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Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1085 • Semanário à sexta-feira • 3 de Agosto de 2012 • Preço € 1

O futuro depois do fogo 2 Marisco volta a reinar em OLhão 3 CTT de Tavira ameaçam com greve 4 ps dá tiro de partida na corrida às autárquicas 5 castro marim é o único concelho do país sem bombeiros 6 FARM promete fim-de-semana recheado 9 classificados 10

às Sextas em conjunto com o Público por €1,60 d.r.

Fogos em São Brás e Tavira:

Governo prepara ajuda para dar um futuro à serra p. 2

Festival do Marisco abre Agosto > Menos um dia de festival é o que a crise obriga. Mas contenção

só nos custos, na qualidade e na animação a aposta faz-se forte numa terra que abre Agosto com o ponto alto do seu calendário. Olhão volta a ser o coração da Ria Formosa. p. 3

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Autárquicas

PS dá tiro de partida para corrida às eleições

pedro ruas

d.r.

olhão

p. 5

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O POSTAL regressa no dia 17


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|  3 de Agosto de 2012

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O futuro depois do fogo Autarquia e Governo estão no terreno, mas há muito para fazer para ajudar quem perdeu tudo d.r.

Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

O fim de JuLho marcou de forma indelével os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel com o maior incêndio do ano no país até ao momento, cujas consequências se saldam entre as mais graves de sempre na região no que respeita aos efeitos de fogos florestais. O terror vivido pelas populações entre os dias 18 e 21 de Julho não vai cair tão cedo no esquecimento de todos e mais ainda daqueles que viveram directamente as consequências do fogo voraz que lavrou a desmando pelas encostas e vales da Serra do Caldeirão. Há quem tenha perdido tudo, e o dia seguinte é o que hoje importa antever e enquadrar. O POSTAL falou com os dois presidentes de Câmara dos concelhos afectados para saber como se vai processar a recuperação de tudo o que ficou destruído, duas conversas onde a grande preocupação dos autarcas foi sempre a resposta às necessidades das pessoas. Governo quer saber como tudo se passou Os comen-

tários sucederam-se ao longo dos dias que durou o incêndio, que começou em Tavira e se estendeu a São Brás. A falta de coordenação das operações de combate foi exposta pelas populações aterradas pela ausência de bombeiros, tanto como pelos responsáveis autárquicos. Os autarcas de São Brás e Tavira não negam hoje a sensação de descoordenação que disseram ter sentido durante o incêndio. António Eusébio, presidente da Câmara são-brasense, é claro, “houve falhas e importa apurar responsabilidades bem como aprender para evitar situações futuras similares”. Jorge Botelho mantém a sua posição e refere que “houve falhas na transmissão das ordens para o terreno”. Ambos os autarcas já pres-

 Assunção Cristas, ministra da Agricultura, visitou as áreas ardidas no Algarve taram esclarecimentos junto da Protecção Civil a pedido do comandante nacional da estrutura, Vaz Pinto, no âmbito das ordens do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, para que se faça um relatório pormenorizado sobre os termos em que decorreu o combate ao incêndio no Algarve.

Ministérios da Agricultura e Segurança Social em acção Se dúvidas restam sobre

como decorreu o combate ao incêndio - que já levaram Miguel Macedo à Assembleia da República para prestar esclarecimentos aos deputados – já relativamente à resposta imediata dos Ministérios da Agricultura e Segurança Social a situação é outra. António Eusébio e Jorge Botelho são unânimes em considerar que o Governo tem nestas áreas “demonstrado vontade” e “preocupação” com a situação, “fazendo deslocar

ao Algarve ministros e secretários de Estado com a intenção de apurar as necessidades e agilizar processos”. Mas nem tudo é tão fácil como à primeira vista possa parecer. Governo e autarquias têm muito trabalho pela frente e pouco tempo para pôr ajuda no terreno. A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, esteve no Algarve e viu com os próprios olhos o flagelo da destruição. Seguiram-se secretários de Estado que desde logo procuraram com os autarcas fazer uma primeira avaliação das necessidades e das ferramentas do Governo para lhes dar resposta, num trabalho que os presidentes das Câmaras vêem como “globalmente positivo” até ao momento. O mesmo fez o líder da oposição, António José Seguro, que falou com a população afectada. A relevância

da ausência de uma visita de Pedro Passos Coelho não é comentada por António Eusébio que remete a análise da escolha do primeiro-ministro para o próprio, enquanto Jorge Botelho espera que “o primeiro-ministro venha à região quando tiver oportunidade e achar oportuno”, salientando a presença dos membros do Governo directamente responsáveis pelas tutelas que têm de intervir nestas matérias.

As medidas que já se conhecem O Governo já desblo-

queou uma verba inicial de 25 mil euros para cada uma das corporações de bombeiros dos dois concelhos, de forma a dar resposta aos gastos de alimentação, combustível e viaturas que foram provocados pelos incêndios. As autarquias gastaram só em combustível cerca de 90 mil euros, valor que será ressarcido pelo Governo, assegura

Jorge Botelho. Trezentos mil euros é quanto o Governo determinou para cada concelho no âmbito de dois Contratos Locais de Desenvolvimento Social, para garantirem apoio social de emergêncioa às famílias afectadas pelo período de 24 meses. Em fase de apuramento final estão os prejuízos em habitações que serão também alvo de ajuda do Governo em termos ainda a definir em pormenor, mas Jorge Botelho diz que “cobrirão habitações e em princípio alguns anexos. Para a recuperação dos meios de produção e da agropecuária e silvicultura o executivo já determinou a afectação de verbas do PRODER – Plano de Desenvolvimento Regional, uma afectação do programa que conta com fundos comunitários que terá efeitos também na limpeza e estabilização de emergência dos solos ardidos e na resposta aos perigos inerentes à erosão durante o Inverno que pode pôr em causa as linhas de água, bem como, a barragem de Odeleite e os aquíferos, dado que 36 quilómetros de linhas de água principais foram afectadas nos dois concelhos. Ainda no âmbito do PRODER existem verbas disponíveis para a reflorestação que serão afectadas à área ardida. Nesta matéria os autarcas algarvios já fizeram saber ao Governo que os fundos do PRODER comparticipam apenas a 60 e 75% os investimentos elegíveis e não os investimentos totais e que a economia serrana profundamente debilitada terá sérias dificuldades em encontrar o restante financiamento necessário à activação das verbas do programa. Mesmo em matérias onde a comparticipação é de 100%, alertam ainda os autarcas, se forem as Câmaras a avançarem com os projectos o IVA dos investimentos não é elegível e as desfalcadas autarquias não podem assumir o pagamento destas verbas face às limitações

impostas pela Lei dos Compromissos. Para Jorge Botelho e António Eusébio outra questão é a da necessidade de concursos públicos para realizar os trabalhos necessários nas áreas afectadas, um procedimento que a não ser excepcionalmente aligeirado põe em causa a adopção de medidas em tempo útil.

Câmaras não querem mais dívida A estas medidas junta-

se a possibilidade do Orçamento de Estado para 2013 prever que as Câmaras de Tavira e São Brás não estejam obrigadas ao limite de endividamento imposto às autarquias. A esta realidade contrapõe Jorge Botelho que “enquanto presidente da Câmara não desejo aumentar o endividamento da autarquia para responder a esta calamidade quando possam existir verbas disponíveis para responder a estas questões. Não quero endividar a autarquia que depois terá de pagar a dívida e juros anos a fio”. António Eusébio pautase pela mesma cartilha num concelho que tem contas sãs e que “tem investimentos necessários e programados que não podem ver o seu financiamento posto em causa por se responder a esta situação de calamidade recorrendo à capacidade de endividamento da própria autarquia”. Mais medidas de apoio como isenções de contribuições para a Segurança Social e medidas de apoio de emergência estão já em fase de regulamentação, mas a questão que se coloca e que os autarcas algarvios querem ver respondida é a de saber em que medida e com que celeridade as medidas pensadas chegam ao terreno e como será feia a avaliação a médio prazo do impacto das mesmas na recuperação da vida e da economia serrana dos concelho. As respostas há-de dá-las o tempo, resta esperar que a tragédia não caia no esquecimento e se faça um novo futuro.


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REGIÃO ZZZ

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Marisco volta a reinar em Olhão

D.R.

Festival mais curto um dia este ano Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

A 27ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DO MARISCO, que acontece no

Jardim Pescador Olhanense entre 8 e 12 de Agosto, vai ter este ano menos um dia, mas mais um stand de marisco, numa tentativa de fazer mais e melhor com um orçamento menor. Este ano a data de início do festival foi antecipada para a primeira semana de Agosto com o intuito de que mais turistas usufruam do evento. A expectativa da autarquia é a de manter o mesmo número de visitantes (cerca de 60 mil) e para que tal aconteça em apenas cinco dias o preço dos bilhetes foi reduzido para oito euros no adulto e três no de criança, uma vez que existe a expectativa de que, dada a conjuntura económica, os visitantes se desloquem menos dias ao festival. Mas se as contenções orça-

mentais são uma realidade, Francisco Leal, presidente da Câmara de Olhão, assegura, contudo, a “qualidade dos mariscos e bivalves” e lembra que “em 26 anos nunca aconteceu um problema alimentar”. O edil reforça a aposta neste evento, que considera como “o nosso grande cartaz em termos nacionais e internacionais” e garante que nem “a crise levará à morte deste evento e com mais ou menos dificuldades, a Câmara de Olhão sempre fará o Festival do Marisco”. Os 470 mil euros de orçamento para o evento representam uma redução de 20% em relação ao anterior, mas a qualidade está assegurada naquela que vai ser, segundo os organizadores, “uma simbiose perfeita entre música e mariscos variados”.

CARTAZ DE LUXO PROMETE ANIMAR NOITES DO FESTIVAL Num festival onde o marisco

é rei, as santolas, lavagantes, camarões, búzios, amêijoas ou sapateiras são aliados de um cartaz musical que traz à cidade cubista um lote de artistas, nacionais e internacionais, que tornam uma vez mais o Festival do Marisco como o maior evento gastronómico e musical do sul do país. Com a bonita paisagem da Ria Formosa como pano de fundo vão actuar no Jardim Pescador Olhanense nomes como Tony Carreira, GNR, os britânicos Bandit Beatles, Rui Veloso e a banda brasileira Calypso. As portas abrem ao público, todos os dias, às 19.30 horas, e encerram à 1.30. Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras do recinto ou no Ria Shopping, entre as 14 e as 22 horas. Para as crianças até aos seis anos, desde que acompanhadas por um adulto, a entrada é grátis.

VISITAS A ETA’S NO MÊS DE AGOSTO

Ciência Viva e Águas de Portugal divulgam engenharia D.R.

Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

A INICIATIVA Engenharia de Verão desenvolvida pela Ciência Viva, em parceria com a Agência de Engenharia, vai manter a colaboração com a empresa Águas de Portugal e promover as acções “Visitas às ETA’s” Com o intuito de divulgar a engenharia junto do público em geral, através das suas obras de maior impacto e dos seus aspectos mais inovadores, decorre dia 8 de Agosto a visita à Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Tavira, a partir das 15 horas e estão agendadas visitas à ETA de Alcantarilha nos dias 7 e 20 de Agosto,

SANTOS POPULARES NA RUA JOSÉ JOAQUIM JARA

Fundação Irene Rolo recebe ajuda de festa solidária GERALDO DE JESUS

A RUA JOSÉ JOAQUIM JARA vi-

veu este ano as festas dos Santos Populares, uma iniciativa que não visitava aquela rua há vários anos. Este ano, a iniciativa partiu de um grupo de comerciantes que exercem a sua actividade num dos blocos daquela rua. Santos Populares, arraial, sardinha assada e bazar foram os ingredientes da festa, cuja receita reverteu a favor da Fundação Irene Rolo. António Conceição referiu ao POSTAL que aquele foi um gesto de boa vontade, “com a ajuda de toda a vizinhança. É com muito carinho que viemos fazer a entrega do cheque de 258 euros. Não é muito mas foi o possível”. Alice Baião, a quem foi en-

 Donativo foi entregue a Alice Baião tregue o cheque, disse que a iniciativa foi uma surpresa. “As pessoas é que reconhecem o nosso trabalho e têm gestos destes. Podemos ter muito boa

vontade, mas se as pessoas não reconhecerem, o nosso trabalho não tem valor. Com este dinheiro vamos comprar material para os computadores”. PUB

Restaurante América Já reabriu com nova Gerência  Visitas visam sensibilizar para a preservação de recursos hídriàs 17 horas. Durante as visitas é divulgada informação relativa à missão da empresa Águas de Portugal e às origens de água do sistema e tratamento a que é submetida e pretende

sensibilizar para a necessidade de preservar os recursos hídricos. A inscrição é feita directamente no site da Ciência Viva, em http://www.cienciaviva.pt/ veraocv/2012/.

