••• COVID-19
Saiba diferenciar o novo coronavírus de outras doenças P.3
ESTAMOS
••• REGIÃO
Empresa algarvia promete revolucionar a agricultura portuguesa P.13
PREPARADOS? "ATERROU" EM PORTUGAL O COVID-19 P. 3 a 14
••• ESPECIAL
Cachopo vai investir nas artes e no turismo para atrair pessoas P.18 e 19
DISTRIBUÍDO COM O EXPRESSO VENDA INTERDITA Diretor Henrique Dias Freire • Ano XXXIII Edição 1241 • Quinzenário à sexta-feira 20 de março de 2020 • Preço 1,50€
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20 de março de 2020
Redação: Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 320 900 Fax: 281 023 031 E-mail: jornalpostal@gmail.com Online: www.postal.pt FB: facebook.com/postaldoalgarve FB: facebook.com/ cultura.sulpostaldoalgarve Issuu: issuu.com/postaldoalgarve Twitter: twitter.com/postaldoalgarve Diretor: Henrique Dias Freire Diretora executiva: Ana Pinto Redação: Ana Pinto (CO-721 A) Cristina Mendonça (2206 A) Filipe Vilhena Henrique Dias Freire (2207 A) Stefanie Palma (7753 A) Design: Bruno Ferreira Colaboradores: Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor) Colaboradores fotográficos e de vídeo: Luís Silva / Miguel Pires / Rui Pimentel Departamento comercial, publicidade e assinaturas: Anabela Gonçalves, Helena Gaudêncio José Francisco Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 8800-399 Tavira Contribuinte: nº 502 597 917 Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do título (DGCS): ERC nº 111 613 Impressão: LUSOIBÉRIA – Av. da República, n.º 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa Telf.: +351 914 605 117 e-mail: comercial@lusoiberia.eu Distribuição: Banca - Logista, ao sábado com o Expresso/ VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Estatuto editorial disponível: www.postal.pt/quem-somo
Tiragem desta edição:
6.339 exemplares
••• OPINIÃO
Beja Santos
Ana Amorim Dias
Paulo Serra
Assessor do Instituto do Consumidor e consultor do POSTAL
Escritora anamorimdias@gmail.com
Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve e investigador do CLEPUL
A criança e a doença celíaca
Planeio salvar-te!
Lisboa Reykjavík, de Yrsa Sigurdardóttir
A alergia alimentar é uma resposta do sistema imunitário a um componente de um alimento, geralmente uma proteína, é uma reação a algo como se fosse um “inimigo”. Os alimentos que contêm esse componente têm de ser eliminados do regime alimentar. As intolerâncias alimentares manifestam-se através de problemas digestivos (azia, náuseas, diarreia, refluxo gastroesofágico, sensação de enfartamento); de reações inflamatórias intestinais; de doenças de pele, e algo mais. As intolerâncias mais comuns são à lactose, ao glúten, aos aditivos alimentares, ao vinho, ao queijo e ao chocolate. A doença celíaca é uma intolerância causada por uma doença autoimune (ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano) do intestino, resultando numa permanente sensibilidade ao glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis. Importa esclarecer que o glúten é uma proteína que se encontra no trigo e no centeio e, em menor grau, na cevada e na aveia. Esta doença pode começar em qualquer idade. Nos bebés, os sintomas só aparecem depois de ingerirem pela primeira vez alimentos que contenham glúten, habitualmente entre os 6 e 20 meses de idade, após a introdução de farinhas na alimentação. As manifestações são: diarreia prolongada, pouco ganho de peso ou perda de peso, distensão e dor abdominal, por vezes obstipação e vómitos, anemia por deficiência de ferro. Nos casos mais graves surgem edemas (inchaços) por baixas concentrações sanguíneas de albumina ou de potássio. As jovens com doença celíaca podem sofrer de irregularidades menstruais. O único tratamento cientificamente provado para a doença celíaca é ter uma alimentação sem glúten, este regime alimentar irá conduzir ao desaparecimento dos sintomas. O glúten está presente de forma generalizada em alimentos já preparados, nos quais a farinha de trigo se utiliza como espessante. Atualmente, já existe no mercado uma vasta gama de produtos especiais sem glúten. São exemplos de alimentos isentos de glúten o milho, o arroz, a batata, a soja, o leite, a fruta, os vegetais, a carne e o peixe. Manda a prudência que as pessoas com doença celíaca devem ser cautelosas quando fazem alguma refeição fora de casa ou quando vão a festas; o glúten, além dos alimentos, pode ser encontrado em produtos já preparados e em alguns medicamentos, pelo que a leitura dos rótulos dos produtos é de extrema importância; o pessoal dos bufetes e das cantinas escolares tem vindo a receber formação sobre alergias e intolerâncias – quando os pais ou os alunos informam a escola destas situações alimentares, deve-se propor que a família ou aluno informem também os familiares, os amigos, os colegas e os encarregados de educação destes.
E preciso que faças o mesmo por mim. É que desta vez é a sério: SEM MEDOS NEM ALARIDOS, está mesmo nas mãos de todos salvarmo-nos uns aos outros. Talvez seja essa a única verdadeira beleza e o mais precioso ensinamento deste mau momento global: percebermos o quão ligados estamos e assumirmos activamente o nosso papel de incógnitos heróis. Quanto mais depressa se CONTIVER isto, menos pessoas morrerão, menos duras serão as repercussões económicas e mais depressa a economia e a vida normal se restabelecerão. É o que todos queremos e é o que apenas agindo em massa conseguiremos. Mas para a eficácia é preciso DETERMINAÇÃO. Para atingirmos objectivos temos que fazer cedências, mudar atitudes, ser CONSISTENTES. As normais instruções (de higiene, de distância social, de não açambarcamento, etc) já são sobejamente sabidas: agora chegou o momento de as aplicarmos com seriedade e sem tréguas! Mesmo não sendo um sujeito de risco, age como se fosses. Porque o que a ti nada fará, pode estragar ou tirar a vida a outros. Neste momento, quase sem saberes ou sentires, podes tornar-te numa arma letal para outros seres humanos, para a economia e para o estilo de vida de que tanto gostas. Mesmo que te apeteça fazer a vida normal, lembra-te que quanto mais a suspenderes agora mais depressa a ela voltas. Disse que planeio salvar-te e fá-lo-ei, SEM MEDOS NEM ALARIDOS. Planeio reger-me, nas próximas semanas, pela regra do ESSENCIAL. Tu devias fazer o mesmo. Planeio reduzir, em tudo o que me for possível, o contacto com outros. Planeio sair o menos possível e só quando fizer mesmo falta. Planeio dizer muitos “nãos” aos meus jovens, irrequietos e tão independentes filhos. Planeio até tirar daqui bons e memoráveis momentos, enquanto faço a minha parte de não me transformar em arma. Planeio dizer não a amigos quando quiserem aparecer. E, claro, planeio seguir todas as regras óbvias que já todos tão bem conhecemos. Por muito que não consigamos ainda a rigorosa e ideal quarentena, todos os passos que dermos na diminuição da cadeia de contágio, servirão para abrandar a propagação. Usemos então a nossa inteligência para corrigir atitudes, zelando por manter o nosso corpo como elo quebrado dessa corrente viral.
Para agradar a um público mais exigente há que ler e conhecer de tudo um pouco, pelo que me aventurei por um género praticamente novo para mim – o romance policial – com Lisboa Reykjavík, da autora islandesa Yrsa Sigurdardóttir – com tradução de Miguel Freitas da Costa. Reeditado pela Quetzal, inicialmente editado com o título O Silêncio do Mar em 2016, é considerado o seu melhor romance – e o mais assustador. Tudo me cativou no livro: a ambiência misteriosa, a qualidade da prosa, e ter Lisboa como cenário de partida. O romance reparte-se em 2 planos temporais. Começa pelo fim, quando um iate de luxo chega à marina de Reykjavík sem ninguém a bordo, abalroando a proa contra o pontão, e Thóra, uma advogada, é contratada pelos pais de Ægir, um dos passageiros, a bordo do iate por mero acaso, para tratar da sua apólice de seguro, que é, aliás, bastante avultada. Contudo o valor do seguro é apenas a ponta do icebergue e o interesse de Thóra pelo caso rapidamente ultrapassa o da polícia, enquanto investiga o que aconteceu à tripulação e à família que seguia no Lady K, que zarpou de Lisboa com destino à Islândia com 7 passageiros, mas chega sem um único sobrevivente. Em capítulos alternados, ficamos ainda a conhecer a incrível viagem pela perspectiva de Ægir (na mitologia nórdica, curiosamente, representa o filho dos mares e oceanos). O policial rapidamente se assemelha a um thriller psicológico ou de terror, conforme, um a um, os passageiros vão aparecendo mortos, e onde não faltam elementos sobrenaturais para desconcertar o leitor, como visões de fantasmas, perfumes fortes no ar, e a criança de dois anos, logo nas primeiras páginas, que ao ver o iate anuncia instintivamente que os pais e as irmãos morreram. A sequência alternada do romance confere-lhe uma natureza cinematográfica, especialmente quando salta certas partes, para surpreender o leitor, ou quando um capítulo da narrativa da investigação de Thóra termina com uma pista que será explicada no capítulo seguinte da narrativa da viagem. Mas vinga a qualidade da prosa, a complexidade das personagens, e uma fina ironia e humor na escrita. Talvez por isso mesmo, o romance foi galardoado com o Prémio Petrona 2015, que distingue literatura policial escandinava (islandesa, norueguesa e sueca). E são mais de 400 páginas de puro deleite e mistério. Yrsa Sigurdardóttir vive com a família em Reykjavík, diretora de uma das maiores empresas de engenharia da Islândia, e os seus livros estão no topo das listas de bestsellers em todo o mundo, muitos deles adaptados ao cinema e televisão. A Quetzal tem ainda publicados mais 5 romances da autora.
20 de março de 2020
COVID-19 •••
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Sabe como distinguir os sintomas de Covid-19, gripe e constipação? A gripe sazonal, constipação e Covid-19 são ambas doenças respiratórias infeciosas, mas que têm particularidades capazes de as distinguir. Cátia Caneiras, representante da comissão de trabalho de infecciologia respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia disse ao jornal Expresso que “a origem de cada uma das doenças é distinta. No caso da epidemia atual, está em causa um vírus “com características únicas e que difere dos outros coronavírus – SARS e MERS – e que é também diferente do vírus da gripe (doença causada por vários tipos e subtipos do vírus Influenza)”. Os dois vírus têm em comum o facto de poderem ser transmitidos de pessoa para pessoa através de gotículas disseminadas por uma pessoa infetada, "mais frequentemente através da fala, da tosse ou do espirro”, acrescentou. Ambas as doenças têm sintomas parecidos, com início geral súbito e que podem incluir febre, tosse, dores no corpo, entre outros sintomas. Segundo a especialista, ambas as doenças “podem evoluir para situações clínicas variadas: da infeção assintomática à pneumonia vírica, podendo, em certos casos, evoluir para uma patologia fatal”, realçou. Assim, conheça os sintomas que diferenciam as três doenças.
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Formador de Emergência Médica para profissionais de saúde deixa alguns conselhos! foto d.r.
Pedro Caldeira, um reputado formador de Emergência Médica para profissionais de saúde e deixou na sua página de Facebook vários conselhos para ajudar a combater o surto de Covid-19. “Estamos numa fase em que não é possível testar para o SARS-CoV2 (covid-19) todas as pessoas que têm sintomas. E como já devem saber, a maioria da população vai ter sintomas ligeiros que não precisam de cuidados médicos”, refere. Mesmo que estejam infectados com o covid-19, se os sintomas fo-
rem só ligeiros, a recomendação é a mesma: isolamento e tratar sintomas! Por isso, deixem os serviços de saúde para os casos graves! Assim, se tiverem sintomas ligeiros como tosse, dores de cabeça que cedem ao paracetamol, febre que cede ao paracetamol e que vai espaçando, “fiquem em casa! Não contactem com os mais idosos ou pessoas com doenças crónicas”, recomenda Pedro Caldeira. “Não vale a pena ir ao centro de saúde ou à urgência com o intuito
de fazerem o teste, neste momento não é possível! Contactem com o médico, via telemóvel ou e-mail”, reforça. No entanto, se tiverem “falta de ar, febre que não cede ao paracetamol, agravamento do estado geral, liguem para a SNS 24 ou se não tiverem resposta procurem o médico, mas sempre com máscara colocada!”. Não vamos sobrecarregar os serviços de saúde com sintomas gripais ligeiros! Respeitem o isolamento de forma a evitar o contágio!
