POSTAL 1282 18MAR2022

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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

18 de março de 2022

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E ainda À procura de uma embarcação que naufragou no século XIX no rio Arade

A análise desta zona conta com financiamento de 995 mil euros. P7

Ryanair anuncia novas rotas para o verão, duas delas de Faro

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A morte teima em 'aterrar' na rotunda do Aeroporto de Faro

Mais informações em www.hpz.pt

A emblemática e premiada rotunda tem sido o centro de atenções pelas piores razões: alguns

condutores de viaturas não conseguiram contornar a rotunda e colidiram com as esculturas

de pedra, provocando feridos graves e até óbitos a lamentar. P6

Dia Mundial da Água: H2OFF desafia a fechar a torneira por uma hora

➡ Vem aí “O desafio

A companhia aérea de baixo custo (‘low cost’) anunciou para o Algarve duas rotas a partir de Faro com destino a Madrid e Valência (Espanha). P8

da Poupança da Água”

➡ Mais de 200 autarquias não estão preparadas para enfrentar alterações climáticas

A retoma na hotelaria iniciou-se no Algarve Que receitas são esperadas?

➡ O exemplo de gestão integrada e sustentável da água em Lagos

Apesar da dificuldade criada pela conjuntura, a retoma "à séria" pode acontecer no verão, mas com receitas este ano, ainda abaixo de 2019. P9

➡ Taviraverde e Escutas de Tavira vão dinamizar ações ambientais

ESPECIAL P2 a 5

Centenas de refugiados ucranianos chegaram à região do Algarve Esperam-se muito mais

O Algarve concentra a segunda maior comunidade ucraniana do país e deverá receber um número considerável de refugiados. Até ao momento, têm sido acolhidos por familiares. P12 a Duplo_Capa_25x8cm_AgrilojaTavira_18 ai1645614720143_Rodapé Março.pdf 15

O “estranho” caso da morte de casal em Lagos e as duas mulheres suspeitas de incendiarem uma viatura em VRSA P10 Aumento do preço dos combustíveis pode agravar falta de professores nas escolas do Algarve P11

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CADERNO ALGARVE

Postal, 18 de março de 2022

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Redação, Administração e Serviços Comerciais Rua Dr. Silvestre Falcão, 13 C 8800-412 Tavira - ALGARVE Tel: 281 405 028 Publisher e Diretor Henrique Dias Freire Diretora Executiva Ana Pinto

H2OFF desafia a fechar a torneira por uma hora no Dia Mundial da Água

REDAÇÃO

jornalpostal@gmail.com Ana Pinto, Cristina Mendonça, Henrique Dias Freire e Jéssica Sousa Estatuto editorial disponível postal.pt/arquivo/2019-10-31-Quem-somos Colaboradores Afonso Freire, Alexandra Freire, Alexandre Moura, Beja Santos (defesa do consumidor), Humberto Ricardo e Ramiro Santos Colaboradores fotográficos e vídeo Ana Pinto, Luís Silva, Miguel Pires e Rui Pimentel

DEPARTAMENTO COMERCIAL

Publicidade e Assinaturas Anabela Gonçalves - Secretária Executiva anabelag.postal@gmail.com Helena Gaudêncio - RP & Eventos hgaudencio.postal@gmail.com Design Bruno Ferreira

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Tiragem desta edição

6.434 exemplares

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desafio é simples: fechar a torneira por uma hora, sem qualquer consumo de água, entre as 22:00 e as 23:00 do dia 22 de março, Dia Mundial da Água, num gesto deliberado e consciente. A iniciativa H2OFF – Hora de fechar a torneira! é promovida pela APDA, através da sua Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental, e tem como parceira a empresa Águas do Algarve. O objetivo é motivar a mudança consciente de comportamentos sobre o uso correto e eficiente da água, incitando à proteção e preservação da mesma.

A primeira edição contou com o apoio de diversas entidades públicas e privadas, de norte a sul do país, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, e ainda com o envolvimento de dezenas de figuras públicas denominados de Embaixadores, nomeadamente artistas, atletas, entre outras personalidades reconhecidas a nível nacional e internacional, sendo objetivo, nesta segunda edição, aumentar o número de envolvidos neste importante movimento que é de todos. Também a comunidade escolar está a ser convidada a aderir e a dinamizar a ação junto de alunos, famílias e amigos.

“Num momento em que Portugal enfrenta um cenário de seca em todo o país, torna-se imperioso lançar a discussão sobre o uso eficiente da água e cabe a todas as entidades promover uma reflexão sobre o tema, sendo essencial a mudança de comportamentos no que ao consumo da água diz respeito”, afirma Teresa Fernandes, coordenadora da Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA. O Dia Mundial da Água foi instituído em 1993 pela ONU e pretende promover a reflexão sobre os problemas que ameaçam este recurso, essencial à vida. Este dia também homenageia todos

os que estão na linha da frente a assegurar que os serviços públicos essenciais de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais sejam prestados com a devida qualidade. Convicta da relevância deste movimento de cidadania, que se pretende que contribua para a valorização da água através de uma ação mediática e de sensibilização a nível nacional, a Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA desafia também “as entidades públicas e privadas a associarem-se à H2OFF – Hora de fechar a torneira! e a divulgarem esta ação internamente e junto da comunidade”.


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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Taviraverde e Escutas de Tavira vão dinamizar ações ambientais

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Taviraverde assinou um protocolo com o Agrupamento 100 de Tavira do Corpo Nacional de Escutas, no passado dia 25 de fevereiro, que visa a cooperação entre as duas instituições. No documento, o Agrupamento compromete-se a participar, dentro das suas disponibilidades, nas ações de cariz ambientais desenvolvidas pela Taviraverde e a disponibilizar o Campo de Escutistas de Tavira para a dinamização de ações ambientais por parte da Taviraverde em parceria com outras entidades, nomeadamente escolas e associações, entre outras. Por sua vez, Taviraverde compromete-se a colaborar na prestação do apoio técnico necessário para as iniciativas de carácter ambiental dinamizadas pelo Corpo Nacional de Escutas, bem como na recolha de resíduos urbanos indiferenciados. No que respeita à manutenção do Campo Escutista de Tavira, a Empresa Municipal compromete-se, através de equipamentos e pessoal especializado, a colaborar na recolha e limpeza de águas sujas (vazamento de fossa) do

FOTO D.R.

respetivo campo, assim a ceder contentores de deposição de resíduos sólidos urbanos (RSU). Para a Taviraverde – Empresa Municipal de Ambiente, “a cooperação e articulação com

as entidades locais, cria sinergias que levam ao envolvimento das populações na valorização do concelho de Tavira, beneficiando assim todos os tavirenses”.

Tavira junta-se ao Movimento H2Off Hora de Fechar a Torneira

FOTO D.R.

O Município de Tavira aderiu ao Movimento H2Off – Hora de Fechar a Torneira, que visa sensibilizar para o uso racional de água. Assim, no dia 22 de março, pelas 22:00, apela “a todos para que, durante 1 hora, fechem a torneira”. Este movimento tem como objetivo conduzir à tomada de consciência de que a água é um bem finito que deve ser preservado nas nossas ações diárias. O Movimento H2Off é promovido pela APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas. PUB.

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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Vem aí “O desafio da Poupança da Água”

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FOTO D.R.

escassez de água é um problema real, cada vez mais sentido particularmente na região do Algarve, em resultado das alterações climáticas. Os temas da poluição das reservas de água doce, do risco de escassez de Água para consumo humano e agrícola, e de todas as questões ambientais e de sustentabilidade que envolvem o nosso planeta são prioritários para o POSTAL do ALGARVE. Nesta edição, damos especial destaque à celebração do Dia Mundial da Água que se comemora na próxima terça-feira, dia 22 de março. Para assinalar a data, a iniciativa H2OFF desafia a fechar a torneira por uma hora no Dia Mundial da Água. No Algarve, a empresa Águas do Algarve é parceira da iniciativa, cujo objetivo é motivar a mudança consciente de comportamentos sobre o uso correto e eficiente da água, incitando à proteção e preservação da mesma.

“Águas Sem Fronteiras – O desafio da Poupança da Água” Na próxima segunda-feira, dia 21, vai ser publicamente apresentado o projeto, criado pela Águas do Algarve, “Águas Sem Fronteiras – O desafio da Poupança da Água”. O objetivo é sensibilizar a comunidade para a importância do uso eficiente da Água, os impactos da escassez hídrica, tal como alertar para a necessidade de novos comportamentos de consumo e, sobretudo pensar na questão da sustentabilidade como uma solução para as gerações futuras. Estando o Algarve ligado histórica, social, económica e geograficamente à Água e sendo uma região de tamanhas singularidades ambientais, a iniciativa conta com a colaboração

e pareceria de várias forças vivas da região algarvia. Tem sido uma preocupação constante de entidades regionais, como a Águas do Algarve, contribuirem para a formação de cidadãos mais conscientes da importância

vital deste recurso escasso promovendo a sua educação ambiental: "sendo este um compromisso de responsabilidade social comum a todos, que nos une como humanidade e ao qual temos o dever cívico e institucional de responder, foi criado o projeto “Águas Sem

Fronteiras – O desafio da Poupança da Água”. A Água como fator primordial à vida e ao desenvolvimento sustentável, depara-se neste momento com grandes desafios. A escassez de água é um problema real, cada vez mais sentido em resultado das alterações climáticas.

O exemplo proposto de gestão integrada e sustentável da água no concelho de Lagos que quer ser ainda mais rigorosa A Assembleia Municipal de Lagos (AML) aprovou recentemente uma proposta de recomendação relacionada com a gestão integrada e sustentável da água no concelho de Lagos. “Ao longo da história da Cidade de Lagos, a água tem tido um papel particularmente importante, pela sua génese com o aqueduto e as bicas urbanas medievais e as casinhas de água da primeira rede de abastecimento público. Convém ter sempre presente que água, cujo Dia Mundial se comemora no próximo dia 22 de março, é um recurso estra-

tégico finito que, além de essencial para manter a vida no planeta Terra, permite sustentar a biodiversidade, a produção de alimentos, de ser o suporte de todos os ciclos naturais, tem uma extrema importância ecológica, económica e social”, refere em nota enviado para a redação do POSTAL. Atualmente, o grau de severidade da seca meteorológica é superior ao que se verificou nos anos 2012, 2018 e 2019. Segundo salienta a AML, “o Algarve encontra-se nos mais graves níveis de seca - o Barlavento em seca severa e extrema e o Sotavento em seca extrema - o que exige de todos medidas urgentes no uso da água

para evitar gravíssimos riscos para a vida e a economia da região”. Esta situação, “já a caminho de atingir foros de dramática para a vida de todos os setores sociais e económicos do concelho, exige da parte de todos a consciencialização da gravidade do problema, que reclama a participação de toda a população residente e visitante com o abandono de hábitos despreocupados como na rega de jardins e campos de golf e enchimento de piscinas”. Para a AML, a parte dos órgãos das autarquias locais, além de idênticos procedimentos e de urgentes medidas muito eficazes de informação e mobilização da população, é exigido

uma muito mais rigorosa gestão integrada e sustentável deste recurso natural.

Recomendações e rigor Neste sentido, a Assembleia Municipal de Lagos deliberou recomendar à Câmara Municipal de Lagos que organize um Programa Integrado de Gestão Sustentável da Água, reforçando, com carácter de permanência, medidas de controlo, racionalização e gestão integrada da água no concelho. Recomenda igualmente que incremente a construção de redes separativas de águas e saneamento e insista numa maior

divulgação de campanhas eficazes de sensibilização e alerta da população, chamando a atenção para a urgência de uma efetiva poupança da água, tendo em vista uma alteração sustentada dos hábitos de uso e consumo de água no município. A AML defende também o estudo da introdução de penalizações para os consumos excessivos e supérfluos no uso da água potável e aprovou a realização de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Lagos sobre este tema, convidando para o efeito a Águas do Algarve, Associação de Regante do Alvor e a Câmara Municipal de Lagos.


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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Mais de 200 autarquias não estão preparadas para enfrentar alterações climáticas FOTO D.R.

