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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

5 de agosto de 2022

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GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt

Em destaque AEROPORTO DE BEJA como alternativa a Lisboa ou FARO tem de ser “TOMADA JÁ”

Um professor da Universidade do Algarve defende que a opção de Beja, como alternativa, tem de ser “tomada já” para não se correr o risco de perder o acesso aos fundos europeus. P3

“O Algarve em ferrovia é um desastre”

A associação SEDES veio a Portimão defender um maior aposte na ferrovia P7

Festival dos Piratas já está a decorrer em Olhão

ENTREVISTA CRISTÓVÃO NORTE ANTECIPA FESTA DO PONTAL

Vou na expetativa de saber se o PSD mudou

E ainda a Opinião

▶ A rentrée é uma oportunidade a não esbanjar ▶ Luís Montenegro é uma pessoa capaz e prepa- PERCEPÇÕES… rada ▶ O desinvestimento do Estado na dessalinização e no Hospital Central do Algarve revelam E REALIDADES desinteresse político ▶ O Algarve é um parente pobre do poder central ▶ Regionalização sim, ➡ Arte ou vandalismo ➡ RegionalizaNÃO mas com meios e competências correspondentes ▶ O CHEGA é demasiado diferente do PSD ➡ Vira o disco... P8 e 9

“COMER, BEBER E DESFRUTAR”, NUMA ALDEIA PERTO DE SI!

Após dois anos, é o regresso dos momentos de magia e fantasia em ambiente divertido. P24

Por Mendes Bota P22

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas

A Falta de Água: "A água lava tudo, menos as más acções"

➡ Por Elidérico Viegas

Alojamento da UAlg vai ter capacidade para 844 camas

P22

TRIBUNA PARLAMENTAR

A produção artística e o património como identidade e economia

A Universidade do Algarve (UAlg) deverá até 2024 aumentar a sua capacidade de alojamento estudantil de 552 para 844 camas com a construção de duas novas residências e a requalificação de seis já existentes. P11

➡ Por Luís Graça

Líderes políticos de férias no Algarve

Agosto é mês de eleição para férias no Algarve. Saiba quais são os livros que os nossos políticos levam para Sul na bagagem. P10

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MERCEARIA DA ALDEIA Para além dos sabores únicos que ali dão a provar, existe uma atmosfera de afetos que, por vezes, só mesmo à mesa das nossas

casas conseguimos experienciar! Mas a “Mercearia” é isto, porque tem uma família encantadora por detrás dela: a Maria João, o marido José Soares e um

pequenote de nome David que, inesperadamente, a título de cumprimento, nos envolveu num abraço terno e feliz! P12 e 13

PAULO SERRA

As Pessoas Invisíveis, de José Carlos Barros A Ilha das Árvores Desaparecidas, de Elif Shafak MARIA JOÃO NEVES

Os 5 Elementos e os 7 chacras PAULO LARCHER

O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: Conceição, Luz e Fuzeta CS16

P2

O presidente do ICNF que não concerte, não tem conserto

➡ Por Luís Gomes

P2

JORGE QUEIROZ

CS18 e 19

Migrações, questão cultural

CS17

VITOR MARTINS CS15

A Arte da Atração

CS17

SAÚL NEVES DE JESUS

Pode a proximidade do mar inspirar a produção artística?

CS14


2 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO

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OPINIÃO TRIBUNA PARLAMENTAR

Luís Graça

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Tiragem desta edição

14.258 exemplares

TRIBUNA PARLAMENTAR

Luís Gomes

Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO

A produção artística e o património como identidade e economia

A

economia de mercado e a globalização deslocaram a produção cultural para um lugar singular no mundo contemporâneo. O acesso cada vez mais fácil aos bens de consumo incentivou simultaneamente uma geração cada vez mais academicamente preparada a um crescente desejo de acesso aos bens culturais, fazendo com que os múltiplos sistemas de criação artística ganhassem, eles próprios, uma dimensão económica e social cada vez mais relevante.

É uma forma diferente de dar-nos a ver e a conhecer Quando Pedro Cabrita Reis leva ao Louvre a cortiça portuguesa corporizada nas “três graças”, o encenador Tiago Rodrigues deixa o Teatro Nacional D. Maria para abraçar a direção do Festival D’Avignon, Marcelino Sambé é escolhido para bailarino principal do Royal Ballet de Londres ou quando Lídia Jorge é eleita a autora da Feira Internacional de Guadalajara, é toda uma dimensão criativa, de saber e experiências, de convivências e conhecimento que acumulando gerações e gerações de símbolos culturais, tangíveis e intangíveis, expressam a identidade de um povo e de um território, conferindo-lhe notoriedade e reconhecimento. Tal como nas últimas décadas, se fez com o ambiente e a necessidade da sua preservação matéria transversal a todas as áreas do desenvolvimento humano e mais recentemente se incorporou a ciência e a investigação como áreas decisivas para a modernização da economia e o crescimento do país também a política cultural deve ser incorporada em todas as áreas do progresso social. Tal desígnio é particularmente importante para o Algarve onde a oferta turística do descanso e lazer muito assente no sol, praia e golfe pode ganhar

uma nova dimensão e competitividade com a introdução do conceito de conhecimento e descoberta da história, da arte, do património, das tradições, dos costumes e dos hábitos. Isto é, uma forma diferente de dar-nos a ver e a conhecer através da cultura e da natureza que implique a valorização da criatividade artística e a proteção do património cultural e natural que nos identifica e singulariza. O programa cultura em rede, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve em parceria com os municípios que já mobiliza 800 mil euros para a programação cultural, o “novo” Museu Municipal de Lagos “Dr. José Formosinho”, a conclusão da museulização da Fortaleza de Sagres e o novo centro interpretativo dos descobrimentos, o projecto “lavrar o Mar”, o “novo” Cineteatro António Pinheiro, em Tavira, são alguns dos projetos que foram apoiados nos últimos anos e que vão no sentido de dotar o Algarve de equipamentos e programação cultural de relevo. O próximo ciclo de apoios comunitários deve ser a oportunidade de dar um novo impulso a este rumo desde logo com a valorização da impar criatividade artística do LAC, em Lagos, e da 289 em Faro e a sua relação com o curso de artes visuais da Universidade do Algarve e o contributo para a dinamização da arte contemporânea no Algarve, os projectos TASA e Loulé Criativo, o quarteirão cultural em Loulé, a recuperação da antiga fábrica da cerveja, na cidade velha de Faro, o Museu do Mar em Olhão, a valorização do castelo de Aljezur e do Rabat da Arrifana, são apenas alguns dos projectos que podem contribuir para dar corpo a uma oferta turística regional de conhecimento e descoberta cultural se conseguirmos trabalhar em rede somando aos fundos comunitários e aos apoios nacionais uma crescente valorização da cultura nas políticas e da sua representação nos orçamentos dos nossos municípios. luis.graca@ps.parlamento.pt

Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO

O presidente do ICNF que não concerte, não tem conserto

A

inda a propósito do tema dos incêndios, no último artigo que escrevi terminei da seguinte forma: “Portugal precisa de uma política de ordenamento do território que seja coerente, prática e que esteja interligada com a política económica. Este casamento nunca foi feito, por isso é que talvez andemos tão divorciados do crescimento nas últimas décadas”. Nem mais! Foi suficiente uma semana para colocar a nu, o verdadeiro problema de que estamos a falar.

Este presidente do ICNF desrespeitou o poder local e, consequentemente, milhares de autarcas que conhecem os seus territórios como ninguém. Estes serviçais da causa pública, e muitos fazem-no a título gratuito, devem necessariamente serem incluídos na definição das políticas públicas, porque têm de representar a identidade dos territórios, os anseios das suas gentes e as suas preocupações. Que é justamente o oposto do entendimento do presidente do ICNF, que concertar significa fazer um frete, martelar crité-

Foi suficiente uma semana para colocar a nu, o verdadeiro problema No quadro da audição parlamentar com o secretário de Estado das Florestas e o presidente do Instituto da conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a propósito das cartas de perigosidade, os deputados confrontaram o membro do Governo quanto ao facto de as cartas de perigosidade, entretanto suspensas pelo governo, não terem envolvido os autarcas na sua elaboração. Quando confrontado com essa circunstância, o presidente do ICNF prontamente referiu que “é verdade que estas cartas não foram concertadas com os autarcas” e que “provavelmente os senhores deputados não quereriam que se concertasse com os autarcas” (!). Concertar significa harmonizar, estabelecer entendimentos. Concertar constitui um valor que deve dispor qualquer um que gira uma qualquer entidade, e ainda mais a coisa pública! Um bom gestor estabelece consensos, articula, chega a entendimentos, enfim... O que sei é que naturalmente uma pessoa que não esteja preparada para concertar, não tem conserto para ocupar lugares públicos de relevância, não está preparada para governar de forma inclusiva, aberta e dialogante.

rios, etc. .... É esta a diferença que nos separa! É esta postura na administração pública que tem de ser combatida, pelo que, não obstante as condições conjunturais e estruturais que potenciam a ocorrência de fogos florestais, este posicionamento de alguns dirigentes acelera, ainda mais, a probabilidade de o combate aos incêndios correr mal. É preciso relembrar que este presidente do ICNF, foi o causador da solução gizada pelo Estado que levou à trapalhada da suspensão das cartas de perigosidade que afinal não serviam, que é o responsável pelos milhares de hectares de áreas pertencentes ao Estado que estão completamente abandonados, sem política florestal, e é o que na audição parlamentar acabou por afirmar que não tinha nada que concertar com os autarcas. Estas declarações foram proferidas nas “barbas” do secretário de Estado, que só o manterá se não tiver responsabilidade institucional e se, por alguma razão, não tiver a coragem e o sentido de responsabilidade para o fazer. E se tal acontecer também não terá condições para se manter no Governo. lfgomes@psd.parlamento.pt PUB.


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REGIÃO ANA DIZ QUE FALTAM ACESSIBILIDADES PARA AS COMPANHIAS AÉREA

Decisão do Aeroporto de Beja como alternativa a Lisboa ou Faro tem de ser “tomada já” - É a opção mais barata e rápida

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professor catedrático da Universidade do Algarve Manuel Tão, é especialista em transportes e defende que a opção do Aeroporto de Beja, como alternativa a Lisboa ou Faro, tem de ser “tomada já” para não se correr o risco de perder o acesso aos fundos europeus. Segundo disse ao “Diário do Alentejo”, o aeroporto de Beja pode ficar a 75 minutos de Lisboa e ser complementar à Portela, sendo o custo “menos de um quarto daquilo que, recentemente, a Vinci admitiu investir na transformação da base aérea do Montijo”. O especialista em transportes e planeamento regional estima que um “pacote integrado” que inclua a finalização da A26, a eletrificação da linha do Alentejo na totalidade e o novo ramal de ligação ao aeroporto de Beja custaria cerca de 400 milhões de euros, “comparticipados a 80 por cento pelos fundos europeus”, o que significa que a comparticipação nacional não ultrapassaria os 80 milhões. Assim, não só se resolveria a curto prazo a insuficiência da infraestrutura lisboeta, como se “asseguraria a ligação ao Aeroporto de Faro, que dentro de uma década também ficará congestionado”, garante Manuel Tão. “A solução Montijo é uma aberração”, diz o professor catedrático da Universidade do Algarve, que avisa: “é preciso avançar já com os projetos”, devido à possibilidade do

FOTO D.R.

do que acontece com Beauvais, em Paris, uma alternativa para os voos low cost: “quem escolhe essa forma de viajar valoriza o preço em vez do tempo. Ninguém se importaria de demorar mais uma ou duas horas para chegar ao hotel”, conclui Manuel Tão. Segundo Pedro do Carmo, o Aeroporto de Beja “dispõe de um terminal de passageiros, de carga e de manutenção de aeronaves”, estando “preparado para receber todo o tipo de operações com um elevado nível de eficiência” e está “diretamente” ligado “à vasta rede de autoestradas que liga a cidade de Beja a todos os pontos do país”.

“enriquecimento estatístico”, da região, a breve prazo, poder perder a majoração em relação aos fundos europeus recebidos. Alcochete “nunca estará construído antes de 2032. Precisamos de uma solução intermédia que resolva o assunto entretanto” e essa solução é Beja que “pode ficar operacional no prazo de 48 meses”. Com a melhoria da ligação ferroviária, e “sem a necessidade de uma nova travessia do Tejo”, Beja ficaria a 75 minutos da capital com comboios com capacidade para atingir os 200 quilómetros por hora. “Não digo com isto que a A26 não seja necessária, mas a ligação por comboio tem outra escola e oferece outro conforto e menos tempo de viagem”.

Deputado do PS sensibiliza três ‘low cost’ para utilizarem Aeroporto de Beja Também, recentemente, o deputado do PS Pedro do Carmo, eleito pelo círculo de Beja, escreveu às administrações das três companhias aéreas ‘low cost’ Ryanair, EasyJet e Transavia com o objetivo de “sensibilizá-los” para a utilização do Aeroporto de Beja “como alternativa” a Lisboa ou Faro. Para Pedro do Carmo, o Aeroporto de Beja pode ainda não ser uma alternativa, mas já pode ser “complementar aos aeroportos de Lisboa e de Faro neste período de época ‘alta’, em que os nossos aeroportos estão esgotados”, acrescentou.

O deputado do PS defende que o Aeroporto de Beja seja utilizado como “alternativa” aos de Lisboa e Faro, dando exemplos como os dos aeroportos de Frankfurt Hahn e Munich West (ambos na Alemanha) ou Oslo (Noruega), todos a mais de uma centena de quilómetros do destino final. Já o Aeroporto de Beja “fica a 181 quilómetros do Marquês de Pombal, em Lisboa”, ou 150 de Faro, Portimão ou de Tavira, 140 kms de Loulé ou a menos de 130 kms de Albufeira, ou ainda, entre 90 a 120 kms da região Baixo Guadiana (Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António). Para o especialista da Universidade do Algarve, isso é importante, porque Beja poderia ser, à semelhança

Faltam ainda acessibilidades para as companhias aérea As companhias de aviação – que têm visitado o aeroporto a convite da ANA – não têm manifestado interesse em usar esta plataforma, uma vez que as acessibilidades a Lisboa, ou mesmo a Faro, não dão atualmente garantias de escoamento. No entanto, o POSTAL sabe que o projeto inicial do aeroporto está ainda a um terço, mas que está previsto, para breve, a ANA avançar com mais uma placa de estacionamento para aeronaves e mais sete hangares – dois dos quais para a Mesa, empresa que já opera na infraestrutura. A capacidade atual do aeroporto, em termos de passageiros, é de 500 pessoas por hora, o equivalente 1,5 milhões por ano. PUB.


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REGIÃO

Em destaque 12 SACAS DE ALFARROBA FURTADA EM ALMANCIL A GNR identificou, esta segunda-feira, seis homens com idades compreendidas entre os 20 e os 62 anos por furto e apreendeu 12 sacas com 360 quilos de alfarroba, na freguesia de Almancil. Após uma denúncia por furto de alfarroba no interior de um propriedade, os militares detetaram “os suspeitos com cerca de 360 quilos de alfarroba, com um valor estimado de 900 euros”. “No decurso da ação policial, os seis homens foram constituídos arguidos e o material recuperado foi entregue ao seu legítimo proprietário”, avança a GNR em comunicado. Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Loulé.

DETIDOS POR TRÁFICO DE DROGA EM ALBUFEIRA A GNR de Albufeira deteve esta segunda-feira dois homens, de 21 e 26 anos, por tráfico de estupefacientes, no concelho de Albufeira. Durante uma ação de patrulhamento, os militares abordaram “uma viatura em que os seus ocupantes demonstraram um comportamento suspeito, pelo que foi realizada uma revista pessoal de segurança aos suspeitos e uma busca sumária ao veículo”. Na ação, as autoridades apreenderam 18 doses de canábis, 6 doses de cocaína, 3 doses de haxixe e 2.215 euros em numerário. Os detidos foram constituídos arguidos e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Albufeira.

