POSTAL 1248 7AGO2020

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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

7 de agosto de 2020 1248 • €1,5

Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira

ANOS ANIVERSÁRIO

"Hotel Palácio" do Algarve abre portas A Pousada Palácio de Estoi foi alvo de uma ampla intervenção durante os meses de suspensão de atividade. O único "hotel palácio" do Algarve, que integra a exclusiva rede de Small Luxury Hotels of the World, revela-se agora em todo o seu esplendor para proporcionar uma experiência única no sul do país. P14

UAlg em série brasileira Sofia Graça Aranha mergulhou com as espécies mais perigosas, desde o tubarão-tigre, ao tubarão cabeça-chata e o tubarão branco. P4

postaldoalgarve

134.976

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As certezas e as incertezas dos estudantes

Verão algarvio a meio-gás

"Fecharam “os espaços de serviço ao público ainda antes de ser obrigatório”, diz a presidente da Associação de Estudantes da UAlg, ao

Está a faltar a "grande fatia" do Reino Unido. Depois do segundo fracasso diplomático, algarvios pressionam P3

POSTAL. As medidas chegaram logo no início da pandemia e, inevitavelmente, todos os eventos foram cancelados. A não realiza-

ção da Semana Académica "foi claramente uma perda ao nível da tradição”, refere. Sobre a próxima cerimónia da Bênção das Pastas há três

possíveis cenários. Quantas as aulas, não se sabe se serão totalmente presenciais, online ou mistas. Certezas? Há novos espaços. P13

software de gestão documental

Jornal inglês quer que Portugal seja incluído no corredor aéreo

P15 a 20

Portimão com projeto pioneiro nos resíduos A Câmara de Portimão está a levar a cabo um projeto piloto, que numa primeira fase se traduz na sensorização dos sistemas de gestão de resíduos urbanos, gestão hídrica e estacionamento, como fator essencial para a viabilidade da estratégia e orientações relacionadas com o conceito de ‘Smart City’, ou ‘Cidade Inteligente’. P9

Vem aí 20 espetáculos com lotação reduzida Entre a noite de estreia, com Diogo Piçarra, e a de encerramento, com Miguel Araújo, há humor, magia e muita música: da pop ao heavy-metal, hip-hop e espectáculos especiais em dueto e concertos de António Zambujo, Os Quatro e Meia, Pedro Abrunhosa, Sérgio Godinho, The Black Mamba e Xutos & Pontapés. P6

PETIÇÃO O jornal em língua inglesa com maior circulação em Portugal lançou uma petição pela

Intenet a pedir ao Governo britânico para reconsiderar e incluir Portugal no corredor aéreo

Homenagem post mortem a Marinho Pires

Nasceu em Angola e veio para Portugal na altura da Revolução de Abril (1974). Olhão foi a cidade que o acolheu. Era baixista dos Íris. O mar não será mais observado pelo artista, mas na memória de quem o ama ficarão as ondas que viram juntos. P21

com o Reino Unido. Cerca de 30 mil pessoas já assinaram. P8

A namorada algarvia de Camões Era a mais nova e mais bonita entre todas as donzelas que desfilavam nos paços da Ribeira. Foi ali, naquele salão, junto ao Tejo, que se cruzaram os olhares de Dª Francisca de Aragão e de Camões. Ele, o príncipe dos poetas e ela, uma algarvia acabada de chegar da sua terra natal. Foi um amor vibrante cantado em sonetos e redondilhas. Mas que não passou de uma paixão inconseguida! P17


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CADERNO ALGARVE

Postal, 7 de agosto de 2020

OPINIÃO

Publisher e Diretor: Henrique Dias Freire Diretora Executiva: Ana Pinto Redação, Administração e Serviços Comerciais: Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 320 900 comercialjornalpostal@gmail.com PUBLICIDADE E ASSINATURAS: Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com ONLINE: www.postal.pt FB POSTAL: facebook.com/postaldoalgarve FB CULTURA: facebook.com/cultura. sulpostaldoalgarve TWITTER: twitter.com/postaldoalgarve ISSUU: issuu.com/postaldoalgarve REDAÇÃO: Ana Pinto, Cristina Mendonça, Filipe Vilhena e Henrique Dias Freire Colaboradores: Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor) Colaboradores fotográficos e vídeo: Ana Pinto, Luís Silva, Miguel Pires e Rui Pimentel Design: Bruno Ferreira PROPRIEDADE DO TÍTULO: Henrique Manuel Dias Freire (mais de 5% do capital social) EDIÇÃO: POSTAL do ALGARVE - Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 - 8800-399 Tavira CONTRIBUINTE: nº 502 597 917 DEPÓSITO LEGAL: nº 20779/88 REGISTO DO TÍTULO: ERC nº 111 613 IMPRESSÃO: Lusoibéria, Av. da República, 6, 1º Esq. - 1050-191 Lisboa DISTRIBUIÇÃO:: Banca/Logista ao DISTRIBUIÇÃO sábado com o Expresso / VASP Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Estatuto editorial disponível: postal.pt/arquivo/2019-10-31-Quem-somos Tiragem desta edição:

12.119 exemplares

Beja Santos

Ana Amorim Dias

Paulo Geraldo

Assessor do Instituto do Consumidor e consultor do POSTAL

Escritora anamorimdias@gmail.com

Professor de Língua Portuguesa

SABER MAIS SOBRE DESINFETANTES EM TEMPOS DE COVID-19

HISTERICAMENTE ESTERILIZADOS...

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pandemia veio a suscitar, com caráter de permanência, a nossa atenção para medidas estritas de higiene e de desinfeção. A questão não é nova, recordo as preocupações, há poucos anos atrás, com o contágio da Gripe A; mas há também as chamadas de atenção para a prevenção das infeções e a alteração dos comportamentos no tratamento das pequenas lesões e dos ferimentos ligeiros. A situação não se confina somente às nossas casas, nos hospitais e outras instituições de saúde os antisséticos são muito usados porque existe o risco potencial da infeção nosocomial, havendo que a controlar com substâncias químicas que destruam ou inibam o crescimento desses meios de infeção. Veja-se como nas farmácias se desinfetam as superfícies, sobretudo as da área de atendimento, onde é maior o contato e onde os utentes têm maior possibilidade de se contagiar. Mas convém distinguir alguns conceitos. Limpar não é o mesmo que desinfetar e desinfetar não é o mesmo que esterilizar. De há muito que se sabe a importância de uma correta lavagem das mãos como o primeiro marco no controlo das infeções. Lavar é remover a sujidade, e a higienização das mãos é a medida mais importante para diminuir o risco de transmissão de uma infeção de uma pessoa para outra. Desinfetar permite destruir a maior parte dos microrganismos; os desinfetantes são substâncias suscetíveis de eliminar ou matar por ação direta os microrganismos indesejáveis ou de inativar os vírus. Tem toda a vantagem em conversar com o seu farmacêutico acerca da composição do produto que se vai utilizar, conhecer e respeitar a dose e saber como se manuseiam os desinfetantes de acordo com as circunstâncias, como, também, ter em conta que não se devem misturar antisséticos para o tratamento das mesmas feridas. Por último, temos a esterilização, que é a forma mais eficaz de destruir os microrganismos; recorre-se ao calor, às radiações ionizantes e a outros processos, mas este método não é recomendável para aquelas situações que têm a ver com os males ligeiros que são tratados com medicamentos ou produtos indicados pelo farmacêutico. No atual contexto da Covid-19, é imperiosa a participação de todos na contenção da pandemia. As mãos são dos mais importantes veículos de transmissão de micróbios, sejam eles bactérias, vírus, e outros causadores de doenças. Tocar com as mãos contaminadas no nariz, na boca ou nos olhos permite que o vírus entre no organismo indo causar a doença. É assim justificada a necessidade de manter mãos e superfícies limpas e desinfetas a todo o momento. Importa também destacar que, a par da desinfeção, faz todo o sentido manter a saúde e o bem-estar da pele, procurando na farmácia produtos menos agressivos e mais seguros.

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izem que a máscara ao pescoço é um perigo porque, quando nos volta ao rosto, pode trazer vírus que lá tenham ido parar. Se pensarmos bem, a menos que a usemos de maneira absolutamente descartável (ao bom estilo do “pequeno uso tem que implicar viagem direta para o balde do lixo”) ela será sempre um perigo, por contactar com a mala, com o bolso das calças, com as mãos, com o tampo da mesa ou as costas da cadeira. Dizem que morrem muitos, que morrem poucos, que todos seremos contagiados, e que a doença é quase inócua; dizem que todos anseiam pela vacina, que ela vem no outono, que será essencial, e que será um placebo com segundas intenções. Dizem tanta coisa contraditória e inconsistente que está tudo a ficar farto de tamanha fantochada. A sério que, no estado de desenvolvimento científico em que a humanidade se encontra, ainda não percebemos como se lida com esta coisa? Ou será que estamos apenas perante um global aproveitamento desta “deixa” para se caminhar a passos cada vez mais largos rumo à crescente tendência da super esterilização da humanidade? Cada vez mais as populações estão a ser compostas por assépticas florzinhas de estufa que, ao primeiro contacto com ambientes naturais e comuns, entram em choque potencialmente letal. “Não coloque qualquer tipo de alface no hamburguer da minha mulher!”, ouvi no outro dia, na esplanada da praia: “olhe que se ela comer qualquer tipo de verdura pode morrer!” Morrendo ia eu, engasgada com o meu wrap e com tamanho dramatismo. E é a isto que estamos entregues: à morte da normalidade às mãos das paranóias extremistas e teorias de conspiração viral e bacteriológica.

E nem estou a afirmar que a doença causada por este vírus, como tantas

TAMBÉM A LAGARTA

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ambém a lagarta, um dia, compreendeu que tinha de se encerrar. Parecia inevitável: havia uma força que estava em todo o lado e crescia também, fibra a fibra, por dentro dela. Todas as outras lagartas estavam a fazer a mesma coisa. Ela mesma construiu o seu casulo, sem vontade, lentamente. Era o fim. Ia perder tudo: aqueles festins de folhas tenras, o orvalho e as brisas, as longas caminhadas de uma extremidade do ramo até à outra. E havia algo de raiva nos gestos com que, fio após fio, se amortalhava. Ia morrer. Mas era tão nova ainda! Nem sabia o que era a morte: não chegara a ter tempo para pensar nisso. E foi de repente que aquilo sucedeu. Nunca chegaria a saber como adormecera nem durante quanto tempo dormira. Sempre seria incapaz de compreender as forças que, misteriosamente, tinham atuado nela, com lentidão criadora, durante aquela estranha temporada. Enquanto ali esteve, imóvel e silenciosa, aconteceram-lhe duas coisas: um sonho encantador e um pesadelo. Em ambos, aquela estranha situação tinha um final, e ela voltava a viver. O primeiro era um daqueles sonhos surpreendentes que fazem perder o desejo de voltar à realidade. Parecia ficção científica: abria os olhos, saía para fora do casulo e não se reconhecia a si mesma: tinha asas, como as aves, e, quando crescesse, viria a ser capaz de se elevar no ar; tinha cores no seu corpo, de tal forma que chegaria a ser semelhante a uma flor voadora.

Poderia olhar de cima para baixo aqueles lugares por onde anteriormente rastejava...

vindas de tantas origens diferentes, não seja algo de que nos devemos proteger individual e colectivamente.

Apenas me parece, quando penso um pouco nisto, que a história do covid 19 veio acelerar e acentuar dramaticamente a já forte tendência que existia de caminharmos a larguíssimos passos para um mundo todo esterilizadinho; um mundo totalmente asséptico, desinfectado, embrulhado em mil regras protecionistas que não nos protegem grande coisa; que, pelo contrário, nos estão a tornar frágeis como nunca antes fomos, e incapazes de criar defesas por vivermos em redomas.

E tornara-se fértil, pelo que a vida ganhava também um propósito e, com ele, um sentido. Porque a realização de qualquer ser está associada inevitavelmente à sua utilidade para o mundo. Conhecia, afinal, aquilo que nenhuma lagarta poderia saber enquanto não se transformasse em borboleta: que não se vem ao mundo para encher o estômago de folhas tenras; que a felicidade não está lá atrás; que quando se perde é para ganhar e quando se morre é para viver; que aquilo que se deixa lá em baixo não faz falta quando se ganham asas. O segundo, o pesadelo, consistiu apenas em que tudo voltava ao estado anterior - e não vale a pena falar muito dele. Era sair do casulo e recomeçar a lagartar. Como se um casulo não servisse para nada; como se não houvesse, desde o princípio de tudo, uma borboleta no sonho de cada lagarta.


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REGIÃO

Empresários decidiram fazer um vídeo para promover a acção FOTOS D.R.

João Fernandes mostra-se expectante com o turismo nacional

Boris recebe t-shirt com a palavra ‘Algarve’ FILIPE VILHENA / HENRIQUE DIAS FREIRE

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ortugal foi excluído do corredor turístico do Reino Unido, pela primeira vez, a 3 de julho. A decisão foi reforçada com a divulgação da lista britânica, já no dia 24 do mesmo mês. O principal fator para o afastamento do nosso país é a incidência relativamente elevada de casos de covid-19, principalmente na região da grande Lisboa. O número de casos por 100 mil habitantes – fator também crucial na decisão – continua também a ser elevado, o que faz com que as viagens para Portugal não sejam aconselhadas. O Algarve será uma das zonas mais afetadas pela decisão e prevê-se um espectro de desemprego. O mercado britânico tem uma dimensão representativa de três milhões de receitas em Portugal, principalmente na região algarvia, com um terço (cerca de seis milhões) dos turistas. Os empresários algarvios tentam agora perceber como os fundos europeus serão aplicados no setor, que já começou a dar sinais de crise. O Governo hesita nas respostas e a solução pode chegar tarde demais para alguns. João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), conta em entrevista ao POSTAL que “têm sido meses bastante difíceis, como apontam os dados da procura ou do crescimento do desemprego”. O condicionamento do Reino Unido e da Irlanda, sendo mercados importantes para Portugal e com “peso relativo” estão a ter “o seu impacto”, continua João Fernandes. As perspectivas podem inverter-se no “último quadrimestre

[do ano], onde se espera que haja um indicador favorável de casos por 100 mil habitantes”. O presidente da RTA afirma que “analisando a segurança sanitária do país por outros indicadores, temos um retrato positivo. O indicador [dos casos covid-19 por 100 mil habitantes] não nos favorece”.

