Recortes nº 153 Índice – 9 de agosto de 2013
Estudo garante interesse de 15 gigantes mundiais no terminal da Trafaria Excesso de capacidade ameaça projecto Leixões vai cobrar quase metade das rendas dos portos previstas para 2013 Granéis sólidos crescem 34,7% em julho Porto de Sines – O lugar à verdade Sapal” é o novo benjamim dos roazes do Sado
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Diรกrio Econรณmico, 9 de agosto de 2013, pรกg. 28
Diรกrio Econรณmico, 9 de agosto de 2013, pรกg. 28 e 29
Diรกrio Econรณmico, 9 de agosto de 2013, pรกg. 29
APP, 9 de agosto de 2013
PORTO DE LISBOA
Granéis sólidos crescem 34,7% em julho O porto de Lisboa registou um crescimento de 34,7 por cento na movimentação de granéis sólidos em julho, de acordo com números provisórios já apurados. Ao
longo
do
mês
foram
movimentadas
mais
104
mil
toneladas,
comparativamente com o período homólogo em 2012, tendo-se registado um forte contributo da movimentação de granéis agroalimentares, que representam mais de 60 por cento. O crescimento no mês de julho veio contribuir de forma decisiva para o aumento da quantidade de granéis sólidos movimentados, em termos acumulados, situando-se nos 5,2%.
Cargonews, 7 de agosto de 2013
Porto de Sines – O lugar à verdade Nos últimos tempos tenho ouvido e lido referências sobre o Porto de Sines que não correspondem à verdade dos factos. Daí que se pretende, desta forma, contribuir para algum esclarecimento, que honre o passado, previna o presente e sirva para memória futura. Devemos evitar que nos fiquemos pela rama reduzidos a qualquer sound bite de que “O Porto de Sines (leia-se Administração do Porto de Sines) só deu lucros a partir de 2005.” E, consequentemente, vermos uma empresa com 35 anos de existência reduzida a um período de pós-2005. A APS ao longo da sua vida só excecionalmente não deu lucros. Para além do ano de 1983, na fase de instalação/construção, só no período entre 1999 e 2004 deu prejuízos, fruto de alterações orgânicas e funcionais, que motivaram um aumento extraordinário das amortizações ou dos custos com pessoal. Foi assim em 1999 quando teve impacto a passagem de IP para SA, obrigando a uma reavaliação e à contabilização de amortizações de bens do ex-GAS e em que a APS teve que integrar o pessoal do ex-INPP (Instituto de Pilotagem de Portugal). E, também porque registou um acréscimo de custos extraordinários de € 5,093 milhões em consequência duma indemnização paga no contexto da renegociação do empréstimo obtido junto do BEI quando da reabilitação do molhe oeste, nos finais dos anos 80, a qual permitiu uma taxa de juro bem mais favorável. Viu-se uma conta de custos aumentada em cerca de € 13 milhões. A não ser assim corresponderia a um lucro no exercício de cerca de € 11,7 milhões e não ao prejuízo de € 1,3 milhões, registado. Os anos seguintes viram-se em muito afetados pelo impacto das aposentações voluntárias antecipadas do pessoal, entre 2000 e 2002 e indiretamente por um elevado nível de investimento que levou a elevados encargos com o serviço da dívida contratada em consequência das obras decorrentes da construção dos terminais de contentores e de gás natural, bem como com os trabalhos associados à modernização do Terminal Petroleiro. A tudo isto, para compreender os prejuízos associados aos exercícios 1999 a 2004, devemos também ter em conta os encargos financeiros que foram consequência das Reformas do Trabalho Portuário de 1993 e 1999 e que levaram a compromissos muito elevados por parte das AP’S, tornando-as avalistas e pagadoras dum empréstimo de € 52,374 milhões para a reestruturação do setor portuário em 1993. Apenas como registo e para que se fique com uma ideia em termos comparativos, numa base de preços constantes tendo por referência 2012, os resultados líquidos obtidos nos anos 1987 (€ 21,7 milhões), 1990 (€ 20,3 milhões), 1998 (€ 23,8 milhões) foram bem melhores que os obtidos em 2012 (€ 9,7 milhões). Para que se fique como uma noção mais exata de tudo o que possa estar associado a esta questão de mérito no lucro ou demérito no prejuízo devemos deter-nos sobre o que pode concorrer para os mesmos. E desde logo ter em atenção o volume de negócios da empresa. Este que, em abono da verdade, deriva da atividade da empresa e viu-se alterado na participação de novas cargas e novos negócios que não existiam no passado. A título de exemplo: Em 2012 movimentaram-se 28,563 milhões de tons e destas 6,756 milhões de tons de carga contentorizada e 1,627 milhões de gás natural; em 1995 movimentaram-se 22,572 milhões tons apenas com as cargas tradicionais do Porto de Sines, i.e., granéis líquidos e granéis sólidos, e destes últimos essencialmente carvão. Numa comparação a preços constantes de 2012, o atual volume de negócios é de € 32,6 milhões, em 1994 foi de € 40,5 milhões e em 1997 foi de € 35,7 milhões.
