POSTAL 1201 - 6 DE ABR DE 2018

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Sente-se à mesa com o POSTAL e delicie-se com o Roteiro Gastronómico

>4e5

Mensalmente com o POSTA em conjun L to com o EXPRE SSO

ABRIL 2018 |

AGORA AO SÁBADO DISTRIBUÍDO COM O EXPRESSO | VENDA INTERDITA

7.356 EXEMPL

n.º 114

ARES

Filosofia dia-a-dia: D.R.

Transgre dir é preciso! Reflexõe s o urbanismsobre o:

Necrópo 20 anos le Megalítica de do patrimde socialização Alcalar: ónio arq ueológic o

www.iss uu.com/ postaldo algarve

D.R.

p. 9

p. 3

D.R.

O Litoral do Algarve: incoerênc e desafiosias Letras e leituras:

p. 4

D.R.

D.R.

A Febre das Almas Sens de Isabe íveis l Rio p.

5

Marca d’águ a:

D.R.

Árvore Euro do Ano 2018peia – uma árvo portugue re sa com histó ria p. 8

Director Henrique Dias Freire • Ano XXX • Edição 1201 • Quinzenário à sexta-feira • 6 de Abril de 2018 • Preço € 1,50 FOTOS: D.R.

postaldoalgarve

Manuel Alegre em Olhã o p. 2

123.239

PRÉMIOS EXCELÊNCIA DA GALA POSTAL

ENTREGUES A 20 DE ABRIL O POSTAL revela quem são as primeiras 20 Personalidades e 20 Entidades já eleitas como das mais relevantes para o Algarve nos últimos 30 anos. > 9

Buracos da EN 125 estão a indignar o Algarve >8

TAVIRA

Festival de Gastronomia Serrana ‘de fazer crescer água na boca’ > ÚLTIMA

DESPORTO

Faro, Olhão e Tavira recebem a II Estafeta da Liga dos Combatentes >8

ECONOMIA

Lucros do Crédito Agrícola sobem para 150 milhões de euros >3


2 | 6 de Abril de 2018

OPINIÃO D.R.

Sobe & Desce

D.R.

E-mail da redacção:

Festival de Gastronomia Serrana

Requalificar a EN 125 - Sotavento

O festival voltou a ser uma aposta da Câmara de Tavira e conta com mais restaurantes aderentes do que na edição anterior. Quase um mês para saborear e matar saudades da comida tradicional da serra algarvia. Se é apologista da dieta mediterrânia não pode perder (Ler pág. 12).

A indignação dos algarvios e de todos os que utilizam diariamente a Estrada Nacional 125 começaram a chegar em forma de cartas abertas. Todas na mesma direcção, exigir a requalificação da Estrada Nacional 125 (Ler pág. 8).

Em contramão

jornalpostal@gmail.com

Cheio (de moscas) Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 320 900 | Fax: 281 023 031 E-mail: jornalpostal@gmail. com On-line: www.postal.pt FB: https://www.facebook. com/postaldoalgarve/ FB: https://www. facebook.com/pg/Cultura. Sulpostaldoalgarve/ Issuu: https://issuu.com/ postaldoalgarve Twitter: https://twitter.com/ postaldoalgarve Director: Henrique Dias Freire Directora executiva: Ana Pinto Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Henrique Dias Freire (CP 3259) Design: Ricardo Cabrita Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA”. Colaboradores: Beatriz Vasques, Beja Santos (defesa do consumidor), Maria Simiris, Milene Alves Maria. Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, Helena Gaudêncio, José Francisco Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917 Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613 Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, ao sábado com o Expresso/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Estatuto editorial: disponível em http://www. postal.pt/quem-somos/

Tiragem desta edição:

7.356 exemplares

Eliseu Correia

Managing director EC Travel eliseucorreia@sapo.pt

Há uns anos atrás um grande amigo meu açoriano ligou-me a dizer que estava em Tróia e que me queria visitar no Algarve. E eu perguntei-lhe: “Então mas se é para vires cá a baixo porque é que não ficaste logo no Algarve?”. Resposta: “Porque vi na TV que

o Algarve estava cheio”. “Cheio?? Só se for de moscas”. Isto a propósito desta Páscoa, onde mais uma vez as TVs e a imprensa em geral prestou um péssimo serviço à nossa região. Como devia de ser do conhecimento público, uma grande fatia da decisão de vir de férias é feita em cima da hora, ou seja, “last minute”. Esta ida de “impulso” tem como factores de decisão, o tempo, algumas ofertas hoteleiras de última hora, etc… Ora, se na TV dizem que estamos cheios, esses clientes obviamente irão para todo o lado menos para aqui. Mas... se ainda fosse verdade tudo bem, agora assim??

Eu arrisco dizer que no máximo 30% das nossas unidades esgotaram na realidade as suas capacidades. Ou talvez nem isso... E já agora afirmar que os hotéis com uma ocupação de 80% estão cheios não lembra ao diabo. Esses 20% que faltam são muitas vezes determinantes para se conseguir atingir o breakeven e ou fazer dinheiro. Afinal estivemos cheios de quê? De nuestros hermanos que vieram cá almoçar e ou jantar e depois voltaram para as suas casas?? De proprietários, o famigerado turismo residencial que já na-

Bifinhos sem gordurinhas

Ana Amorim Dias

Escritora www.anaamorimdias.blogspot.com anamorimdias@gmail.com

- Corte um bifinho aí desse lombo, por favor. A senhora nunca mais se despachava com todos os pedidinhos e requisitinhos, enquanto eu, a seguinte na fila do talho, me esforçava por não soprar. - E pique uma vez, pode ser? Mas tire essa gordurinha toda, que uma vez ele viu um bocadinho de branco e disse que já não comia... e só com os nove anos que tem! Para meu grande espanto, o seu tom de voz era orgulhoso, triunfante quase, por estar a criar um serzinho tão decidi-

do e exigente. - Pescada cozida, mãe, a sério? - Ya... - E eu, como o quê? - Comes pescada cozida. - como sempre, eu estava a gozar o pratinho. - Mas mãe... - Também podes não jantar, amor! -rematei sem mais conversa. Comeu tudo e, no fim, enquanto o mais novo ainda se deliciava, pediu para eu não fazer pescada cozida tão cedo. Fá-la-ei de novo assim que me apetecer e ele come-la-á sem prazer, o costume. Não acredito em dietas especiais só por os meninos “não gostarem”. Não gostam comem menos, ou não comem, temos pena! O que não lhes faz lá muito bem é permitir que se alimentem apenas de bifinhos e batatinhas fritas; que se alienem da variedade; que se fechem numa redoma de pré conceitos gustativos impeditivos tanto de

uma dieta salutar como de um potencial festim para os sentidos... Por pouco não deixei a voz correr livre ali, em pleno supermercado, para dizer àquela senhora que está a armar um lindo serviço e que, quando o menino de nove anos crescer e se tornar num adulto disfuncional que vai torcer o nariz a tudo, ela talvez não esteja por perto para preparar o bifinho sem sombra de gordurinha e o caldo vai-se entornar. Optei, claro, por calar a opinião. Prefiro tentar criar rapagões que comam o que há e, caso não gostem mesmo ou a mãe não esteja por perto para lhes fazer o jantar, consigam desenrascar-se e activar os mais básicos instintos de sobrevivência. Porque no fundo é só disso que se trata: quanto mais amplos formos em tudo, melhor saberemos viver e, em casos extremos, sobreviver.

da gasta em alojamento porque já o gastou de uma vez só? Essa coisa de estarmos cheios serve quem?? Os que precisam de dizê-lo para se promoverem?? Os que necessitam de aparecer para mostrar serviço? Isso traz riqueza para a região? Antes pelo contrário. Para fechar esta rubrica vai aqui uma pequena achega do cenário actual para o Verão algarvio, nomeadamente do nosso mercado principal UK, vulgo os ingleses. São estes os preços de avião mais baratos disponíveis: 14 Jul EZY £228 21 Jul D £235 28 Jul D £335

04 Aug D £385 11 Aug EZY £399 18 Aug EZY 364 Como verificámos, os preços são tão baratos que é mais barato passar uma semana em AI 5 estrelas com voos incluídos em alguns destinos concorrentes, que o simples voo para Faro. Como nadar até ao Algarve não é para todos , não vai ser fácil cá chegarem. Ao rubro. Perante isto, acho que faz todo o sentido de activarem já as taxas turísticas, porque assim vou finalmente de férias em Agosto e com as praias só para mim. Eu mereço.

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R E G IÃO Anúncio de Venda por Carta Fechada

Imóveis sitos no Parque Empresarial de Tavira (Santa Margarida) Torna-se púbico que irá

ta fechada, de 46 imóveis,

lizados no Parque Empresa-

Tavira, com uso destinado

proceder-se à alienação,

propriedade da EMPET EM,

rial de Tavira, Santa Marga-

a armazenagem, industria,

através de venda por car-

Lda. – em Liquidação, loca-

rida, União de Freguesias de

comércio e serviços, a saber:

Lucros do Crédito Agrícola sobem para 150 milhões de euros D.R.

Cada proponente deverá apresentar

Correm por conta do adquirente os

cados para a análise das propostas

a sua proposta em sobrescrito fecha-

montantes correspondentes aos en-

e da data/hora da sessão de licitação

do, dirigido ao Liquidatário da EMPET

cargos e despesas, devidos em razão

correspondente.

EM Lda. – em Liquidação, identificado

da aquisição, nomeadamente o im-

Caso sejam pretendidos lotes contí-

por “Procedimento para venda, por

posto municipal sobre transmissões

guos, deverá o interessado dirigir-se à

carta fechada, do prédio urbano, de-

onerosas de imóveis (IMT), o imposto

morada da Praça, no sentido de cele-

signado por Lote n.º……., sito no Par-

do selo e os emolumentos da escritu-

brar contrato de promessa com base

que Empresarial de Tavira, Santa Mar-

ra pública e registos.

nos valores de licitação e antecipada-

garida, união de Freguesias de Tavira,

Apenas serão consideradas as propos-

mente à abertura de propostas.

registado na Conservatória do Regis-

tas dadas entrada no Centro de Negó-

O processo encontra-se disponível

to Predial de Tavira sob o n.º ……”, de-

cios e Incubadora Level Up, Rua da Li-

para consulta na receção no Cen-

vendo dela constar a identificação do

berdade, n.º 1, 8800-399 Tavira, até às

tro de Negócios e Incubadora Level

proponente (nome, morada, número

17 horas, do dia 03 de maio de 2018.

Up, situado na Rua da Liberdade n.º

de identificação civil e/ou fiscal), bem

A praça inicia-se no dia 04 de maio de

1, em Tavira, de segunda a sexta-fei-

como todos os elementos necessários

2018, às 10 horas, na Sala de Reuniões

ra, no horário de expediente, entre

à concretização do seu interesse, de-

do Centro de Negócios e Incubadora

as 9h00 e as 12h30 e entre as 13h30

signadamente o preço oferecido.

Level Up, na morada da praça.

e as 17h00, bem como no sítio da In-

As condições de pagamento do preço

A adjudicação do imóvel será feita a

ternet desta entidade, https://www.

são as seguintes: 10% do valor da ad-

quem tenha oferecido o preço mais

ativartavira.pt/pt/noticias-imprensa/

judicação, no momento da mesma, e

elevado, sendo excluídas quaisquer

item/598-venda-carta-fechada.

o remanescente no dia da celebração

propostas apresentadas com valor in-

do contrato de compra e venda, a rea-

ferior ao valor base.

Tavira, em 26 de março de 2018

lizar-se até um mês após a adjudica-

Em caso de empate das propostas,

O Liquidatário,

ção, no estado e condições em que se

será enxertado procedimento de

Fernando Horta

encontrar à data da celebração da res-

venda em hasta pública, por adap-

petiva escritura.

tação, sendo os proponentes notifi-

(POSTAL do ALGARVE, nº 1201, 6 de Abril de 2018)

î A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio faz parte de um grupo financeiro sólido

O GRUPO Crédito Agrícola

apresentou um resultado líquido consolidado de 150,2 milhões de euros no exercício de 2017, o que representa um crescimento de 91,9 milhões de euros face ao resultado apresentado em 2016 (58,3 milhões de euros) e que permite reforçar os níveis de rentabilidade e solvabilidade. A contribuir para o desempenho do Grupo esteve, essencialmente, o resultado do negócio bancário que apresentou um crescimento de 75,6 milhões de euros face a 2016 (para 147,6 milhões de euros). No negócio bancário, a carteira de crédito bruto a clientes ascendeu a 9,4 mil

milhões de euros, um aumento de 8,3% face a 2016, em contraciclo com o mercado que registou uma quebra de 2,8%, o que consubstancia um reforço de quota de mercado em 0,5 p.p. para os 5,0%. Os recursos totais de clientes totalizaram 14,9 mil milhões de euros que resultam do crescimento homólogo de 5,8%, repartido entre os depósitos de clientes que aumentaram 7,4%, pelos fundos de investimento mobiliário que aumentaram 17,4%, pelos fundos de investimento imobiliário que aumentaram 36,8% e atenuado pelos seguros de capitalização que reduziram 16,1%. A Caixa de Crédito Agrícola

Mútuo do Sotavento Algarvio faz parte de um grupo financeiro sólido, de capitais exclusivamente nacionais, que agrega 669 agências e continua a apostar numa relação de proximidade e de confiança com os seus mais de 1 milhão de clientes e os seus cerca de 400 mil associados (90% dos quais detentores de títulos de capital). O Crédito Agrícola, o único banco cooperativo em Portugal, é uma instituição financeira de capitais exclusivamente nacionais, presente em todo o território nacional e com a maior rede de Agências do país.