“O Algarve tem vindo a recuperar alguma procura nacional” João Fernandes João Fernandes fala ainda da região e do crescimento do mercado nacional: “O Algarve tem vindo a recuperar alguma procura nacional, espanhola e alguns mercados para os quais conseguimos reatar ligações áreas. Estamos ligados a três cidades europeias. Alguns desses mercados como França, Holanda e a Alemanha, estão a ter boas taxas de ocupações dos aviões”. Os portugueses são responsáveis por 37% das dormidas em hotelaria (segundo os dados de 2019) e são “claramente um mercado expressivo em agosto”, afirma o presidente da RTA, salvaguardando que a situação do turismo vai demorar “algum tempo” até voltar ao “normal”, mas que estes são indicadores positivos. O POSTAL questionou João Fernandes acerca da iniciativa de um grupo de empresários, que ofereceu uma t-shirt a Boris Johnson com a palavra “Algarve”, para alertar para as consequências do fecho do corredor turístico para o nosso país. O responsável pela RTA afirmou que “não vou comentar isso, independentemente da li-

berdade de cada um, não posso entrar nessa discussão enquanto representante do Turismo do Algarve”. A ideia dos dois amigos surgiu depois de uma reunião de negócios, onde Filipe Pimenta, em conversa com alguns dos seus colegas da TXIRTE, chegou à conclusão de que seria ótimo mandar uma t-shirt a Boris Johnson. Imediatamente, após a ideia, o empresário pensou na criação de um vídeo e assim entrou Guilherme Costa. A t-shirt já existe desde 2018 e o contacto com Boris Johnson não foi fácil. Filipe Pimenta pesquisou na internet como se mandam cartas a “personalidades” e, por sorte, encontrou um exemplo precisamente com o nome do primeiro-ministro britânico. Para além da pren-

da e do vídeo, enviaram uma mensagem que dizia, essencialmente: “Apesar de acharmos injusta a decisão, continuamos ‘amigos’”. O objetivo era alertar o representante do Reino Unido para o fecho do corredor turístico, enquanto se fazia uma promoção à marca. Em uma semana, o desafio estava a ser colocado em prática. Contudo, os amigos não queriam “parecer arrogantes” ou dar a entender que a atitude era um “suplício”, o que foi para ambos o verdadeiro desafio. A ideia inicial seria assim dar voz aos empresários, uma vez que as autoridades não atuaram em conformidade para reverter a situação com o Reino Unido, afirma Filipe Pimenta. O responsável pela TXIRTE afirma que “é um descontentamento

com os nossos [portugueses] e com os ingleses, pela situação injusta”.

“O português é proativo, mas não é reativo” Guilherme Costa Na opinião de Guilherme Costa, o “português é proativo, mas não é reativo. Nesta questão vemos isso em termos da diplomacia. O Reino Unido representa uma grande fatia [no turismo], principalmente na região do Algarve”. Destaca o diretor de Marketing da ConforHoteis (Albufeira), que a situação é “problemática” e

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deve ser feita com delicadeza. Para ambos, o cenário pode ainda piorar. “Como pequenos empresários, temos de o fazer. Se não o fizermos vamos estar à espera da ‘onda gigante’”, afirma Filipe Pimenta. “Nós que dependemos do turismo, queríamos tê-los cá. Mas talvez já seja tarde demais”, defende o diretor de marketing. “As férias de muitas pessoas já estão marcadas e a perda vai mesmo acontecer”, conclui. A t-shirt já foi entregue e os amigos esperam ver Boris Johnson com a palavra “Algarve” ao peito. Enquanto isso, no coração dos britânicos Portugal não será um destino a visitar em 2020. O turismo nacional parece ser a “solução” para uma parte dos problemas económicos do país.


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REGIÃO

Bióloga da UAlg mergulha com espécies ameaçadas de extinção para série brasileira Sofia Graça Aranha mergulhou com espécies muito perigosas, desde o tubarão-tigre, ao tubarão cabeça-chata e o tubarão branco FOTO D.R.

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ma série de 14 episódios estreou recentemente no Brasil, conduzida por Sofia Graça Aranha, aluna do Doutoramento em Ciências do Mar da Universidade do Algarve, e promete revolucionar o modo como olhamos para os animais marinhos. Se, como afirma Sofia Graça Aranha “o Ser Humano é a verdadeira ameaça para a vida que habita o nosso planeta e os predadores, como os grandes tubarões, são apenas ameaçados”, a bióloga da UAlg avança com um formato televisivo que pretende aproximar o público destes animais, questionando-o sobre quem é, afinal, o verdadeiro predador. Ao mergulhar com tubarões e outras espécies marinhas, num ambiente de tensão, mas também de beleza e calmaria, Sofia Aranha tem como objetivo formar públicos - passando informações relevantes sobre estas espécies de forma lúdica e leve – e despertando-os para a temática ambiental, uma vez que, como assegura, a conservação da natureza depende da mudança de hábitos dos humanos. “Hoje, mais do que nunca, temos uma urgência em tomar atitudes para reverter danos e impactos que causamos durante décadas e até mesmo séculos

de negligência ambiental. Se até há pouco tempo atrás se acreditava que os recursos marinhos eram infinitos, hoje sabe-se que muitos estoques estão completamente esgotados e muitos estão ameaçados”, afirma a bióloga. Planeado e gravado durante o seu mestrado na Universidade do Algarve, o programa “Ameaçados” retrata a importância destas espécies para o equilíbrio dos ecossistemas, colocando a nu o impacto da ação humana e da sobrepesca. “Infelizmente as medidas de proteção que são impostas a estes frágeis animais, ainda não impedem que eles sejam apanhados nas artes de pesca e muitos deles não sobrevivem mesmo após serem rejeitados. Queremos saber qual a condição destes animais quando vêm a bordo e quais as ações que devemos tomar para diminuir a sua captura e aumentar as suas chances de sobrevivência”, conta a aluna da UAlg. Para isso Sofia Graça Aranha mergulhou com as espécies mais perigosas, desde o tubarão-tigre, ao tubarão cabeça-chata e o tubarão branco. Gravado em cinco países, ao longo do ano de 2017, “Ameaçados” é exibido todas as terças-feiras, pelas 22 horas, no canal brasileiro Off. Os episódios já exibidos encontram-se disponíveis através do Globosat Play.

Verão mais seguro em Albufeira com reforço de medidas Durante os meses de agosto e setembro, o Município de Albufeira, através do Serviço Municipal de Proteção Civil, realiza várias ações de infor-

mação e sensibilização nas 25 praias do concelho sobre as regras de prevenção para a Covid-19, bem como sobre o perigo das arribas, numa

campanha intitulada “Albufeira Praias Seguras – Safe Beach For You, for all of us”. A informação é disponibilizada aos banhistas, diariamente

42 ANOS

(das 10 às 13 e das 15 às 18 horas) no Posto de Informação da Praia dos Pescadores e é levada às restantes praias, em dias previamente agendados, das 9:30 às 11:30, com recurso a uma tenda itinerante. Durante o mês de agosto vai passar pelas seguintes zonas balneares: Olhos de Água (7), Maria Luísa (11), Santa Eulália (14), Oura e Aveiros (18), Inatel e Alemães (21), Salgados (25) e São Rafael e Arrifes (289. A iniciativa termina dia 1 de setembro na praia das Belharucas. O presidente da Câmara de Albufeira diz que a campanha visa "sensibilizar os banhistas para a importância de uma atitude preventiva, chamando a atenção para que se evitem comportamentos que coloquem em causa a saúde e a segurança de todos".

Turistas e residentes "podem gozar da beleza das nossas praias em condições de total segurança" José Carlos Rolo sublinha que a autarquia, juntamente com os concessionários e as restantes entidades com responsabilidades na orla costeira, prepararam tudo para que “nesta época balnear atípica”, residentes e turistas possam gozar da beleza das nossas praias em condições de total segurança. “Disponibilizamos informação em português e inglês sobre a utilização das zonas balneares e os deveres dos banhistas, colocámos mastros com bandeiras que indicam a ocupação das praias, disponibilizámos álcool gel, procedemos à marcação de circuitos de circulação de sentido único, adquirimos mais equipamentos para limpeza do

areal e aumentámos a sinalética. Paralelamente, reforçámos os mecanismos de segurança dos banhistas, numa iniciativa em parceria com a ANSA – Associação de Nadadores Salvadores de Albufeira, suportada por uma embarcação e uma viatura 4x4, que garante a assistência em praias não concessionadas, tendo para o efeito sido criado um número de emergência: 915 951 936, que torna todo o processo mais célere. Para além disso, aumentámos a vigilância e a fiscalização em todas as praias, mais uma vez, em parceria com a ANSA e com o ISN – Instituto de Socorros a Náufragos”, destaca o autarca. A campanha de sensibilização aos banhistas arrancou a 6 de junho, início da época balnear em Albufeira, estando agora a decorrer de forma mais visível e concertada com ações em todas as praias do concelho.


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Escultura "Voo" vai embelezar Jardim das Comunidades em Almancil

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inauguração da obra "Voo", da autoria do escultor romeno Stefan Radu Cretu, vai ter lugar no próximo sábado, pelas 19 horas, no Jardim das Comunidades, em Almancil. O arranjo escultórico que vai embelezar o coração da vila de Almancil é uma reinterpretação moderna do famoso “Pássaro no espaço” de Constantin Brancusi, o mais conceituado escultor romeno do século XX. As obras do artista Stefan Radu Cretu são enigmas para o intelecto. Construídas com base em princípios físicos fáceis de decifrar, preservam uma dose de obscuridade que intriga e convida a múltiplas interpretações. "Trata-se de uma instalação que aborda o tema mitológico da ave de fogo e que alude propositadamente à ‘Maiastra’ de Constantin Brancusi,

pela sua estilização e abstração. Por ser um tema interpretável e com versões semelhantes em muitas culturas, o pássaro Fénix é associado ao Sol, contudo aparece sempre de maneira diferente, em várias formas, nuances de cor e tamanhos, de tal modo que a sua imagem permanece sempre enigmática. ‘Voo’ (Cinnyris geométrica) torna-se dessa forma um esboço tridimensional, uma ficção visual na qual o fogo do renascimento é substituído por uma luz estroboscópica com efeito onírico ao escurecer. A forma do pássaro é enquadrada por um desenho tridimensional que simula um origami, realçando desse modo a silhueta do protótipo, não desenvolvida, como um ato de reformação", explica o autor da escultura. A obra já pôde ser apreciada anteriormente em duas exibições de sucesso em Portugal, no Parque Marechal Carmona

no centro de Cascais (2018) e no jardim do Centro Cultural de Redondo (2019). Stefan Radu Cretu licenciou-se pela Universidade de Artes de Cluj, Departamento de Cerâmica, Vidro e Metal. Entre as suas exposições mais importantes estão: International Kinetic Art Exhibit and Symposium, Boynton Beach Florida USA (grupo, em 2017; 2Possible Evolution, Victoria Art Center, Bucareste (individual), em 2017; Resolução sobre uma capital cultural, Galeria Calina Timisoara (grupo), em 2016; A Idade da Pedra da Tecnologia Emocional, Calina Gallery, Timisoara (individual), em 2015; Transformation, Museu Beelden aan Zee, Haia, Holanda (grupo), em 2014; Oestridae Dominant, Projeto 1990, Piata Presei Libere, Bucareste (individual), em 2013; Paratarrasius hibridus, 418 Gallery, Bucareste (individual), em 2013. A inauguração da obra resulta de uma

A obra é da autoria do escultor romeno Stefan Radu Cretu parceria entre o Instituto Cultural Romeno, Embaixada da Roménia na República Portuguesa, Câmara Municipal

FOTO D.R.

de Loulé, Junta de Freguesia de Almancil e DOINA - Associação de Imigrantes Romenos e Moldavos no Algarve.


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REGIÃO

"Noites F" celebram o Festival F em 20 espetáculos com lotação reduzida

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e 13 de Agosto a 13 de Setembro, o Largo da Sé, na Vila Adentro, em Faro, recebe as Noites F, uma celebração do Festival F em 20 espetáculos de #música, #humor e #magia, com lotação reduzida e respeitando todas as normas impostas pela Direção Geral de Saúde (DGS), anunciou hoje o município. Entre a noite de estreia, com Diogo Piçarra, e a de encerramento, com Miguel Araújo, há humor com César Mourão, Herman José e Salvador Martinha; magia com Luis de Matos; e muita música: da pop de Aurea, Agir, D.A.M.A e Fernando Daniel, ao heavy-metal dos Moonspell ou o hip-hop de Piruka, passando pelos espectáculos especiais, em dueto, de Tiago Nacarato & Bárbara Tinoco e de Carolina Deslandes & Jimmy P, até aos concertos de António Zambujo, Os Quatro e Meia, ZZZ pág. ## Pedro Abrunhosa, Sérgio Godinho, The Black Mamba e Xutos & Pontapés, estas 20 Noites F comemoram o reencontro entre o público e os artistas, com os olhos Farmácias de Serviço postos no F de Futuro. SEXTA SÁBADO "Na impossibilidade de em 2020 realizar o ALBUFEIRA do Mar Alves Sousa Festival F, que nos últimos anos tem vindo ARMAÇÃO DE PÊRA a consolidar a missão de revelar algunsSousa Coelho FARO talentos da músicaPalma novos portuguesa eMontepio consagrar outros tantos artistas em as-Vieira Vieira LAGOA censão, Ribeiroum cartazLacobrigense LAGOS as Noites F apresentam eclético, inspirado na linhaChagas de programa-Pinto LOULÉ ção dos vários palcos que habitualmente Hygia Hygia MONCHIQUE integram o festival, mantendo e respeiBrito Rocha OLHÃO tando a sua diversidade e abrangência", Amparo Arade PORTIMÃO salienta a autarquia. Mª Paula QUARTEIRA Os espectáculos têm sempre início àsMiguel 22h00 e os bilhetes estarão à venda na SÃO BART. DE MESSINES Blueticket e nos locais habituais. Dias Neves São Brás SÃO BRÁS DE ALPORTEL Nas Noites F, os 20 espectáculos que Guerreiro SILVES simbolicamente celebram o Festival F, Sousa Montepio TAVIRA decorrerão apenas no Largo Da Sé. VILA REAL de STº ANTÓNIO

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Forum Algarve recebe três distinções O Forum Algarve recebeu recentemente a distinção Five Stars Safe Spot, resultado da renovação, pelo segundo ano consecutivo, do Prémio Cinco Estrelas Regiões na categoria “Centros Comerciais”, e depois de ter sido distinguido pela Bureau Verittas com o selo Global Safe Site, que cerifica que o Forum Algarve se encontra em conformidade com os requisitos do Manual Selo Global Safe Site, elaborado com base nas orientações da DGS e na recomendações da OMS relativas

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ao Covid-19. A distinção Prémio Cinco Estrelas e Five Stars Safe Spot resulta de uma das mais completas avaliações de satisfação do consumidor com a oferta a nível regional e surge numa altura em que o centro anunciou um novo horário de funcionamento - até 13 de setembro, aberto diariamente das 10 às 23 horas. O prémio Five Stars Safe Spoté atribuído aos espaços que conquistam, com máxima pontuação, as distinções Cinco

Estrelase Global Safe Sitepela Saber que ano após ano renovaCOOPERATIVA AGRICOLA DOS PRODUTORES Bureau Verittas, sendo atribuí- mos a confiança com quem nos DE AZEITE CATARINA das, no primeiro caso com baseDE SANTA visita e continuamos a ser o seu na indicação espontânea dos espaço de eleição na região é consumidores e, no segundo, motivo de grande orgulho, mas através de uma avaliação rigo- também de responsabilidade. rosa quanto ao cumprimento As distinções alcançadas são o dasDe normas sanitárias e conreflexo de um e acordo com o disposto no Parágrafo segundo do trabalho art. 23º, eárduo no Parágrafo segundo do art. 25º dos Estatutos Cooperativa Produtores tributo do centro comercial no dacontínuo de Agrícola toda a dos equipa, no de Azeiteda desituação Santa Catarina da Fonte dosentido Bispo, CRL, convoco os seus associados âmbito de pandede salvaguardar o nosso a reunirem-se em Assembleia Geral, em sessão ordinária, no dia 02 de Abril de mia2016, COVID19. maior objetivo: proporcionar as pelas 14 horas na sua sede e com a seguinte ordem de trabalhos: Para Sérgio Santos, diretor melhores condições de visita e do Forum Algarve “esta de tripla 1º- Aprovação de Contas 2015; segurança para todos aqueles distinção surge numa altura es- que nos visitam e para todos 2º- Aprovação do parecer do Concelho Fiscal; pecialmente importante, face os colaboradores do Forum 3º - Outros Assuntos; ao cenário ímpar que vivemos. Algarve”.

