Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal
3 de março de 2023 1302 • €1,5
Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira postaldoalgarve 144.959 www.postal.pt
Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal
3 de março de 2023 1302 • €1,5
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Descoberta uma "nova" espécie de vespas-cuco na região do Algarve
Estes insetos têm um comportamento reprodutor semelhante aos cucos, uma vez que as fêmeas colocam os ovos nos ninhos de outras espécies, nomeadamente, de abelhas-solitárias ou vespas. P4
Autoridades com mais eficácia na costa algarvia
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou em Vila Real de Santo António que as organizações criminosas que operam na foz do Guadiana e na costa sul de Portugal estão a ficar “acossadas” com a “eficácia” da ação das autoridades policiais. P6
Primeira pedra lançada uma década depois
O primeiro-ministro recordou que o projeto das 49 fogos em Montenegro agora lançado está em estudo desde há cerca de uma década e assinalou que em 2018 foi iniciada “a nova geração de políticas de habitação” em conjunto com os municípios. P7
CTT: Faro foi o distrito com mais reclamações
Os CTT receberam 86% das reclamações dirigidas ao serviço postal em 2022, abaixo do valor de 2021, enquanto a Vodafone (36%) ficou em primeiro lugar no que diz respeito às comunicações eletrónicas, divulgou a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). P11
Entre as três cidades algarvias, o futuro metro de superfície vai ter 38 km de extensão e vai beneficiar 185 mil pessoas, cerca de 40% da população do Algarve, segundo um estudo preliminar apresentado no Algarve. P9
GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt
TRIBUNA PARLAMENTAR
Mais uma vez o PS votou contra o desenvolvimento do Algarve: votou contra a redução das portagens na A22
➡ Por Luís Gomes P2
O jornal POSTAL pediu a Carlos Baía, mestre em Ciências Económicas e Sociais e vereador na Câmara Municipal de Faro com o pelouro da Habitação, uma análise e reflexão sobre o setor que afeta a maioria das famílias portuguesas e particularmente na região do Algarve, cujos valores de renda, entre 2020 e 2022, foram sempre os mais elevados comparados com o resto do país.
O Algarve apresenta ainda preços de venda de habitação por m2 quase 60% superiores aos praticados na generalidade do país
Via do Infante tendencialmente gratuita
➡ Por Luís Graça P2
Percepções… e realidades ➡ E QUE TAL PARAR 15 MINUTOS PARA PENSAR?
Por Mendes Bota P10
ANÁLISE e Perspectivas Turísticas Repensar o Algarve “O futuro depende daquilo que fazemos no presente”
– Mahatma Gandhi
➡ Por Elidérico Viegas P10
MARIA JOÃO NEVES
A Mulher Loba CS17
MARIA LUÍSA FRANCISCO
Bibliotecofilia ou a paixão pelas Bibliotecas? CS19
PAULO LARCHER
O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA:
O Morgadio de Quarteira CS18
PAULO SERRA
SAÚL NEVES DE JESUS Como tem sido abordado o corpo da mulher nas artes visuais? CS16
Crónicas de um Livreiro de Martin Latham
JORGE QUEIROZ
Religiões mediterrânicas, a Lusitânia e as origens de um país CS21
O Retrato de Casamento de Maggie O'Farrell CS22
"GOVERNO MAIS PRÓXIMO" NO ALGARVE
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Tiragem desta edição
8.772 exemplares
Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO
Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO
Em 2015, com o Governo do PSD / CDS, atravessar a Via do Infante custava €11,60 enquanto que em 2023, com o Governo do PS, pela mesma viagem, paga-se hoje €6,60.
A Via do Infante é de tal forma importante para a mobilidade regional e impactante para a economia que deveria ser gratuita, mas com a crise financeira de 2011 e, vale a pena recordar, a intransigência do então presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, que só aceitava a introdução de portagens nas várias SCUT’s do Norte do país se o Algarve também pagasse portagens, não restou outra alternativa que não a montagem de pórticos também na A22. Pouco depois, com a eleição do Governo Passos / Portas, acabariam mesmo as isenções e os descontos que, entretanto, tinham sido introduzidos pelo Governo do Partido Socialista como forma de diminuir os custos das empresas, dos trabalhadores e das famílias residentes no Algarve.
Com a direita no Governo o custo das portagens na Via do Infante passou a ser o segundo mais caro de Portugal.
com o Governo do PS, a introdução de portagens na Via do Infante e nas SCUT’s do interior, em linha com o princípio, que ainda hoje a Direita portuguesa defende, do utilizador - pagador e que foi o Governo de Passos Coelho que acabou com as medidas de isenção e descontos que tentavam atenuar o peso das portagens nas empresas, nos trabalhadores e nas famílias, o que torna mais histriónico o anúncio que ouvimos desse mesmo partido tencionar levar o Estado Português a tribunal por alegadamente não reduzir o valor das portagens.
Para além da inconsistência política, diria inofensiva de tão infantil, há na intenção do PSD em recorrer das escolhas políticas para o poder judicial uma dimensão perigosa. Montesquieu legou-nos em meados do século XVIII o chão onde erguemos as democracias ocidentais. No seu “Espírito das Leis” fez o combate ao poder absoluto e desenvolveu a ideia grega da separação dos poderes legislativo, deliberativo e judicial.
Nos últimos anos, contudo, com o recrudescimento dos movimentos de Direita extremista
António Costa e os deputados eleitos pelo PS, em 2015, prometeram a abolição das portagens da A22. É bom recordar que é da responsabilidade do PSD os descontos vigentes nas autoestradas denominadas por ex-scuts, onde se inclui a A22.
de aceitar porquanto se trata, precisamente, do tipo de viaturas que se pretende diferenciar, pelo menor impacto ambiental e contributo para a descarbonização, desígnio dos tempos que correm. Portugal é um país a duas velocidades, o que tem provocado grandes desequilíbrios
O PS Algarve é, e sempre foi, contra o pagamento de portagens na Via do Infante e se em 2011 fomos obrigados a negociar a aplicação de portagens no Algarve e nas SCUT’s do interior por intransigência negocial do PSD para aceitar o PEC III, em 2015, face à difícil situação das contas públicas, assumimos o compromisso de diminuir progressivamente o seu custo, reduzindo até 50% o valor das portagens na Via do Infante.
Até agora, essa redução, é de 5 euros por cada viagem. Isto é, neste ciclo político, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, o valor das portagens na A22 já diminuiu 44,2%, passando de €11,60 em 2015 para €6,60 em 2023 e o Governo já assumiu que a política de progressiva redução das portagens é para continuar desejavelmente, pensamos nós, num modelo tendencialmente gratuito.
Assim, de acordo com o artigo 264 da Lei do Orçamento de Estado de 2023 ficou decidido que o mecanismo para continuar a redução do valor das portagens e implementar isenções e descontos especiais seria definido até junho.