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D.R.

Restaurante O Castelo AQUI, EM TAVIRA, ONDE É QUE SE PODE COMER BOA CARNE? RESP: “À DO JÚNIOR!!!”.

D.R.

Rua da Liberdade, 76 - Tavira Telemóvel: 915 087 614 GPS: N/E E-mail: gsv_jr@hotmail.com Inverno das 12.00h às 15.00h e das 19.00h às 22.h Preço médio: 20,00€

D.R.

No coração da Cidade de Tavira, a fusão entre a cozinha brasileira e a portuguesa deu-se há cinco anos pelas mãos de chef Júnior e pela mulher, Georgia. A aliança não podia ter corrido melhor. A qualidade dos produtos e do serviço é ímpar, a simpatia o mote da casa. Desta feliz mistura entre os sabores lusitanos e sul-americanos, com temperos mediterrânicos, emergem pratos divinos. O polvo e a cataplana à castelo ou o bacalhau com molho de marisco são muito apreciados pelos muitos clientes que, de passagem ou repetidamente, ali vão. Contudo, a carne é o verdadeiro ex-libris da casa. Com saladas e muita fruta tropical, em que a manga, o ananás e os frutos vermelhos dão o seu toque fresco e colorido às ementas, O Castelo aconselha a rematar a refeição com o cheesecake de casa!

î

BLACK ANGUS SIRLOIN STEACK

PRATO EMBLEMÁTICO:

BLACK ANGUS SIRLOIN STEAK Um principesco bife, grelhado na chapa com um tempero único, da autoria do chef Júnior. O vinho… um alentejano, geralmente mais encorpado, proporciona uma excelente combinação e percepção do verdadeiro sabor da carne. Disto, a salada e a batata são apenas um complemento.

Restaurante O Constantino A PAISAGEM E A GASTRONOMIA SERRANA DE EXCELÊNCIA PROPORCIONAM UMA EXPERIÊNCIA SENSORIAL A TODOS OS VISITANTES DO RESTAURANTE, DANDO LUZ À MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL CONQUISTADA EM 2016.

Santa Catarina da Fonte do Bispo – Tavira Telefone: 281 971 217 GPS: N/E E-mail: restaurantegastronomicoconstantino@hotmail.com Todos os dias das 11.30h às 23.00h (encerra às segundas)

Preço Médio: 15.00€

D.R.

D.R.

N’ O Constantino a serenidade lidera. O projecto nasceu em 1987 e situa-se em Santa Catarina da Fonte do Bispo. O restaurante combina as cativantes paisagens da serra algarvia com os aromas e sabores que a gastronomia serrana proporciona. Outrora conhecido como “o ponto de encontro dos caçadores” - um lugar onde os pratos de caça eram uma constante, transformou-se num lugar de excelência. De entre os inúmeros pratos sugeridos destacam-se o galo marafado e o javali estufado. Os clientes poderão ainda degustar a lebre com feijão branco e a açorda de galinha, entre outros. Com preços acessíveis, o restaurante adequa-se a qualquer pessoa que deseje desfrutar dos intemporais costumes e sabores da serra algarvia.

î JAVALI COM AMEIXAS PRATO EMBLEMÁTICO:

JAVALI COM AMEIXAS O azeite de terras algarvias, o vinho tinto, a cebola e o alho, o pimento vermelho, ameixas, a salsa e o tomilho são indispensáveis para os amantes deste tipo de carne. Caçadores e curiosos são os principais clientes deste tipo de manjar. Este prato é servido com batata frita e um saboroso arroz de lentilhas. D.R.

Restaurante Steak & Co QUALQUER REFEIÇÃO NESTE RESTAURANTE É UMA EXPERIÊNCIA ÍMPAR NA CIDADE DE OLHÃO. Restaurante especializado no serviço e confecção de carnes distintas, dos mais variados pontos do mundo. Reinam as carnes grelhadas, onde se destaca o chateaubriand, ou bife york (o mais popular!), contudo, fazem algumas especialidades de fogão, tais como, bife à portuguesa, magret de pato com molho de laranja, mel e tomilho, ‘Tornedó Rossini’, entre outros, sempre, sob o î MAGRET DE PATO COM MOLHO DE LARANJA olhar atento e pelas mãos da chef Teresa Gomes. Por encomenda, o famoso ‘Bife Wellington’, que se traduz num dos ex-libris PRATO EMBLEMÁTICO: da casa. Promovem-se vários eventos ao longo do ano! A carMAGRET DE PATO COM MOLHO DE LARANJA ta de vinhos é equilibrada, com propostas de todo o país e alguns estrangeiros. O próprio da marca Steak&Co, é um DOC Este é aquele prato para clientes mais gulosos. Alentejo, da zona da Vidigueira, produzido e assinado pelo faNão porque se trata de um prato doce, mas moso e expert eng. Paulo Laureano. Um vinho TOP, segundo porque a cada pedaço que se vai tirando, apeteos clientes. ce sempre mais um bocado. Pretende-se que o Pato fique crocante e que, combinado com este molho relativamente caramelizado, se torne nuCondomínio Marina Village – Praínhas, LT 23 B – Olhão Telemóveis: 966 056 055/962 043 730 ma explosão de sabor e textura. Acompanha a GPS: 37.0237053,-7.8484148 E-mail: ismaelvalente@gmail.com clássica batata gratin também conhecida como 01/10 a 30/04 das 18.00h às 22.00h (Encerra ao Domingo) Preço Médio: 30,00€ Dauphinoise e um rolo de feijão verde e bacon.


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RECHEAMOS O SEU NEGÓCIO DE SUCESSO No Recheio, o seu negócio é a nossa prioridade. É por isso que temos parcerias com os melhores produtores e fornecedores, aperfeiçoamos continuamente a nossa loja online, praticamos preços imbatíveis e temos a melhor selecção de frescos, vinhos, queijos, enchidos e muito outros produtos. As nossas marcas próprias Masterchef e Gourmês foram criadas para satisfazer todas as necessidades do canal Horeca. Tudo para podermos rechear o seu negócio de vantagens, frescura, oportunidades e, claro, de muito sucesso.

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R E G IÃO

Faro, Olhão e Tavira preparam-se para receber a II Estafeta da Liga dos Combatentes Milene Alves Maria / Henrique Dias Freire

milenealvesmaria.postal@gmail.com

A LIGA dos Combatentes vai levar a efeito a II Estafeta da Liga dos Combatentes, que passará por Faro, Olhão e Tavira no próximo dia 15 de Abril, associando assim esta prova às comemorações do Centenário da Batalha de La Lys. Esta competição tem tido grande sucesso no distrito

de Faro, passando por três concelhos, os Núcleos de Faro, Olhão e Tavira e conta com a participação média de cerca de 300 atletas de clubes federados, forças de segurança, forças militares e equipas de atletas não federados.

PROMOVER O ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL A prova visa a promoção de

FOTOS: D.R.

um estilo de vida saudável, através da prática de actividade f ísica ao ar livre, no entanto, abraça também uma causa, pois tem uma vertente solidária no apoio aos combatentes destes três concelhos. A estafeta inicia-se em Faro pelas 9.30 horas (no Largo de São Francisco - Monumento Combatentes do Ultramar), com passagem pelo Mercado Municipal de Olhão, e termina na Praça da República, em cima da Ponte Romana, em Tavira.

PROVA INTEGRA CALENDÁRIO REGIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE ATLETISMO DO ALGARVE î Prova visa a promoção de um estilo de vida saudável, através da prática de actividade física ao ar livre

î Prova associada às comemorações do Centenário da Batalha de La Lys

Para participar nesta competição os interessados devem inscrever-se em equipas de cinco atletas, masculinos, femininos e mistos. As equipas masculinas e femininas podem participar nos escalões: Elite, para atletas com idade igual ou superior a 18 anos; Master 35, com idada igual ou superior a

35 anos; Mistas para atletas com idade igual ou supeior a 18 anos. A edição de 2018 tem uma novidade, introduz a possibilidade de inscrição de duplas, sendo o percurso de 33 quilómetros, dividido em dois troços, as duplas participam englobadas sem definição de

escalão nem género. Esta prova está inserida no Calendário Regional da Associação de Atletismo do Algarve, com um percurso em asfalto de 33 quilómetros. A iniciativa conta com o apoio das Câmaras de Tavira, Olhão e Faro e da Associação

de Atletismo do Algarve. A organização técnica é da responsabilidade dos Núcleos de Faro, Olhão e Tavira da Liga dos Combatentes, uma Instituição de Utilidade Publica. As inscrições devem ser feitas online em: www.crono.aaalgarve.org .

Autarcas algarvios e utentes da EN 125 indignados com as condições da via D.R.

Milene Alves Maria / Henrique Dias Freire

milenealvesmaria.postal@gmail.com

A Câmara de Vila Real de Santo António associou-se ao Movimento de Cidadania dos Utentes da EN 125 - Sotavento para exigir medidas claras e urgentes no processo de requalificação da EN 125 nos troços entre Tavira – Vila Real de Santo António – Castro Marim. Os autarcas, Conceição Cabrita e Francisco Amaral, e os representantes dos utentes acordaram fazer uma cami-

î Foto ilustra o estado da via no troço entre Cacela e Praia Verde nhada de protesto no troço entre Cacela e Praia Verde,

trajecto que é actualmente o mais degradado de toda a via

e onde não se registam obras há mais de 20 anos. “A situação tornou-se insustentável e a circulação na estrada já é praticamente impossível. Não toleramos ser tratados como algarvios de segunda e exigimos que a EN 125 seja requalificada entre Tavira e Vila Real de Santo António tal como o foi no resto do Algarve. Qualquer morte que se venha a registar neste troço será da exclusiva culpa da Infraestruturas de Portugal e do Governo”, afirma Conceição Cabrita, presidente da

Câmara Municipal de VRSA. “O estado em que esta zona da EN 125 se encontra deve envergonhar qualquer Governo, já que assistimos a uma preocupante falta de segurança num troço que está em condições deploráveis. Queremos captar um turismo de qualidade, mas parece que estamos no terceiro mundo”, lamenta Francisco Amaral, presidente da Câmara de Castro Marim. Chegando o caso já à Assembleia da República pelo deputado comunista Paulo

Sá, eleito pelo Algarve, que refere, “a indignação pelo calamitoso estado em que se encontra a EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António é justíssima, assim como justíssima é a exigência de uma rápida conclusão das obras de requalificação deste importante eixo rodoviário algarvio. Mas a expressão dessa indignação e a afirmação dessa exigência não podem nem devem ser acompanhadas pelo branqueamento das responsabilidades políticas pelo estado a que chegou a EN 125”. PUB


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R E G IÃO D.R.

Como inscrever-se no jantar da Gala do Postal Para inscrever-se no jantar da “Gala dos 30 Anos do Postal”, que vai homenagear 30 Personalidades e 30 Instituições, basta confirmar o seu nome e o número de acompanhantes para o e-mail: GALAdoPOSTAL@gmail.com

î Para inscrever-se, basta ir ao nosso site www.postal.pt e clicar no evento

Já estão eleitos dois terços das Personalidades e Entidades que vão ser homenageadas JÁ se encontram eleitas 20 Personalidades e 20 Entidades que o júri da Gala do Postal considerou de grande relevância nos últimos 30 anos no Algarve. A duas semanas da data da Gala, dois terços dos eleitos já estão oficialmente confirmados. A Gala do Postal vai realizar-se no dia 20 de Abril, às 19.30 horas, no Casino de Vilamoura. É uma iniciativa inédita do jornal Postal do

Algarve que comemorou 30 anos de publicação regular. Devido à grande afluência nas nomeações dos nossos leitores (ver como votar na coluna lateral), o júri do POSTAL passou de 5 para 30 o número de Entidades algarvias a serem homenageadas e, igualmente, de 25 para 30 as Personalidades eleitas. As votações encontram-se abertas até à meia-noite do dia 12 de Abril.

Já se encontram eleitas as seguintes 20 Personalidades: André Jordan, empresário; António Bento (Bento Algarvio), pugilista; Arménio Aleluia Martins, jornalista; Custódio Moreno, diretor do Algarve do IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude; Desidério Silva, presidente da RTA e ex-presidente da Câmara de Albufeira; Domingos Caetano, cantor, compositor e responsável pelo grupo musical Íris; Eliseu Correia, profissional e empresário de turismo; Francisco Amaral, médico e presidente da Câmara Municipal de Castro Marim; Humberto Teixeira da Conceição, empresário; Joel Pais, gestor e administrador dos Casinos do Algarve; José Apolinário, secretário de Estado das Pescas e ex-presidente da Câmara de Faro; Lídia Jorge, escritora; Luís Vicente, actor e encenador; Nelson Dias, promotor dos direitos humanos e da democracia; Nuno Guerreiro, cantor; Paulo Dentinho, jornalista e director de informação da RTP; Reinaldo Teixeira, empresário; Sandra Correia, empresaria; Saul Neves de Jesus, professor universitário; Viviane Parra, cantora.