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA

Se à hora marcada não estiver presente o número legal de sócios, a Assembleia Geral reunirá uma hora depois, em segunda convocatória, no mesmo local e com a mesma ordem de trabalhos, podendo deliberar com qualquer número de associados.


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REGIÃO

Nelson Conceição conquista prémio nos International Portuguese Music Awards

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acordeonista e compositor algarvio Nelson Conceição venceu o prémio International Portuguese Music Awards, na categoria “Best Instrumental Performance”, com o tema “Mister Machado” da sua autoria, dedicado ao seu primeiro professor de acordeão, o professor Joaquim Machado. Para além do tema “Mister Machado”, Nelson Conceição também estava nomeado na categoria Best Traditional Performance com o tema “Charolesca”, dedicado à tradição das Charolas de Bordeira que o próprio considera “o seu berço da música”.

Inicialmente, a cerimónia de entrega dos prémios estava prevista para o dia 25 de abril com apresentação de Daniela Ruah, mas devido à pandemia, realizou-se no dia 2 de agosto, contou com a participação de João Pedro Pais, Áurea, Pedro Abrunhosa, Miguel Ângelo, Carlão, entre outros, e foi apresentada por Sónia Araújo. Segundo Nelson Conceição, as nomeações já tinham sido um reconhecimento muito gratificante do seu disco “’Descobrindo-me’, um disco que retrata um pouco da minha vida importando por isso partilhar todos os reconhecimentos com todos os intervenientes do disco, especialmente os músicos: Cristina Paulo, João Pedro

O tema vencedor é dedicado ao seu primeiro professor de acordeão, o professor Joaquim Machado FOTO D.R.

Cunha, Luís Henrique, Ivo Martins, Cláudio Sousa, Ricardo Martins e Paulo Machado”. Na recepção do prémio, Nelson Conceição fez questão de dedica-lo à sua família, amigos e todos aqueles que o têm acompanhado e aplaudido ao longo da sua vida, não esquecendo os seus mestres e a sua terra Bordeira e respetivos antepassados que tanto o inspiram. O acordeonista agradeceu os apoios da Junta Freguesia de Santa Bárbara de Nexe, Associação Mito Algarvio, Beltuna Portugal e, sobretudo, à Câmara de Loulé e a Dália Paulo pela parceria e impulso que deram para que o disco surgisse.

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REGIÃO

Petição para Reino Unido incluir Portugal no corredor aéreo com 30 mil assinaturas

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The Portugal News pede ao Governo britânico, liderado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, para alterar a sua posição de obrigar os passageiros de voos com origem em Portugal a uma quarentena de 14 dias, devido à pandemia de covid-19, quando chegam ao seu território e “abrir uma ponte aérea” entre os dois países. A petição, disponível através do endereço de Internet https://www.

change.org/p/boris-johnson-give-portugal-an-air-bridge, considera que Portugal ficou de fora da lista de países a partir dos quais os passageiros podem entrar livremente no Reino Unido por um “surto isolado na área de Lisboa” e regista “mais casos como resultado da realização de mais testes” do que outros países da União Europeia. “Assim é inevitável que se registem mais casos de infeção do que em países como Itália ou Espanha, por

exemplo, que não testam tanto”, argumentou, sublinhando que estão em causa “duas medidas”, porque também se registam surtos em Espanha, Alemanha ou no próprio Reino Unido. A petição defende que Portugal teve uma “boa gestão” da pandemia Covid-19, enquanto ouros países tiveram um maior número de mortes por milhão de habitantes, como a Espanha, a França e a Itália, e ficaram fora da lista de países obrigados a quarentena. Apontou também a possibilidade de

O Presidente da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estevão felicita o jornal POSTAL do ALGARVE pelo o seu XXXIII Aniversário, sempre ao serviço da boa informação, e faz votos de continuação do bom trabalho O Presidente da União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estevão José Liberto da Conceição da Graça

os turistas britânicos contornarem a imposição de quarentena viajando para Portugal através de um terceiro país não sujeito a essa restrição, dificultando uma eventual necessidade de identificar contactos e estabelecer confinamentos. A petição refere ainda que a decisão de não incluir Portugal no corredor aéreo com o Reino Unido “foi política e nada mais” e “está impregnada de dualidade de critérios”. Por isso, a autora da petição pede às pessoas para assinarem a petição e

fazerem “pressão” junto do Governo britânico para que Portugal deixe de estar incluído na lista de países de origem cujos passageiros têm de fazer quarentena de 14 dias à chegada ao Reino Unido. Às 18:00, a petição já tinha subscrita por 28.225 pessoas e pedia “ajuda para chegar a 35.000” em breve. A 24 de julho, o Reino Unido manteve Portugal fora do corredor aéreo que dispensa quarentena no regresso ao país devido à pandemia de covid-19, reiterando as restrições que tinha imposto pela primeira vez no início do mês. Na decisão de 24 de julho, o Reino Unido anunciou que Portugal continuava de fora dos corredores de viagens que isentam os passageiros de quarentena na chegada ao Reino Unido, que passavam a contar com mais cinco países. Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia e as ilhas de St. Vincent, nas Caraíbas, foram acrescentados à lista pelo ministério dos Transportes britânico, na sequência de uma avaliação dos riscos de infeção com covid-19 feita pelo Governo britânico, que produziu efeitos a 28 de julho. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 1.739 pessoas das 51.681 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

O Presidente da União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta Manuel Carlos, felicita a direção e toda a equipa do POSTAL do ALGARVE pelo o seu XXXIII Aniversário, desejando que continue com o excelente trabalho informativo que tem vindo a desenvolver sobre o Algarve, e fazendo votos de muito sucesso no futuro. O Presidente da União das Freguesias de Moncarapacho e Fuseta Manuel Carlos Teodoro de Sousa


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AMBIENTE

Gestão dos resíduos urbanos com tecnologia inovadora

O projecto piloto abre portas para a transformação digital no concelho

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Câmara de Portimão está a levar a cabo um projeto piloto, que numa primeira fase se traduz na sensorização dos sistemas de gestão de resíduos urbanos, gestão hídrica e estacionamento, como fator essencial para a viabilidade da estratégia e orientações relacionadas com o conceito de ‘Smart City’, ou ‘Cidade Inteligente’. Em parceria com a empresa municipal EMARP, vão ser aplicados sensores “nos contentores e na frota de recolha de resíduos, potencializando a criação de rotas dinâmicas com base na capacidade do contentor, o que se reflete numa redução de custos imediata ao

nível de desgaste de veículos e consumo de combustível”, e para o efeito, já foi instalada “uma antena no topo do edifício dos Paços do Concelho”, explica a autarquia portimonense em comunicado. O projeto tem como objetivo principal a validação da tecnologia LoraWAN – Long Range Wide Area Network, permitindo a ligação de sensores à rede do município, bem como a gestão eficiente de baterias para grande duração e propagação de sinal, recorrendo à modulação Long Range (LoRa). Esta é uma tecnologia inovadora e em crescimento exponencial no mercado, devido à sua facilidade de implementação e gestão, a que se alia a respetiva a autonomia e durabilidade.

Projeto TransforMAR em Armação de Pêra O Município de Silves associou-se a mais uma edição do projeto TransforMAR em parceria com o Lidl. A iniciativa tem a duração de um ano, iniciou-se em julho e decorre até agosto em 15 praias do país, com a presença de um cubo de grande dimensão destinado à deposição de plástico e metal que será, futuramente, convertido num valor monetário devolvido à comunidade através da atribuição de um donativo a IPSS locais. O projeto desafia os veraneantes e comunidade local a colocar os seus resíduos plásticos e de metal num depósito próprio, com o compromisso de os transformar num benefício direto para a comunidade,

evitando que o seu destino final seja o mar. Ao mesmo tempo, promove um repensar dos comportamentos através da recuperação, reutilização, reciclagem e redução do desperdício de materiais plásticos. O Município de Silves convida “toda a população e banhistas a associarem-se a este projeto através da colocação de plástico e metal no cubo TransforMAR localizado no Parque Urbano Nascente em Armação de Pêra (parque verde localizado na margem direita da Ribeira de Alcantarilha), junto à zona de estacionamento; promovendo, assim, praias mais limpas e dando um novo valor aos materiais recicláveis”.

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Uma vez que o conceito de “Cidade Inteligente” representa o presente da governação autárquica, impondo desafios constantes em todos os domínios da gestão, o Município de Portimão diz-se “empenhado em apostar nas soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida de quem reside, visita ou trabalha no concelho, assumindo a sua responsabilidade social e ambiental”. Esta aposta teve como mote "a colocação da tecnologia ao serviço das populações, utilizando-a como um instrumento para ajudar a melhorar a gestão da cidade, o que permite o aumento da segurança e otimização de recursos humanos e físicos, através da definição de políticas que visam

promover a redução de custos". Trata-se de um caminho a percorrer com várias etapas, de acordo com as áreas prioritárias a intervir, estando deste modo abertas as portas para a transformação digital no Município de Portimão. Ao nível de investimento, está previsto que "a implementação de uma solução que se enquadre nestes objetivos possa ser estruturada em três fases, a saber: criação da infraestrutura de rede de comunicações, garantindo a cobertura total do concelho; instalação de sensores para os diferentes verticais; e implementação de uma plataforma transversal aos diferentes verticais, para uma visão holística de todas as áreas e correlação de dados", conclui.

Mais três novos oleões A União das Freguesias de Faro reforçou o número de oleões na cidade através da empresa Reciclimpa, entidade que recolhe os óleos alimentares usados. Assim, foram colocados os primeiros três reforços destes equipamentos, na Rua Filipe Ferrer (Vale da Amoreira), Rua José Pedro de Almeida (Bom João) e Rotunda do Hospital (Penha) estando previsto que nos próximos meses esta rede de recolha de Óleos Alimentares Usados (OAU) continue a ser reforçada de forma a servir o maior número de famílias possível. De acordo com Bruno Lage, presidente da União das Freguesias de Faro, “os óleos alimentares usados são resíduos que resultam da fritura de alimentos quer em restaurantes quer nos lares familiares. Devido à quantidade produzida e ao elevado potencial de contaminação dos recursos hídricos, é fundamental a separação e encaminhamento adequado deste resíduo, coisa que muitas famílias farenses estavam incapacitadas de o fazer devido à não existência dos oleões que servissem algumas das zonas de maior densidade populacional”. Conforme explica a união de

freguesias, "um litro de óleo é suficiente para poluir cerca de um milhão de litros de água, pelo que o esgoto nunca deve ser o destino a dar ao óleo alimentar usado, até porque, para além da contaminação dos percursos de água, os OAU deterioram as canalizações e podem danificar os equipamentos das ETARs". Os cidadãos ao colocarem os óleos usados nos oleões, para além de evitarem a poluição dos percursos de água estão a permitir o aproveitamento desta matéria-prima, dado que o OAU possui um elevado potencial de recuperação, para a produção de sabão ou de biodiesel. Neste último caso, cerca de 1.000 litros de óleos alimentares usados permitem produzir entre 920 e 980 litros de biodiesel, cujos índices de emissão de dióxido de carbono podem chegar a menos de 80% dos do gasóleo. "No oleão só deve ser colocado óleo de origem alimentar (pode ser óleo de fritura, azeites, óleos de conservas) e nunca óleo lubrificante de motores (de origem mineral ou sintético). Esses óleos devem ser encaminhados através de oficinas para destinos adequados", destaca a união de freguesias.


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SAÚDE

Unidade de saúde móvel chega a Aljezur A unidade de saúde móvel vai reduzir desigualdades e promover a inclusão social FOTO D.R.

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ljezur já tem ao dispor da população uma unidade de saúde móvel de proximidade. Esta unidade é uma das 10 candidatadas ao Programa Operacional (PO) CRESC Algarve 2020, numa parceria entre 10 municípios algarvios e a ARS Algarve, com o apoio da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL). Segundo a Câmara de Aljezur, “cada unidade de saúde móvel é propriedade da respetiva autarquia municipal, que é o beneficiário financeiro do apoio comunitário”. Através de acordos de cooperação e de outros instrumentos de gestão, “o

projeto contempla a articulação entre a Administração Regional de Saúde do Algarve, I. P. e cada uma das dez câmaras municipais”. A ARS Algarve assegura os profissionais de saúde e os materiais de consumo clínico e cada câmara municipal assegura toda a operacionalidade da unidade de saúde móvel, incluindo de profissional que a conduz. As dez unidades de saúde móveis de proximidade estão equipadas para realização de atos de diagnóstico e vigilância e podem ser utilizadas por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde dos cuidados de

saúde primários do Serviço Nacional de Saúde, para complementar a oferta das unidades funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Algarve (Barlavento, Central e Sotavento), contam ainda com o apoio de outros profissionais assegurados pelas respetivas câmaras municipais.

Equipamento vai permitir acesso aos cuidados de saúde primários O principal objetivo é diminuir “a assimetria verificada no acesso dos utentes aos cuidados de saúde primários, assegurando nos territórios

rurais e de baixa densidade uma cobertura adequada”, destaca a autarquia de Aljezur em comunicado. A unidade se saúde vai contribuir para reduzir “a probabilidade de populações envelhecidas e isoladas daquelas zonas do Algarve, não serem seguidas regularmente ou de forma programada”. O investimento qualifica a rede de equipamentos de saúde existente, adaptando-a à nova realidade, reduzindo desigualdades e promovendo a inclusão social, matéria em que as autarquias apostam todos os dias, num esforço constante para que os territórios de baixa densidade não

percam as respostas dos serviços desconcentrados do Estado. O investimento foi candidatado ao Programa Operacional (PO) CRESC Algarve 2020 pela Administração Regional de Saúde do Algarve, I. P. (beneficiária líder mas não financeira), em duas fases sendo beneficiários financeiros na primeira fase, as câmaras municipais de Alcoutim, Aljezur, Loulé, Monchique, São Brás de Alportel, Silves e Tavira e na segunda fase as câmaras municipais de Albufeira, Castro Marim e Portimão. O investimento foi realizado em 2017 e 2018, conjuntamente para as duas fases.