Aliás uma das grandes mudanças registadas está associada a esta variável e interligada com a alteração do modelo de autoridade portuária que se produziu. Tem a ver com a crescente comparticipação das verbas recebidas por concessões e licenciamentos. O Porto de Sines alterou o seu estatuto operacional de tool port (porto com responsabilidade na operação e movimentação de cargas) para landlord port (porto senhorio) e em resultado, hoje, 55,13 % das suas receitas são oriundas do pagamento de rendas fixas, variáveis e royalties pagos pelos concessionários dos diferentes terminais. (Em 1991 estas receitas representavam apenas 3,9 % e em 1997 eram 24,57 %). Em 2012 as receitas provenientes de concessões foram de 17,973 milhões de euros. E daí também se pode ajuizar da transformação a que se assistiu em toda a estrutura da APS, que para além de deixar de suportar um conjunto de custos associados à manutenção, conservação e operacionalização desses terminais, viu o seu efetivo médio passar de 479 trabalhadores diretos, em 1991, para 281 no ano 1999 e 172 no ano 2012. Também essa alteração nos pode fazer entender do benefício daí retirado em termos de encaixe financeiro que permitiu à APS receber no ano 2008 quase 50 milhões de euros pela concessão do TGLS, o que ajudou a limpar todo o passivo bancário. A redução do nº trabalhadores teve consequências nos Gastos com Pessoal passando de € 14,815 milhões em 2003 para € 8,257 milhões em 2012, a preços constantes de 2012. Por outro lado a alteração produzida levou, também, a uma diminuição muito significativa com os custos em FSE’s que passaram de € 9,512 milhões em 2001 para € 3,703 milhões em 2012, muito porque estabelecida a concessão do Terminal de Granéis Líquidos a APS deixou de ter responsabilidade e custos com um contrato de manutenção dos equipamentos e infraestruturas, que anualmente representava alguns milhões de euros. Não tendo a ver diretamente com a conta de exploração da empresa, não podemos deixar de realçar o que nos fala a história em matéria de investimentos, dos quais se destacam os realizados no período de 1996 – 2002, que abriram novos horizontes ao Porto de Sines e que deram cor ao tão badalado “elefante branco” da área de Sines. Os mesmos tocaram todos os domínios e temos a realçar os que estiveram na base da construção do Terminal de Contentores e do Terminal de Gás Natural. Comparando o que é comparável, a preços constantes de 2012, registou-se um volume de investimento de € 160 milhões entre 1996 e 2002 (6 anos) em contraponto com € 78 milhões no período de 2005 a 2012 (8 anos), correspondendo a € 41 milhões se considerarmos o período de 2005 a 2011, exclusive. Este apontamento resulta dum estudo feito com base nos R&C da APS relativos aos seus 35 anos de história. Todos eles com gestão e particularidades distintas. Torná-lo público radica na necessidade dum esclarecimento que contribuirá para um desejável e salutar equilíbrio da informação prestada. E, consequentemente, para um continuado engrandecimento da APS e do Porto de Sines, uma realidade que vive para o futuro. Autor/fonte: José António Contradanças
Diário de Notícias, 9 de agosto de 2013, pág. 20