Hospital Central do Algarve em Albufeira? PRESIDENTE DA AUTARQUIA
EXPLICA PORQUÊ
O presidente José Carlos Rolo defende a instalação do novo Hospital Central do Algarve no concelho. O "grande" argumen to é a centralidade do município e as boas acessibilidades às prin cipais vias rodoviárias. Conheça as razões e os argumentos da proposta desta nova localiza ção.
Evocação dos 50 anos da morte do fuzileiro Gilberto Caboz vão ser no sábado na Fuseta Gilberto Caboz foi morto com 18 anos em combate na Guiné e esse trágico acontecimento provocou um enorme choque na Fuseta.
Ciclista João Rodrigues suspenso por sete anos O ciclista natural de Tavira foi suspenso por sete anos, en quanto outros seis ciclistas da W52-FC Porto receberam san ções de três anos.
As fascinantes casas centenárias à venda na baixa de Faro
Tengarrinha: uma vida de luta pela liberdade
Mais uma vez a palavra dada não foi honrada
PERCEPÇÕES… E REALIDADES ➡ O Sal e a Salmoura ➡ Marquises... ➡ …& Esplanadas ILDA. Por Mendes Bota P11 ANÁLISE e Perspectivas Turísticas Turismo de Saúde e Bem Estar “O homem quando está saudável, não quer guerra com ninguém” ➡ Por Elidérico Viegas P11 E ainda a Opinião O novo hospital tem ordem para avançar ➡ Por Luís Gomes P2 ➡ Por Luís Graça P2 ▶ O POSTAL descobriu um fascinante mundo de edifícios icónicos de traça arquitetónica centenária, para quem procura residir no coração da cidade, ou até mesmo uma oportunidade de investimento.
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P4 FESTA DOS ANOS DE ÁLVARO DE CAMPOS, A NÃO PERDER EM TAVIRA P10 Em destaque Margarida
TRIBUNA PARLAMENTAR
Novamente a propósito do Hospital Central do Algarve GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal 7 de outubro de 2022 1293 • €1,5 Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira postaldoalgarve 144.237 www.postal.pt A os 94 anos, conserva uma in teligência viva e uma memória prodigiosa. Ainda muito jo vem, Margarida Tengarrinha abraçou a vida política e a resistência à ditadura, encetando uma luta que a le vou a viver 19 anos na clandestinidade. A sua vida dada um filme, mas a realidade, que ela conta no seu livro Memórias de uma Falsificadora, está muito para além da ficção. Nascida no seio de uma famí lia da burguesia urbana de Portimão, renunciou a uma vida de conforto em nome das suas convicções políticas e dos valores em que acreditava. P3 MARIA JOÃO NEVES Pessoa filósofo e a metafísica do Dr. Mora? CS17 SAÚL NEVES DE JESUS Pode a arte contribuir para um ambiente de paz? CS15 PAULO SERRA Lições, de Ian McEwan Os Abismos, de Pilar Quintana Simón, de Miqui Otero CS20 e 21 MARIA LUÍSA Responder à vida com a poesia CS16 PAULO LARCHER O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: Tesouros do Algarve CS18 JORGE QUEIROZ Programação nas Artes Visuais CS19 Os valores de aquisição vão dos 300 mil aos três milhões de euros. P12 e 13
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Henrique Manuel Dias
(mais
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TRIBUNA PARLAMENTAR
Luís Graça
O novo hospital tem ordem para avançar
OConselho de Ministros aprovou na passada semana uma reso lução para o avanço do processo da cons trução do novo Hospital Central Universitário do Algarve. O Go verno cumpriu com a palavra dada. Quando em abril se iniciou a dis cussão do Orçamento de Estado para 2022 os deputados do Parti do Socialista eleitos pelo Algarve apresentaram uma proposta para que até ao final do terceiro trimes tre o Governo definisse o modelo de construção do novo hospital.
Chegados aqui, importa também reconquistar a confiança dos algarvios para este projeto (sus penso desde 2011 pelo Governo do PSD), pelo que julgamos que seria desejável a criação de uma Estrutura de Missão que tives se como único propósito fazer evoluir o mais rápido possível o nosso novo hospital mediante um calendário que fosse público e que pudesse ser passo a passo escrutinado por uma Comissão de Acompanhamento plural que reunisse personalidades do Algarve ligadas à saúde, ao ensi no superior, às autarquias e aos
A decisão do Governo do Partido
Socialista de fazer avançar o novo Hospital Central Universitário do Algarve
é um ato de justiça para com os algarvios
A intenção dos eleitos do PS era clara. Depois do Primeiro-minis tro António Costa ter incluído a construção do novo Hospital Cen tral Universitário do Algarve no Programa do Governo, importava garantir que o mais rapidamente possível fosse definido o modelo de construção do novo hospital para que, caso necessário, fossem inscritas as respetivas verbas no Orçamento de 2023 (cuja apre sentação está prevista para o próximo dia 10 de outubro) para materializar o seu avanço. A boa notícia chegaria em ple no debate parlamentar pela voz do Primeiro-ministro António Costa que se antecipava ao pró prio comunicado do Conselho de Ministros para dar a boa nova do avanço do novo Hospital do Algarve.
serviços do Estado na região. A decisão do Governo do Partido Socialista de fazer avançar o novo Hospital Central Universitário do Algarve é um ato de justiça para com os algarvios.
Por isso, sendo devida uma pala vra ao Primeiro-ministro António Costa e aos ministros Fernando Medina, das Finanças e Manuel Pizarro, da Saúde que em pouco tempo colocaram em marcha o processo de construção do novo hospital do Algarve é também devida uma palavra de agrade cimento a todos quanto, sem carnavais, mas com trabalho, numa deixaram de exercer a sua influência e credibilidade pela concretização do novo Hospital Central e Universitário do Algarve. Mãos à obra!
luis.graca@ps.parlamento.pt
TRIBUNA PARLAMENTAR
Luís Gomes
Mais uma vez a palavra dada não foi honrada
Novamente a propósito do Hospital Central do Algarve
Foi a 3 de maio de 2008 que o Governo de José Sócrates, com a sua habitual pompa e cir cunstância, lançou o concurso público para a constituição da parceria público-privada tendo em vista a construção do Hospital Central do Al garve. Desde então, todos conhecemos os contornos do processo.
Central do Algarve”. Contudo, o que fi cou decidido pelo Governo, no passado dia 29, foi com a “máxima celeridade, preparar e submeter a proposta funda mentada”, tendo em vista, dar-se “início ao estudo e preparação do lançamento de uma nova parceria público-privada para a construção do novo Hospital Cen tral do Algarve”.
O Governo não cumpriu a sua promessa, não cumpriu a norma prevista no OE.
Mais uma vez os algarvios foram enganados. Mais uma vez a palavra dada pelo PS não foi honrada
No quadro dos sucessivos atos eleito rais, os diferentes candidatos do Partido Socialista prometeram, de forma vee mente e sempre que a caravana eleitoral vinha ao Algarve, a construção da nova unidade hospitalar. Recordo que até se criticou, tantas vezes, o PSD de defender as parcerias público-privadas e, mesmo nas últimas eleições de janeiro, a cabeça de lista do PS referia que: “Mas quem é que acredita que um partido que defen de a privatização da saúde, que acha que o SNS é só para quem não tem dinheiro, vai gastar 300 milhões de euros num hospital público? ... Os algarvios não se deixam enganar. Confiamos em Antó nio Costa para que este dossier possa ser definitivamente resolvido e a muito breve trecho”.
Devo confessar que fiquei positivamente surpreendido pelo trabalho realizado pelos deputados do PS, eleitos pelo círculo de Faro, quando conseguiram introduzir no Orçamento do Estado (OE) para 2022, um artigo autónomo alusivo à construção de tão importante equipamento para a região: até 30 de setembro o Governo adotaria “as dili gências necessárias que assegurem o procedimento para a construção e equi pamento do novo edifício do Hospital
A norma do Orçamento do Estado pre via que se adotassem “as diligências necessárias que assegurem o procedi mento para a construção” e o que foi decidido no passado dia 29, foi que a Administração Regional de Saúde des se início ao estudo do modelo concursal para a construção do Hospital Central do Algarve. Quais as diferenças podem perguntar os nossos leitores. É que en quanto o Orçamento do Estado obrigava o Governo a lançar o procedimento con cursal até 30 de setembro, o Governo mais uma vez adiou e decidiu por exarar um despacho solicitando que os seus serviços, num mais curto espaço de tem po – mas sem prazo –, preparar “uma proposta fundamentada”, acerca das características do modelo de parceria público-privada que deveria ser lançada. Pode-se brincar com as palavras, com os argumentos, podem-se fazer manobras dilatórias mascaradas de iniciativas parlamentares, mas o que é certo é que mais uma vez o Governo não cumpriu a sua promessa, não cumpriu a norma prevista no Orçamento do Estado. Mais uma vez os algarvios foram enganados. Mais uma vez a palavra dada pelo PS não foi honrada.
2 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 7 de outubro de 2022
Freire
de 5% do capital social)
do ALGARVE
Publicações e Editores, Lda. Centro de Negócios e Incubadora Level Up, 1 - 8800-399 Tavira CONTRIBUINTE nº 502 597 917 DEPÓSITO LEGAL nº 20779/88 REGISTO DO TÍTULO ERC nº 111 613 IMPRESSÃO LUSOIBERIA: Avenida da Repúbica, nº 6 - 1050-191 Lisboa 914 605 117 comercial@lusoiberia.eu DISTRIBUIÇÃO: Banca/Logista à sexta-feira com o Expresso / VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT Tiragem desta edição 9.937 exemplares OPINIÃO
lfgomes@psd.parlamento.pt
Deputado
do PSD pelo Algarve | OPINIÃO PUB.
Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO
A sua vida dava um filme, mas a realidade e a história de vida e de resistência pela liberdade de Margarida Tengarrinha, está
P Teve recentemente em exibição pública uma mostra de pintura su bordinado ao tema Raízes no Museu de Portimão. Raízes porquê, um re gresso às origens?
R A minha última exposição foi in tegrada nas comemorações do 25 de Abril, no Museu de Portimão. Intitulei-a Raízes porque é aqui que se afundam as minhas raízes. E tanto mais profundamente aqui se enterram porquanto grande parte da minha vida foi uma deambula ção, quer por outros países, quer principalmente por outras regiões de Portugal, longe do Algarve, pa ra fugir às perseguições da PIDE, a antiga polícia política, que me perseguia, tal como o fazia a todos os lutadores contra o regime de ditadura fascista, que então domi nava Portugal. Mas o título Raízes também ganhou um importante sig nificado quando descobri um livro extraordinário e completamente inovador intitulado “A vida secreta das árvores”, de Peter Wohllenben, silvicultor e cientista, que explica ser através das suas raízes que as árvo res comunicam entre si e apoiam outras árvores, mais débeis e doen tes, para as salvar.
P Como recorda Portimão desse tempo da sua mocidade? O que é que retém e ainda ficou desses anos?
R Com os meus 94 anos, não posso deixar de reconhecer as enormes
para além da ficção. Em Memórias de uma Falsificadora, ela descreve dezanove anos de clandestinidade que a fez trocar uma vida de conforto, por anos de privações e sacrifícios, caminhando nos abismos do risco. Militante e activista do PCP, viu
diferenças efetuadas, quer no plano económico, quer social e urbanísti co, ao recordar Portimão da minha mocidade.
Algumas mudanças foram para melhorar a cidade, outras não tan to. Mas o fator que considero mais lamentável é o quase total abandono das atividades produtivas, substi tuídas por uma mono-atividade turística cujos resultados podem ser bons, como aconteceu nestes dois últimos anos, ou, pelo contrá rio péssimos (como já aconteceu), em função de fatores internacionais desfavoráveis. Portanto, criando uma enorme insegurança econó mica para a região.
P Há um episódio, teria a Margarida cerca de 15 anos, foi com a sua mãe e outras pessoas esperar a imagem de Nª Sra. de Fátima - que andava em peregrinação vinda de Lagos -, para rezarem à virgem pela conversão da Rússia. E o seu comentário mordaz não se fez esperar e terá dito: pois, a Nª Senhora não terá mais com que se preocupar do que com isso. Lem bra-se?
R O meu comentário aquando da chegada da Nossa Senhora de Fáti ma à ponte, onde eu acompanhava a minha mãe e a D. Glória Feu, como católica convicta que eu era na altu ra, significava que me começavam a preocupar muito as situações de miséria e desemprego que se sen tiam muito na época.
morrer o seu companheiro e pintor José Dias Coelho, assassinado pela PIDE a 19 de dezembro de 1961. Ela própria escreveria a notícia do acontecimento para o jornal
Avante onde trabalhava. Depois do 25 de Abril, integrou o comité central do seu
partido e foi deputada pelo Algarve em diversas legislaturas. Há muito afastada da vida política, dedicou-se à pintura e vive retirada em Portimão. Um regresso às origens de que dá conta numa breve conversa escrita com o Postal do Algarve.
tamente para forjarmos essas falsas identidades para os outros cama radas clandestinos que o PCP nos convidou, para evitar que muitos camaradas cujos nomes eram co nhecidos pela PIDE, fossem presos. Para nós, alunos das Belas Artes, esse difícil trabalho era possível.
P Um dos acontecimentos certa mente mais marcantes da sua vida, foi o assassinato pela PIDE do seu companheiro, José Dias Coelho, também pintor e lutador antifascista. Como aconteceu?
P Desde muito jovem já acompa nhava a vida política tendo aderido muito cedo ao MUD Juvenil e depois ao PCP. Que idade tinha e o que é que a motivou a escolher a vida política em tempos tão difíceis e perigosos, levando-a a abandonar o conforto de uma família da burguesia urbana, já que o seu pai, julgo saber, era delegado em Portimão do Banco de Portugal?
R Quando a Segunda Guerra Mun dial terminou, em 7 de maio de 1945, tal como todos os jovens, senti uma enorme alegria por ir viver num mundo de Paz. Mas pouco tempo depois, em 6 de agosto, quando as conversações de paz se realizavam, os Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima a primeira bomba atómi ca e poucos dias depois a segunda, ainda mais violenta, sobre Nagasaki, que mataram milhares de japone
ses, deixando sequelas terríveis nos sobreviventes.
Estes factos terríveis determinaram o início da minha luta pela Paz e, evidentemente, a minha consciência política, pois a derrota do nazi-fas cismo era também uma derrota para Salazar, amigo e cúmplice de Hitler e Mussolini.
P Desde cedo entrou na clandes tinidade e começou a escrever no Avante trabalhando na chamada oficina de falsificação. Em que consistia esse trabalho?
R No decurso da luta pela Paz, que era simultaneamente uma luta con tra o fascismo, o meu companheiro, José Dias Coelho, e eu própria fomos convidados para entrar na clandes tinidade, isto é, passar a viver com outros nomes em casas arrendadas com falsas identidades. Ora, foi exa
Memórias de uma resistente Margarida Tengarrinha
Eu e o meu companheiro fomos convidados para entrar na clandestinidade, isto é, passar a viver com outros nomes em casas arrendadas com falsas identidades. Ora, foi para forjarmos essas falsas identidades para os outros camaradas clandestinos que o PCP nos convidou, para evitar que muitos camaradas cujos nomes eram conhecidos pela PIDE, fossem presos”
BREVES NOTAS BIOGRÁFICAS
Maria Margarida Carmo Tengarrinha Campos Costa nasceu há 94 anos, em Portimão, onde regressou e reside, dedi cando-se à pintura. Militante comunista desde muito nova, distinguiu-se na luta de resistência pela liberdade contra a
ditadura fascista. Publicou diversos livros entre os quais Memórias de uma Falsifi cadora, a sua obra mais conhecida. Com um papel importante trabalhou na reda ção do jornal Avante e na falsificação de documentos durante a clandestinidade.
R No dia 19 de dezembro de 1961, na rua que hoje tem o seu nome, o meu companheiro foi preso pela brigada da PIDE do José Gonçalves, e quan do ele gritava o seu nome, dizendo que estava a ser preso pela PIDE, um deles deu-lhe dois tiros, um dos quais no coração, “com intenção de matar”, segundo regista o relatório da autópsia.
P No estrangeiro, foi trabalhar di retamente com Álvaro Cunhal e, em Bucareste integrou a redação da Rá dio Portugal Livre. Ao todo quantos anos viveu na clandestinidade?
R No total, vivi na clandestinidade dezanove anos, seis dos quais no estrangeiro, onde trabalhei com o camarada Álvaro Cunhal e na Rá dio Portugal Livre. Mas em 1968 regressei a Portugal e trabalhava na Direcção Regional do Norte no dia 25 de Abril.
Margarida Tengarrinha
No dia 19 de dezembro de 1961, na rua que hoje tem o seu nome, o meu companheiro foi preso pela brigada da PIDE do José Gonçalves, e quando ele gritava o seu nome, dizendo que estava a ser preso pela PIDE, um deles deu-lhe dois tiros, um dos quais no coração, “com intenção de matar”
3CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
FOTOS D.R.
MARGARIDA TENGARRINHA: UMA VIDA DE LUTA E DE CLANDESTINIDADE
Textos de RAMIRO SANTOS (Jornalista)
Em destaque
OLHÃO: GNR detém homem por tráfico e apreende 67 doses de haxixe
A GNR deteve um homem de 35 anos por tráfico de estupefacientes em Olhão, tendo ainda apreendido 67 do ses de haxixe, informou aquela força de segurança. A detenção foi feita no âmbito de uma operação em que um veículo foi controlado e, depois de o ocupante ter apresentado um com portamento suspeito, ter sido efetuada uma “revista pessoal de segurança ao homem e uma busca sumária ao veícu lo”. O homem, detido na sexta-feira da passada semana, foi constituído argui do e os factos enviados para o Tribunal Judicial de Faro.
PORTIMÃO: PSP detém suspeito de tráfico e apreende anfetaminas
A PSP deteve no domingo, na praia da Rocha, em Portimão, um jovem suspeito de traficar estupefacientes e apreendeu 74 doses de anfetaminas. Em comunicado, a polícia indicou que o jovem, de 18 anos, foi detido depois de ter adotado “um comportamento suspeito” ao avistar os elementos do Corpo de Intervenção que patrulha vam o local. Os polícias procederam a uma revista pessoal ao suspeito, tendo alegadamente detetado na sua posse cerca de 74 doses de anfetaminas e uma arma branca, também apreen dida. Segundo a PSP, o homem foi notificado para comparecer perante a autoridade judiciária para aplicação de eventuais medidas de coação.
