Revista Estilo - Dezembro 2014

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ANO 4 NÚMERO 4 DEZEMBRO 2014

A Porto Freire Engenharia completa três décadas de atuação com o mérito de não apenas construir prédios, mas sonhos e pessoas

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EDITORIAL

Com a transparente consciência de uma trajetória pautada pela ética e o firme propósito de seguir com base nos valores que a trouxeram até aqui, a Porto Freire Engenharia completa 30 anos no mercado da construção civil cearense com o mérito das boas práticas empresariais e uma visão muito mais humanista do que mecanicista dos processos. Revelada por dentro, a empresa se apresenta, como é, na matéria A empresa da gente. Trata-se de um relato de colaboradores sobre a Porto Freire e, principalmente, um Raio X da empresa em sua essência. Na linha da inspiração a partir dos exemplos, quem ilustra as páginas da seção Entrevista é o montanhista Rosier Alexandre. Em 2015, ele irá subir o Monte Everest, a mais alta montanha da Terra, localizada na cordilheira do Himalaia. Com isso, Rosier finaliza o que intitula de Projeto 7 Cumes, que consiste em subir a maior montanha de cada continente. Em uma entrevista emocionante, o montanhista relata a superação das intempéries pelas quais passou não apenas nas escaladas, mas na vida, e de como os limites se abriram quando ele resolveu desafiar sua própria condição em busca da realização pessoal. Por falar em realização, a seção Gente da Gente traz a história de um sonho conquistado que, de quebra, resultou em uma grande amizade. Em Sonho que se vive junto, chama a atenção a cumplicidade entre o casal Manuel e Zeneida, clientes da Porto Freire, e a consultora de vendas Vladilene Monteiro. Uma mostra de como a equipe da construtora encara seu papel na vida dos clientes. Já o convite irrecusável da seção Giro garante ao leitor uma viagem pelo País na matéria Encontro com a natureza no paraíso chamado Brasil, na qual a Estilo destaca riquezas naturais e cenários paradisíacos que não podem faltar em um roteiro de viagens. E como a leitura é também um convite a um bom café, delicie-se na seção À Mesa com a matéria Amigos do Café, que conta um pouco sobre como as coisas funcionam na Amika Coffeehouse, badalada cafeteria da capital cearense que mistura receitas diversas a um bom papo entre amigos. Boa leitura!

ESTILO É UMA PUBLICAÇÃO DA PORTO FREIRE ENGENHARIA Av. dos Expedicionários, 5571, Aeroporto - Fortaleza – CE PRESIDENTE Jorge Wilson Porto Freire DIRETORIA COMERCIAL Martônio Rodrigues DIRETORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Roberta Catrib ASSESSORA DE MARKETING Valdenisia Souza ANALISTA DE MARKETING Wellington Gomes REDAÇÃO R&B Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL Lucílio Lessa PRODUÇÃO E REVISÃO Valdenisia Sousa e Wellington Gomes FOTOS Jarbas Oliveira e Banco de Imagens DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO Promosell Comunicação FALE CONOSCO (85) 3299 6600 revistaestilo@portofreire.com.br

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SUMÁRIO

GIRO

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ENTREVISTA

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À MESA

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TIJOLO POR TIJOLO

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GENTE DA GENTE

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Estou duplamente pronto” O MONTANHISTA ROSIER ALEXANDRE, 45 ANOS, EXALA CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS VENCEDORES. APÓS ESTAR NA TRAGÉGIA QUE VITIMOU 16 XERPAS NO MONTE EVEREST ESTE ANO, ROSIER SE PREPARA PARA VOLTAR AO CONTINENTE ASIÁTICO EM MARÇO DE 2015 E CONCLUIR O QUE INTITULA DE PROJETO 7 CUMES, QUE CONSISTE NA ESCALADA DA MAIOR MONTANHA DE CADA CONTINENTE. ÚNICO MONTANHISTA DE GELO DO CEARÁ E REFERÊNCIA NO ESPORTE EM TODO O BRASIL, ROSIER CONCEDEU ENTREVISTA EXCLUSIVA À REVISTA ESTILO, NA QUAL DEMONSTRA QUE O 7 CUMES É MAIS QUE UM PROJETO DE ESCALADA, É UM PROJETO DE VIDA. Por Lucílio Lessa / Fotos Jarbas Oliveira

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Sempre tive uma paixão por lugares altos, mas nunca imaginei que profissionalmente eu terminaria abraçando algo tão desafiador.”

Revista Estilo -Rosier, como surgiu sua paixão pelo montanhismo? Rosier Alexandre - Nasci numa cidade bem pequena chamada Monsenhor Tabosa. Na verdade, nasci na zona rural, a 14 km da cidade. É uma região serrana, onde está o ponto culminate do relevo cearense, o Pico do Oeste. Desde a infância, adoro subir pedras, montanhas. Fazia isso sem nenhuma técnica, sem nenhuma orientação, levando os amigos. Sempre tive uma paixão por lugares altos, mas nunca imaginei que profissionalmente eu terminaria abraçando algo tão desafiador. Só pude frequentar a escola com três anos de idade, quando meu pai se mudou para um sítio perto da cidade. Com 15, 16 anos, vim morar em Fortaleza e comecei a ler relatos de algumas pessoas que tinham escalado montanhas, principalmente montanhas geladas. Desde esses relatos a paixão foi muito grande. RE - Foi quando você começou a querer ir mais longe? RA – Na verdade lembro que na infância eu me sentia constrangido com todo aquele sacrifício, com a falta

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de escola, a falta de uma casa confortável, a falta de tudo. Minha família era muito pobre, mas eu sabia que eu podia mudar aquilo. Mais recentemente, ao assistir a um filme chamado Invictus, sobre o Nelson Mandela, vi uma poesia inglesa de 1875, e que tem o mesmo nome do filme. Ela diz: “Eu sou o dono do meu destino, o capitão da minha alma”. Percebi que sempre entendi isso. Sabia que podia mudar aquela situação. É muito doloroso nascer num lugar que não tem energia, higiene básica, não tem água canalizada, não tem uma escola, não tem saúde, não tem nada. É muito difícil. Hoje, a zona rural é um conforto. Cerca de 45 anos depois todas as regiões da zona rural do Brasil têm energia elétrica, escola, transporte. Onde eu nasci não tinha nada disso. E eu sabia que só tinha um meio: estudar. A mudança viria pela educação. Me dediquei muito a estudar, mesmo com uma jornada de trabalho tripla. Fui engraxate, vendedor de fruta, enfim, fiz muita coisa paralela ao trabalho na agricultura e à escola. RE - Algum episódio em especial marcou essa época? RA - Vários espisódios, mas um foi bem curioso. Meu pai tinha uma bodeguinha e havia um médico que gostava muito de ir lá tomar uma pinga e jogar conversa fora. Um dia ele chegou com um amigo muito estranho. Para os moldes nordestinos, ele era um ET. Alto, branco, nariz fino, cabelo loiro, e não falava nada com nada. Perguntei ao médico porque aquele homem não sabia falar direito. Mas ele falava, só não falava português. Era um alemão e estava ali falando inglês. Eu devia ter uns 9 ou 10 anos. Aí perguntei: “O que é inglês?”. Ele disse: “É uma língua de outro país”. (Rosier) “E o que é país?”. Aí ele foi me explicar o que era cultura, o que era país, e comecei a me questionar: “Pô, esse mundo tem vários países, vários continentes, várias culturas, pessoas de cores diferentes, pessoas que falam línguas diferentes”. Ali nasceu uma curiosidade muito grande pela geografia do mundo, saber como mora um cara no Alasca, como

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mora um canadense, e junto a isso a curiosidade pelas montanhas. Pensei: “Puxa vida, talvez um dia eu possa escalar a maior montanha desses continentes e aproveitar para conhecer essas pessoas, saber como elas vivem”. Eu adoro geografia, mas principalmente a geografia humana. Foi um momento marcante que me ajudou a estudar, a mudar minha vida e encontrar um norte, o prazer pelo desafio. Naquele momento eu tive certeza de que ia conhecer o mundo. Acho que nasceu ali o Projeto 7 Cumes.