A associação de defesa do consumidor (DECO) diz ter analisado as medidas dos 308 municípios para enfrentar as alterações climáticas e concluiu que 55 não têm qualquer plano de adaptação e 227 não estão preparados Mais de 200 autarquias em Portugal concelhos estão preparados para as não estão preparadas para enfren- alterações climáticas”, segundo a tar as alterações climáticas, segundo análise da Deco. uma análise da Deco, que alerta pa- A associação analisou igualmente a ra a necessidade de proteção dos transparência da informação presconsumidores e implementação de tada aos consumidores através dos sites dos municípios, tendo concluímedidas locais. Em comunicado para assinalar o do que 93% não informam sobre que Dia Mundial dos Direitos dos Consu- medidas estão a ser implementadas midores e marcar o lançamento da no concelho. campanha “Alterações Climáticas: Conclui também que 83% não têm o seu município está preparado?”, a esclarecimentos sobre as vulneraDeco diz ter analisado as medidas dos bilidades climáticas do município, os 308 municípios para enfrentar as al- impactos já ocorridos e as projeções terações climáticas e concluiu que 55 climáticas que já afetam ou afetarão alterações climáticas nas áreas da mobilidade, habitação, gestão de resínão têm qualquer plano de adaptação o concelho. Por isso, a associação de defesa do duos, eficiência hídrica e alimentação. e 227 não estão preparados. “Entre as autarquias que têm plano, consumidor – Deco defende que to- Tendo em conta os resultados da TAVIRAintermuniciVERDE CAMPANHA TORNEIRA ANUNCIO 2 09/03/2021 diz que “este é 19:07 ainda dosPLASTICO os municípios devem disporIMPRENSA.pdf de análise, a Deco 172 aderiram AF a planos pais, o que significa que apenas 81 soluções locais para responder às um caminho lento face à necessidade

urgente de preparar, envolver e proteger os cidadãos face às alterações climáticas!”. “Sentimos que os consumidores estão a ser esquecidos neste processo. Assim, no Dia Mundial dos Direitos

dos Consumidores, lançamos a campanha ‘Alterações Climáticas: o seu município está preparado?’, onde queremos recolher problemas que os cidadãos vivem no seu município como consequência da atual transição climática”, sublinha a associação. Por isso, a Deco considera ser fundamental que cada autarquia defina um plano de adaptação às alterações climáticas que incluam medidas como a criação de um fundo para proteger os consumidores e respetivos bens face a fenómenos climáticos extremos, cujo valor variará consoante o grau de exposição do município aos riscos climáticos. Defende igualmente a renovação do edificado público e medidas de apoio à renovação das habitações privadas e o aceleramento da desindexação da tarifa de resíduos ao consumo de água, promovendo o equilíbrio do poluidor-pagador e a proteção dos consumidores. PUB.

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REGIÃO

A morte teima em “aterrar” na rotunda do Aeroporto de Faro FOTOS D.R.

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Aeroporto Internacional de Faro é a principal porta de entrada no Algarve. Todos os passageiros que chegam e partem da capital algarvia passam pela premiada rotunda das estátuas de pedra do aeroporto de Faro. Além do aeroporto, aquela rotunda, decorada com 10 esculturas em pedra com cerca de três metros de altura cada, dá também acesso à Praia de Faro. Infelizmente, esta emblemática rotunda tem igualmente sido o centro de atenções pelas piores razões: alguns condutores de viaturas não conseguiram contornar a rotunda e colidiram com as esculturas de pedra, provocando feridos graves e até óbitos a lamentar.

O último acidente trágico aconteceu na madrugada do passado domingo.

Uma viatura despistou-se. O condutor não conseguiu contornar a rotunda, localizada na Estrada Nacional 125-10, seguindo em frente, entrando na rotunda e embatendo violentamente numa das estátuas de pedra, derrubando-a. O alerta foi dado às 04:23 da madrugada. O despiste da viatura ligeira fez dois mortos no local e dois feridos graves que foram transportados para a unidade de Faro do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve. Um dos feridos graves acabou por falecer no hospital. As circunstâncias em que ocorreu o despiste estão a ser investigadas. A GNR aguarda que a única vítima sobrevivente recupere dos ferimentos sofridos para depois ouvir a sua versão sobre o acidente que provocou três mortos. O condutor da viatura, que morreu no local, vinha do centro de Faro, com familiares e amigos, todos de nacionalidade brasileira e com idades a rondarem os trinta anos. Não é a primeira vez que quem se aproxima da rotunda do aeroporto de Faro colide com as estátuas de pedra. Depois de passar por uma longa reta, a sua visibilidade parece

mal desenhada voltam a ecoar em cada trágico acidente que ali ocorre.

Morte de dois estudantes da Universidade do Algarve Em junho de 2020, um outro despiste de um carro à noite fez dois mortos, mas na reta antes da rotunda, na Estrada Nacional 125-10. As vítimas mortais, dois jovens estudantes da Universidade do Algarve com 19 e 20 anos, respetivamente, eram os únicos ocupantes da viatura, que embateu contra um poste de eletricidade. Os óbitos, ambos do sexo masculino, foram logo declarados no local. O acidente consternou, na altura a comunidade académica e farense. O reitor decretou três dias de luto académico.

ficou totalmente danificada, nomeadamente na parte dianteira. O automóvel, que era de uma rent-a-car, foi parar dentro da rotunda e o jovem foi transportado para o Hospital de Faro.

Viatura “aterrou” na rotunda

Jovem de 19 anos perde a vida

Também no passado verão de 2019, uma viatura “aterrou” na rotunda do aeroporto de Faro. A 31 de julho, durante o dia, um turista inglês de 25 anos sofreu ferimentos ao despistar-se e embater contra uma das estátuas da

Em 2016, um jovem de 19 anos perdeu a vida, quando o automóvel que conduzia entrou em despiste e capotou, mas antes da rotunda, na estrada de acesso ao aeroporto. Os acompanhantes, duas raparigas e um rapaz, foram transportados

rotunda do aeroporto de Faro. Apesar da vítima ter ficado apenas com ferimentos ligeiros e a estátua ter ficado sem danos, a viatura

para o hospital de Faro com lesões na coluna vertebral, cabeça, pernas e braços. As vítimas faziam parte de um gru-

perder-se a média distância. As interrogações sobre se a via foi ou não

CURIOSIDADE 2

CURIOSIDADE 1

O conjunto escultórico "Os observadores", localizado na rotunda do aeroporto de Faro, é da autoria da escultora Teresa Paulino.

O Aeroporto Internacional de Faro é a principal porta de entrada dos milhares de britânicos que vistam o Algarve. Com a saída oficial do Reino Unido da União Europeia, a 31 de janeiro de 2020, várias imagens, de uma "instalação" colocada na rotunda das estátuas de pedra, foram no dia seguinte partilhadas nas redes sociais alusivas ao pouco consensual período final de transição do processo de Brexit.

po de 9 jovens residentes em Olhão. Estavam divididos por duas viaturas ligeiras e deslocavam-se para um bar na Praia de Faro, mas em Montenegro, ao entrar na última reta antes de chegar ao aeroporto, o carro entrou em despiste e capotou, acabando por embater num muro e ficar imobilizado já fora da estrada. Segundo o DN, quando os bombeiros chegaram ao local, os feridos já se encontravam fora do automóvel. No interior permanecia no entanto o condutor encarcerado, tendo os bombeiros de Faro que retirar a porta da frente para permitir o acesso da equipa do INEM à vítima. Mas assim que os profissionais de saúde olharam para o jovem aperceberam-se que já não havia nada que pudessem fazer para o salvar. Apesar de ter o cinto de segurança colocado, o condutor foi atingido por parte da carroçaria que entrou carro adentro provocando lesões profundas no jovem. Já uma das ocupantes do banco de trás, provavelmente sem cinto de segurança, foi projetada para fora da viatura. Antes da chegada dos bombeiros, populares e amigos ainda tentaram chamar insistentemente o rapaz que já estava inanimado, mas sem qualquer resposta positiva.


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REGIÃO CENTRO NACIONAL DE ARQUEOLOGIA E MUSEU MARÍTIMO DA NORUEGA

Pesquisa subaquática procura embarcação que naufragou no século XIX no rio Arade FOTO D.R.

Investigadores do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática e do Museu Marítimo da Noruega vão analisar uma zona do estuário do rio Arade, no Algarve, onde está referenciado um naufrágio do século XIX, disse o coordenador do centro. O projeto para a análise subaquática do sítio arqueológico, denominado “Arade 23”, teve início esta segunda-feira, prolonga-se até 01 de abril e vai permitir fazer a limpeza da área para perceber em que estado de conservação estará essa embarcação para depois utilizar uma tecnologia que permite fazer o registo fotográfico da zona e a sua georreferenciação, precisou o coordenador do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), José António Gonçalves. “O trabalho que vamos fazer vai ter várias dimensões, trata-se de um sítio de naufrágio dentro do estuário do Arade, perto da foz, é um sítio que se conhece pouco, porque nunca foi escavado, e o que vamos fazer primeiro é uma ação de monitorização, de limpeza, de redefinição do sítio e avaliação do estado de conservação”, afirmou José António Gonçalves, em declarações à Lusa. O responsável do CNANS explicou que “depois haverá uma segunda fase de trabalho, que vai fazer uma fotogrametria, ou seja, um levantamento fotográfico que obedece a determinados critérios e depois permite fazer um modelo tridimensional digital do sítio”.

“Vamos também ensaiar algumas tecnologias recentes associadas à fotogrametria, que é uma técnica e uma metodologia de trabalho já bastante estudada e aplicada nestes contextos, mas tem sempre um problema acrescido, que é a georreferenciação ou o posicionamento geográfico dos modelos”, referiu ainda. Análise desta zona conta com financiamento de 995 mil euros A análise desta zona do estuário do rio Arade, que marca a divisão entre Ferragudo, no concelho de Lagoa, e a cidade de Portimão, vai ser feita em parceria com o Museu Marítimo da Noruega e conta com um financiamento de 995.000 euros do Programa Cultura do Mecanismo Financeiro EEA (Espaço Económico Europeu) Grants, que é “operacionalizado em Portugal pelo CNANS da Direção-Geral do património Cultural.

José António Gonçalves reconheceu que, no local, encontra-se “uma presumível embarcação do século XIX”, segundo as “características que são conhecidas do achado”, mas explicou que, como o local “nunca foi integralmente escavado, há sempre margem grande de incerteza até se confirmar essa possibilidade”. “Mas os dados disponíveis apontam para uma embarcação do século XIX, de madeira, à vela”, precisou. O montante de cerca de um milhão de euros disponibilizado para o projeto visava um “período dos quatro anos, que estava previsto para entre 2020 e 2023, mas que, com a pandemia de covid-19, sofreu alguns atrasos”. “Os quatro anos na verdade serão sobretudo dois anos e meio”, observou, frisando que o financiamento de cerca de um milhão de euros abrange “a vigência do projeto” e “não é só para o CNANS, porque uma fatia desse investimento, à

volta de 200.000 euros, são para pagar despesas do parceiro do projeto [Museu Marítimo da Noruega]”. O coordenador do CNANS destacou ainda a “preocupação” que houve em contar com um “envolvimento grande das entidades locais”, estabelecendo uma “articulação com as câmaras de Portimão e de Lagoa” que classificou de “fundamental para garantir uma série de apoios locais, ao nível logístico, por exemplo”. “E também da Universidade Nova, do Centro de Humanidades, que já tem um projeto em curso há alguns anos na zona e irá trabalhar connosco no projeto”, referiu ainda José António Gonçalves. O responsável do CNANS concluiu que deverá ser feita uma apresentação de resultados preliminares quando a equipa norueguesa concluir o seu trabalho, já no dia 25 de março, em Lagoa, e outra no dia seguinte, em Portimão.

breves

Aleluia Martins lança mais um livro sobre Paderne Arménio Aleluia Martins, jornalista decano da imprensa algarvia, lança no próximo sábado, às 17:00, na Sala Dom Paio Peres Correia, da Caixa de Crédito Agrícola de Paderne, mais um livro dedicado à sua terra natal. A obra intitula-se “De Badirna a Paderne – longa viagem no tempo” e sai sob a chancela da Arandis editora. Para além de uma cronologia dos acontecimentos, ilustrados com fotografias, Arménio Aleluia Martins procura também enaltecer os padernenses, que “têm sido ao longo dos tempos membros de uma estrutura social que vem reforçando a história de um território com milhares de anos, dos quais oitocentos descrevemos neste trabalho literário”.

Ricardo Santos vence Optilink Tour Championship Ricardo Santos venceu o Optilink Tour Championship, que decorreu esta quarta-feira no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura, onde mais dois portugueses, Pedro Figueiredo e Tomás Melo Gouveia, ficaram no ‘top 10’. Depois de suceder a Figueiredo na liderança da prova que encerra a época de 2021/2022 do Portugal Tour, o único circuito internacional de profissionais que se realiza em território nacional, Ricardo Santos concluiu a terceira volta com 67 pancadas, cinco abaixo do Par, para conquistar o troféu com uma vantagem confortável de seis ‘shots’ diante o escocês Kieran Cantley e o britânico Ben Bailey.

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REGIÃO

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Portugal já acolheu mais de 10 mil refugiados e “59% são mulheres” As mulheres representam 59% do total dos mais de 10 mil ucranianos acolhidos em Portugal devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, disse esta quarta-feira a secretária de Estado para a Integração e as Migrações. “São já mais de 10 mil pessoas em pouco mais de duas semanas, quase dois terços são mulheres, ou seja, 59%”, disse Cláudia Pereira à margem da inauguração do Centro Local de Apoio à integração de Migrantes (CLAIM), no Instituto Politécnico do Porto (IPP). Cláudia Pereira adiantou ainda que mais de um terço dos ucranianos até agora acolhidos em Portugal são crianças dos 0 aos 13 anos. A governante referiu que, em traços gerais, o perfil de quem chega da Ucrânia a Portugal é uma “mãe com duas crianças”. Já em termos de homens, a sua maioria são crianças ou idosos dado que os jovens e adultos ficaram no país a lutar, disse a secretária de Estado.