Qualquer pessoa, com memória e boa fé, sabe que foi o PSD quem impôs em 2011 nas negociação
e populista, regressou ao debate público uma narrativa que quando derrotada no plano democrático tende a recorrer aos tribunais para tentar fazer valer judicialmente as suas ideias.
Este caminho que progressivamente afasta-nos da luz da revolução francesa dirige-nos inexoravelmente para modelos autoritários como o Brasil, de Bolsonaro, a Hungria, de Orbán, ou a Turquia, de Erdogan, onde todos os poderes, incluindo ainda o militar, dependem do presidente. É claro, felizmente, que em Portugal estamos longe destes desmandos extremistas, mas o que mais impressiona é a forma aparentemente fácil e irrefletida como cada vez mais dirigentes do PSD estão dispostos a abandonar a moderação social-democrática para avançar por esse caminho populista do judicialismo da política.
O papel de charneira e de moderação que o Partido Socialista tem assumido nestes quase cinquenta anos de democracia é assim cada vez mais importante. Como decisivo será prosseguirmos com o Governo o esforço de contínua redução das portagens tornando a Via do Infante tendencialmente gratuita.
luis.graca@ps.parlamento.pt
Foi no quadro do Orçamento do Estado para 2021 que o PSD fez aprovar na Assembleia da República, rompendo pela primeira vez a geringonça, uma proposta que visava a redução no valor de 50% da taxa de portagem, aplicável em cada transação e, ainda, no valor de 75% da taxa de portagem para veículos elétricos e não poluentes. Naturalmente que o Governo, surpreendido pelo PSD ter desfeito o pacto da geringonça, veio mais tarde através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2021, 28 de junho de 2021, proceder à revogação de um conjunto de diplomas para que o desconto aprovado não incidisse no valor vigente, mais barato, para refletir noutra portaria cujo valor era superior. Significa isto, que o Governo socialista desrespeitou uma votação da Assembleia da República, instituindo um desconto de 30%, em vez dos 50% aprovados. Sublinha-se ainda que o desconto de 75% previsto para veículos elétricos e não poluentes não foi até agora implementado. Este facto é tão ou mais difícil
a vários níveis. O congestionamento e a massificação do litoral, entre Setúbal e Porto, continua a exigir mais investimento em infraestruturas de todo o tipo, que nunca são suficientes. O resto do país continua a viver os dramas próprios das zonas cada vez mais debilitadas, desertificadas e crescentemente abandonadas. Por essa circunstância, o PSD voltou novamente a apresentar uma proposta de redução das portagens, que consistia numa redução de 50%. Mais uma vez, o rolo compressor da maioria socialista votou contra, aliás, foi o único partido que votou contra essa redução, a reposição da redução de 50% aprovada em 2020. Este estímulo seria fundamental para a redução dos custos de contexto das empresas, da economia dessas regiões.
Veremos o que os candidatos socialistas irão inventar relativamente a este tema, nas próximas eleições autárquicas.
lfgomes@psd.parlamento.pt
Mais uma vez o PS votou contra o desenvolvimento do Algarve: votou contra a redução das portagens na A22TRIBUNA PARLAMENTAR
O desconto de 75% previsto para veículos elétricos e não poluentes não foi até agora implementado
Como decisivo será prosseguirmos com o Governo o esforço de contínua redução das portagens tornando a Via do Infante tendencialmente gratuita
Via do Infante tendencialmente gratuita
A Iniciativa Liberal (IL) propõe a transferência da sede da Fundação Inatel para a região do Algarve, do Infarmed para o Porto, do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas para Beja e da ASAE para o distrito de Braga, organismos que atualmente estão em Lisboa
O partido liderado por Rui Rocha entregou esta segunda-feira na Assembleia da República três projetos de lei e dois projetos de resolução, no sentido de transferir para fora de Lisboa as sedes de organismos públicos. No que toca à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a IL assinala que a transferência da sede para o Porto foi “promessa do XXI Governo Constitucional, em 2017”, mas
“tal processo nunca se efetivou, por conta de uma pressão exacerbada por parte da administração deste instituto, alegando argumentos infundados”.
O partido defende que é “tempo de prosseguir com esta mudança, que já vem com vários anos de atraso”.
Inatel para o Algarve e IFAP para Beja
Além do Infarmed, a IL propõe também transferir a sede da Fundação Inatel para a região do Algarve e a sede do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) para Beja. No que toca ao Inatel, o partido defende que a sua deslocalização é “extremamente viável”, por ser um organismo que “tem como missão a promoção
de atividades de tempos livres e lazer para as mais diversas faixas etárias da população, sendo responsável, entre outras, pela gestão de diversas unidades hoteleiras espalhadas pelo país”, incluindo no Algarve.
Quanto ao IFAP, a IL sustenta que “o objeto primordial deste instituto se encontra alheado da realidade económica da Área Metropolitana de Lisboa” e, citando dados de 2020, aponta que “é no Alentejo que a agricultura assume maior relevância económica”. De acordo com as propostas, a IL quer que os processos fiquem “definitivamente concluído até ao final do ano de 2024”.
A IL entregou também dois projetos de resolução no parlamento, nos quais recomenda ao Governo a deslocalização para Portalegre da sede da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, e da Autoridade
de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para o distrito de Braga.
O partido considera, nos vários projetos, que com a sua aprovação, “a Assembleia da República contribui para um país territorialmente mais coeso e reconhece a importância de deslocalizar os centros de decisão administrativa do país”.
Nas várias exposições de motivos, o partido aponta que as assimetrias regionais “refletem o centralismo e a concentração de poder e investimento público na região da capital que prejudica, invariavelmente, não só o restante território, mas também a própria capital, que sofre de uma pressão habitacional fortemente induzida pela elevada concentração de organismos públicos em poucos quilómetros quadrados”.
A IL defende igualmente que “a deslocalização de organis -
mos públicos da capital para o restante território” cumpre um “duplo desígnio de aumentar a oferta de edifícios que podem ser transformados e adaptados a fins residenciais e de reduzir a procura incentivada pela agregação de serviços públicos carentes de recursos humanos no centro da maior cidade do país”.
Em meados do mês, a IL já tinha apresentado iniciativas com vista à transferência para fora de Lisboa de onze sedes de diferentes organismos públicos.
Na altura, em declarações à Lusa, o deputado Carlos Guimarães Pinto disse que esta era apenas uma “primeira ronda” de iniciativas e que o partido iria apresentar mais com o mesmo propósito, sustentando tem o Estado que dar o exemplo e criar novas oportunidades de carreira em vários pontos do país.
