Tudo pronto para o maior exercício multinacional conjunto realizado pela FAB (Págs. 8 e 9)
DIA DO MATERIAL BÉLICO
SOLIDARIEDADE
Confira o trabalho dos militares de armamento em exercícios operacionais (Pág. 12)
Interiorização de venezuelanos continua na Operação Acolhida (Pág. 7)
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CARTA AO LEITOR Expediente
FAB em ação! as mídias sociais e o portal FAB na internet. O público interno vai conhecer novas facilidades, como o Aplicativo de Gestão Hospitalar (AGHUse), que facilita e otimiza o atendimento em organizações de saúde da FAB, por meio de plataformas digitais para militares, dependentes, inativos e pensionistas. Ainda, o jornal divulga o 8° Simpósio de Sensoriamento Remoto de Aplicações em Defesa (SERFA), evento que discute as novidades tecnológicas na área espacial do Brasil. A respeito da tecnologia a favor da segurança de voo, outra matéria nos traz uma inovação interessante: como
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
Chegamos a novembro com muito empenho na missão de valorizar e fortalecer a imagem da nossa Instituição! Nesta edição você vai conferir as informações sobre o maior exercício de guerra aérea realizado na América Latina. Organizado pelos militares da Força Aérea Brasileira, o Exercício CRUZEX 2018 conta com 14 nações, cerca de 100 aeronaves e movimenta, entre os dias 18 e 30 de novembro, o céu do nosso querido Nordeste. Para saber tudo sobre a atuação da FAB nesse treinamento, acompanhe também as plataformas de comunicação disponibilizadas pelo CECOMSAER, como
O j o r n a l N O TA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.
o novo cenário em simulador do C-105 pode nos ajudar a realizar operações em aeródromos de operação restrita na Amazônia, como o de Surucucu (RR), por exemplo. Seja no treinamento ou no emprego real, esta é a sua For-
ça Aérea, sempre em busca de inovação, capacitação e mais eficiência no seu emprego. Boa leitura! Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo Chefe do CECOMSAER
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo. Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf. Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Paulo César Andari. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente Coronel Aviador Bruno Pedra. Editores: Tenente Jornalista Felipe Bueno (MTB 0005913/PE) e Tenente Jornalista Cristiane dos Santos (MTB 35288/SP). Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE. Diagramação e Arte: Tenente Chaves, Suboficial Ramos e Sargento Polyana.
ESPAÇO DO LEITOR “Ao ler a matéria sobre o Dia dos Pais, tive uma identificação muito boa com o início da história da família Codinhoto. Atualmente, vivo a felicidade de ter um filho no segundo ano da Escola Preparatória de Cadetes do Ar e outro no terceiro ano da Academia Militar das Agulhas Negras. Espero, no futuro, sentir a mesma satisfação do Suboficial da Reserva Valdir Codinhoto.“ SO BMA Gladston Pereira Aleixo (Gabinete do Comandante da Aeronáutica) “É de se elogiar a medida adotada pela FAB em aprovar um conceito do Programa de Capacitação e Valorização do Graduado, com a criação de cursos de aprimoramento e da figura do Graduado-Master, já que incentiva, desenvolve e aperfeiçoa o corpo de militares que sustentam a base da nossa Força, conferindo estímulo à prestação do seu ofício.” 1° Ten QOAP SJU Rogério Eduardo Werneck Júnior (Estado-Maior da Aeronáutica)
Capa: Foto: Sargento Johnson Barros / CECOMSAER Tiragem: 18.000 exemplares. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar - CEP: 70045-900 Brasília/DF
“Fui militar da FAB durante dois anos. Hoje, sou do Exército Brasileiro e sirvo no Comando Militar da Amazônia, em Manaus (AM). Gostaria de manifestar minha satisfação ao ler e assistir à matéria sobre a reintrodução das duas onças-pintadas na Amazônia. O que me chamou atenção foi o alto padrão de segurança com que as onças foram transportadas. Parabéns à FAB, instituição à qual tenho muito orgulho por ter tido a oportunidade de servir. Selva!” 1° Ten QCO Jefferson Rodrigo da Silva (Exército Brasileiro) Este espaço é para você, Leitor! Envie seus comentários e sugestões para notaer@fab.mil.br
Impressão e Acabamento: Viva Bureau e Editora
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PALAVRAS DO COMANDANTE
Chegou a hora de colocarmos em prática, mais uma vez, nosso lado operacional: depois de cinco anos, a FAB volta a realizar neste mês o Exercício CRUZEX, o maior exercício multinacional conjunto das Forças Armadas na América Latina. Na Ala 10, em Natal (RN), treinaremos cenários de conflito de forma integrada e cooperativa, promovendo a troca de experiências entre o Brasil e outros 13 países participantes. Esta é a primeira edição da CRUZEX após o processo de Reestruturação da FAB, o que nos permite inovar em relação às edições anteriores. Assim, as diferentes aviações da Força poderão testar uma integração mais harmoniosa nas missões aéreas compostas, pois após a Reestruturação, nossos esquadrões treinam de modo mais sinérgico, constituindo um corpo único de emprego. Essa mudança tem sido determinada pela própria evolução do uso do Poder Aeroespacial, que nos mostrou o valor de combinar distintos meios aéreos para alcançar melhores resultados
em uma operação militar. É imprescindível integrar cada vez mais o adestramento dos meios de Força Aérea entre si - e destes com as demais Forças - maximizando esforços, oferecendo coerência às operações e resultando em uma considerável otimização dos recursos. Esta CRUZEX treina também uma atividade de grande interesse estratégico do Brasil: um cenário de guerra não convencional, ou seja, exatamente o perfil encontrado em missões da Organização das Nações Unidas (ONU), tanto de manutenção da paz quanto de uso da força militar para reintegração da paz. Portanto, para que a FAB continue atuando ao redor do planeta, e adquirindo experiência junto a Forças de vários países, a CRUZEX é fundamental. É hora de dar partida nos motores e adquirir o máximo possível de aprendizado que esse desafio nos oferece! Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Força Aérea Brasileira
FOTO: CB ANDRE FEITOSA / CECOMSAER
A guerra é simulada, o treinamento é real!