ARMA APREENDIDA E HOMEM IDENTIFICADO POR AMEAÇAR O VIZINHO EM ALCOUTIM O Comando Territorial de Faro da GNR, através do Posto Territorial de Castro Marim, apreendeu no passado sábado uma arma ilegal, no concelho de Alcoutim. Após uma denúncia que dava conta de ameaças entre vizinhos com recurso a uma arma de fogo, os militares deslocaram-se de imediato ao local, onde apuraram que “um homem de 60 anos, após uma discussão, empunhou uma arma de fogo longa e ameaçou a vítima, um outro homem de 64 anos” No decurso de diligências policias, as autoridades encontraram “a arma dissimulada entre uns arbustos, num terreno agrícola, nas proximidades. A arma foi apreendida e verificou-se que não se encontrava registada ou manifestada”. O homem de 60 anos foi identificado e os factos remetidos para o Tribunal Judicial de Vila Real de Santo António.

Portugal entre os países europeus que menos investem em investigação e desenvolvimento

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ortugal foi o nono país da União Europeia (UE) que, em 2021, mobilizou menos dotações governamentais para investigação e desenvolvimento (I&D), o equivalente a 75,6 euros por pessoa, abaixo da média comunitária de 244,3 euros, foi esta quarta-feira divulgado. Os dados foram hoje publicados pelo gabinete estatístico da UE, o Eurostat, e dão conta de que, em 2021, as dotações orçamentais governamentais de Portugal para I&D equivaleram a 75,6 euros por habitante, ainda assim acima dos 72 euros por pessoa de 2020. A média comunitária foi, em 2021, de 244,3 euros por pessoa, uma subida relativamente a 2020

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(229,8 euros) e um acréscimo de 33% em relação a 2011 (184 euros por pessoa). Por países, os Estados-membros da UE com as mais baixas do-

tações orçamentais de I&D por pessoa em 2021 foram a Roménia (19 euros), Bulgária (24,1 euros), Letónia (44,6 euros), Hungria (59,8 euros), Polónia (61,8 euros),

Lituânia (62,5 euros), Malta (68,5 euros) e a Eslováquia (71,6 euros), surgindo depois Portugal. Já as dotações mais elevadas foram registadas no Luxemburgo (689,1 euros por pessoa), seguido pela Dinamarca (530 euros) e Alemanha (470,9 euros). Em 2021, o total das dotações orçamentais governamentais para I&D em toda a UE era de 109,3 milhões de euros, o equivalente a 0,8% do PIB comunitário e um aumento de 6% em relação a 2020 (102,8 milhões de euros) e de 35% em relação a 2011 (81,1 milhões de euros). A I&D é vista como central para muitas políticas europeias e nacionais por permitir aumentar a competitividade das economias da UE.

RESERVAS ESTÃO A 40% DA CAPACIDADE TOTAL

Espanha restringe o consumo de água FOTO D.R.

A situação afeta em especial as regiões da Galiza, Andaluzia e Catalunha, mas há medidas para corte de consumo de água a serem adotadas por todo o país Os governos regionais e municípios espanhóis estão a impor cortes no consumo de água por todo país, que vive a maior seca desde 1981 e tem as reservas de água em 40,4% da capacidade. Segundo o Governo espanhol, as reservas hídricas do território continental estavam na terça-feira em 40,4% da capacidade total das albufeiras e barragens, com 22.689 hectómetros cúbicos de água armazenada, uma diminuição de 832 hectómetros cúbicos no período de uma semana. Há um ano, havia 27.092 hectómetros cúbicos armazenados e a média dos últimos dez anos são 33.595, segundo os mesmos dados oficiais. O armazenamento na terça-feira na bacia do rio Guadiana, um dos que Portugal e Espanha partilham, estava em 26,2% da capacidade total no território espanhol, um dos valores mais baixos registados no país. Já no Douro e Tejo, outros rios que cruzam os dois países, as reservas de água estavam em 43,7% e 41,5% em Espanha, respetivamente, enquanto no caso

do Minho superavam os 51%. No caso do Guadiana, os 2.490 hectómetros cúbicos de água armazenada é menos de metade da média dos últimos dez anos (5.256). No Douro, havia na segunda-feira reservas de 3.278 hectmómetros cúbicos de água na terça-feira, menos do que os 4.691 do ano passado e a média de 5.026 dos últimos dez anos. No Tejo, o armazenamento está em 4.587, quando era 4.916 há um ano e a média da última década são 5.986. O nível das reservas hídricas es-

panholas é resultado de "chuvas escassas" em todo o país, segundo o Ministério para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico, que divulga estes dados. Espanha vive este ano a maior seca desde 1981 e um verão até agora marcado por temperaturas "extremas" e três ondas de calor, segundo a agência espanhola de meteorologia (Aemet). A falta de água tem levado governos regionais e municípios de todo o país a adotar medidas de controlo do consumo, com efeitos, sobretudo, desde o início deste mês, como corte no abastecimen-

to durante horas noturnas, limites de consumo por pessoa em cada casa ou proibição de chuveiros nas praias, de lavagem de carros, regas de jardim e de encher piscinas privadas. A situação afeta em especial as regiões da Galiza, Andaluzia e Catalunha, mas há medidas para corte de consumo de água a serem adotadas por todo o país. No caso a Andaluzia, as barragens e bacias dos rios estão já abaixo da capacidade necessária para abastecer a população nos próximos meses, segundo as autoridades regionais.


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REGIÃO

Vila Real de Santo António vai avançar com investimento de €101 milhões para habitação

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Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António aprovou a Estratégia Local de Habitação (ELH), que prevê cerca de 101 milhões de euros para apoiar mais de 812 agregados familiares, disse recentemente o presidente da Câmara.

“Estamos a falar de mais de 800 agregados familiares, mais de 2.000 pessoas atingidas por estas medidas, por esta estratégia, e estamos a falar de um investimento que ronda os 100 milhões de euros, financiado em 100% pelo PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, através do programa 1.º Direito, quantificou o presidente Álvaro Araújo, em declarações à Lusa. Para o autarca, a aprovação do documento na Assembleia Municipal (AM), na passada sexta-feira, representou “um dia histórico” para Vila Real de

Santo António, que, “após anos de espera”, viu “a ELH aprovada, por unanimidade”, abrindo caminho para a sua aprovação pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e a posterior assinatura do contrato entre as duas partes e a secretaria de Estado da Habitação. Álvaro Araújo (PS) destacou “o trabalho de campo” realizado desde novembro pela empresa FNWay e pela divisão de saúde e intervenção social do município para determinar as necessidades habitacionais e o número de pessoas abrangidas, que estabeleceu como “principal prioridade a recuperação dos bairros sociais”. “E quando se fala em bairros sociais fala-se em todos os aglomerados de Vila Real de Santo António, quer sejam casas do município, quer sejam casas de particulares. São casas que estão em más condições há

muitos anos e a principal prioridade será a sua recuperação”, acrescentou o autarca. Álvaro Araújo disse que a autarquia vai também “resolver um problema” que existia com “prédios construídos em terrenos do município a custos controlados pela Unifaro, que entrou em insolvência e os bancos acabaram por executar e ficar com os prédios”. “Os bancos, por sua vez, venderam a fundos imobiliários e estes, por sua vez, já estavam a despejar pessoas dos apartamentos para vender como segunda habitação. Falou-se com IHRU, fez-se avaliação dessas casas, percebeu-se que os valores previstos pelo IHRU davam resposta às exigências dessas entidades”, esclareceu, acrescentando que são cerca de sete dezenas habitações nas quais “as pessoas vão poder continuar sem voltar a ser mais perturbadas”. Adiantou ainda

que a ELH vai “na próxima semana para o IHRU para ser validada” para “depois se poder assinar o acordo final” com o instituto e a secretaria de Estado da Habitação. “É uma data histórica, contamos aplicar todo o dinheiro que está aqui envolvido, porque temos que o fazer até meados de 2026”, advertiu, frisando que se tratam de “fundos apoiados a 100%” e que “um município que tem um passivo de 182 milhões de euros [como o de Vila Real de Santo António] não tem condições para disponibilizar quaisquer verbas para este fim e tem de agarrar ao que existe”. De acordo com o documento da ELH aprovado na AM, em causa está um total de 812 agregados (com 2.121 pessoas), 76 dos quais (227 pessoas) na freguesia de Monte Gordo, 71 (136 pessoas) na freguesia de Vila Nova de Cacela e 665 (1.758 pessoas) em Vila Real de Santo António.

Em destaque FEIRA DA SERRA DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL SUPEROU AS EXPETATIVAS E ANO DE 2019 Depois de uma paragem forçada pela pandemia, a Feira da Serra de São Brás de Alportel regressou no passado fim de semana ainda mais jovem, com mais dinâmica, mais inovação e experiências únicas que cativaram os cerca de 38.600 visitantes, numa edição que superou as expetativas e os números de 2019, comprovando o sucesso de um certame que é a grande montra do Algarve genuíno. Inaugurada no passado dia 28 de julho, numa cerimónia presidida pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, a Feira da Serra reafirmou assim a sua componente ambiental e de sensibilização para o futuro da serra e das suas gentes. Segundo a autarquia são-brasense, “um caminho que passa pela prevenção, sensibilização e de valorização dos produtos endógenos como forma de fixação de pessoas e fortalecimento da dinâmica económica dos territórios”. O presidente da Câmara Municipal, Vitor Guerreiro sublinhou o “investimento da autarquia neste que é o maior evento do concelho e que em 4 dias convida milhares de visitantes a regressar 365 dias a São Brás de Alportel e ao Algarve”. Referiu ainda que “o município assumiu com seriedade o compromisso para a adaptação e mitigação das alterações climáticas e em especial para a eficiência hídrica encontrando-se a decorrer um conjunto de ações e medidas que visam contribuir de forma sólida para a redução da pegada ecológica e consequente minimização dos impactos ambientais”. A cerimónia inaugural contou ainda com as intervenções da presidente da Comissão Organizadora da Feira da Serra e vice-presidente da Câmara Municipal Marlene Guerreiro, o presidente da CCDR Algarve, José Apolinário, e ainda o presidente da Região de Turismo do Algarve João Fernandes, entre outros autarcas e representantes regionais e locais de diferentes entidades. PUB.


6 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO

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REGIÃO

breves

Festa

Cachopo 2022 Verão 12 13 14

de

Agosto

Oito alunos da Universidade Nova de Lisboa integram equipa de arqueologia do Município de Silves O Município de Silves, através do Museu de Arqueologia, recebe durante o mês de agosto, oito alunos da licenciatura de Arqueologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Durante duas semanas, os alunos integram a equipa de Arqueologia da Câmara Municipal, que tem em curso trabalhos de acompanhamento e de escavação arqueológica no Bairro do Progresso, em Silves, no âmbito da Empreitada de Requalificação Paisagística do referido bairro. Os trabalhos arqueológicos têm colocado a descoberto vestígios materiais da ocupação daquela área durante o final do período de domínio muçulmano da cidade, que se encontram sob os alicerces e pavimentos da fábrica de cortiça que ali existia antes da construção do bairro. Com esta intervenção é revelada mais uma parte da história da cidade, sendo importante o contributo da Universidade Nova de Lisboa, que escolheu Silves para levar a cabo este campo de trabalho. Os alunos terão a oportunidade de desenvolver a componente prática que integra os conteúdos curriculares da licenciatura em arqueologia preparando-os para a complexidade das metodologias de escavação em contextos urbanos.

Cabanas de Tavira: Casa de Hóspedes Viana reconhecida com o galardão internacional Green Key Cabanas de Tavira passou a contar a partir deste ano com um estabelecimento de alojamento local reconhecido com o galardão internacional Green Key. A Casa de Hóspedes Viana faz agora parte da rede dos estabelecimentos turísticos que têm o compromisso das melhores práticas ambientais e sustentáveis, garantindo a melhor gestão dos recursos naturais, evitando o desperdício e reduzindo cada vez mais os resíduos. “É com um orgulho e satisfação enorme que recebemos este galardão internacional que reconhece os estabelecimentos turísticos como sustentáveis e ecológicos. Todos os dias promovemos e lutamos por práticas ambientais que preservem o nosso Planeta. É um trabalho contínuo e conjunto pelo o qual temos muito gosto de fazer parte e agora reconhecidos”, afir-

mou Lívia Viana, representante da Casa Viana e gestora da candidatura ao Green Key. O programa Green Key 2022 distinguiu 24 estabelecimentos de alojamento no Algarve, 33 em todo o território nacional. O programa “Green Key” é um galardão internacional que promove o Turismo Sustentável em Portugal através do reconhecimento de estabelecimentos turísticos, alojamento local, parques de campismo e restaurantes que implementam boas práticas ambientais e sociais, que valorizam a gestão ambiental nos seus estabelecimentos e que promovem a Educação Ambiental para a Sustentabilidade.

Lagoa divulga o cartaz completo da FATACIL e coloca bilhetes à venda Depois de anunciados os concertos de Resistência, Fernando Daniel, João Pedro Pais, Tony Carreira e Gipsy Kings, by Diego Baliardo, o Município de Lagoa apresenta agora o cartaz completo da edição de 2022 da 41ª Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL), juntando aos artistas já anunciados nomes como Expensive Soul, ProfJam, Quim Barreiros, Plutónio e Bárbara Bandeira. O Município de Lagoa afirma em comunicado que “investiu no cartaz de espetáculos a pensar nas diferentes gerações que visitam a feira, promovendo a identificação das gerações mais novas com a FATACIL, valorizando a identidade da maior feira de atividades económicas a sul do rio Tejo”. Com o presente cartaz o Município considera que “estão reunidas todas as condições para se realizar a melhor feira de sempre, no que à música diz respeito, oferecendo concertos para todos os gostos e faixa etárias”. A abertura oficial da 41ª FATACIL está agendada para as 19:00 de sexta-feira, dia 19, e não faltarão novidades, a começar pelo alargamento do recinto que agora passará a poder receber mais 8 mil pessoas do que em 2019 e com o stand do Município que terá nova localização e conceito, funcionando como espaço de estar, com a divulgação de novos projetos e produtos locais. Os bilhetes já se encontram à venda, tendo o bilhete diário um custo de 4 euros, o bilhete diário familiar um custo de 14 euros e o passe para os 10 dias o custo de 25 euros. As crianças até aos 12 anos (inclusive) não pagam entrada, mediante apresentação do Cartão de Cidadão.


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REGIÃO

Apostar mais na ferrovia tem que ser a estratégia de transportes: “Algarve em ferrovia é um desastre” FOTOS D.R.

