Postal do Algarve 32 anos Página
ANOS ANIVERSÁRIO
DISTRIBUÍDO COM O EXPRESSO VENDA INTERDITA Diretor Henrique Dias Freire • Ano XXXI Edição 1228 • Quinzenário à sexta-feira 9 de Agosto de 2019 • Preço 1,50€
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tiragem máxima com EXPRESSO
ENTREVISTA A ANTÓNIO MIGUEL PINA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE OLHÃO
OLHÃO ESTÁ NA MODA P.10 a 13
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Entrevista a Joaquim Peres, presidente da Águas do Algarve: "ÁGUA É VIDA" P.6 e 7
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Feira da Dieta Mediterrânica está de volta a Tavira P.15 foto d.r.
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Missão cumprida: Quinas de volta ao mar P.18 foto ana pinto
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Redação: Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 320 900 Fax: 281 023 031 E-mail: jornalpostal@gmail.com Online: www.postal.pt FB: facebook.com/postaldoalgarve FB: facebook.com/ cultura.sulpostaldoalgarve Issuu: issuu.com/postaldoalgarve Twitter: twitter.com/postaldoalgarve Diretor: Henrique Dias Freire Diretora executiva: Ana Pinto Redação: Ana Pinto (CO-721 A) Cristina Mendonça (CP 3258) Henrique Dias Freire (2207 A) Stefanie Palma Design: Bruno Ferreira Colaboradores: Afonso Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor) Colaboradores fotográficos e de vídeo: Luís Silva / Miguel Pires / Rui Pimentel Departamento comercial, publicidade e assinaturas: Anabela Gonçalves, Helena Gaudêncio José Francisco Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 8800-399 Tavira Contribuinte: nº 502 597 917 Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do título (DGCS): ERC nº 111 613 Impressão: Coraze Distribuição: Banca - Logista, ao sábado com o Expresso/ VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Estatuto editorial disponível: www.postal.pt/quem-somos
Tiragem desta edição:
13.367 exemplares
••• OPINIÃO
Beja Santos
Ana Amorim Dias
Eliseu Correia
Assessor do Instituto do Consumidor e consultor do POSTAL
Escritora anamorimdias@gmail.com
Managing director EC Travel eliseucorreia@sapo.pt
Quem paga a falta de medicamentos nas farmácias?
É destas que gosto
Marselha e os confusos
Gosto de pessoas “sem merdas”, daquelas que se estão a lixar que as olhem de lado quando se riem alto na rua; daquelas que apreciam todas as comidas e que, quando o arroz vem com passas (quem é que pode gostar de passas, por Deus?), se limitam a pô-las para o lado continuando a comer. Gosto de pessoas que não fazem cenas nem armam dramas mesmo quando as situações o pedem, mas sabem usar o dedo do meio e palavrões cabeludos nas ocasiões certas. Gosto de malta que diz o que pensa e faz o que diz e raramente se arrepende por não ter nada de que se arrepender. Gosto de gente ousada, picante, marota, que se transforma em ovelha quando todos são lobos só pelo prazer da diferença e insubmissão. Gosto de humanos paradoxais, ilegíveis e imprevisíveis, daqueles a quem os pequenos receios passam ao largo e que derrotam os grandes medos com um humor divertido. Gosto de quem se aceita e se quer melhorar; de quem se respeita para poder respeitar; de quem se explora, se assume, se mostra, se expande, gosto destas mesmo muito. Gosto dos que sabem pedir desculpa, dar o braço a torcer e não deixam que mesquinhos orgulhos lhes roubem afectos. Gosto de quem não vive sem música nem livros nem todas as formas de arte sem querer parecer erudito. Gosto de gente agradecida, humilde, vivida, viajada e culta ao ponto de saber que nada sabe. Gosto de quem sabe estar na mais rasca tasca com o mesmo à vontade com que se desloca na nata e gasta mais “bons dias” com os humildes que com os grandes. Gosto de quem segura a porta, de quem se levanta, de quem se está "nas tintas" para como vai ser interpretado aquele sorriso rasgado e interminável abraço. Gosto de pessoas “sem merdas”, daquelas que vivem de facto cada momento sem esperar demasiado; daquelas que sabem ser apenas mais uma entre milhões, mas ainda assim se distinguem por, de tão fieis a si mesmas, se tornarem únicas…
E quando pensávamos que já tínhamos visto tudo, aconteceu o insólito. Uma campanha do aeroporto em full speed com o título “Fuja da confusão algarvia e vá para Marselha”. Ora... o primeiro problema é que infelizmente para a região este ano temos tudo menos confusão e o segundo precisamos é que se façam campanhas para os trazer ou manter cá e não para mandar ainda mais para outro sítio. O anúncio esteve uma semana no ar sem nenhuma entidade ou órgão oficial de turismo algarvio ter-se apercebido de nada, o que em si não espanta porque é difícil de ver ou resolver seja o que for quando se está a dormir na formatura. Horas depois da lebre ter sido levantada por quem não dorme, ou seja, quem trabalha, a campanha foi suspensa e, pasme-se, arranjou-se logo um mexilhão para arcar com as culpas: a empresa de comunicação tinha posto a campanha no ar sem autorização prévia. Amazing. Mais amazing é que pôs o anúncio no ar e ninguém da estrutura contratadora, repito, durante uma semana viu o anúncio que andou a bombar nas redes sociais nas horas. Preocupante. Mas o cúmulo do espantoso foi que para atenuar as ondas de “choque” e para disfarçar a coisa, a comunicação que foi saindo para a rua é que o anúncio afinal era apenas destinado aos algarvios, leia-se residentes. Ora aqui está uma brilhante explicação. Só tem um pequeno detalhe aqui: é que o anúncio estava em inglês. Efectivamente se não fosse tão triste até dava vontade de rir. Posto isto, aguardamos então a confusão da anunciada greve do dia 12, que ao acontecer será um problema gravíssimo e de consequências imprevisíveis para o turismo e para a região em geral, de tal maneira que consta que haverá pessoas de alta responsabilidade regional que vão aproveitar esse período de tensão para gozo de férias. Uma preocupação e um profissionalismo que até embaça como se diz nesta terra. Para terminar apelo a que a malta venha em força para o Algarve porque não temos puto de confusão aqui, temos é algumas pessoas confusas que talvez não fosse má ideia irem elas para Marselha… com bilhete apenas de ida.
Quem paga? A resposta é fácil, é o SNS (Orçamento de Estado, contribuintes) e são os doentes, milhões por ano, um dos mais estapafúrdios esbanjamentos em Saúde. A indisponibilidade de medicamentos nas farmácias ganhou relevo quando se começou a falar no número impressionante de farmácias insolventes e penhoradas, a questão foi mesmo abordada na petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”, aqui dizia-se expressamente que havia que combater as falhas de medicamentos, garantindo aos doentes o acesso na farmácia a todos os medicamentos receitados pelos médicos. Falou-se então muito nas razões da insolvência e penhora, quais os distritos mais afetados e as razões por que faltavam medicamentos nas farmácias. Dava-se como primeira explicação as exportações, veio seguidamente o Governo determinar medidas à indústria, exigindo a plena garantia de abastecimento, o mercado nacional não podia ser afetado pelas exportações. Palavras vãs. Em janeiro deste ano, a ANF – Associação Nacional das Farmácias – apresentava um observatório dos medicamentos em falta e revelava existirem cerca de seis milhões de embalagens em falta em mais de mil e novecentas farmácias. Já em 2018 faltaram 64 milhões de embalagens de medicamentos. Mas não há remédio para esta falta de remédios? Há, evidentemente. O Ministério da Saúde, a indústria, a distribuição e os profissionais de saúde devem rapidamente chegar a um entendimento, já que se sabe quem é que vai pagar as terapêuticas interrompidas, as novas idas ao médico à procura de medicamento de substituição, com o pagamento de uma outra taxa moderadora, o entupimento das Urgências no somatório destas terapêuticas que por interrupção levam o doente a entrar, em certos casos, num estado crítico. Aqui não se trata, em concreto, de uma questão da insolvência das farmácias, se bem que, com a situação crítica que muitos vivem, os mecanismos de prudência entre distribuidores e farmácias comunitárias estão sob vigilância, o que chega à farmácia tem que ser liquidado a tempo e horas. O Ministério da Saúde deve propor incentivos à indústria de modo a acabar com as ruturas. As falhas dos medicamentos nas farmácias é uma árvore da floresta, um esbanjamento inacreditável, tão mais inacreditável quando todos nós sabemos que as Unidades de Saúde se debatem com crónicos problemas financeiros, associados a uma enorme falta de pessoal, sendo as farmácias a porta do SNS onde o doente sente o incumprimento de princípios essenciais do SNS. Há que encontrar respostas na parte e no todo, os doentes precisam de coesão territorial, o mesmo é dizer a garantia de se cumprir a prescrição médica de acordo com uma boa cobertura farmacêutica. Cada dia que passa são euros preciosos que se deitam para o balde do lixo e, tristemente, sempre com impacto negativo na saúde dos portugueses.
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Dias Medievais estão de volta a Castro Marim Interreg V-A, apoiada pela União Europeia, cofinanciada a 75% pelo FEDER, projeto FOURTOURS), mostrando uma das razões pela qual a Idade Média é considerada como a Idade das Trevas. Pelo banquete, outra das grandes atrações deste evento, passam todos os grupos de animação do evento. À semelhança do que acontecia na Idade Média, à luz misteriosa das tochas, os comensais experimentam as melhores iguarias da época, enquanto desfrutam dos espetáculos de animação. Todas as classes que estruturavam o quotidiano da Idade Média vão estar representadas, clero, nobreza, burguesia e povo, e nas mesmas ruas e ruelas é possível encontrar criaturas mitológicas, monstros, criaturas demoníacas e mágicas, que explicavam tudo o que ainda era vago e impreciso. Os Dias Medievais em
fotos d.r.
A magia da época invade as ruas castromarinenses Castro Marim abrem portas às 18 horas e encerram às 00. Durante o evento, organizado pela Câmara de Castro
Marim, o Gabinete de Apoio ao Munícipe (GAM) funcionará como posto de informações e de apoio. pub
O castelo e a vila de Castro Marim enchem-se de personagens trajadas à época Castro Marim transforma-se, entre 28 de agosto e 1 de setembro, numa vila encantada, recriando, com todo o rigor, os usos, costumes e vivências do passado medieval. Durante cinco animados dias e noites de regresso à Idade Média, talvez a época mais
ideal para receber reis e rainhas, cavaleiros de armaduras reluzentes, bobos e jograis, comerciantes, monges, damas e nobres, mas também as contradições de uma época simultaneamente bárbara e culta, palco de acontecimentos e decisões que ficaram na
Malabaristas e cuspidores de fogo não faltarão na vila intrigante da história da humanidade, o castelo e a vila transformam-se no cenário
história e de magníficas produções culturais e artísticas. Os torneios a cavalo, os tea-
tros de rua, os muitos grupos de animação “passa calles”, com malabaristas, zaragateiros, cuspidores de fogo, gaiteiros, equilibristas, espadachins e contorcionistas, a música medieval, a música e dança árabe-oriental, a música sacra, as danças medievais, a exposição de Instrumentos de Tortura e Punição, o mercado medieval e os banquetes, são algumas das principais atrações e trazem com elas toda a magia desta época tão fascinante. Os Dias Medievais em Castro Marim têm como palco principal o castelo, que é o cenário mais leal possível à Idade Média. É aqui que acontecem as maiores recriações, como as de artes e ofícios, onde estão representadas mais de 45 profissões, e os grandes espetáculos, como os torneios medievais a cavalo. É também o castelo, no paiol, que acolhe a renovada exposição de instrumentos de tortura e punição (cofinanciada pelo
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Quinta do Bill é cabeça-de-cartaz das festas de Castro Marim As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires voltam ao coração da vila raiana, na Praça 1º de Maio, entre 11 e 15 de agosto. São as celebrações religiosas o ex-líbris destas festas. No 15 de agosto, quinta-feira, centenas de pessoas juntam-se em procissão pelas ruas da vila, numa expressiva manifestação de fé em honra da padroeira de Castro Marim. Este dia dará também lugar à música, com o concerto da banda “Quinta do Bill”, marcado para as 22 horas. Das comemorações deste ano faz parte a Prova de Mar “Vila de Castro Marim”, na Praia da Alagoa (Altura), organizada pelo Leões do Sul Futebol Clube, no dia 11 de agosto, pelas 10 horas. No âmbito do Dia Internacional da Juventude, a autarquia organiza, no dia 13 de agosto um programa com atividades particularmente pensadas para esta faixa etária,
laser tag, color run e uma festa da espuma animada pelo “DJ Karussa”, a ter lugar no Polidesportivo de Castro Marim, pelas 20 horas. A abertura da Feira de Artesanato e Etnografia prossegue os festejos no dia 14 de agosto, quarta-feira, pelas 20 horas. Ao palco sobe o grupo de dança das Arutla (22h), cuja performance tem granjeado o mérito de anos de esforço e dedicação, conduzidos pela professora Laura Pook e pelo Clube Recreativo Alturense. Dia da padroeira celebra-se a 15 de agosto O dia de homenagem à padroeira, 15 de agosto, começa mais cedo, com a Arruada logo às 8:30, pela Banda Musical Castromarinense. Segue-se o Hastear da Bandeira e começam depois as celebrações religiosas com Recitação do Terço
e uma Missa Solene na Igreja Matriz (11:15), retomadas depois pelas 19 horas, quando a imagem venerada de Nossa Senhora dos Mártires é preparada deixar a Igreja Matriz e percorrer em procissão as ruas da vila, acompanhada e saudada por centenas de fiéis devotos, que, anualmente, participam nesta romaria. O dia principal das festas trará a palco a banda “Quinta do Bill”, com êxitos conhecidos da grande maioria do público, como “Os Filhos da Nação”. Este será também o dia da 3ª edição do torneio anual de futsal “Nelson Solá”, marcado para as 9 horas, homenagem póstuma do Castromarinense ao antigo jogador. As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires são organizadas pela Câmara de Castro Marim e pela Paróquia de São Tiago e contam com o apoio dos clubes e associações locais.
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O Presidente da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estevão felicita o jornal POSTAL do ALGARVE pelo o seu XXXII Aniversário, sempre ao serviço da boa informação, e faz votos de continuação do bom trabalho. O Presidente da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estevão José Liberto da Conceição da Graça
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Entrevista a Joaquim Peres, presidente da Águas do Algarve:
"Nós vamos dando valor ao bem c foto stefanie palma
à noite pelo Algarve, vi uma série de aspersores a regar alcatrão sem necessidade nenhuma. Esta é somente uma questão de manutenção desses equipamentos para regarem aquilo que efetivamente é necessário e não andarem a esbanjar água no alcatrão porque o alcatrão não vai crescer.
