1.º Campeonato de Matraquilhos do Centro Histórico do Porto

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PALテ,IO DAS ARTES LARGO S. DOMINGOS

CASA DA COMPANHIA RUA DAS FLORES



EONATO MP DE A C

MATRAQUILHOS DO CENTRO HISTÓRICO DO PORTO



LARGO S. DOMINGOS

PALテ,IO DAS ARTES 14h30

20

JUNHO CASA DA COMPANHIA RUA DAS FLORES



MATRECOS PARA TODOS NO PORTO EM JUNHO É um jogo que apaixona fãs do futebol de todas as idades, que sobrevive aos tempos e se mantém como garrida diversão, mesmo numa época tão marcada pelo entretenimento tecnológico. Falamos dos matraquilhos, dos famosos matrecos, o jogo que assenta na paixão e na perícia de pulso que o Porto vai consagrar, num grande campeonato, no dia 20 de Junho, no belíssimo Palácio das Artes, no coração do centro histórico e na Casa da Companhia, na Rua das Flores. Numa das salas do edifício onde já funcionou o Banco de Portugal, cheia de luz e solenidade, o Campeonato de Matraquilhos do Centro Histórico do Porto vai proporcionar um invulgar convívio entre uma arquitectura gloriosa e rica e o ambiente popular e franco de uma competição de matrecos. A organização do evento é uma parceria entre a Busílis da Comunicação, uma empresa do centro histórico, a Associação de Matraquilhos do Porto e a Fundação da Juventude com o apoio da Federação Portuguesa de Matraquilhos e Futebol de Mesa, da Porto Lazer, da Rádio Nova e da Unicer. A equipa vencedora ficará apurada para o Campeonato Nacional de Matraquilhos.


Foto: Ricardo Meireles

Professor Hernâni Gonçalves


O evento vai desenrolar-se num formato destinado a cativar o interesse não só de quem joga, mas também de quem vai assistir. A acompanhar a competição, haverá uma equipa de comentadores e, nas mesas de jogo, estarão jogadores federados a dar “show de bola”, contribuindo para aumentar a emoção e a espectacularidade. Este Campeonato vai contar com a particípação especial de Álvaro Costa, Sérgio Sousa e João Nuno Coelho, da Liga dos Últimos. Vai ainda ser atribuído o Prémio Bitaites, criado em honra do Professor Hernâni Gonçalves, figura do Porto e do futebol da qual temos tantas saudades. Raquel Gomes, da Busílis, conseguiu que a sua ideia fosse abraçada pelos outros parceiros da organização do Campeonato de Matraquilhos do Porto. “A ideia é conhecermos as pessoas que trabalham e vivem no centro histórico, e ainda todas as outras que por aqui circulam e passeiam, juntando-as para se divertirem em redor de uma mesa de matraquilhos. Todos sabemos jogar matrecos, um jogo que nos faz lembrar as festas populares e o convívio espontâneo entre as pessoas. Há muitas emoções boas em redor do jogo, como a ansiedade pela espera de jogar, a alegria de um bom remate, aqueles momentos de glória em que os jogadores de madeira parecem ganhar vida”, declara a responsável pela boutique gráfica que, nos últimos tempos, tem procurado dinamizar o centro histórico com várias iniciativas de valorização de cultura popular.



´ A HISTORIA COMOVENTE DE UM JOGO O inventor dos matrecos foi um galego, Alexandre Campos Ramirez, mais conhecido por Alexandre de Finisterra, o nome da localidade onde nasceu, na Corunha, em 1919. Alexandre era filho de um sapateiro e tinha nove irmãos, e viveu uma infância difícil. À pobreza da família juntou-se a tragédia da Guerra Civil espanhola – Alexandre ficou soterrado num dos bombardeamentos de Madrid, a cidade para onde foi estudar, aos 15 anos, e sofreu ferimentos graves. Ficou internado num hospital, onde estavam muitos outros jovens feridos na guerra, como ele, que não podiam fazer aquilo que os rapazes mais gostavam – jogar à bola. Foi então que o jovem Alexandre se lembrou de criar um jogo de futebol a uma escala menor, onde as pernas e a força para correr fossem dispensáveis, inspirando-se no ténis de mesa. Foi um seu amigo carpinteiro, Francisco Xavier Altuna, quem fabricou a primeira mesa de matraquilhos.


Alexandre de Fisterra


Na altura, Alexandre de Fisterra não conseguiu que as fábricas de jogos, ocupadas com a indústria de guerra, fabricassem mesas de matrecos em massa, embora tenha registado a patente do jogo em 1937, em Barcelona. O galego acabou por ter de exilar-se em França, fugindo a pé pelos Pirinéus e a sua vida foi passada entre vários países – Equador, Guatemala, Panamá e México. Quando voltou a Espanha, aos 40 anos, os matrecos já se tinham expandido pelo país. Alexandre de Finisterra regressou a Espanha, depois da morte de Franco, onde viveu em Burgos. Morreu há sete anos, em Zamora, com 87 anos, e as suas cinzas foram lançadas ao rio Douro. Deixa-nos uma herança de pura alegria: a possibilidade de ser estrela da bola em qualquer momento, com um feliz movimento de pulso e pontaria certeira.

mais informações em: facebook/busilis



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