Já se encontram eleitas as seguintes 20 Instituições:

AAPACDM - Assoc. Algarvia Pais Amigos Crianças Dimin. Mentais; Águas do Algarve; AHETA – Assoc. Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve; ALGAR - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos; Algardata, empresa de Loulé; Apolónia Supermercado, empresa de Almancil; Associação Oncológica do Algarve; Aviludo, empresa de Loulé; CACIAL - Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, CRL; Clube de Ciclismo de Tavira; DECO Algarve - Associação Portuguesa Defesa do Consumidor; Dengun, empresa de Faro; Federação dos Bombeiros do Algarve; Gorda – Associação Sócio-Cultural; Moto Clube de Faro; Necton, empresa de Olhão; NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve; Refúgio Aboim Ascensão; Timing, empresa de Faro; Visualforma, empresa de Faro; Viveiros Monterosa, empresa de Moncarapacho.

ALGARVE PRÉMIOS EXCELÊNCIA

A inscrição pode ainda ser feita através do nosso site: www.postal.pt clicando sobre o evento da Gala e onde poderá aceder às várias formas de pagamento. O preço do jantar é de apenas 30 euros e vai reverter para a associação sócio-cultural “A GORDA”. Pretende-se assim dar a conhecer e reconhecer de forma pública o trabalho de uma associação algarvia pouco conhecida da maioria mas com um excelente trabalho realizado na região (Ler reportagem da passada edição). Para quem não utilizar o nosso site, pode ainda assegurar a sua confirmação com o envio do comprovativo de transferência bancária para o e-mail: GALAdoPOSTAL@ gmail.com, após a realização da transferência bancária para o IBAN nº PT50 0045 7140 40192506968 43. A realização da “Gala dos 30 Anos do Postal” é uma iniciativa inédita que conta com o apoio de várias entidades públicas e privadas e tem data marcada para o próximo dia 20 de Abril, às 19.30 horas, no prestigiado Casino de Vilamoura. Participe e inscreva-se já para não perder a festa do ano!

Prazo final para a eleição acaba dia 12 de Abril Para participar, basta indicar o nome de duas Personalidades e de uma Entidade que o leitor considere relevantes nos últimos 30 anos para o Algarve e, sucintamente, a razão da nomeação. As nomeações devem ser feitas: • Para o e-mail: GALAdoPOSTAL@gmail.com • Ou enviando pelo Facebook em mensagem privada para a nossa página: www.facebook.com/ postaldoalgarve/ • Ou ainda, através do envio do cupão preenchido que se encontra em rodapé desta página para: Gala Jornal POSTAL: Rua Dr Silvestre Falcão 13 C 8800-412 Tavira. O ónus da decisão final cabe à redacção do jornal POSTAL do ALGARVE.

NOMEAÇÃO PARA PERSONALIDADES E ENTIDADES Personalidade: Razões da nomeação:

Personalidade:

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Tm:

Razões da nomeação:

E-mail: ENVIAR CUPÃO PARA: Jornal Postal - Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C - 8800-412 Tavira | Os dados recolhidos estão sujeitos a confidencialidade e destinam-se exclusivamente à nomeação para os galardões Algarve - Prémios Excelência, não podendo ser utilizados para qualquer outro fim.


10 | 6 de Abril de 2018

A NÚ NC IOS

Município de Tavira Edital n.º 21/2018 Jorge Manuel do Nascimento Botelho, Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 20 de março de 2018, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta número 42/2018/CM, referente à Suspensão de mandato de Vereador; 2. Aprovada por unanimidade a proposta número 43/2018/CM, referente à Atribuição de apoio ao abrigo do RMAAD - Centro Cultural Desportivo União Ciclismo Tavirense; 3. Aprovada por unanimidade a proposta número 44/2018/CM, referente à Atribuição de apoio ao abrigo do RMAAD - II Estafeta Liga dos Combatentes; 4. Aprovada por unanimidade a proposta número 45/2018/CM, referente à Atribuição de apoio ao abrigo do RMAAD - Clube de Vela de Tavira; 5. Aprovada por unanimidade a proposta número 46/2018/CM, referente à Atribuição de apoio ao Rancho Folclórico de Santo Estêvão - IV Encontro de Folclore Algarvio - Cidade de Tavira; 6. Aprovada por unanimidade a proposta número 47/2018/CM, referente ao Protocolo de Coorganização - ISM-Sports Festival 2018; 7. Aprovada por unanimidade a proposta número 48/2018/CM, referente a Atribuição de apoio à Fábrica da Sé Catedral de Faro - “Dia de Moral” - 22 de março de 2018; 8. Aprovada por maioria a proposta número 49/2018/CM, referente a Atribuição de apoios - Programa Viva a Primavera - Ano 2018; 9. Aprovada por unanimidade a proposta número 50/2018/CM, referente a Doação de bens à Onda Sólida - Associação de Moradores; 10. Aprovada por maioria a proposta número 51/2018/CM, referente ao Resgate da concessão da loja n.º 5 do Mercado Municipal de Tavira; 11. Aprovada por maioria a proposta número 52/2018/CM, referente ao Resgate da banca n.º 108 do Mercado Municipal de Tavira; 12. Aprovada por unanimidade a proposta número 53/2018/CM, referente a Adenda ao Acordo de Execução celebrado entre o Município de Tavira e a Freguesia de Conceição e Cabanas; 13. Aprovada por unanimidade a proposta número 54/2018/CM, referente ao Procedimento para a Prestação de Serviços Especializados nas áreas da direção, produção e conteúdos artísticos - Algarve Central - Acordo de constituição do Agrupamento de Entidades Adjudicantes; 14. Aprovada por unanimidade a proposta número 55/2018/CM, referente ao Protocolo a celebrar entre o Município de Tavira e a Autoridade Tributária e Aduaneira; 15. Aprovada por unanimidade a proposta número 56/2018/CM, referente a Designação do representante do Município na Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (BAD) e Assembleia Regional da Delegação Regional do Sul da BAD; 16. Aprovada por unanimidade a proposta número 57/2018/CM, referente a Aquisição de serviços para fornecimento de refeições nos estabelecimentos de ensino, pré-escolar e 1.º ciclo, do Município de Tavira - Aprovação da minuta do contrato; 17. Aprovada por maioria a proposta número 58/2018/CM, referente a 03-Emp/18 - Ponte sobre o Rio Gilão na ligação do Largo da Caracolinha à Rua do Cais - Abertura do procedimento. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Paços do Concelho, 20 de março de 2018 O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1201, 6 de Abril de 2018)

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POSTAL DO ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C, 8800-412 Tavira

NOME __________________________________________________________________________________________________________________________ MORADA __________________________________________________________________________________________ NIF

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AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO - por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL do ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias.

33 € Assine através de DÉBITO DIRECTO BANCO _______________________________________________________________________________________________ IBAN PT 50                          NOME DO TITULAR __________________________________________________________________________

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6 de Abril de 2018 | 11

NE C R OL OG IA

SINES SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. M.A.M.

DULCE DAS DORES CAETANO PALMA

02-01-1927 / 21-03-2018

AGRADECIMENTO Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. R.C.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS - TAVIRA

SANTIAGO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

VENDE-SE ou ARRENDA-SE 4 terrenos agrícolas com excelente localização e acessibilidade, com água da barragem, situados na Asseca a 3 minutos da cidade de Tavira Pomar de citrinos: 8.158 m2 Terra de semear: 8.000 m2 Terra de semear: 9.788 m2 Pomar de citrinos e terra de semear 6.370 m2 Área total: 32.316 m2 Contacto: 918 201 747

MARIA PEREIRA CAMPOS

LUCIANO DOS SANTOS MARGARIDA CARTÓ

20-04-1929 / 25-03-2018

19-11-1952 / 29-03-2018

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

COVA DA PIEDADE - ALMADA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

VILA REAL DE STO ANTÓNIO SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

ALBERTINA D`ANUNCIAÇÃO PROENÇA DE OLIVEIRA

JOSÉ LUIZ COELHO FERNANDES SOARES

11-09-1932 / 26-03-2018

22-03-1944 / 29-03-2018

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

Santos & Bárbara, Lda FUNERAIS - CREMAÇÕES - TRASLADAÇÕES PARA TODO O PAÍS E ESTRANGEIRO

Tel. : 281 323 205 - Fax: 281 323 514 • 965 484 819 / 917 764 557 ATENDIMENTO PERMANENTE - OFERTA DE ANÚNCIO DE NECROLOGIA E CARTÕES MEMÓRIA Artigos Funerários e Religiosos / Catálogo de Lápides e Campas


12 | 6 de Abril de 2018

Ú L T IM A

Tiragem desta edição:

7.356 exemplares

O POSTAL regressa no dia 20 de Abril

Festival de Gastronomia Serrana promete iguarias de ‘comer e chorar por mais’ Participam sete restaurantes das freguesias de Tavira, Santa Catarina da Fonte do Bispo e Cachopo D.R.

Milene Alves Maria / Henrique Dias Freire

milenealvesmaria.postal@gmail.com

A OPORTUNIDADE de saborear e matar saudades da tradição algarvia no prato chega à mesa com o Festival de Gastronomia Serrana, que decorre entre 6 e 22 de Abril no concelho de Tavira. O evento é dedicado aos apreciadores da cozinha tradicional portuguesa, principalmente do interior algarvio serrano, pensando também nos amantes de produtos locais e da época. Para quem gosta do estilo de vida mediterrânico tem ao dispor os restaurantes: Retiro de Caçadores, em Cachopo; O Constantino, O Monte Velho, Herdade da Corte, Quinta do Marco, Taberna Barriga, em Santa Catarina da Fonte do Bispo; e o Monte Baleeira, em Tavira, que apresentam diferentes pratos caraterísticos da região, revela Jorge Botelho,

presidente da Câmara de Tavira. “Todos os restaurantes de características serranas que representem todas as condições legais podem participar, este ano temos mais um restaurante do que no ano passado, alguns são os mesmos de outras edições”, explica ao POSTAL o autarca tavirense. “Todos os que resolverem provar os pratos especialmente feitos para este festival terão uma folha de inquérito para valorizarem os pratos”, acrescenta. Jorge Botelho felicita, também, “todos os estabelecimentos aderentes pela qualidade dos menus apresentados e por contribuírem, diariamente, para a preservação da gastronomia serrana”. Segundo José Manuel Alves, grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, este “festival de gastronomia é óptimo para não se perder o

que de melhor se faz na nossa serra algarvia”.

UM CARDÁPIO QUE PROMETE DELICIAR OS AMANTES DA BOA COMIDA As ementas, essas são variadas, começando pelas entradas com sopas, saladas, orelha de porco, queijos e enchidos, passando pelos pratos principais, os quais apresentam no seu cardápio javali, galo do campo, açorda de galinha, borrego, porco, veado e cozido de grão. Todos os pratos serão devidamente acompanhados por vinhos da região. Para adoçar a boca, no final da refeição, pode contar com pêras em calda de vinho, torta de batata-doce, as típicas mousses de café e figo, gelado de queijo de cabra e bolo de mel, tão tipicamente algarvio, não faltanto a fruta da época. Este ano haverá um sorteio

î Apreciadores da gastronomia serrana têm ao seu dispor um vasto cardápio para todos os que se desloquem aos restaurantes aderentes e provem as ementas escolhidas para o festival. Será sorteada uma estadia

num dos seguintes alojamentos turísticos, Herdade da Corte, Hotel Rural Quinta do Marco (freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo),

Pensão Agrícola (Valongo - freguesia de Conceição e Cabanas), podendo também usufruir de uma actividade de animação turística. PUB


Quinzenalmente com o POSTAL em conjunto com o EXPRESSO

ABRIL 2018 | n.º 114 7.356 EXEMPLARES

www.issuu.com/postaldoalgarve D.R.

Filosofia dia-a-dia:

D.R.

Necrópole Megalítica de Alcalar: 20 anos de socialização do património arqueológico. p. 9

Transgredir é preciso!

p. 3

Re lexões sobre o urbanismo: D.R.

O Litoral do Algarve: incoerências e desafios p. 4 Letras e leituras:

D.R.

D.R.

A Febre das Almas Sensíveis de Isabel Rio

p. 5

Marca d’água: D.R.

Manuel Alegre em Olhão p. 2

Árvore Europeia do Ano 2018 – uma árvore portuguesa com história p. 8


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ditorial

Miss o ultura

Saúde e Cultura evocam em parceria a história do Algarve

Duas povoações unidas pelo tempo...