/ postal d.r.
Joaquim Peres, presidente da empresa Águas do Algarve, avança com alguns projetos futuros Stefanie Palma / Henrique Dias Freire stefanie.palma.postal@gmail.com
Em entrevista ao POSTAL, Joaquim Peres, presidente da empresa Águas do Algarve, avança com alguns projetos futuros. O responsável falou sobre a nova campanha da Águas do Algarve bem como dos próximos investimentos que a empresa vai fazer. O tema central da entrevista teve como ponto fulcral a água, um bem essencial à vida.
Qual é o objetivo da Campanha "Água com um Pingo de Consciência"? O objetivo é mesmo as pessoas tomarem consciência da forma como utilizam a água, ou seja, nós podemos utilizar a água de forma despreocupada e andamos a esbanjar a água, não estamos a utilizar a quantidade necessária para aquilo que precisamos. O que nós pretendemos é que as pessoas tenham consciência daquilo que estão a fazer e daquele bem que é escasso e, portanto, deve ser usado com parcimónia, inteligência para poder tirar dele o melhor partido possível. O nome da campanha já é um alerta por si só sobre a situação atual que se vive relativamente à água? Claro, a água, cada vez mais, com as alterações climáticas, foge-nos muito as suas fontes de abastecimento, sobretudo aquelas que são as atmosféricas e provêm da chuva e que fazem a alimentação dos reservatórios superficiais, as barragens. Não havendo a situação desse forne-
cimento, temos de recorrer a outros meios. Podemos recorrer a águas freáticas, no Algarve, ou eventualmente a outro tipo de águas. Uma das condições de que podemos retirar partido é da água reutilizável, aquela que utilizamos uma vez e depois de tratada nas ETARs pode voltar a ser utilizada também. Temos de tentar mobilizar as pessoas e as vontades para que essa água possa voltar a ter uma nova vida, possa voltar a entrar no ciclo e, portanto, possa ser reutilizada. É fundamental que isso aconteça. Outra situação é a questão que estamos também disponíveis para estudar que é a dessalinização, mas que, efetivamente, hoje ainda tem um custo caro para ser usada em algumas das situações, como seja, por exemplo, a rega. Não faz sentido nenhum estar a pensar em dessalinização que não seja para já para consumo humano. Considera que a falta de água será uma realidade para breve? Há um caráter aleatório nesta questão do tempo e as alterações climáticas estão cada vez mais fortes, mais evidentes. Tudo aquilo que ouvimos falar e que vemos, toda esta onda de calor pela Europa Central, toda esta situação de fogos que começou a acontecer no Alasca, são coisas que seriam impensáveis. As alterações climáticas, apesar de muitos porem em causa que existam, elas estão aí, são evidentes e, portanto, temos de ter isto em atenção. É preciso perceber que esta questão da desertificação, vinda a partir do Norte de África, pode espalhar-se pela Europa do Sul e ir subindo. É uma questão que hoje em dia é cada vez mais evidente. Quais são as disponibilidades hídri-
cas da região? Nós na região com a questão que temos da utilização da água superficial, temos neste momento água para este ano para consumo humano, utilizada com cuidado, com inteligência. Depois desejamos que em outubro, novembro chova e que venha repor os níveis. Temos também a questão das águas freáticas, juntas com as outras superficiais, que é exatamente a gestão que temos feito no sentido de não faltar água à população. Este ano está assegurado? Sim, em princípio sim. É preciso ter cuidado na utilização. Se começarmos a esbanjar água pode haver problemas. Não faz sentido ter de ser utilizada água tratada para fazer rega Que conselhos podemos dar à população de modo a que poupem água e possam fazer uma melhor utilização deste recurso? É evidente que existem várias situações que todos nós já ouvimos falar muitas vezes. Existem vários exemplos, tais como, não lavar a loiça com a água a correr na torneira, optar por utilizar um copo ao lavar os dentes e utilizar a máquina de lavar loiça só quando estiver cheia. Depois, há também uma questão que é aquela em que podemos dizer às pessoas, a alguns organismos, para que tenham em atenção a possibilidade de reutilizar água. Hoje em dia não faz sentido ter de ser utilizada água tratada para fazer regas. Por outro lado, há situações em que temos de fazer essas regas de forma mais inteligente. E isso quer dizer o quê? Que deve ter-se em atenção não só a hora do dia em que se rega mas também a regulação dos mesmos aspersores. Ainda ontem, fazendo uma viagem
A Águas do Algarve assinou há poucos dias com o Estado o novo contrato de concessão. Que medidas estão previstas? A maior parte das grandes infraestruturas estão construídas, quer do abastecimento de água, quer do saneamento, mas algumas já têm muitos anos. Agora o grande problema já não é construir, é manter e, portanto, aquilo que nós temos de fazer é manter em bom estado de conservação todas as infraestruturas que entretanto foram construídas. Grande parte do investimento, dos 300 milhões que estão para ser investidos neste tempo são para obras de manutenção, recuperação não só das tubagens mas também dos equipamentos, das bombas, dos estabilizadores, de todos os equipamentos mecânicos que são necessários para que tudo isto funcione bem. Que outros investimentos é que a Águas do Algarve tem previstos até ao final do ano/início de 2020? Temos aqui algumas situações que têm a ver, por um lado, com a recuperação da ETAR de Lagos, que é fundamental que se faça. Está em concurso, o procedimento está aberto, estamos à espera de propostas e havemos de fazer essa situação. Por outro lado, também existe a questão da secagem solar das lamas, que são um subproduto que fica no tratamento das águas e, portanto, poderemos tentar encontrar valor acrescentado nesse mesmo produto. Estamos a pensar seriamente em fazer secagem solar e queria ver se este ano ainda podíamos começar a construir a primeira estufa para fazer essa secagem. Onde gostariam de fazer a construção dessa estufa? Os locais mais propícios são as ETARs com algum espaço e com alguma localização geográfica relevante e a ETAR de Faro-Olhão era extraordinariamente importante para isso e eventualmente poderá ser por essa que as coisas vão começar. São, portanto, estes os dois principais investimentos para já? Sim, mas também existe uma recuperação planeada. Nós temos no Algarve uma série de zonas que estando perto do mar sofrem a influência da água salgada e uma das
situações importantes é uma recuperação, quer de coletores, em que vamos fazer o encamisamento por dentro do coletor, ou seja, repará-lo sem abrir valas à superfície, de modo a garantir a sua integridade e evitar a afluência indevida dessa água salgada e outra é a situação das caixas de visita, aquelas tampas que vemos na rua, recuperar essas mesmas caixas também para que elas não sejam elementos que permitam entrar a água salgada. A água salgada normalmente vem prejudicar o tratamento biológico do saneamento e, portanto, não é conveniente que essa situação aconteça. É evidente que as câmaras, sendo elas as detentoras das infraestruturas em baixa, terão de fazer também esse mesmo trabalho para evitar a entrada dessas mesmas águas. É um trabalho conjunto. Nesta região aquilo que é fundamental é entendermos que estamos todos uns com os outros e não uns contra os outros. Temos de ter esta postura de estarmos uns com os outros e quando isso acontecer é bom para a região. Se estivermos uns contra os outros, está cada um a lutar para o seu lado e, portanto, é como aquela história dos burros que estão a querer comer a palha com uma cordinha e nenhum cede e, portanto, nenhum come. O que está aqui em causa é o nome da região, a marca Algarve é extraordinariamente importante e teve aquele marco histórico no dia da assinatura do contrato de concessão, agora estendido até 2048. Aquilo só foi possível devido ao entendimento que houve entre a Águas do Algarve e os municípios. Isto foi construído com os municípios e temos de continuar a construir coisas com os municípios. Os municípios são uma peça fundamental nesta situação. Um grande desafio é que as águas tratadas pudessem ser todas reutilizada Qual o maior desafio que a Águas do Algarve enfrenta? É realmente uma daquelas perguntas de um milhão de dólares. Na realidade, isso poderia dar azo a muita coisa, mas tendo em atenção aquilo que é o objetivo da Águas do Algarve, que é fornecer em exclusividade as águas em alta e o saneamento em alta também, um grande desafio é que as águas tratadas pudessem ser todas reutilizadas. Isso era fundamental, porque nós temos um consumo de água de 73 hectómetros cúbicos e tratamos na ordem dos 43 hectómetros cúbicos, ou seja, se eu pudesse reutilizar toda a água que trato, só precisaria de ir buscar 30 hectómetros cúbicos de água ainda não utilizada. Seria extraordinariamente importante se o conseguíssemos fazer.
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cada vez que ele nos desaparece" Como é que o poderíamos atingir? O Governo tem uma meta muito ambiciosa e ainda assim mais baixa. Se conseguíssemos ter até 2023 a situação da utilização de 50% de água reutilizada era extraordinariamente bom. A água da torneira é boa para consumo? A água da torneira é extraordinária. O grande problema é que nós podemos ter coisas extraordinariamente boas mas depois estragamo-las. Às vezes fazemos um refugado com coisas extraordinárias e depois olhamos para o lado e aquilo queimou. O grande problema aqui é que nós temos uma água de qualidade, mas depois se não tivermos cuidado, nas nossas redes de distribuição em nossas casas, o que vai acontecer é que vão estragar a água e dado que nós temos algumas canalizações feitas em material menos aconselhável e outras que devido à sazonalidade na utilização ficam demasiado tempo paradas, vão ganhando óxidos de ferro em quantidades elevadas e quando se abre a torneira sai uma água amarela, casta-
nha, que não tem qualidade. Há aqui uma situação que é a qualidade da água servida em alta, a utilização dessa água pelas pessoas que realmente têm o seu cuidado com a canalização, a renovaram e fizeram todo esse trabalho e a água é excelente e aquelas que eventualmente não tendo tido cuidado com as suas redes de distribuição podem encontrar ali um sabor ou uma cor que não condiz com aquilo que é realmente o produto, mas aí foi uma situação de menor atenção ao estado de conservação de todas essas coisas. Nós podemos comprar um carro extraordinariamente bom, um Ferrari, mas depois se não o mantivermos anda pior do que um Fiat 600. É fundamental que se façam as manutenções e é aí que por vezes acontecem as dificuldades. Nas nossas casas basta abrirmos a torneira e a água sai. Muitas vezes as pessoas não têm noção do valor da água. O que é que podemos dizer-lhes para consciencializá-las de que a água é um bem essencial à vida? A água é vida. Às vezes eu dou um exemplo: imagine que lhe saiu o euro-
milhões e você arranjou um daqueles camiões TIR, carregou-o e foi passear até ao deserto a um sítio extraordinário. Imaginemos que passados sete dias se acabou a água e eu chego montado no meu camelo e dou-lhe um copo de água fresquinha. Quanto está disponível para pagar por esta água? Se calhar todo o dinheiro que lá tem, se calhar o Jackpot todo, não é? A questão é esta: nós vamos dando o valor ao bem cada vez que ele nos desaparece. Nós, normalmente, fazemos as asneiras todas na vida, brincamos com a nossa saúde, não lhe damos valor, só pensamos nela quando efetivamente ela começa a faltar. A água da torneira é a mesma coisa, ela está ali e vamos esbanjando. No dia em que ela desaparecer, aí questionamo-nos: ai minha rica água, onde foste? Nas engenharias nada é impossível, tudo se consegue fazer Em termos de época de verão, nota-se uma diferença muito significativa no abastecimento de água? Em que medida se nota esta diferença?
Ao contrário de outras regiões nós temos uma sazonalidade muito grande e, portanto, temos de dimensionar as nossas infraestruturas para estarem disponíveis para fornecer o bem no pico, o que nos obriga a ter alguns cuidados nas engenharias para podermos ter instalações que possam estar compartimentadas, ou seja, para funcionarem à medida que haja necessidade dessa situação. No verão a população do Algarve sobe quatro/cinco vezes e nessas circunstâncias nós temos de estar preparados para que essa grande ponta seja fornecida mas, ao mesmo tempo, temos de garantir os mínimos nos outros meses. Este é um trabalho que só se consegue com uma grande dedicação das pessoas que trabalham nesta casa, todos eles, desde os simples operadores, aos responsáveis de instalação, aos responsáveis de zona, e é graças a estes trabalhadores que eu tenho em grande consideração e, que para mim são os melhores do mundo, que é possível fazer este trabalho, um trabalho que depois se vê em várias situações, numa primeira fase na área do saneamento pela manutenção das bandeiras azuis
nas praias nesta altura extraordinariamente importante. Nós estamos naquela altura de ponta em que toda a gente quer ir de férias. Os operadores também querem ir de férias com as suas famílias mas muitas vezes fazem o sacrifício de manter estas instalações a funcionar corretamente para que os outros usufruam em perfeitas condições daquilo que a natureza lhes dá. Existe algum projeto futuro que gostasse de desvendar? A grande questão que está aqui agora é conseguirmos fazer todos estes trabalhos de manutenção de forma mais eficaz, menos penalizadora para as pessoas e do modo economicamente mais rentável. Nas engenharias nada é impossível, tudo se consegue fazer, mas muitas coisas à custa de muito dinheiro. O trabalho do engenheiro é fazer a mesma coisa, com a mesma qualidade e com o menor custo. Essa é a verdadeira missão do engenheiro e aqui temos uma casa de =engenheiros e é por aí que estamos a lutar: manter a qualidade, manter os níveis de serviço e ter os menores custos possíveis. É o desafio. pub
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••• ROTEIRO GASTRONÓMICO
d.r.
Restaurante ALMA LUSA
Rua Gago Coutinho, 3 – Lagos
282 761 670
37.093710, -8.674377
almalusalagos@hotmail.com
Das 12h às 15h e das 18h às 22h (encerra à terça-feira e à quarta-feira ao almoço)
25€
PRATO EMBLEMÁTICO
d.r.
Tem a verdadeira alma portuguesa espelhada nos azulejos da parede, no pano dos guardanapos, na loiça da Vista Alegre e no sabores que oferece! A cozinha nacional segue o conceito mediterrânico e reinventa-se no empratamento. É com fado todas as quarta-feiras ao jantar e brevemente com saxofone aos sábados que animam o espaço, convidando os clientes a provarem belíssimas entradas de carpaccio, cogumelos, vieiras, etc. Seguem-se diversas opções, como as bochechas de porco preto, o robalo, a corvina ou se preferir uma comida de tacho, o arroz de polvo, a cataplana de peixe e marisco, ou ainda se optar por uma carne mediterrânica, não se arrependerá. A garrafeira passa por todas as regiões do país e os vinhos algarvios não foram esquecidos. Experimente ainda o “mil folhas” da casa jutamente com um Madeira ou um moscatel. Simplesmente divinal!
