POSTAL 1098 - 1 MAR 2013

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1098 • Semanário à sexta-feira • 1 de Março de 2013 • Preço € 1 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR €1,60

EM FOCO 2 UALG FALHA ELEIÇÃO DO CONSELHO GERAL 3 ÁGUAS DO ALGARVE REQUALIFICA LAGOA DOS SALGADOS 4 ALGARVE SAI À RUA NO SÁBADO 5 TAVIRA ACOLHE EMPRESA E FUTURO 6 VICTOR GUERREIRO OUVE EMPRESÁRIOS 8 VILA REAL REVITALIZA DIA DA ANDALUZIA 9 CLASSIFICADOS 10

Caritas pede solidariedade aos algarvios

> O Fundo Diocesano Social gerido pela Caritas da região está sem dinheiro à espera das doações quaresmais, até lá está a zero. Mais do que a ajuda dos católicos o que se pede é o apoio de todos os algarvios em prol de quem mais necessita de auxílio p. 2

Victor Guerreiro quer a ACRAL ao serviço dos associados

d.r.

> Candidato faz périplo pela região a escutar os associados p. 8 d.r.

Eleições na UAlg nas mãos de Fernando Ulrich

d.r.

Algarve sai à rua neste sábado

d.r.

Eleições para o Conselho Geral: Parte do acto eleitoral foi invalidada pela Comissão Eleitoral por actos imputados à lista A, cabe a Fernando Ulrich a decisão final > 3

Águas do Algarve intervém na Lagoa dos Salgados > 1,2 milhões de euros para manter a qualidade e sustentabilidade daquele que é um dos locais de nidificação de aves migratórias mais importantes do Algarve. Um novo colector e uma intervenção directa na Lagoa dos Salgados integram o projecto que conta com luz verde da Agência Portuguesa de Ambiente e estudo de impacto ambiental favorável. p. 4

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2  |  1 de Março de 2013

em foco

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Fundo Social da Igreja sem dinheiro Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

d.r.

Caritas e Bispo do Algarve apelam à solidariedade para com os mais necessitados

Apoio à acção social da Caritas:

O Fundo Diocesano Social,

a ferramenta da Diocese do Algarve gerida pela Caritas para ajudar as famílias carenciadas em resultado de situações de desemprego esgotou-se. Com o fundo a zeros a Caritas só “a partir de meados de Abril”, refere o responsável máximo da organização no Algarve, poderá voltar ao terreno para ajudar os algarvios num ano de enormes dificuldades. Ajudar é a palavra de ordem e o POSTAL junta-se a esta causa e explica-lhe como a Caritas desenvolve a sua acção social e como cada um de nós pode ajudar a minorar as dificuldades de muitas famílias da região. Que Portugal está a braços com a mais profunda crise desde 1974 não restam dúvidas e, neste panorama, os algarvios não só não fogem à regra como têm sido dos mais afectados pela situação que assola o país. Neste contexto económico adverso é cada vez maior o número de famílias que, por toda a região, necessita de auxílio para fazer face à problemática situação económico-financeira. Entre as instituições que no terreno apoiam as famílias em maiores dificuldades está a Caritas que, segundo Carlos Oliveira, presidente da organização ligada à Igreja Católica, regista “um aumento das solicitações de ajuda” em 2013, face a 2012, uma evolução que tem “tendência manter-se”.

Mais pedidos de ajuda e menos recursos para responder Uma das ferramentas da

Caritas para ajudar as famílias carenciadas é o Fundo Diocesano Social, um instrumento da Diocese do Algarve gerido pela Caritas, cujo objectivo passa por “ajudar famílias que tenham um, dois ou mais membros no desemprego e que por essa via sintam maior dificulda-

ÔÔ Fundo Diocesano Social: Depósito bancário ou transferência multibanco para a conta com NIB:

0018 0000 0617 2136 0017 8

ÔÔ Outras obras sociais da Caritas: Depósito bancário ou transferência multibanco para a conta com NIB:

0010 0000 2271 5720 1017 1

RECORTE E FAÇA O SEU DONATIVO ÔÔ Carlos Oliveira, presidente da Caritas do Algarve de em cumprir com as despesas no pagamento da renda, despesas domésticas, medicamentos ou propinas”. A 15 de Fevereiro deste ano o fundo esgotou os mais de 10 mil euros que tinha para 2013 e encontra-se a zeros, impossibilitando a acção da Caritas nesta área do apoio social. As dificuldades prendem-se com o aumento do número de pedidos de ajuda e a falta de doações que permitam financiar o fundo. De acordo com Carlos Oliveira, o Fundo Diocesano Social distribuiu 53 mil euros em 2011, 36 mil euros em 2012 e em 2013 e até ao momento, mais de 10 mil euros em ajudas, que nos três anos beneficiaram 167 processos de um total de 173 casos analisados. Regista-se, pois, um decréscimo das verbas angariadas para a ajuda através deste fundo social, com o presidente da Caritas no Algarve a esclarecer que as mesmas têm origem, na sua maioria, em donativos realizados durante a Quaresma, nas renúncias quaresmais dos cristãos algarvios, em donativos

de empresas e particulares.

Apoio social à espera da Páscoa Carlos Oliveira adianta que em “meados de Abril já estarão reunidos mais fundos” para auxiliar as famílias que os procuram, fruto das “renúncias quaresmais deste ano que vão reverter novamente para este efeito”. O fundo espera assim pela Páscoa para reactivar a sua função, não obstante a crise que afecta também quem doa implica, para se manter a capacidade de resposta e mesmo alargá-la, que sejam mais as pessoas e empresas a contribuir para esta ferramenta social. Carlos Oliveira apela assim “à doação de todos os algarvios em prol de todos os que na região precisam de ajuda”, num esforço a que o POSTAL se associa certo de que a solidariedade dos algarvios dará provas da sua força, para tanto basta que faça a sua doação através do multibanco ou de depósito bancário na conta com o NIB 0018 0000 0617 2136 0017 8.

Diocese do Algarve cede contributo penitencial quaresmal Na mensagem quaresmal,

o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas também revela preocupação com a situação daqueles que mais apoios precisam numa “crise económica e social que tarda dar mostras de passar”. O constante aumento da taxa de desemprego no Algarve leva a que o bispo reclame a “mobilização, neste tempo quaresmal, na união da fé e caridade ao serviço dos mais necessitados”. À semelhança do que aconteceu nos últimos dois anos o Conselho Presbiteral indicou que o contributo penitencial desta Quaresma também vai reverter para o Fundo Diocesano Social, manifestando “reconhecimento a quantos se servem deste meio para a partilha fraterna”, cujo contributo “pode ser prestado nas comunidades paroquiais ou através de depósito bancário”.

Outros projectos de acção social Além da gestão ope-

racional do Fundo Diocesano Algarve, a Cáritas Algarve não

tem tido mãos a medir no apoio prestado às famílias mais carenciadas ou que atravessam momentos de grande aperto financeiro. Os últimos números disponíveis, referentes ao ano de 2011, revelam que os serviços de acção social da Cáritas na região prestaram auxílio a 1.421 famílias, num total superior a quatro mil pessoas abrangidas. Quanto aos tipos de atendimento mais frequentes, prendem-se com “a distribuição de alimentos, vestuário e medicamentos”, mas a Cáritas, quer na sua sede em Faro, quer nos centros paroquiais autónomos, procura atender ao máximo número possível de pedidos. Na sede funciona ainda o refeitório social, que em 2012 serviu “cerca de três mil refeições”, o centro infantil “O Despertar” e há ainda o Lar da Mãe, um centro de acolhimento para mães solteiras, com capacidade para quatro mães em simultâneo, que provisoriamente encontram aqui as condições de conforto e higiene de que elas e os bebés necessitam. Em plena Semana Nacional da Cáritas, que começou no passado dia 24 de Fevereiro e se prolonga até 3 de Março, decorre, por todo o país, um peditório para fazer face ao crescente número de pedidos de ajuda e o presidente da instituição no Algarve adianta que há “170 voluntários espalhados pela região”, aproveitando para apelar a que os algarvios possam contribuir para esta causa com o repto de que “se cada algarvio desse um euro poderíamos ajudar muitas das pessoas que nos procuram”. Quanto à crise económica que o país atravessa, Carlos Oliveira mostra-se preocupado com “a situação do aumento do desemprego na região que tem levado a que muitas pessoas fiquem em situação débil para poder sustentar as suas famílias”. “Infelizmente não se vislumbra uma luz ao fundo do túnel, mas como cristão e homem com esperança

acredito que esta situação se possa inverter”, conclui. “Sabendo que o povo algarvio é muito solidário, ainda assim tem-se verificado um recuo ao nível das doações, porque as pessoas também têm tido as suas dificuldades”, diz. Contudo, Carlos Oliveira reforça o apelo a todos quantos queiram apoiar as restantes causas solidárias da Cáritas, o que podem fazer através de depósito bancário no NIB 0010 0000 2271 5720 1017 1.

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: jornalpostal@gmail.com Director: Henrique Dias (CP 3259). Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defesa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT. Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:

8.805 exemplares


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UAlg falha eleição do Conselho Geral Sufrágio a meia haste depois de invalidação da eleição dos representantes dos estudantes dr

Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

As eleições para o Conselho Geral (CG) da Univer-

sidade do Algarve (UAlg), o órgão responsável pela definição da estratégia para a academia algarvia, realizaram-se na quinta-feira da passada semana e deixaram a academia a ferro e fogo. Tudo seria perfeitamente normal, não fosse o facto da Comissão Eleitoral (CE) ter invalidado a eleição dos representantes dos estudantes do subsistema universitário. Assim, apenas foram eleitos os representantes dos professores e investigadores, dos estudantes do subsistema politécnico e dos funcionários não docentes. A manter-se a decisão da CE, já confirmada pelo mesmo órgão em resposta às reclamações apresentadas, sabe o POSTAL, o acto eleitoral terá de ser repetido. Recorde-se que da decisão das reclamações por parte da CE cabe recurso hierárquico para o presidente do CG e que da decisão deste caberá, nos termos gerais de direito, recurso contencioso para os tribunais administrativos.

As razões da invalidação da eleição Na acta da CE que

torna públicos os resultados eleitorais provisórios, o órgão responsável pelo acompanhamento do processo eleitoral faz saber que ocorreram “inci-

O que se segue “Não será de-

ÔÔ Acto eleitoral terá de ser repetido dentes que configuraram práticas reiteradas de apelo ao voto e propaganda eleitoral por parte da Lista A dos estudantes do subsistema universitário que influíram decisivamente nos resultados finais”. O documento da CE esclarece que em face dos “incidentes” registados, e “por unanimidade”, decidiu “que o procedimento eleitoral relativo ao corpo eleitoral dos estudantes do subsistema universitário é inválido, pelo que deve ser repetido”. Na base da decisão da CE estão “apelos ao voto durante o dia do acto eleitoral”, “acompanhamento de estudantes desde as salas de aula até às mesas de voto” e “acções diversas de membros da Lista A do corpo de estudantes praticadas durante o período de reflexão e o acto eleitoral”, apurou o POSTAL

junto de fontes ligadas à academia. Situações que os cabeça-de-lista das listas C e D também confirmaram ao POSTAL e que os levaram a manifestar o seu apoio à decisão da CE de invalidar o acto eleitoral com base nos factos alegadamente praticados pela lista A liderada pela presidente da Associação Académica da UAlg, Filipa Brás da Silva. De acordo com o que o POSTAL apurou, a CE avisou mesmo a lista A, no dia do acto eleitoral, para que cessasse as práticas violadoras das regras democráticas de reserva durante o dia de eleições, mas nem assim se sustiveram as práticas alegadamente ilícitas. Filipa Brás da Silva, em declarações ao POSTAL, recusou-se a prestar esclarecimentos sobre o assunto, mas

Via Algarviana

Almargem promove travessia A associação ambientalista Almargem organiza a 6ª Travessia da Via Algarviana, que este ano conta com o apoio da empresa Águas do Algarve. As inscrições estão abertas e o número de participantes é limitado. Este ano, a travessia é feita

confirmou a reclamação face à decisão da CE, negando a prática dos actos que lhes foram imputados. Pouco esclarecedoras, as declarações da cabeça-de-lista da lista A não colhem face a um coro de confirmações dos actos praticados que vai de professores às listas concorrentes.

no sentido de Alcoutim-Cabo de S. Vicente e, mais uma vez, os participantes podem escolher entre fazer o caminho a pé, de burro ou em BTT. A travessia pedestre decorre de 16 a 29 de Março, o percurso em burros de carga decor-

re de 23 a 29 de Março, sendo que em BTT a travessia decorre de 25 a 29 de Março. Para mais informações, os interessados devem consultar o regulamento em http:// www.viaalgarviana.org ou www.almargem.org.