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ZZZ REGIÃO

ZZZ pág.Marim Castro ## é o único concelho do país sem bombeiros pág. 6

CTT de Tavira ameaçam com greve Sindicato alerta para o perigo da recepção de correspondência poder deixar de ser diária Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

NA SEQUÊNCIA DE OUTRAS GREVES LOCAIS um pouco por

todo o país, os funcionários responsáveis pela distribuição de correio dos CTT de Tavira entregaram um pré-aviso de greve ao segundo período de trabalho de cada dia entre 13 e 24 de Agosto. Fernando Lima, líder do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), ouvido pelo POSTAL, diz tratar-se de uma greve local e parcial convocada em defesa dos direitos dos funcionários e por vontade destes. O sindicato prevê “uma adesão entre os 80 e 90% dos trabalhadores efectivos”. Descontentes com as novas medidas adoptadas pela empresa, “como o deslizamento do horário de trabalho e a segmentação dos giros”, os

funcionários da distribuição de correspondência de Tavira vêem agora reduzidos as horas de serviço e os correspondentes vencimentos, bem como os postos de trabalho, fruto da divisão para metade dos giros efectuados diariamente . Fernando Lima mostra preocupação para com os trabalhadores, uma vez que o deslizamento de horários se pode repercutir em cortes salariais, em alguns casos, de cerca de “200 euros” mensais, mas também com a “redução de postos de trabalho que a segmentação configura”.

DECISÕES DA ADMINISTRAÇÃO DOS CTT PÕEM EM CAUSA O CORREIO “A segmentação sig-

nifica na prática que um carteiro, apeado ou motorizado, que tenha mil cartas para distribuir durante um giro, vai distribuir apenas metade, ficando a segunda metade

D.R.

 Carteiros estão descontentes com a redução das horas de serviço e dos vencimentos para o dia seguinte”, diz o líder sindical. Fernando Lima considera “um descalabro aquilo que vai acontecer, não só pelas reduções dos postos de trabalho, como também no

ORGANIZAÇÃO PROMETE ACÇÕES SURPRESA NAS PRAIAS

CALENDÁRIO DE ACÇÕES PREPARADO A organização garante

ter já preparado um calendá-

Dois detidos em Lagoa por furto em automóveis D.R.

A COMISSÃO DE UTENTES DA VIA DO INFANTE (A22) admitiu

 Insenção de pagamento de portagens termina em Setembro rio de acções contra as portagens na A22, a desenvolver nas próximas semanas, mas escusa-se a adiantar quais serão, sublinhando que a maioria delas será levada a cabo de surpresa. Entre essas acções está a convocação de uma marcha lenta na EN 125, que terá lugar na primeira quinzena de Agosto, adiantou João Vasconcelos. “Temos que fazer ver ao poder político, e ao primeiroministro em particular, o inferno em que a introdução de portagens tornou a travessia do Algarve, que leva mais de

explica que “um carteiro que entrava às seis horas da manhã, para preparar a distribuição, para às nove estar a fazer o giro, passa agora a entrar às sete e meia, o que reduz as ho-

CRIMES

Comissão de utentes da A22 ameaça estragar férias aos governantes na passada quarta-feira que poderá convocar acções de surpresa durante as férias dos membros do Governo no Algarve e reiterou que considera o primeiro-ministro persona non-grata no Algarve. “Enviámos uma carta ao ministro da Economia em Agosto do ano passado a pedir uma audiência e até hoje não nos respondeu. Será natural que ao fim de um ano de espera sejamos nós a ir ter com o ministro ou o primeiro-ministro, onde quer que estejam”, disse à Lusa João Vasconcelos, coordenador daquela comissão. A execução de acções surpresa durante as férias de ministros ou secretários de Estado nas praias e localidades da região são “acções possíveis”, mas não haverá qualquer aviso prévio desses actos, disse.

serviço prestado às populações que vão passar a receber a correspondência de dois em dois dias”. Quanto ao deslizamento de horários, o líder sindical

ras de trabalho”. Assim, além de deixarem de receber os vencimentos do horário nocturno, com “os carteiros a entrarem mais tarde, o correio também é entregue mais tarde, em prejuizo, uma vez mais, das populações”. Os Centros de Distribuição Postal (CDP) vão, na óptica de Fernando Lima, passar a “receber inúmeras reclamações e passar os dias a distribuir correspondência às populações, que a partir de agora não terão acesso a essa correspondência diariamente”. A segurança e o bem-estar dos funcionários dos CTT “também está em risco, uma vez que as populações passam, nestes moldes, a ser mal servidas e reclamam com os carteiros, ao ponto de já se terem registado, em alguns locais do país, ofensas verbais e até físicas”, conclui Fernando Lima.

A GNR DE LAGOA deteve, no passado domingo, dois homens que furtavam artigos do interior de automóveis estacionados em parques junto à praia, divulgou fonte da corporação. Em comunicado, a GNR refere que os homens furavam um pneu das viaturas identificadas como alvos,

aproveitando a desatenção das vítimas quando se apercebiam do furo, para entrarem nos carros. Após uma busca à residência dos suspeitos, os militares da GNR apreenderam dois telemóveis, várias ferramentas, um carro, mais de 32 mil doses de haxixe e vários objectos furtados, en-

tregues aos proprietários. Para além dos furtos, os detidos, estrangeiros, de 22 e 45 anos, estão indiciados pelo crime de tráfico de droga e falsificação de documentos. Um dos detidos encontrase em situação irregular no país, acrescenta a GNR. Lusa PUB

três horas a percorrer pela EN 125”, disse. O dirigente escusou-se a divulgar se está prevista alguma acção durante a Festa do Pontal, prevista para 14 de Agosto no parque aquático Aquashow, próximo de Quarteira. O membro da Comissão de Utentes mostrou-se preocupado pela paragem nas obras de requalificação da EN 125 e pela aproximação do fim do período de carência de pagamento de portagens para residentes na região, em 30 de Setembro. Lusa


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região

PCP faz balanço positivo de arruada pela baixa de Faro pág. 7

PS dá tiro de partida na corrida às autárquicas Carlos Nóbrega candidato a Castro Marim Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

A apresentação formal da candidatura do independente Carlos Nóbrega à presidência da Câmara de Castro Marim nas listas do PS decorreu na passada segunda-feira e contou com as presenças do líder da Federação socialista do Algarve, António Eusébio, e da presidente do PS local, Célia Brito. Com esta candidatura o PS abre a corrida às autárquicas de 2013 na região, antecipando-se a toda a oposição. A época das escolhas dos nomes para os cargos autárquicos arranca desde logo num concelho tradicionalmente social-democrata nas autárquicas e Carlos Nóbrega é o primeiro nome escolhido pelo PS para pôr termo à hegemonia do PSD no eixo do Baixo Guadiana. Ao POSTAL António Eusébio afirmou “o seu apoio ao candidato escolhido pela concelhia castromarinense” e deixa em aberto os nomes dos candidatos às duas outras autarquias do Baixo Guadiana,

pedro ruas

mas acredita que “se encontrarão projectos e nomes tão fortes como o de Carlos Nóbrega para as Câmaras de Alcoutim e Vila Real de Santo António”.

Quatro pilares para a candidatura Na cerimónia, Carlos

Nóbrega apresentou as linhas fundamentais daquilo que pretende para Castro Marim assinalando a necessidade de uma “estratégia de desenvolvimento que permita desafogo económico-financeiro”. Com uma mensagem optimista, o candidato define prioridades que têm no desenvolvimento económico a base dos quatro pilares fundamentais apresentados: planeamento e ordenamento, o Castelo de Castro Marim e o centro histórico, as zonas turísticas e o apoio às empresas. Ciente de que “não é possível fazer tudo ao mesmo tempo”, o candidato socialista sublinha a vontade de fixar e aumentar população no concelho, aumentar o emprego e dar melhor qualidade de vida aos castromarinenses sob o mote de “tornar Castro

 Nóbrega aposta no desenvolvimento económico do concelho

Marim num local melhor para crescer, estudar, trabalhar, viver e envelhecer com dignidade”. Carlos Nóbrega destaca ainda a intenção de “afirmar o concelho de Castro Marim no contexto nacional” como estratégia de desenvolvimento. Ao POSTAL o candidato não comenta a provável candidatura do social-democrata Francisco Amaral, actual presidente da Câmara de Alcoutim, a Castro Marim. “Não me cabe falar de hipotéticos candidatos” é a posição assumida por Carlos Nóbrega nesta matéria, considerando que tem “enquanto independente todas as condições para ganhar as eleições”. Uma postura elogiada ao POSTAL por António Eusébio que prefere pôr a tónica da candidatura na “visão empresarial da gestão autárquica apresentada por Carlos Nóbrega para a autarquia castro-marinense”. “O candidato aposta na captação de investimento para responder aos desafios de Castro Marim”, diz o líder regional do PS, que reconhece nesta definição estratégica uma escolha

acertada para a realidade da gestão autárquica moderna”, sublinhando a definição dos pilares fundamentais do projecto para a autarquia feita por Carlos Nóbrega.

PS orgulha-se da escolha Célia Brito, que já tinha apresentado o nome de Carlos Nóbrega como o seu candidato à presidência da Câmara, congratula-se com a decisão tomada pela concelhia e com a “união do PS em torno de Carlos Nóbrega, que contou com o apoio unânime dos socialistas como primeira escolha para Castro Marim”. A também presidente de Junta de Castro Marim recorda as dificuldades que o concelho atravessa e vê no agora candidato socialista uma mais-valia para o município, visto tratar-se de um “empresário com visão, capaz e que conhece bem Castro Marim”, para a líder socialista local, “o facto de ser um candidato independente é fundamental, pois assume-se como candidato a presidente de todos os castromarinenses”.

Nova associação apresenta-se na Biblioteca Municipal de Tavira

MARALGARVE quer desenvolver economia do mar Geraldo de Jesus geraldoj.postal@gmail.com

A plataforma do Mar do Algarve (MARALGARVE) apre-

sentou recentemente em Tavira, na Biblioteca Municipal, o projecto daquela associação sem fins lucrativos lançada por diversas entidades públicas e privadas que pretendem desenvolver actividades económicas ligadas ao mar. Criada em Junho do ano passado, apresentou as suas ideias e estratégias e fez um balanço do período que mediou entre a sua criação e a consolidação do seu projecto, pela voz de João Vargues, membro da Direcção da instituição. “Falamos aqui do mar no geral. As actividades são muitas e esse é um dos principais

objectivos e o principal desafio, fazer a ligação entre todos os agentes do sector, não só entre os privados e públicos, naquilo que são os interesses importantes para a economia do mar do Algarve”, refere aquele responsável.

As apostas da MARALGARVE Para João Vargues, um dos grandes propósitos da MARALGARVE é “fazer a ligação entre os interesses individuais e dar-lhe o cariz de resposta às necessidades do passado para construir o futuro”. “Olhar para o futuro significa ter opções. Vamos trabalhar na medida do que seja mais importante e mais eficaz, porque não vamos andar a marcar passo com projectos de grande dimensão, para os quais não

temos soluções a curto prazo”, diz o dirigente associativo. Para João Vargues, “é possível juntar os vários interesses das pessoas, no conjunto da actividade económica”. O responsável destacou ao POSTAL a questão da formação profissional, mas não deixou de lado “as ligações, com todas as universidades e entidades públicas” ou as questões ribeirinhas e da Ria Formosa, outra área cujo relevo também aponta, concluindo que a associação existe “para construir uma melhor economia”. O presidente do município de Tavira, Jorge Botelho, referiu ao POSTAL que “a Maralgarve, enquanto plataforma de defesa do mar e da sua economia tem especial interesse para uma Câmara ligada ao mar como Tavira”.

