Newsletter N39

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Newsletter dos Portos de SetĂşbal e Sesimbra NÂş 39 - janeiro de 2014 - Trimestral


FICHA TÉCNICA Newsletter dos Portos de Setúbal e Sesimbra Número 39 - janeiro de 2014 Propriedade: APSS - Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA Morada: Praça da República - 2904-508 Setúbal Tel.: (+351) 265 542 000 - Fax (+351) 265 230 992 Email: geral@portodesetubal.pt www.portodesetubal.pt Diretora: Fátima Évora Edição: Divisão de Marketing e Documentação Coordenação gráfica: Nuno Lobo Paulo Fotografia: Nuno Lobo Paulo Redação: Maria João Bacalhau, João Gonçalves, Fátima Évora Colaboradores convidados: Ernesto Carneiro, Inês Vaz Pinto Conceção gráfica: White Brand Services

www.portodesetubal.pt/museu

Impressão: Lokemark SA ISSN: 1645-913X Depósito legal: Tiragem: 1.500 exemplares

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Periodicidade: Trimestral Distribuição: Gratuita APSS - Todos os direitos reservados

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EDITORIAL

Propiciar a discussão sobre as valências do Porto de Setúbal

Quanto à movimentação de mercadorias, o ano que agora

e estimular o diálogo entre os elementos da comunidade logís-

findou foi muito positivo para o Porto de Setúbal; foi um ano de

tica-portuária, foi o objetivo principal da conferência “Porto de

consolidação, com um valor acima de 7 milhões de toneladas,

Setúbal, a solução ibérica disponível”, organizada em novem-

que representou um record absoluto e uma variação positiva de

bro pela CPS - Comunidade Portuária de Setúbal, com o apoio

16%, face a 2012.

da APSS, entre outras empresas que se envolveram através do patrocínio do evento.

No que se refere à carga, merece ainda referência a consolidação da posição como porto exportador de referência e parceiro

A conclusão mais marcante da conferência terá sido que o Porto de Setúbal é o futuro na região de Lisboa. Ideia sustenta-

das indústrias nacionais, a carga exportada pelos seus terminais portuários, excluindo a cabotagem, representou 65% do total.

da pelo estudo sobre o Sistema Portuário Nacional da autoria do Prof. Doutor Crespo de Carvalho, apresentado publicamente pela

Regozijamo-nos por poder contribuir para as competências

primeira vez, e reiterada pelo Prof. Doutor Augusto Mateus e pelo

exportadoras das empresas do hinterland do porto, através da

Prof. Doutor Eduardo Catroga.

oferta de serviços de transporte marítimo regulares para cada vez mais destinos e com transit time muito competitivos. O fortaleci-

Esta visão explica-se, segundo o autor do estudo, por este

mento do relacionamento com os parceiros – indústrias, armado-

porto poder constituir a alavanca para o crescimento na região.

res e operadores logísticos – é um desígnio que seguimos todos

O porto já dispõe de um conjunto de valências e de investimentos

os dias na APSS.

efetuados que devem, de imediato, ser rentabilizados e utilizados. Por outro lado, o planeamento estratégico para as infraestruturas

Merece ainda destaque, por ter iniciado a sua atividade, o

do sistema portuário deverá ser feito de forma a dar prioridade ao

Centro de Formação Portuária. Trata-se de uma iniciativa dese-

aproveitamento das capacidades instaladas.

nhada com base em parcerias com entidades certificadas na vertente formativa ligada ao mar e às atividades portuárias, com as

O evento contou com a honrosa presença do Secretário

quais assinámos protocolos de colaboração. Visa-se a capacita-

de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações,

ção e valorização dos recursos humanos de empresas e entida-

Dr. Sérgio Monteiro, que referiu que a intenção do Governo é ren-

des inseridas na comunidade portuária de Setúbal e Sesimbra.

tabilizar as estruturas já existentes e combater desperdícios. Congratulamo-nos com a conclusão com êxito, mais uma vez, da Auditoria de Acompanhamento ao Sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo o referencial NP EN ISO 14001:2004, realizada à empresa pela Lloyds Register Quality Assurance. O sucesso alcançado resulta do empenho e colaboração de todos os colaboradores da APSS, sendo reconhecido pelo auditor o nosso compromisso para com o sistema de gestão ambiental. A manutenção da certificação constitui um estímulo para o empenhamento dos serviços dos portos de Setúbal e Sesimbra na melhoria contínua da qualidade, ambiente e segurança. O Presidente Vitor Caldeirinha

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NOTÍCIAS

A

Centro de Formação Portuária de Setúbal

cerimónia

inte-

grou ainda um Seminário Técnico sobre “Formação e

A APSS - Administração dos Portos de Setúbal e

do

Qualificação Mar:

A

na

Cultura

Área de

Sesimbra, SA, no âmbito do desenvolvimento do Centro

Segurança

de Formação Portuária, celebrou no passado dia 28 de

Marítimo e Portuário”, reali-

novembro um Protocolo de Colaboração com o FOR-MAR

zado no Auditório da APSS.

– Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar.

O programa incluiu dois

Esta iniciativa marcou, de forma simbólica, o início de atividade do Centro de Formação Portuária de Setúbal.

no

Trabalho

painéis e terminou com um debate moderado pelo Chefe da divisão Pedagógica do FORMAR, Carlos Serôdio.

O IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP, através do Departamento de Formação Profissional, em parceria com o FOR-MAR e o Porto de Setúbal, participaram no referido seminário técnico, com o objetivo de promover a divulgação e discussão das Normas de Certificação nestas atividades.

Porto de Setúbal recupera movimento Para o Porto de Setúbal, 2013 foi um ano de consolidação da movimentação de carga, com uma recuperação que se veio a revelar regular ao longo do ano, no final, o total do porto fixou-se acima de 7 milhões de toneladas, uma variação positiva de 16%, em relação aos 6 milhões de toneladas de 2012, e um máximo absoluto. Foi um ano em que escalaram o porto um total de 1 392 navios, mais 15% em relação a 2012, que somaram, em Gross O protocolo foi assinado pelo Presidente do CA, Vítor Caldeirinha, e pelo Vogal do CA, Carlos Seixas da Fonseca, por parte de APSS, e pelo Presidente do CA, Aníbal Figueiredo, e pelo Vogal do CA, Duarte Leite de Sá, por parte do FOR-MAR. Este documento de colaboração visa a valorização dos recursos humanos nos vários domínios da atividade portuária, da logística e dos transportes marítimos, com enfoque para os pertencentes às Comunidades de Setúbal e Sesimbra.