Alerta para risco da "maior crise de abastecimento" de petróleo em "décadas" A AIE alertou esta quarta-feira, para o risco da ocorrência da "maior crise de abastecimento” de petróleo “em décadas" devido à possibilidade de uma parte significativa da produção russa desaparecer do mercado sem que a OPEP mostre vontade de a compensar. No relatório mensal sobre o mercado petrolífero divulgado esta quarta-feira, a AIE - Agência Internacional de Energia reviu em forte baixa as previsões da procura global para este ano, devido à escalada dos preços do petróleo provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que vai reduzir o crescimento económico. Especificamente, cortou em 1,3 milhões de barris por dia as projeções de consumo entre o segundo e o quarto trimestres que tinha feito há apenas um mês, e isso significa menos 950.000 barris por dia em média em 2022 como um todo. Este corte significa que a procura mundial permanecerá em 99,7 milhões de barris por dia, mais 2,1 milhões do que em 2021. Mas além destes números calculados num momento de grande incerteza sobre a evolução e implicações da guerra e enorme volatilidade, a principal mensagem da agência – que reúne os países desenvolvidos que estão na vanguarda das sanções contra Moscovo – é o perigo real de escassez de petróleo. Os autores do estudo assumem que, a partir de abril, três dos oito milhões de barris diários de exportação de petróleo da Rússia desaparecerão do mercado devido às sanções, mas também porque muitos dos seus compradores regulares estão a evitar o petróleo russo. Mas as coisas podem não parar por aí, pelo que a AIE não exclui que a condenação pública do ataque russo à Ucrânia aumente ainda mais aquele número, tendo em conta os comportamentos que se estão a observar, que já levaram a que o petróleo russo se esteja a vender a preços com descontos recorde.

Ryanair anuncia novas rotas para o verão, duas delas de Faro com destino a Madrid e Valência

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Ryanair vai abrir quatro novas rotas a partir de Portugal no verão deste ano, elevando o número de rotas da companhia aérea no país para 147. A companhia aérea irlandesa anunciou duas rotas a partir de Faro com destino a Madrid e Valência (Espanha), uma a partir do Porto para Bergerac (França) e outra de Ponta Delgada com destino a Nuremberga (Alemanha). Estas ligações realizar-se-ão até outubro deste ano. O anúncio surge uma semana depois de a Ryanair divulgar a intenção de redução de frota no aeroporto de Lisboa, no verão, “uma vez que o Governo português não agiu” para libertar ‘slots’ da TAP, pelo que vai cancelar 19 rotas da Portela para o verão. A companhia aérea de baixo custo (‘low cost’) apelou duas vezes ao primeiro-ministro, António

FOTO D.R.

Costa, para que fossem libertados ‘slots’ (faixas horárias) não usados pela TAP até 04 de março, indicando que, se tal não acontecesse, teria de cancelar rotas.

“Os nossos últimos esforços para pedir ajuda ao primeiro-ministro, António Costa, resultaram num total de zero respostas”, lê-se no comunicado enviado hoje. No entanto, a Ryanair disse que

as três aeronaves e as 19 rotas perdidas irão regressar a Lisboa em outubro de 2022, para a programação de inverno, “uma vez que possui ‘slots’ suficientes no inverno” para aqueles voos.

Autocaravanas passam a ter nova área de serviço em São Brás de Alportel FOTO D.R.

Uma área de serviço para autocaravanas com capacidade para 25 veículos foi inaugurada em São Brás de Alportel, que quer ser referência no setor do autocaravanismo no Algarve. Em comunicado, a autarquia são-brasense adianta que a nova área de serviço, localizada na Estrada Nacional (EN) 2, visa atrair turistas que procuram a região para caravanismo, um segmento turístico que tem vindo a crescer no Algarve. “Queremos que São Brás de Alportel seja uma referência na área do autocaravanismo do Algarve, com espaços que primam pela qualidade e pela autenticidade”, afirmou a vice-presidente da autarquia, Marlene Guerreiro, citada na nota. Integrada na Rota Serrana de Autocaravanismo do Algarve, a área de serviço, com capacidade

para 25 autocaravanas e onde são permitidos animais der estimação, está localizada junto à entrada sul da vila, próxima das zonas de comércio e serviços. Segundo o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, no distrito de Faro, trata-se de “um investimento muito importante que irá ter um grande impacto na economia local e que vai mais uma vez afirmar o concelho como um território com uma localização de excelência e com um potencial natural enorme que importa valorizar”. Dos lugares, três são para ca-

ravanas de maior dimensão, havendo ainda uma zona de descarga de águas residuais domésticas e abastecimento de água, balneários, lavandaria, ecoponto, zonas de convívio, parque de merendas e campo de petanca. É também disponibilizada na nova área de serviço informação sobre atividades turísticas, prevendo-se que brevemente tenha um espaço para aquisição de produtos locais. Para quem não tem autocaravana e quer ter essa experiência, a área irá disponibilizar brevemente a “autocaravana do

amor”, numa versão romântica do caravanismo, refere a autarquia. A área está integrada num projeto intermunicipal de criação de uma rede de apoio ao autocaravanismo no Algarve, que foi objeto de uma candidatura a fundos comunitários e integrada no Plano de Ação de Desenvolvimento dos Recursos Endógenos (PADRE). Uma operação conjunta entre os municípios de São Brás de Alportel, Silves e Tavira, em parceria com a Associação In Loco, que contou com um investimento total superior a 590 mil euros, com comparticipação comunitária de 70% do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Este é o segundo espaço do género do concelho, que conta também com o projeto privado “Motorhome Ecopark São Brás de Alportel”, a primeira área na região a receber o certificado de homologação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.


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REGIÃO

Retoma na hotelaria iniciou-se na Madeira e no Algarve

É esperado serem atingidos 15 mil ME de receitas este ano

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presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) afirma que, apesar da dificuldade criada pela conjuntura, a retoma "à séria" pode acontecer no verão, esperando receitas entre 14 e 15 mil milhões de euros este ano, ainda abaixo de 2019. "É facto que a recuperação, a retoma, digamos assim, começou no ano passado, ou no verão. Primeiro na Madeira, depois no Algarve, depois nas cidades, com Lisboa e Porto, com o interior sempre com mais afluência e mantendo uma boa procura", no entanto, quando se estava a começar a recuperar veio "a quinta vaga dificultar muito a situação", começa por lembrar Raul Martins em entrevista à Lusa. Assim, sem dar para somar, esteve também a procura nos últimos três meses, tal como já antevira. "Dezembro, janeiro e fevereiro foram maus, foram muito maus por força da pandemia. Março já está em boa recuperação e, sucessivamente, abril será razoável e teremos retoma à séria, digamos, a partir do verão. Penso que o verão será já em plena retoma e depois na segunda metade [do ano] continuaremos essa retoma", estima o responsável. Com isto, a AHP diz que 2022 será um ano que "não é todo ele de uma retoma maior" porque houve "um início destes primeiros três meses muito baixos, que vão influenciar aquilo que vai ser a segunda metade ou os nove meses que faltam" para acabar o ano, mas que pensam vir a ser "muito bons por força da procura que se pretende". "Agora temos este constrangimento resultante do aumento dos preços dos combustíveis em especial, que põem aqui alguma interrogação ou alguma retração nessa situação. E isso é uma preocupação", refere. Mas não a única. "O quadro da situação de au-

mento de procura com falta de mão de obra", embora venha a recuperar, "agravada agora pela situação do aumento dos custos de energia e, consequentemente, dos bens essenciais, nomeadamente dos alimentos, vem criar aqui uma nova dificuldade na retoma", explica. No final, questionado sobre o saldo esperado em termos de receitas da hotelaria, Raul Martins diz que "este ano ficará em 14, 15 mil milhões de euros". "A expectativa, enfim, antes desta guerra na Ucrânia era de que podíamos chegar a 80% de 2019. Hoje já não poderemos dizer isso, mas andaremos entre os 70 e 80% daquilo que foi 2019", explica.

Já sobre as expectativas com o novo Governo, Raul Martins disse esperar que "com uma situação de maioria absoluta, o PS governará sem constranAF_Mupi Lena d'Água.pdf

18,3 mil ME em 2019 Em 2019, a AHP contabilizou receitas totais da hotelaria de 18,3 mil milhões de euros. Já em 2020, ano com forte impacto da pandemia de covid-19, as receitas atingiram os 7,8 mil milhões de euros, menos 58% face a 2019. Em 2021, as receitas atingiram os 9,94 mil milhões, menos 46% que em 2019, mas mais 29% do que em 2020. Sobre o aumento esperado da procura, numa altura em que a Ómicron – variante mais contagiosa – domina ainda, Raul Martins diz que "a partir do momento em que se pôde viajar sem necessidade de fazer o [teste] PCR, a situação melhorou drasticamente e isso era o que era aquilo que fazia as pessoas não viajar". "É evidente que o facto de as pessoas estarem numa situação de mais risco e facilmente ser contagiado ou serem contagiadas, naturalmente, que isso também não era apelativo, mas ao final era a situação do PCR que era preciso fazer para vir para cá, para ir para lá, o custo desse PCR – que às vezes o custo dos dois testes somados era mais caro do que a própria viagem de avião – que adiaram a decisão de vir", explicou.

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gimentos, e poderá focar-se decididamente na economia, porque é a economia que vai gerar melhores condições de vida para os portugueses. Se

nós melhoramos na economia, o PIB [Produto Interno Bruto] cresce e será melhor para todos". "O Governo vai olhar decidi-

damente para o turismo como uma atividade que equilibra a economia e que tem mão de obra rentável para ser utilizada", acrescentou. PUB.


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REGIÃO

breves

O "estranho" caso da morte de casal em Lagos A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a morte de um casal de idosos em Lagos e aguarda o resultados das autópsias para reunir mais elementos sobre o caso. Os cadáveres do casal, com 74 e 77 anos, foram encontrados na casa onde viviam pelo filho na madrugada de domingo, num cenário que aponta para um homicídio seguido de suicídio, embora “todas as hipóteses estejam em aberto”. “Os peritos estiveram a proceder a diligências no local e fizeram uma primeira avaliação, mas a investigação está numa fase muito embrionária e ainda aguardamos o relatório das autópsias”, sublinhou. A mulher, de 74 anos, terá sido morta por asfixia no interior da casa, alegadamente pelo marido, de 77, que depois se terá enforcado numa zona exterior da habitação, uma morte “aparentemente auto infligida”, acrescentou a mesma fonte. O filho do casal avisou a PSP, tendo depois o caso passado para a alçada da Polícia Judiciária, responsável pela investigação de crimes graves.

Duas mulheres suspeitas de incendiarem viatura em VRSA Duas mulheres, de 24 e 35 anos, foram detidas pela Polícia Judiciária, através da Diretoria do Sul, por fortes indícios da prática de um crime de incêndio em viatura no concelho de Vila Real de Santo António Os factos ocorreram na madrugada do dia 6 de março, em Vila Real de Santo António, tendo sido incendiado um veículo, que ficou parcialmente destruído. Ainda segundo a Polícia Judiciária, “poucos minutos antes, ocorreram duas tentativas de incêndio, noutras tantas viaturas pertencentes ao mesmo ofendido, que se encontravam parqueadas junto à respetiva habitação. A investigação desenvolvida permitiu a recolha de relevantes elementos indiciários sobre a presumível autoria, tendo culminado na detenção das suspeitas”.

POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Comando de Faro pede aos agentes obras de recuperação nas esquadras da PSP

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FOTO D.R.

comando distrital da PSP de Faro pediu aos comandantes das esquadras que recorram aos agentes como "mão de obra" na recuperação das instalações que vão acolher os elementos do Corpo de Intervenção em Lagos e Tavira. No email assinado pelo segundo-comandante distrital da Polícia de Segurança Pública de Faro, intendente Carlos Miguel Domingues Anastácio, a que agência Lusa teve acesso, é pedido aos comandantes daquele distrito para aliciarem e usarem “a magistratura de influência” junto dos agentes na realização das obras das instalações que vão albergar duas equipas do Corpo de Intervenção (CI).

Associação Sindical está indignada Esta situação já levou a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) a enviar um ofício ao diretor nacional da PSP a manifestar “repúdio pelo conteúdo” do email e apelar para que tal pretensão do comando distrital de Faro seja anulada. O segundo-comandante distrital da PSP de Faro explica no email que enviou aos comandantes que a partir de 13 de junho duas equipas do CI devem ficar alojadas em Lagos e, partir de 01 de julho, uma equipa do CI deverá ficar em Tavira. “A mão de obra será preferencialmente dentro do vosso efetivo, que deverão aliciar usando a vossa magistratura de influência”, apela o comandante no mesmo email.