Dispensadores urbanos de gel desinfetante em vários locais

Os dispensadores são acionados através de pedal, não sendo necessário manipulá-los FOTO D.R.

O Município de Faro procedeu à instalação de 40 dispensadores urbanos de gel desinfetante em vários locais públicos da cidade e ilhas para que os cidadãos possam higienizar as suas mãos em segurança. A autarquia procedeu à colocação dos equipamentos junto a escolas, jardins e terminais de transportes públicos, segundo informa em comunicado. “Os dispensadores são acionados através de pedal, não sendo necessário manipulá-los e cada um tem capacidade para 10 litros de desinfetante, com reservatório de 5 litros para escoamento de excedente de utilização. Serão reabastecidos, regularmente, pela autarquia, tendo em conta que esta é uma das recomendações e práticas a adotar com melhores re-

sultados para contenção do surto de Covid-19”, explica. Estes equipamentos, adquiridos pelo município pelo valor total de 24.507 euros podem ser encontrados junto dos seguintes locais: Escolas Secundárias Tomás Cabreira, João de Deus e Pinheiro e Rosa; Escolas EB2/3 Joaquim Magalhães, Neves Júnior, Afonso III, Poeta Emiliano da Costa (Estoi), Montenegro (2º e 3º ciclo) e Santo António do Alto; Escolas Básicas (EB1) de Penha, São Luís, Vale Carneiros, Bom João, Alto Rodes, Carmo, Areal Gordo, Conceição, Patacão, Pontes de Marchil, Montenegro, Montenegro (antiga), Estoi, Santa Bárbara de Nexe, Bordeira, Praia de Faro, Culatra, Lejana e Ferradeira; Jardim da Alameda; Parque de Lazer das Figuras; Saída da Rua de Santo

António; Mercado Municipal de Faro; Estação CP; Terminal rodoviário Próximo; Cais de Culatra, Hangares, Farol e Portas do Mar e dois na Praia de Faro (Zona Central) - lado direito e lado esquerdo. A autarquia já havia adquirido mais de 1.000 dispensadores de solução alcoólica, que já estão a equipar os estabelecimentos comerciais que os requisitaram. Denominada “Faro Protege”, essa iniciativa camarária resultou de um investimento de cerca de 89.500 euros. Ciente da importância destes dispensadores na concretização dos seus objetivos de indução de um sentimento geral de maior segurança, o Município aproveita a ocasião para apelar à população que faça uma utilização responsável destes equipamentos.


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Postal, 7 de agosto de 2020

RECONHECIMENTO

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Câmara de Castro Marim entregou na semana passada os prémios aos estabelecimentos aderentes dos Dias Medievais de 2019, um dos estímulos à participação e envolvimento da comunidade no evento. Com sete estabelecimentos a concurso, os primeiros classificados da edição de 2019 foram: - Mini Mercado “Rita Pena” (1º lugar), - Snack-bar Restaurante “2 Irmãos” (2º lugar) - “Tasca Medieval”, Restaurante Típico, Lda. (3º lugar). A autarquia agradece “ao Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Câmara Municipal de Castro Marim, e neste caso particular ao Carlos Jorge, que de forma empenhada, nos processos de inscrição, motivação, reembolso, dinamização e formalidade da entrega, representou esta Associação de colaboradores do Município, que para além das atividades sociais e culturais que desenvolvem para os seus sócios, são um parceiro ativo no desenvolvimento dos Dias de Medievais". Este ano foi um ano em que “suspendemos este grande evento por razões da ordem da saúde pública, por se tornar impossível o afastamento social, bem contrário à deambulação medieval da Idade das Trevas. Vivemos agora outra epidemia, não a peste negra, mas este 'medonho' covid-19. Os Dias Medievais afiguram-se de importância estratégia para a economia da vila, sendo dias em que muitos conseguem capitalizar para poder viver os longos invernos destes difíceis territórios, no sentido da baixa dinâmica económica”, sublinhou a vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, deixando uma mensagem de esperança e resiliência neste ano que atravessamos.

Estabelecimentos aderentes dos Dias Medievais 2019 recebem prémios

Os prémios são um dos estímulos à participação e envolvimento da comunidade nos Dias Medievais em Castro Marim

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Postal, 7 de agosto de 2020

ENSINO

Faro assegura transporte gratuito a todos os alunos

UAlg com 1.475 vagas

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Universidade do Algarve dispõe de 1.475 vagas de acesso para o ano letivo 2020/2021, no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, as mesmas do ano passado. A instituição, que conta atualmente com cerca de 8 mil estudantes, abre candidaturas, entre 7 e 23 de agosto, à integração de novos estudantes, na primeira fase, num período pós-pandemia, e com o selo “estuda em segurança”, que oferece aos que agora chegam a garantia dos mais elevados padrões de higiene e prevenção no regresso às aulas. Reeditando o lema “Estudar onde é bom viver”, a academia algarvia incentiva agora a “Estudar onde é bom - e seguro - viver”. Considerada como a melhor universidade portuguesa na área de “Hospitality & Tourism Management” e reconhecida, por diversos rankings internacionais, pela

A medida pretende assegurar e promover a igualdade de oportunidades de acesso à educação FOTO D.R.

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s alunos do concelho de Faro, de todos os níveis de ensino e que residam a mais de três quilómetros do estabelecimento de ensino que frequentam, terão transporte gratuito no próximo ano letivo. O plano municipal, que representa um investimento total da autarquia de 491.642 euros, foi aprovado pela autarquia. A medida foi implementada pela autarquia desde o início deste ano de forma a assegurar e promover a igualdade de oportunidades de acesso à educação entre os alunos dos estabelecimentos de ensino da rede pública do concelho. Antes disso, a gratuitidade dos transportes estava limitada aos alunos do ensino básico e os estudantes do ensino secundário eram contemplados com uma comparticipação de apenas 50 por cento do valor das viagens. A implementação deste plano inclui “carreiras públicas terrestres, carreiras públicas fluviais e um circuito especial fluvial, que permitem assim igualmente as deslocações para os alunos residentes nos núcleos habitacionais da Ilha da

Culatra”, explica a autarquia farense em comunicado. Para este efeito, será alocada uma verba de 98.877 euros no próximo ano letivo (carreiras públicas fluviais no valor de 37.380 euros e circuito especial fluvial de 61.497 euros). “Estão ainda abrangidos por este regime de transporte escolar municipal todos os alunos com dificuldades de locomoção que beneficiem de medidas ao abrigo da educação inclusiva, independentemente da distância da sua residência ao estabelecimento de ensino, sempre que a sua condição o exija”, acrescenta a autarquia. No total, entre transportes fluviais e terrestres, o Município alocará ao transporte escolar no próximo ano letivo um montante global de 491.642 euros (160.414,29 euros em 2020 e 331.228,48 euros em 2021). Com este conjunto de medidas, o Município procura facilitar “o acesso ao ensino da população do concelho, ao mesmo tempo que pretende fomentar a utilização do transporte público, em detrimento do transporte individual, contribuindo para a formação de hábitos futuros e de práticas ambientalmente sustentáveis”.

qualidade do ensino em áreas como as Ciências e Tecnologias da Saúde; Economia, Gestão e Turismo; Ciências Sociais e da Educação; e Ciências Exatas e Naturais, a Universidade do Algarve oferece aos candidatos a possibilidade de integrar, entre licenciaturas e mestrados, um dos 44 cursos disponibilizados pela Instituição. "A licenciatura em Engenharia Informática (com 80 vagas), em Gestão (com 70 vagas), a Licenciatura em Psicologia (com 65 vagas) e as licenciaturas em Biologia Marinha e Gestão de Empresas, com 60 vagas cada, respetivamente, são, no ensino superior universitário, de entre os 44 cursos oferecidos, aqueles que abrem com maior número de vagas", indica a UAlg em comunicado. No ensino superior politécnico destacam-se "os 23 cursos oferecidos nas áreas da saúde, do turismo, das engenharias, da educação e da comunicação, sendo que as licenciaturas em Gestão e em Turismo são

aquelas que abrem mais vagas (70 e 60, respetivamente), seguindo-se Gestão Hoteleira (45 vagas), Ciências da Comunicação e Desporto (com 37 vagas cada"). Com formação inicial e pós-graduada nas áreas das Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias, a Universidade do Algarve oferece aos seus futuros estudantes a oportunidade de ingresso numa experiência única ao nível do ensino superior. A instituição disponibiliza ainda aos novos estudantes um conjunto de recursos de apoio, de entre os quais se destacam as possibilidades de alojamento – com mais de 600 camas em residências universitárias – e a disponibilização de Bolsas de Excelência, atribuídas com o patrocínio de empresas locais aos melhores alunos que ingressem na UAlg.

Marcelo alertado das dificuldades O movimento associativo "Académicas.", composto pelas Associações Académicas de sete universidades, alertou na segunda-feira o Presidente da República para as dificuldades financeiras dos estudantes em pagarem os seus cursos e defendeu o investimento no ensino superior. “Não sendo Portugal um país geograficamente extenso, vive, ainda assim, muitas assimetrias” referem as associações de estudantes das Universidades de Aveiro, Algarve, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro, defendendo que uma parte significativa da aplicação dos fundos de resposta à crise deve apoiar o Ensino Superior, de

forma a potenciar a descentralização e fortalecer um território mais capaz no seu todo. O movimento apelou a Marcelo Rebelo de Sousa para que coloque o ensino superior na agenda “para que o futuro de Portugal não esteja comprometido”.De entre os vários temas discutidos no encontro, o comunicado destaca a necessidade de diretrizes por parte da Direção Geral de Saúde, para o bom funcionamento do próximo ano letivo nas universidades e a necessidade de investimento no ensino e na educação, “que permitam às universidades reformular as suas infraestruturas, métodos pedagógicos e evoluir na formação e apoio aos seus docentes”. A falta de resultados relativa-

mente ao plano de alojamento estudantil, que se agravou na fase pandémica e a necessidade de financiamento dos Serviços de Ação Social das universidades, que incorrem em grandes dívidas, devido aos últimos meses atípicos, foram outros temas abordados, alertando o movimento para que “não sejam os estudantes a ter de suportar estas despesas nos próximos anos”. ”Adivinha-se um próximo ano letivo difícil para muitos estudantes, que terão grandes dificuldades em assegurar os custos associados e inerentes ao Ensino Superior e, por isso, o movimento Académicas. apontou também a urgência do reforço de mecanismos de apoio que salvaguardem estas situações".


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ENSINO

Próximo ano letivo envolto de incertezas FILIPE VILHENA / HENRIQUE DIAS FREIRE

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á uma incerteza enorme "sobre tudo o que define o ensino superior em relação ao próximo ano letivo”, diz Raquel Jacob, presidente da Associação de Estudantes da UAlg, ao POSTAL. A associação de estudantes tem estado presente nas reuniões, para tentar compreender as medidas para o próximo ano.

Não se sabe ainda se as aulas serão totalmente presenciais, online ou mistas. "A situação de realizar aulas mistas não parece ser a mais acertada" e a associação luta para que essa não seja a resposta final. Raquel revela que as aulas mistas podem aumentar as dificuldades financeiras das famílias e ainda criar maiores deslocações dos alunos, entre o local onde residem e Faro. “Mesmo ao nível da saúde mental, pode levar ao aumento da

ansiedade”, confidencia Raquel Jacob. “Há uma incerteza também em relação à ação social”. Muitas famílias perderam rendimentos e prevê-se um aumento do abandono escolar. Os fundos que chegaram à Universidade do Algarve permitiram ajudar algumas famílias, mas "é impossível estender a ajuda a todos. As rendas, no caso de alunos deslocados, é também outro dos problemas, que pode impossibilitar a continuação ou entrada na Universidade.

Raquel Jacob afirma que vai existir uma cerimónia para os finalistas e aponta cenários FOTO D.R.

BÊNÇAO DAS PASTAS: 3 CENÁRIOS

A NÃO REALIZAÇÃO DA SEMANA ACADÉMICA

A presidente da Associação refere que, em conjunto com a Diocese e a autarquia de Faro, está a negociar a melhor solução para a cerimónia da Bênçao das Pastas, tendo em conta a situação de pandemia provocada pela SARS-CoV-2. Raquel Jacob apresentou três cenários que podem acontecer, sublinhando que se trata apenas de uma previsão inicial. No primeiro cenário, a Bênção das Pastas poderia acontecer de forma restrita e repetida, para que todos pudessem presenciar o momento, sem haver ajunta-

A não realização Semana Académica (SA) representou uma perda enorme para alunos e para a Associação de Estudantes da Universidade do Algarve (UAlg), que tentou perceber se poderia realizar o evento, a par do Traçar da Capa e da Bênção das Fitas. Raquel Jacob diz ao POSTAL que fecharam “os espaços de serviço ao público ainda antes de ser obrigatório”. As medidas chegaram logo no início da

mentos. A segunda opção é semelhante, com a diferença de que seria realizada num espaço muito amplo, com restrições para os finalistas em termos de convidados. O último cenário seria apostar numa transmissão online, que ainda não tem moldes definidos. Estas são as três opções para a realização da Benção das Pastas, que “não pode voltar a acontecer como a conhecemos”. Finalistas de todos os cursos anseiam por uma resposta, para que possam encerrar uma das fases mais importantes da sua vida.

Novos espaços criados vão permitir cumprimento das regras da DGS A Sala de Estudo 24 Horas não vai reabrir em setembro, uma vez que a associação académica está a renovar espaços e “por questões de arejamento” e também de internet, vai mudar de local. O atual Centro de Cópias da Pena irá dar lugar à sala onde os alunos podem fazer noitadas a estudar. Quanto ao centro de cópias, vai passar para a antiga repartição da Caixa Geral de Depósitos. Enquanto isso, a sede da asso-

ciação académica ficará com o espaço dos antigos Serviços Académicos. Estão também previstas alterações em muitos espaços, como os bares, de modo a respeitar normas da Direção-Geral de Saúde (DGS). Por enquanto, são estas as medidas da associação de estudantes, mas a incerteza da pandemia, torna também incerta todas as decisões. O ano letivo deverá começar em meados de setembro ou outubro.

pandemia e, inevitavelmente, todos os eventos foram cancelados. “A SA foi claramente uma perda ao nível da tradição”, refere a responsável pela associação. Este seria um evento que iria juntar centenas de alunos, ao som de concertos e momentos descontraídos. Raquel Jacob confessa que “nenhum presidente de nenhuma equipa espera, em início de mandato, vir para a associação académica e não fazer a SA”.

