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Busca e Salvamento
Ati vidade de Busca e Salvamento na Força Aérea
Outras Ações de Força Aérea com parti cipação da Infantaria da Aeronáuti ca são a Busca e Salvamento (SAR) e a Busca e Salvamento em Combate (CSAR).
A ati vidade SAR (Search and Rescue) consiste em empregar meios de Força Aérea para localizar e salvar pessoas em perigo na terra ou no mar. O CSAR, por sua vez, é a ação que consiste em empregar meios de Força Aérea para localizar e salvar militares em território hosti l, especialmente, tripulantes abati dos ou acidentados ou pessoal militar isolado em perigo.
A Busca e Salvamento apresenta importante signifi cado para a sociedade em geral. Desenvolvida em cumprimento a acordos internacionais que regulam as ati vidades da aviação civil, repercute na garanti a de suporte à circulação aérea nacional e internacional.
Nesse senti do, a FAB mantém estruturado todo um sistema: o Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR), que engloba, além dos Órgãos de Controle do Espaço Aéreo, Unidades Aéreas vocacionadas para essa missão. Compondo os Quadros de Tripulantes dessas Unidades Aéreas, militares da Infantaria da Aeronáuti ca integram as Equipes de Busca e Salvamento (Equipes SAR), que têm a incumbência de acessar os locais dos acidentes aeronáuti cos, para prestar os primeiros atendimentos às víti mas.
Atuando em coordenação com o Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil (Salvamar), a Força Aérea emprega seus vetores, ainda, em apoio a embarcações acidentadas ou em perigo, dentro da área de jurisdição do Salvamar Brasil.
Nos últi mos 10 anos, por meio de operações de Busca e Salvamento, a FAB localizou mais de 300 pessoas víti mas de acidentes aeronáuti cos e maríti mos. Em 2019, foram realizadas 2.260 buscas estendidas por comunicações (EXCOM), com 05 embarcações localizadas, 46 pessoas encontradas com vida e outras 158 apoiadas com algum ti po de assistência do SISSAR.
Essas missões acontecem sobre todo o território brasileiro e suas águas territoriais, alcançando, ainda, uma expressiva área de águas internacionais do Atlânti co. Em cumprimento aos tratados internacionais, a Força Aérea atua em uma área que corresponde a quase três vezes a extensão territorial do País.
As ati vidades desempenhadas pelas Equipes de Busca e Salvamento são de natureza eminentemente militar, seja em tempo de paz ou de guerra. Para cumprir essa missão nos diferentes
cenários, além da capacitação técnica específi ca, o militar deve possuir elevado grau de rusti cidade, comprometi mento e abnegação.
Apesar da capacidade letal intrínseca à ati vidade militar, o “Homem-SAR” possui alto senso humanitário, que o leva, frequentemente, a arriscar sua vida para ajudar pessoas a quem sequer conhece. Um compromisso permanente com a vida humana, que o mantém pronto para atuar a qualquer dia e hora em situações adversas, abrangendo condições climáti cas extremas (frio, calor, chuvas intensas etc) e diferentes ambientes (fl orestas, semi-árido, montanha, rios e mares).
Sob uma abordagem fi losófi ca, o altruísmo desses militares é o alicerce para o cumprimento de cada missão, entendendo que a preservação de cada vida merece todo esforço desencadeado. Dentro desse escopo, a frase “Nós não deixamos ninguém para trás!” refl ete o espírito de cumprimento de missão do militar de resgate, sustentado por seu entusiasmo e idealismo. Por trás da sati sfação do dever cumprido, além dos riscos inerentes à ati vidade, repousam os basti dores do treinamento árduo e de uma vida de abnegação.
Encontra-se expresso no juramento SAR, entoado em uníssono por todos os formandos do Curso de Busca e Salvamento, que a missão deve estar acima do bem-estar e interesses pessoais, o que não é apenas um mantra ou um recorte ideológico, mas um pilar que permeia e baliza o trabalho diário.
A possibilidade de atuação multi tarefas em cenários complexos e inóspitos desencadeia a necessidade de um rigoroso processo seleti vo de formação nos campos técnico, intelectual e fí sico, com o escopo de desenvolver atributos da área afeti va que capacitem o militar a operar com segurança nos diversos cenários e condições de operação. O Homem-SAR, portanto, deve ter alto controle emocional, excelente preparo fí sico e capacidade de tomar decisões acertadas sob condições desfavoráveis extremas.