“Interessa-nos este fórum de defesa do mar quando a autarquia tem a decorrer um conjunto de questões para defesa do património marítimo e sua economia”, acrescenta o autarca, recordando que “a questão do porto de pesca espera decisão do Governo há nove meses, com concurso feito e uma empresa seleccionada para ser adjudicado”. Jorge Botelho lembra que o concelho, localizado em plena Ria Formosa, conta com 400 pescadores. Para o autarca a pesca deve ser “um sector com uma importância vital, porque também somos candidatos a Património da Humanidade para a Dieta Mediterrânica, onde o peixe de Tavira pode ter um valor acrescentado e também na economia das famílias”.

geraldo de jesus

 João Vargues salienta potencialidades económicas do mar


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REGIÃO

Castro Marim é o único concelho do país sem bombeiros 10 a 13 Agosto DJ Guz DJ Fábio Palma

Baile com

Tributo aos Xutos e Pontapés

Toque de Classe

Domingos Caetano

Baile com

Compact 2 Banda Brasileira

Banda Diamante

Noite de Fado Márcio Gonçalves Aurora Gonçalves Mário Saraiva Helena de Castro

Baile com

Trio Carlos Neves

Quim Barreiros

Soldados da paz de Vila Real asseguram socorro O CONCELHO DE CASTRO MARIM é o único do país sem um

corpo de bombeiros próprio, mas é servido desde 1890 pelos voluntários de Vila Real de Santo António, que asseguram o socorro ao município vizinho. Se operacionalmente os Bombeiros Voluntários de Vila Real não olham a divisões administrativas, como disse à Lusa o adjunto do comando Joel Cardoso, em termos políticos o presidente da Câmara de Castro Marim, José Estevens, vem defendendo uma alteração da designação para adaptá-la à realidade. “Já fiz a proposta há vários anos à direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros para mudar a designação para Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António e Castro Marim, porque essa é a que corresponde à realida-

de da corporação, mas ainda não foi concretizada”, afirmou o autarca. José Estevens chegou a pensar em criar um corpo de bombeiros próprio em Castro Marim, mas considerou que isso seria enveredar por “uma política de capelinhas”, da qual diz não ser partidário. “Além dos custos elevados, causaria o subaproveitamento da capacidade dos bombeiros de Vila Real, com consequências também no desemprego”, acrescentou, frisando que “a solução mais razoável é a mudança de nome”. O autarca frisou também que, ao longo de mais de um século de história, a corporação sempre contou com pessoas de Castro Marim nas estruturas dirigentes e de comando, o que demonstra também que os bombeiros não são só de Vila Real.

D.R.

 José Estevens O adjunto do comando dos Bombeiros de Vila Real de Santo, António Joel Cardoso, diz que, desde a fundação da corporação, o socorro é prestado em qualquer dos concelhos da mesma forma. “A área de actuação de Castro Marim é nossa. E para nós, em termos operacionais, não há divisão administrativa. Lusa PUB


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REGIÃO

FARM promete fim-de-semana recheado em Moncarapacho pág. 9

PCP faz balanço positivo de arruada pela baixa de Faro Afectados pela crise apoiam campanha contra exploração O PCP DO ALGARVE fez na

quarta-feira da passada semana um balanço positivo da arruada que realizou na baixa de Faro a encerrar a campanha “Basta de exploração! Emprego, trabalho, salários com direitos”, que disse ter recebido “o apoio da população afectada pela crise”. A iniciativa levou militantes do partido à Rua de Santo António, principal artéria de comércio tradicional da cidade de Faro, para contacto com comerciantes e população em geral e apresentação das propostas que procuram “impedir a política de terra queimada que tem sido imposta à região nos últimos anos”, disse à Lusa o dirigente do PCP Vasco Cardoso. Membro da Comissão Política e responsável pela Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do

PCP, Vasco Cardoso considerou que a rua da baixa de Faro onde decorreu a arruada “é hoje um espelho das razões que levam o partido à rua, dada a escassez de turistas, nacionais e estrangeiros, e as dificuldades que estão a afectar os pequenos comerciantes”. Para o dirigente comunista, estas dificuldades são fruto da política de “favorecimento das grandes superfícies que tem sido seguida na Câmara de Faro pela coligação” PSD/ CDS-PP/PPM/MPT e de medidas como a introdução de parquímetros, que prejudicaram “ainda mais o pequeno comércio”. A campanha realizada nas últimas semanas permitiu o contacto com trabalhadores da administração pública, pescas, construção civil, comércio e hotelaria, que Vasco

Cardoso disse serem “os mais afectados pela crise”, e foi realizada “após uma vaga de incêndios no Algarve, que não foi só fruto das condições atmosféricas e endémicas da região, mas da política que tem abandonado o interior do país e a serra algarvia”.

COMUNISTAS EXIGEM POLÍTICAS DE APOIO O responsável

pela DORAL exigiu ao Governo “políticas de apoio às populações afectadas” e considerou que “o Algarve é vítima de outro incêndio, sem fumo nem fogo, que está na base do desemprego, da precaridade laboral e da deterioração das condições de vida e é a política de terra queimada imposta economicamente à região”, como o “abandono de sectores como a indústria, as pescas e a agricultura, que têm de ser recuperados”. PUB

APOIO DE SOLIDARIEDADE ÀS VÍTIMAS DOS INCÊNDIOS NO SOTAVENTO ALGARVIO A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, instituição de âmbito local e vocacionada para o meio rural, a exemplo da ocorrência de outros flagelos anteriores, solidariza-se com as vítimas dos incêndios ocorridos na Região Algarvia, particularmente na sua área geográfica, e, na sua maioria, seus Associados e Clientes. Neste sentido, foi aberta uma Conta Bancária, disponibilizando da sua Reserva de Solidariedade Social o valor de € 2.500,00. Apela-se, assim, a todos os interessados que depositem também o seu donativo na seguinte conta bancária, em qualquer balcão Crédito Agrícola ou mediante transferência bancária:

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Vamos, em conjunto, ajudar as famílias afetadas e tentar minimizar as perdas ocorridas!

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O dirigente do PCP acrescentou que, apesar do contexto de crise, “há confiança para o futuro” porque há uma “política alternativa à austeridade” que está a ser imposta pelo Governo, que passa pela

“renegociação da dívida, em vez do pacto de agressão imposto pela troika” do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia. O PCP do Algarve disse tam-

bém às populações que “é necessário recuperar sectores estratégicos, tributar os grandes grupos financeiros” e adoptar “uma política que afirme a soberania nacional”. Lusa PUB

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|  3 de Agosto de 2012

zzz região OPINIão Ana Amorim Dias - Escritora www.anaamorimdias.blogspot.com anamorimdias@gmail.com

Traficante de creme Numa época em que a crise obriga a novas ideias de negócio, ocorreu-me que há um filão a que me devia dedicar. Todos sabemos que as bolas de berlim sabem bem é na praia, sobretudo se estiverem quentinhas e bem recheadas de creme. Contudo, as autoridades higiénicas lembraram-se, logo no início do auge da época balnear, que comer cremes na praia representa um perigo imenso para o bem-estar da nação. Vai daí começaram a multar todos os vendedores de bolas (essas pessoas de bem e de trabalho, que estoicamente galgam as praias sob um sol escaldante, distribuindo o delicioso sabor das recheadas bolas), como se fossem malfeitores responsáveis por grande parte dos males que afectam a humanidade. E é então que nós, comuns cidadãos, que apenas pretendemos esquecer, entre mergulhos no mar, toda a crise que nos afecta, nos deparamos com o ar apavorado dos vendedores de bolas ao fazer-lhes o singelo pedido: - São três bolas com creme se faz favor. - Eles olham para nós como se estivessemos a pedir-lhes que nos fornecessem cinco gramas de cocaína e então, com todo o cuidado, olham em redor e dizem em surdina: Passo por aqui às quatro horas, mas peça apenas “das outras” e baixinho de preferência! Por volta das quatro da tarde, todos estamos alerta para a chegada do “dealer” que, sorrateiro e a medo, nos “passa” as benditas bolas com creme como se um crime estivesse a ser cometido. Vejo o ar deliciado das crianças que, como verdadeiros “agarrados”, se deliciam com o proibido produto e não consigo evitar perguntarme se não faria muito dinheiro a embalar creme de bolas de berlim em doses individuais, vendendo-as depois, à candoga, pelos nossos areais… Acabo por decidir não me dedicar a uma carreira de traficante de creme, no entanto, não me conformo com o facto de continuarmos a ter autoridades tão inconvenientemente tacanhas.

ZZZ pág. ##

Discoteca de Ayamonte promove-se à custa da marca Algarve ERTA promete agir comunicando situação à ASAE d.r.

Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

Um novo espaço nocturno em Ayamonte está a publicitar eventos naquele espaço utilizando a marca “Algarve” como veículo promocional. Os panfletos distribuídos no sotavento algarvio contêm frases como “a melhor discoteca de Huelva e do Algarve” e mais recentemente promove um artista afirmando que esta é a “primeira vez [que actua] em Huelva e no Algarve”. Confrontado com esta forma publicitária, Liberto Mealha, presidente da Associação de Discotecas do Sul e do Algarve (ADSA), disse ao POSTAL desconhecer ainda esta promoção, assim como o espaço nocturno em causa, mas diz que “não faz sentido que digam que venha ao Algarve, uma vez que é em Ayamonte”. Já alertado para este assunto afirma ainda que

 Liberto Mealha diz desconhecer promoção assim como espaço nocturno em causa vai averiguar se há alguma relação com algum espaço nocturno algarvio e se o artista promovido iria ter alguma aparição conjunta com outra casa deste lado da fronteira.

Uso indevido da marca Algarve não é novidade Antó-

nio Pina, presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), ouvido pelo POSTAL diz que “esta já não é

a primeira vez que empresas que desenvolvem a sua actividade em Espanha utilizam a marca Algarve para promover essas mesmas empresas do lado de lá da fronteira”.

Alertado para esta situação, o presidente do Turismo do Algarve afirma que “a ERTA comunicará o sucedido à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, uma vez ser esta a entidade com competência para actuar relativamente a situações que possam configurar publicidade enganosa ou abusiva”. O empresário da noite algarvia, Leandro Barros, contactado pelo POSTAL afirma que a “utilização da indicação geográfica da região do Algarve que não decorra nesta região parece ilegítima para com os empresários que, no Algarve, sempre pugnam pela defesa da imagem e qualidade da diversão nocturna regional”. Até ao fecho desta edição o POSTAL tentou contactar o responsável da discoteca espanhola mas não obteve qualquer resposta. pub

Expoluzia 2012 promete cartaz recheado

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Santa Luzia abre Agosto em festa

(Artº 5º DL108/2006) Processo: 262/10.5TBTVR Referência: 1268715 d.r.

Partes: Autor: Maria Eulália Teixeira Réu: Martine Bernadette Jacqueline Galtie Despejo (Sumário)

ANÚNCIO No Tribunal Judicial de Tavira, Secção Única e nos autos acima identificados: Correm éditos de 30 dias, contados da data da publicação deste anúncio, citando: Réu: Martine Bernadette Jacqueline Galtie, filho(a) de, estado civil: Divorciado, nascido(a) em 07-07-1960, natural de França, NIF – 264710681, BI estrangeiro – 020221300132, Segurança social – 12032278917, domicílio: Rua Vaz Corte Real, N.º 80-A, Tavira, 8800000 Tavira Com última residência na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo a acção, com a cominação de que a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste: no reconhecimento da resolução do contrato de arrendamento entre a Autora e a Ré referente ao imóvel sito na Rua João Vaz Corte Real, n.ºs 80 e 82, da freguesia de Santa Maria, 8800 Tavira bem como a entrega e o pagamento de rendas vencidas no valor de 4.000,00 m tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria, à disposição do citando.

 Folclore integra programa de festividades Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

Agosto é sinónimo de festa

em Santa Luzia e, antes mesmo das Festas dos Pescadores, decorre entre os dias 4 e 9 de Agosto a Expoluzia 2012, que vai transformar a marginal santaluziense, com a Ria Formosa como pano de fundo, num local com muita festa, espectáculos e exposições.

A abertura das festividades está marcada para as 22.30 horas do dia 4 de Agosto na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, que vai ser o palco onde os visitantes vão ter, ao longo das seis noites, acesso a diversos concertos para todos os gostos e para todas as idades. A música popular, os ranchos folclóricos, karaokes, bandas locais e djs prometem

animar a baixa desta vila piscatória noite adentro. Mas nem só de música se compõe a Expoluzia 2012, uma vez que este certame vai ter também espectáculos de animação de rua, demonstrações, exposições e serviço de bar para que nada falte aos visitantes, que decerto vão marcar presença em grande número, até porque as entradas são livres.