POLVO NA BRASA COM BATATA DOCE CARAMELIZADA E CASTANHAS
d.r.
Restaurante MARÉS
Rua José Pires Padinha, 134 Tavira
281 326 749
37.125246, -7.646324
mail@restaurantemares.com
Todos os dias, das 12h às 22.30h
21€
PRATO EMBLEMÁTICO
d.r.
No Marés a fusão do contemporâneo com o tradicional não se faz só no prato, estende-se ao Rio Gilão, no olhar a cidade sempre de forma evolutiva! Muito recentemente o restaurante adquiriu um novo sentido e novos paladres, acicatados pelos chefes Cristiano Fagundes, João Barão e restante equipa. Sugerimos para um começo, que embarquem num polvo com mel e mostarda, enquanto aguardam pelo prato principal, sempre confecionados com produtos locais, sendo que o peixe é a estrela. Tanto as cataplanas como a massinha ou arroz de tamboril ou de polvo são opções a não descurar. Os vinhos portugueses e as variadas sangrias, adocicam e inebriam os mais resistentes. Preferindo ou não o lugar na esplanada, o cenário é edílico para ver a noite cair!
CATAPLANA DE PEIXE Composta por tamboril, dourada, robalo, atum, amêijoas, gambão, camarão, lagostins e o restante.... só provando!
Restaurante TABERNA REMEXIDA
d.r.
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PRATO EMBLEMÁTICO
Quinta da Fornalha – Castro Marim
926 122 969
37.210561, -7.486749
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d.r.
A Tabela Remexida é o restaurante da Quinta da Fornalha, uma quinta ecológica parcialmente inserida na Reserva Natural do Sapal em Castro Marim que recupera a cultura tradicional algarvia da produção agrícola. Num espaço confortável e informal, foi recriado com mestria e carinho o tradicional da tasca algarvia, seguindo os critérios de transformação criativa, maximização de recursos locais e naturais, envolvência de sentidos e consciência do lugar, da cultura e biodiversidade que os rodeia. São utilizados produtos locais, frescos e sazonais na elaboração dos menus e petiscos, com especial destaque para as tábuas de degustação, onde mar e salina, serra e horta biológica se misturam para criar uma viagem no palato algarvio. Na carta de bebidas podem-se encontrar sumos naturais, vinhos biológicos e cervejas artesanais do Algarve.
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REGIÃO •••
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Natur’all, a marca que privilegia os sabores mais puros foto d.r.
O Natur’all – Fresh Food Lovers acredita que viver bem começa por comer bem O Natur’all – Fresh Food Lovers acredita que viver bem começa por comer bem. Este espaço privilegia
os sabores mais puros aliados ao bem-estar e, sempre que possível, provenientes de uma agricultura
biológica. O Natur’all está atento às preferências e às mudanças no seio do
consumidor moderno e disponibiliza opções que servem intolerâncias alimentares, sem glúten, sem esquecer os pratos veganos e vegetarianos. Neste contexto de responsabilidade e preocupação com a saúde e a prevenção do meio ambiente, a marca pretende fazer chegar ao paladar dos clientes novas combinações de sabores, serviços diferenciadores e, através deste meio, despertá-los, tanto a eles como a toda a equipa, para uma tomada de ação e mudança de hábitos que sejam mais ponderados e conscientes face à proteção do planeta e à utilização dos recursos naturais. Este espaço abrange um serviço de restauração, onde é possível encontrar saladas frescas, tartines e sandes, pratos quentes, sumos 100% naturais e sobremesas veganas, uma mercearia com fruta fresca da época, uma padaria com
pães e bolos sem glúten, um serviço de take away para que os clientes levem para o conforto das suas casas a comida preparada na hora, sendo que todos os pratos são confecionados na cozinha. “A atividade deste espaço não é desprovida de impactos e, por isso, assumimos uma abordagem cuidada e atenta face à sustentabilidade ambiental e social”, refere a direção de marketing do Natur’all representada por Ariana Nobre. “Este aspeto passa tanto pela redução da produção de lixo e pela utilização conhecedora e responsável dos recursos naturais mas também da responsabilidade que temos para com a comunidade local e não só”, acrescenta. O Natur’all localiza-se na Avenida dos Descobrimentos 5-7, em Lagos, e está aberto das 8 às 20 horas. Por sua vez, a loja de Aljezur está situada em Igreja Nova, EN 120, das 8:30 às 21 horas. pub
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••• ESPECIAL OLHÃO
Entrevista a António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão
Somos hoje um concelho que muitos d Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
Em entrevista ao POSTAL, António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, avança com alguns projetos que estão a ser desenvolvidos no concelho. O responsável falou sobre os eventos futuros no concelho, com especial destaque para o Festival do Marisco de Olhão. O presidente falou ainda sobre os principais investimentos que estão a ser feitos em Olhão, bem como daquilo que ainda falta concretizar neste mandato. Olhão é uma cidade intimamente ligada ao mar desde sempre. Que atividades estão a ser desenvolvidas neste sector? Olhão foi desde sempre um
concelho com uma forte ligação à pesca e às industrias transformadoras de pescado. Nos últimos anos, e fruto da diminuição abrupta dos stocks de pescado, nomeadamente da sardinha e do carapau, bem como a redução das quotas e dos meses de pesca, temos vindo a assistir ao desaparecimento de embarcações e, consequentemente ao desemprego neste sector. Felizmente tem havido um grande investimento na área da aquicultura ou aquacultura offshore, acreditando ser esta a única saída para combater este problema, permitindo a empregabilidade dos muitos desempregados do sector. Estamos atentos e disponíveis para apoiar, seja ultrapassando alguma burocracia ou ajudando na internacionalização das empresas a operar nesta área. Outras das atividades em forte
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Temos consciência que muito há para fazer
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ESPECIAL OLHÃO •••
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dizem “estar na moda” desenvolvimento ligadas ao Mar/Ria Formosa são as marítimo-turísticas que, através dos passeios, da visitação do trabalho desenvolvido pelos mariscadores, da observação da fauna (cavalos-marinhos) e dos golfinhos, têm criado mais-valias nesta área. O Festival do Marisco está a aproximar-se. Quais são as expectativas em termos de receita? O Festival de Marisco vai este ano para a XXXIII edição e é, sem qualquer dúvida, o maior festival gastronómico e musical a sul de Portugal. Com o cartaz deste ano, a qualidade e diversidade do marisco que temos para oferecer, estamos convencidos que teremos um número de visitantes igual ou superior aos outros anos, traduzindo-se obviamente em bons resultados financeiros.
Espera-se uma maior afluência este ano? Há no Algarve, e num espaço temporal cada vez mais reduzido, um grande número de eventos, o que pode originar alguma dispersão, porém, apostámos num cartaz eclético e de qualidade, por forma a atrair públicos de todas as faixas etárias e gostos musicais. Se o “São Pedro” nos presentear com bom tempo, com a qualidade que sempre oferecemos na gastronomia e algumas inovações dentro do espaço, este ano teremos, sem dúvida, uma grande afluência durante os seis dias do festival. Que outras atividades estão agendadas para o verão no concelho? Entre outras, destaco o Festival Pirata, as Noites do Levante, a Feira do Livro e a Poesia a Sul. Durante os três
meses de verão os olhanenses e quem nos visita podem usufruir de um conjunto de eventos bastante diversificados. Mais de 60% do que nos propusemos fazer já foi feito Ao nível dos investimentos, quais são as prioridades? É indiscutível que Olhão é hoje, aos olhos de muitos, seja no Algarve, no resto do país ou no estrangeiros, um concelho onde há crescimento económico, dinâmica cultural, turismo sustentado e inovador, modernidade e boas perspetivas de crescimento. Temos investido na modernização do espaço público, como por exemplo na Frente Ribeirinha - Avenida 5 de Outubro - requalificando-a, e na Horta do Pádua, dotando-a de novas áreas ajardinadas.
António Miguel Pina aposta no crescimento económico do concelho de Olhão Na área da educação, estamos a efectuar um investimento de oito milhões no parque escolar, bem como na área tecnológica, dotando todas as salas de aula de equipamentos modernos e adequados às novas realidade.
Oferecemos tablets a todos os alunos dos 4, 7 e 10º anos, num investimento superior a 900 mil euros. Estamos a requalificar várias zonas e bairros da cidade, o nosso parque habitacional
(cerca de 800 fogos) e vamos construir habitação a custos controlados para minorar o problema de aquisição e aluguer de casa própria aos jovens que pretendem constituir família e residir neste pub
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aprazível concelho. Para além destes investimentos e requalificações, muitos outros estão a ser estudados e efetuados, como por exemplo no saneamento básico, no melhoramento das acessibilidades, no parque desportivo e na criação/renovação de algumas zonas verdes (jardins e espaços de lazer). Em estudo e em fase de projeto, entre outros, estão a construção de novas bolsas de estacionamento a nascente e poente da baixa da cidade com capacidade para 1000 automóveis - um deles já em funcionamento - , bem como a requalificação da entrada poente até à marina, com 26.000 metros quadrados de zona ajardinada, e a Avenida 16 de Junho, dotando-a de zonas pedonais e espaços verdes. O Porto de Pesca irá ser requalificado permitindo um novo espelho de água (marina) para embarcações de grande porte. Iremos concluir até ao final de 2020 as ciclovias, permitindo ir da Fuseta até Faro de bicicleta ou a pé. O que é que ainda falta concretizar neste mandato? O nosso compromisso com os olhanenses foi muito claro. Não prometemos nada que não fosse exequível ou megalómano. Temos consciência que muito há para fazer e até à data mais de 60% do que nos propuse-
foto arquivo
/ postal d.r.
"Até à data mais de 60% do que nos propusemos fazer já foi feito", afirma o autarca mos fazer já foi feito. Há ainda alguns projetos em curso que aguardam pareceres ou estão em fase projeto, nomeadamente a construção do quartel de bombeiros, os jardins de areia junto à marina com cerca de 30.000 metros quadrados e a requalificação dos jardins Pescador Olhanense e Patrão Joaquim Lopes, este último deverá ter início em 2020. O saneamento da Ilha da Armona aguarda a reestruturação do caderno de encargos e irá novamente a concurso público. Olhão está na moda Olhão tem vindo a afirmar-se na área do turismo. Quais os projetos e apoios nesta área? Olhão transformou-se na última década. Somos hoje um
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concelho, uma cidade que muitos dizem “estar na moda”. Sabemos que a moda é efémera e Olhão quer afirmar-se como um destino turístico de qualidade e não de quantidade... veio para ficar! O grande “clique” deu-se com a construção de um hotel de 5 estrelas na frente ribeirinha e a Ria Formosa ter sido considerada uma das 7 Maravilhas de Portugal. Fomos crescendo e tendo visibilidade, mas recordo que este é um processo lento e não aconteceu por acaso. Tínhamos uma estratégia de crescimento e, juntamente com alguns agentes económicos ligados ao sector, fomos colocando Olhão como um destino turístico único e de qualidade. Mas a realidade é que todos os anos aparecem novos
destinos turísticos, todos os meses muitos se reinventam por força da concorrência e da modernidade. A pressão que existe para crescer muito e rápido é grande e tentadora. Em face desta realidade, encomendamos à Universidade do Algarve um Plano de Desenvolvimento Turístico para Olhão. Sabemos o que não queremos! Mas também temos a humildade necessária para ouvir quem sabe: os estudiosos, a população e os nossos visitantes. Com essa informação e com a ajuda de todos os intervenientes no setor iremos, sem qualquer dúvida, resistir ao aumento da carga, mantendo o nosso concelho como um destino único, apelativo e de qualidade. Mas cabe-nos a nós, principal player da governança, contipub
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nuar a modernizar o nosso concelho, esperamos que os empresários façam a parte deles, melhorando o serviço e, consequentemente, atraindo novos visitantes. Pretendemos, numa gestão tripartida, dar uma vida nova à Quinta de Marim, situada no Parque Natural da Ria Formosa, bem como atrair novos investidores na área hoteleira. Quanto à população jovem, que apoios estão a ser concedidos a este grupo? O turismo traz empregabilidade muitas vezes melhor remunerada, porém, cria nos destinos algumas situações problemáticas, nomeadamente a escassez de alojamento a preços comportáveis para quem vive do seu ordenado, nomeadamente aos jovens e jovens casais. Cientes desta realidade, estamos a concluir a primeira fase da construção a custos controlados. A gestão económica de uma família é como uma empresa.
Temos o lado da receita e o lado da despesa. O lado da receita é a soma dos dois salários. Do lado da despesa, qual é o primeira grande encargo de uma família? A habitação. O segundo são os filhos. O desafio passa por conseguirmos proporcionar a aquisição de habitação ou arrendamento em que o esforço seja inferior a 30% do rendimento familiar. Um casal, que ganhem os dois o ordenado mínimo, falamos de 1.200 euros líquido, não deve pagar mais do que 360 euros de renda. O ideal seria 20% ou 25%. E é possível fazer isso. Vamos colocar no mercado habitações a custos controlados cujo T2 rondará os 90.000 euros. Com um financiamento bancário de 90 mil euros a 45 anos, a prestação mensal não ultrapassará os 300 euros. E estamos a falar de dois ordenados mínimos. Outro dos desafios é criar uma rede de berçários/ creches com valores men-
sais igualmente ajustados, permitindo aos jovens, juntarem-se, casarem, comprarem a sua casa, ter filhos, num concelho onde, cada dia que passa, é mais apelativo e aprazível viver. Para além desta medida, continuamos a ter o apoio à renda aos jovens. Autarquia quer captar investimento e empreendedores
destas estruturas e cabe à autarquia o apoio direto, através de subsídios, e indirecto, cedendo terrenos ou edificado para implementação dessas infraestruturas. Nos apoios diretos temos, entre muitos, a tarifa social da água e a dos transportes na rede urbana. Estamos igualmente a implementar a criação do cartão “Olhão Amigo” que englobará apoios na área social.
E no que concerne à população idosa? Somos um concelho que não descura os menos jovens. Apoiamos direta e indiretamente a população mais idosa, seja através dos serviços do município - ação social - ou dos subsídios às IPSS. No passado ajudámos na construção de alguns lares, porém, sempre entendemos que a gestão deveria ser efetuada pelas instituições; há uma maior proximidade e estas estão mais vocacionadas para ajudar/apoiar quem precisa. Hoje há inúmeros apoios às IPSS para a construção
Como potenciar o concelho e captar mais investimento? Face à atual conjuntura económica e à competitividade territorial das regiões, é determinante a implementação de políticas que conduzam ao crescimento económico. A autarquia pretende ser um instrumento de apoio à vida económica do concelho, tendo em vista a captação de investimento e de empreendedores, bem como no apoio às empresas existentes, colocando o conhecimento e a força institucional do município ao seu serviço.