O intendente Carlos Miguel Domingues Anastácio acrescenta que “isto também se aplica a pequenas reparações nas outras instalações”. “A situação do CI é mais delicada porque vão viver nas instalações e são convidados pelo comando, no entanto sabemos todos da dificuldade de agilizar os procedimentos pelo que a forma mais viável é adquirir material através do fundo de maneio e convencer a nossa mão de obra (cerca de 400 em Faro e 200 em Portimão) a dar uma ajuda”, sublinha ainda o email.

Depois de ter tomado conhecimento do email enviado pelo comando distrital da PSP de Faro aos comandantes, a ASPP enviou um ofício ao diretor nacional da PSP para denunciar a situação. “A ASPP/PSP não pode deixar de demonstrar o seu repúdio pelo conteúdo deste mail, não pode deixar de demonstrar a total oposição pela abordagem que permite considerar a um oficial de polícia, que os polícias poderão ser mão de obra para serviços de construção civil”, refere o ofício da

ASPP enviado a Magina da Silva. A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia apela ainda ao diretor nacional para que “use a sua magistratura de comando, disciplina e liderança no sentido não só de anular tal pretensão, como exerça a sua competência a todos os níveis no sentido responsabilizar quem age desta forma”. Contactada pela agência Lusa, a direção nacional da Polícia de Segurança Pública não quis comentar a situação.

Homem apanhado com meio quilo de cocaína em Loulé ficou em prisão preventiva O Comando Territorial de Faro da GNR, através do Destacamento Territorial de Loulé, deteve este domingo um homem de 54 anos por tráfico de estupefacientes, no concelho de Loulé. No âmbito de uma investigação que durava há cerca de quatro meses, os

militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Loulé e do Posto Territorial de Loulé desenvolveram uma ação policial que permitiu intercetar e deter o suspeito na posse de mais de meio quilo de cocaína. Na sequências das diligências policiais, os militares deram cumprimento a cinco mandados de busca, três domiciliárias e duas em veículos. Durante a ação, as auto-

ridades apreenderam 2.895 doses de cocaína, 14 saquetas de substância medicamentosa. vulgarmente utilizada para a adulteração do estupefaciente e para aumentar o seu volume; 14 bolsas de acondicionamento de produto estupefaciente, 4 telemóveis, 2 viaturas ligeiras, 2 bolsas de transporte, 1 balança de precisão e 330 euros em numerário. No decorrer da operação foi ainda

constituído arguido um homem de 58 anos por tráfico de estupefacientes. O detido, que se encontrava em liberdade condicional no âmbito de uma pena de prisão pelo mesmo tipo de crime, foi presente ao Tribunal Judicial de Loulé, onde lhe foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva, tendo sido encaminhado para o Estabelecimento Prisional de Olhão.


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REGIÃO ENSINO

Aumento do preço dos combustíveis pode agravar falta de professores nas escolas do Algarve

Esta situação é especialmente gravosa na região do Algarve que não dispõe de uma rede eficaz de transportes públicos. O aumento do preço dos combustíveis afeta os professores que trabalham longe de casa e poderá agravar a falta de docentes nas escolas, alertam os sindicatos que falam em milhares de alunos sem todos os professores atribuídos. Os efeitos da guerra na Ucrânia, já se começam a sentir no dia-a-dia dos portugueses, com o “brutal aumento do preço dos combustíveis”, alertaram a Federação Nacional dos Professores (Fenprof)

e o STOP - Sindicato de Todos os Profissionais de Educação. A deslocação diária ou semanal de casa para as escolas faz parte das rotinas dos professores, em especial quando se encontram deslocados da área de residência, que também são os que têm salários mais baixos e maiores despesas com os transportes. Tanto Fenprof como STOP avisam que o aumento do preço dos combustíveis poderá agravar ainda mais o processo de preenchimento de horários vazios, porque os ordenados oferecidos não chegam muitas vezes para pagar uma renda longe de casa e os transportes de quem vive longe. “Se já tínhamos esse pro-

blema, porque há situações em que aceitar um horário longe de casa significa ter de pagar para trabalhar, acreditamos que a situação se vai agravar ainda mais”, disse à Lusa André Pestana, do STOP, lembrando as dificuldades sentidas em especial nas escolas das regiões de Lisboa, Setúbal e Algarve. “Há milhares de alunos sem professores a uma ou mais disciplinas desde o início do ano, em escolas onde não compensa financeiramente os professores deslocarem-se”, sublinhou o coordenador nacional do STOP. Segundo contas feitas pela Fenprof, na semana passada, a 09 de março, havia pelo menos “25 mil alunos sem todos

os professores atribuídos”, tendo em conta os cerca de 400 horários por preencher e que deverão corresponder a mais de cinco mil horas. Para os sindicatos, o Governo tem de avançar com algumas das medidas que têm sido pedidas, como a atribuição de um subsídio de transporte e de alojamento. “O problema, contudo, não se limita às deslocações de casa para a escola, mas, também às que decorrem de serviço distribuído”, acrescenta a Fenprof, dando como exemplo os casos de professores que dão aulas em várias escolas do mesmo agrupamento ou que vão a casa dos alunos no âmbito da Intervenção Precoce.

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transferências das competências, até ao final deste mês. Segundo este sindicato, que disse ter reunido com vários municípios do Alentejo e Algarve, “a maioria não aderiu” à transferência de competências e “uma parte significativa” concorda com “o adiamento do prazo limite” para a generalização do processo. “Muitos autarcas demonstram vontade de adiar o processo de transferência de competências por verificarem que, tendo em conta a realidade de cada concelho, as verbas previstas não serão suficientes para dar resposta às necessidades educativas”, alegou. Outros, vincou o SPZS, defendem o adiamento por “considerarem que, em muitos casos, terão de contratualizar empresas para a prestação de vários serviços” ou por “acreditarem que se irão aprofundar as assimetrias entre municípios e aumentar as desigualdades no que diz respeito ao acesso à educação”.

distribuído, em percentagem igual à do aumento dos combustíveis. O STOP acredita que esta deve ser uma luta que junte mais organizações e grupos afetados e por isso convidou na segunda-feira as centrais sindicais CGTP e UGT, assim como os sindicatos e federações docentes. “A ideia é juntar forças para exigir do governo medidas concretas, de forma a minorar significativamente este aumento de preços com consequências na qualidade de vida de toda a sociedade e consequentemente de toda a comunidade escolar, desde profissionais da educação, alunos e as suas famílias”, acrescentou. PUB.

SPZS: Professores querem adiar descentralização de competências para municípios do Algarve e Alentejo Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS) apelou esta terça-feira aos autarcas do Algarve e Alentejo para exigirem o adiamento da transferência de competências na área da educação, para permitir “um amplo debate” sobre o processo. Em comunicado, o SPZS, afeto à Federação Nacional dos Professores (FENPROF), defendeu que os autarcas devem exigir “o adiamento do prazo legalmente estabelecido” para a transferência de competências em matéria de educação. Um adiamento permitirá “dar lugar a um amplo debate social e político sobre descentralização em educação, como em outras áreas, para, eventualmente, se avançar com o processo”, escreveu o sindicato, no comunicado. O SPZS justificou a sua posição com a “complexidade deste processo” e a “falta de consenso entre os autarcas”, além da “inexistência de Orçamento do Estado para 2022 para a data apontada” para a

Há ainda viagens para outras escolas para efeitos de avaliação externa (observação de aulas) de outros professores, deslocações para participação em ações de formação obrigatórias ou deslocações de docentes adstritos ao serviço de exames. “Nestes casos, as deslocações são, por norma, feitas em transporte próprio, e, mesmo quando há lugar ao pagamento de subsídio, o que acontece raramente, se o mesmo já era insuficiente, a insuficiência, agora, tornar-se-á ainda maior”, acusa a Fenprof. Por isso, a Fenprof apresentou ao governo uma proposta no sentido de atualizar o valor pago aos docentes que se deslocam por razões de serviço

“À questão do financiamento desadequado, acresce a impossibilidade de candidaturas a fundos europeus por parte de câmaras municipais cuja capacidade de endividamento esteja limitada”, argumentou a estrutura sindical. De acordo com o sindicato, os municípios do Seixal e Santiago do Cacém (Setúbal) “decidiram não aceitar as novas competências, como pretende o Governo e estabelece a lei”, embora não esteja prevista “qualquer penalização” pela não-aceitação. Para este sindicato de professores, será necessário “um outro modelo de direção e gestão das escolas e agrupamentos, a criação de Conselhos Locais de Educação, a construção da autonomia das escolas com definição clara de competências e uma lei de financiamento das escolas”. O Governo estabeleceu a data de 31 de março de 2022 como limite para que se considerassem transferidas para os municípios e comunidades intermunicipais as competências previstas na lei. AF_CA_SolucoesHabitacao_Imp_210x285mm_cv.indd 1

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A história de uma avó que está em e que foi à Ucrânia buscar o neto

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m autocarro com 52 refugiados ucranianos, incluindo três crianças, chegou a Guimarães, vindo de Varsóvia, capital da Polónia, numa iniciativa da Câmara de Guimarães, através da Rede de Solidariedade, em articulação com a Comunidade Intermunicipal do Ave (CIM do Ave), que agrega oito municípios: Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de

Basto, Póvoa de Lanhoso, Vila Nova de Famalicão, Vizela e Vieira do Minho. “Temos uma avó que está em Olhão, no Algarve, que foi de propósito à Ucrânia buscar o neto para o trazer para Portugal, porque a mãe é polícia na Ucrânia e o pai está impedido de sair devido à lei marcial. Contou-me que foi muito difícil sair da Ucrânia com o neto. Houve um comboio que antecedeu o dela que foi atingido pelas

tropas russas”, partilha Hugo Quaresma, da Proteção Civil do município de Vieira do Minho, que acompanhou a viagem. Cinco dias e cerca de sete mil quilómetros depois, eram 09:11 quando o autocarro estacionou junto ao Largo da Mumadona, em Guimarães. Pouco depois, sobretudo mulheres, adolescentes, três crianças, de 3 anos, e três cães, um deles ao colo de uma jovem, começaram a sair do autocarro.

Entre sorrisos, abraços, algumas lágrimas e muito cansaço, os refugiados pegavam nas malas e nas sacas, que foi tudo o que conseguiram trazer de uma guerra que lhes mudou a vida. Uma das histórias que mais marcou Hugo Quaresma foi a de um jovem, de 17 anos (que vai ficar em Guimarães), que estava institucionalizado no Ucrânia, e que fugiu, sozinho, para a Polónia. “Ele estava institucionalizado numa instituição na Ucrânia. Com o rebentar da Guerra, fugiu para Varsóvia, completamente sozinho. Tem 17 anos e está sozinho no Mundo. É uma das pessoas que tem de ser seguida, pois não tem mais nenhum tipo de apoio. Nem aqui nem em lado nenhum”, relatou, acrescentado já ter sinalizado o caso junto

APOIO À INTEGRAÇÃO DE MIGRANTES DE TAVIRA ALARGA HORÁRIO

Os ucranianos, movidos pelo conflito no seu país, encontram-se em situação de vulnerabilidade psicossocial extrema, verificando-se a deslocação para Portugal e Tavira de indivíduos e famílias que procuram apoios que assegurem os seus direitos básicos de

cidadania, a promoção da sua qualidade de vida e inclusão social. Consciente desta situação e prevendo cenários de fragilidade psicossocial passíveis de atendimento, encaminhamento e acompanhamento, o Centro Local de Apoio à Integração de Mi-

grantes de Tavira (CLAIM), localizado no Centro Coordenador de Transportes, alargou o seu horário de funcionamento. O centro passou a funcionar de segunda a sexta-feira das 10:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00. O CLAIM de Tavira é um espaço de

informação que tem como missão proporcionar aos(às) cidadãos(ãs) migrantes respostas locais articuladas ao nível das necessidades de integração. Os interessados em mais informações devem contactar os telemóveis: 966 166 433 e 967 147 479.

das autoridades competentes para o seu necessário acompanhamento. Enquanto Hugo Quaresma partilha as “histórias de vida e heroicas” de alguns dos refugiados, estes vão sendo encaminhados para os carros e pequenos autocarros que os hão-de levar até ao próximo destino: ou para casa de familiares e amigos ou para alojamento disponibilizado pelos municípios. Uma menina de 12 anos, com jeito para as artes, está entre aqueles que também vão ficar em Guimarães. “Temos uma miúda, de 12 anos, que gosta imenso de arte e também vai ficar aqui em Guimarães. Ela fala muito bem inglês, já aprendeu algumas palavras em português, e, ontem à noite [segunda-feira], em 10 minutos, fez o meu retrato dentro do autocarro”, revela Hugo Quaresma, que fez a viagem juntamente com quatro motoristas e um tradutor. Outra das “passageiras” é uma jovem que trabalhava como revisora nos caminhos de ferro ucranianos e que teve de fugir com a filha, deixando os pais e o marido na Ucrânia. “São histórias de vida que estão aqui dentro e que, infelizmente, se viram no meio desta guerra sem saberem porquê. Uns disseram que vão voltar, outros já têm familiares em Portugal e vão cá ficar, mas, principalmente, os mais velhos, com o saudosismo, têm a intenção de voltar à Ucrânia”, referiu Hugo Quaresma. Alguns dos refugiados que constavam


