FALTAM 2 ANOS PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES
QUAL É A CÂMARA MUNICIPAL QUE APRESENTA UMA MELHOR GESTÃO? P.24
VENHA DESCOBRIR O NOVO SITE EM WWW.POSTAL.PT
••• REGIÃO
Rolear celebra 40 anos na vanguarda do progresso e inovação P.3
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Asur transforma paredes em verdadeiras obras de arte P.4
DESIGNER DE MODA TAVIRENSE
DISTRIBUÍDO COM O EXPRESSO VENDA INTERDITA Diretor Henrique Dias Freire • Ano XXXII Edição 1233 • Quinzenário à sexta-feira 8 de Novembro de 2019 • Preço 1,50€
postaldoalgarve 129.422
RAUL LEAL À CONQUISTA DO MUNDO
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Cachorraria Oh My Dog dá início a movimento solidário P.23
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8 de Novembro de 2019
Redação: Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 320 900 Fax: 281 023 031 E-mail: jornalpostal@gmail.com Online: www.postal.pt FB: facebook.com/postaldoalgarve FB: facebook.com/ cultura.sulpostaldoalgarve Issuu: issuu.com/postaldoalgarve Twitter: twitter.com/postaldoalgarve Diretor: Henrique Dias Freire Diretora executiva: Ana Pinto Redação: Ana Pinto (CO-721 A) Cristina Mendonça (CP 3258) Henrique Dias Freire (2207 A) Stefanie Palma (TP-583 A) Design: Bruno Ferreira Colaboradores: Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor) Colaboradores fotográficos e de vídeo: Luís Silva / Miguel Pires / Rui Pimentel Departamento comercial, publicidade e assinaturas: Anabela Gonçalves, Helena Gaudêncio José Francisco Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 8800-399 Tavira Contribuinte: nº 502 597 917 Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do título (DGCS): ERC nº 111 613 Impressão: Coraze Distribuição: Banca - Logista, ao sábado com o Expresso/ VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Estatuto editorial disponível: www.postal.pt/quem-somo
Tiragem desta edição:
7.395 exemplares
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Novo site do Postal do Algarve em parceria com grupo Impresa
O POSTAL do Algarve tem uma nova cara online. Redesenhado numa parceria com a Impresa, o www.postal.pt é pioneiro na nova plataforma tecnológica do grupo do EXPRESSO e da SIC. São as nossas histórias, da nossa região, o foco do novo site. E porque uma história pode ser lida ou vista a qualquer momento do dia e em qualquer ecrã, as páginas do POSTAL adequam-se automaticamente à visualização num ecrã de computador ou de um telemóvel. “Mobile first foi a premissa para o trabalho das equipas de design e de software", diz Ricardo Rosa, gestor de produto digital da Impresa. “O novo site é mais ágil e o design é simples e claro, mas sobretudo elegante", continua, acrescentando: "tratamos o POSTAL com o mesmo nível de exigência que temos para o EXPRESSO". O POSTAL do Algarve, cuja edição em papel já é distribuída com o EXPRESSO, estreitou a relação com a Impresa no âmbito da iniciativa Go Digital. Trata-se de um projeto financiado pela Google Digital
News Initiative, que tem como objetivo desenvolver uma plataforma de publicação para atender as necessidades de pequenos e médios órgãos de comunicação social.
"Na transição digital, estes meios enfrentam hoje sérias dificuldades, sobretudo por falta de investimento ou conhecimento em tecnologia", explica Ricardo Rosa. "A nova pla-
taforma de publicação Go Digital, a dar agora os primeiros passos fora do papel e do laboratório, vai permitir que os media locais e regionais tenham acesso a uma solução de última geração para monetizar o seu conteúdo digital. E para que se foquem na essência do jornalismo: contar histórias". A Impresa considera fundamental o apoio à imprensa regional. "Se conseguirmos aumentar o número de pessoas a ler e ver notícias locais e regionais, tal só pode ser bom para todos nós e para o mercado". Por outro lado, o EXPRESSO e a SIC Notícias pretendem aumentar o seu raio de alcance e chegar a mais pessoas. "Não somos concorrentes, podemos ser convergentes", diz o gestor de produto digital. "Queremos partilhar conhecimento e, mais que ensinar ou formar, queremos aprender, para criar e desenvolver as melhores ferramentas de forma a contar as melhores histórias". O projeto Go Digital parte da renovação e restruturação de toda a plataforma de publicação digital da Impresa, cumprindo o nível de exigência das suas redações e produtores de conteúdo, para criar um produto/serviço completo que pode ser fornecido e comercializado a outros meios. O novo site POSTAL "representa o final de uma primeira etapa de um longo trabalho de equipa da Direção de Produtos e Serviços Digitais da Impresa - e ainda é só o começo, esse trabalho vai continuar e evoluir com novas funcionalidades no site", conclui o coordenador do projeto. Além do POSTAL do Algarve, também o jornal A Verdade, do Marco de Canaveses, e O Mirante, de Santarém, são parceiros na iniciativa Go Digital, que conta ainda com o apoio da Associação Portuguesa de Imprensa.
Ana Amorim Dias Escritora anamorimdias@gmail.com
Manda a lei que não se sirva álcool a quem esteja alcoolizado Quando pediram mais bebida tive que a negar. - Mas porquê? Vão fechar? Isto só fecha às duas e ainda é uma e dez; tem que nos servir! Verifiquei as horas no telemóvel e sorri. Não era disso que se tratava. - Não serviremos mais nada porque os senhores já se encontram etilicamente intoxicados, só por isso. E estavam. Mas não só: com a artificial alegria viera-lhes também ao de cima a falta de educação e respeito ao próximo. - Então quero o livro de reclamações! - já não sei se foi pedido pela jovem senhora ou por algum dos três homenzitos que a acompanhavam. - E vamos arrasar-vos no Tripadvisor, Pode ter a certeza! Deram-me vontade de rir outra vez. Fui buscar o livro e, de caminho, liguei para a GNR que prontamente apareceu. Manda a lei que não se sirva álcool a quem esteja manifestamente alcoolizado. Manda a boa educação que as pessoas não sejam arrogantes e estúpidas para quem as está a servir. Manda o bom senso que não se peça o livro de reclamações a quem está simplesmente a fazer o que deve ser feito. E manda a sabedoria que os sítios se descubram, provem e comprovem, mais pelo que de facto são do que pelo que deles dizem. Não uso o tripadvisor e tenho encontrado pelo mundo deliciosos locais. Nunca lá inscrevi os meus negócios porque nunca me apeteceu. E agora percebo porquê: a humanidade anda cada vez mais vergada ao cabresto virtual. Já ninguém sabe descobrir uma farmácia perguntando a outro alguém. Anda tudo em carneirada, de cabeça baixa e olhos postos de ecrã, a tentar perceber onde vai dormir, cortar o cabelo, comer o bife, comprar o corta unhas ou beber o abatanado. A grande maioria, agora, limita-se a ler meia dúzia de “reviews” e emprenhar pelos ouvidos. É triste perder-se assim o sabor do contacto humano e da navegação à vista, o encanto da descoberta, o espírito aventureiro, o instinto conquistador... É triste usarem-se tantas vezes certas ferramentas para tentar destruir, por malícia, trabalhos de vidas inteiras. Os quatro indivíduos saíram do Piratas, despeitados e maldizentes: vinte e sete anos depois da abertura, tivemos a primeira reclamação no livro. O capitão ficou triste, como se tivesse levado um arrombo no casco. Eu fiquei neutra, creio, porque não é uma ondita que nos desviará da rota de fazer pessoas felizes. Quanto aos tristes que armaram a cena, eles que poluam o que quiserem: desde que não voltem a usufruir de um espaço e de uma energia que não se destina a eles, já não pedimos mais nada.
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Rolear celebra 40 anos na vanguarda do progresso e inovação Rolear pretende estar na vanguarda do conhecimento e inovação
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Parreira Afonso, administrador do grupo, confessa que a Rolear foi uma missão "comprida e cumprida" Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
Energia, inovação, progresso e sustentabilidade... São vários os adjetivos que poderiam caraterizar a atuação do grupo Rolear ao longo dos últimos 40 anos. A empresa algarvia comemora este ano um marco histórico: quatro décadas de existência. Para celebrar esta data especial, a Rolear realiza um jantar esta sexta-feira, 8 de novembro, no casino de Vilamoura. Parreira Afonso, administrador da Rolear, explicou ao POSTAL que “este jantar serve para assinalar os 40 anos do grupo que nasceu no Algarve e que, atualmente, já está presente também em Lisboa e no Porto”. “Resolvemos fazer uma festa integrando clientes do Algarve, Alentejo, Lisboa, Porto, câmaras municipais e entidades oficiais como a CCDR, Universidade do Algarve, Região de Turismo e outras empresas locais, num total de cerca de 400 convidados. A Rolear pretende fazer do Algarve um local cada vez mais forte e, para isso, é fundamental que se juntem sinergias”, explica. Parreira Afonso reúne ainda neste evento colaboradores, clientes e fornecedores para celebrar esta data importante. “Espero que este encontro possa
constituir um momento de reflexão e sensibilização para o facto de existirem empresas que duram 40 anos e que estão com garra para continuar a fazer cada vez mais e melhor”, complementa. Como surgiu a Rolear? A empresa mãe do grupo Rolear, a Rolear SA, surgiu no mercado em 1979 com o intuito de criar uma oferta de soluções completas e personalizadas aos seus clientes. Parreira Afonso explica que “antes do nascimento da Rolear houve um percurso profissional de cerca de dez anos onde foi possível adquirir o know-how técnico e humano que deu origem a este projeto”. O êxito do projeto inicial, lançado a partir de uma pequena loja em Faro, ditou o seu crescimento contínuo, culminando na ampliação para novas áreas de negócio através da criação e agregação de empresas especializadas. Atualmente, a Rolear S.A. centraliza a gestão do Grupo Rolear em áreas como aprovisionamento, organização e desenvolvimento, financeira, marketing, engenharia, promoção imobiliária, o que permite criar novas sinergias e potenciar a otimização de recursos. “A Rolear foi uma missão comprida e cumprida”, confessa Parreia Afonso, de sorriso nos lábios.
Grupo apresenta uma ampla oferta de soluções técnicas O Grupo Rolear abrange uma oferta única de soluções técnicas que vão desde o fornecimento de produtos e equipamentos elétricos e eletromecânicos, soluções de mobilidade elétrica, distribuição de gás canalizado e comercialização de gás natural e eletricidade no mercado liberalizado. O grupo foca-se ainda na área das infraestruturas, construção civil, arranjos exteriores, instalações técnicas especiais, energias renováveis, manutenção e formação técnica nas respetivas áreas em que atua”. A Rolear pauta a sua atividade pela escolha de soluções cada vez mais eficazes e modernas no plano tecnológico. A empresa procura, ao mesmo tempo, proteger o ambiente, utilizando práticas sustentáveis. Exemplo disso é a recolha seletiva dos resíduos e o seu encaminhamento para operadores de gestão licenciados, como é o caso da Sociedade Ponto Verde. Quanto à gestão ambiental, o grupo considera-a “um fator estratégico de competitividade”, motivo pela qual estabeleceu como objetivo a minimização dos impactes ambientais resultantes da sua atividade. No início dos anos 80, a Rolear dedicou-se à comercialização/ fornecimento de sistemas solares
térmicos, tendo ainda sido pioneira na instalação das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em Salir, na aldeia da Torre e na Rádio Marconi, em Sintra. O empreendedorismo sempre foi uma constante ao longo dos 40 anos de história do grupo. Como tal, a Rolear foi pioneira na instalação do primeiro sistema fotovoltaico nos laboratórios do Instituto Politécnico da Universidade do Algarve, o que reflete uma preocupação acrescida da empresa relativamente à utilização das energias renováveis. A empresa foi ainda precursora na instalação dos primeiros sistemas eólicos no Algarve, em Vila do Bispo, em 1997.
