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DIÁRIO DO MINHO /
Região / SEGUNDA-FEIRA / 23.04.18
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Setor pretende atrair jovens para criar uma nova dinâmica no concelho
Miguel Viegas
Montalegre quer valorizar fileira do fumeiro Luísa Teresa Ribeiro
D
inamizar toda a fileira do fumeiro de Montalegre é o objetivo de um projeto que está a ser implementado pela Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã. A decorrer até 2019, o projeto "Fumeiro de Montalegre – Cooperar para competir e desenvolver" foi aprovado pelo Portugal 2020, com um investimento elegível superior a 531 mil euros. O fumeiro apresenta-se como um «tesouro» para a economia do concelho, estimando-se que a fileira movimente 2 milhões de euros, sendo que metade desse valor é gerado na Feira do Fumeiro de Montalegre, que se realiza anualmente, em janeiro, desde 1992. No entanto, o setor está longe de aproveitar todo o seu potencial. «Esta atividade económica é constituída por pequenos produtores, que têm tido
Fumeiro de Montalegre afirma-se pela qualidade
A candidatura ao Portugal 2020 surge com a «intenção de dar uma oportunidade às mi-
alguma dificuldade em crescer», refere o coordenador-geral do projeto, Fernando Pereira.
croempresas para ganharem dimensão». O universo é composto por cerca de 80 produto-
res, que são incentivados «a garantirem a qualidade do fumeiro» como chave para o sucesso deste produto no mercado. Este responsável refere que uma das vertentes desta iniciativa visa «rejuvenescer a fileira do fumeiro de Montalegre através da atração de jovens, sobretudo dos que têm tradição familiar no negócio, para estimular a sucessão geracional e o aparecimento de produtos inovadores». Uma das iniciativas a levar a cabo é a classificação do Fumeiro de Barroso como Identificação Geográfica Protegida. «Esta classificação permitirá um salto em termos de valor», explica Fernando Pereira ao Diário do Minho. O projeto pretende ainda «promover o fumeiro de Montalegre a nível nacional e sensibilizar o consumidor relativamente a algumas ideias erradas que pairam na opinião pública» sobre este produto.
Pormenores Animais alimentados com produtos naturais, clima de terra fria, saber ancestral e receitas sem corantes nem conservantes são os ingredientes do Fumeiro de Montalegre. A Feira do Fumeiro surgiu timidamente, uma vez que as pessoas produziam apenas para consumo doméstico. Entretanto, verificaram que esta era uma oportunidade de terem mais uma fonte de rendimento.
Nome do concelho levado além-fronteiras
CARNES DE BARROSO PROMETEM FAZER AS DELÍCIAS DOS VISITANTES
Vinho feito à maior altitude
Gastronomia Num concelho em que o porco é o "rei" das iguarias, a gastronomia de Montalegre tem nas carnes de Barroso o seu ex-libris. A vitela do planalto, a posta barrosã e o cabrito da serra prometem fazer as delícias dos comensais, tendo por acompanhamento as batatas do concelho, de reconhecida qualidade, ou os grelos salteados. Para sobremesa não podem faltar as rabanadas de vinho tinto, os formigos ou a aletria. Miguel Viegas
Miguel Viegas
C
om experiência na criação de inúmeros vinhos das regiões do Douro, Rias Bajas e Ribera del Duero, o enólogo Francisco Gonçalves propôs-se fazer o vinho com a maior altitude de Portugal, tendo plantado vinha a 1025 metros, em Montalegre. Enquanto esta vinha cresce, os vinhos Mont'Alegre são feitos com uvas da região, com estágio em Montalegre: «Este vinho é produzido a partir de castas autóctones de Trás-os-Montes, de vinhas plantadas em solos pobres de pre-
Enólogo Francisco Gonçalves lançou vinhos Mont'Alegre
dominância granítica e com altitudes acima de 650 metros. Posteriormente, estagia em cave de Montalegre pelas suas condições naturais para o estágio e o envelhecimento de vinhos, conferindo-lhes frescura, equilíbrio e elegância». «Montalegre reúne, de forma natural, as condições para estágio e envelhecimento de vinhos de montanha», refere o enólogo. Em seu entender, «os vinhos Mont'Alegre «são o casamento perfeito entre a intensidade e o sabor dos fumeiro do Barroso».