VRSA: Suspeito de furto de catalisador fica em prisão preventiva
Um homem suspeito de tentar furtar um catalisador e que tinha sido detido pela GNR, no sábado passado em Vila Real de Santo António, vai aguardar julgamento em prisão preventiva. O homem integrava um grupo de três pessoas, com idades entre os 42 e os 45 anos, todos eles "referenciados por es te tipo de ilícitos criminais”, indicou o Comando Territorial de Faro da GNR. Os outros dois detidos, entre os quais uma mulher, foram ouvidos em primeiro interrogatório judicial no tri bunal de Vila Real de Santo António, tendo ficado com termo de identida de e residência, a medida de coação menos gravosa. Na sequência da ação policial foram apreendidos uma rebar badora sem fios, nove discos de corte e dois pares de óculos de proteção.
TAVIRENSE NÃO
Ciclista João Rodrigues suspenso por sete anos
João Rodrigues, natural de Tavira, vencedor da Volta a Portugal de 2019 e da Volta ao Algarve de 2021, foi esta terça-feira suspen so por sete anos, enquanto outros seis ciclistas da W52-FC Porto receberam sanções de três anos da Autoridade Antidopagem de Portugal.
Segundo a lista de sanções disciplinares atualizada pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), João Rodrigues vai cumprir um castigo de quatro anos imposto pela União Ciclista Internacional, por anomalias no passaporte biológico, e outros três anos por “posse de método proibido”.
O organismo esclarece que a san ção por si aplicada ao algarvio de 27 anos vai vigorar “entre 15 de ju lho de 2026 e 14 de julho de 2029, após cumprimento da sanção de quatro anos imposta pela União Ciclista Internacional (UCI)”.
Rui Vinhas e Ricardo Mestre, vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, respetivamente, são sancionados por três anos, por “posse de substância proibi da e método proibido”, o mesmo motivo evocado pela ADoP para suspender por igual período Ri cardo Vilela, Daniel Mestre, José Neves e Samuel Caldeira.
Vinhas e Daniel Mestre, vence dor da classificação por pontos da Volta 2019, foram castigados por posse de betametasona (um corticoide), enquanto José Ne ves, campeão nacional de fundo em 2021 e vencedor do Grande Prémio Douro Internacional esta época, Ricardo Mestre e Ricardo Vilela estavam na posse de hor monas de crescimento.
Tal como Mestre e Vilela, tam bém Samuel Cadeira, que era o ‘capitão’ da equipa na estrada, estava na posse de somatropina e hormona de crescimento, além de insulina.
Ciclistas tiveram as sanções reduzidas
A ADoP esclarece ainda que os sete ciclistas tiveram as sanções reduzidas de quatro para três anos ao abrigo do “n.º 16 do artigo 83 da Lei n.º 81/2021”, que prevê que “se o praticante admitir a vio lação da norma antidopagem e aceitar o período de suspensão, pode beneficiar de uma redução de um ano no período de suspen são”.
No final de abril, 10 ciclistas da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjun to, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto. Na operação policial, “foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impac
to no seu rendimento desportivo”, detalhou então a Polícia Judiciá ria.
Em 15 de julho, oito ciclistas (João Rodrigues, Joni Brandão, Rui Vi nhas, Ricardo Mestre, Ricardo Vilela, José Gonçalves, Samuel Caldeira e Daniel Mestre) foram suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Por tugal (ADoP), que, em finais de agosto, suspendeu também José Neves e Jorge Magalhães.
A União Ciclista Internacional (UCI) viria a retirar a licença des portiva à W52-FC Porto antes da Volta a Portugal.
Não perde vitórias na Volta a Portugal e na Volta ao Algarve
Fonte federativa confirmou à Lu sa que João Rodrigues, suspenso quatro anos pela União Ciclista Internacional (UCI) por anoma lias no passaporte biológico, e
outros três anos pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) por “posse de método proibido”, só vê apagados os resultados nas Voltas a Portugal de 2018 e 2021, assim como os obtidos entre 24 de abril e 15 de julho de 2022.
A FPC pediu esclarecimentos à UCI sobre os resultados que de veriam ser retirados ao corredor, uma vez que a informação inscri ta na lista de suspensões daquele organismo, hoje atualizada, era dúbia.
Assim, o algarvio de 27 anos, que representava a W52-FC Porto e está envolvido na operação Pro va Limpa, mantém os resultados de maior relevo da sua carreira, nomeadamente o triunfo na Volta a Portugal de 2019 e na Volta ao Algarve de 2021.
Rodrigues perde, contudo, o sé timo lugar na geral da Volta de 2018 e o nono na edição de 2019, mas conserva também o triunfo na Volta ao Alentejo de 2019.
4 POSTAL 7 de outubro de 2022CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
FOTO D.R.
PERDE VITÓRIAS NA VOLTA A PORTUGAL E NA VOLTA AO ALGARVE
Em destaque
Loulé Ravens vence campeonato nacional de basebol. Título regressa ao Algarve e a Loulé 13 anos depois
O título de Campeão Nacional de Basebol regressa ao Algarve e a Loulé, 13 anos depois, pela equipa Loulé Ravens
No passado sábado, em Abrantes, os Loulé Ravens derrotaram, por knock out, na derradeira partida da prova, os Piratas da Ria, equipa de Aveiro. Nesta final “à melhor de três”, os al garvios venceram o primeiro jogo por 12-6, confirmando a sua superioridade na segunda partida, ao derrotarem os aveirenses por um esmagador 15-0, tra zendo assim a taça para casa. Durante 7 meses, 8 jornadas e 16 jogos de dedicação e compromisso, e vários quilómetros percorridos, a equipa loule tana logrou o objetivo final: conquistar o Circuito Nacional de Basebol 2022. Esta é uma vitória com um sabor espe cial já que os Ravens acabaram a prova invictos.
Fundada em 2018, a equipa participa pela terceira vez no campeonato nacio nal (em 2020 a prova foi cancelada em virtude da pandemia), sendo que no ano transato foram finalistas, saindo derro tados numa partida que também opôs os algarvios aos aveirenses Piratas da Ria.
Durante a presente época, alinharam pelos Ravens os seguintes jogadores: Da niel Palma, Fábio Coelho, Roger Caliço, Miguel Franco, Leonar Bueno, Christian Amaro, Luís Gato, Juan Fernandez, Pau lo Souza, Moisés Sojo, José Almerida, Luís Cegarra, Pedro Covas, Leonardo Pereira, Ricardo Fonseca, Anthony Gar cía, Jorfrank Montero, Jesús Baca, Alex Rodriguez.
O Loulé Ravens prossegue, assim, o legado desportivo dos Tigres de Loulé, equipa de basebol que esteve em ati vidade entre 1998 e 2007, alcançando
inúmero títulos nacionais e interna cionais, nomeadamente campeonatos nacionais, taças de Portugal, taças ibé ricas, entre outros troféus.
A equipa é constituída sobretudo por luso-venezuelanos e venezuelanos resi dentes no concelho de Loulé. Treinam no Estádio Municipal de Almancil e campo de treinos do Parque das Cidades. Os Ravens contam com o apoio institucional da Câmara Municipal de Loulé.
Apesar de ser uma modalidade ainda em expansão tanto em Portugal como na Europa, – o continente americano é a principal pátria deste desporto -, os responsáveis do Loulé Ravens acreditam que o basebol poderá ter nas próximas décadas um forte impulso no país. As
sim, um dos projetos do clube é criar uma academia de basebol em Loulé para recrutar crianças das escolas algarvias e integrá-los neste desporto.
“O basebol é muito mais do que um desporto, é uma ferramenta que ensina valores morais, como a ética, respeito, cooperação, humildade, integridade, entre outros. Além de contribuir para a formação da personalidade do joga dor, capacitando-o a ser um cidadão responsável e com espírito de trabalho em equipa, contribui também para en sinamentos fundamentais para a vida escolar, académica e laboral dos jovens, em particular pela disciplina que esta belece dentro e fora do field”, sublinha o presidente do clube, Daniel Palma.
TRÊS JOGADORES do Clube Petanca Escola de Loulé convocados para a seleção nacional
Rafael Cavaco, Daniel Santana (Juniores) e Rodrigo Brás (Sub-23), atletas do Clube Pe tanca Escola de Loulé, foram convocados para a seleção na cional, que vai disputar o Campeonato da Europa, na sede da Federação Baleares Petanque, de 6 a 9 de outubro, em Palma de Maiorca, Espanha.
Os campeonatos podem ser vistos ex clusivamente na LaLigaSportsTV www. laligasportstv.com de duas formas: subs
crevendo o pacote Plus Total ou através da opção PPV.
“A convocatória destes jogadores do Clube Escola de Petanca de Loulé, vem também premiar todo o trabalho que a atual direcção tem vindo a fazer, não só pelo clube em si, mas como também por aquilo em que tem contribuído para o desenvolvimento da Petanca no Al garve e em Portugal”, afirma Aurélio Cavaco, presidente da direcção do clube escola.
De salientar que, ao longo desta época, ainda não terminada, o clube já conquis tou a Taça de Portugal Feminina, a Taça do Algarve Feminina, a Taça Cidade de Loulé, a Taça Briosa, a Taça de Lisboa (Masculino), a Taça de Lisboa (Feminino junto com Boulodrome HS), o Campeo nato nacional infantil e Júnior, as Taças de Portugal (Infantis e Juniores (junto com GDBB), quatro campeonatos regio nais em 8 e vários segundo e terceiros lugares nos regionais.
ILHA DA CULATRA recebe certificado de Ilha Sustentável da SMILO
A Culatra recebeu o selo de Ilha Sustentável da Small Islands Organization (SMILO), pela “performance e qualidade do trabalho realizado em prol da sustenta bilidade”, divulgou a associação de moradores. “Este reconhecimento, que vem de fora para dentro, vai ao encontro daquele que tem sido o trabalho da AMIC [Associação de Moradores da Ilha da Culatra] desde sempre”, disse a presidente da AMIC, Sílvia Padinha. Segundo a responsável, “a melhor forma de defender a identidade cultural de um lugar, é fazer desse lugar, um bom sítio para viver, para trabalhar e até mesmo visita”. O selo de Ilha Sustentável foi atribuído na conferência anual da SMILO, que teve lugar em 28 de setembro no Clube União Culatrense (Ilha da Culatra), com a presença de representantes de pequenas ilhas do Me diterrâneo, África, Europa e Oceano Índico.
LAGOS: Campanha de ‘crowdfunding’ apoia refugiados de guerra
A Cruz Vermelha Portuguesa e a Câmara Municipal de Lagos lançaram uma campanha solidária que visa a recolha de verbas até ao fim do ano para “apoiar refugia dos de guerra de todas as partes do planeta”, anunciou a autarquia. Lagos decidiu, este ano, unir esforços com a Cruz Vermelha para desenvolver “uma campanha de sensibilização centrada na importância do valor huma no que, contando a história de oito protagonistas locais de várias nacionalidades, reforça a vertente solidária do concelho, indo mais além dos seus atributos naturais”. A campanha “O nosso maior atributo são as pessoas”, é composta por um vídeo principal, disponível na página da Cruz Vermelha Portuguesa e nos meios eletrónicos do município de Lagos, e por oito pequenos vídeos com as histórias de oito cidadãos de Lagos. A iniciativa pretende “sensibilizar a população e as empresas portuguesas para a necessidade urgente de se apoiar quem mais apoia e tem estado na linha da frente de vários conflitos: a Cruz Vermelha”. Outro objetivo da campanha é de monstrar que Lagos “pode contribuir para aumentar a ajuda humanitária àqueles que em todo o mundo vivem em situações de emergência extrema”.
Uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Silves, em parceria com a Orquestra Clássica do Sul, levará no dia 16 de outubro à Igreja Matriz do Algoz o concerto “Ao Som de Violinos”. O município informa que no concerto, marcado para as 17:00, serão apresentadas “as obras de Telemann, Lachner, Dancla e Bacewicz, especialmente escritas para quatro violinos”. Estas com posições foram criadas em épocas diferentes, entre os séculos XVIII e XX, explorando “profundamente as capacidades artísticas, expressivas e virtuosas dos seus intérpretes, revelando de forma inequívoca o esplendor deste magnífico instrumento”.
REGIÃO 5CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
ALGOZ: Concerto “Ao Som de Violinos” da Orquestra Clássica do Sul na igreja Matriz
FOTO D.R.
breves
LAGOA: Câmara abre inscrições para formação em Gestão do Tempo
A Câmara de Lagoa abriu inscrições para a ação de formação “Gestão do Tempo”, inte grada no projeto Formação + Próxima, com início marcado para o dia 18 de outubro. A iniciativa, a segunda de um total de cinco previstas até ao final do ano, vai decorrer em parceira com a Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão, ao longo de três sessões em dias consecutivos, sendo a participação gratuita, avançou o município em comunicado. Segundo a autarquia, foi garantido o envolvi mento das empresas “na origem do processo, de forma a atingir uma efetiva capacitação da indústria do turismo e outras conexas, acres centando valor aos recursos humanos que são a hospitalidade do concelho e da região”.
CASTRO MARIM: Câmara instala tecnologia LED em equipamentos desportivos
A Câmara de Castro Marim, no distrito de Faro, substituiu a luminárias do campo de jogos e do ginásio do pavilhão municipal por equipamentos de tecnologia LED, prevendo uma redução de 60% no consumo de energia.
Em comunicado, o município estima que o investimento aproximado de 10 mil euros se traduza numa poupança anual de cerca de três mil euros, reforçando a sustentabilidade am biental e energética que a gestão autárquica definiu “como eixo prioritário”.
No âmbito da otimização do consumo de ener gia, estão também previstas intervenções na piscina municipal e na iluminação pública de algumas urbanizações de Castro Marim e de Altura.
No mesmo sentido, o município está a planear a colocação de iluminação solar da ciclovia da Lezíria, uma intervenção avaliada em 310 mil euros no âmbito do CRESC Algarve2020 e financiada em 70% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)
OLHÃO: República 14 faz 5 anos e celebra com uma roda de samba
A Associação Cultural República 14 completa este fim de semana 5 anos de existência. Para celebrar o aniversário, no sábado, entre as 20:00 e as 22:00 haverá uma roda de samba com Nani Medeiros, acompanhada por João Pita no violão de 7 cordas, Lucas Sousa no cavaquinho e Juninho Ibituruna e Fernando Baggio nas percussões.
A todos os participantes será oferecida uma caipririnha e bolo no final da noite. Para quem quiser jantar haverá uma deliciosa feijoada brasileira. As reservas são feitas atra vés do email ficuscafeconcerto@gmail.com ou do telemóvel 912 705 352.
“Portugal de Lés-a-Lés Off Road” traz 400 motociclistas a Monte Gordo
Apraia de Monte Gor do recebeu, esta terça-feira, a chega da da 7ª edição do ‘Portugal de Lés-a -Lés Off Road 2022’. A iniciativa começou no dia 1, em Mirandela, passou por Tábua e Arronches, e terminou no concelho de Vila Real de Santo António, numa aventura desenhada entre o ex tremo norte e o sul do país, em fora-de-estrada.
O evento reuniu perto de 400 motociclistas que foram rece bidos pelo vice-presidente da Câmara Municipal de VRSA, Ricardo Cipriano Junto da meta, situada na marginal de Monte Gordo, o autarca deu as boas-vindas a todos os participantes e agra deceu à organização o facto de ter escolhido Monte Gordo para encerrar o roteiro de viagem.
O ‘Portugal de Lés-a-Lés Off Road’ é um acontecimento anual mototurístico que, desde 2015, concilia a resistência física e a aventura à vertente turística, com o objetivo de cruzar Portu gal de extremo a extremo por caminhos de terra, contem plando paisagens e lugares de enorme esplendor.
Com a chancela da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), esta foi a sétima vez que os amantes das aventuras fora de
estrada puderam levar as suas motos por ‘maus caminhos’ nu ma jornada de quatro intensos dias e cujo objetivo foi percorrer o país de ponta a ponta, em pisos todo-o-terreno, em 3 etapas de cerca de 300 quilómetros.
Lado a lado com a aventura do 7.º ‘Portugal de Lés-a-Lés Off-Road’, a solidariedade dos motociclis tas levou centenas de árvores autóctones às escolas básicas de
Mirandela, Tábua, Arronches e Vila Real de Santo António.
Trata-se da 4.ª edição da Campanha de Sensibilização Re florestar Portugal de Lés-a-Lés, que visa a sensibilização para uma reflorestação cuidada da floresta nacional, com recurso a árvores de espécies autóctones. No concelho de Vila Real de San to António, foram contempladas com a plantação de árvores os
seguintes estabelecimentos de ensino: Escola de Santo António (50 ciprestes), Escola de Monte Gordo (6 pinheiros mansos) e Escola Manuel Cabanas (3 pi nheiros mansos).
A iniciativa contou com a presen ça do vice-presidente da Câmara Municipal de VRSA, Ricardo Cipriano, e da vereadora com o pelouro da Educação, Conceição Pires.
Maratonas Fotográficas da FNAC chegam a São Brás de Alportel
Objetivo é permitir aos amantes de fotografia captar as melhoras imagens da região enquanto conhecem a cultura e mantêm em mente o fator sustentabilidade
É já neste sábado que as Ma ratonas Fotográficas da FNAC têm paragem no Algarve. O objetivo é permitir aos amantes de fotografia captar as melhoras imagens da região enquanto co nhecem a cultura do concelho e mantêm em mente o fator sus tentabilidade.
Através de um percurso que
tem início no centro histórico da carismática Vila de São Brás de Alportel, e com a visita ao pa trimónio edificado, arqueológico e rural do território, será possí vel conhecer uma zona do país repleta de tradição. Adicional mente, e graças à elevação desta área, os fotógrafos participantes passarão por miradouros onde poderão contemplar o mar até perder de vista e sairão depois, ainda, à descoberta da serra al garvia. Mas a região mais a sul do país não é o único destino das Maratonas Fotográficas FNAC. As reuniões de grupos de deze nas de participantes acontecem em várias cidades, num mo
mento de promoção de convívio e partilha de experiências entre os apaixonados pela fotografia.
Algo que, para Inês Condeço, diretora de Marketing e Comu nicação da FNAC em Portugal “é espelho da essência da marca”. No entanto, considera que esta edição “é especial porque defi nimos um ponto de encontro cultural sustentado em dois eixos verdadeiramente importantes: a valorização de cada cidade e a necessidade de preservar o pla neta” conclui a responsável.
O percurso das Maratonas Fo tográficas da FNAC teve início no Norte, com passagem de dois grupos de participantes por Via
na do Castelo e pelo Porto, no dia 17 de setembro. Aveiro e Viseu foram a segunda paragem, no dia 24 do mês que passou. Já no primeiro fim-de-semana de ou tubro, ocorreu um encontro em Lisboa, e um em Sintra e Cas cais. Por fim, já a Sul do Tejo, e simultaneamente ao encontro em São Brás de Alportel, existem também grupos de fotógrafos reunidos em Almada e na Região Autónoma da Madeira.
Um júri composto por elementos da FNAC e quatro fotojornalistas convidados, irá eleger as melho res imagens captadas. O anúncio dos premiados está agendado pa ra 12 de novembro.