Com este protocolo a APSS disponibilizará ao FOR-MAR instalações para realização de aulas teóricas, oficinas para atividades práticas, sendo igualmente facilitado o acesso ao mar na sua área de jurisdição, permitindo deste modo a realização das diversas unidades modulares de formação, cursos e demais iniciativas. Por sua vez, ao FOR-MAR caberá desenvolver e executar um plano de formação nas áreas abrangidas do protocolo, correspondendo às necessidades identificadas de certificação.

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Tonnage, 19,4 milhões de toneladas, mais 10,4% do que no ano anterior. Destes, 1 253 fizeram escalas comerciais, mais 11% do que em 2012, o que corresponde, em Gross Tonnage, a 15 milhões de toneladas, representando um aumento de 10%, face a 2012.

A carga geral dominou a movimentação do porto, com 3,7 milhões de toneladas, mais 31% do que em 2012, com a carga geral fracionada a registar 2,9 milhões, 33% de recuperação. Por sua vez, os contentores voltaram à fasquia dos 70 mil TEU, 43% mais do que o ano transato, também se registou uma melhoria nos granéis sólidos que, com 2,8 milhões de toneladas, aumentaram 6,2%.

Por mercadorias movimentadas, liderou o cimento, com 1,6 milhões de toneladas, seguido dos produtos metalúrgicos, com 1,1 milhões de toneladas, do clínquer, com 887 mil toneladas, da madeira, com 527 mil toneladas, dos minérios, com


NOTÍCIAS

Spranger, e do Presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Dr. Vitor Caldeirinha.

Na sessão da manhã, o estudo do Prof. Doutor José Crespo Carvalho serviu de ponto de partida para um debate moderado pelo subdiretor de informação da SIC, Dr. José Gomes Ferreira, onde também participaram o Prof. Doutor Augusto Mateus, professor do ISEG-UTL, e o Dr. Marcello Di Fraia, Managing Director da Grimaldi Portugal.

435 mil toneladas, dos adubos, com 394 mil toneladas, e do papel, com 239 mil toneladas.

Os Terminais de Serviço Público apresentaram um incremento de 23%, face a 2012, com 4 milhões de toneladas, e os Terminais de Uso Privativo aumentaram 7%, com o total remanescente de 3 milhões de toneladas.

Terminado o ano de 2013 com 4,3 milhões de toneladas de mercadorias exportadas, valor correspondente a 65% do total da carga que passou pelos seus terminais, excetuada a cabotagem,

À tarde, o debate surgiu em torno do tema Reindustrialização

o Porto de Setúbal consolidou a sua posição como porto exporta-

e Logística na Região de Setúbal, moderado pelo subdiretor do

dor de referência e parceiro ativo no esforço das empresas nacio-

Diário Económico, Dr. Francisco Ferreira da Silva, contou com a

nais empenhadas na recuperação da economia do país.

participação da Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Dra.

Conferência “O Porto de Setúbal, a solução ibérica disponível” A CPS - Comunidade Portuária de Setúbal organizou a Conferência “Porto de Setúbal, a solução ibérica disponível”, realizada no dia 26 de novembro, no auditório do Novotel de Setúbal. A iniciativa obteve grande sucesso, quer pela qualidade dos oradores que integraram o painel de comunicações, quer pelo elevado número de participantes, com perfis diversificados, que representaram diversas entidades e empresas ligadas à atividade logístico-portuária. A abertura do encontro contou com intervenções do Presidente da Comunidade Portuária de Setúbal, Engº Frederico

Maria das Dores Meira, do Presidente da CIP, Dr. António Saraiva, do administrador da AICEP, Dr. José Vital Morgado e da representante da CCDR-LVT, Dra. Fernanda do Carmo.

Dada a riqueza de ideias veiculadas na conferência, a Comunidade Portuária de Setúbal produziu um documento com as conclusões do evento, que de seguida se reproduz integralmente.

Conclusões da conferência

A ideia de que o Porto de Setúbal pode ser a grande alavanca para o crescimento da região de Lisboa teve grande impacto, sobretudo porque surgiu amplamente sustentada pelo estudo “Um contributo para (Re)pensar o Sistema Portuário Nacional”, efetuado pelo Prof. Doutor José Crespo de Carvalho, Professor do ISCTE e que foi apresentado publicamente pela primeira vez.

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NOTÍCIAS

A análise deste estudo revela que no Porto de Setúbal exis-

Entre as infraestruturas que já estão disponíveis, hoje, no

te um conjunto de valências e de investimentos já efetuados e

Porto de Setúbal e que devem ser maximizadas estão, de acor-

que podem, de imediato, ser mais rentabilizados. Por esta razão,

do com o estudo feito pelo Prof Doutor Crespo de Carvalho, o

o planeamento estratégico para as infraestruturas portuárias de

maior terminal de contentores do país, que neste momento só

Setúbal e Lisboa deverá ser feito de forma conjunta e comple-

movimenta 70.000 TEU [capacidade de carga de um contentor

mentar, para aproveitar a capacidade instalada em cada um dos

de 20 pés] por ano, quando tem investimentos feitos para uma

Portos, evitando desperdícios.

capacidade de 250.000 TEU/ano e capacidade de expansão para chegar até aos 600 mil TEU/ano. Outra vantagem de assinalar é ter ligações ferroviárias com ramais dedicados dentro dos principais terminais e com ligação direta à rede nacional. Algo de verdadeiramente distintivo.

O estudo destaca, ainda, o facto de o Porto de Setúbal beneficiar de excelentes acessibilidades marítimas, com barra aberta todo ano e a qualquer hora. Tem 11 quilómetros de frente portuários utilizáveis, dos quais só cerca de um terço está aproveitada. Beneficia, ainda, de acessos rodoviários sem constrangimentos de tráfego com o tecido urbano e com ligações diretas à rede nacional e transfronteiriça de autoestradas.