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20 de março de 2020
••• COVID-19
O que se sabe (e não sabe) do COVID-19 Existem muitas dúvidas que pairam na cabeça de todos nós sobre o novo coronavírus. Leia o que já se sabe até hoje! foto d.r.
COVID-19 é o nome da doença infecciosa causada pelo vírus da família dos coronavírus descoberto em dezembro de 2019 O que é um coronavírus? Os coronavírus pertencem a uma vasta família de vírus, com capacidade de infetar animais e pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo causar sintomas semelhantes aos de uma gripe comum ou evoluir para doenças mais graves, como uma pneumonia viral. O que é a COVID-19? COVID-19 é o nome da doença infecciosa causada pelo vírus da família dos coronavírus descoberto em Dezembro de 2019. Esta doença infecciosa ainda não tinha sido detetada antes da sua propagação na província de Hubei, na China, em Dezembro de 2019. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu atribuir a designação de COVID-19 à doença provocada pelo vírus "SARS-CoV-2". O nome foi combinado da seguinte forma: "CO" para Corona, "VI" para vírus, "D" para disease [doença], e "19" para o ano em que foi reconhecida e identificada.
A semelhança de nomenclatura do "SARS-CoV-2" com a doença SARS, leva algumas pessoas a questionar se estaremos a falar da mesma doença. Apesar da proximidade genética entre os dois vírus, e de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a COVID-19 tem maior capacidade de dispersão, mas uma taxa de mortalidade menor. Quanto ao SARS, não são conhecidos casos desde 2003. Como reconhecer os sintomas da COVID-19? De acordo com os dados disponíveis e a informação difundida pelas organizações internacionais de saúde, a reação à COVID-19 pode ser muito diversa. Algumas pessoas podem não revelar quaisquer sintomas, enquanto outras podem ficar seriamente doentes. Os principais sinais incluem febre, tosse e dificuldade respiratória. A maior parte das pessoas infetadas com o vírus apresenta sintomas leves e recupera. No entanto, algumas
pessoas podem apresentar sintomas mais graves e sentir falta de ar. Este risco aumenta com a idade e com a existência prévia de outras condições como a diabetes, as doenças cardiovasculares e pulmonares ou insuficiências do sistema imunitário. Como se proteger? A Organização Mundial da Saúde recomenda medidas de higiene e etiqueta respiratória para reduzir a exposição e transmissão da doença. Estas medidas incluem: - tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com a zona interior do cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo); - lavar as mãos frequentemente (incluindo sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes) - evitar contacto próximo com pessoas com infeção respiratória. Não está indicado o uso de máscara para proteção individual, excepto
para pessoas com sintomas de infeção respiratória (tosse ou espirro), suspeitos de infeção por COVID-19 e pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção por COVID-19. A Organização Mundial de Saúde (www.who.int/) e a Direção Geral de Saúde, (www.dgs.pt) com o Serviço Nacional de Saúde (www.sns.gov. pt/), são autoridades regulamentadoras de saúde que têm vindo a divulgar informações no formato de pergunta/resposta para esclarecer a população e dar conta das últimas notícias sobre este assunto. Aconselha-se a visita regular aos sítios na internet destas autoridades para aceder a informação segura e actualizada sobre o COVID-19. A Ciência Viva também disponibiliza um conjunto de informação fidedigna no seu site (www.cienciaviva.pt/ covid19/). Se apresentar sintomas (febre, dificuldades respiratórias, tosse), antes de se dirigir a uma unidade de saúde, não hesite em ligar imediata e primeiramente para a linha da SNS
24 (808 24 24 24). Actue, mas seja paciente pois o sistema não esta desenhado para responder a pandemias. Siga as indicações de higiene respiratória que têm sido repetidamente difundidas pela DGS e pelos órgãos de comunicação social. A evolução desta pandemia em Portugal vai obrigar-nos, aliás já está, a recuperar valores comunitários de entreajuda. O isolamento domiciliário preventivo não significa que estamos cada um por si, mas que, todos juntos, colaborativamente em sociedade, devemos agir seguindo as melhores indicações científicas e da DGS. Devemos procurar informarmo-nos em fontes seguras e não entrar em alarmismos e alimentar teorias conspirativas, fake news, pseudocienciências que em nada ajudarão a travar esta pandemia. A ignorância, que gera medo, é também a nossa principal inimiga contra esta pandemia. António Piedade (Bioquímico e comunicador de Ciência)
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COVID-19 •••
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Covid-19 e esperança na natureza humana…
Manuela Moreira da Silva, Bióloga e professora da Universidade do Algarve, Doutorada em Ciências e Tecnologia do Ambiente
Esta prematura Primavera hoje não me deixa em paz. A sinfonia de pardais, inconscientes da Covid-19, saltitando entre ramos e instintos básicos, e o sussurrar do baloiço das canas junto à ribeira, sendo um privilégio para poucos, desassossegam-me! Já há muito que não chove por estas bandas, a seca no Algarve continua a acentuar-se. Muito se tem discutido nos media sobre novidades tecnológicas e origens alternativas de água doce, para que na ribeira a vida continue, e com ela as canas balancem, marcando o ritmo da sinfonia sob a regência da mãe Natureza. Mas alheio a toda esta harmonia, surgiu recentemente um novo protagonista, uma partícula vírica, muito mais pequena do que o frasco do pior veneno ou do melhor
perfume, porque afinal a natureza nem sempre é mãee também ela se defende quando sujeita a pressões extremas. A demografia das últimas décadas, a exploração desenfreada dos recursos naturais, o amontoar da vida nas cidades, o ar poluído que respiramos e os alimentos plastificados, entre tantas outras coisas, baralharam a lógica dos ciclos naturais, neste planeta cada vez menos azul. Medito sobre a minha atribulada experiência nesta quase meia centena de anos, porque o tempo ainda não se inverte, e no erro que teimo em repetir, presumindo que com trabalho, imaginação e rigor resolvemos tudo…e cá estou, mais uma vez a ver-nos tropeçar, sem perceber se depois da queda nos iremos levantar. Hoje, cansada de ouvir notícias já previsíveis há semanas, na teimosia de não me dar por vencida, foco-me em encontrar respostas justas e eficazes, e pergunto-me neste momento de isolamento social, se haverá edifício, ou mesmo cidade, capaz de enclausurar a verdadeira natureza humana. Por muito que nos isolemos, nunca estamos sozinhos, há sempre algures, algo, alguém, capaz de mexer connosco e condicionar o que nos espera. Os próximos tempos serão de espera, o que não pode significar medo e impotência, mas sim o inconformismo característico dos que sabem esperar… isto é, dos que têm esperança, e que por isso não desistem! Este não desistir pode ter tantas formas, pode ser assu-
foto d.r.
Dentro da nossa diversidade, todos nós podemos ajudar o próximo, nem que seja com um sorriso não retribuído mido por tantos de nós, em tantos locais, dentro ou fora das clausuras a que a vida nos vai sujeitando. Não me saem da ideia uma mão cheia de amigos, profissionais de saúde, que longe dos seus, tudo arriscam pelo outro. Não me saem da ideia as consequências para todos nós, da falta de coragem daqueles que não deviam temer tomar (algumas) decisões cruciais, supostamente em prol de um mundo sem fronteiras, mas que ao invés, com a sua falta de coragem, cada vez mais nos aprisionam a este flagelo. O meu percurso profissional faz-me acreditar no conhecimento científico e nos avanços tecnológicos. Num século em que os computadores são quânticos e a genética se programa, num mundo global,
de gentes e culturas tão distintas, pergunto-me se resolver esta calamidade será um desafio meramente científico ou tecnológico. Temo bem que não, e isso aumenta a complexidade da situação. Será preciso envolver toda a sociedade, sem deixar ninguém para trás, lembrando-nos que não podemos deixar de ajudar o próximo, sobretudo se, por algum motivo, estiver mais cético ou vulnerável. Estes tempos devem ser de reencontro com os nossos e de reflexão… sobre a forma como temos vivido nas últimas décadas, como nos temos (des)organizado, sobre o que é realmente importante para a nossa qualidade de vida, e finalmente do que queremos preservar. Quanto à esperança…acredito que
permanecerá em nós enquanto houver Homens que não desistam de ajudar o próximo, porque encontram sentido para o que são na existência do outro. Dentro da nossa diversidade, todos nós podemos ajudar o próximo, nem que seja com um sorriso não retribuído. Nos meandros da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico, haja coragem para se parar outros projetos que, sendo importantes, não são nesta fase essenciais e, como tal, podem esperar. Se esta espera servir para alocar tempo e recursos para o desenvolvimento de novas valências tecnológicas que nos permitam vencer o vírus e salvar mais vidas humanas… fantástico século XXI!
DGS recomenda cremação de cadáveres de doentes foto d.r.
O cadáver deve ser deixado limpo, seco e desinfetado para impedir riscos de saída de fluídos
A Direção-Geral de Saúde emitiu uma norma sobre cuidados “post-mortem” com cadáveres de pessoas infetadas com o novo coronavírus, recomendando a cremação dos corpos e determinando, em caso de enterro, que o caixão não seja aberto A norma publicada na página da Direção-Geral de Saúde (DGS) emite um conjunto de orientações para os profissionais que têm que lidar com os cadáveres de doentes que morram com Covid-19, ou quando mesmo sem confirmação suspeitem que tenha sido essa a causa da morte, devendo neste último caso ser colhidas amostras biológicas antes do envio do corpo para a casa mortuária, que serão depois submetidas a análise. Todos os dispositivos e materiais usados no tratamento devem ser
retirados do corpo, descartados para os seus contentores específicos e o cadáver deve ser deixado limpo e seco, desinfetando orifícios e tamponando orifícios para impedir riscos de saída de fluidos. “É essencial que os profissionais que realizam os funerais e todos os outros envolvidos no manuseio do corpo, sejam informados sobre o risco potencial de infeção, incluindo os familiares”, lê-se na norma, que obriga a diminuir a acumulação de cadáveres e proíbe o embalsamamento. Ainda que não seja obrigatório, a DGS refere que os cadáveres devem, “de preferência” ser cremados, mas quando isso não aconteça os corpos, que devem sempre ser embalados em sacos impermeáveis, ficam em caixão fechado, estando as famílias também proibidas de os abrir.
A DGS determina também normas estritas de higiene e proteção pessoal para quem tenha que manusear o corpo, impondo o uso de material impermeável, máscaras cirúrgicas e óculos de proteção. Os familiares devem procurar informação sobre o risco potencial de infeção e “cumprir integralmente as orientações recebidas”, noticia a Lusa. A norma indica detalhadamente como deve ser acondicionado o corpo, como proceder na desinfeção do quarto ou enfermaria e os cuidados a ter pelos profissionais que realizam a autópsia, quando esta é realizada, havendo também neste caso indicações sobre como proceder durante o processo e na desinfeção e limpeza do espaço, quando concluída.
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20 de março de 2020
••• COVID-19
Algumas atividades para fazer em casa e melhorar o seu bem-estar O número de pessoas infetadas com o novo coronavírus (covid-19) continua a aumentar no país e no mundo. Em quarentena ou isolamento social, passar muito tempo em casa implica uma mudança de rotinas e nem sempre é fácil. É necessário não perder o ritmo, pois já sabe que não está de férias. Pode tornar-se aborrecido ficar o dia todo a olhar para a televisão ou para o telemóvel e, por isso, o POSTAL dá-lhe algumas dicas para "melhorar" os próximos dias. Primeiro que tudo, não deve perder a sua rotina de sono e ficar acordado até de madrugada. Manter um sono regulado vai permitir-lhe acordar com mais energia e vontade de realizar tarefas. Em segundo lugar, ficar em casa pode significar menor atividade do seu corpo. Isso não deve acontecer. Fazer exercício físico em casa é um opção para se manter ativo.
foto d.r.