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presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) defendeu esta quarta-feira a necessidade de Portugal ter uma estratégia de transportes a longo prazo que reforce a aposta numa ferrovia rápida para melhorar ligações e a competitividade. Álvaro Beleza, presidente da SEDES, tomou esta posição em declarações à Lusa, à margem de um debate sob o tema “O futuro da ferrovia”, que o núcleo regional algarvio da associação promoveu esta quarta-feira, em Portimão. “O Algarve em ferrovia é um desastre. Portugal em ferrovia está muito atrasado e a ferrovia é de longe a aposta mais necessária em termos

de transportes para o país, sejam transportes urbanos, suburbanos, regionais, nacionais ou internacionais, por várias razões, a começar na ambiental, mas também do conforto das pessoas, da mobilidade e do transporte de mercadorias”, justificou. A mesma fonte considerou que o “Algarve necessita de facto de investimentos em ferrovia”, porque é uma região onde “se anda muito exageradamente de automóvel e muito pouco de comboio”, e argumentou que, “se houvesse uma ferrovia regional a sério, de Lagos a Vila Real de Santo António, com uma ligação a Beja e a Lisboa, as coisas seriam diferentes”. “É evidente que este assunto é importante e a SEDES, em termos nacionais, está a pensar fazer uma conferência sobre a questão dos

transportes – aeroportos, portos, rodovia e ferrovia – porque isto tem de ser tudo pensado em conjunto e tem de se ter uma estratégia para a rede de transportes”, acrescentou. Álvaro Beleza sublinhou que a “questão dos aeroportos está intimamente ligada” à ferrovia, sustentando que a existência de uma rede de alta velocidade em Portugal permitiria ter “uma estratégia diferente para as necessidades aeroportuárias”, uma vez que a “transição ambiental” vai levar a que “se use cada vez menos o avião”. O presidente da SEDES lembrou que Espanha já desenvolveu a ferrovia de alta velocidade com ligação aos restantes países europeus, enquanto Portugal permanece como “uma ilha na alta velocidade”, e isso retira competitividade ao país em termos económicos e de exportação.

“Isto é um desastre para a competitividade do país e é preciso atalhar este assunto a todos os níveis”, afirmou, assinalando também a necessidade de ligar a ferrovia aos portos de Matosinhos, a Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal e Sines. O debate sobre a ferrovia vai contribuir para uma visão estratégica a longo prazo, que definirá depois “quais os investimentos que o país vai ter de fazer na ferrovia, nos portos, nas vias rodoviárias e nos aeroportos, nas próximas décadas”, explicou. “[O país] Tem de ter ambição, metas e objetivos e depois vai-se fazendo as coisas gradualmente, porque Portugal não pode ser governado dia a dia, tem de haver uma estratégia”, apelou, destacando que a “rapidez” do transporte ferroviário é também

importante em termos de mercadorias e de exportação e é um fator que pode afetar a “competitividade” do país. Álvaro Beleza deu o exemplo de “Sines, que é o segundo maior porto de águas profundas na Europa, depois de Roterdão”, cidade situada nos Países Baixos. "Espanha não tem [um porto deste tipo], mas se Sines não tiver ligação ferroviária para a Europa e autoestrada, não serve de muito, porque não basta ter o porto, é preciso ter também as ligações”, acrescentou. Álvaro Beleza defendeu, por isso, que “tem de haver ambição para definir objetivos e planear a 20 anos”, trabalho que a SEDES vai agora fazer, “ouvindo os especialistas sobre este assunto” e “ajudando a pensar numa estratégia” a longo prazo para os transportes e a ferrovia. PUB.


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CRISTÓVÃO NORTE É UMA DAS VOZES NO PALCO DO PONTAL

O partido está pacificado e com vontade de abrir um ciclo novo É

o regresso do antigo deputado aos palcos da política. Vai à Festa do Pontal e vai falar. Mas avisa que estará atento ao discurso do novo líder do partido. Confia em Luís Montenegro mas prefere jogar na expetativa de saber se o PSD mudou e se está pronto para se afirmar

P Após uns anos sem se realizar, a Festa do Pontal regressa no próximo dia 14 ao Calçadão de Quarteira. Que expetativas para este ano no que respeita à mensagem política do novo líder Luís Montenegro? R Nas últimas eleições legislativas, a escolha dos portugueses foi categórica: confiar a responsabilidade de governo ao PS, com maioria absoluta, e atribuir ao PSD o papel de líder da oposição. Do meu ponto de vista, esse desenlace foi, em larga medida, explicado pelo facto do PSD não ter sido capaz de apresentar uma oposição presente, firme e consistente, muito menos uma alternativa de governo que fosse compreendida como substancialmente distinta do PS. Ora, em resposta à sua questão, a expetativa que tenho, e que creio que muitos portugueses têm, é a de saber

A expetativa que tenho é de saber se o PSD mudou, se cumprirá o seu papel de oposição (…) se abre um novo capítulo da sua vida capaz de atrair os cidadãos

se o PSD mudou, se cumprirá o papel de oposição que tem e se se mostra renovado nas políticas, nos protagonistas; se abre, no fim de contas, um novo capítulo da sua vida que seja capaz de atrair os cidadãos, para no futuro ser útil na mudança que o país cada vez mais precisa. E, nesse sentido, a Festa do Pontal, a rentrée política por excelência, é uma oportunidade a não esbanjar para que os portugueses fiquem a conhecer este novo PSD. É isso que desejo para o Pontal. Por norma, estas iniciativas de verão são aproveitadas pelas lideranças partidárias para marcar a agenda política. Nos anos noventa Cavaco Silva subiu ao palco na doca de Faro para se afirmar como o homem do leme, um sound bite que ficou para o resto do seu mandato. Acha que Luís P

como uma oposição presente. Quanto à política de alianças diz que ainda é cedo para colocar o assunto em cima da mesa mas afasta desde logo qualquer entendimento com o CHEGA. No que respeita às questões regionais, considera que há um desinvestimento em áreas críticas como a falta de água para Montenegro é o homem do leme que o PSD precisa neste momento? R Não aprecio a ideia de figuras providenciais, são mais as vezes que são mitos do que a realidade. Não desejo homens do leme, nesse sentido. Ninguém por si só é capaz de renovar um partido. O que julgo é que Luís Montenegro é uma pessoa capaz e preparada, com experiência em processos políticos complexos e que está na política pelas boas razões. Além disso, beneficia de ter sido sufragado por uma esmagadora maioria de militantes, o que lhe assegura uma base de partida extraordinariamente importante para que venha a ser bem sucedido. Espero que assim seja, não por ele, por quem tenho muita estima, mas pelo país, o qual precisa do PSD e de que o PSD se faça útil ao país.

P Das intervenções públicas conhecidas desde a sua eleição é possível perceber qual a estratégia a prosseguir pelo PSD para se afirmar como alternativa de poder ao PS? Subscreve?

Por agora, é preciso reafirmar o PSD como esteio de uma oposição responsável, mas atuante; depois, sim, encetar o esboço das linhas de força duma alternativa de governação. É isso que se está a fazer. Tudo a seu tempo. Mas o facto de Luís Montenegro ter vindo a dar realce à delapidação da igualdade de oportunidades, por exemplo, tratando prioritariamente temas como o acesso à saúde ou à educação, em que se correm riscos, cada vez mais agudos, de se criar um país mais desigual e em que os cidadãos só dispõem de direitos sociais na Constituição, é revelador de entrosamento com R

a agricultura e que o adiamento da central de dessalinização se fica a dever à falta de vontade política. O mesmo que justifica também o adiamento sucessivo do Hospital Central do Algarve. Afirma-se um defensor da regionalização e entende que um referendo sobre o tema seria o seu toque de finados. o que as pessoas sentem no dia-a-dia a respeito de grandes questões a que o Estado tem que responder. Relativamente à política de alianças o partido deve caminhar sozinho ou procurar apoios entre as formações mais próximas?

peito os eleitores que votaram CHEGA, mas as traves mestras do PSD são irreconciliáveis com aspetos centrais da intervenção política do CHEGA.

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R Não há qualquer eleição pela frente, por isso não se coloca a questão de qualquer coligação. P Qualquer entendimento com o Chega é uma solução perniciosa e irrealizável, ou a liderança de Luís Montenegro deve estar aberta a um acordo com o partido de André Ventura que viabilize um governo do PSD se tal situação se apresentar como necessária? R O Chega é demasiado diferente do PSD para que essa questão se venha a colocar. Res-

P Enquanto líder do PSD/Algarve, tem estado muito ativo nas redes sociais. Há dias apresentou-se com a frase bombástica Há gente que não quer trabalhar, para denunciar as políticas de apoio social como incentivo à inação de quem vive à custa de quem trabalha. Não receia de que o acusem de se apresentar como um populista de frase feita e bombástica para criar simpatias fáceis? R Dizer as coisas como elas são não costuma trazer grandes simpatias. É um facto que há muita gente que não quer trabalhar. Basta verificar que muitos daqueles que são chamados para entrevistas


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O Algarve é um parente pobre do poder central

FOTOS D.R.

de emprego no âmbito do IEFP, ou não comparecem ou insinuam indisponibilidades para não serem contratados. Também é um facto que no Algarve questões como a mobilidade, a habitação e, nalguns casos, a discrepância entre qualificações e ofertas de emprego constituem poderosos desincentivos que explicam esta realidade. Ao longo dos anos, tenho-me empenhado a favor de políticas públicas específicas para o tecido económico e social da região, mas os governos, em geral, são centralistas e hostis a moldar as decisões em função de problemas específicos de uma dada região. De uma coisas temos todos que nos convencer: para que a região deixe de ser de baixos salários, precisamos de uma economia mais diversificada, com expressão em setores de ponta, com maior produtivi-

A rentrée política é uma oportunidade a não esbanjar para que os portugueses fiquem a conhecer este novo PSD

dade e qualificação, menos ancorada no turismo e com melhor turismo. E, para isso, temos que mudar muita coisa. Quanto ao novo aeroporto de Lisboa, ao estatuto público ou privado da TAP, o que é que defende, e como vê o serviço da transportadora aérea para o Algarve? P

Todas as opções que já foram estudadas têm virtudes e defeitos. O mais importante é decidir e, infelizmente, ao longo dos últimos sete anos, o Governo foi incapaz de adotar qualquer solução. Recordo que, em 2015, no final da governação PSD/CDS tinha ficado encaminhada a decisão Portela + Montijo. Este dossier está a ser liderado pelo Presidente do PSD diretamente com o Primeiro-Ministro e tudo o que for ruído público sobre o tema é indesejável. R

A TAP não deve ser pública, tal como está à vista de todos. O que é necessário, e isso foi previsto aquando da privatização de 2015 que veio a ser revertida no ano seguinte, é definir quais as rotas que o Estado entende imprescindíveis para que uma missão de serviço público esteja assegurada e exigi-lo de quem prestar a operação. Exemplos: Madeira, Açores, países lusófonos. As outras rotas o mercado encarrega-se de as assegurar, sem qualquer interferência e risco por parte do Estado. Quanto ao Algarve, numa das minhas últimas intervenções parlamentares, confrontei o Ministro Pedro Nuno Santos com a exiguidade da presença da TAP em Faro e a resposta que obtive foi a de que nesta nova encarnação da TAP pública pós-pandemia tudo iria mudar. Nada mudou, até agora.

P Na temática regional há um conjunto de assuntos que vão marcando a atualidade: incêndios e política florestal, seca e recursos hídricos e Hospital Central. Sabendo que uma solução estrutural de recursos hídricos demora tempo, que soluções preconiza a curto e médio prazo para mitigar os efeitos de seca prolongada? R Governar tem que ter mais de prevenção do que de reação. As soluções de longo prazo são sempre preferíveis a remendos de curto prazo. A seca no Algarve já há muito que não é uma questão conjuntural, mas sim de ordem estrutural, embora ainda não tenha sido elevada a prioridade política, o que sucede apenas quando se verificam fenómenos de seca extrema, tal e qual aquele que estamos a atravessar. Depois, esquecemos novamente.

Esta inação conduz a que se crie um clima de conflitualidade entre atividades económicas, o qual se poderia prevenir em larga medida se houvesse um plano de desenvolvimento económico da região que fosse estribado nas possibilidades hídricas de futuro e, por outro lado, a definição de todas as atividades com essas possibilidades. Portanto: 1) É preciso responder às necessidades da Agricultura, que viu cortado o acesso à barragem da Bravura, regista graves problemas nas culturas de regadio e sequeiro, e necessita de apoios para preservar os postos de trabalho e assegurar a sobrevivência de muitas pequenas explorações agrícolas; 2) É preciso avançar rapidamente para a reutilização de águas residuais para outros fins e avançar com a generalização da rega gota-a-gota, onde possível; 3) É preciso campanhas de poupança de água e incentivo imediato a que se avance para as obras estruturais que diminuam as perdas do sistema, as quais atingem perto de 30%; 4) É preciso que se avance com a dessalinização, encontrando formas de mitigar passivos ambientais e custos exorbitantes. P O que tem travado a concretização de projetos como a central de dessalinização e o Hospital Central?

A resposta é simples: não são prioridades políticas. O novo hospital central foi definido como a segunda prioridade hospitalar a nível nacional. Estão em curso 5 hospitais e o Algarve não. Isto diz tudo. A dessalinização é reveladora de falta de liderança política: na articulação que está a ser feita com os municípios ninguém se entende sobre a sua localização e o processo arrasta-se sem solução à vista. R

P Considera que o Algarve continua a ser um parente pobre do poder central apesar de contribuir com cerca de 5% para a riqueza do país?

Considero. Mas todos nós somos também responsáveis por isso. Ainda não encontrámos uma plataforma comum, política, económica e social, para reforçar a nossa magistratura de influência. É um aspeto em que a região tem que evoluir muito. R

P O governo acusa o PSD de não estar com o processo de descentralização para as autarquias, enquanto este afirma que o PS faz que anda, mas não anda. Os autarcas sociais-democratas deviam recusar o acordo? R Creio que não. É um facto que o processo foi mal preparado, revela pouca ambição, apenas abrange as áreas da saúde e educação, mas é um passo útil que, mais tarde ou mais cedo, terá que ser aprofundado e alargado a outras áreas, como a ação social, os imóveis do Estado, a orla costeira ou as zonas portuárias. Há muito por fazer e é melhor um pequeno acordo do que acordo nenhum. P Luís Montenegro já se mostrou contra a realização de novo referendo sobre a regionalização. Há quem veja nisso o posicionamento do PSD contra a regionalização. Qual é a sua opinião, é a favor ou contra? R Sou conceptualmente defensor da regionalização. Agora, em concreto, é preciso saber que competências, que envelope financeiro, a sua articulação com o poder central e com os municípios, etc. Nada disso é conhecido, nem sequer estudado e preparado. Creio que fazer um referendo nas presentes circunstâncias seria o toque de finados da regionalização em Portugal. P Não foi incluído nas listas de deputados, alegadamente por ter sido um opositor à liderança de Rui Rio. Reconhece hoje que esteve menos bem nesse processo, sabendo-se ainda que não terá sido um entusiasta da candidatura de Montenegro? R Não tenho arrependimentos. As posições que tomei foram por convicção. Numa eleição, entre Rui Rio e Paulo Rangel, escolhi quem entendia que era melhor candidato, nada mais. Não mudaria nada, nem estou disponível para sacrificar as minhas convicções por lugares. P A Festa do Pontal será a festa da reconciliação? R O passado está lá atrás. O partido está pacificado e com vontade de abrir um ciclo novo. P Vai procurar 'marcar' esta Festa do Pontal ao usar da palavra? R Claro que sim. Vou transmitir o que acredito essencial para a minha região e para o meu país.


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REGIÃO

FOTOS D.R.

breves Dois novos espaços da imobiliária JLL: na Quinta do Lago e em Vilamoura A consultora imobiliária JLL anunciou esta quarta-feira a abertura de uma loja para a área residencial na Quinta do Lago, em Loulé, estando a preparar a abertura de um novo espaço de atendimento ao público na Avenida da Marina, em Vilamoura. “Abrimos o nosso escritório do Algarve com ótimas perspetivas, mas o último ano superou completamente as nossas expectativas. Este é um mercado onde temos uma equipa multissetorial em permanência, mas sem dúvida alguma área residencial tem tido um papel crucial no nosso crescimento na região”, referiu a diretora da área de residencial/habitação da JLL, Patrícia Barão. “O mercado de habitação no Algarve está muito dinâmico, com muita procura e cada vez mais estrangeiros a quererem comprar casa não só para férias como para se estabelecerem em Portugal, além do público nacional”, acrescentou.