6 POSTAL 7 de outubro de 2022CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
FOTO D.R.
Localização do novo Hospital Central do Algarve em Albufeira? Autarquia explica porquê
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, defendeu a instalação do novo Hospital Central do Algarve no concelho. O "grande" argumento é a centralidade do município e as boas acessibilidades às principais vias rodoviárias. Conheça as razões e os argumentos da proposta desta nova localização
O município adiantou esta terça-feira em comunicado que a posição foi defendida numa reunião recente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na qual o autarca, citado na nota, “disponibilizou terrenos mu nicipais de grande dimensão e apresentou como condição manter os serviços dos hospi tais de Faro e de Portimão”.
O projeto de um novo hospi tal no Algarve tem cerca de 20 anos, tendo em 2003 sido aprovado o terreno para a sua construção, no Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.
Em 2008, o então primei ro-ministro, José Sócrates, chegou mesmo a lançar a primeira pedra da unidade, que estaria pronta em 2013.
Entre as razões evocadas por José Carlos Rolo para a instalação da nova unidade hospitalar prevista para a região estão a localização de Albufeira “no centro do Algarve, com ótimos acessos ao nível da mobilidade”, quer para a Estrada Nacional 125, quer para a autoestrada A22, bem como o acesso ferroviá rio.
Afluência turística é fator estratégico
“Este ponto é de extrema importância, porque pro porciona uma igualdade de circunstâncias no acesso à saúde, inclusivamente para quem reside nos municípios
localizados nas extremidades da região”, sublinha o presi dente daquele município do distrito de Faro, contrarian do a localização inicialmente definida, entre Loulé e Faro. Na opinião do autarca, a afluência turística é outro dos fatores estratégicos, pois, argumenta, Albufeira “foi sempre o município de refe rência a nível nacional, com um incremento populacional exponencial em época alta”.
“A construção do novo Hos pital Central do Algarve, até pela sua centralização, pode ria também neste âmbito ser um balão de oxigénio para os serviços de saúde locais, bem como para os serviços de saú de dos concelhos vizinhos”, aponta.
Capacidade de reter recursos humanos
Para José Carlos Rolo, Albufeira tem outras ver tentes que sustentam a instalação da nova unidade hospitalar, nomeadamente, o investimento na habitação sustentável e social, uma das áreas consideradas fulcrais para a retenção de meios hu manos.
O desenvolvimento da ha bitação e os investimentos nas áreas da educação e do desporto são, segundo o au tarca, “pontos de abordagem importantes que facilitam sobremaneira a retenção de recursos humanos” na região.
“Pelos motivos evocados, a localização do novo Hospital Central do Algarve deverá ser no concelho de Albufei ra, contrariando a localização inicialmente definida para o Parque das Cidades, entre os concelhos de Faro e de Lou lé”, conclui.
De acordo com um despa cho datado de 01 de agosto e publicado na quinta-feira da passada semana em Diá rio da República, o Governo cessou o procedimento para a celebração de uma parce ria público-privada para a construção do novo Hospital Central do Algarve, determi nando o lançamento de nova parceria.
Segundo o documento, as sinado pela ex-ministra da Saúde Marta Temido e pe lo secretário de Estado do Tesouro, João Mendes, são revogadas as “decisões de contratar e de lançamento da parceria constantes” no des pacho inicial de lançamento do procedimento prévio, lan çado em 2008. Nesse sentido, o Governo atribui à Administração Re
REGIÃO 7CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
José Carlos Rolo defende a instalação do novo Hospital Central do Algarve em Albufeira FOTO D.R.
destaque
Feira empresarial BLiP regressa a Portimão no fim de semana
A feira empresarial BLiP regressa este fim de semana ao Portimão Arena depois de nos dois últimos anos ter funcionado apenas em formato digital, devido à pandemia de covid-19.
A BLiP (acrónimo de “Better Living in Portugal”, em português “Viver Melhor em Portugal”) irá promover “algumas das principais empresas estabelecidas no Algarve e funciona como ponte de contacto entre os residentes e a comunidade estrangeira da região.
Os expositores reunidos na edição deste ano representam áreas como a saúde, os serviços financeiros, o setor de seguros, o imobiliário, a ‘bricolage’, o artesanato e o turismo, entre outras”, informa a autarquia. Organizado pela Associação de Proprietários Estrangeiros em Portugal (AFPOP) desde 2001, com o apoio do Município de Portimão, a edição de 2022 da BLiP abre portas das 10:00 às 18:00 no sábado, funcionando no domingo entre as 10:00 e as 16:00
Pine Cliffs Resort eleito Melhor Resort de Lazer na Europa
Agala europeia dos conceituados World Travel Awards 2022, mais conhecidos co mo os “Óscares do Turismo”, voltou a distinguir a qualidade no setor e o Pine Cliffs Resort, que recebeu o galardão de Melhor Resort de Praia em Portugal e Melhor Resort de La zer na Europa. O acesso direto e privilegiado à praia da Falésia, bem como a oferta de serviços e atividades ao longo de todo o ano, são fatores determinantes para esta dupla premiação.
“As distinções são mais um moti vo para celebrar, num momento em que o resort comemora 30 anos de vida. São 30 anos de histórias que celebram a famí lia, a gastronomia, o desporto e o bem-estar. Atualmente, apre senta-se, por isso, como um local onde a vida tem sentido, onde a vida acontece”, afirma o resort de Albufeira em comunicado. Sendo um dos resorts de luxo mais prestigiados e premiados
da Europa, o Pine Cliffs Resort, em Albufeira, já foi distinguido várias vezes desde a abertura em 1992. O resort já surgiu por duas vezes no Condé Nast Traveller’s ‘Gold List’ e recebeu por seis ve zes o prémio de “Melhor Resort para Famílias em Portugal”.
Em 2017 já tinha sido considera do o “Melhor Resort de Lazer de Luxo” do Mundo nos World Tra vel Awards e em 2018 conquistou
o prémio de “Melhor Resort de Luxo com Vista Mar da Europa”. O spa, Serenity – The Art of Well Being, também foi considerado o “Melhor Resort de Spa em Por tugal” pelo World Spa Awards 2018.
“Ficamos muito orgulhosos com estas distinções. São importan tes para nós e para o país, que se tem vindo a destacar cada vez mais neste setor. Estes prémios
são o resultado de muitos anos de dedicação de toda a equipa e um reconhecimento dos esforços que temos feito e continuare mos a fazer”, sublinha Thomas Schoen, diretor-geral do Pine Cliffs Resort.
Portugal conquistou 30 prémios, incluindo o de Melhor Destino na Europa. A grande final mundial realiza-se já em novembro, em Omã.
DOIS MINUTOS PARA OS DIREITOS HUMANOS
1. PORTUGAL
No Bairro do Segundo Torrão, em Almada, várias famílias foram notificadas que teriam de sair das casas que habitam, por razões de segurança, até 30 de setembro, muitas sem terem ainda definido um local para realojamento provisório.
A Amnistia Internacional tem acompanhado a situação junto dos moradores do bairro e também da Câmara Municipal de Almada, alertando para a incerteza sobre o futuro e a falta de opções que têm deixado estas pessoas sujeitas a grande pressão.
2. IRÃO
A coragem dos manifestantes que saem às ruas no Irão após a morte de Mahsa Amini tem sido recebida com violência pelas autoridades. A mobilização incessante da população mostra a dimensão da revolta no país face às leis abusivas da obrigatoriedade do uso do hijab (véu), às execuções extrajudiciais e à repressão generalizada. As forças de segurança têm disparado armas de fogo contra os manifestantes, de forma deliberada e ilegal, tendo já provocado pelo menos 30 vítimas mortais.
4. ZIMBABUÉ
A 12 de Setembro, as autoridades do Zimbabué prenderam 14 estudantes universitários, na sequência das manifestações pacíficas #FeesMustFall, contra as elevadas propinas. Dois dias depois, mais cinco estudantes foram detidos na esquadra de Avondale, sob acusações de “conduta desordeira”.
A Amnistia Internacional apela a que as acusações contra estes estudantes sejam retiradas e que a sua liberdade de expressão e de reunião pacífica seja respeitada.
3. CHINA
A Amnistia Internacional mantém o seu apelo à ONU para a criação de um mecanismo internacional independente que possa investigar os crimes de direito internacional em Xinjiang. Num momento em que o Alto Comissariado confirmou que as atrocidades contra uigures e outras minorias étnicas podem constituir crimes contra a humanidade, devem ser tomadas medidas concretas para pôr termo aos abusos das autoridades chinesas e assegurar a responsabilização pelos crimes cometidos.
5. MÉXICO
O dia 26 de setembro marcou os oito anos do desaparecimento de 43 estudantes da Escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, região de Ayotzinapa. Até à data, as suas famílias permanecem sem acesso à verdade e justiça. A Amnistia Internacional mostra-se preocupada com a demissão do chefe da Unidade Especial de Investigação e Litígio para o Processo Ayotzinapa, que denunciou interferências indevidas na investigação pela Procuradoria-Geral da República mexicana.
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Evocação dos 50 anos da morte do fuzileiro Gilberto Caboz vão ser no sábado na Fuseta
Uma placa evocativa dos 50 anos da morte em com bate do marinheiro fuzileiro especial Gilber to dos Santos Caboz vai ser descerrada no próximo sábado, pelas 12:00, na vila da Fuseta, em homenagem a este filho da terra que faleceu na Guiné em 26 de setem bro de 1972, com apenas 18 anos de idade.
O Clube Recreativo Fuzetense, a pedido do presidente da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta e por sugestão do contra -almirante Pereira Vale, organizou uma cerimónia que contará com as presenças do comandante do Cor po de Fuzileiros, Mariano Alves, comandante da Zona Marítima do Sul, Rocha Pacheco, do comandante do Porto de Olhão, Silva Algarvio, do delegado Marítimo da Fuseta, de representantes da Liga dos Comba tentes, da Associação de Fuzileiros
do Algarve, entre outros convida dos. A comunidade local presta, assim, homenagem ao seu conter râneo morto na Guerra Colonial, na passagem dos 50 anos do seu passamento, numa efeméride que
o comandante do Corpo de Fuzilei ros classifica de “evento de grande importância para todos os fuzilei ros e para a Marinha”. Este episódio encontra-se bem retratado pelo co mandante Luís Sanches de Baêna,
então oficial do mesmo destacamen to de Fuzileiros Especiais, o DFE 12, que relata no seu livro “Fuzileiros – Crónica dos Feitos na Guiné”, que nesse dia, “numa operação na Ca boiana-Churo (rio Cacheu, norte da
Guiné), o DFE 12 foi fortemente em boscado quando progredia dentro de uma mata de tal forma cerrada que não permitia qualquer manobra e, como resultado, os Fuzileiros so freram 3 mortos e 8 feridos, alguns com muita gravidade”. Um desses mortos foi Gilberto Caboz, com 18 anos (que havia entrado no corpo de marinheiros da Armada como vo luntário, ainda com 17 anos), e esse trágico acontecimento provocou um enorme choque na Fuseta.
Antes dos toques militares de Sen tido, de Silêncio e de Homenagem aos Mortos, a cerimónia contará com uma dissertação sócio-históri ca dada pelo professor doutor José Carlos Vilhena Mesquita e de uma invocação militar feita pelo contra -almirante Luís Pereira Vale.
A cerimónia conta com o apoio da Câmara Municipal de Olhão, que se fará representar pelo vereador João Evaristo.
REGIÃO 9CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
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Lídia Jorge lança novo romance
Padre António Freitas nomeado capelão da Universidade do Algarve
O padre António Freitas foi nomeado pelo Bispo do Algarve como novo capelão da Universidade do Algarve (UAlg), substituindo o cónego César Chantre, que exercia o cargo desde 1987, anun ciou aquele estabelecimento do ensino superior. O novo capelão e assistente do setor da pasto ral universitária é também vigário episcopal da pastoral e reitor do Seminário de São José, em Faro, avançou a UAlg em comunicado. No texto, a academia manifesta publicamente “o agrade cimento ao cónego César Chantre pelo trabalho desenvolvido, dedicação e disponibilidade desde que iniciou a sua missão em 1987, com a então Escola Superior de Educação, e que viria a culmi nar com a criação da Capelania da Universidade, em 2005”. A Capelania foi criada com o intuito de ser um espaço de encontro e partilha para a celebração de acontecimentos e datas significa tivas para a comunidade académica, formação cristã, reflexão e debate, voluntariado e ação social, atendimento pessoal e acompanhamento espiritual, conclui a nota.
Portimão: Isilda Gomes vai presidir à Comissão de Recursos Naturais
A presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, tomou posse esta quarta-feira como presidente da Comissão de Recursos Naturais (NAT), do Comité das Regiões, a assembleia consultiva dos representantes locais e regio nais da União Europeia (UE). Isilda Gomes foi eleita para o lugar em 29 de junho, em Bruxelas, substituindo o dinamarquês Peter Schmidt que se encontrava há 14 anos no cargo, tornando-se na primeira mulher nestas funções. A portu guesa pertence ao Comité das Regiões desde 2020, sendo também presidente da delegação portuguesa deste órgão comunitário responsável pelas políticas dirigidas às regiões e municípios. A Comissão NAT reúne mais de 100 presidentes de município ou de região e membros de assem bleias municipais ou regionais, ocupando-se de uma grande variedade de temas relacionados com o desenvolvimento rural, a saúde, a agricul tura, a silvicultura, as pescas, a proteção civil, a defesa do consumidor e o turismo
Inscrições para concurso literário Sophia de Mello Breyner Andresen
As bibliotecas municipais de Lagos e de Loulé abriram inscrições para o concurso literário Sophia de Mello Breyner Andresen, para os estudantes do 2.º e 3.º ciclos dos ensinos bá sico e secundário (ou equiparado) das escolas algarvias. O prazo para a entrega dos trabalhos decorre até ao dia 18 de fevereiro de 2023, numa iniciativa conjunta das duas bibliotecas dos dois concelhos algarvios. As modalidades a concurso são a escrita (poesia, prosa ou ensaio em língua portuguesa) e a ilustração, sendo que os traba lhos deverão ser inspirados em obras da autora e indicar a qual ou quais se refletem. As partici pações, individuais ou de grupos - com o máximo de três elementos -, devem ser apresentadas com pseudónimo e ano de escolaridade e devem ser entregues nas bibliotecas municipais de Lagos ou de Loulé, presencialmente ou por correio. A cerimónia de entrega dos prémios da 17.ª edi ção do concurso literário está agendada para o dia 22 de abril de 2023, na cidade de Lagos.
Onovo romance da louletana Lídia Jor ge, “Misericórdia”, nas livrarias na pró xima terça-feira, é “um livro sobre o esplendor da vida” e a “crença em valores”, disse a escritora à agência Lusa. O livro foi escrito a pedido da mãe da autora, que morreu a 19 de abril de 2020, numa ins tituição de solidariedade social no Algarve, tendo sido uma das primeiras vítimas da covid-19 no sul do país, referiu a escritora.
“A minha mãe pediu-me várias vezes para escrever um livro que se chamasse ‘misericórdia’, porque ela achava que havia um desentendimento, no tra tamento das pessoas, achava
que as pessoas procuravam ser amadas, mas não as entendiam.
Pediu-me que escrevesse um li vro chamado ‘misericórdia’, para que se tivesse compaixão pelas pessoas e as tratássemos como se fossem pessoas na plenitude da vida”.
“Não pela compaixão mórbida ou piegas, mas pela compaixão de que se tratassem seres huma nos que merecem respeito e que continuam a ter uma energia for te, muito grande, como qualquer ser humano”, acrescentou.
Lídia Jorge falou com a mãe, pela última vez, a 08 de março, “de pois o lar fechou”, e morreu cerca de 40 dias mais tarde.
“Este não é um livro mórbido”, enfatizou a autora, para quem
não foi nem triste, nem doloroso escrever este livro, pois “é sobre a vida”.
“É um livro sobre a vida, abso lutamente; sobre o esplendor da vida que acontece quando as pessoas estão para partir, foi isso que eu verifiquei – os atos de resistência magníficos, que as pessoas têm no fim da vida”. À Lusa, Lídia Jorge disse que, pelo que observou e foi a sua experiência, “há um desenten dimento e uma forma de encarar esse período [final] da vida que [lhe] parece errado”.
“Misericórdia” não é um livro sobre a morte, é um livro sobre a resistência e é um livro sobre a vida
“É um livro duro, naturalmen te. A primeira voz que surge no livro, que comanda, é uma mu lher que resiste, que resiste até ao fim”, disse, acrescentando, “uma mulher que crê na vida como se a vida fosse eterna”.
”Essa experiência foi tão forte, que foi essa vitalidade que eu coloquei no livro, que não é um livro sobre o fim da vida, mas sobre a resistência das pessoas que, numa situação de fragilida de, lutam pela vida. Têm valores, [fazem] associações que nós desconhecemos, têm desejos, é como se os seus sentimentos tomassem uma outra dimensão, porque sabem que contam pou
co tempo, na realidade, e vivem como se fossem eternos”, contou a escritora.
Para si, “foi uma experiência du ra”, mas que lhe “ensinou muito” e a fez escrever este livro que –reforçou – não é sobre a morte, “ou sobre o fim nem sobre uma decadência melancólica”.
Em entrevista à Lusa, a escritora sublinhou: “Não é um livro mór bido, pelo contrário, é um livro sobre a vitalidade das pessoas.
Esta é a mensagem fundamental que quero passar com este livro”. Lídia Jorge estreou-se com a publicação de “O Dia dos Pro dígios” (1980). Desde então tem publicado romance, conto, en saio, teatro, crónica e poesia.
As suas narrativas foram adap tadas ao teatro, televisão e ao cinema.
Entre outros, Lídia Jorge re cebeu o Prémio Correntes d’Escritas, em 2004, Prémio ALBATROS, da Fundação Gün ter Grass, em 2006, e o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas, das Feira do Livro de Guadalajara, no México, em 2020.
“Misericórdia” é apresentado no próximo dia 21, às 19:00, pelo poeta José Tolentino Mendon ça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, na Santa Sé, no Palácio das Galveias, em Lisboa.
Festa dos Anos de Álvaro de Campos traz a Tavira performances, exposições, filmes,oficinas e poesia espalhada
A Festa tem início no dia do “nascimento” de Álvaro de Campos – 15 de outubro – e termina no dia da morte de Fernando Pessoa – 30 de novembro
A 8ª edição da Festa dos Anos de Álvaro de Campos traz à cidade do Gilão performances, expo sições, filmes, oficinas e poesia espalhada.
Entre 15 de outubro e 30 de novembro, associações, empre sários e artistas celebram, em
Tavira, o aniversário de Álvaro de Campos, heterónimo de Fer nando Pessoa. Na Festa serão apresentadas criações de artis tas de Tavira e de convidados de outras localidades.