Governo, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Mas, três meses antes da viagem, saiu uma matéria na TV mostrando que os índios Inhamuns estavam sequestrando montanhistas para roubar mochilas e o material de escalada. Pouco depois houve o sequestro de um funcionário do Ibama, por conta de algumas exigências que os índios estavam fazendo. Diante de um risco desse porte, decidi que não valia a pena escalar a montanha.

RE – Como foram as primeiras escaladas?

A verdade é que eu gosto muito de natureza, e acabei associando isso ao Projeto 7 Cumes. (...) Não sei se são as montanhas que me perseguem ou se sou eu que as persigo.”

RA – Aos 15 anos saí de Monsenhor Tabosa para estudar na Escola Técnica Agricola, em Pacatuba, hoje um centro de recuperacão para dependentes químicos. Sonhava em estudar um pouco e voltar para Monsenhor Tabosa, mas depois você descobre que quer um pouquinho mais. Como a minha cidade não tinha segundo grau - faculdade nem pensar - não tinha como voltar para estudar lá. Isso era janeiro de 1985. Foi quando veio outra coisa interessante: apesar da pobreza financeira e material, eu tinha acesso a livros por conta da biblioteca e das livrarias. Lia um capítulo numa livraria, aí o vendedor começava a me olhar e eu ficava com vergonha, então ia para outra livraria continuar a ler o segundo capítulo, e assim por diante. Isso começou a me abrir muitos horizontes. Depois da Escola Técnica Rural, comecei a fazer faculdade e a trabalhar. Na verdade, fiz metade do curso de agronomia na Federal, mas tranquei para trabalhar. Hoje sou graduado em Marketing. Naquela época, ainda sonhava em voltar para o interior e criar bicho como meu pai fazia. Adoro, só não vejo como fazer isso profissionalmente aqui no Nordeste. A verdade é que eu gosto muito de natureza, e acabei associando isso ao Projeto 7 Cumes. Como eu morava em Fortaleza e parcialmente em Pacatuba, comecei a subir a Serra da Aratanha. Não sei se são as montanhas que me perseguem ou se sou eu que as persigo. Como meus melhores amigos eram de Quixadá, comecei a subir a serra lá também. O tempo foi passando e o prazer de subir as montanhas, aumentando. Aos 28 anos, resolvi escalar profissionalmente, usando corda, cadeirinha, sapatilha, ou seja, equipamento apropriado para escalada. Até então, eu só escalava pedras. RE – Como foi a primeira grande aventura? RA – Bom, a ideia era escalar o Pico da Neblina, o ponto culminante do relevo brasileiro. Comecei a planejar a viagem em 2001 para escalar em 2002. Estava com tudo pronto, inclusive autorização do

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Os nossos xerpas então subiram para fazer o acampamento. Nessa subida, veio uma avalanche. Foi a maior tragédia da história do Everest em 94 anos de exploração.” RE – Foi quando decidiu escalar uma montanha gelada? RA - Exato. A primeira delas foi o Aconcágua, no Chile. Fui o primeiro alpinista do Nor te e Nordeste a escalar essa montanha, em 2002. Cheguei a 6.700 metros de altitude, mas não consegui chegar ao cume. Isso por conta de um conjunto de coisas, mas principalmente por inexperiência minha. As condições climáticas não estavam boas, o meu equipamento era péssimo, mas, sobretudo a inexperiência. Voltei para o Brasil, passei mais um ano me preparando fisicamente e economicamente, revi o planejamento e voltei no final de 2005. No dia 16 de janeiro de 2006, conseguimos abrir a bandeirinha cearense no Aconcágua. Inicialmente, minha ideia era tirar uma foto no cume do Acongágua, maior montanha da América do Sul, colocá-la bem grande na minha sala e ficar admirando, e nunca mais voltar para as montanhas, para um risco como esse. Só que o bichinho das montanhas me pegou e na volta para o Brasil eu já planejava a próxima escalada. Isso no avião mesmo, olhando as fotos. Era um olho na brasa e o outro no peixe. Pensei: “Qual é a próxima?”. Foi quando nasceu realmente o Projeto 7 Cumes. Já havia subido uma, o Aconcágua, então decidi que, antes de tentar, seria impor tante ter uma outra experiência em montanha gelada. Planejei então escalar o maior vulcão da terra, o Licancabur (5.916 metros), no deser to de Atacama. Em fevereiro de 2008 fiz minha primeira expedição para lá, mas, como da outra vez, não cheguei ao cume de primeira, então, revi o planejamento e, em janeiro de 2009, cheguei ao cume do maior vulcão da terra.

RE - Pela ordem cronológica, quais dos 7 Cumes você já escalou? RA - Aconcágua (6962 m), na Argentina, maior montanha da América do Sul; logo em seguida o McKinley (6194 m), nos EUA (Alasca), América do Norte, que não cheguei ao cume da primeira vez; em seguida escalei o Kilimanjaro (5891 m), na Tanzânia, África; depois o Elbrus (5642 m), na Rússia, Europa; voltei então para o McKinley, para concluir; depois escalei o Carstensz (5.039 metros), na Oceania, e em seguida o Maciço Vinson (4892 m), na Antártica. Faltando apenas o Everest (8848 m), entre o Nepal e o Tibete, na Ásia. Então viajei para lá este ano, quando então houve a grande tragédia que matou 16 pessoas em abril. RE – Por pouco você seria uma das vítimas. Como foi a situação? RA - As condições climáticas não pareciam nada contrárias, tudo estava tranquilo. No dia 18 de abril, estávamos acima da metade da montanha, já no campo baixo do Everest, a 1.350 metros de altitude. Enquanto o nosso time se preparava para sair para o acampamento seguinte, cheguei a cogitar subir para fazer uma aclimatação, mas não fui. Os nossos xerpas então subiram para fazer o acampamento. Nessa subida, veio uma avalanche. Foi a maior tragédia da história do Everest em 94 anos de exploração. Para você ter uma ideia, o ano mais trágico da história havia sido em 1996, quando morreram 15 pessoas durante todo o ano. Desta vez, morreram 16 pessoas em apenas 1 minuto. Desabou um grande bloco de gelo que foi descendo montanha abaixo, arrastando tudo o que tinha pela frente. Lá, me envolvi desde o resgate às negociações políticas, pois nasceu um problema político, já que os xerpas, diante da situação emocional da perda de 16 entes queridos – na minha equipe foram 3 pessoas -, começaram a cobrar do governo algumas medidas, como seguro de vida e melhor assitência médica, com toda justiça. Porém, o governo insiste em não oferecer isso a eles, embora seja tão pouco. E começou ali a haver um embate entre os xerpas e o governo. Eles diziam para nós: “Olha, vocês são todos bem vindos, o nosso problema é com o governo”. E o governo virava para a gente e dizia: “Pode escalar o Everest. O nosso problema é com os xerpas”. Enquanto os dois brigavam, ficávamos espremidos no meio deles. E aí é o que diz aquele velho provérbio chinês: “Enquanto os médicos discutem, o paciente morre”. Nesse momento, os pacientes éramos nós, os escaladores.

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Em março de 2015, retorno para o Everest. Mas o grande aprendizado ficou. (...) Posso dizer que aprendi muito com os xerpas. Uma cultura muito rica, espiritualizada.”