certo Fernando Ulrich que enviará o assunto para a sede judicial”, avançou ao POSTAL uma fonte da UALg que afirma que “a probabilidade está

toda do lado da confirmação da decisão da CE, fortemente alicerçada do ponto de vista jurídico, por parte do presidente do CG”. A ser assim, a menos que Filipa Brás da Silva queira recorrer para os tribunais o acto repetir-se-á. Não obstante, no novo acto eleitoral a candidata deverá poder voltar a concorrer, uma vez que o regulamento eleitoral, a que o POSTAL teve acesso, está carregado de omissões não se vislumbrando uma base para punir directamente a alegada lista

prevaricadora. A democracia far-se-á vingar apenas com novo acto eleitoral, permitindo mesmo uma estratégia de vitimização da lista A, num caminho que por falta de qualidade do regulamento eleitoral deixa espaço a que tudo o que alegadamente se passou passe quase incólume. Talvez seja hora de rever o regulamento eleitoral e garantir que o mesmo assegure eleições em condições bastantes relativamente a um dos órgãos fundamentais da universidade. pub


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Tribunal Judicial de Tavira

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Secção Única Rua Dr. Silvestre Falcão – 8800-412 Tavira

Telef: 281 320 970 Fax: 281 093 519 Mail: tavira.tc@tribunais.org.pt 1ª Publicação

ANÚNCIO

Processo: 89/06.9TBTVR-A Liquidação Judicial de Sociedades N/Referência: 1423563 Data: 19-02-2013 Autor: Ministério Público Réu: Pedrito – Produtos Hoteleiros e Alimentares, Lda Nos autos acima identificados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(s) Réu(s) Réu: Pedrito – Produtos Hoteleiros e Alimentares, Lda, NIF – 501675922, domicílio: Rua Dr Parreira 11, 8800-000 Tavira para, no prazo de 10 dias, pronunciar-se sobre o conteúdo do requerimento inicial, cuja cópia se encontra neste Tribunal, nos termos do artº 1124º do Código Processo Civil. O prazo é contínuo, suspendendo-se, no entanto, nas férias judiciais e durante o período compreendido entre 15 e 31 de Julho. Terminando o prazo em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. Fica advertido de que Não é obrigatória a constituição de mandatário judicial. A Juíza de Direito, Dra. Telma Capa de Brito O Oficial de Justiça, Arnaldo José O. Pereira Notas: · Solicita-se que na resposta seja indicada a referência deste documento · A apresentação de contestação, implica o pagamento de taxa de justiça autoliquidada. Sendo requerido nos Serviços de Segurança Social benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando, juntar aos presentes autos, no prazo da contestação, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notificação da decisão do apoio judiciário (vd nº 4 e 5 do artº 25º da Lei 30-E/2000, de 20/12). · As férias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro; de domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 1 a 31 de Agosto. · Nos termos do art.º 32.º do CPC, é obrigatória a constituição de advogado nas causas da competência de tribunais com alçada, em que seja admissível recurso ordinário; nas causas em que seja admissível recurso, independentemente do valor; nos recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

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CARTÓRIO NOTARIAL DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL DE AMÉLIA DE BRITO MOURA DA SILVA CERTIFICA, para efeitos de publicação, nos termos do disposto do artigo cem, número um do Código do Notariado, que no dia vinte e um de Fevereiro de dois mil e treze, a folhas cento e vinte e quatro e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número vinte e quatro deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que HELENA MARIA VIEGAS PIRES e marido JOSÉ DE BRITO PIRES, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho de São Brás de Alportel, onde residem no sítio da Barracha, Caixa Postal 655-A, contribuintes fiscais números 133.558.703 e 133.558.622, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: Rústico, sito em Estiramantens, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Tavira, composto por terra de pastagem e cultura com árvores, que confronta de norte com Maria Cheiras, de sul e poente com caminho público e de nascente com José Felicidade Lopes, com a área total de sete mil duzentos e quarenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1054, com o valor patrimonial actual de cento e quarenta e cinco euros e quarenta e quatro cêntimos, que é o atribuído. Que o indicado prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira e que desconhecem qual o artigo que lhe correspondia na antiga matriz rústica, por não possuírem elementos que lhes permitam fazer essa correspondência. Que metade do referido bem veio à sua posse em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e nove, por partilha meramente verbal feita por óbito da mãe da primeira outorgante mulher, Rosa Viegas Pires, solteira, maior, residente que foi no citado sítio da Barracha, partilha essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública. A restante metade veio à sua posse em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e nove, por doação meramente verbal feita pelo tio da primeira outorgante mulher, Manuel Pires Viegas, solteiro, maior, residente que foi no referido sítio da Barracha, doação essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública, dado o falecimento do doador. Que desde essas datas e sem qualquer interrupção, entraram na posse do referido prédio, pessoalmente e em nome próprio, tendo vindo desde então a gozar todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao exercício do direito de propriedade, procedendo assim, como seus donos e senhores, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pelo que exerceram uma posse pacífica, contínua e pública e isto, como se disse, por prazo superior a vinte anos. Que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram o dito prédio por USUCAPIÃO, título esse que, por sua natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais. São Brás de Alportel, vinte e um de Fevereiro de dois mil e treze. A Notária, Amélia de Brito Moura da Silva CONTA REGISTADA SOB O N.º PA000 171/2013 (POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

Águas do Algarve requalifica Lagoa dos Salgados 1,2 milhões de euros para garantir sustentabilidade da zona lacustre d.r.

ARRANCA EM SETEMBRO a em�

preitada da Lagoa dos Salga� dos, no concelho de Albufeira, que até Abril de 2014 prome� te requalificar a zona lacustre de elevada importância am� biental. A obra está a cargo da Águas do Algarve (AdA) que, como afirmou ao POSTAL Teresa Fernandes, responsável pela área de comunicação da empresa, “investirá neste pro� jecto 1,2 milhões de euros”. “O projecto prevê o apro� fundamento de valas, a cria� ção de ilhotas e a construção de um dique com 1,25 metros de altura que dividirá a lagoa em duas metades ligadas por comportas”, esclarece Teresa Fernandes, que sublinha a importância da obra numa zona que “necessita de inter� venção urgente para a respec� tiva preservação”. Ainda no âmbito desta obra,

ÔÔ Teresa Fernandes, da área de comunicação da Águas do Algarve será constru�������������� í������������� da uma condu� ta elevatória de saneamento para a área entre a Marina de Albufeira e a Lagoa dos Salga� dos, que permitirá que a Esta� ção de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Albufeira Poente, que abastece a lagoa, trate uma maior quantidade

de águas residuais, ao mesmo tempo que determinará a me� lhoria da qualidade das águas balneares da zona. O projecto, que tem luz verde da Agência Portuguesa de Ambiente e estudo de im� pacto ambiental aprovado, é uma das obras que a AdA tem

em fase de arranque, a que se soma a empreitada de adução de água às zonas de Benfarras, Vale Covo e Pedra de Água, no concelho de Loulé - que arranca de imediato e tem um prazo de execução de 360 dias - e a em� preitada de limpeza e manu� tenção do colector que abran� ge a zona entre Lagoa e a ETAR da Companheira em Portimão, cujo concurso público foi ago� ra lançado, uma obra determi� nante para a futura construção da nova ETAR que servirá Porti� mão e as áreas envolventes. A Lagoa dos Salgados serve de habitat para cerca de 150 espécies de aves, sendo mun� dialmente reconhecida como local de referência para a sua observação, o que tem mere� cido inúmeros pedidos de pro� tecção por parte de organiza� ções ambientalistas nacionais e internacionais. Ricardo Claro

NOVO ESPAÇO REPRESENTA INVESTIMENTO DE 3.5 MILHÕES

Parque Ribeirinho de Faro concluído em 2014 O PROJECTO DE REQUALIFICAÇÃO ambiental do parque ri�

beirinho de Faro vai avançar nas próximas semanas, sendo previsível que a empreitada, cujo valor estimado ronda os três milhões e meio de euros, esteja concluída no início do próximo ano. Após os trezentos dias pre� vistos no prazo de execução, o renovado espaço, que se si� tua entre o Teatro das Figuras

e Montenegro, contará com uma área de intervenção de 16 hectares, ao dispor dos fa� renses e visitantes. Aos inúmeros espaços verdes juntam-se diversos equipamen� tos e valências com destaque para a criação de um anfitea� tro ao ar livre com capacida� de para 250 pessoas, além de observatórios de aves, bares e restaurantes, praças, mobiliário urbano, equipamentos despor� pub

Tribunal Judicial de Tavira Secção Única Rua Dr. Silvestre Falcão – 8800-412 Tavira

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ANÚNCIO Processo: 148/13.1TBTVR Interdição / Inabilitação N/Referência: 1427933 Data: 21-02-2013 Requerente: Ministério Público Requerido: António Jorge Viegas Gonçalves Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido António Jorge Viegas Gonçalves, com residência em domicílio: Sítio de S. Pedro Cx 516-A, 8800-000 Tavira, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juíz de Direito, Dra. Telma Capa de Brito O Oficial de Justiça, Noélia Guerreiro (POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

tivos, percursos interpretativos pedestres e de bicicleta, que de� certo tornarão este espaço num grande e agradável jardim com todas as condições, incluindo rede wireless, para quem quei� ra disfrutar da zona ribeirinha, fazer exercício físico ou sim� plesmente passear. O projecto agora aprova� do foi apresentado a concur� so há um ano, no âmbito do programa Polis Litoral da Ria

d.r.

ÔÔ Requalificação avança Formosa, e vai englobar um investimento de 3.5 milhões de euros, comparticipado em 85% por fundos comunitários. PR/RC pub


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região

Tavira acolhe Empresa e Futuro pág. 6

Algarve sai à rua no sábado

JUVENTUDE

Guias celebram Dia do Pensamento

Manifestações têm lugar em Faro, Portimão e Loulé Pedro Ruas/Ricardo Claro pedror.postal@gmail.com

ESTÁ MARCADO PARA ESTE SÁBADO, dia 2 de Março, mais

um conjunto de manifestações promovidas pelo movimento “Que se lixe a troika”, que se estenderá a todo o país e até ao estrangeiro, envolvendo mais de 40 cidades. O Algarve não é excepção e as cidades de Faro, Portimão e Loulé aderem ao movimento que pretende “o fim da austeridade e do empobrecimento do país”. O objectivo passa por encher as ruas, dando provas da “onda gigante de indignação” que teve o expoente máximo na manifestação de 15 de Setembro do ano passado, uma das mais concorridas manifestações de que há memória. Aproveitando a presença da delegação da troika no nosso

d.r.

d.r.

país este é, segundo os responsáveis do movimento, “o momento oportuno para os portugueses darem uma avaliação negativa à troika”.

ALGARVE ADERE AO PROTESTO Na cidade de Faro, o protesto está marcado para as 16 horas, no Largo do Carmo, e Nuno Viana, subscritor do movimento na capital algarvia, ouvido pelo POSTAL, refere a necessidade dos algarvios fazerem ouvir “a revolta que sentem contra um Governo que é o garante da troika para um programa de miséria, de empobrecimento e destruição do estado social”. Para Nuno Silva, a troika “é um Governo não eleito que decide sobre o nosso presente e condiciona o nosso futuro e usaremos a nossa voz para exigir a demissão do Governo, de

ÔÔ Movimento pretende o fim da austeridade e do empobrecimento forma a que seja dado ao povo a decisão sobre o seu futuro”. Neste sentido, o subscritor do movimento revela que foram dinamizadas oficinas populares na ajuda da criação de materiais que vão ser usados durante a manifestação e a pintura de um mural no Largo do Carmo representativo

do protesto. Também João Vasconcelos, elemento do núcleo de Portimão do movimento “Que se lixe a troika”, apela à mobilização massiva dos algarvios que acorram à Praça Manuel Teixeira Gomes, na tarde de sábado, e demonstrem a sua “indignação” sobre o actual

estado do país. “A situação é muito gravosa e este Governo está a levar Portugal para o desastre social e económico”, acusa o subscritor do movimento que exige ainda “a demissão do actual Governo e que sejam convocadas novas eleições para que se possam mudar as políticas desastrosas que temos assistido”. João Vasconcelos refere que “os portugueses andam a ser roubados, nos salários, nas pensões e impostos” e teme que Portugal “se torne numa Grécia ou pior”, pelo que “é necessário que os portugueses e neste caso os algarvios se façam ouvir no protesto”, conclui. Loulé também é umas das cidades que aderem à manifestação, estando igualmente marcado o início da mesma às 16 horas na Praça da República.

AS GUIAS das companhias de Faro, Loulé, Tavira e Monchique realizaram no sábado da passada semana, em Portimão, e no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Pensamento, uma actividade regional que reuniu cerca de 150 elementos. Ao longo do dia as Guias realizaram diversas actividades, tais como, a divulgação do Projecto Acção Saca-Rolhas, simulação de uma “Feira Internacional do Guidismo” , jogos lúdicos sobre o Guidismo e actividade de animação no Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio.

