Guia: Festival Close Certo - Iniciativas e produções educomunicativas sobre saúde sexual LGBTI

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GUIA


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EXPEDIENTE Coordenação técnica e editorial André Araújo, Cristina Uchôa, Elaine Souza e Túlio Bucchioni Organização Viração Educomunicação Colaboração Jonathan Moreira Design Filipe Teodoro Projeto gráfico e diagramação Rosalina Taques | DoceDesign Pesquisa, redação e revisão de conteúdo André Araújo e Elaine Souza Fotos Agência Jovem de Notícias (AJN)

Este material foi realizado com recursos do Projeto 914BRZ1138, o qual, porém, não tem responsabilidade sobre o conteúdo apresentado.


SUMÁRIO

4 APRESENTAÇÃO 7 A VIRAÇÃO 10 O FESTIVAL CLOSE CERTO 12 O FESTIVAL 17 PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS 21 PRODUÇÕES GRÁFICAS 25 PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS

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MESA 1

PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS MESA 2 PRA REFLETIR FAÇA VOCÊ MESMO CARTOGRAFIA DO AFETO SAIBA MAIS #SESSÃO CINEMA CLOSE CERTO #LEITURAS PRA BRILHAR #LINKS ÚTEIS


APRESENTAÇÃO


APRESENTAÇÃO

Olá!

Você está prestes a acessar um material pensado para dialogar com experiências de várias(os) jovens ativistas,

artistas, pesquisadoras(es) e representantes do Sistema Único de Saúde, que dialogam, através de metodologias educomunicativas

e comunicacionais, com as questões de gênero, sexualidade, saúde sexual e causas LGBTI voltadas para a mobilização de adolescentes, jovens e educomunicadores. Nossa ideia é que este guia sirva de material de pesquisa e apoio para a execução de ações educomunicativas e de educação entre pares nos diversos espaços comunitários (escolas, organizações, movimentos etc.), que visam dialogar e criar espaços de socialização entre adolescentes e jovens. Foi para isso que realizamos o Festival Close Certo: para ser um espaço de compartilhamento de experiências e partilha de saberes teóricos e práticos que realizam transformações de realidades de forma crítica e criativa, participativa e democrática. E, nessa publicação, você vai mergulhar em um diálogo com as juventudes de diferentes regiões, culturas, visões de mundo e contextos sociais do país. A importância de compartilharmos essas experiências vêm ao encontro da (re)construção coletiva de realidades em nossas comunidades. Por meio de textos expositivos e reflexivos, materiais audiovisuais e gráficos e propostas pedagógicas, queremos contribuir para a garantia de acesso e promoção dos direitos de adolescentes e jovens à educação, comunicação, saúde e segurança, aprofundando o debate sobre as questões de gênero e sexualidade, direitos sexuais e causas LGBTI. Compreendendo a importância e a dimensão das diferenças de narrativas de cada adolescente e jovem na ocupação de espaços de diálogo e promoção de seus direitos.

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APRESENTAÇÃO

Este guia, além de uma síntese do que aconteceu no Festival Close Certo, primeiro festival dedicado à promoção de iniciativas e produções educomunicativas sobre saúde sexual da população LGBTI no Brasil, realizado pela Viração Educomunicação, traz um conjunto de reflexões e propostas pedagógicas para a promoção do diálogo entre adolescentes e jovens sobre os temas deste material. Conectados, podemos fazer cada vez mais. Sejam todas(os) bem-vindas(os) e caminhemos juntas(os) na (re) construção de novas pontes e laços que nos fortaleçam!

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A VIRAÇÃO


A VIRAÇÃO

A Viração

é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, criada em

2003, que atua com educação, comunicação e mobilização social entre adolescentes, jovens e educadores. Através da educomunicação e a educação de pares, objetivamos promover e defender os direitos de adolescentes e jovens, possibilitando a construção de uma sociedade justa, participativa e plural. Acreditamos que a/o adolescente é um sujeito de direitos e precisa ser considerada(o) em sua condição única de desenvolvimento, com potencialidades e vulnerabilidades específicas, respeitando sempre suas diversidades culturais, sociais e étnico-sociais. A ideia é trabalhar para o desenvolvimento integral dos sujeitos, a gente também atua na implementação de uma comunicação integral e integradora, não entendida apenas sob o ponto de vista tecnológico e instrumental

Conheça nossas ações e projetos Assine nosso canal no YouTube e fique por dentro de nossas produções

Acompanhe a Revista Viração

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A VIRAÇÃO

O QUE É EDUCOMUNICAÇÃO? Conceitualmente falando, a educomunicação é um conceito atualizado e reformulado com grande contribuição do Núcleo de Comunicação e Educação da ECA/USP para designar o conjunto de ações que busca ampliar a capacidade de expressão em espaços educativos e desenvolver o espírito crítico dos interagentes dos meios de comunicação. Tudo de forma bem democrática. Para saber mais: Educomunicação

O que é educomunicação E, EDUCAÇÃO DE PARES, O QUE SERIA? A educação de pares é um tipo de metodologia de ensinoaprendizagem que valoriza a troca entre pessoas com experiências semelhantes para a construção de novos saberes. Essa metodologia se baseia em três princípios: empoderamento, segurança e participação. Para saber mais: Metodologia de educação entre pares Adolescências, juventude e participação

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O FESTIVAL CLOSE CERTO


O FESTIVAL CLOSE CERTO

O Festival Close Certo, realizado pela Viração Educomunicação, aconteceu entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2019 e foi o primeiro festival dedicado à promoção de iniciativas e produções educomunicativas sobre saúde sexual da população LGBTI no Brasil. O evento reuniu e promoveu iniciativas educacionais e produções gráficas e audiovisuais que utilizam estratégias de educomunicação, educação entre pares e prevenção combinada para a promoção da saúde sexual da população LGBTI jovem, com foco na prevenção, testagem e tratamento do HIV/Aids e de outras ISTs.