RE – Houve algum momento perigoso para a equipe durante essa negociação? RA – Sim. A verdade é que a situação acabou se agravando largamente e culminou inclusive em ameaça de bomba, então todas as expedições tiveram que se retirar. Voltamos para casa e tivemos que adiar o nosso sonho. Em março de 2015, retorno para o Everest. Mas o grande aprendizado ficou. Tem também o investimento financeiro que é muito alto, o tempo de dedicação. Hoje, por exemplo, invisto duas horas por dia no treinamento, mais duas horas para tratar da parte burocrática da expedição. Mas posso dizer que aprendi muito com os xerpas. Uma cultura muito rica, espiritualizada. A forma com que eles encaram a morte me ensinou muito. A vida não é só ganhar, é também perder. É saber lidar com as perdas sem baixar a cabeça. O que eles professam em palavras, aplicam no dia a dia. São muito pacíficos. Apesar do trauma, vou guardar os ensinamentos para sempre. RE - Então, acredita que em março de 2015 subirá o Everest um novo Rosier Alexandre? RA - Com certeza. Há 2.500 anos Confúcio (pensador chinês) já dizia: “Não se banha no mesmo rio duas vezes”. Não sou a mesma pessoa, não tenha dúvida. O convívio com os xerpas me fez mudar rapidamente. Os aprendizados são muito grandes. Os xerpas me fizeram entender mais a cultura deles, a fragilidade daquela população. Estou, inclusive, negociando com a empresa que fará o pacote (da viagem) para que eu possa oferecer o mesmo seguro de vida para eles. Ou seja, se eu precisar de um resgate na montanha, posso chamar um xerpa. Hoje, infelizmente, se houver um acidente, o xerpa não tem assistência. O helicóptero resgata o estrangeiro e deixa o xerpa. Com o seguro não vai ser assim. Eles estão se arriscando por nós. Tudo bem que eles ganham dinheiro pelo trabalho, mas estão colocando a vida deles em risco para realizar o meu sonho. E eu tenho que cuidar desses caras. Fora isso, o fato de eu ter conhecido a montanha de uma ponta a outra, ajuda na expedição. Ano passado, eu estava pronto fisicamente para escalar o Everest. Esse ano, estou duplamente pronto. Muito melhor condicionado fisicamente. Quero chegar ao cume muito mais tranquilo, seguro. RE – O episódio no Everest foi o mais perigoso da sua trajetória como montanhista? RA – Este foi o ano do grande sofrimento, do grande apredizado, o grande momento da minha vida

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nas montanhas. Mas, todas as montanhas que subi são muito perigosas, têm um elevado nível de risco. Pessoalmente, não houve uma situação em que eu sentisse que havia perdido o controle. Mas, em várias situações vi mortes, brasileiros muito mal ou morrendo, enfim, situações bem difíceis. Passei por dois momentos extremamente complicados do ponto de vista político. Eu estava escalando o Elbrus, maior montanha da Europa, na Rússia. Na base da montanha tinha um quartel militar. Eles disseram: “Nós temos dois helicópteros na montanha. Nenhum escalador pode fotografar ou se aproximar deles”. Eu não estava ali para ver helicóptero, mas, para chegar ao cume da montanha. Lá mais na frente, o meu guia, que era um russo, olhou para a gente e disse: “Os dois helicópteros estão ali. A gente pode levar a barraca e dormir dentro. Os policiais são meus amigos e eu tenho autorização extra oficial de dormir lá”. Falei: “Ok, se são seus amigos”. E fomos todos dormir no helicóptero. Éramos um grupo de cinco alpinistas, mais o guia russo. Acordei com uma metralhadora na minha cabeça. Os militares russos chegaram lá, jogaram as metralhadoras nas nossas cabeças e disseram: “Vocês têm 10 minutos para abandonar esse helicóptero”. Aí, você

imagina o nosso desespero. Normalmente, a roupa que você dorme é uma e a que você escala é outra. Tirar a roupa que você dorme, sair de um saco de dormir, comprimir o saco de dormir, vestir três camadas de calça, quatro ou cinco camadas de blusa, três pares de meia, uma bota tripla e arrumar a mochila, dura, na melhor das hipóteses, uma hora, uma hora e meia. Nesse dia, tiramos em 10 minutos. O medo às vezes ajuda a gente a cumprir uma meta muito rápido (risos). Foi traumático. Depois conseguimos chegar ao cume. Missão cumprida. RE – E o outro episódio? RA – Fui subir a Carstensz (5.039 metros), na Oceania. Lá há uma especificidade, a montanha está numa das regiões mais pobres da terra, ironicamente do lado da maior mina de ouro do mundo. São 20 mil homens arrancando ouro e mandando para o Canadá, para a Inglaterra, para a Alemanha, para a Espanha, e a população sobrevivendo comendo rato, barata, morcego, tudo o que você imaginar. Então existem algumas movimentações políticas na região e esses grupos organizados começaram a sequestrar montanhis-

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tas para chamar a atenção da mídia internacional. Paralelamente a isso alguns grupos passaram a sequestrar montanhistas para ganhar dinheiro. E no primeiro dia de caminhada, ainda na parte baixa da montanha, um cara me pegou, me deu uma gravata e eu fiquei por 40 minutos com a faca no pescoço, enquanto ele negociava com o meu guia. Nunca me imaginei numa cena como aquela. É algo surreal. Naquele momento, cheguei a repensar o Projeto 7 Cumes. Depois de ter passado tudo isso, demos continuidade. Eu estava com mais dois alpinistas: um sueco e um canadense. Eles chegaram a questionar: “Rosier, você topa continuar?”. Eu disse: “Topo, vamos embora”. Porém, depois de terminarmos a escalada, cheguei disposto a acabar o Projeto 7 Cumes. Era um risco além da conta. Foi uma situação dolorosa. Fiquei com o pescoço ferido. O cara gritava descontrolado. Por nada, eu teria morrido. Esses foram dois momentos traumáticos. E o engraçado é que nenhum por uma questão técnica ou climática, mas política. RE - O que te motivou a seguir em frente? RA - Quando eu voltei para o Brasil, falei para a minha esposa que o projeto havia morrido ali. Eu disse: “O meu sonho agora é o teu sonho. Parei de escalar montanha gelada”. Ela tem muito medo, é natural, sabe o índice de mortalidade numa escalada como essa. Eu disse: “Vou parar. Chega!” (Nesse momento, Rosier respira fundo, emocionado). Era o meu sonho, o sonho da minha vida, e eu ia jogar isso fora por uma situação de insegurança. Tenho medo de morrer. Gosto demais da minha vida. Foi uma decisão de dias e dias pensando, mas eu não ia voltar atrás. Estava tomando coragem para dizer isso à imprensa, dizer para todo mundo que sonhou comigo e me acompanhou nessa jornada, que torceu, que vibrou. Mas na mesma semana, eu estava em um supermercado fazendo compras e um rapaz me perguntou: “Você é o Rosier Alexandre, o montanhista?”. Eu disse: “Sou”. Aí ele falou que o pai dele havia pedido para ele me parabenizar pela minha história. Perguntei se o pai dele havia assistido alguma palestra minha, e ele disse que não, que na verdade ele próprio havia assistido. Eu não entendi direito e ele explicou: “Rosier, é o seguinte, nunca gostei de estudar, mas assisti a uma palestra sua em que você falava de tudo o que passou, de como deu a volta por cima e acabou fazendo tudo o que fez. Voltei para a minha casa pensando na minha vida, em como eu

não valorizava as coisas. A partir dali, comecei a estudar com prazer. Quando meu pai me viu estudando, perguntou se eu estava doente. Eu disse que esse era o efeito Rosier Alexandre. Contei sua história e ele me pediu, emocionado, que eu o agradecesse se um dia o encontrasse”. Lembrar disso até hoje me trava. Minha esposa estava do lado e começou a se emocionar também. Comecei a pensar que eu não poderia abrir mão de um projeto que está fazendo tanta gente sonhar. Qualquer coisa grande que você queira conquistar, vai ter um preço. Nada que preste é fácil. Repito: eu tenho medo de morrer, inclusive tenho medo de altura, não pânico, medo, só que eu administro. Treino muito para fazer o que eu faço. RE - Rosier, como você financia suas expedições? RA - Muita gente me pergunta se eu trabalho. Claro que sim. A escalada é um hobby, apesar de ter um tom profissional. Aos 27 anos montei uma empresa que tem como proposta levar as montanhas para a vida de muita gente, não só para a minha vida. Ela trabalha dinâmica de grupo e leva as pessoas a superarem os seus limites, com foco em técnicas corporativas, mas também cheguei a trabalhar com representação de laboratório e loja de móveis. É a minha empresa, a TBC Consultoria, que me ajuda a financiar essas viagens. Não ganho dinheiro com expedições, não tenho financiamento, só apoio de algumas empresas que compartilham o custo comigo, mas ainda não é 100%. Cerca de 30% vêm do meu bolso. O governo brasileiro não está nem aí para o esporte. A Copa do Mundo é o retrato do esporte no Brasil. Futebol é muito bom, gosto também, mas a vida não é só futebol. Se você for um cara corrupto, consegue receber alguma coisa para dividir com algum político, mas se você não for, como é o meu caso, é difícil ter apoio. Você até encontra empresas que apoiam, com dificuldade, mas o governo não. Te digo que o meu maior lucro é cada e-mail que recebo com uma mensagem carinhosa, é ver que muita gente está sonhando comigo. Muitos dizem: “Não consigo isso, não consigo aquilo”, e quando veem um cara como eu, que saiu da caatinga sertaneja, com todas aquelas dificuldades, escalando montanhas tão grandes e tendo uma vida digna, se perguntam: “Por que eu não posso?”. É isso o que eu quero que as pessoas vejam em mim. Não sou um super homem, sou alguém que acredita nos sonhos e trabalha para realizá-los.