Casinos Solverde deram mais de 90 ME em prémios, quase metade no Algarve Os casinos do grupo Solverde distribuíram prémios no valor de mais de 90 milhões de euros em julho. Segundo o grupo Solverde, o casino Espinho foi a unidade que registou o valor mais elevado, com mais de 43 milhões de euros em prémios, seguido dos casinos do Algarve (Monte Gordo, Vilamoura e Praia da Rocha) que atribuíram prémios acima dos 40 milhões de euros. O casino Chaves entregou mais de oito milhões de euros em prémios e por último, o Bingo Casino Espinho distribuiu mais de 67 mil euros.

Greve de trabalhadores para todos os aeroportos Os sindicatos SINTAC e SQAC anunciaram esta segunda-feira um pré-aviso de greve para os 10 aeroportos nacionais concessionados pela Vinci Aeroportos entre os dias 19 e 21 de agosto. “Perante a inflexibilidade das propostas apresentadas pela ANA/VINCI ao longo do último ano e a tentativa de reduzir direitos consagrados no Acordo de Empresa, atacando os direitos que os trabalhadores alcançaram ao longo de décadas, o SINTAC e o SQAC consideram urgente acabar com esta política cega e acabar com toda esta instabilidade”, referem os sindicatos em nota divulgada. De acordo com os sindicatos Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC), em causa estão a “reivindicação do levantamento da suspensão das contribuições para o fundo de pensões por parte da Vinci”, bem como a contratação de “mais recursos humanos para operações aeroportuárias, supervisores de operações de socorro e técnicos de manutenção nos vários aeroportos”.

Férias dos políticos em 'força' no Algarve - Saiba quais são os livros que eles levam na bagagem

A

maioria dos principais protagonistas políticos do país vai fazer férias em Portugal, principalmente no Algarve, levando na bagagem livros de autores como Barack Obama ou José Saramago, mas também alguns podcasts sobre ciência ou história.

Marcelo Rebelo de Sousa De acordo com o Palácio de Belém, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terá “uns dias de férias mais para o final do mês de agosto”, em Portugal, ainda sem local definido.

António Costa Já o primeiro-ministro, António Costa, segundo fonte do gabinete do executivo, esteve de férias na última semana de julho, podendo eventualmente tirar mais alguns dias no final do mês de agosto.

Augusto Santos Silva Fechadas as portas da Assembleia da República até 06 de setembro, o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, “estará de férias nas últimas duas semanas de agosto, com a família, no Algarve, como habitualmente” e

para leitura “levará romances de autores como, por exemplo, Nélida Piñon, Javier Cercas ou Fernando Aramburu”, adiantou fonte oficial.

Luís Montenegro O presidente do PSD, Luís Montenegro, vai passar “uma semana de férias no Algarve” que terminará no dia da tradicional ‘rentrée’ política dos sociais-democratas, a Festa do Pontal, em 14 de Agosto. Apesar do descanso, Montenegro vai acompanhado com alguns “dossiers de trabalho”, mas também o livro “Uma Terra Prometida”, as memórias do antigo presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama.

André Ventura O presidente do Chega, André Ventura, é o único líder partidário que irá rumar ao estrangeiro para as suas férias, na segunda quinzena de agosto, escolhendo para ler “O Primeiro Homem”, de Albert Camus.

João Cotrim Figueiredo Já o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, ficará ‘cá dentro’ seis dias durante o mês de agosto acompanhado por

autores como João Tordo (“A noite em que o Verão acabou”), Miguel Torga (“Vindima”), E. Fawcett (“Liberalism – The Life of an idea”), Nietzsche (“Para além do Bem e do Mal”) ou as memórias do antigo presidente do PSD Francisco Pinto Balsemão. Aos livros, o presidente da IL junta podcasts como “O resto é história”, de Rui Ramos e João Miguel Tavares na rádio Observador, ou “Tubo de Ensaio”, da TSF, da autoria de Bruno Nogueira e João Quadros.

Jerónimo de Sousa Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, estará de férias até às primeiras semanas de agosto com a família no sul do país, e levará consigo o livro “Levantado do Chão”, do Nobel português da literatura, José Saramago, “cujo centenário do nascimento se assinala este ano, e onde traça um retrato da história da heroica luta do povo e dos trabalhadores agrícolas contra a exploração secular e pelas suas condições de vida”, destacou o gabinete de imprensa.

Catarina Martins Já Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, estará com a família na região centro em

agosto, e na mala de viagem levará “O jogo do mundo”, de Julio Cortázar, “uns quantos policiais e as ‘playlists’ das filhas”.

Inês Sousa Real Inês Sousa Real, líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) tem férias marcadas para a última quinzena de agosto na costa alentejana e no Algarve, acompanhada pelo “Livro da Esperança”, de Jane Goodall e Douglas Abrams, ou “Querida Ijeawele" de Chimamanda Ngozi Adichie, entre outros. “Para descontrair”, a deputada gosta de ouvir os programas “Prova Oral” e “Aleixo Fm”, da Antena 3, o podcast de jornalismo “Fumaça” e o “Do Género”, do jornal Público.

Rui Tavares Rui Tavares, deputado único do Livre e historiador, passará as férias em família na aldeia de origem, no Ribatejo. Para ler leva “M, o Filho do Século”, de Antonio Scurati e para “reler” o livro “Latim do Zero e Nova Gramática do Latim”, de Frederico Lourenço. O podcast de férias será o “20 mil léguas”, um podcast de história da ciência de Sofia Nestrovski e Leda Cartum.


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Capacidade de alojamento da Universidade do Algarve vai passar para 844 camas, um aumento superior a 50% FOTO D.R.

A Universidade do Algarve (UAlg) deverá até 2024 aumentar a sua capacidade de alojamento estudantil de 552 para 844 camas com a construção de duas novas residências e a requalificação de seis já existentes A UAlg adianta que a criação de 292 novas camas para estudantes será possível através de um financiamento superior a 13 milhões de euros atribuído à academia no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. Este financiamento, num total de 13,7 milhões de euros, será aplicado num “plano ambicioso” que prevê a abertura, até meados de 2024, de duas novas residências dentro dos ‘campi’ da universidade e a renovação, até 2023, das seis já existentes. Segundo a UAlg, do valor atribuído às oito candidaturas aprovadas para financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a

maior tranche – 9,37 milhões de euros – tem como destino a construção de unidades no ‘campus’ de Gambelas, com 162 camas, e no ‘campus’ da Penha, com 125 camas. Além das novas residências, a UAlg garantiu um financiamento de 4,36 milhões de euros para avançar com a renovação, até final de 2023, das residências Berlim, Ferragial 17, Ferragial 16, Penha, Lote E e Lote O. “Abrangendo um total de 432 camas, estas seis intervenções terão

um custo total de 5,16 milhões de euros e vão permitir melhorar as condições de habitabilidade de um conjunto de infraestruturas que, entre si, garantem mais de 80%” das camas atualmente disponíveis para alojamento estudantil, é referido. De acordo com a Universidade do Algarve, no seu conjunto, os oito projetos agora aprovados implicarão um investimento total de 14,54 milhões de euros, dos quais 804 mil euros serão assegurados pela univer-

sidade e o valor restante pelo PRR. O aumento da oferta de alojamento tornará o ensino superior mais acessível, em particular para as famílias mais carenciadas, “assegurando um firme contributo na inversão da carência de alojamento estudantil a preços acessíveis”, lê-se na nota. Atualmente, a UAlg disponibiliza, através dos seus serviços de Ação Social, nove residências universitárias, dispersas pelas cidades de Faro e Portimão, com capacidade para

acolher 552 estudantes. Com esta intervenção a UAlg passará a dispor de um total de 844 camas, sendo que 816 estarão localizadas em Faro e 28 em Portimão. Entre os destinatários das residências incluem-se estudantes de licenciatura, mestrado ou mestrado integrado que, pelas suas condições socioeconómicas, distância ou dificuldade de transporte, não possam residir com a família e necessitem de alojamento, na sua maioria beneficiários de bolsas de Ação Social. No total, o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior vai atribuir 375 milhões de euros para construção, aquisição, adequação e renovação de 134 residências para estudantes de ensino superior. Das 18.239 camas abrangidas, incluindo 11.795 camas novas e 6.444 camas resultantes da renovação da atual rede de residências em funcionamento, a maioria (5.614) será instalada na região Norte do país. PUB.


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MERCEARIA DA ALDEIA

“Comer, Beber e Desfrutar”, Por HELENA GAUDÊNCIO

Deram-lhe um nome simples, Mercearia da Aldeia, não só por estar integrada num meio rural como também pela simplicidade que se respira, se sente e se pega. Diríamos que para além dos sabores únicos que ali dão a provar, existe uma atmosfera de afetos que, por vezes, só mesmo à mesa das nossas casas conseguimos experienciar! Mas a “Mercearia” é isto, porque tem uma família encantadora por detrás dela: a Maria João, o marido José Soares e um pequenote de nome David que, inesperadamente, a título de cumprimento, nos envolveu num abraço terno e feliz!

N

ão deixamos as coordenadas, porque apesar de discreto, encontra-se facilmente o restaurante, que fica na estrada que liga Santo Estêvão à Luz de Tavira, “próximo do cemitério local”, afirma José Soares, sem qualquer relutância! A casa tem paredes cor de vinho, esplanada relvada, toldos verdes e uma Ficus frondosa cuja sombra cresce há 40 anos.

Apesar de já ter assinalado três anos de existência no dia 19 de julho, a Mercearia que nasceu precisamente nas antevésperas da pandemia, não teve muito tempo para se mostrar e, entre encerramentos impostos e períodos em que não se sabia bem como contornar a situação, foram consolidando o projeto, decorando as salas, e a cozinha nas mãos de Maria João, quase se transformou num laboratório gastronómico! Feitas as contas, o ano 2022

está a ser, efetivamente, o ano das grandes provas, quer para eles, quer para os clientes! O saldo tem sido tão positivo que, muitas das vezes, têm de recusar reservas! Mas falemos daquilo que interessa! Que tipo de tesouros guarda esta casa? Em primeiro lugar, vinhos de muita qualidade, castas nacionais oriundas de todas as regiões do país selecionadas a rigor por José Soares, cuja garrafeira exibe mais de 2800 referências de vinho português, incluindo exemplares dos Açores e da Madeira, bem como recentemente adquirido, um dos vinhos mais vendidos do mundo da região da Rioja. “Apesar de pequeninos“, como teima José Soares afirmar, até porque não promovem o restaurante comercialmente, a Mercearia da Aldeia já ecoa nos ambientes vínicos. Produtores, enólogos, grandes quintas visitam a casa e, por sua vez, convidam a família Soares a empreender uma peregrinação a esses lugares mágicos, as vinhas! Levantemos um

pouco mais o véu desta garrafeira que emoldura uma das salas que os proprietários criaram para receber, tanto provas vínicas, como famílias ou amigos que pretendam almoçar ou jantar e dar conta de alguns dos muitos vinhos que podem encontrar, como um Júpiter ou um Barca Velha, uma 1ª edição de Conde Vimioso – reserva, entre outros. Futuramente irão dispor de vinhos de vários cantos do mundo. Diríamos que é como estar numa galeria de arte, porque só os rótulos das garrafas são autênticas peças artísticas! Vamos deixar um pouco o mundo de José Soares que, como gosta de ir lembrando, foi militar toda a vida, mas em conjunto com Maria João e o filho de ambos, guardavam um sonho e esse ganhou vida, materializado agora na Mercearia da Aldeia! Para descobrir um dos outros tesouros, entremos no universo de Maria João e na alquimia que esta produz na cozinha.

Se ainda não comeu e estiver pelas imediações sem pressa, a cozinha abre pelas 08.00 e encerra às 22:00 O leitor que se prepare, porque se ainda não comeu e estiver pelas imediações sem pressa, a cozinha abre pelas 08.00 e encerra às 22:00, menos ao domingo que estão encerrados. Consoante o momento do dia, preparam-lhe tanto um pequeno almoço ou uma refeição mais abastada. A qualidade, disponibilidade e simpatia são os ingredientes essenciais da casa. A qualidade começa pela escolha do porco preto, do presunto e dos enchidos do Zambujal que, embora mais caros, são irrepreensíveis; e depois os


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FOTOS D.R.

Pedro Azevedo, diretor comercial da Tapada de Coelheiros, José Soares, David e Maria João Madeira

numa aldeia perto de si! queijos do Fundão, Belmonte, Castelo Branco, mas também de Serpa, iguarias estas que dão significado à Tábua da Mercearia nos seus generosos 60 centímetros de comprimento. É de saborear tudo com prazer, enquanto a grelha trata a preceito da sua escolha, seja ela costeleta de vitela, borrego ou um bife alto da vazia ou tendo optado por peixe, podemos falar de filete de robalo, dourada, linguado ou por uma tiborna. Maria João dá asas à imaginação e a carta não se compadece da capacidade da cozinha. As soluções passam por picapau de atum, javali, veado, porco preto, vaca e, recentemente, a carne de canguru que embora mais escura e adocicada, tem despertado as papilas de muitos clientes. Se a sua preferência é mais salada, as propostas são variadas, como a de atum, camarão, polvo, ovas, queijo fresco, assim como estupetas de atum e um queijo em massa folhada que só Maria João sabe fazer!

A “Calhandra” é composta por lagartinhos, costeleta de vitela, bife da vazia, entrecosto, acompanhada por batata frita e salada, tábua esta que dá para quatro pessoas Se aprecia choco, pode saboreá-lo num prego ou frito, assim como cogumelos com alho e salsa, camarões, bochechas e línguas de bacalhau... e as bruchetas?... um dos orgulhos dos proprietários... podem ser de biqueirão, salmão, sardinha, queijo fresco, bacalhau e a de cavala que está a ser introduzida na ementa!

Para além destas diversas propostas, Maria João criou ainda uma tábua de nome “Calhandra”, composta por lagartinhos, costeleta de vitela, bife da vazia, entrecosto, acompanhada por batata frita e salada, tábua esta que dá para quatro pessoas. Se preferir uma coisa tão simples como um bife ou barriga de atum em cebolada ou uns ovos com tomate, a cozinha também os confeciona! A cataplana de marisco, só mesmo por reserva. Ainda guarda espaço para um doce? A torta de laranja e batata doce feita por uma senhora da localidade é deliciosa como outros que não ficam nada atrás! Ideal para grupos de família, amigos, refeições de negócios e eventos vínicos, a Mercearia da Aldeia, como já demos a entender em cima, tem uma esplanada com capacidade para cerca de 40 pessoas e no interior, contando com a sala da garrafeira, lugar para mais umas 20. Futuramente, está pensada uma outra sala, mais intimista, para oito pessoas, sala esta que já

existe, embora não esteja ainda aproveitada e que é composta por cozinha, casa de banho e terá obrigatoriamente lugar para vinhos!

o preço médio da refeição é uma agradável surpresa, tão agradável quanto a honestidade e simpatia Resta-nos dizer que o preço médio da refeição é uma agradável surpresa, tão agradável quanto a honestidade, simpatia, mas também a qualidade e profissionalismo com que é recebido! Apresentações feitas, deixamos aqui um convite para ser testemunha do que acabámos de contar. Ligue 925 007 215 e vá sem pressa!


Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o

AGOSTO 2022 n.º 165 14.258 EXEMPLARES

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ARTES VISUAIS

Pode a proximidade do mar inspirar a produção artística? Pintura “Mar do Norte” (Alfred Casile, 1888)

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

FOTOS D.R.