Fernando Pessoa criou heteróni mos para expressar diferentes vozes e ideias. Álvaro de Cam pos, uma dessas vozes, nasceu em Tavira no dia 15 de outubro de 1890.
Desde 2015, a Associação Cultural Partilha Alternativa programa esta celebração pa
ra homenagear a criatividade humana através de um autor e desta sua “criatura”, Álvaro de Campos, indiscutivelmente pa trimónio cultural imaterial da cidade de Tavira.
A Festa tem início no dia do “nas cimento” de Álvaro de Campos – 15 de outubro – e termina no dia da morte de Fernando Pessoa – 30 de novembro. Desde a sua génese tem contado com artistas de outros países, de Brasília, o Espaço Cultural Leão da Serra participa online todos os anos.
A Festa tem desenvolvido uma relação especial com poetas escoceses, especialmente em Glasgow (onde Álvaro de Cam pos se “formou engenheiro naval”).
Em 2016 e 2017, a iniciativa inte grou o programa 365 Algarve. A Festa dos Anos de Álvaro de Campos tem contado com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve e da Câmara Municipal de Tavira e, este ano, a 8ª edição conta também com o apoio da DGArtes.
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breves FOTO D.R.
“É sobre o esplendor da vida” e a “crença em valores”
Viegas
Mendes Bota
Asaúde é não só um valor in questionável, como um direito de cidadania das sociedades modernas e desenvolvidas. E se é verdade que o turismo se encontra associado sobretudo ao lazer, não é menos verdade que a saúde casa bem com a maior actividade económica mundial – o turismo.
O turismo tornou-se não só numa ne cessidade fundamental das sociedades modernas, mas também num sector eco nómico estratégico e prioritário, e um direito dos cidadãos, incluindo os grupos com carências específicas de cuidados de saúde contínuos, prolongados ou não, alar gando horizontes impensáveis no passado em matéria de longevidade e qualidade de vida das populações em geral.
A generalização da actividade turística, e a sua consequente massificação e de mocratização, passou a ser um direito de todos, sem fronteiras nem constrangimen tos de qualquer espécie. Todos integram a vida económica, social e cultural e, por conseguinte, todos devem poder usufruir do direito ao lazer, à saúde e ao turismo. O envelhecimento populacional é um fenómeno actual, pre sente nas sociedades contemporâneas, o que só por si justifica a criação de condi ções que permitam um maior acesso a bens e serviços turís ticos e de saúde. Estes serviços, em bora já existam no Algarve e em Portu gal, não se encontram ainda estruturados para responder a estes desafios da moderni dade, especialmente no que se refere a infraestruturas hos pitalares modernas, governança dos servi ços públicos, etc. Mais de 20 por cento da população europeia terá 65 anos ou mais em 2030. Neste contexto, torna-se urgente de senvolver estratégias que estimulem a qualificação e a competitividade da nos sa oferta turística, visando dar resposta a estes desafios, melhor forma de esbater os efeitos negativos da maior fragilidade do turismo do Algarve – a sazonalidade. O turismo de saúde e bem-estar, não tenho dúvidas disso, é uma das apostas a pros seguir rumo a este desiderato. A região dispõe de hospitais privados com capacidade e preparados para receber turistas e pacientes estrangeiros carencia dos de serviços de saúde, dispondo ainda
de dezenas de SPA´S, algumas talassote rapias, termas e valências em medicina estética, curativa e recuperação, para além de uma oferta de alojamento diver sificada e de grande qualidade, ao nível do que há de melhor em todo o mundo. É verdade que o sector público tem mos trado total insensibilidade para esta área de negócio, sendo de reconhecer o enorme esforço que é preciso desenvolver junto das entidades competentes, tendo em vista a definição de políticas e gestão de saúde pública, nomeadamente por parte do go verno, designadamente no que se refere à estruturação do produto e à implementa ção de uma estratégia promocional.
Temos consciência que as actividades turís ticas enfrentam novos desafios decorrentes das crises internacionais, o que vem abalan do os princípios da economia do turismo e alterando os comportamentos dos turistas.
O pilar principal e base de motivação da indústria turística assenta numa mensa gem de paz e humanismo, e no princípio da cooperação, enquanto elementos es senciais no relacionamento entre os povos, condições sem as quais o turismo não se expande nem se desenvolve.
Um destino turístico de futuro e com futuro, precise aliar aos seus atractivos turísticos tradicionais, um sistema que permita aos turistas que nos visitam manter durante as suas estadias os cuidados de saúde ao nível do que estão habituados nos seus países de origem
O incremento do turismo social é, pois, um desafio do futuro. Ou seja, o crescimento progressivo e continuado das viagens de cidadãos com incapacidade é, neste con texto, uma realidade económica e social não só do presente, mas do futuro e, por conseguinte, mais uma oportunidade de negócio para todos.
Daí que, um destino turístico de futuro e com futuro, precise aliar aos seus atracti vos turísticos tradicionais, um sistema que permita aos turistas que nos visitam man ter durante as suas estadias os cuidados de saúde ao nível do que estão habituados nos seus países de origem.
*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico
O SAL E A SALMOURA
Há mais de década e meia, quando Só crates reinava no império lusitano, o autor destas linhas suscitou pública e parlamentarmente em repetidas oca siões a questão da dessalinização da água do mar, a abordagem das novas técnicas da osmose inversa e como outros países estavam a avançar nesse sentido como forma de reforçar o abastecimento de grandes cidades cada vez mais carentes do precioso líquido. Ninguém quis saber, apesar dos efeitos das alterações climáticas já se estarem a fazer sentir em zonas geográficas como Portugal, e nomeadamente o Algarve, com perío dos de seca prolongada, e progressiva redução dos índices de pluviosidade. O sistema de barragens Funcho-Odelouca -Beliche-Odeleite parecia garantir água nas torneiras até à eternidade, à prova de muitos anos seguidos de chuva minguada. Foram as obras mais estruturantes, e o dinheiro me lhor gasto no Algarve até hoje. Mas, como se vê pelos dias que correm, já não são um garante absoluto. E numa emergência que até agora só afectou a rega de jardins públicos ou o funcionamento de piscinas munici pais, a Águas do Algarve afadiga-se a fazer avançar o projecto de constru ção de uma grande dessalinizadora na Região, numa lufa-lufa para agarrar algum dinheirinho do salvífico PRR. Ainda bem. Mais vale tarde que nunca. Mas atenção! A pressa é inimiga da perfeição. Tal como há quinze anos, que se tenha consciência dos impactos visuais, ambientais e funcionais de tal estrutura, que desaconselhariam à partida uma demasiada pro ximidade da costa. E que o último dos critérios de escolha da localização de uma mega-fábrica que ocupará o equivalente a dezenas de campos de futebol, a operar 24x24 nos 365 dias do ano, seja fazer fretes a certos interesses imobiliários de amigalhaços. Estão debaixo de olho. Vigilância cívica impõe-se! Há muitos milhões em jogo, e há gente gulosa que gosta mais de sal que de açúcar…
MARQUISES…
Oportuguesinho médio encaixa bem na caricatura dos “bons malandros”, que Mário Zambujal tão bem descreveu. Se puder contornar a lei, contorna. Se puder passar à frente da fila, passa.
Se puder meter uma cunha para obter qualquer coisa, mete. Se puder tirar uma vantagem, por pequena que seja, tira. Se puder fintar o radar, finta. Se puder não pagar imposto, não paga. É basicamente gente boa, pacífica, honesta quanto baste e trabalhadora se for preciso, gente porreira, em suma. Mas tem destas coisas, uma certa ten dência para a barraquinha, o anexo, a marquise, no caso vertente. Esta cacofonia urbanística vem de longe, um traço terceiro-mundista que não dá sinais de abrandar. Há duas razões que determi nam o fecho de varandas nas fachadas dos prédios das nossas vilas e cidades: a necessidade absoluta de espaço habitacional de uns, e a chico espertice e o oportunismo puro de outros. Os jovens ficam em casa dos pais até mais tarde, depois vêm netos, a tendência só pode ser para piorar. O sentido estético raramente conta, utilizam-se alumínios
de todos os formatos e feitios, simples, lacados, anodizados de cores diversas. A maioria das câ maras municipais assobia para o lado, os autarcas lavam as mãos, o assunto queima e é chato. Os arquitectos não contam para este campeonato. Os condomínios, cheios de prevaricadores, não actuam, e se actuam, a justiça tarda ou não existe. Os factores térmicos, acústicos e estéticos são ignorados. As regras urbanísticas são subvertidas com o aumento da área habitacional dos fogos e o aumento não contabilizado da densidade popula cional. É impossível colocar fim a isto, seria uma revolução. O que está, está, prescreveu a infracção. Mas talvez se pudessem combater novas situações, e apoiar quem quisesse regenerar o existente. Res ta o caso singular da marquise de luxo do Cristiano
Ronaldo em Lisboa. O “coitado” pagou o preço da popularidade, da fortuna e da fama. Mobilizou-se um coro nacional de críticas e, por uma vez, uma marquise foi abaixo à vista de toda a gente.
…& ESPLANADAS ILDA.
Uma variante desta tendência são as esplanadas de restaurantes, bares e cafés, que diferem por ocuparem o espaço público, que pertence a todos. Ressalve-se desde já que as esplana das são muito importantes para a economia dos pequenos negócios, existem em toda a parte do mundo e são, regra geral, espaços agradáveis de convívio e usufruto do ar livre aplicado a outros pequenos prazeres. O problema são os abusos, as violações grosseiras. As esplanadas explodiram em Portugal a cavalo do Covid, era urgente a sobrevivência dos comércios, a preservação dos postos de trabalho. Compreen de-se. Assim, ocuparam-se passeios, estradas e estacionamentos muito para lá do normal e do equilíbrio razoável entre espaço de passagem e ocupação privada do espaço público. Passada a emergência, consumou-se a permanência. O temporário tornou-se definitivo. O transitório ficou fixo, eterno se possível. Há sítios onde os peões têm dificuldade em passar. Existem casos com poucas exigências estéticas. Tudo começa com painéis laterais de protecção do vento. Pas sam a cortinados de ferro, de alumínio, de vidro, fechados com cobertura e portas trancadas. Fica a barraca armada. A alvenaria à distância de um passo. Proliferam espaços comerciais com áreas mínimas no interior, e áreas máximas no exte rior. Sai mais barato o investimento. Espera-se, pelo menos, que as autarquias salvaguardem os direitos de trânsito pedonal e cobrem as rendas devidas pela ocupação do que nos pertence.
11CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022 PERCEPÇÕES… E REALIDADES (6)
| OPINIÃO Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia [dessalinizadora] Vigilância
cívica impõe-se!
Há muitos milhões em jogo, e há gente gulosa que gosta mais de sal que de açúcar…
*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (11) Elidérico
OPINIÃO | Empresário e Gestor Hoteleiro
Turismo de Saúde e Bem Estar “O homem quando está saudável, não quer guerra com ninguém”– Denise Campos
O mundo fascinante das casas centenárias à venda em Faro
Abaixa de Faro é o local eleito por muitos para viver, pelas suas qualida des endógenas e oferta de serviços disponíveis.
Há vários projetos residenciais a nascerem, mas também muitas casas antigas ainda por recuperar. Numa altura em que a procura por uma habitação supera, como nunca,
a oferta de casas, também na capital algarvia há ainda muito por fazer em reabilitação urbana, concelho que possui cerca de 500 prédios devolutos.
A boa notícia é que na Câmara Municipal de Faro, "os prazos de licenciamento urbano foram subs tancialmente reduzidos, situação que já é uma realidade bem visível
nos últimos anos", segundo disse o presidente da autarquia ao nosso jornal.
Rogério Bacalhau salientou que "atualmente os prazos de licencia mento no município de Faro rondam um a dois meses", quando no início do seu primeiro mandato rondavam o tempo médio de um ano. Também tem sido "especial preo
cupação do município responder às solicitações sobre os imóveis devolutos" e admitiu igualmente a importância dos prédios centenários serem recuperados.
O POSTAL foi à procura de casas centenárias à venda na baixa de Fa ro e descobriu um fascinante mundo de edifícios de traça arquitetónica centenária, onde se destacam os
telhados de 4 águas, varandins e azulejos antigos, para quem procu ra residir no coração da cidade, ou até mesmo uma oportunidade de investimento.
Os valores de aquisição vão dos 300 mil aos 3 milhões de euros, segundo a consulta feita pelo POSTAL em vários sites de imobiliárias.
Trata-se de um edifício centenário, cons tituído por dois artigos urbanos, com três frentes e dois números de porta, loca lizado frente ao conhecido Palacete da Família Mateus de Silveira (ex-hospital de Santa Maria), sito na Rua Infante Dom Hen rique, nº 148, uma das melhores localizações do centro da cidade de Faro.
As moradias típicas de traça algarvia são do início do século XX, de tipologia T1 + T3 com pátio interior e um poço. O edifício está loca lizado, numa zona bastante tranquila e a uma distância a pé de toda a zona comercial da Baixa e da Marina.
Uma das principais vantagens deste edifício corresponde à facilidade de acessos, nomeada
mente, à estação ferroviária, estação rodoviária e principal entrada ao centro da cidade de Faro. Os dois artigos distintos permitem a unifica ção numa só moradia de maior dimensão ou a reconstrução de dois imóveis separados, com possibilidade de elevar mais dois pisos.
Pela dimensão do edificado, a reabilitação de edifício para fins habitacionais e/ou comerciais também se mostra uma excelente oportunida de de investimento.
Além do elevado potencial de valorização e rentabilização, também é ideal para criação de um Alojamento Local ou para uma família que valorize viver num edifício icónico pela traça arquitetónica centenária, no centro da comunidade perto de todos os bens e serviços.
Trata-se de um prédio situado no centro de Faro, próximo da Igre ja de S. Pedro, em zona central com variados serviços disponí veis e, a apenas alguns minutos de distância a pé da baixa da cidade, da estação de caminho de ferro, terminal rodoviário, estação de CTT e mercado municipal.
O centro noturno de faro está a cinco minutos a pé, permitindo aos hospedes usufruir de toda a vida noturna, em especial nas noites de verão, altura em que a cidade se encontra cheia de vida.
O imóvel a construir será uma Gues thouse de 9 quartos todos com casa de
banho privativa, a qual estará dividida em 2 pisos e em 2 edifícios distintos. No piso de rés-de-chão apresentará uma cozinha e espaço de refeições, sala de estar comum, casa de banho social, 4 quartos ensuite um dos quais com um pequeno terraço privativo, 1 pátio inte rior e espaço de receção. No primeiro piso, apresentará 5 quartos ensuite um dos quais com terraço privativo.
O edifício irá manter a fachada prin cipal dentro do enquadramento e da traça dos edifícios da área envolvente mantendo, por isso, a harmonização arquitetónica e paisagística e, contri buindo para a reabilitação urbanística da cidade.
12 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 7 de outubro de 2022
PRÉDIO CENTENÁRIO Venda 293 000 € 2 093 €/m² Área construída 140 m² PRÉDIO CENTENÁRIO Venda 1 125 000 € 5 921 €/m² Área construída 190 m²
Trata-se de um edifício centenário localizado na rua do Alportel, uma das zonas mais interessantes e quali ficadas da cidade Faro, beneficiando a sua localização de um conjunto enorme de acessibilidades tais como, comér cio e serviços.
Constituído por dois artigos urbanos, de rés do chão e primeiro piso respetivamente, perfazendo três frentes e cinco números de porta. No rés do chão dispõe de um negó cio de fabrico próprio e venda de pastelaria,
com uma variada carteira de clientes, sendo que na venda do imóvel estão incluídos todos os equipamentos. No primeiro piso estendem-se diversas e distintas assoalha das, e terraços com ampla vista.
Pelas características do edifício, podemos conferir-lhe para fins de utilização de habi tação e serviços.
Grande e única oportunidade de inves timento, edifício de traça arquitetónica centenária, onde se destacam os telhados de 4 águas, varandins e azulejos antigos.
Trata-se de um edifício histórico da cidade de Faro, conhecido pelo Pala cete da Família Mateus de Silveira, uma casa de quinta urbana construí da no final do Sec. XIX.
Este edifício foi mais tarde recuperado no final do Séc. XX, onde foram realizados trabalhos de obras de recuperação e foi adaptado a novas funções.
O edifício é omposto por cave, rés-de-chão e primeiro piso, tendo na cave 9 divisões assoalhadas, uma casa de banho, 2 vestíbu los e 4 despensas. No rés do chão existem
17 divisões assoalhadas, 9 casas de banho, 3 vestíbulos e 8 despensas. No primeiro andar existem 12 divisões assoalhadas, uma cozinha, 7 casas de banho, um vestíbulo e 3 despensas.
Uma das principais vantagens deste edifício corresponde à facilidade de acessos, no meadamente, à estação ferroviária, estação rodoviária e principal entrada ao centro da cidade de Faro.
Possibilidade de transformação em Hotel de 4 ou 5 estrelas ou em apartamentos em condomínio privado.
Trata-se de um prédio composto por dois pisos, duas fachadas, sendo o piso térreo destinado a comércio e serviços com quatro lojas.
O primeiro piso está destinado a habitação, estando atualmente a ser explorado atra vés do Alojamento local. Existem quatro quartos de dormir, um pátio interior com muita luminosidade natural trazida atra vés de uma larga claraboia, acesso a uma garrafeira alocada no piso térreo, e várias assoalhadas, como é típico em casas nobres desta época.
A cobertura, é uma açoteia tipicamente
algarvia, de onde pode desfrutar de uma vista aberta sobre a Ria Formosa e a baixa da cidade.
Nesta açoteia tem duas casas de banho completas, um quarto, uma sala de estar com lareira e outra de refeições.
O prédio foi intervencionado recentemente, onde as obras de conservação efetuadas respeitaram a sua arquitetura e materiais de construção originais, acrescentando ao pré dio, o aquecimento das águas domésticas através de painéis solares, e climatização com equipamentos de ar-condicionado.
13CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
PRÉDIO CENTENÁRIO Venda 1 300 000 € 2 889 €/m² Área 450 m² PRÉDIO CENTENÁRIO Venda 1 200 000 € 6 045 €/m² Área 198,50 m² PRÉDIO CENTENÁRIO Venda 2 990 000 € 2 532 €/m² Área construída 1 181 m²
breves
LAGOA: Carminho, Bruno Pernadas e Mário Laginha dão concertos intimistas em vinha
Os músicos Carminho, Bruno Pernadas e Mário Laginha vão apresentar-se em palco entre esta sexta-feira e domingo, no Morgado do Quintão, em Lagoa (Faro), para concertos intimistas na primeira edição do Camp. O evento, que arranca esta sexta-feira, reúne músicos, criadores e pen sadores, estando previstos ciclos de conversas com convidados, ‘workshops’ e a ante-estreia do documentário “Tilt”, da autoria da produto ra Teresa Júdice da Costa. O fotógrafo e editor Cláudio Garrudo, o advogado e astrólogo Duarte Miranda Mendes, a arquiteta e urbanista Rita Castel’Branco, o ‘sensorialista’ Lourenço Lu cena, e o professor da Universidade de Lisboa Pedro Teixeira são alguns dos convidados desta edição inaugural.