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ENCONTRO COM A NATUREZA NO

PARAÍSO CHAMADO

BRASIL ESSE IMENSO PAÍS, QUE COBRE QUASE A METADE DO CONTINENTE SUL AMERICANO, TEM RIQUEZAS NATURAIS DE CAIR O QUEIXO. E NÃO ESTAMOS FALANDO APENAS DA GRANDE FLORESTA AMAZÔNICA. DO OIAPOQUE AO CHUÍ, CENÁRIOS PARADISÍACOS ENCANTAM ECOTURISTAS DO MUNDO INTEIRO E, CERTAMENTE, UM DELES PODERÁ SER A SUA PRIMEIRA VIAGEM EM 2015. CONFIRA AS DICAS DA ESTILO E PODE IR ARRUMANDO AS MALAS.

Por Rozanne Quezado / Fotos Banco de Imagens

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Pantanal Quem assistiu à novela Pantanal, da extinta Rede Manchete, no início dos anos 90, ou a sua reprise, em 2008, pelo SBT, jamais esquecerá as cenas deslumbrantes que revelaram uma das regiões mais lindas do país. A beleza cênica do lugar, mostrada através do voo das aves, da revoada das garças, dos jacarés nas beiras dos rios e capivaras em vazantes, do nascer e do por do sol em show de luzes e cores, além dos barcos descendo os rios, ao som de músicas regionais instrumentais, encantou o Brasil. Os anos passaram e o Pantanal continua emocionando com a sua natureza exuberante, cuja imagem de santuário ecológico ganhou o mundo. Basta ver que o maior número de turistas que visitam a região é de estrangeiro. Com uma área de 250 km², distribuídos entre o sul de Mato Grosso, o noroeste de Mato Grosso do Sul, o norte do Paraguai e o leste da Bolívia, o Pantanal é a maior planície alagável do mundo. A fauna e a flora são extremamente ricas. A variedade de ecossistemas levou a região a ser declarada, pela UNESCO, Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial da Humanidade. Há passeios para os mais variados tipos de turistas. Um deles é o safári fotográfico, que pode ser feito de barco ou em carro 4x4. Serão precisos muitos cliques para registrar as mais de 600 espécies de aves que sobrevoam a região, como araras-azuis, tucanos e tuiuiús. Um passeio com direito à trilha sonora a cargo da natureza. Desviando a vista dos céus e das árvores, os fotógrafos, profissionais ou amadores, poderão ainda registrar os numerosos animais que muitas vezes cruzam o seu caminho, como macaco-prego, tamanduá, cervo, capivara, e, com um pouco de sorte, até a famosa onça-pintada. Sem contar os jacarés que tomam sol à beira dos rios. Para os turistas que curtem aventuras, a localidade de Bonito, na Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, é o lugar ideal. Lá há muitas opções de lazer e ecoturismo, como trekking, banhos de cachoeira, mergulho, flutuação em rios, rapel, arvorismo, além de visitas a cavernas, como a famosa Gruta do Lago Azul. A pesca é outra alternativa de lazer no Pantanal. Todas as visitas são acompanhadas por guias que orientam os turistas a respeitarem o meio ambiente, observando as normas locais.

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Onde ficar Há hospedagem para ecoturistas (fazendas-pousadas), para pescadores (os barcos-hotel têm cabines, com refeições e estrutura para pesca incluídas no pacote) e os tradicionais hotéis no centro das cidades próximas ao parque (Pantanal Hotel, Pousada Curupira e Corumbá Hostel).

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Chapada dos Veadeiros Fica em Goiás, a pouco mais de duas horas de Brasília, um dos mais lindos cenários naturais brasileiros. Com rios cristalinos, cachoeiras de mais de 100 metros, trilhas e paredões de pedra que se estendem por três localidades (os municípios Alto Paraíso e Cavalcante e o povoado de São Jorge), a Chapada dos Veadeiros é o patrimônio ecológico mais antigo da América do Sul. Pela vila de São Jorge se chega ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, declarado pela UNESCO, em 2001, Patrimônio Mundial Natural. A caminhada pelo parque requer muita disposição e, de preferência, a companhia de um guia local. Mas, compensa. A riqueza ecológica do lugar é deslumbrante: cânions, trilhas, cachoeiras, rios e piscinas naturais com águas transparentes. No local é possível praticar diversos esportes, como canoagem, trekking, canyoning (alpinismo nas cachoeiras) e rapel. E não para por aí. A flora riquíssima muda de acordo com a estação do ano, e a fauna revela animais em extinção, que circulam livremente pelo parque, como a onça pintada, o veado-campeiro, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, a capivara e o cervo-do-pantanal. Outro atrativo são os Saltos do Rio Preto, com majestosas quedas d’água. Uma delas, de 120 tros, oferece uma visão panorâmica da região. atingir esse paraíso, mais disposição: percorrer trilha de 6 km.

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Com toda essa riqueza natural, a Chapada dos Veadeiros atrai turistas também pelo seu lado místico. O município de Alto Paraíso é cortado pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu - a mística cidade peruana, construída pelos incas. Além disso, por possuir minas de cristais de quartzo, a região é vista como um centro de concentração de energia. Onde ficar As pousadas oferecem boa infraestrutura, com piscinas, banheiras de hidromassagem, lareira, salão de jogos, internet, e são, em sua maioria, charmosas e acolhedoras. Em Alto do Paraíso estão as pousadas SPA do Espírito Santo, Maya e a Fazenda São Bento, que promove caminhadas e cavalgadas por trilhas que levam às cachoeiras. Para os amantes da natureza e de uma boa aventura, há áreas de camping na vila de São Jorge.

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Serra da Capivara Não precisamos ir muito longe para desfrutar de uma natureza rústica e cheia de beleza. No vizinho Piauí está a Serra da Capivara, o mais importante patrimônio arqueológico do país, que guarda verdadeiros tesouros pré-históricos. A área, de 130 mil hectares, abrange quatro municípios: Brejo do Piauí, Coronel José Dias, João Costa e São Raimundo Nonato. Conhecer o Parque Nacional da Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da Humanidade, é mergulhar nas origens da civilização do continente americano. Os estudos indicam a presença do homem no local há mais de 50 mil anos, os mais antigos registros na América. Mais de 700 sítios arqueológicos já foram catalogados, dos quais 64 estão abertos à visitação. Foram encontrados pinturas, com cerca de 30 mil figuras coloridas, ferramentas e materiais feitos com pedra lascada, cerâmicas, além de esqueletos humanos e de animais pré-históricos. No Boqueirão da Pedra Furada, por exemplo, podem ser vistas mais de mil pinturas rupestres, feitas há cerca de 30 mil anos. Já no circuito dos Veadinhos Azuis estão quatro sítios com pinturas azuis, a primeira desta cor descoberta no mundo. Como o parque é aberto à visitação durante a noite, vale a pena visitá-lo também depois que escurece. São dois momentos do local: com a luz natural, e, à noite, com a iluminação artificial, que realça as cores das pinturas e das formações rochosas, com seus tons dourados. Outra local interessante do parque é o Desfiladeiro da Capivara. Do alto das rochas se descortina uma vista panorâmica da região, com planície, chapadas e cânions. O entardecer traz uma vibrante surpresa: a descida das andorinhas no cânion. Elas cantam e, em grupos, mergulham rumo às árvores. Um espetáculo imperdível.

Onde ficar A cidade de São Raimundo Nonato, onde fica o Museu do Homem Americano (visita obrigatória), é a base para as saídas para a Serra da Capivara. As acomodações são simples, como os hotéis Serra da Capivara, Bella Vista e Hotel Real.