D.R.

ire o Regional de ultura do lgar e

Milene l es Maria enri ue ias Freire Jornalista

milenealvesmaria.postal@gmail.com

O Festival do Contrabando veio para ficar, o êxito da primeira edição, em 2017, motivou quem o organiza a fazer mais e melhor, caso houvesse dúvidas foram aniquiladas. As duas margens foram unidas por uma ponte flutuante, e a curiosidade de centenas de estrangeiros e nacionais fez com que se deslocassem até Alcoutim ou Sanlúcar de Guadiana para conhecerem a famosa ponte. É caso para dizer que com pouco se faz muito. Não foi preciso um grande investimento económico para consolidar este festival, mas, foi sim, o trabalho em conjunto, a força de vontade para fazer mais e melhor e, claro, a união entre dois países vizinhos que juntos transformaram o Festival do Contrabando numa atracção a nível internacional. D.R.

O ano de 1918 foi um ano repleto de acontecimentos marcantes para a Humanidade. Foi marcado pela gripe espanhola (pneumónica). No mês de novembro, desse mesmo ano, dá-se o fim da Primeira Guerra Mundial, e no Algarve, em setembro tinha sido inaugurado o Sanatório Carlos Vasconcelos Porto, em São Brás de Alportel, estabelecido na região para cuidar dos funcionários dos Caminhos de Ferro Portugueses que padeciam de tuberculose. A cultura é o conjunto de formas e expressões que caracterizarão no tempo uma sociedade determinada Neste que é o Ano Europeu do Património Cultural, em regra é o património monumental que é imediatamente aludido em momentos celebrativos, todavia, a história e a cultura de um povo é constituída por várias dimensões: 1) que decorrem frequentemente de acontecimentos mais ou menos globais, por vezes, catastróficos e responsáveis por mudanças profundas nos locais e na sua forma de organização; 2) que resultam de uma evolução científica ou tecnológica, que vem possibilitar o desenvolvimento de no-

Celebração de protocolo para a realização de ciclo de conferências vas respostas à sociedade e aos seus problemas; 3) ou que até podem decorrer de personalidades ou novos equipamentos, e infraestruturas que originam propostas de inovação com vista à construção de um novo futuro. Este discurso aparentemente inusitado está na base da cooperação que se estabeleceu e desenvolveu entre a saúde e a cultura e que está na origem de um protocolo que se firmou, no dia 29 de março de 2018, e que tem associado um ciclo de conferências e uma exposição em que se procura:

- Evocar o Centenário do fim da I Guerra Mundial; - Celebrar o Centenário da inauguração do Sanatório de São Brás de Alportel; - Dar a conhecer os efeitos da Pneumónica que há 100 anos também nos afectou de forma profunda. Uma parceria que pretende evocar, não celebrar, estes acontecimentos transpondo-os para a atualidade, como forma de aprendizagem, acreditando que aprender com o passado para pensar o presente e construir o futuro é o que a história nos lega.

A investigação desenvolvida a partir da documentação de arquivo, os espólios de objetos associados à prática da medicina, mas também o estudo da arquitetura associado aos novos equipamentos hospitalares reúnem uma vasta informação que importa dar a conhecer de forma mais alargada. Decorridos 100 anos parece-nos, assim, que sob a égide do centenário vale a pena repensar o que se aprendeu com estes acontecimentos que marcaram a História, quer a nível mundial, quer a nível regional, quais as marcas que a História nos deixou e se refletem na forma como vivemos o presente. Sem a história e o maior conhecimento dos factos passados ser-nos-á difícil perceber onde nos encontramos hoje e como chegámos até aqui. Uma abordagem colectiva e sistémica da cultura exige-nos um trabalho contínuo de abertura e integração de novas preocupações e temáticas na nossa ação. A actividade da Direção Regional de Cultura do Algarve ganha assim uma dinâmica reforçada na sua extensão cultural e um olhar alargado sobre outros domínios de actividade que interessam a toda a sociedade civil. Do alargado leque de convidados, destacam-se a participação em abril de Francisco George, em maio de Paulo Providência, em setembro de Fernando Rosas e em novembro de Vilhena Mesquita, entre outros. Esperamos assim que este ciclo seja um primeiro passo para outras iniciativas futuras!

u entude artes e ideias

Manuel Alegre em Olhão

ad atista Coordenadora Editorial do J

Em abril, Olhão evoca a Revolução dos Cravos, assinalando os seus 44 anos com uma das vozes que mais se ouviu na luta pela liberdade - Manuel Alegre. Manuel Alegre possui uma vasta obra literária que tem sido amplamente difundida e aclamada. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários, como o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Auto-

res, e em 2017, o Prémio Camões, sendo um dos nomes referenciados como um potencial Prémio Nobel. Nascido em Águeda, em 1961, foi mobilizado para Angola. Passou seis meses na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, preso pela PIDE, onde escreveu grande parte dos poemas do seu primeiro livro, Praça da Canção. Destacado como Autor do Mês na Biblioteca Municipal José Mariano Gago de Olhão, Manuel Alegre estará, no dia 14 de abril, pelas 15 horas, no auditório da biblioteca olhanense para um encontro com os seus leitores e admiradores. No mesmo dia, pelas 17 horas, terá lugar nos Mercados de Olhão, uma tertúlia poética, em jeito de homenagem, onde serão lidos textos do autor, na presença do mesmo.

LUIZ CARVALHO

Manuel Alegre é o autor do mês de Abril na Biblioteca de Olhão


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Filosofia dia-a-dia

Transgredir é preciso! FOTOS: D.R.

Maria o o e es Consultora Filosófica

O maior tesouro do homem é a sua divina insatisfação Ortega y Gasset Há lá coisa que saiba melhor do que infringir um bocadinho as regras! É assim como que uma marotice de miúdo pequeno... Pode ser entrar em sentido contrário numa rua do parque de estacionamento para alcançar um lugar, passar um semáforo em verde tinto, ou abrir um presente de aniversário que chegou antes do tempo, para o tornar a fechar como se não soubéssemos o que contém. Longe vão os tempos de lançar mão à fruta num campo alheio, ou de deixar roubar um beijo num arrepio do coração! Por que será que as transgressões sabem tão bem? Lá diz o ditado: “o fruto proibido é o mais apetecido.” Há qualquer coisa de desafio que acorda o espírito aventureiro que há em nós. O empinar de cadeiras para chegar ao pote da marmelada, não é apenas gulodice, pois não? Às vezes não sabemos exactamente o que queremos e no entanto já sentimos cá dentro um impulso para sair do lugar onde estamos. É um impulso na direcção do desconhecido, mas não totalmente. A alma inquieta sente intensamente a chamada desse lugar ignoto com o qual estabelece um contacto, ainda que precário, uma notícia que pode não ser mais que um vislumbre. No entanto, esse indício pode ser suficiente para iniciar a mudança, sobretudo se nos sentimos incómodos, sem espaço vital, na realidade que nesse momento habitamos. Porém, é importante distinguir a inquietude que surge do anseio de ir mais além, da actividade estéril. Essa vontade de estar em todas as partes, de actuar onde quer que seja, não estando verdadeiramente focado em coisa nenhuma. A actividade pela actividade acaba por afundar a vida humana. Falta-lhe um mínimo de realidade na qual se possa apoiar, falta-lhe um alvo para o seu anseio. Este afã de mudança, de abertura, é contrabalançado por uma força de resistência da qual nos apercebemos melhor em situações de insatisfação elevada. Nesses momentos podemos entrever um núcleo de calma, de quietude, que María Zambrano denomina como uma “espécie de raíz da nossa alma” que subjaz à inquietação. É este fundo que nos permite suportar a adversidade e graças ao qual podemos

A vida, mesmo a mais regrada, tem momentos de dispersão esquecer. O esquecimento é fundamental para a continuação da vida. A manutenção em presença de tudo o que acontece ou que já aconteceu, não deixaria nenhum espaço à surpresa dos instantes vindouros. O homem é o ser que padece a sua própria transcendência. María Zambrano A vida, mesmo a mais regrada, tem momentos de dispersão. Por muito que se deseje a harmonia e a unidade, o processo para lá chegar implica desvios, erros, contradições. Estas contradições inerentes à vida devem-se à outra nota que a configura: o seu inacabamento. Tal como uma melodia, a vida nunca está dada de uma vez e por inteiro. É um desenrolar-se, é um processo, um movimento. Por seu lado, o ser humano é um ser em aberto, constitutivamente inacabado. O homem precisa de uma visão

de si mesmo e dos horizontes que se abrem a cada nova direcção da esperança. A esperança é o nosso modo de estar abertos ao tempo futuro. Quando nos sentimos desesperançados o horizonte fecha-se, mal podemos respirar! Por isso mesmo a vida sem esperança torna-se impossível. Ter esperança implica a capacidade de esperar. Espera-se a concretização de um desejo num futuro mais ou menos próximo. Às vezes quem espera desespera! É então que acontecem os retrocessos ou as desistências. Consta-se que mudar é demasiado doloroso e escolhemos regressar à nossa zona de conforto, à modorra dos dias, à monotonia das horas, à pseudo-segurança do por demais conhecido. Existem muitas maneiras possíveis de se des-viver, esta é uma delas! Coexistem em nós duas forças contrárias: a conservação e a mudança. Uma parte de nós vigia e vela para que nada se modifique, num instinto

de sobreviver, mantendo aquilo que já se é. Porém, outra parte de nós sabe que o seu lugar não é ainda aquele onde agora se está, e há que continuar a andar o caminho, sofrendo as metamorfoses que este exige. Constitui um trabalho árduo dispor-se a viver plenamente, porque a vida plena implica o esforço de se tentar conhecer a si próprio. Contudo, muitas vezes, vivemos distraídos desta tarefa fundamental! Só quando persiste no esforço do auto-conhecimento é possível que o homem se liberte de raiz de uma existência alienada, uma vida como personagem, passando a nutrir-se de verdade, vivendo como pessoa. A personagem é a máscara com a qual se enfrenta a vida em todos os seus aspectos, o trato com as coisas e a relação com os outros. São os diferentes papéis do indivíduo, as funções que representa ao lidar com os demais. Esta personagem proporciona-nos segurança e tranquilidade devido à suposta certeza de sabermos quem somos quando desempenhamos um papel ou uma função, quando somos o filho de alguém ou se está em posse de um determinado título. Existe uma tendência natural para que cada um se identifique com a função que desempenha na sociedade. Dessa forma, possuímos um nome e uma figura que são reconhecíveis por todos. No entanto, se retiramos todos esses “conteúdos” que compõem a nossa máscara que sobra? Saberemos reconhecer-nos a nós próprios? Talvez não seja tarefa fácil... A pessoa é o indivíduo autêntico quando consciente da sua singularidade, e é tarefa de todo homem procurar conhecer a sua individualidade, pois o seu ser não lhe é completamente revelado, pelo con-

trário, vive normalmente oculto. Se pretendemos tornar-nos transparentes para nós mesmos, revelar-mo-nos, isso não se consegue enunciando aquilo que fizémos ao longo da vida, os lugares que ocupámos, os prémios que eventualmente recebemos, etc. A pessoa não se identifica com todas estas personagens e seus diversos papéis ou funções, porque está mais além de tudo isso! Por este motivo é imprescindível empreender a busca da sua pessoa para que se possa acolher a verdade que reside no interior profundo de cada um de nós, e configurar a vida de acordo com ela. Se assim não se fizer, teremos desperdiçado o nosso tempo e, consequentemente, ter-nos-emos perdido a nós próprios! O problema reside em que este ser que somos encontra-se para lá da notícia que dele temos, está permanentemente a construir-se e a destruir-se, modificando-se. Por este motivo, a imagem que temos de nós próprios nunca é a adequada. Estamos sempre para além do sítio em que julgamos estar, na realidade, vivemos em transgressão! É neste sentido que María Zambrano define o homem como o ser que padece a sua própria transcendência. Não se lhe consegue aceder de uma vez por todas. Alcançá-lo implica uma tensão, um estar para lá de si mesmo, em rigor, significa ter consciência daquilo que ainda não se é e criar o vazio, fonte de possibilidades para que algo passe a ser. Quem não sente dentro de si uma fome de nascer completamente? Um desejo inexorável de levar à plenitude o ser que somos? Então, é preciso transgredir para transcender! Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com

Existe uma tendência natural para que cada um se identifique com a função que desempenha na sociedade


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Reflexões sobre urbanismo

O Litoral do Algarve: incoerências e desafios FOTOS: D.R.

