POSTAL 1267 9JUL2021

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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

IMPRESSORAS MULTIFUNÇÕES

9 de julho de 2021

A PARTIR DE 1,30€/DIA *EXCLUSIVO PARA EMPRESAS

1267 • €1,5

Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira

postaldoalgarve

ANOS ANIVERSÁRIO

E ainda

AUTÁRQUICAS EM FARO

Mar do Algarve chega à baixa de Faro

PS Rogério Bacalhau recebeu um montante de 56 milhões de euros, somados um empréstimo do Estado ao abrigo do PAEL e o total do valor das taxas municipais cobradas nos últimos 10 anos.

Vários seres subaquáticos da costa algarvia estão expostos ao ar livre num conjunto de dez elegantes estruturas expositivas que albergam 18 fotografias. P2

www.postal.pt Orçamento grátis em: www.hpz.pt

Guerra aberta entre PS e PSD PSD Afirmações despudoradamente falsas que visam esconder responsabilidade do PS e do agora seu candidato à Câmara no desastre financeiro, no período em que foi vereador entre 2005-2009. P9

Importa saber decidir Albufeira regrediu

Cada vez mais jovens nos cuidados intensivos

A tendência é agravar. Há “um maior número de doentes jovens internados que estão mal, os quais não se sabe se vão recuperar totalmente ou se vão ficar com sequelas”. P5

Mar,

um futuro de oportunidades

[Covid-19] Peço tratamento igual. Que a justiça seja reposta urgentemente

A opinião de Ana Passos

Número utilizado para o cálculo é menos de metade dos residentes

Praias do Algarve com festas ilegais

P8

Poucos estarão em condições de gerir um município como Albufeira [como eu]

Não se sabe quantificar o número de festas ilegais que decorreram no Algarve, mas sabe-se que com a entrada do verão, são cada vez mais. António Costa já alertou que as festas ilegais e legais são os "principais polos de difusão" desta nova vaga da pandemia de covid-19. P7

A Lacobrigense: Associação de Socorros Mútuos

Importa não criar qualquer expetativa falsa às pessoas José Carlos Rolo

Chegou o momento da mudança, as pessoas são soberanas mas sinto que estão atentas

Flamingos nascem nas salinas do sapal

Onde a melhor resposta ao utente é prioridade

O PSD nos últimos 20 anos preocupou-se mais em manter-se no poder do que servir as pessoas

Numa das salinas da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, uma colónia de cerca de 3000 indivíduos construiu perto de 800 ninhos com ovos, eclodindo agora cerca de 550 jovens flamingos. P10

ALUNOS DE FARO VENCEM CONCURSO NACIONAL P15

137.077

As pessoas estão a sofrer com a pandemia e as respostas sociais não aparecem O presidente tinha obrigação de antecipar cenários Ricardo Clemente José Carlos Rolo, do PSD, e Ricardo Clemente, do PS, são os entrevistados do POSTAL. No âmbito das eleições autárquicas temos vindo a recolher a opinião de

alguns candidatos aos municípios, onde, na nossa opinião, existem mais fortes possibilidades de mudança. Importa referir que, para Albufeira, um dos mais

POR PAULO SERRA

Maremoto de Djaimilia Pereira de Almeida Moçambichos de Maria João Neves CS18 POR MAURO RODRIGUES

importantes concelhos algarvios, já tínhamos recolhido a opinião do antigo presidente Desidério Silva, que agora se apresenta como independente. P12 e 13

POR JORGE QUEIROZ

POR MARIA JOÃO NEVES

Política cultural – democracia e conhecimento CS17

POR RAMIRO SANTOS

Afinal como posso A Viagem das Plantas (2) - Um doce pecado CS21 melhorar em POR MARIA LUÍSA FRANCISCO fotografia? CS19 Política, comunicação e confiança CS17

O POSTAL dá-lhe a conhecer a história desta instituição de referência social e humanitária que conta com mais de 75 anos de existência em Lagos e o que ela tem para oferecer à comunidade nestes tempos difíceis P4

O amor e as suas palavras CS20

POR SAÚL NEVES DE JESUS

Pode a arte contribuir para a coesão territorial? CS16


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CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

DESTAQUE FOTOS VICO UGHETTO | ALFA | D.R.

Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire Diretora Executiva Ana Pinto

REDAÇÃO

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Tiragem desta edição

9.825 exemplares

Mar do Algarve chega à baixa de Faro Vários seres subaquáticos da costa algarvia estão expostos ao ar livre num conjunto de dez elegantes estruturas expositivas que albergam 18 fotografias, dispostas ao longo do jardim da baixa de Faro As fotografias estão acessíveis aos muitos populares que por lá passam e que agora têm um pretexto para parar e apreciar a fauna e flora que apesar de estar perto de nós, não conseguimos apreciar de forma tão próxima e intimista como agora. A curadoria da exposição é da ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve, que desenvolveu o design das estruturas em colaboração com uma empresa de Olhão, tendo convidado para esta primeira exposição de rua o conceituado fotógrafo João Rodrigues, premiado em

vários concursos internacionais e colaborador regular da revista National Geographic, tendo igualmente realizado o filme “Cavalos de Guerra”, que retrata os cavalos-marinhos da Ria Formosa e com o qual foi distinguido em vários festivais de cinema ambiental.

O promotor da exposição é a Câmara Municipal de Faro, "procurando com esta iniciativa um maior fruição dos espaços ao livre da cidade e a continuação de um conjunto de iniciativas que visam dinamizar a cidade de Faro como candidata a Capital Europeia da Cultura 2027", explica a

Associação Livre Fotógrafos do Algarve. Para a ALFA, "esta exposição de rua e a concretização deste projeto das estruturas expositivas, é um marco importante para a associação porque não só contribui para uma ampla difusão da fotografia a um público universal, que muitas vezes não sente interesse em visitar uma galeria, mas que gosta de apreciar fotografia, ao mesmo tempo que está preparada para os novos desafios expositivos com privilegiam os espaços ao ar livre devido ao contexto pandémico em que vivemos. A informação sobre cada fotografia pode ser consultada pelo tablet ou smartphone através dos QR-codes para o efeito". A exposição de rua "ASul Profundo", estará patente até outubro e naturalmente aberta 24 horas, estando prevista a sua posterior colocação noutros locais do concelho.


AF-E-REDES_Imprensa_Proximidade-257x336mm.pdf

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CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021 FOTOS D.R.

A LACOBRIGENSE - ASSOCIAÇÃO DE SOCORROS MÚTUOS COM QUALIDADE E PROFISSIONALISMO NO ATENDIMENTO

"Acompanhamento dos utentes é a nossa maior premissa" A Lacobrigense – Associação de Socorros Mútuos, a sua clínica e a sua farmácia estão numa fase de inovação, com mudanças e renovações. Face aos tempos pandémicos que se vivem, adaptaram-se e disponibilizam aos associados e à comunidade o serviço de consulta de clínica geral ao domicílio. Por outro lado, oferecem a possibilidade de prescrição de receitas online, assim como a entrega de medicamentos ao domicílio, para simplificar a vida de Da esquerda para a direita Secretário Mário Guedes, Presidente António Mário Barroso e Tesoureira Ana Oliveira quem está em isolamento. A farmácia Lacobrigense disponibiliza ainda serviços que permitem determinar os parâmetros bioquímicos, um meio complementar de diagnóstico que avalia o estado de saúde geral, como Colesterol Total, Glicémia, Hemoglobina, Risco Cardiovascular, Urina e Tensão Arterial. Além das notáveis condições físicas de atendimento aos utentes, a clínica tem serviços de excelência e oferece um leque bastante alargado de especialidades, enfermagem e exames complementares. O POSTAL quis conhecer melhor a sua história e o que tem para oferecer à comunidade nestes tempos difíceis. P Qual a génese desta instituição de referência social e humanitária que conta com mais de 75 anos de existência em Lagos? R Com Alvará de 17 de julho de 1938 e estatutos aprovados por Alvará de 4 de dezembro de 1939, «A Lacobrigense», Associação de Socorros Mútuos tem as suas raízes na «Irmandade do Corpo Santo dos Mareantes e Pescadores da Cidade de Lagos» A Lacobrigense – Associação de Socorros Mútuos, fundada em 1938, tem a sua origem na Irmandade do Corpo Santo dos Mareantes e Pescadores da Cidade de Lagos, cujos estatutos remontam ao século XVIII. É uma das mais antigas Associações Mutualistas nacionais e uma das mais prestigiantes, no contexto do associativismo, do Município de Lagos. Sendo uma instituição particular de solidariedade social, tem desenvolvido, ao longo da sua existência, um variado conjunto de projetos e atividades, proporcionando apoio a diferentes pessoas e entidades que a ela recorrem, em particular, ao

nível da assistência médica e medicamentosa. P O que vos motivou a abraçar recentemente a direção da associação? R Em 2020, um grupo de 18 associados, no intuito de melhorar as condições a disponibilizar aos associados e, cumulativamente, servir a comunidade, decidiu candidatar-se aos órgãos sociais desta associação, para o quadriénio 2021-2024. Para tal, apresentou, entre outras, as propostas abaixo discriminadas que, ao longo deste mandato, pretende ver concretizadas: Ao nível da farmácia: • Alargar à comunidade a entrega de medicamentos ao domicílio; • Procurar criar melhores condições de espera para os utentes no espaço exterior da farmácia (na atual situação de pandemia). Relativamente à clínica: • Disponibilizar o serviço de teleconsultas (tanto a associados, como ao público em geral); • Disponibilizar o serviço de prescrições eletrónicas;

• Reforçar a rede de cuidados ao domicílio; • Suplantar os benefícios dos associados relativamente às convenções existentes com outras entidades. Em terceiro lugar, no que respeita à Associação: • Uniformizar o número de associado dentro das diferentes valências da associação; • Simplificar o processo de restituição de benefícios aos associados; • Reforçar a vertente social da associação na comunidade. P Quais as premissas pelas quais se rege a associação desde a excelência do corpo clínico à qualidade técnica dos serviços que disponibilizam? R Nas diferentes valências oferecidas por esta associação de socorros mútuos, a qualidade e o profissionalismo no atendimento e acompanhamento dos utentes é a nossa maior premissa. Para tal, temo-nos sempre pautado pela contratação de técnicos / profissionais de referência, pela oferta de formação contínua aos colaboradores

desta instituição e, não menos importante, temos também procurado manter atualizados e modernizados os diferentes equipamentos disponíveis. P Neste período pandémico que atravessamos, as necessidades da comunidade intensificaram-se. De que forma é que responderam aos novos desafios e a que mecanismos de intervenção recorreram? R No intuito de ir ao encontro das necessidades dos nossos associados, e público em geral, que nos procuram, apetrechámos todas as valências da associação com o equipamento/produtos necessários a garantir a total segurança de quem nos procura, assim como dos colaboradores que, diariamente, prestam serviço nesta associação. No intuito de cumprir as recomendações institucionais, temos apostado no teletrabalho de parte dos colaboradores, assim como temos feito rastreios periódicos aos funcionários da associação. Paralelamente, reforçámos a entrega de medicamentos ao do-

micílio, assim como a emissão de prescrições via SMS, de modo a minimizar as deslocações desnecessárias de utentes à associação. Complementarmente, iniciamos a disponibilização do serviço domiciliário de consultas. P Apesar de ainda ser prematuro falar num período pós pandémico, como encara uma associação mutualista o futuro? R É pretensão deste Conselho de Administração continuar a zelar pelos padrões de qualidade e profissionalismo que caracterizam A Lacobrigense – ASM. Para tal, estamos em processo de expansão da rede de convenções (seguradoras e subsistemas de saúde) com esta associação, assim como estamos a alargar a oferta clínica (contratação de novos médicos e especialidades médicas / serviços prestados). Por último, numa tentativa de aproximação à comunidade, temos facilitado o acesso a cuidados de saúde por parte de quem necessita, não só associados mas também público em geral.


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REGIÃO HOSPITAIS DO ALGARVE APREENSIVOS COM LONGO COVID

Internamentos aumentam entre os mais jovens FOTO D.R.

O balanço feito do número de doentes internados nos hospitais do Algarve aponta para o aumento significativo em faixas etárias mais baixas de casos de infeções da doença das últimas semanas. A presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) diz que a tendência é para agravar-se, sublinhando que há “um maior número de doentes jovens internados que estão mal, os quais não se sabe se vão recuperar totalmente ou se vão ficar com sequelas” No início deste mês, a presidente do conselho de administração do CHUA, Ana Varges Gomes, disse que o número total de internamentos nas duas unidades hospitalares do Algarve representa cerca de 60% do limite de 80 camas definido para a região, não havendo, para já, previsão para abrir mais camas. O Algarve tinha 49 doentes internados em enfermarias covid-19, mas 12 dos quais em cuidados intensivos, com

uma tendência de aumento de internamentos entre os mais jovens. Os doentes internados nos hospitais de Faro e de Portimão têm idades entre os 23 e os 67 anos, “uma faixa etária mais baixa do que foi verificado em internamentos anteriores”. “É realmente uma população mais jovem que temos internada e que não tem a vacinação”, apontou Ana Varges Gomes, sublinhando que há “um maior número

de doentes jovens internados que estão mal, os quais não se sabe se vão recuperar totalmente ou se vão ficar com sequelas”.

Longo covid em jovens O "longo covid" refere-se ao quadro de sintomas que permanecem após a recuperação da infeção por covid-19, que inclui fadiga, falta de ar, dor

no peito e distúrbios cognitivos como falta de memória e concentração. Apesar do número de mortes ser hoje muito mais baixo proporcionalmente, em comparação com as ondas anteriores, graças à vacinação, o longo covid começa a ser uma preocupação cada vez maior. Com os os números de contágios a subir, vamos ter uma quantidade significativa de

covid longo, especialmente nas idades mais jovens, onde as taxas de vacinação são atualmente muito mais baixas. Especialmente no Algarve, os profissionais de saúde estão apreensivos com o evoluir da situação pandémica, “uma vez que as pessoas não estão a cumprir com o que deviam, ou seja, no respeito pelas recomendações” das autoridades de saúde, alerta Ana Varges Gomes. O Algarve tem 450 mil habitantes para socorrer, mas na altura do verão, “passamos a ter cerca de dois milhões com alguma facilidade. Se as pessoas começarem a adoecer com covid, não existe estrutura nenhuma com capacidade para este tipo de aumento da população”, apontou. Para aquela responsável, a situação epidemiológica no

Algarve “merece alguma vigilância”, dado o aumento significativo de casos de infeções da doença das últimas semanas em faixas etárias mais baixas e dado a previsão do aumento da população durante o verão. “Neste momento ainda não se perspetiva a abertura de mais camas, até porque mantivemos a atividade normal, mas a situação merece-nos vigilância pelo aumento de casos de infeções e para irmos tomando as decisões no dia a dia”, sublinhou. Mas Ana Varges Gomes admitiu que caso a situação no Algarve se agrave significativamente, as próprias férias dos profissionais de saúde podem vir a ser afetadas, possibilidade já assumida pelo secretário de Estado coordenador da resposta à covid-19 na região. PUB.

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CADERNO ALGARVE

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Breves

Ferido grave em despiste de moto

O despiste de uma moto fez um ferido grave durante a noite de domingo na Estrada Nacional 125, na zona da Conceição de Tavira. A vítima foi assistida no local da ocorrência e transportada para o Hospital de Faro. A circulação da Estrada Nacional chegou a estar interrompida num sentido durante toda a operação de assistência e socorro à vítima.

Detido suspeito de abuso sexual

PJ anunciou na passada sexta-feira que deteve um homem suspeito de vários crimes de abuso sexual de crianças, cometidos desde 2019 com uma menor que tinha então 12 anos. A detenção foi feita em Loulé, recaindo sobre o suspeito, de 19 anos, de nacionalidade estrangeira e “em situação irregular no país”. Os vários crimes foram “cometidos sobre uma menor fora do seu círculo familiar”.

Colisão entre veículos faz 2 feridos graves

A colisão envolveu três viaturas ligeiras e ocorreu na saída da Via do Infante para Altura, na passada sexta-feira. O sinistro provocou 5 feridos, 2 graves e 3 ligeiros. Uma das vítimas graves teve de ser transportada pelo helicóptero do INEM para o Hospital de Faro. A estrada entre a A22 e a EN125 esteve cortada e depois condicionada ao trânsito durante 3 horas.