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O FESTIVAL


O FESTIVAL

O Festival Close Certo reuniu e promoveu iniciativas da sociedade civil que abordam, entre outros temas, a diversidade de gênero e de sexualidade, os direitos sexuais e a interseccionalidade entre gênero, sexualidade, raça e classe. Foram selecionados seis curta metragens, exibidos em duas sessões, seguidas de debates mediados por profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) e ativistas. Também foram selecionados materiais gráficos, como fanzines, ilustrações e ensaios fotográficos que dialogam com a população LGBTI e as temáticas de saúde sexual e sexualidade, além de intervenções artísticas voltadas para a reflexão sobre gênero, sexualidade e saúde sexual. No primeiro dia, as atividades aconteceram na Ação Educativa, uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 1994, que atua nos campos da educação, da cultura e da juventude, na perspectiva dos direitos humanos. Neste dia, o debate aconteceu entre o Jonathan Moreira, jovem artista e também educomunicador neste projeto, e Sol Almeida, uma jovem não-binária, artista, e militante das questões de gênero, sexualidade e saúde. O debate foi facilitado por Jonathan e Sol, que fizeram comentários sobre as temáticas dos filmes e responderam algumas questões do público presente. As perguntas abordaram temas como raça, visto que todos os filmes exibidos neste dia eram protagonizados por pessoas negras; sobre a falta de discussão sobre as práticas sexuais, especialmente as não-heterosexuais, e como essa ausência de diálogo coloca em risco as populações mais vulneráveis; sobre intersecção, visto que ao discutir sobre saúde e prevenção é indispensável considerar os marcadores de gênero, raça e classe para compreender as vulnerabilidades e fragilidades no atendimento dessas G U I A CLOSE CERTO

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O FESTIVAL populações; e também abordaram discussões sobre corpo, no que diz respeito ao ser negro(a) e acessar espaços como universidade pública e sistema de saúde e, ainda, sobre o ser negro/trans/não binário e como se dão as relações afetivas e a solidão da pessoa negra. Ainda, Jonathan e Sol participaram juntas do curta “Pungentes”, produzido com recursos do Programa VAI São Paulo, que discute sobre juventude, corpo e Direitos Sexuais e Reprodutivos, e exibido logo após as exibições dos curtas selecionados para a mostra.

Conheça mais sobre a Ação Educativa

No segundo dia, as atividades aconteceram no Centro de Referência da Diversidade (CRD), um espaço público destinado ao acolhimento e à inclusão social da população LGBTI. Para compor o debate, foram convidados o cineasta Lufe Steffen e a pesquisadora e militante trans Julia Rodrigues. Tendo em vista a trajetória e expertise dessa mesa de convidados, o debate foi bastante rico, contemplando tanto o olhar artístico e cinematográfico, quanto o olhar para as questões de gênero, sexualidade e saúde. Após a exibição dos três curtas selecionados, foi exibido o curta “Baile de Formatura”, dirigido por Lufe, que narra a história de um casal de jovens homossexuais, trazendo para a discussão as relações afetivas na passagem da adolescência para a vida adulta. Além disso, fez parte da programação do Festival, o Seminário Nacional de Iniciativas e Estratégias de Saúde Sexual de Adolescentes e Jovens LGBTI, que reuniu ativistas, especialistas e representantes de coletivos e organizações sociais, de todas as regiões do Brasil, que atuam no campo da saúde sexual de adolescentes e jovens LGBTI. O Seminário contou com duas mesas redondas: 1 - Estratégias de educomunicação, educação entre pares e prevenção

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O FESTIVAL combinada para a promoção da saúde sexual da população LGBTI jovem, contando com a presença de iniciativas e projetos como o Viva Melhor Sabendo Jovem de Manaus (AM), Espaço Saúde e Sexualidade para Jovens e Adolescentes, de Pernambuco (PE), Camisinha em Cena, de São Paulo (SP), Expandir a consciência para combinar a prevenção / Todxs pela Diversidade (SC) e Pra Brilhar (SP). 2 - Direitos da juventude LGBTI: Participação política e promoção da saúde e diversidade sexual entre adolescentes e jovens, que contou com a participação de pesquisadoras, ativistas e representantes do SUS O objetivo foi aprofundar o debate sobre as ações de saúde sexual e reprodutiva junto ao público jovem, além de promover a troca de experiências e aprendizagens. Adolescentes e jovens da Agência Jovem de Notícias fizeram a cobertura educomunicativa do evento, articulando ações interativas com o público e produzindo materiais de comunicação. As/Os adolescentes participantes foram Lucas de Oliveira Messias, Lucio Daleiro Ayala, Maria Francisca Silva Soares, Otavio Martins, Sol e Wesley Matos.

