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Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1095 • Semanário à sexta-feira • 11 de Janeiro de 2013 • Preço € 1
em foco 2 algarve com mais turistas em dezembro 3 câmara de aljezur investe 13 mil euros para evitar fecho da pousada da juventude 4 gnr de lagos pode ir para vila do bispo 5 tavira activa incubadora com livtc portugal 6 Cajuda à frente do olhanense 7 classificados 9
Câmaras orçamentam 873 milhões para 2013
às Sextas em conjunto com o Público por €1,60
> Orçamentos das autarquias encolhem este ano face a 2012, à semelhança do que se havia registado no ano passado em comparação com 2011. A contracção dos gastos não obsta, no entanto, a que seja de relevo o montante que as autarquias vão injectar na economia real, em grande medida através do pagamento da dívida acumulada que será liquidada com os fundos disponibilizados pelo Estado para pagamento da dívida de curto prazo com base no Plano de Apoio à Economia Local p. 2
d.r.
d.r.
Vila Real e Ayamonte criam eurocidade Tavira:
Incubadora empresarial arranca com empresa tecnológica
Cooperação transfronteiriça: A terceira eurocidade ibérica nasceu em pleno Guadiana a bordo de um ferry, símbolo da velha relação entre Ayamonte e Vila Real > 8 d.r.
GNR de Lagos pode assentar praça em Vila do Bispo
>6
Aljezur
Câmara evita fecho da Pousada da Juventude
>O
autarca José Amarelinho determinou o desembolso de perto de 13 mil euros para evitar o encerramento sazonal da Pousada da Juventude de Aljezur. O acordo com a Movijovem evita assim que a localidade perca temporariamente esta valência hoteleira p. 4
>5 PUB
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2 | 11 de Janeiro de 2013
em foco
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Câmaras vão gastar 873 milhões de euros em 2013 Orçamentos descem mas vai chegar mais dinheiro à economia real d.r.
ÔÔ A Câmara de Portimão mantém a primeira posição acerca do orçamento Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com
As Câmaras algarvias anunciaram os respectivos orçamentos para 2013 e prevêem gastar aproximadamente 873 milhões de euros durante um ano de crise profunda, menos 57,8 milhões de euros do que o orçamentado para despesa durante 2012, que se cifrou em 930,8 milhões. Uma queda de 6,2% que só não é maior porque a análise dos orçamentos só pode ser feita à luz de critérios exclusivamente contabilísticos, o que obriga a considerar nos orçamentos de 2013 a dívida transitada de anos anteriores que será paga através das verbas do Plano de Apoio à Economia Local (PAEL) – criado pelo Governo para sanear a dívida de curo prazo das autarquias – ou reformulada através da contracção de empréstimos que transformarão a dívida à economia
real em dívida bancária. Não fosse este fenómeno e o trambolhão da despesa autárquica por terras do Algarve seria monumental, basta olhar para as descidas nos orçamentos da maioria das autarquias com Loulé à cabeça, que corta 24,4 milhões de euros, Albufeira, que aperta o cinto em 13,9 milhões, Tavira que contrai 11,3 milhões ou Faro que reduz 9,8 milhões na quinta maior descida orçamental logo depois de Silves que reduz a despesa em 10,6 milhões de euros. Do lado das subidas o ranking conta à cabeça com Vila Real de Santo António, qu aumenta a despesa em termos contabilísticos em 35,7 milhões de euros, seguida da Câmara de Portimão que sobe 4,1 milhões e Vila do Bispo, cujo orçamento cresce cerca de 400 mil euros. Nestes casos, não obstante, as subidas de Vila Real e Portimão são o reflexo da inclusão
das verbas do PAEL e de empréstimos relativos ao reequilíbrio financeiro das respectivas contas nas receitas, porque na prática os orçamentos, extirpados destes valores, decrescem substancialmente.
Mais dinheiro para a economia real O que mais importa
é que as câmaras vão injectar mais dinheiro na economia real do que fizeram em 2012. Apesar da contracção da despesa efectivada em 2013, descer o valor da dívida que será liquidada a fornecedores durante este ano é suficiente para se poder afirmar que a economia real, as empresas e prestadores de bens e serviços, vão ter um maior encaixe financeiro oriundo dos cofres autárquicos, pondo fim a um longo calvário de suporte das finanças autárquicas à custa das colossais dívidas aos privados. Mais relevante é que as empresas privadas, que já tinham
facturado as verbas em dívida, vão finalmente receber as quantias sobre as quais já há anos haviam liquidado IVA, pondo assim termo a um duplo e inadmissível financiamento das administrações públicas pela ausência de pagamento e pala injecção de receitas nos cofres do Estado sob a forma de imposto.
Balão de oxigénio tardou demasiado para muitos Não
desprezando o facto de que a injecção de liquidez na economia real será um facto em 2013 e que pode ser determinante para muitas empresas regionais e nacionais, o Estado, nomeadamente as autarquias, se governaram com o que não era seu, pagam agora em cumprimento tardio da sua condição de “bons pagadores” o que deviam há anos e passam incólumes, ou quase, enquanto co-responsáveis pelo fecho de empresas e pela perda de muitas centenas de postos de
Conheça os valores comparativos de 2012 e 2013 nos orçamentos camarários: Autarquia
2013
2012 Variação
Portimão 191,9 187,8 +4,1 Loulé 124,9 149,4 -24,4 Albufeira 99,8 113,7 -13,9 VRSA 85,6 49,9 +35,7 72,6 82,4 -9,8 Faro Lagos 66,6 73 -6,4 40,4 43,7 -3,3 Olhão Silves 37 47,6 -10,6 Tavira 30,5 41,8 -11,3 30,4 38,6 -8,2 Lagoa Castro Marim 24 28,5 -4,5 Vila do Bispo 17,6 17,2 +0,4 Monchique 14,8 17,3 -2,5 Aljezur 13 13,2 -0,2 São Brás 12,4 13,3 -0,9 Alcoutim 11,9 13,3 -1,4
trabalho. Os decisores e responsáveis políticos de décadas de gestão desregrada passam ao lado da consciência face aos portugueses afectados pelas suas decisões e face ao endividamento das gerações futuras. Porque não se ignore, a dívida que agora o Estado paga através do PAEL é dívida que se soma à pesada herança dos encargos plurianuais das autarquias, não se apaga, não se esquece, apenas se transforma e nessa medida o que apenas tem de positivo é o fenómeno do aumento de liquidez e a imposiçãoo de limites reforçados à criação de novos monstros ocultos contabilísticamente em receitas levadas ao extremo da ficção.
O fim do princípio do equilíbrio orçamental falseado Resta sobre tudo isto o consolo, ainda por comprovar em última racio de que as autarquias obrigadas a orçamentos de base zero sejam de futuro realistas quantos às suas possibilidades de arrecadaçãoo de receita e previsão de despesa e que a primeira destas não seja apenas um número cuja definição obedece tão somente ao princípio do equilíbrio orçamental a todo o custo. Resta esperar maior clareza nas contas públicas e uma retoma que apesar de tardia possa fazer regressar o país a alguma normalidade já longínqua por entre tantos esforços.
ficha técnica
Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: jornalpostal@gmail.com Director: Henrique Dias (CP 3259). Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defesa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT. Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.
Tiragem desta edição:
8.693 exemplares
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Algarve com mais turistas em Dezembro Taxa de ocupação hoteleira sobe 1,1% face ao mesmo período de 2011 A ocupação média por quar-
to nas unidades hoteleiras do Algarve em Dezembro foi de 23,2%, valor que representa uma subida de 1,1% relativamente ao mesmo período de 2011, segundo dados da principal associação regional do sector. A Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) divulgou os números do último mês de 2012, frisando que o valor global registado na região foi “próximo do valor verificado em 2011” e representou um aumento do volume de vendas de 1,4%, comparativamente com o período homólogo do ano transacto. O presidente da AHETA, Eli-
dérico Viegas, afirmou à Lusa que a “subida verificada é residual, porque apenas foram contabilizados os empreendimentos que estão efectivamente em funcionamento” e “não estão incluídas as unidades que encerraram” em época baixa. “Se as que estão encerradas fossem contabilizadas, teríamos uma tendência negativa, porque há muito mais empreendimentos encerrados do em 2011”, acrescentou Elidérico Viegas, sem quantificar ao certo o número de unidades que fecharam portas para o Inverno.
Algarve com mais ingleses e holandeses As principais
subidas foram verificadas nos mercados britânico (mais 1,8%) e holandês (mais 0,3), enquanto as maiores descidas foram sentidas nos mercados português (menos 0,8%) e alemão (menos 0,4). Quanto às zonas de distribuição da ocupação hoteleira, os dados da AHETA apontam para tendências positivas em Carvoeiro/Armação de Pêra (mais 3,4%) e Albufeira (mais 2,2). Já Portimão/Praia da Rocha foi a zona do Algarve que mais quebra sentiu (menos 2,6). A taxa de ocupação média mais alta foi a de Monte Gordo/Vila Real de Santo António, com 44,9%, tendo a mais baixa sido registada pub
NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº. 1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte e um de Dezembro de dois mil e doze, de folhas vinte e quatro a folhas vinte e cinco verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e dois - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: JOSÉ MANUEL MESTRE CUSTÓDIO, NIF 168.596.806, solteiro, maior, natural da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, residente no sítio dos Cintados, Caixa Postal 475-D, Santa Maria, Tavira, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: a) Prédio sito em Corgo dos Valinhos, composto por terra de cultura, inscrito na matriz sob o artigo 19.900, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de OITO EUROS E SESSENTA E UM CÊNTIMOS, com a área de seiscentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com João Gonçalves, do sul com Joaquim António Custódio, do nascente com José Francisco Romeira e do poente com Manuel Custódio e outros. b) Prédio sito em Valinhos, composto por terra de pastagem e de cultura, inscrito na matriz sob o artigo 19.936, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de QUINZE EUROS E OITENTA E UM CÊNTIMOS, com a área de mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com João Gonçalves, do sul com Joaquim António Custódio, do nascente com Isabel Teresa e do poente com João Gonçalves. c) Prédio sito em Valinhos, composto por terra de cultura e pastagem, figueiras e amendoeira, inscrito na matriz sob o artigo 19.940, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de VINTE E UM EUROS E CINQUENTA E NOVE CÊNTIMOS, com a área de mil e duzentos metros quadrados, que confronta do norte e poente com Joaquim António Custódio e do sul e nascente com João Gonçalves. d) Prédio sito em Valinhos, composto por terra de cultura e pas-
tagem, figueiras e alfarrobeira, inscrito na matriz sob o artigo 19.942, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de TRINTA E SETE EUROS E QUARENTA E UM CÊNTIMOS, com a área de dois mil trezentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Joaquim António Custódio, do sul e poente com João Gonçalves e do nascente com Manuel António. e) Prédio sito em Barranco do Pereiro, composto por vinha de vinho, terra de cultura e pastagem, figueiras e amendoeiras, inscrito na matriz sob o artigo 19.949, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de QUARENTA E SEIS EUROS E DOIS CÊNTIMOS, com a área de mil e cem metros quadrados, que confronta do norte com João Gonçalves, do sul com Manuel José, do nascente com Joaquim António Custódio e do poente com Isabel Pereira da Palma. Que adquiriu os mencionados prédios por meio de compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Maria Mariana Nunes, viúva, residente no sitio da Baleeira, Caixa Postal 475D, Santa Maria, Tavira e a Gualdina Mariana Nunes e marido Martinho Jacinto Rodrigues, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residente no sitio de Campinas, Chelote, Faro, já falecidos, no ano de mil novecentos e oitenta e nove, em data que não é possível precisar. Que desde esse ano possui os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando as contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu os prédios por usucapião. Que atribui a esta justificação o valor total de cento e vinte e nove euros e quarenta e quatro cêntimos. Vai conforme o original. Tavira, aos 21 de Dezembro de 2012 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1
Conta registada sob o nº. PA1577/2012 Factura nº. 01601 (POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013)
em Lagos/Sagres, com 13,9%, segundo a principal associação hoteleira do Algarve. “Por categorias, a principal descida registou-se nos hotéis e aparthotéis de 5 estrelas (menos 3,0%). Os aldeamentos e apartamentos turísticos de 5 e 4 estrelas (+2,6%) e os hotéis e aparthotéis de 3 estrelas (mais 2,3%) foram os que apresentaram as maiores subidas nas ocupações”, referiu ainda a AHETA. A associação hoteleira algarvia sublinhou que os hotéis e aparthotéis de 3 estrelas “foram os que apresentaram a ocupação mais elevada, com 33,6%, enquanto a mais baixa foi registada nos de 5 estrelas, com 15,7%. Lusa
dr
ÔÔ Elidérico diz que não foram contabilizadas as unidades fechadas pub
Cartório Notarial em Tavira Bruno Filipe Torres Marcos Notário EXTRATO DE JUSTIFICAÇÃO CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em dezoito de Dezembro de dois mil e doze, exarada a folhas cento e catorze e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta e dois – A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria): A) CIDÁLIA MARIA LOPES CRISTINA PEREIRA, casada com João Manuel Pinto Pereira sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro, contribuinte fiscal número 182846792, residente em 1 Impasse des Cormorans, 34130 Mudaison, França, através de procurador; B) PAULA MARIA LOURENÇO CRISTINA PIRES, natural da dita freguesia de Faro (Sé), casada com Paulo Jorge dos Santos Pires sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua Dr. Emílio José Campos Coroa, lote C, 2.º esquerdo, em Faro, contribuinte fiscal número 207692661; e C) CARLOS JOSÉ LOURENÇO CRISTINA, solteiro, maior, natural da dita freguesia de Faro (Sé), residente na Rua Projectada à Patinha, n.º 6, rés-do-chão direito, em Olhão, contribuinte fiscal número 164913670; - declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, na proporção de metade a favor da justificante referida em A), de um quarto a favor da justificante referida em B) e de um quarto a favor do justificante referido em C), do prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de doze mil metros quadrados, sito em Vale do Linho, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, que confronta do Norte com Manuel Mendes, do Sul e Poente com Ilda Teixeira da Palma, e do Nascente com António Francisco Rosário, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 4284, com o valor patrimonial tributário de 73,28 €, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.