Ao longo da conferência foi também destacado que, neste momento, o Porto de Setúbal está a trabalhar a cerca de 25% da capacidade em termos de contentores e a 50% nos segmentos de carga geral e granéis. A própria barra pode passar a ter profundidade para receber navios de maior dimensão, através de investimentos de baixo valor e ambientalmente sustentáveis. O reforço desta ideia surgiu pelo próprio Governo, através do Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Dr. Sérgio Monteiro, que garantiu que a intenção do Governo é, como sempre foi, rentabilizar as estruturas já existentes. Por outro lado, foi também referida a decisão sobre os investimentos em eventuais infraestruturas portuárias estar, agora, nas mãos de um grupo de trabalho, no qual o governo deliberadamente não quis fazer-se representar.

“O Governo retirou-se dessa questão técnica, que está nas mãos de um grupo de trabalho que integra a Associação Industrial Portuguesa, a Associação Nacional dos Municípios, a CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, a AICEP, o Conselho Português de Carregadores, entre outros,” garantiu o Secretário Estado. “Estamos mais preocupados com assentar num diagnóstico que reúna o consenso dos cidadãos e das empresas e que tenha em atenção o modelo de financiamento”, sublinhou o Dr. Sérgio Monteiro.

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NOTÍCIAS

As soluções do Porto de Setúbal incluem, ainda, valências

Na sua intervenção, a Presidente da Câmara Municipal de

como 17 mil hectares de jurisdição portuária; uma localização

Setúbal, Dra. Maria das Dores Meira, registou o “novo clima de

estratégica; 300 hectares de infraestruturas com acessibilidades

relações” entre a autarquia e a Administração portuária para o

marítimas e navegabilidade permanente (24 horas por dia e 365

desenvolvimento estratégico da cidade, conciliando “desenvol-

dias por ano); 12 terminais especializados; ligações rodoferro-

vimento industrial, portuário e de atividades ligadas ao turismo,

viárias ao norte e sul do país e a Espanha; e áreas logísticas que

cultura e lazer”. Por outro lado, ressaltou das intervenções profe-

centralizam exportações e importações. Estas condições permi-

ridas que a Região de Setúbal já tem toda uma base industrial ex-

tem ao Porto de Setúbal movimentar atualmente 7 milhões de

tremamente diversificada e que essa mais valia deverá ser apro-

toneladas de mercadorias por ano, com vocação marcadamen-

veitada para um “novo ciclo de expansão”, assente num aumento

te exportadora, com cotas situadas em cerca de 60% da carga

sustentável na cadeia de valor já implantada na região.

movimentada.

O Prof. Doutor Augusto Mateus sublinhou que se trata de “garantir um desenvolvimento harmonioso dos portos”, considerando que “precisamos de aproveitar a capacidade que o Porto de Setúbal oferece para uma complementaridade ativa”.

O Prof. Eduardo Catroga, Chairman do Grupo Sapec, referiu que “O Porto de Setúbal dispõe de um conjunto de valências e de investimentos já efetuados, que podem ser rentabilizados ”.

Outra conclusão do dia de trabalhos é a ideia de que o Porto de Setúbal é uma “solução já disponível” num quadro de recursos escassos, já que com um investimento mínimo é possível potenciar as valências estruturais, alcançando significativos acréscimos de produtividade.

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OPINIÃO

indústria de salgas de peixe em fábricas de salga, com tanques dispostos à volta de pátios.

Nestes tanques punha-se o peixe no sal durante algumas semanas para obter peixe salgado, mas faziam-se também molhos de peixe, um condimento essencial na cozinha e mesa romanas. Eram também feitos nos tanques com peixe e sal, mas deixavam-se as tripas, deixando-se macerar e liquefazer durante alguns meses. O resultado era o garum e o liquamen, molhos muito líquidos e com um sabor muito intenso, com que se temperava o peixe, a carne, os legumes e até o vinho, e outros mais alimentícios, bons para alimentar os escravos, como o hallec!

Conhecem-se fábricas de salga romanas em Setúbal, na Comenda, na Rasca, no Creiro, em Sesimbra… mas em nenhum destes sítios existem tantas e tão grandes como em Tróia.

Tróia: um sítio exportador em época romana.

A orientação regular dos edifícios de Tróia, em parcelas transversais à linha de costa, separadas por estreitas vielas, indica que, à semelhança de muitos espaços romanos urbanizados, também o areal de Tróia, então plano, foi sujeito a um loteamento

Frente ao movimentado Porto de Setúbal, fica Tróia, bem co-

prévio e os lotes concedidos aos interessados em instalar aqui o

nhecida pelas suas praias e também pelo seu projecto turístico,

seu negócio de salgas de peixe. O que significa que houve um

actualmente dinamizado pelo troiaresort. Muitos conhecem ainda as ruínas romanas, entre o estuário do Sado e a lagoa da Caldeira, mas poucos sabem da sua importância na época romana, quando foi um dinâmico ponto de embarque de mercadorias.

Nos alvores da nossa Era, Tróia seria ainda um cordão de ilhas desertas que o rio e o mar iam alimentando de areia, e que se tinham tornado terra firme, que se podia finalmente ocupar.

Nessa época, tal como todo o território português, o baixo vale do Sado era dominado pelo Império Romano a partir da importante cidade Salacia Urbs Imperatoria (Alcácer do Sal), um povoado muito antigo e um grande empório que comercializava os produtos agrícolas e os minérios do interior do Alentejo. Junto à foz do rio, na margem direita, começava a desenvolver-se a cidade de Cetóbriga (Setúbal).

O mundo romano, com grandes cidades (Roma chegou a ter um milhão de habitantes!) e numerosos exércitos para abastecer, necessitava de muitos alimentos que se pudessem conservar e transportar, entre os quais o peixe salgado.

plano estratégico para instalar uma indústria de salga de peixe em Tróia. De notar, ainda, que o investimento necessário foi enorme, pois Tróia era uma ilha de areia, e todos os materiais de constru-

Certamente devido à riqueza dos recursos de pesca e sal, nas margens do estuário do Sado vai-se instalar uma importante

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ção tiveram que ser trazidos de fora.


OPINIÃO

nas têm uma capacidade de produção de 1013 m3, de Sabratha (Líbia), com 18 pequenas oficinas com 99 m3 de capacidade de produção, e de Baelo Claudia (Cádiz, Espanha) com sete oficinas que não produziriam mais de 277 m3 de cada vez.

Tendo em conta que nos primeiros séculos de funcionamento uma ânfora levava cerca de 35 litros, uma só produção de 1429 m3 exigiria 40 828 ânforas para ser escoada, e não se sabe se se faziam uma, duas ou mais produções por ano.