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FOTO: HFAB
SAÚDE
Está em processo de implantação, pela Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA), o Aplicativo de Gestão Hospitalar (AGHUse), um novo sistema de agendamento de consultas. A função da ferramenta é instituir um sistema capaz de gerenciar, de maneira efetiva e integrada, todas as Organizações de Saúde da Aeronáutica (OSA). Segundo o Diretor do Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB), Brigadeiro Médico Cloer Vescia Alves, a novidade permitirá a integração dos diversos módulos hospitalares e proporcionará melhorias nos atendimentos. “O AGHUse visa atender seus usuários com mais agilidade, transparência e qualidade.
Essa inovação traz mais segurança aos pacientes. A implantação do sistema vai na direção da economicidade e interoperabilidade”, explica. De acordo com o oficial-general, o sistema possui diversas inovações, como maior facilidade para marcação de consultas pela internet, prontuário eletrônico único na FAB, registro eletrônico do atendimento médico e diminuição das filas de espera para marcação de consultas. Com o prontuário eletrônico, um número único é gerado para todas as OSA, o qual permite o registro do histórico do paciente e a disponibilidade para as localidades que já possuam o novo sistema. Já estão integrados no AGHUse o HFAB, o Hospi-
tal de Aeronáutica de Canoas (HACO), o Hospital de Aeronáutica dos Afonsos (HAAF), o Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG) e o Hospital Central da Aeronáutica (HCA). Com o AGHUse, o militar da ativa pode marcar suas consultas e de seus dependentes via internet e intraer usando sua senha do Portal do Militar. Para seus dependentes marcarem consultas via internet, será necessário o cadastramento dos e-mails no Portal do Militar (na seção “Dados Pessoais”, em “Cadastro” e “Dependentes”). Já os inativos e pensionistas deverão comparecer ao Serviço Médico e Estatística (SAME) para realizar recadastramento de e-mail, possibilitando assim o acesso ao sistema AGHUse.
FOTO: HFAB
Ten JOR Cristiane dos Santos
FOTO: HCA
Aplicativo de Gestão Hospitalar auxilia atendimentos nas Organizações de Saúde da FAB
FOTO: HFAB
Tecnologia a favor da Saúde
No AGHUse, cada paciente terá um prontuário eletrônico com registro do seu histórico disponível para todas as localidades do sistema
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ESPAÇO
SERFA 2018 - Simpósio de Sensoriamento Remoto de Aplicações em Defesa acontece em novembro Ten JOR Raquel Alves “Caminhos para consolidar o segmento espacial no âmbito da Defesa”: encontrar soluções para o tema é o desafio do 8º Simpósio de Sensoriamento Remoto de Aplicações em Defesa (SERFA 2018). O encontro, realizado entre os dias 5 e 8 de novembro, no Instituto de Estudos Avançados (IEAv), em São José dos Campos (SP), é voltado para a discussão de tópicos sobre o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) relacionados às novas tecnologias espaciais e como essas estratégias poderão contribuir para o desenvolvimento da indústria nacional em benefício da sociedade brasileira. Outros temas abordados são: o sensoriamento remoto em operações multidomínios (terra, mar, ar, espaço e cyber); a caracterização espectral de alvos e de sensores; a fusão de dados a partir de imagens de sensoriamento remoto; as
Evento, realizado de 5 a 8 de novembro no IEAV, discutirá papel das novas tecnologias espaciais no Brasil
aplicações operacionais com imagens SAR (sigla em inglês para Radar de Abertura Sintética), Hiperespectrais e LIDAR (em português, detecção e localização através da luz); e o processamento de imagens em tempo real com alta definição. “O SERFA é o único evento no país e na América Latina que reúne as características do sensoriamento remoto. Esta edição é voltada para o público formado por tomadores de decisão, a geração de novos negócios e o estímulo às parcerias institucionais, porém, sem perder o caráter técnico-operacional,