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Cataratas do Iguaçu O Parque Nacional do Iguaçu é outro lugar que coloca o Brasil entre os países com mais atrativos naturais do mundo. Figurando entre as Sete Novas Maravilhas da Natureza, Iguaçu é uma imersão na natureza. As cataratas, na fronteira entre Brasil e Argentina, são consideradas a maior queda d’água em volume do mundo. São quase 270 cachoeiras, com alturas entre 67 a 82 metros. Se paga uma entrada para entrar no parque. Dali, para quem não arrisca uma caminhada muito longa, há ônibus que levam a vários locais, inclusive à trilha que oferece vistas belíssimas do parque e tem como destino final a Garganta do Diabo, a maior e mais impressionante de todas as cataratas, em forma de U, com 85 metros de altura, 150 metros de largura e 700 metros de comprimento. Através de passarelas pode-se chegar per to da cachoeira - e de sobra, ainda ganhar um banho refrescante provocado pela força da água ao tocar o solo. É bom levar sacos plásticos para cobrir a máquina fotográfica. Para quem não quer se molhar, há capas de chuva à venda na entrada da passarela. Além da caminhada pelas trilhas, o turista ainda pode desfrutar de programas de aventura como raftings, canoagem, voos de helicópteros e passeios de barco pelo rio. Bem próximo do Parque Nacional de Iguaçu, está o Parque das Aves. Uma visita obrigatória e que, de preferência, deve ser feita antes do passeio às cataratas. É uma experiência inesquecível. A impressão que se tem é de estar em plena mata atlântica, cercado de aves por todos os lados, cada uma mais linda e exótica que a outra. A melhor par te: entrar na ala das araras e dos papagaios. Todo o percurso é bem sinalizado, com explicações sobre cada ave, possui acessos especiais para cadeirantes, com banheiros e uma vendinha com uma deliciosa água de coco. Para finalizar a viagem, o turista pode dar uma esticadinha até a Argentina e conhecer as cataratas de Puerto Iguazu, que é muito mais ampla e diversificada que o lado brasileiro. Um trem leva até as trilhas para conhecer as cachoeiras.

Onde ficar Tanto na cidade de Foz do Iguaçu quanto nas proximidades do Parque Nacional de Iguaçu há hotéis de todos os portes. Desde o cinco estrelas Hotel das Cataratas - que fica dentro do parque e tem a mais linda vista das cachoeiras -, até os mais em conta, que ficam no centro da cidade, como o Bella Itália e o Taborá Express.

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Danielly Soares e parte da equipe da Amika Coffeehouse

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Amigos do café TOMAR UM CAFEZINHO AGORA TEM MUITO MAIS CHARME EM FORTALEZA. AO INVESTIR EM UM CARDÁPIO DIVERSIFICADO COM BASE NO CAFÉ E CRIAR UM AMBIENTE ACONCHEGANTE EM UM DOS ENDEREÇOS MAIS NOBRES DA CIDADE, O MEIRELES, A PUBLICITÁRIA DANIELLY SOARES ENCONTROU A RECEITA DO SUCESSO SEM PERDER O PRAZER DE UM BOM PAPO ENTRE AMIGOS NA AMIKA COFFEEHOUSE. Por Lucílio Lessa / Fotos Jarbas Oliveira

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Em latim, amika significa amigo. A tradução deixa evidente o porquê da escolha desse nome para a Amika Coffeehouse. Afinal, relacionamento é um dos principais diferenciais da cafeteria. Tanto que bastam alguns minutos no lugar para vir a sensação de se ter encontrado o próximo point da turma. Que o digam as estudantes de publicidade Caroline Maia, 20 anos, e Emanuele Girão, 27, clientes desde a inauguração há um ano e oito meses. “Descobrimos a Amika caminhando pela rua. Frequentamos tanto para nos divertir com os amigos, quanto para reuniões de trabalho”, ressalta Caroline. Para Emanuele, o melhor da cafeteria é o atendimento. “Os funcionários nos chamam pelo nome”, diz. As amigas têm razão. É comum entrar na Amika e ser recebido pelos irmãos baristas, Alexandre e Igor, com um: “Há quanto tempo?!”. Sem falar que um pedido no lugar pode virar uma aula sobre café. “Nem sempre é possível eles passarem todas as informações sensoriais que um café possui, mas ninguém aqui pode ser simplesmente um tirador de pedidos”, explica Danielly Soares. É ela quem está à frente da Amika, embora ressalte que o cardápio de cerca de 25 receitas com base em café, algumas de família, seja feito junto com

a irmã, Sarah Soares. Ao todo, 7 pessoas formam a equipe da cafeteria. Além da diversidade de itens com a especialidade da casa, há tortas, sanduíches e salgados. “As opções de acompanhamento são limitadas, mas estão dentro do que a gente pode garantir de qualidade. Tudo passa por testes. Antes trabalhávamos com alguns fornecedores, mas hoje criamos nossas próprias produções”, explica Danielly. Ela aponta ainda que alguns itens, como chás, a princípio eram apenas experiências, mas acabaram complementando o cardápio devido a boa aceitação. “No entanto, o foco sempre será o café”, enfatiza a proprietária.

Descobrimos a Amika caminhando pela rua. Frequentamos tanto para nos divertir com os amigos, quanto para reuniões de trabalho” Caroline Maia, cliente

Caroline Maia e Emanuele Girão são clientes da Amika

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Ambiente na parte superior

Referências e cenário especial A combinação entre qualidade e criatividade garante ao local uma clientela fiel. Aberta das 15h às 20h, a cafeteria recebe na semana cerca de 100 pessoas diariamente, número que dobra nos fins de semana, a ponto de haver fila de espera. Na ponta da língua, clientes afirmam que além do cardápio inusitado, composto até de receitas com teor alcoólico, e do atendimento, outro ponto que encanta é a parte física. “De cara a fachada já chama a atenção”, ressalta Caroline, referindo-se à estrutura de vidro que abrange toda a parte externa da cafeteria, o que permite a visualização do interior da Amika. Um convite a quem passa na rua. Pé direito alto e iluminação especial dão ainda mais charme ao ambiente. Difícil é escolher o melhor lugar para sentar, já que as mesas distribuídas na parte térrea e superior dividem espaço com sofás aconchegantes e um simpático balcão próximo à parede. Completam a decoração telas originais de coletivos e pintores pops cearenses. Tudo muito moderno. E enquanto se espera o pedido, o papo é embalado por música ambiente, em que prevalece

Atendimento no térreo o som de bandas como The Strokes, Travis, e cantoras como Dido, fora o repertório nacional. “Esse tipo de cafeteria é muito comum em São Paulo, em Nova York, ou em países como Dinamarca, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, que são os berços do mercado de café”, diz Danielly, que viajou para pesquisar as tendências. O conceito tem uma pegada mais industrial, com foco nas máquinas e nos baristas compondo receitas em que o detalhe é que faz a diferença.

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Danielly Soares

Mas a despeito dos países que serviram como referência, a nordestinidade também faz parte da Amika. “Você pode trazer tendências de outros países, mas o público daqui tem as suas características, ainda mais por sermos nordestinos”, avalia Danielly. Ela destaca que o cearense tem hábitos quase noturnos de visitar cafeterias, o que difere de outras localidades. “Temos aquela coisa de sair com os amigos, bem social. E isso está ligado ao consumo de final de tarde e começo de noite. Lá fora, eles abrem mais cedo e fecham no comecinho da noite. É um consumo de café puro, muito rápido, e tem relação com fatores como a questão urbana. Por exemplo, nós não temos centros comerciais muito grandes como a Avenida Paulista. Lá tem lugares que vivem só de vender café”, explica.

Você pode trazer tendências de outros países, mas o público daqui tem as suas características, ainda mais por sermos nordestinos” Danielly Soares 24

Importados X Nacionais O rigor de cada item da cafeteria passa, obviamente, pela escolha dos cafés utilizados. Perguntada sobre a origem da matéria prima, Danielly afirma que apenas eventualmente são servidos cafés de outras partes do mundo, pois a proposta é trabalhar, sobretudo, o nacional, tendo em vista que a dificuldade de logística e a burocracia alfandegária dificultam a atuação com cafés de outros países. “Os cafés importados têm um grande entrave para entrar no País. Aqui no Brasil não entra café verde de outros países, ele tem que vir torrado. O problema é que se você quer um café de qualidade, tem que ter prazo de validade. O café tem que estar fresco”, diz a proprietária. Mas Danielly relata que o café brasileiro servido na Amika tem qualidade igual a qualquer bom café importado. “A gente só traz alguns de fora para que as pessoas tenham a oportunidade de provar sabores diferentes, porque realmente muda o sabor. Cada país tem seu método de trabalhar o café. Quem prova diariamente, nota a diferença”, explica. Ela ressalta que para trazer os produtos importados conta com algumas cafeterias amigas, compra por frete, ou mesmo encomenda de amigos que viajam para o exterior.