Mulher retirada da água após queda de uma arriba em Albufeira

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ma mulher de 23 anos, de nacionalidade belga, foi este domingo auxiliada depois de ter sofrido uma lesão ao saltar para a água de uma arriba na praia do Ninho das Andorinhas, em Albufeira, tendo contraído uma lesão na zona lombar, informou a Autoridade Marítima Nacional (AMN). Segundo a AMN, "à chegada ao local, constatou-se que a mulher tinha sido retirada da água com o auxílio de amigos, em estado consciente, tendo sido assistida pelos Bombeiros Voluntários de Albufeira e pelos elementos do INEM". A vítima "foi estabilizada e deslocada para fora da praia, com o apoio dos elementos da Polícia Marítima, tendo sido posteriormente transportada por uma ambulância do INEM para uma unidade hospitalar". O alerta foi recebido pelas 16h53, através dos Bombeiros Voluntários de Albufeira e foi "de imediato ativado para o local o piquete do Posto da Polícia Marítima de Albufeira". O Posto da Polícia Marítima de Albufeira tomou conta da ocorrência.

Vítima foi retirada da água com o auxílio de amigos, tendo sido posteriormente transportada de ambulância para uma unidade hospitalar FOTO D.R.

Idosa morre em colisão na Ponte Nova de Portimão Uma mulher de 73 anos morreu e dois homens ficaram com ferimentos ligeiros em consequência de uma colisão frontal ocor-

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rida esta segunda-feira, na Estrada Nacional 125, na Ponte Nova rodoviária de Portimão. O acidente “envolveu

duas viaturas ligeiras, que colidiram frontalmente, desconhecendo-se as causas que motivaram o choque frontal”.

O acidente obrigou ao desvio do trânsito rodoviário no sentido Faro/Lagos para a localidade de Estombar, no concelho de Lagoa.

Na direção Lagos/Faro, o trânsito foi desviado para a rotunda de acesso ao hospital de Portimão.

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Mais de 1,3 toneladas de haxixe apreendidas na Ria Formosa Cachopo, uma Aldeia com História, situada na Serra do Caldeirão, a 40 km da sede do Concelho de Tavira. Ao participar nas 7 Maravilhas de Portugal, ficando classificada em 2º lugar, trouxe à Freguesia muitas pessoas de todo o país.

FABRICO PRÓPRIO DE PÃO E BOLOS

Pelas suas características, uma paisagem deslumbrante, percursos pedestres, museus, gastronomia tradicional, produtos de grande qualidade, tudo isto fez que também recentemente fosse classificada 5 estrelas das regiões , o que me orgulha bastante como Presidente da Junta, por ter contribuído, com outros, para este sucesso. Termino com os Parabéns ao Postal do Algarve, por toda a promoção realizada através da vossa informação e por dar voz aos mais distantes. Otília Cardeira Presidente da Junta de Freguesia de Cachopo

Avª Engº Duarte Pacheco, 40a Santa Luzia - Tel.: 919 724 372 Rua Dr. Augusto Carlos Palma, 15 Tavira - Tel.: 281 322 004/919 724 372 viladoce2014@gmail.com

A GNR apreendeu mais de 1,3 toneladas de haxixe num esteiro da Ria Formosa, com um valor total estimado de 2,5 milhões de euros Em comunicado, a GNR indica que a Unidade de Controlo Costeiro (UCC), através do Subdestacamento de Controlo Costeiro de Olhão, apreendeu a droga no domingo, no âmbito de uma ação de vigilância, controlo e patrulhamento da costa e mar territorial, em particular para o combate ao tráfico internacional de estupefacientes. A GNR explica que o Sistema Integrado de Vigilância Comando e Controlo (SIVICC)

detetou, durante a madrugada, duas embarcações com movimentos suspeitos ao largo das Ilhas Barreira. "Face às suspeitas levantadas, de imediato foram ativadas as Equipas de Patrulhamento e Interceção Marítima, com o intuito de se proceder à abordagem das embarcações suspeitas", explica a GNR, acrescentando que os militares acabaram por detetar 40 fardos de haxixe a boiar num esteiro da Ria Formosa, que se suspeita terem sido largados e abandonados por uma das embarcações anteriormente detetadas. No total, foram apreendidos 1.370 quilos de haxixe, com um valor total estimado de 2.500.000 euros.


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REGIÃO PRIMEIRO-MINISTRO CONSIDERA FESTAS "POLOS DE DIFUSÃO" DA NOVA 4ª VAGA

VERÃO. Praias do Algarve com festas ilegais e com algumas também em residências privadas FOTO D.R.

Não se sabe quantificar o número de festas ilegais que decorreram no Algarve, mas sabe-se que com a entrada do verão, são cada vez mais. António Costa já alertou que as festas ilegais e legais são os "principais polos de difusão" desta nova vaga da pandemia de covid-19 O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta semana que as festas ilegais e legais que são feitas um pouco por todo o país são os "principais polos de difusão" desta nova vaga da pandemia de covid-19. "Temos de evitar os comportamentos irresponsáveis de festas clandestinas ou não clandestinas que se desenvolvem sem segurança e que estão a ser os principais polos de difusão desta nova vaga da pandemia", afirmou António Costa. O chefe do executivo apelou à "responsabilidade individual" de cada cidadão, insistindo que só comportamentos responsáveis poderão evitar que as infeções cresçam como cresceram em janeiro e fevereiro. António Costa apelou ao esforço daqueles que vão ser vacinados em "condições menos agradáveis nas próximas semanas" devido ao aumento do número de administrações de vacinas e à "disciplina" de usar máscara, desinfetar as mãos e manter a distância física. Falando numa "luta contra o tempo" entre a capacidade do vírus se ir diferenciando e a capacidade que o país tem de assegurar a

alemã, tendo sido elaborado o respetivo auto de notícia. Desta ação resultou ainda a apreensão de três colunas de música e de várias bebidas alcoólicas.

Festa na via pública Poucos dias depois, a GNR teve que acabar com uma festa que ocorreu em plena via pública em Albufeira, tendo sido apreendidos diversos artigos: uma mesa de mistura de som, uma coluna, um computador portátil e uns auscultadores. Ao todo, foram identificados 19 pessoas, tendo sido elaborado um auto de notícia por propagação de doença, sendo os factos remetidos para o Tribunal Judicial de Albufeira. vacinação, o primeiro-ministro pediu "compreensão" aos cidadãos porque a vacinação não vai ser feita com a mesma "comodidade" de até então. O líder do Governo frisou que vai ser feito um "enorme esforço de vacinação" nas próximas semanas, realçando que será uma "luta contrarrelógio" para garantir que todos os cidadãos fiquem melhor protegidos.

Espírito festivo juntou 800 pessoas na Praia da Oura No Algarve, além do crescente número de festas, o verão tem "amontoado" centenas de pessoas sem proteção em praias. Ainda neste sábado, cerca de 800 pessoas, com idades compreendidas entre os 16 e 18 anos e de várias

nacionalidades, tiveram que ser dispersadas por elementos do Posto da Polícia Marítima de Albufeira, na praia da Oura, em Albufeira. Através do alerta de um concessionário de praia, elementos da Polícia Marítima deslocaram-se, no início da noite, ao local tendo constatado a presença de vários grupos de jovens no areal. Os jovens foram advertidos para o cumprimento das regras em vigor, em especial para as regras de ocupação nas praias, permanência e de distanciamento físico em locais abertos ao público, bem como para evitarem os aglomerados de pessoas. As autoridades deram indicação "a todos os grupos de jovens para dispersar, tendo as indicações sido acatadas".

200 pessoas na Praia dos Estudantes em Lagos Antes, na véspera do dia de São João, a Polícia Marítima de Lagos teve que interromper uma festa ilegal com mais de 200 pessoas na Praia dos Estudantes, em Lagos, tendo apreendido três colunas de som e várias bebidas alcoólicas. A festa foi detetada pelas duas horas da madrugada, durante uma ação de patrulhamento da Polícia Marítima, que se deslocou de imediato para o local e interrompeu a festa, tendo as pessoas dispersado do local com a chegada dos elementos da Polícia Marítima. A Polícia Marítima chegou mesmo a identificar um dos presumíveis organizadores, um homem de nacionalidade

Festas privadas aqui e ali De mais difícil deteção, são as festas privadas, geralmente realizadas em vivendas residenciais em período de fim de semana. No último fim de semana de junho, uma festa, anunciada nas redes sociais, decorreu numa moradia em Albufeira. No total, foram identificadas e constituídas arguidas 43 pessoas, com idades entre os 20 e os 30 anos. Além da violação das medidas em vigor para a contenção da pandemia, a GNR acabou por apreender uma mesa de mistura de som, várias colunas, um computador portátil, um ‘tablet’, dois telemóveis, dois discos externos, 19 garrafas de bebidas alcoólicas, 12 bebidas energéticas, 13 doses de haxixe, uma dose de liamba e cerca de 25 doses de MDMA. PUB.


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CADERNO ALGARVE

Opinião

1. Há muito que o Mar se constitui como um traço identitário português, que nos orgulha, e que nos transporta ao tempo dos corajosos navegadores que se aventuraram por “Por mares nunca dantes navegados”. Esta relação imemorial, que mantemos com o mar, não nos pode deixar ficar fechados no passado, mas sim servir de inspiração para estabelecer um outro tipo de ligação, mais racional, reconhecendo este setor como um dos principais ativos estratégicos para o futuro desenvolvimento da região do Al-

Postal, 9 de julho de 2021

Mar, um futuro de oportunidades garve, e do País, especialmente agora em contexto de pandemia, onde o uso inteligente do oceano e dos respetivos recursos naturais poderão ter um papel decisivo em alavancar o bem-estar da sociedade e o seu desenvolvimento económico. 2. Congratulo-me com a aprovação da nova Estratégia Nacional para o Mar (ENM), para o período de 2021 a 2030, que aposta numa abordagem moderna, adaptada e completamente alinhada com as exigências dos tempos atuais. De realçar que este documento

estratégico apresenta uma visão alicerçada na promoção de “…um oceano saudável para potenciar o desenvolvimento azul sustentável, o bem-estar dos portugueses e afirmar Portugal como líder na governação do oceano”, apoiando-se no conhecimento científico e na valorização da proteção do oceano e dos seus ecossistemas. 3. Importa destacar que a ENM 2021-2030 apresenta padrões orientadores enquadrados em instrumentos internacionais, como por exemplo o Pacto Ecológico Europeu, a Política

Marítima Integrada da UE e a recente Estratégia Europeia para a Biodiversidade, o que permitirá contribuir para objetivos comuns, de modo a alinhar as políticas do mar, o que considero que irá fortalecer o posicionamento geopolítico e geo-estratégico de Portugal, quer na Europa como no mundo. 4. De sublinhar que a estratégia se encontra centrada em 10 grandes objetivos para a década que, pela relevância das suas dimensões para a região do Algarve, destaco cinco destes objetivos, e

que são: • Combater as Alterações Climáticas e a Poluição e Restaurar os Ecossistemas; • Fomentar o Emprego e a Economia Azul Circular e Sustentável; • Descarbonizar a Economia e Promover as Energias Renováveis e Autonomia Energética; • Estimular o Conhecimento Científico, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação Azul; e, • Incrementar a Educação, Formação, Cultura e Literacia do Oceano. 5. Uma nota final, para sublinhar

que a recuperação económica no pós-covid passa por redefinirmos o nosso modelo de desenvolvimento económico, e, acima de tudo, os nossos comportamentos e estilos de vida. Para tal, será necessário envolver todas e todos, jovens e menos jovens, num processo de transformação alicerçado no conhecimento científico, onde a literacia do oceano terá um papel fundamental e determinante para a manutenção e sobrevivência de muitas espécies, entre as quais a humana.

Ana Passos Deputada da Assembleia da República

PUB. FOTO D.R.

Freguesia de Olhão vai implementar mercearia social e acompanhar colónias de felinos A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Olhão assinaram dois protocolos de cooperação para a implementação de uma mercearia social e de um projeto relacionado com o acompanhamento das colónias de felinos da freguesia Na ocasião, o presidente da Câmara, António Miguel Pina, deu os parabéns ao presidente da Junta de Freguesia, João Evaristo, pela concretização destes dois projetos-piloto: “a mercearia social chega numa altura em que há famílias

fragilizadas economicamente devido à pandemia, e esta estrutura virá complementar o esforço que tem vindo a ser feito pela rede Social no apoio a estas pessoas”. Em relação às colónias de gatos da freguesia, adianta o autarca, “este protocolo virá traduzir-se numa melhor articulação entre os serviços veterinários da Câmara e os cuidadores informais, no sentido de, a médio e longo prazo, fazermos o controlo destas colónias através da esterilização, ao mesmo tempo que garantimos a saúde e o bem-estar destes animais”.


CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

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FARO Guerra de comunicados entre PS e PSD PS 2

O POSTAL coloca em confronto as versões dos dois partidos sobre uma matéria que promete fazer subir os termómetros da política partidária na capital algarvia, em período de pré-campanha eleitoral para as autárquicas de setembro próximo:

O S A R G U M E N T O S D E C A D A U M

PS 1

“Em 2005 quando o Partido Socialista assume a presidência da Câmara de Faro, substituindo o PSD (José Vitorino), o município estava completamente endividado. As obras do Mercado Municipal estavam paradas. Foi necessário arranjar engenho e arte para fazer face a tão notável derrapagem orçamental, até encontrar a desejada sustentabilidade financeira. Ainda assim, o PS não descurou o lançamento de um conjunto de equipamentos sociais, habitação social, apoio ao programa de rendas, equipamentos culturais e desportivos, loja do cidadão, Teatro Municipal, Pista de Atletismo, Pousada de Estoi, aquisição do terreno para o parque de estacionamento exterior à Praia de Faro, abastecimento de água em Conceição, Estoi, Culatra e Farol, entre outros. O PS não deixou dívidas no Município, outros sim, deixou obra feita que os nossos concidadãos usufruem diariamente, a qual naturalmente tem de ser paga”.

PSD 1

“O PAEL é um programa de apoio à economia local que foi lançado pelo Governo PSD em 2012, mas que a Câmara apenas contraiu em 2014. O PAEL permitiu reescalonar a dívida que chegou aos 90 milhões de euros, resgatar as finanças e também a credibilidade da Câmara perdidas durante os anos negros da gestão PS. A título de exemplo, permaneciam sem qualquer papel justificativo mais de 4 milhões de euros em faturas relativas a compras efetuadas pela Câmara no período 2005-2009. Rogério Bacalhau pagou o PAEL em Agosto de 2017”.

“Em 2009 uma larga maioria dos municípios do país, e o Algarve não fugindo à regra, encontrava-se numa situação muito difícil financeiramente. Já com o PSD, Macário Correia na governação da Câmara Municipal e com o apoio inequívoco do PS na Assembleia Municipal, que votou a favor, é aprovado pelo Tribunal de Contas o programa de Reequilíbrio-financeiro/PAEL no valor de cerca de 16 milhões de euros. Tratou-se de um empréstimo realizado pelo Estado, ficando o município obrigado a pagar em 20 anos, com a condição de todas as taxas serem fixadas no valor máximo permitido por lei. É na presidência de Rogério Bacalhau, que sucedeu a Macário Correia, que o referido montante de 16 milhões de euros é creditado nos cofres da autarquia, sem que houvesse interferência do atual edil neste processo. O pagamento das taxas máximas imposta pelo programa de “reequilíbrio financeiro” é custeado pelos munícipes e que nos últimos dez anos se cifra em mais 40 milhões de euros de receita para o município”.

PSD 2

“Quando o Executivo de Macário Correia tomou posse, o IMI e outros impostos municipais já se encontravam nas taxas máximas então previstas. Com a subida legal desse patamar nos anos seguintes, e por força da declaração de reequilíbrio financeiro obtida, o Município ficou obrigado a acompanhar esses aumentos. Com a restituição da moralidade e do cumprimento das normas da boa gestão, os resultados apareceram e, a partir de 2014, foi possível desagravar. Hoje o IMI está em 0,35%, o mais baixo de sempre”.

PS 3

“A pergunta óbvia que todos devemos fazer é: que equipamentos e espaços públicos e áreas verdes, para fruição de todos, foram feitos com este montante arrecadado para além das receitas anuais? Queremos mais quatro anos de desculpas para não concretizar habitação social, ou equipamentos sociais, para não apoiar as pessoas, para sermos governados sem estratégia e visão para o nosso concelho? Ou queremos apostar na mudança e em gente de Faro, gente que faz?”.