A Rolear pretende estar sempre na vanguarda do conhecimento e inovação e, como tal, também investe na investigação. A primeira parceria neste âmbito deu-se em 1990, num projeto efetuado em conjunto com a Universidade do Algarve na fundação do CINTAL (Centro de Investigação Tecnológica do Algarve). Recentemente a empresa tem vários projetos em execução com a academia algarvia, sendo que um dos mais recentes passa pelo desenvolvimento de componentes para sistemas de climatização de controlo inteligente. Para a administração do grupo, “a força distinta do Grupo Rolear nasce da união das competências das áreas que o constituem. Complementares e sinergéticas, apresentam-se no mercado com uma oferta única de soluções. As áreas de especialização do Grupo Rolear são sustentadas pela qualidade dos produtos distribuídos, o know how especializado de uma equipa dinâmica e o rigor conferido à sua execução”. Parreira Afonso evidencia ainda que “para além da rede de lojas com a marca Rolear Mais, o grupo detém a marca Rolegás na comercialização do Gás Propano e tudo o que lhe é inerente, a marca Rolear Viva como comercializadora de gás natural e eletricidade, no mercado liberalizado e a Academia Rolear que é uma entidade certificada pela DGERT para ministrar cursos teórico e práticos, nas áreas com as quais trabalhamos”. “Queremos continuar a traçar um caminho cada vez mais focado no respeito pelo planeta, continuando no trilho das energias limpas e utilizando as tecnologias atuais, estando igualmente sempre recetivos e atentos às últimas novidades técnicas e sociais, como tem sido a nossa postura ao longo destes 40 anos”, conclui o administrador do grupo.
A sede da Rolear está situada no Areal Gordo em Faro
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Asur: artista albufeirense transforma paredes em verdadeiras obras de arte O artista explicou ao POSTAL de onde surgiu a ideia: “antes já existia uma pintura aqui que era sobre o mar e, entretanto, a autarquia decidiu renovar o túnel, mantendo o mesmo tema”, sendo que “as ideias acabaram por surgir de uma forma muito simples e natural”.
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Pintura demorou cerca de dois meses a estar concluída Asur salienta que “a pintura demorou dois meses e cinco dias a estar terminada. Tive também a ajuda de dois colegas na pintura das bases e na preparação das paredes”. “Enquanto eles iam pintando as bases iniciais eu tratava do restante processo”, complementa. O artista confessou ao POSTAL que
des algarvias e não só... Na sua lista já existem nomes como Olhão, Silves, Albufeira, Lisboa, Caldas das Taipas e Tomar. No panorama internacional já deixou a sua marca em países como a Holanda, Itália, Tailândia e Indonésia. Artista pretende continuar a fazer trabalhos de grandes dimensões Quanto ao futuro, o artista afirma que “pretende continuar a trabalhar nesta área e fazer mais trabalhos de grandes dimensões”. O artista salienta ainda que está “bastante focado em ir a mais festivais fora do país. No final do próximo mês vou a El Salvador, na América Central, a um festival de graffitis, para continuar a aperfeiçoar a minha arte”.
O projeto "The Ocean 2019" representa o tema marinho e a vida piscatória da antiga Albufeira Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
Tartarugas, peixes, golfinhos, figuras marinhas diversas... O artista albufeirense Asur criou uma pintura que parece um autêntico mergulho no oceano. O túnel pedonal com mais de 700 metros quadrados está situado por debaixo da Rotunda dos Descobrimentos, em Albufeira, e não deixa ninguém indiferente. O artista Asur tem 26 anos e já faz grafittis há 14. “Comecei a fazer grafittis aos 11/12 anos. Não consigo precisar com exatidão onde fiz o primeiro trabalho,
mas acho que foi em Paderne, era só grafitti de rua, não era este tipo de trabalho”, recorda.
e demais figuras estão desenhadas de uma forma bastante realista. O projeto “The Ocean 2019”, que contou com o apoio da autarquia albufeirense, representa o tema marinho e a vida piscatória vivida outrora em Albufeira. Asur afirma que se inspirou no mar e nos pescadores: “as duas figuras humanas que estão retratadas no túnel são dois pescadores que eram bastante conhecidos cá em Albufeira: Chico Lines e António Estevão”. “Fiz uma pesquisa e procurei imagens de pessoas que se enquadrassem melhor no meu estilo de pintura e encontrei estas fotografias em arquivos da autarquia”, recorda.
Artista adotou o nome artístico Asur há sete anos O artista adotou o nome artístico Asur há cerca de sete anos e o seu trabalho mais recente está a dar que falar... Asur renovou o túnel pedonal que se localiza por debaixo da Rotunda dos Descobrimentos, criando uma obra bastante diferente daquilo que é normal nesta área. Ao entrar no túnel tem-se a sensação de que se está a entrar no fundo do mar. Os peixes, tartarugas, golfinhos
António Estevão, um conhecido pescador de Albufeira “descobriu desde muito cedo que era isto que queria fazer”. “Eu sempre fiz grafittis, é uma coisa que está dentro de mim. As coisas surgem de forma bastante natural, pois é isto que eu gosto de fazer realmente”, afirma. Asur já pintou obras em várias cida-
Asur levantou ainda um pouco do véu e confidenciou ao POSTAL que tem outro projeto futuro em Albufeira “ainda um pouco maior do que este, mas sobre o qual não posso ainda adiantar muitos pormenores”. Só nos resta esperar... Para mergulhar em mais uma obra de arte.
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Raul Leal: o designer tavirense que está a conquistar o mundo da moda com ela e também brincava com as bonecas. Estava sempre a trocar-lhes a roupa, a rasgar e a modificá-las”, explica. Raul Leal confidencia que “os meus pais já sabiam que eu era uma pessoa um pouco fora do vulgar, mas isso começou a ser mais evidente aos 13/14 anos quando comecei a comprar casacos de pelo, plataformas, blusas de rede... Coisas demasiado excêntricas para uma pessoa daquela idade e as pessoas começaram a notar que eu me vestia de maneira diferente”.
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Danças de salão ajudaram-no a descobrir o gosto pela criação
Raul Leal tirou o curso de Design de Moda na Lisbon School of Design, onde aprendeu várias técnicas que usa Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
Raul Leal tem 25 anos e a paixão pelo mundo da moda tem sido uma constante na sua vida. O jovem designer tavirense sempre teve um especial apreço pela criação artística, algo que já era bastante evidente aos cinco anos de idade. “Desde pequenino que sempre soube que queria ter a minha própria moda e já imaginava muitas coisas na minha cabeça como, por exemplo, vestidos”, recorda.
A mãe de Raul inseriu-o nas danças de salão aos três anos. “Com essa idade disse que não queria ir, no entanto, alguma coisa me fez querer voltar aos cinco anos e foi exatamente nessa altura que descobri que tínhamos de usar roupas diferentes e comecei a desenhar bonecos com vestidos, totós, tops e pestanas grandes”, recorda. Jovem começou a ver a família costurar desde muito novo Raul Leal explicou ao POSTAL que com essa idade “ia sempre para a costureira
da Luz de Tavira dizer-lhe como é que queria as minhas coisas, como é que queria que o meu par se vestisse... Ia lá sempre verificar se estava tudo bem. Era um autêntico designer de cinco anos”, brinca. O artista recorda que “desde muito novo começou a ver a avó e a tia costurar”, sendo que um dos seus hobbies “sempre foi desenhar roupas”. “Sempre gostei de imaginar as minhas próprias peças e de dar opinião sobre as coisas. Por exemplo, a minha irmã é mais velha do que eu 11 anos e sempre me pediu opinião sobre as roupas dela. Eu ia às compras
“Depois, comecei a interessar-me um bocadinho por marcas, pois queria saber onde nasceram as grandes marcas e inteirar-me sobre este grande mundo”, avança. Raul Leal sempre teve este gosto bastante presente na sua vida. “Nas danças de salão, à medida que vamos avançando de escalão podemos fazer fatos mais excêntricos. Dos 13 aos 19 anos já conseguia imaginar muitas roupas fora do normal e já pedia à costureira para fazer coisas cheias de plumas, muito grandes, muito giras e muito caras, por sinal”, conta. Ao terminar o ensino secundário, Raul Leal decidiu rumar ao Porto para tirar teatro musical, um curso que tinha a duração de dois anos. “Foi giro mas senti que era mais do mesmo porque eu já sabia danças de salão e jazz, duas grandes competências do curso, e também já tinha noções de ballet. A única coisa que me acrescentava era o canto”, revela. Em seguida, o jovem decidiu iniciar o curso de produção de eventos, no entanto, não chegou a concluí-lo. “A minha irmã sempre foi relações públicas e eu acho que me dava bem nisso porque eu e ela sempre fomos uma equipa e chegámos a organizar vários eventos juntos”, lembra. Raul Leal recorda que conheceu muitas pessoas durante o tempo em que “trabalhava” com a irmã. “Eu sempre tive este interesse pelo mundo da moda: os desfiles, as saídas e todo o ambiente envolvente. O facto de termos de nos vestir bem sempre esteve presente e isso influenciou-me muito”, acrescenta. O tavirense realça o facto de gostar de ter as atenções voltadas para si. “Eu visto-me diferente e se chegar à rua e as pessoas estiverem todas a olhar para mim isso não me incomoda minimamente”. Raul Leal teve de parar um ano e
meio para trabalhar a tempo inteiro. “Fiquei até aos 24 anos sem tirar curso nenhum porque estava um pouco perdido, não sabia o que queria fazer e precisava de juntar algum dinheiro”, salienta. O jovem afirma que “aqueles dois cursos que tinha tirado não me estavam a acrescentar nada e eu não me estava a imaginar a fazer aquilo para o resto da vida”. A família e os amigos são o seu grande apoio Raul Leal vê na família e nos amigos o seu grande pilar. “Foram eles que me abriram os olhos e disseram: 'Então, mas tu desde miúdo que fazes as tuas próprias roupas, queres vestir-te da tua própria forma, queres que toda a gente esteja ao teu gosto, porque é que não investes nisso?'” E o jovem assim fez... Em 2016 rumou à capital para tirar o curso de design de moda na LSD -Lisbon School of Design, onde aprendeu várias técnicas que utiliza atualmente nas suas criações. “O curso durou um ano e meio. No decorrer deste período, recebíamos a informação de forma muito rápida em áreas tão diversas como a costura, modelagem, história da moda, desenho... Até tínhamos inclusivamente de fazer um pouco de jornalismo porque tínhamos de estar sempre em cima das revistas e jornais a acompanhar as novas tendências”, conta. Enquanto tirava o curso, o tavirense lançou a sua primeira coleção. “Desenhei uma coleção inspirada nos azulejos portugueses e fiz tudo sozinho. Fazia os conjuntos em casa, tirei umas fotografias com as minhas amigas e meti no instagram, no entanto, pensei que ninguém ia comprar”, confessa. O designer recorda que acabou “por vender 42 conjuntos, no entanto, como estava a trabalhar em simultâneo no restaurante e fazia tudo sozinho, o tempo de entrega foi bastante longo”. A segunda coleção de Raul foi um sucesso. O jovem teve a ajuda de uma antiga professora para executar a sua segunda coleção intitulada “Young Designer”. “A minha professora tem o Design Lab, que é uma fábrica em Loures, e eu levei lá a coleção, um total de 250 peças e eles trataram do resto. Eu faço o primeiro exemplar e eles depois tratam da produção em massa”, afirma. Raul Leal relembra que “foi aí que as minhas pernas tremeram. Eu sempre
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queres ser. Nós temos de nos vestir em sociedade e acho que a forma mais direta de veres a personalidade de uma pessoa é a maneira como ela se está a apresentar a ti porque é ela que escolhe e isso tem um peso extremamente importante”, defende Raul Leal. Raul Leal vai buscar inspiração à família
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O jovem designer esgotou a sua segunda coleção em quatro dias trabalhei no restaurante para investir no meu futuro e tive de investir o dinheiro que tinha juntado e não sabia se iria ter o retorno”. O jovem referiu ao POSTAL que fotografou tudo com os amigos, que são os seus modelos até à data. “Fui eu que os penteei, maquilhei, escolhi o sítio, fui buscar os acessórios e fiz tudo com o meu telemóvel e com o refletor do meu amigo Fábio”, explica. Raul Leal conta que “fizemos as fotografias dos vestidos brancos e florescentes, fotografámos o quimono, o conjunto preto e no mesmo dia editámos as fotografias e eu meti-as na internet. A coleção teve um boom gigante”. “O conjunto preto foi vendido em 45 minutos e acabei por vender os outros 12 conjuntos que tinha. Depois, acordei nos quatro dias seguintes e já estava tudo vendido”, acrescenta. Designer colabora com vários artistas Atualmente o jovem colabora com vários artistas. “Estou a trabalhar com um artista plástico de Vila Real e estamos a fazer algo secreto re-
lacionado com a coleção que lancei este verão. Ele é um artista plástico que faz quadros, eu faço roupa e vamos combinar as duas coisas” realça. O jovem está ainda a trabalhar com a artista luso-espanhola Mara Gonzales. “Já lhe enviei algumas roupas e ela usa a minha marca. Estamos também em conversações para fazer o styling e fazer-lhe umas roupas para os videoclipes”, desvenda. Um dos meus objetivos futuros é “ter uma palete de vestidos e de peças de homem e mulher bastante diferentes para que as pessoas possam alugar quando tiverem eventos especiais”, realça o jovem tavirense. O designer afirma que “muitas vezes as pessoas compram uma peça de roupa uma vez e não a usam mais. Deste modo, este problema deixaria de ser um problema”, afirma. Jovem faz moda para passar uma mensagem Raul Leal confessou ao POSTAL que se considera ativista: “eu faço moda para passar uma mensagem”. O designer está a preparar o próximo trabalho de inverno: "vou ter duas coleções para este inverno: uma é
para senhoras mais responsáveis, com uma onda mais de inverno, de capas e de coisas mais descontraídas e fluídas e outra mais de street style". “Nas próximas sessões fotográficas e vídeos quero mostrar um pouco desta minha vertente mais ativista, pois pretendo incluir pessoas acima do peso, pessoas de todas as cores, talvez pessoas sem dentes, pessoas com limitações e quem sabe travestis e um transgénero para passar a mensagem de que fazemos moda para toda a gente”, explica. O artista gosta de passar uma mensagem que choque as pessoas com o intuito de as fazer refletir sobre o mundo. “A moda para mim significa seres 100% quem tu és ou
O tavirense realça que “a moda é tu saberes o que és e abrires as portas para as outras pessoas e dizeres: Este sou eu. Gostam ou não? E não te interessar a resposta. A moda é isso”. “Eu acho que a moda é passar barreiras e eu adoro passar barreiras”, revela. O jovem tavirense confessou ainda ao POSTAL que vai buscar a inspiração sempre à sua família: “eles são e serão sempre os meus fashion icons”. Para o artista, “tudo é moda: anos 20, 30, 40, 50... Mas temos é de saber adaptá-lo. É tudo um ciclo onde vamos melhorando e adaptando a moda ao tempo presente”. “O próximo passo é fazer um vestido de noiva. Quero ver se sou capaz
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e depois metê-lo no meu atelier”, avança. Quanto às expetativas futuras, o jovem gostava bastante de abrir o seu próprio atelier. “Gostava que toda a gente me conhecesse e que a minha marca fosse ainda maior que a Gucci, a Versace... Gostava de estar equiparado a eles ou ainda mais”, afirma. O jovem explica que “quer sair de Portugal para fazer Portugal sair. Quero viver em Portugal e levar a minha marca ao mundo inteiro, mas fazer saber que é de Portugal”. “O intuito é ter o atelier em Tavira porque sou um apaixonado pela terra e acho que temos de puxar mais coisas para a nossa cidade. Se isto correr bem como espero que corra, as pessoas teriam de vir a Tavira para vir ter comigo e assim ficavam a conhecer melhor a cidade”, ambiciona. Raul Leal conclui revelando que “as perspetivas futuras é que aconteçam muitas mais coisas. Acho que estou num bom caminho, no entanto, não quero dar passos maiores do que a perna. Acho que tudo tem o seu tempo certo”. Para ver as peças do designer pode visitar a sua página de instagram: _raulleal_ ou o facebook. pub
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Já nasceu em Faro a primeira loja com veículos exclusivamente elétricos como com a movimentação, daí ter surgido Ampere Ride”.