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Sobre os tipos servidos, Danielly diz que trabalha com vários métodos de extração além do expresso, como o Aeropress (método que produz café coado sob pressão), entre outros. “Cada um tem um método de extração diferente. Fazemos isso para que as pessoas possam começar a distinguir, pois são cafés totalmente distintos. Quisemos trazer essas tendências, essas novidades para For taleza”, declara.

Para quem quiser conhecer a Amika, vale ainda uma dica. Quem chega ao local de bike tem desconto de 50% no chá gelado e na soda italiana.” Disciplina e sustentabilidade Pelo que se percebe, a Amika Coffeehouse leva realmente café a sério. Para se ter uma ideia, foram cerca de 4 anos de pesquisa até a criação do local. Danielly relata que tudo começou com um curso de barista, feito apenas por hobby. “Eu não era uma consumidora de expresso, era mais de drinks, mas comecei a conhecer as máquinas, os moinhos e fiquei apaixonada. Então fiz curso em cima de curso. Foram cinco. E tinha minha própria máquina em casa, pois quando você começa a fazer esse tipo de curso, acaba ficando mais exigente com o café. Não consumia café fora de casa. E como For taleza tinha carência desse tipo de lugar, resolvi criar a Amika Coffeehouse”, diz. Para quem quiser conhecer a Amika, vale ainda uma dica. Quem chega ao local de bike tem desconto de 50% no chá gelado e na soda italiana. É só chegar, deixar a bike no bicicletário, e cur tir um final de tarde colocando o papo em dia com os amigos. Essa é a receita mais pedida na Amika Coffeehouse.

CAFÉ NEGRESCO Café, sorvete de creme e biscoito negresco

CHEESECAKE DE MORANGO E TIRAMISÙ Feitos na casa com ingredientes naturais. O tiramisù é feito com mascarpone de brecai e café expresso da casa. Receita dada por parentes que vivem em Veneza

Endereço: Rua Ana Bilhar, 1136 Telefone: 85 3031- 0351

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A empresa da gente COMPLETANDO 30 ANOS NO MERCADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL, A PORTO FREIRE ENGENHARIA COMEMORA NÃO SÓ A SUA FORÇA NO MERCADO EMPRESARIAL CEARENSE, MAS PRINCIPALMENTE A CONSTRUÇÃO DE SONHOS E PESSOAS, COM BASE NA VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO. Por Lucílio Lessa / Fotos Jarbas Oliveira

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Martônio Rodrigues

Em sua fábula do tijolo, o famoso arquiteto americano Louis Kahn diz que até um tijolo quer ser alguma coisa. Ilustram o discurso do arquiteto milhares de obras arquitetônicas extraordinárias espalhadas pelo mundo. Mas a metáfora aponta, sobretudo, a necessidade que o ser humano tem de evoluir, de desenvolver suas capacidades e contribuir efetivamente para que pessoas e coisas evoluam a partir de suas ações. Ao investir no ser humano, a Porto Freire Engenharia completa 30 anos não só como um sucesso empresarial no ramo da construção civil, mas, principalmente, como “uma escola para vida”.

Você não vem aqui só para trabalhar, você vem aqui também para trabalhar, mas, principalmente, para construir alguma coisa.” Martônio Rodrigues 28

Zoneide Sales

É o que bem fala o seu fundador, o engenheiro Jorge Porto Freire. “Não podemos fazer crescer só as coisas materiais, pois, assim, a gente não se realiza. Temos que fazer crescer a pessoa, os nossos sonhos. E não há sonho que se alimente só de dinheiro, pois isso é efêmero. Não é o que importa”, ressalta. Ano a ano, tijolo a tijolo, os sonhos na Porto Freire se multiplicam. E tão fascinante quanto a trajetória da construtora, são as histórias de vida que dão movimento à empresa. É o caso do diretor executivo Martônio Rodrigues. Habituado a trabalhar em multinacionais, o economista viu-se há 10 anos obrigado a repensar sua vida após a morte do pai. “Resolvi levar um ritmo mais próximo da minha família. Comecei, então, a trabalhar no ramo imobiliário, mas a minha primeira experiência não foi saudável, pois a empresa não tinha valores. Ao chegar aqui, percebi que a Porto Freire tem o DNA muito parecido com o meu, onde as coisas acontecem de forma transparente, humana. Você não vem aqui só para trabalhar, você vem aqui também para trabalhar, mas, principalmente, para construir alguma coisa”, diz.

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Felipe Arruda

As palavras de Jorge e Martônio dão vida ao Cajado - Colaboração, Amizade, Justiça, Autonomia, Determinação e Coragem e Organização - “conjunto de valores que formam o sólido alicerce de uma empresa que foi feita para durar”, como está estampado nos quatro cantos da Porto Freire Engenharia e, principalmente, dentro de cada colaborador. Que o diga a contadora Zoneide Sales. Ansiosa, ela começou a dar a entrevista para a matéria com uma cola que havia feito minutos antes. “É para eu não esquecer nada”, disse, timidamente. “Cheguei aqui há 20 anos e tenho orgulho de ter participado do crescimento da empresa. Uma coisa que me marcou muito foi quando fomos escolhidos como uma das 100 melhores empresas para trabalhar no Brasil. Cresci profissionalmente graças às oportunidades dadas pelo Dr. Jorge. Ele aposta nas pessoas. É um homem visionário, com uma busca incansável por sabedoria”, avalia a contadora, que ratifica o depoimento dos colegas ao relatar as muitas capacitações técnicas e de inteligência emocional que participou dentro da empresa, como também as de filosofia.

Roberta Catrib

Empatia com os colaboradores A perspectiva de evolução e reconhecimento também sustenta o discurso do diretor financeiro Felipe Arruda. Assim como Zoneide, Felipe chegou à empresa quando esta concluía sua primeira década de existência. Ao relatar todos os setores pelos quais passou na Porto Freire, ele deixa escapar a subjetividade de cada conquista, de cada etapa. “Comecei como estagiário, passei pelo setor de obras, escritório, voltei para obras e, já formado, assumi a construção de um dos condomínios. Depois voltei para o escritório e enveredei para a área financeira”, diz ele, que também acumula as funções de coordenador de planejamento e controle, e a de diretor técnico. Com uma biografia profissional tão ligada à construtora, seria até compreensível que Felipe usasse suas horas livres para ficar longe, daí a supresa ao vê-lo chegar com o filho para as atividades culturais e oficinas educativas ministradas pela Fundação Porto Freire, criada pela construtora. “Aqui tudo é muito natural, nada é forçado. A gente se sente bem em participar”, declara.