eresa orreia

Arquitecta / urbanista arq.teresa.correia@gmail.com

O litoral algarvio: desequilíbrios Territoriais Será certamente uma evidência que a nossa maior riqueza em termos regionais é o litoral algarvio, tanto pela sua beleza natural, como pela sua riqueza biofísica, provocando uma atratividade turística. Verifica-se, porém, que apesar desta bênção, no Algarve, nada se tem feito de verdadeiramente relevante para que possamos assegurar a sua sustentabilidade para as gerações futuras. Os investimentos públicos de reabastecimento de areias em praias cuja dinâmica é complicada são poucos e cirúrgicos, as infraestruturas de suporte das praias são escassas face à procura, com fracas acessibilidades pedonais e rodoviárias, desordenadas tantas vezes. A questão sísmica e a erosão costeira revelam ainda mais as debilidades da nossa costa, devendo ter uma atenção especial. A questão do ordenamento do litoral continua a ser uma tarefa difícil

das ilhas barreiras no Município de Faro, constatam-se pelo menos quatro situações distintas: a Praia de Faro, área desafetada do Domínio Público Marítimo, fustigada frequentemente por eventos de risco; a Culatra, com estatuto de reestruturação do aglomerado; os Hangares com proposta de renaturalização; e o Farol, dividido em dois, um que foi permitido construir com licenças anuais e outro a renaturalizar. Para além destas situações, ainda temos a Ilha da Armona, a qual foi objecto de uma Concessão de Espaço Público à Autarquia. Perante tão díspares opções de gestão e de planeamento, é legítimo que as populações questionem porque é que é a minha casa que tem de ir a baixo? É uma questão da mais elementar justiça, que é saber quais os critérios que estão subjacentes à lógica de planeamento que obriga à renaturalização e outros que não. O Estado Atual do Nosso Planeamento no Litoral Os valores a defender no ordenamento do nosso litoral são da maior importância porque a segurança das populações e a continuidade do nosso sistema lagunar, por exemplo, revelam questões fundamentais que não poderemos ignorar, sob pena de um dia o mar provocar danos difíceis de suportar. A coordenação e a compatibiliza-

incomportável para uma autarquia, para além de politicamente desastroso. Assim, por mais estudos que se façam, ou Planos de Pormenor para esta parte do território, estes dificilmente serão levados a sério, a não ser que produzissem espaços conquistados ao mar, o que teria de ser assumido pelo Estado, como a única alternativa viável. A Revitalização de Actividades Económicas Próprias do Algarve

Questão sísmica e erosão costeira revelam debilidades da costa forte discussão sobre as mesmas. Por outro lado, não poderão deixar de ser regulamentados até julho de 2020, dado que dá direito a suspensão das normas do PDM que possam estar em contradição, para além da perda de acesso aos fundos comunitários por parte dos municípios. Porém, a revisão dos Planos Especiais não está implícita nesta transposição das normas, podendo ser necessário uma segunda adaptação do PDM de 2ª geração logo após a sua publicação, já com uma nova proposta. A alternativa a esta realidade é nunca existir uma verdadeira revisão dos Instrumentos de Gestão Territorial da Orla Costeira e ficar só pela sua mera transposição. Estamos num tempo de oportunidade para o planeamento, pelo que, como algarvia, sinto a necessidade de apelar aos governantes que os nossos instrumentos de gestão territorial a nível regional, reflitam ambição e valores para o nosso território, com uma estrutura lógica coerente e integradora de vontades, resultado também de uma participação efetiva das populações.

acentuadas também pelo aumento da frequência das tempestades resultado das alterações climáticas, caraterizadas por uma violência tal, que somos confrontados com o transporte radical das areias para outras paragens. As proteções físicas na costa com molhes ou barreiras pesadas serão uma alternativa, mas muito cara e provocadora de impactes ambientais muito significativos ainda não totalmente estudados, tanto no sistema dunar das restantes ilhas, como também sobre a abertura de barras, e no próprio sistema lagunar, etc. A zona desafetada da Praia de Faro é um espaço privilegiado de beleza

Não se poderá conceber uma aposta no Turismo de Qualidade sem que haja uma conformidade deste com a natureza e com a procura turística. Os valores de sustentabilidade ambiental serão fundamentais na procura das atividades a regenerar. As estruturas de exploração salineira em Castro Marim são um exemplo desta recuperação da nossa identidade cultural e um estímulo à procura de novos produtos turísticos. Será de salutar importância a identificação das atividades que são elementos da nossa cultura e que devemos valorizar. Os portos de abrigo para a pesca tradicional dentro das normas de proteção ambiental são uma necessidade para a nossa comunidade local, que nem sempre tem tido o espaço adequado. Os próprios portos comerciais,

Praia de Faro: Um Caso Complicado

É urgente refletir, planear e investir na orla costeira do Governo, praticada por vezes, sem grande equilíbrio, e justa medida e no caso das autarquias os casos existentes de gestão camarária são de pouca qualidade. Apesar da Universidade do Algarve possuir um profundo e meritório conhecimento científico, parece que os governantes tardam a tomar decisões, sendo um motivo de luta permanente, entre população local e governantes e sem uma forma sensata de produzir um pensamento comum e estratégico para o Algarve. Quanto aos aglomerados urbanos

ção do ordenamento e da gestão do espaço marítimo nacional com as políticas de desenvolvimento económico, social, de ambiente e de ordenamento do território, será a tarefa mais exigente e árdua em termos políticos. É urgente refletir, planear e investir seriamente na orla costeira e no espaço marítimo. Com a revisão dos PDM's no Algarve, os Planos Especiais, como o POOC e o POPNRF serão vertidos nas suas normas para o regulamento municipal do PDM, sendo esta transposição uma imposição, sem que haja uma

Como ex-vereadora dos últimos mandatos em Faro, posso referir que participei ativamente no planeamento dentro do âmbito do PDM, com a constituição de aglomerados urbanos nas Ilhas Barreira, e com a preparação de um Plano de Pormenor para a Praia de Faro, que apesar de profundamente justificado por documentos técnicos como do LNEC e da Universidade do Algarve, nunca chegou sequer a ser discutido. A Praia de Faro possui uma exposição ao mar que lhe é desfavorável, tendo por outro lado, sido cortada a migração de sedimentos do lado nascente devido ao pontão de Vilamoura e dos molhes de Quarteira. As dificuldades de manutenção da praia e das estruturas nesta área são

Salinas de Castro Marim são exemplo da recuperação cultural natural e de vivência da nossa população local, e na verdade, é um espaço urbano, por natureza, com comércio, equipamentos como o centro náutico, dinâmicas escolares, espaços de lazer, arruamentos, habitações, etc, pelo que, importa defender. A solução técnica da reconstrução dunar, no local onde ela já existiu seria a melhor forma de proteger as próprias casas, ou as que fossem possíveis de manter. Porém, essa solução técnica exigiria parcialmente demolições, a relocalização de habitações, e estruturas e tal é financeiramente

que parecem ter perdido importância, devem ser tratados com reflexão estratégica, para que não percamos a possibilidade de ancorar navios de maior porte, para além da relevante questão, se podemos ou não receber cruzeiros no Algarve. A fundamentação técnica das opções a tomar no planeamento do nosso Litoral é um requisito prévio para evitar soluções de aparente melhoria, mas que facilmente serão destruídas. A defesa do Algarve é uma necessidade de todos, os que residem cá e os que nos visitam.


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Letras e leituras

A Febre das Almas Sensíveis, de Isabel Rio Novo D.R.

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Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

Não posso, antes de escrever sobre o livro, deixar de recordar uma amiga que me dizia que nunca, em várias tentativas, conseguiu persistir na leitura de A Montanha Mágica, pois a partir da página 100, e consoante a descrição do ambiente no sanatório se torna mais vívida, esta minha amiga é acometida por insistentes ataques de tosse numa qualquer reacção psicossomática que acabou por criar aversão ao livro. Mas não quero com esta história, um pouco solta, desdourar o prazer desta leitura. Isabel Rio Novo, doutorada em Literatura Comparada, nascida no Porto, lecciona Escrita Criativa e outras disciplinas no âmbito da arte, literatura, cinema, com alguns contos e outros romances publicados, sendo finalista do Prémio Leya por dois anos consecutivos, em 2016 com o Rio do Esquecimento, e em 2017 com este livro, publicado pela Dom Quixote. Na senda de outros autores re-

centemente apresentados, a autora cruza ficção com não-ficção, ensaio com documento, ciência com literatura, e inicia esta narrativa numa voz que enganosamente se assume na primeira pessoa, como um tuberculoso de vinte e três anos. Contudo, logo em seguida a narrativa é quase toda feita a partir de um narrador externo, desfiando a história de uma família portuguesa na primeira metade do século XX, composta por três irmãos. Mas este eu que surge logo no início do romance, percebemos que é afinal Armando, que mais tarde dará entrada no Grande Sanatório do Caramulo, o que não pode deixar de evocar a memória de Hans Castorp de Thomas Mann naquela que é uma das obras-primas da literatura mundial. Entretanto, este narrador na primeira pessoa refere, recorrentemente, uma «rapariga» que visitou «ruínas» e «coleciona histórias de tuberculosos» (p. 16), rodeada de páginas de documentos e ensaios, como o da «ideia romântica da tuberculose e os escritores portugueses que foram suas vítimas» (p. 16). A autora entretece a narrativa com um levantamento da tuberculose, um dos principais flagelos da época, ao mesmo tempo que faz uma apreciação sucinta da forma como a doença afectou escritores portugueses e brasileiros da altura, que padeceriam dessa doença ou seriam tocados pelas suas asas. Revivificam-se nestas páginas nomes como António Nobre ou Júlio Dinis.

Escritora foi finalista do Prémio Leya por dois anos consecutivos Para complicar um pouco mais, a narrativa está ainda pontuada por considerações históricas de como a doença foi sendo considerada ao longo do século, conforme o conhecimento sobre o seu diagnóstico e cura ia evoluíndo, com particular destaque para as citações extensas de um texto intitulado «Considerações sobre a morte, alinhavadas por R. N.» - note-se as iniciais, idênticas às do apelido da autora. A autora disserta em torno desta «peste branca», a «doença que todos receavam» (p. 92), considerando como inclusivamente a tuberculose era

muitas vezes vista, de início, como uma melancolia ou um torpor que acometia sobretudo os mais sensíveis, como poetas e escritores. «A tuberculose não era, afinal, a febre das almas sensíveis. Era a doença das multidões operárias das cidades, trabalhando mais do que o permitido por lei, amontoadas em mansardas sem esgotos, exaustas e mal alimentadas. Era a doença dos sobreviventes das guerras, estropiados, desnutridos, desprovidos de tratamento, deambulando pelas ruas com quadros graves de primoinfecção. Era a doença das sociedades

miseráveis. E Portugal era uma sociedade miserável.» (p. 92) A doença da tuberculose, ainda sem tratamento médico e farmacológico adequado, representa um mal maior, permitindo à narrativa efectuar um diagnóstico político e social de Portugal. Este romance, onde a febre se reveste de significados distintos, e causas diversas, como a da paixão ou a do fibrilar de uma mente mais sensível, mas sobretudo como sintoma de doença, é um retrato de uma época e de um país doente, mesquinho por vezes, apesar de se ter fechado em si para evitar flagelos exteriores como a Segunda Guerra, sob o jugo do punho forte ou tirânico de Salazar, que era aliás uma visita regular do Sanatório do Caramulo. A Guerra Civil de Espanha e a Segunda Grande Guerra, aliás, traziam para a serra portuguesa «tuberculosos abastados dos grandes sanatórios europeus» (p. 102), sendo a Madeira outro espaço eleito para a cura desta doença. Mas não se pense que se sai destas páginas com sintomas de tosse convulsa ou de algum sentimento de finitude secular mais adequado à morbidez ultra-romântica. Sai-se sim com a confirmação de que esta jovem autora é uma das novas vozes a reter na literatura portuguesa contemporânea.

Um Gentleman em Moscovo, de Amor Towles D.R.

Livro foi considerado o melhor de 2016 por vários jornais Recomenda-se vivamente este livro da Dom Quixote que, curiosamente, foi publicado com uma requintada edição de capa dura, o que não é apanágio usual da editora (a não ser em edições especiais de algumas das mais recentes obras de António Lobo Antunes), além do uso da cor dourada sobre um fundo negro. Amor Towles nasceu em Boston, formou-se em Yale e o seu primeiro romance, publicado em 2011, foi

considerado como um dos melhores livros do ano pelo Wall Street Journal, traduzido para mais de 15 línguas e foram comprados os direitos de adaptação ao cinema. Este segundo romance, publicado em 2016, permaneceu 40 semanas no top de vendas do New York Times. Considerado o melhor livro do ano por diversas publicações e com os direitos de adaptação à televisão comprados em 2017, percebe-se o furor que o

livro tem provocado. O escritor trabalhou durante 20 anos como investidor e dedica-se agora exclusivamente à escrita. No dia 21 de Junho de 1922, o Conde Aleksandr Ilitch Rostov comparece no Kremlin perante a Comissão de Emergência do Comissariado do Povo para os Assuntos Internos, como que acusado de viver luxuosamente em tempos de mudança, onde a «classe ociosa» já não tem lugar nem um papel útil à sociedade. Perante o sonante nome desta personagem, somos transportados para as páginas dos livros de Tolstoi ou Dostoiévski, contudo, o que predomina desde as primeiras páginas não é uma alma torturada pela época, mas sim uma alma livre, espirituosa, irreverente (ou não se sentisse dono do mundo onde vive) e que vive de forma mais ou menos diletante no luxuoso Hotel Metropol, com hora marcada todas as semanas no barbeiro, tendo prioridade perante quem já lá está, e tomando as suas refeições no restaurante Boiarski, onde o cozinheiro se permite indignar

perante a capacidade do Conde conseguir detectar quais os ingredientes pobres que têm de ser utilizados como substitutos numa boa receita em tempos de carestia e de frugalidade. Há uma passagem que retrata bem o espírito desta leitura, como um libelo contra os tempos que se vivem: «É bem verdade que um homem pode sentir-se completamente desfasado do seu tempo. Um homem pode ter nascido numa cidade famosa pela sua cultura idiossincrática e, no entanto, não compreender minimamente os hábitos, modas e ideias que exaltam essa cidade aos olhos do mundo. Avança pela vida fora, olhando à sua volta num estado de desconcerto, sem compreender as tendências, nem as aspirações dos seus pares.» (p. 107) O humor e a ironia são claramente actuais: «embora os duelos tenham surgido como resposta aos crimes graves – deslealdade, traição e adultério -, em 1900 já tinham descido as escadas da razão em bicos dos pés e eram travados por causa da inclinação de um chapéu, da duração de um olhar ou da posi-

ção de uma vírgula.» (p. 60) O que não belisca o prazer da leitura nem diminui a perícia do autor no reviver e reconstruir de uma época. Aliás, as próprias notas do autor que surgem em rodapé são feitas na primeira pessoa do plural, como um “nós, os russos” que interage directamente com o leitor a partir do período retratado no livro. Esta é uma época dourada que está irrevogavelmente no seu ocaso e fazem do Conde Aleksandr um último sobrevivente. Ou talvez ainda haja surpresas? O que é certo é que este nosso herói, mesmo quando se vê forçado a viver o resto da sua vida no hotel, não esmorece na compostura de um digno cavalheiro nem perde o sentido de humor ou o gosto pela vida nos gestos e acções mais simples. A intriga tem alguns saltos narrativos que nos fazem acompanhar a sua vida no Hotel Metropol primeiro como um solteiro bon vivant e depois como pai adoptivo da filha de uma jovem com quem travou amizade quando ela própria ainda era criança.