AAssembleia da República, reunida em plenário, aprovou um dos três pontos de uma proposta apresentada pelo PSD para aplicação, “com caráter de urgência”, de um regime de descontos previsto para os veículos elétricos e não poluentes. No projeto de resolução, os sociais-democratas recomendavam ao Governo que “cumpra o aprovado em sede de Orçamento de Estado e aplique um desconto efetivo de 50% nas taxas de portagem dos territórios do interior”.
Os 10 projetos-lei do PCP para a eliminação de portagens nas autoestradas 25 (A25), A28, A29, A41, A42, A4, A13, A22, A23 e A24 e o projeto de lei do Chega
que defendia a implementação de um plano gradual de isenção do pagamento de portagens foram chumbados.
O PS já tinha anunciado, na quinta-feira da passada semana (dia de debate), que iria votar contra todas as propostas relativas a portagens, alegando que o Governo irá apresentar até junho uma reforma para a redução tarifária.
Numa intervenção no Plenário, o deputado e presidente do PSD Algarve, Luís Gomes, disse que “lamentavelmente o PS diz que reduz as portagens em tempo de eleições e na hora da votação no parlamento, como hoje [passada sexta-feira], voltou a votar contra a redução das portagens nas auto-estradas do interior (SCUT)”.
Já no final das votações, numa declaração de voto oral, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, lembrou que o valor das portagens nas autoestradas tem vindo a diminuir na vigência dos governos socialistas e acusou os sociais-de-
mocratas de “oportunismo político”.
“As populações do interior de Portugal sabem que hoje pagam portagens porque o PSD assim exigiu na negociação do PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] III”, afirmou o deputado socialista, insistindo que
“o PS é o partido que quer reduzir as portagens”.
Em resposta, o deputado social-democrata Joaquim Miranda Sarmento atribuiu aos socialistas a responsabilidade pela introdução de portagens nas antigas SCUT, considerando que foram “contratos ruinosos”.
Já o deputado comunista Bruno Dias sublinhou que a troca de acusações entre PS e PSD demonstra que ambos foram responsáveis pela introdução de portagens, sinalizando uma “convergência” para as manter.
Já o deputado do Chega Pedro Pinto acusou o PS de mentir aos portugueses, recordando que o valor das portagens aumentou no dia 1 de janeiro.
A Infraestruturas de Portugal (IP) concluiu os trabalhos de reabilitação da Ponte dos Ladrões e Ponte da Foupana na EN122 em Alcoutim, tendo investido 630 mil euros na qualidade da rede rodoviária do distrito de Faro. A empresa informa, em comunicado, que foram concluídos os trabalhos de reabilitação e reforço na Ponte dos Ladrões (km 83,850) e na Ponte da Foupana (km 94,127), ambas localizadas na EN122 no concelho de Alcoutim. “Os trabalhos desenvolvidos consistiram, entre outros, na limpeza geral das pontes e na linha de água, a selagem de fissuras, o reforço e calçamento das fundações de pilares, a criação de locais de drenagem, aplicação de pintura de proteção, a regularização do leito da linha de água, a repavimentação da via e a reparação do lancil e passeios”, disse a IP.
Galerias de Loulé entram na Rede Portuguesa de Arte Contemporânea
Investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBio) da Universidade do Porto descobriram duas “novas” espécies de vespas-cuco na Península Ibérica e outras nove foram registadas “pela primeira vez” em Portugal, foi anunciado esta quarta-feira.
Em comunicado, o centro da Universidade do Porto esclarece que na investigação, publicada na revista Biodiversity Data Journal, são descritas duas “novas” espécies de vespas-cuco: a ‘Chrysis crossi sp. nov’ registada no Algarve e a ‘Hedychridium calcarium sp. nov.’ em Espanha.
No mundo, existem cerca de 2.800 espécies de vespas-cuco, sendo que, destas, 480 foram registadas na Europa. Já em Portugal, são conhecidas 130 espécies e quatro subespécies, “números que estarão provavelmente ainda longe do total existente”.
As vespas-cuco pertencem à família 'Chrysididae' e são
“aparentadas” das abelhas, abelhões, vespas-do-papel e das formigas.
Estes insetos têm um comportamento reprodutor semelhante aos cucos, uma vez que as fêmeas colocam os ovos nos ninhos de outras espécies, nomeadamente, de abelhas-solitárias ou vespas.
“Apesar do seu reduzido tamanho, as vespas-cuco estão certamente entre os insetos mais bonitos do planeta. De cores vivas e tons metálicos, podem ser verdes, azuis, vermelhas ou rosa, ou, em algumas espécies de todas estas cores ao mesmo tempo”, esclarece o centro.
Na Europa, estes insetos são mais comuns nos países do sul e a sua diversidade é maior na região do Mediterrâneo.
“Muitas espécies de vespas-cuco são raras e algumas estão em risco de extinção na Europa”, destaca o CIBIO-InBIO.
Além das “novas” espécies descritas, esta investigação representa o “primeiro esfor-
ço na geração de códigos de barras de ADN”, contribuindo para um “importante passo na documentação da diversidade genética da fauna”, salienta, citada no comunicado, a investigadora e coautora Sónia Ferreira.
“O sucesso dos objetivos de projetos internacionais como o Biodiversity Genomics Europe (BGE) que visa a implementação de monitorização dos ecossistemas de forma padronizada à escala internacional, reside na possibilidade de aliar métodos tradicionais de monitorização da biodiversidade com as mais recentes técnicas moleculares”, acrescenta a in-
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Nome
Morada
vestigadora. Também citado no comunicado, o investigador Paolo Rosa, do laboratório de Zoologia da Universidade de Mons, destaca o papel que estes insetos desempenham.
“O estudo das vespas-cuco é importante para entender o estado de saúde do meio ambiente, por estarem no topo da cadeia alimentar, são sensíveis a todas as alterações que ocorrem no ambiente e na diversidade de espécies solitárias de abelhas e vespas que parasitam. Populações abundantes de vespa-cuco indicam um meio ambiente bem preservado”, acrescenta.
As galerias de arte do Convento do Espírito Santo (Loulé) e da Praça do Mar (Quarteira) integram a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, que inclui 58 entidades e 66 espaços listados pela Direção-Geral das Artes. O Município de Loulé destacou, num comunicado, que esta rede representa “uma plataforma de referência na dinamização e valorização da arte contemporânea portuguesa” e “visa reunir o universo de diferentes tipologias de entidades de arte contemporânea, dispersas territorialmente”, criando “sinergias entre espaços expositivos, colecionadores, programadores, curadores e artistas. É constituída por 58 entidades que dinamizam 66 espaços de fruição e criação artística no âmbito da arte contemporânea, localizadas em 36 concelhos. No Algarve, além destas duas galerias do concelho de Loulé, apenas o LAC – Laboratório de Atividades Criativas, sedeado no concelho de Lagos, integra esta rede”, enalteceu a autarquia. A inclusão desses dois espaços culturais do concelho de Loulé na rede aporta “mais-valias” que passam pela “valorização e ampliação do acesso e da divulgação da arte contemporânea produzida em Portugal” e permite “o acesso por parte das instituições a financiamento para levar a cabo as atividades programadas”, destacou.