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Pai teve há muitos anos na mesma rua uma casa de comercialização e reparação de veículos motorizados
A Ampere Ride comercializa scooters e motos elétricas com emissões 0% de C02, contribuindo para a redução da pegada ecológica Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
A Ampere Ride é a primeira loja com veículos exclusivamente elétricos de Faro e abriu no passado dia 28 de outubro, na Rua de São Luís, nº 51. A Ampere Ride “pretende desenvolver e projetar no Algarve uma marca que visa contribuir para uma mobilidade urbana e sub-urbana mais sustentável, amiga do ambiente e económica”. Quem o diz é Vladimiro Sousa, um dos criadores e relações-públicas do projeto. Este projeto consiste na comercialização de scooters e motos elétricas com emissões 0% de C02, contribuindo também para a redução da pegada ecológica. “Os veículos são bastante económicos” “Estes veículos são bastante económicos e não produzem qualquer ruído. Para além disso, permitem que as pessoas se desloquem muito facilmente nos meios urbanos e sub-urbanos devido à sua tipologia, autonomia e caraterísticas”, explicou
ao POSTAL o responsável. O relações-públicas salientou que “tivemos contacto com este projeto pela primeira vez em agosto através do importador da marca ecooter de quem são representantes exclusivos para o sotavento algarvio. Na altura experimentámos alguns veículos e ficámos verdadeiramente apaixonados pela ideia”. “Tivemos ainda a oportunidade de participar num evento de ativação de marcas organizado pelo Município de Faro, no Jardim Manuel Bívar, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade. Durante este dia estivemos presentes com as nossas scooters e motos e proporcionámos tests drives para os clientes verificarem a qualidade de circulação e também para aferirmos um bocadinho qual era a aceitação das pessoas em relação a este tipo de viaturas”, afirma. “A aceitação das pessoas foi muito positiva” O responsável salienta que “a aceitação foi muito boa, o que nos levou a arrancar com o projeto, partindo para a abertura de uma loja física de comercialização destes equipamentos”.
“Esta iniciativa é pioneira porque não existe em Faro nenhum outro espaço onde só sejam comercializados veículos elétricos. Pode haver situações em que exista comercialização de veículos elétricos e de outro tipo
de veículos, no entanto, exclusivamente veículos elétricos somos só nós”, afirma. Quanto ao nome da marca, “existiu a preocupação de dar um nome que se relacionasse tanto com a eletricidade
Quanto à localização da loja, “escolhemos um espaço muito importante para nós, uma vez que o meu pai teve há muitos anos nesta rua uma casa de comercialização e reparação de veículos motorizados. Assim, pretendemos fazer renascer o negócio de família numa versão mais moderna e atualizada com os veículos elétricos”. “A ideia foi trazer as pessoas ao nosso espaço para conhecerem os nossos veículos bem como o conceito”, complementa. O espaço está aberto todos os dias úteis das 14 às 20 horas e aos sábados das 10 às 13 horas. O responsável afirma ainda que “sábado será o dia por eleição onde fazemos os tests drives com os clientes que estiverem interessados em experimentar os nossos veículos. É uma forma de dar a conhecer a marca e comemorar a abertura deste espaço que vai contribuir certamente para a mobilidade urbana do Algarve”. Quanto ao futuro, admite que “as expectativas são bastante positivas, pois sentimos uma grande aceitação relativamente a este novo conceito e uma preocupação cada vez mais significativa relativamente à redução da pegada ecológica e também à utilização de transportes menos poluentes que os tradicionais”.
Natural. Artesanal. Nosso.
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REGIÃO •••
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Escola Júlio Dantas de Lagos e Nobel School de Lagoa distinguidas com “Selo Protetor” 29 de outubro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro. O agrupamento lacobrigense cumpriu os oito requisitos necessários para garantir os direitos da criança em todos os contextos de vida. Apenas uma outra instituição de ensino algarvia, a Nobel International School Algarve (Lagoa), recebeu o certificado. A CNPDPCJ – Comissão Nacional de Promoção dos O "Selo Protetor" é um projeto inovador na proteção da população infantojuvenil Direitos e Proteção das Crianças e JoO Agrupamento de Escolas Júlio ção “Selo Protetor”, numa cerimónia vens, através da implementação do Dantas, de Lagos recebeu a distin- oficial que decorreu no passado dia “Selo Protetor – Garantir os Direitos
Paderne Medieval ganha mais um dia na edição deste ano da entrega que D. Dinis fez da Carta de Doação do Castelo de Paderne à Ordem de Avis, como O cortejo histórico é um dos pontos altos já é habitual do evento neste cartaz, no primeiro Até ao dia 20 do corrente dia de Ano Novo. mês de novembro decorrem Chás, iguarias, vinhos e as inscrições para a edição demais “comilanças” consde 2019/2020 do “Paderne tituem também um dos Medieval”, que transforma a grandes atrativos deste pequena aldeia de Paderne certame, que neste ano denuma verdadeira montra da correrá entre as 12 e as 21 história e etnografia do séc. horas todos os dias, exceto XIV. O “Paderne Medieval” no dia 31 de dezembro, cujo vai decorrer entre 28 de de- encerramento é às 19. zembro e 1 de janeiro e ganha Para o efeito, a organização este ano mais um dia. já iniciou os preparativos e Ao longo de cinco dias, a aqueles que pretendem paraldeia de Paderne recua no ticipar com os seus produtos, tempo e toda ela revive o podem inscrever-se até ao séc. XIV, com muito comér- dia 20 de novembro através cio, religião, espetáculos, do email carla.ponte@cmpelejas e até um cortejo his- -albufeira.pt. tórico que retrata a cerimónia Podem participar como ex-
positores, entidades públicas e privadas da freguesia de Paderne (prioritariamente) e do restante concelho. A organização prevê, ainda, a possibilidade de aceitar inscrições de expositores de fora do concelho, no caso de não serem ocupados todos os espaços disponíveis. O valor da inscrição é de acordo com as diferentes tipologias de bancas, barraquinhas e espaços utilizados. A participação no evento obriga a que os expositores estejam trajados à época, sendo que o traje deve ser providenciado pelos próprios. O “Paderne Medieval” é uma iniciativa realizada pelo Município de Albufeira, em parceria com Junta de Freguesia de Paderne e a Casa do Povo da localidade. Para mais informações, os interessados devem contactar o número de telefone 289 598 801.
da Criança em todos os Contextos de Vida”, tem vindo a promover uma medida de política pública que é permissora da salvaguarda dos Direitos das Crianças e Jovens. Trata-se de um projeto inovador e de reconhecido mérito na promoção de uma maior eficiência de todo o sistema português de proteção da população infantojuvenil. Agrupamento viu reconhecido o seu trabalho na proteção das crianças e jovens Nesse âmbito, o Agrupamento de Escolas Júlio Dantas submeteu a sua candidatura ao “Selo Protetor”, cumprindo os oito requisitos necessários para a sua atribuição e que passam por uma declaração de compromisso, definição de um código de conduta, implementação de procedimentos específicos para recrutamento, seleção e formação de colaboradores,
elaboração de um plano de gestão de atividades de alto risco e de um plano estratégico e colaboração com rede social e serviços, fixação de políticas e procedimentos para sinalizar e gerir situações de maus tratos e formação de uma equipa coordenadora do sistema integrado de gestão de risco e perigo. O agrupamento viu, assim, reconhecido o valor do seu trabalho na prevenção e na proteção dos direitos humanos de crianças e jovens. A notícia da atribuição do “Selo Protetor” já tinha sido avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, aquando do seminário organizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Lagos e pelo Centro de Formação Rui Grácio em setembro passado, mostrando-se orgulhoso dessa conquista e expressando vontade de trabalhar com outras instituições de ensino do Concelho no sentido de alcançarem a mesma atribuição. pub
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Loulé acolhe as primeiras jornadas sobre anfíbios Loulé vai receber as I Jornadas de Anfíbios, hoje e amanhã, dias 8 e 9 de novembro, com a temática “Ameaças e Soluções”. O evento, que decorrerá no Auditório do Convento Espírito Santo, com receção dos participantes a partir das 9:30 horas desta sexta-feira, surge no âmbito de uma parceria entre a Associação Almargem e a Câmara de Loulé. O objetivo principal da iniciativa é sensibilizar para a importância deste grupo de animais cada vez mais ameaçado e de debater possíveis estratégias de conservação para o futuro. Este evento, gratuito, pretende atingir um público alargado: desde técnicos de empresas, associações, municípios, docentes e até o cidadão comum. Através de comunicações orais e
workshops vão ser abordados temas tão diversos como os anfíbios do concelho de Loulé, as medidas de mitigação de mortalidade rodoviária em Portugal no projeto LIFE Lines, as estratégias de conservação em Madasgáscar, assim como dicas sobre como tornar o nosso quintal mais “amigo dos anfíbios”. Haverá também uma saída noturna à Nave do Barão (freguesia de Salir), no dia 8, para identificação de espécies in situ. O programa das jornadas conta com a presença de representantes da Associação Almargem, CCMar – Universidade do Algarve; CIBIO/InBio – Universidade do Porto, Município de Vila Nova Famalicão, Município de Lousada, Unidade de Saúde Pública – ACES Central e ainda do Projeto LIFE LINES – Universidade de Évora.
foto d.r.
Iniciativa pretende sensibilizar para a importância deste grupo de animais cada vez mais ameaçado
Festival LUZA Concelho de enche de luz e cor Albufeira é o a capital algarvia 2º do país com maior dinamismo económico foto d.r.
foto d.r.