A maioria dos alunos acabou por compreender a decisão, devido às condições sanitárias que Portugal estava a passar. Contudo, existiram ainda algumas situações desagradáveis e comentários menos favoráveis. Este ano, não está previsto nenhum evento que possa “substituir” a SA. O mesmo não vai suceder com a Bênção das Pastas, por representar um momento de “termino de ciclo” para os estudantes do terceiro ano.


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LIFESTY LE

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Pousada Palácio de Estoi foi alvo de uma ampla intervenção durante os meses de suspensão de atividade. O único "hotel palácio" do Algarve, que integra a exclusiva rede de Small Luxury Hotels of the World, revela-se agora em todo o seu esplendor para proporcionar uma experiência única no sul do país. Caracterizada pela riqueza arquitetónica e decorativa que resulta da recuperação de um palácio do século XIX, preservando os seus elementos originais, a Pousada Palácio de Estoi tem 63 quartos, jardins de estilo francês, uma piscina exterior com vista para o mar e para a serra, e todas as comodidades do século XXI. O espaço da receção passa a localizar-se na antiga capela que, com a sua estética Luís XV, é dedicada à Sagrada Família. Numa colaboração com o Museu Municipal de Faro, a antiga receção receberá uma nova área expositiva que integra um núcleo museológico dedicado à História da região e às suas várias influências: romana, árabe e clássica. A mistura de estilos Neoclássico, Neorococó e Arte Nova continua visível em cada recanto desta pousada, incluindo nos salões, que agora apresentam "um mobiliário mais clássico, uma nova paleta de cores que harmonizam com os frescos e duas linguagens distintas nos dois espaços de restaurante, com possibilidade de uso diferenciado para almoços e jantares bem como um novo deck ao ar livre", revela o Pestana Hotel Group em comunicado.

Pousada Palácio de Estoi abre portas renovada Tem 63 quartos, jardins de estilo francês e uma piscina exterior FOTO D.R.

Restaurante Visconde apresenta uma cozinha contemporânea regional Na antiga cozinha do palácio, "o Restaurante Visconde apresenta uma cozinha contemporânea regional, garantindo todo o sabor e autenticidade característas das Pousadas de Portugal que são também a maior rede nacional de restaurantes de comida tradicional portuguesa". O restaurante funciona apenas por marcação, serviço Take-Away e Room Service.

O único "hotel palácio" do Algarve, que integra a exclusiva rede de Small Luxury Hotels of the World, revela-se agora em todo o seu esplendor para proporcionar uma experiência única Os quartos mantêm o conforto de sempre, realçado pela abundante luz natural e a decoração discreta. Em linha com as orientações das autoridades de saúde, o Pestana Hotel Group

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implementou um protocolo interno de procedimentos com o objetivo de oferecer as melhores condições de segurança e higiene a hóspedes e colaboradores. A equipa recebeu uma formação rigorosa

e a Pousada Palácio de Estoi está certificada com o selo Clean & Safe. De forma a permitir um menor contacto pessoal com a equipa e uma grande variedade de novos serviços, a Pestana

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12.119 EXEMPLARES

ARTES VISUAIS

Quem é o artista numa obra de artes visuais: quem pensa ou quem executa? Ficha técnica

Foto Saúl de Jesus, 2009

Foto Isa Fernandes e Alexandre Groza, 2020

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ecentemente, nas comemorações do Dia da Cidade de Olhão, em 16 de junho, foi inaugurada uma escultura imponente de um cavalo-marinho, com 5m de altura por 1,8m de largura, a qual integra cerca de 5000 pedaços de cerâmica. O Presidente da Câmara, António Pina, referiu que “queremos adotar o cavalo-marinho como um dos símbolos do concelho”. Esta iniciativa permite destacar a importância da proteção dos cavalos-marinhos na Ria Formosa, espécie que corre o risco de extinção se não houver um esforço para a sua preservação. A obra foi apresentada como sendo da autoria de Isa Fernandes, designer e autora deste projeto que ofereceu ao município, tendo o trabalho sido executado por Alexandre Groza. Esta situação leva-nos a perguntar, quem é o artista e/ou o autor desta obra? Embora a execução de um trabalho artístico seja, em geral, realizada com grande emoção e rigor técnico, o pensamento e o planeamento da obra são fundamentais no processo de produção artística, pois sem a ideia, a conceção ou o projeto da obra, esta não pode ser realizada. Por exemplo, uma das obras que realizei, “Cores de sons integrados: Homenagem a Kandinski” (2,8m x 0,9m), foi executada por um pedreiro que concretizou o levantamento da parede de tijolos de vidro, na sequência que lhe indiquei, e que colocou no cimo a estrutura em metal, cujas partes haviam sido cortadas nas medidas pretendidas e soldadas, criando a imagem de uma harpa. Em geral, as obras artísticas são concretizadas por quem as concebe, mas verifica-se que, na arte contemporânea, muitas vezes quem pensa sobre o produto artístico não é quem o exe-

cuta. Nestes casos, o senso comum costuma considerar que o artista é quem executa a obra. No entanto, conforme salientámos no artigo “Qual a importância do pensamento na produção artística?”, esta perspetiva de “manualidade” do artista tem vindo a ser alterada, sobretudo a partir dos anos 60 do século passado, com a emergência da arte concetual. Inclusivamente, por vezes, é acentuada de tal forma a importância da ideia criativa na produção artística que parece que apenas o pensamento é importante, ocorrendo quase uma desmaterialização da arte. Esta ênfase na desmaterialização encontra um dos seus exemplos mais fortes na exposição de Yves Klein, em 1958, tendo realizado uma exposição em Paris com o título “Vazio”, em que o espaço estava literalmente vazio, pretendendo expressar um “estado pictórico invisível” que estaria presente através da radiação. Todavia, este exagero na dimensão concetual sendo rejeitado o objeto artístico concreto, tornaria a arte fria e apenas teórica, sem produção, sem beleza. O próprio concetualista Mel Bochner (1970) considerava que a obsessão pela desmaterialização não tinha sentido, pois nenhum pensamento pode existir sem um suporte que o sustente. Atualmente, em geral, os artistas procuram conciliar a componente ideia e intenção com a respetiva materialização. Neste sentido, acentuam a relevância da ideia ou do conceito que lhes levou ao objeto produzido. Por exemplo, Joana Vasconcelos afirmou, em 2011: “eu não parto do objeto; eu parto duma ideia e depois tento encontrar o objeto certo para expressá-la, dar-lhe uma dimensão física ou material”. Muitas das obras assinadas por Joana Vasconcelos não são executadas por ela. São obras de grande dimensão, muitas delas expostas permanentemente em espaços públicos, sendo executadas por uma equipa de técnicos que dominam os materiais com os quais a obra é feita. Foi o caso da obra “Solitário”, que ilustra um anel com 7m de altura, realizado com 112 jantes douradas e

Foto Joana Vasconcelos, 2009

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

Cima à esquerda: Imagens da escultura cavalo-marinho; cima à direita: Imagem da escultura “Cores de sons integrados: Homenagem a Kandinski”; em baixo: Imagem da escultura “Solitário” coroado por um enorme "diamante" constituído por 1.324 copos de whisky de cristal. Mas é Joana Vasconcelos que assina os trabalhos produzidos e é a sua assinatura que confere o valor financeiro da

obra. Cada vez mais, o preço das obras começou a estar cada vez mais condicionado pela assinatura, havendo colecionadores que investem sobretudo nos nomes, procurando adquirir obras assinadas.

Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais: Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Fios de História: Ramiro Santos • Filosofia Dia-a-dia: Maria João Neves • Letras e Literatura: Paulo Serra • Nascida no Monte Teresa Lança Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/ postaldoalgarve FB: www.facebook.com/ postaldoalgarve/ Tiragem: 12.119 exemplares

É a história ou o percurso de cada artista, a persistência e a consistência do seu trabalho, a sua identidade, que pode permitir inferir a dimensão artística do mesmo. Isto não diminui a importância da competência técnica de domínio dos materiais por parte de quem executa a obra, podendo até haver situações em que ambos os intervenientes, quem pensa e quem executa a obra, possam ser considerados os autores, pois muitas vezes a obra executada diverge do projeto inicial, por sugestão de quem a realiza, visto dominar os materiais e aperceber-se da vantagem de certas alterações ao projeto inicial.


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Postal, 7 de agosto de 2020

NASCIDA NO MONTE

A inconstância dos dias TERESA LANÇA Educadora de Infância nascidanomonte@gmail.com

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oje fomos à ribeira. Havia uma laje no meio da corrente que a água contornava; saltei de pedra em pedra e sentei-me lá. Só se ouvia o som de uma pequena catarata que descia das rochas um pouco mais acima. Olhei para trás e lá avistei a Laura, cuidadosa, deslizando sentada.

Embevecida com o despenhar das águas caindo das alturas, na transformação que se lhe seguia, no deslizar sereno do estreito regato, vagueei no antes e no depois; no percurso que antecedia e sucedia aquela pequena catarata, como se ela representasse o meio da minha vida. Um tempo em que precisava do doer das quedas para aprender a deslizar de uma forma mais suave, à velocidade de uma outra corrente. A contornar os obstáculos, a abrandar a corrida. Com os tombos fui descobrin-

do que há percursos mais fáceis. Aprendendo que por vezes tenho de estreitar os caudais, de alargar as margens, de reaprender a ser regato já tendo sido rio. Não construir barragens que cortem as correntes e abrir as comportas construídas em mim. Libertar o que já não é "nós" e deixá-lo seguir um outro caminho, rumo a outras metas. Aceitar que há outras metas e que todas elas são um final, mas não o fim de tudo o que tem de continuar. Fui aprendendo a recomeçar rumo a outro destino, a moldar-me a

outra forma, a construir-me num outro estado. A evaporar-me rumo aos céus nas asas de outros sonhos. A chorar as chuvas de inverno… dos meus invernos. A esperar as cores e as primaveras que farão colorir. A engrossar outros regatos, a fazê-los ser rios. A orvalhar com emoção as minhas sequidões; a inventar oásis nos meus desertos. A fazer da serenidade a burca que cobre as minhas tempestades, e as estrelas que me habitam... onde habito. E voltar a nascer em alguém, em algum lugar. A cair, levantar, correr,

abrandar as marchas. Aceitar que continuo nascendo, tantas vezes quantas já morri, numa mistura de constância e essência que ilude, porque sendo da natureza, a inconstância, de tanto se repetir deixou de o ser. Aprendi a aceitar as correntes que me arrastam para lugares opostos a alguns anseios, sem esbracejar, condição inata em mim de sobrevivência, de voltar a viver, a ser feliz. Aprendi a aceitar que posso ser tudo o que não sou, nas lembranças de cada um que me conheceu.

ESPAÇO AGECAL

Cultura: Os últimos 20 anos - conclusão (4) JORGE QUEIROZ Sociólogo. Sócio da AGECAL

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os últimos 20 anos, sobretudo a partir de 2008, acentuaram-se e agravaram-se as tendências verificadas desde a década de 80 do século XX, com predomínio da visão de mercado para a produção cultural e artística com redução do sector público na cultura para níveis de manutenção ou mesmo de sobrevivência. Esquece-se que o desenvolvimento educativo, científico e cultural são a base da economia da cultura e de todas as áreas de conhecimento. Neste milénio o orçamento do OGE para a cultura foi-se reduzindo gradualmente para níveis próximos dos 0,1 % do PIB... Permaneceu a secular dificuldade em compreender o valor e a importância da cultura portuguesa, entendida no seu significado mais amplo e como vector estratégico relevante para todas

as outras áreas. Portugal no contexto europeu possui uma importância e dimensão cultural superior à maioria dos Estados do continente, não só pela grande expressão e difusão da língua como pela presença de comunidades portuguesas e de património material e imaterial português em todo o mundo. Nestas duas décadas foram desenvolvidas medidas conjunturais, pontuais ou avulsas, que nunca definiram ou constituíram uma política cultural, isto é, um conjunto coerente de objectivos estratégica e previamente definidos em diagnóstico, acompanhados de programas quantificados, de instrumentos organizativos, financeiros e de monitorização. Muito evidente do aproveitamento de situações conjunturais foram os casos das Capitais Nacionais da Cultura e das Capitais Europeias da Cultura, Porto em 2001 e Guimarães em 2012… Em 2003 por decisão do Governo e com tutela do Ministério da Cultura, Coimbra organizou uma Capital Nacional da Cultura e em 2005 se-

guiu-se Faro a desenvolver idêntica iniciativa. Estas foram suspensas a partir desse ano por se verificar serem acontecimentos realizados sem tempo necessário de preparação, sem candidaturas prévias das diversas cidades ou municípios, pouco inseridas em projectos de desenvolvimento e no planeamento cultural regional… No plano internacional registaram-se óbvios progressos nas inscrições e reconhecimentos de património português pela UNESCO, como são os casos do Centro Histórico de Guimarães (2001), Paisagem do Vinho na Ilha do Pico, nos Açores (2004), fortificações militares de Elvas (2012), Universidade de Coimbra (2013), Basílica, Palácio e Convento de Mafra com o Jardim do Cerco (2019) e o Santuário do Bom Jesus em Braga (2019). Também a lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO acolheu o Fado (2011), a Dieta Mediterrânica (2013), Cante Alentejano (2014), Falcoaria (2016), Barro de Estremoz (2017) e Caretos de Podence (2019), também na lista do património

em risco, casos dos chocalhos e cerâmica de Bizalhães. A região Algarve, por determinação governamental, teve neste período dois programas de promoção turística apoiados em entidades e recursos culturais, o “Allgarve “ e o “365 Algarve”, de natureza instrumental, sem qualquer ligação a uma política cultural regional, aliás inexistente. A região algarvia, com atraso significativo em infraestruturas culturais qualificadas, recuperou e construiu edifícios, de iniciativa dos Municípios e com apoio do Poder Central, vários museus (Portimão, Tavira, Albufeira…), uma rede de bibliotecas e arquivos, diversos teatros (Figuras em Faro e Tempo em Portimão,…). A “austeridade”, que na segunda década do milénio atingiu a vida pública e em particular o sector cultural, teve como consequência durante a intervenção da “troika” a extinção do Ministério da Cultura e tutela do sector por um Secretário de Estado dependente do Primeiro-Ministro. Neste momento o futuro é imprevisível

para a cultura e todos os outros sectores de actividade. Com o surgimento de uma pandemia viral que atinge todo o planeta, os indicadores científicos internacionais apontam para uma deterioração ambiental generalizada e um aumento da população mundial com pressão junto das zonas mais férteis e recursos hídricos. O modelo económico actual em permanente “crise”, assente na produção intensiva e no consumo massificado sem limites, não é consentâneo com as urgentes necessidades sociais e ambientais. Que fazer? O que há anos organismos internacionais, especialistas e cientistas vêm aconselhando e explicando: proteger a biodiversidade e a sustentabilidade dos territórios, reforçar as produções locais e os circuitos curtos de distribuição, reactivar os mercados locais e de bairro com produtos saudáveis e mínimo de pegada ecológica, promover uma cultura de solidariedade global e ao mesmo tempo de afirmação e reforço da diversidade cultural. Em suma, alterar o nosso estilo de vida.