Sabe-se, no entanto, que entre o século I e o século V, muitas toneladas de peixe e sal foram descarregadas em Tróia, e muitos milhares de ânforas com peixe salgado e molhos de peixe foram embarcadas para seguirem, rio acima, para o interior do Alentejo, e pelo mar, para outras paragens, sobretudo nas costas do Mediterrâneo e, em particular, para Roma, a capital do Império. Num recente congresso realizado em Tróia, foram apresentadas Quem planeou? Os oficiais do município de Salácia ou os de Cetóbriga? E qual o papel de Lúcio Cornélio Boccho?

À distância de 2000 anos, só algumas deduções e hipóteses são possíveis. A administração das cidades tinha equipas de agrimensores especializadas no traçado dos cadastros urbanos e rurais. A família Cornélio Boccho, por sua vez, era uma das mais importantes de Salácia e deixou registo da sua presença tanto em Alcácer do Sal como em Lisboa e na própria capital da Lusitânia, Mérida.

Em Tróia apareceu, no século XIX, uma inscrição de homenagem a Lúcio Cornélio Boccho, o que leva a querer que possa ter tido um papel relevante na fundação deste complexo industrial. É muito provável que tenha sido a cidade de Salácia a querer instalar esta lucrativa indústria na foz do rio, mais perto das matérias-primas (peixe e sal) e mais acessível aos barcos que transportavam os produtos para os diversos mercados.

Apesar da pouca área escavada, estão identificadas em Tróia 25 oficinas de salga ainda com 165 tanques visíveis, algumas delas de grandes dimensões e com grandes tanques.

As 22 oficinas que se considera terem funcionado nos séculos I e II têm ainda 80 tanques que é possível medir, e esses tanques têm uma capacidade de produção de 1429 m3 que fazem de Tróia o maior centro de produção de peixe salgado e molhos de peixe que se conhece no mundo romano em época imperial.

ânforas lusitanas achadas em Sevilha, Cartagena, Tarragona, Arles, Sicília, Pompeia, Óstia e Roma.

Onde se embarcavam as mercadorias? Não há dúvida de que a acostagem dos barcos era feita na margem do estuário pois todas as oficinas estão voltadas para o Sado. Por outro lado, a dispersão das oficinas ao longo de 1,5 km sugere múltiplos pontos de acostagem. Numa zona junto à praia conhecida como “Porto Romano” há um edifício com entradas largas que devia ser um mercado ou um armazém que se localizava certamente junto a um cais.

Só que há muitos séculos que a erosão marinha fustiga severamente a praia da margem do estuário e as construções romanas aí localizadas, levando muita areia e causando o desmoronamento dos edifícios. Dos pontos de acostagem não ficou qualquer vestígio. Não é provável, no entanto, que alguma vez fosse construído um porto em Tróia, pois os portos estavam reservados às cidades costeiras que serviam largos territórios. Em Tróia devia haver múltiplos cais de madeira que não sobreviveram à erosão e ao tempo.

Resta-nos a certeza de um dinâmico movimento de barcos de pesca, de sal, de transporte de ânforas vazias e também de barcos de comércio a curta, média e longa distância que em Tróia embarcaram milhares de ânforas que alcançaram as mais diversas regiões do Império. Inês Vaz Pinto Arqueologa. Diretora do Departamento de Arqueologia do troiaresort.

Acima dos famosos sítios de Lixus (Marrocos), cujas 10 ofici-

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COLABORADOR APSS

Doca das Fontainhas Ernesto Carneiro Diretor de Equipamento, Infraestruturas e Ambiente

A Doca das Fontainhas, no Porto de Setúbal, localiza-se na

ao perré. O perré, com inclinação 1H:1V, é constituído por blocos

margem direita do Rio Sado. A doca, com uma área aproximada

de pedra calcária aparelhada, de dimensão variável, com juntas

de 360x115 m2, possui, no seu lado poente, passadiços flutuantes

preenchidas com argamassa. O terrapleno realizou-se através de

para estacionamento de embarcações de recreio e, no seu lado

um aterro hidráulico, com areias provenientes das dragagens rea-

nascente, um sistema de correntes fixadas em poitas assentes no

lizadas no porto de Setúbal, à data da construção da obra. No

fundo, para embarcações mais pequenas. No lado norte, sensi-

tardoz do prisma de fundação e do perré, existe uma camada de

velmente a meio, situa-se o terminal de ferries que operam para

argila, servindo de barreira impermeável.

Tróia. No extremo poente da área de intervenção da retenção marA estrutura de contenção do terrapleno da Doca das

ginal, existe um muro cais, composto por uma estrutura de gra-

Fontainhas, cuja construção remonta à década de 30 do século

vidade. Esta estrutura, foi projectada com coroamento a +5.00 m

XX, caracteriza-se por uma retenção marginal em talude, revestida

(ZH), possui 2.80 m de largura na base, fundada a -0.20 m (ZH)

com perré, com inclinações acentuadas. Actualmente, a estrutura

sobre um prisma de enrocamento com 6 m de largura, e talude

de contenção do terrapleno, no lado norte-nascente, apresenta

de 1.2H:1V até à cota -6.50 m (ZH).

sinais de instabilização por deslizamento global, com a ocorrência de assentamentos significativos no coroamento e elevação do fundo devido ao escorregamento do talude. Zona de Intervenção

Descrição da estrutura existente

O perfil inicial da estrutura de retenção marginal, desenvolve-

Terminal de ferries

-se em talude. Neste projeto, a retenção marginal desenvolve-se entre as cotas +5.00 m (ZH), no coroamento, e -2.50 m (ZH), na base. A sua fundação é constituída por um prisma de enrocamento, assente sobre o terreno natural, previamente dragado com um rasto de aproximadamente 5 m e talude de transição até à superfície com inclinação 3H:1V. O prisma de fundação, com inclinação exterior de 1.2H:1V, possui ao nível -0.20 m (ZH) um bloco de betão, com 1.70 m de largura e 1.20 m de altura, que serve de apoio

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Cais Nº3

Doca de Recreio das Fontainhas

Zona Portuária T. Tersado


OPINIÃO

Descrição das patologias observadas

Sobre os planos dragados, será construído um prisma de enrocamento em TOT, com uma banqueta de 3.80 m de largura