Fazer exercício físico em casa é um opção para se manter ativo
A internet tem diversos vídeos de exercícios para se realizar em casa, que o vão ajudar a manter-se saudável na quarentena. Para além do corpo, deve exercitar a mente. Terá tempo para ler livros e praticar a atividade cerebral. É uma ótima oportunidade de colocar a sua leitura em dia. Ouvir música, ver séries e filmes podem ser alternativas relaxantes. Mas não deve abusar, lembre-se que o corpo deve ter alguma atividade nesta altura. E porque não meter mãos à obra? Se sempre quis pintar um quadro ou construir um item de bricolage é agora a sua oportunidade. Pegue nos materiais e dê assas à sua imaginação. Até ao final da quarentena, deve aproveitar para cuidar de si e dos seus. Proteja-se do vírus, siga as recomendações e mantenha o seu corpo e mente ativos.
Lagos reforça medidas para travar pandemia foto d.r.
A autarquia recomenda aos munícipes que só se desloquem aos serviços de atendimento em situações de urgência A Câmara de Lagos reforçou as medidas para conter a propagação de Covid-19, com a limitação de pessoas em simultâneo nos mercados municipais e o condicionamento de acessos a zonas de grande procura turística O conjunto de medidas de reforço foi adotado “pelo evoluir da situação no país e como forma de acompanhar as orientações do Governo”, indicou em comunicado a Câmara de Lagos. De acordo com autarquia, ficou es-
tabelecido um número máximo de clientes admitidos em simultâneo nos mercados municipais, “onde são reforçadas as condições de segurança para vendedores e clientes”. Os estabelecimentos de restauração e de bebidas ficam autorizados a funcionar até às 21 horas. As zonas de forte atração e afluência de visitantes, como é o caso da área litoral conhecida como a Costa D’ Oiro, deixam de poder ser visitadas por
grupos turísticos, ficando interditado o acesso e a circulação de autocarros de turismo à Ponta da Piedade, na Avenida dos Descobrimentos, no troço compreendido entre a rotunda da Ponte D. Maria e a rotunda do Pêndulo. Por outro lado, o parque de estacionamento da zona ribeirinha apenas pode ser usado exclusivamente pelos utilizadores com cartão/avença. Fica interditada a utilização dos par-
ques infantis, biosaudáveis, skate, ginásios de ar livre e os sanitários públicos e suspensa a recolha de monos e verdes pelos serviços municipais. Segundo a Câmara de Lagos, devido às imposições e restrições para combater a pandemia de Covid-19, será flexibilizado às empresas e comerciantes “o cumprimento de obrigações de caráter legal e regulamentar com implicações financeiras, neste período em que a atividade
económica regista um abrandamento sem paralelo”. “Foi decidido suspender o termo de pagamento voluntário, presencial, de todas as taxas, tarifas, preços, rendas e outros tributos municipais com efeitos em 13 de março”, apontou a autarquia. Para evitar concentrações de pessoas em espaços públicos, a câmara suspendeu a emissão de licenças de esplanadas, expositores, venda ambulante e outras formas de ocupação da via pública. Com base no seu Plano de Contingência e de combate à propagação de Covid-19, a Câmara de Lagos decidiu no dia 14 de março, suspender algumas linhas do serviço de transporte público urbano, as autorizações para animação de rua e limitar as presenças nas reuniões de Câmara apenas aos órgãos do executivo municipal. Os equipamentos municipais, culturais e desportivos, mercados e museus foram encerrados e suspensas as feiras, atividades de âmbito cultural, desportivo e de enriquecimento curricular. A autarquia recomenda aos munícipes que não se desloquem aos serviços de atendimento, exceto em situações de urgência, disponibilizando canais de atendimento à distância, através do envio de formulários por via eletrónica.
20 de março de 2020
COVID-19 •••
Castro Marim assegura apoio social ao domicílio foto d.r.
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Municípios do Algarve compram 30 ventiladores para ajudar a combater pandemia foto luís forra
/ d.r.
Equipamentos juntam-se aos 60 que o Centro Hospitalar da Universidade do Algarve já tinha programado adquirir
Apoio aos idosos visa a sua fixação no domicílio, evitando o contacto com pessoas infetadas
O Município de Castro Marim criou um novo programa de apoio social para ampliar a rede de apoio aos grupos de risco do concelho, face à situação epidemiológica do COVID-19 que o país atravessa. “Pela sua saúde, fique em casa. Nós ajudamos”, é o apelo do “Castro Marim Consigo ainda + Solidário”, o programa destinado a apoiar a população residente na área geográfica do concelho, com mais de 65 anos, doentes crónicos ou em situação de isolamento sem rede social ou familiar de apoio, nas suas compras de bens alimentares, produtos de higiene e medicamentos. Quem necessitar desta ajuda deverá ligar para o número de telemóvel 961 743 222 ou 281 510 747 e poderá fazê-lo entre as 10 e as 17 horas, em dias úteis. O Município informa que “será assegurado o cumprimento de todas as medidas de segurança
recomendadas pela Direção-Geral de Saúde, quer em termos de equipamento, quer de higienização”. A Câmara de Castro Marim já encerrou também todos os serviços de atendimento ao público, assegurando o seu funcionamento por via telefónica ou email. Em consonância com o Ministério da Educação, o Agrupamento de Escolas e a Câmara Municipal de Castro Marim vão também garantir o fornecimento de refeições para os alunos carenciados e abrangidos pelo escalão A. Segundo Francisco Amaral, médico e presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, “este apoio domiciliário aos idosos nas dezenas de montes da serra algarvia visa essencialmente a fixação dos idosos no domicílio, evitando o contacto com indivíduos infetados, já que se trata de uma população muito vulnerável”.
A Comunidade Intermunicipal do Algarve anunciou que vai comprar 30 ventiladores para juntar a cerca de 60 que o Centro Hospitalar Universitário da região já tinha programado adquirir, aumentando a capacidade resposta face à pandemia de Covid-19. O anúncio da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) foi feito na passada terça-feira num comunicado, depois de uma reunião que juntou representantes dos 16 municípios da região e responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e do Centro Hospitalar da Universidade do Algarve (CHUA) para fazerem um ponto de situação da evolução da pandemia, contextualizou a AMAL. Os municípios algarvios mostraram-se disponíveis para “ajudar em tudo o que estiver ao seu alcance para colmatar eventuais necessidades no combate à Covid-19” e, neste âmbito, decidiram “adquirir mais 30 equipamentos como os ventiladores invasivos para juntar aos quase 60 que o CHUA já tinha programado”, adiantou a AMAL. Estes ventiladores vão permitir, segundo a AMAL, “praticamente triplicar a capacidade instalada na região”.
A mesma fonte destacou que o presidente do conselho diretivo da ARS do Algarve, Paulo Morgado, e a presidente do Conselho de Administração do CHUA, Ana Paula Gonçalves, adiantaram que os hospitais de Faro e Portimão avançaram para a “criação de serviços de atendimento específico nas urgências dos dois hospitais e nas unidades de saúde de cuidados primários”, para a “implementação de teleconsultas” e para a “redução do número de cirurgias não urgentes”. “Neste contexto, voltaram a apelar à necessidade de sensibilizar as populações para reduzir ao indispensável as deslocações aos serviços de saúde, frisando que 80% da população infetada pelo novo coronavírus não necessitará de cuidados hospitalares, uma vez que se prevê que tenham sintomas ligeiros e que poderão ser acompanhados a partir de casa”, considerou a AMAL. Autarcas vão desenvolver esforços para aumentar os meios logísticos As autoridades regionais de saúde estão agora com a sua principal “preocupação” centrada “nos
restantes 20%” da população infetada, “que necessitarão de cuidados acrescidos”, realçou, acrescentando que “5% do total de infetados precisará de ventilação” e está “já contratualizado o aluguer de mais equipamentos desta natureza”. “A colaboração com unidades privadas de saúde também tem sido articulada, no sentido de se colmatar possíveis necessidades de equipamentos ou acomodação de doentes com outras patologias, porque, nesta fase, todos os doentes com Covid-19 serão tratados no Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou. Os autarcas manifestaram também a intenção de “desenvolver todos os esforços possíveis ao seu alcance para aumentar os meios logísticos” ao dispor do CHUA e deixaram um “agradecimento público por todo o empenho, esforço e dedicação demonstrados por todos os profissionais de saúde neste combate” à pandemia de Covid-19. Por outro lado, os municípios reforçaram os apelos à população do Algarve para que reduza contactos sociais e “assuma, nos seus hábitos e comportamentos, as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, para permitir travar a expansão da pandemia.
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Covid-19: Dois supermercados com horário exclusivo para profissionais de saúde, bombeiros e polícias foto d.r.
No Aldi, os profissionais podem fazer as suas compras entre as 9 e as 10 horas, todos os dias Pelo menos duas cadeias de supermercados disponibilizam um horário de atendimento exclusivo para profissionais de saúde, bombeiros e forças de segurança, devido ao estado de alerta provocado pela pandemia Covid-19. Segundo informação da cadeia alemã ALDI prestada à agência Lusa, os profissionais de saúde, bombeiros e forças
de segurança poderão fazer as suas compras entre as 9:00 e as 10:00, todos os dias, mediante a apresentação de um comprovativo profissional. Durante este período serão cumpridas as regras de proteção, devido ao contágio pelo novo coronavírus, continuando a haver um número limitado de clientes no interior das lojas.
Também os hipermercados E.leclerc anunciaram, em comunicado, que devido à crise gerada pela Covid-19 e de forma a poder ajudar quem trabalha para combater esta pandemia que estão abertos entre as 8:00 e as 9:00 em exclusivo para atender elementos das forças de segurança, bombeiros e profissionais de saúde, que têm ao
seus dispor as caixas de pagamento automático. A Lusa tentou contactar outras cadeias de supermercados para saber se aderiram a esta iniciativa, mas até ao momento não obteve resposta. A Direção-Geral de Saúde informou na passada terça-feira que o número de casos confirmados de infeção pelo
novo coronavírus aumentou para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte em Portugal. Dos casos confirmados, 242 estavam a recuperar em casa e 206 estavam internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e três recuperaram.
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Alentejo tem sido "protegido" por ser despovoado e envelhecido Se nem os países têm fronteiras, nós também não temos fronteiras, por isso, os nossos familiares têm que ter esse cuidado", vincou. Manifestando-se interessada nestas matérias, a demógrafa reiterou avisos que especialistas da Saúde têm feito: "Está nas mãos de cada um travar esta transmissão do vírus. É preciso isolar-se, ficar em casa, lavar muito bem as mãos com água e sabão, com solução alcoólica e manter sempre uma distância de segurança de um metro a um metro e meio". O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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O Alentejo é despovoado e, portanto, as pessoas concentram-se em localidades distanciadas umas das outras
"Todos já tiveram casos positivos identificados e o Alentejo ainda não teve, [entrevista dada antes desta quarta-feira, dia da confirmação dos dois primeiros casos de Covid-19] mas podemos já ter pessoas portadoras da doença, mas que ainda não foram identificadas", afirmou à agência Lusa a professora da Universidade de Évora (UÉ). Segundo a docente de Demografia, "é difícil explicar" este cenário, mas "existem alguns fatores demográficos que podem estar a contribuir para a situação" e um deles tem a ver com "a densidade populacional" na região. "O Alentejo é despovoado e, portanto, as pessoas concentram-se em localidades distanciadas umas das outras, a população está espaçada", afirmou. No Anuário Estatístico da Região Alentejo de 2018 (que também inclui os municípios da Lezíria do Tejo), publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e consultado hoje pela Lusa, a densidade populacional da região era de 22,3 ha-
bitantes por quilómetros quadrado (111,4 no país). A demógrafa explicou que o território tem também "uma população mais idosa" do que no resto do país, "o que faz com que esta tenha menos mobilidade". "Temos uma proporção mais elevada de pessoas idosas, com menor mobilidade entre as pessoas e entre as localidades. As pessoas viajam menos para o exterior, e, eventualmente poderão estar mais protegidas em relação aos contactos", assinalou. Lembrando que o novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, é "um vírus novo", para o qual "ninguém tem imunidade", Maria Filomena Mendes destacou a importância de as pessoas reduzirem a sua exposição e seguirem as determinações do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde (DGS). "Quanto menor for a exposição e menores forem os contactos sociais, maior é a nossa capacidade de controlar este vírus e, acima de tudo, controlar os danos que o vírus pode fazer e trazer", frisou.