além de trazer esclarecimentos sobre os impactos da tecnologia espacial à sociedade e, assim, encontrar novas demandas para o desenvolvimento tecnológico”, conta o coordenador do evento, Major Aviador Rafael Paes, que é Doutor em sensoriamento remoto. No evento, o status do projeto CARPONIS também está entre os assuntos de interesse da sociedade e da indústria. A constelação será o primeiro sistema de satélites brasileiros de sensoriamento remoto de alta resolução espacial com capacidade de
gerar imagens coloridas com qualidade igual ou menor a um metro. O equipamento tem capacidade para gerar imagens com mais qualidade, nitidez e precisão a fim de atender as demandas de diversos órgãos públicos. O Brasil pretende colocá-lo em órbita entre 2021 e 2022. A constelação faz parte do PESE, que integra o Programa Espacial Brasileiro. Outro produto em exposição é a Tecnologia PITER (Processamento de Imagens em Tempo Real). A tecnologia elaborada por profissionais do IEAv foi desenvolvida por meio de um demonstrador de conceito que proporciona a navegação autônoma por imagens óticas para aeronaves remotamente pilotadas (ARPs). Como escopo do demonstrador, definiu-se uma plataforma eletrônica embarcada de alto desempenho, composta de câmeras e capaz de processar informações em tempo real para reconhecer o
local sobrevoado. “Essa tecnologia poderá estar presente em aeronaves, drones, associadas às câmeras de vigilância de meios de superfície e em satélites. O PITER também tem a possibilidade de apoiar as missões de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), de Busca e Salvamento no mar e em terra, situações de calamidades públicas, desmatamentos, dentre outros”, explica o coordenador. A 8ª edição do SERFA tem a participação da Comissão Coordenadora de Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), do Centro de Operações Espaciais (COPE) e da Divisão de Inteligência (DIVINT), todos do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Marinha do Brasil e Exército Brasileiro, além de outros órgãos como INPE, EMBRAPA, IBAMA, PETROBRAS, IBGE, Polícia Federal, e Universidades. O evento é aberto ao público e as inscrições são gratuitas através do site: www.serfa.ieav.cta.br
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FOTO: DT-INFRA - MN
HISTÓRIA
Estações telegráficas e integração do país Construção tombada pelo IPHAN era a base das operações do Marechal Cândido Rondon O prédio que abrigava as antigas estações telegráficas construídas pela Comissão Estratégica de Linhas Telegráficas de Cuiabá a Porto Velho (Comissão Rondon), localizado em Vilhena (RO) a 700 km de Porto Velho, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) em 2016. O imóvel histórico, que foi erguido entre os anos de 1904 e 1911, foi a base de operações do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. A antiga Estação Telegráfica possui importância por ter sido o local em que o Marechal Rondon e a sua comissão atuaram em prol do desbravamento da Região
Norte, em conjunto com os moradores e os índios nativos da Região Amazônica. Em 2012, o local passou por uma reforma realizada pela Secretaria Municipal de Esporte e Cultura (SEMEC) de Vilhena, que procurou manter suas características originais. Conhecida como Casa Museu Rondon, a construção é composta por pare-
des de vedação em alvenaria de tijolos cerâmicos, revestidas em reboco e pintadas na cor branca. As esquadrias em madeira foram substituídas durante a obra, mas suas formas originais foram mantidas. O piso ainda se mantém constituído de tábuas de madeira da época da construção da edificação. O telhado é
Marechal Rondon O tombamento federal se justifica por essas Estações Telegráficas representarem a atuação de vários homens que, liderados por Marechal Rondon, conseguiram integrar “o Brasil do litoral com o Brasil do interior ”. Eles desbravaram e tornaram conhecidos os valores culturais pertencente aos grupos indígenas imersos na Amazônia.
