públicos que hoje operam sem suporte adequado. A possível implantação do R-AFIS em apenas 10% desses aeroportos públicos desprovidos criará centenas de empregos em uma área com escassez de pro ssionais quali cados, como os Operadores de Estação Aeronáutica (OEA) e os técnicos especializados. Essa iniciativa não só impulsionará o mercado de trabalho, como também fortalecerá a quali cação técnica em um segmento estratégico da aviação , acrescenta Fernando Rosa.

Trump e Zelensky: parceria inesperada pode redesenhar rumos da guerra

Movimento estratégico visa cessar-fogo, mas levanta dúvidas sobre intenções de Trump e Putin. Zelensky aguarda com ansiedade acordo de paz

Manuela de Moura - Publicada em 22/03/2025 02:00

Em um movimento inesperado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, iniciaram uma reaproximação política que pode alterar o curso da guerra na Ucrânia. Após meses de relações tensas, na última semana os líderes discutiram estratégias para um possível cessar-fogo, embora especialistas alertem para os riscos dessa aliança.

Após o desastroso encontro entre os líderes das potências, no Salão Oval da Casa Branca, no nal de fevereiro, Zelensky e Trump voltaram a mesa em busca de saborear o prato principal: cessar-fogo incondicional entre Rússia e Ucrânia. Em uma conversa telefônica recente, Trump se comprometeu a auxiliar a defesa aérea ucraniana e relatou a Zelensky que Vladimir Putin aceitou uma pausa nos ataques à infraestrutura energética do país. Apesar do avanço diplomático, especialistas avaliam a reaproximação com cautela, destacando os interesses políticos e econômicos por trás do movimento.

Capítulos recentes sobre o acordo de paz

Volodymyr Zelensky, divulgou na última quarta-feira (19/3), que a Ucrânia havia aceitado a proposta de cessar-fogo, patrocinada pelos Estados Unidos. Já o Kremlin aceitou somente a pausa em estruturas energéticas ucranianas. O objetivo é que, em breve, representantes dos governos de Ucrânia e EUA se encontrem novamente na Arábia Saudita para discutir a implementação do cessar-fogo e outras questões de segurança.

Zelensky alertou a necessidade de reforço da defesa aérea da Ucrânia para proteger civis dos ataques russos. A medida apontada é considerada ponto de tensão, já que Putin condicionou seu apoio ao cessar-fogo à garantia de que a Ucrânia não utilizaria o período para reforçar seu aparato militar. Novamente, o líder ucraniano responsabilizou Putin pela continuidade da guerra e reforçou que a proposta de um possível cessar-fogo segue na mesa. Trump declarou na sexta-feira (21/3), que um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia deve acontecer muito em breve , devido a seu papel nas negociações.

Reaproximação pragmática e interesses estratégicos

A relação entre Trump e Zelensky já passou por momentos de tensão, especialmente após o encontro de fevereiro, quando o presidente americano pressionou a Ucrânia a aceitar concessões territoriais para a Rússia. Agora, o diálogo se torna mais pragmático. Segundo Gustavo Menon, coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, a mudança de postura do norte-americano, visa fortalecer sua imagem internacional. A reaproximação Trump-Zelensky é uma negociação de alto risco, uma vez que há volatilidade nas posições do atual presidente dos Estados Unidos. Enquanto Trump busca um legado de paz a qualquer custo, Zelensky tenta equilibrar a sua sobrevivência nacional com pressões geopolíticas a partir da atuação europeia , a rma Menon.

No entanto, ele alerta que a paz ainda é incerta. A Rússia apoia a postura de Trump, já que suas exigências, como adiar a expansão da OTAN e aceitar concessões ucranianas, alinham-se aos interesses do Kremlin. Putin usará a disposição americana para exigir mais concessões, enquanto testa a coesão de forças ocidentais. A descon ança persiste: Trump tenta pressionar a União Europeia para se desvencilhar em termos orçamentários da OTAN.

A proposta de Trump de adquirir usinas de energia ucranianas, foi prontamente rejeitada por Zelensky, que destacou a importância de manter a soberania energética do país. Mesmo assim, a usina nuclear de Zaporizhzhia, sob controle russo, foi tema das negociações. Zelensky ofereceu aos EUA a possibilidade de assumir sua gestão, caso fosse recuperada pela Ucrânia.

Para o economista Ian Lopes, a movimentação de Trump pode ser uma tentativa de recuperar popularidade após críticas internas por sua postura em relação à Rússia. Moscou não respeitou o último cessar-fogo, já no mesmo dia eles já bombardearam estruturas de energia, o que levanta dúvidas sobre a e cácia dessa nova tentativa , a rma Lopes. Além disso, o economista destaca a in uência dos interesses minerais na região. A Ucrânia possui recursos raros que interessam tanto aos EUA quanto à Rússia e à Europa. O discurso de aproximação com Moscou pode ser uma jogada estratégica para negociar esses ativos , analisa.

Europa observa com cautela

A reaproximação entre Trump e Zelensky ocorre em um momento delicado para os aliados europeus, que acompanham com descon ança os movimentos do governo norte-americano. Líderes demonstram ceticismo quanto à disposição da Rússia em respeitar qualquer acordo de paz.

Laércio Munhoz, coordenador do curso de Comércio Exterior, acredita que a Europa tem um interesse econômico na continuidade da guerra. A Europa que passa por uma severa recessão, investimentos baixos, reservas perto do m, juntos esses fatores sugerem que uma guerra traria recursos. Como demonstrado por empresas como a Volkswagen, que começou a direcionar esforços para a produção militar , explica.

Cessar-fogo: real possibilidade ou manobra estratégica?

Embora a retomada do diálogo entre os EUA e a Ucrânia traga esperanças para um desfecho pací co do con ito, especialistas alertam que um acordo de paz duradouro parece distante. As incertezas sobre a real intenção de Putin, a instabilidade da posição de Trump e a fragilidade do apoio europeu fazem com que a reaproximação entre o ucraniano e o líder americano seja vista como um movimento de alto risco. Enquanto isso, Volodymyr Zelensky continua a resistir e a defender sanções para pressionar o Kremlin a aceitar uma proposta de trégua completa. Já o mundo aguarda para ver se a nova dinâmica política levará a um verdadeiro cessar-fogo ou apenas a uma nova fase de tensões e negociações sem m.

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