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Oministro da Saúde destacou esta quarta-feira, véspera da data que assinala o terceiro ano após os primeiros casos de covid-19 no país, a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à pandemia, permitindo que se vivam agora “dias de normalidade”.
“Celebramos amanhã [quinta-feira] o terceiro aniversário do dia em que os dois primeiros doentes com covid-19 foram diagnosticados em Portugal. E a verdade é que nós vencemos a pandemia. A pandemia ainda não acabou – alguém que é médico e ministro da Saúde [deve] falar com prudência –, não está declarada o fim da pandemia, mas a verdade é que vivemos hoje dias de normalidade que durante estes últimos anos não vivemos”, disse Manuel Pizarro. O ministro falava em Faro, durante numa visita às instalações locais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no âmbito da ação “Governo Mais Próximo”, que decorreu quarta e quinta-feira no distrito de Faro, com cerca de 60 iniciativas e a presença de vários membros do executivo.
“Foi um período de enorme esforço para o SNS, que provou que é um grande serviço público ao serviço dos portugueses e aguentou durante este período todo e foi capaz de dar resposta às necessidades das pessoas”, assinalou o governante.
Pizarro lembrou que, “mesmo comparando com países com melhores índices económicos na Europa”, o SNS “provou que é um grande serviço público”, reconhecendo que isso se “fez à custa de muito sacrifício e também de muitos sacrifícios dos profissionais de saúde”.
“E, por isso, nós hoje temos de ter um especial cuidado com a reposição de condições de trabalho e de tranquilidade para
os profissionais da saúde. Dedico muita atenção a essa tarefa, é uma tarefa essencial. O mais importante do SNS são os seus profissionais”, sublinhou o ministro.
Centralização parcial de urgências de certas especialidades em alguns horários
Manuel Pizarro voltou a ser questionado sobre o modelo de reorganização das urgências que deverá ser apresentado a curto prazo, considerando “essencial” que funcionem “com qualidade e com segurança”.
“As pessoas têm de saber que, quando se deslocam às urgências, possam ser atendidas com qualidade, segurança e o maior conforto possível. Queremos que a rede seja a mais próxima possível, mas há nisso um constrangimento: a disponibilidade de profissionais”, reconheceu. Segundo o ministro da Saúde,
na zona da Grande Lisboa e península de Setúbal podem ser importadas “experiências que noutras zonas do país já foram bem sucedidas de centralização parcial de urgências de algumas especialidades em alguns horários”, desde que as populações sejam informadas “para que saibam exatamente onde é que se devem dirigir em cada momento”.
“Este é um processo que não se trata de um dia para o outro. Nos sítios onde isto já está em funcionamento, também demorou tempo, mas ao fim de anos há satisfação geral, quer das populações quer dos profissionais, com esse modelo de centralização de algumas especialidades”, referiu o governante, rejeitando que esteja em causa o encerramento definitivo de alguns serviços.
Após a visita às instalações do INEM no Algarve, Manuel Pizarro destacou que os meios disponíveis para a emergência
médica na região “têm aumentado paulatinamente”.
“Nós, neste momento, entre os meios próprios do INEM e os meios das corporações de bombeiros afetas ao INEM, temos 42 meios em permanência e esse número é aumentado nos picos de maior procura. Eu posso admitir que em casos pontuais, ainda assim, a procura no Algarve é mais difícil de dar resposta, porque temos muitos momentos do ano com mais do dobro da população, o que pode causar constrangimentos”, sustentou.
No âmbito da ação “Governo Mais Próximo” no distrito de Faro, entre outras iniciativas, o ministro da Saúde inaugurou esta quarta-feira o serviço de teleconsultas entre o Hospital de Faro e o Estabelecimento Prisional de Faro e o Centro de Simulação Clínica Ualg Tech Health, da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve.
A Câmara de Lagos tem abertas as inscrições para a feira Quinhentista do XI Festival dos Descobrimentos, a realizar entre 04 e 07 de maio, estando os formulários disponíveis para preenchimento entre 10 e 31 de março. O município adiantou que as “normas de participação” desta recriação histórica estão aprovadas e “definem as várias tipologias de presença admitidas” na feira, nomeadamente a “recriação de ofícios ao vivo (‘artífices’), a venda de artigos de produção própria e artesanal (‘artesãos’), a venda de artigos produzidos por outrem e bens alimentares não processados (‘mercadores’) e as atividades de restauração e bebidas e/ ou similar (‘taberneiros’)”. O XI Festival dos Descobrimentos vai “revisitar a época de El-Rei D. Sebastião” e recriar a “visita do jovem monarca à então vila de Lagos e a decisão da sua elevação à categoria de cidade, em 1573, bem como os contornos da expedição militar ao norte de África e a derrota em Alcácer-Quibir”, observou o município, quando se assinalam os 500 anos dessa data. “A última edição do Festival aconteceu em 2019, uma vez que a pandemia impediu a realização desta atividade nos anos seguintes, sendo, por isso, grande a expectativa relativamente à retoma deste evento de recriação histórica”, acrescentou a autarquia.
O Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) assinaram
esta quarta-feira um protocolo, em Faro, tendo em vista o apoio psicológico a atletas e treinadores de Alto Rendi-
mento e seleções nacionais. O programa de saúde mental visa ajudar, com “apoio psicológico técnico e diferenciado
com uma abordagem encorajadora e empática”, atletas de Alto Rendimento e treinadores, além de praticantes,
treinadores e técnicos de apoio às seleções, seja em período de competição ou pós-competição.
Preços de arrendamento de casas sobem 22,7% no espaço de um ano
Os preços das casas para arrendar registaram uma subida anual de 22,7% em fevereiro passado face ao mesmo mês de 2022, o equivalente a um acréscimo mensal de 2,1% e trimestral de 7,3%. Os dados constam do índice de preços imobiliários do portal Idealista e revelam que arrendar casa em Portugal tinha, em fevereiro passado, um custo de 13,4 euros por metro quadrado (euros/m2). De acordo com o Idealista, tendo em conta o valor mediano, o preço de arrendamento em fevereiro subiu em nove capitais de distrito, com Leiria (3%) a liderar a lista, seguindo-se Lisboa (2,9%), Viana do Castelo (2,7%), Faro (2,5%), Setúbal (2,1%), Santarém (1,9%), Braga (1,4%), Coimbra (0,9%) e Funchal (0,7%), descendo em Aveiro (-3,9%), Castelo Branco (-3,8%), Évora (-1,8%), e Porto (-1%). Os mesmos dados revelam que Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro arrendar casa, com um custo de 18,9 euros/m2, seguida por Porto (14,8 euros/m2) e Funchal (11,8 euros/m2), enquanto as cidades com valores mais reduzidos foram, em fevereiro, Castelo Branco (5,7 euros/m2), Santarém (7 euros/m2) e Leiria (7,5 euros/m2).