É fundamental unir esforços na captação de investimento nos três setores da economia, não só como factor de riqueza, mas também como potenciadores de promoção externa. O Município de Olhão implementou, recentemente, um Gabinete de Apoio ao Empresário (GAE), que pretende ser uma ferramenta de apoio permanente a possíveis investidores e aos empresários já estabelecidos. Mas temos que ter horizontes mais alargados, razão pela qual temos vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas com países irmãos, como por exemplo Brasil, Moçambique e Angola, visando promover o nosso concelho, bem como apoiar a internacionalização das nossas empresas. A par destas medidas, cabe igualmente ao município a governança do concelho, efetuando um planeamento adequado, seja nas acessibilidades, no desenvolvimento social ou na regeneração urbana, ou seja, ter a dinâmica da construção das cidades.
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b.i. O QUE FAZ? Sou Presidente de Câmara PERFIL NOME: António Miguel Pina IDADE: 43 SIGNO: Escorpião PROFISSÃO: (Formação) Economista ONDE RESIDE: Olhão TEMPOS LIVRES: Gosto de ler, jogar basquetebol com os meus filhos, conviver com a família e os amigos LIVROS: Tudo Acontece por uma razão QUALIDADE: Persistente DEFEITO: Teimoso qb DESTINO DAS ÚLTIMAS FÉRIAS: Oriente pub
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9 de Agosto de 2019
••• ESPECIAL OLHÃO
Cooperativa Formosa: mais de duas décadas dedicadas aos bivalves fotos d.r.
A Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa em Olhão foi criada em 1998 Stefanie Palma / Henrique Dias Freire stefanie.palma.postal@gmail.com
A Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa iniciou a sua atividade em Olhão em 1998 e conta com associados vivei-
ristas e produtores em toda a Ria Formosa, desde Faro até Cacela Velha. José Florêncio, presidente
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Quarteira
da Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa, disse ao POSTAL que "a cooperativa presta vários serviços aos seus associados, na vertente burocrática e também na parte da compra, depuração, embalamento e comercialização/ venda dos bivalves". "Nós comercializamos a amêijoa boa, o lingueirão, as ostras e o mexilhão e somos também responsáveis por estes bivalves", acrescenta o responsável. A Ria Formosa continua "a ser a origem da grande maioria dos bivalves produzidos e vendidos no mercado nacional, em especial a amêijoa boa, e é de grande importância que o sector, já um pouco envelhecido, sinta esse apoio", refere a cooperativa. A Formosa tem vindo nestes últimos 20 anos "a crescer como entidade fulcral na dinamização e apoio ao sector da moluscicultura, nomeadamente devido à informatização rápida de todos os serviços burocráticos inerentes ao funcionamento desta atividade. A cooperativa serve também de ponte estreita entre o sector, os grupos de investigação e todas a entidades estatais e não estatais", acrescenta o responsável. José Florêncio refere que a cooperativa "é responsável juntamente com o IPMA pela amostragem para análise dos bivalves para saber se estão em bom estado para consumo".
espécies. Eu não consigo perceber como é que os políticos não abrem os olhos para este problema, que é um assunto que afeta a Ria Formosa, uma das maiores riquezas existentes em Portugal", acrescenta o presidente da Formosa. “Agora, quando chega a altura do verão existem muitas casas alugadas, existem muitos esgotos ligados aos fluviais que vão parar à ria, existindo muitas zonas identificadas e que ainda ninguém fez nada", lamenta. Para o responsável existem dois problemas que persistem. Por um lado, "os senhores que fazem caravanismo não têm sensibilidade. Em todo o lado se pára uma caravana, em todo o lado se jogam esgotos para o fluvial. Depois, temos a questão dos iates que eu não acredito que levem, por exemplo, os dejetos a nenhum sítio próprio de tratamento". "A Ria Formosa é igualmente contaminada com detergentes, lixívias e eu acho que as autoridades competentes deviam controlar estas situações", afirma. A Cooperativa da Formosa foca a sua atuação nos vários
assuntos que se relacionam com a Ria Formosa. A Cooperativa tem ainda a funcionar desde 2014 a Formosa Mariscos - Centro de Depuração e Expedição de Moluscos Bivalves, "que mostrou logo de início ser um grande aliado na contribuição para um comércio justo e credível. Colocando no mercado o que a Ria Formosa tem de melhor para oferecer, respeitando as regras de forma a proporcionar qualidade e segurança para os consumidores de bivalves", afirma a Formosa. Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa vai participar no Festival do Marisco A Cooperativa da Ria Formosa já participa no Festival do Marisco há cerca de nove/dez anos e este ano não vai ser exceção. Não vai faltar a amêijoa boa ou a ostra da Formosa. Recorde-se que o Festival do Marisco de Olhão se realiza entre os próximos dias 9 e 14 de agosto, no Jardim Patrão Joaquim Lopes, junto à Ria Formosa. Uma festa onde os sabores e os saberes da Ria Formosa se aliam a muita música e animação.
Esgotos prejudicam as espécies e a atividade Questionado acerca da quantidade de bivalves apanhados, o responsável reforça que "existe um decréscimo na apanha este ano, pois existiam as Zonas C, onde eram apanhados bivalves para transformação, que acabaram por passar a Zona D, onde é proibida a apanha”. "É bom que se fale nesta Zona D, que é contaminada por esgoto. Eu considero que existe falta de civismo e de empenho". "A parte dos esgotos é o que faz com que a atividade se vá degradando, pois prejudica as
A cooperativa comercializa amêijoa boa, lingueirão, ostras e mexilhão
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REGIÃO •••
Feira da Dieta Mediterrânica está de volta a Tavira
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parceria com a CCDR Algarve, DRAP Algarve, Região de Turismo do Algarve, Direção Regional de Cultura do Algarve, Universidade do Algarve, Escola de Hotelaria e Turismo de VRSA, Escola de Hotelaria e Turismo de Faro, Associação In Loco, Tavira Verde E.M. PROGRAMA Quinta, 5 Setembro 19h30 Oficina de Danças Europeias 00h15 Baile Tradicional
A Feira Mediterrânica está de volta à cidade de Tavira para mais uma edição. O certame, que já vai na sétima edição, realiza-se de 5 a 8 de setembro e vai contar com a presença da Tradballs, com oficinas de danças e bailes de danças tradicionais. O evento vai contemplar inúmeras atividades, entre elas, o mercado de
produtores, jardim mediterrânico, provas gastronómicas, oficinas de culinária, seminários, exposições e atividades ao ar livre. A feira vai contar com muita animação, música e danças tradicionais. A entrada é livre. A Feira Mediterrânica é uma organização da Câmara Municipal de Tavira em
Sexta, 6 Setembro 19h30 Oficina de Danças Europeias 00h15 Baile Tradicional Sábado, 7 Setembro 19h30 Oficina de Danças Europeias 00h15 Baile Tradicional Domingo, 8 Setembro 19h30 Baile Tradicional Oficinas & Bailes - Jardim Público de Tavira (Coreto)
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Missão cumprida: Quinas de volta ao mar foto stefanie palma
“Vai ser possível acompanhar o percurso do Quinas. Talvez hoje ao final do dia já tenhamos acesso aos dados de satélite e, portanto, já começa a ser construído um mapa online, onde será possível acompanhar a progressão do animal”, acrescenta Élio Vicente. O biólogo salienta ainda que “o Quinas ensinou-nos muito nas últimas semanas, pois foram dias de constantes desafios”. “É um sentimento de missão cumprida. Hoje, quando voltarmos ao Centro de Reabilitação, aquele espaço vai ter uma energia diferente, mas temos todo um trabalho para continuar a desenvolver junto dos outros animais que estão a ser reabilitados”, refere Élio Vicente, de forma nostálgica e com um notório brilho no olhar. O Quinas já está de volta ao seu habitat natural. A sua nova vida começou esta quarta-feira, 7 de agosto, que se espera que seja longa e feliz.
/ postal d.r.
O Quinas foi devolvido ao mar a bordo de um navio da Marinha Portuguesa Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
A tartaruga Quinas, resgatada no passado dia 20 de junho, na Meia Praia em Lagos, já está de volta ao mar. O animal esteve em reabilitação no Porto d’Abrigo - Centro de Reabilitação do Zoomarine, durante cerca de mês e meio. O transporte do Quinas foi feito com o apoio do Zoomarine e da Marinha Portuguesa. O POSTAL esteve presente na devolução do Quinas ao mar. Antonieta Nunes, enfermeira veterinária do Zoomarine, foi uma das primeiras pessoas a chegar perto do
Quinas quando o animal deu à costa, preso em cabos de pesca. Ao POSTAL disse que “as maiores dificuldades tiveram a ver com a própria espécie, pois esta é uma tartaruga que não tem uma carapaça dura e então não tem as mesmas proteções que outras tartarugas têm, portanto, bastam pequenas abrasões para se desenvolverem lesões”. A enfermeira veterinária referiu ao POSTAL que “o grande desafio foi conseguir manter o Quinas em segurança no Centro de Reabilitação o tempo necessário para que ele estivesse com condições para voltar ao mar”. O animal foi devolvido ao mar a bordo de um navio da Marinha Portuguesa
(NRP António Enes), com o apoio do Comando da Zona Marítima do Sul. Élio Vicente, biólogo do Zoomarine, disse ao POSTAL que a devolução “correu muito bem para o Quinas, não obstante ter demorado uns minutos mais do que estava previsto e ter ficado ligeiramente preso numa cinta durante uns dez segundos, que para mim representaram três horas”. “Uma das coisas mais bonitas foi que quando o Quinas regressou ao mar não teve necessidade de nadar nem de afundar imediatamente. Foi um processo muito natural e sereno”, reforça o responsável. O Quinas foi lançado ao mar juntamente com um aparelho de satélite. pub
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A União das Freguesias de Tavira, parabeniza o jornal POSTAL, pelos seus 32 anos de existência, no cumprimento desta nobre missão. Não esquecemos o seu diretor Henrique Dias Freire, toda a sua equipa, e também todos os que ao longo dos anos contribuíram para o engrandecimento e longevidade do Postal. Bem hajam! José Mateus Domingos Costa Presidente da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago)
O Presidente da União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta Manuel Carlos, felicita a direção e toda a equipa do POSTAL do ALGARVE pelo o seu XXXII Aniversário, desejando que continue com o excelente trabalho informativo que tem vindo a desenvolver sobre o Algarve, e fazendo votos de muito sucesso no futuro. O Presidente da União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta Manuel Carlos Teodoro de Sousa
Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o
AGOSTO 2019 n.º 130 13.367 EXEMPLARES
www.issuu.com/postaldoalgarve
MISSÃO CULTURA •••
Públicos nos monumentos fotos d.r.
Fortaleza de Sagres - Vila do Bispo •
No âmbito das várias atribuições da Direção Regional de Cultura do Algarve, compete a este organismo gerir os monumentos e sítios que lhe foram afetos e assegurar as condições para a sua fruição pelo público,
os órgãos municipais no domínio da cultura, como previsto no Decreto-Lei n.º 22/2019, de 30 de janeiro), e, com estruturas de acolhimento e bilhética, a Fortaleza de Sagres, a Ermida de Nossa Senhora de Gua-
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe - Vila do Bispo •
que, atualmente, são: o Castelo de Paderne, o Castelo de Aljezur, o Castelo de Loulé, a Villa Romana da Abicada (que irão passar para as câmaras municipais dos concelhos onde se inserem, no âmbito da transferência de competências para
dalupe, os Monumentos Megalíticos de Alcalar (outro dos monumentos a transferir) e as Ruínas Romanas de Milreu. Do conjunto dos monumentos com entrada controlada é possível extrair alguma informação sobre os
públicos, nomeadamente a nacionalidade - nacionais ou estrangeiros - e as várias tipologias de visitante, de acordo com as várias modalidades de ingresso existentes. Reportando-nos aos últimos 5 anos, nota-se uma evolução bastante positiva. Se no ano de 2014, no conjunto dos monumentos, foram registados 316.460 visitantes, no ano de 2018 foram registados 487.848, verificando-se um aumento de cerca de 55%. No ano de 2019, com base nos resultados já apurados no primeiro semestre, verifica-se um ligeiro aumento de cerca de 2% comparativamente ao período homólogo do ano anterior. Apesar de não existir um estudo aprofundado dos públicos nos monumentos afetos à Direção Regional de Cultura do Algarve, contudo, no que se refere à sua tipologia, pode-se obter alguma informação. Considerando o ano de 2018, e apesar de existirem diferenças entre os monumentos e ligeiras variações nas tipologias ao longo dos anos, verifica-se que os visitantes estrangeiros têm uma maior representatividade, cerca de 85% das entradas. Já na análise das tipologias, pode-se verificar que os visitantes com bilhete individual representam cerca
de 52% do total das entradas, os que beneficiam dos vários descontos existentes, cerca de 33%, e as entradas gratuitas, 15%. Pode-se verificar, também, que cerca de 15% representam visitantes integrados no bilhete família, cerca de 12% são visitantes seniores, 12% são jovens ou crianças e 1% estão integrados em visitas de estudo. Já os visitantes integrados nos bilhetes circuito disponíveis representam cerca de 4,6%. A Direção Regional de Cultura do Algarve procurou ter mais informação, pelo que, através de uma avaliação externa, no ano de 2017, foi possível aferir o grau de satisfação dos visitantes. Os resultados obtidos foram bastante positivos, sendo, numa escala de 0-5, nunca inferior a 4. Com vista a melhorar cada vez mais os serviços e as condições de fruição dos monumentos, a questão do conhecimento do tipo de público que nos visita revela-se bastante útil, tanto para a programação e adaptação das diferentes atividades, bem como na tomada de decisão em diversas áreas, nomeadamente no planeamento ou disponibilização de produtos e conteúdos. Sabendo quem nos procura podendo, podemos procurar atrair quem ainda não nos conhece. l
Ficha técnica Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Artes visuais: Saul de Jesus • Espaço ALFA: Raúl Grade |Coelho • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço ao Património: Isabel Soares • Filosofia dia-a-dia: Maria João Neves • Letras e literatura: Paulo Serra • Missão Cultura: Direção Regional de Cultura do Algarve • Reflexões sobre urbanismo: Teresa Correia • Colaboradores desta edição: Alexandre Ereira Bastos, Vico Ughetto Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/ postaldoalgarve FB: www.facebook.com/ postaldoalgarve/ Tiragem: 13.367 exemplares
Direção Regional de Cultura do Algarve
Ruínas Romanas de Milreu - Estoi •
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CULTURA • SUL
LETRAS E LEITURAS •••
Para que serve a filosofia?, de Mary Midgley fotos d.r.