Festival conta com instalações de luz de artistas de 12 países Após duas edições de sucesso, o LUZA Festival (Algarve International Festival of Light), chega à sua terceira edição com novidades. O festival de luz algarvio, desta vez será acolhido pela capital algarvia nos dias 14, 15 e 16 de novembro. Este ano, as instalações de luz serão trazidas por 17 artistas de 12 países. No programa constam ainda diversos workshops para todas as idades. De salientar a participação da organização internacional Women in Lighting com o projeto, “Guerrilla Lighting”, estando também confirmada a sua participação na 3ª edição da conferência
“Working with light”, ao lado de Mark Killeen, James Klinge e Bruno Inácio da Câmara de Faro – Candidatura a capital europeia da cultura. O evento é uma produção da ByBeau Studio e da Eventors’ Lab, com o apoio da Câmara de Faro e do Programa cultural 365 Algarve. O LUZA tem como patrocinadores a Euroligistix e o Conrad Hotel, Hotel Oficial do evento, o Hotel Faro, e conta com o apoio do Clube Naval de Faro, Museu Municipal de Faro, Centro Ciência Viva do Algarve, Vodka Volcanic, empresa Gosto interiores, entre outros.
Estudo avaliou o dinamismo económico de 308 concelhos Albufeira encontra-se em segundo lugar da lista do rating de dinamismo económico, indicador que a Marktest divulga através da sua aplicação virtual denominada “Municípios Online”. “É um orgulho verificar que Albufeira está em segundo lugar num estudo que mede o dinamismo económico de 308 concelhos. Este reconhecimento motiva-nos a fazer cada vez mais e melhor, como temos vindo a fazer até aqui, o que nos tem permitido subir neste
rating concelhio. Em 2017 ocupámos o terceiro lugar e em 2018 conseguimos alcançar a segunda posição, que mantemos este ano”, afirmou José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira. Lançados em 2014, os ratings concelhios são dados de parametrização que permitem observar 39 indicadores baseados no dinamismo demográfico, económico e qualidade de vida. O objetivo é facultar novas ferramentas às entidades locais ou a empresas, para que possam observar, de forma rápida e intuitiva, os principais pontos fortes e fracos de cada um dos 308 concelhos do país. Uma análise do rating de dinamismo económico permite verificar que Albufeira é o concelho que regista o segundo o valor mais elevado a nível nacional, a par com Lisboa, com 14.0 numa escala de 1 a 20. Albufeira mantém, assim, a posição alcançada em 2018, apenas superada por Aveiro, que ascendeu ao primeiro lugar com 14.1.
Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o
NOVEMBRO 2019 n.º 132 www.issuu.com/postaldoalgarve
7.395 EXEMPLARES
REFLEXÕES SOBRE URBANISMO •••
Os bairros e as cidades fotos d.r.
Teresa Correia
Arquitecta / urbanista arq.teresa.correia@gmail.com
O que carateriza um bairro Um bairro tem uma componente identitária, uma estrutura formal e arquitetónica e uma organização de espaço urbano que o carateriza. Estes núcleos dentro da cidade em geral têm uma origem comum, nasceram de um projeto único e formalizaram-se através de um arquiteto ou urbanista. De qualquer forma, para além das caraterísticas físicas reconhecidas num bairro, este, para ser considerado como tal, terá de ter uma sociedade que se relaciona, ou seja, relações de vizinhança que constitua uma pequena comunidade. Um bairro tem também os seus próprios pontos de encontro, como seja, um café, um restaurante, uma mercearia, um quiosque, algo que faça um suporte funcional àquele tecido urbano. Uma zona completamente turística ou transformada, não poderá ser considerada um bairro, mesmo que se consiga manter as edificações. A sazonalidade e a constante mutação de pessoas não traduzem um modus vivendi que permita a manutenção da cultura de bairro. No entanto, apesar disso, a existência de atividade económica é uma for-
A construção de novas edificações é uma carência na maior parte das cidades que possuem dinâmica económica •
ma de recuperação do edificado que importa ponderar como vantagem. As ARUs e os bairros As autarquias têm realizado propostas de ARUs para estimular a recuperação de alguns bairros, o que em termos de programação estratégica está correto. No entanto, faltará um pouco mais além, ou seja, a realização de um planeamento mais aprofundado e consequente, o que teria de ter um investimento financeiro mais elevado. As Áreas de Reabilitação Urbana
(ARUs) são instrumentos de planeamento que visam priorizar aquela área em específico face a outras, no investimento público e na criação de benefícios fiscais para quem reabilitar os seus edifícios. A realidade de cada bairro irá determinar o tipo de benefícios e a estratégia a definir. A questão é saber quais os investimentos mesmo necessários para atingir os objetivos de revitalização ou renovação daquela parte da cidade, ou se será mais um instrumento que não acrescenta muito mais. Os entendimentos a respeito da operacionalidade destas Áreas de
Os bairros históricos são inspiradores de uma vida saudável e tranquila •
Reabilitação Urbana ainda não estão claros, pelo que será preferível combinar medidas e traduzir estas para planos que possam estar mais coerentes com a atuação na gestão urbanística. Se num bairro alguém quiser demolir um dos seus edifícios para construir um prédio sem qualquer caraterística, não existirá proteção legal que o impeça. O que distingue os bairros históricos dos bairros sociais Os bairros históricos são inspiradores de uma vida saudável e tranquila de comunidade e normalmente está combinada com funções de equilíbrio com o espaço público, a circulação viária e o ambiente envolvente. Os bairros sociais estão associados a guetização e a segregação social, sendo normalmente concebidos para alojamento das pessoas carenciadas ou situações de realojamento, por vezes em edifício de cércea elevada. No entanto, em Lisboa, pela falta total de casas a preços acessíveis para a classe média, a autarquia iniciou um processo de sorteio no âmbito de um Programa de Renda Convencionada. Esta inovação parece ser uma medida positiva, mas questiono se não se estará a esquecer os mais necessitados que continuam a não ter habitação.
Ficha técnica Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Artes visuais: Saúl Neves de Jesus • Espaço ALFA: Raúl Grade |Coelho • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço ao Património: Isabel Soares • Filosofia dia-a-dia: Maria João Neves • Letras e literatura: Paulo Serra • Missão Cultura: Direção Regional de Cultura do Algarve • Reflexões sobre urbanismo: Teresa Correia Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/ postaldoalgarve FB: www.facebook.com/ postaldoalgarve/ Tiragem: 7.395 exemplares
O problema da habitação é estrutural e resultou de um processo de estagnação que agora se está lentamente a recuperar. A construção de novas edificações é uma carência na maior parte das cidades que possuem dinâmica económica, pelo que a regulação do mercado terá de existir, a curto prazo, sob pena de um desequilíbrio social forte para a classe média. Durante algum tempo existiu também a defesa de uma tese de construir ou reabilitar edifícios para habitação social nos centros históricos. Esta ideia tem alguma falta de sentido prático, isto, porque existe um preço elevadíssimo por edifícios nessas zonas, por outro lado, existem fortes condicionalismos à construção, o que gera desperdício financeiro. A problemática da reabilitação está ainda longe de estar terminada, pela sua exigência e complexidade, e ainda por depender normalmente de soluções de forte investimento. l
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CULTURA • SUL
LETRAS E LEITURAS •••
Os Otimistas, de Rebecca Makkai fotos d.r.
Paulo Serra
Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL
Melhor livro do ano pelo New York Times e a National Public Radio. Vencedor do LA Times Book Prize, Stonewall Book Award e Andrew Carnegie Medal. Finalista do Pulitzer Prize e do National Book Award. Já referi antes que por vezes me incomoda quando os livros são demasiado etiquetados, todavia este romance, publicado pela ASA, e que está a ser adaptado para televisão, é para mim um dos livros do ano e aborda um tema que eu estranhava não ter sido ainda devidamente tratado na ficção literária. Temos o filme Filadélfia, a série Um Coração Normal, podemos até lembrar-nos do escritor que se suicida em As Horas, de Michael Cunningham, mas não havia nenhum romance, ainda mais de grande fôlego, que abordasse a epidemia da SIDA nos anos 80 nos Estados Unidos da América.
O livro "Os Otimistas", de Rebecca Makkai, foi finalista do Pulitzer Prize e do National Book Award e vai ser adaptado para televisão •
Em Novembro de 1985, um grupo de amigos fazem uma festa em Chicago que é, na verdade, um funeral, enquanto a “verdadeira” missa fúnebre decorre a quilómetros dali,
assistida apenas pela família. Nico, um jovem belo, promissor, querido por todos, morreu. A sua irmã Fiona vira as costas à família, da mesma forma que os seus pais, que agora o choram, expulsaram em tempos Nico de casa quando souberam da sua homossexualidade. Nos meses seguintes, decorre uma espécie de jogo, quase como num mistério policial, em que nunca se sabe quem vai morrer a seguir, enquanto o grupo de amigos de Yale Tishman vai sendo dizimado. Yale Tishman, responsável por angariar arte e fundos numa galeria, vê a sua carreira em ascensão, ao mesmo tempo que a sua vida amorosa se desmorona, quando se depara com a oportunidade de uma vida, pois Nora, a tia-avó de Nico, pede-lhe que veja uns quadros do seu tempo de jovem, na Paris de 1912, onde conheceu e posou para artistas como Modigliani – e outros que a guerra lançou no esquecimento de quem não teve sequer tempo para começar a brilhar. Em 2015, 30 anos mais tarde, Fiona aterra em Paris e fica hospedada na casa de Richard Campo, um fotógrafo que ficou célebre por ter documentado a epidemia de Chicago, da mesma forma que foi um dos poucos que sobreviveu. Fiona procura a sua filha, que depois de ingressar na universidade acabou por cortar com tudo, inclusive com a mãe, e entrou numa seita, com o seu namorado Kurt. Ao longo de 570 páginas que se lêem de um fôlego, o leitor tenta perceber como é que estes dois planos, tão complexos por si só e bem narrados, afinal se intersectam, uma vez que parecem histórias tão díspares,
apesar de se perceber que a cola que os une é Fiona. Será que Yale será um dos poucos sobreviventes? Nora identifica-se tão fortemente com Yale por este lhe lembrar o sobrinho-neto Nico? Ou
Porque é que Reagan faz uma declaração à nação a propósito de um vai-vém que explode após o lançamento mas se silencia perante a crise da SIDA? «Como podia explicar-lhes que aquela cidade era um cemitério?
Rebecca Makkai já tem vários contos e romances premiados •
porque também ela perdeu todos os seus ilustres amigos e amantes artistas nos anos da Primeira Guerra Mundial? Será que Fiona tem culpa do desaparecimento da filha, talvez pela sua inadequação em amar, devido ao stress pós-traumático de uma época que deixou muito poucos sobreviventes?
Que todos os dias passavam por ruas onde tivera lugar um holocausto, um homicídio em massa por negligência e antipatia, como podia perguntar-lhes se quando passavam por uma bolsa de ar frio não percebiam que era um fantasma, um rapaz que o mundo cuspira?» (p. 256) l
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Os Jardins do Presidente, de Muhsin Al-Ramli fotos d.r.