Atletas e treinadores vão ter programa de saúde mental graças ao IPDJ e Cruz Vermelha
OLHÃO: PSP detém dois suspeitos de assalto a estabelecimento comercial
A PSP deteve um homem e uma mulher em Olhão, na sequência de um assalto no domingo a um estabelecimento comercial em que foram furtados dois telemóveis. Segundo um comunicado, os detidos, indiciados pelo crime de violência depois da subtração e detenção de arma proibida, foram presentes à autoridade judiciária, que decretou à mulher a medida de coação de apresentação periódica e ao homem a prisão preventiva. A suspeita terá “entrado indevidamente em área reservada” e “retirado” dois telemóveis pertencentes a funcionárias do estabelecimento comercial, enquanto o suspeito ficado a “vigiar a ação”. De acordo com a PSP, “quando a suspeita se preparava para se colocar em fuga foi abordada pelo vigilante do estabelecimento”, tendo o suspeito, que aguardava no exterior, ameaçado o vigilante com uma arma branca, “conseguindo, assim, garantir a fuga de ambos”. O homem e a mulher acabaram por ser detidos no terminal ferroviário de Olhão, quando se preparavam para abandonar a cidade, conclui a nota.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou esta quartafeira que as organizações criminosas que operam na foz do Guadiana e na costa sul de Portugal estão a ficar “acossadas” com a “eficácia” da ação das autoridades policiais
José Luís Carneiro falava aos jornalistas em Vila Real de Santo António, onde participou numa ação de patrulhamento da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR, no âmbito das iniciativas do “Governo Mais Próximo”, que realizou-se esta quarta e quinta-feira no distrito de Faro.
“Importa ter consciência pública de que os números, os indicadores de apreensões, quer de lanchas, quer também das apreensões de droga, são o resultado do aperfeiçoamento
do sistema de vigilância, monitorização e do combate, ou seja, tem muito a ver também com a melhoria da operacionalidade e da eficácia da operacionalidade das forças de segurança”, considerou o governante.
José Luís Carneiro assegurou que a UCC da GNR, que tem a missão do patrulhamento marítimo até às 12 milhas da costa portuguesa, “tem vindo a ser reforçada com meios humanos, técnicos e logísticos”, que lhe permitiram, “só no ano de 2022, apreender sete toneladas de droga”, assim como “oito lanchas rápidas”.
O ministro da Administração Interna destacou a importância da cooperação que as várias forças e serviços de segurança portugueses têm tido e que tem permitido alcançar, em “cooperação” também com a Guardia
Civil espanhola, “ganhos de eficiência e de eficácia muito significativos, em três domínios”. Entre esses domínios estão, precisou, o “combate às redes organizadas de tráfico de droga”, o “combate às redes organizadas de tráfico de seres humanos e de apoio à imigração ilegal” e o “combate aos crimes ambientais, nomeadamente no que respeita aos crimes associados à pesca ilegal”.
“São três domínios que têm de ver com a missão que está confiada à UCC, esta unidade vai ficar com novas responsabilidades no âmbito da reestruturação do SEF, no que respeita ao controlo da fronteira marítima, e há que sublinhar aqui este trabalho, que eu queria agradecer, das mulheres e homens que trabalham da UCC da GNR, que aqui hoje estão representados pelo senhor comandante-geral, o senhor general Santos Correia”, enalteceu.
José Luís Carneiro agradeceu
o trabalho aos profissionais da Guarda e das outras forças e corpos de segurança que garantem o Estado de direito democrático e argumentou que, “com o trabalho desenvolvido no combate à criminalidade na costa sul e na foz do Guadiana, a criminalidade complexa e organizada” está a ficar “acossada”.
Depois da patrulha na lancha da UCC Costeiro da GNR no rio Guadiana, José Luís Carneiro partiu para Faro, onde participou numa visita à Loja do Cidadão de Faro, no âmbito do processo de emissão de cartões de residência aos cidadãos britânicos, ao abrigo do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia.
Posteriormente, José Luís Carneiro ainda regressou a Vila Real de Santo António para acompanhar o primeiro-ministro, António Costa, na inauguração da nova esquadra da PSP na cidade algarvia.
A GNR deteve no domingo um homem de 58 anos, que se encontrava em liberdade condicional, por tráfico de estupefacientes, em Ferreiras, no concelho de Albufeira, revelou esta força de segurança. Em comunicado, a GNR adianta que o detido, que se encontrava em liberdade condicional por tráfico de estupefacientes, foi presente no Tribunal Judicial de Portimão, tendo sido determinada a medida de coação de prisão preventiva. O homem foi detido no âmbito de uma fiscalização rodoviária em que a patrulha da GNR verificou haver “um forte odor a produto estupefaciente” numa viatura que estava a controlar, tendo apreendido 22 doses de cocaína, entre outros objetos.
A GNR deteve na quinta-feira sa passada semana duas pessoas suspeitas de tráfico de estupefacientes e apreendeu 43 doses de drogas canabinoides, em Budens, concelho de Vila do Bispo (Faro). Os detidos são uma mulher de 27 anos e um homem de 23, que “foram constituídos arguidos e os factos comunicados ao tribunal Judicial de Lagos”, também no distrito algarvio de Faro, precisou a Guarda Nacional Republicana (GNR), num comunicado. As detenções foram realizadas na sequência de um controlo rodoviário, quando os militares da GNR deram ordem de paragem ao veículo onde seguiam os suspeitos, verificaram que dele saía “um forte odor a produto estupefaciente” e detetaram “uma caixa que aparentava conter produto estupefaciente”, contextualizou a mesma fonte. Ao efetuarem uma busca ao veículo, a GNR encontrou e apreendeu 40 doses de haxixe, três de liamba, uma balança digital e 145 euros em numerário”, precisou o Comando Territorial de Faro da Guarda.
Oprimeiro-ministro, António Costa, revelou esta quarta-feira que o Estado já tem contratualizadas 234 estratégias locais de habitação, numa cerimónia em Faro, onde foi assinado o ato de consignação de 49 novos fogos para famílias com arrendamento apoiado. “Hoje já temos contratualizadas entre o IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana] e os municípios 234 estratégias locais de habitação”, disse o chefe do Governo, recordando que o objetivo do Governo é “garantir o direito à habitação".
O Governo esteve em peso durante dois dias no Algarve, para participar em cerca de 60 iniciativas dos diversos ministros e secretários de Estado e para a realização do
habitual Conselho de Ministros semanal.