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CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRA EDITAL Nº 7/2013 Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 19 de fevereiro de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 25/2013/CM, referente à 1.ª alteração ao Mapa de Pessoal – Ano 2013; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 26/2013/CM, referente à RECRIA - Reprogramação financeira dos compromissos Ordem Terceira da Nossa Senhora do Monte do Carmo de Tavira; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 27/2013/CM, referente ao pagamento mensal das transferências às freguesias, no âmbito da delegação de competências - ANO 2013; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 28/2013/CM, referente ao Procedimento concursal para ocupação de um posto de trabalho para a carreira/categoria de assistente operacional — Coveiro; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

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ma funcionará uma hora depois com qualquer número de presenças. Ordem de Trabalhos 1. Informações gerais;

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho

De harmonia com o Art.º 24º dos Estatutos desta Caixa, convoco, por este meio, a Assembleia Geral Ordinária da CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO SOTAVENTO ALGARVIO, C.R.L., para reunir no Auditório deste Sede, na RUA BORDA D’ÁGUA DE AGUIAR, N.º 1 - 2º, em TAVIRA, pelas 15:00H do dia 25 de Março de 2013 (Segunda-feira).

(POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

Não havendo à hora referida número legal de associados para a Assembleia poder deliberar regularmente, a mes-

Paços do Concelho, 19 de fevereiro do ano 2013

2. Discussão e votação do Relatório, Balanço e Contas do Exercício de 2012 bem como o respectivo Parecer do Conselho Fiscal; 3. Apresentação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola; 4. Eventuais outros assuntos de interesse corrente. Tavira, 22 de Fevereiro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Eng.º José Macário Correia (POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)


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região

Tavira acolhe Empresa e Futuro Seminário sai do âmbito da Universidade do Algarve O Seminário Internacional Empresa e Futuro regressa

este ano na sua décima edição e, pela primeira vez, além das habituais palestras na Universidade do Algarve, que garantem sempre casa cheia para ouvir os oradores convidados pela organização liderada por Carlos Vieira, terá lugar o desenvolvimento de actividades fora do âmbito universitário. Segundo Carlos Vieira, em declarações ao POSTAL, “foi sempre uma ambição deste projecto que o entrosamento entre a universidade e o mundo empresarial fosse uma realidade a cada momento mais reforçada”. Recorde-se que desde a primeira edição os especialistas internacionais que ocupam a posição de oradores no seminário fizeram um périplo pelas empresas algarvias de destaque no sentido de aproximar a academia algarvia da realidade empresarial da região.

d.r.

ÔÔ Carlos Vieira Desta vez terão lugar duas iniciativas em Tavira, uma no Salão Nobre da Câmara, sob a forma de um workshop na área agro-alimentar, e outra no Hotel Porta Nova, que assumirá a forma de um jantar/palestra, respectivamente às 16 e 19 horas da próxima terça-feira, dia 5. Na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (ESGHT), o seminário decorre no dia 6, a partir das 9 horas e, uma vez mais, debaterá a inovação, o empreendedorismo e as boas práticas da gestão e organiza-

ção de empresas com nomes como Richard Brandt, Jay Hollowell, Kanes Rajah e Carlos Vieira, entre os oradores. Destaque para a presença do reitor da Universidade Peruana Inca Garcilaso De La Vega, Luís Cervantes Liñan, que se fará acompanhar por uma comitiva do corpo docente daquela instituição, numa acção que Carlos Vieira sublinha, “poderá ser o embrião de uma frutífera transferência de conhecimento entre a autarquia tavirense e as autarquias peruanas e da América Latina”. O docente da (ESGHT) destaca que esta nova abordagem do seminário acolhida este ano pela ATIVAR TAVIRA e pela autarquia tavirense é um caminho que se pretende que venha a estender-se a outras câmaras do Algarve, na procura constante do desenvolvimento e transferência de conhecimento. Ricardo Claro pub

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1 de Março de 2013  |  7

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8  |  1 de Março de 2013

região

Victor Guerreiro ouve empresários Candidato à ACRAL sente o pulso à região e explica as razões da sua candidatura Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

PARA VICTOR GUERREIRO,

empresário das conhecidas lojas “VictorVictoria”, a quem se têm juntado cada vez mais associados descontentes com a actual situação da ACRAL, a Direcção da associação está de costas viradas para os empresários. Se as eleições fossem hoje, só poderiam votar pouco mais de quinhentos associados quando a ACRAL já teve mais de quatro mil associados, apurou o POSTAL. “A ACRAL está hoje abaixo do nível zero com a péssima prestação da actual direcção”, que Victor Guerreiro classifica de “gestão ruinosa e irresponsável”. “Era suposto a maior Associação da região, a ACRAL, ter uma intervenção em prol do tecido empresárial. Infelizmente, a actual Direcção tem agido em interesse próprio e não dos seus associados. Como tem sido público na comunicação social, a gestão da ACRAL tem sido ruinosa: em

quatro anos, a actual Direcção criou um passivo muito superior a um milhão de euros e que ainda está por apurar na totalidade”, diz o candidato. Segundo Víctor Guerreiro, “após um ano sem apresentar contas, o balancete analítico denuncia transferências de milhares de euros para contas de alguns actuais dirigentes, ainda por explicar, além das despesas em quilómetros e cartões de crédito. Uma situação gravosa ao ponto de ter levado o Ministério Público a avançar com uma investigação criminal à ACRAL”, lamenta Victor Guerreiro. Para o candidato à presidência da ACRAL ,“chegou o momento de dizer basta! É necessário contar com uma equipa séria e com vontade efectiva de apoiar o nosso tecido empresarial”. “Se for eleito, uma das primeiras atitudes que tomarei é uma auditoria externa às contas dos anos anteriores doa a quem doer!”, conclui.

É FUNDAMENTAL OUVIR OS EMPRESÁRIOS Perante a ac-

tual situação, a candidatura de Victor Guerreiro e da sua equipa iniciou na passada segunda-feira a primeira reunião em Lagos, onde todos os empresários presentes foram unânimes em defender que é urgente a associação recuperar a sua credibilidade junto dos seus associados. Na terça-feira foi a vez de Loulé, hoje, sexta-feira, reúne-se em São Brás de Alportel, e na próxima segunda-feira em Albufeira. Na semana seguinte, na terça-feira a reunião está marcada para Olhão e na quarta-feira para Vila Real de Santo António. Faro, Portimão, Tavira e Silves são alguns dos concelhos onde a candidatura de Victor Guerreiro também reunirá com os empresários locais. As eleições para os órgãos sociais estão marcadas para 5 de Abril, apesar da convocatória do acto eleitoral, que deveria já ter sido enviada aos associados no passado dia 9, só ter chegado aos associados na passada segunda-feira pelo correio. Junto da convocatória, uma

d.r.

nota explicativa do actual presidente da Assembleia Geral refere as razões que levaram às eleições só terem sido marcadas 14 meses após o que deveria ter sido o fim do actual mandato. Igualmente, junto foi enviada uma nota assinada pelo actual presidente, João Rosado, que diz estranhar a

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razão que terá levado a haver, pela primeira vez na história da ACRAL, uma segunda lista a concorrer. Para João Rosado, “a situação financeira é estável e o ano de 2013 começou da melhor forma com cerca de 2,25 milhões de euros aprovados, e mais 2,5 milhões de euros em aprovação, o que perfaz

cerca de cinco milhões de euros potenciais”. Para Victor Guerreiro, “se há fundos comunitários para pagar dívidas, a actual Direcção que diga quais são esses fundos aos associados”, ironizando que “como actualmente grande parte dos empresários vive em situação de grande dificuldade era importante saber que fundos são esses para os associados poderem pagar as suas dívidas também”. E relembra, que “a actual Direcção passou de 25 mil euros [na presidência de Álvaro Viegas entre 1999 e 2002] para 600 mil euros em contas correntes com a banca. Só o negócio ruinoso da exploração do jornal “O Algarve” já soma 300 mil euros de prejuízos quando as quotas anuais dos associados rondam os 100 mil euros, além das dívidas a vários fornecedores e aos investimentos que ainda estão por realizar em parceria com algumas autarquias que se encontram hoje descontentes com a actual Direcção”.

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Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária Nos Termos do artigo 40, nº 1 Ponto 2, alínea a e b dos Estatutos, convoco a Assembleia-Geral Ordinária para o dia 22 de Março de 2013, sexta-feira, pelas 17 horas, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Aprovação ou Rejeição do Relatório e Contas e Parecer do Conselho Fiscal referente ao ano de 2012 2 - Informações Nos termos do artigo 41, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará com qualquer número de Associados pelas 18 horas.

Processo: 64/13.7TBTVR Interdição / Inabilitação N/Referência: 1425880 Data: 18-02-2013 Requerente: Ondina Maria dos Santos Guerreiro Requerido: Wilson Guerreiro dos Santos Deodato

Nos autos acima identificados, correm éditos de 30 dias, contados da data da publicação do anúncio, citando: Requerido: Wilson Guerreiro dos Santos Deodato, filho de Hugo dos Santos Deodato e de Ondina Maria dos Santos Guerreiro, nascido em 31-05-1995, domicílio: Urbanização Gilberto Ferro, lt 19, 1º Dt.º, Santa Luzia, 8800-564 Tavira com última residência conhecida na morada indicada para, no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste na interdição do requerido, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando. Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial. Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afixados. A Juíza de Direito, Dra. Lara Rodrigues O Oficial de Justiça, Joan Santos Gonçalves de Sousa

Maria José Sousa Martins

Notas: · Solicita-se que na resposta seja indicada a referência deste documento · As férias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro; de domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 1 a 31 de Agosto. · Nos termos do art.º 32.º do CPC, é obrigatória a constituição de advogado nas causas da competência de tribunais com alçada, em que seja admissível recurso ordinário; nas causas em que seja admissível recurso, independentemente do valor; nos recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

(POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013)

Tavira, 6 de Fevereiro de 2013 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral


1 de Março de 2013  |  9 pub

região CONVOCATÓRIA Convocam-se, nos termos legais e estatutários, os accionistas da sociedade denominada EMPET – Parques Empresariais de Tavira, EM, pessoa colectiva n.º 505 873 567, com sede nos Paços do Município de Tavira, Praça das República, concelho de Tavira, para a Assembleia Geral Ordinária a realizar nos escritórios da empresa sitos na Rua 1º de Maio, n.º 38, em Tavira, no dia 18 de Março de 2013, pelas 17 horas, com a seguinte

Vila Real revitaliza Dia da Andaluzia Feira de Comércio Tradicional e de Stocks para chamar turistas espanhóis d.r.

Aproveitando o feriado do

Ordem de trabalhos: 1. Informações, pelo Conselho de Administração, sobre a atividade da empresa; 2. Apreciação e Deliberação sobre o Relatório de Gestão, Contas e Parecer do Fiscal Único relativos ao ano de 2012; 3. Apreciação e Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados; 4. Apreciação e Deliberação sobre o projeto do Edifício de Serviços Partilhados; 5. Apresentação e Deliberação sobre o projeto de construção de 12 armazéns; 6. Outros assuntos de interesse geral para a empresa. Tavira, 15 de Fevereiro de 2013 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral João de Almeida Vidal (POSTAL do ALGARVE, nº 1098, de 1 de Março de 2013) pub

Santa Casa da Misericórdia de Tavira Instituição fundada em 1498

Comunicado

outro lado do Guadiana, Vila Real de Santo António tem agendadas uma série de iniciativas com o intuito de receber as centenas de espanhóis esperados durante o fim-de-semana que, normalmente, visitam a cidade por ocasião do Dia da Andaluzia, ontem, quinta-feira, assinalado. Na tentativa de promover o comércio do Centro Histórico de Vila Real e revitalizar uma data que já trouxe mais turistas do que nos últimos anos, estão a decorrer até ao próximo domingo, a I Feira do Comércio Tradicional de Vila Real, na Praça Marquês de Pombal, e o I Outlet Têxtil/ Feira de Stocks, no Centro Cultural António Aleixo. Se na principal praça da cidade os produtos relacionados com artesanato, doçaria, frutos secos, cerâmicas, produtos hortícolas e as indispensáveis tasquinhas são as

ÔÔ Iniciativa visa promover o comércio local maiores atracções, a Feira de Stocks traz à cidade um vasto leque de ofertas de comerciantes que aproveitam para escoar os produtos a preços mais acessíveis e apresentar novas colecções. O coordenador da Associa-

ção de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) em Vila Real, José Guedes, sublinha a importância de uma iniciativa conjunta entre a autarquia local, a ACRAL, a Associação Cultural de Vila Real e a empresa municipal

Sociedade de Gestão Urbana, como forma de “revitalizar uma data que ultimamente tem fracassado”, do ponto de vista comercial, e espera que possam ser “quatro bons dias para o comércio local e para o centro histórico de Vila Real”. José Guedes lembra ainda que a esta “festa do comércio” se associaram cerca de 30 lojas do centro histórico que apresentam descontos até domingo. Paralelamente, estão ainda marcados para o fim-de-semana espectáculos musicais de associações locais, bem como, carrosséis e animação de rua para os mais novos. A Feira de Comércio Tradicional funciona entre as 9,30 e as 20 horas, ao passo que o Outlet Têxtil está aberto ao público, também até domingo, entre as 9.30 e as 22 horas, excepto no último dia do certame, que encerra às 20 horas. PR/RC

Faro

Assembleia Municipal censura Macário Correia

A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Tavira informa que no dia 19 de Março, pelas 11 horas, será celebrada Missa na Igreja de São José, em hora do Santo padroeiro, São José. Porque esta celebração se reveste do mais alto significado para a Irmandade, convidam-se todos os irmãos da Misericórdia e tavirenses em geral, a participarem neste ato litúrgico. Tavira, 01 de Março de 2013

Sob proposta do PS, a As-

tar a lei, devendo ser nesta matéria um exemplo para todos os cidadãos”. O documento aprovado aponta para o facto de que “um presidente da Câmara que não respeita a lei nem acata as legítimas decisões dos tribunais, é um presidente sem autoridade para impor aos demais o respeito pela Lei” e conclui ainda que “a falta de autoridade do presidente da Câmara, afecta a confiança dos

sembleia Municipal de Faro aprovou sexta-feira da passada semana uma moção de censura para reprovar a continuidade do presidente da autarquia aos comandos da câmara da cidade. A moção foi aprovada com 17 votos a favor, 14 contra e uma abstenção e refere que “a um autarca e em especial a um presidente da Câmara, como autoridade administrativa que é, cabe respeitar e fazer respei-

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cidadãos no funcionamento das instituições e em última análise no Estado de Direito como garante último da nossa Democracia”. A moção de censura não fará cair Macário Correia, que já afirmou que se manterá em funções até ao limite, com o Tribunal Constitucional a fazer saber que a sentença que determina a perda de mandato ainda não transitou em julgado, pelo que juridicamente

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o autarca exerce, pelo menos por enquanto, as suas funções de forma legítima. Ricardo Claro pub

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A família enlutada cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 14 de Fevereiro, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada no dia 19 de Fevereiro, pelas 8.45 horas, na Igreja de Santiago de Tavira.