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FIOS DE HISTÓRIA

A namorada algarvia de Camões RAMIRO SANTOS ramirojsantos@gmail.com

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tiravam-se poemas ao vento. Os paços da Ribeira eram, por esses anos, palco de amores e galanteios. Por ali desfilavam as mais belas donzelas da corte e fidalgos que as cantavam em rimas e versos. Daquelas janelas, avistava-se o rio, as naus e as caravelas cheias de contos e aventuras. Traziam notícias da Índia, do Brasil, do Japão, da Malásia e do Mar da China. Ali chegava o cheiro da pimenta, do cravo e da canela. Mais o oiro, escravos e marfim, as porcelanas e mais as sedas. Aquele palácio era o centro do império. Capital do mundo! Era ali, que Camões e outros galãs desocupados, conjugavam o verbo amar em canções, sonetos, vilancetes e redondilhas. Na inspiração do momento ou nas voltas de um mote atirado pelas damas. De entre todos, ele era o mais desejado. Porque não havia quem lhe disputasse a arte de cantar o amor em verso. As ninfas do Tejo, damas da corte de Dª Catarina, mulher do rei D. João III, andavam perdidas de amor por ele e eram a sua inspiração poética: Violante de Andrade e sua filha Joana, Catarina de Ataíde e a infanta Dª Maria, Paula Vicente, filha de Gil Vicente, e as irmãs Sigeia. E foi neste ambiente de galanteio e amor cortês que um dia se cruzaram os olhares do poeta e de Dª Francisca de Aragão, a mais nova de todas as cortesãs que acabara de chegar do Algarve, sua terra natal. Francisca, ao contrário da beleza serena de Catarina e do porte altivo de Violante de Andrade, era de uma irrequieta elegância que deixava um rasto de luz por onde passava. Favorita da rainha, a nova donzela era a cópia da beleza de Petrarca: olhos azuis de mar, cabelos de ouro e seda, alvura de pele e cintura de palmo cingida. Essa sua graciosidade, leve e descontraída, que passeava e exibia nos salões da corte, deixavam estupefactos os olhares dos poetas e dos cortesãos, incendiando os corações dos nobres mais ricos, cultos e engenhosos. Não admira, pois, que tivesse desde logo despertado o ciúme e a inveja das outras, em especial de Dª Violante, de quem se falava à boca pequena que andava em caso de alcova com Luís Vaz de Camões, a quem entregara a educação de seu primogénito, D. António de Noronha.

No meio de besbilhotices e intrigas, certa vez, tinha o poeta regressado de Ceuta onde perdera o olho direito, Francisca, provocadora, para mostrar um desinteresse que não tinha, atirou-lhe com o defeito à cara, chamando-lhe “o cara sem olho”. Não perdeu pela demora e teve do poeta resposta pronta:

“De olhos não faço menção, Pois quereis que olhos não sejam: Vendo-vos, olhos sobejam; Não vos vendo, olhos não são.” E houve trocas de cartas e repetiram-se os motes e as glosas, os sonetos e as canções. Mil cumplicidades partilhadas pelos dois, mas pouco mais do que um devaneio poético. Prolongou-se este jogo de sedução em verso por algum tempo, sabendo-se que Francisca tinha o sentido prático da vida e sabia domar os sentimentos, colocando-os num lugar que não lhe atrapalhassem o futuro. Piscava o olho a Camões, andava de caso com D. Manuel de Portugal, filho do conde de Vimioso e não deixava de enviar sinais a Pero Caminha, camareiro do infante D. Duarte, sem esquecer o músico e poeta, Jorge Montemor. Um tanto cabeça no ar e da fama não se livrava. Entretanto, chegava a notícia que, sendo esperada, a deixou profundamente abalada: o poeta ia partir para um longo desterro, no oriente. E Francisca não quis faltar à despedida do seu “cara sem olho”, nem dar o exclusivo desse momento às suas rivais. Quando regressou, 17 anos depois, o poeta trazia na mala o manuscrito de Os Lusíadas, mas já quase tudo tinha mudado nos amores do Paço: Dª Catarina morrera e, Joana, filha de Violante, também. Por sua vez, Francisca, ia nos 34 anos de idade, e sem esconder uma emoção ainda forte pelo poeta, andava de caso com Juan Borja, embaixador em Lisboa do rei de castela, com quem veio a casar. Por esse facto, frequentou os salões das cortes mais luxuosas da Europa e recebeu o título de primeira condessa de Ficalho. Ainda moça, tinha vindo do Algarve onde morava num palacete no Morgadio de Quarteira, propriedade da família de seu pai, Nuno Rodrigues Barreto, alcaide-mor de Faro e vedor da Fazenda do Algarve. Gente de posse com poder e influência, como o seu tio, Francisco Barreto, que chegou a vice-rei da Índia e Governador do reino dos Monomotapa, em Moçambique. O príncipe dos poetas, que tantas paixões havia suscitado entre as damas do seu tempo, acabou sozinho. Morreu com a dor de saber que Violante,

Dª Francisca de Aragão, a mais bela de todas as donzelas da corte e Luís Vaz de Camões, o príncipe dos poetas, por quem ela se deixou perder de amores FOTOS D.R.

Paço da Ribeira, antes do terramoto de 1755, onde atualmente se situa a Praça do Comércio

O Rei, para estar mais perto das Naus que regressavam da Carreira da Índia, decidiu construir o seu paço - luxuoso Palácio Real erguido a partir de 1498, por determinação de Dom Manuel I - junto ao rio Tejo, para onde veio habitar com a corte no início do século XVI. A Expansão Portuguesa transformou a cidade de Lisboa em capital do Império e num porto comercial de produtos de luxo. a sua paixão maior e Senhora da casa dos Noronha, tinha sido a razão do seu degredo e da sua desgraça. Por essa altura, já pairavam no ar sinais de fim dos tempos. Os sinos dobravam pela pátria em Alcácer

Quibir. E Camões escrevia o seu último poema de amor:

“...fui tão afeiçoado à minha pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela.”

Fontes: “Os amores de Camões”, Teófio Braga, edição Fronteira do Caos, 2006; “Vida ignorada de Camões”, publicações Europa-América, José Hermano Saraiva; “Até que o amor me mate – As mulheres de Camões”, Oficina do Livro, Mª J.Lopo de Carvalho.


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Postal, 7 de agosto de 2020

Epítome de pecados e tentações, de Mário de Carvalho Breve nota biográfica

Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e cumpria serviço militar quando foi preso. Ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois do 25 de Abril, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pela sua atmosfera fantástica. Nas diversas modalidades que pratica, foram-lhe atribuídos vários dos principais prémios literários portugueses: Grande Prémio de Romance e Novela (Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde), Conto e Teatro da Associação Portuguesa de Escritores (APE), prémios do Pen Clube Português, Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, Prémio Fernando Namora, Prémio Vergílio Ferreira em 2008 (pelo conjunto da sua obra), e o prémio internacional Pégaso de Literatura. Em junho deste ano foi distinguido com o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários da APE pela obra O que ouvi na barrica das maçãs.

PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

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o dia 6 de agosto chegou às livrarias Epítome de pecados e tentações, o novo livro de Mário de Carvalho, publicado pela Porto Editora, o que, convenhamos, não é de todo inesperado ou surpreendente, uma vez que o autor tem vindo a publicar a um ritmo regular, principalmente desde A Sala Magenta, em 2008, alternando entre a novela, o conto e o romance, mas também passando pelo ensaio com Quem Disser o Contrário É Porque Tem razão em 2014.

Mário de Carvalho, um dos autores mais importantes da nossa literatura na contemporaneidade, regressa ao conto. Originalmente previsto para ser lançado em Março de 2020, conforme consta na ficha técnica, também este livro se viu forçado a alguns meses de confinamento social pelo que só agora lhe é possível ver a luz e dar o ar da sua graça. Pois, se bem que Mário de Carvalho se revele como um escritor prolífico, praticando os mais diversos géneros, e capaz de uma técnica exímia nos mais diversos estilos – do romance histórico à sátira –, é sobretudo pela fina ironia e pela doce crítica que os seus contos se destacam. Dividido em 3 partes, este livro é constituído por 11 breves narrativas:

na primeira parte, poderemos considerar que as duas narrativas são novelas, dada a sua extensão; na segunda parte, temos 8 narrativas mais curtas, contos cuja dimensão varia entre as 8 e a 4 páginas; e na terceira parte, um único conto. Pode ler-se na contracapa que este é um livro «de pecados que pedem total absolvição», todavia a venialidade do venéreo é, também, substituída por uma certa banalidade do mal, pois estes «Fascínios, inquietações e sobressaltos nas relações entre homens e mulheres» que entretecem as várias narrativas, formando um mosaico de adultério e leviandade, parecem ser mais a norma do que a excepção nos casamentos e nos relacionamentos modernos.

Mário de Carvalho é considerado um dos mais importantes escritores portugueses da actualidade. FOTO D.R.


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Postal, 7 de agosto de 2020

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LETRAS & LEITURAS A primeira história Na primeira história, «Fascínio», reconta-se a sobejamente conhecida história do homem casado, pai de família, que se deixa fascinar por uma mulher, não propriamente mais nova, mas que pouco parece retribuir. Sem hesitações, dir-se-á ainda que esta é também a melhor das histórias desta colectânea. O «doutor Augusto Costa Reimão, jurista reformado e com trabalhos publicados, de alta, discutida e louvada complexidade, lei e doutrina em matéria notarial» (p. 12) recorda como se enamorou por Vanda Sofia, uma «mulher interessante, sem dúvida» (p. 11), e como a partir daí a sua vida se torna um atropelo conforme no «desdobrar dos dias, ao balcão da leitaria» passa da contemplação ao cumprimento, aos monossílabos, até que o encontro pelas 4 horas da tarde se torna tanto uma rotina como o momento alto do dia. A prosa depurada do autor, em frases ritmadas, onde as palavras brincam com a sua própria musicalidade, em que o coloquial anda de mãos dadas com o erudito, prende-nos logo nas primeiras frases: «Eu detestava-a em desespero por amá-la demais, o que pouco é dizer. Acrescia o desprezo por mim próprio pela indecisão de renunciar. Sabedor dos azares que na vida acometem os homens, e sempre capaz de esquivança, não cheguei a prever que poderia precipitar-me neste. Vi-me capturado, manietado, enrodilhado, sem antever que o dia seguinte viesse a ser diverso. A renovada e sempre desmentida esperança em pequenas vitórias revelava-se uma ilusão, a amargar mais duro quando a sós, alheado já o encanto e distante o feitiço.» (p. 11) Resta saber se esta crua lucidez com que o narrador nos conta a sua cegueira advém da sua avançada idade, enquanto «alheado ancião» (p. 12), que permite colocar as amarguras e desilusões na devida perspectiva distanciada, ou se, quando se sabia prestes a entrar nesse Jardim das Delícias, tinha já a noção que seria uma efémera estada... Note-se, neste sentido, a forma como é descrita a casa de Vanda Sofia, quando ele entra nela pela primeira vez: «Pareceu-me o Éden, um refúgio côncavo e fagueiro de tranquilidade e bem-estar, desafiando o tumulto e a lufa-lufa que são o quotidiano de todos nós.» (p. 18) Porque o amor, e a paixão, e a subsequente ilusão, sobrevive, sobretudo, pela sua condição de romper com o real e o banal dos dias. E é nesse Éden que um homem se deita a perder e a pecar.

Fina ironia numa prosa depurada Apesar do enlevo em que a prosa depurada do autor nos prende, a fina ironia está sempre presente, a começar pelo apelido do protagonista, Reimão (e os aumentativos nos nomes de homens serão uma constante neste livro, a condizer com machão, engatatão, ...), e

pelo nome de Vanda Sofia (nome duplo e sonoramente desconcertante). Ou até pela forma como o nosso herói descreve a sua vida: «Tinha a minha Aida em casa, uma nova amante ocasional no subúrbio e, sem me considerar esgotado, não estava a ver-me em renque de coleccionador.» (p. 12) Mas o caçador torna-se a presa, armado de uma incompetente lucidez que lhe permite perceber como é manietado num jogo de sedução, conforme a sua amada (a começar pela noite em que o convida para sua casa mas não lhe explica que era na verdade para um serão social composto por mais pessoas) se regala no poder que a obsessão dele por ela lhe confere: «Vanda Sofia nunca telefonava. Preferia atender-me, lidar com a minha ansiedade e conceder-me uma noite ou outra, entre as muitas que tinha «ocupadas».» (p. 30) E é nessa corda-bamba que o doutor Reimão se deixa manter, conforme a sua vida desmorona, ao ponto de fazer a velha figura de contar tudo em lágrimas à sua mulher (Aida é «discreta» e «com um sofisticado sentido do ridículo» (p. 17) assim que ela revela já ter percebido: «- Vamos, vamos, meu caro. Isto já foi longe demais.» (p. 28) O doutor Reimão, outrora este fogoso Don Juan, está agora recluso numa instituição a que “foi parar”, onde tenta negar as evidências: «Continuo a chamar velhotes aos circunstantes. Nunca olho para mim. Indiferença para com os espelhos, entranhado hábito viril. Aquela mulher que também come sozinha, na outra extrema da sala, reposiciona a dentadura com as mãos sob o maxilar, a cada duas colheradas.» (p. 26) Talvez por isso mesmo, pela sordidez e pela fatalidade da idade, de «Peles tremidas, lassas, rugas, ossos deformados», «mumificado em vida» (p. 24), o doutor Reimão queira recontar-nos a sua sempiterna memória de Vanda Sofia – «Rememorar estes passos é sofrimento que mistura fascínio, prazer e raiva.» (p. 31) – ainda que, paradoxalmente, tenha a nítida consciência de que, se ela ainda fosse viva, «não seria a bela arrebatadora dos meus melhores tempos, mas um exemplar degradado, tanto ou mais curvado e diminuído do que a senhora na minha frente.» (p. 24).