Observam-se, atualmente, sinais de instabilização da estru-

a -2.50 m (ZH), no pé do talude inferior, que sobe segundo um

tura existente, no lado norte da doca, numa extensão total de

talude 3H:2V até ao nível 0.00 m (ZH). A este nível existirá uma

aproximadamente 131 m. O coroamento da retenção apresenta

nova banqueta com cerca de 3.70 m de largura, onde será assen-

assentamentos significativos, que aumentam no sentido longitu-

te, no lado interior, um bloco em betão simples pré-fabricado para

dinal nascente-poente, como se pode observar na imagem infra,

remate do revestimento em perré do talude superior da retenção.

atingindo o valor máximo de aproximadamente 0.85 m no extre-

O talude superior terá igualmente uma inclinação de 3H:2V, até

mo poente, junto ao muro cais vertical. A cota de coroamento da

atingir a cota +4.80 m (ZH), onde terá uma largura de 3 m.

estrutura, na extensão estável, é de aproximadamente +4.60 m (ZH). Dado que as obras existentes foram projectadas para uma

O talude superior da retenção marginal será revestido com

cota de coroamento +5.00 m (ZH) e que a cota da retenção mar-

perré, conforme a retenção existente. A face do talude em TOT

ginal nas zonas estáveis se encontra a +4.60 m (ZH), observa-se

será regularizada com rachão, para a posterior aplicação da ar-

que ocorreu um assentamento global de 0.40 m.

gamassa de assentamento dos blocos de pedra. As juntas entre blocos serão igualmente seladas com argamassa. O perré será

No sentido transversal, são igualmente observados assen-

dotado de tubos PVC DN 32, dispostos numa malha quadrada em

tamentos significativos. Numa faixa de 5 m de largura, relativa-

quincôncio, com 2 m de lado, a fim de permitir a drenagem da

mente ao alinhamento do coroamento, o terrapleno apresenta

água intersticial do prisma de TOT.

assentamentos que variam entre 0.23 m, no lado nascente, e 0.85 m, junto ao cais vertical no lado poente. Estes assentamentos

Pavimento em calçada à portuguesa

correspondem a inclinações de 5% e 17 %, respetivamente.

O tipo de deformações observadas, e descritas atrás, levam a crer que a retenção marginal sofreu um escorregamento por insuficiente capacidade resistente. O paramento do talude em perré apresenta um empolamento do revestimento e destacamento, nestas zonas, da argamassa de ligação entre blocos de

Zona de intervenção Terreno natural

pedra. Estas deformações podem provocar a fuga de material fino do aterro, agravando os assentamentos observados na superfície do terrapleno, bem como a desagregação da restante extensão

No tardoz da retenção, será colocada uma manta geotêxtil

do perré. Outra patologia identificada é a existência de uma loca,

entre os aterros (novo e existente) e o prisma de TOT, de modo

junto à escada no extremo jusante da doca.

a impedir a fuga do material fino de aterro. Esta tela aplicar-se-á entre a cota -2.00 m (ZH) e o coroamento da retenção. Nas faces

Solução estrutural a implementar

A solução de reparação consistirá na construção de uma nova retenção marginal terá o seu coroamento ao nível +5.00 m (ZH) e a sua base a -3.00 m (ZH). O seu perfil tipo é o ilustrado na imagem infra.

Perfil tipo da nova retenção marginal

de contacto com o enrocamento, a tela deverá ser protegida com uma camada de rachão com 0.10 m de espessura média. Sobre o talude de tardoz do prisma de TOT, após colocação da tela geotêxtil, será colocado o material de aterro. Sobre o coroamento da retenção e do novo aterro, será efectuada uma camada de pavimento provisória em tout-venant, com 0.20 m de espessura.

Após a conclusão destes trabalhos, toda a superfície superior do terrapleno será alvo de novas melhorias, com pavimentação em calçada à portuguesa, com um desenho similar à construída

O perfil da solução proposta consiste na execução de draga-

no molho poente da doca e topo poente, consistindo o desenho

gens de construção, à profundidade -3.00 m (ZH), com um rasto

em quadrados de calçada preta com quadro de calçada branca.

de 12 m, subindo no sentido de terra segundo um talude com

Serão colocadas algumas árvores e colocado mobiliário urbano,

inclinação 2H:1V até à superfície do terrapleno existente.

banco, peças para que a população possa usufruir de mais este espaço reabilitado pela APSS.

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SESIMBRA

Balanço da época balnear De acordo com o tradicional balanço feito pela autarquia sesimbrense, o verão de 2013 constituiu uma das melhores épocas balneares dos últimos anos, seja em ocupação, eventos e receitas.

Para a APSS, numa época em que a bandeira azul continuou a ser hasteada na Praia do Ouro, os bons resultados econó-

nela uma ferramenta eficaz para impulsionar a vida económica de Sesimbra, e portanto do seu o porto.

Auditoria de acompanhamento do Sistema de Gestão da Qualidade Ambiente e Segurança no Porto de Sesimbra No último terço do mês de Novembro, o Sistema de Gestão da Qualidade Ambiente e Segurança da APSS no Porto de Sesimbra foi auditado no âmbito da norma ISO 14001:2004.

micos associados à praia são um motivo de conten-

A exemplo de anteriores auditorias, a sessão acabou por

tamento, igual satisfação,

identificar e registar a conformidade entre os procedimentos im-

fica associada à ausência de

plementados, e os requisitos especificados para os mesmos na

acidentes.

norma de referência, de onde resultou a manutenção da certificação, o que constitui um estímulo para o empenhamento dos ser-

Exercícios FOR-MAR no Porto de Sesimbra Aproveitando as excelentes condições naturais oferecidas pelo mar e a funcionalidade das infraestruturas construídas no porto, têm vindo a repetir-se em Sesimbra, exercícios do FOR-

viços do Porto de Sesimbra na melhoria contínua da qualidade, ambiente e segurança.

Porto de Sesimbra com Ponte Cais nº 3 auditada

MAR, com diversos objetivos, nomeadamente quanto a técnicas

A Ponte Cais nº 3 do Porto de Sesimbra foi auditada, no dia

pessoais de sobrevivência e práticas simuladas de segurança

4 de dezembro, por uma equipa da DRAPLVT - Direção Regional

marítima.

de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, no âmbito do financiamento PROMAR-Programa Operacional das Pescas 2007-

Ministrados por profissionais com larga experiência, estes

2013 de que a empreitada usufruiu.

cursos são ainda enquadrados pelos procedimentos de segurança da Capitania do Porto e pelos serviços competentes da APSS.