A família enlutada cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 11 de Fevereiro, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos os amigos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 17 de Fevereiro, às 11.00 horas na Igreja de Santa Maria em Tavira.

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regressa no dia 15 de Março

Hoteleiros criticam Governo Plano Estratégico Nacional de Turismo em causa O Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT)

foi criticado pela principal associação de hoteleiros do Algarve, pelo facto de apresentar objectivos “demasiado vagos” e não apontar caminhos para atingir as metas ou montantes para financiar projectos. A Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) considera que o PENT “apresenta um conjunto de intenções e considerações interessantes, mas não aprofunda nem concretiza nenhuma delas, nem apresenta soluções concretas para os principais problemas que o sector vem enfrentando”. “O Plano não identifica nem as fontes de financiamento nem os montantes financeiros para a execução de cada um dos programas e projectos enunciados, nem define as

‘Grandes Linhas Orientadoras’ subjacentes a um plano desta natureza”, refere a AHETA em comunicado.

Imprecisões sobre a apreciação da actividade turística A associação algarvia criticou a existência de “imprecisões sobre a apreciação da actividade turística” no texto apresentado para discussão pública, que define, segundo a associação, “estratégias desajustadas das necessidades, designadamente no que se refere à ideia de hostilizar os mercados” onde o país está enraizado, “em nome da aposta em mercados emergentes”. A AHETA considera a estratégia “desaconselhável e tecnicamente errada e, por conseguinte, potencialmente danosa para a economia do turismo” de Portugal e do Algarve.

A falta de mecanismos financeiros adequados também torna “impossível” a “ideia nobre” de capitalizar as empresas através do reescalonamento das suas dívidas, alertou ainda a AHETA, frisando que “a contradição entre as medidas objectivas definidas e as propostas sugeridas é demasiado evidente”. “As questões relacionadas com a competitividade da actividade turística, não se encontram contempladas”, dando como exemplos “o transporte aéreo, a qualificação da oferta pública de turismo, a promoção turística, o marketing e vendas, a gestão aeroportuária, a distribuição e a importância dos novos canais de comercialização e, sobretudo, a necessidade da sua articulação e interligação com a oferta”. A AHETA defende, por isso,

que o PENT é “demasiado subjectivo e desfocado das realidades” e pode vir a ser “um elemento perturbador junto dos agentes do sector”, por “não

incorporar entendimentos fundamentais da acção política para promover o desenvolvimento do turismo”, alertando que assim a política de

turismo sairá enfraquecida e a actividade turística não reconquistará a sua competitividade no futuro próximo. Lusa pub

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pedro ruas

Da minha biblioteca: d.r.

O Retorno de Dulce Maria Cardoso

p. 11

Grande ecrã:

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Cineclubes de Faro e Tavira exibem Amour

p. 3

Espaço ALFA:

Exposição:

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Preto e branco é slow

Tavira mostra Dieta Mediterrânica p. 5

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Gosto de poesia e depois... p. 9

p. 7

Espaço Cultura:

d.r.

MARÇO 2013 n.º 55

Moeda de ouro histórica regressa a casa em Portimão

p. 10

Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o PÚBLICO 8.805 EXEMPLARES

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01.03.2013

Cultura.Sul

Editorial

Espaço CRIA

O brilho dos Óscares

Os dez mandamentos do empreendedor

Ricardo Claro

Editor ricardoc.postal@gmail.com

Foram esta semana atribuídos os Óscares e o brilho e glamour do cinema regressaram, uma vez mais, aos ecrãs de milhões de pessoas em todo o mundo. A sétima arte mantém a capacidade inequívoca de fazer sonhar, de proporcionar viagens nas geografias e nos tempos, sejam eles reais ou ficcionados, mas o cinema dá também sinais menos positivos, em particular em Portugal e muito em especial no Algarve. Cada vez mais a discussão já não é a da sobrevivência do cinema dito ‘alternativo’ ou ‘não comercial’, face ao cinema de massas ‘hollywoodesco’ e comercial, quando nem este já resiste à crise. As salas de cinema encerram umas atrás das outras no país e na região, sucumbindo aos ditames do cinema visto em casa, em suporte físico ou através de downloads da web legais ou ilegais, em plasmas e sistemas vídeo e áudio cada vez mais sofisticados. A romaria ao grande ecrã é cada vez menor, seja ele o comercial ou dos cineclubes. Os apoios aos cineclubes e ao cinema como um todo, soçobram perante os apertos das contingências orçamentais e para que as populações tenham acesso a esta forma de Cultura vêm agora as autarquias, forçadas, dar apoio à projecção das obras cinematográficas. Pouco, muito pouco, para garantir que a sétima arte mantém lugar merecido entre as formas de expressão cultural por terras de Portugal e dos Algarves. Assim vai a penúria a que se votam as manifestações culturais em muitos casos e que importa denunciar para que não se padeça de falta de alertas para uma situação a que importa pôr cobro atempadamente, pelo cinema e pela Cultura.

Ana Lúcia Cruz Gestora de Ciência e Tecnologia no CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg

A crónica de hoje é dedicada à identificação dos dez mandamentos do empreendedor. Qualquer empreendedor, para ser bem sucedido, tem de ter conhecimento dos principais fatores que o vão apoiar no desenvolvimento do seu negócio. O percurso não é fácil, nem igual para todos, mas o empreendedor deve mentalizar-se que, independentemente da atividade, existem linhas de orientação a considerar, as quais identificamos como “Os dez mandamentos do empreendedor”. Estes mandamentos foram alvo de uma profunda e rigorosa análise e não ficavam por aqui. Contudo, e em última instância, poderão invadir o facebook do CRIA com todas as sugestões que acharem necessárias. Os dez mandamentos do empreendedor são: 1) Usarás sempre o teu processo criativo.

Este é gratuito e é a tua melhor arma para tornares a empresa mais competitiva; 2) Elaborarás o melhor Plano de Negócios de todas as “Eras”. Falharás! Mas nada temas, pois a prática faz a perfeição; 3) Estarás atento ao mercado: concorrência, clientes, produtos, redes de distribuição...; 4) Reforçarás a tua

Ficha Técnica: Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Ricardo Claro

dores e valoriza-os; 7) Investirás (tempo ou recursos) de forma recorrente na inovação, seja ela de produto, processo e/ou organizacional; 8) Trabalharás de forma contínua na imagem da tua empresa. A imagem vale mais do que mil palavras e representa a captação ou perda de clientes; 9) Apoiarás de ford.r.

rede de contactos, respeitando os compromissos assumidos; 5) Criarás um Plano de Marketing eficiente e não o negligenciarás em nenhum momento; 6) Promoverás um ambiente de trabalho estimulante para os teus colaboradores. Um bom líder é aquele que, entre muitas outras competências, sabe/ aprende a comunicar de forma clara, motiva os seus colabora-

ma contínua a tua formação e a dos teus colaboradores; 10) Trabalharás para o presente, sem nunca comprometer os objetivos futuros. A visão estratégica é alma do negócio. Na realidade, a estes dez mandamentos, podíamos acrescentar muitos outros. Contudo, estes são os principais e não recomendamos que sejam negligenciados. A título de exemplo,

o Plano de Negócios e o Plano de Marketing costumam não ter a devida atenção. O Plano de Negócios, por norma, costuma ser feito numa fase inicial, tendo em vista a captação de financiamento. Mas este é mais do que uma mera apresentação do nosso negócio. O PN permite-nos perceber o que não está a correr bem, quando começamos a ter mais custos do que o esperado. No que concerne ao Marketing, mais especificamente o marketing digital, muitas vezes os conteúdos divulgados através das redes sociais não são coerentes com o Core Business da empresa. Este é um dos erros mais comuns. Por último, gostaríamos de deixar claro, que a fórmula que funciona por vezes com uma empresa, pode não funcionar com outra. Por este motivo é premente “sair da caixa”, que é um excelente exercício para ativar a aprendizagem contínua, tal como recorrer a especialistas. Arrisco, também, dizer que para cada mandamento existe um especialista pronto para dar apoio. O que pode ser crucial, não só para encontrar as melhores soluções para a empresa, como também para rentabilizar ao máximo os recursos disponíveis. Portanto, dez mandamentos igual a sucesso garantido!

Juventude, artes e ideias

Eu nunca desisti

Tiago Peres

Empresário Miau, miau mó/Sagres t-shirts

Hoje vou contar uma história. Era uma vez um rapaz apaixonado pela arte de deslizar nas vagas. Era com uma prancha de bodyboard que entre Olhão e Sagres fazia quilómetros e mais quilómetros à procura da onda perfeita. Não era fácil! A costa sul do Algarve chega a estar se-

manas sem receber ondulação. Apesar das adversidades o sonho não abrandava, ele treinava muito, os seus objectivos eram claros. Aquela vontade de evoluir, a fome de vencer era forte. Começou por se destacar a nível regional. Mais tarde começou a frequentar as praias da zona de Lisboa onde o nível dos atletas era mais alto. Carcavelos, Costa da Caparica, Peniche e Ericeira eram alguns dos locais que serviam de palco para os seus treinos. Passados alguns anos já disputava os lugares cimeiros dos circuitos nacional e europeu. Chegando mesmo a vencer alguns dos seus ídolos. Hoje aos trinta e oito anos

d.r.

Paginação: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Contos da Ria Formosa: Pedro Jubilot • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço CRIA: Hugo Barros • Espaço Educação: Direcção Regional de Educação do Algarve • Espaço Cultura: Direcção Regional de Cultura do Algarve • Grande ecrã: Cineclube de Faro Cineclube de Tavira • Juventude, artes e ideias: Jady Batista • Da minha biblioteca: Adriana Nogueira • Momento: Vítor Correia • Panorâmica: Ricardo Claro • Património: Isabel Soares • Sala de leitura: Paulo Pires Colaboradores desta edição: Ana Lúcia Cruz João Ventura Miguel Godinho Telma Veríssimo Tiago Peres Vera Teixeira de Freitas Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelagoncalves3@gmail.com

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem: 8.805 exemplares

As t-shirts da marca e agora empresário continua a colocar o seu empenho, a sua criatividade e alegria no dia-a-dia da sua empresa. O

seu novo sonho. Eu nunca desisti e tu? Não esperes mais, agarra o teu sonho e segue em frente!


Cultura.Sul

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Grande ecrã Cineclube de Faro

Programação: cineclubefaro.blogspot.pt IPJ | às terças-feiras | 21.30 horas | entrada paga

5 MAR | Holy Motors, Leos Carax, França/Alemanha, 2012, 115’ 12 MAR | Amor, Michael Haneke, França/ Alemanha, 2012, 127’ 19 MAR | Reality, Matteo Garrone, Itália/ França, 2012, 116’ 26 MAR | 4:44 Último Dia na Terra, Abel Ferrara, EUA; 2011, 85’ d.r.