O Pintura “A praia na maré alta” (Carleton Grant, 1896)

Aguarela “Marinha com barco e sombrinhas” (Rei D. Carlos, 1899)

Pintura “Farol” (João Bonança, 2012)

À DIREITA

Fotopinturas de Saúl de Jesus, “Sombras no mar” (2007) e “Energia Positiva” (2010)

À ESQUERDA

Escultura no Parque de Campismo da Praia de Faro

calor do verão faz com que a procura de locais próximos do mar aumente, procurando refrescar e relaxar. O som das ondas do mar é um dos mais relaxantes para a maior parte das pessoas e o mar tem sido fonte de inspiração para muitos artistas ao longo dos tempos. A título de exemplo, destacamos as pinturas realizadas no final do século XIX por Alfred Casile, artista que se destacou pela abordagem do tema do mar, tendo inclusivamente participado no Salão de Paris, principal evento de arte do século XIX. Na sua obra “La mer du nord” (“Mar do Norte”) é bastante expressiva a luz, a cor e a energia que o mar transmite. Neste mesmo período, em Inglaterra salienta-se Carleton Grant, com várias pinturas sobre o mar, nomeadamente “The beach at Hige Tide” (“A praia na maré alta”), e em Portugal destacam-se as pinturas, sobretudo aguarelas, do próprio Rei D. Carlos, sendo o mar o seu tema favorito. As ondas são um aspeto que, muitas vezes os artistas exploram ao ser abordado o mar. Por vezes vemos pinturas sobre ondas do mar de tal forma envolventes que parece que quase conseguimos escutar esse som das ondas. A pintura “Farol” (2012), do artista olhanense João Bonança, comporta essa envolvência. O Algarve comporta condições climatéricas excelentes para a prática e fruição artística! A luz dos dias no Algarve permite uma cor e um brilho especiais, para além de que o clima é gerador de energia para a produção artística, bem como para a fruição desses produtos. Sendo algarvio, também sempre encontrei no mar uma fonte de beleza e energia, tendo a primeira exposição de fotopintura que realizei, em 2007, sido precisa-

mente dedicada ao tema “O Mar...” Mais recentemente, o mar tem sido fonte de inspiração para vários artistas pelas piores razões, pois têm realizado obras a partir do lixo encontrado no mar ou do lixo que pode ser encontrado nas praias, nomeadamente de plástico, trazido pelo vento e pelas correntes. Num artigo anterior, alertámos para o problema do plástico no Oceano, constituindo cerca de 85% do lixo encontrado nas zonas costeiras de todo o mundo. A realização de obras de arte a partir de plástico encontrado no mar tem sido usada como uma das principais manifestações no sentido de procurar consciencializar as populações para o perigo que representa o plástico existente no Oceano. As questões ambientais estão cada vez mais na ordem do dia, fazendo parte do discurso político e das preocupações das pessoas em geral. As expressões artísticas têm acompanhado estas preocupações, pois a produção artística deve ser inserida na época em que ocorre e sendo as questões ambientais tão importantes na atualidade é compreensível que muitos dos trabalhos artísticos feitos a partir do mar não deem tanta ênfase à beleza do mar, mas mais às questões ligadas à poluição do mar, procurando consciencializar e responsabilizar a população pela limpeza do mar e das zonas próximas do mar, em particular as praias. Recentemente, um dos principais artistas portugueses de arte urbana, Bordalo II, que utiliza sobretudo plásticos de alta densidade que haviam sido jogados fora, realizou duas peças escultóricas com cerca de 10 metros, ambas representando um Cavalo Marinho. Uma encontra-se no Campus de Gambelas da Universidade do Algarve e outra no Parque de Campismo da Praia de Faro. Nesta interessante iniciativa da Câmara Municipal de Faro e da Universidade do Algarve, à qual dedicámos o artigo “Pode a arte contribuir para a preservação de espécies ameaçadas?”, procurou-se contribuir para a necessidade de consciencializar

para a importância de preservar esta espécie. É curioso que próximo da obra de Bordalo II no Parque de Campismo da Praia de Faro encontra-se uma escultura metálica na forma de peixe que serve para as pessoas colocarem o lixo de plástico, no sentido de ser reciclado. Esta foi uma iniciativa complementar do Município de Faro que deve ser valorizada, contribuindo, com arte, para a tomada de consciência das pessoas relativamente às questões ambientais e para a importância da prevenção através de comportamentos mais adequado, enquadrados numa economia circular, assente nos 3R: Reduza, Reutilize e Recicle! Iniciativas idênticas têm ocorrido noutros locais próximos do mar, nomeadamente no Largo da Manta Rota, junto ao passadiço de acesso à praia, com uma obra oferecida ao Município de Vila Real de Santo António pelo escultor Carlos Correia, comportando uma dimensão ambiental e também pedagógica.

Ficha técnica Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL Jorge Queiroz • Espaço ALFA Raúl Coelho • Filosofia Dia-a-dia Maria João Neves • Letras e Literatura Paulo Serra • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher Colaborador desta edição Vítor Martins e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve


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FILOSOFIA DIA-A-DIA

FOTO D.R.

Os 5 Elementos e os 7 Chacras

MARIA JOÃO NEVES Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa

J

á alguma vez se sentiu cansado apesar de dormir bem e de se alimentar de uma forma correcta? Esta pergunta tão banal, numa coluna de filosofia pode parecer estranha. Porém, nos tempos em que a filosofia não vivia escondida por trás dos muros da academia, é muito provável que um filósofo - fosse ele grego ou indiano - lhe respondesse o seguinte: trata-se de um desequilíbrio do elemento Terra. Todos nós conseguimos identificar os 5 elementos ao olharmos para o mundo, e também não é difícil reconhecermos em nós a sua presença. A ciência já nos mostrou, por exemplo, que o nosso corpo é constituído por cerca de 70% de água e que, entre os electrões que formam os átomos de tudo o que existe, há imenso espaço. O problema reside em que saber estas e muitas outras coisas - nunca foi tão fácil acumular conhecimento como nos dias de hoje - não nos parece servir de muito. Se temos uma dor um sofrimento, vamos à farmácia, compramos suplementos alimentares, analgésicos ou ansiolíticos, e não pensamos mais no assunto. Justamente, este não pensar é o nosso maior problema. A dor no corpo é sempre um alerta de que algo não está bem. A dor requer a nossa atenção para que possamos observar com acuidade o que se passa e, caso seja necessário, corrijamos o curso da nossa ação. Permitam-me que viaje para a Jó-

nia do séc. VI a.C e vos apresente Tales de Mileto: tradicionalmente considerado o mais antigo físico grego ou investigador da natureza. Tales observou que todo o alimento é húmido e que o embrião de qualquer ser também tem uma natureza húmida. Ora a água é o princípio de todas as coisas húmidas. Princípio é aqui entendido no sentido da archè aristotélica: matéria original constitutiva das coisas, que persiste como substrato e na qual elas se convertem ao perecerem. No mesmo século, Anaxímenes, também de Mileto, estabelece o ar como substância originadora e forma básica da matéria, que muda por condensação e rarefacção. O ar, ao tornar-se mais subtil transforma-se em fogo, ao tornar-se mais denso transforma-se em vento. Sempre num crescendo de densidade vai-se transformando em nuvem, depois em água, seguidamente em terra, e por fim em pedras. O ar está em movimento perpétuo e é através dele que a mudança acontece. Anaxímenes afirma também que o ar circunda o mundo inteiro e que a nossa alma - sendo sopro - nos mantém. Quando a alma-vida parte, o corpo desintegra-se. Já no séc. V a.C Heraclito de Éfeso considerou que era o fogo a forma arquetípica da matéria. O fogo não seria uma substância originária, ao modo de como Tales considerou ser a água e Anaxímenes o ar. O fogo é aqui entendido como sendo uma parte do cosmos, em pé de igualdade com a água e com a terra. O fogo cósmico, puro, foi identificado com o aither: substância ígnea e brilhante que enche o céu resplandecente e circunda o mundo. Este aither divino era também o lugar das almas. O

fogo era o centro motor das mudanças cosmológicas, mas o logos - neste caso entendido como proporção permaneceria o mesmo. Persistia uma regularidade na mudança. Segundo Heraclito a alma também é feita de fogo - e não um sopro, ou alento, como pensava Anaxímenes ela é um fragmento do fogo cósmico, uma centelha de estrela. Estas observações sobre o mundo exterior e das suas correspondências com o corpo humano orientaram o sistema educativo grego que, sob o lema “mente sã em corpo são”, contemplava não apenas o intelecto - através do ensino da matemática e das letras - mas também a ginástica para o corpo e a música para o espírito que se queria sensível à beleza, à harmonia e ao ritmo. Apesar de tudo isto, não se conhece na Antiguidade Clássica um sistema educativo orientado especificamente para o equilíbrio dos 5 elementos. O sábio Heraclito, que sofreu de hidropisia, foi capaz de identificar o seu problema como um excesso de água no organismo, mas não soube como utilizar o elemento fogo para se reequilibrar. Quando o desequilíbrio entre os elementos atinge grandes proporções origina-se a doença e, se se agrava, falecemos. O Livro Tibetano do Mortos explica, em detalhe, este processo de desintegração do corpo nos cinco elementos. Nos dias de hoje, prestar atenção aos 5 elementos será algo mais do que uma curiosidade? B.K.S. Iyengar (1918-2014), um dos mais respeitados mestres de Hatha Yoga (yoga físico) que o mundo já conheceu, considera o corpo humano como uma miniatura do universo. No seu livro Light on Yoga, explica o seguinte: “a palavra hatha é um

composto das sílabas ha, que significa sol, e tha, que significa lua. As energias solar e lunar fluem no nosso corpo a partir dos dois canais energéticos: a Pingala nadi, que tem origem na narina direita e corresponde ao canal solar e a Ida nadi, que tem origem na narina esquerda e corresponde ao canal lunar. Ambos canais se dirigem para a base da coluna vertebral. Entre elas existe um canal de fogo - Susuma nadi por onde flui a energia do sistema nervoso. Pingala e Ida intersectam Susuma em diversos pontos ao longo da coluna vertebral. Estas junções são denominadas chacras, ou rodas energéticas que regulam o nosso corpo e mente.” Cada um destes chacras está também relacionado com um elemento, com uma cor, com uma glândula, com um sentido e com uma nota musical. Por exemplo, Muladhara, o chacra da raiz, é de cor vermelha e corresponde ao elemento Terra - prithvi, Terra-Mãe - que se caracteriza pela rigidez, firmeza e solidez. Está localizado no períneo, entre os genitais e o ânus, e diz respeito aos ossos, músculos, tendões, ao sistema eliminatório, e ao sistema linfático. Corresponde também ao sentido do olfacto e à nota musical Dó. Este primeiro chacra diz respeito à nossa relação com a gravidade, com o chão, com as nossas raízes e consciência do corpo. Psicologicamente, é o chacra da estabilidade e segurança. Corresponde ao aspecto material da vida, à sobrevivência e conexão com o mundo e, por outro lado, é o chacra da relação com a mãe e com a mulher em geral. O sentimento de cansaço, a que nos referimos no princípio deste artigo, poderia sugerir a reflexão

sobre tudo aquilo que diz respeito ao primeiro chacra. Poderíamos perguntar-nos como está a nossa relação com o trabalho, com o dinheiro, com a mãe e com a mulher em geral. Estão todos estes aspectos em harmonia? Quando nos sentimos cansados isso pode derivar do facto de fazermos demasiadas coisas que não nos agradam, de levarmos uma vida que não nos nutre, como a Terra-Mãe deveria nutrir. O corpo mostra-nos, fala connosco, para que possamos corrigir o curso da acção. Contudo, normalmente reagimos tomando mais café, e deixando arrastar e agravar a situação. De acordo com a mitologia Hindu, toda a prática de yoga consiste em despertar a Kundalini, a serpente que vive enroscada em volta do falo de Xiva - deus criador do yoga. No nosso corpo a serpente repousa adormecida no primeiro chacra, na base da coluna vertebral. É preciso acordá-la para que a energia comece a fluir pelo canal energético principal - Susuma nadi - de chacra em chacra, até que Xiva se una com a sua esposa - a deusa Sakti - no sétimo chacra no topo da cabeça. O filósofo português José Gil, no seu livro Metamorfoses do Corpo, esclarece: “Sakti é o princípio de toda a energia cósmica activa, móbil, enquanto Xiva constitui o princípio ‘macho’ da potência, impassível e imóbil, ao qual corresponde a luminosidade da consciência transcendente. Unir Sakti, e Xiva, em nós é conseguir a Libertação, no grau supremo de consciência e de conhecimento.” No seu livro Variations Sauvages a pianista Hélène Grimaud afirma o seguinte: “O corpo condiciona o raciocínio. Desfazer-se dos hábitos quotidianos do corpo é dar-se a possibilidade de um outro modo de pensar.” É disto, precisamente, que se trata. A cada chacra correspondem posturas de yoga - asanas - e exercícios respiratórios específicos - pranayama. Com a utilização não apenas do tapete no solo, mas também do tecido suspenso, a prática de yoga relacionada com os 5 elementos intensifica-se de uma forma exponencial. É possível recriar movimentos aquáticos ou voadores com correcção e beleza. Pretende-se equilibrar os chacras, propiciando saúde física e mental, e religar a nossa existência particular com o cosmos universal. Café Filosófico: 18 de Agosto de 2022, às 18:30 No AP Maria Nova Lounge Hotel Inscrições: filosofiamjn@gmail.com *A autora não escreve segundo o acordo ortográfico


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MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?

O Algarve de Costa-a-Costa:

Conceição, Luz e Fuzeta FOTOS ANTÓNIO HOMEM CARDOSO | D.R.