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Olhão

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FOTOS D.R.

da lista para trazer para Portugal não conseguiram embarcar. “Uma mãe e um filho não puderam vir, porque o filho ficou doente. E era um risco fazer a viagem com a criança doente até Portugal. Conseguimos substituir por outras pessoas”, afirmou. Para este técnico da Proteção Civil da autarquia de Vieira do Minho, esta experiência foi marcante a vários níveis. “Não podemos mudar o Mundo, é impossível. Em Guimarães, em Vieira do Minho, em Portugal. Mas o povo da CIM do Ave mudou o Mundo desta gente e isso é que é importante. Ficámos contentes por trazer estas pessoas para aqui sãs e salvas. Fizemos o nosso trabalho”, declarou Hugo Quaresma, com a voz embargada. Tomar um banho é agora o desejo de Hugo Quaresma, algo que não faz desde sexta-feira, dia em que o autocarro saiu de Guimarães. A guerra na Ucrânia provocou milhares de mortos e feridos, mas o número preciso está ainda por determinar. A ONU contabilizou 636 civis mortos e 1.125 feridos até domingo, mas tem alertado insistentemente que o número deverá ser substancialmente superior. Mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde o início da guerra, naquela que já é considerada a prior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

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REGIÃO

Município de Portimão já recebeu 266 cidadãos ucranianos com registo efetuado pelo SEF

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FOTO D.R.

ortimão recebeu 266 cidadãos ucranianos que fugiram da guerra, alguns dos quais estão a ser alojados em quartos disponibilizados pelo município, que tem também preparada uma unidade com 100 camas para receber mais pessoas. “Nesta primeira fase de acolhimento de emergência, o Município de Portimão disponibilizou de forma imediata quartos numa unidade de alojamento e ultimou uma outra unidade de alojamento local, que se encontrava desocupada, e com capacidade para 100 camas”, lê-se numa nota divulgada pela autarquia. Segundo o município, estes 266 cidadãos, na sua maioria mulheres e crianças, já estão registados no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), estando em curso várias medidas para acolher e apoiar as famílias ucranianas que já chegaram e as que deverão chegar ao concelho nos próximos tempos. Com o objetivo de alargar o número de respostas ao nível de alojamento, aferindo a eventual disponibilidade

de famílias de acolhimento, o município prepara-se para lançar, na próxima semana, um questionário dirigido a quem tiver interesse e meios para acolher voluntária e gratuitamente famílias ucranianas. “A rede de emergência social está a funcionar em toda a linha, e de forma concertada por forma a garantir

um acolhimento de emergência às famílias ucranianas que chegam a Portimão e dar apoio a nível de alojamento e bens essenciais para o dia a dia destas famílias”, prossegue a nota. Os menores em idade escolar estão em processo de integração nas escolas do município, “usufruindo do apoio das equipas de intervenção

social e que, no seio escolar, poderão contar com o acolhimento especial de crianças ucranianas atualmente a residir em Portimão, que assumiram o importante papel de ‘tutores’ de quem agora chega como deslocado, como já o fizeram noutros momentos”. Para as crianças mais pequenas,

está a preparado um espaço de acolhimento para ocupação dos seus tempos livres e para apoio às mães, “com diversas atividades lúdicas e recreativas previstas, bem como aulas de aprendizagem da língua portuguesa”, numa iniciativa conjunta com o Centro de Apoio à População de Leste Europeu e Amigos (Capela). “Portimão apoia a Ucrânia” é a equipa de trabalho criada para assegurar a articulação de necessidades e ativação de meios para acolhimento e integração dos deslocados da Ucrânia, juntando responsáveis dos órgãos da autarquia, entidades regionais, instituições e outros membros da rede de emergência social. “Esta equipa garante apoio a diferentes níveis, desde apoio documental, acolhimento de emergência, alimentação e vestuário, cuidados de saúde, identificação de oportunidades de trabalho, integração das crianças em estabelecimentos de ensino do município e atividades de ocupação dos tempos livres”, conclui. PUB.

©/Getty Images

DOIS MINUTOS PARA OS DIREITOS HUMANOS

1. INVASÃO DA UCRÂNIA Após semanas de crescentes ameaças, a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022. Esta invasão é uma clara violação da Carta das Nações Unidas e um ato de agressão que constitui um crime à luz do Direito Internacional. Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional sublinha que “a Rússia não está só a violar a soberania de um Estado vizinho e do seu povo, mas também a desafiar toda a estrutura de segurança global e a explorar a sua fragilidade”.

Moscovo

RÚSSIA BIELORRÚSSIA

Kiev

POLÔNIA

UCRÂNIA MOLDÁVIA

Junte-se a nós. www.amnistia.pt/apoiar/

2. ATAQUES INDISCRIMINADOS A invasão da Rússia à Ucrânia foi marcada por ataques indiscriminados a áreas civis e infraestruturas protegidas, como escolas e hospitais, que violam o Direito Internacional Humanitário e podem constituir crimes de guerra. Um desses exemplos foi o ataque aéreo russo à cidade de Chernihiv, a 3 de março, que matou pelo menos 47 pessoas que estavam na fila para o pão, numa praça pública, quando o espaço foi bombardeado.

4. PRISIONEIROS DE GUERRA Alguns meios de comunicação social partilharam vídeos de prisioneiros de guerra russos e também ucranianos. A aparição pública pode colocar em risco as suas famílias, mas também ameaçar a sua segurança quando regressarem ao seu país. Ao abrigo do artigo 13º da Terceira Convenção de Genebra, “os prisioneiros de guerra devem ser sempre protegidos, principalmente contra todos os atos de violência ou de intimidação, os insultos e a curiosidade pública”.

3. CORREDORES HUMANITÁRIOS A proteção dos civis deve ser uma prioridade absoluta e, por essa razão, os corredores humanitários são imprescindíveis para garantir que aqueles que escolhem sair do país o podem fazer em segurança. Estes corredores também facilitam o acesso das agências humanitárias para prestar assistência aos civis afetados pelas hostilidades, estando consagrados na IV Convenção de Genebra.

5. PROCURA POR SEGURANÇA A intensificação do conflito na Ucrânia levou muitas famílias a deixar as suas casas e a procurar segurança nos países vizinhos. De acordo com dados das Nações Unidas, já dois milhões de pessoas fugiram do país, sendo que a Polónia recebeu o maior fluxo de pessoas. O Conselho da União Europeia (UE) ativou, pela primeira vez, a Diretiva de Proteção Temporária que concede proteção imediata nos Estados-membros da UE aos que fogem.


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REGIÃO

Refugiados ucranianos chegaram a Olhão num autocarro enviado pelo município FOTOS D.R.

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s refugiados ucranianos que chegaram a Olhão, na passada semana, num autocarro fretado pelo município foram praticamente todos acolhidos por familiares, com exceção de uma família, disse o presidente da Câmara. Em declarações à Lusa, António Pina adiantou que, das 46 pessoas que chegaram, 43 vão ser acolhidas por familiares e “já seguiram todas” para o seu destino, tendo o serviço de ação social da autarquia “acionado a casa de salvaguarda” que tem para situações de emergência para alojar as restantes três pessoas. “Todas estas pessoas foram acolhidas por familiares, exceto uma mãe e duas

crianças. Essas ficaram aqui ao cuidado dos nossos serviços de ação social, na nossa habitação para casos de emergência, e procuraremos agora uma resposta de mais longo prazo para esta família, sendo que há já uma listagem, quer de instituições, quer de particulares, disponíveis para acolher estas pessoas”, afirmou. O também presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) referiu que o grupo, composto por mulheres e crianças e apenas por um homem, foi observado à chegada por uma equipa médica, antes de partir para se unir às suas famílias, que não estão só no Algarve, mas “distribuídas por todo o país”. “Foram acompanhados na viagem por uma enfermeira

e, em parceria com o ABC [Algarve Biomedical Center], foram recebidos por médicos voluntários que fizeram uma primeira observação, sendo a saúde de todas as pessoas bastante razoável”, assegurou. O presidente da autarquia olhanense esclareceu que, uma vez chegados a Portugal, é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) é “que tem a responsabilidade de fazer a inscrição [destas pessoas] e depois a partilha desses mesmos dados para todas as outras entidades”. Depois, acrescentou, “essa plataforma alimentará as outras, nomeadamente, as da Segurança Social, as Finanças e Instituto de Emprego e Formação Profissional”. Na mesma semana, chegou

a Olhão um segundo autocarro “com 44 pessoas”, igualmente fretado pelo município para ir à Polónia buscar pessoas que deixaram a Ucrânia para escapar ao conflito armado com a Rússia. “Neste autocarro, não tivemos mais nenhum caso que necessite da intervenção da ação social, todos foram acolhidos por familiares ou amigos”, antecipou.

Isto é apenas uma gota de água António Pina manifestou a sua satisfação pela chegada em segurança destas pessoas

provenientes da Ucrânia, mas realçou que este apoio é “apenas uma gota de água” perante a emergência que afeta o povo ucraniano. “É apenas uma gota de água naquilo que são as necessidades, mas é a gota de água com que o município e os cidadãos de Olhão contribuem”, enalteceu. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma

ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo. PUB.


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REGIÃO FOTOS D.R.

Vetstoyou chega ao Algarve para tratar do seu animal ao domicílio

A Vetstoyou disponibiliza consulta veterinária ao domicílio a cães, gatos e animais exóticos FOTOS D.R.

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Vetstoyou anunciou a sua entrada no mercado do Algarve, alargando a sua área de actuação de Lisboa e Alentejo até ao sul do país, disponibilizando os seus serviços à região. “Somos uma equipa pluridisciplinar com uma perspetiva abrangente da medicina veterinária, combinamos as boas práticas clínicas modernas com as mais recentes tecnologias utilizando métodos inovadores e vamos ao encontro dos nossos clientes, dos seus requisitos, das tendências do mercado actual, no tratamento

de animais onde eles estiverem”, explica a empresa. São várias as razões para escolher a assistência médica veterinária ao domicílio da Vetstoyou: a comodidade, cuidado personalizado, tranquilidade, mais segurança para os animais seniores, sem exposição a animais doentes, mais fácil para quem tem mais do que um animal, melhor avaliação e comportamento, cuidados paliativos, tutores idosos e custo. A Vetstoyou nasceu do sonho de uma jovem médica veterinária determinada a oferecer os melhores

O projeto nasceu do sonho de Catarina Dias, médica veterinária, de oferecer os melhores cuidados possíveis aos animais de estimação

cuidados possíveis aos seus animais de estimação, seja qual for a espécie, evitando ao máximo o transtorno para o animal e seus tutores, porque para a saúde e bem-estar dos nossos animais não deve haver barreiras! Catarina Dias, fundadora e diretora clínica da Vetstoyou, é médica veterinária, com Mestrado Integrado em Medicina Veterinária pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, com a tese “Urolitíase numa população de Macropus Rufus e Macropus Rufogriseus”, nome científico de cangurus, do Jardim Zoológico de Barcelona, Espanha. Esta médica veterinária sempre teve especial interesse em medicina

animal, em especial exóticos, silvestres e animais de zoológicos, tendo feito vários estágios na área em zoos nacionais e internacionais, como Nuremberga (Alemanha), Zoo de Barcelona (Espanha), assim como em centros de recuperação. Após a conclusão do mestrado, Catarina apostou mais na sua formação, realizando uma pós-graduação em Medicina e Cirurgia de Espécies Exóticas e de Zoo pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia. Atualmente, continua a realizar várias formações a nível nacional e internacional na área. Já foi oradora em congressos e em faculdades

A equipa partilha uma perspetiva abrangente da medicina veterinária

de medicina veterinária nacionais. A fundadora da clínica da Vetstoyou começou por exercer em hospitais veterinários da área da Grande Lisboa, conciliando o trabalho em clínicas de cão, gato e animais exóticos. Ainda antes de entrar no mercado de trabalho apercebeu-se que estes novos animais de companhia necessitavam de um acompanhamento médico-veterinário mais próximo e rotineiro do que o que havia disponível. Esta lacuna veio justificar a criação do serviço ao domicílio. A Vetstoyou disponibiliza os seguintes serviços: consulta veterinária ao domicílio a cães, gatos e animais exóticos, check-up de rotina, vacinação e desparasitação, colocação de microchip, certificados veterinários, análises clínicas e outros exames complementares de diagnóstico, apoio médico e de gestão a criadores, colecionadores e associações, apoio à gestão e conservação de animais silvestres e cinegéticos (conservação animal), consultoria médica a centros de atendimento médico veterinários na área da medicina e cirurgia de animais exóticos, cirurgia de animais exóticos, eutanásia e serviço fúnebre, aconselhamento pré-aquisição de animais e alimentação terapêutica e fisiológica.