PSD 3

“O PAEL não se destinava a investimento e tinha uma única finalidade: pagar as dívidas vencidas há mais de 90 dias. Em Faro o programa serviu essencialmente para restituir alguma moralidade na gestão da autarquia que, entre 2005 e 2009, gastou à tripa forra sabendo que não tinha capital para respeitar os seus compromissos e levando à morte dezenas de empresas farenses. Apesar disso, só em requalificações, Rogério Bacalhau investiu um valor superior a 30 milhões de euros, renovando mais de 120 km de estradas e caminhos e dando melhores condições a todo o espaço público, incluindo as áreas verdes”.

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CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

FOTO AGOSTINHO GOMES | D.R.

550 flamingos nascem nas salinas do sapal de Castro Marim e VRSA

N

uma das salinas da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real

de Santo António, propriedade da Compasal, dona da Salina do Cerro do Bufo, uma colónia de cerca de 3000 indi-

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"Esta nidificação e o seu resultado positivo, poderão ser confirmados no próximo ano e tornar-se uma situação recorrente, o que representaria uma importante adaptação da espécie a diferentes condições das que sempre tem tido nos locais habituais, possibilitando desse modo a diversificação dos locais de nidificação e a manutenção da população da espécie na área geográfica do Mediterrâneo", explica o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em comunicado. Na Reserva Natural do Estuário do Sado e na Reserva Natural do Estuário do Tejo ocorreu, em simultâneo, a construção de cerca de meia centena de ninhos em cada PUB.

Tiragem média por edição 10 mil exemplares

A

víduos construiu perto de 800 ninhos com ovos, eclodindo agora cerca de 550 jovens flamingos.

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uma delas. Contudo, quer devido a alteração das condições físicas ocorrida nos locais, quer por se tratar de um número muito reduzido de casais, a nidificação não foi concluída. Nestes dois últimos casos houve abandono dos locais. A construção de ninhos era já conhecida, desde finais dos anos 90, nas principais áreas protegidas em zonas húmidas, nomeadamente na Reserva Natural do Estuário do Tejo, Reserva Natural do Estuário do Sado e na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António e, ainda, em outros locais. No entanto, a construção dos ninhos não constitui, em si mesma, confirmação de nidificação, uma vez que nun-

ca foram observados juvenis nascidos naqueles locais. Compasal destaca-se no apoio à conservação dos ninhos Para os resultados obtidos contribuíram também diversas pessoas e entidades. O ICNF agradece, de forma especial, toda "a colaboração prestada pela empresa Compasal em função da disponibilidade em manter todas as condições ambientais e de segurança, assim possibilitando o sucesso da nidificação". O ICNF agradece também "às pessoas e entidades que praticamente desde a primeira hora tiveram conhecimento do processo em curso e mantiveram a necessária discrição, não publicitando os processos de nidificação e a sua localização, e evitando deste modo a possível perturbação causada pela curiosidade da novidade". Do mesmo modo agradece "ao fotógrafo Agostinho Gomes a reportagem fotográfica com que acompanhou todo o processo e por todo o cuidado e sensibilidade com que o fez, tendo ainda disponibilizado a mesma ao ICNF e ao público". O agradecimento estende-se também "aos Vigilantes da Natureza, da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve, em particular aos da Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António, por todo o esforço de manutenção da segurança e tranquilidade no local, o que tem permitido manter o processo de nidificação e desenvolvimento das crias, sem perturbações que possam vir a compromete-lo".



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CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

ENTREVISTA RICARDO CLEMENTE, DO PS, CRITICA GESTÃO AUTÁRQUICA

Os últimos 4 anos foram uma oportunidade perdida. Albufeira regrediu FOTO D.R.

Candidata-se pela segunda vez e acredita que, 20 anos depois, o PS vai voltar ao poder em Albufeira. Para Ricardo Clemente, chegou o momento da mudança e embora saiba que a soberania reside no voto, considera que as pessoas estão atentas. Na sua opinião, o atual poder autárquico está esgotado e sem soluções para os novos problemas com que a sociedade se confronta. Tendo em conta os resultados de há quatro anos, quais são agora as suas expectativas? R Na oposição fizemos um trabalho de proximidade com as pessoas. É com prova dada, com base no trabalho desenvolvido que lançamos esta candidatura. Chegou o momento da mudança. Aceitaremos humildemente o resultado. As pessoas são soberanas, mas sinto que estão atentas. P

Que avaliação faz da gestão do actual presidente, José Carlos Rolo neste mandato em que substituiu a meio, o presidente eleito? R No início deste mandato havia cerca de 86 milhões em saldo orçamental, agora restam cerca de 45 milhões. Não se percebe onde foram gastos, porque o concelho piorou! As pessoas estão a sofrer com esta pandemia e as respostas sociais não aparecem. Os equipamentos de saúde pública são degradantes. Não há habitação a custos suportáveis, logo as pessoas não se conseguem fixar no concelho. Os lares para a terceira idade são insuficientes. O turismo continua a ser a monocultura. Não se fez nada para diversificar a atividade económica ou criar maior valor acrescentado no setor do turismo. O espaço público está degradado. A arborização continua por fazer. Há poucas ciclovias e as que há não estão interligadas. A gestão eficiente da água não se faz. Temos um concelho que não está preparado para as alteP

rações climáticas. Considero que estes últimos 4 anos foram uma oportunidade perdida. Albufeira regrediu. P O PSD está à frente da Câmara de Albufeira, vai para 20 anos. Mérito do PSD e dos seus candidatos ou falta de capacidade para a oposição do PS em constituir-se como alternativa credível? R O PSD nestes últimos 20 anos preocupou-se mais em manter-se no poder do que servir as pessoas. As pessoas acreditaram num modelo de desenvolvimento que lhes prometia facilidades, só que isso não é sustentável, muito menos em tempos de crise. As pessoas sentem-se frustradas e muitas estão a sofrer as consequências dessas más decisões. P Em que medida a crise da pandemia sobre a economia e o emprego vai refletir-se nos resultados eleitorais? R As pessoas já perceberam que é necessária uma mudança e essa perceção já existia antes da pandemia. Os políticos que nos conduziram a este beco sem saída não nos vão conseguir tirar dele, porque há um vazio de ideias novas. Propõem-se usar as mesmas respostas para problemas totalmente diferentes. A pandemia veio evidenciar as fragilidades do Sr. Presidente da Câmara, mormente a incapacidade para dar respostas eficientes e eficazes aos problemas que diariamente surgem.

Taxa de incidência de covid-19 P A Assembleia Municipal de Albufeira pediu a revisão dos critérios para o cálculo da taxa de incidência de covid-19. Acha que pode estar a haver manipulação de dados com fins políticos?

R Não acho isso. O que eu sei é que o Sr. Presidente da Câmara tinha obrigação de antecipar cenários e preparar o concelho. Não o fez. Agora vem lamentar-se, mas o mal já está feito.

P Está certamente preocupado com os efeitos económicos e sociais da pandemia em áreas fundamentais como a hotelaria, restauração e emprego. Se tivesse que atribuir uma nota de 1 a 10 ao Governo na gestão da crise, que avaliação faria? R O Governo tem feito aquilo que pode, de acordo com as regras europeias e as informações de que dispõe. Não seria justo valorar o trabalho do Governo porque a gestão local da pandemia passa sobretudo pelas autoridades locais, que deveriam ter acautelado os interesses das populações. P E localmente acha que o PSD tem feito o que devia, ou devia ter feito mais? Quer dar uma nota de avaliação? R O Sr. Presidente andou preocupado em mostrar alcatrão, luzes de Natal extravagantes, sem turistas, aviões a preços de luxo e outras medidas populistas, que costumam dar nas vistas em ano de eleições. Esqueceu-se completamente da realidade social, das dificuldades reais das pessoas. Há muito tempo que vínhamos alertando o Sr. Presidente da Câmara que a falta de fiscalização, ou a fiscalização direcionada para determinados setores de atividade, iria trazer dissabores, infelizmente tivemos razão. P No que respeita ao futuro, que propostas tem para os próximos quatro anos para o concelho?

R Em primeiro lugar vamos acudir às pessoas em sofrimento, essa é a nossa grande prioridade. Não vamos deixar ninguém para trás. A saúde é uma prioridade para nós. Não é possível dinamizar a economia com uma saúde débil, é fundamental dar a todos acesso aos cuidados de saúde primários em instalações que dignifiquem o utente e quem lá trabalha. A diversificação do emprego é também prioritária! Vamos implantar atividades económicas alternativas, que podem e serão complementares ao turismo, mas que não sejam dependentes dele. O objetivo estratégico é criar outro tipo de empregos, mitigando também os efeitos da sazonalidade da atividade económica. A transição digital e o desenvolvimento tecnológico são duas oportunidades que vamos agarrar. A biotecnologia azul (marinha) é uma indústria não poluente, de alto valor acrescentado. Vamos implantar esse tipo de indústria em Albufeira. Vamos trazer conhecimento, alimentá-lo e valorizar o concelho, diversificando o tecido económico. Já efetuámos contatos estratégicos com entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, na área da Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, sendo que com muitas delas já temos pré-acordo. A habitação é uma questão fundamental para nós. Não há habitação a custos controlados em Albufeira! Vamos finalmente resolver esse problema!

Outra vertente muito importante é o ambiente. Vamos apostar em projetos na área da descarbonização, da circularidade da economia e dos serviços dos ecossistemas. Vamos ter um concelho amigo do ambiente, com uma forte aposta na indústria do mar. Albufeira praticamente não tem árvores no espaço público, um fator determinante para a qualidade do ar. Sabemos que as árvores são fundamentais, não só para o equilíbrio dos ecossistemas, da vida animal, mas acima de tudo constituem importante fator de equilíbrio térmico, acústico, bem como forma de correção de alguns erros urbanísticos. Vamos arborizar o concelho. O Algarve tem escassez de água. Temos as soluções para este problema sério. Albufeira vai ser pioneira no reaproveitamento da água residual tratada e tem todas as condições para ser pioneira, ao nível do continente, na implementação da dessalinização. A descarbonização é outro projeto que pode contribuir positivamente para o ambiente e para o combate às alterações climáticas, onde pode ter papel relevante o plano de mobilidade. Na área da educação tenho na minha equipa dois professores, por isso, estamos completamente à vontade nessa matéria, principalmente na identificação dos problemas e na melhor forma de os resolver, deixando, obviamente, a componente pedagógica para quem melhor entende do assunto: os professores. É necessário valorizar o trabalho fundamental do professor e ter escolas de qualidade. Vamos criar as condições para que a comunidade artística de Albufeira seja a voz determinante na animação do concelho. É importante que a comunidade participe. P Como é que pensa convencer os eleitores que há quatro anos não se reviram na sua candidatura, para levá-los agora a votar em si e no PS? R Os Albufeirenses devem votar em nós, primeiro, porque temos um real compromisso com as pessoas, segundo, temos um Plano Estratégico Integrado para o concelho, terceiro, vamos efetivamente dar um novo rumo a Albufeira, quarto, temos uma equipa jovem, dinâmica, competente, com vontade e capacidade para executar esse plano. Um concelho, quatro freguesias, uma equipa e uma visão: Fazer renascer Albufeira!


CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

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ENTREVISTA CARLOS ROLO, DO PSD, PUXA DOS GALÕES DA EXPERIÊNCIA

Importa saber decidir e não criar falsas expetativas FOTO D.R.

Diz-se com energia e ideias para o futuro, mas recusa apresentar-se como vendedor de ilusões. José Carlos Rolo considera-se o mais bem preparado dos candidatos para voltar a liderar o município e faz um balanço positivo em ano marcado pela pandemia. Pede tratamento igual nos critérios de avaliação da covid-19, para que Albufeira não continue a ser penalizada injustamente. P Vai concorrer pela primeira vez como candidato à presidência da Câmara de Albufeira, depois de ter herdado o cargo do presidente eleito, Carlos Silva e Sousa, falecido em fevereiro de 2018. Está preparado para o desafio ou sente o peso dessa responsabilidade eleitoralmente falando? R Naturalmente que estou preparado para o desafio para estar mais quatro anos à frente dos destinos do Município. Aliás, julgo que poucos estarão em condições de gerir um Município como Albufeira, que tendo uma população residente de cerca de 42.000 pessoas, como capital do turismo português, muda para mais de 400.000 pessoas presentes no território em simultâneo. Isto acontece evidentemente num ano normal, como foi em 2019, normalidade que esperamos e estamos a fazer os impossíveis para que regresse muito em breve. Tenho total consciência da responsabilidade enorme e permanente do cargo, sobretudo neste momento crítico, mas ao longo da minha vida sempre enfrentei todos os desafios de frente e com coragem. Nos mais de 40 anos de vida pública sempre desempenhei cargos de alta responsabilidade e de entrega à causa pública, incluindo

a tão nobre missão da Educação, que me encheu a alma de alegria por ter podido contribuir para a formação de imensos jovens deste concelho. P Em termos de objetivos quais são as suas expetativas? R Os objetivos que se pretendem para Albufeira são elevados. Infelizmente, com o meu conhecimento da realidade, importa saber decidir bem o que é viável e o que não é, para não criar qualquer expetativa falsa às pessoas que confiam em mim. Mas não posso deixar de ter verdadeira ambição para o futuro de Albufeira. Todos merecemos que depois desta tempestade, venha a bonança. Para isso, importa o desenvolvimento da sociedade albufeirense ao nível do conhecimento, proporcionando aos agentes económicos técnicos locais cada vez mais qualificados para que possam recriar os seus negócios e enfrentar os novos desafios, que são muitos e se enquadram nas novas perspetivas digitais. Este também é uma aposta fundamental para a redução do desemprego. No final, é obrigatório satisfazer as necessidades e ansiedades não só dos moradores e residentes permanentes, dos trabalhadores, mas também de

Taxa de incidência de covid-19 P A Assembleia Municipal pediu a revisão dos critérios para o cálculo da taxa de incidência de covid-19. Acha que pode estar a haver manipulação de dados com fins político-partidários? R Sim, a Assembleia Municipal aprovou um documento onde refere a discordância com a fórmula de cálculo. Esta deliberação vem reforçar o que eu próprio referi à Sra. Secretária de Estado do Turismo, demonstrando a enorme injustiça de que somos alvo nesta matéria. Quanto mais turismo temos, em pior situação avaliativa ficamos.

O número utilizado para o cálculo é de 41.920 residentes, enquanto temos em Albufeira cerca de 100.000 pessoas. Recebi na semana passada a resposta de que já estavam a trabalhar com o Instituto Nacional de Estatística para encontrar uma métrica para tornar mais justo, mais transparente e mais real o indicador. De notar que situação semelhante de injustiça havia acontecido um mês antes com os concelhos em territórios de baixa densidade e esta veio a ser resolvida rapidamente. Peço tratamento igual. Que a justiça seja reposta urgentemente.

todos aqueles que escolhem Albufeira como segunda residência e os que, ano após ano, nos visitam para aqui tentarem férias que se pretende que sejam inesquecíveis. Albufeira tem de ser criativa, se quer estar à frente do seu tempo. A criatividade, para além de uma fundamental equalização social (ninguém pode ficar à beira da estrada), é uma enorme aposta na estratégia conceptual de uma Albufeira do futuro. P Após 20 anos de gestão PSD na Câmara de Albufeira, ainda restam novas ideias e energias? R Tal como acabei de referir, existem não apenas novas ideias, como ideias diferentes, criativas e originais. Muita coisa foi feita, mas muito há ainda a fazer. Tenho vindo a adiar o lançamento, quer da candidatura, quer do programa, em virtude do estado crítico provado pela pandemia em cuja resolução tenho estado empenhado a 200%. Mas, debaixo de um conceito global de excelência, temos projetos para o espaço público, para a extensão das ofertas turísticas no território, com forte envolvência da cultura local, para a extensão temporal do turismo em combate direto contra a sazonalidade entre muitos outros que divulgaremos, espero, em breve. Apostamos no desenvolvimento, defesa e dignificação das pessoas, na sustentabilidade do destino Albufeira e na cultura popular local. P Para o futuro nos próximos quatro anos, quais serão as suas apostas e investimentos prioritários se vier a ser eleito?