Pode no mesmo prazo deduzir em reconvenção o seu direito a indemnização e/ou benfeitorias. Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial. O prazo acima indicado é contínuo suspende-se, no entanto, durante as férias judiciais. Terminando o prazo em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil. Tavira, 18-05-2012 A Juíza de Direito, Ass) Dra Marta Rei O Oficial de Justiça, Ass) Joan Santos Gonçalves de Sousa (POSTAL do ALGARVE, nº 1085, de 3 de Agosto de 2012)


3 Agosto de 2012 |

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REGIÃO

FARM promete fim-de-semana recheado em Moncarapacho

FADO

Camané canta no Quartel da Atalaia

Sabores da tradição, música e desporto são proposta para início de Agosto em beleza Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

A XXII EDIÇÃO DA FEIRA DE ARTESANATO, AGRICULTURA E RECREIO DE MONCARAPACHO (FARM) arrancou esta quinta-

feira, prolongando-se até ao próximo domingo. O evento decorre na Escola Básica 2, 3 Dr. António João Eusébio e acolhe cerca de 100 expositores de todo o país. Artesãos do concelho, da região e de outros pontos de Portugal mostram o que de melhor fazem, nesta feira com grande tradição no concelho de Olhão. Também os produtos agrícolas, sobretudo regionais, estão em destaque, assim como empresas e entidades públicas, as habituais tasquinhas com sabores regionais e, claro, muita música.

ESCULTURA DE AREIA AO VIVO EM DESTAQUE Ao POSTAL a

organização destaca além do cartaz de animação a principal novidade do certame,

uma escultura de areia. Sessenta toneladas de areia vão estar ao cuidado de artistas consagrados na arte de esculpir os pequenos grãos em formas de rara beleza. A escultura será trabalhada durante todos os dias do certame e promete surpreender os visitantes pela dimensão, arrojo e perfeição, ao mesmo tempo que dá a todos a pouco habitual possibilidade de ver trabalhar os mestres da escultura de areia ao vivo. O certame abriu ao público às 19 horas de quinta-feira, onde foi possível, tal como será nos restantes dias, visitar o Espaço Alengarb – “Sabores e Temperos do Sul”, mas também fazer degustações de azeite, mel e doces regionais ou provar vinhos de quintas do Algarve. Esta sexta-feira, a FARM volta a abrir portas às 19 horas e encerra à 1 hora. Antes do fim da noite de hoje vai poder ouvir-se a canção nacional. As intervenções artísticas vão ser dedicadas ao fado, com as actuações de Pedro Viola,

D.R.

 Artistas consagrados dão vida a sessenta toneladas de areia Teresa Viola e Cidália Moreira. O concerto da banda olhanense Íris, às 22 horas, marca o dia de sábado na FARM, mas também haverá uma Gala de Artes Marciais, às 20.30 horas, e, das 0 às 2 horas, a animação está cargo

do DJ Zoon. No domingo, último dia deste evento, que todos os anos atrai muitos milhares de pessoas a Moncarapacho, a FARM também abre às 18 horas e encerra à 1 hora. Vai

ter lugar um jogo de Futsal Iniciados às 20 horas e a partir das 22 horas, a noite é, como habitualmente, dedicada à música popular, com a realização do XXVII Festival Internacional de Folclore.

O FADISTA CAMANÉ apresenta, às 22 horas deste sábado, no Quartel da Atalaia, uma viagem pelos seus vários álbuns, desde “Uma noite de fados”, “Do amor e dos dias”, evocando alguns dos fados maiores do seu reportório que contribuíram para a sua afirmação como uma figura ímpar no panorama geral do fado no século XXI. Demonstrando uma rara sensibilidade musical, Camané continua a afirmar-se como uma voz única na arte de cantar o fado. Ao dar os primeiros passos, não acreditava que iria fazêlo a nível profissional e ter um percurso longo nestas lides. Hoje, é um dos fadistas mais aclamados a nível nacional e internacional e um talento absolutamente incontestável. Os bilhetes são limitados e têm o valor de 15 euros se comprados até esta sexta-feira. No próprio dia, vão estar à venda no local do espectáculo com um custo de 20 euros. Os ingressos podem ser adquiridos na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, recepção dos Paços do Concelho e na ticketline.

OPINIÃO

O início do domínio islâmico no Algarve (foi há 1.300 anos…) Fernando Pessanha

Mestrando em História do Algarve - CEPHA / UALG

O dia 31 de Julho do passado ano de 2011 assinalou os 1.300 anos da batalha de Guadalete entre o exército visigodo do rei Rodrigo e as tropas e berberes e árabes lideradas por Tarik Ali IbnZyad. Com a derrota visigoda os muçulmanos acabaram por se estabelecer na Península Ibérica através de conquistas militares e de tratados de capitulação. E o Algarve? A partir de quando terá efectivamente ficado sob domínio islâmico? Segundo a historiografia tradicional, depois de Tarik Ali IbnZyad

atravessar o Estreito de Gibraltar e vencer a batalha de Guadalete, em 711, foi a vez do próprio governador do Norte de África, Musa ibnNusair, deslocar-se ao al-Andaluz com um exército de cerca de 18 mil soldados, desta vez composto na sua maioria por árabes. Era então iniciada a conquista da Andaluzia ocidental e do sul da Lusitânia? Segundo a arqueóloga Teresa Gamito, em 718 já estavam conquistadas todas as regiões da zona Ocidental da Andaluzia, inclusive “as cidades de Ossónoba, Balsa, Lacóbriga e Ipses”. Contudo, o mais provável é que as cidades da zona ocidental da Andaluzia, como Balsa, Lacobriga, Ipses e Ossonoba, tenham sido anexadas logo depois de conquistados os núcleos urbanos hispano-visigodos de maior importância, como Sevilha, tomada pela força em Ju-

lho/Agosto de 712. De resto, este é um assunto meticulosamente abordado por José Garcia Domingues em “Ossónoba na Época Árabe”. Da mesma forma, também Helena Catarino - talvez por influência de Domingues - refere ter sido por esta altura que Abd al-azir, filho do governador do Norte de África, Musa ibnNusair, terá conquistado definitivamente o Algarve. Contudo, novas interpretações têm surgido nos últimos tempos. Segundo “Fath al-Andalus y la incorporación de Occidente a Dar al-Islam”, do catedrático Ahmed Tahiri, não terá sido Musa ibnNusair a conquistar Sevilha pela força, mas sim Tarik Ali IbnZyad, mediante um acordo de capitulação onde estaria previsto o pagamento de um tributo. Ora, a verdade é que a História é frequentemente escrita pelos ven-

cedores, ou pelo lado mais forte… Sendo Tarik Ali IbnZyad um subalterno de Musa ibnNusair, não seria digno se aquele ficasse com toda a glória, pelo que, segundo as fontes, terá sido Musa ibnNusaire o seu filho a submeter a kura de Ossónoba (designação que corresponde à actual região Algarve). No entanto, estarão as fontes correctas? Ou terão as crónicas sido redigidas de acordo com as conveniências políticas de Musa ibnNusair? Seja como for, longe vão os tempos em que se acreditava numa conquista sangrenta do Gharb al Andaluz. De um modo geral, as populações cristãs da Península Ibérica que foram submetidas pelos muçulmanos podem ser divididas em dois grupos: as conquistadas pela força das armas, principalmente as da planície andaluza; e as que na

sequência dessa conquista, vendo a impossibilidade da luta, se renderam por capitulação. É provável que a conquista da cidade de Ossónoba - principal núcleo urbano da região até à conquista islâmica do al-Andaluz - se tenha dado através de negociações entre os governadores hispano-godos e os invasores muçulmanos, sem recurso à força. Fundamentamos esta teoria na medida em que muito dificilmente as forças da cidade conseguiriam resistir ao exército de Abd al-azir (ou até mesmo de Tarik). Por outro lado, data de 713 o mais antigo documento hispano-muçulmano conhecido: o tratado de Teodomiro, pelo que se torna verosímil que outras cidades hispano-godas, como Ossónoba, tenham encetado semelhantes negociações para a capitulação a favor dos

governantes muçulmanos. Ora, é bem provável que os governantes de Ossónoba tenham procedido do mesmo modo, de maneira a salvaguardarem os seus interesses, pois temos conhecimento das facilidades concedidas a cidades como Santarém ou Coimbra, tomadas por capitulação. De um modo geral, o mais provável é que tanto a cidade como a região de Ossónoba tenham sido anexadas depois de conquistado o núcleo urbano de maior importância, ou seja: Sevilha. Por outro lado, se a conquista de Sevilha se deu efectivamente em Julho/Agosto de 712, é possível que a região do Algarve tenha sido anexada por capitulação no mesmo Verão, razão pela qual aqui assinalamos, simbolicamente, os 1300 anos do início do domínio islâmico na região do Algarve.


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Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 29 de Julho, para o Cemitério de Tavira, bem como todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Comunicam que será rezada Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, dia 03 de Agosto, sexta - feira, pelas 19 horas, na igreja de São Paulo em Tavira, agradecendo solenemente a todos familiares e amigos que assistam a tão piedoso acto.

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Tiragem desta edição:

10.466 exemplares

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: jornalpostal@gmail.com

‘Gabinetes iluminados’ de Lisboa na mira da AMAL

Director: Henrique Dias (CP 3259). Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Geraldo de Jesus (CO 630), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas (estágio curricular). Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defesa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/ VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Indignação perante redução de serviços públicos do Algarve A REORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS e dos equipa-

mentos existentes no Algarve por parte do Estado é alvo de críticas por parte da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), que manifesta a sua “indignação” perante o “poder lisboeta” que acusa estar “distante da realidade”. Em comunicado, a AMAL lembra que estes serviços e equipamentos “não servem apenas os residentes” mas todos quantos se deslocam à região onde “está sempre presente uma população muito superior àquela que os censos demográficos definem como residente”. Segundo a AMAL, a retirada do helicóptero de Loulé, a redução dos serviços de urgência, em Lagos e Loulé, e o fecho do tribunal de Monchi-

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

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OrganIzaçãO

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que “sem o pertinente diálogo com os representantes das populações não constituem boas decisões”. “A estranha reorganização” de serviços administrativos retirando competências na rede hidrográfica e na gestão das áreas costeiras é igualmente criticada pela Comunidade Intermunicipal que afirma: “daqui não resulta diminuição da despesa pública, mas resulta menor qualidade na prestação de serviços às populações”. Para a AMAL, “naquilo que é urgente e gerador de poupança pública nada se decide” e exemplifica com as juntas médicas da ADSE que obrigam cerca de 800 funcionários públicos a irem, por ano, a Évora, quando é possível fazê-lo em Faro.

D.R.

 Macário acusa poder lisboeta de estar distante da realidade Por fim, a AMAL considera que este tipo de decisões “têm de passar pelo diálogo com os

autarcas e pelo critério do melhor serviço aos cidadãos”. PR/RC PUB


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Senhora da Orada, a festa como expressão das crenças e espiritualidade de uma comunidade piscatória FOTOS: CMA

Patrícia Batista

Historiadora, Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira

A espacialidade da festa – a ligação ao mar – uma história recente que confirma a vitalidade de uma tradição secular…

Os eventos festivos na sua dimensão cultural enquanto fenómenos que são transmitidos de geração em geração, constantemente recriados e vividos como parte da identidade de uma comunidade, são elementos importantes para perceber as vivências de um determinado grupo na sua relação com o meio. Em Albufeira a ligação ao mar expressa-se na devoção dos pescadores a Nossa Senhora da Orada, em honra da qual se realiza a festa homónima, cujo ponto alto é a procissão que se realiza a 14 de Agosto. A Lenda Reza a lenda que “um grupo de pescadores encontra uma imagem de Nossa Senhora e transfere-a para a igreja local. A imagem volta, contudo, a aparecer no sítio de origem no dia seguinte e a população erige uma capela no local”. A ermida foi construída num local ermo e deserto, em frente da Torre de Vigia da Baleeira, num vale cercado a Oeste, Este e Norte por montes relativamente elevados e a Sul, pela Rocha da Ponta da Baleeira, na designada Várzea da Orada, onde atualmente se localiza a Marina de Albufeira. Tratando-se de um templo de devoção dos pescadores, no seu interior encontram-se ex-votos que evocam os milagres e os dramas da vida dos mareates. São muitas as lendas e milagres atribuídos a esta santa, o Padre Cardoso, no Dicionário Geográfico, de 1758 refere a esse propósito: “… se venera com a mesma afluência de Milagres em todas as aflições e com especialidade nos Mariantes e por muitas vezes se achou a Imagem com as roupas molhadas de agua

coração da vila antiga e o seu momento alto culminava em frente à praia.

