Recortes nº 091 Índice – 14 de maio de 2013 • Governo quer avançar depressa com a revisão das concessões • Produção nacional recuou 30% até Abril • Conteparque “instala-se” na plataforma de Cacia • Atlanticeagle encaixa novo dono e salva concessão
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Transportes & Negócios, 14 de maio de 2013
Governo quer avançar depressa com a revisão das concessões O Governo quer avançar “o mais depressa possível, se possível por negociação” com a revisão dos contratos das concessões portuárias, reafirmou o secretário de Estado dos Transportes, no final do congresso da Agepor. A revisão dos contratos das concessões, reduzindo as taxas fixas e, logo, o custo unitário da movimentação das cargas, é uma prioridade do Executivo para o sector, e uma condição para atingir o objectivo de reduzir a factura portuária em 25-30% na actual legislatura. As negociações com as actuais concessionárias são para avançar rapidamente. E no que toca a novas concessões, a do terminal de contentores da Trafaria já terá de obedecer a estes contratos de “nova geração”. Também com o mesmo fim de cortar nos custos, o IMT está a elaborar uma proposta para a revisão global das taxas fixas nos portos, “sem por em causa a viabilidade das administrações portuárias”. A TUP Carga já baixou 70% em três momentos, lembrou. Sobre o modelo de governação dos portos, Sérgio Monteiro garantiu que a “troika” queria uma só administração portuária, um cenário entretanto afastado, e que insiste na existência de um órgão centralizado na Economia para reforçar a coordenação política da gestão dos portos. Sobre o novo terminal de contentores previsto para a Trafaria, o secretário de Estado dos Transportes disse que o plano tem espaço para ser melhorado, mas recusou o “diálogo de crítica fácil”. Em particular, rejeitou a ideia de que a nova infra-estrutura represente qualquer prejuízo para Sines. O congresso da Agepor reuniu cerca de centena e meia de agentes de navegação e outros profissionais do sector marítimo-portuário. Nota dominante do encontro foi o reconhecimento, por parte dos dirigentes das principais comunidades portuárias nacionais, da importância dos agentes de navegação para a colocação dos portos nas cadeias logísticas internacionais. Salientado foi também o seu papel durante e imediatamente após as greves de meses dos trabalhadores portuários. Muito positiva, na óptica dos agentes de navegação, foi a disponibilidade manifestada pelos representantes das várias entidades públicas que actuam nos portos para discutirem e, sempre que possível, implementarem alterações aos procedimentos em vigor, indo ao encontro das pretensões/necessidades dos agentes económicos. Nisso convergiram os representantes dos portos, da Autoridade Tributária, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da Autoridade Marítima e do próprio IMT. Para registo ficou também a ideia de que a actividade de agente de navegação terá, apesar de tudo, um futuro promissor. Quer porque os armadores/operadores sempre precisarão de quem os represente nos portos de todo o mundo, quer porque a tendência de crescimento do tráfego marítimo é inexorável, quer ainda porque estão a surgir novos negócios que são novas oportunidades para o know-how dos agentes de navegação.
Transportes & Negócios, 14 de maio de 2013
Produção nacional recuou 30% até Abril A produção nacional de comerciais, ligeiros e pesados, no primeiro quadrimestre ficou-se pelos 15 009 veículos, menos 29,8% que no período homólogo anterior. A unidade de Mangualde da PSA Peugeot-Citroën foi a mais prejudicada. Em termos relativos, os construtores de pesados de mercadorias são os mais afectados pela crise, registando uma quebra de produção de 39,1%, com apenas 1 187 camiões e cinco autocarros saídos das linhas de montagem. Os construtores de comerciais ligeiros recuam 28,8% para 13 817 veículos. Já em termos absolutos, as maiores perdas verificam-se nos comerciais ligeiros, e entre eles destacou-se a PSA Peugeot-Citroën, com uma quebra de mais de cinco mil unidades. De facto, o grupo PSA produziu entre Janeiro e Abril 6 565 Citroën e 6 357 Peugeot, contra 10 496 e 7 330, respectivamente, há um ano. Mas em Abril, em linha com o arranque do terceiro turno, a unidade de Mangualde do construtor francês já aumentou substancialmente a produção de Peugeot, o que prenuncia a recuperação dos números para o que resta do ano. Ainda em termos acumulados, e no concernente aos ligeiros de mercadorias, a Mitsubishi recuou 47,6%, de 801 para 420 veículos, e a Toyota perdeu 45,9%, de 690 para 373. Só a Isuzu ganhou terreno, 6,3%, de 96 para 102 unidades. Nos pesados, a Mitsubishi baixou de 1 316 para 849 camiões (menos 35,5%) no quadrimestre, enquanto a Isuzu perdeu 47,9%, de 622 para 324, e a Toyota cedeu 5%, de 20 para 19 veículos. Considerando apenas Abril, os resultados foram menos negativos, apesar de tudo. Nos camiões, o saldo foi de -28,2%, com uma produção total de 278 unidades. As perdas variaram entre os 20% da Toyota e os 33,3% da Isuzu, passando pelos 26,3% da Mitsubishi. Nas carrinhas, Abril saldou-se por um acréscimo homólogo de 0,8%, para os 3 412 veículos. Exclusivamente à custa da Peugeot (mais 22,8%), já que a Citroën recuou ainda 6,8%, a Toyota 39,2%, a Mitsubishi 48,5% e a Isuzu 50%.
Transportes & Negócios, 14 de maio de 2013
Conteparque “instala-se” na plataforma de Cacia A Conteparque adquiriu à Centráfego a licença de operação na plataforma multimodal de Cacia. O grupo liderado por Pedro de Almeida prossegue a criação de uma rede de plataformas regionais, enquanto aguarda pela privatização da CP Carga. Em Cacia, a Conteparque comprou a licença de operação e os equipamentos da Centráfego, avaliados “em cerca de 400 mil euros”, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS junto de uma fonte da administração do grupo . O pessoal ali destacado também transitou para o comprador. O valor global do negócio, que está apenas dependente da autorização da Administração do Porto de Aveiro, permanece confidencial. Com o tráfego ferroviário de mercadorias de/para o porto de Aveiro em crescendo, a Conteparque quer “cavalgar a onda”. No imediato projecta para Cacia “um entreposto aduaneiro e uma oficina de reparação de contentores”, adiantou a mesma fonte. Para mais tarde, a médio prazo, “está projectado um armazém para a consolidação/desconsolidação de cargas”. O investimento na plataforma multimodal de Cacia insere-se na estratégia de criação de uma rede de plataformas regionais delineada pela Ardma, SGPS, de Pedro de Almeida, desde que assumiu a maioria da Conteparque. “Este investimento confirma a aposta da Conteparque num sector que consideramos altamente estratégico para o crescimento económico de Portugal e que vai ao encontro dos objectivos recentemente anunciados pelo Governo no documento “Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial 2013 – 2020”. Sem a cobertura do défice logístico existente em Portugal por operadores multimodais como a Conteparque não será possível valorizar as infra-estruturas portuárias portuguesas e contribuir para o aumento da contribuição do “Mar” para o PIB nacional”, justifica Pedro de Almeida. Mas os investimentos não se ficarão por aqui. O TRANSPORTES & NEGÓCIOS sabe que uma nova plataforma regional poderá ser já anunciada dentro das próximas semanas. Além disso, a Conteparque “continua atenta e interessada” na privatização da CP Carga (prevista para até ao final do ano). E pretende investir na modernização da Bobadela, assim seja clarificada a concessão daquela plataforma.
Jornal de Neg贸cios, 14 de maio de 2013, p谩g. 12