A auditoria incluiu uma visita de verificação física ao local, evidência documental e contabilística. Recorde-se que a obra

Sesimbra e o Mar, uma pluralidade de olhares No dia 16 de novembro, a Câmara Municipal de Sesimbra or-

cumpriu rigorosamente preço do concurso, o que é relevante em obras marítimas, um dos dois únicos casos, juntamente com os túneis, em que a legislação admite a existência de sobrecustos para além dos atuais limites muito restritivos colocados.

ganizou, no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar, o seminário “Sesimbra e o mar, uma pluralidade de olhares”,

Esta obra veio contribuir de forma relevante para a seguran-

com apresentações muito

ça e operacionalidade das

interessantes, varrendo um

embarcações de pesca e

largo espectro de interes-

pessoas, bem como para o

ses, com um destaque na-

ordenamento do espaço.

tural para a recente campanha Sesimbra é Peixe, que tem vindo a despertar uma grande atenção por parte da APSS, por reconhecer

12


BREVES

Melhoria da Doca dos Pescadores do Porto de Setúbal No âmbito do “Programa de melhoria das condições de segurança, ordenamento e limpeza da Doca dos Pescadores do Porto de Setúbal” promovido pela APSS, desenvolvido e implementado em estreita colaboração com Associações de Pesca, iniciou-se novo conjunto de regras de estacionamento na Doca de Pesca.

O apoio monetário da APSS visou contribuir para as diversas ações humanitárias da Cáritas, tendo, no caso desta campanha, o objetivo de promover uma manifestação pública de índole religioso, cívico, cultural e artístico como um meio de angariar recursos que possam ajudar os mais pobres.

Porto de Setúbal investe em energia fotovoltaica A nova mini central fotovoltaica instalada na cobertura do edifício do Cais 3 do Porto de Setúbal entrou em pleno funcionamento, com o início da venda de energia à EDP-Universal, SA. O sistema, com uma potência instalada de 30 kW, é o segundo concluído este ano e o quarto do parque fotovoltaico da APSS.

O programa pretendeu assegurar adequadas condições de segurança, estacionamento e operação da atividade profissional da pesca. Na sua génese está a preocupação da APSS com a segurança dos profissionais da pesca, porquanto, tratando-se de uma doca de pesca, apenas deverão acostar aos passadiços embarcações de pescadores profissionais.

Projeto “10 Milhões de Estrelas” com apoio da APSS A APSS apoiou, mais uma vez, a campanha solidária “10 Milhões de Estrelas – Um gesto pela Paz”, que decorreu durante o mês de dezembro, dinamizada

uma pela

iniciativa Cáritas

Diocesana de Setúbal e des-

Com um investimento de 57 mil euros, produz energia que irá diminuir o custo da fatura energética nos pontos de consumo associados a esta central. São quatro as instalações fotovoltaicas no Porto de Setúbal que, agora, estão dotadas de um sistema de monitorização que permite a gestão do sistema, com acompanhamento online da produção de energia.

APSS apoia Curso Profissional de Técnicos de Salvamento e Segurança em Meio aquático

tinada a apoiar famílias com

A APSS, no âmbito da colaboração com o FOR-MAR, apoia

carências em Portugal e ou-

o Curso Profissional de Técnico de Salvamento e Segurança no

tras ações internacionais.

Meio Aquático, ministrado pela Escola Secundária D. João II, de

13


BREVES

Setúbal. Iniciado este ano letivo, 2013/2014, tem uma carga horária total de 3 100 horas e confere aos alunos a obtenção do 12º ano.

O curso, para além da abordagem dos conteúdos programáticos, proporciona, na Praia de Albarquel, o desenvolvimento de atividades práticas, de condição física e vivências relacionadas com a temática. A formação de profissionais nesta vertente é um contributo para o reforço da qualidade oferecida pelo turismo bal-

Delegação polaca recebida no Porto de Setúbal Uma comitiva de dezasseis delegados polacos do Instytut Konsultantów Europejskich (Instituto Europeu de Consultores) visitou o Porto de Setúbal, no dia 24 de outubro, com o objetivo de conhecerem o Terminal Multiusos Zona 2, enquanto exemplo de solução tecnológica e organizacional na área dos investimentos em infraestruturas cofinanciados pelo Fundo de Coesão.

near, a náutica de recreio e outras atividades aquáticas.

Formação sobre Movimentação Manual de Cargas na APSS A APSS promoveu uma formação sobre “Movimentação Manual de Cargas”, no dia 29 de outubro, no Edifício Sede, ministrado pela SST – Saúde e Segurança no Trabalho, Lda, destinado aos colaboradores da empresa e inserida na prevenção de acidentes de trabalho.

Esta iniciativa decorreu da premissa do reconhecimento de que a movimentação manual de cargas é uma das formas de trabalho responsável por um grande número de lesões e acidentes de trabalho, não só nas profissões mais exigen-

A visita iniciou-se com uma receção no Auditório do Edifício

tes fisicamente, como nas

Sede da APSS, que incluiu o visionamento do vídeo do Porto de

restantes.

Setúbal e uma apresentação do projeto de construção do Terminal

APSS melhora pavimento na Doca do Clube Naval Setubalense A APSS terminou, no passado mês de dezembro, a empreitada de “Recarga em pavimento betuminoso na área em frente da rampa do Clube Naval Setubalense”, executada pela empresa “Canana & Filhos, Lda”.

Multiusos Zona 2, pelo Diretor de Equipamento, Infraestruturas e Ambiente, Eng.º Ernesto Carneiro, seguida de uma sessão de perguntas, e terminou com uma deslocação aos terminais portuários.

Porto de Setúbal foi primeira escala do novo navio ‘Highland Knight’ O Terminal Eco-Oil/Tanquisado do Porto de Setúbal recebeu, no dia 29 de outubro, a primeira escala da viagem inaugural do

Esta intervenção permitiu melhorar visual e funcionalmente a área circundante às instalações e doca daquele eclético clube de

MV “Higland Knight”, do armador Gulf Offshore North Sea, Ltd e agênciado pela Barwil Knudsen, para descarregar slops.