FIQUE POR DENTRO Você conhece a Agência Jovem de Notícias (AJN)? A AJN é uma iniciativa colaborativa, promovida pela Viração Educomunicação, que envolve diversas organizações, movimentos e projetos sociais e escolas no Brasil e no exterior, com o objetivo de ser um espaço virtual para compartilhar notícias produzidas por adolescentes e jovens a partir dos núcleos regionais, Conselhos Jovens da Viração e centros de produção de comunicação popular e juvenil das organizações parceiras. Acompanhe nossas atualizações

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O FESTIVAL

DICA DE LEITURA: PARA SABER MAIS SOBRE INTERSECCIONALIDADE Você sabe o que é interseccionalidade? É um conceito pensado por feministas negras, criado pela intelectual afro-estadunidense Kimberlé Crenshaw. Ficou interessada(o) pelo tema? Indicamos a leitura do livro “O que é interseccionalidade”, da autora Carla Akotirene, lançado pela Letramento: Justificando, e coordenado por Djamila Ribeiro.

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PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS


PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS

Para fazer parte

da programação do Festival Close

Certo, selecionamos seis curtas metragens que abordam as questões de gênero e sexualidade, direitos sexuais e a interseccionalidade entre gênero, sexualidade, raça e classe. As produções audiovisuais selecionadas foram:

Bicha Preta Thiago Rocha/RJ/ documentário/22’55’’ Sinopse: Bicha Preta aborda os aspectos socioculturais que auxiliam na marginalização da negritude, especificamente em relação ao indivíduo homossexual. Contribui relatando a diversidade de expressões e lutas dentro de um mesmo movimento. Traz a público novas reflexões e deixa marcado na história vivências antes nunca documentadas. Local de Produção: Barra Mansa, Rio de Janeiro Corpus Aleson Estevam/DF/ experimental/9’ Sinopse: As curvas são regidas pelas intolerâncias de não apenas uma sociedade, mas de

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PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS várias. Quando a dor fica insuportável e não há mais lugar para colocála, é preciso repensá-la. O tabu não é mais tabu. Repensar dói, mas é preciso. Essa batalha não é particular, é um ato político geral. Por isso, dizemos: Grite, mas grite alto! A história de corações amarfanhados por correntes de paradigmas e opiniões vazias. O grito vem, repleto de ira. As lágrimas trazem o sofrimento da alma e do corpo ferido. Enfim, o respiro.”

À luz do Sol Edielson Shinohara/PA/ documentário/13’17’’ Sinopse: O filme traz relatos sobre aspectos da trajetória de personagens travestis e transexuais na luta contra o preconceito e faz referência às pessoas que, muitas vezes, são invisibilizadas no cotidiano. O filme possui legendas para também incentivar a acessibilidade nos conteúdos cinematográficos. Local de Produção: Belém-PA

CorpoStyleDanceMachine Marvin Pereira/Ulisses Arthur/ BA/documentário/7’ Sinopse: “Ando por mistério, vivo por mistério […] Nosso corpo é uma máquina, ou cuida ou sabe como é né?” Entre e memórias da boate e relatos de resistências cotidianas: Tikal dança e afronta as normas. Local de Produção: Cachoeira / BA

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PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS Tommy Brilho Sávio Fernandes/CE ficção/17’43’’ Sinopse: Tommy Brilho é o primeiro aluno invisível da universidade. Com isso, surge o grande desafio de ser visto por seu crush. Local de Produção: Fortaleza – CE

A Outra Vida Icaro Zanutto/PR/ documentário/14’52’’ Sinopse: “A Outra Vida” tem como proposta fazer uma análise fílmica e documental sobre como o HIV/Aids é visto no Brasil. O filme buscou na ONG RNP+ Curitiba por experiências que nos ajudem a entender o motivo do crescente número de pessoas contaminadas pelo vírus. Além disso, como o HIV/AIDS ainda causa impacto por continuar a ser relacionado à morte, sofrimento e “praga gay”. Local de Produção: RNP+ (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV), em Curitiba.

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PRODUÇÕES GRÁFICAS


PRODUÇÕES GRÁFICAS

(Foram todas as produções expostas durante o seminário - Teve fanzine, cartaz e outros)

Risco, de Gabriel Villas Boas Camargo Trata-se de um conjunto de três desenhos feitos em nanquim vermelho e nanquim preto. As questões que trago nestes desenhos passam pelo meu corpo: um homem gay, soropositivo e indetectável que tenta (re) existir afetivamente e sexualmente a partir desta sua condição. Nessa tentativa de afeto, encontra tensões ao relacionar-se com o outro. Aparentemente, meu corpo (riscado) que não apresenta risco nenhum, é visto como um risco para o outro. O risco no papel é minha maneira de resistir internamente.

Sexo Seguro Para TODES, de Julian Cosmo Kahalia Um zine com intuito de informar sobre sexo seguro para além do sexo cisheterossexual, sobre o uso de camisinhas além da penetração pênis-vagina, G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES GRÁFICAS cuidados e dicas de higienização e recursos em caso de transmissão (ou suspeita) de infecções sexualmente transmissíveis.

Saúde Sexual das Mulheres Lésbicas, de Amanda Brommonschenkel Um zine com intuito de informar sobre sexo seguro para além do sexo cisheterossexual, sobre o uso de camisinhas além da penetração pênis-vagina, cuidados e dicas de higienização e recursos em caso de transmissão (ou suspeita) de infecções sexualmente transmissíveis.

O Ibrappiano, do Instituto Brasileiro de Políticas Públicas A edição do Ibrappiano teve sua matéria principal voltada a informar a população sobre a LGBTfobia, os riscos que a população LGBTI enfrenta no cotidiano, além de esclarecer de forma mais lúdica a diversidade.A edição também conta com uma matéria sobre o uso do PrEP e do PEP.