Diante de muitas capacitações, Cândido Rondon foi designado a explorar, em lombos de mulas ou em frágeis canoas, cerca de 77.000 km percorrendo o interior brasileiro. Nessas expedições, implantou o telégrafo, um sistema de telecomunicações, nas isoladas regiões Centro-Oeste e Norte, e, assim, conseguiu criar uma conexão
entre as estações telegráficas que construiu no Pantanal e na Floresta Amazônica. O Marechal realizou expedições pelo interior do país, abriu estradas, ajudou a demarcar terras indígenas, catalogou novas espécies da biodiversidade e fez levantamentos cartográficos e topográficos inéditos. Em 1943, foi criado o
Território Federal do Guarapé, com partes dos Estados do Amazonas e do Mato Grosso, e, em 1956, a região foi denominada de Território Federal de Rondônia, em homenagem ao Marechal Rondon. Por conta de muitos feitos, seu nome foi incluído em 2015 no “Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria”, localizado em Brasília (DF).
composto por telhas de barro tipo colonial, ripas e terças em madeira. Os pilares que sustentam a estrutura da cobertura na fachada principal foram substituídos após a reforma, mas mantiveram as características dos originais; por sua vez, a parte externa possui uma calçada em piso cimentado na sua parte frontal. FOTO: DT-INFRA - MN
Ten JOR João Elias
7 FOTO: CB ANDRE FEITOSA / CECOMSAER
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FOTO: ARQUIVO PESSOAL
SOLIDARIEDADE
Operação Acolhida completa sete meses de atividades Com o apoio do efetivo da FAB, força-tarefa promoveu a interiorização de mais de 2 mil venezuelanos Ten JOR Carlos Balbino Sete meses se passaram desde o início da operação deflagrada para o acolhimento de imigrantes venezuelanos que deixaram o país vizinho em busca de assistência e refúgio no Brasil. Dos 217 militares da FAB, 56 são profissionais de saúde e atuam diretamente na força-tarefa que já registrou a chegada ao país de 86.321 venezuelanos. Todos os dias, 300 imigrantes cruzam a fronteira. Apenas entre os meses de junho e agosto, 5.331 deles pediram refúgio e 3.528 solicitaram residência temporária. Durante os voos para a interiorização dos venezuelanos, o avião 767 da FAB pousou em Boa Vista (RR) 29 vezes. Antes disso, nunca havia ocorrido um movimento tão grande de aeronaves no Estado de Roraima para o transporte de cargas e passageiros. Do aeroporto da capital, mais de 2.000 imigrantes seguiram
para o Amazonas, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. “É uma missão bastante importante. Vemos que estamos realmente conseguindo ajudar outro ser humano por meio da Força Aérea. Para mim, é gratificante e o maior retorno pode ser visto no olhar deles. Fico até emocionada”, confessa a Comandante de um dos voos, Capitão Adriana Gonçalves Reis, do Esquadrão Corsário (2º/2º GT). Todos os dados foram apresentados ao Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho, pelo Comandante da Ala 7, Coronel Eric Breviglieri e pelo Comandante da Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida, General de Divisão Eduardo Pazuello. Em Boa Vista, o Tenente-Brigadeiro Botelho concluiu que a FAB – representada por cada integrante do seu efe-
tivo – vem desempenhando bem o seu papel. “A gente encontra a estrutura de uma Ala sendo realmente exercida por intermédio do Esquadrão Logístico, do Esquadrão de Segurança e Defesa, de Saúde e do Grupamento de Apoio, que oferece suporte por meio do fornecimento de alimentação e de transportes terrestres. Esse trabalho, que envolve a interoperabilidade, consolida a nossa Reestruturação. Mostra que sabemos exercer as nossas atividades em todas as áreas”, ressalta. Médico da FAB, o Tenente Rafael Vieira de Paulo é um dos militares que fazem a recepção e avaliam o estado de saúde dos estrangeiros no posto de triagem instalado em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. “Há um posto de atendimento avançado. É onde o pessoal que chega com mal-estar, com alguma doença ou problema é atendido. É como se fosse um
Tenente Vieira é do efetivo do Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB)
pronto-atendimento mesmo. Temos visto muitos casos de malária, muitas situações de doenças relacionadas à pobreza, condições precárias de higiene, e casos de suspeita de sarampo”, conta. O Tenente Vieira, que participa da Operação Acolhida, relata a rotina na fronteira. “Nós atendemos quem procura o serviço de saúde. É feita uma triagem relacionada à vacinação. A pessoa só é autorizada a tirar a documentação exigida nos casos de refúgio e residência voluntária se tiver as vacinas mínimas. Isso inclui a vacina da febre amarela e a tríplice viral”, afirma. Esther Ortiz, de 30 anos, chegou ao Brasil e ainda pretende trazer o restante da família, que teve que deixar para trás. “A linguagem, a cultura, os costumes, tudo é diferente em outro país. Sabemos que podemos ter um pouco
de dificuldade. Mas acho que serei muito feliz aqui”, diz. As ações da Operação Acolhida – cujo trabalho é realizado de forma integrada com as demais Forças Armadas, organismos internacionais, órgãos públicos federais, estaduais e municipais – devem se estender até a estabilização da situação na Venezuela. Todo o aprendizado adquirido nessa missão é um conhecimento que o Tenente Médico Vieira quer ter a oportunidade de compartilhar ao longo da vida. “Sempre quis ter esse contato com uma população diferente, gente de outra cultura e com perfil de doenças diverso do que estamos acostumados a lidar. Ao dar apoio a essa população que está chegando, a realidade deles mexe muito com a gente. Tem sido uma experiência pessoal e profissional única. É muito bom poder ajudar”, conclui.