Sede | às quintas-feiras | 21.30 horas | entrada livre 7 MAR | Barravento, Brasil, 1962, 81’ 14 MAR | Deus e o Diabo na Terra do SoL, Brasil, 1964, 118’ 21 MAR | Terra em Transe, Brasil, 1967, 108’ 28 MAR | António das Mortes, Brasil, 1969, 100’

Março é um mês fortíssimo pelas nossas bandas Nem sequer referimos as nomeações – ou o Óscar arrebatado – por Amor, pois isso é o que menos diz desta obra-prima, dura mas sensível, realista e lúcida, sobre um amor como o retratado entre os magníficos Emannuelle Riva (um escândalo não ter ganho o Óscar para Melhor Actriz) e Jean-Louis Trintignant. Basicamente, um amor como todos desejamos para nós. Holy Motors, por seu lado, é um OFNI (objecto fílmico não identificado), indefinível e quase indescritível, no meio de toda a sua erosão, loucura, fantasia, surrealismo, inconformismo e rebeldia. É impossível ficar-lhe indiferente. Também Reality, ao jeito franco e sincero da veia neo-realista italiana, nos confronta com os nossos próprios preconceitos face àqueles cujo principal objectivo na vida é conseguirem participar num reality show… embora, por isso mesmo, se torne um verdadeiro libelo contra o que esse lixo televisivo provoca nos mais ingénuos e carentes. Ferrara é Ferrara, um dos poucos autores da cinematografia norte-americana, e este seu retrato do fim do mundo é uma confissão angustiada e terna do fim dos nossos mundos, os pessoais, tragados pelos vórtices da-

d.r.

Cineclube de Tavira

Programação: www.cineclubetavira.com 281 971 546 | 965 209 198 | 934 485 440 cinetavira@gmail.com SESSÕES REGULARES 7 MAR | O Sabor do Leite Creme, Portugal, 2012 (74’), M/6 Na presença de Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres 11 MAR | Half Nelson - Encurralados, Ryan Fleck, E.U.A., 2006 (106’), M/16, (10 horas, entrada livre) d.r.

Cena do filme Amor queles que, lá fora, se encarregam de destruir os nossos sonhos. Na nossa sede, como habitualmente, às quintas-feiras, optámos por partilhar o enorme Glauber Rocha, unanimemente considerado o maior realizador brasileiro de todos os tempos, mostrando os seus quatro mais relevantes filmes, produzidos na década de 60 do século passado. Cineclube de Faro

11 MAR | CARANDIRU, Hector Babenco, Brasil/Argentina/Itália, 2003 (145’), M/16, (14.30 horas, entrada livre) 14 MAR | Aguirre, Der Zorn Gottes (Aguirre, O Aventureiro), Werner Herzog, Alemanha, 1972 (93’), M/12 21 MAR | Marti, Dupa Craciun (Terça, Depois do Natal), Radu Muntean, Roménia, 2010 (99’), M/16 28 MAR | Amour (Amor), Michael Haneke, França/Alemanha/Aústria, 2012 (116’), M/16

Espaço AGECAL

Por uma paisagem algarvia

Miguel Godinho

Técnico Superior de Património Cultural – Sócio da AGECAL

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O grau de desenvolvimento de um território pode medir-se pelo tipo de apropriação que dele se faz. Os processos de ocupação do espaço revelam a relação entre o meio ambiente e as populações, o modo como estas se distribuem, e dão forma aos seus hábitos e costumes, à cultura e à economia e são fundamentais para perceber o nível de adaptação das comunidades ao território, a sua capacidade organizacional, tendo em conta

que a uma paisagem natural também corresponde, inevitavelmente, uma paisagem humana, económica, cultural. Nesse sentido, a preocupação com a definição dos modelos mais adequados de desenvolvimento para cada território deve ser uma exigência constante por parte de quem nele habita, devendo estes ser revistos sempre que necessário. É fundamental uma reflexão persistente e continuada sobre que caminhos seguir, que orientações, que padrões de apropriação. Para o Algarve, esse trabalho de estudo já se vem a fazer desde há muito tempo, por diferentes instituições, pessoas e disciplinas, com fracos resultados práticos. Não precisamos de ser especialistas – basta percorrermos o território – para percebermos que, em termos de ocupação e gestão do espaço, muitos erros têm vindo ulti-

d.r.

Até meados do século XX, no litoral, as citriculturas e horticulturas complementavam as actividades pesqueiras mamente a ser cometidos, por incúria ou incapacidade de administração, especialmente no que aos últimos 50 anos concerne. Por aqui, a utilização do solo sempre esteve adaptada às necessidades básicas das populações. Até meados do século XX, no li-

“ENSEMBLE DE FLAUTAS DE LOULÉ E CORO DE CÂMARA VOZART” 2 MAR | 18h00 | Convento de Stº António – Loulé No concerto serão interpretadas peças de autores como Tielman Susato, Jacques Arcadelt. Arcangelo Corelli, Georg Philipp Telemann, J.S Bach, Gustav Holst, José Maurício Nunes Garcia, entre outros

toral, as citriculturas e horticulturas complementavam as actividades pesqueiras; no barrocal, era clara a riqueza das quintas, das hortas, do sequeiro e das várias indústrias associadas e, nos montes da serra, as pequenas parcelas lavradas, em terrenos frequentemente roubados às ribeiras, ali permitiam, bem ou mal, fixar as escassas populações. Uma realidade integrada numa escala local, regional, perfeitamente sustentável. Contudo, a partir dos anos 60 e 70, o progressivo abandono dos campos e da agricultura tradicional, um turismo de massas crescente e a decorrente betonização do litoral, a multiplicação de equipamentos a partir de modelos que nada tinham a ver com a realidade do território, foram consentidos por todos, com base numa evolução que se dizia imprescindível. Passados 50 anos e já com uma grande e importante porção de terri-

tório adulterada, assiste-se novamente, um pouco por todo o lado, a uma multiplicação de grandes complexos de estufas – agora, já em alumínio – associados a novas práticas agrícolas de tipo intensivo, altamente intrusivas na paisagem, decorrentes também, é certo, das alterações nas formas de consumo das populações, mas pondo em risco aquilo que desde sempre foi a realidade mais nobre do território: a riqueza da sua paisagem natural, o seu maior activo, até em termos turísticos. É bom que se pense nisto a sério antes de nos lançarmos de cabeça numa nova cantiga de progresso, completamente desligada das necessidades mais próximas (e mais salutares) das comunidades, e onde os riscos se começam já a evidenciar: uma paisagem altamente artificializada, com benefícios apenas para uns quantos e com todos os prejuízos que daí advêm outra vez para a realidade da região.

“OBJETIVO INTERIOR” Até 23 MAR | Galeria de Arte da Praça do Mar - Quarteira Exposição de fotografia e vídeo de Ana Gonzalez, Elsa Ramos, Ana Oliveira e Eduardo Pinto. Quatro olhares, conhecimentos e sonhos, um misto que cada artista reinterpreta


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01.03.2013

Cultura.Sul

Aqui há espectáculo

João Ventura Director Artístico do TEMPO - Teatro Municipal de Portimão

Em 2012 passaram pelo TEMPO 24.333 espectadores que assistiram a 103 sessões, 32 das quais protagonizadas por artistas ou entidades locais. Apostando em parcerias com artistas e produtores, o TEMPO apresentou uma programação diversificada em

é possível promover cultura e entretenimento com sentido. Por isso, nos dias que correm, e mais do que nunca, como forma de afrontar e vencer as dificuldades que a crise nos coloca, acreditamos que programar um teatro municipal deve ser mais do que fazer suceder espectáculos a espectáculos. Daí que a programação do TEMPO, ainda que fortemente condicionada pelos limites e as possibilidades orçamentais cada vez mais reduzidas, mas também pelas ofertas dos produtores e artistas numa lógica de parceria, continue a ser pensada a partir de um pla-

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

Destaque

Programar um teatro em tempos de crise

2 MAR | SONGS TOUR 2013 (música), Rodrigo Leão, 21.30 horas, duração: 75’, preço: 25 € Rodrigo Leão leva ao palco o seu mais recente trabalho “Songs (2004 – 2012)”, um álbum que reúne canções

5 MAR | Concerto Pedagógico (exclusivamente para público escolar), 10.30 horas, duração 60’ 8 MAR | Comemoração do Dia Internacional da Mulher (dança, fados, música popular e tradicional portuguesa, jazz e folclore), 21.30 horas, duração: 140’, preço: 1 € 10 MAR | Concerto Promenade - Suite Pulcinella, 12 horas, duração: 60’, preço: entre 5 e 10 € 15 MAR | 9º Festival de Flamenco de Faro - Casta Flamenca, com Felipe Mato & Almudena Serrano 21.30 horas, duração: 60’, preço 10 € 16 MAR | 9º Festival de Flamenco de Faro - Luz de Luna, com Oscar de los Reyes & Luna Fabiola, 21.30 horas, duração: 60’, preço 10 € A partir 20 de MAR | Visitas Encenadas - Atrás do Pano III, Os Cantos Confidenciais, 10, 11.15 e 14.30 horas , duração: 60’, preço 3 € De 21 a 23 MAR | DANÇARTE - 10º Concurso Internacional de Dança, 9.30 horas, duração: 120’ (gala), preço: 10 € (Gala)

Cine-Teatro Louletano Programação: http://cineteatro.cm-loule.pt 1 MAR | Miguel Ângelo (música), 21.30 horas, duração: 1h10, preço: 12 € 5 MAR | “Gala do Desporto”, 21 horas, entrada livre 7 MAR | “Conversas à 5.ª”, com Xana (ciclo), 21 horas, duração: 1h10, entrada livre 9 MAR | “Jasmina Jolie & Orquestra Desvarietées – Cosmopolitan Cabaret” – Vozes de Mulheres, 21.30, preço: 10 € 14 MAR | “Linha Vermelha” (cinema), 21 horas, duração: 1h20, preço: 3 € 16 MAR | “O Deus da Matança”, pela ACTA, 21.30 horas, duração: 1h05, preço: 5 € 17 MAR | “Mucancas – Estória de uma Escola Paga”, de Rui Sena (documentário), 21 horas, 3 € 21 MAR | “Improvisos à 5.ª”, com Sextas à Solta (ciclo), 21 horas, duração: 1h20, entrada livre 23 MAR | “Amália por Júlio Resende” (música), 21.30 horas, duração: 1h, preço: 10 € 24 MAR | “Sininho e o Segredo das Fadas” (cinema), 15.30 horas, duração: 1h15, preço: 3 €

Destaque

d.r.

TEMPO aposta em programação diversificada no de actividades conforme à ideia de espectáculos e acções que mediatizam a comunicação no seio da comunidade em que se insere, combinando o que vem de fora com aquilo que acontece e se cria localmente. Eis porque, a par das programações artísticas contemporâneas de natureza institucional que o TEMPO tem vindo a apresentar desde a sua abertura e às quais pretende dar continuidade agora numa lógica de parceria com artistas e produtores, seja nossa vontade abrirmo-nos, também, a programações amadoras, alternativas, perseguindo uma ideia de proximidade e predisposição para receber projectos artístico-culturais diferenciados que ao invés de conflituarem antes se complementam numa lógica de programação cultural diversificada em géneros, formas e expressões artísticas e pensada para todos os públicos como se exige a um teatro municipal.

27 MAR | “E Tudo o Casamento Levou”, com Maria João Abreu e Almeno Gonçalves (teatro), 21.30 horas, duração: 1h40, preço: 10 € Primeiro começamos por acompanhar este casal em situações banais, situações por que todos já passamos. Depois achamos que eles são extremamente engraçados e rimo-nos a bom rir. Rimo-nos do dia

atribulado do seu casamento, da condução dela, das saídas dele, da maneira como planeiam as suas férias, de como falam dos seus pais, dos seus amigos. Rimo-nos a bom rir de tanto e tão pouco.

27 MAR | “E Tudo o Casamento Levou”, com Maria João Abreu e Almeno Gonçalves (teatro), 21.30 horas, duração: 1h40, preço: 10 € 28 MAR | “Deste Lado da Ressurreição”, de Joaquim Sapinho (cinema), 21.30 horas, duração: 1h56, preço: 3 €

AMO - Auditório Municipal de Olhão Programação: www.cm-olhao.pt/auditorio 16 a 28 MAR | Exposição de Henrique Dentinho – Formosa Ria (escultura) 16 MAR | Mestre André (música infantil) 22 MAR | “Canções – Pedro Abrunhosa”, 21.30 horas

Destaque

géneros, formas e expressões artísticas, pensada a partir das expectativas, necessidades e desafios culturais de diferentes segmentos de públicos, cruzando o que veio de fora com projectos locais como convém a um teatro de proximidade em que a comunidade se revê. Uma programação artística e cultural, ainda, que visou a promoção de qualidade de vida com sentido, e não apenas como entretenimento, mas como estratégia de criação e sustentabilidade, de civilidade comum, de valores, de estilos e resultados de vida melhor, humanistas e solidários. Em 2013, queremos continuar a contrariar a crise fazendo do TEMPO um palco de cidadania cultural, estimulando iniciativas culturais locais, acolhendo propostas cívicas, promovendo parcerias com artistas, pondo em prática ideias empreendedoras de forma a assegurar a sustentabilidade do projecto com base na ideia de que mesmo em tempos de crise

cantadas em inglês que desde Cinema têm pontuado a discografia e ainda três inéditos.

22 MAR | “Canções – Pedro Abrunhosa”, 21.30 horas O Coração dos meus espectáculos tem nome: Canção. E tem uma função: Contar Histórias, minhas e de outros, onde não há heróis nem vilões mas sim palavras que apetece cantar. A Canção bate por si ao ritmo fugaz que atravessa o tempo. Pode ser uma valsa fran-

cesa ou uma arriscada acrobacia de Dylan, mas todas as Canções empurram esse corpo fugidio a que se chama espectáculo para os braços do público. E, assim abraçados, celebramos juntos o pulsar de versos remotos, agora aprisionados pela nossa Voz comum.