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PRODUÇÕES GRÁFICAS Pense PositHIVo: um box de jogos informativos sobre HIV, de Luan Souza Dutra Pense PositHIVo é um box de jogos que permitem ao jogador se informar sobre a prevenção, o tratamento e a vida com HIV a partir da experimentação de sensações e dilemas reais. O box é composto por três jogos: o “Cuidado ou Sorte”, para simulação de situações de risco e informações sobre prevenção combinada; o “Quiz Reagente”, para informação sobre o tratamento e quebra de estigmas sobre HIV; o “Dilema PositHIVo” para informar e desenvolver empatia às questões sociais de quem vive com o vírus.

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS MESA 1


PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 1

Camisinha em cena (Araçatuba - SP) O projeto “Camisinha em Cena” consiste em levar informações sobre práticas e prevenção nas relações sexuais de maneira consciente e responsável, em locais de grande fluxo de público jovem como bares, baladas, entre outros. O projeto leva insumos e materiais informativos e expõe esses materiais em locais estratégicos, como banheiros, para que pessoas possam usar o que quiserem, da maneira que quiserem. Representante: Gustavo Sato de Paula

Espaço Saúde e Sexualidade para Jovens e Adolescentes (PE) O Espaço Saúde é uma iniciativa que compreende um centro de serviços e orientação para adolescentes e jovens. No espaço, são realizadas ações articuladas e complementares que incluem processos de formação em ativismo e direitos para adolescentes e jovens, além da educação e disseminação de informações sobre sexualidade, gravidez, IST e cuidados com a saúde. O espaço realiza também articulação entre pares com meninas e meninos. Representante: Juliana Cesar

Camisinha em cena (SP) O projeto “Camisinha em Cena” consiste em levar informações sobre práticas e prevenção nas relações sexuais de maneira consciente e responsável, em locais de grande fluxo de público jovem como bares, baladas, entre outros. O projeto leva insumos e materiais informativos e

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 1 expõe esses materiais em locais estratégicos, como banheiros, para que pessoas possam usar o que quiserem, da maneira que quiserem. Representante: Gustavo Sato de Paula

Expandir a consciência para combinar a prevenção / Todxs pela Diversidade (SC) O primeiro projeto teve como foco a população de mulheres profissionais do sexo em três municípios da Grande Florianópolis (Florianópolis, Palhoça e São José). Por oito meses, o projeto buscou entender e identificar quais os fatores de violências que impedem o exercício pleno da cidadania, além de contribuir para o resgate social desta população, através dos cuidados com a saúde. Gestores da área de saúde pública também participaram do projeto, por meio de formações sobre políticas públicas, entre outras atividades. O segundo projeto tem como objetivo orientar e assessorar a população LGBTI+ vítima de discriminação e violências, buscando promover a cidadania e a defesa dos direitos humanos no Município de Florianópolis. Representante: Patrícia Maria Macedo Alves

Pra Brilhar (SP) Pra Brilhar é um projeto da Viração realizado em parceria com o Programa Municipal de DST/Aids da Prefeitura de São Paulo, que tem como objetivo principal contribuir para a diminuição da epidemia do HIV/Aids entre a juventude gay da cidade. O projeto promove espaços de formação, produção de conteúdo e intervenções urbanas que visam multiplicar conhecimentos e metodologias para se trabalhar temas como gênero, sexualidade, direitos humanos e prevenção combinada ao

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 1 HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Para isso, todo semestre um grupo de vinte jovens gays, com critério de classe e cor, participam de uma jornada de formação; produzem conteúdos educomunicativos e realizam intervenções coletivas no Largo do Arouche. O projeto aposta nas narrativas de si, do outro e do mundo e visa apreender as culturas e práticas sexuais que permeiam as vivências e experiências da juventude gay paulistana, de modo a aperfeiçoar continuamente a ação coletiva e as políticas públicas para o combate ao HIV/Aids. Representante: Tulio Bucchioni

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS MESA 2


PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2

Ana Lucia Spiassi Socióloga, doutora pela faculdade de medicina da USP, professora de saúde coletiva da pós-graduação do Centro de Estudos em Saúde/INES. Matheus Emilío (ativista): Matheus Emílio, 23 anos, jovem HIV-positivo, Diretor no Portal Menino Gay, ativista e membro do GT da Juventude na Associação da Parada do Orgulho LGBTI de SP. Matheus Emilío (ativista) Matheus Emílio, 23 anos, jovem HIV-positivo, Diretor no Portal Menino Gay, ativista e membro do GT da Juventude na Associação da Parada do Orgulho LGBTI de SP. Adriano Queiroz (Representante do SUS) Mestrando em Ciência Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC, pesquisador em sexualidade e gênero. Trabalhou no Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de São Paulo (GAPA – BR/SP) e, desde 2014, integra a equipe do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, onde coordena o setor de Prevenção. Júlia Rodrigues Graduada em Hotelaria pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Graduada em Designer de Interiores pelo Centro Universitário do Maranhão – CEUMA. Foi precursora da Resolução 242 que regulamentou o uso do nome social por transexuais e travestis na UFMA. É pesquisadora de gênero, sexualidade e cultura.

