8 minute read
Repensar o cuidado com o meio ambiente
REPENSAR O CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE
Quanto lixo você viu ou encontrou ao vir para a reunião do grupo hoje? Quanto lixo e desperdício existem neste local onde estamos reunidas? Para que tanto lixo, esbanjamento, consumismo? Dizem que até mesmo em alto-mar estão se formando ilhas somente de lixo que nós produzimos. Olhe para o céu e conte as estrelas, se puder, disse Deus para Abrão (Gênesis 15.5). O que cai do céu, aí na localidade onde você vive? Certamente não cai lixo. A visão do céu, especialmente, nas noites mais escuras, é espetáculo maravilhoso. Estrelas brilhando e dançando, satélites se movimentando. A infinidade e a boniteza do céu testemunham a glória de Deus Criador e Salvador. A ele adoremos por seu cuidado e atenção às suas criaturas no céu e na terra. Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. [...] É Deus quem veste a erva do campo [...], disse Jesus (Mateus 6.28, 30). Arquivo pessoal No campo e na floresta, a visão do céu é muito deslumbrante. É possível olhar e admirar à vontade. Na cidade, a visão é turva por causa da poluição. O brilho é apagado pelo lixo espalhado nas ruas, rios e toda parte. O lixo, o veneno, a poluição que apagam o brilho e matam a vida em suas diferentes formas não caem do céu. Sacos plásticos, garrafas pet, sofás, camas, óleo espalhado, veneno, balas de armas que matam não vêm do céu. O lixo não é obra de Deus, nem é obra de sua vontade salvadora. O lixo que se espalha, veneno e balas que matam são obras do pecado humano. O salmista canta a beleza da natureza. No Salmo 104.27-30, por exemplo, diz: Todos esses animais dependem de ti, esperando que lhes dês o alimento no tempo certo. Tu dás a comida, e eles comem e ficam satisfeitos. Quando escondes o rosto, eles ficam com medo;
Arquivo pessoal
[...] quando lhes dás o sopro da vida, eles nascem. E assim dás nova vida à terra. Que a glória de Deus, o Senhor, dure para sempre! Que ele se alegre com aquilo que fez. Você pode imaginar essas cenas em que os animais estão esperando que Deus abra seu coração para eles? Quando você dá um alimento ao seu cachorro, ele vem lamber na sua mão. A lambida é o beijo de agradecimento que o cachorro lhe dá. Imagina todos os animais da terra beijando Deus como agradecimento pela comida e cuidado que recebem dele? Isaías diz que Deus vai reconstruir sua criação, que se corrompeu. Ele vai reconciliar os animais que competem, se combatem, se matam e se destroem. Os lobos e os carneirinhos pastarão juntos, os leões comerão palha com os bois, e as cobras não atacarão mais ninguém. E no meu monte santo não acontecerá nada que seja mau ou perigoso. O senhor falou (Isaías 65.25). Deus vai criar novo céu e nova terra. Criará novos homens, novas mulheres, novos animais, que não mais vão se matar, se destruir mutuamente. Viverão reconciliados e cuidadores do seu ambiente. O apóstolo Paulo nos lembra de sofrimentos e dores que existem em toda parte: O universo todo espera com muita paciência o momento em que Deus vai revelar o que seus filhos realmente são. Um dia, o próprio universo vai ficar livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Romanos 8.19,21). Deus vai libertar a nós. Deus vai libertar a natureza de nossa ignorância, nossa ganância e de nosso poder destruidor. Somos inimigos do meio ambiente, somos inimigos das árvores, dos rios, dos animais. Animais têm medo e fogem de nós. “Se árvores tivessem pernas, fugiriam de nós”, escreve Leonardo Boff. Precisamos nos reconciliar com o meio ambiente. A reconciliação é desejo de Deus. Não é somente opção para nós, mas é necessidade para a continuidade da vida.
Nós somos pó. Somos terra. Do pó da terra somos formados e à terra retornamos (Gênesis 2.7). A gente sempre precisa cuidar do todo e fazer as coisas certas para que a vida seja melhor em todos os sentidos. Mas sempre precisamos ser vigilantes. Cuidar mais das coisas que recebemos de Deus. Deus nos ama, mas ele ama também todas as outras partes e seres do ambiente que ele criou. Entupir a terra de agrotóxicos é o mesmo que envenenar nosso corpo e nossa vida. Somos convocados para cuidar mais e melhor. O ar e a terra não intoxicados deixaram saudade. A saudade que sentimos não nos pode parar. Parados, morreremos. A saudade nos indica caminho se ela nos faz olhar para frente. Podemos agir em muitas frentes, para não ficar só na saudade. Há muitas frentes e maneiras de atuar. Lembro três formas muito simples de se envolver:
1. Tomar posição, dialogar e promover projetos, propostas e ações. Não é possível esperarmos que outros digam que devemos cuidar. Nós somos os mais interessados em não acabar com o ambiente em que vivemos. Somos parte dele. Nós, brasileiros e brasileiras, somos as mais interessadas em preservar a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica, a caatinga, os pampas e o cerrado, a terra, os rios e as nascentes de água. Vivemos aqui e somos parte do habitat. O mundo nos pergunta: qual é nossa proposta?