R Ao que já referi anteriormente gostava de acrescentar a transformação digital que vai obrigar a literacia tecnológica quer a nível de estruturas, quer ainda a nível de conhecimento. Apostar nas pessoas é fundamental em todos os seus vetores, educativo, cultural e social. Também a aposta na transição climática e a descarbonização da economia são imprescindíveis para uma sociedade que se pretende mais sustentável, mais equilibrada e mais coesa. P De entre as diversas candidaturas no terreno, vai enfrentar o antigo presidente do município, Desidério Silva. Acha que a candidatura do ex-presidente, agora como independente, pode reduzir a sua margem política e prejudicar os seus objetivos? R Todas as candidaturas são formalmente legitimas e válidas, cada uma à sua maneira e com os seus argumentos. Não tenho qualquer comentário a fazer sobre qualquer dos outros candidatos. A minha candidatura e a respetiva campanha vão ser feitas sempre pela positiva e o meu enfoque está em Albufeira, nos albufeirenses e na melhoria das suas vidas. Não me candidato pelo poder, mas para poder fazer mais e melhor. P Albufeira e a pandemia. Que balanço em números pode fazer neste momento? R A pandemia tem tido avanços e recuos com um percurso erróneo e nada consistente. A imprevisibilidade do comportamento da evolução do vírus tem sido uma constante.

Ao longo deste ano e meio de pandemia já tomámos imensas medidas, desde o apoio aos empresários em que criámos um fundo, do qual beneficiaram imensas empresas, despendendo cerca de milhão e meio de euros. Apoiámos o comércio local com distribuição de cheques-prenda às crianças, contribuímos para melhorar a faturação dos táxis, que com a colaboração da Albucoop, apoiámos em serviços de takeaway, apoiando simultaneamente a restauração. Através da ARHESP apoiámos também a restauração com títulos de oferta aos “profissionais da linha da frente” e no “dia da família” distribuímos 2.000 vouchers pelas famílias para serem usados nos restaurantes aderentes, fortalecendo ainda o conceito de família. Apoiámos as escolas distribuindo cerca de 800 tablets e 110 computadores portáteis para apoio ao ensino à distância. Apoiámos financeiramente as IPSS do concelho que de uma forma muito eficaz têm distribuído alimentação pelos mais carenciados. Estes foram também apoiados quanto à entrega de medicamentos. Realizámos inúmeras ações de sensibilização sobre Covid-19, quer nas ruas, quer em sala com empresários, em parceria com os Bombeiros de Albufeira, Cruz Vermelha e GNR, aos quais cabe aqui uma palavra de reconhecimento e apreço pelo trabalho realizado. Isentámos várias taxas por forma a que particulares e empresas tivessem menos dificuldades para continuarem a cumprir com as suas obrigações e deveres. Contribuímos fortemente para que os atos médicos tivessem mais sucesso com a aquisição de alguns ventiladores ecógrafos, com a distribuição de máscaras e desinfetantes e com a montagem de instalações dedicadas à Covid-19 que foram colocadas na zona do centro de saúde. Instalámos o Centro de Vacinação e o Centro de Testagem para que se possa precaver a doença e se tenha diagnósticos de uma forma mais eficaz e coerente. Depois deste tempo e destes apoios, todos temos a consciência que muito foi feito e seguramente muito mais será necessário realizar. Com todos os apoios que concedemos e com a quebra de receitas em impostos, nomeadamente o IMT, atingimos mais de 20 milhões de euros de redução orçamental. Acreditamos que foram bem investidos e fundamentais para ajudar os Albufeirenses a ultrapassar este período crítico.


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CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

REGIÃO

Associação de restaurantes receia que testes de acesso afastem clientes

A

Associação Nacion a l d e Restaurantes manifestou esta quarta-feira receio que a eventual obrigatoriedade de testes negativos à covid-19 para acesso aos restaurantes, exigida pelas autoridades, venha a constituir "mais um entrave", e afaste muitos clientes deste serviço. A posição da Associação Nacional de Restaurantes - Associação para Defesa, Promoção e Inovação dos Restaurantes de Portugal (PRO.VAR), emitida em comunicado, surge na sequência de uma notícia do Observador, segundo a qual o Governo está a estudar a possibilidade de introduzir

testes à covid-19 para o acesso aos restaurantes. A medida, segundo o jornal ´online´, seria aplicada ao fim de semana, e nos restaurantes dos concelhos de risco muito elevado, para permitir aos que têm de fechar às 15:30 possam continuar abertos até mais tarde, desde que os clientes apresentem um teste negativo à covid-19. Para a PRO.VAR, "a medida deve ser muito bem ponderada, pois já existem demasiadas regras e restrições e esta pode destruir a réstia de esperança para muitos empresários, que já dão como perdida parte do verão". "Teme-se que a medida possa ser mais um entrave e afastar muitos portugueses dos

restaurantes, contudo, se o Governo vier a optar por esta solução, a medida deverá ser progressiva e acompanhada por uma mudança da matriz de risco", argumenta ainda a associação. A entidade representante do setor da restauração defende que "o Governo deve desde já estabelecer regras para uma segunda fase e logo que esteja garantida a vacinação e emissão do certificado digital, à maioria dos portugueses, possam ser permitidas a criação de zonas "Covid Free", nos estabelecimentos de restauração, onde sejam totalmente eliminadas as restrições, como o afastamento, máscara e horários". A PRO.VAR entende que “é chegado o momento do

Governo assumir que os critérios que definem a matriz de risco e consequentemente as regras de confinamento, devem ser alterados, de modo a garantir que a testagem obrigatória seja apenas exigida nas regiões onde existe maior pressão de internamentos, permitindo assim que o setor salve parte do verão e os portugueses possam estar em locais seguros e controlados para as suas festas", sustenta ainda, no comunicado. No Conselho de Ministros da última quinta-feira, o Governo decidiu que o comércio, os restaurantes, pastelarias e afins passam a ter de encerrar às 15:30 aos fins de semana e feriados, em 19 concelhos do país. Naqueles concelhos, durante

a semana, a restauração pode funcionar até às 22:30, mas com as regras de lotação a imporem um máximo de quatro pessoas por grupo no interior e de seis pessoas por grupo nas esplanadas e o comércio até às 21:00. Já os supermercados a restante retalho alimentar têm de encerrar às 19:00 aos fins de semana e feriados. Estão nesta situação os concelhos de Albufeira, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Lisboa, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sesimbra, Sintra e Sobral de Monte Agraço, ou seja, os que registaram nos últimos 14 dias taxas de incidência acima de 240 casos por cem mil habitantes (ou superior a

480 nos concelhos de baixa densidade). Há ainda um grupo de 26 concelhos onde os restaurantes e afins passam a ter de encerrar às 22:30, sendo o número de pessoas por grupo no máximo de até 10 nas esplanadas e de até seis no interior. Já o comércio a retalho tem de encerrar até às 21:00. Foram colocados ou permanecem na lista de risco elevado os concelhos de Alcochete, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Avis, Braga, Castelo de Vide, Faro, Grândola, Lagoa, Lagos, Montijo, Odemira, Palmela, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Sardoal, Setúbal, Silves, Sines, Sousel, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

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DELEGAÇÃO REGIONAL DO ALGARVE

CURSOS DE DUPLA CERTIFICAÇÃO CURSOS DE APRENDIZAGEM (APZ)

DATA

Habilitações mínimas de acesso: 9º ano de escolaridade, sem conclusão do ensino secundário

Técnico/a de Massagem de Estética e Bem - Estar Técnico/a de Apoio à Gestão Técnico/a de Cozinha/Pastelaria Rececionista de Hotel Técnico/a de Informação e Animação Turística Técnico/a de Desporto Técnico/a de Apoio à Gestão Desportiva Técnico/a Auxiliar de Farmácia

Inicio

Fim

30/set/21 30/set/21 30/set/21 30/set/21 30/set/21 30/set/21 27/out/21 22/nov/21

19/mar/24 19/mar/24 19/mar/24 19/mar/24 19/mar/24 19/mar/24 27/out/21 22/nov/24

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA (CET) Habilitações mínimas de acesso: Ensino Secundário ou 10º e 11º completos com inscrição no 12º

Técnico Especialista em contabilidade e fiscalidade Técnico Especialista em contabilidade e fiscalidade Técnico Especialista em contabilidade e fiscalidade Técnico /a Especialista em Aplicações Informáticas de Gestão Técnico/a Especialista em Contabilidade e Fiscalidade Técnico/a Especialista em Contabilidade e Fiscalidade EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS (EFA) EFA B1 Costura EFA B2 Operador /a de Jardinagem Operador/a de Jardinagem EFA B3 Assistente Familiar e de apoio à Comunidade EFA B3 Agente em Geriatria Empregado/a de Andares EFA NS-B3 - Cozinheiro/a Técnico/a Auxiliar de Farmácia Cabeleireiro Técnico/a de Contabilidade Técnico/a de Proteção Civil Técnico /a de Gestão do Ambiente Rececionista de Hotel Técnico de Ação Educativa Técnico/a de Comunicação e serviço digital Operador/a de Construção e Reparação Naval Soldador/a Cabeleireiro/a Técnico/a Auxiliar de Farmácia Esteticista EFA NS-Prof - Programador de Informática EFA NS - Prof - Técnico de Manutenção Hoteleira

Habilitações mínimas de acesso

< 4 anos de 4º ano de escolaridade

6º ano de escolaridade

9º ano de escolaridade

12º ano de escolaridade

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Portimão Portimão Faro Portimão Lagos Silves Portimão Portimão Portimão Portimão Portimão Portimão Lagos Silves Portimão VRSA Faro Faro Faro Faro Portimão Portimão

EFA B1 EFA B2 EFA B2 EFA B3 EFA B3 EFA B3 EFA B3 PROF EFA NS EFA NS EFA NS EFA NS EFA NS EFA NS EFA NS EFA NS EFA PRO Básico EFA PRO Básico EFA PRO NS EFA PRO NS EFA PRO NS EFA PRO NS EFA Sec. Prof.

(H)

3 800 3 825 3 875 3 800 4 000 3 625 3700 3700

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DURAÇÃO

DATA

Inicio

Fim

11/out/21 24/nov/21 6/dez/21 15/nov/21 17/nov/21 17/nov/21

12/dez/22 26/set/23 27/set/22 16/nov/22 18/nov/22 18/nov/22

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1400 1400 1400 1400 1400 1400

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DURAÇÃO

DATA Inicio

Fim

20/ago/21 30/set/21 8/nov/21 20/jul/21 30/set/21 11/out/21 30/set/21 20/out/21 26/out/21 28/out/21 8/nov/21 17/nov/21 24/nov/21 29/nov/21 6/dez/21 6/set/21 20/nov/21 21/set/21 22/set/21 19/out/21 2/dez/21 8/out/21

15/fev/22 20/set/22 25/mai/22 20/dez/22 18/dez/22 12/dez/22 27/dez/22 10/jul/23 25/jul/23 10/jul/23 25/ago/23 12/ago/23 26/set/23 28/set/23 27/set/23 15/set/22 24/nov/21 19/set/22 28/out/22 20/set/21 18/dez/22 20/out/22

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790 790 790 1 860 1 960 1 365 1 885 1 915 2 050 1 845 1 980 1 890 1 915 1 890 1 845 1 910 1160 1435 790 1497 1 870 1 870

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Bruxelas desdramatiza aumento de casos e prevê "verão forte" em Portugal A Comissão Europeia diz estar "consciente" do aumento dos casos de covid-19 em Portugal perto da época turística, mas rejeita "dramatizar" e prevê mesmo um "verão forte" para o turismo nacional, ainda assim aquém dos níveis pré-pandemia "Eu visitei Portugal algumas vezes nos últimos 30 dias e estamos conscientes do aumento de infeções que ocorreram nas últimas semanas, mas também estamos conscientes de que isto não está, até agora, a criar consequências graves do ponto de vista do número de mortes, que é muito baixo e não muito diferente de outros países europeus", afirmou em entrevista à agência Lusa e outros

meios europeus em Bruxelas, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni. No dia em que a Comissão Europeia divulgou previsões económicas intercalares de verão - que, no caso de Portugal, mantêm as projeções da primavera, de um crescimento de 3,9% este ano e de 5,1% em 2022 -, o responsável italiano rejeitou que este seja um verão perdido no país devido à atual situação epidemiológica, nomeadamente por causa da propagação da variante Delta, mas pediu cautela. "Penso que todos devemos estar conscientes da seriedade desta variante Delta, mas ao mesmo tempo evitando tomar medidas restritivas que não são coordenadas e que não se justificam", referiu.


CADERNO ALGARVE

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REGIÃO

Alunos de Faro vencem concurso nacional sobre proteção do mar FOTO D.R.

A turma C, do 10º Ano, do Curso de Ciências e Tecnologias, da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro, ganhou o 1ºprémio, na categoria de escolas do ensino secundário/ensino profissional. Sob coordenação da professora Isabel Nascimento, os alunos venceram com um projeto (vídeo) a concurso sob o tema “Reduz os Resíduos, Protege o Mar, Promove a Economia Circular” O vídeo tem como objetivos promover a redução do lixo marinho e incentivar a economia circular na sociedade, com vista à redução de resíduos. No âmbito do projeto, a turma do 10º Ano realizou ainda uma ação de limpeza na

praia de Faro, no dia 12 de maio. O Mares Circulares é uma iniciativa ibérica lançada em 2018 pela Fundação Coca-Cola, no âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, que incentiva a economia circular, a sensibilização e formação ambiental para a gestão de resíduos e a pro-

moção da cidadania ativa ao nível do voluntariado. Os três principais objetivos passam pela limpeza de resíduos da área costeira, fundo marinhos e ambientes aquáticos. Esta iniciativa conta já com várias entidades parceiras, sendo a Liga para a Proteção da Natureza

(LPN) a entidade que coordena a sua implementação em Portugal. No âmbito do Mares Circulares, a LPN promoveu, durante o ano letivo 2020/2021, um desafio a todas as escolas participantes portuguesas, denominado “Concurso Mares Circulares nas Escolas”.

Stocks de espécies em áreas de alta pesca em risco A pesca de espécies como o bacalhau, robalo ou linguado podem sofrer um grande impacto caso não se cumpra o Acordo de Paris, diz uma investigação da Universidade do Algarve. O estudo realizado por três investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) centrou-se em dois cenários de cumprimento ou não do Acordo de Paris em 10 espécies-alvo de pesca comercial e concluiu que se deslocarão mais para norte, o que irá trazer prejuízos para o setor das pescas ou obrigá-lo a reajustar os seus métodos de captura. “As espécies vão migrar para locais onde não estão neste momento, o que leva a mais custos na viagem para as pescar ou a uma adaptação forçada da frota às novas espécies, porque as que cá vão ficar, não são as que cá estão agora”, afirmou à Lusa Manuel Dias, um dos autores do estudo. A “grande novidade” no estudo - que faz uma previsão até ao ano 2100 - está na utilização de “mais dados como temperatura, salinidade, produtividade primária e oxigénio” que possibilitaram calcular os “potenciais impactos económicos no setor das pescas”. Os autores analisaram qual a “sobreposição da distribuição das espécies em áreas de alta pesca neste momento” e puderam concluir que estas “iam mover-se para fora das áreas onde a pesca é mais intensiva”. Para que se mantenha o atual nível de exploração, realçou que as frotas teriam de efetuar “viagens maiores” para acompanharem esse movimento das espécies e que seguir de “uma forma mais clara o Acordo de Paris” acabará por se traduzir em “menores impactos económicos para o setor das pescas e a sociedade”.

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Situado na Praia da Fuseta com bandeira Azul e uma maravilhosa vista sobre a Ria Formosa, o Borda d´água é o sítio ideal para um encontro, uma saída a dois ou um reencontro entre amigos.

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Caras e Caros colaboradores do Jornal O Postal, Caro Diretor! É com satisfação que o executivo da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago) vos parabeniza nesta data importante para todos nós, em que comemorar 34 anos de vida de um jornal regional é deveras um marco importante, e de certeza só acontece por muita dedicação e empenho de uma grande equipa, com uma coordenação perfeita. Obrigada por existirem, e votos de grande sucesso para o futuro. Bem hajam! José Mateus Domingos Costa Contéudo fotográfico:

Presidente da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago)


Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o

JULHO 2021 n.º 152 9.825 EXEMPLARES

www.issuu.com/postaldoalgarve

ARTES VISUAIS

Pode a arte contribuir para a coesão territorial? Imagem da escultura Metoposaurus Algarvensis (Pedro Cabral Santo, 2021)

Imagens de obras sobre Cavalo Marinho

Imagens da escultura Camaleão (Bordalo II) FOTOS D.R.