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Podem as guerras 'inspirar' obras de arte? FOTOS: D.R.

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Professor catedrático da UAlg; Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

Foi recentemente divulgado o programa de evocação do centenário da Pneumónica, da inauguração do Sanatório Carlos Vasconcelos Porto em São Brás de Alportel e do fim da 1ª Guerra Mundial. É uma iniciativa conjunta da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Administração Regional de Saúde do Algarve, da Câmara Municipal de São Brás de Alportel e da Universidade do Algarve. Do conjunto de iniciativas previstas, destacaria a que se irá realizar no dia 9 de novembro na UAlg que diz respeito às “comemorações do centenário do fim da 1ª Guerra Mundial”. Mais do que comemoração, neste caso trata-se de evocar as memórias, para que as novas gerações possam aprender com os erros do passado A história é feita de acontecimentos marcantes, uns bons e outros maus, podendo a arte visual ajudar a manter vivas no presente as memórias do passado, ajudando a construir os caminhos do futuro. As guerras destacam-se de entre os acontecimentos marcantes na história de qualquer povo, havendo obras de arte que ajudam a compreender o que aconteceu em determinados períodos da história. Uma das obras de arte mais conhecidas que procura expressar o horror da guerra é a pintura “Guernica”, de Picasso, com a dimensão de 3,49m x 7,77m, exposta no Museu Reina Sofia, em Madrid. Esta é uma das principais obras de Picasso, constituindo uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”, segundo alguns autores. Esta obra foi feita em 1937, sobre a Guerra Civil de Espanha, em particular sobre o bombardeamento da cidade espanhola de Guernica, a 26 de Abril de 1937, por aviões alemães, seguindo as ordens de Hítler em apoio ao ditador Francisco Franco. O repúdio de Picasso em relação a este bombardeamento, que destruiu edifícios e matou pessoas e animais indefesos, é expresso por apenas ter usado preto e branco, como que estando de luto. A focalização de Picasso na abordagem do sofrimento humano, durante este período da guerra civil espanhola, pode também ser encontrada noutros trabalhos seus, em particular nas pinturas “Mulher chorando” e “Mulher chorando com

Pintura 'Guernica', de Pablo Picasso (1937) lenço”, ambas de 1937. Neste ano de 1937 foram vários os artistas que expressaram o seu repudio pela guerra. Por exemplo, Horacio Ferrer na sua pintura “Madrid 1937 Aviões negros” representa o terror e a raiva das mulheres com os seus filhos nos braços, num ambiente de grande tensão e revolta em relação à guerra, em particular aos ataques dos aviões. De destacar o fato de, embora a guerra fosse fundamentalmente realizada entre homens, apenas aparecerem mulheres e crianças neste trabalho, procurando evidenciar o sofrimento que atinge também aqueles geralmente considerados mais frágeis e indefesos. Ainda de salientar que embora o título da obra e o olhar da personagem principal ser voltado para cima a reclamar, induzindo claramente para uma situação de bombardeamento feito por aviões, estes não aparecem neste trabalho, tal como acontece em “Guernica”. Também em 1937, o pintor catalão Miró fez o cartaz “Aidez l’Espagne” (“Ajudem a Espanha”), para apoiar a luta dos republicanos espanhóis, em que o perfil desenhado ilustra um grito semelhante aos perfis do quadro de Picasso. No entanto, no quadro de Miró temos o “grito” associado à “luta” (oposta à “fuga”) e com um sentido de vitória, simbolizada pelo punho gigante, traduzindo a atitude e a força dos republicanos na guerra civil espanhola. Esta expressão motivadora em situações de guerra pode ser encontrada em muitas outras obras, sendo a abordagem alternativa à expressão dramática dos horrores da guerra. Por exemplo, a pintura “A liberdade guiando o povo” representa a Revolução de Julho de 1830, com a queda de

Carlos X, em que a mulher que constitui a personagem principal desta pintura guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando numa mão a bandeira tricolor da Revolução Francesa. Esta pintura inspirou a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, oferecida pelos franceses cinquenta

das quatro grandes esculturas que se encontram no Arco do Triunfo, em Paris, inaugurado por Napoleão para proclamar a glória da França. A importância desta imagem é reforçada pelo facto de ter vindo a ser depois utilizada nas moedas de dez francos. Infelizmente, algumas das guerras

Poster 'Aidez l’Espagne', de Miró (1937) anos depois. Uma versão gravada desta pintura foi destaque na nota de 100 francos do início dos anos 90. No âmbito da escultura destaca-se o trabalho de François Rude, “A Marselhesa” (1833-36), constituindo uma

representadas em obras do passado encontram versões na realidade contemporânea. Por exemplo, em 1824, Eugene Delacroix produziu a obra “O massacre de Constantinople”, representando o massacre de Quios, um

episódio da guerra da independência dos gregos contra os turcos, em que foram mortos cerca de 20 mil habitantes na ilha grega de Quios, sendo submetidos à escravatura os sobreviventes. Na atualidade, a ilha de Quios, na Grécia, volta a ser notícia pela situação em que se encontram os refugiados. Atualmente, a guerra é mais imprevisível nas suas manifestações, devido aos ataques terroristas, que ocorrem cada vez com maior frequência e gravidade, aumentando a insegurança das pessoas e a incerteza quanto ao futuro, parecendo que, não obstante a longevidade ser cada vez maior, a perspetiva temporal de futuro é cada vez menor. Como forma de sintetizar este aumento da incerteza e da insegurança na sociedade atual, realizámos a pintura em acrílico “Grito de sangue em atentado terrorista” (2010), com as dimensões de 4,00m x 2,10m. Esta pintura representa o comportamento limite do sujeito, gritando de forma desesperada, sentindo que não pode fazer nada, uma total impotência ou um total descontrolo, face à situação em que se encontra. Neste contexto, as pessoas focalizam-se cada vez mais no presente e nas questões imediatas que têm para resolver. O imediatismo e o consumismo encontram cada vez mais “espaço/ tempo” para prosperar nesta sociedade, em que as pessoas procuram distratores que permitam a aparente satisfação imediata das suas necessidades. Talvez a arte visual possa ajudar a parar no tempo e a refletir, aprendendo com o passado no presente...


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‘Conferência Internacional sobre Gestão Cultural’ no 10º Aniversário da AGECAL

D.R.

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jorge.queiroz1@gmail.com

A AGECAL vai organizar em Tavira, a 4 e 5 de Maio de 2018, uma Conferência Internacional sobre a Gestão Cultural, coincidindo com o seu 10º aniversário. Foi a 17 de Abril de 2008 que, em Tavira, 18 profissionais da cultura do Algarve, provenientes de Faro, São Brás de Alportel, Lagos, Tavira e Vila Real de Santo António decidiram dar início a um trabalho conjunto que completa agora uma década… A decisão de criar a associação resultou da identificação da necessidade de qualificar o desenvolvimento regional, integrando nele a dimensão cultural quase ausente do discurso sobre a região e ajudar à reflexão e formação socioprofissional. O diagnóstico de “Faro 2005 - Capital Nacional da Cultura” pusera em evidência fragilidades da região, carenciada de pensamento estratégico, de planeamento, de infraestruturas funcionando em complementaridade, também se constatou a escassez de estruturas profissionais e sobretudo de oferta de formação universitária e socioprofissional. A Gestão Cultural é a gestão de recursos culturais realizada de for-

ma científica, planeada, estruturada, originando programas territoriais em benefício das comunidades. Na óptica de serviço público deverá promover a formação de quadros imprescindível ao bom resultado dos projectos e à democratização da cultura As experiências e uso de novas infraestruturas detectara que os cursos em ciências sociais e humanas não originavam por si competências para a gestão cultural. Se por um lado, possibilitavam importantes conhecimentos teóricos e disciplinares, contudo, não forneciam a imprescindível visão interdisciplinar das ciências da cultura nem a dimensão prática da gestão de infraestruturas e projectos. Esta realidade abriu terreno ao autodidatismo, improviso e fenómenos de instrumentalização, reduzindo dimensões espirituais, simbólicas e de conhecimento. Aos profissionais desta área, como de qualquer outro domínio do conhecimento, exige-se sólida formação técnico-científica e experiência prática enquadrada por anos de aprendizagem. A proposta de 2009 à Universidade do Algarve para a realização de Cursos de Pós-Graduação e Mestrado em Gestão Cultural foi aceite e obteve bons resultados, com 38 alunos inscritos, parte deles concluíram o grau de mestre nos anos seguintes. O 1º Seminário realizado pela AGECAL em 2008 foi realizado na UAlg sob o tema “Que desenvolvimento cultural para o Algarve?”. Seguiram-se seminários sobre “concepção e gestão de infraestruturas

Conferência conta com a participação de especialistas de renome culturais”, “serviços educativos em espaços culturais”, cursos de jornalismo cultural em Loulé e Tavira, o “Barro Cal“ em 2017, uma festa-feira de gestão cultural aplicada em meio rural que foi acompanhada

do seminário “O campo como recurso cultural”. A AGECAL correspondeu a inúmeros convites de associações congéneres de outros países e entidades públicas regionais e man-

teve presença regular na imprensa regional com mais de 80 artigos publicados por profissionais de cultura. Entre 2008 e 2018 ocorreram transformações no País e no plano internacional, nomeadamente o acentuar da virtualização dos meios, a redução dos apoios públicos às actividades culturais, desemprego no sector, precarização do trabalho e emigrações. O campo cultural foi fortemente atingido, com o Ministério da Cultura substituído por uma secretaria de Estado e o orçamento do setor tal como hoje continua bem longe da meta de 1%, num País com mais de oito séculos de existência, com a quinta língua mais falada do planeta e uma cultura riquíssima. Nesta Conferência Internacional, a AGECAL irá promover análises sobre a evolução e perspectivas para o sector cultural, com a presença de especialistas nacionais e personalidades de outros países com larga experiência na gestão de recursos culturais, também com a possibilidade de assistirmos a painéis onde se abordará a actualidade de Portugal, Espanha, Brasil e Marrocos, debates sobre a investigação universitária do fenómeno cultural e a formação de profissionais para a cultura. A cultura é central para o desenvolvimento humano, a forma como é entendida e apoiada é barómetro do nível educativo e saúde dos sistemas políticos democráticos. A DIRECÇÂO DA AGECAL - Associação de Gestores Culturais do Algarve

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Uma proposta diferente: descobrir a Ria Formosa de comboio D.R.

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Membro da Direção da ALFA

Em 2018, a ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve faz dez anos: a fotografar, a desenvolver projetos, a viajar e a alimentar a paixão pela fotografia. Recordo-me que foi há dez anos atrás num primeiro passeio fotográfico que

A ALFA convida a captar novas imagens da Ria Formosa a partir de passeios de comboio partimos para conviver e descobrir os encantos do património de Tavira. Dez anos depois, um renovado

grupo de amantes da fotografia experimenta um formato diferente. Passeios de comboio em busca

de novas imagens, novos olhares em locais únicos na Ria Formosa, tendo sempre como ponto de parti-

da a Estação de Caminhos de Ferro de Faro. Neste ano de 2018, a União Europeia escolheu o Património Cultural como tema e a ALFA dinamiza para os seus associados nesta Primavera uma proposta diferente de passeios de comboio ao fim de semana. Para fotografar belas paisagens, para descobrir locais bem perto de nós, desconhecidos para alguns, Moinhos de Marés, Mercados vintage de Velharias, arquivos de fotografia, bancos de imagem da memória como é o caso da Casa Fotografia Andrade em Tavira. Fuseta 8 de Abril. Tavira 21 de Abril. Marque na sua agenda. www.alfa.pt •


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Árvore Europeia do Ano 2018 – uma árvore portuguesa com história FOTOS: D.R.