LOULÉ: Município monta minibibliotecas para incentivar à leitura
A Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, lançou o projeto “Livros Livres – Leve, Leia, Devolva”, distribuindo livros por vários locais do concelho de forma gratuita, anunciou a autarquia. “Para implementar a ini ciativa foram distribuídas por vários locais do território concelhio estruturas, - as minibiblio tecas -, concebidas pela arquiteta Leni Farenza, uma das artistas que integra o Loulé Design Lab”. A Biblioteca Municipal teve como prin cipal objetivo “estimular o gosto pela leitura” e “aproximar-se da comunidade e desenvolver a cidadania”, acreditando que a população “não irá vandalizar as estruturas e irá devolver os livros após as leituras”. Os leitores interessados pode rão levar livros sem data de devolução e, caso queiram, poderão deixar livros em substituição, “de forma a criar uma rede de troca de livros”. O município informa que nas minibibliotecas poderão ser encontrados livros para diversos públicos, desde o adulto ao infantil, em diversas línguas e de diversas tipologias, “sendo a ficção a temática privilegiada”. As minibibliotecas es tão distribuídas por vários locais: Avenida José da Costa Mealha e Largo de São Francisco, em Loulé; Rua do Ameixial, no Ameixial; Rua do Rossio, na Tôr; Pátio da Dona Antónia, em Bena fim; Rua Vasco da Gama, em Quarteira; Jardim das Comunidades, em Almancil; Rua Dr. João Batista Ramos Faísca, em Boliqueime.
SILVES: Paus atuam no Auditório Francisco Vargas Mogo
A Câmara de Silves, através da sua rubrica “Lado B”, vai organizar um espetáculo com o grupo mu sical Paus às 21:30 de 14 de outubro no Auditório Francisco Vargas Mogo, anunciou a autarquia. A banda Paus foi criada em 2009 e tem quatro discos editados, e múltiplas digressões por vários continentes, com o novo disco “YESS” a trazer “o sabor de uma visita inspiradora a São Paulo e várias experiências de colaboração e mistura”. A rubrica “Lado B”, promovida pelo Município de Silves, procura apresentar ao público “uma versão mais descontraída e intimista dos artis tas”. Ao concerto, por norma, associa-se uma breve conversa como forma de aproximar o pú blico ao artista, explica a autarquia.
ALFA apresenta a “Arte da Atração” pela lente de Vitor Martins e concerto ao pôr do sol
Ofotógrafo Vitor Mar tins inaugura, no próximo sábado, pelas 18:30, a ex posição “A Arte da Atração”, na Galeria Arco, em Faro. Em trinta anos de car reira é a primeira vez que Vitor Martins expõe no Algarve. Re side atualmente na Aldeia de
Querença, após três décadas de trabalho profissional como fo tógrafo e galerista nos Estados Unidos da América (EUA), tendo preparado especialmente para este momento de regresso, uma exposição fine art que combina reflexões sobre cor, forma, tex tura e o conceito de beleza como linguagem universal. Este desa
fio será complementado com um concerto que junta música e fotografia no próximo sábado, 33 minutos antes do pôr do sol.
Os Kilavra juntam a palavra à música eletrónica e a explora ções sonoras. Uma performance poética que vai ser apresentada em palco por Armando Correia e Trinchax.
Pianista ucraniana Hel’ga deu espetáculo/baile ao pôr do sol
INTEGRADO no mesmo ciclo de concertos, a pianista ucra niana Hel’ga (Olha Koshulko) deu, no passado domingo, um espetáculo / baile ao pôr do sol no pátio da Galeria Arco, sede da ALFA - Associação Livre Fo tógrafos do Algarve, que contou com a participação animada de público, a larga maioria do grupo Danças do Mundo. A composito ra, professora e pianista Hel’ga brindou a vibrante assistência com um reportório baseado em temas originais compostos es pecialmente para Balfolk e com composições que integram diver sos estilos musicais da clássica ao jazz. O projeto que combina música, fotografia e poesia é or ganizado pela ALFA em parceria com o Gimnásio Club de Faro e conta com os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve e do Município de Faro. O pátio da Galeria Arco, na cidade Velha em Faro, tem capacidade limita da a 50 pessoas e é considerado por muitos uma das melhores vistas da Ria Formosa.
Mais informações em www.alfa.pt
14 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 7 de outubro de 2022 CULTURA
Trabalhos que podem ser apreciados na exposição de Vitor Martins FOTOS D.R.
FOTO DA ESQUERDA A pianista ucraniana Hel’ga deu um espetáculo ao pôr do sol no pátio da Galeria Arco, sede da ALFA, em Faro. EM CIMA Baile ao pôr do sol contou com a participação animada do público. EM BAIXO Público usufruiu de um reportório baseado em temas originais compostos especialmente para Balfolk. FOTOS D.R.
Pode a arte contribuir para um ambiente de paz?
SAÚL NEVES DE JESUS
Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais;
Desde há mais de meio ano que somos confrontados diariamente com imagens e relatos da guerra na Ucrânia. Esta afeta-nos particularmente, pelo envolvimento da Europa neste conflito e pela constante divulgação do que vai acontecendo pe los media.
No entanto, há guerras a acontecer também noutros locais do planeta Ter ra e a história da humanidade tem sido, infelizmente, caracterizada por muitas situações de conflito entre países. O de sejo de poder, a conquista de espaço, o desejo de posse são alguns dos fatores que levam a que isto aconteça . O pro blema adicional é que os meios usados são cada vez mais mortíferos, atingindo muitos inocentes. Esta é uma questão central quando pensamos o futuro da humanidade. Tal como as questões ambientais, as questões ligadas à paz, em particular, são fundamentais para podermos pensar a vida no nosso pla neta a médio/longo prazo.
É nesse pressuposto que o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) tem vindo a realizar diversas iniciativas, nomeadamente em escolas, junto das crianças e dos jovens. Tendo em conta que a arte pode inserir -se num movimento de “educação para a paz”, ajudando a parar no tempo e a refletir, de forma a que não se repitam no futuro os erros do passado, e con tribuindo como instrumento de crítica social e política, procurando influen ciar valores sociais e decisões políticas, este Conselho, em colaboração com a “Peace and Art Society”, entre 2018 e 2021, organizou várias exposições no Algarve, intituladas “Artistas pela Paz” e “Pela Paz, contra as armas nu cleares”, em que foram apresentadas imagens que procuravam sensibilizar para os perigos das armas nucleares.
E a guerra tem um impacto negativo no ambiente, quer ao nível da natureza, quer no plano do ambiente social, da relação entre as pessoas, da qualidade de vida e do bem-estar.
Este ano, com o título “Por um Am biente de Paz”, o CPPC organiza mais
um ciclo de exposições que se iniciou na Biblioteca da Universidade do Al garve, no passado dia 15 de setembro. Desta vez, as obras expostas pro curam sensibilizar para as questões ambientais e para a importância da preservação da natureza. Isto através de um ambiente de paz consigo pró prio, com os outros e com a natureza. Em particular, nesta exposição procu ro contribuir com três obras. A uma delas, “STOP! Este não é o caminho...”, já havia feito referência em 2020, procurando alertar para as conse quências ambientais dos incêndios na Amazónia, provocados por interesses economicistas.
Criada especificamente para esta exposição, a obra “Natureza e Paz In terior” retoma a abordagem que havia procurado desenvolver, em 2018, com a obra “PAZ é o caminho (Homenagem a Gandhi)”. Desta vez, apresentamos um desenho que pode ser percebido como uma pomba, símbolo da paz, ou como uma mão, sendo colocados os dois dedos numa expressão de vitó ria. Desta forma, procura-se salientar a importância da vitória da PAZ para a sobrevivência da espécie humana e da natureza. A pomba está com cor verde, a cor que simboliza a esperan ça num futuro de Paz, em harmonia com a natureza, que a cor verde tam bém procura simbolizar. Esta paz e harmonia com a natureza é repre sentada com o girassol segurado pela pomba, encontrando-se escrita a frase “O segredo da paz interior é manter a conexão com a natureza”, da autoria de Alexander Supertramp. Este foi um viajante norte-americano que morreu em 1992, com 24 anos, no Alasca, após caminhar durante dois anos sozinho na selva da região com pouca comida e quase nenhum equipamento. Sobre a sua vida foi escrito o livro “Into the Wild”, por Joe Krakauer, em 1996, o qual foi adaptado ao cinema por Sean Penn, em 2007. Logo após acabar o curso na Universidade de Atlanta, em 1990, Christopher McCandless doou os 24 mil dólares que tinha na sua conta bancária a instituições de caridade e desapareceu sem avisar a família, passando a assumir o nome de Alexander Supertramp. Revoltado com a sociedade materialista em que tinha vivido, adotou um novo estilo de vida caracterizado pela paz com a na tureza. Durante a sua viagem escreveu
um diário, no qual foram encontradas várias frases, entre as quais aquela que selecionámos para esta obra, destacan do a importância da conexão com a natureza para o desenvolvimento da paz interior.
Consideramos a paz consigo próprio essencial, pois só em paz consigo mes mo é que o ser humano consegue estar em paz com os outros. A paz está em cada um de nós e é fundamental que cada um a encontre com equilíbrio, serenidade e alegria! Nesta exposição apresentamos ainda a obra “A paz e o ambiente são da res ponsabilidade de todos!”. Este trabalho é um ready-made, isto é, procurámos aproveitar um objeto comum que já existe, retirando-o do seu contexto atual e passando a tratá-lo como obje to artístico, pelo significado adquirido. Os ready-made foram introduzidos na história de arte desde o início do século XX, procurando causar surpresa no público e romper com a arte tradicio nal. O trabalho mais conhecido neste âmbito é a “Fonte” (1917), de Marcel Duchamp, em que foi usado um urinol de porcelana branca. A arte concetual, movimento que se desenvolveu a partir dos anos 60, encontra nos ready-made a sua principal inspiração, ao destacar a importância do conceito, significado ou ideia do artista. Neste caso, apro veitamos um vaso com uma planta aromática (lavanda ou rosmaninho). Simultaneamente, colocamos um bor rifador, na forma de granada, com o qual deve ser feita a rega da planta para a manter viva. A granada é um objeto de guerra, mas o borrifador torna-se num objeto de paz, em harmonia com a natu reza. Pretende-se que sejam os próprios visitantes da exposição a borrifar a plan ta, mantendo-a viva e ajudando-a no seu desenvolvimento. Assim, este trabalho também permite uma forma de arte in terativa, em que o público é chamado a participar e a ter um papel ativo durante a exposição. E com este ready-made e este procedimento de participação do público pretendemos salientar a ideia de que “a paz e o ambiente são da res ponsabilidade de todos!” Muitas vezes as pessoas pensam que as questões ambientais são comple xas e que não dependem delas, sendo pouco relevante se separam o lixo ou se tratam bem a natureza. É impor tante alterar esta ideia, levando a que todos(as) se sintam responsáveis pelo
que acontece com a natureza, contri buindo com o seu comportamento para preservar o ambiente, tal como cada um pode também contribuir para promover a paz.
É urgente retomar a paz com a na tureza e com o planeta Terra, para a própria sobrevivência da espécie humana. Em particular, é importan te a conexão com a natureza para o desenvolvimento da paz interior, bem como é essencial que todos(as) se sin tam responsáveis pelo que acontece com o ambiente.
A paz e o ambiente são da responsabi lidade de todos e, seguramente, todos seremos mais felizes se procurarmos construir um ambiente de paz e se esti vermos em paz com o ambiente!
E a arte pode ajudar a construir a paz consigo mesmo, com os outros e com o ambiente. É nesta perspetiva que sugiro que apreciem as obras apre sentadas nesta exposição itinerante.
Ficha técnica
Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire
OUTUBRO 2022 n.º 167 Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o 9.937 EXEMPLARES www.issuu.com/postaldoalgarve
Professor
http://saul2017.wixsite.com/artes
Vale a pena... ARTES VISUAIS
Imagens da exposição “Por um ambiente de Paz” (Biblioteca da UAlg, Gambelas, 2022) FOTOS D.R.
Responsáveis pelas secções: • Artes Visuais
Saúl Neves de
Jesus • Diálogos (In)esperados Maria Luísa Francisco • Espaço AGECAL Jorge Queiroz • Espaço ALFA Raúl Coelho • Filosofia Dia-a-dia Maria João Neves • Letras e Literatura Paulo Serra • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve
Responder à vida com a poesia
MARIA LUÍSA FRANCISCO Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com
Os “Diálogos (in)espera dos” deste mês resultam de uma conversa, atra vés do Zoom, com o poeta e diplomata Luís Castro Mendes, que foi Ministro da Cultura de Abril de 2016 a Outu bro de 2018
Nasceu em 1950 e, ainda muito jovem, foi colaborador do jornal Diário de Lisboa no suplemento Juvenil entre 1965 e 1967. Embora tivesse vocação para as Letras, a sua família convenceu-o a ir para Direito e em 1974 concluiu a licenciatura em Direito pela Universidade de Lisboa. A partir de 1975 iniciou uma lon ga carreira diplomática. Exerceu funções em Luanda, Madrid e foi Cônsul Geral no Rio de Janeiro e depois Embaixador em Budapeste e Nova Deli. Foi também Embaixa dor junto da UNESCO, em Paris e junto do Conselho da Europa, em Estrasburgo.
Conversámos principalmente sobre a sua ligação ao Algarve e sobre a sua obra literária
Falou com orgulho do seu avô materno, José Rosa Madeira (18901941), que foi relojoeiro em Loulé e um homem da cultura. Interessava -se por arqueologia e a descoberta da escrita do Sudoeste da Península
Ibérica está associada a ele. Contribuiu para o reconhecimento do poeta António Aleixo e junta mente com Joaquim Magalhães, então reitor do Liceu de Faro, reco lheu e registou os poemas ditos por António Aleixo. Referiu que ainda tem em casa alguns rascunhos es critos pelo avô.
Em 2018 a Câmara de Loulé inau gurou uma estátua de homenagem ao seu avô, natural da Freguesia do Ameixial no interior do concelho.
A sua mãe era de Santa Bárbara de Nexe. Após se reformarem, os pais passaram a viver em Faro até ao fim da vida. A ligação ao Algarve também estava presente pela via paterna, na medida em que o seu bisavô paterno era de Lagos.
“Toda a minha vida foi de mudan ças: em criança pelas comarcas do meu pai; em adulto pelos postos da minha carreira. (…) A infância e adolescência foram passadas em Idanha-a-Nova, Angra do Heroísmo, Lisboa, Ilha de S. Jorge, Redondo, Chaves e Leiria.”
Desde criança que passa as férias no Algarve, região à qual sempre manteve ligação. A partir daqui fa lámos sobre Manuel Teixeira Gomes e de alguns trechos da sua escrita.
Para Luís Castro Mendes enquanto poeta e escritor, “Teixeira Gomes é uma referência incontornável que escreveu das mais bonitas páginas sobre o Algarve”.
Falámos sobre o poeta João Lúcio e sobre Sophia de Mello Breyner e a forma como, na sua poesia, geria a evocação de um espaço mítico e
de um espaço quotidiano da vida real, como acontece no Livro Sexto, exemplificado no poema “Caminho da manhã” onde é referido o Merca do de Lagos.
O antigo ministro lembrou os Ca dernos do Meio-Dia. Antologia de poesia, crítica e ensaio lançada em 1958, em Faro, com a coordenação de António Ramos Rosa e que teve grande importância na evolução da poesia no Algarve.
Falámos também da poesia de Nuno Júdice, que escreveu no jornal Diá rio de Lisboa no suplemento Juvenil Outras figuras que na juventude es creveram nesse suplemento foram Luís Miguel Cintra, José Mariano Gago, José Pacheco Pereira, Nuno Reboucho, Jorge Silva Melo, entre outros.
Daqui fizemos a analogia com o suplemento Jovem do Diário de No tícias (DN Jovem) por onde, anos mais tarde passaram alguns jovens que hoje são escritores como José Luís Peixoto, Pedro Mexia, Luís Pal ma Gomes, José Mário Silva, José Carlos Barros, entre outros.
Por fim, surpreendi o meu ilustre interlocutor com uma frase sua, referida há já muitos anos: “Eu respondo à vida com poemas!”. A partir daí foram partilhados alguns detalhes por detrás dos seus livros e sobre os enriquecedores contextos culturais em que foram escritos, que daria para outro artigo!
Luís Castro Mendes rematou dizen do que também usou a poesia como resposta à própria vida política e que a poesia sempre o acompanhou.
Bibliografia de Luís Castro Mendes:
POESIA
1983 - Recados
1985 - Seis elegias e outros poemas
1991 - A Ilha dos Mortos
1993 - Viagem de Inverno
1994 - O Jogo de fazer versos
1996 - Modos de música
1997 - Quadras ao gosto pessoano
1998 - Outras canções
1999 - Poesia reunida: 1985-1999
2001 - Os Dias inventados
2007 - Os amantes obscuros: poemas escolhidos
(1985-2001) – Ed. bilingue, em português e dinamarquês
2011 - Lendas da Índia - Prémio António Quadros
2014 - A Misericórdia dos Mercados
2016 - Outro Ulisses regressa a casa
FICÇÃO
1984 - Areias escuras
1995 - Correspondência secreta
Publicou mais de uma dezena de li vros. A sua obra é considerada pela crítica como “enquadrável numa es tética pós-modernista e revela um universo enigmático onde o fingi mento e a sinceridade, o romântico e o clássico, a regra e o jogo conduzem às realizações mais lapidares e ex
pressivas.”
Foi vencedor do Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE / Câmara Municipal de Amarante 2019 com a sua obra Poemas Reu nidos.
* A autora não escreve segundo o acordo ortográfico
16 CULTURA.SUL POSTAL 7 de outubro de 2022 DIÁLOGOS (IN)ESPERADOS
Luís Castro Mendes, poeta, diplomata e antigo Ministro da Cultura em diálogo com Maria Luísa Francisco FOTO D.R.
Pessoa filósofo e a metafísica do Dr. Mora
MARIA JOÃO NEVES Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa
Ninguém duvida da profun didade de pensamento da poesia de Fernando Pes soa. Porém, o que talvez não seja do conhecimen to geral, é que Pessoa ortónimo escreveu deliberadamente textos filosóficos e criou um heterónimo, António Mora, que muito se dedicou à filosofia. De acordo com a biografia de Pessoa, elaborada por Richard Ze nith, António Mora surge num conto em 1909 “era um louco obcecado com a Grécia que usava toga e vi via num manicómio” em Cascais. O empenho neste texto esmorece mas, anos mais tarde, ressurge como Dr. António Mora, teórico do neopa ganismo que tem, juntamente com Ricardo Reis, a função de trazer os melhores aspectos da civilização gre ga para o mundo moderno.