No caso do Alentejo, mesmo que "venham a surgir casos positivos identificados, haverá maiores condições de controlar a doença", porque, numa fase de mitigação, aquilo que é preciso "fazer é conter a propagação", ou seja, evitar os contactos. As pessoas na Páscoa não podem visitar os outros Com o período da Páscoa a aproximar-se, altura em que muitos alentejanos que vivem nas grandes cidades costumam regressar à região para visitar familiares, Maria Filomena Mendes foi taxativa no alerta: "As pessoas na Páscoa não podem visitar os outros". "Se uma das coisas que nos está a defender é nós estarmos mais isolados e haver menos mobilidade, temos que capitalizar isso em benefício da população do Alentejo", até para proteger "as pessoas de outras zonas, porque quem cá está pode estar infetado e não ter sintomas", avisou. Provavelmente, "as características demográficas do Alentejo e da sua população estão a proteger-nos, mas não vão proteger-nos até ao fim.
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Taxis Albufeira apoia idosos e doentes crónicos no levantamento de receitas na farmácia A Taxis Albufeira presta apoio a pessoas idosas e doentes crónicos que vivam sozinhos, sem apoio familiar, no levantamento de receitas na farmácia sem custos para o utente. Na sequência da evolução do surto epidémico associado ao COVID 19 que se tem verificado nos últimos dias, a Taxis Albufeira "está a colaborar com a Ação Social de Albufeira, Câmara de Albufeira e Proteção Civil nesta ação de solidariedade", disse a empresa ao POSTAL. "Este será um serviço em regime de voluntariado, sem custos para as pessoas que se encontrem nestas situações, tendo em conta que pertencem ao grupo de risco de infeção pelo novo coronavírus, pela existência de problemas de saúde subjacentes associados à idade e
à situação de doença", refere nota enviada por Carlos Miranda ao nosso jornal. "O motorista de táxi, devidamente protegido segundo as recomendações da Direcção-Geral de Saúde, irá a casa das pessoas identificadas pela Ação Social buscar a receita médica para ir à farmácia levantar os medicamentos necessários". A ideia é fazer no local "uma triagem para ver se há falta de alimentos, fazendo-os chegar num prazo estimado de 24 horas". A Taxis Albufeira apela que "caso conheça alguma situação que não esteja referenciada junto das Associações de Albufeira, poderá entrar em contacto para a central de atendimento da Taxis Albufeira através do seguinte número: 289 583 230".
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Serviço é feito em regime de voluntariado, sem custos para os idosos e doentes crónicos
EDP suspende cortes de luz e dá flexibilidade no pagamento de faturas devido à pandemia A EDP Comercial decidiu deixar de fazer cortes de luz a clientes que tenham faturas por pagar e vai ainda permitir uma maior flexibilidade no pagamento das faturas da eletricidade devido ao surto de Covid-19. A empresa refere em comunicado que “decidiu suspender todos os cortes de energia agendados para esta semana, sendo esta uma medida que deverá ser mantida no decurso das próximas semanas”. “Em paralelo, e desde o início da semana passada, a EDP comercial tem vindo a comunicar aos seus clientes a possibilidade de flexibilizar o prazo e modo de pagamento das faturas, sempre que seja manifestada essa necessidade “, acrescenta a empresa. “Estas iniciativas de proteção
aos nossos clientes somam-se a um conjunto alargado de outras medidas que já tinham sido comunicadas pela EDP Comercial para salvaguardar a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores e dos seus parceiros”, complementa. A EDP salienta ainda, em comunicado, que reforçou junto dos seus clientes, “a importância da utilização de meios e canais digitais para contacto”. A empresa reitera que “o caráter extraordinário da situação que vivemos exige um acompanhamento permanente da nossa empresa e estamos totalmente comprometidos com a necessidade de agir e decidir rápido, em articulação com as autoridades de saúde, para travarmos a propagação desta pandemia”.
foto d.r.
Para solicitar ajuda, deverá utilizar os canais digitais da operadora pub
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COVID-19 •••
Covid 19: Água de Monchique reforça em 10% vencimento dos colaboradores A Sociedade da Água de Monchique anunciou na passada terça-feira que decidiu, "como forma de reconhecimento pelo altruísmo e pela coragem demonstrada por todos os colaboradores", reforçar o seu vencimento em 10%. "Sabemos que nunca será suficiente para remunerar a vossa coragem e ajuda, mas é mais do que merecido", afirma o presidente executivo da empresa, Vítor Hugo Gonçalves, numa mensagem enviada aos colaboradores citada
no comunicado. "Como empresa que integra o setor alimentar, temos uma responsabilidade acrescida na medida em que a sociedade precisa de nós para se abastecer e a água é obviamente um recurso mineral importante", acrescenta, apontando que "esta medida visa reconhecer o esforço e o empenho" dos trabalhadores da empresa. A Sociedade da Água de Monchique tem cerca de 40 colaborares atualmente.
Parque aquático Aquashow adia abertura de maio para junho foto d.r.
foto d.r.
Vítor Hugo Gonçalves, CEO da Sociedade das Águas de Monchique
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COMUNICADO DO GYMNASIUM As recentes orientações que temos por parte do governo são que devemos limitar a frequência nas nossas instalações, para assegurar a possibilidade de distanciamento social, no entanto temos o dever cívico de sermos parte ativa da solução deste problema e evitar a propagação de forma incontrolável do COVID-19. A ausência de indicações claras e objetivas da tutela, não podem, nem devem limitar a nossa responsabilidade social. Apesar de não termos tido nenhum caso suspeito da doença, e apesar de sempre cumprimos todas as medidas de prevenção, decidimos encerrar as nossas instalações, como já é do vosso conhecimento até dia 29 de março.
A medida pretende minimizar potenciais riscos associados ao novo coronavírus O parque aquático ao ar livre Aquashow, situado em Quarteira, no concelho de Loulé, adiou a data de abertura de maio para junho, devido à pandemia de Covid-19, anunciou a empresa que faz a comunicação do parque. O objetivo da medida é, segundo a mesma fonte, “minimizar potenciais riscos associados ao novo coronavírus (Covid–19)”, com uma ação “preventiva” destinada a “seguir um princípio de responsabilidade social em prol da saúde pública”.
“Nesse sentido, a abertura do seu Parque Aquático ‘Outdoor’, agendada para o mês de maio, fica adiada”, anunciou a comunicação do Aquashow num comunicado, estimando que poderá “reabrir ao público no próximo dia 1 de junho de 2020”. O Aquashow realçou à Lusa que a nova data estimada para a abertura do parque aquático pode “sofrer alterações de acordo com a evolução da pandemia e novas recomendações” das autoridades de saúde.
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Pedimos também a vossa compreensão para esta situação extraordinária que nos ultrapassa a todos. Parafraseando o Rodrigues Guedes de Carvalho – “Estamos todos no mesmo barco”. Apelamos a todos que cumpram as indicações da DGS e fiquem em casa tendo uma atividade social mais reservada e responsável. Esperamos em breve podermos estar juntos de novo!
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União de Freguesias de Tavira ajuda os mais vulneráveis à Covid-19 A União de Freguesias de Tavira vai ajudar os mais necessitados a desempenhar as atividades do dia-a-dia de forma mais segura, para protegê-los do novo coronavírus. Em comunicado, a união faz um apelo aos residentes da freguesia “com mais de 65 anos
ou com doença crónica, em situações de isolamento social ou ausência de rede de suporte familiar” e disponibiliza-se para ir “à farmácia, aos supermercados ou onde seja preciso ir”. Para beneficiar desta ajuda basta ligar para os números 281 322 452 ou 965 574 766,
de segunda a sexta-feira. “Fique em casa! Proteja-se”, apela ainda a mesma entidade em comunicado. Esta é a uma iniciativa da União das Freguesias de Tavira em conjunto com o Grupo de Jovens Voluntários.
A União de Freguesias de Tavira disponibiliza-se para ir à farmácia, aos supermercados ou onde seja preciso ir
Sindicato algarvio acusa empresários de imporem férias em vez de isolamento foto d.r.
Elidérico Viegas, presidente da AHETA, disse não entender “esta posição do sindicato” já que “nada é feito sem acordo do trabalhador” O Sindicato de Hotelaria do Algarve denunciou na passada terça-feira a imposição de férias por parte de algumas empresas aos seus trabalhadores, situação desconhecida pela maior associação de hoteleiros da região, na sequência da pandemia de Covid-19. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve (STIHTRSA) afirmou à Lusa ter sido contactado por diversos trabalha-
dores a pedir informações sobre “a imposição de férias que se está a verificar num número crescente de empresas”. “Há empresas que já mandaram trabalhadores para casa nesta situação e há outras a querer fazê-lo no mais curto espaço de tempo”, disse o coordenador do sindicato Tiago Jacinto, considerando não haver base legal para as empresas o fazerem e que os “trabalhadores não são obrigados a aceitar”.
Defendendo que “o isolamento social não são férias”, Tiago Jacinto sustentou que o número de casos já reportados e “com uma tendência para aumentar nos próximos dias”, leva o sindicato a “ponderar solicitar a intervenção da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] e do Governo”, para que tome medidas “no sentido de fazer respeitar a legalidade”. A baixa ocupação e o cancelamento de reservas devido ao surto do novo
coronavírus levaram a uma “diminuição de trabalho”, mas o sindicalista adiantou que “entre 1 de maio e 31 de outubro as férias só podem ser gozadas com comum acordo”. “Os trabalhadores não podem sair prejudicados por esta situação, porque ao irem para casa as despesas vão aumentar, até com alguma subida de preços que já se verifica, [e] não podem ver a sua remuneração diminuída”, reforçou Tiago Jacinto. O presidente da Associação dos Ho-
téis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, declarou à Lusa desconhecer “qualquer situação de imposição e desacordo” entre empresas e trabalhadores, acusando o sindicato de “vontade de protagonismo”. Elidérico Viegas referiu que a diminuição na procura levou alguns empresários a uma redução do funcionamento ou mesmo encerramento das unidades hoteleiras, “fazendo um acordo com os funcionários”, para lhes proporcionar férias e “melhores condições” do que se estiverem em isolamento. O presidente da AHETA revelou existirem outras alternativas, como “o ‘layoff’ [redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo] simplificado para quem encerra a atividade”, ou as medidas anunciadas pelo Governo, nas quais se incluem a possibilidade de o empregador apenas ficar a suportar 33% do salário”, ou, ainda, as férias. “Ao irem para férias os trabalhadores auferem vencimentos normais, a 100%, e ainda ganham o subsídio. Se assim não for recebem apenas 66%, não sei o que será melhor”, declarou. Elidérico Viegas disse não entender “esta posição do sindicato”, afirmando que “está a dar um tiro no pé”, já que “nada é feito sem acordo do trabalhador”. O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 já infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
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Câmara de São Brás reduz número de trabalhadores e apoia empresas a enfrentar a Covid-19 pendentemente da sua categoria ou função, e por superior interesse do município, a reforçar os serviços básicos a prestar à população".