Setúbal que, para além de um relevante promotor de atividades ligadas à náutica de recreio e desportos marítimos e de pavilhão,

O navio é do tipo PSV, Platform Suplly Vessel, foi construído

tem instalado, com vista para a doca e Rio Sado, um restaurante

nos estaleiros italianos Rosetti Marino, em Ravenna, tem um com-

especializado em peixe.

primento de 75 metros e 2.202 GT. Destina-se ao abastecimento e assistência a plataformas petrolíferas. A Gulf Offshore North

14


BREVES

especializada do Grupo de Mergulho Forense GMF e da lancha da Polícia Marítima.

O exercício procurou aferir a articulação das diversas Autoridades, dos terminais portuários e dos prestadores de serviços, tendo sido acionada a implementação de procedimentos de contenção e comunicação ao Centro Coordenador de Operações de Proteção do Porto (CCOPP). Foi ainda assegurado o interface com o grupo de gestão de emergência que assegurou a ativação do Plano de Emergência e Plano Mar Limpo.

APSS preside à APP A APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA assumiu, no passado mês de novembro, a presidência da APP – Associação dos Portos de Portugal, de acordo com a prática estabelecida de rotatividade dos órgãos dirigentes da associação. A direção da APP é completada pela APL – Administração do Porto Sea, Ltd pertence ao grupo Gulfmark Offshore Inc. e opera uma

de Lisboa e pelos Portos dos

frota de PSV nas águas do Mar do Norte, Mediterrânio e África

Açores.

Ocidental. Os objetivos da nova

Aluna da ENIDH estagia na APSS

direção passam pela continuação do trabalho de

A APSS continua a colaboração com instituições de ensino

melhoria operacional e de

regionais, nacionais e internacionais, para a realização de estágios

integração dos portos portu-

nos seus serviços, seguindo

gueses nos sistemas de lo-

uma política de relações pri-

gística e transportes nacio-

vilegiadas com o ensino, com

ganhos

garantidos

para todos os envolvidos.

Durante o mês de janeiro de 2014, estagiou na DELOG/dMD a aluna Andreia

Sofia

nais e internacionais, pela cooperação entre as autoridades portuárias e pela continuação do apoio à APLOP.

Porto de Setúbal presente no 2º Congresso FEEM

Carvalhão

O Porto de Setúbal apoiou o Congresso do FEEM, realizado a 14

Bernardo, do curso de li-

novembro, que teve por objetivo a consciencialização dos portugue-

cenciatura em Gestão Portuária da Escola Náutica Infante Dom

ses para a relevância do Mar no âmbito da economia nacional.

Henrique.

Exercício de proteção portuária no Porto de Setúbal As Autoridades Portuária e Marítima do Porto de Setúbal desenvolveram o exercício de proteção do Porto de Setúbal “SETA_2013”, envolvendo todos os terminais comerciais do porto, diversos navios atracados e um ferry. Foram simulados cená-

Para aferir a diversidade de oportunidades que o Mar oferece, durante o Congresso foram apresentados vários casos de sucesso, histórias de empreendedores com diferentes formações e áreas de atividades ligadas ao Mar, contadas na primeira pessoa.

rios, em terra e no plano de água, que suscitaram a intervenção

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BREVES

Conferência de Gestão Portuária Internacional com participação do Porto de Setúbal

vezes, a 22 e 26 de novembro de 2013, com alunos da ENIDH - Escola Náutica Infante D. Henrique, a primeira, de alunos do Curso de Pilotagem e, a segunda, de alunos dos Cursos de Gestão Portuária e Gestão de Transportes e Logística.

O Porto de Setúbal esteve presente na Conferência

Os dois grupos foram recebidos no auditório do Edifício

Internacional “Gestão Portuária em diferentes países e sistemas

Sede da APSS, no qual visionaram o vídeo institucional do Porto

logísticos”, organizada pelo CEGE/ISEG e ADFERSIT, que decor-

de Setúbal, ao que se seguiu uma deslocação aos terminais por-

reu no Auditório CGD/ISEG – Instituto Superior de Economia e

tuários Multiusos Zona 1, Multiusos Zona 2 e Roll-on Roll-off, os

Gestão, no dia 12 de dezembro.

alunos do Curso de Pilotagem efetuaram ainda uma visita ao edifício do VTS (Vessel Traffic System).

Foi objetivo do evento discutir o papel e a importância

Euroyouth volta ao Porto de Setúbal

da atividade marítima, portos e sistemas logísticos no desenvolvimento económico no contexto internacional, tendo sido uma oportunidade, face à presença, como oradores, de

O Porto de Setúbal voltou a receber, no dia 11 de novembro, a visita de um grupo de alunos e professores do 4º EPAL de Patras, uma escola de formação profissional grega, numa organização da EUROYOUTH Portugal, no âmbito do projeto europeu Leonardo da Vinci/Erasmus.

representantes dos maiores portos nacionais, entre outros

Acompanhados por dois professores, os doze alunos, com

gestores, para estabelecer uma troca de experiências e consolidar

especialização no setor naval, tinham o objetivo de conhecer as

parcerias importantes nesses setores.

infraestruturas portuárias numa perdpetiva geral. Foram recebi-

ENIDH continua visitas ao Porto de Setúbal O Porto de Setúbal continua a cooperar com as entidades ligadas ao ensino, nomeadamente, ao facultar visitas de estudo às suas instalações, facto que ocorreu, recentemente, por duas

16

dos no auditório do edifício sede da APSS, onde visionaram o vídeo institucional do Porto de Setúbal, tendo de seguida visitado os terminais Multiusos Zona 1 e Multiusos Zona 2 e o Terminal Roll-on Roll-off.