“O momento mais gratificantes é quando uma família encontra uma habitação condigna, mas porventura que o momento mais importante é mesmo este, é quando o empreiteiro tem mesmo condições para meter as mãos na massa e começar a construir esse imóvel”, disse António Costa.
49 fogos em Montenegro
A cerimónia começou com o lançamento da primeira pedra da construção do novo conjunto habitacional com 49 fogos por parte de António Costa, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, e o presidente da Câmara de Faro,
Rogério Bacalhau (PSD). António Costa sublinhou que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão previstos 2.700 milhões de euros para investir até finais de 2026 “na satisfação de múltiplas necessidades de habitação”.
O chefe do Governo recordou que o projeto lançado esta quarta-feira está em estudo desde há cerca de uma década e assinalou que em 2018 foi iniciada “a nova geração de políticas de habitação” em conjunto com os municípios.
O chefe do Governo realçou que o caso de Faro é um “caso exemplar” da parceria entre o Governo e as autarquias para resolver as necessidades que há na área da habitação.
O conjunto habitacional com 49 fogos, em Montenegro, nos arredores de Faro, destinam-se a realojar 49 famílias que atualmente residem na Praia de Faro, em regime de arrendamento apoiado pelo município algarvio.
A obra foi adjudicada no início de fevereiro com um prazo de execução de dois anos e um custo previsto de cinco milhões de euros (sem IVA).
A construção destes fogos conta com apoio do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), e conta com financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
O Governo esteve no Algarve para aquela que é a segunda edição do
"Governo Mais Próximo" que tem como objetivo "reforçar a coesão territorial", depois de a primeira edição deste formato se ter realizado em 25 e 26 de janeiro passado, em Castelo Branco.
De acordo com o Executivo, foram privilegiados os contactos de proximidade, auscultando os representantes locais e promovendo o desenvolvimento económico e social da região.
António Costa esteve assim no lançamento da primeira pedra de 49 habitações no Bairro de Montenegro, em Faro, seguindo depois para a apresentação do estudo prévio do Metrobus, em Olhão, e para a inauguração da nova esquadra da PSP em Vila Real de Santo António e terminando o dia num jantar na capital algarvia.
Ministra da Agricultura apresentou empreitada de reabilitação da marginal
A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, esteve presente, em Vila Real de Santo António, na cerimónia de apresentação da empreitada de reabilitação da marginal vila-realense, no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo” Segundo a autarquia, “a intervenção representa um investimento de 585 mil euros, cofinanciado pelo programa Interreg e pelo pro-
jeto transfronteiriço ‘ATLAZUL’, e contempla a construção de uma nova retenção marginal em enrocamento ao longo da frente ribeirinha de Vila Real de Santo António, assim como a instalação de novas defensas e escadas no cais existente”. As obras incluem ainda a reparação da estrutura da retenção
marginal existente no Rio Guadiana, bem como a instalação de novas bilheteiras e sanitários. Para a ministra da Agricultura, a empreitada permite “a construção de um futuro coletivo» e representa a congregação de esforços entre o domínio público e privado”. Por outro lado, evidenciou o carácter estratégico da obra, tendo
em consideração a valorização da marginal da cidade e os milhares de passageiros internacionais e viaturas transportados na fronteira marítima do Guadiana.
Para o presidente da Câmara
Municipal de VRSA, Álvaro Araújo, a intervenção consolida a estrutura física do Rio Guadiana e representa um dos desafios para a requalificação global da zona Norte da cidade, considerada “um dos grandes objetivos deste executivo”.
De acordo com Sérgio Faias, presidente do conselho de ad-
ministração da Docapesca, “a empreitada de reabilitação da marginal de Vila Real de Santo António está dividida em quatro troços de intervenção”.
O primeiro (110 metros) incide sobre o Porto de Pesca e a estrutura de retenção existente, enquanto o segundo (300 metros) abrange a extensão do cais comercial.
O terceiro e o quarto troços de intervenção (35 e 120 metros) compreendem a área entre o cais comercial e o porto de recreio e preveem a nova retenção marginal em enrocamento.
Empreitada de reabilitação da marginal de Vila Real de Santo António representa investimento de €600.000 com conclusão prevista para junho
Oaeroporto internacional Gago Coutinho, em Faro, vai contar com 18 novas rotas e seis novos destinos no verão, operacionalizando um total de 81 ligações a 71 cidades, anunciou a gestora aeroportuária portuguesa.
A empresa ANA Aeroportos de Portugal – Vinci Airports precisou, num comunicado, que as novas 18 rotas previstas para o verão em Faro incluem seis “destinos totalmente novos” e 12 vão reforçar “rotas existentes, mas agora operadas por mais companhias aéreas”.
Os voos a partir do aeroporto de Faro vão permitir “trazer mais rotas e conectividade” ao Algarve no período de maior afluxo turístico à região e “consolidar a oferta e a atividade turística regional e nacional”, considerou a gestora aeroportuária.
“Os principais países emissores para o aeroporto de Faro, Reino Unido, Irlanda, França, aumentam a sua oferta de lugares em comparação com o verão de 2019”, destacou a empresa, assinalando também que os novos voos vão contribuir para o “crescimento de mercados estratégicos”.
Em reação ao anúncio da ANA, o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, disse à agência Lusa que este incremento de rotas é “fruto de um trabalho conjunto entre o Turismo do Algarve, a ANA Aeroportos e o Turismo de Portugal”, que já permitiu ao Algarve ter “a maior conectividade de sempre” durante “este inverno IATA” (sigla para International Air Transport Association, designação inglesa da Associação Internacional do Transporte Aéreo).
Este dado é “um sinal claro” da “confiança dos operadores turís-
ticos e das companhias aéreas no destino Algarve” e mostra que “os turistas corresponderam com o maior número de passageiros desembarcados até à data neste período de outubro a fevereiro”, no
aeroporto de Faro, considerou o presidente do Turismo do Algarve, sem precisar o número. João Fernandes destacou a importância das novas 18 rotas anunciadas pela ANA para o pe-
ríodo e abril a outubro, salientando que só os voos para os seis novos destinos - “Aarhus, na Dinamarca, Roma, em Itália, Estrasburgo, em França, Bilbau, em Espanha, e Jersey e Exeter, no Reino Unido”
- que antes “não tinham ligações a Faro”, vão disponibilizar “quase mais 85.000 lugares” para Faro. Mais 250.000 lugares do que em 2019
O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, revelou esta terça-feira que não vai concorrer a um segundo mandato à frente da instituição, devido à legislação que regula a limitação de mandatos nas Entidades Regionais de Turismo
Em declarações à agência Lusa, João Fernandes recordou que este é o seu primeiro mandato como presidente da RTA, mas no anterior foi também vice-presidente, e decidiu “não introduzir ruído numa futura eleição” e abdicar de um segundo mandato como presidente, perante as dúvidas sobre se a limitação de dois mandatos se aplica ao cargo ou ao coletivo.