No mês passado com o artigo “Afi nal como é o mundo?” abordámos o problema ontológico a partir das dificuldades em conciliar a física clássica com a física quântica. Agora veremos como o abordam Pessoa e Mora e que consequências daí ex trair.
Pessoa filósofo coloca a pergunta ontológica primordial: “o que é a realidade?” Em segundo lugar questiona-se sobre se o mundo que vemos pode ser considerado rea lidade. Caso o não seja, que será então? Daqui decorre o problema metafísico que Pessoa enuncia deste modo: “1. O mundo tem um começo no tempo e um limite no espaço? 2. A existência do mundo real é neces sária ou contingente?”
Através de António Mora esta in vestigação adquire uma forma mais sistemática. Num texto intitulado Introdução ao estudo da metafísica estabelecem-se doze princípios ba silares. Não sendo possível, devido ao limite de espaço, abordar todos eles, concentrar-me-ei nos que me parecem relevantes para a questão ontológica. O primeiro responde-lhe de forma directa e sucinta: “1. Há só duas realidades: a Consciência e a Matéria.”
O segundo princípio aborda imedia tamente o centro nevrálgico do qual deriva, para mim, um dos maiores problemas da nossa época: o ma terialismo científico. O Dr. Mora escreve: “2. A Consciência é para nós incognoscível; só podemos saber que ela é consciência. Mas não é só isto. Não pode ser conhecida, não há que haver conhecimento dela. Aqui
lo a que se chama ‘conhecimento’ é uma coisa que só se pode ter do mun do exterior. Conhecer uma coisa é apreendê la sob quantos aspectos ela comporta sob os nossos sentidos. Não pode portanto haver conheci mento da Consciência; porque, mesmo que conhecimento signifi que propriamente consciência, não há consciência da consciência, por muito que pareça que a há. A cons ciência é.”
De acordo com o ponto de vista do materialismo científico, o mundo físico é a única realidade existente. Geram-no forças naturais, impes soais e totalmente desprovidas de valores morais intrínsecos. Não só a vida em geral mas mesmo a vida humana, com os seus sentimentos e desejos, carece de valor ou signi ficado para além daquele que a ela própria se atribui. Esta doutrina considera ainda que todas as expe riências e acções são determinadas unicamente pelo corpo ou por forças impessoais do meio físico. Conclui que a consciência não desempenha qualquer papel pois não havendo a possibilidade de obter dados objec tivos a seu respeito a sua existência não pode ser corroborada. Mora não chega a este resultado aberrante, como vimos acima, afirma que a consciência é incognoscível mas é Não põe em causa a sua existência.
Quanto às diferenças de percepção esclarece-nos o ponto 3: “O mun do-exterior é real como nos é dado.
As diferenças que há entre a minha visão do mundo e a dos outros é uma diferença de sistemas nervosos. Os sistemas nervosos são partes des sa realidade exterior. (...) A ciência estuda — não as leis fundamentais do mundo-exterior, ou Realidade, porque não há leis fundamentais do mundo-exterior: ela é a sua pró pria lei — mas as normas segundo as quais os fenómenos se manifes tam, isto, não com o fim de saber, mas com o fim de utilizar para nosso conforto e proveito os ‘conhecimen tos’ adquiridos.” Aqui existe uma afinidade com a posição kantiana de acordo com a qual nunca jamais po deremos conhecer o que a realidade é em si - aquilo que Kant denominou númeno - podemos apenas conhe cer aquilo que percepcionamos: o fenómeno. Mora reduz também a ambição científica a uma questão de utilidade em vez de conhecimento. Saltamos o ponto quatro no qual se aborda o antropomorfismo que ca racteriza o modo humano de lidar com a natureza, e vamos directa mente ao ponto seguinte no qual se aborda a crescente complexidade do real: “5. Quanto mais a evolução se complica mais complexo e nítido vai sendo o nosso senso da Realida
de. Ela é cada vez mais real, mais material. Se a ‘espiritualidade’ im porta um apagamento do senso das coisas, nada há tão espiritual como uma amiba, e um pargo ou uma pescada têm vantagens espirituais sobre o homem. O espiritualismo, o idealismo são estados regressivos da mentalidade humana; como que saudades de épocas pré-humanas do cérebro em que o Exterior era menos complexo. A tendência espiritualista ou idealista é uma incapacidade de arcar de frente com a complexidade da Natureza. Querer simplificar a Natureza é querer ter dela um sen tido de peixe ou de invertebrado mesmo.” Mora reage fortemente às tentativas de simplificação do real com vista ao apaziguamento. Percebe-se que é com sarcasmo, embora de forma velada, que crí tica o pensamento religioso e o idealismo. Contudo, não se detém a apontar especificamente de que forma é que essa simplificação se dá. O ponto seguinte contribui apenas um pouco para este esclarecimento: “6. Querer encontrar às coisas um íntimo sentido, uma ‘explicação’ qualquer é, no fundo, querer sim plifica-las, querer pô-las num nível em que caiam sob um sentido só — o que aconteceu em épocas idas a bichos nossos antepassados pouco abundantes de sentidos.” O ponto 11. parece retomar em força esta tese de que o esforço em prol da unidade, implica uma simplificação que, por sua vez, implica um retrocesso: “A maioria das manifestações, a que é uso chamar superiores, do nosso espírito, são realmente regressos doentios a estados de consciência anteriores à humanidade. Já se mos trou que o sono dos faquires é uma regressão ao sono hibernal de certos animais. — O domínio do corpo, que os ditos ‘iniciados’ índios e outros pregam, mais não é do que um des vio da inibição.”
No ponto 7. estabelece-se o pro pósito utilitário de toda a ciência, filosofia e arte: “A função própria da inteligência é servir a vida. O em prego da inteligência, em filosofar, só pode ter, pois, legitimamente, um qualquer sentido utilitário. (Querer descobrir a verdade pode ter um fim utilitário no conceito religioso de querer saber qual deve ser a nossa conduta, para obter o paraíso, por ex.). A Ciência deve servir a vida. A arte tem por fim repousar o espírito.
É o sono das civilizações. A filoso fia entra na categoria da arte. — A filosofia foi primeiro uma ‘ciência’: tinha por fim descobrir a verdade para o fim utilitário de nos gover narmos na vida; porque, se se julga que há uma vida futura, com casti gos e recompensas, não é por certo
pouco importante saber-se o que se deve fazer para evitar uns e merecer outros. Hoje a filosofia deve passar a ser uma arte — a arte de construir sistemas do Universo, sem outro fim que o de entreter e distrair, publi cando belos sistemas.” Esta secção posiciona-se de forma displicente com respeito à filosofia, retiran do-lhe o seu propósito intrínseco - o desejo de conhecer, a inquietude intelectual que move o amante da sabedoria - desqualificando-a para uma tarefa de entretenimento. Tal como esclarece mais adiante: “To dos os sistemas filosóficos devem ser estudados como obras de arte. Nenhuma arte é feita com o fim de entreter, mas é para isso que ela ser ve. O artista toma o seu papel mais a sério.”
Sobre a função da arte versa o ponto 10: “A Beleza não existe. É um modo de repouso do espírito. O espírito, à medida que aumenta a sua activida de, busca novos modos de repouso. A arte é o mais elevado deles.” De preende-se que Mora postula que a beleza não é uma propriedade das coisas, daí a sua inexistência, é uma qualidade que o sujeito atribui ao objecto contemplado sendo cons titutivamente subjectiva. Também aqui se verifica o acordo com Kant, na sua terceira crítica, que versa so bre a faculdade de julgar, actuando de forma autártica a respeito da natureza e da arte. Ainda sobre as afinidades entre a metafísica e a ar te, Mora escreve num fragmento:
“A metafísica é uma arte porque
tem as características da obra de arte: a subjectividade (isto é, o ser a expressão de um temperamento), a incerteza da base em que assenta, e a directa inutilidade prática.”
Cumpre precisar que inutilidade não é necessariamente um mal. Mora, num texto intitulado A metafísica na sua essência, também o reconhece: “Só uma longa experiência huma na, acumulada e transmitida, pôde criar um tipo de homem primeiro inactivo, por quaisquer circunstân cias que atenuassem o estado de guerra inevitavelmente primitivo (primordial) entre os humanos, e depois, por apuramento especia lizado desses inactivos, o tipo já propriamente especulativo.”
Na Antiguidade Clássica, berço da nossa civilização, foi amplamente reconhecido que a filosofia - esse amor pelo saber em si mesmo, inde pendente da sua utilidade imediata - nasce do ócio. Quem a ela se dedi ca pode fazê-lo livremente, porque tem a sua sobrevivência assegurada. Facto em virtude do qual a filoso fia recebeu o epíteto de ciência dos deuses. O ócio era então muito bem visto. Contrariamente à nossa épo ca que só valoriza a utilidade e o negócio, que como o próprio nome indica, consiste na negação do ócio (neg-ócio).
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FILOSOFIA DIA-A-DIA
Café Filosófico | 20 Outubro | 18.30 AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Inscrições: filosofiamjn@gmail.com *A autora não escreve segundo o acordo ortográfico
O Algarve de Costa-a-Costa: Tesouros do Algarve
PAULO LARCHER Jurista e escritor
Os planos servem para isto mesmo: a gente faz um muito bem feitinho e mal se precata está tudo voltado de pernas para o ar. Este pensamento um tan to ou quanto melancólico aplica-se ao nosso(1) projeto de viajar à moda antiga de costa-a-costa por este lon go Algarve. “Então que se passa?”, perguntará o leitor alarmado com este toque de pessimismo. É que, estarão lembrados os leitores mais fiéis, esta viagem - vá lá!, peregri nação - teve como linha condutora as paragens do comboio. Esta ideia foi-nos aliás sugerida pelo início das tão aguardadas obras de eletrifica ção e melhoramentos da Linha do Algarve. Pareceu-nos que esta seria uma justa homenagem ao arranque das obras no troço Vila Real de Santo António-Faro.
Ora, se neste troço existe uma so breposição aceitável entre pontos de interesse e estações, já o mesmo não acontece no troço Faro-Lagos. E mesmo no troço anterior existem falhas, que tivemos que colmatar com o recurso ao velho automóvel.
São disso exemplo Alcoutim, Cas tro Marim e Cacela entre alguns outros. De facto, a nossa promessa inicial (e intenção) de utilizarmos exclusivamente o comboio foi aqui
e ali atraiçoada, a bem da descober ta de tesouros do Algarve menos icónicos mas não menos apaixo nantes. E quando iniciarmos o percurso Faro-Lagos a coisa vai piorar mais, pois a linha orienta -se a Norte antes de infletir para Oeste, mas dá-se ao luxo de falhar cidades como Loulé! Quem estiver interessado num resumo da histó ria do caminho de ferro algarvio e dos seus avanços e recuos, pode consultar a internet onde terá um primeiro vislumbre da incapacida de decisória nacional em matéria de grandes obras públicas. Enfim, quando lá chegarmos logo resolveremos esses problemas. Ago ra o que nos compete é referir que o atual trajeto do comboio - com ou sem eletrificação - não vai resolver todas as questões de mobilidade regionais, muito longe disso. Mas aproveitemos o que existe e rega lemo-nos com a beleza tranquila dos troços entrevistos a partir das janelas de uma carruagem (os vidros podiam estar mais lim pinhos…); nós o fizemos e muitos outros também, sobretudo estrangeiros e, sejamos francos, eles são atualmente e continuarão a ser no futuro os grandes utilizadores deste serviço.
Todavia, é com muitas hesitações e saudades já antecipadas que nos pre
paramos para na próxima crónica iniciarmos a segunda pernada desta viagem. Mas, é justo que eu o con fesse: esta suspensão da narrativa deve-se mais ao Homem Cardoso do que a mim. De facto, o meu ami go António é ainda mais guloso que fotógrafo e teimou em fotografar algumas das especialidades da doça ria algarvia e, como uma coisa leva a outra, acabámos por descobrir não um, mas dois tesouros. É conveniente precisar que temos viajado sem a companhia das nossas consortes e em matéria gastronó mica somos mais comedores que fazedores pelo que, sem consulto ria adequada, foi conversando aqui e ali, encostando-nos aos balcões das pastelarias que lá conseguimos entender os rudimentos desta arte. Primeira descoberta: a base de qua se toda a doçaria algarvia é o figo, a amêndoa e o incontornável açúcar. Existem doces chamados “queiji nhos de figo” e outros chamados “queijinhos de amêndoa”, cobrindo estas duas designações uma enor me variedade de feitios e sabores porque, para além deste básico, há que juntar os ovos, a canela, a aguardente de medronho, a gila (que nada mais é que a velha abóbora!), a laranja, o limão, o mel, a erva-doce, etc., etc. Toda esta parafernália dá origem a uma variedade muito acei tável: o doce fino, o morgado, o D. Rodrigo, o arrepiado, o florado e por aí fora, de modo que pedir ao empre gado um “queijinho”, por exemplo, não é suficiente para definir o que realmente queremos. Esqueci-me
de mencionar a alfarroba que com o seu fortíssimo sabor tem um papel não despiciendo na doçaria algarvia, sendo até habitual ver os turistas a pedir uma fatia de bolo composta pelas “três delícias” (o figo, a amên doa e a alfarroba).
Confesso que me fascinou o tom fortemente regional destes ingre dientes, cujas árvores produtoras desde tempos imemoriais cobrem os terrenos a norte da EN 125 até ao barrocal algarvio. Foi talvez por isso que o António, seguindo pistas que aqui e ali íamos coligindo, me fez abandonar o litoral e fazer rumo ao Norte, até arribarmos a S. Brás de Alportel pois, segundo ele, seria então aí a Fons Mirabilis da doçaria do Sotavento.
Mas não. Afinal não! Podíamos na verdade comprar por ali o que qui séssemos, pois tudo está disponível na cidade, mas a matriz da coisa, o verdadeiro útero, era ainda um pou co mais longe. Havia que marinhar pela mítica N2 até ao Sítio do Tesou reiro para podermos finalmente cumprimen tar a D. Fátima Galego, gran de artífice e timoneira de mão e vonta de firmes, há mais de qua renta anos ao leme da sua casa, Tesou ros da Serra! Foi aí que, com a auto
rização da proprietária, o António lhe desarrumou as montras e a sa la, e a mim me pôs a carregar um espelho pesadíssimo para captar a luz do Sol e trazê-la até aos ma ravilhosos bolinhos. Sentimo-nos atores ao fotografar esta tradição viva, tanto mais que a proprietária com uma firmeza cheia de generosi dade insistia para que provássemos um de cada exemplar dos néctares que íamos fotografando. Mas o melhor (apenas do ponto de vista intelectual, claro), estava ainda por chegar. Esperava-nos um mergulho na memória, não de dias, nem de anos ou séculos, mas sim de um bom par de milénios, na forma de uma imensa oliveira ali nasci da em tempos imemoriais e cuja provecta idade está amplamente certificada. Rodeámos devagar (e o António fotografou) o gigantes co lenho num respeito silencioso. Eu pensava nas conversas que esta árvore milenar poderia ter ouvido (se ouvidos tivesse), nas cenas a que assistira, nas línguas e costumes de que poderia ter sido testemunha taciturna. Talvez algum príncipe mouro ou até um dos nossos pri meiros reis se tivessem recolhido um dia à sua sombra. Ou um par de namorados. Ou um homem fa tigado de mourejar na terra. Ou… De tantas formas pensei e repensei que me deu a fome. Então levei dis cretamente a mão ao bolso e comi um dos saborosos queijinhos aí se cretamente guardados...
(1) Esta ideia e respectiva execução cabe-me a mim e ao Mestre António Homem Cardoso, da seguinte maneira: enquanto eu escrevinho ele fotografa.
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MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?
FOTOS ANTÓNIO HOMEM CARDOSO | D.R.
ESPAÇO AGECAL
Programação nas Artes Visuais
JORGE QUEIROZ Sociólogo. Sócio da AGECAL Programador de Artes Visuais e Exposições de Faro 2005Capital da Cultura e de museus
“A arte é a mentira para conhecermos a verdade”.
À
Pablo Picasso
medida que a humani dade, ao longo dos séculos, foi evoluindo do ponto de vista dos co nhecimentos e recursos tecnológicos, as artes acompanha ram essas mutações, surgiram novas concepções, disciplinas, téc nicas e instrumentos de trabalho artístico.
A humanidade expressa-se de várias formas e através da arte, de todas as épocas nos chegaram obras pro duzidas pelas diversas civilizações. Em todos os continentes encontra
mos expressões da espiritualidade humana, a arte inspirada pelo trans cendente e o divino.
Surgiram com o Renascimento e desenvolvimentos científicos “ga binetes de curiosidades”, espólios de viagens e conquistas, museus sobretudo a partir do século XVIII com o iluminismo, salões de arte, mercados para colecções públicas e de particulares com capacidades aquisitivas.
O aparecimento da fotografia no sé culo XIX colocou, à representação realista, a necessidade de encon trar novas concepções e práticas pictóricas. A fotografia mostrava a realidade e o momento, provocou alterações conceptuais, emergiram movimentos artísticos como impres sionismo, cubismo, surrealismo, abstracionismo, entre tantos outros. Nos últimos dois séculos o cinema e o vídeo, mais recentemente a arte digital e inúmeras variantes ligadas às novas tecnologias.
Debates sobre a função da arte e a possibilidade de interpretar signifi cados, envolveram pensadores como Marx e Freud, Nietzsche afirmava que “não existem factos, apenas interpretações”, Susan Sontag de fendia que “o estilo interpretativo escava e ao escavar destrói”, “inter pretar é empobrecer, exaurir num mundo de significados”.
Hoje dispomos de uma quantidade imensa de possibilidades de cons trução de programas que podem integrar conjuntos de obras apre sentados e apoiados em curadorias especializadas, existem ao dispor da programação espólios dos museus nacionais, de colecções publicas e privadas, para além da produção de autoria.
Na direcção e programação das ar tes são indispensáveis cultura geral e conhecimentos pluridisciplinares que permitam compreender o movi mento das ideias, os seus contextos sociais e expressões individuais,
formação adequada e profissiona lização. Neste contexto, amplo e variado, a história e sociologia da cultura e das artes são indispensá veis.
Não há programação em abstrac to, esta não é uma sucessão avulsa de alinhamentos expositivos sem reflexão de prioridades, direcção estratégica e critérios de escolha.
O plano e programa estabelecem-se de acordo com a natureza publica ou privada das instituições promotoras, a missão, se detêm colecções ou es pólios significativos, se prosseguem funções investigativas, educativas e pedagógicas de desenvolvimento sociocultural ou como finalidades o mercado das artes, caso de gale rias de arte, empresas de edição e produção.
A forma de conceber a exposição, de signada por museografia e também cenografia, sobretudo nas que fazem o encontro com as artes performati vas e os audiovisuais.