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Thiago Andrade

Para a diretora de Marketing, Roberta Catrib, há na empresa um grande equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional. “A Porto Freire não interfere na vida pessoal dos funcionários, o que, muitas vezes, não ocorre em outras empresas. A forma afetuosa com que ela age marca positivamente muitas pessoas aqui, inclusive a mim”, considera ela, que há seis anos foi convidada para implantar a área de inteligência de mercado na Porto Freire, acompanhando indicadores de crescimento e corporativos. Para além da surpreendente facilidade com números, tabelas, estatísticas e análises de mercado, Roberta também se destaca pela sensibilidade. “Uma coisa que eu observo aqui desde o começo é que todas as pessoas que saem da Porto Freire mantêm um laço muito forte. Elas voltam aqui, querem saber como vai a empresa, ficam torcendo. Mesmo quem foi demitido por algum motivo. Acho muito interessante esse vínculo, essa relação que as pessoas criam com a empresa”, destaca. Analista de finanças, o jovem Thiago Andrade ilustra o depoimento de Rober ta. Prestes a

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Jorge Porto Freire

concluir o curso de administração de empresas, Thiago é um dos que foram sem nunca ter ido. “Era estagiário aqui na Por to Freire. Saí porque estava querendo uma opor tunidade de efetivação. Como demorou um pouco e por uma impaciência minha, abracei uma outra experiência, mas todo mês eu vinha aqui visitar o pessoal, saber como as coisas estavam, vinha para os aniversários. Sempre gostei muito daqui. É uma família. Só fiquei fora quatro meses”, diz ele, que aponta a volta à Por to Freire como um dos momentos mais impor tantes pelos quais passou. “Fui muito bem recebido. É gratificante saber que gostam de mim. Semana passada recebi a proposta de ficar no planejamento financeiro. A minha gestora e a empresa reconhecem o meu trabalho”, comemora. Histórias marcantes Com histórias tão inspiradoras, difícil é escolher os momentos mais marcantes. “São tantos, que às vezes fica complicado escolher um”, confirma Mar tônio Rodrigues. O diretor aponta que,

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Essa coisa que o ser humano tem, essa empatia, independente de ser rico ou pobre, independente de qualquer condição social, é Deus dentro da gente. A expressão de Deus está perto porque está no nosso coração. Generosidade, cortesia, tolerância, são naturais do ser humano.” Jorge Porto Freire

não raro, clientes se emocionam quando vão assinar o contrato do imóvel, tamanha a realização. “Tivemos uma cliente que recebeu a chave dela e, chorando, pediu para tirar fotos com os funcionários. Cer tamente aquele foi um momento que vai ficar na vida dela para sempre”, diz ele, que também se orgulha quando recebe car tas extensas de colaboradores agradecidos por estarem realizando algum sonho a par tir de um desper tar seu. “Par ticularmente, tenho uma obsessão por viajar, por conhecer o mundo, e relato essas minhas viagens para os colaboradores, que se inspiram e vão. É importante você inspirar as pessoas não só para elas fazerem bem aquilo que têm que fazer, mas para buscarem objetivos”, considera. Perguntado sobre um momento que tenha lhe marcado, o presidente Jorge Por to Freire eleva seu olhar, pensativo, e com uma expressão reflexiva recorda de um concurso de redação para os clientes, realizado em 1995, em que a pergunta era: O que é impor tante para você? “Recebemos várias car tas, mas uma comoveu muito a todos aqui”, conta. Era uma garota que morava de aluguel, com os pais, e que relatava estar cansada das frequentes mudanças quando os proprietários pediam os imóveis. “Ela dizia que estava cansada de sempre ouvir os

pais conversando baixinho e, no outro dia, o pai chegar e dizer que eles iam ter que se mudar novamente, que o contrato de aluguel ia acabar. Justo quando ela já tinha feito amigos, quando já havia se acostumado. Ela sofria com isso”, lembra Jorge. A garota e os pais conseguiram comprar um apar tamento no sistema Prevcon, per tencente à Por to Freire. No recor te dos momentos marcantes também está uma recente manhã de confraternização entre os colaboradores no Parque del Sol, em que a Por to Freire anunciou patrocínio ao espor tista Davi Sobrinho, grande promessa do surf cearense e integrante da Escola Beneficente de Surf do Titanzinho. “Essa coisa que o ser humano tem, essa empatia, independente de ser rico ou pobre, independente de qualquer condição social, é Deus dentro da gente. A expressão de Deus está per to porque está no nosso coração. Generosidade, cor tesia, tolerância, são naturais do ser humano. O homem é que se desvir tua por acontecimentos. A felicidade está nas coisas simples. Está na realização humana”, filosofa. Desafios Numa projeção realista, a diretora Rober ta Catrib aponta que ainda há muito a melhorar, mas que a empresa possui grande potencial para crescer ainda mais e abrir novos caminhos, buscar novos negócios. “A Por to Freire é uma empresa muito sólida, que está há 30 anos no mercado. Temos diversas perspectivas positivas e muito trabalho para fazer, muitas possibilidades. Esse espírito empreendedor da Por to Freire ajuda muito nesse sentido. Um espírito de buscar novidades, dinâmico. Depois desse boom (imobiliário), o mercado está se reorganizando. A construção civil tem que buscar novidades, buscar produtos inovadores, novas localizações, novos processos. A palavra é sustentabilidade”, considera. Para o diretor Mar tônio Rodrigues, a Por to Freire está num por te em que não pode mais ser considerada uma empresa pequena. “Esse período de transição é o mais complexo, porque as práticas de empresas pequenas não são sufientes para nós, e as práticas de processos de empresas grandes talvez não sejam compatíveis ainda com o nosso por te. Esse é o nosso grande desafio. Mas quando a gente tem uma linha

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mestra, estratégica, de busca de crescimento, chega lá de uma forma ou de outra. Queremos ser uma empresa grande, mas com os pés no chão, com muita serenidade para com a gente e para com os nossos clientes, corrigindo o que não foi bem sucedido no passado e nos reinventando com foco e com os valores tão enraizados aqui pelo Dr. Jorge. Se erramos em algo, consertamos, esse é o grande mérito da Porto Freire”, avalia o diretor. Complementando a palavra dos colaboradores, o presidente Jorge Porto Freire revela que, ao longo dos anos, sua grande preocupação era com a continuidade da empresa. “Meu deseio é fazer com que as ideias sigam em frente, independente de mim. As ideias têm vida própria. Antes, eu via que as decisões precisavam muito da minha interferência. Propositalmente, fico hoje mais na retaguarda, observando, e vejo as coisas andarem. Não é fácil, mas a minha referência é muito importante. Eles associam a minha imagem a essas coisas que defendo. Então, se eu desaparecer, ficam as ideias”, considera. Continuidade É com simplicidade, competência e autoconfiança que as irmãs Adriana e Tatiana Porto Freire contribuem efetivamente para os próximos passos da construtora. Em comum, ambas possuem a autocrítica necessária para não se deixarem levar pela posição que ocupam, tendo passado por diversos setores da empresa, tanto operacionais quanto administrativos, a fim de conhecerem de perto os processos. “Nunca esteve nos meus planos trabalhar aqui. Fiz Direito por um tempo, mas minha maior facilidade era com cálculos. Vi que meu pai precisava de mim, então, comecei como estagiária e hoje a empresa faz parte da minha vida. Tudo o que eu faço é pensando nela. Temos planos para o futuro, de como ela tem que ficar. Olhamos os problemas e já pensamos na solução para eles”, afirma Tatiana, que é engenheira civil. Formada em administração de empresas, Adriana começou sua trajetória na contabilidade da Porto Freire e percorreu outros setores, até chegar no planejamento financeiro e na qualidade. “Rodei a empresa toda, o que foi fundamental para eu ter uma visão macro das coisas. É uma responsabilidade, pois o que você fala tem um peso diferente, querendo ou não. Quando entrei aqui,

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era como se eu fosse um corpo estranho, mas aos poucos as pessoas foram conhecendo a mim e ao meu trabalho, e hoje sou bem aceita”, avalia, com franqueza. O sentimento de cobrança também é apontado por Tatiana, mas ela também tira isso de letra. “No início, fiquei com o pé atrás por imaginar que as pessoas iam dizer: ‘É a filha do dono’. Achava que o meu trabalho aqui poderia não ter o mesmo merecimento que teria em outra empresa. Mas as coisas são assim, vou ter que trabalhar com isso. Meu pai e a empresa precisam da gente”, ressalta. Feliz com a decisão das filhas, Jorge Porto Freire destaca que se antes precisava transmitir sua visão para as pessoas, hoje tem a tranquilidade de a Porto Freire estar sendo um escola para os filhos, assim como é para ele. “Percebo que a forma deles de ver o mundo é diferente. Eles podem ter a mim como referência, mas o tempo é outro. E nesse embate das ideias, as pessoas vão se moldando. Esse é o meu conforto: eles vão lutar pelas ideias”, diz. Perguntado sobre a sensação de estar completando 30 anos à frente da Porto Freire, Jorge dá uma pausa e lembra da mãe, dona Lêda. “Foi ela quem deu a minha formação. Como meu pai (Mauro) trabalhava no comércio, havia altos e baixos financeiros, mas ela sempre deu importância à educação. Minha mãe investiu em mim, me deu condições de seguir. Ela deu até o dinheiro para eu começar essa empresa, e sempre cantava aquela música do Chico Buarque: “Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai, o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega”, canta, emocionado. Esse é o espírito da Porto Freire Engenharia. Uma empresa erguida pela paixão, pelas ideias e pelos ideais.