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Município cria incentivos para empresários do concelho
São Brás garante o funcionamento de serviços essenciais à população mas reduz o número de efetivos O Município de São Brás de Alportel, apoiado nas recomendações emitidas a nível nacional e pelo Grupo de Trabalho Municipal COVID19, aprovou uma medida excecional que garante o funcionamento de serviços essenciais à população mas reduz de efetivos. A medida vai estar em vigor até ao final do mês, altura em que a decisão será reavaliada, dado tratar-se de uma medida preventiva, no combate à propagação desta pandemia. pub
"A redução, ao mínimo indispensável, dos trabalhadores/colaboradores a serviço presencial, sem prejuízo do seu vencimento a 100%, mediante o estabelecimento de escalas rotativas de serviço e ao recurso ao teletrabalho e outras modalidades alternativas e adaptadas aos diversos serviços permitirão dar um contributo na promoção do maior isolamento social, a única arma no combate à propagação do vírus", explica a autarquia são-brasense em
comunicado de imprensa. Assim, "os trabalhadores que estejam em situação de dispensa de comparecer ao seu posto de trabalho deverão reduzir os seus contactos sociais ao mínimo indispensável, devendo permanecer nas suas habitações e manter-se de prevenção e contactáveis, pois poderão ser convocados a prestar serviço a qualquer momento, estando disponíveis para, caso a situação se agrave, poderem, a qualquer momento, ser convocados, inde-
No passado dia 12 de março, o Município de São Brás já tinha anunciado "o encerramento ao público dos equipamentos municipais desportivos, culturais, recreativos e similares e a cedência temporária dos mesmos a terceiros para realização de atividades. Foram ainda suspensas as atividades culturais, desportivas, sociais, assim como feiras e mercados não alimentares, e as deslocações em transporte municipal coletivo para fora do concelho". O Município de São Brás de Alportel tem vindo "a lançar uma campanha de sensibilização dirigida a diferentes públicos e colocada em marcha com cartazes, flyers, comunicação social local e outros meios físicos de divulgação assim como através das redes sociais". Além das mensagens dirigidas à população em geral dando a conhecer os hábitos de higiene e proteção contra o COVID-19 e das mensagens dirigidas às camadas mais jovens lembrando que neste período o isolamento social é uma ferramenta importante de proteção individual e geral, a campanha chegou também "aos estabelecimentos de comércio e serviços, ao setor da construção civil e a todas as empresas, em forma de apelo à adoção urgente de medi-
das, entre as quais o encerramento temporário, que está a ser seguido por grande parte dos espaços, permitindo uma quarentena voluntária concelhia". Consciente dos fortes impactos da adoção destas medidas na economia local, o município definiu "um conjunto de incentivos para as empresas que encerram temporariamente portas, nomeadamente a isenção do pagamento de taxas de ocupação de espaço público e publicidade e de abastecimento de água, durante o período a que corresponder o encerramento". Para aceder a estas medidas, a empresa deve informar o Gabinete do Empreendedor pelo email empreendedor@cm-sbras.pt Aos estabelecimentos de restauração e distribuição alimentar, o Município apela "ao encerramento temporário e encerramento total de esplanadas, incentivando à substituição por regime de Tale Away por entrega ao domicílio". O Município decidiu ainda, em acordo mútuo com as empresas, suspender "as obras municipais em curso até que estejam reunidas as condições de segurança e saúde públicas. Uma medida em que o Município dá o exemplo e deixa o apelo às empresas de construção civil e similares que colaborem na prevenção da propagação do COVID 19, suspendendo a realização de obras". O Município deixa um forte apelo à população para que "sejam seguidas as recomendações da Direção Geral de Saúde, nomeadamente que diz respeito às medidas de prevenção".
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Empresa algarvia é distribuidora oficial do biofertilizante que promete revolucionar a agricultura mundial fotos d.r.
O BlueN é de fácil utilização, sendo necessária apenas uma aplicação O produto foi apresentado ao mercado português e espanhol, no passado dia 28 de fevereiro, na FIMA – Feira Internacional da Maquinaria Agrícola, em Saragoça e a empresa Hubel Verde, com sede em Olhão, no Algarve, é a representante e distribuidora oficial deste produto em Portugal. A empresa espanhola Symborg criou o BlueN, o primeiro biofertilizante natural de azoto, que permite substituir adubos e fertilizantes químicos
azotados, que além de dispendiosos não são nada amigos do ambiente. Com apenas uma aplicação deste novo produto, as plantas podem obter 60% do azoto que precisam, diretamente do ar. Azoto é fundamental para manter os níveis produtivos das plantas O azoto é um macronutriente essencial para as plantas, sendo
fundamental para manter os níveis produtivos. Ainda assim, apesar da sua importância e de abundar na atmosfera (72% do ar que respiramos é Azoto), as plantas não conseguem absorvê-lo diretamente. A sua presença no ar, de forma inerte e não reativa, necessita de reagir quimicamente com outras substâncias para que o uso seja eficiente nas culturas agrícolas. Este é o motivo pelo qual, até ao
momento, se têm utilizado na agricultura fertilizantes químicos baseados em Ureia, Amónios e Nitratos, que se aplicam ao solo, para que as plantas incorporem o azoto através das suas raízes. BlueN permite que os cultivos absorvam 60% do azoto do ar Esta é uma situação que muda com BlueN, o primeiro biofertilizante natural, fixador de azoto, e que permite que as culturas absorvam do ar 60% do azoto que precisam. “A ideia surgiu pela necessidade de azoto a nível global. Queríamos encontrar fontes de azoto orgânico para ser usado na agricultura biológica e que possam ter um grande uso, contribuindo, assim, para a redução do azoto químico”, afirmou Jesús Juárez, CEO da Symborg, empresa especializada em I+D de biotecnologia agrícola, ao ElEconomista.es. Solução é 100% biológica
Hubel Verde é representante oficial do novo biofertilizante que promete revolucionar a agricultura mundial
cereais, milho, soja, trigo, cevada e arroz e também noutras culturas mais intensivas e em fruteiras. É de fácil utilização, sendo necessária apenas uma aplicação no início do desenvolvimento das plantas. Depois, a bactéria simbiótica vai colonizando a planta para que possa viver de forma prolongada. Esta bactéria converte o azoto do ar em amónio que é metabolizado diretamente em aminoácidos (constituintes das proteínas) pela planta, uma reação que se produz de forma constante durante todo o ciclo da planta. “A bactéria vai acompanhando a planta”. É muito fácil de utilizar e pode misturar-se com a maioria dos outros consumíveis agrícolas atualmente usados. Isto simplifica o seu uso e também reduz os custos na hora de contabilizar os trabalhos a realizar durante o ciclo das culturas. É uma vantagem competitiva e económica para o agricultor, com reduções de custos totais de produção na ordem dos 30% relativamente ao estimado pelos agricultores como gasto imprescindível para conseguirem produções rentáveis.
Esta solução, 100% biológica, pode aplicar-se a grandes culturas de
Embalagem do BlueN BlueN apresenta uma panóplia de vantagens para o meio ambiente Este produto apresenta uma série de vantagens para o meio ambiente, já que não contamina os aquíferos, o que pode contribuir para a degradação dos solos e provocar eutrofização de lagos. Além disso, pode utilizar-se em áreas em que está restrita a aplicação de azoto (zonas protegidas e zonas vulneráveis), assim como na agricultura biológica.
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Mais de um quinto dos alunos da Universidade do Algarve são estrangeiros foto d.r.
A Universidade do Algarve tem alunos de 86 nacionalidades Mais de um quinto dos alunos da Universidade do Algarve (UAlg) são estrangeiros, o que a torna na instituição com maior percentagem de estudantes não nacionais no ensino superior português, atualmente com 86 nacionalidades. A excelência na sua área de estudo, a facilidade na compreensão da língua, a equivalência nas provas
de acesso, o clima ameno e o estilo de vida são alguns dos fatores apontados pelos alunos para terem escolhido Portugal para prosseguirem os estudos. Segundo a instituição, o número de alunos estrangeiros na academia algarvia duplicou em cinco anos, passando de 11% no ano letivo de 2013/2014 para 20,9% no ano
passado, sendo o Brasil o país com maior representatividade. Atualmente estudam nesta universidade mil estudantes brasileiros, totalizando 10% dos alunos estrangeiros, fazendo da UAlg a instituição de ensino superior com a maior percentagem de estudantes desta nacionalidade em Portugal. Estes números são o reflexo de a
Universidade do Algarve ter sido uma das instituições de ensino superior portuguesa a assinar, em 2014, o acordo que permite aos alunos brasileiros substituírem as provas de ingresso pelos resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Atualmente são já 47 as instituições portuguesas com este acordo com o Brasil, que no caso da UAlg se estende-se aos congéneres GaoKao/Liankao (China), ao Exame Unificado de Acesso (Macau) e ao Bachillerato (Colômbia e Equador). Guilherme Rabczynski contou à Lusa que foi este acordo que lhe deu a oportunidade de trocar o Brasil por um curso de gestão de empresas no Algarve, numa aventura que “ainda agora começou” e onde o mestrado é já o próximo passo. “Portugal foi uma porta de entrada para conhecer novas culturas e depois expandir e buscar o mundo, talvez os Estados Unidos ou Canadá”, afirmou. Os mesmo passos seguiu Marília Agostinho de Campos. Depois do ENEM e de ter tentado as universidades brasileiras, decidiu fazer uma pesquisa “no exterior” até que encontrou uma onde poderia aliar “uma referência em gestão de empresa e a qualidade de vida, tudo num só”, descreveu. Mestrados em língua inglesa atraem alunos à UAlg Sebastian Sion, do Equador, também aproveitou o acordo com o seu país para realizar o sonho que tinha em “sair do país” e ter uma
“experiência diferente” na sua vida. Escolheu o curso de Biologia Marinha na UAlg pelo “reconhecimento na investigação” na área das ciências do mar. Foi numa mistura de castelhano e português que explicou a mais valia em ter aulas em “inglês e português”, dando-lhe a possibilidade de aprender uma nova língua, afirmando que o futuro passa por ficar por Portugal, porque o país “já lhe ficou no coração”. Os mestrados em língua inglesa são outros dos atrativos da universidade algarvia e a escolha feita pela norte-americana Kate Malmgren para uma especialização em Sistemas Marinhos e Costeiros, depois de vários anos a trabalhar “intensamente” no setor privado, adiantou. Foi num período de férias no Algarve que descobriu a universidade e uma visita guiada convenceram-na que seria o local ideal para o “início de uma nova carreira”, fora da confusão. “Vivo na Praia de Faro, vou de bicicleta para a universidade o que tem feito maravilhas para o meu bem-estar,” contou a aluna. À Lusa, o reitor da UAlg, Paulo Águas, referiu que o crescimento do número de alunos internacionais é o resultado de uma aposta da universidade na internacionalização e num reforço da promoção da instituição no exterior. O responsável considera que a vinda destes alunos “enriquece o processo de aprendizagem” e que ainda há margem para crescer, podendo chegar “aos 30%” daqui a dois, três anos”, estimou.
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20 de março de 2020
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José Maurício: uma viagem até às raízes do Karaté fotos d.r.
José Maurício já tem uma longa carreira no Karaté Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
José Maurício treina Karaté desde os 8 anos. O praticante esteve à conversa com o POSTAL e fez-nos viajar até às raízes da modalidade. “Os meus pais moravam em Luanda, Angola, e o Karaté para o meu pai apareceu, primeiramente, em livros. Pouco tempo depois, o meu pai e os colegas entenderam que deviam abrir uma escola e chamar um mestre (Sensei Ramos) para ir para lá treinar com eles e ensinar-lhes exatamente aquilo que eles viam nos livros e que não conseguiam aprender, pois um livro não mostra o movimento”, começou por explicar ao nosso Postal. José Maurício recorda que, passado pouco tempo, “abriram o Centro Angolano de Karaté (CAK). O grupo era formado pelo meu pai (José Correia), pelo Sensei Ramos e o Manecas, entre outros”. “Depois, a partir daí o meu pai focou-se, para além da vida profissional, no karaté e começaram a treinar e, mais tarde, a dar aulas, no entanto, quando se deu a revolução, tiveram que abandonar o país”, acrescenta.