É fundamental conhecer as ca racterísticas da cidade, dos seus habitantes e visitantes, as exposições devem ser concebidas para acesso de camadas da população com interes ses específicos, de diferentes grupos etários e origens, democratizando o conhecimento e valorizando o local. Em todas as esferas do conhecimen to e de intervenção são necessárias formações nos diversos domínios da cultura, dada a complexidade dos assuntos a especialização das activi dades e temas. Mantem-se no País a necessidade da oferta formação su perior em gestão cultural para níveis de concepção/direcção e gestão dos recursos culturais, com especializa ções e cursos técnico-profissionais em áreas complementares, como produção e museografia, comuni cação externa e interna, economia da cultura, avaliação de actividades, segurança e mobilidades...
*O autor não escreve segundo
acordo
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o
ortográfico
PUB.
Lições, de Ian McEwan
PAULO SERRA Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL
Lições é o mais recente romance do autor britânico Ian McEwan. Como tem vindo a ser habitual, foi lançado em Portugal em si multâneo com a edição original inglesa, no passado dia 27 de setembro. A tradução é de Maria do Carmo Figueira. Todas as suas obras são publicadas em Portugal pela Gradiva.
Talvez a primeira coisa a dizer sobre o livro seja a sua extensão, uma vez que este romance se estende por mais de 600 páginas, atingindo uma dimensão pouco usual nos romances do autor, geralmente bastante breves, centrados em momentos precisos da vida das per sonagens. O tamanho de Lições pode indiciar desde logo que se trata de um romance ambicioso, apresentado como uma “meditação poderosa sobre o curso da história através do espelho da vida de um homem”.
A sinopse do romance descreve-o como “a história íntima épica da vida de um homem através de gerações e convulsões históricas: da Crise de Suez à Crise dos Mísseis de Cuba, da queda do Muro de Berlim à actual pandemia”. Roland Bai nes, o protagonista, “cavalga a maré da história, mas mais frequentemente luta contra ela.”
Narrado na terceira pessoa, a partir da perspetiva de Roland, este livro agarra-nos logo nas primeiras linhas (que podemos inclusive ouvir lidas pelo próprio autor num vídeo de apresentação do romance no canal de Youtube da Gradiva).
“Memória de insónia”
“Era uma memória de insónia, não um sonho. Era outra vez a lição de piano — o chão com mosaicos alaranjados, uma janela alta, um piano vertical novo numa sala vazia, perto da enfermaria.
Tinha onze anos e estava a tentar tocar o que outros talvez conhecessem como o primeiro prelúdio do Livro Um de O Cravo Bem Temperado de Bach, versão simplificada, mas ele não sabia nada disso. Não sabia se era famoso ou desco nhecido. Não tinha quando nem onde. Não conseguia conceber que alguém se tivesse dado ao trabalho de escrever aqui lo. A música, ali, era simples, uma coisa de escola, ou obscura, como um pinhal no Inverno, exclusivamente sua, o seu labirinto privado de profunda tristeza. Nunca o deixaria partir.” (p. 11) Este parágrafo inicial, ritmado e burilado como um prelúdio musical, dá o tom ao primeiro capítulo do livro, em que uma memória se torna tão nítida e presente que se torna difícil distinguir, ao longo das primeiras páginas, se a prosa remon ta às vivências de Roland, aos 11 anos, ou se estamos simplesmente a ouvir os pensamentos de um Roland com 37 anos que se deixa evadir até às suas próprias memórias:
“Nos últimos tempos, tinha de fazer um esforço de concentração para se manter durante muito tempo no presente. O pas sado era muitas vezes uma passagem de memórias para fantasias inquietantes. Ele atribuía-o a cansaço, ressaca, con fusão.” (p. 28)
Ao longo do capítulo inicial são tão constantes quanto subtis estes avanços e recuos entre o menino e o adulto. O Roland que aos 11 anos sente um misto de fascínio com desejo, ao mesmo que tempo que encontra em Miss Miriam Cornell, a professora de piano, um subs tituto para a mãe. Miss Cornell dar-lhe-á lições de piano da mesma forma que, anos depois, toma a cargo a educação sexual de um jovem Roland, moldan do-o indiferenciadamente para as lides domésticas, para ser um pianista exímio e um esmerado amante. Por outro lado, o Roland adulto atravessa uma espécie de crise de “meia-idade” quando se vê aban donado pela mulher Alissa. Uma fuga tão súbita e inexplicável que não só deixa Roland Baines a cuidar do filho Lawren ce, com 7 meses, como o lança sob a mira de uma investigação policial. Até que os postais que a mulher vai enviando na sua passagem pela Europa o ilibam do seu súbito desaparecimento (e de uma suspeita de assassinato), tornando cla ro que Alissa simplesmente não estava pronta para a “mtrndd” (p. 106), como se a própria abreviatura desnecessária de “maternidade” fosse antes uma palavra truncada que ela se vê incapaz de expli citar por escrito. Como consequência, Roland vê-se então inquebrantavelmente acorrentado a assumir as funções da mãe em exclusivo.
O constante rememorar perpassa a narrativa, embora as analepses sejam definidas mais claramente nos capítulos seguintes. Numa narrativa que se desfia como um novelo, repartida entre vários momentos históricos e pela retrospetiva
de várias personagens, explicita-se gra dualmente como Roland, o mesmo que em tempos estudou num colégio interno, povoado com os “sotaques cockney” dos colegas (p. 85), está agora falido e sem rumo profissional. A reinvocação cons tante de memórias acentua a natureza desconstruída de um romance de forma ção escrito às avessas, em que o Roland adulto se confronta com o jovem que, aos 14 anos, apesar do sentido de promessa e da educação recebida, deixou perder a vida. Um jovem que prometia ser um pia nista brilhante, como se augurava num jornal, torna-se depois um “medíocre satisfeito”, vagueando por vários empre gos, sem terminar a sua formação, entre instrutor de ténis, jornalista freelance, e aspirante a poeta (a mulher também almejava escrever um romance). “Era bastante comum Roland e os rapa zes da sua idade, ao tornarem-se adultos em Inglaterra, pensarem nos perigos que nunca tiveram de enfrentar. Com leite gratuito em garrafas de quinze mililitros, o Estado garantira o cálcio para os os sos do jovem Roland. Tinha lhe ensinado um pouco de latim e física de graça e até alemão. (…) A sua geração também teve mais sorte do que a seguinte. Aninhada confortavelmente no colo da história, nu ma pequena prega de tempo, a comer o creme todo. Roland tivera a sorte histó rica e todas as oportunidades. Mas ali estava ele, falido, numa época em que o Estado bondoso se tinha tornado uma ví bora. Falido e dependente do que restava da sua fartura — o soro do leite.” (p. 149)
para onde ia. Para chegar ali vinda da Ucrânia soviética teria atravessado ou tros países (…) Um desastre numa central nuclear, uma explosão e um incêndio num local distante chamado Cherno byl.” (p. 49)
infância de Roland, em recuos sucessi vos, desde que vivia na Líbia, em Trípoli, até à sua entrada num colégio interno britânico aos 11 anos.
“Ele e os pais tinham chegado a Londres, vindos do Norte de África, no final do Verão de 1959. Dizia se que estava a haver uma onda de calor — uns meros trinta graus centígrados — «abrasador», uma palavra nova para Roland.” (p. 53)
Chernobyl
Como se todos estes reveses não bas tassem a uma vida soçobrada, Roland atravessa ainda um momento de crise, como subitamente nos é dado a entender, de forma ligeira: “abriu o jornal para ler outra vez a manchete. Era uma espécie de ficção científica, sem graça e apoca líptica. Claro. A nuvem sempre soubera
Muitos
Depois de cerca de duas dezenas de pá ginas entre recordações e descobertas, a ação situa-nos assim, finalmente, num dia frio na Primavera de 1986. Esta nuvem que ameaça particularmente as crianças leva-o a procurar iodo, pois “protegia a vulnerável tiróide das radiações” (p. 50). Mas a sua passagem por várias farmá cias é em vão pois está esgotado. A nuvem radioactiva que chega à Grã Bretanha obrigá-lo-á a calafetar janelas, a separar a roupa por causa das poeiras, a desinfec tar-se cuidadosamente no banho. Uma série de medidas que nos remetem para um outro período da história bem mais recente, onde se combatia um inimigo igualmente invisível que se transportava pelo ar, em que a negligência de certos governos e a sensação de imunidade pa recem ter permanecido impunes: “A manchete não era tão alarmante como o título que estava por baixo em letras mais pequenas: «Autoridades de saúde insistem que não existe qualquer risco para a população». Exactamente.
A barragem vai aguentar. A doença não vai espalhar se. O presidente não está gravemente doente. Das democracias às ditaduras, a calma acima de tudo.” (p. 49)
A metáfora da nebulosa, como ameaça externa, atravessa igualmente a narrati va, com novos cambiantes, como quando se descreve a nuvem “que pairava sobre as relações familiares. Essa nuvem era uma característica aceite da vida.” (p. 68)
Ou ainda a nuvem como símbolo de ilu são, como poeira nos olhos: “Por toda a Europa havia uma nuvem de auto ilusão. Um canal de televisão da Alemanha Oci dental convenceu se de que o miasma radioactivo não contaminaria o Ociden te, mas apenas o Império Soviético, como que por vingança.” (p. 98) É também através desta nuvem que se estabelecem subtis relações entre o Leste e uma ilha que se quer acreditar isolada do mundo.
A guerra como constante histórica
Lançadas as principais pistas da intriga no primeiro capítulo, no capítulo seguin te acompanhamos exclusivamente a
O capítulo dois abre assim com um tom predominantemente narrativo, disposto a arrumar a vida do jovem Roland, ao mesmo tempo que desfia a história dos pais (Robert Baines, o pai, é capitão de um contingente do exército inglês na Líbia) e, depois, no capítulo terceiro, a história de Jane Farmer, a mãe da sua mulher Alissa, que percorre a Alemanha no rescaldo da Segunda Guerra.
A guerra como constante histórica per passa estas várias vidas, ficando clara a ideia de que por muito distantes e remotos que sejam os acontecimentos o destino é moldado por eles: “Roland reflectia de vez em quando sobre os acon tecimentos e acasos, pessoais e globais, minúsculos e monumentais que tinham formado e determinado a sua existên cia. O seu caso não era especial — todos os destinos são criados de forma seme lhante. Não há nenhum acontecimento público que tenha tanto impacto sobre a vida das pessoas como a guerra.” (p. 217)
O autor entrelaça assim nesta magistral narrativa as vidas privadas das várias personagens com os principais aconteci mentos da história contemporânea das últimas décadas, desde a Primeira Guer ra, até à recente pandemia, passando por Dunquerque, pelo final da Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, uma Alemanha divida pelo Muro de Berlim, a ameaça de uma Terceira Guerra, a Guerra das Malvinas, etc.
Um romance que nos fala das lições de um jovem como quem exorta a Huma nidade a recordar as lições que a História nos tem dado e continua a dar, ainda que nem sempre procuremos atentar nos seus ensinamentos.
Ian McEwan nasceu a 21 de junho de 1948, em Aldershot, Inglaterra. Vive atualmente em Londres. É autor de mais de uma dezena de romances, como os mais recentes Numa Casca de Noz, Má quinas como Eu, e A Barata. Muitos dos seus livros foram adaptados para o gran de ecrã: O Jardim de Cimento; A Criança no Tempo (vencedor do Whitbread Award 1987, adaptado a telefilme); O Inocente; Estranha Sedução; O Fardo do Amor; Amesterdão (vencedor do Booker Prize em 1998); Expiação (prémios US National Book Critics Circle 2002 e WH Smith 2002 para o melhor livro de fic ção); Na Praia de Chesil (nomeado para Galaxy Book of the Year 2008 nos British Book Awards onde o autor foi também nomeado para Reader’s Digest Author of the Year); A Balada de Adam Henry (com interpretação de Emma Thompson).
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Livro
conta a história íntima épica da vida de um homem através de gerações e convulsões históricas Ian McEwan é autor de mais de uma dezena de romances FOTO HELEN CATS / D.R.
dos livros de Ian McEwan foram adaptados para o grande ecrã FOTO ANNALENA MCAFEE / D.R.
Os Abismos, de Pilar Quintana
por ser tão ausente, mesmo estando presente, e fria com a filha, como a sua mãe foi com ela. Claudia-filha consegue a proeza narrativa de nos dar conta da indiferença e por vezes mesmo do desprezo da mãe sempre de forma isenta, distanciada, como se nem se apercebesse do desamor a que é votada. Depois de uma história que corre mal, a mãe, em depressão, prefere claramente ficar na cama a ler revistas, perdida em histórias trá gicas de atrizes como Grace Kelly ou Natalie Wood, ou o desaparecimento inexplicado de Rebeca.
Os Abismos, de Pilar Quintana, com tradução de Pedro Ra poula, é uma das novidades da Dom Quixote na rentrée editorial. Um ano depois de A Cadela, um dos grandes livros de 2021, finalista do National Book Award em 2020, Pilar Quintana presenteia-nos com um romance de tensão psicológica crescente, que recebeu o Prémio Alfagua ra 2021. São cerca de 200 páginas que precisam ser lidas de uma assentada, tal como acontecia no romance anterior. A linguagem é igualmente límpida e sóbria, mas a narrativa é-nos agora contada pela perspetiva de uma criança, permitindo ao leitor partilhar da sua perspetiva ingénua dos acontecimentos. Contudo, a ingenui dade, e com ela a infância, também tem um fim…
Claudia tem cerca de nove anos e é filha única. Os acontecimentos que nos rela tam giram sempre à volta da mãe, que apelida a filha de “homónima”. O pai, com idade para ser seu avô, passa os dias no supermercado, que gere com a irmã, pelo que Claudia só recebe afeto, silencioso e distraído, quando ele chega a casa ao final do dia. Enquanto isso, a casa ganha vida própria, com uma selva de plantas que pa recem sobreviver mesmo sem cuidados, adensando o mistério no coração da nar rativa – à semelhança do que acontece em A Cadela, a natureza selvagem e indómita parece uma analogia das pulsões mais profundas das personagens femininas.
Claudia-mãe decidiu não trabalhar pois não queria ser uma mãe descuidada como a sua. Curiosamente, ambas as mães pas sam o tempo todo em casa, e Claudia acaba
Ao longo da narrativa, são múltiplos os abismos que surgem e inúmeras as alusões a finais trágicos de mulhe res infelizes, presas em casamentos inanimados, criando-se um ambiente opressivo e desanimador para uma criança que apenas reclama algum afeto físico e algum elogio da mãe en simesmada. Por fim, quando Claudia finalmente compreende que a mãe nunca a tratará com o carinho que ela dedica à sua boneca Paulina, é a altu ra de tomar o seu destino nas mãos, abandonando definitivamente a inge nuidade e, também, a sua inocência. “Queria enfrentar novamente o abismo, sentir qualquer coisa agra dável na barriga e aquele medo, a vontade de saltar e fugir.” (p. 124)
Os Abismos não nos atinge visceral mente como o romance anterior, em que as peças só se encaixam quando saímos da história e nos permitimos respirar. Há um paralelismo claro
Simón, de Miqui Otero
com o romance Rebecca, de Daphne Du Maurier. A pujança desta narra tiva reside na sobriedade da escrita, nos indícios subtis que espelham o triste drama de uma criança que
medra como uma planta bravia, apesar do descuido e agruras e, mui to especialmente, no anulamento da autora, que deixa os mecanismos narrativos falarem por si.
Simón, de Miqui Otero, com tradução de J. Teixeira de Aguilar, foi agora publicado pela Dom Quixote.
Vencedor do prémio OJO Crítico 2020, apareceu em todas as listas de melhores livros do ano das principais publicações da imprensa espanhola. Muito bem recebido pelos leitores e pela crítica, tem já um pro jeto de adaptação audiovisual.
Este livro com mais de 400 páginas é afi nal a história de uma vida inteira. A vida de Simón - pelo menos até aos seus trintas. Simón tem 8 anos, em 1992, passa os dias no bar da família, e nutre uma adoração pelo seu “primoirmão” Ri cardo Rico, dez anos mais velho, que
lhe apresenta o mundo como uma aventura, mostra-lhe truques de ma gia, o introduz nos romances de capa e espada e lhe sublinha os livros que recomenda. Rico vive ele próprio uma estranha história de mistério, propen so a desaparecer na noite e a aparecer no dia seguinte com uma Vespa. Páginas depois, o primo desapareceu su bitamente na noite, sem ninguém saber dele ou o que aconteceu a um suposto “tesouro” de que todos falam, mas nin guém sabe de que se trata. Contudo, a sua influência perdura, nomeadamente a forma (nefasta?) como levou Simón a confiar que a ficção explica a vida e a imaginar-se como um “espadachim de fim de século” (p. 121). É emblemático o episódio em que Simón tenta calçar os “ténis gigantes Converse All Star pre tos” que o primo Rico lhe deixou aos pés da cama, anos antes (p. 73).
Dois anos depois, Simón trava ami zade com uma jovem da sua idade, a fascinante Estela, de cabelo verde (que
evoca Rosa, de A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende), a quem passa a aju dar a vender livros na feira da ladra de domingo. Entretanto, continua a procurar pistas que expliquem o que aconteceu ao primo, ao mesmo tempo que começa a “inventar-se” como uma personagem de livro, a construir-se, a “acreditar nela”, a “agir como tal” (p. 172); inclusivamente Simón pensa no discurso rebuscado e floreado dos romances que lê.
Com saltos temporais a cada 2 anos, aproximadamente, entre 1992 e 2018, acompanhamos o percurso de Simón.
“O nosso herói não sabia uma coisa que talvez o tivesse consolado e é uma pena que ninguém lho dissesse: Simón, vais ver, crescerás, às vezes mesmo que não queiras e às vezes depressa de mais. Olha: daqui a duas páginas apenas terás mais dois anos.
Sim, prometo-to. Não, não te posso prometer mais nada. Para já.” (p. 74)
Um romance de formação atual, ple
no de aventuras pícaras, com desfecho cómico; peripécias que ilustram uma frase que ressoa ao longo da narrativa: “o acaso pode desordenar a vida mas ordena a ficção” (p. 70). É também nes ses momentos determinantes em que a vida se desordena para Simón que o narrador se imiscui, como uma voz off que fala com o leitor, num jeito cúmpli ce, sabendo que a personagem não nos ouve: “Não abras os olhos. Enquanto não o fizeres tudo é possível.” (p. 282) Um romance original e encantatório que é também uma elegia ao poder da li teratura de transfigurar ou, pelo menos, servir como um escape de consolação às nossas vidas. A certa altura, podemos ler como afinal os romances são “para se lerem enquanto se tenta procurar uma vida e não para os viver por den tro nem para os protagonizar” (p. 286). Resta saber se nessa épica bebida nos livros, com que por vezes imaginamos a nossa existência, o tempo, que age co mo o verdadeiro critico literário, tem o
condão de nos acordar da desfaçatez de nos sonharmos como personagens.