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PRA REFLETIR Por que refletir sobre gênero e sexualidade com pessoas LGBTI? O Brasil é o país que mais mata LGBTI na América Latina e lidera o ranking de assassinatos de pessoas trans e travestis no mundo (segundo dados do Dossiê da Antra, tendo como referência o relatório da Transgender Europe), revelando uma LGBTIfobia estrutural. Segundo o Correio Braziliense, estima-se que no mundo há 25 milhões de pessoas trans, sendo 752 mil no Brasil. A representatividade LGBTI tem sido pauta frequente na sociedade e nos meios de comunicação, pois tem sido cada vez mais necessário combater o preconceito, a homofobia, transfobia e qualquer outro tipo de violência, moral ou física, dos direitos LGBTI, criando espaços de diálogos para pessoas LGBTI reconstruírem suas realidades e fortalecerem sua cidadania. E, foi pensando nisso que nós da Viração Educomunicação realizamos o Festival Close Certo e o I Seminário Nacional de Iniciativas e Estratégias de Saúde Sexual de Adolescentes e Jovens LGBTI, que reuniram e promoveram iniciativas e ativistas da sociedade civil que abordam, entre outros temas, a diversidade de gênero e de sexualidade, os direitos sexuais e a interseccionalidade entre gênero, sexualidade, raça e classe. O resultado desse encontro? Nós vamos contar agora para você. Quando idealizamos o Festival Close Certo, gostaríamos que esse fosse um espaço em que pessoas de todas as regiões do país pudessem compartilhar suas iniciativas e ações de promoção aos direitos LGBTI e as estratégias que estão sendo realizadas com adolescentes e jovens na construção de espaços de diálogo sobre gênero, sexualidade e saúde. Logo no início do processo, deparamo-nos com alguns desafios, como o de iniciar um canal de comunicação com essas iniciativas da sociedade civil que dialogassem com as temáticas do Festival e que estão sendo executadas nas cinco regiões do Brasil para compor a Mesa I: Estratégias G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2 de educomunicação, educação entre pares e prevenção combinada para a promoção da saúde sexual da população LGBTI jovem. Nela, estavam presentes as/os representantes das iniciativas educativas selecionadas e convidadas para apresentarem seus projetos, sendo elas/ eles: Juliana Cesar, do projeto “Espaço Saúde e Sexualidade para Jovens e Adolescentes” (Recife – PE); Gustavo de Paula, do projeto “Camisinha em Cena” (Araçatuba – SP); Patrícia Alves, do projeto “Expandir a Consciência para Combinar a Prevenção / Todxs pela Diversidade” (Florianópolis – SC) e Tulio Bucchioni, do projeto “Pra Brilhar” ( São Paulo – SP). Para a Mesa 2: Direitos da juventude LGBTI: Participação política e promoção da saúde e diversidade sexual entre adolescentes e jovens, convidamos pesquisadoras(res), ativistas e representantes do SUS para dialogarem sobre temáticas do evento. Dentre as/os convidadas(os), estavam: Adriano Queiroz (SUS – São Paulo); Ana Lucia Spiassi (pesquisadora); Júlia Rodrigues (pesquisadora e ativista trans) e Matheus Emílio (ativista soropositivo). O que elas/eles compartilharam com a gente? Na primeira mesa, as/ os participantes compartilharam as boas práticas no trabalho com prevenção combinada, saúde sexual e juventudes. Percebemos a importância de dialogar sobre os direitos da população LGBTI, principalmente quando falamos sobre promoção à saúde, e como essas iniciativas (re)constroem espaços de troca e fortalecimento de adolescentes e jovens, que buscam informações de diversas formas, podendo ser impactado através de redes sociais e até mesmo na balada. Durante o diálogo aberto, abordamos outras formas de prevenção além da camisinha (como a PreP e PeP para prevenir o HIV); a importância da educação entre pares como estratégia para dialogar com públicos chave da epidemia de HIV/Aids; a conjuntura para a discussão sobre os temas do projeto nas diversas regiões presentes; as diferentes concepções e programas de prevenção; como elas se desenham em cada contexto e região, visto que as características se distanciam em alguns momentos; como criar