Muhsin Al-Ramli é romancista, poeta, dramaturgo, académico e tradutor •
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Muhsin Al-Ramli nasceu em 1967, numa aldeia do norte do Iraque. É romancista, poeta, dramaturgo, académico e tradutor. Os Jardins do Presidente, publicado pela Topseller, entrou na longlist do International Prize for Arabic Fiction, conhecido como o «Booker árabe». Vive em Madrid desde 1995.
realismo mágico latino-americano: veja-se, por exemplo, o caso de Isma’il que em rapaz cortou a língua de um bode e desde então perde a voz, até que anos depois as palavras que lhe saem num grito coincidem com o momento em que «reza a história antiga, (...) uma estranha massa amorfa com um corpo gigante e uma
Muhsin Al-Ramli é um escritor iraquiano que vive em Madrid desde 1995 •
«Um romance extraordinário passado no Iraque de Saddam Hussein, que traz à memória Cem Anos de Solidão e O Menino de Cabul»... Com esta frase intenta-se seduzir o leitor a entrar neste mundo fabuloso que, de início, evoca realmente a atmosfera de Macondo ou o imaginário do
cabeça minúscula chamada América atravessou os mares e ocupou um país chamado Iraque» (p. 8) A primeira frase do romance é, aliás, tão emblemática como o início da obra-prima de García Márquez: «Num país onde não havia bananas, ao terceiro dia do Ramadão, a al-
deia deparou-se, ao acordar, com nove caixas de bananas, cada qual contendo a cabeça degolada de um dos seus filhos.» (p. 7). Todavia Os Jardins do Presidente, de Muhsin Al-Ramli, é uma narrativa que rapidamente se distancia de tudo e ganha vida própria. Tariq, Abdullah Kafka e Ibrahim nascem em 1959, em meses seguidos, e desde logo se tornam inseparáveis. Até que a guerra contra o Irão deflagra (e dura 8 anos), e Abdullah é preso pelas forças iranianas em 1982. Em 1990, o Iraque invade o Kuwait. A guerra torna-se o estado natural das coisas e «quanto mais se adentravam no deserto (...) mais mergulhavam na guerra» (p. 59). Em 1991, as forças aliadas desencadeiam o ataque terrestre a partir das areias da Arábia Saudita: «O deserto, que se vira abandonado durante séculos, foi transformado num mar de ferro e fogo. O cenário era nada menos que apocalíptico, demonstrando o poder que aquela pequena criatura, o homem, conseguira alcançar, capaz de transformar a face da natureza de forma aterradora e esmagadora.» (p. 62) Nas primeiras 200 páginas temos uma narrativa intrincada, repletas de horrores da guerra, mas sobretudo de histórias que se cruzam. Todas as personagens têm a sua história, sempre contada na pri-
meira pessoa, como é o caso de Ibrahim que procura deixar o seu
legado à sua filha Qisma (significa destino), vendo-a como a extensão natural da sua história. O romance passa depois a uma segunda parte, no que parece uma estrutura desarmoniosa, mas conforme prosseguimos percebemos como se fecha o círculo deste mundo, tanto que o penúltimo capítulo é um eco do primeiro, voltando à frase de abertura do romance. É quando Ibrahim se muda para a cidade de Bagdad que o romance ganha outro fôlego. Como funcionário nos jardins de um dos vários palácios do Presidente, Ibrahim é supervisionado por Sa’ad, que ao longo de várias páginas, descreve a opulência dos “palácios do povo”, em descrições hiperbólicas ao estilo dos contos das Mil e Uma Noites. A única vez em que Ibrahim avista o Presidente no jardim é justamente quando ele assassina um músico emblemático do país. O próprio nome de Saddam Hussein, ao jeito do realismo mágico, nunca é mencionado; quando Qisma dá o nome do líder ao filho, Ibrahim recusa-se terminantemente a chamá-lo pelo nome. Ibrahim é depois promovido de jardineiro a coveiro, enterrando milhares de corpos sem nome, «vítimas de um reinado impiedoso de terror», nos jardins do Presidente... l
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ARTES VISUAIS •••
Pode a arte sensibilizar para comportamentos mais saudáveis? Saúl Neves de Jesus
Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; https://saul2017.wixsite.com/artes
Em números anteriores procurámos evidenciar que as artes visuais podem ser usadas como forma de consciencializar as populações e de contribuir para que as pessoas adotem comportamentos mais adequados em relação ao ambiente. Nomeadamente, nos artigos “Pode a arte ajudar a proteger o ambiente?” e “Pode a arte ajudar a proteger os oceanos?”, alertámos para o problema da poluição atmosférica e do plástico nos oceanos e para a importância da descarbonização e da prevenção através de comportamentos mais adequados, enquadrados numa economia circular, assente nos 3R: Reduza, Reutilize e Recicle! Por outro lado, no artigo “Pode a arte contribuir para a paz?”, procurámos destacar que a arte pode ser um importante instrumento no sentido duma educação para a paz e para princípios éticos universais e valores humanistas, como sejam a honestidade e o respeito pelos outros.
mais favoráveis do sujeito em relação a si próprio, sensibilizando-o para estilos de vida mais saudáveis. A este nível, o não fumar ou deixar de fumar é dos aspetos mais importantes. O cancro do pulmão é o que mais mortes provoca e o fumar é a principal causa deste tipo de cancro. Como forma de sensibilizar a população para a importância de deixar de fumar, para além da promoção de
Mundial do Não Fumador”, a 17 de novembro, aproveitamos para apresentar a fotografia “Stresse na sociedade”, que tirámos em 1986, encontrando-se publicada no livro “Expressividade” (Bastos & Jesus, 2001) e tendo sido premiada com uma Menção Honrosa no “1º Salão Virtual de Arte Contemporânea” (2013), realizado no Brasil. Nesta fotografia, o comportamento de fumar
fotos d.r.
Fotografia “Stresse na sociedade” (S. N. Jesus, 1986) •
Escultura “Eco Pulmão” (C. Correia, 2019) •
Desta forma, a arte pode contribuir para atitudes mais favoráveis em relação ao ambiente e em relação às outras pessoas. Mas a arte também pode contribuir para o desenvolvimento de atitudes
estilos de vida mais saudáveis e de um ambiente mais limpo, o Município de Castro Marim inaugurou, no passado dia 26 de setembro, “Dia Europeu do Ex-Fumador”, a escultura “Eco Pulmão”, colocada na Praça 1º de maio. Da autoria de Carlos Correia, esta escultura de 1,6m em ferro permite a deposição de beatas nos “pulmões” da figura. Aliás, por baixo da mesma encontra-se uma legenda em que está escrito o seguinte: “Enquanto não toma a decisão mais importante da sua vida - DEIXAR DE FUMAR, coloque aqui as suas beatas.” Indo a publicação deste número do Cultura.Sul coincidir com a “Dia
aparece ainda como algo automático ou reativo em situações de stresse social, num sujeito anónimo ou não identificado, que se mascara ou esconde atrás desse comportamento. Num outro trabalho artístico também procurámos sensibilizar para os riscos do stresse na vida das pessoas e para a importância de estilos de vida mais saudáveis. Trata-se da escultura “Stresse – Peso das exigências” (2010). Esta escultura de dois metros de altura, em que foram utilizados os materiais alumínio e terracota, procura sintetizar o conceito de stresse, em termos dos principais fatores e sintomas que podem ocorrer. O cora-
ção está “rasgado” por correntes que pressionam em vários sentidos, representando as exigências ou os fatores de stresse que podem ser externos e internos. As pressões internas, sobretudo devido a conflitos internos face a decisões que têm que ser tomadas, ou a indecisões derivadas da multiplicidade de alternativas possíveis hoje em dia, ou a uma excessiva ambição pessoal, ou ainda a expectativas irrealistas por parte do sujeito, traduzem que o próprio sujeito pode ser o principal fator do stresse que apresenta e encontram-se representadas pelas correntes puxadas para lados diferentes destruindo o coração. No que diz respeito às pressões externas, estão representadas através de um peso pendurado no coração, que é um coração invertido, significando e sintetizando todas as exigências externas que podem prejudicar a saúde do sujeito, em particular o coração. Além disso, o facto deste coração ser em metal significa o ambiente frio e distante em que o sujeito se encontra, representando a falta de suporte social e emocional, o que aumenta o impacto negativo das exigências exteriores sobre o sujeito. A imagem desta escultura foi utilizada para o cartaz do “34th World STAR Conference” (34º Congresso Mundial de Stresse”), realizado na UAlg em 2013.
Assim, para além de poder contribuir para comportamentos mais adequados em relação ao ambiente e em relação aos outros, a arte também pode contribuir para comportamentos mais adequados em relação a si próprio, nomeadamente através da adoção de estilos de vida mais saudáveis. l
Escultura “Stresse: Peso das exigências” (S. N. Jesus, 2010) •
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ESPAÇO AGECAL •••
“Todas as fronteiras são culturais?” Jorge Queiróz
Sociólogo, Sócio da AGECAL
Num período histórico em que tanto se fala da globalização, de “cidadãos do mundo” e ao mesmo tempo da extinção de culturas ancestrais e da biodiversidade, seria oportuno reflectirmos o contributo de investigadores sobre as identidades colectivas e a questão nacional. Os textos bíblicos referiam-se ao Homem e à sua universalidade como uma criação divina, a ideia de humanidade está registada desde a Antiguidade, não existindo especial novidade neste tema. Os vários internacionalismos dos séculos XIX e XX surgiram de ideologias em forma de desígnios que se contrapõem aos nacionalismos. A percepção de pertencer a determinada comunidade permite ao individuo reconhecer a sua identidade, reforçada quando um Estado se estrutura como poder legitimado e autónomo num determinado território, assente em sistemas jurídico-constitucionais e de representação, em formas de organização social e económica.
“Antigamente foi costume fazerem memoria das cousas que se fazião, assi erradas como dos valentes & nobres feytos….” in “Chronica do Condestabre”, anónimo, 1440 Na constituição das identidades colectivas surgem sempre como elementos marcantes, a diferenciação em relação a outras comunidades, pertença com significado relevante e consequentemente atribuição de valor. Contudo, os Estados não evoluem todos da mesma forma, existem ou coexistem fenómenos culturais e económicos que orientam diferentes formas de organização da comunidade. Portugal procura há muitos séculos entender-se, para além das lendas e mitos fundacionais, as suas origens, características diferenciadoras, a razão por que se constituiu desde o século XII como Estado independente, conservando as mesmas fronteiras continentais durante mais de 800 anos e porque atingiu o português expressão multicontinental, hoje o quinto mais falado do mundo, realidade que ultrapassa largamente a dimensão geográfica e demográfica do País. Oliveira Martins, um dos mais pro-
dutivos historiadores do século XIX, escrevia com a sua ironia sarcástica que “até hoje todas as tentativas para descobrir a nossa raça, têm falhado. Latinos, celtas, lusitanos e afinal moçárabes, têm passado: ficam os portugueses… Essa coesão ganha nas lutas na primeira dinastia, perde-se no século XVI, por causa das consequências do império oriental e da educação dos jesuítas. Portugal acaba; os Lusíadas são um epitáfio ”. Afirmação polémica é a de que “todas as fronteiras são culturais… o que separa as nações é a nacionalidade, não são os rios nem os montes”, escrita por António José Saraiva, que afirmava a hispanidade da cultura portuguesa, sublinhando que “a velha língua em que Afonso Henriques aprendeu a falar, a língua dos senhores e campónios da Galiza e dos guerrilheiros das Beiras, teve um destino raro e privilegiado. Foi por ela que os galego-portugueses se sentiram diferentes dos castelhanos muito antes de Afonso Henriques ter assentado o reino de
Portugal em Coimbra”. O português foi e é falado em todo o território nacional, sendo este um elemento culturalmente diferenciador em relação a Espanha, Estado plurinacional coexistindo nele diversos idiomas como o basco, o catalão ou o galego,… José Mattoso alertava que “fazer coincidir os Estados com áreas culturais resultaram normalmente de ideologias totalitárias”. É hoje evidente que Portugal se afirmou no contexto de uma Península Ibérica, fracionada por reinos concorrentes, que ora se combatiam ora se aliavam, por conveniência e contratos matrimoniais. Na transição para a modernidade, D. João II “O Príncipe Perfeito” e Isabel de Castela e Fernando de Aragão os “Reis Católicos”, centralizaram o poder real, dando origem a uma visão estratégica universal para os dois reinos ibéricos, claramente evidenciada no Tratado de Tordesilhas. A influência de factores geográficos foi rigorosamente analisada por
Orlando Ribeiro na sua incontornável e bem fundamentada obra “Portugal: o Mediterrâneo e o Atlântico”. Aspecto também abordado é o “perfil psicológico” do português e o seu “destino”, por autores como Luís de Camões, Antero de Quental (Causa da decadência dos povos peninsulares), Oliveira Martins, Fernando Pessoa (A mensagem), mais recentemente, por Eduardo Lourenço (o Labirinto da Saudade) ou José Gil (O medo de existir), entre outros. As elites político-económicas actuais e os seus aparelhos comunicacionais, culturalmente pouco formadas ou menos interessadas nestas questões indispensáveis para entender o mundo em que vivemos, consideram que soluções supranacionais estritamente económico-financeiras podem prescindir de fundamentos histórico-culturais que continuam vivos. Fernand Braudel chamou a atenção que as civilizações são eternas e quando menos se espera… renascem. l
Castanhas assadas e Feira de São Martinho atraem milhares a Portimão foto d.r.