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

N

o último artigo, intitulado “Pode a arte contribuir para a preservação de espécies ameaçadas?”, fizemos referência aos dois cavalos marinhos feitos por Bordalo II, um no Campus de Gambelas da Universidade do Algarve e outro no Parque de Campismo da Praia de Faro, numa articulação entre a instituição em que é desenvolvido o conhecimento e o habitat onde se desenvolve a espécie e em que o conhecimento pode ser aplicado. No entanto, para além dos cavalos marinhos existentes em Faro, já anteriormente tinha sido construída uma escultura de um cavalo marinho à entrada de Olhão. Assim, o cavalo marinho é uma espécie transversal a vários municípios que se encontram na Ria Formosa, podendo ser fator de ligação territorial entre Faro e Olhão, concelhos diferentes mas unidos na defesa da preservação desta espécie.

Felizmente começam a surgir vários projetos envolvendo vários municípios do Algarve, em que há uma perspetiva regional e de coesão territorial que ultrapassa as fronteiras de cada município. Longe vão os tempos de quase isolamento concelhio em que cada município procurava ter o seu polidesportivo, o seu auditório, as suas piscinas, etc, não havendo uma perspetiva integradora e de articulação de esforços. O Geoparque Algarvensis é outro destes projetos recentes no Algarve, resultando duma parceria entre os Municípios de Loulé, Silves e Albufeira e a Universidade do Algarve, através do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), procurando candidatar este território à categoria de Geoparque Mundial da UNESCO. Como forma de assinalar o lançamento deste projeto foi recentemente inaugurada a Escultura Metoposaurus Algarvensis, em Salir, com 10 metros de altura, da autoria de Pedro Cabral Santo. Temos assim mais um exemplo do papel que a arte também pode ter nas conexões entre espaços físicos, permitindo recriar trajetos na ligação entre esses espaços ou dando

uma dimensão mais simbólica e global a esses espaços. Um exemplo ainda mais recente de colaboração entre municípios, com o envolvimento da Universidade do Algarve, através do Centro de Ciências do Mar (CCMar), diz respeito ao lançamento do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve, uma zona conhecida como a Pedra do Valado, sendo uma área marinha protegida de interesse comunitário no Algarve, no âmbito do qual estão previstos 156 km2 de área protegida, entre o Farol da Alfanzina e a Marina de Albufeira, encontrando-se identificadas mais de 800 espécies marinhas. Neste projeto participam ainda a Fundação Oceano Azul, bem como a Junta de Freguesia de Armação de Pêra e os Municípios de Albufeira, Lagoa e Silves. Nesta zona situa-se o maior recife rochoso costeiro do Algarve, um ecossistema ímpar no continente português, que beneficia de condições naturais que favorecem uma biodiversidade marinha e produtividade únicas. Esta proposta inédita foi construída através de um processo participativo, ao longo de quase três anos, envolvendo mais de 70 entidades e

baseado numa sólida fundamentação científica. No último artigo, havíamos finalizado referindo que a “articulação entre a investigação e a sua aplicação prática é fundamental e esperamos que este seja um exemplo a seguir em relação à preservação de outras espécies ameaçadas na Ria Formosa, nomeadamente o Camaleão, podendo a arte ajudar na consciencialização para a importância da preservação das espécies e do papel essencial que a investigação pode ter neste processo.” Assim, outra espécie ameaçada de extinção no Algarve é o camaleão, tendo muito recentemente o projeto “Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve” sido vencedor do Orçamento Participativo Jovem Portugal, edição de 2019. Este prémio foi atribuído à Associação Vitanativa, que vai realizar iniciativas entre Loulé e Vila Real de Santo António. Este projeto visa promover a conservação do camaleão, espécie emblemática algarvia, através da sensibilização da comunidade para a sua importância e respetivos fatores de ameaça e da melhoria do conhecimento da sua biologia e distribuição geográfica, envolvendo os cidadãos e a comunidade científica. Será criado um “Centro de Interpretação do Camaleão” no Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão, e a capacitação do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), através da melhoria de infraestruturas, mais adequadas à receção de camaleões feridos ou debilitados. Está também prevista uma campanha presencial em algumas praias no Verão, assim como a colocação de sinalética com informações sobre o camaleão e sobre como as pessoas podem colaborar no projeto. Para além de Olhão, também os municípios de Faro, Loulé, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António, a Universidade do Algarve, a delegação regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas estarão

Ficha técnica Direção: GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor: Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais: Saúl Neves de Jesus • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho • Filosofia Dia-a-dia: Maria João Neves • Fios De História: Ramiro Santos • Letras e Literatura: Paulo Serra • Marca D'Água: Maria Luísa Francisco Colaboradores desta edição: Mauro Rodrigues e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB: https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve

envolvidos neste projeto. Fica o desafio para que, tal como Bordalo II criou dois cavalos marinhos, expressando as pontes existentes entre a Universidade do Algarve e o município de Faro na defesa desta espécie, poderia ser interessante que algo idêntico fosse feito em relação ao camaleão, enquanto símbolo de coesão territorial de vários concelhos do Algarve. Aliás, curiosamente Bordalo II já criou imagens de camaleão, nomeadamente em 2016, encontrando-se no Museu de Street Art de Murcia. Mas estas poderiam ser também implementadas em locais que permitam criar ligações simbólicas entre espaços e cidades da Ria Formosa, contribuindo para a coesão territorial e para uma perspetiva do Algarve como um todo, em defesa do ambiente e da biodiversidade.


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MARCA D'ÁGUA

Política, comunicação e confiança MARIA LUÍSA FRANCISCO Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com

A

s eleições autárquicas aproximam-se, o calor aumenta e este ano as eleições são quase na época alta, ou seja, realizam-se cinco dias depois de terminar o Verão (26/09/2021). Fazer campanha eleitoral em contexto de pandemia e de máscara dificulta a comunicação, tanto mais que fazem parte destas campanhas: a proximidade, os apertos de mão, os beijinhos, os abraços e agora surgem novos desafios a vários níveis. O desafio de honrar o direito ao voto de forma a acabar com a abstenção é grande, tanto mais em clima de Verão e de pandemia. A votação

electrónica é prática, reduz custos e para além de ser mais higiénica poderá ajudar a diminuir a abstenção. É importante educar para a cidadania, aprofundando a democracia para que a sociedade civil seja mais participativa e não desvalorize os momentos eleitorais. As autárquicas protagonizam a política local, sendo indispensável haver consciência do território, da necessidade de melhoria das condições de vida das populações e da criação ou reformulação de infra-estruturas que dêem suporte às actividades a concretizar. Os cidadãos hoje em dia dispõem de muita informação, tal como os governantes e nada passa despercebido. Os políticos têm de estar muito bem apetrechados de informação, estar em cima dos acontecimentos, e claro, têm de estar rodeados das pessoas certas. A comunicação é uma ferramenta crucial na política e a forma de co-

municar tem um papel fundamental na manutenção da confiança. Para que sejam eficazes, tanto as políticas como a comunicação têm de ser confiáveis, porque resgatar a confiança perdida não é fácil. Com a proliferação das redes sociais, cada vez mais pessoas expressam os seus pontos de vista sobre as políticas públicas, o que aumenta a expectativa de mais transparência e prestação de contas. No entanto as redes sociais não devem substituir a comunicação oficial das autarquias sob pena da sua menorização e até de alguma banalização com comentários.

Liderança comunicante Nos próximos tempos, a concretização das mudanças necessárias na economia e sociedade portuguesas passa, de forma determinante, pela capacidade de as autarquias e dos seus autarcas assumirem um papel

de agentes de mudança e geradores de riqueza e bem-estar para as suas autarquias, sem se fechar em redomas, mas procurando interagir com os municípios vizinhos. Uma comunicação assertiva é algo que se exige cada vez mais, pois um(a) presidente é a imagem do município e há que ter uma liderança comunicante e uma cultura geral que lhe dê segurança e capacidade de improvisação. Todos nós já assistimos a gaffes cometidas por políticos e muitas delas seriam evitáveis se tivesse havido mais formação, nomeadamente durante o tempo de pré-candidatura. Considero importante um “banho” de cultura geral com resumo das principais teorias político-filosóficas, autores, acontecimentos nacionais e internacionais e revisão de conceitos base de ciência política, tal como de palavras a evitar e técnicas eficazes de comunicação. Eu própria tive uma formação, ain-

da no presencial, durante vários meses, para futuros líderes políticos, mesmo sem me ir candidatar a nenhum lugar, mas para estar preparada para quase tudo e poder ajudar outras pessoas que também considerem a política importante. Ouve-se habitualmente falar mal dos políticos e da política, mas ela é o melhor lugar para concretizar o bem comum e tornar o mundo melhor. Cada vez mais, os cidadãos exigem dos políticos que os representam soluções objectivas que sirvam a comunidade e não caiam em promessas vãs de quem procura apenas a sobrevivência política sem amor pela causa pública. A política é grande ou não consoante a forma como os seus protagonistas se sintonizam com a realidade social do seu espaço e do seu tempo. *A autora não escreve segundo o acordo ortográfico

ESPAÇO AGECAL

Política cultural – democracia e conhecimento JORGE QUEIROZ Sociólogo, sócio da AGECAL

"Uma visão estratégica para a Cultura constitui um elemento essencial para a democracia e para o futuro do País” Comunicado do Conselho de Ministros de 22 de Abril de 2021

A

frase retirada do comunicado do Conselho de Ministros, corresponde há muito ao que pensamos como profissionais da gestão cultural e como cidadãos de um País que possui uma influência cultural no mundo superior à sua demografia e economia. A cultura, no seu sentido mais elevado, é a capacidade de pensar a realidade de forma autónoma e independente, a partir dos conheci-

mentos da história da humanidade, das artes e das ciências. É, quanto a nós, função principal da actividade cultural pública informar e formar cidadãos na perspectiva da sua autonomia decisória consciente. Na UE este debate é sensível, resulta da diversidade cultural e da história europeia de conflitos por hegemonias geopolíticas, linguísticas e religiosas, acresce ainda o actual domínio das indústrias culturais norte-americanas ligadas à promoção de estilos de vida para o consumo. Os valores humanistas continuam uma referência indispensável. A ideia de “cultura europeia” é equivoca, a diversidade cultural é a sua riqueza. Portugal necessita definir bases sólidas de uma política cultural que responda à evolução do conhecimento, a necessidades de planeamento, de desenvolvimento

cultural educativo e produtivo, que evite emergências casuísticas e promova a regionalização. Quando há 20 anos a UNESCO propôs a criação de uma Rede Internacional de Observatórios de Políticas Culturais, considerava indispensável a produção pelos países de dados fiáveis e comparáveis, baseados na construção de conceitos comuns, por forma a garantir que as políticas públicas estabelecessem objectivos e programas claros, tendo em vista o desenvolvimento educativo e cultural das populações… O Observatório das Actividades Culturais, extinto no início da última década, foi uma estrutura de investigação e análise que reunia o Ministério da Cultura, Instituto Nacional de Estatística e o Instituto de Ciências Sociais, produziu importantes trabalhos sobre a realidade cultural portuguesa. Não

RESTAURANTE O TACHO

Restaurante de estilo familiar Take-Away: Entrega ao domicílio em Tavira

Estrada Nacional 125, Km 134 (junto à GNR) 8800-218 Tavira)

281 324 283

detectamos a criação de qualquer entidade que substituísse o OAC, proporcionando ao País informação quantitativa e qualitativa. As Universidades Portuguesas são essenciais no processo de desenvolvimento cultural, são necessárias licenciaturas que formem quadros preparados para a gestão dos recursos culturais, com aprendizagem de metodologias e técnicas de trabalho. Na economia da cultura os trabalhos publicados são escassos, aleatoriamente vão surgindo estudos sectoriais de âmbito académico no contexto de Mestrados e Pós-Graduações. Lacuna prejudicial aos interesses culturais e laborais é a ausência de uma estrutura socioprofissional nacional representativa das dezenas de milhares de profissionais que em Portugal trabalham em bibliotecas, arquivos, museus, teatros, cinemas,

monumentos, centros de ciência, companhias de dança, empresas culturais, festivais, comunicação, logística e outras actividades culturais, … Apesar de várias tentativas organizativas essa estrutura socioprofissional nunca avançou. Significativo que, quase meio século após o 25 de Abril de 1974, seja da iniciativa do Ministério da Cultura a proposta de criação dos Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, documento disponível para consulta pública na Separata do Boletim de Trabalho e Emprego n.º 9, de 5 de maio de 2021. Num mundo em transformação é evidente a necessidade e urgência de pensar a cultura portuguesa com solidez política e estratégica, como elemento essencial da democracia. * O autor não escreve segundo o acordo ortográfico


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LETRAS & LEITURAS

Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL

M

aremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida, autora publicada pela Relógio d’Água, que relançou inclusivamente o seu primeiro romance, Esse Cabelo (anteriormente publicado pela Teorema), é um pequeno livro, de capítulos em geral curtos, com cerca de 3 páginas cada, de prosa vigorosa, numa voz original despida de pretensões a desfiar uma história cujo impacto e irresolução perdurará no leitor. Num registo predominantemente na primeira pessoa, o leitor partilha do fluxo nem sempre ordenado dos pensamentos do protagonista, ficando a conhecer a vida de um mendigo, nas suas angústias e pequenas alegrias. Boa Morte da Silva é um arrumador de carros, ex-combatente colonial, mais ou menos efetivado na rua António Maria Cardoso, em Lisboa, que escreve para a filha Aurora – note-se o contraste simbólico entre o nome do pai e o da filha. Os papéis que (nos) escreve, e que procura conservar com todo o cuidado (são aliás o seu único bem), as palavras jogadas ao vento, oscilam entre a certeza de querer passar o seu testemunho de vida à filha que nunca viu, e que ora anseia por reencontrar, numa expectativa que o mantém vivo, ora admite poder nunca voltar a ver: «no fundo sei que falo sozinho.

É só porque teu nome, tua ideia, é minha respiração. És a minha vírgula, filha.» (p. 66) Esse registo das ninharias dos dias, «longa-metragem que é o curso dos meus erros e das minhas glórias» (p. 49), confere ao livro uma natureza metaficcional, como se fossem estes papéis que realmente mantêm viva a personagem, mais do que a ânsia de reencontrar Aurora: «Não preciso de propósito para continuar com a papelada, mas ela me pede que eu esteja vivo no momento em que pouso aqui a caneta.» (p. 65) O reg isto deste na r rador homodiegético alterna, contudo, com alguns capítulos escritos por um narrador na terceira pessoa: é nesses momentos que a prosa descola em arroubos poéticos. No entanto, mesmo quando se muda a perspetiva da história, permanece uma isenção da autora naquilo que mostra, numa linguagem crua, credível. Há ainda assim algumas passagens em que, subtilmente, se contrapõe a miséria humana da personagem à opulência de certas zonas comerciais: «Dias e dias sem pegar no serviço, a comer da caridade, um homem se sente um trapo, menos do que um trapo, filha, me sinto um nada, Chiado, lugar bonito, quando estou bom vou até à loja das luvas, fico a ver as montras de luvas de senhora, lojas de café e de chocolates, lojas de atoalhados, vou vendo as prendas todas que te queria enviar: croissants acabados de sair do forno, toalhas turcas, bombons.» (p. 23). Ainda que a voz narratorial pareça deixar tudo a cargo do protagonista,

sem emitir parecer ou opinião, logo na primeira página assumese que esta narrativa parte de uma suposição, quando cruza a história da rapariga que vivia na Rua do Loreto, na paragem do 28, umas ruas acima daquela onde o ex-combatente estacionava carros: «Ter-se-ão cruzado ou não, terão conversado ou não, foram contemporâneos como duas árvores, dois cães vadios, são contemporâneos.» (p. 9) Boa Morte veio de muito longe, «da província do Cunene, nativo de Evale, terra de mandioca» (p. 16). Oriundo do Sul de Angola, nascido em 1938, filho de pai desconhecido, neto de pastores, chegou a Lisboa no dia 22 de junho do ano de 1979, «com a roupa do corpo» (p. 21). Um ex-combatente que carrega o erro do que terá feito à mãe de Aurora, provocando a sua ausência definitiva, que acabou em sangue: «Olhava para a tua mãe, via um bocado de carne em sangue. Agora, nem sou capaz de escrever o nome dela, não sou digno de o dizer, esse animal dentro de teu pai está hoje enjaulado.» (p. 23). Boa Morte tem também em si (e é este um dos pontos fortes da história, ainda que pouco explorado) a mancha de ser um combatente da guerra colonial que servia os portugueses: «preto que mata preto tem de sofrer amargamente» (p. 25). O livro tem ecos desse clássico que é Fome, de Knut Hamsun, na forma como a personagem agoniza com o que não tem para confortar o estômago e a existência. Porque,

ainda que nos pareça indigna a sua ocupação, é ela o garante do seu pão. Ironicamente, Boa Morte é reconhecido pela sua «barriga anafada, grávido de morte» (p. 24), pois a sua fome e a sua dor alimentam uma hérnia que o come por dentro. Mais angustiante ainda do que a fome, porém, é a solidão. À volta de Boa Morte há alguns que lhe são mais próximos, e que não vivem muito melhor do que ele; mas aquilo que é mais bem trabalhado na narrativa é a apatia social, a sensação que faz mudar de passeio um transeunte, ou olhar através dos que passam: «Viam-no assim, do outro lado do vidro, estátua a acenar aos dotados de movimento, sem chegar perto, como a plateia vê os actores no palco e sente a sua dor, ri os seus risos, a uma distância.» (p. 32) Isto não impede que Boa Morte viva da observação dos outros, entranhando as suas vidas ao ponto de lhes conhecer as rotinas: «O pensamento adormece, sou só olhos, apenas olhos em movimento e, a meio do dia, (…) ocupo o meu assento feito lente que vê tudo aquilo em que os outros não reparam. Ninharias que são prenda para mim dia após dia, são comida no termo ao fim da noite.» (p. 44) Djaimilia Pereira de Almeida nasceu em 1982. É autora de Luanda, Lisboa, Paraíso, publicado pela Companhia das Letras (Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018 e Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz 2019) e de outras obras, como Pintado com o Pé e A Visão das Plantas (ambos de 2019).