“O meu pai é natural de Peso da Régua e a minha mãe de Tavira. Ao regressarem de África, os meus pais decidiram fixar-se no Algarve, uma vez que o clima acaba por ser muito idêntico ao de África”, recorda.
nho no corpo para ingressar na modalidade”. “Comecei a treinar aos 8 anos com o meu pai e rapidamente me apaixonei por esta arte marcial, que apresenta um variadíssimo leque de movimentos e técnicas”, reforça.
como para os outros”, defende. José Maurício é peremptório: “estas máximas têm muito impacto nos adultos, mas também nas crianças, pois a arte marcial permite que elas melhorem a concentração, desenvolvam a flexibilidade e coordenação motora, a postura, entre outros aspetos”. Karaté ajuda no desenvolvimento físico e psicológico dos praticantes “É lógico que acabam por desenvolver-se muitos aspetos motores e cognitivos como, por
exemplo, a lateralidade porque acabamos por ter de nos desenvencilhar para a frente, para trás, para a direita, esquerda, trabalhando os dois lados do corpo de igual forma”, salienta. O praticante reforça que existem outros aspetos fundamentais: “A disciplina, o próprio sentimento de companheirismo, a paciência e o condicionamento físico acaba por ser mais saudável num praticante de artes marciais ou de desporto de combate”. O karateca explicou ao nosso jornal que existem quatro estilos de Karaté reconhecidos pela Federação Mundial de Karaté: Shotokan-ryu, Shito-ryu, Goju-ryu e Wado-ryu. Os estilos de Karaté “nasceram na ilha de Okinawa, em três locais distintos. O sensei Nagôshi quando fundou o Karaté moderno, nomeadamente o Shotokan, era natural de Okinawa e treinava nestes três sítios”, referiu. “Na antiguidade não se dava o nome de Karaté, mas de Okinawa-te, pois “te” significa mãos e Okynawa-te significava ‘a mão de Okynawa’. Mais tarde, viram-se obrigados a traduzir os caracteres chineses para japoneses e aí passou a chamar-se Karaté (“kara”-vazio e “te”-mãos) - a arte das mãos vazias. O que distingue os quatro estilos de Karaté? “O Goju-Ryu é um estilo mais curto e mais dedicado à força da técnica. O Wado-ryu é um
estilo curto também, mas amplo nos ataques e o Shito-ryu é um misto dessas duas, mas mais para o bailado, aproveitando a força para certos movimentos”, realça. Por sua vez, o Sensei Nagôshi quando fundou o Shotokan “decidiu tentar juntar o máximo de técnicas e posições possíveis que ele achava mais adequadas e formar um estilo próprio, que é um estilo largo, amplo, forte, ampliando o movimento das técnicas”, explicou. O Karaté apresenta muitos benefícios para a nossa saúde. “São várias as vantagens associadas a esta arte marcial: os praticantes notam uma melhoria da concentração e do equilíbrio nervoso. Depois, existe um desenvolvimento acentuado da flexibilidade e da coordenação motora, aliado a uma melhoria da postura. Para além disso, existe um reforço na autoconfiança e no sentimento de segurança da própria pessoa, juntamente com o desenvolvimento de aspetos cognitivos e a melhoria do condicionamento físico. Existem ainda valores que são fundamentais: o companheirismo, a amizade, não só entre os praticantes, mas também na vida quotidiana”, destaca. Ao praticar esta arte marcial, “acabamos por ter mais respeito e paciência com o próximo. O Karaté quando bem feito é uma prática para a vida e os ensinamentos não se cingem só à prática desportiva”, conclui. pub
José Correia (à direita), pai de José Maurício, começou a treinar Karaté em Angola
José Maurício começou a dar os primeiros passos no Karaté no Algarve José Maurício recorda com alegria que “foi ao estabelecerem-se no Algarve que o pai lhe ensinou a si e à sua irmã aquilo que tinha aprendido. Sem sombra de dúvidas que foi ele que me meteu o bichi-
José Maurício explicou ao POSTAL que existem cinco máximas que caraterizam o Karaté: caráter, sinceridade, etiqueta, esforço e controlo. “Estas máximas devem estar presentes, não só nas artes marciais, mas também na vida quotidiana da pessoa, que ajuda muito na nossa vivência do dia-a-dia, tanto para nós próprios,
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••• ESPECIAL FREGUESIA
Entrevista a Otília Cardeira, presidente da Junta de Freguesia de Cachopo:
“Em 2020 vamos apostar na área das art foto stefanie palma
/ postal d.r.
Depois, comprámos um trator porque a freguesia é bastante grande e temos muitas estradas secundárias para limpar, por um lado, por causa dos incêndios, para que possa existir uma melhor circulação de meios caso aconteça alguma situação e, por outro, porque as pessoas já têm uma certa idade e dedicam-se à apanha da azeitona e ao cultivo e sem as estradas limpas não conseguem desempenhar essas atividades. Para o próximo ano temos um projeto, que não sei se vai avançar ou não, no Parque de Lazer da Fonte Férrea, que é uma pequena recuperação. Pretendemos deixar o espaço com as mesmas características, mas dar um ar diferente. Vamos ainda mudar as casas de banho e as escadas para pessoas com pouca mobilidade, por exemplo. Estamos também a tentar colocar um espaço do cidadão no edifício que nos foi cedido no protocolo com a câmara e que estava sem ser utilizado. Pretendemos igualmente dinamizar algumas atividades com pessoas que podem aprender e ensinar várias atividades que temos aqui em Cachopo. No ano passado dinamizámos a arte da empreita com uma formadora paga pela junta. Houve muitas pessoas a aprender. Depois, temos o Bordado de Cachopo que é único e as flores de cera, que nós gostaríamos que algumas pessoas viessem ensinar para que esta arte não desapareça.
Otília Cardeira lidera a Junta de Freguesia de Cachopo há dois mandatos Stafanie Palma / Henrique Dias Freire
stefanie.palma.postal@gmail.com
Em entrevista ao POSTAL, Otília Cardeira, presidente da Junta de Freguesia de Cachopo, no concelho de Tavira, avançou com alguns projetos que estão a ser desenvolvidos, enumerando os eventos que se vão realizar em Cachopo durante o ano de 2020. A presidente falou ainda sobre vários aspetos que mudaram, na aldeia, nos últimos anos, e avançou com algumas sugestões de melhoramentos que podem ser feitos na freguesia. Que atividades é que a Junta de Fre-
guesia de Cachopo tem atualmente em curso? A Junta de Freguesia de Cachopo tinha várias atividades preparadas mas, devido ao surto de Covid-19, muitas delas tiveram de ser adiadas ou canceladas. Tínhamos em março o Trail Solidário, atividade que fazemos todos os anos, esta seria a quinta edição, em parceria com os GIPS, da GNR, o Grupo Cantares e a Junta de Freguesia. Esperávamos 1.000 pessoas, mas tivemos que cancelar pelo bem de todos. No dia 7 de abril, temos o Dia dos Moinhos, que consiste numa ida aos moinhos, para fazer um lanche na Manta de Retalhos. Penso que as coisas já devem estar mais sossega-
das e que já poderemos fazer essa atividade. Em maio, temos a Feira de Produtos e Artesanato de Cachopo que é organizada pelo Centro Paroquial, com o apoio da Junta de Freguesia. Depois, no verão, em julho, temos a Noite de Fados no Parque de Lazer da Fonte Férrea. Temos ainda a festa tradicional que é a Festa do Imigrante e a Festa da Nossa Senhora das Dores, em agosto, no segundo fim de semana. Em setembro, há a Festa de Santo Estevão que é o nosso padroeiro. Esta é uma organização do Centro Paroquial com o apoio da Junta de Freguesia. Temos ainda para terminar o ano os Botequins da Ti Marcelina, que é uma
feira que estava em vias de extinção e que eu consegui recuperar. Neste encontro, há várias exposições, onde se faz café de chocolateira no fogo, bolos, essas coisas tradicionais que desapareceram e que nós estamos a reativar. Esta atividade tem vindo a crescer e esperamos que venha a crescer ainda mais porque é algo diferente. Em termos de orçamento, quais são as prioridades para este ano? Eu estou no segundo mandato e já fizemos cerca de uma centena de catacumbas porque Cachopo tem uma população envelhecida. É uma das nossas prioridades poder dar resposta a esta situação porque é uma coisa séria.
Que melhoramentos é que têm sido feitos na freguesia? Temos feito muitos melhoramentos. Nós conseguimos dar uma imagem que não havia quando entrei para a junta. Agora temos uma imagem renovada em termos de limpeza e de pequenos espaços que não existiam. São pequenas coisas, mas que dão à aldeia uma nova vida. Em termos de eventos, temos trazido muita gente a Cachopo porque, como volto a repetir, temos uma população envelhecida e temos de tentar sempre organizar qualquer coisa que traga cá mais pessoas e que contribua para a economia local. Os visitantes gostam de usufruir da nossa paisagem, que é bonita, da nossa gastronomia, de tudo aquilo que temos para oferecer. Esse é o nosso objetivo e considero que o temos conseguido atingir. Como atrair mais população para viver em Cachopo? Essa é uma pergunta muito difícil. Nos anos em que se derramava muito dinheiro e em que vinha para Portugal muito dinheiro não se criaram, há 20 ou 30 anos, condições para fixar aqui ninguém. Houve também um projeto para uma fábrica e ninguém conseguiu ir com este tipo de projetos para a frente e não se criaram infraestrutu-
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tes e do turismo para atrair mais pessoas” >
ras para fixar aqui ninguém. Quem se queixa que agora não há, devia ter pensado nisso há 20 ou 30 anos, para ter feito esses investimentos. Os jovens tiveram de se ir embora. Uns foram para um lado, outros para outro. Uns são professores, outros são enfermeiros… Tiveram de ir à procura de sustentabilidade. Depois temos outro senão. Temos poucos jovens. Durante 6 anos não nasceu aqui ninguém. A escola terminou porque não tinha 10 crianças e agora temos, no total em várias faixas etárias, 12 jovens que vão todos os dias para a escola em Martim Longo. Temos agora 3 crianças mais pequenas e nasceu uma há pouco tempo que também se vai registar na freguesia. O nosso problema é não termos aqui muita gente jovem. O que é que podemos criar? Esses poucos que existem podiam ser empreendedores e investir na área do turismo. Temos aqui a Via Algarviana. Até jovens que não são de cá e se quisessem investir podiam fazê-lo, porque esta área do turismo tinha muito para investir. Nunca existiram tantos apoios como agora. Hoje pode criar-se uma empresa em qualquer sítio, por isso faz-se o convite. Penso que vai haver um retorno de pessoas com mais idade que vêm para um sítio calmo. Já há algumas pessoas a procurar aqui casa. Essa é a minha perspetiva. Quais são os principais problemas que assolam a aldeia de Cachopo? A questão do envelhecimento e a questão da água. Há cada vez mais calor e menos água. Cachopo também sofre com essa questão. Nós, na medida do possível, temos respondido e ido levar água às pessoas, em vários montes, mas a água vai acabando nos furos, nos poços e essa é uma necessidade que nem nós nem a Câmara sabemos como resolver porque não há água. Contra a Natureza não há muito a fazer. Como é que as pessoas mais isoladas sedeslocametêmacesso aos serviços? A Câmara, em conjunto com a Junta de Freguesia, vai buscar as pessoas às localidades para fazerem as compras, virem ao correio levantar o cheque, entre outras coisas. Nos montes mais próximos do concelho, a Câmara também os vai buscar
para irem a Tavira fazer as compras. Essa parte está muito apoiada pela autarquia e por nós também. Qual é o balanço que faz destes dois mandatos a liderar a Junta de Freguesia de Cachopo? Eu penso que, pela minha parte, e pela parte do executivo, temos correspondido a todas as necessidades