PAULO LARCHER Jurista e escritor

N

ão tenho dúvidas. Analisando num mapa o percurso do caminho de ferro de Vila Real de Santo António a Lagos, desenham-se claramente duas etapas que têm o seu início ou término em Faro. Até agora, eu e o Mestre Homem Cardoso andámos a explorar apenas uma delas, a que parte de Vila Real de Santo António e deambula preguiçosamente pelo litoral até finalmente repousar na cénica estação de Faro. Em mais de metade desse percurso o carril segue o desenho do cordão dunar que amansa o mar com as suas curvas indolentes. Nesse lento trajeto em que a costa marítima nunca fica muito longe das diversas estações e apeadeiros, e às vezes pertíssimo, surpreendemos por vezes um diálogo encantador entre o monstro de aço que nos transporta e as águas mansas da ria, como uma remake do famosíssimo filme, A Bela e o Monstro. Temos feito razoavelmente bem

o nosso trabalho. Eu tenho escrito umas coisas (ficar-me-ia mal qualificá-las…) e o António tem produzido dezenas de boas fotografias das quais, infelizmente, no espaço de uma crónica não cabem mais que duas ou três. Todavia, num apanhado do que fizemos até agora apercebemo-nos de que é injusto tentar descrever o Reino dos Algarves a partir dos locais comodamente servidos pela via férrea. Esse Algarve, regra geral, está contaminado pelo presente envenenado chamado turismo que ninguém se atreve a dispensar. Se calhar até poderíamos dizer que o verdadeiro Algarve, tão amado ao longo dos séculos por raças, credos e civilizações diferentes, terá que ser procurado mais longe do litoral, talvez no barrocal onde as ondas da serra talvez ainda escondam segredos milenares ou, ainda mais além, nas suas serras misteriosas. Em resumo, nesta primeira etapa visitámos à vol d’oiseau praticamente todas as estações de comboio, fazendo uma mancheia de comentários, todavia demasiado ancorados nas nossas subjetividades. Mas atenção!, mesmo o Algarve de que temos vindo a falar não é aquilo, é outra coisa qualquer, pois, como todos sabemos, é mais improvável descrever toda a vida com palavras do que esvaziar o oceano com um dedal. Para terminar a primeira metade da viagem, e muito contra os nossos hábitos, vamos falar de duas igrejas matriz, ou melhor, das respectivas fachadas, construídas na mesma época e que pela sua singeleza e antiguidade merecem ser referidas, mesmo que resumidamente. A primeira é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz (de Tavira a partir de 2001) e datada de meados do século XVI. Apresenta um elegante portal maneirista com acrescentos barrocos posteriores. A Igreja tem

três pontos fortes: o primeiro tem a ver com a sua implantação num terreno desafogado, ajardinado, e que o é o ex-libris da vila. O segundo refere-se às dimensões das três naves cujas abóbadas correm à mesma altura, seguindo o modelo da igreja-salão o que a torna um exemplar único deste modelo arquitetónico no Algarve e só por isso merece uma visita. Finalmente, a harmoniosa e discreta porta manuelina, virada a Sul, e que surpreende pela sua discreta elegância os viajantes que por ali passam. Outro exemplar curioso é o da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, (de Tavira), cuja construção se iniciou também no século XVI em terrenos pertencentes à poderosa Ordem de Santiago, cujo escudo ainda encima a porta gótica, num desenho barroco assaz elegante de onde espreitam as vieiras, símbolos universais do apóstolo Tiago. A freguesia de Conceição, embora servida por um excelente apeadeiro da ferrovia algarvia, funciona como um arrabalde de Cabanas, uma espécie de grande dormitório, dado que toda a atividade turística é atraída pela beira-mar, pela doçura e encanto da Ria Formosa e das suas ilhas que nesta zona atinge um dos seus máximos, valorizada por um recente passeio pedonal, bastante criticado aliás, pelos comerciantes da zona, que perderam a visão direta da Ria, indiscutível fator de valorização dos seus estabelecimentos. O escriba confessa que passou aqui, ano após ano, as mais adoráveis férias da sua vida, pelo que as recorda agora com saudade. Passemos agora à Vila da Fuzeta que tem o raro privilégio de dispor

de duas! estações de comboio bem situadas e também de dispor de um parque de campismo na parte mais nobre da povoação o que, penso eu, deve atrair muita gente com vontade de banhos à mão de semear. Segundo Raúl Proença (1927), “O que Fuzeta é, sobretudo, é um centro piscatório. Estende-se a aldeia pelo declive suave da encosta, até á orla da praia […] A igreja matriz fica-lhe no ponto mais elevado. Na segunda feira in albis ocorre aqui uma vistosa festividade: a procissão da Senhora do Livramento, conduzida na antevéspera da sua capela da Luz de Tavira para a Fuzeta.”1 A procissão todavia não acabou nos dias de hoje, mas foi substituída por uma curiosa troca de Santas Senhoras entre Fuzeta e Livramento numa animada festa em que os pescadores carregam nos seus barcos os divinos tesouros. Mantém-se assim uma tradição ligada ao mar e à pesca e onde as embarcações tomam nomes femininos - Nélia; Cristina - ou de deuses - Neptuno ou são o arauto de verdades singelas do difícil ofício de existir - Faz-te à Vida; Vamos Vivendo. Oh! quão longe estão esses tempos das pescarias!… O que se pesca mais na Fuzeta é quartos, partes de casa ou mesmo casas, para alojar a população flutuante que, como uma vaga estival, submerge o litoral. A construção civil, em resposta a essa onda cíclica, é avassaladora, inestética e incongruente. Reina na Fuzeta a desarmonia só matizada pelo esplendor da ria e pelo estreito canal junto à marginal, pejado de embarcações que fazem imaginar campanhas a mares longínquos e piscosos.

Esses barcos - helàs - são agora mais utilizados não para pescar mas para transportar veraneantes sequiosos da areia branca das ilhas, da mornidão das águas e da mordida dourada que o Sol inflige aos corpos desnudados. Todavia, o espírito do lugar desta vila de antigas tradições, mas afogada pela maré imobiliária, ainda se pode ver representado no brasão da Vila, em que um barco oferece ao vento a sua vela quadrangular bem caçada. Bela e distante memória que, porém, não supre as necessidades atuais das gentes algarvias. Falta falar da estátua do pescador, trajado com os seus resguardos de alto-mar, e que, especado na praça urbana, oferece aos passantes apressados a imagem brônzea de um belo peixe carnudo e fresco. Pobre pescador! Que pensará ele, assim absorto, da sua estática missão? Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades... (1) Guia de Portugal, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1927


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ESPAÇO ALFA

A Arte da Atração FOTO D.R.

VITOR MARTINS Membro da ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve*

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eflexões sobre a Arte da Atração como uma linguagem universal e as suas diversas manifestações no quotidiano. Diariamente enquanto navegamos o nosso mundo tomamos decisões que são influenciadas pela Arte da Atração expressada como um mecanismo transacional. Encontramos a influência da Arte da Atração em todas as formas de vida no nosso planeta. Falo de todos os organismos, plantas, animais, e do nosso mundo humano. Quando existe uma transação cujo resultado é positivo o sucesso desta transação depende da eficácia dessa atração. Flores usam forma, cor e cheiro para atrair insetos, outros animais podem usar plumagens, manifestações físicas e sons para efeitos de procriação.

Todavia, existem outros objetivos, por exemplo, jovens para garantir a sua sobrevivência, outros para obter comida ou segurança. Humanos usam cor, movimento e mensagens de várias formas para publicitar os vários aspetos da nossa vida, seja sexualidade, profissionalismo, segurança e eventualmente para ganho financeiro. Existem inúmeras estratégias, cada uma adaptada à sua audiência. Sendo um tópico de enorme importância decidi criar este grupo de imagens, onde procuro estimular curiosidade sobre o assunto e convidar a audiência a observar as diversas maneiras como a Arte da Atração se manifesta diariamente. (*) V Martins Photography. Fotógrafo profissional. Residência: Irvine, California, United States e Querença, Loulé. Especializado em imagens emocionais que se apoiam na abstração. Temas favoritos do seu trabalho: paisagem, botânica, vida selvagem, vida e ambientes urbanos.

ESPAÇO AGECAL

Migrações, questão cultural JORGE QUEIROZ Sociólogo, sócio da AGECAL

M

igrações são movimentos populacionais que sempre existiram na história da humanidade. Ocorrem devido a guerras, procura de alimentos e de melhores condições de vida, com as alterações climáticas em curso prevê-se que milhões de pessoas tenham de se deslocar e abandonar os seus territórios de origem. É um problema novo, económico, mas sobretudo de gestão de recursos alimentares, habitação e reorganização social, mas também eminentemente cultural porque suscita relações e tensões provocadas por diferentes valores religiosos, formas de viver, de se alimentar ou vestir, de linguagens e manifestações culturais. Após três séculos de mobilidades intercontinentais, de colonizações

e esclavagismo, cerca de 40 milhões de pessoas entre 1840 e 1914 deixaram a Europa, dirigindo-se para as Américas fugindo à fome, foi uma das maiores migrações na história da humanidade. Nos EUA e Canadá, concepções religiosas de colonos ingleses e irlandeses expressaram um modelo de organização social suportado em reinterpretações da Bíblia, uma cultura hoje patente em movimentos político-religiosos neoconservadores que defendem o supremacismo étnico, exclusão de minorias, legalização e acesso a armas por civis. O cristianismo original não aprovava a usura, os juros e a supremacia do dinheiro como modelo de vida colectiva, as ideias defendidas por Jesus Cristo são nesses aspectos elucidativas. O capitalismo na sua fase ascensional e monopolista substituiu o modo de produção feudal, foi uma das causas do cisma religioso do século XVI, que levou à separação entre católicos e protestantes, com surgimento do luteranismo,

calvinismo, anglicanismo e outras correntes. Max Weber (1864-1920), alemão, economista, jurista e um dos fundadores da sociologia, desenvolveu no seu livro “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” a explicação de como o ideário capitalista se transformou em valor ético-cultural e não é apenas um modelo económico. A componente cultural que se afirmou ao longo da revolução industrial e tecnológica, tem matriz anglo-saxónica ligada aos mercados, expressa-se por uma língua dominante, o inglês, é promovida pelas indústrias culturais do Norte, sobretudo musical, cinematográfica e de animação com substituição de festividades tradicionais por outras ligadas ao consumo massificado (halloween, noites brancas, dias comemorativos dos mais diversos temas,…). No plano das migrações o caso português é particular. Portugal possui uma cultura não homogénea, rece-

beu influências das populações que habitaram o território antes da fundação do Reino, sobretudo romanos, visigodos e muçulmanos, evoluiu com a expansão marítima e colonizações africanas, asiáticas e do Brasil, finalmente reflexo das novas migrações do século XX registou-se na primeira metade emigração para as Américas e na segunda metade para a Europa ocidental sobretudo para a Alemanha, França, Luxemburgo e Países Baixos. A lusofonia transcende a dimensão de Portugal, fez do português o quinto idioma no mundo, surgiu também uma cultura resultante da emigração, relacionada com o Pais e o exterior, baseada em laços afectivos com a aldeia natal, estabeleceram-se duplas nacionalidades, gerações de luso-descendentes contactam esporadicamente com o “País dos avós”. Após a entrada de Portugal na União Europeia em 1986 surgiu a partir das superestruturas políticas a ideia de “cultura europeia”, que não encontramos nas ideias e textos fun-

dadores. Com uma frágil dinâmica demográfica a Europa dos 27 necessita atrair mão de obra exterior para manter os padrões de desenvolvimento. Ao mesmo tempo crescem na UE movimentos nacionalistas, populistas e até xenófobos, com expressão eleitoral, que encontram eco em populações receosas de alterações quantitativas e de convivência com outras culturas. Portugal recebeu populações vindas de outros continentes, de acordo com o SEF em 2021 existiam 740 mil pessoas residentes (7% do total), sendo a comunidade brasileira a maior (209.072), seguida de Cabo Verde (35.913), Índia (30.995). Em 2022, com o conflito militar no Leste Europeu, haverá alterações significativas nos fluxos migratórios e no turismo. Valores culturais e ambientais estarão em breve no centro de inevitáveis mudanças globais. * O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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As Pessoas Invisíveis, de José Carlos Barros A intriga

José Carlos Barros foi o vencedor do Prémio LeYa 2021 PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

O autor e o prémio

C

om a chancela da LeYa, chegou recentemente às livrarias o romance As Pessoas Invisíveis, de José Carlos Barros, anunciado vencedor do Prémio LeYa 2021 em novembro do ano passado. Com o valor de 50 mil euros, o Prémio LeYa é o maior prémio literário para romances inéditos em língua portuguesa. O júri do prémio – constituído pelo poeta Manuel Alegre (presidente), a escritora angolana Ana Paula Tavares, a crítica literária Isabel Lucas, o professor José Carlos Seabra Pereira, o poeta Nuno Júdice, o jornalista Paulo Werneck e o professor Lourenço do Rosário – deliberou, por unanimidade, As Pessoas Invisíveis como vencedor entre os mais de 700 originais que concorreram a esta edição do prémio e dos quais apenas uns 14 foram selecionados para apresentação ao júri. O júri descreve este romance como “uma viagem por vários tempos da História recente de Portugal, desde a década de 40 do

FOTO AUGUSTO BRÁZIO / D.R.

século XX, narrada a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom, ou como se precisasse de acreditar em ter um dom”. José Carlos Barros é licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora. Transmontano, nascido em Boticas, vive e trabalha no Algarve, em Vila Nova de Cacela. Foi diretor do Parque Natural da Ria Formosa e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Nas várias edições do Prémio LeYa, tem havido alguns casos, raros, em que o autor não é inédito, como aconteceu com o escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho. Este é o terceiro romance do autor. José Carlos Barros já tinha sido finalista do Prémio LeYa em 2012, com Um Amigo para o Inverno, publicado pela Casa das Letras (e por nós apresentado há alguns meses). O Prazer e o Tédio, publicado em 2009 (e aparentemente esgotado), foi adaptado ao cinema por André Graça Gomes. Autor de vários livros de poesia – O Uso dos Venenos (2.ª edição, 2018); A Educação das Crianças (2020); Estação – Os Poemas do DN Jovem, 1984-1989 (2020); Penélope Escreve a Ulisses (2021) – começou a sua produção literária a publicar poemas no suplemento «Jovem» do Diário de Notícias nos anos 80.

As Pessoas Invisíveis, narrado na terceira pessoa, começa com um primeiro capítulo a que poderíamos chamar prólogo que de algum modo contradiz a advertência inicial configurada na Nota ao Autor. Embora esta nota garanta que “a presente ficção não se baseia em factos reais e não tem a ver com o massacre de Batepá nem com as ocorrências desse mês de fevereiro de 1953 em São Tomé e Príncipe”, páginas depois leremos como na cidade de Berlim, em 1980, é encontrado um caderno que relata a descoberta, no Vale das Freitas, aldeia em Trás-os-Montes, de uma possível jazida de ouro. Ironicamente, aquilo que devia ser o esquisso de um relatório afigura-se mais como um “diário poético” de “conteúdo inverosímil”. O autor preocupou-se mais com a descrição da paisagem bucólica, dos bosques, rios, ribeiras, vegetação, estrutura urbana dos aglomerados perdidos nas serras, e menos com os recursos geológicos de um “metal estratégico das fábricas de armamento do Terceiro Reich” (p. 11). De 1980 recuamos, no capítulo seguinte, a 1942 (relembre-se que decorre então a não tão distante Segunda Guerra Mundial), período em que se instala a confusão em Vale das Freitas, com a sofreguidão das concessões mineiras que se instalam na região e do caos que rompe a paisagem outrora pacata e um modo de vida rural que se começa a perder, com o escoamento da maior parte dos homens para a exploração do volfrâmio. É nesse ambiente que testemunhamos a improvável amizade de um engenheiro alemão e do jovem Xavier Sarmiento. A intriga centra-se, a partir de então, na figura de Xavier, um jovem que descobre ter o dom de curar e que cedo se deixa fascinar e depois corromper com a ideia do Poder. Até à página 120, o que constitui cerca de um terço do livro, acompanhamos a história ambígua do curandeiro e mágico Xavier, até este ser preso e depois seguir para a Ilha da Província, em África. Nesta primeira parte, a crítica tem considerado que o autor parece aproximar-se do realismo mágico, dando conta de um país rural, cheio de crendices, à procura de um milagre. Ressalve-se que o realismo mágico se pauta pela indeterminação entre o mundo natural e o sobrenatural, onde o maravilhoso acontece sem criar sobressalto ou espanto. Aquilo que acontece em torno de Xavier, no entanto, é quase sempre descrito de forma ambígua – e aqui reside um dos pontos fortes da escrita: “Não havia unanimidade quanto ao entendimento dos poderes de Xavier Sarmiento. As histórias que se contavam eram

de fábula e contradiziam-se.” (p. 135) A voz narrativa consegue a proeza de deixar o leitor às escuras relativamente à veracidade ou não dos poderes que Xavier reclama ter e teima em treinar: “Xavier sorria por dentro e imaginava a cara do homem se lhe explicasse que o poder está ao alcance de todos. Que, em boa verdade, qualquer pessoa podia curar ou levitar, ou presidir aos governos, ou fazer mover os objetos à distância, desde que acreditasse” (p. 101). O mesmo acontece com as “pessoas invisíveis” que dão nome ao romance, cuja invisibilidade mais do que sinal de oblívio significa proteção. Como se referiu, dá-se uma fuga de Xavier para África, depois de ter estado preso (a sua pena é ironicamente reduzida devido ao fascínio que os seus poderes exercem), mais especificamente para a Ilha da Província – nome naturalmente fictício, a condizer com a ficção do Império Colonial, agora chamado de Ultramar, de alterar a nomenclatura dos territórios ultramarinos, deixando de haver Colónias para passar a haver Províncias (p. 149), o que acontece mais ou menos nos anos 50 do século passado.