- Que este prédio, com a indicada composição e área, veio à posse de cada um dos justificantes, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, ainda no estado de solteiros – sendo a justificante referida em B), à data, ainda menor de quinze anos de idade –, e portanto com a natureza de bem próprio das justificantes referidas em A) e B), por partilha meramente verbal feita com os demais interessados, na sequência do óbito de Custódia Maria Mendes que também usava e era conhecida por Custódia Anica da Palma, residente que foi em Passa Frio, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, avó dos justificantes, nunca chegando a outorgar a respectiva escritura, não tendo deste modo título que lhe permitam fazer o registo do prédio em seu nome. - Que, porém, há mais de vinte anos, têm semeando a terra, amanhando-a e limpando-a, tratado das culturas, colhido os respectivos frutos, nele pastando os animais, e dele retirando os respectivos rendimentos, agindo com a convicção de serem comproprietários daquele bem, nas respectivas proporções e como tal sempre por todos foram reputados. - Que aquele prédio acima referido foi possuído dentro de um espírito de compropriedade, participando nas vantagens e nos encargos do prédio na proporção da quota de cada um e respeitando em relação ao outro comproprietário o uso a que os consortes têm direito, verificando-se assim uma situação de composse. - Que nos termos expostos, os justificantes vêm exercendo a composse sobre o mencionado bem, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos, pelo que a propriedade dos mesmos, foi por eles adquirida por usucapião, nas referidas proporções. Tavira, 18 de Dezembro de 2012. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/1873 (POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013)
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Tavira activa incubadora com LIVTC Portugal pág. 6
Câmara de Aljezur investe 13 mil euros para evitar fecho da Pousada da Juventude Acordo com Movijovem impediu situação de ‘lay-off’ para os funcionários A Câmara de Aljezur in-
vestiu cerca de 13 mil euros para evitar o fecho temporário da Pousada da Juventude da Praia da Arrifana na época baixa, aguardando agora que a tutela decida sobre o modelo de exploração e financiamento. O presidente da Câmara, José Amarelinho, explicou à Lusa que a pousada de Aljezur era uma das que poderiam vir a encerrar até Março, mas a autarquia chegou a acordo com a Movijovem, cooperativa que está sob a tutela da Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude e gere a rede de pousadas, para evitar o fecho temporário e o ‘lay-off’ dos trabalhadores durante quatro meses.
O autarca disse que a tutela está a preparar “um documento estratégico que visa uma nova abordagem a esta problemática das pousadas e que tem a ver com a sua exploração e sustentabilidade”. O município recebeu a garantia de que, quando o modelo estiver pronto, a câmara “será convidada a participar nas reuniões para dar a opinião como parte interessada neste processo”. “O que ia acontecer em Aljezur, e aconteceu, creio eu, por muitas outras pousadas a nível nacional, foi que a Movijovem fez contas e, atendendo aos custos de exploração, iria fechar a pousada no primeiro trimestre do ano, mas seria um fecho tem-
porário, sendo que, sempre que houvesse um grupo com número de pessoas considerável, seria aberta”, afirmou José Amarelinho.
Pousada serve público ligado ao surf Ao saber da
hipótese de encerramento, o autarca ficou “preocupado”, contactou outros presidentes de câmara em situação idêntica e soube que algumas “câmaras se predispuseram a acertar valores trimestrais para que as pousadas não encerrassem durante os meses de época baixa, nomeadamente em situações em que os protocolos em vigor já tinham cessado, como era o caso concreto do município de Aljezur”.
“O protocolo já tinha terminado e eles preparavam-se para fechar temporariamente todo o mês de Dezembro e até Março. Acertámos um valor que rondou os 13 mil euros para que a pousada funcionasse nestes quatro meses e se evitasse a situação de ‘lay-off’ para os funcionários”, contou. O autarca recordou que a pousada da Praia da Arrifana serve um público muito específico e ligado ao surf, modalidade que é importante na quebra da sazonalidade e justificou a abertura da pousada, pelo que seria “uma mais-valia continuar aberta”. Questionado sobre se a câmara fez um investimento de cerca de 13 mil para manter
d.r.
ÔÔ José Amarelinho evitou encerramento temporário da pousada a pousada aberta no Inverno, o autarca respondeu que “na prática foi isso”, mas sublinhou que esse valor vai agora “entrar em linha de conta para o valor que for determi-
nado em protocolo para o resto do ano e para os anos que se seguem” no âmbito da análise que a tutela está a realizar caso a caso em cada pousada. Lusa pub
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Cartório Notarial em Tavira Bruno Filipe Torres Marcos Notário Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em catorze de Setembro de dois mil e doze, exarada a folhas sessenta e cinco e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria):
sua posse, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e oito, por compra meramente verbal feita a Mateus José Fernandes e mulher Guiomar Gonçalves Fernandes, residentes no Sítio da Nora, Fazfato, em Conceição de Tavira, nunca chegando a outorgar a respectiva escritura, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo do prédio em seu nome.
região
- Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser titular do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – amanhando e limpando a terra, nele pastando os animais, e dele retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO, o que invoca.
GNR de Lagos pode ir para Vila do Bispo
- Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de pastagem, com a área de treze mil e duzentos metros quadrados, sito em Pias, freguesia da Conceição, concelho de Tavira, que confronta do Norte com Maria Custódia, do Sul com Jacinto Domingues Rodrigues, do Nascente com Alice Maria e do Poente com ribeiro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2754, com o valor patrimonial tributário de 57,47 €, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.
Tavira, 14 de Setembro de 2012.
Câmara e parlamentares do PCP preocupados
- Que este prédio, com a indicada composição e área, veio à
(POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013)
LUDGERO MARTINS COELHO, solteiro, maior, natural da freguesia e concelho de Albufeira, residente em Maritenda, caixa postal 207-Z, 8100-084 Boliqueime, Loulé, contribuinte fiscal número 189077565, titular do bilhete de identidade número 9676213, emitido em 27.07.2006 pelos SIC em Faro, declarou:
O Notário,
Conta registada sob o n.º 2/1355
A Assembleia Municipal de Lagos aprovou, por unanimipub
CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRA EDITAL Nº 2/2013 Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 08 janeiro de 2013 foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 1/2013/CM, referente ao parecer genérico favorável para celebração e renovação de contratos de prestação de serviços - LOE 2013; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 2/2013/CM, referente à prorrogação da mobilidade de trabalhadores; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 3/2013/CM, referente à suspensão do mapa de pessoal aprovado para 2013; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 4/2013/CM, referente à Criação de áreas de atuação e processo de seleção para atribuição de duas licenças para o exercício da atividade de guardas-noturnos - zonas 3 e 4 - Freguesia de Santa Maria; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, 08 de janeiro do ano 2013 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013) pub
NOTÁRIA Ângela Maria Guerreiro Relvas
Certificado
mês de Agosto do ano de mil novecentos e noventa e um, por partilha meramente verbal, com os demais interessados e nunca reduzida a escritura pública, na herança por óbito de seu pai Francisco Horta, à data casado com Maria Teresa Martins, sob o regime da comunhão geral de bens, residente que foi em Feiteira, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, falecido em treze de Julho de mil novecentos e noventa e um.
Certifico, para efeitos de publicação, nos termos do disposto no artigo cem, número um do Código do Notariado, que em vinte e sete de Dezembro do ano de dois mil e doze, foi exarada neste Cartório Notarial em Olhão, sito na Rua Miguel Torga, Bloco Norte, loja um – B, no Livro número Cento e Nove – A de notas para escrituras diversas, de folhas setenta e uma a folhas setenta e duas verso, uma escritura de Justificação, na qual, Porfírio Martins Horta, divorciado, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, residente na Rua José Fernandes de Lisboa, lote 4 – 3º esquerdo, freguesia e concelho de Olhão, contribuinte fiscal número: 121 338 029, portador do Cartão de Cidadão número 02289266 4ZZ2 válido até 17.08.2015, emitido pela República Portuguesa, declarou que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio rústico, sito em Feiteira, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, composto de terreno de regadio com figueiras, ameixeiras, pereiras, oliveiras e videiras, com a área de mil e quatrocentos metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 32.923, com o valor patrimonial tributável, igual ao atribuído, de 296,00€, confrontando a norte com Vivaldo Horta e Manuel de Horta, a sul e nascente com Estrada Nacional e a poente com Escola Primária e outros, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.
Que, desde aquela data, portanto há mais de vinte anos, possui o dito prédio sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o seu início, posse que exerceu sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pública, pacífica e contínua, tratando da terra e das árvores, apanhando os seus frutos, pagando as respectivas contribuições e impostos, pelo que o adquiriu por usucapião, não podendo provar pelos meios normais o seu direito.
Que adquiriu este prédio em data que não sabe precisar, do
(POSTAL do ALGARVE, nº 1095,de 11 de Janeiro de 2013)
Que à data do início da posse era casado com Mary Oliveira Horta sob o regime da comunhão de adquiridos, da qual ficou, posteriormente, viúvo. Tendo contraído segundas núpcias com Rosineia Leticio sob o regime da comunhão de adquiridos, da qual é actualmente divorciado. Está conforme o original. Cartório Notarial em Olhão, a Cargo da Notária Ângela Maria Guerreiro Relvas, aos três de Janeiro do ano dois mil e treze. A Notária, Ângela Maria Guerreiro Relvas Conta nº. 01/2013.
d.r.
Ricardo Claro/Lusa ricardo c.postal@gmail.com
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dade, uma moção em que exige a manutenção em Lagos de um Posto Territorial da GNR, a funcionar em boas condições e em instalações condignas. Aquela Assembleia Municipal reconhece que o actual posto, a funcionar nas instalações de um antigo convento se encontram degradadas, mas afirma que a autarquia avançou com várias soluções para a sua relocalização, tendo a última sido as instalações desactivadas da Escola Básica 2, 3 n.º 1 de São João, pelo que rejeita a proposta do Ministério da Administração Interna no sentido de que os militares agora estacionados em Lagos sejam transferidos para as instalações do novo Posto da GNR de Vila do Bispo, que aquele Ministério considera terem sido sobredimensionadas, sendo por isso capazes de albergar ambos os destacamentos. A Assembleia Municipal considera que “com esta posição, o Governo despreza o papel determinante da GNR, que tem a seu cargo a segurança pública das zonas mais rurais do concelho de Lagos e especialmente as zonas turísticas da Meia-Praia/Ria de Alvor e Praia da Luz, onde se concentra o maior número de
ÔÔ Júlio Barroso estranha falta de diálogo do Governo empreendimentos turísticos e segundas residências”. Depois das actuais instalações da GNR de Lagos terem sido consideradas inadequadas, a câmara disponibilizou-se para ceder as instalações da Escola Básica 2, 3, n.º 1 de São João, que está desactivada. Júlio Barroso lamentou que não tenha sido objecto de negociações entre o Ministério da Administração Interna (MAI) e o executivo municipal e contestou a retirada da GNR para o novo quartel de Vila do Bispo, a cerca de 20 quilómetros de Lagos, que deverá entrar em funcionamento em breve. O autarca estranhou ainda a falta de diálogo entre o MAI e
a autarquia. Também os deputados Paulo Sá e António Filipe questionaram o MAI sobre as razões da retirada daquela força de segurança do concelho, apesar de existir uma opção de relocalização dentro do concelho e alertam o aumento do sentimento de insegurança. Os deputados do PCP contestam a hipótese de deslocação para Vila do Bispo apresentada pelo MAI. No pedido de esclarecimentos enviado ao MAI, os deputados questionam ainda o calendário previsto para as obras de remodelação e recuperação do edifício cedido pela Câmara de Lagos.
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Ayamonte e Vila Real mais unidas do que nunca pág. 8
Tavira activa incubadora com LIVTC Portugal Empresa na área da Digital Home Technology arranca em breve A EMPET instala a primeira start-up
na Incubadora de Empresas de Tavira e dá um passo significativo na materialização do seu plano e na concretização de um espaço de apoio às empresas que se pretendem estabelecer no concelho. O projecto que a EMPET – Parques Empresarias de Tavira, se encontra a
desenvolver para a constituição de uma incubadora de empresas, permitirá a capitalização e apoio necessário à sólida criação de empresas que progressivamente venham a localizar a sua actividade numa área devidamente qualificada e infra-estruturada. Embora numa fase ainda embrionária de desenvolvimento do proces-
d.r.
so de instalação, é desde já objectivo agregar massa crítica determinante para o sucesso do projecto. A LIVTC Portugal Lda, start-up na área da Digital Home Technology, cuja actividade teve início no Reino Unido, funda este projecto com a garantia de ser uma mais-valia na massa crítica que se pretende incorporar no pub
ÔÔ A LIVTC Portugal escolheu Tavira para criar a sua sede conceito e estrutura da incubadora de empresas. Importa realçar que após uma proof of concept bem sucedida, a LIVTC Portugal escolheu Tavira e o Algarve para criar a sua sede em Portugal dedicada às área de investigação, desenvolvimento e produção de novos produtos, pretendendo através de Tavira conquistar a entrada em diversos mercados. A LIVTC tem uma oferta inovadora na medida em que oferece soluções prontas a usar a preços acessíveis de hi-fi digital e som & imagem multi-sala.
Apoio da EMPET foi fundamental Para Amélia Santos, sócia-gestora da LIVTC, “o apoio da EMPET para o estabelecimento da empresa em Tavira foi muito importante. Estamos certos que a rede da incubadora nos permitirá expandir ainda mais a nossa rede de parcerias onde já se incluem diversas empresas inglesas e portuguesas na área de hi-fi e de casa digital, tais como, a Majik House, a Adventures in Hi-Fi ou a MyAudiophilestore. Tavira e o Algarve em geral oferecem uma excelente qualidade de vida e possuem boas ligações internacionais, factores que foram determinantes na escolha do local para a nossa sede em Portugal”. A EMPET – Parques Empresariais de Tavira E.M., no reconhecimento de que as entidades públicas devem estabelecer relações de colaboração
recíproca com vista à satisfação do interesse publico, designadamente, ao crescimento da economia e emprego do concelho, promove através do projecto “Ativar Tavira” o impulso necessário ao acolhimento de novas empresas através da Incubadora de Empresas de Tavira. Para João Pedro Rodrigues, presidente da EMPET, “a instalação da LIVTC é um momento marcante no impulso que desejamos para a Incubadora de Empresas de Tavira e o facto de ser uma empresa da área tecnológica é significativo para a massa crítica que queremos agregar, mas o programa da incubadora prevê empresas multissectores, com enfoque nas áreas da Economia do Mar, Agricultura e Agroindústria e Turismo.” Após a ligação entre o município de Tavira e o New Jersey Institute of Technology, que promoveu uma relação privilegiada na adopção de um modelo de incubação e transferência de tecnologia de reconhecimento internacional e a estreita colaboração com a Algardata, para a definição do mapa de necessidades tecnológicas a ser implementadas, a EMPET e Tavira estão em condições de oferecer os melhores recursos às empresas instaladas, dotando os pólos de negócios das mais recentes tecnologias, promovendo uma maior capacidade de competitividade capaz de dar resposta às exigências de mercado.
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Cajuda à frente do Olhanense Treinador regressa após mais de vinte anos D.R.
O treinador português Ma-
nuel Cajuda regressou na passada terça-feira ao comando técnico do Olhanense, sucedendo a Sérgio Conceição e estando já a orientar o treino. O treinador, de 61 anos natural de Olhão, volta ao clube que treinou nas épocas de 1985/86 e 1986/87 e, depois, em 1988/89, e no qual alinhou também como jogador. Cajuda, cuja última experiência profissional remontava à época passada na União de Leiria, foi apresentado oficialmente após o treino matinal, que serviu para preparar a recepção do Olhanense ao Moreirense, na passada quarta-feira, em jogo da terceira jornada da terceira fase da Taça da Liga. No campeonato, após a 13.ª jornada, o Olhanense ocupa a oitava posição, com 14 pontos, menos 21 do que o líder Benfica.
ÔÔ Manuel Cajuda regressa ao clube onde já jogou Na passada segunda-feira, Sérgio Conceição, de 38 anos, deixou o comando técnico do Olhanense, após um ano no cargo, justificando que já não se revia no projecto do clube. “No fundo, é com tristeza que já não me revejo mais neste projecto. É o fim de um ciclo. Pedi para sair porque não
me sentia com motivação, não me sentia dentro daquilo que era o projecto do Olhanense para o resto da época”, adiantou o técnico. Sérgio Conceição e o presidente do clube, Isidoro Sousa, lado a lado, optaram por não especificar os motivos que estiveram na base da decisão. Lusa
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região Consultório do Consumidor Ficha de Informação Normalizada “Quais as informações presentes na Ficha de Informação Normalizada que são entregues no banco?”
A DECO responde... O direito à informação está consagrado na relação entre banco e cliente, para que este possa analisar e escolher com rigor a proposta mais adequada ao seu perfil. Neste sentido, o crédito à habitação e demais produtos bancários não fogem à regra e dispõem de um instrumento que reúne toda a informação relevante da aplicação f i nancei ra que pretendemos subscrever, a ficha de informação normalizada (FIN), que obedece a um modelo definido pelo Banco de Portugal. A FIN é entregue com a simulação ou aprovação do crédito, seja ao balcão, no portal na internet ou através de outro meio. Tradicionalmente a FIN divide-se em três secções. A primeira identifica as partes envolvidas e caracterizando o produto, as garantias e os seguros. A segunda inclui um plano financeiro e a terceira indica os documentos necessários à aprovação do crédito. Saliente-se que existem duas fichas de informação normalizada, uma entregue no momento da simulação das condições do crédito e a outra no da aprovação do contrato. Apenas a que é entregue no momento da aprovação do contrato tem prazo de validade, durante o qual o banco não pode alterar as condições negociadas. No entanto, se isso acontecer e comprometer a compra da casa, o cliente deve ser compensado por eventuais perdas, por exemplo, o sinal entregue ao vendedor. O Banco de Portugal fiscaliza esta regra por meio de visitas anónimas às instituições e inspecções aos sites de internet dos bancos. Acresce que, se durante a validade, o banco tentar modificar as condições da FIN entregue na aprovação do crédito, formalize queixa no livro de reclamações. Caso algumas destas regras não sejam cumpridas, poderá sempre reclamar junto do Banco de Portugal, no Portal do Cliente Bancário, disponível em clientebancario. bportugal.pt.
Ayamonte e Vila Real mais unidas do que nunca
OPINIão Ana Amorim Dias - Escritora www.anaamorimdias.blogspot.com anamorimdias@gmail.com
Eurocidade nasce no meio do Guadiana Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com
Um ferry em plena foz do Guadiana foi o palco escolhi-
do para a assinatura entre o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, e o Alcaide de Ayamonte, António Rodríguez Castillo, do protocolo que dá origem à primeira eurocidade no quadro das regiões transfronteiriças do Algarve e Andaluzia. A cerimónia, que teve lugar na passada quarta-feira durante a tarde, contou ainda com a presença do secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Simões Júlio, pelo lado de Portugal, e da secretária geral da Ação Exterior da Junta da Andaluzia, Maria Sol García, e do representante do governo regional da Junta de Andaluzia em Huelva, José Fiscal, pelo lado espanhol. A presidir ao evento esteve David Santos, na qualidade presidente da Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia e presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
Terceira experiência em Portugal A criação da eurocidade
Ayamonte – Vila Real de Santo António constitui a terceira experiência no país nesta matéria depois dos exemplos anteriores que unem Chaves a Verín e
Tui a Velença, ambos os casos no norte transmontano. A nova eurocidade é criada no âmbito da euroregião Algarve – Alentejo – Andaluzia, que é presidida pela região portuguesa actualmente e que tem no âmbito do desenvolvimento das regiões transfronteiriças europeias o desafio de diluir as fronteiras da União Europeia muito para além da abolição física das linhas de fronteira. Com o objectivo de maximixar a cooperação entre zonas transfronteiriças e de ultrapassar os obstáculos inerentes ao relacionamento institucional e estratégico resultantes da criação de sinergias entre zonas da Europa sujeitas a governos e organizações administrativas diversas, a criação das euroregiões e de eurocidades é um passo fundamental naquele que é um dos desafios da Europa da actualidade, a criação efectiva da Europa das regiões em complementaridade da Europa das nações.
A visão de Luís Gomes Para
Luís Gomes, autarca de Vila Real de Santo António, ouvido pelo POSTAL, mais do que um passo na união de povos transfronteiriços, que sempre partilharam uma existência próxima e comum em muitos aspectos das suas vidas quotidianas, a criação da eurocidade representa “um passo no
d.r.
ÔÔ Luís Gomes e António Rodríguez Castillo sentido de uma nova cultura de relacionamento estratégico para as cidades dum lado e do outro do Guadiana”. “Trata-se de zonas com grande homogeneidade no que respeita a condições e objectivos, não obstante as diferenças que existem entre as comunidades de cada lado da fronteira, uma homogeneidade que em tudo justifica o aprofundamento da aproximação e a dissolução das fronteiras e do que aquelas implicam em muitos aspectos”, defende o autarca vilarealense. Na prática, o edil destaca que “a assumpção da existên-
cia da euroregião e da eurocidade é uma realidade que mais do que vincular as comunidades e as autarquias, vincula os Estados que patrocinam o seu desenvolvimento na prossecução dos objectivos da União Europeia”. Assim, o desenvolvimento prático das sinergias entre as diferentes valências de cada uma das cidades integrantes contará com o empenho e apoio das respectivas administrações tutelares, ultrapassando-se potenciais entraves ao desenvolvimento das parcerias entre as duas autarquias e comunidades.
Casa do Povo
Sebastião Antunes em Santo Estêvão O Ciclo Cantautores pro-
movido pela Casa do Povo de Santo Estêvão abre 2013 com um concerto de Sebastião Antunes. No próximo sábado, dia 12, a partir das 22.30, o espaço da Casa do Povo da freguesia tavirense acolhe os acordes da guitarra e a voz do cantautor que se apresenta num concerto intimista que viajará pelas notas do trabalho discográfico “A Cor da Música”. As músicas tradicionais, os instrumentos, as técnicas e as
suas composições estarão em evidência. Um desafio acústico, a solo, para o mentor do grupo Quadrilha que não deixará de interpretar também algumas das novas músicas do último CD “Com um abraço”. O trabalho de Sebastião Antunes reflete os sons tradicionais portugueses, bem como a música do Norte de África, Celta e o folk europeu, mais concretamente, das Ilhas Britânicas, motivos bastantes para não perder mais este espectáculo em Santo Estêvão. RC
d.r.
ÔÔ Sebastião Antunes vai interpretar músicas do seu último CD
A Câmara do lado Agora parece que é moda. Esgotam os mandatos e, não se podendo voltar a candidatar, viram-se para a Câmara do lado. Procuram apoios, forjam alianças, preparam as campanhas e, com alguma sorte e jeito, lá se instalam na vizinhança. Sempre encarei as autárquicas como uma escolha que não deve depender muito da cor política de cada eleitor. Trata-se de um caso à parte em que, mais que a esquerda ou direita, o que deve importar são questões como as capacidades e projectos do candidato e, sobretudo, a sua ligação à autarquia. Ora, é exactamente neste último ponto que toda a celeuma se me levanta: qual é a legitimidade funcional de se governar locais e gentes cuja realidade se desconhece quase na totalidade? Não é essa a essência que rege a própria existência do poder local? Ou será que pensam que a experiência adquirida ao longo dos muitos anos passados noutras Câmaras os prepara para tudo? Descarto da minha escolha os candidatos que já esgotaram os mandatos na vizinhança e se vêm candidatar ao meu concelho. Não que não lhes reconheça o valor pessoal e político, entendam-me, mas porque continuo a acreditar (não sei muito bem como) que quem se candidata vem por bem, capacitado e decidido a resolver os problemas que são, acima de tudo, os problemas da SUA gente.
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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE TAVIRA
CÂMARA MUNICIPAL DE FARO
EDITAL JOSÉ OTÍLIO PIRES BAÍA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira.
EDITAL Nº 238/2012 Expropriação no âmbito da empreitada “Beneficiação da EN125-4 (entre Valados e Goncinha)
TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 21 de dezembro de 2012, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 219/2012/CM, referente à determinação da taxa da derrama; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 220/2012/CM, referente à taxa municipal de direitos de passagem; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 221/2012/CM, referente avaliação do ativo imobilizado do Município de Tavira;
José Macário Correia, Presidente da Câmara Municipal de Faro, TORNA PÚBLICO, em conformidade com o Código das Expropriações, aprovado pela Lei nº 168/99, de 18 de setembro, que não tendo sido possível contatar os proprietários das parcelas de terreno abaixo identificadas, necessárias à realização da obra em epígrafe, vem por este meio proceder às seguintes notificações:
4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 226/2012/CM, referente à E35/10/CP – Parque Verde do rio Séqua – relatório final e repartição de encargos;
Parcela Proprietário Morada
5. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 227/2012/CM, referente à Atualização da Tabela de Taxas, Mapa de Pessoal e Grandes Opções do Plano e Orçamento;
35B
Idalinda Rosa Catarina
Valados, 8000 000 Stª. Bárbara de Nexe
35B
José Francisco Catarina Almeida
Cx Postal 439E, Esteval, 8135 017 Almancil
6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 228/2012/CM, referente à Assunção de Compromissos Plurianuais – Final de 2012;
35B
José Luís Catarina Isidoro
Valados, 8000 000 Stª. Bárbara de Nexe
35B
Florentino Rosa Almeida
Valados, 8000 000 Stª. Bárbara de Nexe
7. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 231/2012/CM, referente às Despesas de Representação – Pessoal dirigente;
35B
Maria Isidora Barros Almeida
15 Kenbrook House, Leighton Road,
8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 232/2012/CM, referente ao Regulamento para os Cargos de Direção Intermédia de 3º Grau;
54
Amanda Victoria Zyudervelt
Rua Ataíde de Oliveira 140, 8000 219 Faro
54
Thierry Brotons
Quinta das Palmeiras Lote 71, 8700 000 Olhão
9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 235/2012/CM, referente à Casa do Algarve – Revogação da adesão; 10. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 237/2012/CM, referente ao Novo Plano de Liquidação dos Pagamentos em atraso. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume Paços do Concelho, aos 21 dias do mês de dezembro do ano 2012
Kentish Town, London NW5, Inglaterra
A) Maria Isidora Barros Almeida, Florentino Rosa Almeida e José Francisco Catarina Almeida: De que no âmbito da empreitada de beneficiação da EN125-4 entre Valados e Goncinha se torna necessário expropriar a parcela denominada 35B, com a área de 108m2, sita em Valados, freguesia de Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro e inscrita na matriz predial rústica sob o artigo 216, seção O, propriedade dos ora notificados, encontrando-se a proposta de aquisição da parcela por via do direito privado à sua disposição na Câmara Municipal de Faro, no Departamento de Projetos, Obras e Equipamentos Municipais situado no Largo de São Luís, Ed. Celeiros II, nº 11C, 1º andar, 8000 143 Faro ou no Departamento de Administração e Finanças (SCN), Largo da Sé, 8004 001 Faro. B) Idalinda Rosa Catarina, José Francisco Catarina Almeida, José Luís Catarina Isidoro, Maria Izidora Barros Almeida, Florentino Rosa Almeida e Amanda Victoria Zuydervelt:
O Presidente da Assembleia Municipal, José Otílio Pires Baía
De que a Câmara Municipal, na sua reunião de 21/03/2012 deliberou por unanimidade, nos termos da proposta nº 61/2012/CM:
(POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013) pub
1) Iniciar o processo de expropriação por utilidade pública das parcelas de terreno nº 33, 35, 35B e 54, todas da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro, necessárias à execução da empreitada de “Beneficiação da EN125-4 entre Valados e Goncinha. 2) Requerer a declaração de utilidade pública das parcelas acima identificadas, nos termos do disposto nos artigos 1º, 10º, 11º, 12º, 13º e 15º do Código das Expropriações, aprovado pela Lei nº 168/99, de 18 de Setembro, na alínea c) do nº 7 do artigo 64º da Lei nº 169/99, de 18/09, na redação da Lei nº 5-A/2002, de 11/01 e alíneas a) do artigo 13º e artigos 16º e 18º da lei nº 159/99, de 14/9.
CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRA EDITAL Nº 65/2012
3) Reforçar o pedido para que venha a ser declarada a utilidade pública com caráter de urgência da expropriação; 4) Requerer autorização para a posse administrativa para de imediato iniciar a obra na parte a expropriar de acordo com o estabelecido no artigo 15º do Código das Expropriações e art. 103º da Lei nº 2110 de 19/08/1961. C) Amanda Victoria Zuydervelt e Thierry Brotons
Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO que, em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 28 dezembro de 2012, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 247/2012/CM, referente à atribuição de auxílios económicos para livros escolares a alunos do 1º ciclo do ensino básico - 3.ª fase; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número proposta número 248/2012/CM, referente O Pontão - Associação de Solidariedade Social da Conceição de Tavira - Constituição de Hipoteca; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 249/2012/CM, referente ao adenda ao contrato de concessão de uso privativo do domínio público de posto de abastecimento de combustíveis sito na Horta do Carmo;
De que a Câmara Municipal, na sua reunião de 19/09/2012 deliberou por unanimidade, nos termos da proposta nº 169/2012/CM: 1) Retificar a deliberação de Câmara de 21/03/2012, de forma a incluir os interessados Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarve, CRL, titular de hipoteca voluntária e Fazenda Nacional, titular de penhora sobre a parcela 54, respetivamente, tendo os interessados sido notificados das deliberações acima citadas. Para constar e legais efeitos se publica o presente edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume, na Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe e publicado em dois números seguidos de dois jornais mais lidos na região, sendo um destes de âmbito nacional. Faro, 5 de Novembro de 2012 O Presidente da Câmara, José Macário Correia (POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013)
4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 250/2012/CM, referente à 11ª alteração às Grandes Opções do Plano e 20ª alteração ao Orçamento; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 251/2012/CM, referente à atribuição de apoio à ACTA - A Companhia de Teatro do Algarve; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 252/2012/CM, referente à apoios ao abrigo do RMAAD - 17ª Feira da Caça, Pesca e Mundo Rural e 38ª Volta ao Algarve em Bicicleta. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, 28 de dezembro do ano 2012 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1095, de 11 de Janeiro de 2013)
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Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
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80 ANOS
AGRADECIMENTO A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 19 de Dezembro, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos os que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso. Um agradecimento muito especial a toda a equipa do Lar da Pegada - Santa Maria pelo excelente trabalho, empenho e carinho.
“Paz à sua Alma” “Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª” Tavira • Luz • V.R.Stº António Telm. 964 006 390 - 965 040 428
MANUEL DO CARMO MARTINS DE JESUS
FRANCISCO CASIMIRO DA CRUZ
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AGRADECIMENTO
AGRADECIMENTO
Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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AGRADECIMENTO
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Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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O POSTAL
regressa no dia 1 de Fevereiro
Tiragem desta edição:
8.693 exemplares
última
Tavira candidata estrada Conceição - Cabanas ao QREN
portimão contesta fusão Município apresenta candidatura para conclusão da ligação ao PO Algarve 21 dos hospitais de Faro e Barlavento A Assembleia Municipal de Portimão aprovou por unani-
midade uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda que condena a intenção de fundir o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA) com o Hospital de Faro. Segundo os subscritores da moção, a Administração Regional de Saúde teria “proposto ao Ministério da Saúde a fusão das duas instituições, e já estará redigido o anteprojecto do Decreto-Lei consumando a fusão, sendo, portanto, plausível que, caso essa proposta avance, haja efectivamente lugar a fecho de serviços, transferência de pessoal para Faro e desqualificação técnica e
profissional do Hospital de Portimão”. A Assembleia Municipal lembra que “o CHBA serve também as populações da Costa Vicentina que, a consumar-se transferência de serviços para Faro, ficarão a distância significativa do local de prestação de cuidados” e afirma que “mais lamentável ainda é o secretismo em que todo o processo se está a desenrolar, em que um projecto que, a ser aprovado, irá afectar decisivamente e de forma muito negativa o futuro dos cuidados de saúde no Algarve e está a ser elaborado sem qualquer discussão, ou mesmo informação ao público”.
O município de Tavira, lide-
rado por Jorge Botelho, formalizou a candidatura ao Programa Operacional Algarve 21 para o financiamento do arranjo urbanístico da ligação entre Conceição e Cabanas. Esta enquadra-se no âmbito do regulamento específico para as Acções de Valorização do Litoral do Eixo Prioritário 2 - Protecção e Qualificação Ambiental, sendo o valor total do investimento apresentado de cerca de 3.698 mil euros, co-financiado pelo FEDER a 70%. A intervenção será desenvolvida no Caminho Municipal 1238 ao quilómetro 140 e visa o arranjo urbanístico do acesso entre as duas freguesias, abrangendo as especialidades de traçado,
d.r.
ÔÔ Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, aposta nas acessibilidades do concelho
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terraplenagens, pavimentação, sinalização e segurança rodoviária e obras acessórias, incluindo um muro de contenção. Em linhas gerais, a elaboração do projecto executada pelos serviços municipais considerou a optimização de uma solução do ponto de vista técnico-económico equilibrada, cumprindo os requisitos impostos e as seguintes condições: conforto e segurança para os utentes, mínimo impacto na zona afectada, mínima afectação dos terrenos limítrofes, compensação do movimento de terras, mínima altera-
ção das funções normais da envolvente durante a execução da obra e embelezamento da área de intervenção. O traçado desenvolvido apresenta caraterísticas geométricas marcadamente urbanas, que foram objecto de estudo cuidado no sentido da preservação e segurança deste tipo de ambiente. Previu-se a inserção de passeios novos e o alargamento dos existentes, permitindo a melhoria das condições de circulação e segurança dos peões. Para a elaboração do presente projecto, foi executado um levantamento topográfico, abrangendo
toda a área de intervenção. Esta obra vai funcionar como um complemento à requalificação paisagística da marginal de Cabanas, concluída em 2010 pela sociedade Polis da Ria Formosa, uma vez que o acesso candidatado é a única ligação existente entre a ER 125 e a referida marginal. Por proposta do Executivo Municipal esta obra está incluída nas Grandes Opções do Plano e no Orçamento Municipal de 2013, tendo sido um dos projectos mais votados no TOP’2013 - Tavira com Orçamento Participativo. pub
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jan | 2013 • Nº 53 • Mensal • O Cultura.Sul faz parte integrante da edição do POSTAL do ALGARVE e não pode ser vendido separadamente
janeiro • Mensalmente com o postal em conjunto com o público
8.693 exemplares
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Epidemia de leitura à solta em Silves
p. 11
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Cultura.Sul
11.01.2013
Juventude, artes e ideias
Ricardo Claro
Editor do CULTURA.SUL
Novo ano Cultural A criação e expressão culturais são um fenómeno do domínio do contínuo, não compagináveis com os devaneios limitativos dos anos civis, mas questões há que afectam a Cultura e que, essas sim, se vêem condicionadas com o andar do calendário. Exemplo disto mesmo são as questões do financiamento da Cultura no domínio da Administração Desconcentrada do Estado. Neste início de 2013, em que pela primeira vez tenho a honra de assinar o editorial do Cultura. Sul, cabe-me dar nota de que não obstante as contingências orçamentais – o Orçamento de Estado reservou para a Cultura verba equivalente à de 2012. No âmbito da Direcção Regional de Cultura (DRC) do Algarve contaremos com verbas também equivalentes a 2012, para o funcionamento da DRC Algarve e no domínio da previsão de receitas próprias do organismo. As novidades não estão aqui. Antes estão num aumento do orçamento de investimento, que promete 250 mil euros cujo destino será sobretudo a área patrimonial através de candidaturas ao QREN. A isto soma-se um aumento de 75 para 140 mil euros da dotação para o apoio à acção cultural, quase 50% mais do que em 2012. É sempre pouco, a Cultura mereceria mais necessariamente, mas as novidades não são de somenos importância numa época em que tudo parece minguar e em que muito ameaça desagregar-se, jogando janela fora anos de investimento em prol de um Portugal melhor.
Ficha Técnica Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Director: Henrique Dias Freire
António Pina
Vice-presidente da Câmara Municipal de Olhão
Muito se fala da crise em que vivemos, muito se discute sobre os apoios à cultura. Ambas as questões são verdade e estão intrinsecamente interligadas. O que fazer quando temos que optar entre atribuir um subsídio
Espaço AGECAL
Emanuel Sancho Vice-presidente da Direção da AGECAL - Associação de Gestores Culturais do Algarve
É a palavra da moda - uma caixa onde quase tudo cabe. Os ambientalistas adotaram-na há muito na sequência do uso abusivo e irreversível dos recursos naturais. Os economistas referem-se à explosão do binómio produção-consumo verificado no último quarto do século XX. Os liberais usam-na como escudo e arma contra tudo o que se move. Nas últimas décadas, o conceito evoluiu, sendo peça chave de documentos fundamentais para os nossos dias (ex. Agenda 21/ ONU). Desmontado, segundo o
Olhar em frente! a uma associação cultural, comprar um espectáculo para o nosso auditório, apoiar um grupo de jovens na produção de um qualquer espectáculo ou auxiliar as muitas famílias carenciadas do nosso concelho? A resposta é simples e clara, porém, não posso de forma alguma deixar de apoiar a cultura, deixar de incentivar todos quantos se entregam à produção artística nas suas mais diversas formas, proporcionando aos restantes cidadãos verdadeiros momentos de prazer. Há que acompanhar os novos tempos! Temos que redefinir prioridades e apostar na cultura como forma de educar públicos. Para tal, é necessário formar os mais jovens e apostar em novos valores com especial atenção aos
filhos da terra, seja na produção, seja no consumo. Ao habituarmos os mais jovens a viver a cultura estamos a criar os artistas e o público de amanhã. A isto chama-se também, cidadania! Estamos perante um novo paradigma. Para tal, foi nossa opção imediata direccionar toda a estratégia de acção apoiando os mais jovens através da Casa da Juventude, bem como procurar parcerias com outras entidades públicas e privadas. Não é um trabalho com resultados imediatos, mas é sem dúvida alguma um esforço de todos nós para que possamos ter num futuro muito próximo novos valores, novos públicos. Para que esta estratégia seja um
Cultura e Sustentabilidade conceito oficial, resulta em três dimensões (social, económica e ambiental) a que alguns pretendem, nos últimos anos, acrescentar-lhe mais duas (política e cultural). A natureza sistémica da Sustentabilidade assemelha-se a uma balança de vários pratos em permanente equilíbrio instável – tudo em nome de um amanhã mais justo. De que maneira as teorias da sustentabilidade se aplicam ao setor da cultura? Terá esta que se preocupar com o assunto? Será justo considerar uma relação direta entre o investimento financeiro (económico) e a sua relevância para a vida das pessoas (social, cultural)? Será eticamente aceitável o consumo energético desproporcionado (económico, ambiental) face aos níveis de utilização (social, cultural)? Que tipo de exemplo estaremos a transmitir às novas gerações (política) se não utilizarmos os recursos de forma racional? A cultura deve ou não pensar na sua sustentabilidade económica? Não será
muitas vezes apenas a força dos dinheiros públicos a manterem estruturas em funcionamento quando a sua sustentabilidade social ou cultural já não o justifica? A intervenção do Estado cria desiquilíbrios ou corrige-os? Alguma cultura nunca teve de se preocupar com sustentabilidades. Quase sempre estatal, municipal ou fortemente subsidiada, sempre aceitou a sua natureza dependente. Esta condição, que aconselha contenção no discurso e moderação nas ideias, amansou-lhe os ímpetos em troca do conforto e da estabilidade – do ordenado ao fim do mês e dos financiamentos certos. Qual o papel e os limites do Serviço Público? E o da Cultura Oficial? Não parece haver dúvidas de que o Estado tem responsabilidades inalienáveis. Arquivos, bibliotecas e alguns museus, por exemplo, vivem nos limites da educação formal e são exemplos inquestionáveis de serviço público. Outros museus (museologia social), algum teatro e o
Paginação: Postal do Algarve
» momento.S: Vítor Correia » panorâmica.S: Ricardo Claro » patrimónios.S: Isabel Soares
lot. Nesta edição: António Pina, Emanuel Sancho, Marisa Madeira, Paulo Pires e Rogério v Fontes
Responsáveis pelas secções: » juventude, artes e ideias: Jady Batista » livro.S: Adriana Nogueira
Colaboradores: AGECAL, ALFA, CRIA, Cineclube deFaro, Cineclube de Tavira, DRCAlg, DREAlg, António Pina, Pedro Jubi-
Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve
Editor: Ricardo Claro
sucesso é necessário o esforço de todos. Nós tentamos fazer o nosso melhor!
associativismo em geral, situam-se claramente no lado de cá da cultura. Necessitam de um espaço de liberdade de expressão e de intervenção política só possível num contexto de autonomia ou mesmo independência e distanciamento em relação aos poderes políticos e económicos. Finalmente, na base da estrutura encontramos o associativismo: a última e a mais determinante reserva de poder e liberdade dos cidadãos – força política, empreendedora e geradora de protagonismo social. Por ser potencialmente incómoda para o poder político-partidário, temos vindo a assistir ao seu progressivo esvaziamento, provocado por uma ação invasiva e paternalista do poder político que a visa manter numa situação de menoridade e dependência permanente. A instabilidade e os períodos de crise geram frequentemente mudanças. Para a cultura, talvez seja a oportunidade para uma necessária redefinição dos papéis e dos limites.
e-mail: geralcultura.sul@gmail.com on-line: www.issuu.com/postaldoalgarve Tiragem: 8.693 exemplares
Cultura.Sul
11.01.2013
3
cinema Cineclube de Tavira
Cineclube com sessões às quintas-feiras
PROGRAMAÇÃO
www.cineclube-tavira.com 281 320 594 | 965 209 198 |
Regressando à regularidade dos três primeiros anos de actividade do Cineclube de Tavira (Abril 1999 – Fevereiro 2011), a partir deste mês de Janeiro apenas exibiremos os nossos habituais filmes de qualidade às quintas-feiras. A redução de sessões deve-se a dois factores: a revogação (pelo Município) do protocolo entre o Município e o Cineclube de Tavira, cujo objectivo era dar continuidade às sessões do fim-de-semana no Cine-teatro António Pinheiro, e a inexistência de qualquer tipo de apoio autárquico ou institucional para o ano de 2012. Continuamos a não ter qualquer previsão de apoio autárquico ou institucional para o ano de 2013.
Espaço CRIA
Marisa Madeira
CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia
destaque
Depois de um Natal gratinado de momentos familiares bem temperados, já estou em modo “que venha mais um ano!”. Ainda não comprei as passas, nem escolhi a melhor cadeira para contabilizar (no topo) os primeiros segundos de 2013, e já iniciei alguns pedidos mentais para o novo ano. Porém, irei precisar da ajuda de muitas pessoas, muitas mesmo, porque não visto um fato azul justo ao corpo nem tenho uma capa vermelha.
Cena do filme Looper – Reflexo Assassino No entanto, contando com o recebimento do Município da ajuda financeira às Mostras de Cinema 2011 e graças ao sucesso do leilão de obras de arte, prevemos conseguir conti-
nuar a exibir filmes até pelo menos ao final do mês de Fevereiro. Aproveitamos a ocasião para agradecer a todos os artistas e particulares que gentilmente ofereceram as 92 obras
de arte leiloadas e, last but not least, aos licitadores e compradores! A maneira mais simples, mais agradável, mais enriquecedora e menos dispendiosa de ajudarem o Cineclube de Tavira (no dia 8 de Abril de 2013 a nossa associação poderá cumprir 14 anos) é apenas uma: disfrutem das nossas sessões de cinema de qualidade enquanto cá estamos. Já no próximo dia 17 podem começar bem o ano cinematográfico com Looper – Reflexo Assassino. O valor do nosso bilhete de entrada continua baixo: quatro euros para o público, apenas dois para os sócios e para qualquer portador de cartão de estudante ou de sócio do INATEL. Até muito em breve!
cinetavira@gmail.com
SESSÕES REGULARES Cine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas 17 JAN | Looper (Looper - Reflexo Assassino) Rian Johnson – E.U.A./China 2012 (119’) M/16 24 JAN | Bellamy, Claude Chabrol – França 2009 (110’) M/12 31 JAN | Poulet aux Prunes (Galinha com Ameixas), Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi – França/ Alemanha/Bélgica 2011 (93’) M/12
… 3, 2, 1: Feliz 2013 para a Cultura! Antes de relevar os meus desejos para 2013, irei fazer uma curta viagem ao passado: 6 de dezembro, Faro, Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, evento INOVAR ALGARVE – Ciclo de Conferências, sessão ‘Artes e Património: Medias, Artes e Tecnologias’. Esta iniciativa pretendeu evidenciar o potencial de comercialização do Conhecimento produzido na região do Algarve e estreitar a relação entre a Universidade e o tecido empresarial, através da articulação entre a investigação produzida e as necessidades das empresas. A sessão ‘Artes e Património: Medias, Artes e Tecnologias’ foi integrada neste evento porque estas são áreas-âncora da Universidade do Algarve. Com esta sessão pretendeu-se proporcionar o encontro entre agentes que têm trabalhado para alicerçar e alavancar estas áreas; expor trabalhos desenvolvidos no campo da investigação e evidenciar o empreendedorismo existente nestes setores; identificar necessidades; perspectivar novas medidas futuras e criar novas siner-
gias entre investigadores, profissionais, empresas e a Universidade. Este encontro revelou que, para o novo ano (e próximos), será possível fazer-se muito, mesmo sob as atrocidades da bruxa má “Crise”, pois, tal como acontece em qualquer história, os heróis são-no após vencerem vários obstáculos, armadilhas e inimigos. Eis alguns dos heróis que estiveram presentes na sessão: Argo (Arte, Património & Cultura), Tertúlia Algarvia, Devir/CAPa, LAC (Laboratório de Atividade Culturais), ETIC_Algarve, We Make Productions, KotoStudios, Design Thinking, New Lights Pictures, SPIC Soluctions e O Bolo-Rei. O heroísmo de todos requer duas características essenciais: paixão e acreditar. Na sessão ‘Artes e Património: Medias, Artes e Tecnologias’, a presença de investigadores da Universidade do Algarve espelhou que os trabalhos de investigação são, cada vez mais, desenvolvidos através do uso das novas tecnologias, que primam pela inovação e que pretendem a criação de novos instrumentos para identificação do património e
“EXPERIMENTAÇÕES” Até 26 JAN | Biblioteca Municipal Lídia Jorge - Albufeira Exposição de pintura de Clara Andrade. A artista frequentou o curso de pintura na Sociedade de Belas Artes e tem trabalhos realizados em óleo e acrílico sobre tela e técnicas mistas
da criação artística da região. A exposição dos trabalhos aguçou a necessidade de parceria e complementaridade entre setores e profissionais. No final da sessão, Dália Paulo,diretora regional de Cultura do Algarve, referiu, e muito bem, as intenções da Convenção de Faro (2005): universalizar o património, as artes e a criação artística como um todo. É com base neste princípio que continua a ser importante valorizar o património, proclamar o papel da criação artística, cultural e tecnológica, e fazer-se a ligação entre educação, formação, investigação, produção e ciência. É crucial o trabalho corporativo para identificação de fragilidades em prol da colmatação das mesmas, para que a Cultura ganhe uma nova importância tanto para a sociedade como para a economia e política. Para este fim, a Comissão Europeia tem revelado estar ciente e sensível quanto ao estado da Cultura, como revela o documento “Promoting cultural and creative sectors for growth and jobs in the UE” onde se preveem novas medidas de atuação.
O documento revela que, na Europa, oito milhões e meio de pessoas trabalham no setor criativo (inclui a arquitetura, o artesanato, o património cultural, o design, os festivais, a moda, o cinema, a música, as artes do espetáculo, as artes visuais, as bibliotecas, as editoras, a rádio e a televisão) e que o setor representa cerca de 4,5 % do PIB da UE, dando um contributo significativo para outras indústrias, onde cada vez mais a inovação assenta na criatividade. Posto isto, revelo finalmente os meus desejos para 2013: mais valorização do Património material e imaterial; mais envolvimento entre tradição e criação contemporânea; mais apoios à formação, criação e produção; mais educação pela Arte; mais valor acrescentado à Cultura; mais empreendedorismo criativo e cultural; mais redes de trabalho entre profissionais, criadores, investigadores e universidades… Não poupei nos pedidos (sempre mais!) e espero que a par e passo o cenário mude. Votos de um 2013 repleto de boas experiências culturais!
“ALEXANDRA RECORDA AMÁLIA” 12 JAN | 21.30 | Auditório Municipal de Olhão Espectáculo que conta a história da vida de Amália Rodrigues, documentada com imagens alusivas à narração, relatando os factos de maior relevo desde a sua infância até à morte
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Cultura.Sul
11.01.2013
••Investigação em livro
panorâmica
Ricardo Claro
A água dá, a água tira: um estudo sociológico por Sónia Tomé Sónia Guerreiro Tomé nasceu em Faro no ano subsequente à revolução de 1974 e em 1999 terminou a licenciatura em Antropologia no ISCTE-IUL, a mesma universidade que em 2009 a veria terminar o mestrado em Sociologia. Em breve verá a luz do dia a obra A água dá, a água tira, uma versão revista da tese de mestrado da investigadora, que Sónia Tomé define como “um estudo sociológico de forte cariz antropológico”, feito sob a orientação de Pedro Prista a quem ficou reservado o trabalho de prefaciar o livro. A água doce e potável é um dos temas centrais da actualidade e da visão sobre a existência sustentável da humanidade. A premência desta importante temática coloca a análise do complexo envolvente do tema na ordem do dia hoje, como o colocava em 2005, quando - em plena seca extrema - o
Dividido em três partes – O Barrocal Algarvio; Água, Hortas e Identidade e Conclusões – a obra permite ainda acesso a um conjunto de gráficos que ilustram os aspectos mais importantes tratados ao longo do trabalho desenvolvido pela investigadora algarvia. Espaço ainda nas 249 páginas a apresentar em breve para um Diário Fotográfico que percorre o tempo do trabalho de campo entre 2005 e 2008. A forma como a água é gerida pelas populações algarvias em análise compõe também um retrato para memória futura do modus operandi das comunidades e dos impactos que um bem essencial determina na vida dos povos. A não perder um estudo que ajuda a compreender a importância da água para o Algarve, para o país e o mundo à luz da análise de uma determinada comunidade em concreto.
trabalho de campo que sustentou a tese de mestrado que origina a publicação se iniciou. A água, bem de uso primordial, a relação dos povos ao longo dos tempos com o seu uso, em momentos de extrema abundância e ausência, são património inalienável do Algarve e nessa perspectiva este estudo que se debruça “sobre a Cultura Tradicional da Água no Barrocal Algarvio, Freguesias de Querença, Tôr e Salir do Concelho de Loulé, é uma obra que procura dar a conhecer o modo como no Barrocal Algarvio, zona clássica de regime torrencial mediterrânico, onde a precipitação apresenta uma elevada variabilidade espacial e temporal, as populações locais gerem os perigos/riscos derivados da escassez ou do excesso de água, no contexto de uma agricultura tradicional de sequeiro e de regadio, com base no saber tradicional”, refere Sonia Tomé.
••No escaparate
Choques Mentais é o livro de estreia de Eduardo Catarino “Se pensarmos naquilo que definimos como ‘sorte’, então estamos a sugerir que algo de bom acontece casualmente. Uma casualidade é por definição uma ocorrência esporádica, pontual, sem causa concreta e sem lógica de ser. O acaso não é previsível, porque não surge de nenhum padrão concreto. É um acaso, porque simplesmente surge, por vezes do nada. Com esta definição, uma equipa que está constantemente a gozar de sorte, logicamente já não está a beneficiar de uma ocorrência pontual, ou seja, não pode ser sorte!”, eis a sinopse da primeira obra de Eduardo Catarino, lançada na FNAC de Albufeira no passado mês de Novembro. Trinta e seis artigos de reflexão reunidos numa obra e que se debruçam, como o autor referiu ao Cultura.Sul, “sobre a sociedade, a humanidade e a vida, entre muitos outros assuntos que dizem respeito a todos nós”. Três anos a escrever e a partilhar o produto desse labor com “amigos e familiares” e em blogues diversos na
internet, que levaram à compilação sob a forma de livro do pensamento do autor, nascido em Frankfurt em 1971, cidade alemã que o acolheu nos primeiros 22 anos de vida. Eduardo Catarino escolheria entretanto o sotavento algarvio, mais propriamente Cacela Velha, para lar, numa vida marcada pelas viagens feitas por lazer e dever profissional aos quatro cantos do mundo, onde refere, “procurei sempre conhecer e aprender o melhor que existe em cada país e em cada pessoa com que me cruzei”. Para o novel escritor, o interesse da obra está no facto de que “qualquer pessoa da nossa sociedade se deve interessar por questionar a sua vida e o seu ambiente”. “No Choques Mentais são feitas algumas perguntas impertinentes e as conclusões podem ser válidas para qualquer um a nível global ou local”, diz, concluindo que “a minha perspectiva é sempre uma mistura de todas as influências que me tocaram aqui e nas minhas viagens, mas sempre de um ponto de partida local”.
A obra lançada na FNAC de Albufeira pode ser adquirida por encomenda naquele espaço ou através do sítio da internet wook ou, ainda, através do facebook em www.facebook.com/choquesmentais. O pensamento vertido nos textos compilados em Choques Mentais desafia a consciência no confronto com o conhecimento acumulado e apresentado sob a forma de senso comum, exactamente aquele que teimamos muitas vezes em ignorar. Um desafio que se lança para um encontro com esse mesmo senso com um trecho da obra: “Se é verdade que não se percebe ao certo porque é que nós (humanos) vivemos e morremos, de onde viemos ou para onde vamos, também é um facto inegável que o ser humano é a única espécie que não faz falta nenhuma ao planeta Terra. Tal como se aprende na escola, nós estamos acima de todas as espécies. Não fazemos falta a outras espécies para que elas sobrevivam e, em boa verdade, o nosso Planeta estaria em muito melhor estado se não fosse a humanidade a destruí-lo.”
Eduardo Catarino (à direita) na sessão de lançamento
Cultura.Sul
11.01.2013
••Nova obra de Carlos Campaniço
panorâmica
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Ricardo Claro
Os Demónios de Álvaro Cobra pelas mãos da editora Leya
Carlos Campaniço é o escritor que lançará muito em breve com a chancela da Leya Os Demónios de Álvaro Cobra. Alentejano de nascimento e “algarvio” por escolha, o autor falou com o Cultura.Sul sobre a nova obra entretanto já premiada e sobre a experiência da escrita. Cultura.Sul (C.S) - Porquê a escolha do século XIX como enquadramento temporal para a obra? Carlos Campaniço (CC) - Não há uma razão objectiva. A escolha pode ser vista como sendo um período mais apelativo para o exercício da imaginação, mas não existe um evento determinado que justificasse a opção pelo século XIX, não há uma revolução ou um qualquer facto histórico retratado que determinasse o enquadramento temporal. Escolhi o século XIX porque o povoado que criei, as personagens e o tipo de limitação do conhecimento que marcam o momento da acção são mais compreensíveis à luz da vida no século XIX. C.S - O Alentejo de onde é natural é o cenário escolhido para Os Demónios de Álvaro Cobra, é uma homenagem? CC - É uma homenagem, mas é, mais do que isso, uma paixão. Já Horácio dizia que se deve escrever sobre aquilo que se conhece bem e eu conheço bem as características do Alentejo. Há também uma ligação afectiva, umbilical, que passa muito além do conhecimento da vida da agricultura ou da vida campesina, implica dominar os tempos da vida quotidiana de um determinada realidade, sobre os ciclos da vida nessa realidade. Por outro lado, o conhecimento da realidade alentejana, nomeadamente do ponto de vista sociológico deixa-me mais à vontade, se por um lado a escolha do enquadramento temporal pode tornar a escrita mais complexa pela distância face ao século XIX, por outro a escolha de um espaço físico que domino torna-a mais confortável. C.S - Já Molinos era uma aldeia nas proximidades de Safara, a sua terra natal. Esta predilecção pela criação de aldeias naquele enquadramento geográfico, em detrimento de um local existente de facto, são uma fuga à escrita sobre uma terra que efectivamente habitou? CC - Não. Temos escritores que
cos sem saída para os quais se têm de encontrar soluções adequadas. Mas para mim a escrita tem dois níveis, o da linguagem e o do enredo, que seguem a par e passo, porém, separados. Importa por um lado a qualidade literária dos textos e a qualidade intrínseca da trama criada A trama tem que ser cativante para o leitor, mas considero que não se deve descurar a qualidade da escrita literária, não sei se o consigo fazer em última racio, mas esforço-me nesse sentido.
criaram uma determinada povoação e sobre elas escrevem vários romances. No meu caso este é um enquadramento geográfico que vai crescendo com Safara como centro desse mundo, não para evitar personagens, neste caso concreto, porque não há um conflito de classes dominante – ao contrário do que sucedia em Molinos – mas como enquadramento que se vai construindo em momentos e espaços que se vão criando, aliás Molinos volta a surgir neste livro como referencia geográfica. Por outro lado, o romance A Ilha das Duas Primaveras teve um enquadramento geográfico completamente diferente, não há pois uma fuga a uma realidade que se experienciou pessoalmente e nessa medida não há uma fuga a Safara. C.S - Vive no Algarve há muito tempo, não há uma atracção para a criação de um enquadramento literário na região? CC - Vivo no Algarve por escolha e convicção, mas surgem soluções e ideias para a escrita e vão sendo canalizadas e limadas e no meu caso foram direccionadas para o Alentejo, sem nenhum regionalismo exacerbado latente. No meu caso, como lhe disse, o conhecimento profundo da realidade alentejana foi determinante na definição do espaço. Já escrevi sobre o Algarve, a minha tese de mestrado que deu origem a um ensaio, “Da Serra de Tavira ao Rif Marroquino”, debruça-se sobre a região, a publicação a par de outras pessoas da revista al Gharb é outro exemplo da minha proximidade com o Algarve. C.S - Álvaro Cobra é mais santo ou mais bruxo, ou caracteriza-se pelo conflito entre estes dois aparentes opostos? CC - Os críticos literários e filólogos poderão mais tarde informar que esta obra se enquadra dentro do realismo fantástico, uma corrente da literatura pouco explorada, mas a obra é marcadamente do universo do fantástico. A novidade está, julgo eu analisando o que escrevi, numa deriva face a esta corrente do fantástico, onde há uma exploração da condição humana como em todo o realismo, aqui não se sabe se a fama de bruxo ou de santo são práticas exactas ou se resultam antes de mais e sobretudo da percepção que as pessoas fazem no âmbito do imaginário colectivo. Há fenómenos na obra em que a base está muito no boato, no diz que
C.S - Deslumbra-se com as tramas que cria enquanto soluções encontradas para o acto criativo? CC - Por vezes fico contente com as soluções, mas há sempre os momentos em que a solução não surge, não é óbvia, não se alcança e em que ainda que momentaneamente significa alguma frustação para o escritor. Importa não esquecer algo que, para mim, tem especial importância e que se prende com a originalidade. Não quero que a minha obra seja o decalque de outras, sabemos que está quase tudo inventado mas a novidade deve ser sempre valorizada, quer ao nível da trama, quer ao nível da escrita.
Escritor recebeu o Prémio Cidade de Almada 2012 disse, como acontece sobre o suposto crescimento de escamas que afecta Álvaro Cobra. Há um casamento entre o fantástico e o boato que para a população que toma estas situações como suas são inquestionáveis. C.S - Falava da condição humana, vê-a como pedra de toque da sua obra? CC - Não pretendo que os meus livros sejam uma arma, naquele sentido da “cantiga é uma arma”, mas são sempre munidos de uma humanidade que eu quero que seja um traço marcante e aí há sempre três grupos que me merecem especial atenção, os pobres, as crianças e as mulheres. Nesta obra também esta característica está presente, muito embora seja um livro com uma carga mais leve. C.S - Mas diz que Álvaro Cobra se debate com as suas inumanidades... CC - Sem querer revelar de mais, o quadro pode ser desenhado deste modo: trata-se de uma aldeia parada, sem novidades, que se debate com problemas gravíssimos de fome e da resistência a ciclos muito violentos de secas e chuvas abundantes e neste espaço nasce Álvaro Cobra,
numa família dissonante face à restante comunidade. Quer ele, quer a família são muito diferentes e nessa medida a dinâmica da acção parte desta singularidade capaz de gerar a dúvida sobre se será santo ou bruxo. C.S - Álvaro Cobra está ciente da sua condição e da mística entourage que o envolve? CC - É consciente e não lhe é estranha a sua singularidade que desde cedo o acompanha. C.S - Três romances e um ensaio no seu percurso, o romance é a escolha por excelência? CC - De facto a minha escolha vai para o romance, muito embora considere a poesia uma arte sublime e me atraia também a área da investigação histórica, donde decerto nasceriam, caso a tivesse escolhido, obras com outras características. C.S - Como é que experimenta o acto da escrita? CC - Para mim é um acto lúdico embora muito trabalhoso e muitas vezes tenebroso, na medida em que em certos momentos chegamos a be-
C.S - Há uma escrita literária alentejana? CC - Não creio, há um modo de estar e de ser alentejano mas não uma escrita. Há escritores alentejanos, como os há de tantos outros sítios, há obras passadas no Alentejo, como em tantas ouras paragens mas, não há uma escrita alentejana. C.S - A obra vai ser editada pela Leya e já recebeu o Prémio Literário Cidade de Almada, que importância têm estes acontecimentos? CC - Este ano [2012] em termos daquilo que é o meu percurso enquanto escritor aconteceram três factos que são para mim marcantes. Por um lado o facto de a Leya ter em Março aceite editar esta obra e por via disso, o segundo facto, ter como editora a Maria do Rosário Pereira, e ainda o facto de ter recebido o prémio literário, que consubstancia mais de que um simples reconhecimento um desafio e uma responsabilidade acrescida. Não fico efusivo com nenhum destes três acontecimentos, mas estou contente com o começo de um caminho, porque ainda não cheguei a lado nenhum no sentido de um suposto prestígio enquanto escritor, apenas estou no começo.
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Cultura.Sul
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momento
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Vítor Correia
Audições no TEMPO
Espaço ALFA
O que fez a minha Kodak aos 12 anos?
Rogério v Fontes
Presidente da Assembleia Geral da ALFA
Lembro-me do meu “caixote”, uma Kodak, nome genérico das primeiras máquinas fotográficas. Graças a este caixote Kodak eu comecei a descobrir as maravilhas da Fotografia, a realidade e a fantasia. Tinha eu 12 anos, em 1953. Clec-clac, era o som mais fascinante do meu registo fotográfico. Tenho-o ainda na memória. O resultado vê-lo-ia mês e meio depois, após tirar as 12 fotos, de tamanho 12x9. Estávamos no período pós 2ª Guerra Mundial. O plano Marshall recuperava a Europa e o Japão destruídos. A Ciência aliada à Indústria acelerou o
progresso no mundo. A Óptica e a Electrónica, deram um avanço considerável à Fotografia. O Japão tomou a dianteira à Europa para não mais perder a liderança. O mercado requer e o Japão responde com novas ideias no Universo da Imagem. Novos conceitos, SLR e D-SLR, materializam, hoje, o progresso tecnológico, abrindo aos adeptos e entusiastas da Fotografia, novas oportunidades para mais e inesquecíveis emoções. Perante a admirável Natureza do Algarve, fico maravilhado com o que se depara à minha frente. É a serra com florestas e riachos, é o mar com actividade piscatória e desporto náutico, é a Ria Formosa com uma vida imensa e aves migratórias, é a paisagem marinha ou os recortes da costa, de dia, de noite, ao crepúsculo, as tempestades e relâmpagos, astros e corpos celestes, ali mesmo, todo este deslumbramento de excelência à nossa mercê, onde o Universo começa quando nos sentamos, à sua janela, em contemplação única. Não preciso de ser astrofísico para captar imagens dos astros ou arrastá-los
filho da terra
no céu. Criar, experimentar e voltar a criar, com uma D-SLR na mão, a emoção transborda por vezes do meu peito. Se a fotografia nocturna de cidades o atrai, ao nascer ou ao pôr-do-sol, o Algarve é cheio de lugares de muita fascinação. Quando pensarmos foto-
grafar o quê, de certeza que o Algarve tem. Não é preciso ir mais longe. Basta programar antecipadamente as emoções, a descoberta e as surpresas estão lá, à nossa espera. Segredos? Que material utilizar? Como preparar? Procure www.alfa.pt quanto à sua formação. Escreva-nos.
- serra de monchique - rogerio v fontes
Ah! Lembre-se que a melhor máquina fotográfica é aquela que você tem nas suas mãos. O que fez a minha Kodak aos 12 anos? Uma grande paixão que, ainda hoje, arde intensamente no meu peito, em busca do “belo” que, espero, ainda encontrar.
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Cultura.Sul
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Espaço Cultura
Proteção dos bens culturais algarvios: um ano excecional Sendo o património cultural um valioso elemento na diferenciação dos territórios, um dos eixos estratégicos da DRCAlgarve passa pela proteção da riquíssima herança cultural que marca a trajetória histórica do território algarvio. O conjunto dos bens culturais imóveis da região constitui um importante ativo de desenvolvimento, que a administração pública tem obrigação de proteger, e cuja proteção jurídica é a medida de maior importância para a sua preservação física. Conforme a Lei 107/2001 – a lei de bases do património cultural português, que é uma das mais avançadas do mundo nesta matéria – a proteção dos bens culturais assenta na inventariação e na classificação. Se bem que o Algarve conte com uma notável densidade de bens culturais imóveis inventariados – mais de dois milhares de sítios arqueológicos e edifícios históricos oficialmente referenciados, a que não é estranha a mais antiga carta arqueológica regional do país, que Estácio da Veiga publicou em finais do século XIX –, os procedimentos burocráticos de classificação de cerca de meia centena
desses imóveis arrastaram-se, em alguns casos, desde os anos 80 do passado século. No entanto, o ano agora findo foi excecional em termos de proteção legal da herança cultural algarvia. Enquanto em 2010 e 2011 se assistira ao arquivamento, por imposição legal, de diversos daqueles processos de classificação – essencialmente por deficiências de instrução administrativa – em 2012, num inédito esforço concertado entre a Direção-Geral do Património Cultural e a Direção Regional de Cultura do Algarve – similar ao das restantes Direções Regionais –, foram concluídos procedimentos de classificação referentes a mais de uma dezena de bens imóveis de interesse cultural, ficando também praticamente concluídos os procedimentos classificatórios referentes a quase três dezenas de outros imóveis, com audiência pública de interessados já concluída ou em curso e cuja conclusão, com publicação em Decreto ou Portaria, não poderá ultrapassar a data de 30 de junho de 2013, como previsto no Decreto-Lei n.º 265/2012, de 28 de dezembro. Dois deles, objeto de Decreto,
Forte de São Sebastião em Castro Marim
« Num esforço concertado entre a Direção-Geral do Património Cultural e a Direção Regional de Cultura do Algarve, foram concluídos em 2012 os processos de classificação referentes a mais de uma dezena de bens imóveis de interesse cultural no Algarve, ficando também praticamente concluídos os procedimentos referentes a quase três dezenas de outros imóveis.
destaque
Porta da Almedina Silves
com a categoria de Monumento Nacional: Forte de São Sebastião, com os baluartes e revelins exteriores que o ligavam ao Castelo de Castro Marim, e Muralhas e Porta da Almedina de Silves, complementando finalmente a proteção legal da Alcáçova medieval-islâmica, classificada logo em 1910, e incluindo também um tramo da muralha do arrabalde ocidental que a arqueologia pôs entretanto a descoberto na antiga Xilb. Nos restantes bens imóveis, objeto de Portaria de classificação em 2012 com a categoria de Monumento de Interesse Público, incluem-se a «Calçadinha» – único bem cultural imóvel até agora clas-
“SEBASTIÃO ANTUNES” 12 JAN | 22.30 | Casa do Povo de Santo Estêvão - Tavira Vocalista do grupo Quadrilha tocará guitarra e voz, devidamente acompanhado, num ambiente intimista onde apresenta todo o tipo de sonoridades
sificado no município de São Brás de Alportel –, a Igreja de Nossa Senhora das Ondas em Tavira – onde atualmente decorre uma aprofundada intervenção de conservação e restauro promovida pelo município –, e ainda o Convento de Nossa Senhora da Graça em Tavira, a Igreja e Convento do Carmo em Tavira, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco em Faro, o Café Aliança em Faro, a Torre de Bias em Olhão e a Igreja da Soledade em Olhão. No horizonte mais próximo da Direção Regional de Cultura do Algarve está, agora, a conclusão, durante os primeiros meses de 2013, dos processos em fase de conclusão, entre os quais se conta a clas-
sificação de mais dois Monumentos Nacionais: o Ribat da Arrifana em Vale da Telha (Aljezur) – um extraordinário testemunho do povoamento islâmico no território hoje português – e a ampliação da classificação dos Monumentos de Alcalar (Portimão) – um dos mais notáveis conjuntos de templos funerários megalíticos da Europa, de que uma parte foi classificada logo em 1910 mas a que se foram acrescentando outros edifícios tumulares e o povoado do 3.º milénio anterior à era cristã, que a arqueologia entretanto descobriu. Direcção Regional de Cultura do Algarve
“HUMIDADE NA PAREDE” Até 23 JAN | Galeria Artadentro - Faro Trata-se de um projecto de desenho da autoria de Vasco Vidigal e Ana André, concebido para integrar a iniciativa Desenha 2012
Cultura.Sul
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Contos de Inverno na Ria Formosa
O Último Banho
Pedro Jubilot
pjubilot@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt
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Apesar de já estarem de férias as crianças estão estranhamente calmas e quietas. Não se afastam muito, querem estar por perto, expectantes pela boa nova - um menino está para nascer lá em casa. E dali não querem sair. Vá lá meninos, já tomaram o pequeno-almoço, estão de férias, vão apanhar ar puro, vão andar de bicicleta. Ou vão ali até ao pinhal lá ao fundo dar uma volta, visitar a ecoteca, brincar, e tragam-nos um presente giro, dedicado a este dia. Como sendo na verdade aquilo que realmente queriam, não se ouvem comentários nem contestação. Encorajados pelas sugestões de ambos os progenitores, os irmãos calçam as botas e saem para uma aventura na floresta, como lhe chamam. E lá seguem o seu caminho, descontraídos, passeando sem saber porquê ou para quê. Percebem que irão descobrir a resposta à medida que avançarem e que o desafio é levar de volta algo que justifique a sua caminhada deste dia. Atiram pedras às árvores. De perto e depois mais de longe. Gritam alto tentando recolher os sons num eco sempre difícil de obter. Arrastam os pés no musgo, na terra, levantam pó. Correm de braços abertos. Cansam-se. Sentam-se encostados à mesma árvore mas sem se verem. Tentam adivinhar os pensamentos um do outro, nesse jogo em que sempre não conseguem chegar a uma conclusão sobre a veracidade das características que as pessoas apontam à sua específica natalidade. De novo se levantam para andar à roda sobre si mesmos de olhos fechados até ca-
írem tontos. Recuperados e com fome decidem abrir as mochilas retirando as sandes, as melhores do mundo, que o pai Zé lhes prepara para os seus piqueniques. Com cavalinha sem pele e sem espinha, cebola, pickles e um cheirinho de maionese. Ou as de requeijão com finas rodelas de tomate, um pouco de rúcula e um fio de azeite. Um manjar para pequenos deuses que os faz ficarem depois repousados olhando para o céu através dos ramos dos pinheiros que filtram os raios de sol ou observando as nuvens a passar imaginando que figuras lhes pretendem mostrar. Ganha o que conseguir ver um anjo. Tudo acaba em gargalhadas com cócegas à mistura. Levantam-se finalmente concordando que há uma tarefa a fazer e já não têm muito tempo que por estes dias anoitece cedo. Andam muito às voltas por ali na sua demanda até que se julgam meio perdidos vendo o sol já a pôr-se. Não estão habituados a andar assim tão livres na natureza. As escolas têm poucas árvores, as cidades não têm parques, os centros comerciais não têm jardins. Sentem que arrefeceu muito ao lusco-fusco. Não sabem porque não se encontra a bússola no bolso da mochila. Mas lembram-se que podem procurar a estrela que lhes indique o caminho de regresso. Têm frio e vão olhando para o céu. Depois começam a confiar que o trajecto indicado por Vénus, a dita estrela da tarde, é mesmo o certo. Finalmente, quando deixam para trás a última árvore surgem lá mais à frente, os néones da cidade e dos prédios com luzes enfeitando as varandas. Factos que indicam a proximidade do mundo a que se chamou civilizado, talvez porque aí vivem os chamados civis, deve ser por isso. Eles que por esta hora de início de noite já andam muito atarefados levando as mãos cheias de sacos. Hoje, a maior parte deles parece especialmente feliz como se algo de diferente estivesse para acontecer. Cansados, mas com uma etérea felicidade estampada nos rostos chegam a casa cuja porta se abre sem terem de tocar. Depositam ali mesmo no hall de entrada, o peque-
no pinheiro, as pinhas resinosas e o azevinho que carregavam nos braços, mas com o cuidado necessário para não sujarem os sacos azul claro e castanho ali já prontos para quando muito em breve o momento chegar. O pai diz-lhes que têm uma banheira cheia de água quente à sua espera. Percebem que a missão não mencionada foi cumprida. Passam antes pela cozinha para deixar um ramalhete de lírios que a mãe agradece sorridente apesar de não se poder afastar do fogão, de onde lhes dirige o olhar mais terno e confiante sorriso que uma criatura pode almejar. Por força das circunstâncias será a última vez que os gémeos, de nove anos feitos há bem pouco, tomarão banho juntos. A espuma do creme vai diluir-se na água que arrefece na banheira. Deste lugar no tempo não
“13º FESTIVAL DE MÚSICA AL-MUTAMID” 26 JAN | 21.30 | Cine-Teatro Louletano Nadia Baroud (voz), Salah Achit (mondol), Abdel Louzare (violino), F. Depiaggi (nay e percussões) e Amaj (dança oriental e kabylie) trazem a Loulé os sons da música argelina
vivido historicamente a que chamamos infância, estes anjos em breve serão despojados das suas armaduras e passarão a estar expostos nas suas alegrias e amarguras. Jantam a ementa que levou todo o dia a confeccionar. Peixe seco guisado com batatas; peru assado no forno com castanhas; leite-creme com puré de maçã; banana frita panada; pastéis fritos com recheio de batata-doce. Ao serão o pai coloca uma rodela de vinil no prato do gira-discos. Poisa-lhe a agulha nas estrias exteriores. Recosta-se feliz a escutar Chet Baker enquanto os miúdos decoram o pinheiro, orgulhosos do seu achado. Penduram-lhe enfeites coloridos. De seguida fazem uma coroa de azevinho que atam com um laço encarnado, colocando-o sobre
a porta da sala. A brincadeira resulta em cheio. Quando a mãe se assoma à porta, para dizer que vai para o quarto descansar, pára sob o arranjo, e logo o pai se levanta, dirige-se para ela e dá-lhe um beijo na boca. Como numa tradição estrangeira que aprenderam num filme. Mas eles também querem a sua parte de mimo antes de irem para a cama. No dia seguinte Sílvia, David e José preparam fatias douradas para a mesa do pequeno-almoço quando ouvem os passos arrastados de Maria. Bom dia mãe! Estávamos à tua espera. Vem ver as prendas. Bom dia! responde estremunhada. Pergunta: que dia é hoje ? Hoje é dia de…. Esperem lá meninos… acho que me rebentaram as águas.
“RETALHOS” Até dia 28 JAN | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - Albufeira Anabela Alambre, pintora natural de Albufeira, dá a conhecer as suas telas que versam sobre a temática do papel
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livro
Nas cidades de Mário de Carvalho, Svidânia e Carvangel Adriana Nogueira
Classicista Professora da Universidade do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com
tiva da chegada de um navio à cidade, onde a presença sobranceira de um canhão domina. Poder-se-ia dizer que, simbolicamente, o canhão está sempre pronto a disparar tal como o barco está sempre quase a chegar... Humor surrealista
Este Natal, recebi o último livro de Mário de Carvalho, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel. Tenho uma relação literária de muitos anos com este autor, relação que se aprimorou com a leitura de Quatrocentos Mil Sestércios seguido de O Conde Jano (1991) e Um deus passeando pela brisa da tarde (1994), visto que se passam na minha área de eleição: a antiguidade (mais precisamente na época romana). Aliás, o mundo antigo está presente em muitas referências que surgem nos seus livros (veja-se o exemplo do divertido conto que deu o título ao livro A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, de 1983, em que a deusa grega da história, Clio, adormece e mistura os fios do séc. XX com o séc. XII, provocando uma balbúrdia na Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, devido ao confronto da PSP e depois das Forças Armadas Portuguesas com um exército de Mouros que vinha reconquistar a cidade). E tal como eu reparo na antiguidade, outros repararão na idade média, na moderna, nesta ou naquela referência literária, consoante os gostos e leituras de cada um. Mas todos reconhecerão características do nosso país e de cada um de nós naqueles mundos que o autor inventa. Não importa que estejamos em Svidânia ou Carvangel e queiramos ir para Shandenoor, ou Ashitueba, ou Katzenjammer ou não queiramos ir a nenhum lugar: qualquer destas terras de nomes raros e, ao mesmo tempo, com uma sonoridade que não nos é estranha (principalmente para quem saiba alemão ou russo) tem pedaços de tantas outras que conhecemos; qualquer daquelas personagens tem alguma coisa de alguém com quem nos damos ou de quem ouvimos falar; e alguns sabem mesmo a que livro está a personagem a referir-se ou a música que toca. O Varandim inicia o volume e vai até à p. 82. Daí até ao fim (p. 221), temos a segunda história, Ocaso em Carvangel. O Varandim passa-se numa cidade pacata, onde se deu um atentado à bomba, esperando-se a decisão do grão-duque sobre o destino dos anarquistas. Todos pedem a pena de morte, menos um velho caixeiro, respeitado por todos (é a personagem mais simpática da novela), à volta de quem a narrativa gira. Tudo porque vive na única casa que vai ter vista para a execução. Ocaso em Carvangel narra a expecta-
Mário de Carvalho tem um humor que se aproxima do surrealismo, sem se enredar no nonsense absoluto. Uma das situações que descreve pisca o
de riqueza e poder. É evidente que não hesitaria em subornar um velho antiquário e pô-lo ao seu serviço, de maneira a sabotar as intenções da Junta Universal Libertadora, em prol da sua fútil e retórica Liga Libertadora dos Povos, cuja existência, aliás, tinha sido altamente contestada no congresso de Höheit. E assim lhes frustraria o mérito da explosão e afundamento do Maria Speranza, metendo a ridícula a gloriosa junta». Este Maria Speranza é o navio que
temente, por um cinismo elegante, que critica a hipocrisia de gentes e instituições. Numa clara referência à hoje tão falada violação do segredo de justiça, que envolve do mais alto ao mais baixo, diz (pp.47-48): «Antes da notícia em letra de forma, já toda a gente conhecia os termos da confirmação da sentença pelo grão-duque e ninguém saberia explicar exactamente por que vias. Do príncipe não cabe falar porque o respeito e veneração da linhagem impedi-
almoçava, cada semana no seu clube». Portanto, dado que nenhum destes intervenientes desta enorme lista de pessoas a quem os segredos eram contados poderia ser o autor da sua revelação, como se sabia tudo? O narrador apresenta, então, a sua tese: porque «cada palavra proferida criava ela própria as suas réplicas, e estas, não se encontrando confinadas, poderiam inopinadamente surgir nos locais mais inesperados». Pois «seria preciso ter-se um rebarbativo espírito céptico, carregado de cinismo e desconfiança, para supor alguém capaz de repetir informações prestadas num contexto confidencial». O poder dos nomes
Último livro de Mário de Carvalho chama-se O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel olho ao ambiente popularizado pelo grupo britânico Monty Python: na p.181 faz-nos lembrar uma célebre cena de «A Vida de Brian», em que quatro revolucionários contrários ao domínio romano, intitulando-se a Frente do Povo Judaico (Judean People’s Front) afirmam que odeiam, ainda mais do que o invasor, a Frente do Povo da Judeia (People’s Front of Judea), outro grupo revolucionário. Aqui, temos um trio de anarquistas (da Junta Universal Libertadora) que procura fazer uma bomba, mas que se interroga se o livro com a receita terá sido adulterado pelo antiquário que lho vendeu, por estar do lado de Óskar Keil, um outro anarquista pertencente a um grupo rival, a Liga Libertadora dos Povos: «De facto Óskar Keil podia ser poderoso, tinha relações por todo o lado, e todas as derivações iam dar a fontes
vai possibilitar a viagem por que todos anseiam. Paradoxalmente, a cidade de Carvangel fervilha de vida, mas uma vida a que poderíamos chamar adiada, pois todos aguardam o transporte – desde os que sempre lá viveram até aos que para lá se dirigiram para poderem apanhar o barco – que os levará a um destino melhor, impossibilitando relações de alguma permanência, pois tal não é compatível com uma partida iminente. Mas não é só o destino, mas a viagem, que faz sonhar os homens, como acontece com o padre Gütig, que se imagina a tocar violoncelo num concerto, no navio. Ironia e cinismo O humor irónico é também uma constante, sendo conseguido pelo modo como as situações são descritas, estando acompanhado, frequen-
riam que alguém lançasse qualquer suspeita sobre inconfidências junto do monteiro, do reposteiro-mor, do mordomo, do mestre de esgrima, dos oficias às ordens, do escrivão da puridade, do condestável, do mestre de dança, da prima-dona Auf, da actriz Kode, da marquesa de Backe e da baronesa de Khrocks. Quanto ao primeiro-ministro era ele o apuro máximo de discrição e austeridade de palavras, incapaz de comentar negócios de Estado com alguém que não fosse a mulher, o filho mais velho ou o conselheiro aposentado com quem jogava um voltarete severo em alguns serões e que, mesmo no caso de lapso proferido ou sugerido pelo interlocutor, não teria mais ninguém a quem o revelar senão a governanta, o cocheiro, o mordomo, o jardineiro e os trinta ou quarenta cavalheiros, todos, aliás, reservados e tumulares, que
Situando ambas as histórias num país com ressonâncias do leste e do império austro-húngaro, Mário de Carvalho elege nomes que nos conduzem a essas paragens. O Varandim começa com uma epígrafe de um autor por si inventado, remetendo para um livro, também ele forjado, Os Sabres de Mensur, numa alusão a um tipo de esgrima praticada por estudantes em países como a Alemanha, Áustria ou Suíça, em especial no século XIX, que deixava marcas no rosto dos competidores, que as exibiam com orgulho. Logo na primeira página, ficamos a saber o nome da cidade onde se vai passar a ação: Svidânia, num aportuguesamento do nome russo para «adeus». E depois, é só usar um dicionário de alemão, alguma imaginação e procurar relações. Em O Ocaso em Carvangel há um padre jesuíta que se chama Schlachten, que significa «abater», em alemão, contrastando com o padre da terra, que se alheia com a sua música, mas que respeita as idiossincrasias de cada um, que se chama Gütig – amável, bondoso. Para finalizar, chamo a atenção para os neologismos, que, por seguirem a regra da formação das palavras, fazem-nos crer que somos nós que não as conhecemos. Tomando o exemplo da classificação das espécies animais, as famílias terminam em –idae (em latim, -ídeos, em português) e as subfamílias em –inae (em latim, que deu -íneos em português). É assim que temos os nossos gatinhos lá de casa a pertencer à família Felidae (felídeos), à subfamília felinae (felinos) e ao género felis, mais propriamente felis silvestris catus. Portanto, um zogantíneo será um animal, mas não procure no dicionário. Porém, a sua imaginação poderá voar para o sabor de legumes delicados como os liscorilhos e gaspiteias, de regópola tostada ou ovos de zonocapo...
Cultura.Sul Bibliotecas
Paulo Pires
Programador do Departamento Socio-cultural do Município de Silves
Em Silves há palavras que voam e batem às portas. O que acontece quando entram dentro de casa ninguém sabe realmente. Há quem diga que é uma espécie de vírus contagioso, conhecido pelo nome de POESIA. Sonhei que havia no Algarve uma epidemia. De palavras, soltas e livres, com ou sem rima, que invadiam aldeias, vilas e cidades. Batiam às portas, com educação, ou esgueiravam-se pelas janelas, com discrição. Palavras mouras, judias, cristãs. Palavras escritas ou ditas, malditas ou sãs. Para que conste, reza a história que a epidemia começou em Silves. [Carlos Café, professor de Filosofia]
A Biblioteca Municipal de Silves está a implementar um projeto de Voluntariado de Leitura nas várias freguesias do concelho, o qual visa a promoção da leitura e do livro, contribuindo assim quer para uma maior generalização do acesso à Cultura por parte da população local, quer para o combate ao isolamento e à exclusão social, quer ainda para o estímulo e consolidação de boas práticas de cidadania ativa, envolvimento comunitário e integração sociocultural. Esta dinâmica iniciada ainda em 2012 insere-se no projeto plurianual de promoção da leitura e da literacia “A minha Freguesia a Ler+”, apresentado publicamente em Silves em no-
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Voluntariado de leitura em Silves vembro de 2012 por Fernando Pinto do Amaral (comissário do Plano Nacional de Leitura), Dália Paulo (diretora regional de Cultural do Algarve) e Rogério Pinto (presidente do Município de Silves), e coordenado por Paulo Pires (programador e mediador de leitura do Departamento Sociocultural do Município de Silves). O projeto em causa conta com as parcerias do Plano Nacional de Leitura, Secretaria de Estado da Cultura/Direção Regional de Cultura do Algarve, projeto “Voluntários de Leitura” do Centro de Investigação para Tecnologias Interativas (CITI) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian e jornal Terra Ruiva (media partner). Este ambicioso e pioneiro projeto pretende criar nos próximos anos uma rede cooperante de bibliotecas de pequena/média dimensão prioritariamente nas sedes das associações culturais e recreativas das várias freguesias do concelho de Silves, visando uma difusão da leitura mais abrangente e baseada numa lógica de maior proximidade e articulação com os agentes culturais e populações mais distanciados da sede do concelho. Uma primeira biblioteca já foi criada em meados de 2012 e está aberta à comunidade local, oferecendo uma dinâmica cultural regular na Casa do Povo de Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra. Paralelamente, estão a organizar-se núcleos de voluntários de leitura em várias freguesias do concelho, os quais contribuirão quer para a dinamização regular dessas bibliotecas (funcionando também, internamente, como clubes de leitura), quer também para a realização de atividades de incentivo à leitura noutros contextos, exteriores à biblioteca, e públicos-alvo (das crianças aos seniores) das freguesias em que se integram. Nesta linha, foram criados dois grupos de voluntários respetivamente nas freguesias de Silves e de
Alcantarilha, os quais já estão a desenvolver ações no terreno (desde dezembro de 2012), quer em domicílios previamente sinalizados e contactados (de idosos e outros cidadãos isolados/excluídos e carenciados), quer em cafés/pastelarias, repartições públicas, instituições privadas de solidariedade social, associações culturais e noutros contextos públicos. Os voluntários apresentam as suas sugestões de leitura, de acordo com os seus gostos pessoais, e articulam entre si, com a coordenação da Biblioteca Municipal, os conteúdos, formatos e intervenções a realizar no terreno, de acordo com o perfil
de cada público-alvo visado. Nesta primeira fase, nas 32 ações já realizadas, foram usados sobretudo textos de autores contemporâneos em língua portuguesa, nas áreas da poesia, prosa poética e conto, como Al Berto, Álvaro Magalhães, Ana Hatherly, António Gedeão, António Lobo Antunes, António Ramos Rosa, Boss AC, David Mourão-Ferreira, Eugénio de Andrade, Gonçalo M. Tavares, Jorge Palma, José Afonso, José Fanha, José Luís Peixoto, José Saramago, Manuel António Pina, Miguel Esteves Cardoso, Miguel Torga, Nuno Júdice, Rui Zink, Vinicius de Moraes, entre outros. Privilegiou-se a leitura em voz
alta, encenada ou não, de textos de autor, a narração de histórias da tradição oral e, complementarmente, a interpretação de alguns interlúdios instrumentais e do canto de alguns poemas musicados, bem como a troca informal e em grupo de experiências suscitadas pelos livros e dos benefícios dos mesmos. Para saber mais sobre o Voluntariado de Leitura no concelho de Silves basta contactar a Biblioteca Municipal (tel. 282 442 112 ou biblioteca@cm-silves.pt) ou aceder à plataforma online do projeto, em http://aminhafreguesiaalermais.blogspot.pt, onde existe muita informação atualizada (fotografias, vídeos, posts, antologias de textos literários, links de interesse, etc.) sobre as dinâmicas em curso.
Saiba mais sobre este projecto no sítio da internet: http://aminhafreguesiaalermais. blogspot.pt
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