“Ontem [domingo] realizou-se uma Assembleia na Região de Turismo do Algarve, com um ponto único sobre limitação de mandatos nas Entidades Regionais de Turismo. A lei atual – lei 33/2013 de 16 maio – refere, quanto à limitação de mandatos, que os membros da comissão executiva apenas podem renovar por uma só vez o seu manda-
to”, afirmou João Fernandes. A mesma fonte explicou que a legislação “não discrimina se são os presidentes apenas” e se a limitação “está associada ao cargo ou à participação no coletivo”, pelo que estava criada uma “situação dúbia” que tentou esclarecer sem sucesso junto da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Tendo colocado a questão à PGR, foi-me respondido que apenas podem esclarecer, de acordo com os estatutos do Ministério Público, questões colocadas pela Assembleia da República, pelo Governo ou as Regiões Autónomas”, contou.
João Fernandes suscitou ainda a questão junto da Secretaria de Estado do Turismo, mas a resposta remetia para a necessidade de a dúvida “apenas poder ser debelada pela Assembleia ou pela entidade em concreto”.
“Levei essa matéria à Assembleia da RTA, dizendo que é dúbia a interpretação, porque permite leitura para um lado e para o outro, e não me iria candidatar para não estar a colocar um problema à instituição”, argumentou.
O presidente da RTA agradeceu o voto de louvor que foi aprova-
do pela Assembleia ao trabalho realizado pela equipa diretiva em funções e adiantou que este órgão decidiu também “enviar ao Governo e à Assembleia da República um pedido de esclarecimento sobre esta matéria” da limitação de mandatos.
“Comuniquei à Assembleia [da RTA] que, face às 'démarches' que fiz junto da PGR e do Governo, não tendo obtido resposta que clarificasse essa matéria, não iria introduzir ruído numa futura eleição, pelo que não seria candidato para evitar que houvesse qualquer perturbação da atividade normal da RTA”, justificou.
A mesma fonte recordou que as próximas eleições “serão em junho” e estará “a exercer o mandato até alguém ser eleito”.
João Fernandes foi eleito presidente da RTA em maio de 2018, derrotando nas eleições a candidatura do então presidente em exercício, Desidério Silva. No mandato anterior, foi vice-presidente e a limitação a dois mandatos na Comissão Executiva das Entidades Regionais de Turismo leva agora João Fernandes a anunciar que não se recandidata à presidência da RTA
“Depois, no reforço das rotas existentes, que no fundo vêm reforçada a sua concorrência, porque há uma maior aposta de outros operadores aéreos, temos um aumento muito substancial de lugares disponíveis durante o verão IATA, que é de 250.000 lugares a mais do que em 2019, que foi o ano com a maior oferta de sempre”, acrescentou o presidente da RTA.
Quando questionado sobre as perspetivas de o Algarve superar os dados de 2019, que foi o melhor ano turístico de sempre na região, João Fernandes respondeu que há indicadores que apontam nesse sentido, com dados de “reservas não reembolsáveis” que são “superiores inclusivamente a 2019”, mas alertou que a conjuntura económica e geopolítica obriga a um “otimismo cauteloso”.
“O mundo está instável e, mesmo do ponto de vista da disponibilidade para o consumo, há maiores reticências nos gastos em lazer dado o aumento dos preços generalizados, provocados por uma inflação que desgasta naturalmente a capacidade aquisitiva das famílias na Europa, que são os nossos principais mercados emissores” de turistas, justificou. Por isso, João Fernandes considera que estão “os ingredientes alinhados para que haja um bom ano” turístico em 2023, mas é necessário “acompanhar a par e passo” a evolução da situação internacional para os promotores turísticos “não serem apanhados de surpresa por qualquer percalço”.
Presidente da Região de Turismo do Algarve não se recandidata a segundo mandato
A exposição de pintura “O Espírito dos Elementos”, de Clara Buser, pode ser visitada na Biblioteca Municipal de Lagoa (Faro) de 06 de março até 21 de abril. O município avança, em comunicado, que a exposição consiste numa mostra de trabalhos recentes em aguarela sobre papel e também acrílico sobre algodão em tela. Segundo a nota, “O Espírito dos Elementos” configura “a contemplação da paisagem enquanto experiência espiritual e a pintura como meditação, não tendo o trabalho “um caráter representativo da paisagem, mas procura manifestar visualmente o estado subjetivo da experiência que a sua contemplação inspira”.
Seis vias-sacras assinalam a Páscoa em Tavira
O futuro metro de superfície entre as cidades algarvias de Olhão, Faro e Loulé terá 38 km de extensão e vai beneficiar 185 mil pessoas, cerca de 40% da população do Algarve, segundo um estudo preliminar apresentado esta quarta-feira.
“Este projeto é um projeto verdadeiramente estruturante da articulação entre três concelhos que sendo vizinhos estão na prática a uma enorme distância se não estiverem devidamente articulados, disse o primeiro-ministro, António Costa, em Olhão onde se deslocou para assistir à apresentação incluída no roteiro da iniciativa
"Governo Mais Próximo" que se realizou esta quarta e quinta-feira no Algarve.
O metro ligeiro entre Olhão, Faro e Loulé terá 38 km de extensão e 24 paragens, servindo cerca de 185 mil residentes nos três concelhos (40% da população algarvia), dos quais 70 mil de residentes a menos a 600 metros de uma paragem.
As tabelas preliminares de custos totais do projeto apontam números que podem ir até 300 milhões de euros, tanto a solução apoiada em veículos elétricos, como a apoiada em veículos a hidrogénio.
“Ajudamos, com este financiamento, a potenciar a base económica de toda a região”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que o investi-
mento deverá de ser feito ainda durante o período de programação de fundos estruturais que termina em 2030.
A futura linha irá passar por três estações ferroviárias (Parque das Cidades, Bom João e Olhão) e equipamentos e serviços “fundamentais” na região, como o Aeroporto Internacional Gago Coutinho (nove milhões de passageiros, cinco mil trabalhadores) e o polo de Gambelas da Universidade do Algarve (5,3 mil estudantes).
De acordo com o estudo prévio, poderão ser feitas cerca de 40 mil viagens por dia, estando em estudo eventuais extensões da linha a Albufeira e à Fuzeta.
“Sei bem que nem sempre é fácil os concelhos entenderem-se para trabalhar em conjunto,
sobretudo num projeto que não serve especificamente qualquer deles mas que só faz total sentido servindo os três em conjunto”, concluiu António Costa Por seu lado, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve, José Apolinário, sublinhou que a cerimónia de apresentação significava o “pontapé de saída” de um projeto em que os algarvios têm a “ambição de fazer avançar” um plano “estruturante para a região”. A CCDR do Algarve é a entidade que desenvolveu o estudo sobre metro ligeiro no eixo Loulé, Faro e Olhão, onde foram avaliadas cinco possibilidades de variantes de traçado, assim como diferentes opções tecnológicas.