Procissão por mar da Festa da Senhora da Orada salgada, e cheias de areia como sinal de ter valido o seo amparo aos que flutuavam nos mares”. A dinâmica económica e social da festa A festa era um acontecimento muito importante no calendário da vida social albufeirense, durante meses a comunidade piscatória envolvia-se nos preparativos da festa, este era, a par da festa do Senhor dos Passos, o grande acontecimento do ano, “era dia de vestir a roupa nova, preparada semanas antes”, relembram os mais velhos. Nos dias de festa realizava-se também a feira da Orada, no adro da ermida, esta foi instituída por D. José, a 21 de Maio de 1766: “…devotos da Irmandade de N. S.ª da Orada venerada na Igreja junto á Vila de Albufeira me apresentaram por sua petição para ele poderem trazer

aquela igreja com toda a ordem culto e veneração (…) e porque a Imagem da mesma Excelsa Senhora, é muito milagrosa e se festeja no dia 15 de Agosto em que nesse dia há grande concurso de gente ao dito sitio pretendem fazer no mesmo dia uma feira franca aplicando-se o terrado para o culto da mesma Senhora passe a presente Provisão para que no dito dia 15 de Agosto de cada ano se possa fazer uma feira franca de 3 dias…” aproveitando, deste modo a afluência do grande número de fiéis que aqui se deslocava em ho-

menagem à Senhora da Orada, vindo de vários pontos do Algarve, sobretudo da cidade de Faro. A tradicional procissão de 14 de Agosto fazia-se da capela até à zona do túnel, na esplanada (o Hotel Sol e Mar ainda não tinha sido construído) e aí parava virada para o mar, onde as embarcações dos pescadores, não apenas dos de Albufeira, se juntavam para celebrar a sua padroeira e faziam-no com apitos e ovações, regressando depois ao trabalho. O seu itinerário passava pelo

A partir da década de 70 do século passado o trajecto da procissão passou a ser feito por mar, certamente devido à realidade da vila de então, em que a pesca já não representava a atividade principal de Albufeira. Durante o Estado Novo o cortejo era acompanhado ao som da Banda da Mocidade Portuguesa, hoje em dia é pela Banda Filarmónica de Paderne. O atual percurso faz-se por mar, a imagem da Senhora da Orada entra numa embarcação típica, transportada pelos pescadores de Albufeira, no cais do Porto de Abriga (perto da marina) e percorre a costa até à praia do INATEL, mantendo a sua forte ligação com os homens do mar. À multidão de fiéis juntam-se agora também os turistas, a festa ganha uma nova dimensão, mas a sua origem mantém-se, esta é a padroeira dos pescadores e o seu culto remonta a uma época anterior ao século XVII. Ou seja, apesar do crescimento turístico, a raiz e a vocação piscatória é anualmente evocada através da celebração de Nossa Senhora da Orada.

Oração Senhora da Orada Ó Virgem Maria Nossa Mãe amada Ouvi nossos rogos Senhora da Orada. Devota capela A vós consagrada Ficou dando o nome Ao Vale da Orada. E todos os anos Em vosso louvor Milhares de crentes Cantam com fervor (…) E dos Navegantes Lá no alto mar Sois, Mãe da Orada. Estrela Polar

Ex-Voto

Actual imagem de Nossa Senhora da Orada

Sois farol e guia Dos filhos que amais Senhora da Orada Bendita sejais. (…)


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livro

Mia Couto – A confissão da leoa Adriana Nogueira

Classicista Professora da Universidade do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com

Quem esteve presente na apresentação deste livro, em maio, aqui no Algarve, pôde ouvir o autor falar da sua mais recente obra, inspirada num facto real, que levou a empresa onde trabalha a lidar de perto com uma situação aterrorizadora: pessoas a serem devoradas por leões, numa aldeia no norte de Moçambique. Foi este facto que inspirou a narrativa, como aliás, na «Explicação inicial», se dá conta. Lendo este romance veio-me à memória uma frase de Plauto (comediógrafo latino que viveu entre 254 e 184 a.C.), presente na peça A Comédia dos Burros (tradução portuguesa de Aires Pereira do Couto, nas Edições 70): «O homem é um lobo para o homem» (v.495). Quase o mesmo disse Dona Naftalinda (uma das personagens mais interessantes deste romance): Não sei o que eles vão procurar pelo mato. Esse leão está dentro da aldeia (p.161). Diários e versões

destaque

Esta obra está dividida em 16 capítulos: oito são a voz de Mariamar, uma mulher de 32 anos, que vamos comparando com a leoa ao longo da narrativa: são os olhos amarelados, são as lutas com o animal, são o entendimento da fera, ao lado de quem se chega a deitar. Também vamos convivendo com a sua loucura, assumida por si e reconhecida pelos outros, ao mesmo tempo que reconstituímos a sua história de vida e percebemos os breves sinais que nos foram sendo deixados nos seus escritos. Os outros oito capítulos fazem parte do diário do caçador, Arcanjo Baleiro (e não como erradamente se diz na badana esquerda do livro «Gustavo Baleiro». Gustavo é o nome de outra personagem, o escritor que o acompanha na sua missão, e tem como apelido Regalo). Arcanjo her-

dou a profissão do pai e acompanhamos a sua insatisfação com o trabalho que exerce, os amores que (não) tem e a família que perdeu na quase totalidade. Com ele lemos a carta do seu irmão Rolando e percebemos melhor a loucura de Mariamar (p.221): Não é a morte que confere ausência. O morto está ainda presente: todo o passado lhe pertence. O único modo de deixarmos de existir é a loucura. Só o louco fica ausente. Um caçador que quer ser escritor e que nos vai deixando espreitar no seu diário, que deixa à vista de Gustavo, para que este não resista à curiosidade e o possa folhear furtivamente. Há momentos em que parece que estamos, por nossa vez, a seu lado, a espreitar também, enquanto aquele sorri ao ver o outro a mexer nos seus escritos. Transforma-se o amador na cousa amada Por virtude do muito imaginar (Camões) Um dos aspetos à volta do qual o romance gira é o da identificação dos seres humanos com as feras: caçadores e caçados confundem-se. Quando os jovens da aldeia decidem ser eles a dar caça aos animais que andavam a matar as mulheres, diznos o caçador: «Durante um tempo os homens dançam e, à medida que rodam e saltam, vão perdendo o tino e, em pouco tempo, desatam a urrar, rosnar e sujar os queixos de babas e espumas. Então percebo: aqueles caçadores já não são gente. São leões. Aqueles homens são os próprios animais que pretendem caçar. Aquela praça apenas confirma: a caça é uma feitiçaria, a última das autorizadas feitiçarias» (p.160). O caçador, contratado para matar os leões («caçar», corrige ele), vai-se afastando dessa atividade, relembrando uma profecia de sua mãe, que dizia que o seu «destino não era ser caçador». E sonha: «Sou o oposto do caçador tradicional que, de véspera, sonha o animal que vai matar. No meu caso, sonho-me a mim mesmo, ganhando vida apenas depois de ter sido morto por bravias criaturas. Essas feras são agora os meus monstros privados, a minha mais dileta criação. Nunca mais deixarão se ser meus, nunca mais deixarão de passear pelas minhas noites. Porque,

afinal, sou eu o seu domesticado prisioneiro» (p.182). Ao contar o sonho ao escritor, este comenta: No fundo, queremos ser aqueles que nos podem devorar. O mesmo lhe diz uma feiticeira: Lembre-se, caçador, não é você que prime o gatilho: o tiro acontece por vontade de um outro que, naquele instante, lhe ocupa o ser. As mulheres Quem nunca aprendeu a querer como pode preferir? Nós, mulheres, há muito que fomos enterradas. Seu pai me enterrou; sua avó, sua bisavó, todas foram sepultadas vivas. Estes itálicos são frases de Hanifa Assulua, uma «velha negra e solitária», mãe de Mariamar e da última mulher a morrer atacada por uma leoa (a sua filha mais velha, Silência). Hanifa tem uma visão desencantada da humanidade, uma tristeza permanente e

“INSIDE / OUTSIDE” Até 12 AGO | Posto Municipal de Exposições de Lagos Ana Rijo apresenta as suas peças de cerâmica que, depois de invadirem a casa, se estendem ao jardim, espalhando cores pelo meio do verde

uma raiva mal contida, que por vezes explode. Sobre Mariamar pouco direi, pois, sendo ela personagem principal, arriscava-me a revelar mais do que deveria. Destaco, porém, dois factos: a infância que teve, muito especial para uma rapariga, e o saber ler e escrever, o que fez de si um ser diferente. A relação com o avô Adjiru é de uma camaradagem invulgar. Mas a que mais encanta é Naftalinda. Se, de início, nos parece uma «primeiradama» mimada, obesa, que quer acompanhar o marido para todo o lado, de capítulo a capítulo a sua personagem vai evoluindo e demonstra ser a pessoa mais ética, mais humana, mais intransigente na luta pelos mais fracos: as mulheres. Até que os leões inventem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça (provérbio africano)

Este provérbio serve de epígrafe a todo o livro e, à sua imagem, cada uma das divisões da obra é antecedida por um provérbio (ou uma frase sentenciosa) que ilustra, a par dos próprios títulos dos capítulos, o conteúdo do que vamos ler e que nos faz pensar. Quem conhece a escrita de Mia Couto encontra muitos aforismos e frases proverbiais (talvez todos sejam criações do autor) que lhe podem servir em diversos momentos da vida. Esta obra não é exceção. Além de se poder discutir os dois lados da questão, os provérbios e sentenças ao gosto popular, também se pode encontrar referentes neste nosso mundo contemporâneo, onde tanto se fala em crise de liderança: Um exército de ovelhas liderado por um leão é capaz de derrotar um exército de leões liderado por uma ovelha (provérbio africano).

“MENDES.COME” Até 26 AGO | 22.00 | TEMPO – Teatro Municipal de Portimão Teatro de revista que revisita os melhores momentos dos 30 anos de carreira de Fernando Mendes


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Contos de Verão na Ria Formosa

‘Atira-te Ao Mar…’

Pedro Jubilot

pjubilot@hotmail.com

- Marque! Ó Marque! Alevanta-te! - gritava o avô na sua voz rouca, pelo corredor dirigindo-se para a cozinha de chávena de tófina na mão, reivindicando prazeres de outrora: - «Conte na valia aquele cafézinhe chê de borras que tu me fazias-me, com sopas, conde ê cá endava da secada», desabafa António José. Ao que obtém a resposta da mulher: - «Pô era... e sejava cafeteras, fegão... e o moçe, o tê nete cada vez tá pior. Côme chega cêde ainda se põe a ver vides da telervisão até de manhãzinha». Mestre Toino foi de novo à porta do quarto um pouco mais chateado e gritou novamente, mas mais alto: - «Marque Entoine! Alevanta-te já desgraçade! Daqui a pouque tenhe o barque em seque». E pegando no boné saiu falando entre dentes: - «O tê pai e a tu mãe é que tom bem lá da alemonha… e ê que me charingue páqui contigue. Vô ma é endande pá do 7 estrelas. Se na apareces lá daqui a dé menutes bem podes ir trabalhar pá zobras, que cá nan te dô ma denhere denhum pó reste das feras». A avó, com intenção de acordar o jovem Marco António ligou a roufenha telefonia a pilhas sintonizada na local Radio Atlântico (ela gostava mais da antiga Radio Restauração do sr. Julinho, ali ao pé da rua de Faro mas agora mudaram aquilo e só tocam músicas estrangeiras e estão sempre a falar das bichas de carros em lisboa), e o locutor fala pelos cotovelos: - «São 8 e 49, estão já 22 graus em Faro, tempo agora para escutar o novo êxito dos Iris da Fuzeta para este verão: Atira-te ao mar». A avó aproveita a embalagem e recomenda: - «Marquinhe, vai já ter com o tê avô, ca maré hoje é boa pa ganhares uma nota». Por fim convencido, lá o rapaz a muito custo se levantou e vestiu, meteu um ice-tea no bolso e foi comendo uma sandes de queijo preparada pela avó. Levava também, mas metida na cabeça a música com que acordara, e já se sabe o que acontece