Romance venceu o Prémio LeYa entre os mais de 700 originais que concorreram

Note-se que com a mudança de cenário que acompanha a deslocação do protagonista, a sua figura torna-se também cada vez mais esbatida perante o leitor. Só ficamos a saber sobre Xavier face ao que os outros contam e evocam, conforme a sua sombra cresce enquanto um temido chefe das milícias. Como se indica na sinopse do livro, e esta é uma das poucas pistas de leitura de um livro tão original quanto desafiante, As Pessoas Invisíveis é um romance que reflete sobre a “ideia de Poder”. Se, na aldeia, o poder advém do dom de curar e de parecer até comungar do espírito e vontade anímica dos outros - nomeadamente mulheres -, na Província o protagonista move-se numa diferente esfera do poder, passando a ser o homem de con-

fiança do Governador e andando quase sempre camuflado, habitado pelo espírito do bosque, e uma vez mais rodeado de versões contraditórias relativas aos seus poderes.

Re-escrita Conforme Xavier parece perder o protagonismo, entra em cena o inspetor Álvaro Lince, filho de um velho amigo de Santa Comba Dão do doutor Salazar, incumbido de averiguar os “incríveis acontecimentos” daqueles “três dias de princípios de Fevereiro”, em que se deu um massacre. À semelhança do que acontecia com o caderno encontrado de que se fala no início do romance, também Álvaro tem em mãos recolher informação, com vista à redação de um relatório a enviar à Metrópole, mas sem saber como dar conta das várias atrocidades que descobre: campos de concentração; tortura na cadeira elétrica; celas improvisadas onde se morre por falta de ar; dos “desmandos” de Xavier (p. 193). Podemos inclusivamente ver esta narrativa como uma alegoria de um país pequeno, outrora rural e insulado, que com a desmesura do poder alcançado, aquando da expansão e da apropriação de novos territórios que o ultrapassavam em tamanho, perde o norte. A extraordinariedade dos acontecimentos é agora de outra ordem, como muitas vezes também acontece na ficção do realismo mágico, quando se dá conta do horror imposto por regimes totalitários. Este poderoso romance percorre assim livremente vários episódios da vida portuguesa ao longo de cinco décadas, terminando com os primeiros anos da democracia. Nessa digressão revisita e reescreve acontecimentos inevitavelmente abafados pelo discurso oficial histórico, uma outra forma de invisibilidade, portanto. O autor terá tomado conhecimento do Massacre de Batepá ao deparar-se com uns painéis numa visita a São Tomé e Príncipe. Nesse fevereiro de 1953 teriam morrido mais de mil pessoas. A mortandade destes nativos forros evidencia como o fim legal da escravatura precedeu, em várias dezenas de anos, a sua efetiva abolição. Um romance aparentemente fragmentário, que deixa a interpretação a cargo do leitor, impelindo-o a coligir os vários momentos de uma narrativa por vezes díspar. Entre os silêncios do livro fica o leitor encarregue de resgatar os seres que aqui vivem da sua invisibilidade, principalmente da sua pior forma: o esquecimento. Uniforme ao longo do romance é o trabalho sobre a linguagem, a riqueza de um vocabulário que não se atrapalha por ser oralizante, de uma magia telúrica que nada atrapalha, antes cadencia e enriquece as frases, denunciando o autor como poeta.


CULTURA.SUL

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LETRAS & LEITURAS

A Ilha das Árvores Desaparecidas, de Elif Shafak “ilha verde”, famosa pelas suas densas florestas, e revela a história de um país dividido, com gregos e cristãos, outrora vizinhos, em lados opostos. Quando o exército turco entra em Varosha, todos os habitantes da cidade, mais de 39 mil pessoas, são obrigadas a fugir. Como se refere no texto, «ninguém se apaixona em plena guerra civil, quando se vive no meio da carnificina e rodeado de ódio por todos os lados» (p. 184), mas é exatamente isso que acontece com Kostas e Defne. Porque «o tempo arbóreo é equivalente ao tempo narrativo» (p. 60), em que uma árvore, tal como uma narrativa, não cresce em linhas direitas, mas curva-se e torce-se e bifurca-se, é pela voz da figueira que se desenterram os segredos de uma terra devastada por milhares de mortes, cujos corpos são abandonados em segredo. «Uma árvore é uma guardadora de memórias. Emaranhadas sob as nossas raízes e ocultas nos nossos troncos encontram-se as nervuras da História, as ruínas de guerras que ninguém venceu, os ossos dos desaparecidos.» (p. 229)

Elif Shafak é considerada uma das mais influentes e inspiradoras mulheres da atualidade FOTOS D.R.

A

Ilha das Árvores Desaparecidas, publicado pela Editorial Presença, traduzido por Maria de Fátima Carmo, é o mais recente romance de Elif Shafak. Autora turco-britânica multipremiada e aclamada pela crítica, conta já com 19 livros publicados, entre os quais 12 romances. A Ilha das Árvores Desaparecidas, finalista do Prémio Costa, é um belíssimo romance, de uma estranheza cativante, que agarra logo nas primeiras páginas e nos conta a história de uma família de duas perspetivas. A narrativa na terceira pessoa centra-se na deslocada Ada, cuja mãe faleceu, e que nunca conheceu a ilha de Chipre onde nasceram os seus pais. Alternadamente, acompanhamos a história de Ada, dos pais e de Chipre pela voz de uma figueira, uma Ficus carica, a crescer no jardim da sua casa, e nos revela o mundo secreto e fascinante das árvores e das improváveis ligações que estabelecem entre si e o mundo dos humanos. É a figueira que lança inclusivamente luz sobre alguns dos mistérios apresentados na narrativa. Quando Kostas, grego e cristão, e Defne, turca e muçulmana, saíram da ilha de Chipre, em 1974, trouxeram consigo um enxerto desta figueira, agora

plantada no terreno da sua casa. Na altura, Defne também já transportava consigo Ada, ainda que desconhecesse estar grávida. Anos depois, agora a viver em Londres, Kostas terá de enterrar a figueira para a proteger de um iminente tem-

poral. É também nesse período que Meryem, a irmã de Defne (nome que ressoa, sugestivamente, a figura mitológica de Dafne), afastada da irmã há anos, decide reatar relações com o cunhado, e a sobrinha que nunca conheceu, fazendo-lhes uma visita.

Ada fica incomodada com esta espampanante tia, ainda que se recuse a comprar as vistosas roupas que lhe enchem a mala, que parece só saber falar por provérbios. A narrativa recua então ao ano de 1974 na ilha de Chipre, outrora conhecida como a

“A Ilha das Árvores Desaparecidas” é o mais recente romance de Elif Shafak

A escritora conta já com 19 livros publicados, entre os quais 12 romances

Os livros de Elif Shafak, muitos deles bestsellers, estão traduzidos em 55 línguas. Doutorada em Ciência Política, deu aulas em várias universidades na Turquia, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, nomeadamente em Oxford, onde é honorary fellow. É vice-presidente da Royal Society of Literature e foi considerada, pela BBC, uma das mais influentes e inspiradoras mulheres da atualidade. Defensora dos direitos das mulheres, LGBTQ+ e da liberdade de expressão, foi distinguida com a medalha de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres. Em Portugal, a obra da autora está publicada pela Editorial Presença. Foi recentemente reeditado o livro A bastarda de Istambul.


20CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO

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A N Ú NCIOS

MARIA MARTA DO PIMENTA LUDOVINA CARMOFERNANDES PALMA

MARIA MARTA PIMENTA FERNANDES CESALTINA MARIA ISIDORO AFONSO

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA LUZ MARIA - TAVIRA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

SANTA MÉRTOLA MARIA- -BEJA TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

MARIA MARTA FERNANDES JAIME DOS PIMENTA SANTOS MENDES

MARIA PIMENTASEGUR FERNANDES ANTONIETA DAMARTA ENCARNAÇÃO A LEIRIA DO Ó

29-07-1935 22-01-1942 22-07-2022 13-01-2022

19-09-1944 22-01-1942 13-01-2022 25-07-2022

22-01-1942 24-10-1939 25-07-2022 13-01-2022

23-04-1932 22-01-1942 13-01-2022 26-07-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

PAMPILHOSASANTA DA SERRA MARIA - PAMPILHOSA - TAVIRA DA SERRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

VILA REAL DE SANTOSANTA ANTÓNIO MARIA - VILA - TAVIRA REAL DE SANTO ANTÓNIO VILA REAL DE SANTA SANTO MARIA ANTÓNIO E SANTIAGO - VILA REAL - TAVIRA DE SANTO ANTÓNIO

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S. Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. D.F.

VENDE-SE ou ARRENDA-SE MARIA MARTA PIMENTA FERNANDES ADALGISA FERNANDA DO NASCIMENTO MANGAS 30-07-1933 22-01-1942 28-07-2022 13-01-2022

MARIA MARTA PIMENTA FERNANDES ALMERINDA VIEGAS VALENTE

4 terrenos agrícolas com excelente localização e acessibilidade, com água da barragem, situados na Asseca a 3 minutos da cidade de Tavira

28-03-1938 22-01-1942 13-01-2022 29-07-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

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SANTA SANTIAGO MARIA- TAVIRA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA SANTA MARIA MARIA -- TAVIRA TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

èPomar de citrinos: 8.158 m2 èTerra de semear: 8.000 m2 èTerra de semear: 9.788 m2 èPomar de citrinos e terra de semear 6.370 m2 èÁrea total: 32.316 m2

Contacto: 918 201 747


CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO 21

POSTAL 5 de agosto de 2022

A N Ú NCIOS

ANÚNCIO DE VENDA DE PRÉDIOS RÚSTICOS CONTÍGUOS, SENDO UM MISTO

3,6 cm alt. x 3,6 cm alt. x

8,5 cm larg.

7,6 cm alt. x

8,5 cm larg.

15,6 cm alt. x

8,5 cm larg.

23,6 cm alt. x

8,5 cm larg.

23,6 cm alt. x 32 cm alt. x

NOTIFICAÇÃO PARA EFEITOS DE EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA

4 cm larg.

Wilkin Girindra, viúvo, natural de Jacarta, Indonésia, de nacionalidade canadiana, residente em Faz Fato, Caixa Postal 211-Z, 8800-064 Conceição de Tavira, NIF 213 384 221 e seu filho, Wilkin Girindra, que também usa Wilkin Girindra Júnior, solteiro, maior, natural de Budapest, Hungria, de nacionalidade canadiana, residente em 3232 Renfrew St Vancouver BC V5M 3L3, Canadá, NIF 299 477 770, na qualidade de proprietários dos quatro imóveis abaixo identificados, todos contíguos, na impossibilidade de notificarem pessoalmente , nas suas moradas, por desconhecerem os mesmos e respetivos paradeiros, os proprietários dos prédios confinantes com os mesmos,

17,3 cm larg. 26,2 cm larg.

23%

Vêm, nos termos e para os efeitos previstos no disposto no nº 1 do art. 1380, 1376, nº3, 416 a 418 e 1410 do Código Civil, comunicar e dar conhecimento a todos esses proprietários a sua intenção de procederem à venda dos imóveis abaixo identificados, sendo o seguinte o projeto de venda e respetivas cláusulas: Identificação dos Imóveis, todos contíguos 1 – Prédio misto, composto por terra de pastagem com chaparreiros e edifício térreo, destinado a habitação, situado em Cerro do Foi, Faz Fato, União das freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, situando-se o prédio urbano no interior do rústico, inscrito nas respetivas matrizes, a parte rústica sob o art. 11784 e a urbana sob o art. 1.547, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 1200/19881221, da freguesia Conceição, com a licença de utilização número 206, do prédio urbano, emitido pela Câmara Municipal de Tavira a 31/07/1992 e com o Certificado energético número SCE203829731, válido até 21/06/2029; 2 – Prédio rústico, composto por terra de cultura, situado em Serro Foias, União das freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o art. 6031, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 2701/19960527, da freguesia Conceição;

www.

3 – Prédio rústico, composto por terra de cultura, denominado Serro, situado em Foias, União das freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o art. 6029 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 2931/19970814, da freguesia Conceição;

PreviaSafe.pt

geral@previa.pt Tel.: 289 393 711 | 289 824 861

4 – Prédio rústico, composto por terra de cultura, denominado e situado em Serro do Fojo, União das freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o art.12052 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 3060/19990210, da freguesia Conceição. Projeto de venda: Os quatro prédios, sendo um misto e três rústicos, todos contíguos, são vendidos em conjunto, pelo preço global de 285.000,00€ (duzentos e oitenta e cinco mil euros), sendo de 265.000,00€ (duzentos e sessenta e cinco mil euros) o preço do prédio urbano e de 5.000,00€ (cinco mil euros) o preço de cada um dos prédios rústicos. A compradora é a sociedade Visionarymarathon Unipessoal, Lda, com sede no Bairro do Abrunhós, Bloco 7, R/c Esq. 3300-016, Arganil, freguesia e concelho de Arganil, com o núm ero único 515230367 de matrícula e de pessoa coletiva. O preço será pago na seguinte forma: a quantia de 28.500,00€ / vinte e oito mil e quinhentos euros, no ato da assinatura do contrato promessa de compra e venda e os restantes 256.5000,00€ por cheque bancário no ato da escritura de compra e venda a celebrar no Cartório Notarial do Dr. Bruno Torres Marcos, na Rua da Silva, nº 17-A, em Tavira, no dia 17 de agosto de 2022, pelas 12h00. Todas as despesas, incluindo os impostos municipal sobre as Transações onerosas de imóveis e de selo, custos notariais e emolumentos de registos ficam a cargo da compradora, sendo o prédio vendido livre de ónus e encargos.

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NIF

em primeira mão

Distribuído em toda a região do Algarve com o

POSTAL do ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, 13C 8800-412 Tavira

Os titulares do direito de referência interessados na compra deverão, no prazo de oito dias a contar da publicação deste anúncio, comunicar, por escrito, a vontade de exercer o seu direito ao procurador dos vendedores, Carlos Santos, advogado, Rua 25 de Abril, nº 5, 1º F, 8800-427 Tavira, telemóvel – 917631100, email: carlossantos-3080l@advogados.oa.pt. (POSTAL do ALGARVE, nº 1290, 5 de Agosto de 2022)


22 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO

POSTAL 5 de agosto de 2022 anos

PERCEPÇÕES… E REALIDADES (2)

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas

Mendes Bota

Elidérico Viegas

| OPINIÃO Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia

OPINIÃO | Empresário e Gestor Hoteleiro

A Falta de Água: "A água lava tudo, menos as más acções"

ARTE OU VANDALISMO

O

A

Algarve é a Região do País onde a relação entre a Água e o Turismo é mais importante, intensa e durável. Esta realidade exigiria, só por si, uma gestão cuidadosa das disponibilidades de água, de forma a minimizar as consequências dramáticas de um cenário de seca prolongada, uma das características do clima mediterrânico, agravadas pelas alterações climáticas. A água é não só um bem escasso, mas também fonte de vida e um recurso essencial para a manutenção dos equilíbrios ecológicos e ambientais à escala planetária. Os bens raros, especialmente quando necessários e indispensáveis à vida, tornam estes recursos ainda mais valiosos. Entre as várias fragilidades regionais nesta matéria, sobressaem, entre outras, a necessidade de definir os microssistemas do interior, a implementação de sistemas de gestão e protecção dos aquíferos subterrâneos, a criação de planos de bacia para as ribeiras do Algarve, a construção de novas barragens e centrais de dessalinização e, sobretudo, a minimização das elevadas perdas nas redes concelhias de distribuição de água (mais de 20%). O Algarve é um dos exemplos mais paradigmáticos da valorosidade da água, atendendo às características climatéricas da região e à necessidade em satisfazer grandes consumos, pelo menos em determinados períodos do ano, uma consequência directa das exigências agrícolas (60% do consumo), e de uma população flutuante com origem na actividade turística que chega a atingir mais do dobro da população residente. Por tudo isto, não subsistem dúvidas quanto à necessidade de o Algarve levar a cabo investimentos estruturais, especialmente ao nível da construção de novas barragens, destinadas a armazenar as chamadas águas de superfície, actualmente muito limitadas em períodos de seca prolongada ou extrema. A redução da capacidade de armazenamento da barragem de Odelouca, um erro político resultante da cedência a interesses ambientalistas instalados, colocou em causa a garantia de abastecimento de água em quantidade e qualidade em períodos de escassez, como o que atravessamos presentemente. A recusa em construir a barragem da Foupana é mais um dos erros políticos graves que atentam contra o interesse

público regional e nacional. A água é um bem económico de origem natural, pelo que se justifica a transferência dos sítios onde a mesma é abundante ou onde pode ser armazenada para aqueles onde é mais escassa, permitindo, assim, criar condições para um desenvolvimento mais harmonioso, equilibrado e sustentável das actividades económicas regionais. Nestes termos, o transvaze do Pomarão para o Sistema Odeleite/Beliche deve ser concluído o mais rapidamente possível. A água, enquanto bem finito, está sujeita às leis do mercado, pelo que a tendência será para que a mesma seja cada vez mais cara, o que vai contribuir para a perda de competitividade das empresas e da economia da região em geral. A água, todos o sabemos, é um bem universal imprescindível, que a natureza coloca ao serviço do homem e do seu bem-estar.