TEMPO - Teatro Municipal de Portimão Programação: www.teatromunicipaldeportimao.pt 8 MAR | “Cinemas às 6.ªS – Womens Are Heroes”, 21.30 horas, duração: 1h25, preço: 3 € 9 MAR | “O Bicho da Malha” (teatro), 16 horas, duração: 0h35, preço: 6 € / 4 € (crianças até 12 anos) 15 MAR | “Cinemas às 6.ªS – Uma Vida Melhor”, 21.30 horas, duração: 1h50, preço: 3 € 16 MAR | “Os Reis da Comédia” (teatro), 21.30 horas, duração: 2h, preço: 15 € 22 MAR | “Água – A Seiva da Terra” (música), 21 horas, duração: 1h, preço: 6 €


Cultura.Sul

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Panorâmica

Tavira mostra dieta mediterrânica em exposição fotos: pedro ruas

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A missão de dar a conhecer a importância da participação portuguesa na candidatura transnacional da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade conhece agora uma nova e decisiva fase com a abertura da exposição Dieta Mediterrânica - Património Cultural Milenar, inaugurada no passado sábado, no Palácio da Galeria, em Tavira. A importância da exposição, no âmbito da candidatura apresentada a 30 de Março do ano passado, passa por divulgar o conceito multidisciplinar da dieta mediterrânica e fazer com que os algarvios, e não só, se apercebam, contactem e reconheçam um património cultural que é nosso, mas que se alarga ao conjunto de países e comunidades que partilham o modo de vida mediterrâneo. Numa área geográfica que abrange três continentes, 25 países e 473 milhões de pessoas, há algo que as aproxima numa confluência civilizacional, quer nas formas particulares de vida em comunidade, quer nos usos e costumes, e que se prende com a ideia de uma dieta que é muito mais do que comida, é um modo de vida antes, durante e depois de uma típica refeição. O conjunto de artes, conhecimentos, práticas e tradições que se estendem desde a terra ou do mar até à mesa, desde as colheitas ou da pesca, à preparação e confecção dos alimentos até aos hábitos do consumo da refeição enquanto fenómeno social são paralelos comuns nos países mediterrânicos. A candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade da dieta mediterrânica agora a concurso é composta por Portugal (Tavira), Espanha (Soria), Itália (Cilento), Grécia (Koros), Croácia (Hvar e Brac), Chipre (Agros) e Marrocos (Chefchaouen). No que se refere aos alimentos, o pão, o azeite e o vinho compõem a tríade alimentar mediterrânica por excelência, contudo, a constante presença do pomar de sequeiro com frutos como a alfarroba, a amêndoa ou o figo, os produtos do mar, sejam eles peixe, marisco, bivalves ou moluscos, as hortícolas e leguminosas ou as ervas aromáticas e o próprio mel são também identificados enquanto elementos comuns do regime alimentar

Palácio da Galeria teve casa cheia no dia da inauguração que dá corpo à alargada candidatura. O circuito da exposição é tão transversal como a própria cultura mediterrânica e começa por explicitar o património cultural e as paisagens culturais da região mediterrânica, para depois dar a devida atenção às especificidades da região de Tavira, representante nacional da candidatura, continuando pelas formas alimentícias, desde a serra até ao mar, das colheitas e pescarias à confecção, onde há ainda uma cozinha equipada para workshops culinários representativos da dieta mediterrânica.

netes de seis ministérios deste Governo para que a candidatura entregue a 30 de Março de 2012, na sede da UNESCO em Paris, pela mão do nosso embaixador, pudesse tomar forma”. Para o edil, o objectivo da exposição passa por “mostrar às pessoas o trabalho que estamos a fazer e que nós esperamos que no fim do ano seja o reconhecimento de Tavira como património imaterial da humanidade”. A importância desse

reconhecimento é, segundo Jorge Botelho, “fundamental no futuro da economia local, no âmbito do turismo e dos postos de trabalho para os jovens, porque uma terra que é património da humanidade decerto trará muitos turistas, quer de Verão, quer de Inverno”. Também Jorge Queiroz, que coordenou a candidatura em Tavira, salienta o carácter informativo da exposição, dada “a necessidade de haver um es-

paço relacionado com a candidatura transnacional que pudesse permitir às pessoas ter acesso às várias dimensões da dieta mediterrânica”. Para Jorge Queiroz, a exposição é também “um instrumento que as escolas, os nutricionistas, os médicos e os produtores agrícolas podem e devem utilizar”, adiantando que vão ser organizadas “visitas, workshops e sessões culinárias”. O Cultura.Sul ouviu ainda a directora regional de Cultura, Dália Paulo, que também enveredou pela importância de dar a conhecer este regime alimentar enquanto forma cultural, porque “só faz sentido se for apropriada pelas pessoas, pelos algarvios, que ainda hoje têm este tipo de dieta”. Dália Paulo sublinha “o carácter didáctico da exposição que vai permitir abarcar um leque muito grande de pessoas e sobretudo de jovens e crianças que, com ela, podem apropriar-se, voltar a olhar e preservar a paisagem cultural e a dieta mediterrânica, criando uma consciência que ajudará também a preservar essa mesma identidade cultural”, conclui. A exposição está aberta ao público de terça a domingo, durante, pelo menos o resto do ano, com entrada gratuita para os residentes do concelho de Tavira e preços que variam entre um e dois euros, consoante a idade. Pedro Ruas / Ricardo Claro

Abertura concorrida No dia da inauguração, o Palácio da Galeria contou com casa cheia, com pessoas de todas as idades a marcar presença numa exposição que pretende também ser um testemunho da herança cultural mediterrânica que perdura há três mil anos e que tem sabido ser mantida de geração em geração e que é agora proposta, de forma alargada, a património cultural imaterial. Presente esteve Jorge Botelho, autarca tavirense, que lembrou a responsabilidade de levar a cabo esta exposição no âmbito da candidatura e que resulta “de um esforço de dois anos em que trabalhamos em gabi“ALGUNS ARTISTAS DA TERRA” Até 23 MAR | Galeria Zem Arte - São Brás de Alportel Exposição procura abrir novas perspectivas de interpretação, ao reunir alguns artistas da terra, de quem ali nasceu e cresceu, mas também de quem ali enraizou a vida

Jorge Botelho e Jorge Queiroz “RODRIGO LEÃO” 2 MAR | 21.30 | Teatro das Figuras - Faro Um dos mais reconhecidos compositores portugueses contemporâneos apresenta o seu último trabalho, “Songs”, reunindo canções cantadas em inglês que desde “Cinema” têm pontuado a sua discografia


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Cultura.Sul

01.03.2013

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Momento

Sem fatura Foto de Vítor Correia

Espaço ALFA

Preto e branco é slow

Telma Veríssimo

Formadora na ALFA

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Hoje, ainda encontramos fotografias a preto e branco, feitas a partir de filme e reveladas em laboratório, sobretudo em portefólios com aspirações artísticas. Estranha-se esta opção que implica horas de dedicação e paciência, quando existem alternativas aparentemente melhores. Esta tendência aparece em movimentos que criticam o entusiasmo predador de todos os momentos, facilitado pela generalização do uso da fotografia digital. Os adeptos destas tendências dão por perdida a batalha contra o tempo e a perda de memória, que nos leva a querer registar tudo. Para eles a pressa priva-nos da reflexão. Reclamam o direito ao prazer de fazer, ao envolvimento com o tema e ao respeito pelos assuntos

d.r.

fotografados. Primam a qualidade. Ao lado da palavra fotografia surgem expressões como slow ou zen. Trata-se de uma forma ideológica de encarar a fotografia: fotografar por opção estética, valorizando, não apenas o resultado final, mas todo o processo criativo. Para além do mérito inestimável de salvaguarda da memória, o que conta é o poder transformador e expressivo que uma imagem pode conter: dar a ver de outras formas, suscitar emoções, partilhar ideias, contar histórias. Os autores regressam aos métodos anteriores atraídos pelo lado artesanal, de contacto direto com os materiais, participando de forma ativa em todas as fases do processo. Recorrem ainda ao pin-hole ou aos fotogramas. Encantam-se com as máquinas com história e com as imagens que proporcionam. O preto e branco em concreto tem uma longa tradição, que há muito deixou de se explicar pelas limitações técnicas. No princípio era feito desta forma porque não se conseguia fazer a cores. Agora faz-se a preto e branco e “à antiga” porque se quer e se gosta: funciona, é sedutor e faz lembrar as fotografias do tempo dos nossos avós. “OUVIR A MÚSICA” Até 26 MAR | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - Albufeira Os instrumentos musicais combinados com uma temática acentuadamente naturalista dão o mote a esta exposição, em que Natallia Yaskevich recorre tanto à técnica de acrílico como ao óleo sobre tela

“CONCERTO ACADÉMICO” 2 MAR | 16.00 | Armazém Regimental de Lagos Os alunos da Academia de Música de Lagos, das classes de canto, cravo e fagote, dos professores Joana Godinho, Elsa Mathei e Emily Mcintyre, respectivamente, vão proporcionar uma audição de final do segundo período lectivo


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01.03.2013

Cultura.Sul

Contos de Inverno na Ria Formosa

ArquiMendes

Pedro Jubilot

pjubilot@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt

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Francisco Mendes terminou o curso de arquitectura na capital, e o sonho de ter o seu próprio gabinete tornara-se realidade, numa vivenda que o sogro construíra para o efeito, ali em plena quinta do lago, onde os canais da ria formosa se fecham, mas se abre terra a um novo mundo prometido. Por isso lhe dedicou, a citação do famoso inventor grego que ele tanto apreciava: Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo, colocando-a na parede da entrada do escritório. As coisas até nem estavam a correr mal no primeiro ano, mas a sorte começou a sorrir-lhe mais rapidamente quando teve o bonito gesto de convidar para sócios, João Neves, um colega de curso que estava sem trabalho, e Carlos Desidério, um amigo advogado ainda a acabar o estágio. E para isso nem fora preciso mudar o nome inicial da firma ArquiMENDES, já que essa designação empresarial englobava as iniciais dos apelidos dos três amigos/sócios MEndes, Neves & DESidério. Em menos de três anos já tinham sido superadas todas as expectativas em relação às metas a atingir a longo prazo. Em qualquer deles já eram visíveis assinaláveis sinais exteriores de riqueza. Desde velozes e modernos carros a vivendas de luxo, até ao recentemente remodelado atelier. Mas tudo isso implicava muito tempo passado em vertiginosas maratonas de trabalho. Se bem que depois compensado com estadias, embora curtas, passadas em resorts paradisíacos algures no planeta. Numa bela manhã Francisco deslocava-se ao volante do seu novo bmw, quando reparou numa indicação que apontava para uma nova urbanização de condomínio fechado a inaugurar em breve. Lembrou-se que tinha projectado aqueles Refúgios de Sonho dentro de um Sonho, embora já nem fizesse bem ideia onde ficavam localizados. Como ainda tinha tempo para chegar à importante reunião

que tinha nesse dia, decidiu ir ver como tinham ficado as casas, algo que não era habitual fazer. Saiu da via do infante. Passou por duas urbanizações mas nenhuma lhe parecia ter sido desenhada por si. Continuou estrada fora até que entrou por um caminho de terra batida e que terminava numa pequena e sossegada clareira. Mas que sítio tão bonito, foi o que os seus sentidos leram. Cada vez, se torna mais difícil encontrar um lugar assim não habitado, um espaço assim sem casas. Não se ouvia qualquer barulho a não ser o dos pássaros chilreando nas árvores o que aquecia o ar naquele final de inverno. Parou o carro e saiu. Respirou fundo sem esforço. Sentiu-se estranhamente calmo,

char os olhos e descansar, sem pensar em nada, e dormir sem saber que estava a dormir. Sozinho. Chegou mesmo a pensar que queria ficar assim para sempre. Podia mesmo tomar mais uns quantos comprimidos e… Não chegou a fazê-lo. Adormeceu, naturalmente. Mas teria dormitado apenas durante cinco minutos ou uma ou duas horas? perguntou-se. Ligou o telemóvel. Já tinha rede. Estava quase na hora marcada para a reunião e viu que tinha para aí uma dúzia de chamadas não atendidas. Pode um homem de negócios, bem sucedido, permitir-se a chorrilho de pensamentos egoístas e nefastos, nos dias de crise em que vivemos? Não, nem mesmo um pensamento desviante dura para sem-

com o grande negócio que se anunciava para esse dia. O ambiente era de tal modo inebriante que só quando entrou na sala grande de reuniões percebeu que a reunião estava atrasada. Comunicaram-lhe então que o advogado do inglês telefonara a dizer que tinham um problema com o voo. Ao fim do dia quando fechou o escritório, para ir festejar com os amigos, as letras no logótipo da empresa, pareceram-lhe mais brilhantes do que nunca. Ao voltar a casa já de madrugada, Francisco era um homem ainda muito mais rico do que quando saiu de manhã. Acordou às 3 da tarde, sobressaltado, e de repente lembrou-se que com toda esta agitação dos últimos d.r.