Djaimilia Pereira de Almeida recebeu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2018 e o Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz 2019 FOTO HUMBERTO BRITO / D.R.

A capa do livro de Djaimilia Pereira de Almeida

Os Moçambichos, de Maria João Neves

M

aria João Neves, nascida estas mesmas estórias que lhe abrem em Moçambique em os olhos para os vastos horizontes do 1971, revisita o passado seu pequeno mundo. Simultaneafamiliar no seu país na- mente, a autora consegue a pequena tal, em Os Moçambichos, proeza de nos fazer ver o mundo pelos um livro com bichos e feras dentro que olhos de Joana, sem infantilizar nem justapõe duas gerações, ilustrado por simplificar. O humor joga ainda um Jana Mélida e publicado pela Sereia papel central na narrativa. Editora. A Joana vive num mundo bi- Ao jeito africano, esta narrativa partido entre as pequenas histórias assenta no que Joana ouve contar. Até que vive na escola porque todas junto dos colegas estas histórias e as grandes históassentam na rias que ouve em memór ia e casa pela avó Aida na oralidade: e a tia-avó Ticha. A delas não menina vive aliás ficou registo com a nítida certefotográfico za de que se relatar num tempo em aos colegas aquilo que as câmaras que lhe contam fotográficas em casa, ninguém eram raras acreditará nela, Autora revisita o passado familiar no e caras. É mas são também seu país natal através da obra também esse

o objectivo deste livro, registar por escrito uma memória de um tempo perdido, dos cheiros, das cores e do exotismo de lugares mágicos como o Lago Niassa ou o Buzi, aliando a história à ilustração e à cor. E subtilmente introduz-se mesmo uma foto que, ironicamente, acaba por contribuir para a credibilização de uma das histórias mais insólitas: de quando a tia adoptou duas crias de leopardo, a Linda e a Princesa – um dos animais mais esquivos do continente africano. Muitas vezes, sobrepõe-se ao nome técnico dos animais a alcunha pela qual eram conhecidos por lá ou os nomes com que a família os apelidou, como o Dom Fuas ou a Xerreca. Quase de forma gradativa, cada história é um pequeno capítulo em que os animais que nela participam vão subtilmente crescendo de tamanho, das aranhas e das térmitas ao tubarão e ao crocodilo,

até chegar ao leão, o rei da selva. Lídia Jorge afirma: «Este texto é quase um roteiro de zoologia fantástica com a humanidade ao fundo. A humanidade representada pela avó e pela tia-avó. Mas o motor das cenas, quem as faz narrar, é a criança, ou a memória dela. A memória da criança curiosa e admirativa, fascinada pela estranheza e pelo perigo. As histórias são de revelação do exótico, seu inesperado, seu perigo de alarme: Jagra, elefante bebé, macaca voadora, crocodilos, orangotango, tubarões, leõezinhos, leõzões… A tensão é feita entre a curiosidade da criança e a lembrança das idosas. A distância do tempo remete para uma geografia animal e telúrica que não mudou apesar da civilização ser outra. Nutre-se dos olhares contrastivos: o da criança e o das anciãs; o do passado africano e o do presente português.» Ma r ia João Neves na sceu

Maria João Neves dedica-se à filosofia, à escrita literária e ao ensino de yoga FOTO D.R.

em Lourenço Marques em 1971. Doutorada em Filosofia Contemporânea, é investigadora da Universidade Nova de Lisboa. Tem publicados livros e artigos científicos, é autora do romance Troika-me (2015), e colabora com o Cultura. Sul. Dedica-se à filosofia, à escrita literária e ao ensino de yoga.


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ESPAÇO ALFA

Afinal como posso melhorar em fotografia? FOTOS MAURO RODRIGUES / D.R.

MAURO RODRIGUES Membro da ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve

T

oda a gente tira fotografias, mas a realidade é que comparando com as fotografias profissionais que geralmente nos inspiram em galerias, nas revistas ou simplesmente navegando pela Internet, as nossas nunca chegam aos calcanhares dos grandes artistas. Afinal, o que sabem os grandes fotógrafos que nós não sabemos? Além da dedicação e do equipamento (que não tem de ser necessariamente profissional), mas ajuda imenso em criar imagens com qualidade e fora do comum, as capacidades tecnológicas destes equipamentos fazem a diferença, existem uma série de dicas que os mestres fotógrafos antes de nós aperfeiçoaram e que nós hoje em dia, podemos seguir. Como por exemplo em qualquer arte é preciso praticar todos os dias, quanto mais se pratica, mais se aperfeiçoa… seja qual for o equipamento que estiver à mão, conhecer as diferenças entre os equipamentos é conhecer a indústria e fotografar com uma boa técnica de respiração e pose é essencial. Praticar todos os dias requere que se tenha a câmara sempre por perto, porque é simplesmente uma questão de oportunidade, quando ela estiver lá, a câmara estará também, o que pode significar imagens únicas no momento. Outra dica, como qualquer mecânico dirá em relação ao carro, é ler o manual e conhecer todas as opções e capacidades do equipamento, pode parecer aborrecido, mas é essencial, porque a fotografia tem uma relação muito dependente com o que a máquina consegue fazer e a ciência da luz. Em relação à imagem propriamente dita, na sua construção, a perspetiva e os ângulos diferentes, são algo que constantemente o fotógrafo tem que pensar, ângulos verticais, mais apertados, perspetivas ao nível do chão, ou de uma janela ou até mesmo através de um objeto podem fazer a diferença de um local ou pessoa. Os modos de medição podem também fazer diferença no aspeto final da fotografia consoante a decisão de escolher um ou outro. Uma vez que a câmara pode medir a luz num ponto incidente ou avaliar a cena na sua totalidade. A seleção dos modos de exposição automáticos, semi-automáticos ou manuais são igualmente uma ferramenta importante para controlar o famoso triângulo de exposição (abertura, velocidade [duração] e sensibilidade ISO) e que irá permitir escolher o melhor modo para a situação adequada que

vamos fotografar, tal como os modos de focagem, que permitem focar a situação que queremos de uma maneira específica, como por exemplo o de uma pessoa em movimento, que fixa o foco constantemente nesse sujeito. A arte da fotografia surge também estudando os artistas que nos inspiram e um objetivo que todos os fotógrafos devem seguir é copiar / imitar os seus mestres, conhecendo o mais possível todos os seus truques, para depois construir as suas próprias fotografias e ideias. Outro exemplo a seguir é conhecer livros de fotografia, sejam eles de artistas, formação ou fotografia em geral, existem muitas dicas e inspiração que se pode reter da leitura desses livros. Obviamente, sermos autodidatas é importante para fomentar a procura e a persistência, mas todos nós chegamos a um limite e a ajuda da formação especializada com workshops, escolas e cursos online de vídeos de artistas consagrados vai cimentar e expandir o conhecimento geral da fotografia. O histograma é outro termo que o fotógrafo irá estar familiarizado e vai consultar constantemente, que é basicamente um gráfico assertivo que mostra os níveis de exposição. Fotografar em RAW é outra decisão muito importante, uma vez que este formato de ficheiro guarda muito mais informação sobre a exposição do que o normal JPG, informação extra que vai ser crucial ao trabalhar em pós-produção. Além das perspetivas e dos ângulos, outra dica é tomar atenção à composição dita meticulosa e elementos de simetria. A composição é a disposição dos elementos na foto, se estão a mais ou a menos, se fazem sentido ou não, e a simetria é algo inerente à nossa curiosidade, uma vez que achamos as coisas simétricas como não naturais ou fora do normal. Ao prestarmos atenção a estes elementos, o enquadramento, o que está mesmo no limite da moldura da foto é igualmente importante, uma vez que estão inerentemente ligados à composição, ser observador é chave para melhorar o resultado final. Balançar tudo isto dá trabalho e por vezes acontece por sorte, mas não podemos só prestar atenção ao que está na frente da fotografia, temos que pensar igualmente nos elementos que estão no fundo, ao longe e fora de foco, são tudo decisões que podem valorizar o sujeito principal e tornar a imagem mais interessante. Outras coisas que geralmente as pessoas não tomam grande atenção, mas que são essenciais, é o chegar mais perto e ter calma/paciência para analisar o que estamos a fotografar. A proximidade é, tal como

o nome diz, estarmos próximos do nosso sujeito, da sua vida e da ação. A calma requer tempo para analisar e ponderar todas estas considerações que tenho estado a dizer, para chegar a uma fotografia melhor. A paciência faz-nos melhorar o nosso poder de observação e recompensa-nos com mais informação para trabalhar. Ao falar de equipamento essencial, o uso do tripé é daqueles objetos que vai melhorar consideravelmente o aspeto de algumas categorias de fotografias, principalmente paisagem. Como fotografar depende essencialmente da luz e vão ter que literalmente procurá-la, saber lidar com ela, seja direta, indireta (à sombra) ou artificial com flashes ou não, saber modelar e controlar a luz é das coisas mais importantes que vão aprender em relação à fotografia, por isso atenção especialmente a ela. Obviamente, quando temos muitas regras, é importante segui-las, mas também é importante fazer coisas fora da caixa, quebrar as regras, porque daí é que virá a inovação e a diferença. Conhecer a fotografia é também usar equipamento extra que não só a máquina, como por exemplo as objetivas. Cada uma serve para géneros de fotografia diferentes, grande angulares para incluir uma área grande ou teleobjectivas para um pormenor mais longe..., e geralmente quanto mais caras melhor a qualidade, principalmente as “prime”, a indústria não mete todos os ovos no mesmo saco e cada uma das objetivas tem pontos fortes e pontos fracos, cabe ao fotógrafo conhecer e escolher o melhor possível dentro do seu orçamento. Mas ao conhecer todas estas variantes o fotógrafo deve igualmente saber quando e quanto de equipamento deve levar na sua mala... por um lado variedade e quantidade, mas noutras situações menos é melhor e a limitação pode fazer com que se aguçe os sentidos artísticos. Uma grande mais valia e uma dica importante é estar atento à metereologia ao longo do ano, porque certas alturas são melhores para fotografar certos locais do que outras, a importância das nuvens é chave nalgumas situações, as marés baixas ou cheias outro elemento fulcral e finalmente conhecer os astros e a rotação da Terra para as fotografias nocturnas. No patamar da edição, saber analisar fotografias nossas antigas e ser-se crítico delas, só assim se aprende com os erros, tal como a pós-produção com software específico em que devemos ser crítcos, descartar o que não interessa e focar-se na perfeição quanto baste, tentar sempre inovar e estar aberto também às criticas de quem vê as nossas fotografias.

“Os carreiros do monte – Madeira”

"Barranco de Pisões - Monchique"

"O descanso da beleza"

É importante gostar do resultado final para nós mas ser aberto ao que as outras pessoas ou fotógrafos pensam do nosso trabalho. Por isso é que é importante seguir mais esta dica, ter ideias, conceitos, projetos na nossa mente ou num caderno e convencermo-nos que temos que expandir, estruturar e os concluir. É igualmente gratificante apesar de não parecer, mas devemos procurar por abstratos, coisas feias / menos interessantes em vez de bonitas para estimular a criatividade em situações menos usuais, a experimentação é sempre algo a explorar, às vezes podemos ter surpresas agradáveis.

Obviamente, com todo este saber e procura por imagens, é importante desenvolver um estilo próprio, que mostre a nossa personalidade, mas isso desenvolve-se com o tempo, à medida que se melhoram as nossas capacidades. Uma coisa que podem também fazer é estudar outros tipos de arte e entretenimento, geralmente esses outros interesses podem servir de inspiração para o estilo das vossas fotografias. Finalmente, é preciso fazer um esforço para que não percam os momentos decisivos e se divirtam, no fim, isto tudo precisa de fazer sentido nas vossas vidas. Boas fotos!


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FILOSOFIA DIA-A-DIA

FOTO D.R.

O amor e as suas palavras MARIA JOÃO NEVES PH.D Consultora Filosófica

A

os olhos do apaixonado, não existe nada de mais precioso e belo que o objecto do seu amor. Como expressar o seu encanto, a sua graça? No Cântico dos Cânticos de Salomão, cuja data é incerta, podendo oscilar entre o séc. X e o séc. II a.C., o amor manifestava-se assim: “Como és formosa, minha amada, como és formosa: teus olhos são como os das pombas através do teu véu; teus cabelos, como um rebanho de cabras que vêm descendo dos montes de Galaad; / teus dentes, como um rebanho de ovelhas tosquiadas que sobem do lavadouro: todas com filhotes gémeos, nenhuma estéril entre elas. / Teus lábios são como uma fita escarlate e tua fala é doce; como a metade da romã, assim as tuas faces através do teu véu.” Se uma jovem do séc. XXI recebesse esta declaração de amor como reagiria? Comparar os seus olhos a pombas talvez não seja muito boa ideia pois o pombos são considerados os “ratos do céu”, uma autêntica praga das cidades que tudo arruínam com os seus imundos dejectos. Difícil seria perceber a comparação com um rebanho de cabras a descer um monte, porque só com alguma sorte, numa excursão ao campo, se avistariam. Ainda assim, a imagem poderia não ser de uma beleza evidente. Quanto à louvada fertilidade, a promessa de vir a ter imensos filhos é mais indi-

ciadora de pesadelo do que de outra coisa qualquer. A preocupação é precisamente a oposta, bloquear a fertilidade, utilizar os contraceptivos de maneira adequada por forma a não colocar filhos indesejados no mundo. Quanto à boca, ainda que as jovens de hoje soubessem identificar escarlate com a cor vermelha, certo é que, frequentemente, pintam os lábios de outras cores como roxo ou preto. A fala doce, por seu lado, pode ser entendida com ser uma “choninhas”, uma “atada” ou uma “tótó”, e a face de romã poderia facilmente ser interpretada como uma cara cheia de borbulhas. Hoje em dia o rap substituiu a serenata, já ninguém escreve cartas de amor em papel perfumado, as palavras seguem por formato digital, via SMS, WhatsApp ou Messenger. Como se declara um adolescente do séc. XXI? Talvez pudesse ser qualquer coisa como isto: “Tens bué de swag, fiquei com um crush fui stalkear o teu perfil, curti a tua cena, quero que sejas a minha BITCH.” Para a maioria de nós, à excepção dos termos bué, de origem angolana que significa “muito”, e de curtir que se tornou um sinónimo de “gostar”, as outras palavras requerem tradução. Vamos a isso: - Crush: é uma palavra inglesa que, em sentido literal, significa esmagamento, compressão ou aperto. Porém, em sentido figurado, denota a paixão súbita ou paixoneta. A palavra alberga uma intensidade variável: ter um crush por alguém pode significar que se sente atracção, que se tem um interesse romântico ou que se está apaixonado.