2. Livrar o ar da poluição dos carros. O ideal seria se pudéssemos parar com os veículos. Como isso, ainda, é difícil, deveríamos instituir o dia santo do ar, a exemplo do domingo. A exemplo do nosso sábado e domingo de folga, de passeio e de lazer, deveríamos ter dias por semana em que ninguém, no mundo todo, ligue seu carro. Só os de transporte coletivo seriam utilizados por quem mora longe do seu trabalho. Assim iríamos reduzir em, pelo menos, 15% da poluição causada pelos carros. Se não agirmos por graça, amor e fé, algum dia seremos obrigados a parar os carros, pois a poluição ficará insustentável. 3. Os sacos plásticos que pegamos nos mercados, colocando nossas compras, são responsáveis por mais de 10% da poluição da terra e dos rios no Brasil. Uma medida simples, boa e barata é arrumar uma cesta ou bolsa de pano. Levar essa cesta ou bolsa toda vez que formos fazer compras no mercado. Não pegar mais os sacos plásticos distribuídos nos mercados. Esses sacos são nocivos à natureza. Podemos nos livrar deles de forma simples e barata, isto é, não os utilizando mais.
Há formas simples e baratas de nos livrarmos da poluição. “Creio que um dos primeiros presentes que recebi de meus sogros, em Viena, foram duas bolsas de algodão para ir ao supermercado. Depois compreendi”, escreveu o jornalista André Trigueiro. André está se referindo aos problemas dos sacos plásticos que carregamos para casa toda vez que vamos ao mercado fazer compras. Agora, suas bolsas de algodão substituem os nocivos sacos plásticos.
4. Reconhecer e valorizar a agroecologia. Essa palavra se refere aos cuidados que se deve ter consigo mesmo, com as outras pessoas, com a alimentação saudável, com a terra e com Deus.
A terra e o ar estão ardendo em chamas e em pressão em direção ao fim. Vamos nós, também, compreender os sinais dos tempos, cuidando da vida de todos os seres viventes abençoados e amados por Deus, nosso criador, salvador e consolador. Somos chamados para ser uma bênção em meio ao nosso ambiente. Estamos repensando o cuidado com o meio ambiente e fazendo a diferença? Vamos juntos mudar nossos comportamentos ambientais? O apóstolo Paulo, na Carta aos Filipenses, fala da abrangência e da alegria da obra salvadora de Jesus Cristo: para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai (Filipenses 2.10-11). A obra libertadora de Jesus atinge todos os seres viventes. E é para o júbilo e a honra de Deus, criador e recriador.
P. Teobaldo Witter Cuiabá/MT
Há aqueles que lutam um dia e por isso são bons.
Há aqueles que lutam muitos dias e por isso são muito bons. Há aqueles que lutam por anos e são melhores ainda. Porém há aqueles que lutam toda a vida, esses são imprescindíveis. Bertold Brecht
Advento
TRÊS VELAS TRISTES E A ESPERANÇA Estava tudo tão silencioso, que se podia ouvir a conversa das quatro velas na coroa de Advento. A primeira vela suspirou e disse: – Meu nome é paz. A minha luz brilha, mas as pessoas não mantêm a paz. Sua luz diminuiu... diminuiu... até apagar completamente. A segunda vela cintilou e disse: – Meu nome é fé. Eu sou supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Já não vale a pena queimar. Uma corrente de ar soprou pela sala e a segunda vela se apagou. Em voz baixa e triste, a terceira vela falou: – O meu nome é amor. Não tenho mais força para queimar. As pessoas puseram- -me de lado. Elas só veem a si mesmas, não se interessam pelas outras pessoas, a quem deveriam amar. E com um último suspiro de chama, também essa luz se apagou. Então uma criança entrou na sala. Ela olhou para a coroa e disse: – O que está acontecendo? Por que essas três velas estão apagadas... todas deveriam estar acesas! E começou a chorar. Então a quarta vela se manifestou. Ela disse à criança: – Não fique triste. E não tenha medo! Enquanto eu estiver acesa, podemos acender as outras velas outra vez. O meu nome é esperança. A criança pegou a vela acesa e, com ela, acendeu as outras três velas novamente.
Anuja Mary on Unsplash
Arquivo OASE
D E Z E M B R O
Flashes do Encontro Nacional da OASE, 05 a 07 de abril de 2019, em Blumenau/SC
Datas importantes
01 – Dia Internacional de Combate à AIDS 03 – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência 06 – 2º Domingo de Advento 10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos 13 – 3º Domingo de Advento 20 – 4º Domingo de Advento 24 – Véspera de Natal 25 – Natal 31 – Véspera de Ano-Novo
Deus não se afasta de ninguém, pois está em toda parte.
Martim Lutero