Paulo Serra
Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL
Em resposta a esta pergunta, Mary Midgley escreve um manifesto em que analisa e entretece algumas das questões mais prementes da actualidade, como o papel das humanidades na educação, o aquecimento global, e em particular as consequências da evolução científica e tecnológica. Procurando responder aos materialistas que alegam que só a máquina e a ciência interessam à vida, a autora demonstra como até os escritores de ficção científica foram capazes de antever os perigos da supremacia constantemente atribuída à matéria, como no caso dos cientistas que apregoam as virtudes da inteli-
Mary Midgley defendia que a filosofia é essencial à formação do ser humano • do poder da nossa mente e do nosso livre-arbítrio como a única forma de encontrar respostas e tomar decisões sensatas.
metade do livro é que une as pontas das várias ideias que foi colocando como pistas. Ela própria parece reconhecer esse método de abordagem quando a certa altura afirma: «As pessoas perguntam-me por vezes qual é o tópico sobre o qual investigo e eu respondo que não faço a mínima ideia» (p. 23). Começando por alertar para os perigos da crescente especialização e compartimentação do saber, a autora procura depois defender como a filosofia, ciência que levanta mais perguntas do que respostas, é essencial à formação do ser humano, sendo a sua tarefa central «lidar com problemas que são radicalmente irresolutos» (p. 64): «A filosofia olha para as diferentes maneiras de pensar e tenta mapear a sua relação. É uma forma de dar sentido ao todo. (...) Assim, a
razão pela qual alguns filósofos acabam por ser recordados não é por terem revelado novos factos, mas por terem sugerido novas formas de pensar que implicam novas formas de viver» (p. 73). Recorrendo às palavras da escritora Iris Murdoch, Mary Midgley procura explanar como é insuficiente pensarmos que o mundo se cinge ao visível e palpável, quando afinal somos seres modelados social e culturalmente: «cada um de nós tem um mundo com um grande enquadramento que a nossa cultura nos fornece já pronto» (p. 69). E nessa compreensão do mundo em que emergimos e imergimos a literatura tem, a par da filosofia, um papel crucial para «figurar e compreender situações humanas» (p. 70), além de que a própria ciência se subsume
em conclusões, tecidas com palavras, cuja influência na nossa saúde e sanidade mental é tão poderosa como a nossa dieta e capaz de enraizar hábitos profundos. Este livro é uma análise lúcida de uma mente brilhante, com a capacidade de clarificar o complexo e de não se deixar desviar das questões verdadeiramente essenciais à vida, ao contrário dos materialistas que reivindicam a era da tecnologia e da máquina (um “escravo sem mente”) como o único e desejável futuro: «As confusões que agora afligem a vida humana não são sobretudo devidas a falta de inteligência, mas a causas humanas vulgares, como a ganância, o preconceito, a parvoíce, a avareza, a ignorância, a ira, a falta de bom senso, a falta de interesse, a falta de sentimento público, a falta de trabalho em equipa, a falta de experiência, a falta de consciência e talvez devido sobretudo à ausência de reflexão.» (p. 210) Mary Midgley foi professora de Filosofia na Universidade de NewCastle entre 1962 e 1980. Escreveu profusamente sobre a natureza humana, a ética, a ciência, o ambiente, e faleceu o ano passado, no mesmo ano em que este livro foi publicado, agora traduzido e lançado entre nós pela Temas e Debates. E porque escreveu a autora este livro – ou porque se defende aqui a sua leitura essencial? «O que faz com que escreva livros é em geral a exasperação contra todo o credo redutor, cienticista, mecanicista e fantasista que continua a distorcer constantemente a imagem do mundo da nossa era. Esse credo (...) continua a ostentar o lisonjeiro nome de mentalidade “moderna”.» (p. 211) l
Livro procura responder a questões importantes • gência artificial e da superioridade do computador ao homem mas são incapazes de perceber que passar da confiança em Deus para um mundo regido por máquinas é passar ao lado
A primeira parte do livro, apesar da linguagem clara, é um pouco mais vaga, talvez porque a autora se aproxima do tema que lhe interessa numa circunvolução, e só a partir de
Mary Midgley foi uma das mais importantes filósofas do séc. XX •
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LETRAS E LEITURAS •••
Less, de Andrew Sean Greer fotos d.r.
Andrew Sean Greer venceu o Prémio Pulitzer de Ficção em 2018 com o romance "Less" •
Less, de Andrew Sean Greer, publi>cado em maio deste ano pela Quetzal,
foi um dos livros sensação de 2017, vencedor do Pulitzer de Ficção, do Northern California Book Award, do Washington Post Best Book, bestseller do New York Times e recomendado como um dos melhores livros do ano pela The Paris Review ou America Library Association.
um azul lessiano (adjectivo que predomina ao longo do livro), que se torna apagado. Arthur Less, o nosso protagonista peripatético, com olhos cor de safira, magro e elegante, com laivos de herói pícaro, trapalhão e vítima de si próprio, é tão menor que até como homossexual parece dar mau nome aos seus amigos gay, por não ser “suficientemente gay”. Além
Andrew Sean Greer já escreveu vários romances • Arthur Less é, como o nome indicia, um homem menor, prestes a fazer cinquenta anos, em tempos o jovem parceiro de um génio literário, agora rejeitado pelo seu jovem amante, escritor aclamado pelo seu romance de estreia, é um homem tão discreto, apesar do seu fato de
de abandonado pelo amante, Less vê ainda o seu mais recente romance de Less rejeitado pela editora; curiosamente intitulado de Swift (como em Jonathan Swift), esse romance parece aliás reflectir a própria narrativa de Less: «um romance peripatético. Um homem a vaguear por São Fran-
cisco, e pelo seu passado, retornando a casa após uma série de reveses e desilusões («Só sabes escrever o Ulisses em versão gay», disse Freddy); um romance melancólico e pungente acerca da vida difícil de um homem. Da meia-idade falida e gay.» (p. 39) Para contornar esta triste notícia, e para declinar com justa causa o convite para o casamento do seu ex-namorado com outro homem que não ele, Arthur Less decide embarcar numa viagem pelo mundo, em que uma série de convites sobrepostos – que um escritor mais afamado certamente recusaria – lhe permitirão viajar pelo México, por Itália, Alemanha, França, Marrocos, Índia e, por fim, Japão. Tal como a personagem do seu primeiro romance, Kalipso, uma espécie de reescrita da Odisseia, em versão gay, em que um soldado dá por si numa ilha deserta e se apaixona por outro homem, até que volta para casa e para a mulher, Arthur Less terá as suas próprias peripécias ao longo das viagens que empreende. Apesar de ser visto como um homem distinto, de ar elegante e delicado, por aqueles com quem se cruza, Arthur não deixa de se comprazer na sua dor e na visão menor que tem de si próprio, que impossibilita aliás reconhecer que ainda há quem o veja como um grande autor... talvez por ter vivido largos anos sob a sombra de um génio poeta... e porque entende que aos cinquenta anos já ninguém se pode tornar mais apelativo... quando na verdade Less é
ainda uma criança grande e inocente, capaz de se relacionar com o mundo sem consciência dos seus perigos...
com azar nas coisas que não interessam e uma sorte pródiga nas que interessam. «Pois ele já conheceu a genialidade. Já foi acordado pela genialidade a meio da noite, pelo som da genialidade a percorrer os corredores para trás e para a frente; já preparou café à genialidade, e o pequeno-almoço, e a sanduíche de presunto e o chá; já esteve nu ao lado da genialidade, impediu a genialidade de entrar em pânico com falinhas-mansas, foi buscar as calças da genialidade ao alfaiate e passou as camisas a ferro para um recital. Já apalpou cada pedacinho de pele da genialidade; já sentiu o cheiro e o toque da genialidade.» (p. 113) Less, tal como o romance gorado de Arthur Less que ele acaba por decidir reescrever, nada tem afinal de melancólico, mas sim de risível, de enternecedor, e de revelador, em como o homem dá a volta ao mundo para descobrir o seu destino quando regressa à porta de casa. Sem que, de facto, o leitor consiga sentir tanta piedade pelo nosso herói como a compaixão que ele sente por si próprio, ao viver uma vida que é claramente melhor do que a de qualquer outra pessoa que possamos conhecer, inclusive a nossa... l
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ARTES VISUAIS •••
Pode a fotografia contar histórias? fotos mário cruz
Saul Neves de Jesus
Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; https://saul2017.wixsite.com/artes
Em artigos anteriores temos salientado o “poder da imagem”, na linha da expressão popular “uma imagem vale mais do que mil palavras”, quase que expressando as histórias que podem ser sintetizadas pelas imagens. O nome escolhido para o museu com as obras de Paula Rego, “Casa das Histórias”, em Cascais, ilustra isso mesmo. No entanto, parece-nos que, para além da pintura, a fotografia também tem um potencial enorme, pelo realismo que comporta e pelas histórias que permite sintetizar. A verdadeira “alma” da fotografia está em interpretar a realidade e não em copiá-la. O resultado da arte fotográfica não está na máquina ou tecnologia utilizada, mas sim no olhar do fotógrafo que, de forma subjetiva, perceciona e captura um determinado momento, tornando-o eterno. No âmbito da fotografia, e em particular no fotojornalismo, a World Press Photo é, desde 1955, considerada a exposição e o concurso anual mais importante do mundo. Várias categorias aos prémios que distinguem os fotógrafos profissionais pelas melhores imagens que contribuíram, no ano anterior, para o jornalismo visual. Em 2019, na sua 62ª edição, o concurso conta com uma categoria nova que vai distinguir "As Histórias do Ano" em cada categoria, procurando homenagear o fotógrafo que melhor expresse a sua
Foto "Viver entre o que foi deixado para trás”, de Mário Cruz • criatividade visual na história que produza sobre um acontecimento ou assunto de grande importância jornalística em 2018. As imagens a concurso foram selecionadas por um júri independente que avaliou 78.801 imagens captadas pelos 4.738 fotógrafos que concorreram ao prémio. Foram distinguidos 140 imagens das várias categorias a concurso, captadas por 43 fotógrafos, oriundos de 25 países, as quais constituem a exposição itinerante que percorre várias cidades do mundo. O fotógrafo português Mário Cruz conseguiu o 3º lugar na categoria “ambiente”, com o trabalho "Living Among What's Left Behind" ("Viver entre o que foi deixado para trás”), uma imagem do rio Pasig em Manila, nas Filipinas, chamando a atenção para as comunidades de Manila que vivem sem saneamento, junto ao rio
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Pasig, rodeadas de lixo. A imagem mostra uma criança que recolhe materiais recicláveis para obter algum tipo de rendimento que lhe permita ajudar a família, deitada num colchão rodeado do lixo que flutua no rio. O rio foi declarado "biologicamente morto" nos anos 90, na sequência de uma combinação de poluição industrial e lixo doméstico das comunidades que o rodeiam, sem infraestruturas sanitárias adequadas. Mário Cruz comentou que “não é um cenário projetado para um futuro negro, mas sim a atualidade, o que se está a passar neste preciso momento (...) É um exemplo extremo, mas real (...) É realmente dramático olhar para um rio e não ver água, apenas lixo”. Com apenas 32 anos, Mário Cruz foi já distinguido com vários prémios, incluindo o primeiro lugar
do World Press Photo, na categoria "Temas Contemporâneos", em 2016, com o trabalho "Talibés - Modern Day Slaves" (“Talibés – Escravos Modernos”), sobre a a escravatura de crianças Talibés, no Senegal, onde mais de 50.000 crianças são escravizadas, torturadas e abusadas. Mário Cruz sintetizou esta situação na imagem do jovem Abdoulaye, de 15 anos, num quarto com grades numa Foto "Talibés – Escravos Modernos”, de Mário Cruz • daara, uma escola corânica no Senegal. haja entre as pessoas, as culturas e Havia tomado conhecimento das os países, o planeta terra é a Casa de falsas escolas corânicas em 2009, todos nós, sendo fundamental ajudar durante uma reportagem na Guinéa preservá-lo! l
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POSTAL DO ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C, 8800-412 Tavira
NOME __________________________________________________________________________________________________________________________ MORADA __________________________________________________________________________________________ NIF
-Bissau, onde ouviu falar de casos de crianças que estavam a ser levadas para o Senegal para serem escravizadas por líderes religiosos. Fez uma pesquisa durante seis meses e tirou uma licença sem vencimento para, durante cerca de dois meses, investigar o que estava a acontecer a estas crianças, no Senegal e na Guiné-Bissau. Contou esta história através das fotografias que tirou, tendo sido distribuídos panfletos com estas imagens, e conseguiu que centenas de crianças talibés tenham sido resgatadas, evitando a vida de escravatura que lhes estava perspetivada. Esta história foi entretanto publicada em livro, com o mesmo título do foto premiada, em edição quadrilingue (português, inglês, francês e árabe). Mário Cruz espera que o prémio agora conseguido em 2019 também consiga ter impacto prático, contribuindo para uma maior "visibilidade" sobre a problemática ambiental. Esperemos que sim!... Conforme já concluímos num artigo anterior, as novas gerações vão viver no mundo que ajudarmos a criar e, por muitas diferenças que
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CULTURA • SUL
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FILOSOFIA DIA-A-DIA •••
As perguntas de Prometeu fotos d.r.
Maria João Neves Ph.D
Consultora Filosófica
Este Verão, enquanto se transpira na Alemanha, Holanda, ou França, refresca-se nas praias do Algarve. Que terá dado a Zeus, agitador de nuvens, para brincar com as temperaturas? Que terá dado a Éolo, comandante dos ventos, para convocar Bóreas, nortenho frio e violento, para fustigar as nossas praias? Que é feito de Zéfiro, o vento oeste, com a sua brisa suave e agradável de final de tarde? Devemos ainda temer Euro, de leste, criador de tempestades? Alegremo-nos por Noto, do flamejante sul, nos ter poupado a sua ira, enquanto sopra impiedoso por toda a Europa a norte de nós. Que terá dado a Poseidon para nos esfriar as águas do oceano, em época de nos banharmos nele? Ou para nos enviar mantos de algas verdes que dissuadem veraneantes e cobrem as brancas areias como se alguém relvasse a praia? Ou ainda para nos inquietar com algas vermelhas, de teor desconhecido, que concentram os estudos dos investigadores e proíbem de mariscar? Que terá dado a Perséfone, que já não passa metade do ano com seu marido Hades nas profundezas, mas permanece todo o ano sobre a terra? Será que as plantas de tanto florirem sem descanso não se extinguirão? E as borboletas, abelhas e libélulas, quem as salvará da confusão? Quione, deusa da neve, adoeceu. Mesmo a feroz Despina, deusa das geadas, parece afectada por um distúrbio qualquer: graniza a destempo destruindo colheitas e capôs de automóveis; derrete lagos quando era altura de se patinar neles; e abandonou os polos, tanto o do norte como o do sul, que choram lágrimas de degelo pedindo-lhe que regresse, mas em vão!