- Swag: teve origem como sigla para da expressão secretly we are gay (somos homossexuais em segredo), que terá começado a ser usada na década de sessenta por prisioneiros homossexuais. Segundo consta, a palavra começou a popularizar-se no rap americano, através de Jay-Z. Dez anos mais tarde, em 2011, swag entra para a gíria adolescente com o sentido de ter estilo, ter atitude, ser bonito ou vestir-se bem. Ao visitar as páginas do Facebook “Adolescentes com swag” ou “Adolescentes mais que perfeitos” ficamos esclarecidos. Ter swag implica usar roupas das marcas da moda, vestir-se bem, ser-se bonito e, last but not least, saber posar para as fotos que depois serão colocadas nas redes sociais. (Esta violência da imagem que os jovens exercem sobre si próprios merece um pensamento aturado. Fica prometido um artigo sobre o tema para depois do verão). - Stalkear: é um estrangeirismo que tem origem no verbo inglês "to stalk", que significa perseguir. Embora na vida real a perseguição seja um acto criminoso, não é este o sentido da palavra na gíria adolescente. Eles referem-se ao mundo virtual, a seguir alguém no Facebook ou no Instagram, ou noutra qualquer rede social, de forma constante. Como facilmente se depreende, alguém por quem se tem um crush é alvo frequente de stalkeadas. - Bitch: em inglês designa uma cadela ou qualquer outro animal do género feminino. Contudo, a sua utilização é frequentemente depreciativa, como insulto pretende referir-se a uma prostituta. Porém, BITCH entrou para a gíria adolescente como sigla

para Beautiful, Intelligent, Talented, Charming and Hot (Bonita, Inteligente, Talentosa, Charmosa e Sexy). Obviamente, apesar de se utilizar o referente do acrónimo, a conotação original está lá e é conhecida, conferindo um travo irreverente e, quanto a mim, desagradável, à expressão. Porém, há que convir que embora de um modo muito diferente ao do Cântico dos Cânticos, a comparação com a natureza está lá e é assim trazida para a linguagem amorosa. O filósofo francês Bachelard no seu livro A Poética do Espaço diz-nos que “as palavras são casas com porão e sótão. O sentido comum reside no rés do chão, sempre pronto para o comércio com o exterior, no mesmo nível dos outros, desse transeunte que nunca é um sonhador.” É a linguagem da utilidade, da sobrevivência, do quotidiano. Porém, a palavra-casa de Bachelard tem vários pisos “subir a escada é abstrair, descer ao porão é sonhar”. Já o escritor português Gonçalo M. Tavares no seu livro Atlas da Imaginação diz-nos que “Devemos olhar para a linguagem como se olha para um objecto — para uma mesa, por exemplo — e ver, por vezes, a linguagem de baixo para cima, de modo respeitoso, de cima para baixo, de modo altivo; observar depois um perfil da palavra, depois o outro; ver os sapatos da palavra e o seu chapéu, a sua nuca e o seu rosto. Porque pensar também é mudar de posição relativamente à própria linguagem. Não olhar sempre da mesma maneira para as palavras”. Precisamente, é isto que fazem os adolescentes ao criarem a sua gíria própria, um meio de comunicação

que é simultaneamente linguagem secreta, ininteligível para o mundo adulto, e marcador da sua identidade. A linguagem está viva e em constante mutação, assim também os géneros literários e as correntes de pensamento. No século passado os romances de cavalaria deram lugar ao D. Quixote de Cervantes. Numa época de tanta possibilidade de correcção da imagem fotográfica, de tantos filtros no Tic Toc e afins, de tantas pernas de deusa, abdominais marcados e lábios com botox, talvez valha a pena recordar o Amor Impossível do poeta espanhol Jesus Águàdo pela sua Gorda, que aqui traduzo: “Como uma criança a uma roda levava-a rebolando a todo o lado. Nunca lhe chamei gorda. Chamava-lhe meu pequeno planeta expulso do céu, meu hambúrguer duplo, minha baleia. Eu não era o namorado dela, mas um alienígena que vinha do espaço para a colocar em órbita, ou uma família faminta numa tarde de domingo, ou Capitão Ahab. Às vezes explodíamos de gozo, e a minha botija de açúcar deixava-me magoado e feliz como um mergulhador mordido pelo seu próprio traje de mergulho. Uma tarde ao chegar a uma rua íngreme empurrei-a sem calcular as consequências e ela saiu a rodar da minha vida.” Inscrições para o Café Filosófico: filosofiamjn@gmail.com * A autora não escreve segundo o acordo ortográfico


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FIOS DE HISTÓRIA

A Viagem das Plantas (2)

- UM DOCE PECADO

FOTO D.R.

RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

É

a árvore do paraíso. Símbolo da tentação e do pecado: “A mulher viu que a árvore tentava o apetite (...) pegou no fruto e comeu-o; depois deu-o ao marido e ele também comeu. Então abriram-se os olhos aos dois, e eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e cobriram-se com elas” (Génesis, 3.6). Assim apresenta a Bíblia, o figo como fruto do pecado original. Ao mesmo tempo sagrado e proibido. Trazida como a amendoeira e a alfarrobeira pelos árabes, as suas origens perdem-se no tempo. A figueira era conhecida na Mesopotâmia – onde a texto bíblico localiza o jardim do Éden - havia cerca de 12 mil anos. Os budistas têm-na como árvore sagrada e os maias e astecas utilizavam a sua casca para produzir papel usado nos seus livros sagrados. No Algarve do Al Andaluz, que o poeta e historiador Ibn Saide comparou ao “paraíso terreal”, a figueira veio encontrar o local ideal para florescer. Além de ser o pão dos pobres, o figo tornou-se o alimento identitário do Algarve. Um escritor do século XVI, Duarte Nunes de Leão, refere que “os figos do Algarve eram bastantes para fartar o mundo”. E a paisagem algarvia era descrita no Livro de Arautos (1416), de autor anónimo, nestes termos: “Este reino tem abundância de peixe, vinhos excelentes e variados, e azeite. Mas a sua maior riqueza são os figos e as uvas, que cada ano são transformados em passas que negoceiam com trigo e pão.” Porque, de facto, o pão de trigo era um bem raro e caro que só ia à mesa dos ricos. Na toalha dos pobres, era substituído pelo figo seco ou por um bolo feito de fava moída. Mais o pão de S. João (Baptista), que assim era chamado ao pão de alfarroba. O vinho acompanhava as refeições, e o azeite sendo de grande qualidade, chegava e sobrava para alimentar toda a gente e uma grande parte era destinada à exportação. Cada produtor de azeitona fazia o azeite em sua casa, não a moendo, mas pisando-a em sacos com os pés, para reduzir a acidez e obter um produto de alta qualidade muito apreciado em toda a Europa. Por sua vez, as uvas, depois de vindimadas, eram molhadas para

deste modo acelerar a fermentação. Constituindo a dieta básica dos marinheiros portugueses, os frutos secos, mais o azeite, o vinho, a azeitona, o pão, os biscoitos e o pescado, acompanharam sempre os navegadores por todos os mares do mundo, sobrando ainda para os mercados europeus. E já então se tinha a exata noção dos dois Algarves distintos, de que tanto se fala: o litoral - dos frutos, azeite, legumes e vinho - e o interior serrano com o “pão” - trigo, centeio e cevada - e o gado (porcos, ovelhas e cabras). E o que é que se comia no Algarve, entre o séculos XV e finais do sec. XVI? Todos os autores são unânimes: não havia muita fartura e a dieta medieval era pouco variada. Como em todo o reino, para matar a fome à penúria, além do figo, consumia-se muito a fava, couves, ervilhas, grão, alface, cenouras e rabanetes que acompanhavam o peixe, a carne e os ovos. Os frutos secos, o vinho e o azeite, eram, pois, a riqueza fundamental desse tempo e tinham um peso económico e comercial que fazia do Algarve uma região farta e com excedentes que eram escoados pelos portos de Tavira, Lagos, Vila Nova de Portimão e Faro, para Portugal e para as terras descobertas. E ainda para os mercados vizinhos como a Andaluzia e norte de África, em troca de trigo. E também para a Flandres e Itália. E a sua importância na balança comercial do reino pesava tanto que muitas vezes a coroa recorria – já nesse tempo! - a uma certa forma de cativações, tardando a devolver o que devia aos seus credores. Isso mesmo era referido no pedido dos procuradores de Faro, apresentado nas cortes de 1439, para que o rei “pagasse as dívidas que tinha contraído com alguns moradores do concelho, por lhes haver tomado vinhos e figos para ajudar a custear a fracassada expedição a Tânger”. Segundo Frei João de S. José, no Algarve tinha-se por hábito – que ainda se mantém nos nossos dias - varejar os figos. Depois de apanhados, eram lavados e calcados em sacos ou panos e estendidos em esteiras que eram enroladas ao pôr do sol para os proteger da maresia. E depois de secos, havia quem os torrasse. Um trabalho demorado e trabalhoso, mas “o figo que se faz para vender para o estrangeiro não se usa com ele de tanta ceremonia”. A Flandres, sendo o principal destino dos figos e das passas de uva, não

se limitava, porém, a mercado consumidor. Também fazia o seu negócio com eles, revendendo-os para outros países: “Os flamengos dispunham de representantes no Algarve ou vinham eles cá adquiri-los a troco de panos e trigo, e mostravam-se exigentes na qualidade, sobretudo dos figos. Furavam as seiras três vezes ou mais com um espeto e passavam-no pela boca. Se o sabor fosse azedo, rejeitavam o conteúdo. Por vezes, a má qualidade do figo só era detectada na Flandres, originando não poucas vezes conflitos e protestos diplomáticos”. Um cultivo também importante foi a cana de açúcar que D. Afonso III herdou da experiência dos mouros e, com o conhecimento dos genoveses, incentivou a sua produção no Morgadio de Quarteira e, mais tarde, D. João I enviou para a Madeira. Mas seria no Brasil, depois de S. Tomé, que se afirmaria séculos depois como produto alternativo ao comécio das especiarias que tinham vindo a perder o valor económico dos anos de ouro do império do oriente. O eixo do comércio passava da rota do cabo para a rota do atlântico com centralidade no Brasil. O trabalho nos engenhos do açúcar absorvia muita mão de obra e esteve na origem do comércio de escravos de África para o continente americano. Sendo uma região aberta ao mar, o Algarve medieval encontrou, naturalmente, na pesca uma importante fonte de rendimentos. O atum era de abundância e, conforme escrevia Frei João de S. José, na sua Corografia do Algarve, era “o mais proveitoso que no mar se pesca”. Juntava-se outro peixe grado como a baleia, a corvina e o solho, que com o atum eram os que mais interessavam à coroa, ficando o Infante D. Henrique, com o exclusivo da pesca do alto. Para tanto criou mecanismos de controle do comércio ilegal, com a instalação de lotas obrigatórias em Lagos e Faro. Esse monopólio real não foi, porém, impeditivo de uma crescente fuga ao fisco por parte de pescadores e comerciantes, num esquema de venda a operadores estrangeiros que escapava às malhas da administração aduaneira. A intermediação especulativa das regateiras e a “apropriação abusiva de percentagens do pescado, por

parte de agentes da governança e da administração”, eram os principais operadores de fuga ao fisco. A pequena corrupção em todo o seu esplendor! E por ter essa riqueza do mar - onde se incluía também a cavala, a sardinha e a pescada - o Algarve necessitava de sal. Assim, estando a lota do “peixe da rainha” localizada em Faro, não surpreende que houvesse ali “Casa do Sal”, abastecida a partir das marinhas da Casa Real. Uma boa parte deste pescado entrava na Sicília a troco de trigo, mas também os mercadores de Cádis pagavam o peixe algarvio com este cereal. De resto, o figo era uma referência cambial nos negócios com o exterior, valorizando ou devalorizando como qualquer moeda corrente. No caso, era boa moeda com elevada cotação no mercado. Era, em tudo o que anteriormente fica enunciado, que se baseava a economia e a alimentação dos algarvios nesse tempo. Porém, com as grandes viagens a partir do seculo XV, tudo mudou. As navegações deram a conhecer novas terras, novos povos, novas plantas e novos produtos que revolucionaram os hábitos de consumo e a produção alimentar. Aos portos portugueses começaram a chegar todos os sabores dos novos mundos. E que levavam do Algarve, o figo, a amêndoa, a alfarroba, a oliveira, a pereira, a vinha e as passas de uva, enchendo os porões das

naus das descobertas. Que tentaram reproduzir depois, em alguns casos com sucesso, em viveiros experimentais nas novas terras. Uma revolução comercial e dos hábitos alimentares à escala global, como nunca antes se tinha visto e que ainda não acabou. Basta observar o que de novo se vai produzindo por cá e que gradualmente vem alterando a paisagem dos campos algarvios: a manga, a papaia, o abacate, o ananás, o kiwi e a banana. Vindos dos trópicos, mas como se aqui tivessem nascido, mostram-se tão presentes no quotidiano de cada um, fazendo esquecer que são produtos de origem tão distantes e de climas tão diferentes. Passados séculos, apesar desta revolução das plantas, continua a subsistir a sagrada trindade dos frutos secos como marca identitária de um Algarve, onde as figueiras – como dizia Torga – são “pequeninas e anãs para que nenhum Judas se possa enforcar nelas”. E o figo, que antes não despontava maduro e doce sem um ‘toque’ de provocação e de desejo, já começa a dispensar a sua Eva para se multiplicar sem a “vergonha” da tentação e do pecado. Fontes: “Frei João de S. José e a sua Corografia do Reino do Algarve de 1577”, M.V.Guerreiro; “Os Alimentos Identitários do Reino do Algarve”, Mª H.Coelho e J.M.Santos; “A Viagem das Plantas”, F.Tapada e M. Bettencourt; outras


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CADERNO ALGARVE

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NECROLOGIA REGIÃO

TAVIRA

ALBERTINA GONÇALVES FERNANDES 02-10-1931 23-06-2021 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

LÍDIO EDUARDO VIEGAS DOS PRAZERES

CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

AGRADECIMENTO

93 ANOS

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 30 de Junho de 2021, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º dia pelo seu eterno descanso. “Paz à sua Alma” MARIA TERESA 20-06-1921 04-06-2021 Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. CONCEIÇÃO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

ANTÓNIO Z ACARIAS DE CASTRO PACHECO

AGÊNCIAS FUNERÁRIAS PEDRO & VIEGAS, LDA. *TAVIRA, LUZ E V.R. STº ANTÓNIO TELEM 964 006 390 - 965040428*

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. D.F.

JOÃO PAULO MARTINS DE JESUS

14-07-1937 05-07-2021

26-06-1936 16-06-2021

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

LUZ DE TAVIRA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

SANTO ESTÊVÃO - TAVIRA LUZ E TAVIRA E SANTO ESTÊVÃO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. F.G.

COMUNIQUE COM O POSTAL Endereço: R. Dr. Silvestre Falcão 13 C, 8800-412 Tavira Contacto: 281 405 028 Administrativo: anabelag.postal@gmail.com Redação: jornalpostal@gmail.com


CADERNO ALGARVE

Postal, 9 de julho de 2021

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Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. G.F. Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

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f) Não exercer, a qualquer título,cargo ou função na administração central, regional ou local; g) Não exercer a atividade de armeiro nem de fabrica nte ou comerciante de engenhos ou substâncias explosivas; h) Não ter sido sancionado, por decisão transitada em julgado, com a pena de separação de serviço ou pena de natureza expulsiva das Forças Armadas, dos serviços que integram o Sistema de Informações da República Portuguesa ou das forças e serviços de segurança, ou com qualquer outra pena que inviabilize a manutenção do vínculo funcional, nos cinco anos precedentes;

AVISO DE ABERTURA

Processo de recrutamento de Guarda-Noturno

i) Não se encontrar no ativo, reserva ou pré-aposentação das forças armadas ou de força ou serviço de segurança; j) Não ser administrador ou gerente de sociedades que exerçam a atividade de segurança privada, diretor de segurança ou responsável pelos serviços de autoproteção, ou segurança privado em qualquer das suas especialidades, independentemente da função concretamente desempenhada; k) Possuir a robustez física e o perfil psicológico para o exercício das funções, comprovados por atestado de aptidão emitido por médico do trabalho, o qual deve ser identificado pelo nome e número da cédula profissional, nos termos previstos na lei;

Avisam-se todos os interessados que, nos termos da Lei n.º 105/2015 de 25 de agosto, se encontra aberto o processo de recrutamento para atribuição de uma licença para o exercício da atividade de guarda-noturno, na área territorial da União de Freguesias de Santiago e Santa Maria.

l) Ter frequentado, com aproveitamento, curso de formação de guarda- noturno.