Maria Lu sa Francisco Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

luisa.algarve@gmail.com

O concurso de Árvore Europeia do Ano valoriza a ligação emocional que as pessoas e as comunidades mantêm com as árvores, tal como a sua importância para o património natural e cultural da Europa. Escrever sobre árvores sem me expor é difícil e se o fizesse perderia autenticidade, porque as árvores estão presentes na escrita e na vida. A minha primeira composição na escola primária foi sobre árvores, estavam ali, tão perto… no caminho e saudava-as a cada manhã… O Dia Mundial da Árvore era sempre dia de plantar árvores e escrever poemas. Agrada-me imenso que o Dia Mundial da Árvore seja também o Dia Mundial da Poesia, por isso o dia 21 de Março é sempre especial, onde quer que esteja. Foi precisamente a 21 de Março que decorreu a Cerimónia de entrega do Prémio da Árvore Europeia do Ano 2018. Tive a alegria de assistir pessoalmente ao momento em que foi anunciada como vencedora a árvore portuguesa. Encontrava-me pela primeira vez na reunião da Comissão dos Direitos do Homem no Parlamento Europeu, enquanto assessora do Observatório Internacional de Direitos do Homem. Terminada a reunião, dirigi-me para a Cerimónia, para a qual já tinha convite oficial, e que se realizava também no Parlamento Europeu. Foi um dia especial não só por estes dois acontecimentos, mas porque começou a Primavera e se celebrou a poesia com novas funções. Quando falo de árvores, falo de poesia… esses ramos que são braços dirigidos ao alto e essas folhas que são palavras que brotam da terra, trazendo a essência da Mãe Natureza.

Cerimónia de entrega do Prémio de Árvore Europeia do Ano 2018 Foundation. A Cerimónia de Entrega de Prémios foi organizada pelo deputado Pavel Poc, vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar no Parlamento Europeu e apoiante de longa data da iniciativa “European Tree of the Year”. A cerimónia foi moderada por Natalie Pauwels e Ladislav Miko, membros da Comissão Europeia, e contou com a presença especial de Daniel Calleja Crespo, director-geral do Meio Ambiente e Janez Potocnik, ex-comissário Europeu para o Meio Ambiente. Esta foi a 8.ª edição do concurso “European Tree of the Year” e contou pela primeira vez com uma árvore portuguesa como candidata, o Sobreiro Assobiador, o maior sobreiro de Portugal. É uma “Árvore de Interesse Público” desde 1988 e está inscrita no Livro de Recordes do Guinness como “o maior sobreiro do mundo”. A árvore escolhida tem 234 anos. Em várias notícias é referida como sobreiro alentejano, mas de facto esta árvore encontra-se no distrito de Setúbal, em Águas de Moura. Localidade situada no concelho de Palmela, na União das Freguesias de Poceirão

e Marateca. Este ano foram 13 os países que participaram neste concurso europeu. Durante o mês de Fevereiro, todos puderam escolher a sua árvore preferida através de um sistema de votação on-line em https://www.treeoftheyear. org. Enquanto a votação foi pública deu

Maria Luísa Francisco e Nuno Calado na Cerimónia de Entrega do Prémio de Árvore Europeia do Ano 2018 para verificar que Portugal ia à frente no número de votos, depois na última semana a votação foi secreta. Na Cerimónia estavam aproximadamente 150 pessoas. Eramos cerca

Entrega do Prémio da Árvore Europeia do Ano 2018 a Portugal O concurso da Árvore Europeia do Ano surgiu no ano de 2011 e foi inspirado no popular concurso checo Árvore do Ano, organizado pela Czech Environmental Partnership

de 12 portugueses, incluindo alguns deputados europeus. Creio que todos imaginávamos e desejávamos que a árvore portuguesa fosse a vencedora. Teve mais 4.286 votos do que a árvore espanhola que ficou em 2º lugar. Nós, naturalmente, batemos palmas, mas ficamos recatados e emocionados em modo poema!

'Sobreiro Assobiador' com 234 anos, árvore vencedora do concurso europeu

O vídeo da Cerimónia de entrega do prémio pode ser visto em https:// www.treeoftheyear.org/ETY-2018/results.aspx Os resultados da votação foram: 26.606 votos para o sobreiro português, seguido de 22.323 votos para os Ulmeiros ancestrais de Cabeza Buey, Espanha, e em terceiro lugar com 21.884 votos o Carvalho chamado “O Ancião das Florestas de Belgorod”, da Federação Russa. O Sobreiro plantado em 1783, deve o nome "Assobiador" ao som originado pelas inúmeras aves que pousam nos seus ramos. O Sobreiro monumental de Águas de Moura, também conhecido como “casamenteiro”, tem mais de 16 metros de altura, um perímetro superior a 5 metros na base e uma copa impressionante, que alberga muitas espécies de aves. Esta árvore, desde 1820, foi descortiçada mais de vinte

vezes e o descortiçamento de 1991 resultou em 1.200 quilos de cortiça (produção de 100 mil rolhas), o que lhe valeu o reconhecimento como o “sobreiro mais produtivo do mundo”. Quem recebeu o original troféu de madeira, que passa de vencedor em vencedor a cada ano, foi Nuno Calado secretário-geral da União da Floresta Mediterrânica, tendo referido que: “Estamos extremamente felizes em trazer reconhecimento a Portugal, através do concurso ‘European Tree of the Year’. Este sobreiro representa um enorme contributo para a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas, a luta contra as alterações climáticas, além da contribuição para a economia portuguesa”. E acrescentou ainda que “o futuro dos sobreiros e dos Montados depende dos produtores agroflorestais, da escolha do consumidor por vinhos com rolhas de cortiça e de políticas públicas que possam promover elevados níveis de biodiversidade e actividades económicas sustentáveis”. De facto, Portugal é o maior produtor mundial de cortiça. Este produto tem um papel importante aos vários níveis acima referidos, mas também na promoção turística, inclusivamente existem rotas da cortiça que atraem muitos visitantes, nomeadamente no Algarve, Alentejo, Douro e Vouga. A cortiça é uma imagem de marca de Portugal, com produtos de excelência feitos nesta matéria-prima. Para além de serem exportados para diversos países, são amplamente vendidos em quase todas as cidades e vilas portuguesas. A cortiça está hoje em praticamente todo o lado: no design, na joalharia, no calçado, na arquitetura, no vestuário e até na indústria aeroespacial. O sobreiro é uma árvore que se regenera, que se renova a cada nove anos. Não é necessário cortar, pois naturalmente vai gerando mais cortiça. Acredito que Portugal voltará a candidatar-se no próximo ano, pois existem árvores muito especiais no nosso país. Este tipo de concurso permite destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, com enfoque para a sua história e para a sua ligação com as populações. As árvores são parte da paisagem e da vida das comunidades. Devem ser respeitadas e não tornadas em lenha, como está a acontecer com centenas de oliveiras, sobreiras e alfarrobeiras, muitas seculares, sem respeito pela história e pela vida que representam. Parabéns a Portugal e a todas as árvores silenciosas… algumas são a minha inspiração e o meu poema de cada dia…


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Núcleo Oriental da Necrópole Megalítica de Alcalar: 20 anos de socialização do património arqueológico ELENA MORÁN

Ficha técnica: Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Artes visuais: Saul de Jesus • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho

lena Morán

• Espaço AGECAL: Jorge Queiroz

Arqueóloga, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) / Câmara Municipal de Lagos

O assentamento pré-histórico de Alcalar está situado no Município de Portimão, num território que inclui a zona lagunar do Alvor e que é delimitado a norte pela Serra de Monchique e a sul pela Baía de Lagos. Neste local desenvolveu-se, ao longo do 3.º milénio antes da nossa era, um aglomerado populacional de grandes dimensões (superior a 25 hectares) constituído por uma área habitacional e uma necrópole com vários agrupamentos de túmulos megalíticos e respetivas áreas cerimoniais. A partir da década de 1980 teve início o Projeto Alcalar, de pesquisa arqueológica programada, visando a produção de conhecimento sobre este assentamento pré-histórico. Na década de 1990, mercê de um acordo de cooperação entre a Secretaria de Estado do Turismo e o então Instituto Português do Património Arquitetónico, foi lançado o Programa «Itinerários Arqueológicos do Alentejo e do Algarve», que constituiu um incentivo para a investigação e valorização dos monumentos megalíticos de Alcalar. A partir de 1997, a operação incidiu mais concretamente no agrupamento oriental da necrópole e incluiu o estudo e a reabilitação do Monumento 7, a construção de um centro de receção de visitantes e a musealização, com arranjo paisagístico, da área visitável, contribuindo para a compreensão deste legado e para a interpretação da paisagem cultural no 3.º milénio antes da nossa era, com uma melhor gestão dos recursos culturais, em prol de um desenvolvimento turístico sustentável.

• Espaço ao Património: Isabel Soares • Filosofia dia-a-dia: Maria João Neves

Agrupamento oriental da necrópole megalítica de Alcalar. Em primeiro plano o Monumento 9 com a praceta cerimonial, em segundo plano o Monumento 7 Com a abertura ao público do Monumento 7 já reabilitado, no ano 2000, a partilha dos resultados obtidos pelo Projeto Alcalar, com palestras e visitas comentadas, edição de artigos divulgativos e científicos, de roteiros e de estudos monográficos e, mais recentemente e em colaboração com o Museu de Portimão, sintetizando o conhecimento produzido na

atividade “Um Dia na Pré-História”, consolidou-se o processo de socialização do conhecimento científico. A continuação do Projeto Alcalar, com cofinanciamento de fundos comunitários, permitiu investigar também o Monumento 9, e desvendar a sofisticação da arquitetura pré-histórica dos dois edifícios funerários desse agrupamento. Ficou demonstrado o plaR. SOARES

Arqueologia experimental em Alcalar: elaboração de cerveja

neamento arquitetónico do espaço, num projeto que integrou os túmulos e o espaço cerimonial conexo, com uma evidente intervenção na paisagem, destinando o espaço exterior à congregação social e perpetuando a memória destes locais, frequentados ao longo de pelo menos 1500 anos. Ainda que os constrangimentos económicos na área da cultura tenham penalizado o Projeto Alcalar, foi agora possível, passados 20 anos, completar (em 2017) o processo de pesquisa e concluir a valorização do agrupamento oriental da necrópole e da intervenção para a sua requalificação e abertura ao público. Estando em preparação a edição monográfica da investigação do Monumento 9. Este túmulo, de dimensão reduzida comparativamente ao vizinho Monumento 7 e de cronologia mais recente, é demonstrativo do protagonismo do espaço cerimonial exterior: na construção de um “adro”, uma praceta onde se conservaram restos dos momentos de reunião e de partilha comunitária. A importância do espaço cerimonial aumenta quando comparada com a reduzida dimensão do túmulo de pedra calcária, delimitado por um muro de contenção periférica construído em alvenaria de calcário e arenito amarelo. Nestes 20 anos, a investigação científica também

produziu conhecimento sobre as arquiteturas da área habitacional, a produção dos solos e a evolução na ocupação do território (faseada em cinco grandes períodos, entre o 5.º e o 2.º milénio antes da nossa era), aproximando-nos das práticas sociais. Conhecimento que, numa política de patrimonialização e proteção dos bens culturais, proporcionou os fundamentos para a salvaguarda do assentamento de Alcalar através da ampliação da sua classificação como Monumento Nacional à totalidade dos vestígios e o estabelecimento de uma zona de proteção. No próximo dia 14 de abril, dia em que os republicanos espanhóis saúdam a República, daremos por concluída a intervenção de terreno no agrupamento oriental da necrópole megalítica de Alcalar iniciada há 20 anos, abrindo ao público o Monumento 9 reabilitado. Abre-se agora uma nova etapa na investigação deste território, procurando dar protagonismo aos recursos abióticos e às novas formas de socializar o conhecimento. Nesta data brindaremos todos com a cerveja “ALCALAR”, na sua versão comercial, resultado de um processo de transferência de conhecimento e inovação: da cooperação entre os investigadores do Projeto Alcalar, com os seus estudos de paleoetnobotânica e de produção de solos, e os artesãos da Quinta dos Avós.

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista • Letras e literatura: Paulo Serra • Missão Cultura: Direcção Regional de Cultura do Algarve • Na Ágora: Adriana Nogueira • What ever happened to... Pedro Jubilot • Reflexões sobre urbanismo: Teresa Correia Colaboradores desta edição: Carlos Cruz, Elena Morán Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com on-line em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: https://pt-pt.facebook.com/postaldoalgarve/ Tiragem: 7.356 exemplares


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ened to dia jogou borda fora tudo o que tinha escrito. Agora voltou à literatura com o livro ‘AEVUM’. O próprio autor faz a analogia da edição deste conto com os discos, dizendo tratar-se como que de um EP, o qual se juntando a outros, poderá formar um LP mais uniforme, revelador, completo, no que já traz de aliciantes pistas narrativas e temáticas. A leitura pode comprová-lo. «Sentiu que vira o ocaso do universo. Um registo prévio a qualquer memória, que impediu a existência de ser mais que uma remota sensação».