Um dos ícones da zona ribeirinha da Fuseta nestes casos -ela não nos larga para o dia. Apanhou o avó à porta da taberna: - «Tá no ir ó não», resmungou o ensonado Marco. Mestre Toino que já tomara 2 copos de 5 (mas de tinto), deu-lhe o chá: - «Vê lá se te alevantas má cêde quê já tô velhe pa trabalhar pa ti… ainda ê usava fraldas e já ia ó mar a noite entera». Ao que o Marco comentou trocista: - «tchina pá, devia ser même bué da fixe, o avó de dodotes assentade a borde do savêre». Aí o velho pescador deu-lhe uma carolada na orelha enquanto retorquia: - «Se calhar pensas que do mê tempe avia cá dessas mariquices». Chegados à baixa-mar, lá empurraram o barco para a água e fizeramse à Ria Formosa, que já era tarde e o calor apertava. Daí a pouco começaram a árdua labuta. Mas a teimosa melodia lá vinha à boca do neto: - «Mó o qué que fazes aqui». O avô esclareceu-o: -«Pouque barulhe qu’zolhes das amenjoas se fechem com essa gritaria parva». Mas mesmo com tanto suor entre as cavadelas fundas feitas na areia Marco não conseguia deixar de pen-

sar na letra da música: - «Má per qué que me dexaste da mão». Passadas umas boas três horas de trabalho à torreira do sol o avô decidiu dar por terminada a maré e de regresso ao barco o neto continuava a entoar a canção do momento : - «Já tou farte de pensar em ti». O pescador já nada dizia, apenas abanava a cabeça, pensando com os seus botões, enquanto se dirigiam para o bote. Quando foi ver o resultado da apanha pelo neto não se conteve em puni-lo: - «Même assim ainda apanhástes muntas amenjoas... com um côrpe desses. Tem ma é vergonha, tem». E como se fosse uma desgarrada, agora o moço: - «Tá o mar fête dum cão, nan à choque nem brebegão». Resposta pronta de Mestre Toino: - «Já me tás a enretar com essa merda de múseca. Ainda levas ma é uma cheparlada do mê da cara». Para piorar a situação o motor fora de borda do barco não parecia responder ao apelo manual de mestre Toino para iniciar marcha, pelo que Marco se tornou voluntário à força: - «Agarra ma é dos rémes. Do mê tempe e até do tempe do tê pai conde era môçe, même assim ainda má

pequene do que tu és agora, remávamos o dia tôde. Estes moçes dagóra parecem que são fêtes de caca». Ao ver-se ofendido o rapaz usou de novo a canção: - «E ê nem sou mau pescador». Mestre Toino já estava farto da cantarolice do jovem e quando este se levantou para pegar nos remos, desviou-se bruscamente para o mesmo lado do barco em que Marco se encontrava para propositadamente o desiquilibrar. E então - homem ao mar!.. ou melhor, moço ao mar. Marco esbracejava na água da ria, estragado da vida enquanto na sua cabeça estalava novamente o refrão, desta vez entoado pelo avô: - «Atira-te ó mar e diz que te empurrarem». Mas dá a sensação que o Sr. António já tinha aquela fisgada, pois o motor do barco, que se afastava com a corrente, pegou logo a seguir. Marco, esse teve de nadar até à doca, que apesar de tudo não era muito longe. À noite, depois do jantar, Mestre Toino e a mulher sentaram-se como de costume, ele no poial de pedra à porta de casa e ela numa cadeira de verga comprada na feira de um Setembro de há muitos anos. Falavam com os vizinhos, comentando hoje mais uma vez, a quantidade de

água gasta pelo neto, que se ouvia a cantar no duche uma melodia já conhecida de toda a vizinhança por esses dias: «Dá um bêje da boca e chamame Trazan» Finalmente saiu de ar lavado e roupa a estrear, mas ainda magoado com a partida que o avô lhe pregara nessa manhã, e apenas dirigiu um: - «Boa noite avó Camélia, té amanhã! Já sabe que venhe tarde esta nôte. E nan se esqueça cámanhã é friade, vô fecar a dromir». Ela chamou-o: - «Olha Marquinhe! Espera aí que o tê avô tem uma coisa pa te dar». Cinco contos para gastar no Festival do Marisco que abria nessa noite. Marco agarrou na nota, que afinal era a paga do seu trabalho, e foi orgulhosamente rua abaixo sem agradecer ao avô. Mestre Toino não resistiu e comentou: - «Fó mó, o chêre a prefume é má que munte. Tens uma mania que até dá dó». Mas não se coibiu de levar uma cotovelada da mulher. - «Tamém oje, coitadinhe do mecinhe vinha chê de tratol dos metores dos barques dos agostinhos, qu’andem aí num desacessegue o dia tode pa trás e pá frente».


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03.08.2012

Espaço Educação

Ensino bilingue nas escolas públicas: um sentido de cidadania para um mundo interligado e global

destaque

O Ensino Bilingue Precoce (EBP) assenta no princípio de que as crianças são ensinadas em duas línguas desde o início do ensino básico ou inclusivamente desde o pré-escolar. Uma das línguas é normalmente a língua oficial do país onde a escola está localizada, sendo a língua adicional uma língua estrangeira ou outro idioma, dependendo este de comunidades locãis. O EBP tem por objetivo ajudar os alunos a tornarem-se fluentes e instruídos não só numa segunda língua, mas também na estrutura da sua própria língua. Visa igualmente ajudá-las a desenvolver a sua autoconfiança, a adotar atitudes positivas para com outras formas de vida e a ganhar um sentido de cidadania no seio de um mundo interligado e global. Ao encarar-se o desafio do ensino das línguas no contexto da globalização, assume-se a diversidade linguística e o bilinguismo como um instrumento fundamental de contato entre línguas e culturas, contribuindo para a construção de uma escola com sentido, de diálogo intercultural e, por consequência, de envolvimento dos atores da comunidade educativa na defesa de sociedades linguística e culturalmente diversificadas. A nível europeu, o projeto do Ensino Bilingue Precoce tem vindo a desenvolver-se, com sucesso, em Espanha desde 1996, pelo British Council (BC), em parceria com o Ministério de Educação espanhol, em 122 escolas públicas. Foi também implementado em Itália, em Setembro de 2010, através de uma parceria entre o Ministério da Educação italiano e o BC, em 6 escolas públicas da Região da Lombardia. Em Portugal, após o Estudo de Viabilidade, de âmbito nacional, realizado em 2009/2010, em 12 Agrupamentos de Escolas (AE), resultante da colaboração entre o Ministério da Educação e Ciência (DGE) e o BC, apurou-se que 7 AE apresentavam

as condições adequadas para participarem nas experiência piloto de Ensino Bilingue Precoce. Seguiu-se, em 2010/2011, um processo de formação, organizado pela DGE, em língua inglesa e em didática de ensino bilingue, para os docentes envolvidos. No presente ano letivo foi implementado nas turmas de 1º ano, o projeto-piloto “Ensino Bilingue Precoce no 1.° CEB” nas escolas selecionadas. Trata-se de um projeto inovador no sistema de ensino público, no 1.° ciclo do ensino básico, que visa lecionar, desde o início da escolaridade obrigatória, o currículo, através das línguas portuguesa e inglesa. São lecionados em língua inglesa alguns conteúdos das áreas curriculares de Estudo do Meio e de Expressões, em 5 horas semanais. As aulas são ministradas pelos professores titulares de turma, coadjuvados em 45 minutos por semana, em contexto de sala de aula, pelos professores de Inglês. Às escolas envolvidas são disponibilizados diversos tipos de apoio, designadamente: • acompanhamento por equipa pedagógica, • recursos didáticos em plataforma moodle, • formação de professores,

EB1 de Algoz – Alunos do 1º ano em EPB (atividades de Estudo do Meio e Expressões) • apoio a candidaturas de ações Comenius (Formação de Professores no Reino Unido e Escolas de Acolhimento), em colaboração com a Agência Nacional PROALV, • monitorização através de acompanhamento presencial às escolas envolvidas, ao longo do ano letivo. Na região do Algarve, o Agrupamento de Escolas de Algoz faz parte do grupo de AE selecionados para a implementação do projeto, escolha essa que teve por base as opções definidas no Projeto Educativo de Agrupamento que privilegia o su-

“HABITAR A ESCURIDÃO” Até 30 AGO | CECAL – Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé Composta por 50 fotografias a preto e branco captadas entre 1977 e 2005, Marco António Cruz apresenta numerosos casos de cegueira, conjugando o testemunho da vida quotidiana dos invisuais no México com a sua grande sensibilidade social e artística

cesso educativo e o ensino das línguas. A introdução de uma segunda língua estrangeira no 5º ano de escolaridade, enquanto componente essencial (local e regional) do currículo, surgiu no âmbito do contrato de autonomia, e constituiu experiência inovadora no 2º ciclo. O Ensino Bilingue Precoce, no 1º ciclo, neste Agrupamento, vem dar consistência ao ensino das línguas ao longo do percurso do ensino básico. Iniciado em três turmas do 1º ano, duas na EB1 de Algoz e uma na EB1 de Tunes, este projeto constitui mais um

impulso inovador nas práticas educativas do Agrupamento.

Links úteis sobre o projeto: http://www.britishcouncil.org/pt/ portugal-projectos-bilingual-schools.htm (British Council Portugal) http://www.britishcouncil.org/spaineducation-bilingual-project.htm (British Council Espanha) http://www.britishcouncil.org/italybilingual-education.htm (British Council Itália)

“AL-MOURARIA” 3 AGO | 22.30 | Casino de Vilamoura Al-Mouraria é um projecto inovador de seis músicos, entre os quais três cantores, que musicalmente se baseia na nova música portuguesa e situa-se algures entre o fado tradicional e o chamado fado novo


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momento

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Vítor Correia

Exposição “O Mundo dos Dinossauros” - Portimão

Espaço ALFA

Diferenças entre fotógrafos profissionais e amadores

Raúl Grade Coelho

Secretário da Assembleia Geral da ALFA

Já alguém se questionou acerca da principal diferença entre um fotógrafo profissional e um amador? Se calhar já teceram alguns comentários mas não se envolveram diretamente naquilo que cada um deles faz. Realmente penso que não faz muito sentido haver uma grande diferenciação entre estes dois modos de fotografar, pois há uma coisa que é sempre comum a estas duas pessoas. Captar o momento. Apesar de um fazer a vida ‘apenas’ a captar o momento não o torna por vezes um melhor fotógrafo do que um amador que por paixão à arte de fotografar mais estudou e aplicou-se para tirar com devido rigor a fotografia que pode entretanto ser alvo de notícia e ser divulgada. Penso então

que não deve haver uma grande divisão entre estes dois tipos de fotógrafos, pois o contrário também acontece. Muitas vezes o fotógrafo profissional anda muito melhor equipado em termos de equipamento que é sempre atual e tem melhores conhecimentos para obter a fotografia que pretende para determinado fim. Desta forma, supera por vezes o amador que comprou e usa ainda a máquina fotográfica que lhe foi oferecida num Natal já distante. Há também uma diferença grande no tipo de foto que se pretende. Há as fotos dos eventos sociais que costumam ‘chamar’ os fotográfos profissioanis tal é o número gigantesco deles como todos vós certamente já notaram nas fotografias de revistas ou na própria televisão que também retrata estes momentos captando os fotógrafos em pleno trabalho. Estes estão quase sempre acompanhados pelo conhecido flash. É outro equipamento que é utilizado pelos profissionais e amadores embora pense que neste domínio o profissional se encontre um pouco mais avançado, pois certamente teve aulas de como usá-lo. Pessoalmente, acho um instrumento de útil importância mas envolve um certo conhecimento para ser utilizado nas melhores condições. Quantos de vós não tiveram já problemas com a utilização do flash? Certamente que muitos. Há a intensidade da luz e

há o objecto que deve ser capturado tornando difícil a execução do momento fotográfico. Outro pormenor importante da fotografia é o objeto que se pretende capturar com a máquina fotográfica. Há os objetos lentíssimos como o famoso caracol ou o objeto rapídissimo como um carro de alta competição. Aqui entra também a questão das lentes fotográficas alia-

da à própria máquina que conjuntamente permitem obter a melhor fotografia. Para todos estes casos atrás descritos há no entanto soluções para resolverem as situações. Uma delas é a inscrição na ALFA – Associação Livre Fotográfos do Algarve que aceita tantos fotógrafos profissionais e amadores que em determinadas ocasiões se juntam e onde se podem

trocar ideias entre ambos aumentando a qualidade das fotografias que você pretende tirar com a máquina fotográfica que tem ou que virá a ter. Há também os cursos praticados na ALFA desde os iniciantes na arte fotográfica como para os mais avançados. É tudo uma questão de consultar a página na internet www.alfa. pt e poderá ver quais os cursos que atualmente poderá frequentar.