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OPERACIONAL
Ala 10 abre as portas para a CRUZEX 2018 Unidade se prepara para receber militares de 13 países diferentes Ten AV Roberto Mega Junior Ten REP Taciana de Souza Farias
O Exercício CRUZEX 2018 será realizado na Ala 10, localizada em Natal (RN), no período de 18 a 30 de novembro de 2018, contando com a participação da FAB e de representantes de 13 Forças Aéreas estrangeiras. O exercício terá o formato “flight” (envolvendo voos reais), e tem o objetivo de adestramento dos Esquadrões Aéreos em voo, com a mínima utilização da estrutura e dos sistemas de comando e controle. Pretende-se, ainda, manter a atualização de táticas, técnicas e procedimentos
em missões aéreas compostas para os cenários de guerra convencionais em Forças Aéreas de diferentes países que operam em conjunto. Outra finalidade do exercício é incluir parte do adestramento dos esquadrões em missões que permeiem o cenário de conflitos de guerra irregular, como as missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), além de valorizar e estreitar as relações da FAB com as Forças Aéreas de nações amigas. Entre 5 e 9 de março, houve a conferência inicial de planejamento, a Initial Planning Conference (IPC), com a
presença de representantes de Forças Aéreas estrangeiras na Ala 10. O evento promoveu a interação entre os participantes, apresentou o planejamento inicial e cada representante das delegações estrangeiras pôde esclarecer suas demandas operacionais e de suporte. “A interação entre os países e as pessoas que participam desse evento se faz necessária para que possamos operar eficientemente e com segurança. Com certeza, é mais fácil entender e operar em nosso próprio país de origem, porém, a CRUZEX nos proporciona um maior conhecimento operacional de
países diferentes para que, em futuras missões, possamos atuar com uma maior integração”, afirmou o Major Aviador Eric Willrich, representante da Força Aérea do Canadá. Já em agosto ocorreu a Final Planning Conference (FPC), última reunião oficial antes do exercício CRUZEX. Foi definido que, nesta edição, Brasil, Canadá, Chile, França, Peru, Uruguai e Estados Unidos vão participar com militares e aviões; e que Alemanha, Bolívia, Índia, Portugal, Suécia, Reino Unido e Venezuela, apenas com militares. Serão utilizadas aeronaves de caça, como
os F-16 norte-americanos e chilenos, além de cargueiros e reabastecedores, como os CC-130J canadenses. Cerca de 1.700 militares participarão do exercício, sendo 600 estrangeiros. Ainda foram discutidos e definidos na FPC os procedimentos operacionais com as Forças estrangeiras visando a um exercício seguro para os militares participantes. Segundo o Adido de Defesa Francês, Coronel Charles Orlianges, a França deslocará um cargueiro C-235 e militares das forças especiais para atuar em ações de Guiamento Aéreo Avançado (GAA) - em
inglês, conhecidas como Joint Terminal Attack Controller (JTAC) - e participar como Isolated Person (IP), ou seja, o piloto que, na simulação, é ejetado e espera ser resgatado por uma missão CSAR (Busca e Salvamento em Combate). Ele destaca a importância da participação de militares franceses experientes em JTAC por terem participado recentemente de operações reais. “É importante aprimorar a interoperabilidade entre os países para que o nível de profissionalismo seja nivelado, pensando, especialmente, na possibilidade de algum futuro engajamento conjunto em missões de paz, como existe
o debate em torno da participação do Brasil na República Centro-Africana”, avaliou. A CRUZEX contará com vários tipos de missões que serão baseadas nas seguintes ações de Força Aérea: guiamento aéreo avançado; busca e salvamento em combate, simulando um resgate atrás das linhas inimigas; ataque; apoio aéreo aproximado; defesa aérea; varredura; escolta; reconhecimento aéreo; controle e alarme em voo; reabastecimento em voo; transporte aerologístico; assalto aeroterrestre; infiltração aérea; exfiltração aérea; evacuação aeromédica; defesa antiaérea; entre outras.
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Antes da CRUZEX 2018, Ala 10 recebeu novos hangaretes (abaixo)
FOTO: DIRINFRA
FOTO: TEN ENILTON KIRCHHOF / CECOMSAER
FOTO: ALA 10
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O Comandante da Ala 10 e Diretor do Exercício, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, citou a importância da CRUZEX e de que forma o exercício irá agregar valor à FAB. “A CRUZEX é um exercício multinacional e o que é mais importante é testarmos a Força Aérea Brasileira em determinados cenários, junto com outros países que têm mais experiência, como, por exemplo, o cenário de guerra irregular. Esse exercício vai agregar um alto valor operacional à Ala 10 devido ao seu nível internacional e que demanda um esforço de toda a Força Aérea para que seja realizado”, disse.