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2 laços e diálogos com o SUS? e como se dá a Saúde Sexual na atual conjuntura política? As respostas para os questionamentos são muitas. Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2018, publicado pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS), o uso de preservativos entre adolescentes e jovens não é consistente e essa faixa etária apontou um aumento de 700% de casos de HIV/Aids em jovens entre 15 e 24 anos, nos últimos dez anos (2007-2017), sendo diagnosticados 42.420 novos casos de HIV em 2017. Isso nos mostra que a epidemia de HIV/Aids no Brasil é estrutural. Por quê? O HIV/Aids é uma epidemia social que carrega em si uma série de estigmas e preconceitos. Ao nos depararmos com dados atualizados sobre a epidemia, percebemos a predominância da população jovem no aumento do número de diagnósticos positivos para o HIV. Mas, que jovens são esses? E, por que mesmo tendo mais acesso à informação elas/eles estão sendo mais infectados? A resposta é simples: falta diálogo. Em um cenário político atual que se mostra conservador, moralista e neoliberal, é preciso atentar para o fato de que as campanhas do Ministério da Saúde estão sempre focadas no uso do preservativo e não conseguem dialogar sobre outras formas de prevenção de ISTs e HIV/ Aids, como realizar exames de sangue e testes periodicamente, o uso da PreP e PeP. Além disso, os dados do Boletim mostram que a principal via de transmissão em indivíduos com 13 anos ou mais de idade em 2017 foi a sexual, tanto em homens (96,4%) quanto em mulheres (97,4%). Entre os homens, observou-se o predomínio da categoria de exposição homo/ bissexual (48,7%), superando a proporção de casos notificados como exposição heterossexual pela primeira vez na última década. Quando analisados os casos de Aids nos últimos dez anos e a distribuição dos indivíduos pelo quesito raça/cor, observou-se queda G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2 de 20,9% na proporção de casos entre pessoas brancas. Entre as pessoas autodeclaradas pardas, essa proporção aumentou 33,5%. Considerando a população negra (pretos e pardos), o aumento observado no período foi de 23,5%. Ou seja, a epidemia de HIV/Aids no Brasil é concentrada em grupos específicos. E as campanhas do Ministério da Saúde não dialogam com essas realidades. Fato é que, até a realização do Festival Close Certo, realizado no mês de carnaval, ainda não havia campanha oficial para o maior evento do país. Somente às vésperas do feriado que movimenta todo o Brasil com festividades, o Governo Federal lançou a campanha “Pare, pense e use” camisinha focada em homens jovens, não citando o público LGBTI, nem o uso do preservativo feminino. Além disso, a campanha de carnaval também não citou a estratégia conhecida como “prevenção combinada”, a qual envolve outros métodos de prevenção ao HIV, como a PreP e a PeP. Durante o Seminário, as perguntas, direcionadas a todos ou a alguns convidados específicos, abordaram outras formas de prevenção além da camisinha; a importância da educação entre pares como estratégia para dialogar com públicos chave da epidemia de HIV/Aids; a conjuntura para a discussão sobre os temas do projeto nas diversas regiões presentes; as diferentes concepções e programas de prevenção; como elas se desenham em cada contexto e região, visto que as características se distanciam em alguns momentos; como criar laços e diálogos com o SUS? E como se dá a Saúde Sexual na atual conjuntura política? Adriano Queiroz apresentou dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a epidemia da HIV/Aids e as ações de saúde e prevenção combinada direcionadas a este público; Ana Lucia apresentou sua pesquisa também sobre o acesso de meninas e meninos gays aos serviços de saúde; Júlia apresentou dados sobre o genocídio da população trans e as vulnerabilidades no diálogo com essa população, incluindo espaços institucionalizados; e Matheus Emílio falou sobre a G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2 importância da inclusão dos jovens em espaços institucionais, assim como a valorização e reconhecimento desse jovem enquanto sujeito, visto que muitas vezes o jovem é menosprezado. Estudos apontam que a população lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual (LGBTI) experimenta dificuldades em comunicar-se com os profissionais de saúde, medo em revelar sua identidade de gênero ou orientação sexual, marginalização nas práticas de cuidado em saúde, dentre outras barreiras no acesso aos serviços de saúde. Para isso, a portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de 2011 institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBTI). Segundo dados apresentados por Julia Rodrigues, precursora da Resolução 242 que regulamentou o uso do nome social na UFMA, pessoas LGBTI tiveram mais acesso a saúde por meio da AIDS, que proporcionou atendimento a todos, o grande problema é que pessoas LGBTI sempre são relacionadas a síndrome. Um fator agravante é a falta da Portaria nº 2.803 em muitos estados, ocasionando uma desigualdade no acesso ao processo transexualizador nas modalidades hospitalar e ambulatorial.

Cartilha da Política Nacional de Saúde Integral LGBTI

Assim, percebemos que um dos principais desafios enfrentados no cenário atual é a gestão municipal da saúde, pois ela precisa mostrarse capaz de atender as constantes demandas por atendimento básico e por especialização. A viabilização de recursos próprios e das transferências constitucionais da gestão da política de saúde nos municípios representa um lugar estratégico para a inovação de seus modelos. Para isso, é preciso fortalecer a aplicação dos instrumentos normativos, como o nome social nas fichas; Melhorar a capacitação G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2 dos profissionais para o atendimento da população LGBTI; Ampliar a participação de representações LGBTI nas instâncias de controle social, se apropriando dos Planos Operativos, dos Relatórios de Gestão etc. Logo, isso nos revela que, muitas vezes, a LGBTfobia é reforçada pelos serviços públicos de saúde e criar espaços de diálogo entre adolescentes e jovens sobre saúde sexual, como o Festival Close Certo e o Seminário Nacional de Iniciativas e Estratégias de Saúde Sexual de Adolescentes e Jovens LGBTI, é uma estratégia importante para promover o acesso ao Sistema Único de Saúde e potencializar o fortalecimento de ações interseccionais que busquem concordância entre o que já está previsto nas políticas públicas e o que, de fato, acontece quando falamos sobre acesso à prevenção e à atenção de pessoas LGBTI no SUS. A experiência de adolescentes e jovens é diversa, assim como as condições que fazem essas experiências. Porém, muitas vezes, essas diferenças se convertem em desigualdades. Como mudar esse quadro? É preciso superar as experiências negativas que elas e eles passam em diferentes instituições e pensar, a partir delas e de outras experiências, estratégias para promover seus direitos e enfrentar suas violações, e garantir o acesso aos aparelhos públicos, à cultura, educação, comunicação, trabalho, saúde e demais direitos. É preciso respeitar as subjetividades de cada uma/um para que possamos pensar estratégias de promoção da saúde e dos direitos humanos de adolescentes e jovens LGBTI, compreendendo a importância das diferenças de classe social, raça, gênero, sexualidade etc. Cada narrativa é um retrato da realidade dessas(es) adolescentes e jovens, com seus sonhos, anseios, medos, desafios e desejos de mudança. Cada uma/um é célula promotora de mudanças e ressignificação de realidades que, em conjunto, realizam potentes transformações em suas vidas e na vida de seus pares. As singularidades de cada um nos fazem plurais. Nos fazem diversas(os). G U I A CLOSE CERTO