Caído nas margens do Olimpo Prometeu chorava e gemia •
Durante séculos Prometeu padeceu a sua sentença: agrilhoado a um rochedo, uma águia vinha pela ma-
Roubou o fogo de Hestia para o dar aos mortais, o que permitiu que estes desenvolvessem o seu engenho
Tartaruga aprisionada • nhã comer-lhe o fígado, demorando todo o dia em cruel degustação. Pela noite o órgão reconstituia-se para que o suplício se voltasse a repetir no dia seguinte. Jamais vacilou!
Um mar de plástico a perder de vista •
e se tornassem quase semelhantes a deuses e por isso foi condenado. Apesar da tortura nunca se arrependeu! Nunca... até os seus irmãos e irmãs pedirem autorização a Zeus para o levarem a ver os resultados da sua acção: Poseidon levantou o seu tridente e mostrou-lhe um mar de plástico a perder de vista, peixes, aves, belas e enormes tartarugas sufocadas em transparências mortíferas. Depois, obrigou-o a banhar-se numa maré negra, onde a oleosa densidade petrolífera o teria feito sucumbir se não se tratasse de um deus imortal. Ferido no seu âmago Poseidon coxeava. De cada vez que se apoiava no seu tridente-bengala gerava um tsunami; Gaia, moribunda, fez das tripas coração e mostrou-lhe as suas florestas devastadas, os seus polos
derretidos, as imensas lixeiras a céu aberto, o fumo das fábricas, dos automóveis, dos incêndios. Cada estertor de Gaia era um terramoto, cada vómito um vulcão. Os achaques de Poseidon e Gaia sacudiam Éolo, e a cada tropeço seu surgiam furacões e tufões. “Onde estão eles, os mortais?”, perguntou Prometeu afogueado. Palas Atena escondeu o rosto entre as mãos. “Nenhuma honra resta já”, disse a deusa guerreira; então Ares triunfante exclamou: “agora todos me louvam a mim!” Ares o deus sedento de sangue, o deus da guerra selvagem e da matança personificada, orgulhosamente levou Prometeu por um braço. Mostrou-lhe todas as guerras do planeta, todas as armas humanas desde o princípio dos tempos, de
“E tudo isto o fogo gerou?”, perguntou Prometeu incrédulo, os olhos a saltarem-lhe das órbitras, um fio de voz na garganta. Uma dor imensa trespassava-o, uma dor infinitamente superior ao da sevícia a que tinha sido condenado. Os deuses seus irmãos perceberam-no e decidiram não o voltar a acorrentar ao rochedo. Silenciosos, viraram-lhe as costas deixando-o na amargura do seu arrependimento. Caído nas margens do Olimpo Prometeu chorava e gemia, no seu pranto tinha perdido a noção do espaço em seu redor, não ouvia os sons, não sentia os cheiros. Por este motivo não se apercebeu que a fedorenta Penia, a pobreza, se aproximava sorrateira. Só se deu conta, de um salto, quando sentiu que Penia lhe remexia nos bolsos em busca de migalhas. A velha não se alarmou. Exibiu um sorriso desdentado e trocista. “Ainda não viste nada!”, disse Penia com desplante. E Prometeu num átimo de coragem retorquiu: “Mostra-me!” Então Prometeu seguiu a velha Penia, pelo avesso do mundo, por ruelas estreitas, sombrias, e mal cheirosas. Ela mostrou-lhe a fome e a sede que não matam logo mas incham as barrigas de crianças inocentes. Mostrou-lhe também o envelhecimento, a doença, o sofrimento e a morte. “Por que não usaram o fogo, catalisador da inteligência para curar tudo isto? Por que destruíram as florestas? Por que envenenaram os mares? Por que se matam uns aos outros? Por que preferiram a fealdade à beleza, o sofrimento ao prazer?” Penia, a miséria, abriu a bocarra desdentada e soltou uma gargalhada horrenda e pestilencial: “No vosso orgulho, ó deuses, não percebesteis que os humanos me veneram a mim?!” l
Desmatamento na Amazónia • pedras e cutelos, às armas de destruição maciça: biológicas, químicas, radiológicas e nucleares.
Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com
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CULTURA • SUL
ESPAÇO AGECAL •••
O Algarve “O Algarve, para mim, é sempre um dia de férias na pátria. (…)” “A ideia que tenho dum paraíso terrestre, onde o homem possa viver feliz ao natural, vem-me dali”. (Miguel Torga) Alexandre Ereira Bastos Arquiteto
Salvo os núcleos urbanos, a arquitectura no barlavento (o extremo ocidental do Gharb al-Andaluz) é dispersa e a plataforma da casa vira-se contra o vento tanto no barrocal como no litoral, a planície, e a sua frente mais protegida dos ventos de sudoeste e norte aconchegam a entrada da casa a nascente-sul ou sudeste. Normalmente esta arquitectura popular de que falamos aqui, não é raro vermos os poiais afeiçoados à fachada principal, lugar sendo assim mais protegido, que no fim da jorna, incita à convivência. Uma arquitectura de fracos recursos mas nem por isso menos competente. Aliás, quem olha para o matagal vindo de Vila do Bispo e passando em Sagres não pode deixar de reparar nas tortuosas árvores e arbustos vencidos pela ventania constante, dobrados e inclinados para oriente. A casa também se defende desta constante. Normalmente em Taipa e adobe por dentro, o recurso a esta matéria é inevitável; barata, incombustível, estrutural, isolante às temperaturas ou muito frias ou muito quentes, acaba por ser também a economia do gesto e dos fracos recursos. Esta
característica do material vai até ao Sotavento percorrendo toda a planície, barrocal e mesmo a serrania, sendo que esta última zona aproveita a pedra e o xisto nos palheiros circulares e de telhado de colmo na proximidade da casa. Neste litoral ventoso e agreste surge por vezes aqui e ali a platibanda e tanto pode surgir na urbe (Aljezur como em Sagres e Lagos como na habitação isolada e com muito mais frequência no Sotavento. Na zona Central (perto do Algarve-calcário) a casa é mais requintada, sobretudo em Silves, Loulé, os pormenores são aperfeiçoados, as platibandas com baixo-relevo, esgrafitos ou muito geometrizados e em quaisquer delas a cor fá-los sobressair e também a escaiola e os fingidos. Surge também com mais frequência a gárgula (que já desapareceu do léxico da construção civil) as açoteias e abóbadas que tomam a sua dimensão e profusão no litoral com especial relevo em Olhão e Fuseta (conhecem bem a cola de peixe que misturada com a cal dá uma espécie de grude, facilitando o manuseamento dos lambazes, tijolo ‘burro’ e tijoleiras) e sem dúvida a chaminé de balão quadrangular e mais rara a sextavada e a profusamente disseminada a chaminé ‘algarvia’ mais pequena na sua secção onde as
grelhas sempre diferentes (ponto de honra dos pedreiros que tentam não repetir o seu desenho de casa para casa). Faro, Olhão e Fuseta marcam a zona de charneira entre o Mediterrâneo e o vasto Atlântico sem fim à vista e mais tenebroso . As casas de ‘pedra e cal’ só tiveram grande incremento e autorização a partir de 1757 pela Casa da Rainha, de forma a substituir as cabanas de colmo situadas na praia. Fotografias há da coexistência entre estes tipos de construção - A Rua da Praia. O fumo da casa “cubista” é importantíssimo porque mais que a emoção vinda do lar que é um sentimento, companhia e afecto de quem se encontra no mar representa um aviso aos pescadores e contrabandistas. É a mulher que desempenha esse papel entre a horta e a preocupação do seu homem. (Deveras interessante os ‘Pescadores’ de Raul Brandão que toma apontamentos em amena cavaqueira com o contrabandista, e que, não pelo Algarve mas sim pelo País, tem sido quase esquecido). Chegados a Tavira surgem telhados que parecem estranhos e cuja masseira dos tectos faz lembrar o ‘baú’, o tesouro, mas não o telhado, que ora termina no cume ora se prolonga na curta cumieira – é a Tesoura. As habitações são mais ricas, as cantarias trabalhadas com
motivos florais e as portadas em rotulados ou melhor, em reixas. Assim temos a janela ventilada (que oculta quem está dentro e deixa ver quem está fora), semi em sombra debaixo de um Sol abrasador, cálido, que no seu auge impede quase a percepção do céu azul. Olhamos na horizontal e vemos bem definida ‘a curva da sela’ do telhado-beirado português que só tem paralelo no Japão (como dizia Orlando Ribeiro, extremo-oriente). Vila Real de Santo António é pombalino numa arquitectura-construção de recurso como sempre foi, mas desta vez mais pobre e cuja malha continua a ser ortogonal. Outrora chamava-se (Santo António de) Arenilha de pedra e cal e cabanas e foi varrida pelo terremoto e marmoto em 1755. Pombal quis apagar tal triste memória e mudou-lhe o nome. Do que é relatado, enfim com algumas dúvidas, emergiu um vulcão ao largo e submergiu algum tempo depois, formando vagas às acrescidas pelo tremor das placas téctonicas ao largo do Cabo de S.Vicente. Duma coisa é certa, toda a arquitectura, genericamente falando, é rebocada e quase sempre a cal, seja por cima da taipa, seja por cima do adobe e em finas camadas sobrepostas. E toda a arquitectura é pintada assim como a caixilharia. Os elementos arquitectónicos e
características que aqui são descritos servem de estímulo na recriação da habitação, mesmo que seja (e tanto quanto possível deve ser) em taipa ou adobe (ao contrário de outrora, hoje constrói-se em terra por opção e não por necessidade), material reaproveitado que retorna à Natureza e que ao contrário do que se pensa é completamente contemporâneo. Não se trata de fazer o cliché ou mimetismo mas de interpretar a realidade, expressão e actualidade na liberdade do espírito e da História que romanos, visigodos, berberes, almorávidas, almoadas e tantos outros povos nos deixaram, indelével, a memória com a sua cultura. “Construir é colaborar com a terra; é pôr numa paisagem uma marca humana que a modificará para sempre; é contribuir também para essa lenta transformação que é a vida das cidades. Quantos cuidados para encontrar a situação exacta de uma ponte ou de uma fonte, para dar a uma Estrada na montanha a curva ao mesmo tempo mais económica e mais pura…” " …colaborar com o tempo sob o seu aspecto de passado, apreender-lhe ou modificar-lhe o espírito, servir-lhe de muda para um mais longo futuro; é reencontrar sob as pedras o segredo das origens.“ Memórias de Adriano Marguerite Yourcenar l
ESPAÇO ALFA •••
Preservar e promover as histórias pela fotografia foto vico ughetto
Vico Ughetto Sócio da ALFA
Num mundo de constantes imagens partilhadas e difundidas, é por vezes fácil esquecer uma das grandes utilidades da fotografia, que é contribuir para a preservação das memórias e da história ou, quando retrata o passado, uma forma de recuperar e recordar essas memórias, projetando-as assim para o futuro. Isto é o que diz a máxima de que não há futuro sem passado, mas que alguns dos nossos agentes culturais se vão es-
quecendo ou adiando. Para colmatar esta lacuna, a ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve, está a desenvolver um projeto editorial que visa utilizar as suas competências e vocação fotográfica, de modo a contribuir para que o conhecimento e os acontecimentos possam ficar registados de forma organizada e metódica, associando-lhe a devida divulgação e promoção, através de exposições e publicações fotográficas. O projeto pretende ter uma abrangência alargada pela região algarvia e visa promover sobretudo os territórios do interior, destacando as suas
novas oportunidades e perspetivas futuras, sempre com um pé no passado, claro está. Um desses locais é o Ameixial (Loulé) que tem vindo a recuperar algum protagonismo associado à sua boa localização, na agora mítica EN2, ou por ser a anfitriã do mais importante evento de caminhadas da região: o WFA – Walking Festival Ameixial. Porém, há muito mais a destacar e a descobrir nestes novos spots do Algarve interior, como a ALFA designa este projeto fotográfico, que estará brevemente em curso e que irá despertar o interesse em novas visitas e experiências. l
Esta escultura contemporânea, inaugurada em 2018 no centro do Ameixial, homenageia José Rosa Madeira (1890-1941), um ameixialense relojoeiro que tinha como paixão a Arqueologia e um dos pioneiros da fotografia no concelho de Loulé •
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CULTURA • SUL
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MARCA D'ÁGUA •••
A água, a sede e a conversão ecológica Maria Luísa Francisco Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com
Em Agosto de 2017 foi publicada no Jornal Postal do Algarve uma das crónicas que mais gostei de escrever: http://www.postal.pt/2017/08/ nova-cultura-da-agua-da-vida-experiencia-fluviofeliz/ Embora o nome desta rubrica mensal seja “marca d’água”, escrevi ao longo de dois anos temáticas que não referiram a água (excepto a do link acima apresentado), mas que foram a minha “marca d’água” no sentido de terem o cunho do meu sentir e da minha reflexão. Volto então à temática da água, referindo diferentes dimensões e procurando dar a frescura que se
espera numa crónica de um quente mês de Agosto! Quando há dois anos escrevi sobre a Fundação Nova Cultura da Água salientando esse novo olhar sobre a água, em especial sobre os rios, referi a Nova Cultura da Água, entendida como uma mudança de paradigma para a sustentabilidade ambiental, económica, social e cultural. Tenho acompanhado a Fundação e as suas iniciativas e verificado que a proposta de uma Nova Cultura da Água tem dado alguns passos e influenciado outros movimentos. Para além da preocupação com a sustentabilidade procuram a defesa do sentido patrimonial e público da água e a responsabilização pelo seu uso. A água contém propriedades que nenhum outro elemento possui, o que lhe permite simultaneamente ser um componente essencial às actividades humanas e ambientais, uma vez que permite a sobrevivência humana, dando dignidade à vida das pessoas através da higiene e do saneamento básico. A água enquanto elemento principal da vida está pre-
sente no dia-a-dia de cada um de nós, desde o banho até ao saciar a sede. É um dos elementos da natureza com maior presença simbólica em rituais e cerimónias e de extrema importância em todas as religiões. A Bíblia e literatura cristã usam o simbolismo da água para exprimir realidades importantes da vida espiritual. Elogio da Sede E porque o Verão também é tempo de leituras, recomendo a refrescante leitura do Elogio da Sede de José Tolentino Mendonça. Um livro de enorme riqueza espiritual, que pelos caminhos da prosa e da poesia nos faz descobrir muitas sedes em nós. O simples gesto de dar ou receber um copo de água é mais do que um gesto banal. Diz o autor que “esse gesto dialoga com dimensões profundas da existência, porque vai ao encontro daquela sede que está presente em todo o ser humano, que é sede de relação, de aceitação e de amor”. Neste livro, que em cada página
é um gole de inspiração, vejo uma ligação com o paradigma da Nova Cultura da Água porque há uma visão holística do ser humano como um todo físico e espiritual. O Padre Tolentino Mendonça para além de nos falar de uma ciência da sede lança algumas questões pertinentes ao longo do livro: “O que é que a nossa sede nos ensina? Que fonte ela ilumina e esclarece? Será que fazemos da nossa sede uma escola de verdadeiro conhecimento, nosso e de Deus? Ou, pelo contrário, aceitamos viver à míngua de água, procurando mascarar uma sede que não escutamos?” Com uma dimensão prática e espiritual continua a colocar questões que remetem para a dimensão mais profunda da vida: “Sentimo-nos nutridos pela memória ou secos pela velocidade de tudo? Sentimo-nos a caminhar devagarinho para uma fonte? Aqui, como em outros âmbitos da vida, a verdadeira conversão não consistirá em belas teorias, mas em decisões que resultem de uma tomada de consciência efetiva das nossas necessidades”.
A nossa conversão para além de íntima e pessoal, creio que nos tempos actuais terá de ser também uma conversão ecológica, consciente de que os nossos comportamentos afectam o todo e que somos também responsáveis pela crise ambiental e climática. Para enfrentar esta crise, cada vez mais alarmante, é preciso mobilizar vontades e decisões, a começar por decisões pessoais e sustentáveis, diminuindo a nossa pegada ecológica porque está em causa o nosso futuro comum. Há uma forte expectativa com a Cimeira do Clima que começa no próximo dia 23 de Setembro em Nova Iorque. António Guterres ao convocar a Cimeira referiu que o mundo está hoje “em sérios apuros com a alteração climática” e que esta é uma “questão de vida ou de morte”. Que não seja apenas mais uma Cimeira e que não tardem novas medidas concretas com uma mais forte ética ambiental, porque, como diz o Papa Francisco, se tardar mais, é tarde demais! l pub
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9 de Agosto de 2019
CULTURA • SUL
REFLEXÕES SOBRE URBANISMO •••
O ordenamento do território e os incêndios fotos d.r.
Teresa Correia
Arquitecta / urbanista arq.teresa.correia@gmail.com
A época dos fogos Apesar de todas as medidas de prevenção, como limpeza de terrenos e de bermas de estradas, volta-se hoje a verificar o flagelo dos incêndios florestais, destruindo casas, património e, por vezes, também vidas humanas. Foi com enorme esforço financeiro e de recursos que se verificou a aquisição por parte do Estado de sistemas de comunicação como o SIRESP, a aquisição de serviços que, bem ou mal, foram realizados para tentar comba-
Apesar das medidas de prevenção, fogos voltam a assolar as florestas • O problema é complexo e persiste, porque é estrutural do nosso território. A economia da floresta não funciona, logo, não existe o cuidado da sua proteção e também o estímulo económico e o plano
Terreno com montado de sobreiros • ter em tempo, o caos anunciado da época dos fogos. No entanto, após tudo isto, continua, ano após ano, o flagelo a acontecer, e com uma dificuldade de gestão enorme, em momentos de crise.
adequado para que seja realizada a plantação de espécies mais resilientes. A floresta que existe é de monocultura, a população não tem alternativa senão optar por algo que seja economicamente mais vanta-
joso e logo as espécies autóctones como o carvalho, o azinheiro, o sobreiro, são tantas vezes preteridas. Compreende-se que as pessoas abandonadas, tantas vezes, pelo Estado após o desastre, tentem aquilo que mais lhes poderá render, não tendo apoios para fazer algo que seja diferente. Dos chamados Planos Municipais da Defesa da Floresta Contra Incêndios só se obteve apenas mais uma restrição urbanística à construção e pouca prática de proteção efetiva no que diz respeito à Proteção Civil. No Algarve, os referidos planos foram quase todos elaborados pela anterior legislação, não tendo sido traduzidos para os PDMs, uma vez que não foram revistos. Assim, não se respeitou o direito à participação pública, nem o direito à transparência, sendo, no entanto, exibidos e aplicados como um plano a cumprir do ponto de vista da proibição, desprezando os direitos mais fundamentais da Constituição. As reconstruções das habitações e os novos PDMs A reconstrução das habitações ardidas é de uma necessidade impe-
riosa para a fixação das populações, no entanto, parece ter existido uma delonga e um arrastar da situação nas zonas ardidas no Algarve, como seja, em Monchique. Qual a motivação para atrair pessoas e investimento para um concelho deprimido, se não existe proteção do Estado em eventos extraordinários como sejam os fogos? Será de toda a importância planear e criar as oportunidades certas para atrair população. Para tal, a reconstrução é de grande relevância e os apoios financeiros do Estado absolutamente necessários para tal objetivo. A construção de habitação social, o planeamento de parques industriais ligados à água por exemplo, ou à matureza, serão algumas das opções a ter em conta, para a revitalização do concelho. Se conseguir inverter a tendência da desertificação do interior, naturalmente, os incêndios serão também reduzidos, uma vez que existirá um desenvolvimento mais equilibrado do interior.
Visão integradora e de consciencialização do cidadão As estruturas locais e nacionais terão obrigatoriamente que acautelar a visão integradora de um território, pelo que a floresta, os matos, a agricultura e o solo rural devem progredir economicamente, devendo ser tratados com igual atenção. O isolar, proibindo, poderá nalguns casos piorar o estado atual de abandono, daí, o problema ser complexo. A estruturação do território deverá obedecer a leituras cruzadas, privilegiando os compromissos e o crescimento sustentável dos territórios. Daí que os estudos criteriosos, da geografia, da ocupação do solo, da estrutura viária, das fontes de água e das estruturas urbanas, devem ser rigorosos sob pena de existirem planos pouco fiáveis, criando injustiças. A formação das populações é também uma aposta importante, uma vez que aumenta a preparação
Incêndios destroem casas, florestas e, por vezes, vidas humanas •
A revisão do PDM será de toda a relevância, mas mantendo a visão da excecionalidade, das regiões deprimidas, e não a aplicação cega de regras nacionais, como seja a redução de perímetros urbanos.
das pessoas para encarar os novos fenómenos naturais, podendo salvar vidas. Esta situação não deverá ser descurada, para que a consciencialização do cidadão seja a maior aliança, no momento de crise. l
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NECROLOGIA
9 de Agosto de 2019
ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA Em conformidade com as disposições legais aplicáveis e os estatutos da Associação, convoco todos os sócios para se reunirem em Assembleia Geral, que terá lugar no Polo da Associação, sito na Rua Maria do Rosário nº12 loja B, em Tavira, pelas 18h30m do dia 13 de Setembro de 2019 com a seguinte ordem de trabalhos:
JOÃO MANUEL AFONSO
MARIA ODETE PEREIR A ROCHA HORTA
06-05-1927 26-07-2019
27-03-1931 26-07-2019
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
(Pedro Luís Fernandes da Palma) (POSTAL do ALGARVE, nº 1228, 9 de Agosto de 2019)
ESPIRÍTO SANTO MÉRTOLA SANTA MARIA E SANTIAGO TAVIRA
SANTA MARIA LAGOS SANTA MARIA E SANTIAGO TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
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1- Aprovação dos relatórios e contas de exercício do ano anterior e parecer do conselho fiscal; 2- Outros assuntos de interesse. Se à hora indicada não houver quórum, a Assembleia funcionará meia hora depois no mesmo local, com qualquer número de sócios, e a mesma ordem de trabalhos Tavira, 01 de Agosto de 2019 O Presidente da Mesa de Assembleia Geral
JOSÉ HIGINO
JOÃO BAPTISTA PEREIR A SANTOS
MARIA CELESTE VIEGAS SEBASTIÃO
09-06-1925 27-07-2019
16-05-1949 29-07-2019
23-09-1925 02-08-2019
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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MONCARAPACHO OLHÃO SÉ E SÃO PEDRO FARO
CONCEIÇÃO TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA TAVIRA
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JOSÉ FR ANCISCO CHAGAS 15-03-1937 05-08-2019 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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n.º 45/2019 4 terrenos agrícolas comEdital excelente Jorgee Manuel do Nascimento localização acessibilidade, com água Botelho, da barragem, situados na Presidente da CâmaraAsseca Municipal de Tavira
TORNA PÚBLICO,a que nos termosda do cidade n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 3 minutos de Tavira 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 30 de julho de 2019, foram tomadas as seguintes deliberações: Pomar de citrinos: m2 1. Aprovada por maioria8.158 a proposta número 175/2019/CM, referente à 8.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano/2019; Terra de semear: 8.000 m2 2. Aprovada por unanimidade a proposta número 176/2019/CM, referente aode Programa Municipal – Tavira Terra semear: 9.788 m2 – Férias Ativas 2019 – Atribuição de bolsas de participação aos jovens; Pomar de citrinos e terraa de semear 6.370 3. Aprovada por unanimidade proposta número 177/2019/CM, referente à total: Atribuição de apoiom2 à Ser Igual – Associação de Serviços Especiais Área 32.316 de Reabilitação e Igualdade – Campo de Férias Adaptado; 4. Aprovada por unanimidade a proposta número 178/2019/CM, referente à Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira – Audição final de dança – dias 15 e 16 de junho de 2019; 5. Aprovada por unanimidade a proposta número 179/2019/CM, referente à Atribuição de apoio ao Rancho Folclórico de Tavira – Festival de Folclore Cidade de Tavira – 2019; 6. Aprovada por unanimidade a proposta número 180/2019/CM, referente à Atribuição de apoio ao Rancho Folclórico de Santo Estêvão – Festival de Folclore – 2019; 7. Aprovada por unanimidade a proposta número 181/2019/CM, referente ao Programa Tavira Solidária – Alteração dos apoios atribuídos através da proposta n.º88/2018/CM; 8. Aprovada por unanimidade a proposta número 182/2019/CM, referente ao Protocolo de colaboração entre Município de Tavira e o Estado Maior do Exercito (Regime de Infantaria n.º1); 9. Aprovada por unanimidade a proposta número 183/2019/CM, referente ao Protocolo a celebrar entre o Município de Tavira e a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) para Promoção da Atividade Comercial Tradicional; 23 10. Aprovada por unanimidade a proposta número 184/2019/CM, referente a ATAI – Associação Tavirense de Apoio ao Imigrante – Intenção de resolução do contrato comodato, celebrado em 06 de maio de 2003 e do protocolo, celebrado em 25 de março de 2006; 11. Aprovada por unanimidade a proposta número 185/2019/CM, referente a Abertura de procedimento concursal para recrutamento de trabalhador por tempo indeterminado – 1 posto de trabalho para técnico superior, licenciatura em Arquitetura para a Divisão de Gestão Urbanística e Obras Particulares; 12. Aprovada por unanimidade a proposta número 186/2019/CM, referente a Isenção de entradas e prolongamento do horário de abertura ao público no Museu Municipal de Tavira durante a VII Freira da Dieta Mediterrânica – 2019; 13. Aprovada por unanimidade a proposta número 187/2019/CM, referente a Alteração à tabela de preços; 14. Aprovada por unanimidade a proposta número 188/2019/CM, referente a Transmissão da posição contratual – contrato de concessão de exploração da loja n.º 11 do Mercado da Ribeira; 15. Aprovada por unanimidade a proposta número 189/2019/CM, referente a 04-Emp/17 – Reabilitação do Cine Teatro António Pinheiro – Homologação do auto de suspensão e dos autos de reinício; 16. Aprovada por unanimidade a proposta número 190/2019/CM, referente a E35/10/CP – Parque Verde do Rio Séqua – Liberação de cauções. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume.
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Contacto: 918 201 747
Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 3/2047. (POSTAL do ALGARVE, nº 1228, 9 de Agosto de 2019)
Paços do Concelho, 30 de julho de 2019 O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1228, 9 de Agosto de 2019)
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Rua Sport Faro e Benfica, 4 A - 8000-544 FARO Telf: +351 289 393 711 | Fax: + 351 289 397 529
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 30.07.2019, exarada a folhas 101 e seguintes do competente Livro n.º 150-A, que: - Idalina José Vaz Teixeira, viúva, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residente na Rua Alcoutim, n.º 1, 8970-362 Vaqueiros, Alcoutim; - Declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de cultura arvense de sequeiro, com a área de 10.280,00 m2, que confronta a norte com Vitor António Vaz Teixeira, e a sul, nascente e poente com a sociedade “Colinas da Foupana, Lda”, sito em Monte Novo, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, inscrito na matriz sob o artigo 143 da Secção 008, com o valor patrimonial tributário de 7,43 €; - tendo alegado para o efeito que o referido prédio chegou à posse dela no ano de mil novecentos e sessenta e cinco, ainda no estado de solteira, maior (tendo mais tarde contraído matrimónio com Joaquim Miguel Teixeira sob o regime da comunhão e adquiridos), em data que não pode precisar, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita pelos seus pais, Manuel Custódio e Maria José Vaz, já falecidos, residentes que foram no Monte Novo, em Vaqueiros, Alcoutim; - e, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser a única titular do mencionado direito de propriedade daquele prédio, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído o mesmo – amanhando a terra, nela pastando os animais, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu por USUCAPIÃO o referido imóvel, o que invoca. Tavira e Cartório, em 30 de julho de 2019. O Notário,
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EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
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CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA O NOTÁRIO BRUNO FILIPE TORRES MARCOS
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Município de Tavira Edital n.º 42/2019
Jorge Manuel do Nascimento Botelho,
Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 16 de julho de 2019, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta número 170/2019/CM, referente à Atribuição de apoio à Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo – Festa da Nossa Senhora das Dores 2019; 2. Aprovada por unanimidade a proposta número 171/2019/CM, referente ao donativo de garrafas de águas para apoio aos Bombeiros Municipais; 3. Aprovada por unanimidade a proposta número 172/2019/CM, referente a designação do coordenador técnico do Contrato Local de Desenvolvimento Social 4G (CLDS-4G); 4. Aprovada por unanimidade a proposta número 173/2019/CM, Tractor - Rega, Lda de comodato celebrado com o referente a revogação do contrato IDT, revogação de acordo celebrado entre o Município, o IDT e os AA e aprovação da minuta de contrato de comodato a celebrar entre o Município, a Administração Regional de Saúde do Algarve ARSAlgarve e o MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da SIDA;
CO
De acor segundo Azeite d a reunire 2016, p
1º- Apro
2º- Apro
3º - Out
Se à hor Geral re com a m de assoc
5. Aprovada por unanimidade a proposta número 174/2019/CM, referente ao plano de transportes escolares 2019/2020. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 Faro Telef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342 dbf@advogados.com.pt ¦ www.advogados.com.pt
Paços do Concelho, 16 de julho de 2019 O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Botelho
(POSTAL do ALGARVE, nº 1228, 9 de Agosto de 2019)
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA O NOTÁRIO BRUNO FILIPE TORRES MARCOS
Torna-se ção Loca Decreton.º 254/ úteis, a www.cm 1 Estág para o p - Local o de cand petiva lic fórmula
Faro, 8 d
EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 30.07.2019, exarada a folhas 103 e seguintes do competente Livro n.º 150-A, que: - Irene Maria Teixeira Graça Cardeira, e marido António Vicente Cardeira, naturais do concelho de Alcoutim, ela da freguesia de Martim Longo e ele da freguesia de Vaqueiros, residentes na Praça José Afonso, n.º 8, 7.º direito, 8000-173 Faro; - Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, sitos em Soalheiras, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim: a) prédio rústico composto por terra de cultura com mato e um curso de água, com 400,00 m2, que confronta a norte e poente com a Sociedade “Colinas da Foupana, Lda”, sul com ribeira da Foupana e nascente com Herdeiros de Joaquim da Silva, inscrito na matriz a favor do justificante marido sob o artigo 19 da Secção 078, com o valor patrimonial tributário de 1,77 €; b) prédio rústico composto por terra de cultura com mato e um curso de água, com 120,00 m2, que confronta a norte e poente com a Sociedade “Colinas da Foupana, Lda”, sul com ribeira da Foupana e nascente com Herdeiros de Joaquim da Silva, inscrito na matriz a favor do justificante marido sob o artigo 15 da Secção 078, com o valor patrimonial tributário de 0,35 €; - tendo alegado para o efeito que estes prédios chegaram à posse deles no ano de mil novecentos e noventa, em data que não podem precisar, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita pela mãe da justificante mulher, Maria Mariana Teixeira, residente em Santa Justa, Martim Longo, Alcoutim; - e, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do mencionado direito de propriedade daqueles prédios, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído os mesmos – amanhando a terra e suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram por USUCAPIÃO os referidos imóveis, o que invocam. Tavira e Cartório, em 30 de julho de 2019. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 3/2049. (POSTAL do ALGARVE, nº 1228, 9 de Agosto de 2019)
Publique Faro, 8 d Vereador
José Ant
30 9 de Agosto de 2019
••• REGIÃO
55 jovens de 11 países celebram o final do Ano Europeu do Património Cultural em Alcoutim fotos d.r.
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Jovens estarão em Alcoutim entre 9 e 19 de agosto Cinquenta e cinco jovens europeus, provenientes de 11 países diferentes (Eslováquia, Letónia, Itália, Estónia, Espanha, Turquia, Chipre, Polónia, Bélgica, Grécia e Portugal), vêm a Portugal para participar no intercâmbio Internacional HEY – Heritage for the European Youth, que se realiza de 9 a 19 de Agosto, em Alcoutim, uma vila demarcada pelo Guadiana na fronteira com Espanha. Estes jovens vêm celebrar o Ano Europeu do Património Cultural e estimulando a criatividade, através da expressão corporal , sonora, plástica, cénica e multimédia, representam a diversidade cultural ali presente. Com recurso a materiais e histórias locais será produzido um espetáculo que será apresentado no Castelo de Alcoutim, a 17 legenda de agosto, pelas 21 horas, com música, dança, animação de rua, intervenções plásticas e mais importante que tudo muita alegria e diversão! A entrada é gratuita. A iniciativa é promovida pela Associação Check-IN – Cooperação e Desenvolvimento, uma Associação
que conta com nove anos de trabalho em projetos nacionais internacionais no âmbito da educação não formal. Dedica-se à promoção da integração social, solidariedade, tolerância, práticas democráticas, direitos humanos e consciência ecológica para o desenvolvimento sustentável.
O projeto foi aprovado pela Agência Nacional Erasmus+ Juventude em Ação e conta com o apoio da Câmara de Alcoutim, do Instituto Português do Desporto e Juventude e com a parceria de dez entidades europeias e outras entidades locais.
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9 de Agosto de 2019
Tiragem deste edição: 13.367 EXEMPLARES
••• ÚLTIMA
O POSTAL regressa dia 23 de Agosto
Algarvios do Ano
POSTAL revela mais 6 nomeações Várias centenas de nomeações dos leitores estão a chegar à nossa redação para a eleição da iniciativa inédita “GALA 2019 POSTAL”. Nesta edição, revelamos mais seis personalidades, indicadas pelos nossos leitores, cuja redação do POSTAL selecionou para as áreas da “JUSTIÇA” e “EDUCAÇÃO E FAMÍLIA”. Recorde-se que na
passada edição do POSTAL foi revelado as três nomeações na área da SOLIDARIEDADE.
Continue a participar. Saiba como! A iniciativa do jornal POSTAL do ALGARVE vai eleger as Personalidades do Algarve, três
por cada área, cujas vencedoras de cada área serão anunciadas na “Gala 2019” no prestigiado Casino de Vilamoura no próximo dia 12 de outubro, sábado às 19:30. As nomeações aos “Algarvios do Ano” estão abertas a todos os nossos leitores. Basta indicar o nome de uma Personalidade que o leitor considere
JUSTIÇA
LUÍSA BARAHONA
PAULO SEPÚLVEDA
Procuradora no Tribunal de Família e Menores de Portimão
Procurador-adjunto na Instância Criminal de Loulé da Comarca de Faro
Desde setembro de 2015, Luísa Barahona assumiu o cargo de Procuradora no Tribunal de Família e Menores, em Portimão. Considerada, especialmente por alguns profissionais na área da justiça, como uma “grande lutadora na salvaguarda do superior interesse das crianças”. Infelizmente, após a sua chegada ao Algarve, Luísa Barahona viveu o drama da morte do seu pai e do seu marido, Francis Tréjaut, que acompanhou por vários hospitais, já no último estádio de uma doença cancerosa diagnosticada cinco meses antes do falecimento de Francis. Estes acontecimentos, para além de lhe provocarem uma depressão profunda, agravaram a sintomatologia da sua doença de Menière de uma forma notória. Hoje, ao fim de duas a três horas de trabalho ao computador com a luminosidade adaptada por um técnico, fica com zumbidos que se acentuam de forma brutal com o cansaço e o stress, levando mesmo ao súbito e brutal turvar da visão. Luísa já perdeu 100% da audição do ouvido direito e 50% do esquerdo. As luzes de neon da sala de audiências e o cansaço provocado por diligências, sucessivas, obrigaram-na a pedir a interrupção das mesmas, com a agravante que a juíza que trabalha consigo vê-se obrigada a repetir parte dos depoimentos dos presentes. Mesmo assim, Luísa nunca deixou de ser uma grande Mulher de coragem, sempre com o espírito nobre de missão em prol dos outros, particularmente das crianças.
Paulo Sepúlveda nasceu em Lisboa em 1971 e estudou Direito na Universidade Lusíada de Lisboa, onde se formou em 1995. Diz quem o conhece bem que é uma pessoa inspiradora e empenhado na sensibilização dos direitos dos animais. Exerceu a profissão de advogado até ingressar, em 2010, no Centro de Estudos Judiciários, no Curso Espacial de Formação de Magistrados do Ministério Publico. Foi auditor de justiça no Diap de Évora até final de 2010. Fez o estágio na magistratura do Ministério Público no Tribunal Judicial de Portimão. Foi colocado como procurador-adjunto em Portimão, Vila Real de Santo António, Olhão e atualmente exerce funções na Instância Criminal de Loulé da Comarca de Faro, onde representa o Ministério Publico nos julgamentos. É autor do livro "Investigação dos crimes contra animais de companhia na perspetiva do Ministério Publico", da editora Petrony, tendo desde a sua publicação participado em várias palestras em todo o país, a última das quais no âmbito do I Congresso Nacional de Direito Animal, realizado em 2019 na Casa das Histórias de Paula Rego em Cascais, organizada pela Câmara Municipal de Cascais e a ONDAID com o patrocínio da magazine Miau. Foi entrevistado no programa da SIC "Linha Aberta - Hernâni Carvalho", episódio de 10.05.2018, acerca do livro de que é autor. Escreveu vários artigos de opinião jurídica acerca do Direito Animal no jornal Público e na revista Miau. É casado com Filipa Vilhena também procuradora-adjunta a qual colaborou com o autor na elaboração do livro. Reside em Loulé e tem uma filha de 11 anos de idade.
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EDUCAÇÃO E FAMÍLIA
SUSANA CORREIA
JORGE LEITÃO
Coordenadora da Delegação Regional do Algarve da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor
Advogado e presidente da Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais
Diz quem a conhece que é sonhadora, sensível e profundamente intuitiva, que precisa de fazer a sua parte para construir um mundo melhor, “defendendo o sul”. Susana Correia licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 2007 e caracteriza-se pela sua capacidade de ouvir e de se colocar no papel do outro. Desde 2010, é coordenadora da Delegação Regional do Algarve da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, onde iniciou as suas funções como jurista em 2009. Técnica especializada na área do Consumo, apresenta ainda vasta experiência como oradora em sessões de esclarecimento e seminários organizados pela Aassociação, que têm contribuído para o empoderamento dos consumidores algarvios. Lidera uma equipa jovem e altamente motivada que tem desenvolvido com sucesso ações regionais com impacto nacional, desde o combate às vendas agressivas, passando pela rotulagem dos alimentos até ao sector dos transportes públicos coletivos e questões relacionadas com a consciência ambiental e alterações climáticas. Com perceção dos reais problemas da região, resultante do contacto de proximidade dos atendimentos realizados, procura com o seu trabalho diário colmatar essas assimetrias. Encontra-se inscrita na Ordem dos Advogados desde Novembro de 2010, exercendo em prática individual, centrando a sua atuação na advocacia preventiva.
Jorge Leitão nasceu a 13 de julho de 1954 e estudou Direito. Foi monitor de Direitos Reais da Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa e juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Faro. Pertenceu, igualmente, à Assembleia Municipal de Faro, cujas funções exerceu com “grande humildade, assertividade e bom senso”, segundo disseram ao POSTAL alguns colegas de bancada. A sua atividade como advogado é extensa, cerca de 40 anos, e teve sempre grandes preocupações humanas, com especial dedicação aos mais desfavorecidos. Reformado há pouco anos, mantém ainda grande atividade altruísta, colaborando regularmente com várias associações, nomeadamente Caritas de Faro, Cruz Vermelha de Olhão, Provectus de Faro (ligado à terceira idade) e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Faro. O seu empenho é inspirador no trabalho e no serviço social a favor destas instituições, mas igualmente a favor de pessoas particulares com necessidades económicas. Da sua atividade “pro bono”, também é presidente da direção da prestigiada Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais (AAPACDM), com sede em Faro. Em 2018, a GALA POSTAL 30 ANOS distinguiu a AAPACDM como uma das 30 instituições mais relevantes nos últimos 30 anos. Nesse mesmo ano, Jorge Leitão foi agraciado com a Medalha de Mérito Grau Ouro, da Cidade de Faro.
LUÍS VILLAS-BOAS
Psicólogo Clínico e Diretor do Refúgio Aboim Ascensão Luís Villas-Boas é psicólogo clínico e diretor do Refúgio Aboim Ascensão. A instituição foi fundada em 1933, em Faro, primeiro como lactário e centro de apoio a mães solteiras. Depois, prosseguiu como serviço médico de recém-nascidos e prematuros. Desde 1985, o Refúgio Aboim Ascensão sofreu remodelações de base, no que concerne quer ao equipamento, quer ao enquadramento sociojurídico e clínico-pedagógico das crianças temporariamente internadas, em emergência. Com mérito reconhecido nacional e internacionalmente, o Refúgio é hoje um grande Centro de Acolhimento Temporário de Emergência – o primeiro a ser criado em Portugal, para crianças em risco de ambos os sexos, desde recém-nascidos até aos seis anos de idade. A Emergência Infantil foi criada com a visão e a “alma” de Luís Villas-Boas, a 1 de Agosto de 1985, para designar o trabalho de acolhimento em prol de crianças em grave risco, com idades compreendidas entre os zero e os seis anos, que vinha sendo desenvolvido e formatado no Refúgio Aboim Ascensão. Visa, prioritariamente, a rápida integração da criança na sua família natural e surge como a 1ª formulação de centro de acolhimento técnico e temporário que se conhece em Portugal. Ao longo destes anos, a Emergência Infantil afirmou-se diferencialmente pela eficácia observada, nacional e internacionalmente, da sua proposta interventiva: “o direito a ter um colo”, enquanto não há família.
RUTE ROCHA
Docente de Biologia na Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve Licenciada em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em 1997, concluiu o doutoramento em Educação na Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Huelva em Espanha em 2006. Rute Rocha é docente na área da Biologia, na Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve, desde 1999, onde foi diretora da Licenciatura em Educação Básica e membro da comissão coordenadora do Mestrado em Educação Social, sendo agora diretora do Mestrado em Ensino do 1º e 2º CEB Ciências e Matemática. Investigadora na área da Aprendizagem, esteve como “Visiting Professor”, na Faculdade de Educação da Universidade de Ottawa (Canadá), em 2014, e liderou o estudo de investigação internacional Animals “R” us, com a colaboração da Universidade de Ottawa, o Little Ray’s Reptile Zoo de Ottawa e o Zoomarine parque (Portugal). Tendo diversas publicações nas áreas da Educação Formal, Educação Ambiental e Educação Social, escreve regularmente sobre problemáticas sociais e ambientais numa publicação online com a rubrica “Animals R us”. Coordena um projeto de voluntariado no Refúgio Aboim Ascensão, com intervenção epigenética e comportamental de crianças (4-5 anos de idade), com recurso a interação com animais e participa no projeto de implementação de uma Justiça Restaurativa na jurisdição das crianças em curso no Juízo de Família e Menores de Mafra (Comarca de Lisboa Oeste