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pedromalves2014@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt

... Desidério Lázaro Teve um filho, escreveu música para vários discos, plantou uma editora (Sintoma Records). Embora Lisboa seja a eterna capital de sonhos e aprendizagens, o centro nevrálgico de experiências e experimentações, o palco mais visível para pautas e sons, o músico/ compositor tem o desiderato de voltar à sua terra natal. A fuga para o sul, esse espaço aberto mas íntimo, que continua a ser o sempre abrangente horizonte de inspiração azul sem fim. Na capa (um passadiço de acesso ao areal de uma praia) do recente disco ‘Moving’, o saxofonista tavirense desloca-se para um novo nível, levando o filho pela mão, como quem leva a sua obra a crescer para o futuro. Toca a 2 de junho (22h) no Ciclo Serões da Primavera, na Casa do Povo de Santo Estevão, Tavira.

sente um número já residual de exemplares necessitando para sua sobrevivência de ser compreendido, vivido e acarinhado; estudado e divulgado.».

... Joana Rosa Bragança Qualquer artista é um produtor de personagens e ambientes, um criador de sonhos e exposições. E ele há artistas que se sobrepõem em carácter e imagem pública à sua própria obra, mesmo se em detrimento dessa ou não. No caso de JRB, na sua timidez natural, ela dá mais espaço e visibilidade ao que pensa ser mais importante na sua arte - a sua expressão artística, que importa mais que a popularidade, tal como se define nestes dias. Não gosta de grandes discursos e apresentações ou de falar muito de si e explicar a sua obra, que temos de concordar, fala por si, e bem. A acompanhar em joanarosab.com .

FOTOS: D.R.

... Filipe da Palma

... Artur Aleixo

AGENDAR

Depois de terminada essa experiência inigualável, impagável que é ser editor de música pop, que viveu entre 2010-2016 com a LebensStrasse Records, Artur Aleixo continua agora pelas bandas do Algarve, de sotavento a barlavento, numa outra missão também ela nobre, desgastante e pouco reconhecida – é professor do ensino básico. Mas esse vício de arriscar, não o deixa. Um

Costuma dizer que basta o céu se abrir de azul para o impelir a sair à rua de máquina em riste e captar o que é o ‘Algarve’, com o que tem de positivo e negativo. A verdade está lá fora. A vida como ela é. Daí desenvolve as séries de composições que vai apresentar na exposição que inaugura a 13 de Abril, pelas 18 horas, na Galeria da Casa Álvaro de Campos – Tavira (rua da galeria, 9-C, junto à igreja da misericórdia). São: «Composições de imagens que remetem para uma recolha fotográfica de elementos ainda pulsantes, ainda tangíveis, de uma certa Arquitectura produzida na região Algarvia. Composições temáticas que se caracterizam pela unicidade de cada elemento, erigidos ao longo de todo o território, durante décadas, marcando-o de forma indelével com suas formas, cores e ostentação. Composições de conjuntos temáticos de um património que não sendo reconhecido enquanto tal, tem nestes resilientes vestígios o testemunho não somente de o ser mas de existir ainda, contrariando as tendências com que se vai revestindo o conceito Património. Composições cujo conteúdo - por se constituir em matéria e orgânico legado - se relacionado com um passado recente nos oferece no pre-

... João de Deus Nasceu a 8 de Março de 1830, na terra algarvia de São Bartolomeu de Messines, como filho de modestos comerciantes aquele que viria a ser considerado o poeta do amor: «Vi esse corpo de ave,/ Que parece que vai/ Levado como o Sol ou como a Lua/ Sem encontrar beleza igual à sua; /Majestoso e suave, Que surpreende e atrai!» (Adoração). Mas a sua obra mais conhecida viria a ser a Cartilha Maternal (1886), destinada a ajudar a aprendizagem da Arte de Leitura, onde demonstra a sua sensibilidade para com os problemas da educação: «(…)offerecemos neste systema profundamente prático o meio de evitar a seus filhos o flagello da cartilha tradicional.» (Cartilha Maternal). Para isso muito terá contribuído o sonho tornado real na vida do poeta nascido no Algarve, de um país onde o analfabetismo era uma tragédia.

“PINTURA DE VITALIY MANICH” Até 20 ABR | EMARP - Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão Vitaliy Manich desde 2001 que reside e trabalha em Portugal como artista plástico, decorador de interiores e oleiro

... João Miguel Pereira / Pedro Oliveira Tavares A dupla regressa aos livros em comum, agora com ‘Ruas’ (Arandis Editora), e desta vez em prosa muito poética apresentam um roteiro de impressões, vivências ficcionadas ou não, nas suas variantes mais sentimentais ou apenas de constatação material ou física. Dos textos introdutórios destapam-se aqui dois pequenos apontamentos para criar a expectativa da leitura, até ao lançamento do livro a realizar no dia 21 de Abril (16h), na Biblioteca Municipal Vicente Campinas em Vila Real De Santo António. Escreve Manuel Neto dos Santos: «Se, no plano geral da escrita, João Miguel Pereira faz “incursão” rumo ao universal... partindo da sua postura cívica, ética, cultural, Pedro Oliveira Tavares remete-nos para a sua “convivência” com materialidade da linguagem física estabelecendo a relação interior com os afectos, com o amor, ou antes com a desilusão pelas azinhagas de um sonho.»; Refere ainda Fernando Cabrita: «Um livro que é, pois, e simultaneamente, um exercício de memória, de ficção e de literatura. E que cada um, lendo-o, encontre, a cada texto, a rua que traz para sempre no seu coração.»

“CONCERTO IBERIA” 6 ABR | 21.00 | Auditório Municipal de Lagoa Um dos momentos altos do evento será a interpretação do ‘Concierto de Aranjuez’, de Joaquín Rodrigo, pela guitarrista francesa Gaëlle Solal


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Que personagem da literatura seríamos? FOTOS: D.R.

driana ogueira

Classicista; Professora da Univ. do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com

Há uns anos (em 2006), vi um filme que achei muito interessante. Chamava-se Stranger Than Fiction, no original, e foi traduzido como Contado Ninguém Acredita. Classificado como comédia dramática, vemos Will Ferrell no papel de um agente do IRS (serviço fundamental nos EUA. Não nos esqueçamos que o gangster Al Capone não foi preso pelos assassinatos que cometeu, mas por fraude fiscal), que ouve uma voz (Emma Thompson) que narra, literalmente, cada momento da sua vida. Preocupado (porque a voz lhe diz que ele vai morrer, mas não sabe ainda co-

um teste, com várias perguntas, de modo a tentar perceber que tipo de personagem ele é e em que história ele está. A primeira pergunta é: «Alguém lhe deixou um presente à porta de sua casa, por exemplo, dinheiro, um enorme cavalo em madeira?». Depois, continua com outras do género: «É rei de alguma coisa?», «Sente que o seu corpo é feito de outros materiais?». Por fim, explica que, com aquelas perguntas, já o excluiu de metade da literatura grega, de vários contos de fadas, e assim por diante, e já sabe que ele não é Hamlet, nem Miss Marple, nem o monstro de Frankestein. Durante o filme, vão tentando perceber se a vida dele é uma comédia ou uma tragédia. Deixo a descoberta do final para quem quiser ver o filme. O que me fez recordar este episódio foram os testes que correm na internet (principalmente no Facebook), em que as pessoas obtêm respostas a perguntas deste género: «Adivinhe que personagem da Literatura você é» ou «Adivinhe que deus(a) da mitologia você é», e as-

Póster do filme grego Antigone, com Irene Papas mo), procura saber o que lhe está a acontecer, e, a um dado momento, vai ter com um professor de literatura (Dustin Hoffman) que lhe faz

sim por diante. E as perguntas a que se tem de responder são do mesmo tipo das que aparecem no filme, mas muito menos sofisticadas. Por

exemplo: «a) Gosta de ficar em casa à espera do seu marido? b) Gosta de sair com as amigas para caçar? c) Gosta de seduzir e engana o seu marido?». Como resultado destas e de outras (costumam vir em grupos de 10), seremos a) Penélope, a esposa que esperou vinte anos pelo marido, Odisseu, no regresso da Guerra de Troia; b) Ártemis (Diana), a deusa da caça; c) Afrodite (Vénus), a deusa do amor, que enganava o marido, o deus do fogo, Hefesto (Vulcano). A tragédia de Antígona A verdade é que muitas das personagens da literatura nos fazem pensar no que faríamos na mesma situação em que elas se encontram. Interessam-me, especialmente, as da literatura grega, nomeadamente as que aparecem nas tragédias. Quem me conhece sabe que a minha preferida é a Antígona. São várias as razões desta preferência, mas nomeio apenas algumas: o facto de ser mulher, de ser jovem, de opor-se a um poder instituído e tirânico. Pode parecer de pouca monta, mas considerando que estamos a falar de mitologia grega (a minha fonte é a versão de Sófocles, do séc. V a.C., na tradução de M.H. Rocha Pereira), é bastante. Antígona é confrontada com um decreto do rei, seu tio materno, que condena à morte quem sepultar o corpo do seu sobrinho Polinices, que morrera a lutar contra a cidade. Entre a decisão de deixar o corpo do irmão a apodrecer ou sepultá-lo, com risco da sua própria vida, Antígona opta por esta última atitude. A irmã, a quem ela revelara os seus intentos, é mais realista. Consciente de quem vem de uma família trágica (são filhas do rei Édipo e de Jocasta, que, para além de marido e mulher, eram, sem o saber, filho e mãe), Ismena declara: «E agora, que só restamos nós as duas, vê lá de que maneira ainda pior acabaremos, se, contra a lei, vamos transgredir o édito dos soberanos ou o seu poder. Pelo contrário, é preciso lembrarmo-nos de que nascemos para ser mulheres, e não para combater com os homens, e, em seguida, que somos governadas pelos mais poderosos, de modo que nos submetemos a isso, e a coisas mais dolorosas. Por isso rogo aos que estão debaixo da terra que tenham mercê, visto que sou constrangida, e obedeço aos que caminham na senda do poder. Actuar em vão é coisa que não faz sentido» (vv. 58-68). Quem seríamos? Antígona não insiste com a irmã (aliás, mais tarde, quando é denunciada e levada perante o rei, recusa a ajuda de Ismena, que se acusa de, igualmente, culpada – vv. 536-7) e

Capa do DVD do filme Contado Ninguém Acredita leva a sua avante, porque acredita que faz o que está certo, de acordo com a sua crença de uma vida depois da morte: «Para mim, é belo morrer por executar esse acto (…) já que é mais longo o tempo em que devo agradar aos que estão no além do que aos que estão aqui. É lá que ficarei para sempre» (vv. 72; 74-6). As razões de Ismena não ecoam na sua lógica e na sua emoção: ser mulher não é razão para não se opor aos homens, nem tem de se submeter aos poderosos. É verdade que não vai feliz para a morte e lamenta a sua sorte – quem não lamentaria? – mas não recua. O namorado (seu primo, porque filho do rei) tenta argumentar com o pai, mas este não o ouve. É outro dos passos mais interessantes desta peça. Quando o filho diz que a cidade («o povo unido de Tebas») não acha justo o que está a fazer, dá-se este diálogo (vv.733-739): CREONTE - E a cidade é que vai prescrever-me o que devo ordenar? HÉMON - Vês? Falas como se fosses uma criança. CREONTE - É portanto a outro, e não a mim, que compete governar este país? HÉMON - Não há Estado algum que seja pertença de um só homem. CREONTE - Acaso não se deve entender que o Estado é de quem manda? HÉMON - Mandarias muito bem

sozinho numa terra que fosse deserta. Há ainda outra personagem que contribui para o desfecho fatal: o Guarda que vê Antígona a cobrir o corpo do irmão com terra e a denuncia. Não porque não a compreenda ou não tenha pena, mas porque, contrariamente a Antígona, tem medo do poder e considera o bem-estar individual um bem superior a estes valores. Quando a leva ao rei (que o ameaçara que seria ele o castigado se não encontrasse quem andava a tapar o corpo), diz: «Acusámo-la das acções passadas e presentes; não negou coisa alguma, com prazer e pena minha, ao mesmo tempo. Porque isto de uma pessoa escapar de uma calamidade é o melhor que há; mas é penoso levar à ruína aqueles que se estimam. Porém, tudo vale menos para mim do que a minha própria salvação.» (vv. 434-440). Que personagem seríamos nós? Antígona, que morre pelo que acredita? Hémon, solidário, que morre com ela? Ismena, que tem medo, mas que no final ganha coragem e solidariza-se? Ou o Guarda, que faz tudo para se salvar? Ou Creonte, que provoca esta tragédia por não ouvir os outros? E, afinal, seria tão simples, como diz o Coro: «Para ser feliz, bom-senso é mais que tudo».


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