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REGIÃO

Tavira de luto com a morte de Gilberto Ferro

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ilberto Gonçalves Ferro faleceu no Hospital de Faro na quinta-feira da passada semana com 81 anos de idade. As reações à partida deste conhecido e acarinhado tavirense multiplicaram-se nas redes sociais, enaltecendo a generosidade e amizade deste “Grande Homem”. Conhecido carinhosamente por “Sr. Gilberto Ferro”, era uma pessoa singular e frontal. Destacou-se em várias áreas na sua vida pública e empresarial, nomeadamente como empresário agrícola. Foi igualmente proprietário da prestigiada Farmácia Central e um dos principais sócios que fundou a Rádio Horizonte em 1986, ambas localizadas na cidade de Tavira. Do seu ativismo por várias causas públicas, foi o principal rosto do movimento que defendeu um traçado alternativo proposto pelo então Governo de Cavaco Silva, aquando da construção da Via do Infante na área do Sotavento algarvio, chegando a bloquear os acessos do Aeroporto

FOTOS D.R.

sexta-feira, seguindo o funeral para o Cemitério Municipal de Tavira.

Um Homem bom, de bom coração

Internacional de Faro com dezenas de tratores em protesto. Na altura, teve um grande destaque mediático nacional nas páginas da comunicação social, nomeada-

mente no jornal Postal do Algarve. Foi galardoado e distinguido em vários momentos da sua vida, tendo recebido a Medalha Municipal de Mérito Grau Prata pelo Município

de Tavira no Dia da Cidade em 2013. O corpo de Gilberto Ferro foi para velório, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Tavira, e a cerimónia religiosa realizou-se na passada

Nas redes sociais, o seu afilhado Mário Pacheco presta-lhe uma última homenagem dizendo que “partiu um Homem bom, de bom coração, amigo de tudo e de todos. Afinal quem não conhecia o Sr Gilberto Ferro? O Homem que me apadrinhou e que conheço desde sempre!”. Também as Mulheres Socialistas de Tavira prestam “sentida homenagem ao camarada Gilberto Ferro, fundador do Partido Socialista de Tavira”. Para João Horta, administrador do bolg safeplace52, “Tavira hoje perdeu um dos seus filhos. Paz à alma do Sr Gilberto Ferro e as condolências aos familiares neste momento de dor”. À família e amigos de Gilberto Ferro, o POSTAL endereça as mais sentidas e sinceras condolências neste momento de grande tristeza. PUB.


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REGIÃO

Anacom deteta "deficiências" no centro de distribuição postal dos CTT de Loulé

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Anacom realizou um conjunto de 22 ações de fiscalização em 13 centros de distribuição postal (CDP) dos CTT e detetou "deficiências na distribuição postal" de alguns deles, divulgou esta segunda-feira o regulador. A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) realizou um conjunto "de 22 ações de fiscalização em 13 centros de distribuição postal" dos CTT, entre julho de 2021 e janeiro de 2022, "para verificar a regularidade da operação de distribuição postal nesses centros". De acordo com o regulador, foram objeto de fiscalização, no período em análise, os centros de Chaves, Funchal, Loulé, Lousada, Machico, Ovar, Ponta do Sol, Ponte da Barca, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Ribeira Grande, Rio Maior e Santarém. "Nas ações realizadas constatou-se que existem deficiências na distribuição postal assegurada por alguns centros de distribuição postal (CDP), nomeadamente em matéria de prazos de encaminhamento, na regularidade e na fiabilidade dos serviços, com prejuízo para os interesses dos utilizadores dos serviços postais abrangidos pela distribuição postal daqueles centros", salienta a Anacom.

FOTO D.R.

Em causa "estão demoras significativas no encaminhamento do correio prioritário e correio normal, assim como a ausência de distribuição postal em certos giros em determinados dias, situações que perduram por períodos de tempo bastante alargados".

ONDE FORAM DETETADAS FALHAS Em particular, são destacados "os CDP de Loulé, Póvoa de Varzim e Santarém, nos quais se verificou que, num período alargado de tempo, uma proporção largamente superior a 5,5% do correio prioritá-

rio diário não atingiu o seu destino até um dia útil após ter entrado na rede postal dos CTT, em divergência com os valores definidos para os indicadores de qualidade de serviço relativos ao encaminhamento no correio azul e no correio registado e medidos numa base anual". No que respeita o CDP de Rio Maior e de Santarém, acrescenta a Anacom, "constatou-se que, no período de distribuição analisado, uma parte significativa do correio normal entrado diariamente nestes centros não foi entregue ao destinatário até três dias úteis após ter sido depositado num ponto de receção de correio, o que significa um

desvio face ao objetivo que, embora aplicável à globalidade dos envios efetuados ao longo do ano com origem e destino no território nacional, foi definido para o encaminhamento destes envios no indicador 'Demora de encaminhamento no correio normal (D+3)'". Destaca ainda as situações detetadas nos CDP do Funchal, Loulé, Ovar, Póvoa de Varzim e Santarém, "nos quais foi selecionado aleatoriamente um conjunto de envios postais de correio prioritário, de correio normal ou de ambos, e se verificou que uma parte muito significativa dos envios não alcançou o seu destino nos prazos fixados no

padrão de encaminhamento para o respetivo tipo de tráfego". O regulador considera que estas situações "contribuem de forma negativa para o cumprimento dos parâmetros de qualidade de serviço e dos objetivos de desempenho associados à prestação do serviço universal fixados pela Anacom". Nesse sentido, "importa corrigir as deficiências verificadas o mais urgentemente possível, pondo termo aos atrasos na distribuição do correio que chega diariamente a cada um dos centros de distribuição objeto de fiscalização, com particular relevância para os serviços de correio com encaminhamento prioritário e, dessa forma, eliminar os transtornos e dificuldades colocadas às populações que usufruem desses serviços". O regulador notificou os CTT dos resultados das fiscalizações realizadas, "requerendo a disponibilização de informação sobre as medidas entretanto implementadas ou que a empresa se proponha implementar com vista à correção da situação e o respetivo calendário". Em resposta, os CTT informaram a Anacom que "têm em vista promover medidas que melhorarão o serviço prestado nas zonas de abrangência dos CDP identificados com menos bom desempenho", conclui o regulador. PUB.

Algarve concentrou apenas 17,3% das dormidas no mês de janeiro O alojamento turístico registou 853,2 mil de hóspedes e 2,0 milhões de dormidas em janeiro, mais 187,3% e 185,9% que em dezembro, ficando longe do observado em janeiro de 2020, antes da pandemia. “O setor do alojamento turístico registou 853,2 mil hóspedes e 2,0 milhões de dormidas em janeiro de 2022, correspondendo a aumentos de 183,7% e 185,9%, respetivamente, superiores aos registados em dezembro passado, +148,9% e +169,7%, pela mesma ordem”, assinala o Instituto Nacional de Estatística (INE), que publicou esta segunda-feira as estatísticas da atividade turística relativas a janeiro de 2022. No entanto, face a janeiro de 2020, antes da pandemia da covid-19, o número de hóspedes caiu 39,9% e

as dormidas decresceram 38,8%. Comparando com o mês de janeiro de 2020, todas as regiões apresentaram diminuição do número de dormidas, destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa (-48,7%). Já a Região Autónoma da Madeira foi a que registou menores decréscimos em termos de dormidas de residentes (-0,4%), sendo seguida pelo Centro (13,4%) e Alentejo (-15,0%), e de não residentes (-34,1%), sendo a única com uma redução abaixo dos 40%.

QUEM CONCENTROU MAIS Assinalando que houve um “aumento expressivo das dormidas em todas as regiões”, o INE aponta que, nos mês em análise, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 27,8% das dormidas, sendo seguida pelo Norte (17,7%), Algarve

(17,3%) e Região Autónoma da Madeira (16,9%). Em janeiro, o mercado interno contribuiu com 857,7 mil dormidas e os mercados externos totalizaram 1,1 milhões de dormidas. Segundo a autoridade estatística, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 106,4 milhões de euros no total e 76,0 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com janeiro de 2020, os proveitos totais decresceram 39,1% e os relativos a aposento diminuíram 38,8%. Por sua vez, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 15,6 euros em janeiro (21,5 euros em dezembro de 2021), enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 65,4 euros em janeiro (73,8 euros em dezembro). Em janeiro de 2020, o RevPAR tinha sido de 24,9 euros e o ADR 67,2 euros.


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Letras REGIÃO & Leituras

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CULTURA

Paulo Serra

Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve;

Um cão deitado à fossa,

Festival Tanto Mar regressa ao formato presencial com grupos de países lusófonos

U

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de Carla Pais

m cão deitado à fossa, de Carla Pais, publicado pela Porto Editora, é o mais recente romance de uma nova voz da jovem literatura portuguesa. Venceu o Prémio Literário Cidade de Almada em 2018. Numa serração há dois irmãos, tratados de forma diferente pelo pai. Um é «doente da fala» (p. 29), pequeno e enfezado, ri-se muito, um desarranjo do juízo, mas é para ele que os olhos do pai se iluminam: «o meu irmão é querença dentro dos seus olhos» (p. 8). O outro é Urbano, sempre designado pelo pai como «rapaz». Essa palavra é, naquele espaço, «o único som que desafina o barulho ensurdecedor da serra» (p. 8). É sob o barulho da serra que o irmão bem-amado, «anjinho de asas quebradas» (p. 29), acabará por adoecer, conforme os órgãos vão empenando até que a febre o leva. A mesma serra que sempre zuniu nos ouvidos de Urbano… Urbano cresce enquanto a mãe submissa definha, vergada ao marido, e encontra na cerveja e no vinho a escapatória possível para uma loucura premente. É face a esse modelo de submissão e apagamento, que tenta mesmo anular-se pelo suicídio, que o rapaz cresce: «a mãe é apenas um vulto, o rasto de um pinhal inteiro entornado nos ombros. E eu, pó. Nada dentro da sua voz.» (p. 16) Alternando entre a primeira pessoa, na voz do próprio Urbano, e a terceira pessoa, numa narrativa que coloca em contraste a infância e a velhice de uma vida que parece ter passado perdida: «A vista habitua-se depressa à sombra, descobre os traços foscos e deformados dos objetos, ganha imensidão perante o escuro. Urbano tem essa imensidão nos olhos quando se detém junto aos retratos que esmoreceram na cómoda. O filho. A filha. Os netos. A vida toda abreviada no nevoeiro das cores. Já nada daquilo tem volume dentro dos dias, por isso desce as escadas. São oito e vinte e quatro. Todas as manhãs começam à mesma hora.» (p. 14) É essa dicotomia que estrutura a obra que permite uma leitura ambígua, entre a antipatia por Urbano, tão temido quanto detestado pelos seus, e a empatia por uma criança que foi assim moldada, a quem foi incutido um papel num universo de uma «ruralidade fechada nos seus próprios fantasmas». Uma criança que nasce na miséria e vinga como proprietário, mas que persiste incapaz de amar a família. Com uma «escrita cujo alcance literário deve ser reconhecido pela sua qualidade imagística e harmonia estilística», segundo o júri do Prémio Cidade de Almada, a prosa de Carla Pais desenha uma história com pinceladas e imagens, criando um ambiente opressivo, onde a esperança ainda assim insiste em romper.

Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé - Tanto Mar regressou esta quarta-feira ao formato presencial, depois de um ano de ausência dos palcos devido à pandemia de covid-19, com grupos de Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil. Criado em 2019 pela Associação Folha de Medronho, com sede no concelho algarvio, o festival cumpriu as duas primeiras edições, mas em 2021 apenas realizou atividades 'online' e agora regressou às apresentações públicas, com espetáculos na quinta-feira, na sexta-feira e no sábado, em Loulé, depois de uma abertura informal nesta quarta-feira, antecipou à agência Lusa a presidente da associação, Alexandra Diogo. A mesma fonte adiantou que, na quarta-feira, o Tanto Mar teve a sua “abertura informal” com um encontro que esteve aberto ao público, na Casa do Meio-Dia/ Editora Sul, Sol e Sal, onde estiveram entidades oficiais e artistas, e “uma pequena representação artística para abrir o apetite”, mas os espetáculos começaram na passada quinta-feira, às 21:00, no Cineteatro Louletano, com a apresentação de “Amêsa”, do grupo angolano Elinga Teatro. Esta sexta-feira, também às 21:00 e no Cineteatro Louletano, o grupo são-tomense Cacau Teatro leva ao palco o

A “promoção do relacionamento e da colaboração entre colegas e grupos” e o “privilegiar das relações de partilha de conhecimentos e de diferentes formas de fazer” são o mote deste festival, que visa “dar às artes performativas uma dinâmica infinita e permanente, em que haja sempre uma novidade”. Questionada sobre o financiamento do festival, Alexandra Diogo preferiu não avançar números, mas destacou o apoio que é dado pela Câmara de Loulé, que é, considerou, “uma grande produtora de Cultura e uma autarquia está aberta ao diálogo e à formação e existência de associações de caráter profissional, como a Folha de Medronho”. A presidente da associação disse que esse apoio do município “permitiu, nas duas primeiras edições, montar o festival em Loulé” e “cativar datas no cineteatro louletano”, mas sublinhou que a Folha de Medronho conta também com a “colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian, no apoio à internacionalização”, com a deslocação de grupos e artistas entre os diversos países. A edição 2022 conta ainda com “o apoio da Direção-Geral das Artes, que vinha de 2021, mas como o festival não se realizou [presencialmente e só contou com iniciativas online] transitou para 2022”, referiu ainda Alexandra Diogo.

espetáculo “Mionga”, naquela que será a “sua primeira apresentação pública”, destacou Alexandra Diogo, sublinhando que este “grupo não existia” e foi criado por “proposta de João de Melo Alvim”, o diretor artístico do Tanto Mar. O Cineteatro acolhe no sábado, pelas 21:00, o encerramento do festival com o espetáculo “Ombela”, do grupo brasileiro O Poste, completando um cartaz com criadores artísticos de países de língua portuguesa, acrescentou. A mesma fonte explicou que o festival nasceu com o objetivo de levar a cultura para zonas mais periféricas e fora dos grandes centros urbanos e promove uma dinâmica de partilha entre grupos e criadores de países de língua portuguesa, mas “não se esgota nas datas das apresentações”, porque estas são fruto de um trabalho que se prolonga todo o ano. “Com as apresentações, em março, fecha-se um ciclo e abre-se outro. No próximo ano, que provavelmente será em maio, já veremos o produto do trabalho que será feito ao longo do ano com os países com quem nos cruzamos, onde estabelecemos relações com grupos e criadores, sempre numa ótica de desenvolver um trabalho inovador, para que o cruzamento de partilhas e de diferentes formas de fazer sirvam de aprendizagem para ambas as partes”, explicou.

FESTIVAL DE SOLIDARIEDADE BENFEST

Bandas vão partilhar o seu talento em Faro O evento beneficiário Ben Fest está de volta a Faro no próximo dia 9 de abril. A 4ª edição do festival realizar-se-á nas instalações da Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM), com o objetivo de apoiar a causa da União Audiovisual (UA). A União Audiovisual é uma associação de cariz social e cultural, de apoio aos profissionais técnicos e artistas da

cultura, espetáculos e eventos, e será a beneficiária do valor arrecadado neste festival. A entrada para o evento tem um valor simbólico de 10 euros, que contribui para a causa e no recinto estará também um ponto de recolha de bens e géneros alimentícios. A 4ª Edição do Ben Fest terá 2 palcos, onde 11 bandas irão partilhar o seu talento. Entre as 20:00 e as 04:00, poderá “apreciar boa música e encontrar boa disposição, tudo isto nas instalações da Associação Recreativa e Cultural

de Músicos, que este ano se junta em força como coorganizador e apoiante do festival”, afirma o Clã Grupo 6 da Associação de Escoteiros de Portugal, entidade organizadora do evento. O festival solidário conta com a participção das bandas: Mortais, Adamant Code, Eletric Gold, Crancky Geeks, Villain Outbreak, Galvana, WTDPG, Shadowmare , Apocalypse Conspiracy, Dirt Cult e The Wax Flamingos que se disponibilizaram para ajudar esta causa tão nobre. Para fechar o evento teremos o DJ DUO42. PUB.


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BILHETE POSTAL

Por esse rio acima RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

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dia era de compromisso histórico e de regozijo, celebrado num barco parado a meio do rio, entre Sanlúcar e Alcoutim. Foi nessa fronteira de água que se apagou o fogo que lavrava há alguns anos entre Portugal e Castela. Naquele palco, com um abraço e um aperto de mãos, os reis D. Fernando e Henrique II selaram o fim das hostilidades no tratado que ficou conhecido como as Pazes de Alcoutim. Corria o ano de 1397, 21 de março. O acordo estipulava que o soberano português se comprometia a manter boas relações com o monarca de França que juntamente com o papa Gregório XI, intermediaram o acordo de paz. E havia ainda uma cláusula que obrigava ao casamento do rei português com Dª. Leonor, filha do rei de Castela. No fim de contas, não se verificou nem uma coisa nem outra, porque um ano depois, o Tratado de Tui desobrigou D. Fernando do ma-

trimónio pretendido por Castela, e a guerra dos Cem Anos que opôs a França à Inglaterra, anulou na prática também o outro compromisso. Alcoutim havia sido conquistada aos mouros no reinado de D. Sancho II, em 1240, com a ajuda do exército de D. Paio Peres Correia, mas a praça só viria a ser repovoada pelo rei D. Dinis que lhe concede foral em 1304 e faz a sua doação à Ordem Militar de Santiago. Naqueles anos, sendo embora uma pequena povoação fronteiriça no interior serrano algarvio, Alcoutim já era uma praça avançada de defesa do reino, e o Guadiana uma linha dissuasora de qualquer tentativa de assalto por parte dos vizinhos instalados à sua frente, na margem do outro lado. Ao longo dos séculos, o rio foi sempre mais fronteira que abraço. Passagem de aventureiros e contrabandistas. Por ali corriam os minérios das jazidas de cobre, ferro e manganês que os romanos traziam rio abaixo até aos portos algarvios, tendo como destino final as terras do vasto império de Roma. Com o tempo, sobretudo com o

declínio da exploração mineira, o concelho de solos pobres para a atividade agrícola foi arrastado para um longo período de estagnação. E em décadas não muito distantes, o desvio da estrada nacional e os acessos difíceis aos grandes centros urbanos acentuaram o abandono e cavaram ainda mais o isolamento. Tudo isto, a que se junta a litoralização do desenvolvimento, ajudam a explicar o gradual empobrecimento que se prolonga até aos dias de hoje. A guerra civil espanhola que levou ao encerramento da fronteira, foi outro acontecimento a agravar a situação que pode agora vir a ser revertida com a construção da ponte entres as duas margens – prometida e velha aspiração local -, juntando-se às boas acessibilidades, entretanto, construídas, aproximando Alcoutim dos grandes centros do litoral a sul, e do Alentejo a norte. E ao tão desejado desenvolvimento. E não lhe faltam atrativos para encarar o futuro. Desde logo a fita azul do rio por onde sobem veleiros de todo o mundo, representando as potencialidades de um turismo náutico associado à natureza, que cada vez mais se vem tornando

numa alternativa complementar aos destinos de sol e praia. Tornar o rio navegável até Mértola e transformar esta zona, das mais deprimidas do país, valorizando-a com projetos integrados que incluam os dois concelhos vizinhos e as zonas mineiras desativadas de S. Domingos e de rio Tinto, em parceria com a Espanha, constituiria, certamente, uma aposta forte para um futuro sustentável desse espaço transfronteiriço. Mas por si só, Alcoutim tem muito para oferecer. Para além da náutica turística, existe um património vastíssimo com uma procura crescente pelo turismo da natureza. A sua paisagem rica e salpicada de tojo, estevas, flores silvestres e espécies raras de aves e outros animais, convida a um passeio a pé sem tempo, seguindo por atalhos e velhos caminhos que serpenteiam por vales e colinas e levam a pequenos povoados de casas brancas ou de xisto e à descoberta de um mundo feito de espantos. Na vila, o castelo domina a paisagem de um e outro lado do rio e já era habitado no início da ocupação romana. E a partir dali descendo a encosta, percorrem-se as ruas

estreitas até à beira rio onde se destaca a ermida de Santo António, provavelmente antiga capela privada da residência dos condes de Alcoutim. Depois de uma visita à igreja matriz edificada durante o século XIV, e passando para o outro lado por uma pequena ponte sobre a ribeira de Cadavais, a estrada conduz às ruínas do Castelo Velho, povoação islâmica fundada entre os séculos VIII e IX, protegida por muralhas e torres quadrangulares. Importantes referências do seu passado pré-histórico, são os marcos da cultura megalítica um pouco por todo o território, entre o encanto das suas vilas e aldeias: Pereiro, Giões, Martim Longo e Vaqueiros, com um passeio pela marginal que acompanha o Guadiana desde a sede do concelho até à foz de Odeleite e que conduz o viajante ao Montinho das Laranjeiras, Álamo e a Guerreiros do Rio. Aqui, numa antiga escola, funciona um museu que dá a conhecer o Guadiana e a sua história. E é do rio que se descobrem os bons sabores de uma gastronomia rica em muges, barbos, bordalos, achigãs e eirós grelhadas na brasa. Sem falar num prato de lampreia acabada de apanhar. E a ementa de carne de borrego ou de porco, javali e perdiz, ou uma refeição de lebre com feijão branco. Sobrevoando todo este espaço, as águias de asa redonda e as cobreiras de visão telescópica, que em voos planados ou picados riscam o céu azul límpido e transparente, são o fascínio dos observadores de aves, com a atenção presa também no esvoaçar dos milhafres pretos e dos peneireiros, ou no cantar alegre dos pintassilgos e rouxinóis. Um ar bucólico e uma oferta da natureza ao alcance de pouco menos de uma hora do cosmopolitismo dos hotéis e das praias, levando como recordação obras artísticas de um artesanato de mantas de trapos, colchas e toalhas de linho - feitas em teares de madeira -, rendas, xailes e chapéus de palha. Existem ainda trabalhos em latoaria e até recentemente as famosas bonecas de juta que saíam das mãos hábeis de quatro mulheres de Martim Longo para todo o mundo, recriando as atividades e costumes de um mundo rural antigo, distante e a caminho da extinção. Quando o calor aperta, a solução é o rio. Sempre o rio. Um mergulho atrevido no cais para quem se possa aventurar a riscos calculados, ou, para descanso mais seguro, uma tarde bem passada em família na praia fluvial ali o lado. Fontes: Publicações C.M. Alcoutim e RTA; outras.


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Postal, 18 de março de 2022

NECROLOGIA REGIÃO

DANIEL MARIA ANTÓNIO MARTA PIMENTA CAMPINAS FERNANDES FERREIR A

MARIA MARIAANA MARTA VITALINA PIMENTA COSTA FERNANDES TRINDADE

28-10-1953 22-01-1942 01-03-2022 13-01-2022

21-02-1925 22-01-1942 01-03-2022 13-01-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou ou que que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

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SILVÉRIA MARIA CL MARTA AR A FONTINHA PIMENTA FERNANDES CABRITA ROSA

18-02-1970 22-01-1942 03-03-2022 13-01-2022

12-08-1937 22-01-1942 09-03-2022 13-01-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou ou que que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

SÃO SEBASTIÃO SANTA MARIA DA PEDREIRA - TAVIRA- LISBOA SANTASÉMARIA E SÃOEPEDRO SANTIAGO - FARO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

MONCARAPACHO SANTA MARIA - -TAVIRA OLHÃO SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. R.P.

VENDE-SE ou ARRENDA-SE MARIAABÍLIO MARTA CUSTÓDIO PIMENTAVIEGAS FERNANDES

MARIA MARIA MARTA CUSTÓDIA PIMENTAPEREIR FERNANDES A

20-04-1936 22-01-1942 13-01-2022 12-03-2022

22-01-1933 22-01-1942 13-03-2022 13-01-2022

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou ou que que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, exéquias ou ou que que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA SANTA MARIA MARIA -- TAVIRA TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SANTA CACHOPO MARIA- TAVIRA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

4 terrenos agrícolas com excelente localização e acessibilidade, com água da barragem, situados na Asseca a 3 minutos da cidade de Tavira èPomar de citrinos: 8.158 m2 èTerra de semear: 8.000 m2 èTerra de semear: 9.788 m2 èPomar de citrinos e terra de semear 6.370 m2 èÁrea total: 32.316 m2

Contacto: 918 201 747


CADERNO ALGARVE

Postal, 18 de março de 2022

A NÚNCIOS REGIÃO

CARTÓRIO NOTARIAL DE TAVIRA,

CARTÓRIO NOTARIAL DE TAVIRA,

A CARGO DA NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO LEGALMENTE DESIGNADA

A CARGO DA NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO LEGALMENTE DESIGNADA

JOANA LEAL DE OLIVEIRA GERALDO DIAS

JOANA LEAL DE OLIVEIRA GERALDO DIAS

Nos termos do artigo 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia onze de março de dois mil e vinte e dois, foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e vinte a folhas cento e vinte e um verso do livro de notas para escrituras diversas número Sete-J, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

Nos termos do artigo 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia onze de março de dois mil e vinte e dois, foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e dezoito a folhas cento e dezanove verso do livro de notas para escrituras diversas número Sete-J, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

OTÍLIA RAMOS DE JESUS PEREIRA, NIF 133 791 785, natural da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e marido ÁLVARO MARTINS PEREIRA DE JESUS, NIF 147 316 731, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, casados no regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Brigadeiro António Pedro de Brito, número 36, rés do chão esquerdo, Tavira, titulares dos cartões de cidadão respetivamente números 08351782 0 ZX1, válido até 03.08.2031 e 07256251 0 ZX5, válido até 07.01.2029, ambos emitidos pela República Portuguesa.