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04-Ago – Robin S Alive (Hit Show me Love…)

a que a Caxemir Interiores se

Dj Zé Black e Dj Pedro Tabuada

propõe para realizar em pleno

07-Ago – Last Call, Ryanair Special Crew Djs

a sua concepção de ambiente

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Cultura.Sul

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panorâmica

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Ricardo Claro

• JORGE PALMA

“Sou quem sou, apenas isso para uns, tudo isso para outros”

Controverso eterno, acutilante e certeiro na escrita e na música que compõe e que o tornaram uma referência incontornável do panorama musical português, Jorge Palma apresenta-se no próximo dia 11 em Tavira num espectáculo com início marcado para as 22 horas.

O POSTAL entrevistou o cantautor que atravessa gerações e que mantém uma carreira invejável à qual nem os percalços beliscam. A genialidade de Jorge Palma mostra-se uma vez mais em palco, no Quartel da Atalaia, e dela Jorge Palma apenas receia

“deixar-se embevecer”. Embevecido decerto ficará o público que escolher passar a noite em Tavira ao som dos acordes de um eterno teaser da música nacional que traz ao Algarve uma carreira invejável e o seu último disco “Com Todo o Respeito”. ço ajuda-o na conquista de uma fatia do seu público. É voluntário este lado irreverente e provocatório do Jorge Palma figura pública? Tem correspondência no homem privado? JP - Se lhe disser que sempre que me chamam (e chamam-me amiúde) enfant terrible eu nunca estou de acordo (acho-me sempre bem mais tranquilo do que muitos daqueles que ao longo dos anos admirei como músicos e tomei como “gandas malucos”), provavelmente percebe o quão inato é para mim ser quem sou.

Cultura.Sul (CS) - O piano, antes de tudo, e a guitarra, um pouco mais tarde, são companheiros de uma vida dedicada à música. Tem alguma preferência entre os dois para tocar? E para compor? Jorge Palma (JP) - A guitarra e o piano são para mim como respirar, não penso nisso, e ainda bem... CS - O Algarve marca um curto episódio da sua vida com os Black Boys. O que guarda desses momentos vividos aos 17 anos? JP - O quão genial é ser-se novo e o quão ridícula é a sensação de que somos indestrutíveis? (risos)...

CS - Há um misto de traços de terno romantismo e de bas-fonds na sua música, em particular nas letras. Como canta Rui Veloso há um lado lunar na música de Jorge Palma? JP - Claro, e “lados” (que coleccionei ao longo da vida) é coisa que não me falta (risos).

CS - The Nine Billion Names of God (1972) marca a sua primeira aparição em disco a solo. O inglês foi a escolha de então, mas os grandes sucessos fizeram-se em português. Que posição ocupam ambas as línguas na sua carreira? JP - O inglês é provavelmente a primeira referência (fruto do que ouvia e vivia então), o português porque o fiz em Portugal, mas podia ser em Francês se estivesse em França ou noutra língua se noutro sítio...

CS - Assume-se como um homem que vive a vida e nessa medida também a música na border line? JP - Creio sinceramente que tomar consciência disso não será viver nessa tal border line (seja lá o que isso for, e que por certo será diferente de pessoa para pessoa) sou quem sou, apenas isso para uns, tudo isso para outros.

CS - Ary dos Santos é um nome incontornável do mundo dos letristas e dos poetas. Privou de perto com este ‘monstro’ da escrita, o que ficou desta convivência? JP - Momentos indescritíveis (sorri). CS - Fez verdadeiras incursões despojadas pelo mundo (EUA, Canadá, Caraíbas e Europa), mesmo depois de ser já reconhecido em Portugal como músico, quer pelos seus pares, quer pelo público. De viola às costas pelas ruas aprendese muito? JP - Viajar é, para mim, viver, e viver é aprender. Existe quem aprenda de forma inata, quem quer aprender, quem se esforça para o fazer, ou quem releva essa aprendizagem, para mim a “viola às costas” foi avassalado-

CS - Quarenta anos de carreira cruzam várias gerações e em todas elas granjeou uma legião de fãs que põem em causa a vida útil das canções e fazem delas sucessos eternos. Que peso tem este carácter transgeracional da sua carreira? JP - Tem o peso, perigoso, de me embevecer.

Jorge Palma traz a Tavira êxitos de hoje e de sempre ramente enriquecedor mas o ser humanos é, felizmente, muito distinto, portanto quem sou eu para dizer se será para outros? CS - O exílio e a estada na Dinamarca... durante o período da dita-

dura de que forma o marcaram? JP - Cresci, fiz amigos, convivi com gente fantástica, com ideias, vivências e cultura completamente diferentes das minhas, e isso, naquela altura e com aquela idade, não tem como não

ser muito positivo. CS - Há um perfil de eterno enfant terrible que, desejado ou não, perpassa da sua atitude e do percurso que trilhou. Para muitos este tra-

CS - Com todo o respeito, o que se segue depois de tanto sucesso? JP - Espero que se sigam mais alguns anos e estou tão expectante por eles (por não saber o que contêm) como você (risos).


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Cultura.Sul

03.08.2012

• MÚSICA

Emblemáticos Kool & The Gang actuam no Algarve

Banda norte-americana promete uma viagem a diferentes épocas e estilos musicais

destaque

A mítica banda Kool & The Gang actua hoje, sexta-feira, dia 3, em Albufeira, numa noite que promete resgatar memórias de êxitos musicais intemporais protagonizados pela banda norte-americana ao longo das últimas décadas. O Sheraton Algarve & Pine Cliffs Resort é o palco central de uma viagem musical na qual “Celebration”, “Ladies Night” ou “Get Down On It” vão, seguramente, fazer vibrar a plateia onde se esperam fãs, melómanos do disco sound e revivalistas de uma era dourada do panorama musical internacional. Formada pelos irmãos Robert “Kool” Bell e Robert Bell “Khalis Bayyan”, em Jersey City, em meados dos anos sessenta, os Kool & The Gang lançaram o seu primeiro álbum em 1969 e até hoje já venderam mais de 70 milhões de discos. Com um background marcado pelo jazz mais purista, esta banda tornou-se ao longo dos anos ícone em diferentes géneros e musicais. A forma como os Kool & The Gang

interagem e agarram a plateia, assim como a viagem pelas diferentes sonoridades que passam pelo jazz, funk, R&B e disco sound prometem animar uma glamorosa gala que festeja, além da boa música, a redonda data de vinte anos do resort. Mas se o cartaz traz ao Algarve uma banda de impressionante carreira, a verdade é que o serão que inclui o concerto se apresenta também com preços proibitivos para muitos. A cultura a peso de ouro A cultura no Algarve apresenta-se para todos os gostos, mas não necessariamente para todas as carteiras e os bilhetes da Gala de Verão do empreendimento turístico que acolhe o concerto custam 280 euros numa versão mais ‘económica’ (jantar buffet) e atingem os 550 euros na versão platinum (jantar gourmet e bar aberto) e estão à venda nos locais habituais, assim como directamente no resort. A verdade é que os valores podem

espantar alguns, mas são perfeitamente enquadráveis para aqueles que são o público alvo de um resort que enquadra uma das mais caras e prestigiadas marcas de cadeias hoteleiras do mundo, os Sheraton. Além da participação especial dos Kool & The Gang, a Gala de Verão do resort apresenta um programa que conta com um cocktail de boas-vindas, jantar gourmet preparado pelo chef Fabian Martinez, um espectáculo de fogo-de-artifício à meia-noite e uma after-party no Yakuza by Olivier, no Pine Cliffs Resort, com a actuação da dj Sofia Gião que vai prolongar a festa até ao nascer do sol. Carlos Leal, director-geral da empresa proprietária do resort, antevê que “esta gala proporcione mais um momento especial e memorável ao público presente, e que reforce o posicionamento do resort como uma inspiração e uma referência de turismo de luxo em Portugal e no mundo”. Pedro Ruas

“MEMÓRIAS TANGERINAS” Até 18 AGO | Galeria de Arte do Convento Espírito Santo - Loulé Tomás Colaço e Sofia Aguiar apresentam peças separadas mas com alguns elementos em comum. O objecto relaciona-se com a ideia de “casa” ou “espaço privado” que será um pouco uma extensão dos seus próprios locais de residência em Lisboa e em Tânger

o p m e t a s s a P a m l a P Jorge

O Cultura.Sul é um dos media partners do concerto que Jorge Palma vai realizar no Quartel da Atalaia em Tavira, dia 11, e temos para oferecer aos nossos leitores convites para assistirem ao concerto deste que é um dos mais reconhecidos intérpretes da música nacional. Para ganhar um convite individual apenas tem de responder à questão sobre a carreira de Jorge Palma: Qual o nome do último disco de Jorge Palma? As respostas devem ser enviadas para o e-mail jorgepalma.postal@gmail.com a partir das 0 horas de sexta-feira, dia 3 de Agosto, e até às 15 horas de dia 9. O e-mail deve indicar nome, número de bilhete de identidade e e-mail de resposta (para informação em caso de vitória) de cada concorrente. Os vencedores serão seleccionados pela ordem de recepção dos e-mails com resposta correcta à pergunta colocada.

“AMÉLIA JANES & NEM TRUZ NEM MUZ” 25 AGO | 21.30 | Centro Cultural de Lagos A sonoridade do grupo foi mudando ao longo dos tempos, mas sem nunca perder os ensinamentos adquiridos ao longo da sua história. Grupo dedica novo CD, “Se vos Canto...”, ao poeta António Aleixo


Cultura.Sul

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Espaço Cultura

Obra aberta: mapear memórias Na prossecução da sua missão, a Direcção Regional de Cultura do Algarve adotou uma estratégia que aposta na herança histórica como fator de desenvolvimento, gerador de conhecimento, de auto estima e de riqueza. Procurando prosseguir e reforçar a política patrimonial de registar para conhecer, incentivada ao longo dos últimos anos, é competência legal da Direcção Regional «apoiar e colaborar na inventariação sistemática e atualizada dos bens que integram o património arquitectónico e arqueológico», bem como «participar na elaboração dos planos diretores municipais» e apoiar a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em procedimentos de avaliação de impacte ambiental (AIA) e na elaboração de outros instrumentos de gestão territorial (IGT) [Decreto-Lei n.º 114/2012 de 25 de maio] . Com efeito, a inventariação sistemática dos bens culturais está na base das opções da salvaguarda, do conhecimento, e da valorização e divulgação da herança cultural da região. Ponderando a informação já disponível na área disciplinar da arqueologia acerca das preexistências de origem sociohistórica que obrigam a tomar medidas preventivas de salvaguarda do património arqueológico e influem nas opções de ordenamento urbanístico e do território, é inegável que há já muito trabalho realizado, desde a primeira «Carta Arqueológica do Algarve», preparada por Estácio da

vas (quiçá sensacionais) descobertas tornarão obsoleta. Afinal, essas descobertas são um dos fascínios da arqueologia! Direção Regional de Cultura do Algarve 1Para agilizar essa colaboração, foi estabelecido entre a DGPC e a DRC Algarve um protocolo de cooperação, em 10/07/2012. 2 Em conformidade com o n.º 5 do Art. º 75º e no n.º 3 do Artigo 79º da Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro, os licenciamentos de obras e outras operações urbanísticas em áreas com potencial arqueológico só podem

Mapa da Rede Regional do Património Cultural Histórico-Arqueológico

ser concedidos na condição de que o promotor assegure a realização de trabalhos arqueológicos, sob direção de arqueólogos