para qualquer evento ou para qualquer coisa que aqui se faça. Tivemos o orçamento participativo também e, portanto, da nossa parte é todos os dias responder aos pequenos desafios que nos vão surgindo, que são bastantes. Penso que a aldeia de Cachopo nunca esteve tão bem ao nível das infraestruturas e da imagem. Hoje somos reconhecidos internacionalmente por
que conta também com 300 pessoas e a tendência é para aumentar. Quando se realizou a festa da Feiteira, os moradores pintaram, limparam quintais, entre outras coisas. O envolvimento das pessoas nestas atividades é o mais importante. É muito importante trazemos as pessoas às raízes e promovermos o convívio. Nós só pagamos a animação
Tenho estado cá sempre e para se fazer alguma coisa tem de haver disponibilidade. Uma freguesia como esta podem pensar, venha quem vier, se não existir disponibilidade, vontade e gosto de fazer as coisas, não se passa da cepa torta. Quais são as principais potencialidades da Serra do Caldeirão? Temos uma paisagem que ainda está intacta. Depois temos bons produtos, bom mel, boa aguardente. As pessoas semeiam as suas coisas e grande parte delas são biológicas. Temos esta tranquilidade toda. Estão reunidas as condições para quem quiser investir e ler este jornal, o possa fazer aqui em Cachopo porque realmente tem muito potencial. Poema sobre Cachopo É assim a nova história Desde o tempo dos Romanos Foram honras e glórias Que marcaram estes anos
A paisagem de Cachopo está praticamente intacta que nos vão pedindo, temos trabalhado arduamente, tanto eu como os meus colegas. Numa freguesia tão grande como esta, primeiro, tem de haver muita disponibilidade, que foi o que eu fiz, disponibilizar-me do meu trabalho porque eu tenho um museu de tecelagem aqui em Cachopo e o Quiosque “O Moinho”. Desde que cá estou, o museu abriu muito poucas vezes. Já tentei, inclusivamente, formar duas pessoas para ver se ficavam no museu e aprendiam aquela arte, mas ainda não consegui arranjar ninguém. Disponibilizei-me totalmente e os meus colegas também. Acho que temos feito um bom trabalho. Mais não podíamos fazer. Para uma freguesia destas tem de haver muita disponibilidade, uma equipa boa para dar resposta a isto porque senão não faz sentido e ninguém consegue. Em que áreas é que vão apostar em 2020? Vamos apostar na área das artes e do turismo para ver se conseguimos trazer mais alguém para aqui porque em termos de infraestruturas com os projetos da câmara que já foram apoiados e já estão em curso, vamos ter condições
tudo aquilo que temos feito nestes anos e nós ambicionamos sempre mais. Se fizermos uma comparação daquilo que era Cachopo há 10 ou 20 anos, o que é que mudou? Eu acho que mudou tudo. Para já, quando entrou uma mulher, a primeira a ser presidente, existia uma grande expetativa. Eu moro aqui e ouvia as pessoas dizerem: “isto é tudo velhote. Não se pode fazer nada. Não vale a pena fazer nada”. Nós sempre acreditámos que tínhamos de lutar pelos que estão cá e tentar trazer mais algumas pessoas para cá e é isso que tem vindo a acontecer. A minha localidade chegou a ter 200 pessoas. Quando eu me candidatei tinha 37, agora tem 27 porque são pessoas que vão desaparecendo, mas têm vindo pessoas do litoral comprar casa cá e quase todos os fins de semana estão aí. A associação de caçadores tem-se movimentado e é com muito orgulho que digo, enquanto presidente e em nome da freguesia, que as pessoas começaram a ver dinâmica. Atualmente, já se fazem dois ou três eventos com 300 pessoas. Na Feiteira criou-se a Festa do Pão,
e o resto os moradores é que fazem. Quando cá cheguei existiam apenas duas festas: a festa do verão e a festa da junta e mais nada. A noite de fados é a mesma coisa. Trazemos fadistas, dinamizamos o espaço, trazemos 300 e tal pessoas. Na Mealha fizemos uma festa organizada pelos moradores e nós só pagámos o acordeonista. O importante disto é o envolvimento das pessoas. Eu tenho pena de não ver mais gente com esta visão porque quando uma oposição nos diz que nós só fazemos festas, fica difícil. Nós estamos tranquilos porque sabemos que o que estamos a fazer é para o bem da freguesia, contribui para a economia, para a imagem da aldeia e para o bem-estar de todos. No fundo, estamos a cumprir com a dieta mediterrânica, com os convívios saudáveis com as pessoas, com os comeres que se faziam antigamente como, por exemplo, o pão no forno. Antes de estar na junta, eu já fazia metade deste trabalho, pois dinamizava várias atividades que se faziam aqui, desde carnavais, festivais de folclore, etc. A minha consciência está tranquila, pois não podia fazer mais.
Uma paisagem bonita Com alguma vegetação Os pinheirais e sobreirais Alguns moinhos de vento Que faziam a farinha Para depois fazer o pão Santo Estevão padroeiro Venerando noite e dia Somos um povo hospitaleiro Onde reina a alegria Neste ano de 2002 Vivemos nosso brasão Para orgulho de todos nós Fizemos-lhe esta canção Linda serra de Cachopo Toda cheia de ar puro Parece o sol a nascer Quando o trigo está maduro A sede de freguesia Composta por os seus montes Água muito cristalina Comendo nas suas fontes Terra de muitos sabores E também de muita caça Defendendo os seus valores A cada dia que passa (Otília Cardeira) pub
Uma aldeia com história Rua Ordem de Santiago, nº 40 – Cachopo – Tavira // 239 844 112 // geral@jf-cachopo.pt // www.jf-cachopo.pt
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••• REGIÃO
Ajudar a criar sorrisos no doente e idoso é uma missão que pode ser sua fotos d.r.
Débora Silva está envolvida num projeto como este pela primeira vez e revela o carinho que sente por ajudar o próximo Filipe Vilhena / Henrique Dias Freire
jornalp ostal@gmail.com
Ajudar quem mais precisa deveria fazer parte do íntimo de todos nós. Um espaço que dá voz aos doentes e idosos, numa aliança solidária de voluntários e profissionais de saúde. É assim que o Espaço Saúde em
a Plataforma, o Alto Comissariado da Saúde, a Administração Regional da Saúde do Algarve e o Hospital de Faro. Defender o interesse dos doentes junto de instituições, autarquias e até perante o Governo é o maior desafio desta iniciativa, que lhes dá voz e os representa perante as suas dificuldades. É importante lu-
vida, Alda sempre se entregou a projetos de cariz solidário. É dirigente da Associação do “Akredita em Ti”, em Quarteira, que aborda as questões de “inclusão social de minorias étnicas e grupos de risco, nomeadamente crianças, adolescentes e seus familiares”. Deu também a cara pela “Oficina do Sentir”, em Faro, que pretende “tornar o acesso ao desenvolvimento pessoal e emocional mais fácil e acessível a todos”. “As atividades são uma desculpa para os idosos conviverem”
Alda Martins é a cara de vários projetos de cariz solidário. Está envolvida no Espaço Plataforma em Diálogo desde o início
Diálogo se define. O projeto pertence à Plataforma Saúde em Diálogo, uma instituição de solidariedade social sem fins lucrativos, que está sediada em Lisboa. Os primeiros passos foram dados em 1998, com o objetivo de estender a mão aos doentes, não só garantindo-lhes condições de acesso aos cuidados médicos, como inseri-los na sociedade civil. O Espaço Saúde em Diálogo de Faro surgiu em setembro de 2009, numa parceria entre
tar pelos direitos de quem batalha diariamente por uma vida o mais normal possível, quer seja em termos de acesso a medicação, como de condições de trabalho e aceitação perante a sociedade. Alda Martins tem 35 anos e é licenciada em Psicologia, pela Universidade do Algarve. Está envolvida no Espaço Saúde em Diálogo desde 2012, como psicóloga clínica, assumindo mais tarde também as funções de gestora do projeto. Durante a sua
Para Alda Martins, outro dos objetivos principais do projeto é dinamizar a cidade de Faro. Existe “ausência de atividades para o público sénior”, que passa muito tempo em casa sem contacto com outras pessoas e sem qualquer tipo de atividade que os faça movimentar ou exercitar o cérebro. Alda acredita que “nas cidades, os idosos ficam mais isolados do que nas aldeias”. Isto tudo, porque o ritmo de vida das cidades é mais agitado, há mais prédios, mais poluição sonora e confusão nas ruas, o que não incentiva a população mais velha a sair de casa. Nas aldeias, o contacto com a natureza e a proximidade das habitações pode aproximar mais a população sénior. O aumento da esperança média de vida e diminuição da taxa de natalidade em Portugal, tornou-nos num país envelhecido. Faro não foge à regra e é por isso que Alda Martins considera que “relaxar, fazer exercício físico e comer melhor” é tão importante para os idosos e para
os doentes, que procuram o Espaço Saúde em Diálogo também para “partilhar experiências”. A iniciativa serve a população idosa ao nível de processos mais complexos e ligados à doença, mas também tem uma componente muito prática, com um programa diverso de atividades. Essas atividades são promovidas por voluntários, que tentam ao máximo incluir todas as pessoas interessadas. “SOS Tecnologia”, “Massagem” e “Saberes e Sabores”, alguns nomes que constam da lista de atividades propostas do Espaço. Alda Martins deixa ainda o repto a quem quiser ser voluntário, pois as atividades são, muitas vezes, restritas a um número pequeno e muita gente não consegue aceder. Neste momento, é necessário arranjar um novo instrutor de Yoga e também um voluntário para o programa “Clube da Agulha”. Uma iniciativa unida na doença, na idade e condição física O Espaço Saúde em Diálogo de Faro propõe assim envolver a sociedade, independentemente da doença, idade ou condição física. Débora Silva tem 28 anos e desde 2019 que colabora com a iniciativa, assumindo o papel de técnica de Apoio Social. Débora Silva é alguém que nos pode falar de preconceito e aceitação da sociedade. Nas suas palavras, ela diz “sou muito mais
do que uma cadeira de rodas”. O caminho para a aceitação está a fazer-se no nosso país, mas a verdade é que a diferença ainda está “incutida na mente” das pessoas, como diz Débora. Em situações de exposição, ela recebe “olhares e comentários”, mas revela com franqueza que “acabo por desculpar”. A sua participação no Espaço Saúde em Diálogo de Faro comprova que qualquer um de nós pode fazer o que quiser. Antes de colaborar com Alda Martins, Débora Silva não conseguia arranjar trabalho há cerca de dois anos. As empresas que contactou diziam não estar à procura de colaboradores ou limitavam-se a dizer que não tinham acessos. O caminho até encontrar o Espaço não foi fácil, mas a jovem mostrou-se confiante e agarrou a oportunidade. Agora, faz parte deste projeto de cariz solidário e torna-se um exemplo para muitas pessoas. Admite que em Faro, os acessos a “estabelecimentos públicos e apoio a deficientes pode ser melhorado”. Zelar por estes valores e melhorias é a luta de Alda Martins, Débora Silva e todos os outros colaboradores do projeto. Nunca é demais a ajuda e todos podemos ser voluntários de um projeto que um dia nos pode ajudar a nós. O Espaço Saúde em Diálogo pretende continuar a chegar a mais gente do Algarve, sempre com espírito de partilha e parceria.
O único pagamento por todo o trabalho desenvolvido é o sorriso dos idosos que fazem este projeto seguir
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REGIÃO •••
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“Entrar para a tuna Feminis Ferventis era a promessa de alegria e liberdade acrescida” nos casos em que não será verdade, não gostam de compromissos, gostam de viver no improviso, no estar disponível para algo que surja. E estar numa tuna pressupõe pelo menos a disciplina de ir regularmente aos ensaios. Pelo que sei, as minhas filhas já foram a um ou dois ensaios da Feminis Fervents. Até lhes foi atribuído nome na Tuna: a mais velha “a Herdeira” e a mais nova “a Morte” (o que eu gostei de ouvir isto!).
fotos d.r.