Miqui Otero tem dois romances an teriores ao sucesso de Símon, que esperamos virem a ser publicados por cá. Este é considerado o seu melhor li vro, um dos grandes romances do ano, numa voz muito própria em que res soam ecos de Marsé ou Mendoza.
21CULTURA.SULPOSTAL 7 de outubro de 2022
Obra recebeu o Prémio Alfaguara 2021
Livro é considerado um dos grandes romances do ano
LETRAS & LEITURAS
A escritora colombiana Pilar Quintana FOTO RICARDO RONDÓN / D.R.
Miqui Otero tem dois romances anteriores ao sucesso
de
Símon
FOTO
ELENA BLANCO / D.R.
ANÚNCIOS
Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. D.F.
Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.
VENDE-SE ou ARRENDA-SE
localização
barragem,
da cidade de Tavira
Pomar de citrinos: 8.158 m2
de semear: 8.000 m2
de semear: 9.788 m2
de citrinos e terra de semear 6.370 m2
total: 32.316 m2
918 201 747
ANÚNCIO DE PREFERÊNCIA
O abaixo assinado Karl Josef Arthur Baldesberger, Suiço, casado, com o Nif 177203307, residente em Luzerner Str 31, 6353 Weggis, Luzern, Suiça, na qualidade de proprietário do prédio rústico sito em Quatrim do Norte, da União das freguesias de Moncarapacho e Fuzeta, concelho de Olhão, inscrito na ma triz sob o artº 310 Secção BD, com a área de 25.600 m2 encontrando-se impedido pela Repartição de Finanças competente de ter acesso aos titulares dos prédios rústicos adjacentes e respectivas moradas, inscritos sob os arti gos rústicos 134, 150, 251, 261 e 263, todos da Secção BD, para o exercício do direito legal de preferência, uma vez que vai alienar o imóvel a Ezequiel Rosário R. Mendonça, casado, residente em França, com o Nif 282046402, pelo preço total de 84.000,00 € com sinal de 10 % ora e a escritura notarial a ser efectuada no prazo máximo de 45 dias (até 15/11/2022) vem dar assim conhecimento da preferência legal da venda, no prazo legal de 8 dias a contar desta data de publicação.
Feito em Faro, a 3/10/2022
O legal representante
J. Vitor Silva, advogado, Nif 129671606, com escritório na Rua Almeida Gar rett 10 – 1º Faro.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1293, 7 de Outubro de 2022)
Exercício do Direito Preferência
Para efeitos dos termos conjugados do disposto nos artigos 225º e 416º, aplicáveis por força do nº 4 do artigo 1380º todos do Código Civil, os proprietários do imóvel abaixo identificado (Vendedores), atenta a impossibilidade de notificar os proprietários dos prédios confinantes ao referido imóvel que sejam titulares de direitos de prefe rência legais na venda do mesmo (Preferentes Legais) nas respectivas moradas e/ou identificar o paradeiros dos mesmos, vêm comunicar por este meio aos Preferentes Legais a sua intenção de proceder à venda do referido imóvel expondo infra as princi pais condições do projecto de compra e venda (transacção projectada) para exercício dos respectivos direitos legais de preferência: Imóvel, Vendedores, Compradores, Preço, Condições de Pagamento, e Data da Escritura:
O imóvel a transmitir corresponde ao prédio misto, sito em Morenos, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, inscrito na respectiva matriz predial a parte urbana sob o artigo urbano 2754 e a parte rustica sob o artigo 48136, ambos da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 4164, da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, que constituem uma única unidade predial.
Vendedores: ALAN RICHARD BATTEN, NIF 206720416, e mulher SUSAN ROBERTA
BATTEN, NIF 206720467, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte, ambos de nacionalidade Britânica, residentes habitualmente Whitewalls, Church Road, Shedfild, Southampton, Hants, SO32 2 HY, Inglaterra.
Compradores: MICHEL HUBERT P LIESMONS, NIF. 310955491 e mulher ANNICK COLMAN NIF. 310957931, casados sob o regime belga da comunhão geral de bens, naturais respetivamente de Tienen, Bélgica e Leuven, Bélgica, residentes em 1981 Zemst, Kerkhoflei 53, Bélgica.
Preço: O preço global de 639.000,00 €, sendo o preço de 114.000,00 € relativos ao artigo rústico 48136, e 500.000,00 € relativos ao artigo urbano 2754 da fre guesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira e 25.000,00 € para mobiliário e equipamentos.
Condições de pagamento: O preço global de 639.000,00 €uros, será pago o mon tante de 150.00,00 €uros no acto do contrato de promessa de compra e venda, e o remanescente no valor de 489.000,00 €uros no acto da escritura de compra e venda.
Data da escritura: O contrato definitivo de compra e venda será outorgado através de escritura pública de compra e venda será outorgada no dia 31 de Outubro de 2022, pelas 12,00 horas no Cartório Notarial de Faro a cargo da Drª Maria do Car mo Correia sito na Rua do Pé da Cruz, nº 14-A, em Faro.
O prazo para o exercício de preferência pelos referidos Preferentes Legais é de 8 dias corridos contados da publicação do presente aviso, nos termos do disposto no nº 2 do artigo 416º, aplicável por força do nº 4 do artigo 1380º do Código Civil, e dos artigos 225º e seguintes do Código Civil sob pena de caducidade do respectivo direito de preferência.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1293, 7 de Outubro de 2022)
Agradecimento
22 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 7 de outubro de 2022
Agência
Funerária Santos & Bárbara, Lda.
MANUEL
ZARCOS GUERREIRO PALMA 07-07-1942 27-09-2022
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. SALVADOR - BEJA SÉ E SÃO PEDRO - FARO MANUEL DIAS BORGES 21-01-1942 22-09-2022 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. BISCOITOS - VILA DA PRAIA DA VITÓRIA QUELFES - OLHÃO ANTÓNIO GOMES PEREIRA 18-07-1940 19-09-2022 Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. GIÕES - ALCOUTIM SÉ E SÃO PEDRO - FARO
4 terrenos agrícolas com excelente
e acessibilidade, com água da
situados na Asseca a 3 minutos
è
è Terra
è Terra
è Pomar
è Área
Contacto:
CONVOCATÓRIA
Convocam-se todos os associados da Associação Oncológica do Algarve (AOA) para a Assembleia Geral Ordinária a
EDITAL
Considerando que, tendo sido efetuado um Contrato de Promessa de Compra e Ven da, referente ao terreno rústico, Almargem, confrontando a Norte com Manuel Joa quim, a Sul com EN-TAVIRA-VRSA, a Nascente com Fazenda do Pirineu e a Poente caminho limite da freguesia, registado nas Finanças com o Artigo Matricial nº11603 (área 36000m2), registado na Conservatória dos Registos Civil e Predial, Comercial e Automóveis de Tavira com o nº 492, com as seguintes condições do negócio: O preço global da venda é de 160.000,00 € (cento e sessenta mil euros), sendo atribuído e será pago pelos COMPRADORES aos VENDEDORES da seguinte forma:
a) Como sinal e princípio de pagamento, os COMPRADORES entregaram aos VENDE DORES, o valor total do sinal de 15.000,00 € (quinze mil euros) em 26 de setembro de 2022.
b) A parte remanescente do preço no valor de 145.000,00 € (cento e quarenta e cinco mil euros), será pago pelos Compradores da seguinte forma:
c) NA Outorga da escritura de compra e venda, que está prevista realizar - se até 27 Outubro de 2022, os COMPRADORES entregam aos VENDEDORES a quantia de 65.000,00 € (sessenta e cinco mil euros
d) Até ao dia 30 de junho de 2024 os COMPRADORES entregam aos VENDEDORES a quantia de 15.000,00 € (quinze mil euros);
e) Até ao dia 30 de junho de 2025 os COMPRADORES entregam aos VENDEDORES a quantia de 18.500,00 € (dezoito mil e quinhentos euros);
f) Até ao dia 30 de junho de 2026 os COMPRADORES entregam aos VENDEDORES a
23CADERNO ALGARVE com o EXPRESSOPOSTAL 7 de outubro de 2022
quantia de 22.500,00 € (vinte e dois mil e quinhentos euros); g) Até ao dia 30 de junho de 2027 os COMPRADORES entregam aos VENDEDORES a quantia de 24.000,00 € (vinte e quatro mil euros); O presente Edital, tem como propósito, dar a opção ou não do exercício do direito de preferência, aos confinantes dos referidos prédios rústicos, com base nos termos legais aplicáveis, nomeadamente artigos 1380º, nº 1 do código civil; 18º, nº 1 do DL nº 348/88, de 25/10. Conceição e Cabanas de Tavira, 21 de setembro de 2022 (POSTAL do ALGARVE, nº 1293, 7 de Outubro de 2022) ANÚNCIOS ASSINA o teu Jornal Nome Morada POSTAL do ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, 13C 8800-412 Tavira AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL DO ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias. NOTA: Os dados recolhidos são processados automaticamente e destinam-se à gestão da sua assinatura e apresentação de novas propostas. O seu fornecimento é facultativo. Nos termos da lei é garantido ao cliente o direito de acesso aos seus dados e respectiva atualização. Caso não pretenda receber outras propostas, assinale aqui. Assine através de DINHEIRO, CHEQUE ou VALE POSTAL à ordem de POSTAL DO ALGARVE Assine através de DÉBITO DIRECTO 40€ 33€ BancoNome do Titular ASSINATURA IDÊNTICA À CONSTANTE NA FICHA DO BANCO TITULAR DA CONTA PT50 Recebe o em primeira mão Distribuído em toda a região do Algarve com o Data Nasc. / / Cód. Pos. NIF _ _ _ _ _ _ _ _ _ Tel _ _ _ _ _ _ _ _ _ Email w w w P r e v i a S a f e p t T e l : 2 8 9 3 9 3 7 1 1 | 2 8 9 8 2 4 8 61 g e r a l @ p r e v i a p t
realizar no dia 28 de outubro, às 16:30 horas, na sede da AOA, situada no Largo das Mouras Velhas, n.º 16, 8000-139 ,Faro, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Apresentação, discussão e votação do Programa de Ação para o ano 2023; 2 - Apresentação, discussão e aprovação do Orçamento para o ano 2023. Caso à hora marcada não esteja presente o número de associados necessário para formar quórum, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, com o número de as sociados presentes. Faro, 14 de setembro de 2022 A Presidente da Assembleia Geral Dra. Nídia Maria Manjua Brás Jesus (POSTAL do ALGARVE, nº 1293, 7 de Outubro de 2022) Chegue mais longe com Contacto: 281 405 028 anabelag.postal@gmail.com
NOVO HOTEL vai ser construído no centro da cidade de Faro
UM NOVO hotel vai ser construído no centro de Faro, perto da doca e das principais atrações turísticas, num lo cal com uma área bruta de construção de 6.500 metros quadrados em frente do terminal rodoviário, na avenida da República. Em comunicado, a JLL, empresa especializada em imobiliário e gestão de investimento, adiantou ter vendido a um grupo de desenvolvi mento de projetos imobiliários um conjunto de “ativos imobiliários” para construção de um novo hotel em Faro. “A JLL, em representação de um in vestidor privado, acaba de concluir a venda ao Grupo Mercan Properties de um conjunto de ativos imobiliários […] para construção de um novo hotel no centro de Faro”, lê-se na nota. Fonte da Câmara de Faro disse à agência Lusa que o novo projeto de reabi litação e promoção imobiliária fica situado frente ao terminal rodoviário da cidade, na avenida da República, junto à doca de Faro. O Grupo Mercan Properties é responsável pelo desen volvimento de projetos imobiliários no ramo do turismo em Portugal e conta atualmente com 19 projetos em localizações como Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Lisboa, Amarante, Évora e Algarve.
Grupo Clara Saúde inaugura clínica ao lado do Motoclube de Faro no sábado
Ogrupo Clara Saúde vai inaugurar uma nova clínica na capital algarvia no próximo sába do, entre as 08:00 e as 17:00.
A unidade de saúde está situa da na Praça Paul Harris, nº 3 e 4, ao lado do Motoclube de Faro.
Durante o dia terão lugar duas sessões de boas vindas, às 10:00 e às 15:00, e algumas surpresas e o grupo Cla ra Saúde convida “todos os que queiram vir conhecer as nossas novas instalações e te remos à vossa espera alguns aperitivos, bebidas, algumas ofertas e avaliações gratuitas com os nossos profissionais”.
O grupo Clara Saúde é uma empresa especializada em análises clínicas e comprome tida “em prestar os melhores
CÂMARA DE LOULÉ procura imóveis para habitação pública
A CÂMARA de Loulé lançou uma consulta ao mercado imobiliário para a aquisição e arrendamento de imóveis destinados à habitação, com o objetivo de apoiar famílias caren ciadas ao abrigo da Estratégia Local de Habitação. A consulta decorre até ao dia 31 de outubro, devendo as pro postas destinar-se exclusivamente a fins habitacionais, respeitando ape nas a imóveis localizados no concelho de Loulé, nas tipologias de T1 a T4, com condições de habitabilidade e que não careçam de obras de reabili tação, conservação ou remodelação, especificou. Os imóveis devem dispor de todas as redes de infraestruturas em funcionamento, designadamente, água, saneamento, drenagem, ele tricidade e telecomunicações, bem como da documentação atualizada. A autarquia adianta que a iniciativa pretende reforçar o conjunto de ações que permitam cimentar as soluções habitacionais no concelho, com o obje tivo de apoiar cerca de 1.400 famílias, até 2030, ao abrigo da Estratégia Lo cal de Habitação. As propostas podem ser entregues através de via postal ou do ‘email’
Olhão alarga serviço de emergência animal
serviços de saúde e diagnós tico”. Há cerca de um ano expandiu-se para o Algarve, vindos de Pinhal Novo, onde se encontra neste momento o laboratório principal e a sede da empresa. No Algarve as clínicas mé dicas estão localizadas em Sagres, Lagos, Armação de Pêra, Quarteira, Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Nestas clínicas o grupo dis ponibiliza consultas médicas de diferente especialidades e a realização de análises clíni cas, incluindo testes à covid-19 pelo Serviço Nacional de Saú de (SNS) e seguradoras, com emissão de certificado.
Análises Clínicas, Fisiotera pia, Ginecologia / Obstetrícia, Medicina Geral e Familiar, Oftalmologia, Pediatria, Psi
cologia, Testes diagnóstico Covid-19, Testes Imunidade / Anticorpos Covid-19, Me dicina Estética e Medicina Alternativa são os serviços disponibilizados pela Clara Saúde de Faro, que funciona de segunda a sábado, entre as 08:00 e as 17:00.
A clínica tem como principal especialidade a Gastroen terologia, que terá abertura esperada para o início do pri meiro trimestre de 2023.
O Grupo Clara Saúde nasceu em 2010 pelas mãos do seu fundador e atual líder, Carlos Clara. Licenciado em Medicina na Universidade de Coimbra, especialista em Patologia Clí nica, pós-graduado em Gestão na Universidade Católica, di retor do Serviço de Patologia Clínica, no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo.
Feira da Praia regressa a Vila Real de Santo António
A Câmara de Olhão decidiu que o serviço de recolha de animais passa a funcionar, a partir de 01 de novembro, em permanência, 365 dias por ano. O município avança que “também a forma como os cidadãos reportam este tipo de ocorrências será simpli ficada e centralizada, passando a efetuar-se através de um nú mero único de telefone, que será divulgado oportunamente”. Até agora, os Serviços Veterinários do Município, em articulação com os Bombeiros e a Polícia Municipal, disponibilizavam um serviço de recolha permanente de animais feridos ou mortos na via pública, enquanto a recolha de animais perdidos ou abando nados se processava apenas em horário laboral.
Água pode faltar nas torneiras do Algarve
A campanha de sensibiliza ção de redução de consumos no Algarve, durante o Verão, representou, segundo o jornal P úblico "pouco mais do que uma gota de água no meio de um deserto". O volume de água armazenado nas barragens re presenta um ganho de apenas 1%, comparando com 2019 - o ano de referência em termos turísticos, e em agosto de 2022 os consumos até foram maiores.
Algarve é o melhor destino de praia Portugal foi aos “Óscares” do turismo e veio de lá com 30 dis tinções, entre os quais o melhor destino da Europa, o Porto como melhor destino de cidade, Lis boa como melhor "city break" e o Algarve como melhor destino de praia. "A eleição resulta da votação de milhares de profis sionais do setor, oriundos de todos os países do mundo, e neste ano Portugal arrecadou mais 30 prémios, entre destino, regiões e produtos e serviços", escreve ainda em comunicado o Ministério da Economia e do Mar, que tutela o setor. Nos últi mos seis anos Portugal recolhe o "Melhor Destino Turístico da Europa" pela quinta vez.
Chelsea interessado no Portimonense
ENTRE 7 E 15 DE OUTUBRO A tradicional
Feira da Praia regressa a Vila Real de Santo Antó nio, entre os dias 7 e 15 de outubro. À sexta-feira e ao sábado, a feira abre portas das 10:00 à 01:00; de domingo a quinta-feira, funcionará das 10:00 às 24:00. Depois de dois anos de interregno, devido às medidas de prevenção da covid-19, o certame regressa nos moldes habituais, trazendo vida e animação à cidade e ao Centro Histórico.
O recinto da feira distribui-se ao longo da Avenida da República e da Praça Marquês de Pombal, acolhendo milhares de visitantes, principalmente espanhóis, que, no dia 12 de outubro, feriado em Espanha, rumam até à cidade algarvia.
Das utilidades, utensílios e roupas, em exposição na Avenida da República, aos múltiplosprodutos alimentares e tasquinhas, presentes na Praça Marquês de Pombal, não vão faltar motivos para visitar Vila Real de Santo António.
“A Feira da Praia, nome pelo qual é conhecida desde sempre, teve origem no local primitivo da realização da mesma, frente aos areais de Monte Gordo, em 1765”, recorda a autarquia vila-realense.
“Mais tarde, já no ano de 1774, data da fundação de Vila Real de Santo António, foi transferida para a cidade, ganhando a função de alargamento social e económico e tendo como objetivo a pro moção das pescarias”, acrescenta
A notícia foi avançada pelo jor nal inglês ‘Evening Standard’: o acionista maioritário da SAD do emblema algarvio volta a ser sondado, desta vez pelo novo dono do Chelsea, Todd Boehly, que adquiriu o clube inglês a Roman Abramovich. O Porti monense agrada ao empresário norte-americano porque tem as condições ideais para jovens jo gadores do Chelsea começarem a ganhar experiência e para atletas de outros continentes se adaptarem ao futebol europeu.
Tiragem desta edição 9.937 exemplares POSTAL regressa a 21 de outubro Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve
habita@cm-loule.pt
FOTO D.R.
E ainda