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PRODUÇÕES EDUCOMUNICATIVAS - MESA 2

Para saber mais sobre Diversidade de Gênero e Acesso ao Sistema Único de Saúde

Acesse o Boletim Epidemiológico 2018

Acesse o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV 2018

Segundo o Relatório 2018 do Grupo Gay da Bahia, 420 pessoas LGBTI foram mortas em 2018, vítimas de LGBTIfobia. E, ainda mais grave, os dados do Dossiê da Antra mostram que o Brasil segue como o país que mais mata travestis, mulheres transexuais, homens trans e demais pessoas trans de todo o mundo, com 47% das mortes notificadas.

Relatório GGB 2018 Dossiê Antra Relatório TGEU

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FAÇA VOCÊ MESMO


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CARTOGRAFIA DO AFETO Objetivo A atividade propõe construir cartografias do afeto a partir do compartilhamento de narrativas individuais das(os) participantes. O compartilhamento das vivências das/dos participantes possibilitará situar imageticamente essas redes de ligações positivas para, a partir disso, refletir como seus corpos LGBTI reagem de formas diversas à essas memórias. Metodologia A atividade propõe ser realizada em três momentos, com três grupos de adolescentes e jovens LGBTI, que irão intercalar suas conexões com as/os demais participantes, por meio de escrita e história oral. Momento 1 Dividir a turma em três grupos. Cada grupo receberá uma pergunta disparadora para que as/os adolescentes e jovens escrevam um texto de até dez linhas sobre suas memórias a respeito do questionamento. Tempo: 20 minutos Perguntas disparadoras: 1) Qual a sua primeira memória sobre o que é LGBTI? 2) Qual a sua memória de quando se descobriu ou “revelou” ser LGBTI? 3) Como é viver sendo LGBTI para você? Momento 2 Compartilhamento coletivo dos textos criados por cada participante no primeiro momento (leitura individual). Tempo: 30 minutos Momento 3 Redividir os grupos de adolescentes e jovens em outros três grupos que contenham, cada um, ao menos uma/um participante de cada

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FAÇA VOCÊ MESMO grupo/pergunta disparadora para que possam construir juntas(os) uma cartografia do afeto. Tempo: 10 minutos Momento 4 Construção da cartografia do afeto. Em uma folha grande, peça para que o grupo construa uma cartografia do afeto a partir das narrativas individuais. A ideia é que seja criada uma história de uma pessoa LGBTI que resgata em sua memória as primeiras lembranças do que é ser e viver sendo LGBTI na sua comunidade e como criar redes de afeto para fortalecer essa caminhada. Tempo: 30 minutos Gatilho para construção da cartografia do afeto: Como vocês reagiram nessas situações compartilhadas? Pediu ajuda? Buscou informação? Criou uma rede de afeto? Momento 5 Compartilhamento das cartografias do afeto de cada grupo para as/os demais participantes - deixar livre as formas de expressão e manifestação dessas cartografias, que podem ser por infográficos, linha do tempo, texto, letra de música, poesia, poema etc. Resultados esperados A atividade proporciona que as/os adolescentes e jovens compartilhem suas memórias e vivências de corpos LGBTI e reflitam sobre as diversas realidades e formas de como criar redes de afeto que possam ser uma forma de acolhimento e apoio contra o preconceito e a discriminação. Ou seja, a partir do compartilhamento de suas narrativas, as/os adolescentes e jovens podem se identificar com a história de vida de outra(o) participante e, assim, construírem juntes novas pontes e conexões que fortaleçam suas caminhadas.

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SAIBA MAIS


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O diálogo

é nossa mais poderosa ferramenta contra a ignorância, o preconceito

e a LGBTfobia. É essencial que estejamos sempre antenadas(os) com as discussões e produções artísticas, literárias e acadêmicas para que possamos criar pontes e (re)construir imaginários quando falamos sobre identidades de gênero, identidades sexuais, direitos sexuais, prevenção e tratamento de ISTs e HIV/Aids, e questões LGBTI. Por isso, reunimos para você um apanhado de materiais que podem auxiliar nas reflexões sobre os temas que apresentamos nesse guia. Aproveite e dê seu Close Certo!

#SESSÃO CINEMA CLOSE CERTO Gosta de filmes? Então, olha só essa lista de produções audiovisuais que separamos para você dar aquele Close Certo com adolescentes e jovens.

Filme: Favela Gay (Documentário) Sinopse: A homossexualidade dentro das favelas cariocas. Temas como homofobia, preconceito, trabalho e aceitação da família, a partir da perspectiva de gays e lésbicas, que contam seus cotidianos dentro da comunidade. Um retrato de como, apesar das adversidades, essas pessoas constroem suas próprias histórias através da educação, da arte e da política.

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SAIBA MAIS Filme: Meu Corpo é Político (Documentário) Sinopse: O documentário aborda o cotidiano de quatro militantes LGBTI que vivem na periferia de São Paulo. A partir da intimidade e do contexto social dos personagens, o documentário levanta questões contemporâneas sobre a população trans e suas disputas políticas.