Anabela teve a honra de segurar a Assunção, a mascote da tuna, num dos jantares em que participou Filipe Vilhena / Henrique Dias Freire
jornalp ostal@gmail.com
Anabela Morte nasceu em Torres Vedras mas foi o Algarve que a criou. Estudou em Portimão no 6º ano e do 7º aos 12º anos frequentou a Escola Secundária João de Deus (na altura com o nome Liceu de Faro). Com 16 anos foi viver para Olhão. Admite-se especialista em começar de novo, devido a todas as mudanças que passou na vida. Envolvida desde sempre em vários projetos de arte, foi dos primeiros elementos da Tuna Feminis Ferventis. O POSTAL foi saber como tudo se passou Como surgiu a Feminis Ferventis? A Formação da Feminis Ferventis aconteceu meses depois da formação da Versus Tuna (masculina). Algumas alunas da Universidade quiseram juntar-se aos meninos da tuna mas foi-lhes vedado o acesso. Não havia casting, nem hierarquia, entrava quem queria. Lembro-me do dia em que escolhemos o nome e foi uma alegria imensa porque o nome encaixava mesmo no que pretendíamos. Não tem significado em Latim, mas foi escolhido por parecer Latim e por representar toda a mensagem que queríamos passar: uma
Tuna Feminina cheia de “power”. Tivemos alguma resistência da Tuna Masculina, na medida em que afirmavam que as tunas, por tradição, eram masculinas e, também, a verba que o reitor atribuía para a tuna tinha de ser dividido por dois. A Tuna Académica Feminina da Universidade do Algarve – Feminis Ferventis foi fundada a 10 de dezembro de 1992 e atuou pela primeira vez na Tasca do Estudante na comemoração do Dia do Estudante, a 14 de março de 1993 Porque decidiu entrar para a tuna? Lembro-me que fui convidada por uma colega. A minha irmã, Susana, também entrou para a tuna e, como fui sempre muito ativa e sempre gostei de me envolver em projetos (fiz teatro e rádio), pensei que seria fantástico juntar-me também. Na altura, nem pensei que estava a iniciar uma coisa maior. Participei na escolha do nome e na ideia de nos diferenciarmos dos restantes estudantes, usando culotes debaixo do traje. Participei também na escolha das músicas que iríamos cantar e na escrita do Hino da Tuna, que permanece até hoje. Os ensaios… Ai os ensaios! Que noites maravilhosas de riso despreocupado. Entrar para a Feminis Ferventis era a promessa de alegria e liberdade acrescida.
Depois de sair da universidade abandonou a tuna? Sim, abandonei. Na altura não se falava que era possível continuar. Se fosse hoje, tinha continuado. Comecei a trabalhar e a vida seguiu o seu rumo. Um ano depois casei e fui para o Alentejo, onde morei 17 anos. Já foi por lá que soube que tinham gravado um CD. Acompanhei sempre a vida da tuna ao longe. Numa das vindas ao Algarve comprei o CD. Cantei tanto as músicas que ouvia e me traziam as melhores recordações. O CD já não
sido uma honra testemunhar o que, ao longo destes quase 28 anos, a Feminis Ferventis cresceu e conseguiu. Que concelho deixaria para as jovens que se interessam pela Tuna mas nunca tiveram coragem de arriscar? Experimentem. Vão a um ensaio. À terça e à quarta-feira no Complexo Pedagógico da Penha (garagens). Persistam. Sei que agora há uma hierarquia e procedimentos específicos até terem a oportunidade de fazer parte efetiva da tuna. Mas valerá a pena. Ganharão uma família que vos apoiará em todos os anos que estiverem na academia e poderão representar com orgulho toda a Universidade do Algarve, pelos mais variados locais. Viverão decerto histórias que levarão convosco para o resto da vida, como algo feliz que viveram. É tão bom chegar a certa altura da vida e ter histórias bonitas para recordar, poder sorrir ao olhar para trás.
As tunas eram olhadas como algo para os rapazes? Pessoalmente nunca liguei muito ao que os homens pudessem pensar de nós. Éramos, na altura, um grupo gigante de raparigas alegres, bonitas, jovens e que dava nas vistas. Andávamos sempre juntas e éramos muito unidas. Penso que fomos pioneiras e muitas pessoas achavam que éramos umas devassas. Mas mesmo assim afirmamos a nossa presença. Hoje, nem se fala nisso e já se vêem as coisas de outra maneira. A prova é a existência até de uma Tuna Mista. Como mãe de três filhos, gostaria que eles um dia tivessem uma experiência como a sua? As duas mais velhas já frequentam a universidade. Secretamente, seria um orgulho que passassem por esta experiência, mas o respeito que me merecem, passa por deixar isso ao critério delas. Atualmente, os jovens já não precisam de entrar para uma tuna académica para sentirem essa tal ‘liberdade acrescida’. Hoje, há imensos locais de convívio, os pais não são tão rigorosos na autorização das saídas e há imensa vida social, inclusive nas redes sociais. Em 1992, a nossa melhor rede social eram as aulas na universidade, os jantares e a tuna. Os jovens hoje, e perdoem-me
Anabela Morte teve um papel muito importante na criação da tuna e admite que seria capaz de continuar hoje em dia
sei onde anda. Nostalgia daqueles dias em que era uma féfé (fé-minis fé-rventis). Ainda sou, porque uma vez féfé, para sempre féfé. Sempre que há jantares com os ex-membros, eu tenho sido a única das fundadoras (infelizmente) a estar presente. Tem
Apesar de todas as voltas que a vida me fez dar, há uma que voltaria a dar sem hesitar: à formação da Tuna Académica Feminina da Universidade do Algarve – Feminis Ferventis, em 1992. É Fé, É Fé, É Feminis Ferventis!
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NECROLOGIA
20 de março de 2020
Município de Tavira
Edital n.º 19/2020
Ana Paula Fernandes Martins, Presidente da Câmara Municipal de Tavira
TORNA PÚBLICO, que nos termos do n.º1 do artigo 56.º do anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, em reunião ordinária de Câmara Municipal, realizada no dia 10 de março de 2020, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 80/2020/ CM - Antecipação da suspensão do mandato de vereador; 2. provada por unanimidade a Proposta n.º 61/2020/ CM - Contrato de comodato a celebrar entre o Município e a Associação Internacional de Paremiologia - prédio urbano sito na Calçada da Galeria, n.º 14; 3. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 63/2020/ CM - Atribuição de apoio à Fundação Irene Rolo - Santos Populares 2020; 4. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 67/2020/ CM - Atribuição de apoio ao G.A.T.O. - Grupo de Ajuda a Toxicodependentes - Unidade Residencial Temporária Torre D’ Aires; 5. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 68/2020/ CM - Atribuição de apoio ao Agrupamento D. Manuel I - Atividade "Dia do Som"; 6. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 69/2020/ CM - Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira - Audição da Páscoa das Alunas de Dança - Associação da Academia de Música de Tavira; 7. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 78/2020/ CM - Atribuição de apoio à Associação da Academia de Musica de Tavira - Audição de Dança dia 20 de junho de 2020; 8. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 72/2020/ CM - Minuta de protocolo a celebrar entre o Município de Tavira e a Secretaria Geral do Ministério da Admi
nistração Interna - Adesão ao serviço de conectividade dedicada à RNSI; 9. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 74/2020/ CM - Implementação de bolsa territorial para efeitos de atribuição de habitação em regime de arrendamento apoiado; 10. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 76/2020/ CM - Atribuição de apoio à entidade O Pontão, Associação de Solidariedade Social da Conceição de Tavira - Santos Populares; 11. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 65/2020/ CM - Atribuição de apoio no âmbito do RMAAD ao Ginásio Clube de Tavira - Festa de apresentação de equipamentos; 12. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 81/2020/ CM - Atribuição de apoio no âmbito do RMAAD - Estágio Internacional de Artes Marciais; 13. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 84/2020/ CM - Atribuição de apoio no âmbito do RMAAD - Associação Nacional de Desporto para Deficiência Intelectual; 14. Aprovada por maioria a Proposta n.º 82/2020/CM 4.ª Alteração Permutativa ao Orçamento/2020; 15. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 83/2020/ CM - Atribuição de apoio ao Grupo de Cantares de Cachopo; 16. Aprovada por unanimidade a Proposta n.º 85/2020/CM - "Requalificação das Antas das Pedras Altas e da Masmorra" - Reconhecimento de interesse do investimento. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos de costume. Paços do Concelho, 10 de março de 2020 A Presidente da Câmara Municipal, Ana Paula Martins
COMUNIQUE COM O POSTAL Endereço: R. Dr. Silvestre Falcão 13 C, 8800-412 Tavira Contacto: 281 320 900 Administrativo: anabelag.postal@gmail.com Redação: jornalpostal@gmail.com
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(POSTAL do ALGARVE, nº 1241, 20 de Março de 2020)
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Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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O POSTAL regressa dia 10 de abril
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Conselho Europeu confirma interdição de entrada na UE por 30 dias foto d.r.
O presidente do Conselho Europeu sublinhou a necessidade de "assegurar a passagem de medicamentos, alimentos e bens" "Para limitar a propagação do vírus, decidimos reforçar as nossa fronteiras externas aplicando uma restrição temporária coordenada de viagens não essenciais para a UE por um período de 30 dias, com base na abordagem proposta pela Comissão", declarou Charles Michel.
Ainda a nível da gestão das fronteiras, mas a nível interno, o presidente do Conselho Europeu sublinhou a necessidade de "assegurar a passagem de medicamentos, alimentos e bens", da mesma forma que há que garantir que os cidadãos europeus "devem poder regressar aos seus países" e que são
encontradas "soluções para trabalhadores transfronteiriços". A decisão de interditar a entrada no espaço comunitário, proposta pela Comissão Europeia e 'antecipada' já na segunda-feira pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, foi confirmada pelos líderes dos 27, entre os quais o
primeiro-ministro António Costa, na segunda videoconferência de líderes da UE realizada no espaço de uma semana, após uma primeira celebrada no passado dia 10. Charles Michel adiantou que os líderes da UE voltam a reunir-se por videoconferência na próxima semana, ficando
sem efeito a cimeira presencial que estava agendada para 26 e 27 de março em Bruxelas. "Depois de cerca de três horas de videoconferência, a mensagem que queremos transmitir é que estamos unidos para enfrentar uma crise que é grave e excecional pela sua natureza e amplitude [...] Avançamos juntos, queremos progredir juntos e alcançar juntos o mesmo objetivo, que é fazer recuar esta ameaça, abrandar tanto quanto possível a propagação do vírus, razão pela qual todos os Estados-membros tomaram medidas muito fortes", declarou Charles Michel. O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença. O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais de 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos. A Itália com 2.503 mortos registados até à passada terça-feira (em 31.506 casos), a Espanha com 491 mortos (11.178 casos) e a França com 175 mortos (6.663 casos) são os países mais afetados na Europa. Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
OMS desaconselha “por enquanto” utilização de Ibuprofeno foto d.r.
A Organização Mundial de Saúde desaconselhou o uso de Ibuprofeno para tratar a infeção de covid-19, avança o Expresso. Questionado, esta terça-feira, sobre as declarações do ministro da Saúde francês, que defendeu recentemente que os doentes infetados com Covid-19 não devem tomar anti-inflamatórios, como o Ibuprofeno, uma vez que estes podem contribuir para “piorar a infeção”, Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, disse que a situação está a ser avaliada mas que, por enquanto, recomenda-se a utilização de paracetemol. “Não se automedi-
quem com Ibuprofeno. É importante não fazê-lo.” Se, no entanto, “algum doente tiver sido já prescrito com esse medicamento, cabe então ao seu médico avaliar a situação”, acrescentou. Na semana passada, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran afirmou, numa publicação no Twitter, que os doentes infetados com covid-19 não devem tomar anti-inflamatórios, como o Ibuprofeno, uma vez que estes podem contribuir para “piorar a infeção”. “Em caso de febre, tome paracetamol. Se já está a tomar medicamentos anti-inflamatórios ou se tem dúvidas, contacte o seu médico para receber aconselha-
mento”, disse também o ministro, com base num estudo divulgado dias antes pela revista “The Lancet”. A Direção-Geral da Saúde assegurou, posteriormente, que as notícias de que medicamentos como o Brufen potenciam a ação do Covid-19 “não têm fundamento” e serão desmentidas a nível europeu. “Não há qualquer prova ou evidência (...) de que potenciem a ação do vírus” e, por isso, essa informação “será desmentida a nível europeu, provavelmente na segunda-feira. “A DGS esteve reunida com o Infarmed e será feito um desmentido a nível europeu”, afirmou Graça Freitas, diretora-geral
da Saúde.
A situação está a ser avaliada, por enquanto é recomendado tomar paracetamol