ESTATÍSTICAS

VALORES ACUMULADOS A DEZEMBRO

Mercadorias movimentadas 2013

Número de Navios

por tipo 2012

Contentores

13% Outros

2013

Cimento 23%

3% Produtos Agrículas 3% Roll-On Roll-Off

Graneleiros Granéis Líquidos

3% Gasóleo e Gasolina 3% Papel

Transporte Especiais

4% Carvão e Coque

Carga Geral

Produtos Metalúrgicos 16%

70 0

60 0

50 0

40 0

30 0

20 0

0

10 0

6% Adubos 6% Minérios 7% Madeira

Viaturas Movimentadas 136

Mercadorias movimentadas 2013

Unidade: Mil viatuas

por modo de acondicionamento

125

39

Carga

48

7% Granéis Líquidos

Descarga

97

77

2012

2013

TEU’s Movimentadas

Clinquer 13%

Roll-On Roll-Off 3%

9% Contentorizada

Carga Fracionada 41%

Unidade: Mil Teu’s

71 49

34

Carga

37

Descarga

23 27

2012

40% Granéis Sólidos

2013

Mercadorias movimentadas 2012/2013

2012

Unidade: Mil toneladas

2013

1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000

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to

0

17


CASA DE PESSOAL DA APSS

Concurso de Fotografia

Aula de Golfe

Integrado na XXIII Semana Cultural, a CPPSS organizou mais

A CPPSS proporcionou, mais uma vez, aos seus associados

uma edição do concurso de fotografia, que desta feita decorreu

e familiares a possibilidade de desenvolverem o gosto pelo golfe

na Quinta do Alcube, no dia 5 de outubro.

através de uma aula de iniciação a este desporto.

As duas dezenas de participantes puderam desfrutar, no dia 2 de outubro, de mais uma aula com a duração de cerca de 120 minutos, que decorreu no campo de Golfe do Montado onde aprimoraram as técnicas já aprendidas, sob a orientação do Prof. João Pedro Carvalhosa.

XXIII Semana Cultural Decorreu entre os dias 9 e 13 de dezembro, a XXIII Semana Cultural da CPPSS. No auditório do edifício sede da APSS estiveram expostas as melhores fotografias do concurso, trabalhos de pintura, e artesanato produzido nos dois Workshops

1º Classificado – Lino Dias

organizados em 2013.

O evento contou com A sessão de encer-

a presença de cerca de 25 associados e terminou

ramento

com

servi-

presença da Senhora Drª.

do na Quinta do Alcube,

Manuela Duarte em repre-

que

am-

sentação do Conselho de

biente de salutar conví-

Administração, tendo sido

vio. Posteriormente o júri

divulgada a classificação final do concurso de fotografia e distri-

do

um

almoço

decorreu

concurso,

num

composto

pela Dr.ª Joana Coelho,

2º Classificado – Joaquim Silva

contou

com

a

buídos prémios a todos os participantes no evento.

Festa de Natal

Dr.ª Lúcia Teixeira e Cmdt. Carlos Marques atribuiu as

As atividades da CPPSS continuam a proporcionar momentos

seguintes classificações:

de grande convívio aos seus associados, este ano, a festa de Natal, decorreu no dia 14 de dezembro, no auditório do edifício sede.

Menção honrosa para José Ribeiro e João Paulino.

O Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico represen-

O vencedor do concurso

tou a peça “Era Uma Vez na Floresta” dedicada ao ator Fernando

foi contemplado com uma

Guerreiro, membro do grupo e recentemente falecido.

moldura digital. 3º Classificado – Jorge Albano

No final do espetáculo, num ambiente repleto de espírito natalício foram entregues os presentes, ao que se seguiu um lanche para todos.

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CASA DE PESSOAL DA APSS

Festa de São Martinho

Teatro “Lar Doce Lar”

A Casa do Pessoal continua a proporcionar aos seus asso-

No dia 16 de novembro, a CPPSS proporcionou uma ida ao

ciados momentos de lazer e diversão, cerca de cinquenta asso-

teatro. O grupo de cerca de 40 associados pôde assistir, no Fórum

ciados e familiares reuniram-se, no passado dia 8 de novembro,

Luísa Todi, em Setubal, à magnífica comédia, “LAR DOCE LAR”,

no restaurante Xica Bia para comemorar a festa de São Martinho

com os artistas Maria Rueff e Joaquim Monchique.

de 2013, onde puderam assistir à atuação do cantor Nuno Albuquerque que proporcionou uma noite de festa e alegria.

Jantar de Natal A CPPSS organizou, de novo, em 2013, o jantar de Natal, aberto à participação de todos os trabalhadores da APSS,SA

Torneio de Pesca de Mar No dia 30 do mês de novembro teve lugar o 2º Torneio Interno de Pesca de Mar de 2013. Os dezassete pescadores inscritos largaram da Doca das Fontaínhas pelas seis horas da madrugada, a bordo de duas embarcações.

no ativo e aposentados. Decorreu no restaurante “265”e contou com a presença dos membros do Conselho de Administração da empresa.

A pesca, foi direcionada à captura de Douradas e proporcionou um dia agradável e um número significativo de exemplares pescados.

Foi num ambiente de convívio e alegria que cerca

A

classificação

final

de 30 colaboradores rea-

do torneio foi a seguinte:

lizaram a tradicional troca

1º Classificado, Sixto

de prendas, marcando mais

Ferreira

um momento de vivência

2º Classificado, João

entre todos aqueles que

Farinha

contribuem ou já contri-

3º Classificado,  Luís Durães

buíram para o crescimento

com 6,0 kg; Maior exem-

dos portos de Setúbal e

plar: Paulo Aldeia – 1,650 kg

Sesimbra.

(Dourada).

CPPSS e o GD da APS voltam a entrar em campo

com

10,5

com

8,5

kg; kg;

Workshop “Patchwork” No seguimento das atividades previstas para o ano de 2013,

A equipa da Casa do Pessoal dos Portos de Setúbal e

a CPPSS realizou no passado dia 26 de outubro, nas instalações

Sesimbra recebeu, no dia 16 de junho, a sua congénere do Grupo

da APSS, SA, um workshop de artesanato intitulado “Patchwork”,

Desportivo da Administração do Porto de Sines para um jogo

onde participaram cerca de seis associados, que deram largas à

de futsal. O jogo foi seguido de um almoço de convívio entre os

sua criatividade.

jogadores e dirigentes num restaurante especializado em peixe assado, em Setúbal.

Uma

iniciativa

que

teve como objetivo elaboMais uma vez, o almoço correu muito bem, em animado

rar um individual em tecido

ambiente de confraternização entre os dois grupos. Mas antes,

utilizando a técnica de “pa-

durante o jogo, notou-se uma certa ausência dos jogadores da

tchwork”, com aplicações e

CPPSS no seu meio campo defensivo, facto gentilmente apro-

acolchoamento. Os resulta-

veitado pelos colegas de Sines para irem introduzindo a bola na

dos foram os mais diversos

nossa baliza, como demonstra o resultado final: um simpático 11

tendo cada formando colo-

a 3, a favor de Sines.

cado o seu cunho pessoal na peça realizada.

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