Veiga e publicada em duas folhas à escala 1:200000, em 1883 (Tempos Prehistoricos) e em 1889 (Tempos Historicos). Prosseguida por outros pioneiros do conhecimento científico do Algarve e alvo de um tentame de sistematização em 1997 , procurou-se coligir os seus resultados em 2007, para o Plano de Ordenamento Territorial do Algarve, de que resultou uma cartografia indicativa da rede regional de património histórico-arqueológico, que inclui sítios arqueológicos, núcleos urbanos e zonas de maior potencial arqueológico (carta 7 do PROT Algarve ). Esta situação de privilégio relativamente ao resto do País, em que o grosso do trabalho de sistematização está feito e é, na generalidade bom, não deve, contudo, fazer perder a noção de que este tipo de trabalho nunca estará completo: diariamente são descobertos ou referenciados novos testemu-

nhos arqueológicos e esse manancial de informações dificilmente poderá ficar revisto na íntegra. Muitos dos locais de achados encontram-se assinalados nas cartas por um ponto – quando, para efeitos de gestão do território, terão de ser identificados como áreas patrimonialmente sensíveis. Os dados mais recentes, sistematizados no âmbito de estudos científicos de território ou de procedimentos de avaliação de impactes ambientais, só mais lentamente são lançados de imediato nas bases de dados da entidade de tutela administrativa do património (atual DGPC) e disponibilizados para os sistemas de informação geográfica (SIG) das dezasseis autarquias da região. O grau de pormenor de definição das áreas de sensibilidade arqueológica, e a avaliação de risco (através de cartas do subsolo com índices diferenciados de potencial e afetação), apresentam

claras deficiências na região, com exceção de alguns centros urbanos que foram recentemente atualizados no âmbito da elaboração de IGT (casos de Faro, Lagos, Aljezur, entre outros). O recente esforço de disponibilização de informações em linha por parte da Direção-Geral do Património Cultural, com a correspondente cartografia de sítios arqueológicos georreferenciados no sistema nacional de informação e gestão arqueológica designado como Endovélico, através do «Portal do Arqueólogo» , obriga a um correspondente esforço de verificação e atualização dos dados, que, na atual conjuntura, pode ser viável através de parcerias entre DRC Algarve e a administração autárquica. Com a consciência de que a sistematização alcançada nunca será definitiva, e de que a «Carta Arqueológica do Algarve» continuará sempre a ser uma obra aberta, que no-

credenciados pela DGPC. 3 «Cartografia Arqueológica: o Algarve como exemplo», texto de Teresa Marques que inclui cartografia dos sítios até então georreferenciados, publicado na obra coletiva «Noventa Séculos entre a Serra e o Mar», organizada por Maria Filomena Barata e Rui Parreira e editada pelo então Instituto Português do Património Arquitetónico. 4 Disponível em linha em http://www. prot.ccdr-alg.pt/Storage/pdfs/PG07.pdf 5 Todas as autarquias do Algarve em processo de rPDM, ou que, ao longo da última década, solicitaram informação sobre a localização dos sítios arqueológicos do respetivo território municipal, receberam já anteriormente essa informação por parte da administração central, tendo algumas procedido mesmo no terreno à verificação e atualização dos conteúdos fornecidos. No Algarve, verificava-se haver contudo uma pequena minoria que ainda não dispunha dessa informação, agora acessível em linha.

Espaço AGECAL

A Gestão Cultural em Espanha e Portugal

Rafael Burgos Lucena

Presidente de la Asociación de Gestores Culturales de Andalucía (GECA) y de la Federación Estatal de Asociaciones de Gestores Culturales de España (FEAGC).

A gestão cultural é uma atividade profissional cuja evolução em Espanha e em Portugal é certamente diferente à da maioria dos outros países que nos são mais próximos. As ditaduras que sofremos no passado século XX atrasaram substancialmente a profissionalização das atividades culturais, uma vez que a intervenção pú-

blica na cultura se restringiu à censura ou à propaganda, com intervenções de conservação relacionadas com o património ou as tradições. Com o advento da democracia, os animadores sociais e os agentes coletivos relacionados com as artes cénicas empreenderam um intenso labor de estímulo à participação dos cidadãos na vida cultural, enquanto as administrações públicas criaram espaços e instituições culturais até então inexistentes. A progressiva profissionalização destes ofícios, que nasceram com uma elevada carga vocacional e voluntarista, conjuntamente com a evolução de outras funções relacionadas com a cultura, tais como bibliotecários, conservadores do património ou museólogos, que juntam à sua atividade tradicional as tarefas tendentes a estimular a difusão e o acesso da cidadania, teve como resultado a profissão de gestor cultural.

Nos anos 90, proliferam em Espanha as associações regionais de gestores culturais, que integram profissionais unidos na reivindicação do reconhecimento social, académico e profissional da gestão cultural. A configuração política e administrativa espanhola, com um Governo Central, governos das Regiões Autónomas, Conselhos Provinciais e Autarquias tornaram obrigatório que se trabalhasse por estes objetivos nos diversos âmbitos territoriais. De aí que a Associação de Gestores Culturais da Andaluzia (GECA) conte, por um lado, com uma coordenação em cada uma das províncias andaluzas, realize outras ações no conjunto da Região Autónoma e seja, por outro lado, membro ativo – e atual presidente –da Federação Estatal de Associações de Gestores Culturais de Espanha. Na Andaluzia, já há alguns anos que lográmos fazer chegar a Gestão

Cultural à Universidade, através de diferentes masters e cursos de especialização universitária, e há pouco tempo culminou o processo para criar na Universidade de Huelva a primeira licenciatura em Gestão Cultural lecionada numa universidade pública espanhola, com uma formação integral ao longo de quatro anos académicos que nos equipara aos países mais avançados. Por outra parte, a partir da Federação Espanhola, lográmos a criação do epíteto de gestor cultural na Classificação Nacional de Profissões, o que dará aos profissionais visibilidade nas bases de dados oficiais do Ministério do Trabalho e um maior reconhecimento da nossa atividade. Deste modo, entendemos que, agora mais do que nunca, os profissionais da cultura devem trabalhar unidos, e que aos gestores culturais, enquanto mediadores entre artistas, património, administração e cidadãos, correspon-

de o papel de evitar que a crise económica destrua um dos maiores ativos e recursos de desenvolvimento do continente europeu: a nossa cultura e a nossa diversidade. Foi igualmente nessa convicção que criámos, há alguns anos, a Associação Ibérica de Gestores Culturais, que agrupa as associações de Gestores Culturais do Algarve (AGECAL), da Estremadura (AGCEX) e da Andaluzia (GECA). O intercâmbio de experiências, as atividades formativas conjuntas e especialmente a profunda irmandade e cumplicidade entre os profissionais de ambos os lados da fronteira, foram alguns dos valiosos frutos desta união, que poderia ser, por seu turno, a semente de uma desejável organização europeia de gestores culturais que nos permita ter voz em Bruxelas e zelar nas instituições comunitárias pela gestão profissional da cultura.


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Cultura.Sul

03.08.2012

Um espaço que dá relevo a uma fonte de actividade literária que fervilha, muitas vezes, à margem dos circuitos convencionais.

blogosfera

Ricardo Claro

O Moinho da Arregata Henrique Dias Freire Editor do CULTURA.SUL

Eleição das Maravilhas Culturais do Algarve Quantos de nós se sentiriam à-vontade para indicar as maravilhas culturais de cada um dos nossos 16 concelhos algarvios? No entanto, é indiscutível a vasta e profunda riqueza do nosso património cultural, tanto material como imaterial. Dois anos após José Carlos Vasconcelos, director do JL Jornal de Letras, Artes e Ideias, o jornalista, ainda em funções, mais premiado nacional e internacionalmente, ter considerado o Cultura.Sul como o melhor caderno cultural editado pela imprensa regional, sentimos que tinha chegado o momento de responder a essa lacuna. E com o pretexto de assinalarmos o 4° aniversário do Cultura.Sul, resolvemos dar corpo a esta arrojada iniciativa que pretende dar a conhecer ao público em geral quais são as 16 Maravilhas na área cultural de cada município algarvio. Após termos aferido, via AMAL, da sensibilidade dos nossos autarcas sobre a metodologia mais consensual, o primeiro passo está a ser dado com indicação por cada município de três possíveis Maravilhas Culturais que serão posteriormente sufragadas pelo público em geral via Facebook. Esta iniciativa, que se pretende bastante participativa, também conta como parceiros com o apoio da Direcção Regional da Cultura do Algarve, da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) e dos Hotéis Real.

Ficha Técnica Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire

Há um certo fascínio (romântico) por estas estruturas arredondadas que em tempos moíam cereais. Talvez pela sua forma, pelas velas de pano insuflado com a passagem do vento (que algumas mantêm), pela paisagem campestre que normalmente as cerca ou pela sua função artesanal de produzir farinha com a simples rotação das mós. Indiscutível é que atraem os olhos. E os nossos vão dirigir-se para o moinho da Arregata, situado na povoação de Rogil, em Aljezur. É um dos 25 moinhos de vento que existem no país e ficou novinho em folha em 1997, altura em que foi recuperado

pela autarquia local. Com núcleo museológico que revela o trabalho do moleiro, este espaço pede uma visita. Hoje ou amanhã ou qualquer outro dia, o que importa é que não fiquem acomodados em casa e que o vejam. Combinado? Observações: visitável de terça a sábado, entre as 14h00 e as 18h00 (horário até Setembro). Coordenadas Geográficas: 8°47’54,2883” W | 37°21’22,9612” N. Tel. 282 995 001 (Junta de Freguesia do Rogil). Blog: http://blog.turismodoalgarve.pt/ Post: http://blog.turismodoalgarve. pt/2012/07/o-moinho-da-arregata. html

Espaço CRIA

A educação para o empreendedorismo em Portugal

Susana Imaginário

Psicóloga e Gestora de Ciência e Tecnologia do CRIA, Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve

Hoje em dia, cada vez mais se ouve falar em empreendedorismo e na educação para o empreendedorismo. Embora esta temática seja valorizada por outros países há bastante tempo, só nas últimas décadas começou a ser abordada

Paginação: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: » blogosfera.S: Jady Batista » livro.S: Adriana Nogueira » momento.S: Vítor Correia » panorâmica.S: Ricardo Claro » patrimónios.S: Isabel Soares

em Portugal, tendo-lhe sido dado maior ênfase nestes últimos anos, especialmente quando verificamos a criação e desenvolvimento de políticas e programas de apoio à educação para o empreendedorismo. A problemática em torno desta questão é ainda mais vincada quando, no passado mês de abril, foi publicado um estudo da Comissão Europeia que concluiu que a maior parte dos países da Europa têm vindo a desenvolver grandes esforços para promover o empreendedorismo dentro e fora das escolas, não sendo o nosso país um dos referidos. A verdade é que, embora existam uma grande diversidade de ofertas formativas, programas de incentivos e projetos de promoção, ainda existe muito a fazer, a começar pela divulgação. Apesar de ser verdade que a fraca visibilidade existente em algumas destas iniciativas, deve-se por vezes à sua tipo-

logia e especificidades (são ações específicas que apenas pretendem alcançar um nicho específico de pessoas), também é verdade que muitas são realizadas e não têm a divulgação que deveriam, sendo o impacto raramente avaliado, dificultando assim o processo de melhoria contínua. Estes programas surgem, e muito bem, da ideologia de que o empreendedorismo não deve ser apenas encarado como uma ação levada a cabo por um individuo que pretende criar a sua própria empresa, mas também encarado da perspectiva do desenvolvimento das competências empreendedoras nas pessoas desde tenra idade. Falo de competências como: assumir riscos, competição, resolução de problemas práticos e/ou teóricos, criatividade, iniciativa, persistência, entre outras. Embora nenhuma destas competências se apresente como uma novidade

Colaboradores: AGECAL, ALFA, CRIA, Cineclube de Faro, Cineclube de Tavira, DRCAlg, DREAlg, Pedro Jubilot. Nesta edição: Patrícia Batista, Pedro Ruas, Rafael Burgos Lucena, Raúl Grade Coelho e Susana Imaginário

Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve e-mail: geralcultura.sul@gmail.com

para a sociedade, a forma como elas se manifestam pode variar entre gerações. No caso da minha geração, lembro-me perfeitamente de, quando era pequena, participar em longas competições de berlindes nas quais o vencedor ganhava os berlindes dos adversários ou então de arranjar materiais para fazer papagaios de papel e vendê-los aos vizinhos. O papel ativo dos pais, professores, escolas e outras entidades para a sensibilização do empreendedorismo é fundamental e, apesar das atuais adversidades, deverão ser concertados esforços nesse sentido. Estimular os nossos jovens para que desenvolvam as suas competências empreendedoras, adotando iniciativas que vão de encontro às suas idades, torna-se urgente e nunca são demais. Tal como a sua divulgação e avaliação final para melhoria e iniciação de um novo ciclo.

on-line: www.issuu.com/postaldoalgarve Tiragem: 10.466 exemplares


AGO | 2012 • Nº 48 • Mensal • O Cultura.Sul faz parte integrante da edição do POSTAL do ALGARVE e não pode ser vendido separadamente

AGOSTO • Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o PÚBLICO

10.466 EXEMPLARES

www.issuu.com/postaldoalgarve

JORGE PALMA em entrevista

“Sou quem sou...”

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Concurso Jorge Palma / CULTURA.SUL

Ganhe bilhetes para o concerto em Tavira Saiba como na página 4


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