É com simplicidade, competência e autoconfiança que as irmãs Adriana e Tatiana Porto Freire contribuem efetivamente para os próximos passos da construtora.”

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Jorge Porto Freire e as filhas Adriana e Tatiana

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Sonho que se vive junto QUEM DISSE QUE VENDEDOR VISA APENAS COMISSÃO NÃO CONHECE A ALEGRIA DE PROPORCIONAR A REAL IZAÇÃO DE UM SONHO. QUE O DIGA A CONSULTORA DE VENDAS VLADILENE MONTEIRO, PERSONAGEM QUE ILUSTRA O P E R F I L D A E Q U I P E D A P O RTO FREIRE ENGENHARIA. Por Lucílio Lessa / Fotos Jarbas Oliveira

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GENTE DA GENTE

Maria Zeneida, Manuel, Arthur e Vladilene

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GENTE DA GENTE

Gruta do Parque del Sol

Quem vê desavisadamente o casal Manuel Silva e Maria Zeneida circular de mãos dadas pelo Parque del Sol enquanto Vladilene Monteiro brinca com o pequeno Arthur, imagina tratar-se de uma família, tamanha a cumplicidade entre eles. Seja pela intimidade das risadas ou pelo olhar afetuoso, a ideia é que ali estão pai, mãe, filha e neto, o que não deixa de ser verdade exceto pelo papel de Vladilene naquele contexto familiar. “Conhecemos a Vladilene quando decidimos comprar um apartamento. Ela foi nossa vendedora. Surgiu uma amizade, uma confiança. A missão dela terminou, mas o carinho ficou”, diz Manuel. A relação de amizade entre o casal de aposentados e a consultora de vendas desmantela a concepção equivocada de que em uma parceria comercial se sobressai apenas o lucro. Essa é uma visão mecanicista que não corresponde a filosofia humanista praticada por Vladilene no seu dia a dia. Tanto é assim que a entrevista com a consultora para esta matéria contou com crescente emoção a medida em que Vladilene dissertava sobre o episódio. “Eu fico emocionada porque a gente se adotou. Teve essa relação de compra e venda, mas depois a gente passou a ser da família. Fico imaginando que quando eu chegar na minha velhice, quero ter a alegria que eles têm e saber que fiz tudo para viver bem”, ressalta Vladilene.

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Enquanto a consultora fala, o casal assiste a tudo com um sorriso, cativados pelas palavras da nova amiga. Para quem se mudou nove vezes por motivos diversos, estarem em um lugar como o Parque del Sol é experimentar novamente o gostinho da vida pacata, tranquila de décadas atrás, sobretudo pela natureza e pela segurança que cerca o condomínio. “Todo dia chego na minha varanda pela manhã e agradeço a Deus pelo presente maravilhoso que ele nos deu, o de morar aqui. É ótimo também porque temos muitos parentes no condomínio”, relata Zeneida.

Eu fico emocionada porque a gente se adotou. Teve essa relação de compra e venda, mas depois a gente passou a ser da família.” Vladilene Monteiro

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GENTE DA GENTE

A compra Manuel e Zeneida falam com a perspectiva do agradecimento. Após criarem os três filhos e vê-los casados, viram-se sozinhos em uma casa grande demais para os dois na Cidade dos Funcionários – apesar da assistência dada pela prole. Tal como ocorre com muitos casais nessa faixa etária – ambos estão às voltas dos 80 anos – deciciram então comprar um apartamento. “Há 15 anos eu já havia participado de um café da manhã na Porto Freire para o lançamento de um prédio e tive uma impressão muito boa. Chegando aqui encontramos essa senhorita (Vladilene). Ela nos orientou em tudo, chegou a ir consoco ao banco e me impediu até de fazer um empréstimo porque não seria vantajoso no meu caso. Acabou dando certo e fechamos o negócio. Fui o primeiro a chegar no Portal de Madrid”, comemora Manuel. Orgulhosa por ter colaborado para a realização do sonho dos novos amigos, Vladilene complementa dizendo que esteve presente até na orientação sobre o projeto do apartamento. “Procurei para eles uma arquiteta que os entendesse, foi tudo bem direitinho. Quando a gente se propõe a servir, fica tudo mais fácil”, avalia a consultora. Ao ouvir Vladilene, Manuel e Zeneida ficam com os olhos marejados. “Comecei a trabalhar aos 14 anos, no dia 7 de novembro de 1950. Isso está fazendo 64 anos hoje (dia em que nos concedeu a entrevista). Sou de família humilde. Meus pais tiveram 16 filhos sem ter condições de criar sequer um. Mas eu tinha o sonho de estudar e o fiz. Então me sinto muito realizado hoje”, ressalta Manuel, que foi chefe de Comunicação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“Escolhi os dois não só porque eles compraram comigo, mas porque possuem qualidades que devem ser mostradas ao mundo (pausa emocionada). Eles criaram três filhos de bem, pessoas honestas, economizaram dinheiro a vida toda para chegar à velhice. Hoje, eles podem descer e assistir a missa em frente de casa, vão daqui a pouco poder comprar o pão da manhã atravessando a calçada. Merecem esse cuidado”, ressalta. Mas a surpresa maior, segundo a consultora, foi quando Manuel chegou há dois meses para morar no condomínio e encontrou no jardim os pássaros de sua infância, os canários. “O Parque del Sol oferece esse reencontro. Caminhamos aqui todos os dias pela manhã apreciando a natureza. É realmente muito bonito. Daqui só quero sair para o céu”, diz ele, levando uma bronca da esposa. “Ainda vamos passear muitos anos de mãos dadas nesse Parque”, conclui Zeneida.

Tão fascinante quanto a história de Manuel, a trajetória de Zeneida também conta com passagens inspiradoras. “Passei para todos os concursos que prestei, mas sempre com muito sacrifício. Lembro de por uma bacia de água gelada embaixo da mesa para colocar os pés, quando já estava cansada e precisava continuar estudando”, diz ela, que trabalhou quase toda sua vida profissional no Tribunal Regional do Trabalho (TRT/CE). Realização pessoal Para além do negócio realizado, é evidente que, para Vladilene, essa venda foi uma realização pessoal. Tanto é assim que a escolha dos personagens para esta seção foi da própria consultora, apesar de destacar que tem um carinho especial por cada um dos clientes que atendeu em toda a sua trajetória profissional.

Vladilene posa com os amigos

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CULT

CONFIRA OS REGISTROS DOS EVENTOS QUE ACONTECERAM NA PORTO FREIRE NOS MESES DE OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO

PORTO FREIRE APOIA NOVOS TALENTOS A Porto Freire fechou contrato de patrocínio com o surfista Davi Sobrinho, jovem revelação do surf cearense. Esta é uma forma de incentivar a carreira de mais uma nova promessa do esporte. Nascido no Titanzinho, berço dos mais famosos surfistas cearenses, e tendo seu pai como grande incentivador, o atleta Davi da Silva Sobrinho logo nos primeiros passos mostrou aptidão para surfar nas ondas. Hoje, aos 17 anos, o jovem surfista estuda, dá aulas de surf para jovens carentes no projeto social E.B.S Titanzinho e treina para competições. No mês de novembro, o garoto competiu no Campeonato Pena Little Monster, que aconteceu nos dias 07, 08 e 09 de novembro, na praia de Ponta Negra (RN) e conseguiu ficar entres os classificados para a próxima maratona.

VISITA AO PARQUE DEL SOL No dia 03 de outubro, o Parque del Sol recebeu a visita dos alunos da Universidade Católica Rainha do Sertão, do curso de arquitetura. Na ocasião, os alunos foram guiados pelo engenheiro Rafhael Andrade e visitaram todas as nossas obras em construção, além dos apartamentos decorados.

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MERCADO DEL SOL Durante os meses de outubro, novembro e dezembro, o Mercado del Sol movimentou o Parque del Sol com diversas atrações musicais, além dos mais variados expositores. Confira os registros do fotógrafo Gustavo Sampaio.

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