Leitura global «Hotel Azul», a segunda história do livro pode ser considerada como outra novela, dada a sua extensão, que se reparte ainda entre várias personagens e intenta narrar um único dia nas suas vidas. O ponto de vista é agora, principalmente, o da mulher. Maria das Mercês, viúva, «Ainda não ia nos sessenta, selecta magreza, cabelos grisalhos, cuidados, pelos ombros, olhos pardos deambulando por nenhures» (p. 47), em tempos professora de História no secundário. «Dois filhos, duas noras, moradia em Lisboa, dois montes no Sul, con-

tas avantajadas, dívidas, dúvidas, despiques, picardias, equívocos, um tremedal de contrariedades, maçadorias de rico, que não matam mas moem.» (p. 37) Maria das Mercês atinge o cansaço extremo quando decide que está na altura de regressar ao “seu” Hotel Azul, onde precisa de um quarto que seja seu por um tempo: «Paz molenga, caverna de sumptuosidade, silêncio, soberania máxima, o mundo que fosse à vida.» (p. 47)

O livro é constituído por 11 breves narrativas Estabelece-se aqui, nesta fuga para um quarto estrangeiro e impessoal, que sirva de refúgio, um paralelo com Bártolo, que foge à filha única. E nesse escape ao real na vida de Maria das Mercês participa também um súbito, imprevisto e calmo fascínio por Raul, o rapaz que faz as vezes de recepcionista de hotel e que lê a História da Guerra do Peloponeso, de Tucídides. A narrativa, no final, assume um rápido desenlace: «Arrumava agora as últimas roupas. Ah, se as suas filhas soubessem, crucificavam a mãe. Tinha levado para a cama um rapazito que, afinal, desejara desde o primeiro momento. Inesquecíveis instantes de intensa suavidade. Não queria correr o risco de repetir. Há coisas que só se fazem uma vez na vida. (...) Passada a festa, esquece-se o santo, como diz o povo.» (p. 67) Nos restantes contos, o ponto de vista que se adopta será, principalmente, o da mulher. E em várias das protagonistas femininas destas histórias pecaminosas aquilo que num homem atrai uma mulher é inversamente proporcional à atracção física que as mulheres exercem nos homens; a atracção é espoletada sobretudo pelo intelectual ou pela ingenuidade: «os homens gostam pouco de conversar. Podem ter o resto virado para fora, mas o cérebro virado para dentro.» (p. 114) Cada conto é uma pequena conta num rosário de histórias perladas de subtileza, de labor da linguagem, de crítica mordaz à nossa sociedade, por um olhar arguto, benevolente, sábio, sem sobranceria; distanciado, quem sabe?, porque experiente.


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CULTURA.SUL

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FILOSOFIA DIA-A-DIA

Verão sem Dança?... Na senda de Isadora Maria João Neves Ph.D Consultora Filosófica

N

a manchete da anterior edição do Postal, pode ler-se: “Empresários da noite de Faro com futuro incerto”. Com eles, como com todos os outros trabalhadores das mais diversas áreas que se viram afectados devido à pandemia, está a nossa solidariedade. Existe por parte destes empresários um esforço criativo de adaptação às restrições de distanciamento exigidas por motivos de saúde pública, mas uma coisa é garantida como certa: “este ano não há pistas de dança”. Se algum dia alguém me dissesse que o Algarve ia estar sem pistas de dança em pleno verão, eu jamais acreditaria. De facto, neste momento, a realidade ultrapassa a ficção! O imaginário de umas férias no Algarve contemplava até aqui, não apenas os maravilhosos banhos de mar e de sol, a gastronomia farta de bom peixe fresco e marisco, mas também a movimentada noite algarvia com os seus bares e discotecas. Os concertos de verão promovidos pelas autarquias, gratuitos e ao ar livre, tornavam-se também locais de dança. Os corpos morenos do sol, provavelmente mais desinibidos devido à ingestão de alguma outra bebida espirituosa, movimentavam-se ao ritmo da música, num ambiente propício ao desenvolvimento do erotismo. É bem conhecido o termo amores de verão. Este ano, o distanciamento social não promove o conhecimento de novas pessoas, a noite está morta, não há onde ir dançar depois de jantar... Porém, as praias sem as tendas de discotecas que costumavam construir-se para este efeito, as cidades sem o barulho e as luzes artificiais características dos concertos, deixam que a natureza se mostre como há muito tempo estava impedida de fazer. O céu estrelado exibe todo o seu esplendor, a lua ilumina a calmaria das águas quentes, tão convidativas a banhos nocturnos. Os elementos da natureza chamam por nós, e talvez uma nova dança surja, não provocada pelos excessos do álcool ou pelas urgências da carne, não pela batida massacrante tão típica das discotecas, mas sim pelo próprio ritmo do cosmos que agora conseguimos sentir. Vive-se um verão digno de Isadora Duncan, diria eu... Nascida em São Francisco a 26 de Maio de 1877 esta mulher apaixonada pela vida e pela natureza, revolucionou o mundo da dança criando aquilo a que se veio a chamar Nova Dança contemporânea. O brilho das suas ideias e a genialidade das suas danças provocou a admiração de grandes nomes dos mais variados quadrantes artísticos, nomeadamente: Rodin, Craig, Stanislavski, Fokine ou Esenin.

O pai de Isadora separou-se da sua mãe logo após o seu nascimento. Mary Duncan dava aulas de piano ao domicílio e tricotava camisolas para vender. Mary não dispunha nem de tempo para se dedicar aos filhos nem de meios para pagar a alguém que a ajudasse. Maurice Lever, biógrafo de Isadora, num volume publicado pela Editorial Inquérito, considera que esta foi uma “divina imprevidência” pois deixou os seus filhos livres para poderem seguir as suas vocações, tendo a miséria proporcionado “um luxo que as crianças ricas desconhecem: a independência, a vida selvagem.”

Isadora Duncan considerava andar em pontas anti-natural Ainda muito pequena Isadora Duncan sabia o que queria ser quando fosse grande: bailarina! Respondia sem hesitações a quem quer que fosse que lho perguntasse. Contudo, quando a mãe, aconselhada por uma vizinha, a inscreveu numas aulas de ballet Isadora detestou! Considerava andar em pontas anti-natural, e muito estúpidos aqueles movimentos característicos do vocabulário balético: entre-chats, jetés, fouttés, passe-pieds, balancés, tortillés... Em oposição ao espartilhamento do ballet clássico, Isadora encontra o seu lema artístico em Terpsícore, musa da música e da dança na mitologia Grega: “a arte é, antes de mais nada, um corpo liberto.” Se todos os dias, às 3 horas da tarde o filósofo alemão Emanuel Kant saía de casa para o seu passeio higiénico diário, com uma pontualidade tal que se poderiam acertar os relógios por ele, também às 3 horas da tarde tocava a campainha anunciando o fim das aulas para Isadora, o que para ela significava o fim da prisão. Sem supervisão adulta, a pequena bailarina corria imediatamente para a praia e por lá ficava até ao cair da noite. Eis o que fazia Isadora, nas palavras do seu biógrafo: “Sozinha, face ao oceano, deixa-se lentamente submergir pela irresistível pulsão que percorre os seus membros. A cabeça atirada para trás, o peito repleto de vento, eleva-se sobre os pés descalços, como se uma força exterior a conduzisse na perseguição de um sonho. Pulando pela praia fora, acompanha instintivamente a sinfonia agitada do mar. No balançar das pernas e dos braços, no arqueado das ancas, na branda ondulação dos seus rins, reconhece uma invisível harmonia com o movimento das vagas. O grande ritmo do universo determina simultaneamente a turbulenta vida do oceano e a sua delicada dança. Isadora entrega-se a ela com uma espécie de júbilo selvagem. As mãos estendidas em forma de concha, recolhem os últimos raios de sol e, com

Isadora Duncan revolucionou o mundo da dança criando aquilo a que se veio a chamar nova dança contemporânea FOTO D.R.

Isadora Duncan reinventa a dança no início do século XX

Isadora encontra o seu lema artístico em Terpsícore, musa da música e da dança na mitologia Grega FOTO D.R.

FOTO D.R.

um gesto amplo, derrama-os sobre si, pudica e casta como uma jovem bacante praticando um sacrifício no altar de Dionísio. O olhar imerso no horizonte embriaga-se com todo esse vasto espaço em seu redor, com as nuvens que correm rápidas no céu, com o cheiro dos sargaços, com a tépida transpiração das suas coxas, com a agitação do sangue que sente bater nas têmporas, com o ágil arrebatamento do seu corpo, com o peso da sua cabeleira encharcada de suor. É o delírio de uma criança livre, estonteada com a sua própria embriaguez, recusando todo o cansaço, fazendo vibrar a corda do desejo até à sua nota mais alta, imediatamente antes de a alma se despedaçar... Ritual de prazer... Transbordar de felicidade...” (Ibid.).

Neste verão podemos dançar como Isadora Neste verão podemos dançar como Isadora, descobrir os ritmos cósmicos que criam o ritmo das ondas, a sucessão dos dias e das noites, o girar do mundo sob os nossos pés. Esta é a origem da dança, perceber que o corpo está sempre a cair, graças à gravidade, e que manter-se de pé é um desafio que temos de superar em tenra idade. Como diz o filósofo José Gil no seu livro Movimento Total, publicado pela Relógio D’Água: “No começo era o movimento porque o começo era o homem de pé na Terra. Erguera-se sobre os dois pés oscilando, visando o equilíbrio. O corpo não era mais do que um campo de forças atravessado por mil correntes, tensões, movimentos.

Buscava um ponto de apoio. Uma espécie de parapeito contra esse tumulto que abalava os seus ossos e a sua carne”. Quer isto de dizer que, constitutivamente, somos já bailarinos. A dança faz parte da nossa essência. Não qualquer dança, mas esta dança que Isadora Duncan reinventa no início do séc. XX, inspirada nas esculturas gregas, nas ondas do oceano e demais ritmos da natureza. Este verão, temos óptimas condições para nos submergirmos também nós nessa dança dos elementos, longe da artificialidade, perto da natureza, podemos redescobrir o fluir natural que as nossas entranhas encerram. Dancemos pois! Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com


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HOMENAGEM POST MORTEM

‘Até já’ Marinho (1968-2020) Baixista dos Íris

O mar não será mais observado pelo artista, mas na memória de quem o ama ficarão as ondas que viram juntos FILIPE VILHENA / HENRIQUE DIAS FREIRE

D

ono de um talento inconfundível para a música, um humor excecional e um dom para a palavra e para conversas mais íntimas. É assim que amigos e familiares de Marinho Pires o descrevem. Partiu cedo, com apenas 52 anos e deixou para trás a caminhada de sucesso no mundo do Rock, onde integrava a banda Íris. Nasceu em Angola e veio para Portugal na altura da Revolução de Abril (1974). Olhão foi a cidade que o acolheu. A sua infância foi feliz e acompanhada dos pais, que infelizmente já partiram. No ano de 1990 cumpriu o serviço militar no Regimento de Infantaria de Beja e foi ainda bombeiro. Filho único, era apaixonado por animais, tinha dois cães em casa, um que faleceu recentemente. Gostava de passear na praia e esperava ter mais tempo para o fazer, na companhia da sua mulher, Alexandra Santos. O mar não será mais observado pelo artista, mas na memória de quem o ama ficarão as ondas que viram juntos. Durante toda a sua vida, Marinho Pires dedicou-se à música. Tocava baixo, guitarra, bateria e teclado. A sua vida na música começou cedo, na Fuseta. Em termos de projetos, participou na banda Íris, em meados de 1988, quando ainda era banda de Hotel e Bares, seguiu-se Deká, T-Zão, Swing Brasil e o regresso aos Íris em 2004. No meio deste trajeto passou por diversos outros, sempre relacionados com música. A companheira de Marinho Pires revela que eles sempre se conheceram, desde os tempos de escola. Mais tarde, num bar em Faro, os olhares cruzaram-se e a música uniu em sintonia Alexandra Santos e Marinho Pires. “O que nos manteve juntos durante estes anos todos foi o amor, o companheirismo e a amizade”. Falar do artista pode até parecer cliché, mas a verdade é que ele era uma pessoa muito humana, preocupada com os outros e com boas histórias para contar. A relação de ambos era muito pacífica, “sempre tivemos uma boa relação, de companheirismo, amizade e compreensão”. Sobre a música e a relação que o seu companheiro tinha com ela, Alexandra Santos diz apenas que “a música era

tudo para ele”. Inclusive, Alexandra procura algumas músicas que fizeram parte da carreira do artista e que ficaram “para trás”, numa época onde os telemóveis não eram ainda muito avançados em termos de competências de vídeo.

“Era uma pessoa excecional, para além de um baixista fabuloso” Carlos Maria A partida do companheiro deixa um enorme vazio a Alexandra Santos, que começou recentemente a trabalhar e gere ainda esta dor. Foi a primeira a saber da notícia e foi ela que contou a alguns amigos, uma tarefa dolorosa. Conheceram-se através da música e viajaram muitos quilómetros juntos, durante seis anos. Carlos Maria, amigo de Marinho Pires, recorda-o como alguém “muito simpático e com muita empatia”, onde, no meio de tantas aventuras, as conversas eram sempre agradáveis. “Era uma pessoa excecional, para além de um baixista fabuloso, uma pessoa culta, inteligente e que falava sobre qualquer assunto”. O humor de Marinho Pires era muito destacado entre os seus amigos, devido à ironia e sarcasmo que colocava nas piadas.

“Foi ele que me trouxe para a música mais a sério” Carlos Guerreiro Para Marinho Pires a música era a sua vida e foi a ela que sempre recorreu nos momentos mais complicados. “Ele tinha um dom”, afirma Carlos Maria. “Eu, como teclista, aprendi muita coisa com

ele”, como se fosse “uma escola”. A sua vida musical era muito intensa e as suas ideias eram diversas, sempre no sentido de melhorar. Marinho Pires assumia um papel de coordenador em quase todos os projetos que realizou ao longo da sua passagem pelo mundo. A sua forma de tocar baixo era diferente, o que lhe conferia uma autenticidade enorme. A sua personalidade, vista através dos olhos de Carlos Maria, era muito extrovertida. Marinho Pires conversava com qualquer pessoa “’super’ músico e ‘super’ humano”. Para o músico, perdeu-se um irmão. As caminhadas em conjunto eram muitas e “foi um grande choque” quando a notícia chegou. “Ele era muito novo” e foi muito difícil para Carlos Maria gerir a situação. Já Carlos Guerreiro conheceu Marinho Pires em 1994, quando ele tinha uma banda e ensaiavam por cima da casa dos seus pais. O primeiro contacto foi apenas por pura curiosidade de Carlos Guerreiro em relação à música, uma vez que esta é também a sua paixão. Marinho Pires acabou depois por convidar o amigo, já em 1998, para integrar a banda de funk algarvia T-Zão, na substituição do teclista, que ia embora. A conversa aconteceu por chamada telefónica e Carlos Guerreiro revela que “foi ele que me trouxe para a música mais a sério”, uma vez que deixou de tocar numa banda de garagem e começou em modo semi profissional. “Ele nasceu para ser rock star”, afirma. Carlos Guerreiro conta que “às vezes tínhamos alguns atritos, mas gostávamos muito um do outro”. Três dias antes de falecer, Marinho Pires ligou ao amigo e partilhou a sua vontade de voltar ao estúdio. Todos os amigos já sabiam do estado de saúde do artista, mas a morte de alguém que gostamos é sempre algo inesperado e foi precisamente essa a reação de Carlos Guerreiro. “Para mim ele era família, não acredito que ele morreu. Ainda penso que vou ligar para ele e ele está ali”. Marinho Pires faleceu devido a uma paragem cardiorrespiratória. Fazia diálise há muito tempo, mas nem isso o impedia de ser a pessoa alegre que era. Alexandra Santos resume a pessoa que foi o seu companheiro numa palavra: grandioso. A música não pode parar, mas ficou mais pobre. A batida faz-se agora com Marinho Pires no coração. Rock On!