1- Métodos e critérios de seleção

3.2 - Os candidatos devem reunir os requisitos descritos no número anterior até ao termo do prazo fixado para a apresentação das candidaturas indicado no artigo seguinte.

1.1- Os métodos de seleção a utilizar obrigatoriamente no recrutamento são os seguintes :

4- Apresentação de candidaturas

a) Prova de conhecimentos, destinada a avaliar se, e em que medida, os candidatos dispõem das competências técnicas necessárias ao exercício da função de guarda-noturno;

4.1 - O requerimento de candidatura à atribuição de licença é dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Tavira e dele deve constar:

b) Avaliação psicológica destinada a avaliar se, e em que medida, os candidatos dispõem das restantes competências exigíveis ao exercício da função de guarda-noturno.

b) Designação da zona a que se candidata e breve exposição dos motivos que fundamentam a apresentação da candidatura;

1.2 - Exceto quando afastados, por escrito,os métodos de seleção dos candidatos que já sejam guardas­noturnos habilitados, são os seguintes: a) Avaliação curricular; b) Entrevista de avaliação de competências exigíveis para o exercício da função . 1.3 - Independentemente dos métodos aplicados a ordenação final dos candidatos é unitária, sendo critérios de preferência os seguintes: a) Já exercer a atividade de guarda-noturno na localidade da área colocada a concurso; b) Já exercer a atividade de guarda-noturno; c) Possuir habilitações académicas mais elevadas; d) Ter pertencido aos quadros de uma força ou serviço de segurança e não ter sido afastado por motivos disciplinares. 1.4 - A classificação fina l, numa escala de O a 20 valores, resulta da média aritmética simples ou ponderada das classificações obtidas na avaliação curricular e na entrevista, considerando-se não aprovados para o exercício de guarda-noturno os candidatos que obtenham classificação inferior a 10 valores. 1.5 Caso subsista uma situação de igualdade entre os candidatos a guarda-noturno, após a aplicação dos critérios previstos no artigo anterior, tem preferência, pela seguinte ordem:

m) Não estar inibido do exercício da atividade de guarda-noturno.

a) Identificação e domicílio do requerente; c) Declaração de honra do requerente, devidamente assinada, da situação em que se encontra relativame nte às alíneas d), f),g), h),i),j) , e m) do enunciado no ponto 3.1; d) Outros elementos que conside re relevantes para a decisão de atribuição de licença . 4.2 - O requerimento de candidatura deve ser acompanhado dos documentos seguintes: a) Currículo profissional (com indicação do contato telefónico e endereço eletrónico); b) Fotocópia do bilhete de identidade e do cartão de contribuinte fiscal ou do cartão de cidadão; c) Certificado de habilitações literárias; d) Certificado de registo criminal; e) Documento comprovat ivo da situação regularizada relativamente a dívidas por impostos ao Estado Português; f) Documento comprovativo da situação regularizada relativamente a dívidas por contribuições para a segurança social; g) Ficha médica de aptidão emitida por médico do trabalho, nos termos da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, para os efeitos da alínea k) do ponto 2.1, do artigo 2.º, do presente programa de concurso. h) Duas fotografias atuais e iguais,a cores,tipo passe;

a) O candidato de menor idade;

i) Documentos comprovativos dos elementos invocados para efeitos da alínea d) do ponto anterior.

b) O candidato que tiver mais anos de serviço, no caso de se estar em presença de vários candidatos que, anteriormente tenham, exercido a atividade de guarda-noturno.

4.3 - Os candidatos devem fazer constar do currículo profissional a sua identificação pessoal,as ações de formação com efetiva relação com a atividade de guarda-noturno e a experiência profissional.

1.6 - A lista de ordenação final, referida por zona, será notificada aos interessados e publicitada na página da internet da Câmara Municipal de Tavira (www.cm-tavira.pt).

4.4 - Os documentos referidos nas alíneas e), f) e g) do ponto 4.2 do presente artigo podem ser substituídos por declaração de honra do requerente, sendo obrigatória a sua apresentação no momento da atribuição da licença.

2- Composição do júri

4.5 - O requerimento de candidatura, dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Tavira (Praça da República, 8800-951 Tavira), e os documentos referidos nos pontos precedentes deverão ser assinados pelo candidato e entregues em prazo junto da Câmara Municipal (Balcão Único) ou expedidos por via postal, para a morada acima indicada (correio registado), atendendo-se, neste caso,à data do registo.

A seleção dos candidatos à atribuição de licença para o exercício da atividade de guarda-noturno cabe a um júri composto por: a) Presidente da Câmara Municipal,Ana Paula Fernandes Martins, que preside; b) Vogal designado pela Polícia de Segurança Pública, Comissário José Carlos Pereira Dias; c) Vogal designado pela Junta de Freguesia de Tavira, Presidente da Junta de Freguesia, José Mateus Domingos Costa. 3 - Requisitos de admissão a concurso 3.1- Para o exercício da atividade de guarda-noturno o candidato deve: a)Ter nacionalidade portuguesa, ser cidadão de um Estado membro da União Europeia ou, em condições de reciprocidade,de país de língua oficial portuguesa; b) Ter mais de 21 anos e menos de 65 anos;

5 - Prazo para a apresentação de candidaturas O prazo para apresentação de candidaturas é de quinze dias úteis contados a partir da data de publicação do presente aviso. A lista dos candidatos admitidos e excluídos do processo de recrutamento, referidos por zona, com indicação sucinta dos motivos de exclusão, bem como a lista de ordenação final, serão publicitadas na página da internet da Câmara Municipal de Tavira (www.cm-tavira.pt). Poderá obter todas as informações sobre os procedimentos concursais (termos e condições de candidatura,bem como a correta definição de zonas postas a concurso) em: http://www.cm-tavira, ou contatando a Divisão Financeira, através do telefone 281320591. Paços do Concelho de Tavira, 07 de junho de 2021 A Presidente da Câmara Municipal

c) Possuir a escolaridade mínima obrigatória; d) Possuir plena capacidade civil; e) Não ter sido condenado, com sentença transitada em julgado, pela prática de crime doloso previsto no Código Penal e demais legislação penal;

Ana Paula Fernandes Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1267, 9 de julho de 2021)

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O Tribunal de Faro condenou esta quarta-feira a uma pena única de 14 anos de prisão o luso-canadiano que raptou, violou, agrediu e ameaçou de morte duas mulheres no Algarve, considerando que não existem dúvidas da prática dos crimes Donald Fernandes foi condenado por dois crimes de rapto agravado, seis de violação, dois de ameaça agravada e dois de ofensa à integridade física, o que resultou num cúmulo jurídico de 14 anos de prisão. Na leitura do acórdão, a juíza que presidiu ao coletivo que julgou o caso considerou que a versão do arguido de que as vítimas, uma cidadã brasileira e uma cidadã britânica, tinham combinado incriminá-lo “não é credível”, salientando que o seu depoimento “não faz sentido”. O Tribunal de Faro deu como provado que ambas foram “privadas da sua liberdade e sujeitas a atos de violência física e psíquica”, tendo as declarações das vítimas, ouvidas para memória futura e que se provou não se conhecerem, “sido coincidentes em muitos pontos”. Segundo o tribunal, Donald Fernandes, de 36 anos, manteve as mulheres em cativeiro numa moradia em Boliqueime (Loulé), em dias distintos dos meses de maio e junho de 2019, tratando-as de forma “desumana e degradante”, o que fez de forma “deliberada e consciente”. A primeira queixa a ser apresentada foi a da cidadã brasileira, que conseguiu fugir da moradia, enquanto a cidadã britânica pediu ajuda através de uma mensagem escrita num guardanapo num centro comercial de Faro onde tinha ido com o arguido, em 05 de junho de 2019. Aludindo às versões das vítimas e ao depoimento da namorada do arguido em sede de julgamento, a juíza presidente do coletivo sublinhou que as mesmas “batem certo” e se foram “conjugando como peças de um puzzle”, permitindo ao tribunal dar como provados os crimes imputados ao arguido. Já quanto às testemunhas de defesa, Ana Lúcia Cruz considerou ter havido, pelo menos, um depoimento que classificou como “inacreditável”, pela forma como se referiu negativamente a uma das vítimas, considerando que ambas eram “extremamente frágeis e desenquadradas” socialmente. “A este tribunal foi trazida uma cortina de fumo muito fácil de fazer porque toda a gente sabia que depois das testemunhas serem ouvidas para memória futura, nada mais podia ser trazido a tribunal”, permitindo que se contassem “histórias para tornar estas duas raparigas em mentirosas”, notou. Antes da leitura do acórdão de juízes, o advogado do arguido, João Nabais, fez um pedido de recusa de intervenção da juíza que preside ao coletivo, alegando “manifesta falta de imparcialidade em relação às questões em discussão”, mas a juíza manteve a leitura do acórdão. Para o advogado, Ana Lúcia Cruz agiu de forma parcial “quando concedeu apenas 48 horas para a reorganização da defesa” após uma alteração não substancial dos factos da acusação “que colheu o arguido de surpresa”, além do facto de ter recusado todos os requerimentos apresentados pela defesa, argumentou. Os factos acrescentados pelo tribunal, relacionados com imprecisões temporais e detalhes das agressões por parte do arguido, motivaram o adiamento da leitura do acórdão de juízes para quarta-feira, depois de inicialmente prevista para segunda-feira.

Universidade vai aumentar vagas em Medicina para 100 A Universidade do Algarve vai aumentar o número de vagas para o curso de medicina, sendo a meta alcançar 100 lugares por ano, anunciou o ministro da ciência, tecnologia e Ensino Superior esta quarta-feira. “Amanhã à tarde estarei no Algarve a presenciar o acordo único e inédito entre a associação dos municípios do Algarve (Comunidade Intermunicipal do Algarve - AMAL) que se reuniram e vão cofinanciar o alargamento do ensino de medicina”, disse Manuel Heitor, durante a audição parlamentar que decorreu na Comissão de Educação. Segundo o ministro, “este ano já há 64 estudantes devidamente certificados pela agência de acreditação” e o apoio da AMAL será “particu-

FOTO D.R.

Violador de duas mulheres condenado a 14 anos

larmente critico para, ao longo dos próximos anos, poder chegar-se às 100 vagas de medicina por ano no Algarve”. Manuel Heitor recordou que este é um projeto com mais de uma década. “No Algarve conseguimos retomar, com um esforço inédito dos municípios, aquele que tinha sido um compromisso inicial, há mais de dez anos, quando as vagas de medicina foram fixadas: Começou em 24, passou para 48 e a ideia é alargar para 100”, explicou. O curso de medicina irá funcionar “em estreita articulação com o Centro Académico Clínico do Algarve”. No caso do Algarve, Manuel Heitor lembrou que esta é uma questão critica que já se tem notado, por exemplo, na nova infraestrutrura aprovada para

Últimas Atuns-rabilho apreendidos A GNR apreendeu

Loulé – a instalação do Algarve Biomedical Centre (ABC) - e do crescimento da oferta em tecnologias de saúde em Portimão. O ABC Loulé Health Research Centre é um polo ligado à investigação, saúde e ciência. O governante recordou que o aumento de vagas nos cursos de medicina tem sido uma "prioridade” sua. “Este é um aspeto que na ação política tenho assumido como grande prioridade quer no Algarve quer nos nossos futuros núcleos de potencial desenvolvimento do ensino das áreas biomédicas”, disse. Novamente este ano, as faculdades de Medicina não vão aumentar as vagas disponíveis, disponibilizando 1.441 lugares no concurso nacional de acesso ao ensino superior.

esta terça-feira, em Olhão, dois atuns-rabilho com um total de 450 quilogramas e um valor estimado de 8.700 euros, numa fiscalização a duas embarcações sem licença para a captura deste pescado, anunciou a corporação. As embarcações foram abordadas por elementos do subdestacamento de Olhão da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, após terem verificado, “com o auxílio do Sistema Integrado de Vigilância Comando e Controlo”, que “não possuíam qualquer tipo de autorização para a captura daquela espécie”, refere a UCC da GNR.

Zoomarine com novo leão-marinho Nasceu há

CIDADE LACUSTRE DE VILAMOURA "CAIU"

INVESTIMENTO

dias, e quase já duplicou de peso... Ainda não tem nome, mas já encanta quem o conhece... E pela agilidade e simpatia que demonstra, em breve será uma das grandes estrelas dos Zoomarine. Entretanto, a nova cria de leão-marinho-Californiano já demonstra uma energia cativante e promete não deixar indiferente quem por estes dias visita o Zoomarine.

Os novos donos da Vilamoura World abandonaram o projeto da Cidade Lacustre de Vilamoura. “Se nós queremos um produto com qualidade, com sustentabilidade, com baixa densidade, então não estamos, de certeza, a falar da Cidade Lacustre”, disse ao Expresso João Brion Sanches — líder do grupo de empresários portugueses que compraram, por um valor não revelado, em conjunto com o fundo britânico Arrow Global,

Detido homem suspeito do homicídio da mulher encontrada em autocaravana A PJ dete-

a Vilamoura World à Lone Star (fundo norte-americano que em Portugal também detém o Novo Banco). Segundo refere o jornal, "depois da declaração de impacte ambiental desfavorável, em novembro passado, o projeto, que previa um investimento de €650 milhões, foi formalmente rejeitado pelos novos donos da Vilamoura World (empresa que faz a gestão imobiliária da localidade algarvia), que preferem soluções mais amigas do ambiente.

Já chegou o Festival do Caracol Os segredos gastronómicos do afamado petisco, temperado com o “melhor sal do mundo”, estão numa “esplanada perto de si” durante todo o mês de julho, nesta que é a 2ª edição “confinada” do Festival do Caracol de Castro Marim Com esta iniciativa, a autarquia castromarinense pretende "minimizar o impacto económico provocado pelas medidas de combate à Covid-19, estimulando o pequeno comércio/restauração que quiser aderir ao repto". Até à data, aderiram à iniciativa o Café “Serafim” (Castro Marim), Café/Tapearia “Encontro d’Amigos” (Castro Marim), Snack-Bar

“Isabel” (Castro Marim), Snack-Bar/Restaurante “O Sapal”, (Castro Marim), “Velho Cavalinho” Taberna Medieval (Castro Marim), Restaurante “Retiro dos Caçadores” (Monte Francisco), Taberna “Gil e Graça” , (Junqueira), Snack-Bar “A Paragem” (Altura), Snack-Bar “Alturense” (Altura), Restaurante Takeaway “O Cantinho do Churrasco” (Altura), Pastelaria “Alagoa” (Altura) e “Central Sports Café” (Altura). Nesta edição, a autarquia integrou um elemento diferenciador, que é a animação musical. Todos os cafés/ restaurantes aderentes serão, durante este período, animados por agentes culturais locais, uma política

de apoio que o município de Castro Marim tem desenvolvido com a cultura e a arte locais, que têm passado por períodos muito difíceis. Cada estabelecimento aderente será também incentivado a ter elementos alusivos ao caracol e a autarquia assinalará cada esplanada com uma pequena réplica do caracol gigante que agora assinala a iniciativa na Praça 1º de Maio, em Castro Marim. A organização apela a que "o público, sempre que puder, faça a sua reserva junto dos cafés e restaurantes aderentes, bem como ao respeito pelas medidas de prevenção da Covid-19 - a higienização das mãos, a etiqueta respiratória e o distanciamento físico".

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Tiragem desta edição

9.825 exemplares

POSTAL regressa a

23 de julho

ve esta quarta-feira o homem suspeito do homicídio da mulher que foi encontrada morta dentro de uma autocaravana em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves. Sobre o detido, de 53 anos, recaem “fortes indícios” que o indicam como responsável da morte da mulher e de ter ateado fogo à autocaravana, onde a vítima acabou por ser “encontrada já sem vida” pelos bombeiros que combateram o incêndio. A mulher, entre os 50 e os 60 anos, foi encontrada pouco depois das 09:30 pelos bombeiros de São Bartolomeu de Messines, que tinham sido acionados para um incêndio num veículo automóvel, disse à Lusa fonte do Comando Territorial de Faro da Guarda Nacional Republicana (GNR). Segundo a fonte, a GNR comunicou o caso à Polícia Judiciária (PJ), que iniciou as diligências “para apurar as circunstâncias em que terá ocorrido a morte” e que permitiram identificar e deter o suspeito. Fonte do CDOS de Faro indicou que a autocaravana “foi totalmente destruída pelo fogo”.


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