DIRINFRA marca presença no exercício A Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) exercerá um papel fundamental na realização da CRUZEX 2018. Com a missão de planejar, normatizar e gerenciar atividades relacionadas ao patrimônio imobiliário, engenharia de campanha, gestão ambiental e contraincêndio, a organização está envolvida no suporte de infraestrutura do exercício. “Uma operação desse porte é uma oportunidade única de países envolvidos trocarem informações, doutrinas e também de aperfeiçoarem a forma de agir em situações reais. Para a DIRINFRA, é uma honra apoiar em termos logísticos e técnicos tal evento, uma vez que este exercício operacional é o de maior vulto em que a FAB participa na América Latina”, destaca o Major-Brigadeiro do Ar Sérgio de Matos Mello, Diretor de Infraestrutura da Aeronáutica. A DIRINFRA e sua Divisão de Contraincêndio são peças-chave da segurança, responsáveis pela proteção contraincêndio com viaturas especiais, militares do efetivo e integrantes do Sistema de Contraincêndio local, que trabalharão diariamente no evento.
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DIA DA BANDEIRA
Dia da Bandeira O dia 19 de novembro marca a reverência a um dos principais símbolos da Pátria: a Bandeira do Brasil. A data é celebrada desde 1889, após a Proclamação da República. Confira detalhes e curiosidades sobre o Pavilhão Nacional. Ten REP Nara Lima A Bandeira Nacional tem direito à continência: a) ao ser hasteada ou arriada diariamente, em cerimônia militar ou cívica; b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas; c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar; d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por organização civil, em cerimônia cívica; e) quando, no período compreendido entre oito horas e o pôr-do-sol, um militar entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de “embarcado”, avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez. Artigo 15 do Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas. A maior Bandeira Nacional fica na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), com 286 metros quadrados e 90kg. Distintamente de outras profissões, o sacrifício da própria vida é condição fundamental de admissão e permanência nas Forças Armadas cujos preceitos são afirmados em juramento perante a Bandeira Nacional, feito por todos os militares na sua incorporação. A defesa da Pátria por meio da sua honra, integridade e instituições democráticas norteia, portanto, o comportamento do militar como reflexo dos valores. Item 3.4. do Manual do Comando da Aeronáutica 909-1 (Programa de Formação e Fortalecimento de Valores).
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
O Hino à Bandeira foi apresentado pela primeira vez em 15 de agosto de 1906, a Letra é de Olavo Bilac e a música de Francisco Braga. Apostila “Dia da Bandeira” – Senado Federal.
Escola de Especialistas de Aeronáutica Guaratinguetá (SP)
Academia da Força Aérea Pirassununga (SP)
Pico da Neblina Santa Isabel do Rio Negro (AM)
Ala 5 Campo Grande (MS) FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
FOTO: CB ANDRE FEITOSA / CECOMSAER
Base Aérea dos Afonsos Rio de Janeiro (RJ)
FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER
FOTO: SGT PETERSON / ALA 5
FOTO: SGT GAEDKE / AFA
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FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
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Campo de Provas Brigadeiro Velloso Serra do Cachimbo (PA)
FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER
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FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER
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DIA DO MATERIAL BÉLICO
Treinamento de fogo Nos bastidores dos Exercícios Operacionais promovidos pela FAB, militares especializados em material bélico realizam treinamento e garantem a segurança das atividades Ten JOR Gabrielli Dala Vechia Em um cenário de combate, o que seria do H-60L Black Hawk sem sua minigun? E do F-5M sem o míssil Phyton, por exemplo? Como ficam os A-29 Super Tucano sem a metralhadora .50 em suas asas? Para uma Força Aérea, manter operacionais as equipagens ligadas ao material bélico é tão importante quanto as atividades de voo. É por isso que militares especializados participam dos Exercícios Operacionais promovidos pela
Força - mesmo naqueles em que não há emprego real de armamento. Nesses casos, as equipes cuidam dos óculos de visão noturna (NVG), assentos ejetáveis (pois o mecanismo de acionamento é baseado em explosivos), PODs (sigla em inglês para Dispositivo de Objeto de Fotografia) de reconhecimento (utilizados nas aeronaves A-1), artefatos de autodefesa, entre outros exemplos. Segundo explica o Diretor do Parque de Material Bélico da Aeronáutica do Rio de
Janeiro (PAMB-RJ), Coronel Aviador Ricardo Tanaka, a CRUZEX 2018 – apesar de não se tratar de um treinamento com emprego real – conta com a participação do material bélico. “Diariamente, os especialistas realizam, antes das decolagens, a inspeção pré-voo de assentos ejetáveis, alijamento de canopi e de cargas externas e sistemas de autodefesa”, diz o oficial. Nesse exercício, um dos principais envolvimentos será com a utilização do chaff e flare – artefatos que equipam algu-
mas aeronaves e servem para despistar mísseis guiados por radar ou por infravermelho, respectivamente. O Diretor do PAMB-RJ explica que a abrangência do material bélico na FAB vai desde material de segurança orgânica até os mísseis mais complexos. “Atualmente, o PAMB-RJ gerencia mais de 40 projetos bélicos. Ademais, toda carga de armamentos transportada em aeronaves da Força deve ter um parecer técnico emitido por especialista”, diz o Coronel Tanaka.