OTÍLIA RAMOS DE JESUS PEREIRA, NIF 133 791 785, natural da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e marido ÁLVARO MARTINS PEREIRA DE JESUS, NIF 147 316 731, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, casados no regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Brigadeiro António Pedro de Brito, número 36, rés do chão esquerdo, Tavira, titulares dos cartões de cidadão respetivamente números 08351782 0 ZX1, válido até 03.08.2031 e 07256251 0 ZX5, válido até 07.01.2029, ambos emitidos pela República Portuguesa.

Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por cultura, sito em Eira Pequena, na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área total de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com caminho, a Sul com João Gonçalves, a Nascente com Domingos António e a Poente com Manuel Ramos, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 33270, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de IMT e de Imposto de Selo, de cinco euros e setenta e oito cêntimos, igual ao atribuído. Que o referido prédio entrou na sua posse por lhes ter sido vendido, em data imprecisa do mês de agosto de mil novecentos e oitenta e três, por compra e venda meramente verbal, nunca reduzida a escrito, feita aos primeiros outorgantes por Serafim Francisco, solteiro, maior, residente que foi em Garrobo, Cachopo, Tavira, atualmente já falecido. E que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Tavira, aos 11 de março de 2022 A Notária em substituição da Notária em substituição legalmente designada, Joana Leal de Oliveira Geraldo Dias, por esta se encontrar ausente,

Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por cultura, sito em Eira Pequena, na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área total de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com caminho, a Sul com António João Gonçalves, a Nascente com Serafim Francisco e a Poente com Jose Bento Martins, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 33269, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de IMT e de Imposto de Selo, de cinco euros e setenta e oito cêntimos, igual ao atribuído. Que o referido prédio entrou na sua posse por lhes ter sido doado, em data imprecisa no mês de setembro do ano de mil novecentos e oitenta e três, por doação meramente verbal, nunca reduzida a escrito, feita a ambos pelos avós da primeira outorgante mulher, Manuel Ramos e Rosa da Conceição, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Alcaria do Cume, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, ambos atualmente já falecidos, a qual foi por ambos aceite naquela data. E que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Tavira, aos 11 de março de 2022.

Ana Inês Silva Lopes

A Notária em substituição da Notária em substituição legalmente designada, Joana Leal de Oliveira Geraldo Dias, por esta se encontrar ausente,

Conta registada sob o n.º 395

Conta registada sob o n.º 392

Ana Inês Silva Lopes Fatura / Recibo n.º 300

Fatura / Recibo n.º 298

(POSTAL do ALGARVE, nº 1282, 18 de Março de 2022)

(POSTAL do ALGARVE, nº 1282, 18 de Março de 2022)

ANÚNICO DE VENDA DE PRÉDIO MISTO Notificação para efeitos de exercício do direito legal de preferência Vem por este meio BRUNO SCHALLER VERWALTUNGS AG, NIF 980131057, pessoa colectiva de direito privado suíço, com sede em Luzernerstrasse 74, 6252 Dagmersellen, Suíça, nos termos e para os efeitos do n.º 1 do artigo 1380.º do Código Civil dar conhecimento a todos os proprietários dos prédios confinantes que é sua intenção vender o prédio misto composto por terra de cultura com árvores e edifício térreo para habitação com várias divisões, arrecadação, garagem, pátio e cisterna, com uma área total de 9243 m2, sito em Sítio dos Alhos (Alhos-Solteiras), Conceição de Tavira, na União de Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o n.º 1441/19890911 (freguesia Conceição) e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo urbano número 1833 e sob o artigo rústico número 153, para o qual foi emitida pela Câmara Municipal de Tavira a licença de utilização número 339/2007, em 26.10.2007, e para o qual foi emitido o Certificado Energético número SCE206602218, válido até 30.07.2029, o qual confronta, a norte com JOÃO FERNANDES, a sul com caminho, a nascente com FRANCISCO SEBASTIÃO e ARTUR SEGURA, e a poente com DOMINGOS MARTINS FERNANDES, bem como o respectivo recheio. O preço global da referida compra e venda é de 630.000€, correspondendo € 450.000,00 ao prédio urbano, € 130.000,00 ao prédio rústico e 50.000,00€ aos bens e equipamentos que constituem o recheio, cuja compra e venda é considerada pelas partes indissociável da compra e venda do imóvel. O preço será pago no acto de escritura de compra e venda através de cheque bancário emitido à ordem da vendedora. A escritura deverá ser realizada até final do corrente mês de Março de 2022, no Cartório Notarial do Dr. Bruno Marcos, em Tavira. OS Custos relativos à celebração da escritura de compra e venda e demais despesas relacionadas com a mesma, incluindo os registos de aquisição, a favor do comprador, o Imposto Municipal sobre as Transmissões onerosas de Imóveis (IMT), Imposto de Selo (I.S.) e honorários a advogado ou solicitador serão da exclusiva responsabilidade do comprador. Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes pronunciar-se sobre se pretendem ou não exercer o direito legal de preferência que lhes assiste, no prazo máximo de 8 (oito) dias contados a partir da publicação do presente anúncio, nos termos indicados, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416.º do Código Civil. Caso reúnam as condições necessárias e pretendam exercer o direito de preferência na compra e venda, deverão os interessados enviar, dentro do referido prazo, comunicação escrita para a morada do representante legal da vendedora, Bruno Alois Schaller, com morada em Sítio dos Alhos, Caixa Postal 608Z, 8800-052 Conceição de Tavira. (POSTAL do ALGARVE, nº 1282, 18 de Março de 2022)

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UAlg oferece curso de Português para ucranianos A Universidade do Algarve vai lecionar um curso intensivo de Português, a título gratuito, para refugiados ucranianos. As inscrições já se encontram a decorrer. O curso, equivalente ao nível de sobrevivência, pretende oferecer noções muito básicas de língua portuguesa, que permitam aos destinatários comunicar e integrar-se na comunidade tão rapidamente quanto possível. A UAlg explica que “pretende-se desenvolver, sobretudo, a comunicação oral básica do quotidiano e criar uma rede que cubra o maior número possível de localidades, evitando a necessidade de deslocação e permitindo trabalhar com grupos pequenos”. O curso é composto por um módulo de 12 horas e será lecionado duas vezes por semana, em sessões de duas horas. Podem colaborar neste curso docentes de línguas da UAlg e de outras instituições que manifestem disponibilidade e docentes de outras áreas científicas, técnicos superiores, estudantes e alumni. Estes voluntários acompanharão um docente de línguas durante o período do curso e, posteriormente, serão convidados a dar continuação a este projeto, replicando o modelo com outros voluntários que a ele se associem.

Trabalho temporário cresceu 14% no último ano O número de colocações em trabalho temporário em Portugal aumentou 14% em 2021 face ao ano anterior, para 388.230, de acordo com o barómetro da APESPE-RH e do ISCTE divulgado esta quarta-feira. "Em 2021 houve um total de 388.230 colocações de trabalho temporário, o que representa um crescimento global de 14% em comparação com 2020, quando se registaram 341.540 contratações anuais", revela o barómetro da APESPE-RH - Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos – e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. O presidente da APESPE-RH, Afonso Carvalho, sublinha no documento que “a recuperação global registada nas contratações em 2021 é positiva", mas lembra que "a comparação é feita com 2020 e esse foi um ano difícil". Segundo o barómetro, a diminuição do índice "deve ser analisada num contexto em que, nos meses homólogos de 2020, se começou a verificar uma recuperação nas contratações após o período de confinamento". Quanto à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma subida da contratação de trabalhadoras do género feminino em outubro (46,6%), novembro (47,1%) e dezembro (47,4%). Ao nível da distribuição etária, há um aumento da idade média dos colocados acima dos 30 anos no último trimestre do ano, que sobe de 52,3% em setembro para 53,7% em dezembro (este valor diminuiu, por exemplo, em agosto para 51,7% quando se verificou mais contratação de jovens.

GRIPE DAS AVES COM 20 FOCOS

Há novo foco no Algarve. Perto de 230 mil animais já foram abatidos no país

P

ortugal contabiliza agora 20 focos de gripe das aves, após ter sido confirmada uma nova infeção, numa exploração caseira, no Algarve, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). “No dia 15 de março [terça-feira] foi confirmado um novo foco de infeção por vírus da gripe aviária (GA) numa exploração de detenção caseira, na freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, distrito de Faro”, lê-se numa nota divulgada pela DGAV. Sobe assim para 20 o número de focos confirmados em Portugal e, pelo menos, perto de 230.000 animais já foram abatidos. Entre estes incluem-se 14 focos em aves domésticas, incluindo explorações comerciais de perus, galinhas e patos, uma coleção privada de aves e

capoeiras domésticas, bem como seis focos em aves selvagens. Os distritos de Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Beja, Faro e Porto foram afetados. O primeiro caso foi confirmado em 30 de novembro de 2021, numa capoeira doméstica no concelho de Palmela, Setúbal. Segundo o último edital da DGAV, perante estes casos, as medidas de controlo estão a ser implementadas e incluem a inspeção dos locais onde foi detetada a doença, abate dos animais infetados, bem como a notificação das explorações com aves nas zonas de proteção num raio de três quilómetros em redor do foco e de vigilância num raio de 10 quilómetros em redor do foco. A DGAV tem vindo a apelar a todos os detentores de aves para que cumpram as medidas de biossegurança e boas práticas de produção avícola, reforçan-

Últimas Portugal Sotheby’s Realty recruta 10 colaboradores A marca

de imobiliário residencial de luxo anunciou que vai recrutar 10 novos colaboradores porque quer reforçar a sua liderança no Algarve. O plano de recrutamento dos novos colaboradores pretende responder ao crescimento robusto da empresa em Vilamoura, adiantando que o escritório pretende continuar a crescer e, para isso, ampliou recentemente as suas instalações e está a constituir uma nova equipa comercial. A marca pretende aumentar a abrangência territorial do escritório de Vilamoura entre Albufeira e Quinta do Lago, e áreas mais interiores como as encostas de Boliqueime, Loulé e Santa Bárbara de Nexe.

do também os procedimentos de higiene das instalações, equipamentos e materiais. Mantêm-se em vigor algumas medidas restritivas para controlar a propagação do vírus, como o confinamento das aves de capoeira e em cativeiro detidas em estabelecimentos em Portugal Continental. Por sua vez, nas zonas de proteção e vigilância é proibida a circulação de aves detidas a partir ou para os estabelecimentos aí localizados, o repovoamento de aves cinegéticas e feiras, mercados, exposições “e outros ajuntamentos de aves detidas”. Está ainda proibida a circulação de carne fresca e produtos à base de carne, a partir de matadouros ou estabelecimentos de manipulação de caça, assim como a circulação de ovos para incubação ou consumo humano e de subprodutos de animas obtidos de aves.

Tráfico humano: SEF fiscaliza fronteiras O

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a fazer várias operações de fiscalização a viaturas. O alerta de tráfico de seres humanos, desencadeado pela guerra na Ucrânia, motivou as ações de controlo nas fronteiras portuguesas. O controlo é aleatório, mas com especial atenção a carrinhas de caixa fechada e autocarros. A operação do SEF decorre desde o início da semana nos pontos de entrada do país.

Mais um caso solidário para ajudar os ucranianos

Detido suspeito de abusar sexualmente menor em Albufeira

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

SOLIDARIEDADE O Clube de Tavira acolheu no passado sábado um evento solidário “All Ukraine”, no qual foram angariados mais de 1.000 euros e 30 caixas de donativos para ajudar a população ucraniana afetada pela guerra. Os mil euros resultaram dos leilões de obras originais dos artistas Lis Petersen, Ângelo Gonçalves, Nuno Bispo, Susana Gonçalves, Belarmino Pereira, Ricardo Viegas e Ana Luísa Cardoso, do lucro do

bar e de donativos independentes. “Com o dinheiro angariado o Clube de Tavira foi, em conjunto com a Associação de Ucranianos do Algarve, comprar mais 596 artigos de primeira necessidade. Foi um dia muito importante para o associativismo, a mobilização solidária e a valorização da cultura local em Tavira”, afirma Filipa Teixeira, do Clube de Tavira, acrescentando que “passaram mais de 200 pessoas pelo “All Ukraine”.

Tiragem desta edição

6.434 exemplares

POSTAL regressa a

8 de abril

O Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem suspeito de ter abusado sexualmente de uma jovem com 17 anos, em Albufeira, que alegadamente estaria sob o efeito de substâncias e incapaz de oferecer resistência, foi esta quarta-feira anunciado. A PJ indicou que o homem, com 37 anos, interpelou a menor num estabelecimento de diversão noturna, na cidade de Albufeira, local para onde esta se tinha dirigido com um grupo de amigos, “abusando de substâncias que acabariam por gerar uma incapacidade involuntária”. O homem ter-se-á “aproveitado da incapacidade de resistência da jovem, conduzindo-a a um local reservado e sujeitando-a à prática de vários atos sexuais de relevo”. PUB.


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