Filme: Protagonismo Trans (Documentário) Sinopse: Durante 3 meses em Nova Iguaçu, várias mulheres Trans da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, encontraram-se na boate Site Club para dialogarem sobre questões do seu dia-a-dia. Protagonismo Trans, um documentário que registrou a pesquisa qualitativa realizada pela FIOCRUZ chamada Protagonismo “trans” e processo transexualizador: repensando políticas de saúde para (e com) travestis e transexuais numa perspectiva de integralidade”, coordenado por Adriana Geisler.

Filme: 120 batimentos por minuto (Ficção) Sinopse: França, início dos anos 1990. O grupo ativista Act Up está intensificando seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids, que mata cada vez mais há uma década. Recém-chegado ao grupo, Nathan (Arnaud Valois) logo fica impressionado com a dedicação de Sean (Nahuel Pérez Biscayart), apesar de seu estado de saúde delicado.

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SAIBA MAIS Filme: The Normal Heart (Ficção) Sinopse: 1981. Uma doença misteriosa se alastra pelos Estados Unidos, com alto grau de mortalidade: cerca de 50% dos infectados acabam falecendo. Como a imensa maioria é homossexual, ela logo é apelidada de “câncer gay” e, por preconceito, não recebe a devida atenção do governo norte-americano. Decidido a fazer com que as pessoas tomem conhecido sobre a epidemia causada pela AIDS, o escritor Ned Weeks (Mark Ruffalo) decide ir aos diversos veículos de comunicação para falar sobre o tema. Entretanto, a raiva contida em suas declarações assustam até mesmo seus colegas na organização não-governamental que presta auxílio aos infectados. Ao seu lado, Ned conta apenas com o apoio da médica Emma Brokner (Julia Roberts), que também está alarmada com a gravidade da situação.

Filme: Bichas (Documentário) Sinopse: Esse filme fala, antes de tudo, de amor. Para ser mais exato: de amor próprio. A palavra BICHA vem sendo usado de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio. Ser bicha é correr o risco de ser agredido pela ignorância. Resistimos para nos proteger, resistimos para vencer. Ser bicha é ser livre. Não vamos deixar que nos vençam. Não mesmo!

Filme: Depois do Fervo (Documentário) Sinopse: Depois do Fervo investiga o contraste entre a imagem de cidade aberta à diversidade e a realidade da população de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBTI) de Florianópolis, uma das capitais brasileiras mais conhecidas pela boa acolhida às minorias sexuais. G U I A CLOSE CERTO

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SAIBA MAIS A história é narrada a partir das vivências e perspectivas dos próprios LGBTIs para que eles compartilhem experiências e visões sobre sua relação com a cidade, seus habitantes e questionem a ideia de que a capital catarinense é um paraíso gay-friendly.

#LEITURAS PRA BRILHAR Livro: Devassos no Paraíso (João Silvério Trevisan) Sinopse: Num frutífero diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — o cinema, o teatro, a política, a história, a medicina, a psicologia, o direito, a literatura, as artes plásticas etc. —, João Silvério Trevisan constrói o mais completo estudo sobre a homoafetividade no Brasil. Considerado um clássico, Devassos no paraíso passou por mais de uma geração, provocou intensa interlocução com a comunidade LGBTI e influenciou desde ações emancipatórias até novos estudos e abordagens sobre gênero e sexualidade. Agora, esse monumental trabalho chega à sua quarta edição trazendo mais capítulos, imagens e texto atualizado sobre as lutas e conquistas dos direitos LGBTI ocorridas no século XXI. O tabu da homossexualidade é um dos mais sólidos entraves morais de nossa sociedade. Ativista pioneiro do movimento LGBTI, Trevisan produziu uma obra apaixonada e engajada porque acredita que, assim como cada discurso homofóbico alimenta a violência e a intolerância, toda consciência que se movimenta em busca da emancipação inspira outras consciências. E será desse jeito que uma sociedade mais justa e menos homofóbica surgirá.

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SAIBA MAIS Livro: Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer (Guacira Lopes Louro) Sinopse: Queer é estranho, raro, esquisito. Queer é, também, o sujeito da sexualidade desviante – homossexuais, bissexuais, transexuais, travestis, drags. É o excêntrico que não deseja ser “integrado” e muito menos “tolerado”. Queer é um jeito de pensar e de ser que não aspira o centro nem o quer como referência; um jeito de pensar e de ser que desafia as normas regulatórias da sociedade, que assume o desconforto da ambigüidade, do “entre lugares”, do indecidível. Queer é um corpo estranho que incomoda, perturba, provoca e fascina.

Produções Teóricas e Literárias Trans e Travesti Pasta compartilhada do Drive com vários livros e artigos acadêmicos e literários produzidos por pessoas trans e travestis.

Manual de Incentivo a Não Omissão de Violências LGBTfóbicas em Espaços Educativos O Manual de incentivo à não omissão das violências LGBTfóbicas tem como objetivo apoiar educadores/as e jovens, destacando as violências que podem ser simbólicas, psicológicas e/ou físicas, assim como os agentes perpetradores e inúmeras formas eficientes de enfrentar as violências LGBTfóbicas em espaços educativos

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SAIBA MAIS

#LINKS ÚTEIS Grupo Gay da Bahia (GGB) Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) Ministério da Saúde Programa Municipal de DST/Aids (SP) Transgender Europe (TGEU) The International Lesbian, Gay, Bissexual, Trans and Intersex Association (ILGA) Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) Observatório Nacional de Políticas de AIDS (ABIA)

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REALIZAÇÃO


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