relaxado. Viu as horas no telemóvel e reparou que não tinha rede. Sobrava-lhe ainda algum tempo. De repente pensou não ir à reunião para que o esperavam, como se fosse apenas uma falta a uma aula chata na escola. Seria dos comprimidos que andava a tomar para o stress que o deixavam assim tão descontraído. E ali era o sítio ideal para descansar. Estar sozinho por uns instantes. Sem casas, sem barulho, sem carros, sem pessoas. Subitamente sentiu nostalgia da vida de infância passada ao ar livre no campo. Podia um homem que tem tanto, contentar-se assim com tão pouco? Só queria fe-

pre. Ligou para a empresa. Adormeci, explicou-se. Daqui a quinze minutos estou aí! Até já. Francisco voltou a ficar animado. Era habitual por estes dias ter oscilações de humor mas percebeu ter tomado a decisão mais acertada. Imaginou o que seria a empresa sem ele, o seu ideólogo, fundador e… veio-lhe à cabeça a conhecida frase que diz que ninguém é insubstituível - a vida continua, mas mesmo assim é melhor que eu lá esteja para me certificar como é feita a divisão dos lucros, pensou cheio de certezas. Os sócios mostravam-se eufóricos

“JUNTOS QUEBRAMOS AS BARREIRAS” 2 MAR | 21.00 | TEMPO - Teatro Municipal de Portimão Concerto solidário que conta com a voz de Helena Kupert e a Orquestra de Sopros do Conservatório do Algarve, com a participação especial de Beto Kalulu e Ondina Santos, em prol da Associação Rafael Carole

dias, com reuniões, projectos, viagem a Londres, entrevistas, etc… já não via os filhos e a mulher praticamente há mais de quatro ou cinco dias. Lembrou-se que eles também eram parte da sua vida, - eram a sua vida, tentou corrigir-se do lapso, mentalmente. Levantou-se e pensou que poderia ir buscar as crianças, mas resolveu telefonar para o colégio antes de sair. Perguntou se o José e a Sónia Mendes já tinham saído. Responderam do outro lado que os meninos nem sequer tinham ido. O que teria acontecido? Ele não sabia de nada. Apercebeu-se o quanto se estava a afastar dos seus pe-

quenos e como estava a perder tudo o que de importante estava a acontecer nas suas vidas. Ligou para a mulher. Não atendeu o telemóvel. Achou estranho e telefonou para o trabalho. Não tinha voltado depois do almoço. De manhã as crianças tinham ficado com a avó para a seguir ao almoço irem à consulta de rotina dos 6 e dos 4 anos, respectivamente. Dina esquecera-se de tirar o telefone do silêncio depois da consulta. A seguir foram comer os seus gelados preferidos na marina antes do regresso a casa. Achou então que a sogra teria a resposta para todas as perguntas mas esta também não estava em casa. As chamadas que fazia para a cunhada eram enviadas para a caixa de mensagens. Francisco estava agora sentado nos degraus da entrada de sua casa. Alguém haveria de aparecer, ou telefonar. Ia esperar. Tivera o bom senso de não entrar em pânico. Não queria pensar que a família o tinha abandonado, não podia pensar sequer que eles pensassem que ele os tinha abandonado. Começou a sentir-se culpado da sua ausência, como pai e marido, de os deixar tanto tempo sós e de ele próprio se sentir só. Não queria acabar sozinho numa praia a desenhar círculos como o matemático que tanto o inspirara. Dina só se apercebeu das chamadas não atendidas, quando agarrou o telemóvel, para o colocar na mala, depois de estacionar no jardim junto à porta da garagem. As crianças correram felizes para o pai que as abraçou efusivamente. Olha que surpresa! O que é que fazes aqui ? Ah!... já sei!, conseguiste encontrar o caminho para casa, mas perdeste a chave ? inquiriu a mulher ironicamente. Estava só à vossa espera para jantarmos? Desculpou-se no momento. Depois de deixar as crianças no quarto a dormir, Francisco desceu à sala, onde Dina o esperava com um ar muito sério. Precisamos conversar, Francisco Mendes! Mas a conversa não durou muito. Fizeram amor mesmo ali no sofá da sala. Na manhã seguinte durante o banho, tal como Arquimedes, gritou ‘Eureka’, quando descobriu o que fazer nesse dia. Ao pequeno-almoço Francisco anunciou a toda a família, que estava de férias… finalmente. Hoje ficamos todos juntos em casa, boa?

“FMI E OS 40 E TAL MAMÕES” À QUI, SEX, SÁB | 21.00 | Boa Esperança Atlético Clube Portimonense É seguindo as directrizes impostas pela Troika, para cortar nas despesas, mas mantendo a qualidade de sempre, que o Boa Esperança apresenta esta revista à portuguesa


Cultura.Sul

01.03.2013

Espaço ao Património

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Sala de leitura

Desafios de um arqueólogo É urgente a Poesia (ou Como fazer alguém custear uma intervenção arqueológica com um sorriso…) d.r.

Paulo Pires

Programador do Departamento Sociocultural do Município de Silves esteoficiodepoeta@gmail.com

Apesar da existência, em Portugal, de alguns (poucos) projectos consistentes de promoção da leitura com jovens em escolas e bibliotecas, no cômputo geral verifica-se uma enorme carência a nível quer de formação específica nesta área, quer, no tocante ao mercado editorial, de obras (ficção, poesia e outras) para essa faixa

de divulgação regular e sistemática das (inúmeras) novas vozes poéticas de qualidade emergentes no mercado prejudica claramente os profissionais que se movem neste universo cada vez mais exigente e plural. Restam a Internet e as encomendas online, através dos sites das editoras, e as sugestões de bastidores entre colegas para suprir em parte essa grave lacuna. A constante curiosidade, pesquisa e reflexão individuais/institucionais tornam-se, assim, essenciais para a aquisição de ferramentas (textos/antologias, temas e estratégias de “contágio” junto do público jovem) que possam combater eficazmente os preconceitos de não poucos adolescentes em relação à poesia: chata, complicada, estranha, vaga, inútil e (algo) “louca”/ d.r.

Muitos não fazem ideia do que se trata um acompanhamento arqueológico

Vera Teixeira de Freitas

Arqueóloga no Museu de Portimão/ Uniarq – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa

Após o convite que me foi endereçado para escrever esta rubrica, pensei inicialmente em dedicá-la a um dos sítios arqueológicos que tenho investigado. No entanto, decidi retomar um texto há muito iniciado sobre uma questão que me tem vindo a perturbar. Este foi forjado mentalmente nas pausas nocturnas forçadas, entre fraldas e biberons e apenas recentemente resgatei estas ideias e decidi passá-las para o papel. Trata-se de uma reflexão pessoal sobre o meu contributo profissional enquanto arqueóloga, relativamente à comunidade em que me insiro e a muito discutida, mas pouco esclarecida, questão da função social da nossa profissão. Nós, os arqueólogos, e nomeadamente os arqueólogos que cumprem funções públicas, lidamos diariamente com diversas situações que nos obrigam a adequar a nossa postura face à realidade em questão. A multiplicidade das nossas tarefas enquanto investigadores, apreciadores de licenciamentos urbanísticos, técnicos em reuniões de obra, prospectores, escavadores, etc. obriga-nos a dominar um conjunto de técnicas mas, de igual forma, a possuir características pessoais que permitam criar uma empatia com as pessoas com quem lidamos relativamente à nossa actividade. E vamos ser claros, a arqueologia é uma actividade fascinante para a maioria das pessoas, mas o caso muda completamente de figura quan-

do ela acontece ao vivo no seu quintal e principalmente às suas custas. Li algures que se trata de uma utopia da nossa parte pensar que um promotor imobiliário, ao ver a sua obra condicionada por razões patrimoniais, irá ficar agradado ou pelo menos irá compreender esta necessidade. Habitualmente a reacção inicial é considerar a condicionante, seja ela um acompanhamento ou escavação arqueológica, como um encargo extra sem qualquer tipo de mais-valia para o projecto em questão, situação agravada pela actual conjuntura económica do país e especialmente do sector da construção. Muitas das vezes, a forma como o promotor é informado da obrigatoriedade de realizar uma intervenção arqueológica dificulta o processo. Geralmente recebe um ofício de uma entidade da administração pública, seja ela central ou autárquica, onde encontra uma extensa fundamentação técnica sobre a condicionante a aplicar. Trata-se de pareceres feitos por técnicos para serem lidos por outros técnicos, utilizando uma linguagem complexa, uma vez mais, de cariz iminentemente técnico. Não questiono a necessidade de os efectuar nesses termos, pois a apreciação técnica é fundamental para apoiar a decisão de quem de direito e por princípio deve ser o mais completa possível. No entanto, questiono a sua utilidade quando lida pelo tal promotor que falávamos anteriormente, que muitas das vezes está a ter o primeiro contacto com esta realidade e com esses termos. Não faz ideia do que se trata um acompanhamento arqueológico, quem o deve fazer e em que condições. Não nos podemos nunca esquecer que nos dirigimos tanto a um arquitecto habituado a lidar com estas questões como a um senhor que a muito custo pretende legalizar a sua obra clandestina ou remodelar a sua habitação com condições precárias. Com isto não pretendo afirmar que o arquitecto será à

partida mais sensível às questões patrimoniais do que alguém sem formação académica. A realidade desmente este pressuposto. Muitas das vezes encontramos mais interesse e compreensão pela actividade arqueológica em alguém cuja vivência se encontra ligado à terra e à sua comunidade do que alguém com habilitações académicas superiores. A minha interrogação pessoal diz respeito ao modo como informamos as pessoas, como transmitimos a alguém a necessidade de cumprir pressupostos técnicos que lhe são desconhecidos. Acredito que um esforço conjunto para simplificar a linguagem dos documentos dirigidos ao público irá, a médio prazo, produzir efeitos benéficos no modo como este percepciona a actividade arqueológica. Considero que simplificar a linguagem não é necessariamente sinónimo de “baixar de nível” como muitos poderão crer. Trata-se simplesmente de assumir que o funcionário público tem a obrigação de informar com clareza e com respeito por quem lê um documento que, em última instancia, o vai obrigar a custos acrescidos. Estas ideias que aqui exponho não são novidade, há muito que Sandra Fisher-Martins, fundadora da Português Claro, batalha pelo direito à informação numa linguagem clara e acessível. Nós, os arqueológos, temos a obrigação, para além de garantir a salvaguarda dos vestígios arqueológicos, de sensibilizar o público em geral para estas questões. Penso que esta sensibilização deverá ser feita de um modo contínuo, diário, em todos os contactos pessoais e profissionais que fazemos, de uma forma clara, perceptível, que desperte interesse de quem nos ouve, quem nos lê, na esperança que um dia estas mesmas pessoas quando confrontadas com uma realidade arqueológica estejam mais receptivas à sua salvaguarda. Trata-se de um desafio profissional que todos devemos assumir.

Poesia e jovens, um desafio possível etária, quer ainda de outras ferramentas de trabalho (orientações, laboratórios, estudos e práticas testados, descritos e sistematizados) que possam ser úteis aos diversos profissionais que trabalham com públicos entre os 13/14 e os 18/19 anos. Vejamos o caso da Poesia. Subsiste ainda por vezes uma fraca preparação, por falta de perfil, motivação, background teórico e/ou criatividade, de certos mediadores (entre docentes e promotores informais da leitura), o que torna difícil um conhecimento crítico, actualizado e mais abrangente e diversificado da produção poética existente no país. É claro que a quase completa inexistência, no Algarve e não só, de livrarias (as mais mediáticas são um exemplo gritante) – e até de algumas bibliotecas – que privilegiem simultaneamente uma política efectiva de fundos de catálogo, incluindo obrigatoriamente um “cânone” de autores e obras de referência, a par de uma estratégia

lunar. É importante também o recurso a diálogos interdisciplinares como veículo de reinvenção e universalização da poesia, usando elasticamente a música/spoken word, cinema, artes plásticas, fotografia, tecnologias digitais e outras áreas de forma a estimular, surpreender e desassossegar positivamente os jovens. A poesia pode ter ainda um papel relevante no ensino de matérias extraliterárias, como ponto de partida e espécie de mediador/”passaporte” para se chegar depois aos objectivos didácticos que as chamadas disciplinas exactas procuram almejar. Três sugestões: Contos dos subúrbios, uma pérola de estranha beleza poética de Shaun Tan (Contraponto); O silêncio dos livros seguido de Esse vício ainda impune, dois ensaios saudavelmente divergentes e polémicos de George Steiner e Michel Crépu (Gradiva); e Bibliotecas cheias de fantasmas, um livro para quem gosta de livros, de Jacques Bonnet (Quetzal).