Entenda a data A data de 11 de novembro é comemorada como o Dia do Material Bélico da Aeronáutica devido a um fato ocorrido em 1944, durante a campanha na Itália, na Segunda Guerra Mundial. No dia, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) realizou sua primeira missão independente, nas aeronaves P-47 armadas pela sua própria Seção de Armamento, chefiada pelo então 2° Tenente Especialista em Armamento Jorge da Silva Prado.
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TECNOLOGIA
Pouso seguro
Com o objetivo de retomar a operacionalidade no aeródromo de Surucucu (RR), localizado no oeste de Roraima, próximo à fronteira com a Venezuela, o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) desenvolveu e implementou o cenário visual da pista roraimense no simulador da aeronave C-105 Amazonas. A novidade permite que os pilotos possam treinar a missão antecipadamente e obter a experiência necessária para realizar os pousos na localidade em segurança. O aeródromo de Surucucu está localizado no município de Alto Alegre (RR), no interior das terras indígenas Yanomami. Ele foi construído no início da década de 1980, sendo referência para as operações do 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro, para a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), entidades federais sediadas na região. A geografia da pista é singular. A região é montanhosa, a cerca de 1.000 metros de altitude. Além disso, a diferença de altura de 43 metros entre as cabeceiras, os fortes ventos de cauda e a existência de montanhas ao redor tornam o aeródromo especialmente peculiar, configurando alto grau de risco para pousos
e decolagens, até mesmo para pilotos experientes. Por conta disso, desde abril de 2017, o Comando de Preparo (COMPREP), resolveu suspender as operações no local visando priorizar a segurança operacional. Agora, o cenário desenvolvido pelo CCA-SJ é um aliado para o retorno seguro às operações. O cenário visual de Surucucu foi elaborado pela Subdivisão de Simuladores do CCA-SJ, entre os meses de agosto e setembro de 2018, sendo devidamente implantado na Ala 8, em Manaus (AM), já a partir de setembro. Os pilotos do Esquadrão Arara (1°/9° GAV) foram os pioneiros a pousar e decolar virtualmente na pista. O simulador permitiu a possibilidade de se ambientarem ao cenário e treinarem os procedimentos de pousos e decolagens em condições adversas. O Chefe do CCA-SJ, Coronel Aviador Luís Antonio de Almeida Rodriguez, falou sobre a importância do desenvolvimento de simuladores para a segurança de voo. “O resultado da tecnologia empregada fortalece a qualidade do trabalho do CCA-SJ como pioneiro no desenvolvimento dos cenários visuais dos simuladores de voo da FAB e sedimenta a ideia do treinamento de voo militar simulado para prover economia e aumentar a segurança nas operações aéreas”, disse.