Feira promete fazer as delícias de miúdos e graúdos
Portimão cumpre a tradição e festeja o São Martinho, entre 8 e 17 de novembro, com a 357ª edição da feira que lhe dá nome, o mais antigo evento popular que se realiza em Portimão e que remonta ao ano de 1662. Neste que é um dos polos incontornáveis de animação outonal no concelho, e que volta a ter lugar, como habitual, no Parque de Feiras e Exposições de Portimão, não vão faltar as tradicionais castanhas assadas, as farturas, as pipocas, o pão com chouriço e outros petiscos tentadores nos bares e tasquinhas existentes no recinto, assim como vários espaços de animação com jogos diversos, ‘carrinhos de choque’ e carrosséis, numa feira que promete fazer as delícias de miúdos e graúdos. A edição deste ano volta a contar com dois dias temáticos – 13 e 17 de novembro – escolhidos conjuntamente pelos expositores e a organização, com o intuito de aplicar preços especiais nos divertimentos. O dia 13 destina-se a crianças e jovens (dia da juventude),
enquanto o último dia da feira é dedicado à família (dia da família). No interior do Portimão Arena, durante este mesmo período, entre as 15 e as 24 horas à sexta-feira e ao sábado, e entre as 15 e as 23 horas de domingo a quinta-feira, decorrerá uma exposição automóvel a cargo das marcas Alfa Romeu, Audi, Citroën, Dacia, Fiat, Ford, Hyundai, Jeep, Kia, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Opel, Renault, Seat, Skoda e Volkswagen, e de motos Yamaha. No primeiro dia, 8 de novembro, a Feira de São Martinho poderá ser visitada das 16 à 1 hora, no dia 9 de novembro funcionará das 10 à 1 hora, entre 10 e 14 de novembro abre portas das 10 às 24 horas e nos dias 15 e 16 de novembro abre das 10 à 1 hora. No derradeiro dia, 17 de novembro, a Feira funcionará das 10 às 24 horas. De salientar que no corrente mês de novembro não se realiza o mercado mensal, que regressará a 2 de dezembro, nem a feira de velharias, cuja periodicidade será então retomada nos dias 1 e 15 de dezembro. l
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CULTURA • SUL
MARCA D'ÁGUA •••
“Economia e Sociedade – Pensar o Futuro” In Memoriam de Manuela Silva (1932-2019)
acção. Integrou diversos grupos de investigação da Comissão Europeia, do Conselho da Europa e da OIT. Foi Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (2006 a 2008). Tinha uma visão muito alargada da vida e da sociedade. Numa crónica intitulada “Olhar o trágico como um novo possível”, publicada em 2018 no livro Resiliência. Criatividade. Beleza, Manuela Silva refere fenómenos como o êxodo dos refugiados, as catástrofes naturais e as tensões geopolíticas, onde afirma que: “Estamos perante um gigantesco desafio cultural e espiritual, que supõe e impõe um redobrado empenhamento, a todos os níveis, designadamente na educação das gerações mais jovens, para uma nova concepção e vida boa e feliz, que se traduza em novos estilos de vida, modos de pensar e de agir, de produzir e consumir, de cuidar de si, dos outros, do próprio local, do País em que se vive e do Planeta Terra”. O título que escolhi para esta crónica é o título que Manuela Silva A economista Manuela Silva foi o rosto português da luta contra a pobreza • deu ao seu último livro publicado pela Fundapara a Intervenção Social (Cesis) e Como Secretária de Estado para o ção Calouste Gulbenkian em 2018. criou, na década de 1990, um mes- Planeamento no I Governo Constitu- Nessa obra fala não só em reduzir e trado em Economia e Política Social. cional (1976-77) deixou pensamento e erradicar a pobreza nas suas diversas foto d.r.
Maria Luísa Francisco Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com
A crónica do mês passado foi dedicada a Fernando da Silva Grade falecido a 8 Setembro. Não contava, no entanto, que a deste mês fosse dedicada a outra pessoa falecida, neste caso a 7 Outubro. Dois autores e amigos que partiram com um mês de diferença, ambos vítimas de doença prolongada. Sinto que devo prestar esta homenagem à economista e amiga Manuela Silva, não só pelo que aprendi com ela, mas porque, e usando as palavras do Presidente da República, teve “uma vida dedicada a causas de grande relevância económica e social, nas quais se incluem a justiça social, luta contra a pobreza e defesa dos Direitos Humanos”. Marcelo Rebelo de Sousa na nota de condolências à família, afirma ainda que “a sua morte constitui uma perda de grande relevância” para Portugal. No dia 1 de Outubro, a 6 dias de morrer, publicou a sua última crónica intitulada “Ampliar as perguntas e ser coerente com as respostas”, onde refere a Fundação Betânia e a Rede Cuidar da Casa Comum – A Igreja ao Serviço da Ecologia Integral. Dois projectos marcantes da sua vida e aos quais se dedicou até ao fim. No ISEG, onde leccionou de 1970 a 1991, Manuela Silva presidiu ao Conselho Pedagógico, dirigiu a Revista de Estudos de Economia, dinamizou a criação de um Centro de Estudos pub
formas, como afirma que nem todo o crescimento económico é virtuoso. Acrescenta que só o será se der origem a um maior bem-estar das pessoas e das suas comunidades e a um mais elevado progresso social, isto é, melhor nível de educação, saúde, conhecimento, segurança, liberdade e participação. Foi pioneira na intervenção e desenvolvimento comunitário, tal como nos estudos sobre a pobreza em Portugal e nas questões das desigualdades entre homens e mulheres. A acção de Manuela Silva em prol de causas que são centrais no nosso modo de vida, mostra como ela foi uma figura percursora na nossa história colectiva recente. É por isso que não hesito em dizer que o seu legado permanecerá por muito tempo. Ela mostrou-nos que o caminho a seguir é o do envolvimento, do compromisso com o Ser Humano e com a Natureza. Nos últimos anos empenhou-se em duas novas áreas que são uma forma de pensar o futuro. Uma foi a reflexão sobre a educação das gerações mais jovens, tendo juntado educadores, psicólogos, sociólogos e professores e a outra foi a questão da emergência climática. Inspirada e impulsionada pela Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, dinamizou e foi “a grande alma da rede Cuidar da Casa Comum”. Rede da qual falei na Crónica de Setembro, com breve alusão à dinamização que procuro desenvolver enquanto representante da Rede no Algarve. Na manhã em que estava a iniciar a resposta a uma SMS que tinha recebido de Manuela Silva, com palavras de estímulo, ouvi na rádio a notícia da sua morte… um nó na garganta… um agradecimento que ficou por fazer… mas uma gratidão e uma missão que continuará a existir. l
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CULTURA • SUL
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FILOSOFIA DIA-A-DIA •••
Filosofia Sufi no al-Gharb foto d.r.
Maria João Neves Ph.D Consultora Filosófica
O Algarve é o ocidente andaluz por excelência e tem sido considerado por muitos o paraíso na terra pois “os lugares brilham entre as árvores, quais pérolas engastadas em esmeraldas". [Aqui] a vegetação, a brisa, o sol, os frutos, as águas, tudo é bom. As pessoas talentosas do Islão nascem no Andaluz, onde se elevam o sol e a lua da ciência, "terra de génios.”, diz-nos Pinharanda Gomes no seu livro A Filosofia Arábico-Portuguesa. O historiador marroquino do sec. XIII Al-Marrakushi no seu livro Historie des Almohades afirma: “Nenhum clima goza de temperatura mais igual, de um ar mais puro, de melhores águas, de plantas mais olorosas, de rocios mais abundantes, de manhãs mais gratas, de noites mais doces”. Por este motivo, “O encontro com a feraz Andaluzia, foi decisivo na quebra da expansão árabe a ocidente... Aos felizes detentores das veigas meridionais, como poderiam tentar as asperezas do setentrião”, pergunta-se F. da Cunha Leão em O Enigma Português. Para quê continuar a guerra expansionista se se estava já na terra prometida? O Algarve correspondia na perfeição a esse oásis “onde deixará de haver chamamento à oração, porque todas as coisas estarão consumadas, no paraíso da glória e da felicidade”. Esta terra abençoada foi também fecunda de filosofia, a saber, da vertente mística do Islão: a filosofia Sufi. Nela se distinguem três vias principais: a via do amor, a via do êxtase, e a via da intuição. No misticismo do amor o homem deixa-se impregnar pelo amor de Deus. O expoente máximo da poesia amorosa sufi é o poeta Jalal ad-Din Rumi e podemos encontrar a sua influência nos místicos espanhóis Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. A segunda é a via extática que implica experiências de diferentes estados de consciência. A sua principal metáfora consiste na viagem noturna do profeta Maomé pelos sete céus até à presença divina. Os sufistas extáticos atingem um grau tão elevado de concentração que perdem a consciência do mundo em seu redor. Consideram que entram num estado de “graça infundida”. A terceira via é a do discernimento intuitivo. Através de um órgão a que chamam “olho do coração” acedem a realidades intangíveis. Consideram que o mundo é Deus velado e utili-
O Algarve é o ocidente andaluz por excelência e tem sido considerado por muitos o paraíso na terra •
zam uma linguagem simbólica para falar desse inefável que apenas o olho do coração alcança. São aproximadamente trinta os poetas árabes que nasceram e viveram no Gharb Al-Andalus, entre eles o mais famoso poeta de Cacela (Velha) Ibn Darraj Al-Qastalli; Ibn Qasi de Silves que, por sua vez, deixou dois discípulos: Al-Oriani de Loulé, que se fixou em Sevilha, e Abu Imran de Mértola. Ambos foram mestres do grande filósofo-poeta sufi Ibn al-Arabi de Múrcia, quando este viveu em Sevilha. Justamente, a ACTA acaba de estrear a peça “IBN QASI”, da autoria de José Carlos Fernández, com encenação de Luís Vicente, que estará em cena no Teatro Lethes até 30 de Novembro. Uma oportunidade a não perder para conhecer um pouco mais da vida e obra deste soberano “iniciado”. Consta que durante a juventude Ibn Qasi, oriundo de uma família com posses, terá sido um hedonista, levando uma vida de prazeres mundanos. Detentor de um cargo público, abandonou-o após a morte dos seus pais emergindo então a sua vocação espiritual. Ao tornar-se sufi, decantou-se por uma vida ascética, e doou grande parte dos seus bens aos mais carenciados. Teve dois principais mestres espirituais: Ibn Khalil de Niebla e Khalafu ‘llah al Andalusi. Tornou-se um fervoroso defensor da obra proibida de al-Gazali, proscrita desde o sec. XII, que exortava as
gentes contra o regime almorávida. Começou por pregar a vizinhos e rapidamente a sua fama foi crescendo, congregando seguidores. Afirmava ter feito a peregrinação a Meca numa só noite, ter dons telepáticos e que o dinheiro que distribuía provinha do “tesouro de deus”. O investigador António Rei no seu artigo “Os Místicos no Garb al-Andalus e os modelos sociológico das suas vivências (séculos X a XIII)” considera que Ibn Qasi foi um caso sui generis entre os místicos de al-Andalus pois “tendo sido um chefe ou guia espiritual (Imām), acabou mais tarde, por assumir um protagonismo como chefe político (Mahdī). O papel do Mahdī não é o de um chefe político tout court, como um qualquer monarca. Ele é um homem ‘guiado por Deus’, para fazer com que a lei islâmica e a justiça social se restabeleçam na sociedade, após um período de injustiça e de ignorância. (...) Ibn Qasi foi o único mestre espiritual, oriundo do espaço hoje português, que deixou uma obra escrita que sobreviveu, completa, até aos nossos dias. Trata-se do Tratado Khal‘ al-Na‘layn (Tira ambas as sandálias), que se encontra em Istambul, associado a um comentário realizado por Ibn al-‘Arabī. Esta mesma obra chegou às mãos de Ibn al-‘Arabī através de uma dádiva feita pelo próprio filho de Ibn Qasī, al-Husayn, na Tunísia.” Aqui
apresentamos um dos seus poemas: "Tira as sandálias e ascende altivo acima das estrelas cintilantes ! une-te à Verdade! quem as desprezou ficou chorando por todas as coisas. o olhar do mais firme -tal como o céuconvoca a beatitude da verdade clara. descalça as sandálias sinceramente, desde os umbrais do esplendor. une-te ao Ser! vale-te mais essa união que todas as provas da Razão. quem viu o que eu gritei à multidão acerca da realidade da união tem de deixar o mundo da dualidade que são duas sombras sob o sol. o espírito venceu a dor ao aproximar-se do distante. ó mãe dos meus irmãos! o Amado é a meu lado! ó povo! se a paixão me der a morte toma o meu amor, como vingança, e vinga-me!” Ibn Qasi constrói na Arrifana de Aljezur um ribat ou azóia onde congrega os seus seguidores de oração e luta - os muridines de quem se proclama Im. Foi ele o primeiro a sublevar-se no al-Andaluz contra os Almorávidas. Conquista Mértola em 1144 onde chega a cunhar moeda, sendo o único príncipe mouro a fazê-lo em território lusitano. De facto, foram encontradas em Múrcia moedas dessa época onde consta “O Mahdi [Ibn Qasi] é o nosso Imām”.
Mais tarde Ibn Qasi é proclamado senhor de Silves. Quando uma década depois o seu reinado entra em declínio pede auxílio a D. Afonso Henriques, senhor de Coimbra. Esta aliança é selada com a oferta de um cavalo, um escudo e uma lança. Presentes modestos se desconhecermos o seu significado simbólico. Porém, se tivermos em conta a iniciação cavalheiresca do ocidente medieval o cavalo é a montada privilegiada da busca espiritual, o escudo representa o universo, assim convertendo o cosmos em arma protetora, e cravar uma lança em terra significa o fim das hostilidades e o desejo de parlamentar. Pode parecer estranha esta aliança entre um rei cristão e um soberano muçulmano, contudo, como afirma Adalberto Alves em As Sandálias do Mestre, “para um sufi, as fronteiras entre as diversas formas de conhecimento espiritual são ilusórias e resultam da vivência meramente esotérica do fenómeno religioso. Sabemos quanto os Templários foram esteio ao rei conquistador, e sabemos igualmente o grau de cumplicidade iniciática que, com o sufismo, a Ordem possuía. (...) Não tinha, pois, Ibn Qasi, razões para considerar aberrante um pacto com o nosso rei, muito pelo contrario, era isso natural à luz das regras da Cavalaria Espiritual.” l Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com
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NECROLOGIA
Município de Tavira Edital n.º 63/2019
Ana Paula Fernandes Martins,
Presidente da Câmara Municipal de Tavira
Município de Faro
Edital n.º 177/2019 VIRGÍLIO FRUTUOSO DA CONCEIÇÃO PALMEIR A 18-04-1934 28-10-2019 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. SANTA MARIA TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DA 1ª ALTERAÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DO LARGO DR. FRANCISCO SÁ CARNEIRO Rogério Conceição Bacalhau Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Faro, torna público que, nos termos e para os efeitos previstos no nº 6 do art. 76.º do Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio, na reunião pública de câmara realizada no dia 19 de agosto de 2019, foi deliberado proceder à prorrogação do prazo inicialmente fixado para o procedimento da 1ª alteração do Plano de Pormenor do Largo Dr. Francisco Sá Carneiro por mais 12 meses, até ao dia 17 de setembro de 2020, nos termos e com os objetivos já publicados pelo edital nº 1229/2018, publicado na 2ª série do Diário da República nº 240, de 13 de dezembro de 2018. O presente edital será publicado na 2.ª serie do Diário da República, e divulgado em dois jornais diários de grande expansão nacional, num jornal de expansão regional, na plataforma colaborativa de gestão territorial e na página da internet da Câmara Municipal de Faro. Faro, 28 de agosto de 2019 O Presidente da Câmara Municipal de Faro Rogério Bacalhau Coelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
MARIA BIBIANA CATALUDO 26-02-1922 30-10-2019 Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. SANTIAGO TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO TAVIRA
Município de Faro
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
Edital n.º 171/2019 PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE ALTERAÇÃO DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DA PENHA
JOEL OCTÁVIO MOR ADAS SADOC PEREIR A 07-03-1947 31-10-2019 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. AMADORA OEIRAS SANTA MARIA E SANTIAGO TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
Rogério Conceição Bacalhau Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Faro, torna público que, nos termos e para os efeitos previstos no nº 6 do art. 76.º do Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio, na reunião pública de câmara realizada no dia 19 de agosto de 2019, foi deliberado proceder à prorrogação do prazo inicialmente fixado para o procedimento de alteração do Plano de Urbanização da Penha por mais 14 meses, até ao dia 25 de outubro de 2020, nos termos e com os objetivos já publicados pelo edital nº 730/2018, publicado na 2ª série do Diário da República nº 154, de 10 de agosto de 2018. O presente edital será publicado na 2.ª serie do Diário da República, e divulgado em dois jornais diários de grande expansão nacional, num jornal de expansão regional, na plataforma colaborativa de gestão territorial e na página da internet da Câmara Municipal de Faro.
TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 22 de outubro de 2019, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta número 240/2019/CM, referente à Atribuição de apoio financeiro e logístico à Partilha Alternativa-Associação - Festa dos anos de Álvaro de Campos 2019; 2. Aprovada por unanimidade a proposta número 241/2019/CM, referente a Atribuição de apoio ao abrigo do RMAAD - Federação Portuguesa de Ciclismo - Cyclin Portugal Algarve; 3. Aprovada por unanimidade a proposta número 242/2019/CM, referente à Atribuição de apoio à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Tavira, no âmbito do Mês Sénior de Tavira; 4. Aprovada por unanimidade a proposta número 243/2019/CM, referente à Atribuição de apoio à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Tavira para conservação das fachadas da igreja da Misericórdia; 5. Aprovada por maioria a proposta número 244/2019/ CM, referente ao Loja n.º 11 do Edifício do Mercado da Ribeira - alteração ao uso - manifestar intenção de indeferimento; 6. Aprovada por unanimidade a proposta número 245/2019/CM, referente à 13-Emp/19 – Intervenção em Espaço Público no Concelho – Processo 2019/300.10.001/111 - Compromissos plurianuais; 7. Aprovada por unanimidade a proposta número 246/2019/CM, referente 9-Emp/18 - Obras de Conservação nas Piscinas Municipais de Tavira - Processo 2019/300.10.001/54 – Ratificação de despacho e aprovação dos planos de trabalhos, mão-de-obra, equipamentos, pagamentos e cronograma financeiro; 8. Aprovada por maioria a proposta número 247/2019/ CM, referente a 3-Emp/18- Ponte sobre o Rio Gilão na ligação do Largo da Caracolinha à Rua do Cais - Processo 2019/300.10.00001/16 - Homologação do auto consignação, aprovação de planos e ratificação despacho aprovação do Desenvolvimento do PSS. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Paços do Concelho, 22 de outubro de 2019
Faro, 22 de agosto de 2019 O Presidente da Câmara Municipal de Faro Rogério Bacalhau Coelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
A Presidente da Câmara Municipal, Ana Paula Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
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CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Nos termos do n.º 2 do artigo 26.º e dos artigos 27º e 28º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, C.R.L., pessoa colectiva n.º 501 073 035, com sede na Rua Borda D'Água de Aguiar, nºs 1 e 2, em Tavira, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Tavira sob o mesmo número, com o capital social realizado de € € 15.786.000,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 21 de Dezembro de 2019, pelas 14:00 horas, na sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1. Discussão e votação da proposta de Plano de Actividades e de Orçamento da Caixa Agrícola para 2020 e do Parecer do Conselho Fiscal. 2. Deliberação sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da Caixa Agrícola para 2020. 3. Discussão e votação da alteração dos Artigos 5º, 6º, 7º, 13º, 15º, 18º, 19º , as epígrafes do Capítulo V, sua Secção I e Artigos. 21º, 22º, 23º, 24º, 27º, 28º, 32º, 35º, 36º, 46º dos Estatutos da Caixa Agrícola, nos termos constantes da proposta cujo texto integral ficará à disposição dos Associados na sede da Caixa Agrícola a partir da publicação da presente convocatória, sem prejuízo de, na Assembleia Geral, poderem os Associados propor outras redacções para os referidos Artigos. 4. Eleição dos membros dos órgãos sociais da Caixa Agrícola para o triénio 2019/2021 (Mesa da Assembleia Geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal). 5. Dispensa da prestação de caução por parte dos membros do órgão de administração e fiscalização. 6. Determinação da remuneração dos membros da Mesa da Assembleia Geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal para o triénio 2019/2021. 7. Outros assuntos de interesse para a Instituição. Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número. A votação presencial encerrar-se-á pelas 16H30. Tavira, 5 de Novembro de 2019 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José Macário Correia (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
ANÚNCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA MAURO VIGNALI BERNARDI, Nif 288 689 364, residente em Espanha, faz saber a quem interessar que, na qualidade de proprietário e legítimo possuidor do prédio misto sito em Baleeira, Tavira, com a área total de 9.522 m2, composto de terra de cultura e edifício térreo com várias divisões, destinado a habitação, com a área coberta de 314 m2 e a área descoberta de 378 m2, confrontando a norte com Estrada Nacional 270, a sul com estrada, a nascente com Hilderico do Nascimento Pires e a poente com Maria Fernanda Gregório Fernandes, descrito na Conservatória dos Registos Civil, Predial, Comercial e Automóveis de Tavira sob o número 2488 da freguesia de Tavira (Santiago), do Concelho de Tavira, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 4520 e na matriz predial rústica sob o artigo 7578, ambas da união das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), que irá proceder à venda do mesmo, encontrando-se a escritura de compra e venda agendada para o dia 02 de Dezembro de 2019, pelas 11h30, no Cartório Notarial Privado de Faro, a cargo da Dra Maria do Carmo Correia da Conceição, sito na rua Pé da Cruz, n.º 14-A, 8000-404 Faro e foi acordado para venda do referido prédio misto o preço total de € 200.000,00 (duzentos mil euros). A parte urbana do referido prédio será vendida pelo preço de € 160.000,00 (cento e sessenta mil euros) e a parte rústica pelo preço de € 40.000,00 (quarenta mil euros), sendo o negócio realizado nos termos previstos no n.º 1 in fine do artigo 417 do Código Civil: a parte urbana é obrigatoriamente vendida juntamente com a parte rústica. São compradores do prédio misto o casal CHRISTOPHER JOHN FLEMING e mulher JOANNE HELEN FLEMING, com residência na Avenida Zeca Afonso, lote 8 Bloco 3-rch dto, 8800-741 Tavira. No negócio intervém a mediadora imobiliária Deluxe Properties – Luxury Real Estate, com a firma Sandra Luísa Ferreira - Mediação Imobiliária Unipessoal, Lda. e escritório na Rua da Alagoa, Edifício Armação Bloco B, Loja 10 e 11, 8125-567 Quarteira. Desta forma faz-se saber aos proprietários confinantes do referido prédio misto que podem exercer o direito de preferência na compra do mesmo. Esse direito terá de ser exercido no prazo de oito dias, devendo o vendedor ser notificado dessa intenção pelo proprietário confinante que pretenda exercer o direito, por carta registada dirigida ao vendedor para a morada da mediadora imobiliária e ao cuidado da respetiva gerência, por o proprietário residir no estrangeiro, sob pena de caducidade do referido direito. Tavira, 4 de Novembro de 2019 (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
Município de Tavira Edital n.º 65/2019
Ana Paula Fernandes Martins,
Presidente da Câmara Municipal de Tavira
TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião extraordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 30 de outubro de 2019, foram tomadas as seguintes deliberações: 1 Aprovada por maioria a proposta número 248/2019/CM, referente à Delegação de competências da Câmara Municipal na Presidente; 2 Aprovada por maioria a proposta número 249/2019/CM, referente ao Orçamento municipal e mapa de pessoal para o ano 2020: • Ponto um - Orçamento Municipal para 2020 Aprovado por maioria; • Restantes pontos - Aprovados por unanimidade. 3 Aprovada por unanimidade a proposta número 250/2019/ CM, referente à Atribuição de apoio no âmbito do RMAAD Clube Bike Team Tavira - Granfondo de Tavira 2019. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume.
TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 05 de novembro de 2019, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a proposta número 251/2019/ CM, referente à Atribuição de apoio à A.S.T.A - Associação de Artes e Sabores de Tavira - Comemoração do São Martinho - 2019; 2. Aprovada por unanimidade a proposta número 252/2019/ CM, referente à Atribuição de apoio à Associação Cultural Rock da Baixamar para adaptação de armazém a espaço multiusos; 3. Aprovada por unanimidade a proposta número 253/2019/ CM, referente à Atribuição de apoio à Associação Uma Porta Amiga - Equipamento para cumprimento de medidas de autoproteção para o CAFAP - Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental; 4. Aprovada por maioria a proposta número 254/2019/CM, referente à Assunção de compromissos plurianuais – Delegação de competência na Presidente da Câmara Municipal – n.º 3 do artigo 6.º da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso das Entidades Públicas (LCPA); 5. Aprovada por unanimidade a proposta número 255/2019/ CM, referente a Doação de espólio documental Pautas Musicais dos Ranchos Folclóricos de Tavira, da autoria de Júlio António Correia; 6. Aprovada por unanimidade a proposta número 257/2019/ CM, referente à Suspensão parcial do Plano Diretor Municipal de Tavira - Ampliação do cemitério de Luz de Tavira. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume.
Paços do Concelho, 30 de outubro de 2019 A Presidente da Câmara Municipal,
Paços do Concelho, 05 de novembro de 2019 A Presidente da Câmara Municipal,
Ana Paula Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
Ana Paula Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
Município de Tavira Edital n.º 64/2019
Ana Paula Fernandes Martins,
Presidente da Câmara Municipal de Tavira
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Hospital de Faro utiliza terapias de Reiki em doentes com cancro foto d.r.
Projeto já ajudou a tratar cerca de 50 doentes Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
O Hospital de Faro utiliza terapias de Reiki como forma de complemento aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia efetuados em doentes oncológicos. A ideia partiu de Magda Fernandes, Rosa Boal e Andreina, três enfermeiras que trabalhavam no Hospital de Faro. “O
projeto foi aprovado em maio de 2015”, sendo que “a primeira sessão foi feita a 5 de junho do mesmo ano”, conta Magda Fernandes. “No nosso projeto estabelecemos critérios de admissão, uma vez que éramos só duas pessoas a fazer as sessões, pois a Andreina só trata da parte mais formal do projeto”, explica. A responsável afirma que “a terapia é aplicada em pessoas que estejam a fazer quimioterapia no Hospital de Faro
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Santa Casa da Misericórdia de Tavira Instituição fundada em 1498
CONVOCATÓRIA Nos termos da alínea c) do n. º2 do Artigo 22º e, do n. º1 do Artigo 23º do Compromisso, convoco a Assembleia Geral, para sessão ordinária, a realizar no dia 29 de Novembro de 2019, pelas 16 horas e 30 minutos, no edifício do Lar e Centro de Dia Major Castro e Sousa, situado na Rua da Atalaia n.º5, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Análise, discussão e votação sobre o Orçamento, Plano de Actividades para o exercício de 2020, e Parecer do Conselho Fiscal; 2. Análise, discussão e votação de proposta para a obtenção de empréstimo ate ao montante de 55.000€, em instituição bancária; 3. Fixar montante de quota anual e respectiva forma de pagamento, mediante Proposta da Mesa Administrativa; 4. Outros assuntos de interesse para a Misericórdia. Não se encontrando presente à hora indicada a maioria do numero legal dos Irmãos, a Assembleia Geral funcionará, de acordo com o disposto no n. º1 do Artigo 24º, trinta minutos depois, com qualquer numero de presenças. Tavira, 8 de Novembro de 2019. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Leonardo António Gonçalves Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1233, 8 de Novembro de 2019)
e cujos efeitos secundários, como as náuseas, vómitos e insónias, sejam de difícil controlo”. “Nós fizemos um poster e colocámos na sala de enfermagem, numa zona onde as pessoas passam, o que despertou a curiosidade de alguns que queriam saber como se podiam inscrever. Noutros casos, eramos nós que fazíamos a proposta e explicávamos o que era o Reiki, sendo que a generalidade das pessoas aceitava”, explica. Serviço funciona de forma gratuita Magda Fernandes realça o facto de “o serviço ser completamente gratuito”. “Nós fazemos as sessões durante o nosso horário de trabalho. À sexta-feira, eu ou a Rosa trabalhamos até às 18 horas no hospital, no entanto, das 14 às 18 horas só nos dedicamos ao Reiki”, acrescenta.
Projeto funciona há 5 anos O projeto do Reiki no Hospital de Faro está em funcionamento há cinco anos e já ajudou a tratar cerca de 50 utentes. A enfermeira explica que “no total já foram feitas cerca de 280 sessões” e “as melhorias no estado de saúde geral são bastante significativas”. “A primeira mudança que as pessoas experienciam é a sensação de paz e calma. O cancro é uma doença que provoca muita ansiedade e existem muitas alterações na dinâmica e na vida das pessoas”, esclarece. Alguns efeitos secundários da quimioterapia desaparecem com o Reiki A terapeuta explica que existem inclusivamente alguns efeitos secundários da quimioterapia que desaparecem, como por exemplo as náuseas ou vómitos.
Magda Fernandes recorda o caso de uma paciente que tinha dificuldade em dormir e que conseguiu voltar a ter um sono estável devido ao Reiki. “Existem igualmente outras situações de pessoas que fizeram quimioterapia, radioterapia aliadas ao Reiki e que nunca tiveram de ir às urgências por causa dos efeitos secundários ou que nunca tiveram de adiar um tratamento por estar com o sistema imunitário debilitado”, recorda. “A filosofia do Reiki também fala um pouco sobre o cancro, que é uma doença que vem da tristeza, da mágoa, das coisas não perdoadas, do rancor e nós ao trabalharmos estas emoções estamos a contribuir para que as pessoas fiquem mais calmas”, afirma. “Segundo a filosofia oriental, a doença surge por um desequilíbrio da energia interior. Quando há um bloqueio do chacra, surge a doença”, complementa. A enfermeira salienta o facto do “Reiki ser a energia do amor. Esta terapia é a arte secreta de convidar a felicidade”. “Aquilo que eu aprendi com o Reiki é que nesta vida eu quero fazer diferente. Eu não quero ser mais um robot que só faz trabalho-casa, casa-trabalho. Eu quero saber que naquele dia, naquele momento, aquela pessoa está um pouco melhor graças àquilo que eu lhe fiz e não há nada que pague isso”. Presidente da Associação Portuguesa de Reiki fala sobre a terapia Fernando Eduardo complementa o testemunho de
Magda Fernandes e explica ao POSTAL que “nós estamos a fazer Reiki desde o momento em que nascemos até ao momento em que partimos. A energia está sempre presente”. “O Reiki é exatamente a pessoa servir de canal, receber essa energia e utilizá-la para ajudar a equilibrar a energia de outra pessoa”, esclarece. Fernando Eduardo conta que no Reiki “nós utilizamos as mãos e juntamo-las ao corpo da pessoa que se está a submeter à terapia, de modo a equilibrar a sua energia”. “Não é por acaso que quando nos dói a barriga nós metemos a mão. Já estamos a fazer Reiki mesmo sem saber”, complementa. O terapeuta explica que “o Reiki ajuda a harmonizar aquilo que está desorganizado, sendo que tudo o que está em excesso no nosso corpo tem de ser eliminado”. O presidente da associação esclarece que “o Reiki complementa várias outras terapêuticas e também a medicina”. “O nosso intuito é trabalhar em conjunto com os hospitais, centros de saúde e médicos, em prol de um maior bem-estar dos doentes”, afirma . “Através desta terapia, as pessoas adquirem um bem-estar diferente e deixam de ter alguns sintomas decorrentes dos tratamentos. Os doentes saem de uma sessão completamente tranquilos e é esta tranquilidade que lhes dá a força e capacidade para encarar as fases seguintes”, conclui. pub
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Cachorraria Oh My Dog dá início a movimento solidário reintegração na sociedade ou o aumento da autoestima. É algo muito simples para uns e que pode valer tanto para outros”, sublinha. Ricardo Mariano afirma que “o objetivo fulcral é muito claro: nós estamos a dar este pontapé de saída, mas queremos que mais restaurantes se unam ao movimento”.
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um de nós contribuir, com pouco que seja, podemos dar uma grande ajuda e fazer efetivamente a diferença na vida de quem mais precisa”. O responsável menciona o facto de no final do mês este encargo não significar nada para um restaurante. “É importante salientar que cada restaurante é que disponibiliza os
O Oh My Dog vai disponibilizar metade da sala aos utentes Iniciativa apoiou cerca de duas dezenas de pessoas no primeiro dia
Ricardo Mariano pretende criar um movimento solidário entre a restauração local e as instituições Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
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A cachorraria Oh My Dog deu início a um movimento solidário que pretende fazer a diferença na vida de centenas de pessoas... O processo é bastante simples: na primeira quinta-feira de cada mês, a cachorraria vai oferecer o almoço ou jantar aos utentes de uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) local. Ricardo Mariano, CEO do Oh My Dog e mentor da iniciativa, explicou ao POSTAL que “o objetivo é criar um movimento solidário entre a restauração local e as instituições”, sendo que “o princípio aqui é sempre o mesmo: fazer bem aos outros”. O responsável explica que “na primeira quinta-feira de cada mês convidamos uma instituição a vir ao nosso encontro com os seus utentes, a almoçar ou jantar e a não levar carteira”. Ricardo Mariano salienta que “é tudo devidamente combinado com as instituições e vamos ter um menú e
horas definidas, bem como um número concreto de pessoas. No caso do Oh My Dog decidimos dedicar metade da sala a esta iniciativa”. A primeira instituição a participar neste movimento foi a Casa de Apoio à Rapariga de Faro.
“O facto de conseguirmos trazer estas pessoas a um restaurante pode significar tanto para elas, em áreas tão significativas como a sua própria
“Neste primeiro momento tivemos cerca de 20 pessoas apoiadas. Agora vamos imaginar que 10 restaurantes fazem o mesmo em simultâneo, já estamos a falar de cerca de 200 pessoas apoiadas, que não têm de pagar rigorosamente nada. Imaginemos agora que 10 restaurantes aderem em 10 cidades diferentes...O número já sobe para 2.000 pessoas. Se cada
lugares que bem entender. Nada é obrigatório. Cada um pode adaptá-lo ao seu próprio espaço, no entanto, o importante é começar”, realça. O responsável lança o desafio à restauração local: “adiram a esta minha iniciativa e façam o mesmo. Venham daí, é fácil e fará, certamente, a diferença na vida de alguém. Juntos podemos proporcionar um momento agradável a centenas de pessoas nestas quintas-feiras solidárias. Não se lembrem só dos mais desprotegidos no Natal”.
Ricardo Mariano pretende fazer a diferença na vida destas pessoas O responsável sublinha o facto de existirem pessoas que não entram em restaurantes há anos por vários motivos. “Se calhar para a maior parte das pessoas ir a um restaurante é algo perfeitamente normal, pois uns vão mais, outros menos, no entanto, não nos podemos esquecer de que existe uma pequena parcela da sociedade que é relevante e que merece toda a nossa atenção. Refiro-me àquelas pessoas que, por exemplo, não têm capacidade financeira, não têm autoconfiança, pessoas que acham que já não sabem ir a um restaurante ou que consideram que já não têm aparência para ir jantar fora”, explica.
Na primeira quinta-feira de cada mês a cachorraria Oh My Dog oferece uma refeição aos utentes de uma IPSS
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Tiragem deste edição:
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O POSTAL regressa dia 22 de Novembro
••• ÚLTIMA
Qual é a melhor gestão municipal segundo os leitores do POSTAL? Começa a ganhar forma, com 147 votos validados, a perceção dos leitores do POSTAL sobre qual a melhor gestão municipal dos 16 municípios do Algarve. A uma distância de dois anos para as próximas eleições autárquicas, o jornal POSTAL sensibiliza para haver mais participação cívica e está a convidar os seus leitores a refletirem sobre uma questão essencial, geralmente apenas levantada em período de eleições. Qual é para si, a câmara municipal algarvia que apresenta melhor gestão? De acordo com a participação dos nossos leitores, os resultados até ao dia 6 de novembro são os seguintes: Ainda vai a tempo de participar Para participar, basta votar por mensagem privada no Facebook do POSTAL, indicando o concelho municipal considerado com melhor gestão. Pode igualmente participar de forma anónima ao ligar para os números que estão na FOTO desta notícia e que também se encontram na CAPA do Facebook do POSTAL. A iniciativa do POSTAL que, disponibiliza 16 linhas telefónicas, conta com o apoio dos nossos parceiros EXPRESSO e SIC NOTÍCIAS. Recorde-se que a votação rápida por telefone permite ao jornal POSTAL apurar os resultados instantaneamente sem a sobrecarga horária para a redação, pois o sistema faz a contagem automática dos votos [preço/ chamada: 0,60€+IVA].
Castro Marim, Alcoutim, Vila do Bispo e Aljezur eram os melhores municípios na governação A nível nacional, segundo a avaliação elaborada pela Ordem dos Economistas referente ao ano de 2018, o relatório do Rating Municipal Português revelava que Castro Marim era o melhor município de Portugal no
item relativo à melhor governação. Seguiam-se Alcoutim, Vila do Bispo e Aljezur que, nos 308 municípios de Portugal, ocupavam respetivamente a quinta, sétima e vigésima terceira posições. Para a Ordem dos Economistas, trata-se do “único modelo integrado de avaliação da sustentabilidade dos municípios portugueses” e visa proporcionar “aos municípios e
cidadãos, uma matriz estratégica de intervenção e, aos decisores públicos, implicações políticas de cooperação estratégica, numa lógica supramunicipal”. Ainda segundo o relatório completo a que o POSTAL teve acesso, espera-se que a sua apresentação “traga indicadores e análises importantes para a gestão das autarquias e também para a avaliação
que os munícipes possam fazer dos seus governos locais”. No Algarve, Lagoa e Faro eram os melhores no Ranking Global e Castro Marim era o município algarvio mais eficaz no serviço ao cidadão, além do da governação. Faro era o melhor no desenvolvimento económico e social e Lagoa era o melhor na sustentabilidade financeira.