10 01.03.2013

Cultura.Sul

Na senda da Cultura

Áureus de Faustina regressa ao Algarve quarenta anos depois Dos cofres da Caixa Geral de Depósitos para o Museu de Portimão, será este o percurso de regresso ao Algarve que fará a moeda de ouro Áureus de Faustina, retornando assim ao “contexto histórico de onde nunca deveria ter saído”, diz José Gameiro, director do Museu de Portimão. Quarenta e três anos depois de ter sido entregue à guarda da Caixa Geral de Depósitos, a moeda romana retirada do Rio Arade no âmbito das dragagens de desassoreamento realizadas em 1970, é entregue à guarda do Museu de Portimão por despacho de secretário de Estado da Cultura, cabendo agora à Direcção Geral do Património Cultural, em articulação com o Museu de Portimão e com a autarquia local, levar a cabo os restantes actos administrativos que tornem possível o regresso físico da moeda à cidade do Arade onde foi encontrada. José Gameiro, em declarações ao Cultura.Sul, afirma-se convencido de que o objecto histórico “poderá estar no museu para apresentação pública por altura do quinto aniversário da

instituição, que se realizará na semana de 18 a 25 de Maio”. Para a vinda da moeda o museu não necessita de criar quaisquer condições específicas, assegura o responsável pela instituição, uma vez que do ponto de vista das condições para acolher o objecto a instituição está preparada. “O Museu de Portimão integra a Rede Portuguesa de Museus, cujas exigências técnicas tornam aptos os museus que a integram para receber este tipo de património”, refere o responsável, que destaca a importância de “no Algarve, a par do de Portimão, os museus de Albufeira, Faro e Tavira também integrarem esta rede, dotando a região de um conjunto de espaços que permitem assegurar que o património de relevo da região pode manter-se em instituições regionais com capacidade para assegurar a respectiva segurança e salvaguarda”. Quanto à integração da moeda no acervo visitável do museu também não serão necessárias adaptações. Segundo o responsável máximo do

d.r.

Moeda de ouro romana retirada do Rio Arade volta a Portimão Museu de Portimão a moeda integrará o discurso museológico já existente na instituição, especificamente a exposição “Portimão – Território e Identidade”, que abrange o legado patrimonial resultante das dragagens do Arade e que se dedica também à compreensão da relação do Arade como porta entre o Mediterrâneo e

o Atlântico. Destaque para o facto da moeda em causa ser a única do seu género em ouro que se sabe ter sido encontrada na zona do Arade, o que revela bem a importância museológica e patrimonial do achado a par do acervo de objectos de cerâmica e várias peças em metal em exibição no Museu

de Portimão e que constituem prova factual da relevância da presença romana na zona de Portimão e do Rio Arade enquanto via de comunicação e palco comercial daquele tempo. A moeda cunhada entre os anos de 152 e 156 da nossa era em honra de Faustina Junior, esposa do imperador Marco Aurélio, foi entregue pela então Junta Autónoma dos Portos do Barlavento Algarvio à guarda da Caixa Geral de Depósitos, onde permaneceu até agora. Um facto que José Gameiro compreende, dada “a inexistência à época de um museu com condições para acolher um objecto com este valor histórico-patrimonial”. No anverso, o exemplar apresenta o busto de Faustina à direita, com o cabelo ondulado, apanhado sobre a nuca e a legenda FAUSTINA AUG. P II AUG FIL, ou seja, Faustina Augusta Pia, filha de Augusto, título ostentado pelo Imperador em curso, Antonino Pio, ao passo que no reverso está gravada uma pomba caminhando, e a legenda CONCORDIA. Ricardo Claro pub


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Cultura.Sul

Da minha biblioteca

O Retorno – Dulce Maria Cardoso

Adriana Nogueira

Classicista Professora da Univ. do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com

Dulce Maria Cardoso andou muito tempo esquecida das nossas livrarias, jornais e revistas literárias, mas não dos seus leitores, que cativou desde o primeiro romance. Em contrapartida, o seu quarto e último livro, O Retorno, mereceu atenção de todos e foi, ainda em 2011 (apesar de ter sido lançado já em outubro) considerado o melhor romance, e por isso recebeu o Prémio Especial da Crítica dos Prémios de Edição LER/Booktailors. Uma das grandes qualidades que encontro neste livro é a de poder ser compreendido mesmo por uma pessoa que não passou pela situação de retornada nem tem memória desse tempo, como é o meu caso. Apesar de acreditar que

quem tenha vivido a situação o entenderá com outra emoção e entendimento, acredito também que a Literatura (usei maiúsculas propositadamente) se faz desta capacidade de ser universal e de quebrar barreiras. Por exemplo, a vontade de integração e de aceitação dentro de um grupo onde somos recém-chegados já foi sentida por muitos dos leitores (um emprego novo, uma terra nova, uma nova escola, etc.) e é essa reminiscência que nos faz compreender tão bem a jovem Milucha: «A minha irmã tem vergonha de ser retornada, finge que é de cá e esconde o cartão que tem o carimbo vermelho, aluna retornada, o cartão que dá direito a um lanche na cantina. A minha irmã cheia de fome mas sem coragem de ir à cantina para que os de cá não vejam o cartão, aluna retornada. A minha irmã a achar que pode não ser retornada apesar das roupas grandes, da pele ainda queimada pelo sol de lá, de se rir sem medo que os lábios sangrem, um sorriso bonito, a minha irmã a fingir que não é

Agendar

A capa do livro de Dulce Maria Cardoso

d.r.

Dulce Maria Cardoso aborda a descolonização no romance O Retorno retornada, a dizer pequeno-almoço, frigorífico, autocarro, furos, em vez de matabicho, geleira, machimbombo, borlas» (p. 150) Um dos aspetos de que mais gostei, foi o do ponto de vista escolhido: o de Rui, um jovem de 15 anos, que acompanhamos durante dois anos, através de quem vemos o mundo, mas que não nos deixa ver tudo quanto se passa à volta ou dentro de si. Uma sabedoria na construção da narrativa leva o leitor a surpreender-se, pois, apesar de não perder o fio à meada, a narração não segue uma linha cronológica, levando-nos a deduzir o que se passa ou passou, ou que o narrador/personagem sabe ou não, mas que não nos quer contar. A idade, longe de infantilizar, devolve pureza à história. A pontuação escolhida, onde pontifica a ausência de marcação de discurso direto, provocando uma interseção constante entre o que é visto, o que é dito e o que é pensado, contribui para, por um lado, nos envolvermos na confusão de sentimentos por que passa Rui, e, por outro, para irmos

“CONCERTO DE MIGUEL ÂNGELO” 1 MAR | 21.30 | Cine-Teatro Louletano O carismático vocalista dos Delfins regressa aos palcos com o seu primeiro disco a solo, que conta com a participação de Rui Fadigas (baixo), Mário Andrade (guitarra eléctrica), Rogério Correia (guitarra de 12 cordas) e Samuel Palitos (bateria)

acompanhando a interceção entre acontecimentos, através das lembranças (ou construções da imaginação) do narrador. Há um exemplo muito claro, que se estende ao longo de cinco páginas (59-63). A família, sem o pai, que tinha sido levado preso perante o filho, aguarda em Luanda transporte para a metrópole. Cada um dos 18 parágrafos que constituem aquele capítulo onde se conta a situação vivida no aeroporto termina com uma frase da situação presenciada por Rui, contada no capítulo anterior, como se um parágrafo tivesse sido desfeito em frases a estalarem na cabeça do adolescente, com a atenção ao pormenor que sempre acontece em momentos de grande tensão, memória em forma de imagens soltas e de sons, sem seguir necessariamente a ordem dos acontecimentos: «O jipe desaparece depois da casa da Editinha». «As mãos do pai amarradas atrás das costas». «Vamo matáti cum tuá arma e tuá bala». «A poeira demora a assentar». «A balalaica branca do pai ensopada de sangue». «O isqueiro Ronson

Varaflame caído ao pé do canteiro». «A mãe de braços caídos no fim da rua». «O sangue do pai no asfalto». «Os vasos da escada tombados». «O pai metido à força no jipe». «As mãos do preto no braço do pai». «A minha irmã sem conseguir descer as escadas». «A Pirata a ganir com o pontapé do preto». «Os olhos aflitos do pai». «Os pretos a rirem quando o jipe arranca». «A arma do pai nas mãos do preto». «A arma do pai apontada à cabeça». «A mãe a correr por dentro da poeira que não assenta». As personagens secundárias representam muitos tipos: os que eram contra o regime, os que eram a favor, os que se alegraram com a colonização, os que culparam os descolonizadores, mas não procura encontrar culpados, mas mostrar quadros e vidas desenraizadas. Ainda em Angola, a mãe costumava dizer: «Esta terra não nos pertence enquanto não lhe conhecermos o coração, enquanto não lhe conhecermos o coração esta terra não guardará as nossas marcas nem reconhecerá os nossos passos» (p. 151). E o que Rui

vê, depois de quase dois anos a viver num quarto de hotel, é que «a metrópole é velha e já não tem um pedaço de terra selvagem onde a mãe possa inventar um coração» (p. 195). No entanto, este livro fala de esperança. Uma esperança assente da força do pai um pai que, fisicamente, também é forte, que acredita conseguir reconstruir a sua vida. Fala de libertação. A libertação dos medos que tolhem a vida. Fala de crescimento. Não apenas de Rui, mas de todos, inclusive do pai. Fala de ternura. Entre o casal, entre pais e filhos, entre irmãos, entre filhos e pais. Mas uma ternura não lamecha. Porque a mãe tinha «crises» e «demónios», os filhos poupavam-na e não se queixavam das privações e provocações que lhes aconteciam na escola: desprezo, frio, fome. As professoras escreviam (pp. 149-50) «recados, a aluna tem muito frio, a aluna está sempre a tremer nas aulas, a aluna tem de vir mais agasalhada. Nunca mostrámos à mãe os recados […]. Era o que faltava mostrar os recados das professoras à mãe».

“E TUDO O CASAMENTO LEVOU” 29 MAR | 21.30 | Centro Cultural de Lagos Uma divertida comédia, encenada por Heitor Lourenço e protagonizada por Almeno Gonçalves e Maria João Abreu, dupla que promete um serão muito divertido


12 01.03.2013

Cultura.Sul pub

Espaço cultura

Os anos que nos separam do final do próximo Quadro Estrutural Comunitário, 2020, constituirão a última oportunidade para a Região do Algarve empreender um caminho de construção, estruturação e consolidação do que se convencionou chamar cluster das Indústrias Culturais e Criativas. Seguindo a Estratégia Europa 2020, o caminho que a região algarvia tem que percorrer pauta-se pela inclusão de três categorias de conhecimento, complementares e particularmente importantes para a construção de um setor cultural e criativo dinâmico. A necessidade de desenvolvimento seminal deste setor respeita a toda a sociedade, tornando-se imperiosa a necessidade de convocar todos os agentes que nesta área operam, ou que sobre ela refletem. Embora seja esta a força maior do setor cultural e criativo, que, ao dizer respeito a toda a sociedade, transforma todos os cidadãos em potenciais produtores e consumidores, também é esta abrangência o seu principal problema na definição de um cluster criativo, ao que urge chamar as entidades com responsabilidade regional para lhe dar consistência. Quando se fala de cultura e criatividade, pondo-lhe, ou não, o prefixo de indústrias, surge uma pluralidade de discursos que, embora não incorretos - pois somos todos produtos da cultura em que estamos inseridos e todos temos a faculdade de ser criativos -, refletem abordagens diferentes, muitas vezes sem nos apercebermos daquilo que queremos tratar. A economia da cultura, ao ser um campo próprio, de atividade e de conhecimento, necessita de ser abordada com o saber específico de quem nela trabalha, de forma a construir-se um quadro institucional próprio que permita que a

2020 o r u t u f o e j o h a começ A economia da cultura, ao ser um campo próprio, de atividade e de conhecimento, necessita de ser abordada com o conhecimento específico de quem nela trabalha, de forma a construir-se um quadro institucional específico que permita que a atividade floresça e seja o mais plural possível atividade floresça e seja o mais plural possível. No tempo presente, é imperioso que o quadro em que as Indústrias Culturais e Criativas se vão desenvolver na região algarvia comece a ganhar a robustez de um cluster com dinâmicas próprias e capaz de ser um pólo agregador de novas “empresas”, produtos e serviços. Após as primeiras atividades desenvolvidas pela CCDR Algarve,

d.r.

2020 o horizonte de sustentação das Indústrias Culturais e Criativas no Algarve

torna-se imperioso o desenvolvimento sustentado, neste ano de 2013, de ações que permitam estruturar, e guiar, o caminho a desenvolver até ao ano de 2020, sob pena de o próximo quadro estrutural de apoio comunitário ser subaproveitado, no que respeita às indústrias culturais e criativas. É, agora, necessário traçar as linhas com que a região vai enfrentar a construção de um tecido forte ao nível das indústrias culturais e criativas e para isso é importante conhecermos, e reconhecermos, o plano onde nos propomos intervir, realizando um estudo de levantamento do setor, informando, com ações de divulgação, formação e networking, intra e extra regional, propondo economias de escala, de aglomeração e de conhecimento, onde todos os stakeholders sejam ouvidos, informados, e se potenciem sinergias entre os agentes. É imperiosa a realização de um documento que contenha o diagnóstico do setor cultural e criativo, que aponte caminhos para o futuro, com ações concretas, e que balize os próximos sete anos de atividade que as instituições regionais têm o dever de prestar aos seus agentes na região algarvia. Direção Regional de Cultura do Algarve

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