Cenário no simulador do C-105 permite treinamento de procedimentos em condições adversas em Surucucu
FOTO: SGT SUELLEN / CCA-SJ
Maj AV Rodrigo Faulstich
FOTO: SGT SUELLEN / CCA-SJ
CCA-SJ desenvolve cenário visual do aeródromo de Surucucu (RR) para que operacionalidade no local seja retomada
Inovação foi elaborada pelo efetivo da Subdivisão de Simuladores do CCA-SJ e implantada na Ala 8
Novembro - 2018 FOTO: SGT FLÁVIO / CENIPA
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PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO
SENASP firma Acordo de Cooperação Técnica com CENIPA Principal objetivo é aumentar a segurança de voo da Aviação de Segurança Pública brasileira Na primeira quinzena de outubro, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) assinou Acordo de Cooperação Técnica com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) oficializando parceria em prol da melhora da segurança de voo da Aviação de Segurança Pública brasileira. O evento ocorreu na sede do Ministério da Segurança Pública. Assinaram o documento o Secretário Nacional de Segurança Pública (SENASP), Major Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini e o Chefe do Centro de Investigação
e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Brigadeiro do Ar Frederico Alberto Marcondes Felipe. O documento assinado visa ao desenvolvimento de ações relacionadas ao intercâmbio de dados e informações, para efeito de otimização da atividade de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos. O acordo também prevê a participação na execução de atividades de investigação de ocorrências aeronáuticas, tais como ações iniciais e seus respectivos desdobramentos, como também estabelecer protocolos de execução ins-
titucionais para essas ações. “É muito importante que a gestão da segurança de voo das Organizações de Aviação de Segurança Pública troque experiências com o CENIPA, que atua diretamente na prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos no Brasil, tendo a possibilidade de agregar e sugerir melhorias para aumento da segurança de voo da Aviação de Segurança Pública brasileira”, afirmou o Major Brigadeiro Fiorentini, Secretário Nacional de Segurança Pública. Para o Brigadeiro Felipe, Chefe do CENIPA, “assinar esse acordo é um avanço para a segurança de voo, pois a
Aviação de Segurança Pública, com a capilaridade que tem, e a qualidade de seus recursos humanos, pode colaborar com o CENIPA nas ações iniciais e seus respectivos desdobramentos quando necessário”. A principal meta do acordo é aproximar as Organizações de Aviação de Segurança Pública e o CENIPA, com o objetivo de estruturar um
sistema nacional de gestão de segurança de voo dessas unidades como forma de desenvolver iniciativas voltadas à produção de conhecimentos no campo da segurança operacional visando à prevenção de acidentes aeronáuticos.
Sua rede Wi-Fi está segura?
esteja baixando do seu e-mail e muito mais. Além das medidas citadas, cabe acrescentar que existem muitos aplicativos de dispositivos móveis que servem para descobrir se há intrusos em sua rede sem fio. Uma simples pesquisa nos buscadores da Internet trará inúmeras opções para realizar um acompanhamento mais próximo sobre dispositivos estranhos que se conectaram ao seu roteador Wi-Fi. Portanto, esteja alerta! As suas informações e da sua família são muito importantes e devem (e podem) ser protegidas.
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)
FOTO: INTERNET
PENSANDO EM INTELIGÊNCIA
Já imaginou ficar sem internet Wi-Fi em casa hoje em dia? Essa mera possibilidade assustaria muitas pessoas. Segundo o Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), a rede sem fio está presente em pouco mais de 80% dos domicílios
urbanos do Brasil. Apesar do conforto e praticidade que as redes sem fio nos oferecem, é preciso estar atento a alguns aspectos de segurança relativos ao seu uso. É comum utilizarmos o roteador de internet sem fio oferecido pela operadora com suas configurações de fábrica e com a senha definida pelo técnico responsável pela instalação (ou a senha padrão que geralmente vem afixada abaixo do próprio roteador). Cuidado! Essa prática impõe sérias ameaças às suas informações particulares! Normalmente, as senhas de acesso deixadas pelo téc-
nico (ou afixadas no roteador) seguem um padrão definido pela prestadora de serviço ou pelo fabricante do equipamento. Algumas coincidem com o número do telefone do cliente, marca do equipamento ou até credenciais de fácil descoberta, como “admin”, “12345678”. Sabendo disso, indivíduos mal-intencionados conseguem descobrir, facilmente, a senha em questão de minutos. Por isso é tão importante alterar imediatamente a senha por uma mais complexa e extensa, assim como depois definir alguma periodicidade para atualizá-la. Não se pode esquecer também de alterar a senha
de configuração do roteador (geralmente acessível via navegador ao se digitar “192.168.0.1”, etc), que é diferente da senha de acesso à Internet. Deixar a senha de fábrica abre uma oportunidade enorme para crackers (hackers maliciosos) acessarem seus dados ou mesmo direcionarem o usuário para páginas falsas de bancos, por exemplo. A ação de um intruso não apenas diminuirá a velocidade da sua conexão. Ele também será capaz de alcançar pastas e recursos do seu computador que estejam compartilhados, descobrir o seu comportamento online, obter arquivos que você
Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER)
Novembro - 2018
ENTRETENIMENTO
CAÇA-PALAVRAS O Exercício Operacional CRUZEX é resultado de estudos que datam da década de 1990, quando a FAB absorveu conhecimento com forças ESTRANGEIRAS que atuaram no IRAQUE, na BÓSNIA e no KOSOVO. Para organizar seu próprio exercício internacional, a FAB participou, ainda, das operações: TIGRE II, MISTRAL I e Mistral II, em 1995, 1997 e 1999, respectivamente. Em 2000, a participação na Operação RED FLAG seria mais um fator a incentivar o desenvolvimento da CRUZEX. A primeira edição ocorreu em 2002 nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, quando o Comandante da Aeronáutica, à época, Tenente-BRIGADEIRO do Ar Carlos de Almeida Baptista, implementou o primeiro exercício INTERNACIONAL desse gênero no país: o Cruzeiro do Sul Exercise.
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FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER