POSTAL 1145 - 3 JUL 2015

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVIII • Edição 1145 • Quinzenário à sexta-feira • 3 de Julho de 2015 • Preço € 1,40

EM FOCO 2 VERÃO AMEAÇA FLORESTA 3 ESTRADAS DO ALGARVE JÁ SOMAM 19 MORTOS 4 LEI SECA PARA OS JOVENS JÁ ESTÁ EM VIGOR 5

ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR €1,60

VARIANTE A LAGOS POUPA MAIS DE DEZ QUILÓMETROS A QUEM USA A EN 125 7 OLHÃO INAUGURA FÁBRICA DO QUEIJO 8 CLASSIFICADOS 10

Feira da caça é a maior do país

10 a 12 de Julho em Tavira Conheça todo o programa no POSTAL

d.r.

20 anos

a divulgar a caça, pesca e o mundo rural

> ‘Tudo vale a pena quando a alma

d.r.

não é pequena’, que o diga Vítor Palmilha, presidente da Federação de Caçadores do Algarve, quando olha para um percurso de duas décadas de organização da Feira da Caça, Pesca e do Mundo Rural. Em Tavira, com o apoio incondicional de Jorge Botelho e da autarquia tavirense, a feira cresce e afirma-se e este ano conta com mais de 200 stands de exposição. Ao palco sobem António Zambujo e os Íris, para garantir a animação, e pelo Parque de Exposições de Tavira razões não faltam para justificar uma visita ao maior certame nacional do género. Muito para ver e conhecer num espaço pensado para caçadores, pescadores e para o público em geral, graúdos e miúdos, com uma oferta única dedicada a um sector que movimenta milhões a nível nacional. p. 2 d.r.

FESTIVAL

Castro Marim mostra sabores do caracol > ÚLTIMA

d.r.

CIÊNCIA

UAlg mostra ‘peso’ na investigação marinha

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Incêndios florestais:

Quase dez mil bombeiros enfrentam Verão escaldante que ameaça a floresta

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d.r.

EN 125

Nova variante dá mobilidade

a Lagos

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2  |  3 de Julho de 2015

em foco

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 Faro Telef.: 289 820 850 | Fax: 289 878 342 dbf@advogados.com.pt | www.advogados.com.pt

Feira da caça celebra 20 anos a crescer Certame abre portas em Tavira no próximo dia 10, com muito mais para ver e conhecer Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

VINTE ANOS depois da primeira edição, aquilo que muitos disseram impossível é hoje a maior feira de caça, pesca e do

DR

mundo rural do país. É este sucesso que faz o contentamento do presidente da Federação de Caçadores do Algarve, Vítor Palmilha, que ao POSTAL recordou aquilo que muitos dos seus companheiros das lides da caça lhe disseram há duas décadas atrás, “uma feira da caça no Algarve, isso é impossível”. Vinte anos depois, a realidade desmente os presságios da impossibilidade, com um certame que é “o maior do género no país” e que, no ano de comemoração de duas décadas de

henrique dias freire

fotos: d.r.

ÔÔ A conferência de imprensa de apresentação juntou Vítor Palmilha às entidades oficiais na Biblioteca Municipal de Tavira trabalho em prol dos caçadores, do sector cinegético e do mundo rural, vai contar com mais de 200 stands de exposição. O palco da feira será novamente o Parque de Exposições de Tavira, entre os dias 11 e 13 de Julho, e com um crescimento de 25% de área expositiva e um investimento total de perto de 180 mil euros, o certame promete fazer as delícias dos amantes da caça e do mundo rural.

ANTÓNIO ZAMBUJO E ÍRIS NO PALCO Com o apoio “inesti-

mável” da Câmara de Tavira, liderada por Jorge Botelho, e do trabalho da autarquia, de voluntários e do Regimento de Infantaria sediado na cidade do Gilão, a feira promete um programa de excepção (ver caixa), com a animação a contar com dois grandes espectáculos que fazem subir ao palco António Zambujo e os Íris.

AS NOVIDADES Entre as novidades deste ano, Vítor Palmilha revelou ao POSTAL que a feira contará com a presença, pela primeira vez no Algarve, da Comissão Nacional de Homologação de Troféus de Caça Maior. Pelas 15 horas do dia 11, os caçadores poderão ver assim reconhecidos oficialmente os seus troféus de caça maior por juízes oficiais. Pela primeira vez, também, o Algarve recebe uma prova de cães coelheiros (em parelha). A feira mantém a vasta oferta em termos de gastronomia tradicional e recebe este ano a Rota dos Vinhos do Algarve, com provas de vinhos regionais. A abertura do certame está a cargo de Jorge Botelho que, uma vez mais, dá apoio aos caçadores algarvios na concretização do maior evento da federação regional de caça, enquanto que o Governo se fará representar pelo secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar. As palavras que Vítor Palmilha dirigirá ao titular do Governo mantêm-se no segredo dos deuses, mas temas como a febra hemorrágica, problemática que dizima sem recuo a população nacional de coelho bravo, a diminuição drástica do efectivo de perdizes, apesar de todos os esforços, ou a efectivação do fundo da caça e da pesca, serão decerto temas abordados com Nuno Vieira e Brito.

A discutir as problemáticas da caça em Portugal estará também um painel de especialistas nacionais e espanhóis no colóquio que terá lugar no dia 13, último dia do certame.

REFORÇO DA ATRACTIVIDADE DA FEIRA Ao POSTAL Vítor Palmi-

lha afirmou estar convencido que este ano a feira ultrapassará largamente os 14 mil visitantes alcançados na última edição. “Temos mais, melhor e maior diversidade na oferta que a feira faz aos visitantes em termos de expositores”, confirma o responsável. Uma vez mais a organização sublinha que a feira tem ofertas de interesse para todas as pessoas e idades, com motivos de atractividade para os mais pequenos, que podem ficar a conhecer mais de perto os animais de caça e selvagens e a sua importância para o equilibrio do planeta, para os amantes do mundo rural e da gastronomia tradicional e para os fiéis praticantes da caça e da pesca. Também o público espanhol se prevê que cresça este ano, depois de uma forte presença da feira nos media da Andaluzia, em particular de Huelva, ingredientes para garantir uma feira cosmopolita, e transversal em prol de um sector que no país, como na região, tem muito para oferecer.


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Cartório Notarial em Tavira Notário Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e cinco de Março de dois mil e quinze, exarada a folhas duas e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Cinquenta e nove – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: Humberto João Henrique Corvo, NIF 131329278, e mulher Maria Lúcia Martins Cavaco Corvo, NIF 131329260, ambos naturais da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua Tavira de Durango, n.º 13, 1.º esquerdo, em Tavira, declararam: - que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem dos prédios rústicos a seguir identificados, sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: Verba um: - Um prédio rústico no sítio das Hortas, que consta de terra de pastagem com sobreiros, a confrontar de Norte com Ribeiro, Nascente com José Viegas, Sul com Caiado e Poente com Augusto F. Rodrigues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 47089, com a área de quatro mil quatrocentos e noventa metros quadrados, com o valor tributável de 87,67€, igual ao atribuído. Verba dois: - Um prédio rústico no sítio das Hortas, que consta de terra de pastagem com alfarrobeiras e sobreiros, a confrontar de Norte e Nascente com João de Jesus, Sul e Poente com José Viegas, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 47094, com a área de novecentos metros quadrados, com o valor tributável de 46,02€, igual ao atribuído. Verba três: - Um prédio rústico no sítio do Altinho-Hortas, que consta de terra de cultura, pastagem e alfarrobeiras, a confrontar de Norte com Ribeiro, Nascente com Manuel Fernandes, Sul com José Viegas e Poente com João de Jesus, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 47003, com a área de mil metros quadrados, com o valor tributável de 50,27€, igual ao atribuído. Verba quatro: - Um prédio rústico no sítio do Altinho-Hortas, que consta de terra de cultura, pastagem, oliveira e alfarrobeiras, a confrontar de Norte com João de Jesus e outros, Nascente com Ribeiro, Sul e Poente com João de Jesus, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 47009, com a área de mil e seiscentos metros quadrados, com o valor tributável de 37,41€, igual ao atribuído. Verba cinco: - Um prédio rústico no sítio do Altinho-Hortas, que consta de terra de pastagem e oliveira, a confrontar de Norte com Ribeiro, Nascente, Sul e Poente com José Viegas, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 47007, com a área de duzentos e noventa metros quadrados, com o valor tributável de 2,83€, igual ao atribuído. Verba seis: - Um prédio rústico no sítio do Altinho-Hortas, que consta de terra de pastagem com alfarrobeiras e sobreiros a confrontar de Norte com João de Jesus e outros, Nascente com Ribeiro, Sul com João de Jesus e Poente com José Viegas, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 46995, com a área de dois mil e novecentos metros quadrados, com o valor tributável de 38,82€, igual ao atribuído. - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, por partilha meramente verbal, no ano de mil novecentos e oitenta, em data que não podem precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito da mãe do justificante marido, Rosa da Conceição Henrique, casada que foi com Lúcio Viegas Corvo, também já falecido, residentes que foram no Sítio das Hortas, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo dos prédios em seu nome.

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas oitenta e cinco, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, JORGE ALBERTO TEIXEIRA CANDEIAS, NIF 119.195.240, natural da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e mulher MARIA ROSÁRIA TEIXEIRA RODRIGUES CANDEIAS, NIF 119.195.232, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Graínho, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: VERBA UM: Prédio sito em Zorreiros, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de oito mil e duzentos metro s quadrados, que confronta do norte com José Teixeira, do sul com herdeiros de Manuel F. Henriques, do nascente com Manuel Teixeira e do poente com José Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 7.771; VERBA DOIS: Prédio sito em Serro da Bica, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de noventa metros quadrados, que confronta do norte e poente com caminho, do sul com António M. dos Ramos e do nascente com Francisco Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 7.842;

VERBA SEIS: Prédio sito em Cerca de Cima, que consta de terra cultura, pastagem e uma alfarrobeira, com a área de trezentos metros quadrados, que confronta do norte com caminho, do sul com ribeiro, do nascente com herdeiros de José Teixeira e do poente com António M. Ramos, inscrito na matriz sob o artigo 8.637.

Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015

(POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO921/2015 Factura nº. 0928 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015) pub

Cartório Notarial em Tavira Notário Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e nove de Agosto de dois mil e doze, exarada a folhas dois e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria): LOYD MARK ROZZO, natural de Inglaterra, de nacionalidade italiana, e CLAIRE ELIZABETH PHILLIPS, natural de Inglaterra, de nacionalidade britânica, ambos solteiros, maiores, residentes em Aceifão, caixa postal 266-C, Corte do Vidreiro, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, declararam: - Que são donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, do prédio urbano constituído por edifício térreo com logradouro, destinado a habitação, do tipo T um, com a área total de mil metros quadrados, sendo a área coberta de cento e sessenta e um vírgula quarenta metros quadrados e descoberta de oitocentos e trinta e oito vírgula sessenta metros quadrados, sito em Aceifão – Corte Vidreiros, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, a confrontar do norte, sul e nascente com eles próprios e poente com Manuel Ventura Martins, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3195, em nome deles justificantes, com o valor patrimonial tributário de 12.120,00 €, e atribuído de igual valor.

d.r.

VERBA CINCO: Prédio sito em Sanfalhinho, que consta de terra cultura, pastagem e uma oliveira, com a área de noventa metros quadrados, que confronta do norte com ribeiro, do sul com Francisco Fernandes, do nascente com Augusto Conceição e do poente com herdeiros de António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.568;

Tavira, 25 de Março de 2015.

Bruno Filipe Torres Marcos

Algarve ainda não sentiu vaga de fogos

VERBA QUATRO: Prédio sito em Várzea do Pereiro, que consta de terra cultura, pastagem e duas sobreiras, com a área de seiscentos e noventa metros quadrados, que confronta do norte com ribeiro, do sul com Domingos Marta, do nascente com António Martins Ramos e do poente com Custódio Domingos Martins, inscrito na matriz sob o artigo 8.323;

- Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, deles retirando os respectivos rendimentos, suportando os respectivos encargos e pagando os impostos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam.

Acto registado sob o n.º 2/1086

Verão ameaça floresta

VERBA TRÊS: Prédio sito em Soalheira da Fonte, que consta de terra de pastagem, com a área de cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Rodrigues, do sul e nascente com ribeiro e do poente com António Martins Ramos, inscrito na matriz sob o artigo 7.819;

Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a José Miguel e mulher Marta Maria, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio das Madeiras, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

O Notário,

região

- Que o referido prédio urbano, com a indicada composição e área, chegou à posse deles justificantes, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a João Viegas e mulher Maria José Viegas, já falecidos, residentes que foram em Corte Vidreiros, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira. - Assim sendo, os justificantes não têm título suficiente da aquisição do referido prédio, estando, por isso, impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais e de efectuar o registo do prédio a seu favor. - Que, porém, desde essa data, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade, na indicada proporção de metade para cada um, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio, utilizando-o como sua casa de habitação, nela fazendo obras de reparação e restauro e até de melhoria, limpando o logradouro, e suportando os respectivos encargos, nomeadamente fiscais, tudo na proporção da respectiva quota parte, verificando-se uma situação de composse; pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram-no por USUCAPIÃO, o que invocam. Tavira, 29 de Agosto de 2012. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 8/1264 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

ÔÔ A Fase Charlie, a mais crítica, prolonga-se até 30 de Setembro Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

QUANDO EM PORTUGAL E ATÉ 15 DE JUNHO, a área florestal

ardida este ano (14.971 hectares [ha]) é já mais de três vezes superior à de 2014 no mesmo período (4.424 ha), o Algarve ainda não sentiu a fúria dos incêndios florestais. Na região, revelam os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), neste período arderam, em 2014, 431 ha e este ano, apenas 112. Quanto a ocorrências, o Algarve soma, em 2015, 105, um pouco mais do que no ano anterior, 93. Já a nível nacional, os números são bem diferentes, com 2014 a registar - também até 15 de Junho - 2.731 ocorrências e, no mesmo espaço de tempo, em 2015, mais de 6.100. Depois de um ano de 2014 especialmente calmo em termos de incêndios florestais - no total do ano a área ardida somou 19.867 ha, como resultado de 7.186 ocorrências -, a floresta e o mato estão plenamente desenvolvidos e prontos a tornarem-se um verdadeiro barril de pólvora de Norte a Sul do país. As temperaturas altas verificadas nos últimos dias e as que se prevêem para a próxima semana constituem um rastilho temível para calamidades e ameaçam pôr à prova todo o

efectivo afecto ao combate aos incêndios na Fase Charlie, a de maior risco que começou na passada quarta-feira e se prolonga até ao final de Setembro.

ANOS DE MÁ MEMÓRIA Se 2014

foi um ano de acalmia no que respeita a incêndios florestais, a verdade é que não pode fazer esquecer anos de má memória, aliás, deve constituir um alerta redobrado, dado que a matéria combustível está acumulada nos campos e zonas rurais. Números como os de 2013, com 149.687 ha ardidos, e dos malfadados 2003 (mais de 339 mil ha) e 2005, com uma área ardida superior a 425 mil ha, dão que pensar a todos, mas em particular aos soldados da paz que dão o trabalho - e tantas vezes a vida - para salvarem pessoas e bens. A assegurar a resposta em caso de incêndio estão desde hoje em alerta, 9.721 efectivos e 2.050 viaturas, num quadro operacional que implicou um custo de mais de 80 milhões de euros para ficar operacional a nível nacional e que conta com 49 meios aéreos. Já por terras algarvias a Fase Charlie vai dispor de 4.455 operacionais, 108 veículos e quatro helicópteros, um dos quais a operar desde Ourique, com os restantes três a ocuparem posições em Monchique, Loulé e Cachopo.


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Comarca de Faro

região

Tavira - Inst. Local - Sec. Comp. Gen. - J1

Palácio da Justiça – Rua Dr. Silvestre Falcão, 10 – 8800-412 Tavira Telef: 281 320 970 Fax: 281 093 519 Mail: tavira.judicial@tribunais.org.pt

Estradas do Algarve já somam 19 mortos Estatísticas mostram mais acidentes, mortos e feridos este ano. Comissão de Utentes da Via do Infante marca agenda de Julho com protestos contra as portagens d.r.

Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

AS ESTRADAS DO ALGARVE fo-

ram palco de mais acidentes, mais feridos graves e mais mortes este ano do que em 2014 ou 2013, revelam os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativos ao período entre o início do ano e 21 de Junho. A entidade responsável pela segurança rodoviária a nível nacional conta já com 19 mortes resultantes de acidentes viários na região, mais seis vítimas mortais do que em 2014 e mais sete do que em 2013. Sublinhe-se que estes dados dizem apenas respeito a vítimas mortais verificadas no local do acidente ou que não resistem ao percurso de transporte até às unidades de saúde. Os mesmos dados trágicos revelam que os feridos graves, no mesmo período, somaram nas estradas regionais 68 vítimas, contra as 51 de 2014 e as 55 de 2013. Mais 17 e mais 13 do que até 21 de Junho de 2014 e 2013, respectivamente. No que toca a acidentes rodoviários, o Algarve soma 3.793 ocorrências este ano, mais 432 do que em 2014 (3.361) e mais 378 do que no ano de 2013 (3.415).

O ALGARVE EM COMPARAÇÃO COM O PAÍS Em comparação

com os distritos do resto do país e em termos absolutos, o distrito de Faro é o quinto com

racterísticas não é alternativa a uma auto-estrada portajada, em particular, no Verão.

ANTÓNIO COSTA NÃO SE COMPROMETE COM ABOLIÇÃO DE PORTAGENS Quem não baixa

ÔÔ Aumento de tráfego na EN 125 tem feito crescer a sinistralidade mais feridos graves, e ocupa a mesma posição - a par de Setúbal - quanto a vítimas mortais. A região é a sexta com mais acidentes verificados nas estradas durante o período de 1 de Janeiro até 21 de Junho. Nos dados acumulados do último ano (22 Junho 2014 a 21 Junho 2015), os números mostram que as estradas do Algarve causaram 35 mortos (contra 22 no período homólogo anterior) e 150 feridos graves, por oposição a 142 registados no período homólogo anterior, o que perfaz um crescimento de 13 vítimas mortais e oito feridos graves.

O RETRATO DO PAÍS No país as

vítimas mortais no mesmo período foram 230, reflectindo mais 33 falecimentos na estrada do

que em 2014 e mais 15 do que no ano de 2013. Quanto a feridos graves, a evolução regista 797 em 2013; 890 em 2014 e 952 em 2015, confirmando a tendência de agravamento dos resultados.

A SOBRECARGA DA EN 125 E PORTAGENS NA A22 AUMENTAM O RISCO A sobrecarga de trân-

sito da EN 125, particularmente nesta época alta do turismo e, também, por força da fuga às portagens da Via do Infante, não fazem prever durante os próximos meses melhorias nos dados fatídicos da sinistralidade rodoviária regional. O risco de acidentes é potenciado por uma EN 125 apinhada de trânsito e com longos tempos de viagem, numa estrada que por todas as suas ca-

entretanto, e desde o primeiro dia, os braços pela abolição das portagens é a Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI). Depois de uma reunião com António Costa, na passada semana, que frustrou as expectativas do movimento, a CUVI, considera que a posição do secretário-geral do PS foi menos forte do que estavam à espera. De acordo com a CUVI, António Costa “apenas prometeu que, caso fosse primeiro-ministro iria estudar os contratos da concessionária, com vista à suspensão das portagens, caso os mesmos fossem ruinosos ao erário público”. A CUVI promete continuar a luta pela abolição das portagens e “responsabilizando todos aqueles que as apoiam, PSD, CDS e PS”. O movimento tem já agendadas jornadas de protesto para amanhã 4 de Julho, data em que vão ser assinalados os locais fatídicos da EN 125 que provocaram vítimas mortais, entre a Guia e Vale Paraíso, para 17 de Julho, com a Marcha Internacional dos Revoltados “Portagens Fora”, pela EN 125 entre Castro Marim e Fonte de Boliqueime e para 19 de Julho através da participação no desfile de encerramento da concentração de motas de Faro.

DURANTE QUATRO DIAS

‘Mercado de Culturas… à Luz das Velas’ ilumina ruas de Lagoa LAGOA RECEBE, entre os próximos dias 9 e 12, no Convento de São José e ruas circundantes, a segunda edição do “Mercado de Culturas… à Luz das Velas”. Ao longo de quatro dias, das 17.30 às 00 horas, mais de 70 artesãos de várias culturas e religiões do mundo irão conviver em harmonia e mostrar aos mi-

lhares de visitantes as suas tradições, sabores, artes, vestimentas características, danças exóticas, especiarias e artefactos artesanais, na envolvência das suas tradições culturais milenares, algumas em vias de extinção. Este ano, a Cultura Judaica-Sefardita estará em destaque através de uma mercearia judai-

ca, um bar vínico e uma queijaria kosher, exposições de fotografia “Olhar sobre Israel” e pintura “Os Judeus em Portugal”, música judaica-sefardita (Jasmina Petrovic &Taltalim e Milo Ke Mandarini) e klezmer (Hristov), projeção do documentário “El Último Sefardi” e um workshop de dança sefardita.

Cada noite finalizará com uma “Klezparty”, na qual o público e músicos irão interagir ao som dos judeus “Ashkenazim”. Diariamente, o ponto alto do “Mercado de Culturas… à Luz das Velas” será o acendimento de dez mil velas, que desenharão 35 símbolos das diferentes culturas e religiões do mundo .

ANÚNCIO Processo: 165/15.7T8TVR Interdição / Inabilitação N/Referência: 97288524 Data: 25-05-2015 Requerente: Tavira – Procuradoria da Instância Local Requerido: Rafaela Estevão Machado Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a acção de Interdição/Inabilitação em que é requerido Rafaela Estevão Machado, com residência em domicílio: Rua Marechal Gomes da Costa R/c-A, 6-A, Santa Luzia, 8800-000 Tavira, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juíz de Direito, Dr Rogério da Silva e Sousa O Oficial de Justiça, Joan Santos Gonçalves de Sousa (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015) pub

Cartório Notarial em Tavira Notário Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em dezanove de Junho de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e trinta e sete e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e dois – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: MARIA ADELINA DE JESUS RODRIGUES ALEXANDRE, NIF 180784439, e marido MANUEL BERNARDINO ALEXANDRE RODRIGUES, NIF 136813453, ambos naturais do concelho de Tavira, ela da freguesia de Tavira (Santa Maria), e ele da freguesia de Cachopo, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Sítio de Vale Covo, 8800-213 Tavira, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem dos prédios rústicos a seguir identificados, sitos na União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira: Verba um: - Prédio rústico no sítio do Almude, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte com Marcelino Viegas e Manuel Custódio, do Nascente, Sul e Poente com José Custódio Rodrigues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41380, correspondente ao anterior artigo 40707 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área de três mil metros quadrados, com o valor tributável de vinte e um euros e oitenta e quatro cêntimos, igual ao atribuído; Verba dois: - Prédio rústico no sítio do Corgo Negro, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte com Marcelino Viegas, do Nascente com Manuel Custódio Guerreiro da Silva, e do Sul e Poente com Damião Viegas, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41383, correspondente ao anterior artigo 40710 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área de três mil e quinhentos metros quadrados, com o valor tributável de vinte e cinco euros e quarenta e nove cêntimos, igual ao atribuído; Verba três: - Prédio rústico no sítio da Passarias, que consta de terra de pastagem com diversas árvores, a confrontar de Norte com Herdeiros de José Rosa, do Nascente com Ribeiro, e do Sul e Poente com Manuel Domingos, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41385, correspondente ao anterior artigo 40712 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área de cinco mil metros quadrados, com o valor tributável de trezentos e setenta e um euros e vinte e seis cêntimos, igual ao atribuído. - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, por doação meramente verbal, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e quatro, e nunca reduzida a escritura pública feita pelos pais da outorgante mulher José Custódio Rodrigues e mulher Adelina Serafina de Jesus, ele já falecido, residentes no Sítio de Vale Covo, Tavira, tendo estes, por sua vez, adquirido estes imóveis por compra meramente verbal em vinte e sete de Outubro de mil novecentos e oitenta e nove, e também nunca reduzida a escritura pública, feita a Maria Idalina da Silva ou Maria Idalina da Silva Xavier, divorciada, já falecida, residente que foi no Monte dos Canocos, Bernardinheiro, Tavira, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, assim, justificam os referidos prédios, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam. Tavira, 19 de Junho de 2015. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 2/1329 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)


3 de Julho de 2015  |  5 pub

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas noventa, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, JOÃO MARTINS SIMÃO, NIF 153.650.761 e mulher MARIA DA ASCENSÃO MARTINS SIMÃO, NIF 124.877.095, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua João Rosa Beatriz, número 80, São Brás de Alportel, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: VERBA UM: Prédio sito em Barranco do Franjoso, Vale João Farto, Herdade de Cachopo, que consta de terra de pastagem e duas oliveiras, com a área de seiscentos metros quadrados, que confronta do norte com António Guerreiro, do sul com Manuel Martins, do nascente com Custódio Cavaco e do poente com Barranco do Franjoso, inscrito na matriz sob o artigo 19.242; VERBA DOIS: Prédio sito em Barranco do Franjoso, Vale João Farto, Herdade de Cachopo, que consta de terra de pastagem, cultura e um oliveira, com a área de duzentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com ribeiro, do sul e nascente com Custódio Cavaco e do poente com António Viegas, inscrito na matriz sob o artigo 19.237; VERBA TRÊS: Prédio sito em Barranco das Colmeias – Vale João Farto – Herdade de Cachopo, que consta de terra de pastagem, cultura e oito oliveiras, com a área de seis mil quinhentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte e sul com Manuel Joaquim, do nascente com Joaquim Inácio e do poente com José Inácio, inscrito na matriz sob o artigo 19.249; VERBA QUATRO: Prédio sito em Corgo da Vereda – Vale João Farto – Herdade de Cachopo, que consta de terra de cultura e uma oliveira, com a área de três mil cento e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Rodrigues Gomes, do sul e nascente com José Rodrigues e do poente com Manuel Joaquim, inscrito na matriz sob o artigo 19.275; VERBA CINCO: Prédio sito em Barranco da Navalha – Vale João Farto, que consta de pastagem, cultura, duas oliveiras e uma laranjeira, com a área de seiscentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com Maria José Rodrigues, do sul com Custódio Simão e outro, do nascente com Barranco da Navalha e do poente com Manuel Martins, inscrito na matriz sob o artigo 20.803; VERBA SEIS: Prédio sito em Vale Formoso, que consta de pastagem com três sobreiros, com a área de cento e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Inácio, do sul com caminho público, do nascente com Manuel Rodrigues Gomes e do poente com José Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 20.844;

VERBA SETE: Prédio sito em Barranco da Navalha – Vale João Farto, que consta de pastagem e cultura com duas laranjeiras, com a área de cento e oitenta metros quadrados, que confronta do norte e sul com Custódio Cavaco, do nascente com Manuel Rodrigues Gomes e do poente com Barranco da Navalha, inscrito na matriz sob o artigo 20.988; VERBA OITO: Prédio sito em Barranco da Navalha – Vale João Farto, que consta de pastagem e cultura com dois sobreiros, com a área de trezentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com António Ferro, do sul com António Viegas e outro, do nascente com José Viegas e outro e do poente com Barranco da Navalha, inscrito na matriz sob o artigo 20.996; VERBA NOVE: Prédio sito em Barranco da Navalha – Vale João Farto, que consta de pastagem, cultura e três oliveiras, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Francisco Brázida, do sul com Maria Dias Gonçalves Rodrigues, do nascente com Barranco da Navalha e do poente com Custódio Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 20.792; VERBA DEZ: Prédio sito em Vale da Zorra, que consta de pastagem e cultura com dez oliveiras e uma figueira, com a área de dois mil novecentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com João da Mata, do sul com Lucília da Assunção Gago, do nascente com Henrique Vicente e do poente com João Alves Vilão, inscrito na matriz sob o artigo 20.900; VERBA ONZE: Prédio sito em Lapa – Corte Pequena, que consta de pastagem, cultura com seis laranjeiras e dois sobreiros, com a área de quatrocentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte com Manuel de Brito Lopes, do sul com Manuel Rodrigues Gomes, do nascente com Custódio Cavaco e do poente com José Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 17.936; VERBA DOZE: Prédio sito em Portela Baixa – Herdade de Cachopo, que consta de pastagem com uma oliveira e uma figueira, com a área de cinco mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte e nascente com Manuel Joaquim, do sul com José Rodrigues Fernandes e do poente com Manuel António Baltazar, inscrito na matriz sob o artigo 18.873. Que adquiriram os prédios por meio de partilha amigável e verbal e nunca reduzida a escritura pública, efectuada no ano de mil novecentos e noventa e quatro, em data que não podem precisar, já no estado de casados, por óbito dos pais da justificante mulher João Martins e Serafina de Jesus, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO916/2015 Factura nº. 0923 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

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Cartório Notarial em Tavira Notário Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e nove de Agosto de dois mil e doze, exarada a folhas quatro e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Trinta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria): - CLAIRE ELIZABETH PHILLIPS, solteira, maior, contribuinte fiscal número 237579600, natural de Inglaterra, de nacionalidade britânica, residente em Aceifão, caixa postal 266-C, Corte do Vidreiro, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, declarou: - Que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de pastagem com árvores, com a área de três mil duzentos e setenta metros quadrados, sito em Aceifão, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, que confronta do Norte com Manuel Martins, do Sul com caminho, do Nascente com António Estevens e do Poente com João Cavaco, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 8754, com o valor patrimonial tributário de 169,57 €, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

- Que este prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, por compra meramente verbal feita a Manuel Ventura Martins e mulher Vitalina Martins, residentes em Várzea do Vinagre, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, nunca chegando a outorgar a respectiva escritura, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo do prédio em seu nome. - Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser titular do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – amanhando a terra, tratando das árvores, nele pastando os animais, e dele retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO, o que invoca. Tavira, 29 de Agosto de 2012. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 7/1264 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

região

Lei seca para os jovens já está em vigor Multas podem ir até aos 30 mil euros d.r.

Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

JÁ ESTÁ EM VIGOR desde a passada quarta-feira a nova legislação sobre disponibilização de bebidas alcoólicas aos consumidores, instituindo em Portugal uma verdadeira ‘lei seca’ para os menores de 18 anos. A principal inovação do diploma aprovado em Conselho de Ministros está na proibição da disponibilização de todas as bebidas alcoólicas, espirituosas ou não, a menores de 18 anos, enquanto no regime anterior os menores de 18 anos mas maiores de 16 podiam ter acesso a bebidas alcoólicas não espirituosas, por exemplo o vinho e a cerveja. A proibição aplica-se a locais “públicos e locais abertos ao público” e é reforçada em alguns casos com uma proibição total de disponibilização de bebidas alcoólicas, nomeadamente, nas cantinas, bares e outros estabelecimentos de restauração ou de bebidas, acessíveis ao público, localizados nos estabelecimentos de saúde; nas máquinas automáticas; nos postos de abastecimento de combustível localizados nas auto-estradas ou fora das localidades e em qualquer estabelecimento, entre as 0 e as 8 horas, com excepção dos estabelecimentos comerciais de restauração ou de bebidas, dos estabelecimentos situados em portos e aeroportos em local de acessibilidade reservada a passageiros e dos estabelecimentos de diversão nocturna e análogos. A lei estabelece a obrigatoriedade de os estabelecimentos terem afixadas “de forma visível” as proibições através de “aviso impresso em caracteres facilmente legíveis e sobre fundo contrastante”. AS MULTAS A fiscalização da

aplicação da nova legislação cabe à Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), à PSP e à GNR, bem como às demais autoridades a quem a lei confira poderes para o efeito e as coimas podem variar entre 500 e 3.740 euros para pessoas singulares e entre 2.500 e 30

ÔÔ Nova lei proíbe venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos mil euros, no que respeita a pessoas colectivas, para quem viole a proibição de disponibilização de bebidas alcoólicas. Já para quem não tenha afixado o aviso de proibição nos termos da lei, a multa pode variar entre 500 e 1.500 euros, se o infractor for uma pessoa singular, e entre 1.500 e 5.500 euros, se o infractor for uma pessoa colectiva. As multas revertem em 60% para o Estado, 25% para os cofres da ASAE e 15% para os cofres da autoridade que levante o auto de notícia da infracção.

AS REGRAS SOBRE OS RECIPIENTES ONDE SE DISPONIBILIZAM AS BEBIDAS ALCOÓLICAS Quanto aos recipientes

em que se servem as bebidas alcoólicas, a legislação determina que a disponibilização em sala ou recinto de espectáculo, independentemente da sua natureza permanente ou temporária, acidental ou improvisada, nomeadamente em arraiais populares, concertos musicais ou festas académicas, é obrigatoriamente realizada em recipiente de material leve e não contundente. A excepção a esta regra está prevista para os recintos fixos de espectáculos de natureza artística, onde simultaneamente se desenvolvam actividades de restauração ou de bebidas, designadamente casas de fado, cafés-teatro e salas de espectáculos de casinos. De fora da obrigação de utilização de recipientes leves e não

contundentes ficam também os recintos de espectáculos em que se realizem feiras, quando exista uma área reservada exclusivamente à prestação de serviços de restauração e bebidas, ou em mostras e acções de degustação realizadas em áreas delimitadas para o efeito.

BEBIDAS SERVIDAS PARA CONSUMO FORA DOS ESTABELECIMENTOS Para se servirem to-

das e quaisquer bebidas para consumo fora do espaço licenciado para a actividade de quem disponibiliza a bebida, a legislação obriga sempre ao uso de recipientes de material leve e não contundente quando se trate de estabelecimentos comerciais de restauração ou de bebidas e de diversão nocturna e análogos, bem como, de “recintos fixos de espectáculos de natureza artística onde simultaneamente se desenvolvam actividades de restauração ou de bebidas, designadamente casas de fado, cafés-teatro e salas de espectáculos de casinos, nem aos recintos de espectáculos em que se realizem feiras, quando exista uma área reservada exclusivamente à prestação de serviços de restauração e bebidas, ou em mostras e acções de degustação realizadas em áreas delimitadas para o efeito”. O não cumprimento das regras relativas a recipientes implica multas de 500 a 3.740 euros para pessoas singulares e de 2.500 a 30 mil euros, no que respeita a pessoas colectivas.


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região

UAlg dá cartas na investigação marinha pág. 9

Variante a Lagos poupa mais de 10 quilómetros a quem usa a EN 125 Ponte D. Maria II reaberta ao trânsito no final de Julho Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

A VARIANTE A LAGOS inserida

na requalificação da EN 125 - na parte que depois da renegociação se manteve dentro da área de intervenção da empresa Rotas do Algarve Litoral (subconcessionária) - abriu ao trânsito na passada quarta-feira. Esta ligação permite que o trânsito da EN 125 que atravessava Lagos de Este para Oeste e vice-versa se passe a fazer sem percorrer todo o miolo urbano da cidade, encurtando a travessia de Lagos em cerca de 10,5 quilómetros. Para tanto investiram-se perto de 3,5 milhões de euros na construção da nova variante que une, numa extensão de cerca de 1,5 quilómetros (assinalados a preto no mapa), a rotunda do Modelo à Rotunda da Praia da Luz, atravessando toda a extensão do Vale da

Fonte Coberta. A variante garante ainda ligação à Via do Infante de forma mais eficiente para quem chega a Lagos vindo de Vila do Bispo, uma vez que se encontra ligada à rotunda intermédia do acesso à A22. A ligação da nova variante à rotunda da Marina de Lagos e à EN 125 em direcção a Portimão faz-se agora a partir da rotunda do Modelo através da Avenida da Fonte Coberta (assinalada a verde no mapa), passando pela rotunda da Caravela. A azul no mapa os troços da EN 125 já existentes e que a nova variante agora liga de forma mais eficiente para o atravessamento de Lagos.

OBRA “SÓ PECA POR TARDIA” Joaquina Matos, presidente da Câmara de Lagos, em declarações ao POSTAL, sublinha “a importância da variante para os residentes em Lagos e nas povo-

d.r.

ações circundantes” e sublinha que “a obra apenas peca por tardia”. A autarca esclarece que “a abertura da via não significa o fim dos trabalhos, que ainda decorrem relativamente a situações de pormenor”. O destaque da autarca vai ainda para o efeito desta obra na mobilidade para a cidade de Lagos e para o trânsito de atravessamento.

PONTE D. MARIA II REABRE EM FINAIS DE JULHO Outra novida-

de avançada pela autarca ao POSTAL é a abertura da Ponte D. Maria II ao trânsito no final deste mês, reforçando as condições de travessia da Ribeira de Bensafrim dentro do perímetro urbano. A edil diz que no âmbito da requalificação da EN 125 vão ainda ser construídas no concelho duas rotundas de acesso ao Chinicato e ao Sargaçal. PUB

Cartório Notarial em Tavira Notário Bruno Torres Marcos

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em dezanove de Junho de dois mil e quinze, exarada a folhas cento e trinta e cinco e seguinte do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e dois – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: MANUEL JOSÉ DE JESUS RODRIGUES, NIF 181048639, e mulher FERNANDINA PEREIRA TEIXEIRA RODRIGUES, NIF 181048647, ambos naturais da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Sítio de Vale Covo, 8800-213 Tavira, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem dos prédios rústicos a seguir identificados, sitos na União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira: Verba um: - Prédio rústico no sítio do Almude, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte com José Bento, Nascente com José Custódio Rodrigues e outros, Sul e Poente com Marcelino Viegas, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41381, correspondente ao anterior artigo 40708 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com a área de cinco mil metros quadrados, com o valor tributável de 36,41€, igual ao atribuído. Verba dois: - Prédio rústico no sítio do Corgo das Colmeias, que consta de terra de pastagem, a confrontar de Norte e Poente com José Jacinto, do Sul com Manuel Viegas Martins e do Nascente com José Martins, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 41382, correspondente ao anterior artigo 40709 da extinta freguesia de Tavira (Santa

Maria), com a área de mil e oitocentos metros quadrados, com o valor tributável de 12,11€, igual ao atribuído. - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, por doação meramente verbal, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e quatro, e nunca reduzida a escritura pública feita pelos pais do outorgante marido José Custódio Rodrigues e mulher Adelina Serafina de Jesus, ele já falecido, residentes no Sítio de Vale Covo Tavira, tendo estes, por sua vez, adquirido estes imóveis por compra meramente verbal em vinte e sete de Outubro de mil novecentos e oitenta e nove, e também nunca reduzida a escritura pública, feita a Maria Idalina da Silva ou Maria Idalina da Silva Xavier, divorciada, já falecida, residente que foi no Monte dos Canocos, Bernardinheiro, Tavira, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, assim, justificam os referidos prédios, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam. Tavira, 19 de Junho de 2015. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 2/1328 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

ÔÔA preto a nova variante que liga a Rotunda do Modelo à rotunda da Praia da Luz atravessando o Vale da Fonte Coberta pub


8  |  3 de Julho de 2015

REGIÃO

Olhão inaugura Fábrica do Queijo Jovem empreendedora inova na cidade d.r.

A CIDADE DE OLHÃO tem um

novo espaço de produção de queijos, a Fábrica do Queijo, em plena Avenida da República. Tal como o nome indica, aqui fabrica-se diariamente queijo de cabra fresco, mas também iogurtes artesanais e leite de soja sem aditivos. Os queijinhos frescos são a especialidade da casa, simples ou com aromas para todos os gostos. A jovem empreendedora responsável pela produção é Ana Gancho, uma engenheira zootécnica com dez anos de experiência noutras queijarias da região. Aos 34 anos lança-se por conta própria e inova, trazendo para a cidade o conceito tradicional de fabrico de queijo fresco. Para além dos produtos lácteos fabricados in loco, com leite

ÔÔ A empresária Ana Gancho de cabra da região do Algarve, a Fábrica do Queijo comercializa outros produtos “gourmet”, como enchidos, patés, azeites, compotas e vinhos, apostando numa selecção de marcas que primam pela qualidade. A Fábrica do Queijo está aberta de terça-feira a sexta-feira, entre as 10 e as 19 horas, e aos sábados das 9 às 13.

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MÚSICA

Moncarapacho recebe Monjazz COMEÇA JÁ AMANHÃ e promete animar o fim-de semana em Moncarapacho o conjunto de concertos que integra o Monjazz. As sonoridades do jazz vão invadir os espaços do largo da junta de freguesia e o largo da Igreja Matriz da vila. No sábado, pelas 21.45 horas, actua a Big Band do Algarve e no domingo, às 19.45 horas, é a vez de “Os descaroçados”, em dois dias que garantem boa música e razões de sobra para passar por Moncarapacho. A iniciativa, da União das Juntas de Freguesia de Moncarapacho e Fuseta, é mais uma aposta do executivo liderado por Manuel Carlos de Sousa, na oferta de animação e música, depois de ter sido a primeira Junta de freguesia da região a celebrar um protocolo para espectáculos de música clássica com a Orquestra Clássica do Sul.

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRA Edital nº. 37/2015 Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira. TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 23 de junho de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 134/2015/CM, referente a Sociedade da Banda de Tavira - Adenda ao Protocolo de colaboração celebrado em 2015; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 135/2015/CM, referente a Atribuição de Apoio à Associação Almadrava - Rede Cultural e Social de Santa Luzia; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 136/2015/CM, referente a Revogação parcial do apoio atribuído ao G.A.T.O - Grupo de Ajuda a Toxicodependentes - Proposta n.º 34/2015/CM; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 137/2015/CM, referente a atribuição de apoio à Federação de Caçadores do Algarve - 20.ª Feira de Caça, Pesca e do Mundo Rural; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 138/2015/CM, referente a Associação para o Desenvolvimento Integrado da Baixa de Tavira - Verão em Tavira - Redução de Taxas; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 139/2015/CM, referente a Carlos António Conceição Reis - Obras Coercivas no âmbito do Despacho n.º 161/2005 - Anulação de receita; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume

Paços do Concelho, 23 de junho do ano 2015 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

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8 - DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO, NOS TERMOS DO N.º 6 DO ARTIGO 81.º DO CCP O adjudicatário deve apresentar os documentos de habilitação, previstos no nº 1 art.º 81º do CCP e os exigidos no ponto 20 do Programa do Procedimento. 9 - ACESSO ÀS PEÇAS DO CONCURSO E APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE TAVIRA

Anúncio de procedimento n.º 3518/2015 MODELO DE ANÚNCIO DO CONCURSO PÚBLICO 1 - IDENTIFICAÇÃO E CONTACTOS DA ENTIDADE ADJUDICANTE NIF e designação da entidade adjudicante:

Edital

505176300 - Águas do Algarve, S.A.

JOSÉ OTÍLIO PIRES BAÍA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira. TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 22 de Junho de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

Serviço/Órgão/Pessoa de contacto: Maria Isabel Fernandes da Silva Soares, Administradora Endereço: Rua do Repouso, n.º 10 Código postal: 8000 302 Localidade: Faro Telefone: 00351 289899070 Fax: 00351 289899079 Endereço Eletrónico: geral@aguasdoalgarve.pt

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 100/2015/CM, referente ao Regulamento e Tabela de Taxas Alteração; 2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 113/2015/CM, referente à Prestação de contas consolidadas - 2014; 3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 119/2015/CM, referente à Atribuição de Medalhas Municipais de Mérito e de Bons Serviços e Dedicação; 4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 122/2015/CM, referente ao Concurso público para concessão do direito de ocupação e exploração de lojas no Mercado Municipal de Tavira; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 123/2015/CM, referente ao Concurso público para concessão do direito de ocupação e exploração de lojas no edifício do Mercado da Ribeira;

2 - OBJETO DO CONTRATO Designação do contrato: Elaboração de Procedimentos de Contratação Pública para Reabilitação de Instalações de Elevação e Tratamento. Descrição sucinta do objeto do contrato: O objeto do presente procedimento compreende a elaboração dos documentos técnicos e técnico-jurídicos necessários à contratação de empreitadas para pequenas intervenções a realizar em instalações de elevação e tratamento, dos Sistemas Multimunicipais geridos pela Águas do Algarve, SA, as quais padecem de algumas patologias ou necessitam de melhorias hidráulicas e de construção civil, de forma a cumprir adequadamente a sua função, através da observância das regras da contratação pública, definidas pelo Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiros e suas posteriores alterações e republicações. Tipo de Contrato: Aquisição de Serviços

9.1 - Consulta das peças do concurso Designação do serviço da entidade adjudicante onde se encontram disponíveis as peças do concurso para consulta dos interessados: Direção de Infraestruturas - Departamento de Engenharia Endereço desse serviço: Rua do Repouso, n.º 10 Código postal: 8000 302 Localidade: Faro Endereço Eletrónico: geral@aguasdoalgarve.pt 9.2 - Meio eletrónico de fornecimento das peças do concurso e de apresentação das propostas Plataforma eletrónica utilizada pela entidade adjudicante: http://www.vortalgov.pt Preço a pagar pelo fornecimento das peças do concurso: 100,00 EUR (cem euros), acrescidos do IVA à taxa em vigor. O pagamento das peças do procedimento deverá ser efectuado por transferência bancária para a conta da ÁGUAS DO ALGARVE, S.A. com o NIB: 0019 0027 0020 0018 548 71 10 - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS OU DAS VERSÕES INICIAIS DAS PROPOSTAS SEMPRE QUE SE TRATE DE UM SISTEMA DE AQUISIÇÃO DINÂMICO Até às 18:00 do 22 º dia a contar da data de envio do presente anúncio 11 - PRAZO DURANTE O QUAL OS CONCORRENTES SÃO OBRIGADOS A MANTER AS RESPETIVAS PROPOSTAS 90 dias a contar do termo do prazo para a apresentação das propostas 12 - CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO Proposta economicamente mais vantajosa Fatores e eventuais subfatores acompanhados dos respetivos coeficientes de ponderação: 1) Preço Global - 40% 2) Qualidade Técnica da Proposta - 60%

6. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 124/2015/CM, referente ao Regulamento dos Períodos de Funcionamento dos Estabelecimentos Comerciais e de Prestação de Serviços do Concelho de Tavira - Versão Final;

Valor do preço base do procedimento 134.000.00 EUR Classificação CPV (Vocabulário Comum para os Contratos Públicos)

14 - IDENTIFICAÇÃO E CONTACTOS DO ÓRGÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 127/2015/CM, referente à E9-Emp/14 - Empreitada de Reabilitação e Recuperação do edifício da antiga Segurança Social - Futuras instalações municipais - Compromisso Plurianual;

Objeto principal

Designação: Águas do Algarve, S.A.

Vocabulário principal: 71318000

Endereço: Rua do Repouso, n,.º 10

Valor: 134.000.00 EUR

Código postal: 8000 302

3 - INDICAÇÕES ADICIONAIS

Localidade: Faro

O concurso destina-se à celebração de um acordo quadro: Não

Endereço Eletrónico: geral@aguasdoalgarve.pt

O concurso destina-se à instituição de um sistema de aquisição dinâmico: Não

Prazo de interposição do recurso: 5 dias

É utilizado um leilão eletrónico: Não

15 - DATA DE ENVIO DO ANÚNCIO PARA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 128/2015/CM, referente à 10-Emp/15 - Reparação do CM 1231 entre Fuzeta e Cintados (até ao limite do Concelho) e Compromisso Plurianual; 9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 130/2015/CM, referente à Atribuição de apoios às freguesias de Santa Luzia, Conceição e Cabanas de Tavira, no âmbito das festas tradicionais de verão 2015.

É adotada uma fase de negociação: Não

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume

4 - ADMISSIBILIDADE DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS VARIANTES: Não 6 - LOCAL DA EXECUÇÃO DO CONTRATO Faro País: PORTUGAL

Paços do Concelho, aos 22 dias do mês de junho do ano 2015 O Presidente da Assembleia Municipal, José Otílio Pires Baia (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

2015/06/08 16 - O PROCEDIMENTO A QUE ESTE ANÚNCIO DIZ RESPEITO TAMBÉM É PUBLICITADO NO JORNAL OFICIAL DA UNIÃO EUROPEIA: Não 17 - OUTRAS INFORMAÇÕES

Distrito: Faro

Nos termos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 27º do CCP, existirá possibilidade de adoção de Ajuste Direto.

Concelho: Faro

Regime de contratação: DL nº 18/2008, de 29.01

Código NUTS: PT150

18 - IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR DO ANÚNCIO

7 - PRAZO DE EXECUÇÃO DO CONTRATO

Nome: Maria Isabel Fernandes da Silva Soares

Restantes contratos

Cargo: Administradora

Prazo contratual de 180 dias a contar da celebração do contrato

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3 de Julho 2015  |  9 pub

região

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA pub

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas noventa e sete, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ANTÓNIO FERNANDES MARTINS, NIF 168.550.539, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e mulher ANTÓNIA CARDEIRA MARTINS FERNANDES, NIF 168.550.520, natural da referida freguesia de Cachopo, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua José Sousa Carrusca, número 7, 2.º Esq.º, Faro, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: VERBA UM: Prédio sito em Sanfalhinho, que consta de terra cultura, pastagem e uma oliveira, com a área de noventa metros quadrados, que confronta do norte com ribeiro, do sul com Francisco Mendes, do nascente com Manuel Rodrigues e do poente com Valentim Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.565; VERBA DOIS: Prédio sito em Hortinha de Cima, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de noventa metros quadrados, que confronta do norte com António Martins Ramos, do sul com herdeiros de António Dias, do nascente com Augusto Conceição e do poente António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.729; VERBA TRÊS: Prédio sito em Várzea da Oliveira, que consta de terra de cultura, pastagem e uma oliveira, com a área de trezentos metros quadrados, que confronta do norte com caminho, do sul com ribeiro, do nascente com Valentim Fernandes e do poente com herdeiros de António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.624; VERBA QUATRO: Prédio sito em Cerca da Corga, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de duzentos metros quadrados, que confronta do norte e nascente com António Fernandes, do sul com António Gonçalves e do poente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 8.783; VERBA CINCO: Prédio sito em Corgo do Curral, que consta de cultura e pastagem, com a área de novecentos metros quadrados, que confronta do norte e nascente com Rosaria Maria, do sul com António Fernandes e do poente com Manuel Jacinto, inscrito na matriz sob o artigo 7.904; VERBA SEIS: Prédio sito em Horta Nova, que consta de pastagem, com a área de cento e noventa metros quadrados, que confronta do norte, sul e poente com António Fernandes e do nascente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 8.766; VERBA SETE: Prédio sito em Corgo do Curral, que consta de cultura e pastagem, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com Francisco Fernandes, do sul com caminho público, do nascente com Augusto da Conceição e do poente com herdeiros de Manuel J. Martins, inscrito na matriz sob o artigo 7.905; VERBA OITO: Prédio sito em Várzea da Oliveira, que consta de cultura, pastagem e uma oliveira, com a área de trezentos metros quadrados, que confronta do norte com Custódio Martins, do sul com ribeiro, do nascente com herdeiros de António Fernandes e do poente com Custódio D. Martins, inscrito na matriz sob o artigo 8.621; VERBA NOVE: Prédio sito em Soureiras, que consta de pastagem, com a área de mil quinhentos e noventa metros quadrados, que confronta do norte com João Júlio, do sul com caminho, do nascente com José Teixeira e do poente com Manuel Jacinto, inscrito na matriz sob o artigo 7.961; VERBA DEZ: Prédio sito em Cerca de Cima, que consta de pastagem, com a área de trezentos metros quadrados, que confronta do norte com António Gonçalves e outros, do sul e nascente com ribeiro e do poente com herdeiros de António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.642. Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Francisco Mendes e mulher Maria Serafina, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Mealha, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco

Câmara Municipal de Tavira Edital nº 36/2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 12 de junho de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 112/2015/CM, referente a 7ª. e 8.ª alterações ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano;

União Europeia financia AtlantOS com cerca de 20 milhões de euros d.r.

2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 113/2015/CM, referente a prestação de contas consolidadas – 2014; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 114/2015/ CM, referente a atribuição de apoios anuais às associações culturais e recreativas – 2015; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 115/2015/ CM, referente a atribuição de apoio à Federação de Caçadores do Algarve - 20.ª Feira de Caça, Pesca e do Mundo Rural; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 116/2015/ CM, referente a atribuição de apoio ao Rotary Clube de Tavira e redução de taxas; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 117/2015/ CM, referente a atribuição de apoio à Associação IN LOCO - “Festival Internacional SlowMed”; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 118/2015/ CM, referente às atribuições de apoios ao abrigo do RMAAD; 8. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 119/2015/CM, referente a atribuição de Medalhas Municipais de Mérito e de Bons Serviços e Dedicação; 9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 120/2015/ CM, referente a 4.ª alteração ao Sistema de Controlo Interno; 10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 121/2015/CM, referente a retificação à proposta n.º 76/CM/2015 - Protocolo para assegurar a constituição do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais - DECIF - Ano 2015; 11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 122/2015/ CM, referente ao Concurso público para concessão do direito de ocupação e exploração de lojas no Mercado Municipal de Tavira; 12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 123/2015/ CM, referente ao concurso público para concessão do direito de ocupação e exploração de lojas no edifício do Mercado da Ribeira; 13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 124/2015/ CM, referente ao Regulamento dos Períodos de Funcionamento dos Estabelecimentos Comerciais e de Prestação de Serviços do Concelho de Tavira - Versão Final; 14. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 125/2015/ CM, referente ao parecer prévio vinculativo para celebração de contrato de aquisição de serviços para conceção e produção museográfica de uma exposição itinerante da Dieta Mediterrânica; 15. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 126/2015/ CM, referente ao parecer prévio vinculativo para celebração de contrato de aquisição de serviços no âmbito da revisão do PDM de Tavira; 16. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 127/2015/ CM, referente a E9-Emp/14 - Empreitada de Reabilitação e Recuperação do edifício da antiga Segurança Social - Futuras instalações municipais - Compromisso plurianual; 17. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 128/2015/ CM, referente a 10-Emp/15 - Reparação do CM 1231 entre Fuzeta e Cintados (até ao limite concelho) - Compromisso plurianual; 18. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 129/2015/ CM, referente a E65/09/CP - Empreitada de Construção do Centro Escolar da Horta do Carmo (EB1 JI) - Liberação de 30% das cauções - Decreto-Lei n.º 190/2012, de 22 de agosto; 19. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 130/2015/ CM, referente a atribuição de apoios às freguesias de Santa Luzia, Conceição e Cabanas de Tavira, no âmbito das festas tradicionais de verão 2015; 20. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 131/2015/ CM, referente a atribuição de apoios à Associação José Afonso; 21. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 132/2015/ CM, referente a atribuição de apoio anual à Associação para o Desenvolvimento Integrado da Baixa de Tavira - UAC Tavira; 22. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 133/2015/CM, referente a E35/10/CP - Parque Verde do rio Séqua - Auto de receção provisória, mapa de situação dos trabalhos e conta final; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teorque vão ser afixados nos lugares de costume.

Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Paços do Concelho, 12 de junho do ano 2015

Conta registada sob o nº. PAO917/2015 Factura nº. 0924.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

(POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

UAlg dá cartas na investigação marinha

Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

ÔÔ Equipa da UAlg vai desenvolver trabalho na costa algarvia

ATLANTOS, um dos maiores e mais ambiciosos projectos europeus de investigação marinha das últimas décadas, foi apresentado recentemente em Bruxelas. Contando com 62 parceiros, de 18 países, entre os quais a Universidade do Algarve, este projecto pretende definir a estrutura geral do novo sistema de observação oceânico europeu, desenvolvendo observações in-situ e sistemas de previsão para uma melhor gestão e exploração sustentável dos recursos marinhos. A União Europeia financia o AtlantOS como parte do programa-quadro “Horizonte 2020”, com cerca de 20 milhões de euros, durante um período de quatro anos. O projecto é coordenado pelo Geomar Helmholtz Centre for Research Oceano Kiel. A primeira reunião contou com a presença de Sigi Gruber, directora da DG Investigação e Inovação, Comissão Europeia, Bélgica, e de Ricardo Serrão Santos, deputado do Parlamento Europeu e membro Comissão das Pescas. Segundo Sigi Gruber, “AtlantOS é um projecto ‘bandeira’ no universo do H2020, com um financiamento recorde na área do mar, dando corpo à declaração de Galaway ao incluir países como EUA, Canadá, Brasil, Argentina e África do Sul”. A iniciativa tem como parceiros universidades, empresas e institutos, que representam o que melhor se faz a nível mundial em observação e previsão oceânica. No que respeita à participação

da UAlg, esta centra-se na demonstração de produtos finais para os utilizadores, tendo em conta a componente dos derrames de hidrocarbonetos. Neste âmbito, investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da UAlg irão desenvolver sistemas de previsão e mapas de risco dinâmico de derrames de hidrocarbonetos, cruzando simulações hidrodinâmicas com as rotas dos navios, utilizando, para isso, os dados europeus disponíveis para todo o Atlântico. Este conceito será aplicado a todo o oceano, numa óptica de demonstração. A costa do Algarve terá um tratamento especial visto já existir muito trabalho de base desenvolvido pela equipa para esta região. Segundo Flávio Martins, docente e investigador responsável pela coordenação deste projecto na UAlg, “os resultados finais do AtlantOS transcendem em muito as questões locais. Contudo, as mais-valias são garantidas pelo facto de termos uma equipa da UAlg no projecto que transferirá o conhecimento para a região”. Paralelamente, a mesma equipa de investigação está a desenvolver um sistema de previsão marítima da costa do Algarve (SOMA), com valências não só na previsão do risco de derrames de hidrocarbonetos, mas também de outras aplicações para a economia local: aquacultura, pescas, turismo náutico, ecoturismo, ambiente, entre outras.


10  |  3 de Julho de 2015

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Vem por este meio, o Cabeça de Casal da Herança de António Cristóvão Rodrigues, comunicar aos confinantes que é sua intenção alienar o prédio misto sito em Barrocal de Apra, Freguesia de S.Clemente, Concelho de Loulé, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o nº 11780/20150225 da referida freguesia e inscrito na matriz, a parte urbana sob o artº U-2052 e a parte rústica sob o artº 2873, a Christian Von Bergen, residente na Suiça. A compra e venda concretizar-se-á de acordo com os seguintes termos e condições: 1- O preço global a pagar pelos adquirentes pela compra e venda dos imoveis supra mencionados, é de euros 120.000.00(cento e vinte mil euros ). 2- O preço deverá ser pago parcialmente na celebração do contrato promessa e/ou o remanescente na integra com a assinatura da escritura de compra e venda por meio de cheque bancário ou visado. 3- A escritura de compra e venda será outorgada no dia 15 de Julho em Cartório Notarial no Algarve a indicar pelos vendedores. 4- É condição essencial do negócio jurídico visado a alienação do prédio rústico conjuntamente com o urbano pelo preço global acima definido. Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes, pronunciarem-se se pretendem ou não exercer o direito de preferência que lhes assiste no prazo máximo de 8(oito) dias contados da publicação do presente anúncio, nos termos indicados, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto do Código Civil . Caso pretendam exercer o direito de preferência, devem enviar comunicação escrita para a Avenida José da Costa Mealha, 104-A, 3ºDtº, 8100-501 Loulé ou contactar através do número de telefone 289 412 650. (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA

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Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas cem, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, JOSÉ RODRIGUES CAVACO, NIF 123.137.802 e mulher MARIA SERAFINA BARÃO CAVACO, NIF 182.451.801, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua de Faro, número 17, Estói, Faro, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico , composto por terra de pastagem com quatro sobreiros, com a área de dezanove mil cento e vinte metros quadrados, que confronta do norte com Manuel João, do sul com David Gomes e outros, do nascente com José Horta e do poente com Custódio Simão, sito em Corgo Fundo, Corte Pequena, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, inscrito na matriz sob o artigo 18.014, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriram o prédio em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a João da Mata, solteiro, maior, residente que foi em Vale João Farto, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira. Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo dos mesmo, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO918/2015 Factura nº. 0925 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

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962 406 031 MARIA NOÉMIA MARTINS SERRA BAPTISTA 16-04-1933 / 13-06-2015

AGRADECIMENTO

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas noventa e cinco, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ANTÓNIO JOAQUIM PEREIRA, NIF 159.270.944, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e mulher MARIA DA GRAÇA NOGUEIRA PEREIRA JOAQUIM, NIF 137.218.273, natural da freguesia de Ameixial, concelho de Loulé, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no sitio da Mealha, Caixa Postal 916-Z, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: VERBA UM: Prédio sito em Barranco dos Mouros, Mealha – Cachopo, que consta de terra cultura com uma oliveira, com a área de cento e trinta metros quadrados, que confronta do norte com Henrique Rodrigues, do sul com Custódio da Luz Brás e outros, do nascente e poente com José Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 19.530; VERBA DOIS: Prédio sito em Horta da Ribeira Abaixo, Mealha, Cachopo, que consta de terra cultura com uma oliveira, com a área de cento e quarenta metros quadrados, que confronta do norte com José Gonçalves, do sul com ribeirinha, do nascente com Manuel José e do poente com Manuel Joaquim, inscrito na matriz sob o artigo 19.726; VERBA TRÊS: Prédio sito em Barranco dos Mouros, Mealha, Cachopo, que consta de terra de cultura com duas oliveiras, com a área de cento e sessenta metros quadrados, que confronta do norte com Henrique Rodrigues, do sul e nascente com Custódio da Luz Brás e outros e do poente com José Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 19.532; VERBA QUATRO: Prédio sito em Horta da Ribeira Abaixo, Mealha, Cachopo, que consta de terra de pastagem e cultura com uma oliveira, com a área de trezentos e sessenta metros quadrados, que confronta do norte com José Gonçalves, do sul com ribeirinha, do nascente com Isaltina Guerreiro da Palma e do poente com Manuel Joaquim, inscrito na matriz sob o artigo 19.722. Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Francisco Brasida e mulher Maria Inácia, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio das Madeiras, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015|

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 Faro Telef.: 289 820 850 | Fax: 289 878 342 dbf@advogados.com.pt | www.advogados.com.pt

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

CONCEIÇÃO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

MARIA TERESA VALENTE 29-07-1931 / 13-06-2015

MARCOLINA MARIA BENTO 24-01-1929 / 15-06-2015

MARIA INÁCIA VALENTE 03-05-1923 / 20-06-2015

A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3) Conta registada sob o nº. PAO920/2015 Factura nº. 0927 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015)

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

Santos & Bárbara, Lda FUNERAIS - CREMAÇÕES - TRASLADAÇÕES PARA TODO O PAÍS E ESTRANGEIRO

Tel. : 281 323 205 - Fax: 281 323 514 • 965 484 819 / 917 764 557 ATENDIMENTO PERMANENTE - OFERTA DE ANÚNCIO DE NECROLOGIA E CARTÕES MEMÓRIA Artigos Funerários e Religiosos / Catálogo de Lápides e Campas


O POSTAL Tiragem desta edição:

8.431 exemplares

regressa no dia 24 de Julho

Festival do Caracol anima Castro Marim Diversão e muito ritmo num evento dedicado aos nossos ‘lentos amigos’ d.r.

ESTE FIM-DE-SEMANA OS AMANTES DOS PETISCOS, em

especial os que gostam de caracóis, vão poder dar asas ao desejo de se banquetearem com o tradicional prato algarvio, mas também à vontade de provar os nossos ‘lentos amigos’ em inovadoras receitas. De 3 a 5 de Julho, Castro Marim vai receber o já incontornável Festival do Caracol, recheado de animação e bom convívio. Cerveja a acompanhar e a festa está pronta para acolher, uma vez mais, milhares de visitantes na colina do Revelim de Santo António. Entre as novidades anunciadas pela autarquia, que assume a organização do evento, está o “Çahroi”, um folhado com re-

ÔÔ Festival vai atrair milhares de apreciadores do afamado petisco cheio de caracol que promete surpreender e deliciar os convivas, mesmo os mais exigentes e sofisticados. Afonso Dias e Teresa Silva

dão música ao primeiro dia do festival, com os Fado Lélé a garantirem a animação no sábado e os D’Alambre a assumirem a ‘despesa’ musical de domingo.

Pelo meio muita animação de rua, com os Al Fanfare, a Banda às Riscas e Mato Bravo, com A Charola do Burrinho e Ao Luar a ajudarem à festa. Chefes de cozinha de renome, propostas gastronómicas e de doçaria variadas completam a oferta de um certame que tem já créditos firmados e mais do que merecidos por terras de Castro Marim. De acordo com a autarquia: “afirmar Castro Marim como destino dos melhores caracóis do Algarve e potenciar os produtos tradicionais, a cozinha e a cultura mediterrânicas é o grande objetivo da autarquia com a realização do Festival Internacional do Caracol”.

última pub

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Junho de dois mil e quinze, a folhas oitenta e oito, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e seis – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, MARIA DE LURDES TEIXEIRA DOS SANTOS, NIF 210.047.852, viúva, natural da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, residente em Graínho, Cachopo, Tavira, declarou: Que, com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora dos seguintes prédios urbanos, ambos sitos em Monte do Graínho, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: VERBA UM: Prédio composto por edifico de rés-do-chão com dois compartimentos, com a área de quarenta e um metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Baltazar Teixeira, do sul com caminho público, do nascente e poente com herdeiros de Manuel Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo 917; VERBA DOIS: Prédio composto por edifico de rés-do-chão com um compartimento, com a área de vinte e oito metros quadrados, que confronta do norte e poente com caminho público, do sul com herdeiros de Custódio Domingos Martins e do nascente com herdeiros de Manuel Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 925. Que adquiriu os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e quatro, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Francisco Marta e mulher Antónia Maria, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio da Amoreira, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira. Que desde esse ano possui os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, fazendo obras de beneficiação e reparação necessárias, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 15 de Junho de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO919/2015 Factura nº.0926 (POSTAL do ALGARVE, nº 1145, de 3 de Julho de 2015) pub


d.r.

Rota Omíada, a herança do al-Andalus

Espaço AGECAL: d.r.

p. 2

Festa da Pinha p. 3

Espaço ALFA: d.r.

Fotografar o Verão

p. 7

Sala de leitura: d.r.

O que eu (não) sei de livros

p. 8

Um olhar sobre o património:

d.r.

d.r.

JULHO 2015 n.º 82

Escolas: Pontes para o acesso à cultura p. 10

Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o PÚBLICO 8.431 EXEMPLARES

www.issuu.com/postaldoalgarve

Festivais de Verão: Um roteiro pelos palcos da música p. 5


2

03.07.2015

Cultura.Sul

Editorial

Missão Cultura

Teatro das Figuras

A Rota Omíada no Algarve: Projeto ENPI “UMAYYAD” foto: drcalg

Ricardo Claro

Editor ricardoc.postal@gmail.com

AGENDAR

O Teatro das Figuras cumpriu dez anos de função, quer como sala maior da cidade de Faro, quer como palco de referência da região. Uma década de serviço de uma sala de espectáculos que, advogam alguns, devia ser mais polivalente em termos de lugares disponiveís, uma vez que, a dimensão da plateia, dizem, é muitas vezes excessiva. As plateias não são excessivas por definição, são-no por falta de qualidade dos espectáculos, umas vezes, ou por falta de atractividade dos mesmos junto do público, outras tantas. Depois de um par de anos em que efectivamente o que teve para oferecer - em tempos magros do ponto de vista financeiro - foi muito pouco e de pouca atractividade e em que a lógica escolhida para a programação não vingou em termos de audiências, o Teatro das Figuras dá agora sinais de renascimento. Há uma lógica de programação que, feita por quem sabe e pensada para a transversalidade na abragência de públicos, devolveu à sala o movimento e as pessoas. Regressa-se assim ao que uma sala de referência deve ser, um palco de todos e para todos, do erudito ao mais popular, do clássico ao contemporâneo e aos desafios da modernidade. Uma década depois, a cidade está diferente e o seu teatro municipal também. Sem competir directamente com o Lethes, as duas salas completam-se, numa cidade e região que já deram provas de as poder preencher. Nos palcos da fantasia e do sonho, da arte e da temeridade dos actores, cantores, bailarinos, e performers valentes, há hoje um nome cada vez mais incontornável. Teatro das Figuras.

Direção Regional de Cultura do Algarve

Esta rota é um itinerário turístico-cultural que pretende dar a conhecer a profunda relação humana, cultural, artística e científica que se estabeleceu entre o Oriente e o Ocidente, assim como a transmissão do legado grego latino à Europa através de al-Andalus. O Algarve é o território português com um passado muçulmano mais prolongado, sendo o topónimo Algarve procedente do termo árabe al-Gharb (o Ocidente) um caso em que a etimologia das palavras nos fala sobre o passado de uma região. O limite geográfico do moderno território algarvio corresponde ao espaço que pertenceu à antiga diocese provincial visigótica e, sequentemente à küra (província) islâmica de Ossónoba, cuja capital era, inicialmente em Santa Maria do Ocidente (Faro) e acabou, a partir do Califado Omíada, sendo substituída enquanto capital pela medina de Xilb (Silves). A diocese visigótica de Ossónoba foi conquistada em 713,

O Castelo de Aljezur é um dos monumentos que integra a Rota Omíada para o Califado Omíada de Damasco, pelas tropas de Abd al-Aziz, filho de Musa, governador da Ifriqiya, atual Tunísia. A Rota dos Omíadas no Algarve faz parte do projeto internacional “Umayyad”, um projeto financiado pelo programa European Neighbourhood and Partnership Instrument (ENPI) dentro da convocatória Cross Border Cooperation. É liderado pela Fundação Pública Andaluza El Legado Andalusí e tem como parceiros, em Por-

tugal, a Direção Regional de Cultura do Algarve e o Turismo do Algarve. São parceiros do projeto sete países da bacia do Mediterrâneo: Portugal, Espanha, Itália, Tunísia, Egito, Líbano, e Jordânia. O objectivo do projeto é criar um grande itinerário turístico transnacional (Rota dos Omíadas/Umayyad Route) subdividido em rotas nacionais em cada um dos países sócios. O conjunto dos itinerários

tem como denominador comum o rico património legado pela dinastia Omíada, no seu período de expansão ao longo do Mediterrâneo. O plano de atuação do projeto “Umayyad” prevê a realização de ações coordenadas, em cada um dos sete países membros, que terão como finalidade oferecer aos futuros turistas uma oferta de qualidade baseada num património comum. Diferentes iniciativas relacionadas com a rota serão

desenvolvidas, como a participação de operadores turísticos locais e atividade de difusão e promoção, assim como a associação de outros atores no campo das atividades turísticas e culturais. Todas as atuações enquadradas pelo projecto pretendem criar uma maior coesão territorial através de um itinerário turístico-cultural sustentado e responsável que optimize a acessibilidade e as relações entre os países da bacia mediterrânica.

mes e está a ser filmado na Culatra, Hangares e Farol, com o apoio da Câmara Municipal de Olhão. A produção envolve para além de atores reconhecidos nacionalmente, como João Tempera e Duarte Gomes, atores da nossa região como João Evaristo e Tânia Silva e gente da terra que abraça assim este projeto, como são o caso de José Sabino e José Lézinho.

Segundo o produtor e realizador Miguel Munhá, esta é uma homenagem às ilhas da Ria Formosa, à cultura de toda essa peculiar região. Dentro desse contexto, dois irmãos (Marinho - o mais velho; Janeca - o mais novo) lutam por sonhos diferentes. Essa diferença de perspetivas irá fazer com que se comecem a criar conflitos na sua relação. Dividido entre o irmão e a ilha, Marinho sente

que tem de proteger a família e a tradição. Dividido entre a família e o seu futuro, Janeca sente precisar de fugir. “Hei-de morrer onde nasci” é uma história sobre relações familiares, tradições, as ilhas algarvias, e é também a tentativa de reflexão sobre o que é a alma de um determinado lugar - neste caso, a casa de Marinho e Janeca (que é uma mistura ficcionada das ilhas Culatra, Hangares e Farol).

Juventude, artes e ideias

Iniciativa Jady Batista

Coordenadora Jornal J

A Ria Formosa volta a ser cenário para a produção cinematográfica. Este é o reconhecimento das característi-

cas ideais que a nossa região possui, quer a nível das paisagens magníficas, quer das boas acessibilidades, condições climatéricas e a forma afável como a população recebe as equipas. Em contrapartida, estas iniciativas são uma excelente forma de promover a nossa região, dentro e fora do país. "Hei-de morrer onde nasci", de Miguel Munhá, é uma produção da Vagalume Fil-

“PORTUGAL, PAÍS DAS MARAVILHAS” 14 e 15 JUL | 21.30 | Centro Cultural de Lagos O Boa Esperança, apesar da crise já há algum tempo instalada e de tantas outras contrariedades, promete não poupar nas gargalhadas na sua Revista à Portuguesa

“NOVOS MUNDOS” Até 19 de Julho | Museu de Portimão Timo Dillner nasceu em Wismar na Alemanha em 1966, vive em Bensafrim, Lagos, há 16 anos. É um artista multifacetado que apresenta p������������� inturas, poemas, obras gráficas, esculturas e vídeo


Cultura.Sul

03.07.2015

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Grande ecrã Cineclube de Faro

Programação: cineclubefaro.blogspot.pt Q - ESPAÇO CULTURAL (Jardins do antigo Magistério Primário) | 21.30 HORAS (* sessões gratuitas)

5 JUL* | LUZES DA CIDADE, C. Chaplin, EUA, 1931, 87’ 9 JUL | O PEDIDO DE EMPREGO, Pedro Caldas, Port, 7’ | DOIS DIAS, UMA NOITE, Jean-Pierre e Luc Dardenne, Bélg, 2014, 95’ 12 JUL | CORRENTE, Rodrigo Areias, Portugal, 15’ | A TERRA TREME, Luchino Visconti, Itá, 1948, 160’

16 JUL | CORO DOS AMANTES, Tiago Guedes, Port, 22’ | O PAÍS DAS MARAVILHAS, Alice Rohrwacher, Itá/Suí/Alem, 2014, 111' 19 JUL | LUMINITA, André Marques Port, 20’ | LEVIATÃ, Andrey Zvyagintsev, Fed Rus, 2014, 140’ 23 JUL | FUERA DE CUADRO, Márcio Laranjeira, Port/ Arge, 9’ | MR. TURNER, Mike Leigh, RU, 2014, 150’

Cinema no Convento do Carmo Já chegámos à 15ª edição da Mostra de Cinema Europeu de Tavira, um evento que conheceu a luz nos mágicos Claustros do Convento da Graça no ano 2000. A seguir será a vez da sua parente: a 10ª Mostra de Cinema Não-Europeu. O que desde o início pretendemos com estas festas de cinema é oferecer-vos um programa cuidadosamente composto por histórias sensíveis, de alta qualidade artística e estética, contadas através de imagem e som. No entanto, e infelizmente, a digitalização dos filmes disponíveis na rede de distribuição nacional (e no resto do mundo), a nossa incapacidade financeira e a total falta de apoios existentes para adquirirmos um sistema de projecção DCP (Digital Cinema Package), pela primeira vez limitou a nossa escolha. Em 2013 conseguimos exibir 13 dos 22 filmes no formato 35mm (celuloid), no ano passado apenas foram cinco, este ano nem um único...

fotos: d.r.

Cineclube de Tavira

Programação: www.cineclubetavira.com 281 971 546 | cinetavira@gmail.com 14ª MOSTRA DE CINEMA EUROPEU - AR LIVRE | CLAUSTROS DO CONVENTO DO CARMO – 21.30 HORAS 17 JUL | PRIDE (ORGULHO), Matthew Warchus, Reino Unido 2014 (120’) M/12

Imagem do filme 'Alentejo, Alentejo', de Sérgio Tréfaut, que integra a mostra tavirense de cinema Mesmo assim, e remando plenamente com os remos ao nosso alcance, eis a nossa proposta de curtas e longas delícias para este Verão, algumas exibidas pela primeira vez em solo português. Convidamo-vos a

juntarem-se a nós, diariamente, a partir das 20.30 horas, nestes belos Claustros do Convento do Carmo. Espero que tanto a nossa selecção como o ambiente criado mais uma vez vos agrade! Cineclube de Tavira

18 JUL | THE IMITATION GAME (O JOGO DA IMITAÇÃO), Morten Tyldum – Reino Unido/E.U.A. 2014 (114’) M/12 19 JUL | DEUX JOURS, UNE NUIT (DOIS DIAS, UMA NOITE), Jean-Pierre e Luc Dardenne – Bélgica/França/Itália 2012 (95’) M/12 23 JUL | ALENTEJO, ALENTEJO, Sérgio Tréfaut – Portugal 2014 (98’) M/12 24 JUL | IDA, Pawel Pawlikovski – Polónia/Dinamarca 2013 (82’) M/14

Espaço AGECAL

A Cultura no Algarve: Tradição e a Festa da Pinha d.r.

Marco Taveira

Licenciado em Património Cultural pela Universidade do Algarve Convidado da AGECAL

As tradições, segundo Joaquim Pais de Brito, são “coisas que antes de o ser já o eram”. As tradições admitem um momento em que certo grupo lhes dá nome apontando práticas, maneiras de fazer ou dizer, refazerem e serem pertença do grupo. Os costumes e que ainda hoje se praticam para manter a incorporação do passado, ligam-se ao presente através das ritualizações de práticas, como é referido por Joaquim Pais de Brito, “devem ter lugar como processo formal e meio de legitimar ou dar pleno sentido a determinado contexto da vida dos indivíduos ou do grupo”. Há tradições que se encaminham para a marcação de determinadas datas do calendário repetidas em cada ciclo. As festividades populares têm a sua origem nos velhos cultos naturalísticos, em que estas festas são atribuídas

aos ciclos astrais e das estações, aos efeitos na natureza que sensibilizaram os criadores. Algumas celebrações, como por exemplo a Festa da Pinha, fazem parte dessas festividades cíclicas que englobam um conjunto de acontecimentos evocativos que se organizam

e repetem anualmente. Aos diferentes ciclos correspondem diferentes rituais e significados, que dão origem a festividades profanas e religiosas. Nos dias de celebração integram-se comportamentos que durante o ano não se manifestam. É durante o tempo festivo que o homem sai da rotina

habitual para entrar num tempo que parece não ter fim. Com o passar dos tempos, algumas das celebrações foram sendo utilizadas de modo abusivo, até se perder a consciência do seu significado original, apenas perduraram como provas de empenho na tradição ou com fi-

nalidades comerciais. A tradição da Festa da Pinha celebrada em Maio corresponde ao ciclo da Primavera. As celebrações, festejadas nessa altura, possuem importante significado sociológico, de reafirmação das sociabilidades e vivências comunitárias. A secular Festa da Pinha de Estoi assinala o regresso dos “almocreves” das viagens pelo interior do País, para onde levaram os produtos algarvios, venderam ou trocaram. Os almocreves são agentes de comunicação entre as comunidades e cruciais para o abastecimento de bens às vilas e cidades, em que os próprios transportam figo, alfarroba, amêndoa, peixe que era transportado do Algarve para o Alentejo, e também existem produtos que vinham do Alentejo para o Algarve, trigo, e cortiça. No final da tarde de 2 de Maio transportam o alecrim e a pinha, oferecendo produtos à Sr.ª de Ao Pé da Cruz, recebidos com os archotes na noite. O aspecto central comum aos diferentes rituais aliados a este ciclo é o peso que neles acolhe o conjunto de práticas relacionadas com o elemento vegetal e a floração. Actualmente, a Festa da Pinha continua a mobilizar o povo estoiense. Vai ganhando dimensão, sendo uma das festas mais carismáticas de toda a região do Algarve.


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03.07.2015

Cultura.Sul

Letras e Leituras

Os Interessantes – O romance de uma geração

Paulo Serra

Investigador da UAlg associado ao CLEPUL

Meg Wolitzer nasceu em Nova Iorque, em 1959, onde vive atualmente. Estudou Escrita Criativa no Smith College e é licenciada pela Brown University. É autora de 30 romances, dois deles já adaptados ao cinema, estando mais dois, segundo parece, em fase de pré-produção para a sua adaptação. Destes últimos Os Interessantes é o seu mais recente romance. Os Interessantes, o seu décimo romance, foi publicado em 2014 pela Teorema, considerado o «Melhor Livro do Ano» pelo The New York Times. Juntamente com A Mulher, o outro também em fase de pré-produção, são as duas únicas obras da autora publicadas em Portugal. Os seus romances inserem-se normalmente numa linha feminista, a excepção é Os Interessantes, um romance de formação de identidade que representa o retrato de uma geração. Numa noite de verão de 1974, seis adolescentes conhecem-se num campo de férias, o «Spirit-in-the-Woods». Cathy, Jonah, Goodman, Ethan e Ash - três rapazes e duas raparigas -, todos de Manhattan, aos quais se irá juntar, como que por acidente, Julie: «Numa noite amena no início de julho daquele ano há tanto evaporado, os Interessantes reuniram-se pela primeira vez. Só tinham 15, 16 anos, e começaram a utilizar esse nome com uma ironia titubeante. Julie Jacobson, uma intrusa que até podia ser excêntrica, fora convidada por motivos inexplicáveis e agora encontrava-se sentada a um canto do chão por varrer, tentando posicionar-se de forma a não incomodar e ao mesmo tempo não parecer patética, o que era um equilíbrio difícil de conseguir.» (p. 11). Estes jovens são filhos da revolução sexual marcada pela depressão consequente do arrastamento da guerra do Vietname e, como é habitual a Meg Wolitzer, o romance centra-se na perspectiva de Julie, uma protagonista feminina, como o parágrafo inicial demonstra, mas somente para através dela se retratar toda

uma geração que atravessa as questões políticas da época, em que no «final desse Verão, Nixon haveria de abandonar o cargo, deixando um rasto viscoso de lema atrás de si» (p. 14), passando pelo grassar da epidemia da SIDA, até chegar ao terror do 11 de Setembro e à recessão económica. Na sua condição de “estrangeira” àquele modo de vida de um grupo de jovens privilegiados da “cidade”, e que por isso mesmo podem considerar as artes como área para as suas aspirações profissionais, Julie demarca-se por vários aspectos: mora nos subúrbios, em Underhill, numa casa igual a tantas outras da classe média-baixa americana, o que a constrange de a convidar algum dos novos amigos; o pai falecera meses antes vítima de cancro; filha de uma mulher recém-viúva, sem ambições além das de criar as filhas. Julie ingressa no campo de férias graças à sugestão da sua professora de inglês, que sabe haver uma vaga e ser possível aceitá-la como bolseira, até porque ninguém da sua vizinhança ia para campos daquele género, não só porque não tinham dinheiro, mas porque isso nem sequer lhes teria ocorrido: «Todos ficavam na terra e iam ao despojado centro de ocupação de tempos livres, passavam os dias longos com os corpos oleados na piscina municipal, empregavam-se na geladaria Carvel ou preguiçavam nas casas húmidas» (p. 16).

fotos: d.r.

Meg Wolitzer é autora de 30 romances Em contraste, ali todos os jovens aspiram a grandes feitos e trabalham já no sentido de os alcançar: «Aqueles adolescentes à sua volta, todos eles da cidade de Nova Iorque, eram como realeza e estrelas do cinema francês, com um toque de qualquer coisa papal. (...) Em suma, naquele verão de 1974, quando ela ou qualquer um deles se distraía da concentração profunda e apática das suas peças de um só ato, acetatos para animação, sequências de dança e guitarras acústicas, acabava a fitar uma porta aberta para um futuro horrível, pelo que a regra consistia em desviar apressadamente o olhar» (p. 13). O romance serve assim tam-

bém uma intenção crítica, por vezes satírica, de modo a descrever a actualidade americana. Curiosamente, a própria personagem não é muito simpática no início do romance, dada a inveja que sente em relação ao novo círculo de amigos, que inesperadamente a irá acompanhar ao longo do resto da sua vida, e a sua ânsia em querer enquadrar-se, pois continua sempre insegura e a achar que a qualquer momento Ash Wolf se aperceba de que foi um erro a terem convidado a juntar-se àquele grupo. Julie passa entretanto a ser Jules, conforme os colegas a apelidam, o que no fundo está associado a um reconhecimen-

'Os Interessantes' foi considerado o Melhor livro do Ano pelo The New York Times

to daqueles que ela olha como superiores de como ela própria é um adulto em potência e já não uma criança. É sintomático que seja nesse mesmo verão que Jules tenha descoberto a ironia: «A ironia era uma novidade para si e sabia-lhe inesperadamente bem, como uma fruta de verão até então indisponível. Em breve, ela e os outros seriam irónicos durante grande parte do tempo, incapazes de responderem a uma pergunta inocente sem carregarem as palavras com um pequeno ajuste mordaz.» (p. 12). E um dos recursos de Jules para melhor assegurar a sua inserção será justamente um certo humor auto-depreciativo, tornando-se sarcástica em relação a si própria, ao mesmo tempo que começa a acalentar a esperança de se tornar uma actriz de comédia, dado o sucesso que obtém na peça representada no Spirit-in-the-Woods. Ethan Figman, um rapaz feio, mas cuja confiança o torna atraente, eternamente apaixonado por Jules, e um génio da animação, envolvido na história que ele próprio criou sobre um rapaz que entra num mundo paralelo a partir de uma caixa de sapatos debaixo da sua cama; Cathy Kiplinger, uma jovem dançarina que se encontra em luta contra o tempo e contra as transformações que daí advêm sobre o seu corpo, em crescimento nas partes erradas; Jonah Bay, filho de uma famosa cantora folk, o

jovem belo que se revelará homossexual mais tarde, ele próprio dotado para a música, mas cujo talento lhe foi roubado; Ash Wolf, uma bela jovem de boas famílias, que se tornará a melhor amiga de Jules, e o seu irmão, Goodman Wolf, que não parece ter nenhum talento óbvio além do seu carisma e poder de atração irrefutável. Décadas mais tarde, a amizade entre eles mantém-se, embora tudo o resto tenha mudado. Jules resigna-se a ser terapeuta e casa com Dennis Boyd, um simples técnico de radiologia mas um homem sólido que lhe transmite segurança e com quem descobriu o amor que nunca conseguiu dedicar a Ethan; Goodman foge do país devido a ser suspeita de um crime que ameaça o seu futuro e coloca em perigo a relação de amizade entre todo o grupo; Cathy abandona a dança e o grupo, e torna-se uma empresária; Jonah dedica-se à engenharia mecânica; Ethan é o criador de uma série de televisão de sucesso e Ash, a sua esposa, é uma encenadora aclamada. Este é um romance intenso e envolvente sobre o crescimento pessoal, a formação da identidade, a aceitação de quem somos afinal, marcado pela nostalgia e pelo sentimento de perda: perda de pessoas, do talento, da ideia que temos do nosso futuro bem como da nossa identidade passada.


Cultura.Sul

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Panorâmica

Música para todos nos festivais de Verão De acordo com a APORFEST, este ano há 38 novos festivais e não se realizam 28 daqueles que marcaram o calendário de 2014, enquanto seis destes eventos prometem ter mais de 25 mil visitantes por dia. Lisboa é a cidade com mais festivais agendados, 20 ao todo, enquanto o Porto se fica por metade, dez festivais.

Ricardo Claro

Jornalista / Editor ricardoc.postal@gmail.com

O Verão é assim por terras lusas há já muitos anos, chega recheado de festivais com sonoridades de todos os tipos e para todos os gostos. Há músicas para todos nos festivais de música e há festivais para todas as bolsas, num conjunto de propostas que salpica de destinos musicais o mapa nacional do litoral ao interior e das pequenas localidades às grandes cidades. Até meados de Junho, e de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST), estavam confirmados 138 festivais de música, de norte a sul do país e também nas ilhas. O Algarve não é, não obstante ser uma das regiões mais movimentadas do país na época alta, um dos destinos mais pródigos no que toca a este género de festivais, mas tem no seu cartaz de Verão - agora que o Festival MED já se realizou - algumas propostas com programas musicais atractivos, entre as quais o Festival do Marisco em Olhão e a Concentração de Motos de Faro, além da sempre incontornável Fatacil e do Festival F, nestes dois casos ainda com o cartaz por definir.

NOS ALIVE

As propostas para o Algarve O Algarve apresenta para já dois eventos de grande dimensão regional com cartazes definidos. No caso de festival do Marisco, que anualmente leva à cidade cubista dezenas de milhar de visitantes, a agenda é marcadamente portuguesa, como de costume, excepção feita à brasileira Daniela Mercury. Ao palco do Jardim Pescador Olhanense sobem este ano Anselmo Ralph, Mickael Carreira, José Cid, Fado & Further, com a participação de Júlio Resende, Ana Moura e Ana Bacalhau e, ainda, Richie Campbell. Longe de ser um festival de música e com uma identidade muito própria, a Concentração de Motas de Faro não deixa todos os anos de apresentar, a quem escolhe entrar no universo motard do Vale das Almas, um cartaz atractivo. Aos Blind Zero, juntam-se este ano em palco os The Stranglers, bem como os La madre que los parió, os Hot Stuff, Sam Alone & The Gravediggers e os ‘gaiteiros’ Red Hopt Chilli Pippers. Na região, mais do que festivais

SUPER BOCK SUPER ROCK

de grande dimensão, na calha estão este ano, como sempre, eventos que prometem animação um pouco por toda a parte, longe das multidões imensas que alguns festivais de música atraem e dos grandes patrocínios de marcas sobejamente conhecidas, o Algarve aposta em eventos de menor dimensão e em eventos com programação variada que vai muito além da música por si só. Certo é que seja no Algarve ou em qualquer dos festivais de música do país, a música vai oferecer aos portugueses muito para ouvir. O Cultura.Sul apresenta algumas propostas diversificadas do que o país e a região têm este ano para oferecer, entre Julho e Agosto, a quem procurar a música por companhia nestes dias de estio. Sonoridades mil, para um público nacional já habituado a estas andanças festivaleiras. Agora basta escolher o género de música e ambiente e fazer-se ao caminho porque o Verão esse, é sol de pouca dura e os festivais também.

Músicas do Mundo Sines

MÊDA +

ANDANÇAS

MEO SUDOESTE

9*, 10 e 11 JUL

16, 17 e 18 JUL Passeio

17 a 25 JUL

23, 24 e 25 de JUL

3 a 9 AGO

5 a 9 AGO

ÔÔ Destaques: The Prodigy; Blasted Mechanism; James Blake; Magazino; Disclosure (Live); The Jesus & Mary Chain; Dead Combo

ÔÔ Destaques: Sting; Xinobi; Duquesa; Blur; dEUS; Jorge Palma & Sérgio Godinho; Florence and The Machine; Modernos

ÔÔ Destaques: Alo Wala; Capicua; Cuncordu e Tenore de Orosei; Flat Earth Society; Niladri Kumar; Paolo Angeli

ÔÔ Destaques: D’Alva; Diabo na Cruz; Sam Alone; A Cepa Torta; Club Banditz; Tales and Melodies; Blue Trash Can; Low Torque

ÔÔ Destaques: Lengalenga - Gaiteiros de Sendim; String Fling, Paulo Bastos; Samba sem fronteiras; Tugoslavic Orkestar; Winga Kan

ÔÔ Destaques: Dimitri Vegas and Like Mike; Emeli Sandé; Diogo Piçarra; D.A.M.A.; Buraka Som Sistema; Agir; Regula Steve Aoki

ÔÔ Bilhetes: (* Esgotado) Diário: 55€ 2 dias: 89 €

ÔÔ Bilhetes: Diário: 50€ 3 dias: 95 €

ÔÔ Bilhetes: Preços de bilheteira ainda não disponíveis

ÔÔ Bilhetes: Entrada livre

ÔÔ Bilhetes: Diário: 24 € 7 dias: 106 €

ÔÔ Bilhetes: Diário: 48 € 5 dias: 95 €

Passeio Marítimo de Algés

Marítimo de Algés

Sines / Porto Covo

Mêda

Castelo de Vide

Zambujeira do Mar

34ª Concentração de Motas de Faro

FESTIVAL DO MARISCO

16 a 19 de JUL | Vale das Almas - Faro

10 a 15 de AGO | Jardim Pescador Olhanense

ÔÔ Destaques: Blind Zero; The Stranglers; La madre que los parió; Hot Stuff; Sam Alone & The Gravediggers; Red Hopt Chilli Pippers

ÔÔ Destaques: Anselmo Ralph; Fado & Further; Richie Campbell; Mickael Carreira; José Cid; Daniela Mercury

ÔÔ Bilhetes: 45 € | 30 € dia 18 (sábado) sem refreições

Bilhetes: Dia 10 -12 € | dias 11, 12, 13, 14 - 9 € | dia 15 - 10 €


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03.07.2015

Cultura.Sul

Artes visuais

Qual a importância do reconhecimento da criatividade dos artistas? Saul Neves de Jesus

Professor catedrático da UAlg; Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

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Os contributos da Psicologia para a Arte variaram ao longo do século XX, acompanhando a própria evolução da investigação no âmbito da Psicologia. No entanto, o estudo dos próprios artistas tem permanecido constante ao longo do tempo, procurando contribuir para a compreensão do comportamento e da personalidade destes. A este nível, os estudos concluem que os artistas são mais criativos do que a população em geral (Csikszentmihalyi, 1996), mas também salientam o risco mais elevado de perturbações depressivas (Kaufman & Sexton, 2006) e de suicídio nos artistas (Andersen, Hawgood, Klive, Kolves, & De Leo, 2010), comparativamente à média da população. Parece, assim, haver uma relação paradoxal da arte, em termos de produção artística, com a psicopatologia e até mesmo o suicídio. Se, por um lado, parece ser mais elevada em artistas a prevalência destas situações que podem traduzir crises psicológicas, também, por outro lado, se verifica que a arte pode constituir um instrumento para ultrapassar ou superar estas situações de crise, sendo a arte terapia um exemplo disso. Há evidências empíricas, mas também biográficas, de que os sujeitos mais criativos são também aqueles mais susceptíveis de apresentar problemas de saúde mental (Papworth & James, 2003), ou uma predisposição para a doença bipolar afectiva, depressão e suicídio (Kaufman & Sexton, 2006; Rihmer, Gonda

& Rihmer, 2006). Numa das investigações cujos resultados são mais representativos, pois foi utilizada uma amostra de 55.474 sujeitos, Voracek (2006) verificou que a criatividade e o suicídio estão significativamente relacionados. Face aos resultados obtidos nestas investigações, uma questão de fundo que podemos colocar, é se o risco de doenças mentais nos artistas é por serem artistas ou é por serem criativos? A análise doutros grupos que apresentam elevada criatividade, como é o caso dos cientistas, pode ajudar a clarificar esta questão. Diversas investigações têm permitido identificar algumas características que distinguem os artistas da população em geral, mas que também são obtidas nos cientistas, em particular a elevada criatividade. Einstein chegou mesmo a referir que “a imaginação é mais importante do que o conhecimento”, aproximando as características dos cientistas às dos artistas (Araújo-Jorge, 2004). Além disso, muitos cientistas são simultaneamente artistas. Em particular, Root-Bernstein e Root-Bernstein (1999) enumeraram 73 cientistas reconhecidos que também eram artistas, nos mais diversos domínios da arte (visual, escrita ou musical). Segundo estes autores, há uma “imaginação criativa universal”, pelo que aprender a pensar criativamente numa área, pode permitir compreender o pensamento criativo em todas as outras. Esta perspectiva encontra apoio na Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner (1994), ao considerar que somos todos inteligentes e criativos, embora de forma diferente. Segundo esta teoria, a inteligência é considerada como a capacidade para resolver problemas e projetar algo útil num dado contexto cultural, distinguindo-se entre oito tipos de inteligência, as quais se encontram presentes em todos os sujeitos, só que com domi-

nâncias diferentes. Os processos criativos utilizados por artistas são muitas vezes idênticos aos utilizados pelos cientistas. Por exemplo, há artistas, mesmo não surrealistas, que utilizam o período de sono, incluindo o sonho, para criar, pois têm “acordares criativos” com a ideia daquilo que pretendem produzir. E não são só os artistas visuais que utilizam o período de sono para desenvolver acordares criativos. Também os escritores, sobretudo os poetas, o fazem, chegando alguns a dormir com um caderno e uma caneta ao lado da cama para escreverem notas ou fazerem esboços com as ideias que têm quando acordam. Este processo é também utilizado por muitos investigadores e cientistas, sendo conhecidos os casos de Hadamard e de Poincaré, no âmbito da invenção matemática (Jesus, 1988, 2007). Tal como têm sido identificadas semelhanças nos processos criativos entre artistas e cientistas, também têm sido observados problemas de saúde mental em cientistas, da

d.r.

Pintura 'Auto-retrato com a orelha cortada', de Van Gogh (1889) mesma forma que se têm verificado com os artistas (Monreal, 2000), pelo que não nos parece ter sentido atribuir, de forma direta e linear, perturbações emocionais ou doenças do foro mental aos artistas.

Pintura 'Auto-retrato mole com fatia de bacon assado', de Salvador Dali (1941)

“MOTIM DA COR | COLORFUL RIOT” Até 25 JUL | Galeria Municipal de Albufeira Exposição de pintura colectiva. Pedro Águas domina a Arte Expressionista, Figurativa e Surreal e o mar é uma das suas grandes fontes de inspiração. Cláudia Marques dedica-se à Arte Expressionista Abstracta

Parece-nos que o reconhecimento ou não do trabalho criativo dos artistas pode ser um aspeto muito importante para compreender o desenvolvimento ou não de problemas de saúde mental. Aliás, várias investigações verificaram a importância da realização do sujeito e do reconhecimento pelos outros como uma dimensão protetora para prevenir a depressão nos sujeitos criativos. Assim, não obstante as perturbações apresentadas por alguns artistas, como Goethe, Mozart, Beethoven e Dalí, o reconhecimento pelo seu trabalho permitiu-lhes continuar a criar e a produzir, alternando os períodos mais difíceis com períodos de auto-realização e de elevada produção artística criativa. Por seu turno, Van Gogh apresentou episódios de psicose que interferiram com a sua criatividade, tal como pode ser revelado pelo conteúdo de algumas das centenas de cartas escritas ao seu irmão. Segundo Monroe (1978), Van Gogh apresentou uma pro-

dução artística que traduzia uma combinação de criatividade e persistência, associada a stresse constante e abuso de absinto. Ao contrário dos anteriores, Van Gogh pintou várias centenas de quadros, mas apenas vendeu um único quadro em vida, tendo sido internado num hospital psiquiátrico nos últimos tempos da sua vida e tendo-se suicidado aos 37 anos de idade. Esta situação de alguma psicopatologia do próprio artista, podendo levar ao suicídio, como resultado de falta de reconhecimento pela sua obra, pode ser encontrada também em Ernst Kirschner (considerado o “pai” do expressionismo alemão), por exemplo, que se suicidou pouco depois de grande parte das suas obras terem sido destruídas pelo regime nazi, traduzindo a falta de reconhecimento das mesmas. Os exemplos indicados ilustram a importância do reconhecimento social da produção artística realizada, podendo marcar a fronteira entre o “génio” e o “louco”. Talvez se Van Gogh tivesse sido reconhecido em vida, em vez de ter desenvolvido psicopatologia, pudesse ter sentido estímulo para a concretização da sua criatividade e de todo o seu potencial artístico, não se tendo suicidado. Assim, podemo-nos perguntar o que seria de Van Gogh se tivesse obtido reconhecimento logo em vida e o que faria Dalí se não tivesse obtido desde logo esse reconhecimento? Nota: Este artigo integra o livro “Construção de um percurso multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais”, de Saul Neves de Jesus (snjesus@ualg.pt). Todas as receitas obtidas com a venda deste livro revertem a favor da compra de uma mesa de gravura para o curso de Artes Visuais da Universidade do Algarve. Pode ser adquirido na Fnac de Faro (Forum Algarve) ou em Fnac online (http://www.fnac.pt/)

“PINTURAS DE ROMAN MARKOV” Até 6 de JUL | Espaço de atendimento da EMARP As inspirações e principal tema das obras de Roman Markov são as paisagens e as gentes, pelas quais se enamora, ao longo das suas viagens


Cultura.Sul

03.07.2015

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Espaço ALFA

Fotografar o Verão Raúl Grade Coelho Membro da ALFA

Está na altura do ano em que aumenta o número de fotógrafos que tiram imagens a tudo o que os rodeia. Quer seja por se encontrarem de férias, quer seja pelas festas que todos os anos se comemoram para além da beleza da paisagem nesta época. Destaque para o sol algarvio na nossa região. São muitas as máquinas fotográficas disponíveis, uns optando pelas mais avançadas que o mercado oferece mas também são muitos os que ficam felizes com as pequenas compactas. Hoje em dia há uma nova moda. São muitos os telemó-

veis que em qualquer festa são erguidos para captar o momento. Quer isto dizer que o gosto pela imagem aumentou? Não sei se será totalmente verdade. Que o número de fotógrafos aumenta durante o Verão disso não tenho dúvidas. Que os conhecimentos aliados à fotografia aumentaram isso já é um pouco relativo. Aumentar o número de fotógrafos não significa aumentar a qualidade das imagens captadas. Essa é uma da funções que associações como a ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve desenvolve. É assim feito o convite a todos os fotógrafos que queiram aprofundar um pouco os conhecimentos e participar nos nossos passeios temáticos que vejam as informações em www.alfa.pt. Não esqueçam de fotografar o Verão. pub

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Cultura.Sul

Sala de leitura

O que eu (não) sei de livros Paulo Pires

Programador cultural no Município de Silves esteoficiodepoeta@gmail.com

Um título aparentemente pretensioso para esta breve reflexão (porventura politicamente incorrecta) em torno de labirintos e fascínios, dúvidas e (poucas) certezas, mitos e realidades que povoam o cativante universo dos livros e da leitura, evocando assim, com saudade, a memória de uma singular amiga, colega e cúmplice destas andanças. Ler é um direito e não um dever. A reivindicação central subjacente às campanhas de incentivo à leitura devia ser a do direito de cada cidadão ter ao seu dispor a maior panóplia possível de livros que lhe permitam, se quiser, ler o que for melhor para si, o que mais lhe agradar e da forma que mais lhe convier. Ninguém tem necessariamente de gostar de ler, nem fazem sentido certo tipo de apreciações morais ou intelectuais sobre quem não lê. Além disso, um indivíduo não se torna necessariamente (friso este advérbio) melhor pessoa ou mais solidário por ler muito. Uma certa mistificação/ sobrevalorização da leitura tende a vê-la, acriticamente, como um poderoso instrumento redentor, não existindo, contudo, um forçoso vínculo entre a prática da leitura e um comportamento dotado de maior humanidade e bondade. Ainda assim, e mesmo que os livros possam não salvar, curar ou humanizar o mundo (o importante será mesmo acreditar nessa utopia como se fosse tangível), é imenso e precioso o seu potencial de sonho, desassossego, lucidez e prazer. Escreveu Adília Lopes: “os livros não são feitos / de carne e osso / e quando tenho / vontade de chorar / abrir um livro / não me chega / preciso de um abraço / […] / no entanto gosto muito / de livros / e acredito na Ressurreição / dos livros / e acredito que no Céu / haja bibliotecas / e se

possa ler e escrever”. Ler (certo tipo de textos, sobretudo literários, que vivem muito da metáfora) ajuda a reparar (depois de olhar e ver, como diria Saramago) no que está para lá do imediato e óbvio, permitindo captar melhor, pelo estímulo da imaginação e do sentido crítico, o que vive nas entrelinhas das palavras, nas suas camadas mais subterrâneas, para lá da epiderme da escrita. Daí que Mario Vargas Llosa insista na ideia de que um “público comprometido com a leitura é [mais] crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em slogans que alguns fazem passar por ideias”. Ler é tomar todos os dias um (útil e necessário) banho de humildade, fazendo-nos perceber que o nosso mundo é, de facto, muito pequeno perante as inúmeras e surpreendentes portas e janelas que as palavras nos abrem. Alexandre O’Neill, em 1972, dizia que procurava na poesia uma forma de (se) desimportantizar (“dégonfler”, em francês), ou seja, um modo de aliviar os outros e a si mesmo da importância que se julga ter, pois “só aliviados podemos tirar o ombro da ombreira e partir fraternalmente, ombro a ombro, para melhores dias, que o mesmo é dizer, para dias mais verdadeiros”.

Para a Maria Lua (1966-2012) fotos: d.r.

Leitura (também) como pacto de sentido com o silêncio Ler faz-nos “parar para ouvir gritar baixinho” (expressão feliz do escritor Sandro William Junqueira), pondo-nos, pela forma como são enunciadas/reinventadas, a pensar duas vezes em coisas que em não poucos momentos banalizamos ou damos pouca relevância no dia-a-dia. Ler é uma forma privilegiada e deliciosamente “egoísta” de estar sozinho e no meio de muita gente ao mesmo tempo. Ler é também encontrar sem (muitas vezes) ter de procurar, bas-

tando disponibilidade, mais do que esforço. Ler é sinónimo de prazer, por deleite estético e/ou fácil imersão do leitor no universo ficcional que lhe é apresentado. Isso não quer dizer, contudo, que essa forma de ler, baseada na experiência hedonista que certas obras proporcionam, seja melhor ou mais recomendada do que outras (mais exigentes/ herméticas, duras e menos “confortáveis” para o leitor), ou que o sujeito que a pratica se converta, por isso,

num leitor mais capaz ou até num leitor de outro tipo de textos. Ler pode promover o desenvolvimento intelectual e aumentar as capacidades de expressão oral e escrita dos seus praticantes, mas isso não é necessariamente (sempre) verdade. Se em primeira instância a leitura permite, de facto, armazenar informação (à imagem de outras formas de comunicação), gerar conhecimento, por seu lado, implica quer a capacidade, por parte do lei-

Leitura em voz alta e o prazer do som

tor, de articular criticamente elementos do mundo integrados num dado contexto histórico-cultural, quer uma competente manipulação de sistemas de referência e interpretação específicos, dotados de maior ou menor complexidade. Ler encerra ainda uma dualidade fundamental: transmitir uma (estranhamente) empática sensação de familiaridade, de inesperada (e até, por vezes, reconfortante) identificação no leitor, na medida em que, de alguma forma, este já sentiu, pensou, projectou/desejou ou vivenciou aquilo que lhe é dado a (re)conhecer; ou, por outro lado – e sobretudo, direi eu –, levar o leitor a não compreender melhor, a desaprender, a sair da sua “caixa”, incomodando, testando os (seus e do meio em que está inserido) limites/regras/convenções e semeando interrogações e inquietações que ficam a pairar/marinar na sua mente e corpo, que nem os poderosos solavancos interiores que Flaubert associava à fruição dos bons livros. Álvaro Magalhães, escritor, terá sintetizado bem a questão: A literatura serve sobretudo – se é que serve para alguma coisa – para lidarmos com o desconhecido: o amor e a morte. E se pararmos para analisar, a maioria das histórias são sobre o amor ou sobre o amor e a morte. E são destas que mais gostamos de ler.


Cultura.Sul

03.07.2015

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O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Julho gasosas da cápsula de moléculas líquidas soltas do marulhar da tempestade.

Linha de mar

Resta-me um livro de hemingway que trago na mochila, com cheiro a sandes de conserva de cavala à portuguesa e a paisagem que só olhos treinados neste horizonte daqui conseguem perceber como se modifica.

Casa de mar

Baixa-mar

Pedro Jubilot

pedromalves2014@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt

Longe do mar fotos: d.r.

Estou na ria. Vem a minha casa. Depois deitamo-nos todo o dia no colchão liquidificado, sobre lençóis lisos de azul formosa. Comeremos das conchas frescas. À noite enquanto as cadentes Perseidas choverem, desejaremos apenas só mais outro dia.

Basta-me procurar-te se estou longe do mar. No teu olhar espelha-se o vasto horizonte. As curvas do teu corpo foram desenhadas como um mar ondulado onde me espraio, no areal da tua cama, na espuma do teu sexo, na concha do teu amar.

funâmbulo em linha bamba de equador nesta hora do mês que divide o resplendor de o dia se igualar à noite para lá de que hemisfério se move? ósculo de verão ou érgastulo de inverno

Ria de mar

Frente ao mar

Mar de lua

Que os corações desenhados na baixa-mar serão apagados pela enchente. Que os desejos escritos no céu serão invisíveis quando as nuvens chegarem de norte. Que os beijos d’ água são de um sal que cristalizará. E que o resto são cantigas, mesmo essas leva-as o vento Suão e … apesar de o saber eu sempre acreditarei em ti.

Quarto de mar Todos os dias me custa abandonar o teu quarto azul, os lençóis de sol, essa cama de verdes limos, almofadas de espuma. Deixo esta singela e ténue mensagem escrita a cana d’água sobre a cómoda de areia: amo-te. volto já.

Um mar

AGENDAR

Nenhum homem está só frente ao mar. Há sempre um poema que se escapa das bolhas

Quero tirar a manhã para pescar na ria azul. A linha já lançada repousa agora na corrente fria. Os peixes não nadam por aqui. “AS FLORES ABREM MAIS DEPRESSA AO DOMINGO” Até 15 AGO | Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo - Loulé Christine Henry apresenta um tema imensamente divisível, que é a dobra. Há o dobrar, desdobrar, redobrar incessantemente os espaços e as temporalidades da experiência

Se o dia do juízo final trouxesse um sol assim tão radiante, um mar de águas tépidas e calmas, um areal deitado em sossego não me importava de continuar a viver cada dia como se fosse o último.

Da muralha sobre a praia se deseja um novo dia infinito. Onde o mar se em-prata de lua ou se vai na-mouriscar. Só aqui se não deseja parar o tempo. E se acaso souberes de outro lugar assim de tão belo, poderás vir um dia trocar de morada comigo.

“VIDA E OBRA DE FRIDA KAHLO” Até 10 JUL | AlgarveShopping - Albufeira Exposição reúne 27 fotografias originais que marcaram não só a pintura e a vida artística de Frida Kahlo mas, sobretudo, a sua maneira de ser e o seu estilo único que influenciou decisivamente a moda


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Cultura.Sul

Um olhar sobre o património

Ficha Técnica:

Escolas: pontes para o acesso à cultura!

Soraia Pinho

Professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico Adjunta da Direção do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes – Portimão

Nos dias que correm, transparece a noção de que recai sobre a Escola o peso da responsabilidade por todos os problemas da sociedade atual e pela falta de preparação das gerações futuras para intervir nessa mesma sociedade, em constante e acelerada mudança, que tudo exige desta instituição educativa. Por outro lado, também pesa sobre a Escola o dever de encontrar as soluções necessárias para resolver os problemas das quais é acusada de ser a causadora. A Escola, no contexto atual de mudança da sociedade, não pode continuar a perpetuar um papel de mera transmissora de conhecimentos científico-práticos, preconizados em matrizes curriculares rígidas e uniformes para todos os alunos, através de estratégias, atividades e metodologias monótonas e desinteressantes, mantendo modelos inalterados em relação às práticas de há décadas atrás, conservando-se inatingível, inacessível e dissociada dos pais, da comunidade e da Cultura. Contudo, a verdade é que todos passamos por ela e todos somos moldados nela, nas nossas formas de pensar e agir, o que torna a organização escolar uma das mais relevantes na sociedade, uma vez que, de alguma maneira, irá ter influência sobre todas as outras. É, portanto, fundamental que a Escola assuma as funções que lhe são inerentes, ao nível do desenvolvimento integral dos alunos, em toda a sua plenitude e multidimensionalidade, contemplando a aquisição, compreensão, operacionalização e desenvolvimento das competências e conhecimentos necessários à intervenção na sociedade, transformando-os em atores sociais aptos a contribuir para a produção de mudanças na realidade social em que se inserem.

Esta conceção de Escola e da sua função converge para o sentido de uma escola para todos, uma Escola que ensina a conhecer, conhecendo; a compreender, compreendendo; a fazer, fazendo; a ser, sendo; a estar, estando e a viver em comunidade, vivendo. Ou seja, através das vivências proporcionadas no seu seio. Esta noção é assumida e defendida pelo pessoal docente do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, reforçado pelas condições financeiras atuais que impedem, na maioria dos casos (e cada vez mais) o acesso dos alunos e suas famílias à Cultura, Ciência, Desporto e Ambiente, tornando-se nosso lema proporcionar o mais diversificado leque de experiências educativas aos alunos, incorporando nas práticas diárias a “construção” de pontes de acesso a estas dimensões. Neste sentido, e especificamente no que respeita ao acesso à Cultura, são encontradas e dinamizadas com os alunos atividades diversas, ao longo do ano letivo, abrangendo desde o nível Pré-Escolar e 1.º Ciclo até ao nível Secundário. Estas iniciativas incluem o desenvolvimento de oficinas pedagógicas em parceria com o Museu de Portimão, quer se tratem de incursões ao espaço físico desta instituição para desenvolvimento de atividades educativas ou visita guiada às exposições temáticas, quer sejam visitas de estudo às ruínas de Alcalar, ou mesmo a receção dos técnicos do museu nas salas de aula da E.B. 1 Major

Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural fotos: d.r.

Editor: Ricardo Claro Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve

Atividade pedagógica nas ruínas de Alcalar David Neto para o desenvolvimento de atividades culturais, alicerçando relações de intercâmbio escolar de dentro para fora e de fora para dentro do contexto escolar. No caso específico do nosso Agrupamento, procuramos diversificar as ofertas culturais disponibilizadas aos alunos, proporcionando-lhes o acesso a sessões de Cinema, peças de Teatro, espectáculos Musicais, exposições de Pintura, entre outros, encontrando-nos sempre em busca de opções inovadoras e significantes, uma vez que estamos conscientes que muitos dos nossos alunos, por condições financeiras adversas, só têm oportunidade de aceder a estas realida-

des em contexto escolar e em companhia dos seus professores, uma vez que a Cultura, infelizmente, importa um custo acrescido não acessível a todas as carteiras em tempo de crise, como aquela que atravessamos. Outro aspeto relevante na integração dos alunos no património cultural constitui a prática direta de atividades culturais, nas quais se proporciona a participação das crianças enquanto atores na realização de peças teatrais, espectáculos de dança e canção, em sessões de partilha e transmissão das tradições com a participação dos encarregados de educação e outras personalidades de relevo

Oficina pedagógica no Museu de Portimão

da comunidade, entre outras oportunidades de desenvolvimento cultural em ação, dentro da comunidade educativa e fora dela, alargada ao âmbito da comunidade local. No presente ano letivo, a título de exemplo da participação cultural, para além dos portões da escola, teremos duas canções a concorrer à “Chaminé d’Ouro”, nas quais se encontram envolvidos alunos do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico e respectivos professores de música. A preocupação da Direção do Agrupamento com o acesso dos alunos à Cultura e com o desenvolvimento dos seus conhecimentos e das suas competências ao nível do Património Cultural, conduziu a que se desenvolvesse, neste ano letivo, um Programa de Educação Estética e Artística, dinamizado pela Direção Geral de Educação, com a participação de todos os alunos, educadoras de infância e professores do 1.º ciclo do ensino básico, com o objectivo de dotar os profissionais educativos de estratégias e ferramentas práticas de dinamização das competências dos alunos ao nível da arte, do teatro, da música e da dança. O propósito do projeto será continuar a implementar as estratégias trabalhadas, no sentido de promover melhorias significativas nos alunos e nas práticas letivas a médio e longo prazo, ainda que os resultados já se comecem a vislumbrar. Continuaremos, portanto, a apostar numa Escola como ponte para o acesso à Cultura!

Responsáveis pelas secções: • Artes visuais: Saul de Jesus • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho • Espaço ao Património: Isabel Soares • Da minha biblioteca: Adriana Nogueira • Grande ecrã: Cineclube de Faro Cineclube de Tavira • Juventude, artes e ideias: Jady Batista • Letras e literatura: Paulo Serra • Missão Cultura: Direcção Regional de Cultura do Algarve • Momento: Ana Omelete • O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot • Panorâmica: Ricardo Claro • Sala de leitura: Paulo Pires • Um olhar sobre o património: Alexandre Ferreira Colaboradores desta edição: Marco Taveira Soraia Pinho Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, FNAC Forum Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com on-line em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul Tiragem: 8.431 exemplares


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Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Panfleto utópico em forma romance: Troika-me, de Maria João Neves d.r.

Adriana Nogueira

Classicista Professora da Univ. do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com

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Pode a literatura mudar a vida dos leitores? É esse o desafio final de Troika-me, primeiro romance de Maria João Neves. A autora vive em Tavira, onde, no seu consultório filosófico, aplica um método que criou e registou, partindo da Fenomenologia do Sonho, da filósofa e escritora espanhola María Zambrano (19041991), ao qual chamou Raciovitalismo Poético. Doutorada em Filosofia e a terminar um pós-doutoramento em Estética Musical, esta investigadora universitária partiu destes seus conhecimentos para, através da literatura, fazer uma proposta de mudança para Portugal. Utopia? Não será, certamente, por acaso que Thomas More é citado na epígrafe inicial, nem que uma das personagens da Utopia tenha dado nome a uma outra deste romance: Rafael Hitlodeu (indicação dada pela autora na Nota Final, p.303). O livro de Thomas More baseia-se, precisamente, na conversa que manteve com este português que teria encontrado uma sociedade ideal, não destruída pelos interesses particulares e egoístas. É precisamente esta situação que é colocada no Troika-me, sintetizada num diagnóstico que identifica as causas da doença de que o nosso país padece («ineficiência crónica e melancolia psicótica» - p.121) que, a serem sanadas, resolveriam o problema da nação (apresento a lista em forma resumida): 1 – Nepotismo, pois

'Troika-me' é o primeiro romance de Maria João Neves

não são os melhores a ocupar os cargos; 2 – Assédio sexual, como resquício do feudalismo na atitude dos dirigentes de empresas e instituições; 3 – Titulitis – «Portugal sofre de inflação de títulos» (p.123); 4 – Prolixidade – «Portugal é um país perdulário. Desbarata não apenas os recursos económicos mas, sobretudo, esbanja palavras» (p.124); 5 – Pessimismo – «Os portugueses têm uma disposição natural para atender ao lado mau das coisas. Cultivam a auto-depreciação» (p.124). Panfleto utópico em forma romance Parafraseei o subtítulo das Aventuras de João Sem Medo, pois também seria este o subtítulo que daria ao Troika-me. O romance desenvolve-se em torno de um grupo de amigos, todos eles com capacidades di-

ferentes, que as põem a render quando o momento de mudança surge, pois há uma altura em que alguém tem de fazer alguma coisa para mudar o país. Uns misteriosos envelopes chegam, lacrados e sem remetente, ao consultório de Francisco, médico, e ao gabinete de Rafael, professor no Instituto Superior Técnico, na área de informática. Contêm apenas recortes de jornais com notícias de situações como as descritas acima, relativamente ao diagnóstico do país, como, por exemplo, sobre um presidente de câmara que, mesmo após o mandato perdido, continuou a licenciar, contrariando pareceres técnicos e violando o PDM (p.56); sobre o aumento da pobreza infantil, citando a Caritas Crisis Report (p.88); sobre a alteração ao ordenamento das listas dos candidatos a bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (p.104), etc. Estas notícias incomodam verda-

“EXPRESSÕES DE ARTE” Até 24 JUL | Antigos Paços do Concelho de Lagos Exposição colectiva de Laurentino Cabaço e Caetano Ramalho, numa mostra da diversidade dos seus estilos na pintura em diversas temáticas por si apresentadas

deiramente estes dois amigos e, sem que um saiba que o outro também recebia aquele tipo de envelopes, embarcam numa aventura e encontram-se a fazer parte de uma espécie de think tank, grupo de pensadores ativos, que pretende levar à prática uma série de medidas que permitam consertar as deficiências de Portugal. Mas como quantas mais cabeças, melhor se pensa, os restantes membros do grupo vão-se juntando: Isabel, pintora; Patrícia, bailarina; Ivo, músico (e algarvio, que acentua a sua pronúncia regional, quando está nervoso ou irritado); Mena, sociobióloga; e Laura, o elemento de equilíbrio do grupo, especialista de Filosofia, especialmente em María Zambrano. É ela que traz a questão ética necessária à discussão das medidas a tomar, considerando que «se reduzirmos a moralidade a uma questão biológica, deixamos de ser responsáveis pelos nossos actos» (p.202). «Considerar o bem dos outros talvez seja a única forma de nos salvarmos a nós próprios» Com esta frase (p.114) termina o penúltimo episódio da

primeira das três partes que compõem o livro (intitulada «Século XXI – Portugal Feudal»), resumindo a preocupação subjacente a este «panfleto»: não podemos pensar apenas em nós, se queremos uma mudança na sociedade, onde todos temos lugar. Um dos capítulos (o livro tem capítulos de tamanhos diferentes, mas todos pequenos, que permitem um mudar – aparente – de assunto) conta uma situação vivida por Laura: «“Quem é aquela senhora?” Laura dirigiu o olhar para uma das mesas onde, enroscada no kispo vermelho, a pequenina cabeça grisalha enterrada nas mãos, uma idosa com corpo de criança dormia placidamente. “Não conhece a Graça?” Laura abanou a cabeça confirmando o desconhecimento: “Vive aqui?” “Não conhece a Graça?”, insistiu o dono do estabelecimento. “Costuma vir para aqui quando abro. Depois vai para o bar do irlandês ali do outro lado do rio, anda assim, à mercê. Vive sozinha, tem síndrome de Down. Todos protegemos a Graça!”»

(p93). Estas atitudes de gente boa contrastam com a realidade que se vive no país. Alguns tentam fazer justiça pelas próprias mãos, como é narrado no episódio «A revolta dos xaringados», em que «os dispositivos de cobrança electrónica da Via do Infante foram inutilizados a tiros de caçadeira» (p.86), mas outros vão simplesmente definhando. É contra este estado em que o país se encontra (o país e não só. Um dos episódios passa-se na Grécia) que este grupo de gente educada e criativa procura aplicar os seus conhecimentos, encontrando soluções práticas. Assim se desenvolve a segunda parte («Troika-me»), dando origem à terceira parte, mais pequena, que funciona quase como um epílogo. Aí, em resultado das ações das pessoas preocupadas e resolvidos os problemas identificados anteriormente, já o nosso país é conhecido como Porto-Graal, «devido à sua ascensão a número um no ranking de países com melhor qualidade de vida», tendo-se tornado numa «nação sem cunhas, sem assédio e sem burocratas. Na generalidade, os portugueses de hoje são gente ativa, bem-disposta e bonita que sabe gracejar sobre os tempos acabrunhados e taciturnos que já lá vão» (p.277). Uma utopia ou uma possibilidade? Como em todas as utopias, surgem soluções mais ou menos radicalizadas, apresentadas com mestria e algum humor. Maria João Neves consegue criar uma obra muito interessante e provocadora, para ser lida e discutida por quem se preocupa com a atualidade, com a qual podemos aprender muita coisa, principalmente filosofia e música, assuntos de especialista que a autora nos consegue apresentar com simplicidade e clareza.

“CAMINHOS” Até 28 JUL | Galeria de Arte Pintor Samora Barros - Albufeira Desde pequena que Susana Gonçalves sente um forte apelo pelo desenho, possuindo um gosto e curiosidade peculiares pelo mundo da arte


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