A Política da Água deve ser a prioridade das prioridades do Algarve, mas não tem tido a tradução prática que a actual situação exige

A

Política da Água deve ser a prioridade das prioridades do Algarve. Este grau de prioridade ainda não foi suficientemente reconhecido e, portanto, não tem tido a tradução prática que a actual situação exige, já que a água não é mais um bem inesgotável. A escassez de água e a seca são, hoje, uma ameaça à economia como um todo, justificando, por isso mesmo, no quadro da adaptação às alterações climáticas, a realização urgente de investimentos específicos, já que as chuvas normais não são suficientes para repor os níveis freáticos, nem o armazenamento em barragens. A região carece de investimentos estruturais, nomeadamente a implementação de um Plano de Recursos Hídricos, consubstanciado, entre outras coisas, no lançamento da construção da barragem da Foupana, para além da construção de centrais de dessalinização onde tal se justifique, bem como um Programa para reutilizar, eficazmente, as águas das ETAR´s para a agricultura, regas de campos de golfe, espaços verdes e jardins. *O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

teoria das janelas quebradas publicada em 1982 por James Wilson e George Kelling advoga que se uma janela de um edifício degradado for quebrada e não for de imediato reparada, muito brevemente todas as janelas estarão partidas, seguir-se-á a ocupação, provavelmente o incêndio. Por analogia, esta teoria poderia aplicar-se ao lixo deixado nas ruas, às pedras soltas da calçada, aos restos de obras diversas ou à grafitagem que prolifera impune em edifícios públicos e privados, pontes, viadutos, vedações, qualquer espaço serve. A Lei 61/2013 era suposta pôr ordem na casa, mas não passa de mais uma papeleta morta que não serve para nada, que toda a gente parece desconhecer ou a que ninguém passa cartão. Muito convenientemente, o Estado central despachou para as autarquias (leia-se polícia municipal ou serviços de fiscalização municipal) a incumbência da sua aplicação e fiscalização, com coimas dos 100 aos 25.000 euros para os infractores, mas reservou para si 60% da receita. Não dá processo-crime, é matéria de contraordenação. Uma inutilidade. Não há notícia de “artistas” da noite apanhados em plena acção, nem de operações de vigilância que contrariem a onda imparável que está a transformar aceleradamente a paisagem urbana das nossas aldeias, vilas e cidades, perante a passividade de toda a gente. Uma autêntica epidemia. Há quem veja neste movimento underground um sinal de cultura, criatividade e rebeldia, que não deveria ser estigmatizada pela sociedade. Um regresso ao espírito de Maio de 68 em Paris, de Manhattan anos 70, ou do pós-25 de Abril, em que se destacavam os murais do MRPP. Mas é também um sinal visível de declínio moral, de comportamento anti-social, uma imagem de marca de terceiro mundismo. Existe ali arte urbana? É verdade. Em Olhão e em Loulé podem ver-se alguns murais lindos, por exemplo. Mas a maioria da gatafunhagem é lixo, vandalismo sem talento. Uma mensagem de que “já ninguém se importa”. O desleixo como regra.

çado um livro branco e um profundo debate na sociedade portuguesa sobre os benefícios da Regionalização. O Referendo de 1998, patrocinado por Marcelo e Guterres, pôs-lhe uma pedra em cima por muitos e bons anos, sabe-se lá se perpetuamente. Um mapa estúpido do retalho de Portugal deu cabo de tudo. O argumento nunca contrariado do despesismo e de “mais tachos para políticos” tornou-se irresistível. Até hoje. A Geringonça poderia ter avançado, mas teve outras prioridades. O pio regionalista de Rio variou de tom conforme as ocasiões. E quem se der ao trabalho de ler os programas eleitorais dos principais partidos às legislativas de Janeiro passado confirmará o interesse minimalista que o tema lhes mereceu. É verdade que Costa prometeu um novo referendo para 2024. Só que isso foi antes da invasão da Ucrânia, e de repente o mundo mudou. A crise está aí no bolso de toda a gente, o futuro mais incerto do que nunca. Uma nova consulta na actual conjuntura poderá ser o fim do sonho. A morte matada do processo. A vitória definitiva da RegionalizaNÃO.

Em Olhão e em Loulé podem ver-se alguns murais lindos, mas a maioria da gatafunhagem é lixo, vandalismo sem talento

REGIONALIZANÃO

N

o jazigo IV das catacumbas da Constituição mora há quase meio século a Regionalização de Portugal. Perdeu-se nas contas do tempo o número de promessas eleitorais logo seguidas por obstáculos intransponíveis. Partidos políticos com assento parlamentar caminharam por esse chão. Alguns inverteram depois os programas pisando essa bandeira debaixo dos pés. Cavaco declarou guerra à criação de regiões em 1992 depois de ter lan-

VIRA O DISCO…

A

ctuaram nas Festas da Cidade de Olhão, na Cimeira das Motos em Faro. Os Xutos e Pontapés têm um lugar marcado no Panteão Nacional da música Rock & Roll. 43 anos no activo é obra! É admirável como continuam em digressão, arrastando multidões inter-geracionais na Volta a Portugal dos Concertos, repetindo a ladainha da “minha alegre casinha” até à exaustão. Zé Pedro morreu, o Tim inchou na proporção inversa à qualidade da voz que nunca foi grande coisa, e a inspiração desapareceu há muito nas curvas da estrada. Houve uma excepção. O tema “Sem Eira nem Beira”, editado em 2009, que pôs o país inteiro a cantar. Um sucesso imediato. Tão surpreendente, como o seu súbito desaparecimento das rádios, das lojas, dos concertos. Um rapto nunca explicado, jamais resolvido. Talvez porque a primeira frase do refrão começava assim: “Senhor engenheiro, dê-me um pouco de atenção…” *O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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POSTAL 5 de agosto de 2022 anos

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Algarvios da ADA vão competir na América com os melhores do Mundo em Hip Hop Dance

Associação de Futebol do Algarve doa 5.000 máscaras à Pediatria do CHUA A Associação de Futebol do Algarve (AFA) ofereceu, esta quarta-feira, cinco mil máscaras cirúrgicas tipo IIR ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que destinará o material de proteção individual ao Serviço de Pediatria. Reinaldo Teixeira e Carlos Figueira, presidente da Direção e diretor com o pelouro da Responsabilidade Social da AFA, respetivamente, foram recebidos pela presidente do Conselho de Administração Ana Varges Gomes e por Paulo Neves, vogal executivo do CHUA. Em ano de centenário, a AFA continua a promover ações sociais na região, desta vez com o apoio da empresa algarvia Ambition & Honesty – Equipamentos Médicos, Lda.

E

ntre este sábado e o próximo, dia 6 a 13 de agosto, os “Sparks” da Academia de Dança do Algarve (ADA) vão estar entre os melhores do mundo no 2022 World Hip Hop Dance Championship (Hip Hop International), em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos da América. No World Hip Hop Dance Championship 2022 estarão presentes cerca de 200 grupos a representar mais de 30 países e os Sparks são a única equipa portuguesa na categoria de Adultos. E porque os custos são elevados só graças aos apoios da ADA – Academia de Dança do Algarve, do Município de Olhão, Município de Faro, SubSolo, BF Security, Line Star Life e diversos particulares, através da campanha de crowdfunding ou donativos, este sonho será possível concretizar. Além de competirem no 2022 World Hip Hop Dance Championship os “Sparks” irão ter a oportunidade de contactar com a elite da dança a nível

Preços de casas na praia 'disparam' 44% em Lagos A procura de casas na praia à venda cresceu em 45 dos 54 municípios na costa portuguesa, fazendo cair a oferta na maioria dos concelhos e disparar os preços, segundo um estudo do Idealista, publicado esta quarta-feira. De acordo com os dados do portal imobiliário, foi em Sines, na costa alentejana, que se assistiu a um maior aumento dos preços das casas junto ao mar (+71%), sendo que uma habitação passou a custar, em média, 465.284 euros em maio, seguindo-se Grândola, no Alentejo, (+53,8%) e Lagos, no Algarve (+44,1%). Já os municípios no litoral onde é mais caro comprar casa são Cascais, onde uma casa custou, em média, 892.485 euros em maio de 2022, Grândola (872.644 euros) e Loulé (721.628 euros).

mundial e de participarem em Battles e em Formação Internacional.

Os sucessos da ADA

Academia de Dança do Algarve Desde a sua criação, a 9 de julho de 2007, a ADA já formou milhares de jovens bailarinos, com uma forte componente nas danças urbanas. Atualmente com cerca de 335 bailarinos, está presente nas cidades de Tavira, Olhão, Faro, Loulé, Almancil e Quarteira, contando também com um enorme apoio das entidades municipais. Além de lhes permitir formação específica, em Faro e Olhão, para os estilos de Hip Hop, Dancehall, House, Breaking, Waacking, Afro e Contemporâneo, a ADA tem estado presente com equipas de competição, em diversos campeonatos nacionais e internacionais (Espanha, Holanda, França e outros), obtendo classificações de grande relevo. Neste momento são 8 as equipas competidoras: Sparks Kids, Sparks Jr, Young Sparks, Sparks, G-Sparks, Little Diamonds, Diamonds e Crown Dance Team.

Fruto dessa forte aposta na dinâmica de competição, a equipa “Sparks”, é uma das equipas ADA que irá representar Portugal no Campeonato Mundial de Danças Urbanas, o HHI – Hip-Hop International, a realizar no próximo mês de agosto, em Phoenix (Arizona – USA), nos Estados Unidos da América. Numa vertente mais educacional, a ADA também possibilita formação e apoio escolar, facultando ainda a utilização de diversos serviços na área da saúde e bem-estar. Esta Academia realiza anualmente vários eventos de cariz exibicional e de performance: o Algarve Dance Meeting, Gala Dance Natal, Show Your True Color, I Can Beat You, Keep it Real, Dancehall Summer Vibes. Promove ainda um evento de competição internacional, a Convenção Internacional Hip Hop Dance Algarve, este ano na sua 13ª edição, que conta com a presença de algumas das melhores academias e escolas de dança nacionais e internacionais, assim como júris internacionais que proporcionam workshops nos mais variados estilos.

E ainda Algarve vê-se obrigado a reativar captações de água desativadas

anos

A Águas do Algarve está a reativar as antigas captações municipais para enfrentar a escassez de água nas barragens. Para tentar assegurar o abastecimento público para lá da atual perspetiva de ano e meio, serão reativadas mais de dez captações de água na região até ao fim do ano. O cenário de seca está, inclusivé, a levar a Barragem da Bravura - uma das principais da zona algarvia - a atingir o volume morto, um ano depois de deixar de servir como fonte de abastecimento para a rega agrícola em detrimento do fornecimento público nas zonas de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur. Daqui a um mês, avança a SIC Notícias, se as condições de seca se mantiverem, deixará de conseguir fornecer os atuais 160 litros por segundo.

Vem aí trabalhadores de Cabo Verde e de Marrocos O Algarve quer recrutar mão-de-obra de Cabo Verde e Marrocos para o setor do turismo e da agricultura. Para garantir que a mão-de-obra estrangeira venha de forma absolutamente legal, a organização internacional das migrações vai fornecer ao Governo recomendações para a boa gestão dos acordos de migrações laboral.

OS PIRATAS ESTÃO DE VOLTA A OLHÃO

Faro é uma das três cidades menos poluídas da Europa

Sporting e Benfica jogam torneio de futsal em Portimão

Faro, Funchal e Umeå na Suécia são as três cidades mais limpas da Europa, em termos de qualidade do ar, segundo os dados publicados pela Agência Europeia do Meio Ambiente referentes a 2020 e 2021. Este ranking foi atribuído em função dos dados relativos às emissões atmosféricas, recolhidos pelas 400 estações de monitorização da qualidade do ar, das 340 cidades incluídas no Visualizador europeu de qualidade do ar. Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as suas diretrizes de saúde para a qualidade do ar, recomendando um nível máximo de 5 μg/m3 de partículas finas, em caso de exposição a longo prazo. Por seu lado, a União Europeia (UE), na sua Diretiva 2008/50/CE relativa à qualidade do ar ambiente e a um ar mais limpo na Europa, estabelecia um valor mais ambicioso, limitando as partículas finas a 2,5 μg/m3. Com a referida diretiva em fase de revisão, espera-se o alinhamento das normas da UE com as recomendações da OMS.

O Sporting, bicampeão português de futsal, e o Benfica vão defrontar o campeão europeu Barcelona e o Movistar Inter num torneio de pré-época marcado para Portimão, no Algarve, no último fim de semana de agosto.A organização do Record International Masters Futsal, apresentado hoje numa unidade hoteleira de Portimão, prometeu o "melhor torneio de pré-época do mundo", com as "quatro melhores equipas do mundo", todas elas anteriores vencedoras da prova, reunidas no Portimão Arena, em 27 e 28 de agosto. "Isto é praticamente uma 'final four' da 'champions'. É um nível altíssimo, obviamente que ainda longe do pico de forma das equipas. Vão ser bons testes para todos", disse Gonçalo Alves, 'team manager' do Benfica, vencedor da última edição, realizada em 2019, antes da pandemia de covid-19.

FOTOS D.R.

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

FESTIVAL Os Piratas estão de volta a Olhão até

sábado (dias 2 a 6 de Agosto), com o regresso do mercado e o espetáculo de palco, entre as 18:00 e as 24:00, depois de dois anos em que a autarquia olhanense manteve apenas as arruadas, por motivos de contigência. "Aos poucos vamos voltando à normalidade, e apesar dos diversos constrangimentos, não quisemos deixar de realizar, ainda que em formato reduzido, este evento que, desde 2014, tem sido

Tiragem desta edição

acarinhado pela população em geral e em particular pelos mais novos, trazendo uma grande dinâmica à baixa da cidade e ao comércio local", disse ao POSTAL o vereador João Evaristo. Fica o convite a uma visita ao Jardim Patrão Joaquim Lopes da cidade de Olhão, para viver este regresso ao passado e envolver-se no ambiente do dia a dia do século XVIII, numa recriação livre onde não faltarão os mercadores, as artes performativas, a música, o teatro e a dança.

14.258 exemplares

POSTAL regressa a

19 de agosto


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