Marinho Pires começou cedo no mundo da música FOTOS D.R.


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CADERNO ALGARVE

Postal, 7 de agosto de 2020

NECROLOGIA

VITORINO GREGÓRIO FERNANDES VALENTE 04-01-1952  22-07-2020 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ALFREDO ESTEVENS MARTINS

DIMAS JOSÉ PEREIRA

74 ANOS

89 ANOS

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 22 de Julho, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 28 de Julho, terça feira, pelas 18:00 horas na igreja de Santa Maria.

Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 27 de Julho, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 28 de Julho, terça feira, pelas 18:00 horas na igreja de Santa Maria.

“Paz à sua Alma”

“Paz à sua Alma”

MARIA ERCÍLIA AFONSO VICENTE LOURENÇO

TAVIRA

TAVIRA

29-06-1935  23-07-2020

Agências. Funerárias Pedro & Viegas ,Lda Tavira Luz V.R. Stº António telem 964 006 390 – 965 040 428

Agências. Funerárias Pedro & Viegas ,Lda Tavira Luz V.R. Stº António telem 964 006 390 – 965 040 428

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. M.F.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

ALCINDA FORTES DOS SANTOS

JOÃO DA SILVA GARCIA

MÁRIO SOARES CERQUEIR A

27-04-1969  28-07-2020

02-07-1943  30-07-2020

02-12-1948  02-08-2020

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTANA - SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

SÉ - ÉVORA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

GODINHAÇOS - VILA VERDE CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. CONCEIÇÃO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.


CADERNO ALGARVE

Postal, 7 de agosto de 2020

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A NÚNCIOS

Atestados

Clínica Geral

CELESTE VIEGAS DA PALMA 93 ANOS AGRADECIMENTO Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral da seu ente querido, realizado no dia 17 de Julho, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º dia pelo seu eterno descanso.

CLÍNICA PORTA NOVA

TAVIRA Agências. Funerárias Pedro & Viegas ,Lda Tavira Luz V.R. Stº António telem 964 006 390 – 965 040 428

Mesoterapia no emagrecimento e na dor

Nutrição e Emagrecimento

Nova Imagem em Serviços com preços acessíveis

Ginecologia

Urgências: 968 763 001

Sexologia

Tel. 281 324 020 email: clinicaportanova@hotmail.com

APELO

“Paz à sua Alma”

Ocorrido no passado dia 15 de Junho pelas 22 horas E.N.125 Km130,800 em que entrevieram um velocípede (bicicleta) e uma viatura automóvel com a matrícula 12-66-SI de que resultou o atropelamento do condutor da bicicleta que ficou gravemente ferido, tendo sido transportado de imediato para o Hospital Distrital de Faro. Solicita se o favor a eventuais testemunhas oculares, que possam fazer o favor de nos contactar (familiares da vítima) para poderem vir a ser indicadas como eventuais testemunhas, em ordem a poderem contribuir para o esclarecimento dos termos em que ocorreu o sobredito acidente de viação (Margarida Carneiro 918 598 650) (POSTAL do ALGARVE, nº 1248, 7 de Agosto de 2020)

Joaquim Lucas Silva Cartório Notarial de Tavira Certifico: Que no dia 28/07/2020, de folhas 35 a folhas 36, do livro de notas para escrituras diversas número 207–A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual MANUEL CUSTÓDIO FERNANDES, NIF 126.860.327 e mulher MARIA DA ENCARNAÇÃO DOMINGUES, NIF 126.860.335, ambos naturais da freguesia de Santa Maria, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no sítio do Pinheiro, caixa postal 1622-G, Estrada da Amoreira, Luz de Tavira, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de cultura, com a área de mil seiscentos e noventa metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Maria, do sul com José Rufino, do nascente com Custódio Viegas e do poente com José Rufino, sito em Horta do Vale, União das freguesias de Santa Maria e Santiago, concelho de Tavira, inscrito na matriz sob o artigo 39.196 (anterior artigo 38.491 da extinta freguesia de Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de OITO EUROS E QUINZE CÊNTIMOS, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que adquiriram o prédio por doação verbal e não titulada por escritura pública, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, a feita pelos seus pais do justificante marido Francisco Fernandes e Maria Teresa, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio da Ribeirinha, Santa Maria, Tavira, pelo que adquiriram o prédio por usucapião. Tavira, em 28 de Julho de 2020, A funcionária por delegação de poderes,

A. CORREIA DANIEL Médico CONSULTAS

(Irene Maria Pereira Lourenço Rodrigues – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/4) Conta registada sob o nº. PAO737/2020 Factura nº. 739 (POSTAL do ALGARVE, nº 1247, 8 de Agosto de 2020)

TODOS OS DIAS ÚTEIS 9:00H – 12:30H / 15:00H – 18:00H

TRATA

- Atestados / Carta de Condução e outros - Renovações - Domicílios

PRAÇA DA REPÚBLICA Nº 12, 1º ESQ – TAVIRA (DEFRONTE À CÂMARA) 281 322 491 | 936 396 022

COMUNIQUE COM O POSTAL

(NOVOS PREÇOS) Cartas de condução Carta de caçador Uso e porte de arma

Contacto: 281 320 900 Administrativo: anabelag.postal@gmail.com

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NOTIFICAÇÃO PARA EFEITOS DE EXERCÍCIO DE DIREITO LEGAL DE PREFERÊNCIA Nos termos e para os efeitos do exercício do direito legal de preferência, vem José Custódio Pereira Horta, natural da freguesia de Santiago, concelho de Tavira, casado no regime de comunhão de adquiridos com Maria José Mestre Martins Horta, respectivamente titulares dos Cartões de Cidadão nº 02341285 2 ZX6, válido até 14/05/2028, e nº 05306578 6 ZZ9, válido até 04/05/2021, emitidos pela República Portuguesa, contribuintes fiscais nº 122230140 e nº 122230159, respetivamente, residentes em Rua Leonel de Sousa, 5 - A, 8800-438 Tavira, na qualidade de proprietários e legítimos possuidores, vem pelo presente, comunicar aos confinantes a sua intenção de vender de forma simultânea e conjunta o seguinte prédio: - Prédio rústico, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo rústico nº 78, que teve origem no artigo matricial rústico com o nº 66; - Prédio urbano, com 4 com compartimentos, fachada caiada, rés-do-chão; e - Prédio urbano, com 5 compartimentos, fachada caiada, rés-do chão; todos localizados em Valongo, concelho de Tavira, freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, e inscritos na matriz predial urbana sob os artigos urbanos nº 147 e 149, respetivamente, e descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº 2016/19910604 da freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira. O preço global acordado para a venda do referido prédio é de 250.000,00 euros (Duzentos e cinquenta mil euros) correspondendo o valor de 50.000,00 euros (cinquenta mil euros) à parte rústica e 200.000,00 euros (duzentos mil euros) à parte urbana. A escritura notarial de compra e venda encontra-se marcada para o dia 20 de Agosto de 2020. O direito legal de preferência deverá ser exercido globalmente quanto à totalidade do prédio misto acima melhor identificado, localizado em Valongo, concelho de Tavira, freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, por ser a única forma de não causar prejuízo apreciável aos proprietários e vendedores, nos termos do artigo 417º do Código Civil. Nestes termos ficam os proprietários dos prédios rústicos confinantes notificados do objeto da venda, devendo pronunciar-se sobre se pretendem exercer o direito legal de preferência relativamente ao prédio identificado, no prazo máximo de 8 dias contados desde a data de publicação do presente anúncio, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto do n.º 2 do artigo 416.º do Código Civil. (POSTAL do ALGARVE, nº 1248, 7 de Agosto de 2020)


Henrique Dias Freire

Comédia inspirada na pandemia promete arrancar gargalhadas

Últimas Julho no Algarve com quebra de 60% face a 2019 A

Isilda Gomes vai fazer “perninha virtual”

Se o quadro do país é negro, as perspetivas para o quadro do Algarve está cada vez mais longe de começar a melhorar. A Ria Formosa pode até ser "uma das sete maravilhas do mundo", como dizia antes da pandemia Noélia Jerónimo, proprietária do restaurante com o seu nome em Cabanas de Tavira, mas cinco meses depois do seu elogio deixado no jornal Expresso, o mundo mudou. Noélia Jerónimo viu-se obrigada a encerrar por tempo indeterminado um dos melhores restaurantes do Algarve, depois dela e parte da sua equipa terem acusado positivo no teste à Covid-19 e terem assim dito adeus ao tímido verão algarvio, que, em muitos aspetos, assemelha-se a um longo inverno. O desemprego continua a disparar com uma taxa muito superior à generalidade do país e a pouca esperança depositada no verão desvanece-se de dia para dia, com empresas a fechar portas ou em risco de encerrar. Há dias foi anunciado o que poderá ser uma boa nova: um reforço de 300 milhões de euros para o Algarve. O grande receio está, não só no da qualidade da sua aplicação, mas na incerteza de que quando o dinheiro chegar ainda possa reparar os estragos sociais e económicos da região. O mal do Algarve não é de agora. Falta-lhe uma elite regional que saiba combater a sua situação periférica perante Lisboa e o resto do país. Falta-lhe massa crítica capaz de garantir um desenvolvimento harmonioso e sustentável, sem ficar refém da dependência do mercado britânico e da ideocracia governamental. Entretanto, o Algarve atravessa o seu segundo inverno consecutivo em pleno verão e teme pelo que pode acontecer no terceiro. Quem cá vive sabe que o pior ainda está para acontecer, só não sabe quando se vai iniciar a fase mais crítica da crise.

vid-19”, destaca a autarquia. Quando é decretado o estado de emergência, o pânico instala-se no pequeno apartamento da família Sampaio, que se encontra à beira do divórcio. Tudo começa a dar errado, quando Anatólio Sampaio, bancário e chefe de família, percebe que - graças ao novo coronavírus - todos os seus planos vão por água abaixo. Agora, e por tempo indeterminado, vai ter de dividir o seu apartamento com a família… e com alguns indesejados. A comédia é protagonizada pelo elenco tea-

tral do Boa Esperança Atlético Clube Portimonense, que desafiou a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, a fazer uma “perninha virtual”, tendo a autarca aceitado o convite. Dirigido a maiores de 12 anos e com lotação limitada, o espetáculo vai para o ar nas noites de quinta-feira, sexta-feira e sábado, a partir das 21h30, custando os bilhetes 10 euros, com reservas em tempo.bol.pt, ou pelos seguintes contactos: telefone 282 402 475, telemóvel 961 579 917, email teatromunicipaldeportimao.pt

Portugal e Marrocos no combate à migração ilegal O ministro da Administração Interna e o seu homólogo marroquino manifestaram acordo sobre a necessidade de reforçar a cooperação entre os dois países no combate à migração ilegal. Em causa, a chegada ao Algarve do quinto grupo de migrantes a chegar desde dezembro de 2019. Os dois ministros manifestaram também vontade em retomar, assim que possível, as ligações aéreas diretas entre Portugal e Marrocos.

Crianças fazem livro que reverte para os sem-abrigo

Algarve pode vir a receber MotoGP O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto admitiu que existe uma “forte probabilidade” de Portugal receber a última das 15 provas do Mundial de MotoGP de 2020, no Autódromo Internacional do Algarve. O presidente da Federação Internacional de Motociclismo, o algarvio Jorge Viegas, também já confirmou que "Portimão é uma hipótese" para acolher esta 15.ª prova.

ALBUFEIRA “Abre… é para ti!” é como se intitula o livro feito pelas crianças do 4º ano do ensino básico da Escola EB1 JI Vale Pedras de Albufeira. Para os responsáveis, este livro é o registo da “partilha dos momentos que ficaram, enquanto aprendiam, enquanto participaram em ações de solidariedade destinadas a pessoas sem-abrigo sob orientação da sua professora, enquanto brincavam, enquanto faziam amigos... enquanto sonhavam”. A apresentação deste livro vai ter lugar no sábado, 8 de agosto, às 10:30 horas, na Biblioteca Municipal Lídia Jorge. As receitas serão oferecidas à delegação de Albufeira do CASA - Centro de Apoio ao Sem-abrigo (IPSS).

Guarda-redes reforça baliza do Farense O guar-

Avenida de Olhão sem trânsito em agosto O trânsito automóvel na Avenida 5 de Outubro encerra todas as sextas e sábados até final de

FOTO D.R.

O pior da crise não está para trás

O Grande Auditório do TEMPO - Teatro Municipal de Portimão recebe ao longo de agosto a comédia do Boa Esperança "Marafada Quarentena", inspirada na atual pandemia. Entre 1 e 29 de agosto, e respeitando o plano de contingência imposto pela Direção-Geral da Saúde, “o público irá dar muitas gargalhadas por conta desta criação original de Carlos Pacheco, que se centra nas peripécias de uma família tão hilariante quanto disfuncional, durante o período de confinamento devido à co-

ocupação hoteleira em julho no Algarve registou uma quebra de 60,2% face ao mesmo mês do ano passado, tendo sido registada uma ocupação global média por quarto de 33,2%, indicou hoje uma associação do setor. Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve refere que o mercado britânico foi o que mais contribuiu para a descida, tendo sido registada uma quebra de 91,1%.

agosto, entre as 19:45 e a 1:30. O objetivo da medida da autarquia, tomada após um extenso

diálogo com os empresários desta que é uma das artérias mais animadas da cidade de Olhão, “é privilegiar a circulação pedonal, aumentando e tornando mais aprazível esta zona de lazer por excelência, especialmente animada durante o verão”. O Município apela à colaboração dos automobilistas, solicitando-lhes que retirem as viaturas estacionadas na Avenida 5 de Outubro até às 19:30, todas as sextas feiras e sábados do mês de agosto, permitindo que esta artéria possa ser fruída em pleno.

ANOS Tiragem desta edição 12.119 EXEMPLARES

O POSTAL regressa a

21 DE AGOSTO

Distribuição quinzenal com o jornal

da-redes brasileiro Rafael Defendi, ex-jogador do Famalicão, tornou-se o quarto reforço do Farense para a época de regresso à I Liga portuguesa de futebol, anunciou a SAD algarvia. Rafael Defendi, de 36 anos, reencontrará na capital algarvia o treinador Sérgio Vieira, que o orientou na época passada em Famalicão.

Estufa de canábis em Paderne As autoridades detiveram um homem de 44 anos e desmantelaram uma estufa onde este produzia 255 plantas de canábis, junto da sua residência, na localidade de Paderne, no concelho de Albufeira.

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