AJunta de Freguesia de Quarteira acaba de abrir mais uma porta à população. A partir de agora, os cidadãos contam com o apoio especializado no preenchimento e submissão do pedido de pensão de velhice, disponível através do programa da Segurança Social Direta “Pensão na Hora”.
Este serviço de proximidade e acompanhamento personalizado evitará deslocações aos serviços centrais da Segurança Social e diminuirá tempos de espera, já que 90% dos pedidos online têm resposta até ao mês seguinte. No pedido online, os cidadãos também podem verificar a sua carreira contributiva e saber o
valor estimado da sua pensão. Para o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, Telmo Pinto, o novo serviço vem reforçar os objetivos da autarquia no que diz respeito à relação de proximidade com os cidadãos: “Simplificar, aproximar e apoiar as pessoas é um dos nossos grandes objetivos. Por isso, temos conseguido que a
Junta esteja sempre presente em todos os aspetos essenciais das suas vidas”. Este novo serviço resulta de um protocolo celebrado entre o Instituto da Segurança Social e a Associação Nacional de Freguesias e garante um apoio de proximidade e um acompanhamento personalizado a quem mais precisa.
A Paróquia de Tavira organizou um programa que inclui seis vias-sacras, todas as sextas-feiras até à Páscoa, para assinalar a Quaresma, período de 40 dias que antecede aquela festividade religiosa cristã. Em comunicado, a paróquia refere que a primeira foi na Igreja de Santiago, na sexta-feira, seguindo-se o Jardim da Igreja de S. Francisco (03 de março), o Jardim do Castelo (10 de março), a Igreja de Santa Luzia (17 de março), a Igreja de Santo António (24 de março) e a Igreja de S. Paulo (31 de março). Todas as quintas-feiras também será aberta a Capela de Nossa Senhora da Consolação, “onde estará em adoração o Santíssimo”, lê-se na nota. Via-Sacra é o caminho que foi percorrido por Jesus carregando a cruz, desde o Pretório até ao Calvário, onde faleceu, mas neste caso significa um exercício de reflexão de percorrer mentalmente o trajeto. Na religião cristã, a Páscoa, ou domingo da Ressurreição, é uma festividade religiosa e um feriado que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida no terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento, comemorando-se este ano a 09 de abril.
Mostra de Cinema Universitário “Sophia Estudante 2023” em Albufeira
A Mostra de Cinema Universitário “Sophia Estudante 2023” realiza-se, pelo segundo ano consecutivo, em Albufeira, decorrendo de sexta-feira até domingo, divulgou a câmara municipal, em comunicado. O município algarvio sublinha que o evento, uma iniciativa da Academia Portuguesa de Cinema em colaboração com a cidade algarvia, visa “promover a sétima arte e incentivar as jovens gerações, incutindo-lhes o gosto pelo cinema”. Os filmes candidatos ao “Sophia Estudante 2023” foram produzidos por alunos dos estabelecimentos do ensino superior e técnico, durante o ano letivo 2022/2023.
Há tendência para dizer que sobre o Algarve e o seu turismo está tudo dito e o que agora é preciso é passar das palavras aos actos. Em consciência, temos de concordar que, na realidade, já existem orientações e acções de tal maneira evidentes e consensuais, na região e sobre a região, que excluem mais estudos, análises, propostas ou comentários. O que é preciso é agir.
Em linhas gerais, o que falta ao Algarve é uma VISÃO esclarecida sobre um modelo de desenvolvimento económico e social. Um modelo que leve em consideração a aspiração legítima do Algarve pretender, por um lado, ser a região mais rica e desenvolvida de Portugal e, por outro, crescer a um ritmo económico elevado, contribuindo deste modo para o aumento da riqueza e prosperidade do país e, por essa via, melhorar a vida das populações residentes. Em suma, mais do que repensar o Algarve é sobretudo preciso assumir o Algarve. Não porque isso satisfaz os interesses dos algarvios ou dos seus empresários, mas porque isso é do interesse público do País. Há um sentimento instalado nos diversos sectores da sociedade algarvia que esta incompreensão nacional sobre o Algarve e, particularmente, sobre o seu turismo, resulta do seu fraco peso eleitoral, político, económico, social, cultural e da falta de uma liderança regional com capacidade de intervenção forte e credível.
É minha convicção profunda que muitos dos estrangulamentos com que a actividade turística do Algarve se confronta resultam, basicamente, do não entendimento da natureza e substância do turismo, de uma incapacidade em tomar as medidas adequadas e de uma insuficiência clara em concretizar o investimento público necessário ao fomento e desenvolvimento da economia regional.
Tudo isto conduziu à criação de uma cultura nacional, com alguns ecos na região, consubstanciada numa política que podemos designar por “Medo do Desenvolvimento”. No Algarve não se aprovam investimentos, no Algarve proíbem-se investimentos. Tudo isto conduziu a um modelo explicativo inadequado sobre o turismo da região e o seu desenvolvimento, traduzido em políticas erradas, profundamente injustas e lesivas dos interesses colectivos, tanto públicos
como privados. Esta política de travagem, não só do turismo como de toda a actividade económica regional, vem diminuindo a competitividade das nossas empresas e comprometendo o seu sucesso no futuro. Para isso, precisamos de políticos e políticas corajosos, decididos e determinados que, sem se deixarem intimidar pela força do discurso negativo tradicional sobre o turismo e o Algarve, sejam capazes de entender que apesar da actividade turística algarvia deter a maior importância absoluta e o maior potencial de crescimento em Portugal, regista o maior atraso em investimentos públicos e enfrenta problemas específicos em várias áreas.
O ordenamento tem de ser prospectivo e com visão de futuro e ser capaz de compatibilizar os impactes das actividades humanas com os graus de protecção e implantação das actividades ambientais, devendo resultar de uma avaliação e de uma opção política calma, modesta e de bom senso.
O ordenamento não pode continuar a ser a expressão de políticas autistas e, por con-
E REALIDADES (15)
Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia
Otema é grandioso demais para caber numa crónica de meia página de jornal. Dá para mil teses de doutoramento, para longas horas de debate no circuito interno dos especialistas em urbanismo, acessibilidades, ciência social e, inevitavelmente, por gente da política. Cá por baixo, o povinho que arcará com os efeitos do que se anda preparando por aí nas suas costas, sem escrutínio, sem consulta nem compromisso eleitoral, pouco terá a dizer. Quando acordar, se acordar, o facto estará consumado. Do que se fala aqui? Das chamadas “Cidades 15 minutos”. Para quem acredita nas virtualidades de uma sociedade democrática, respeitadora da vontade popular expressa nas urnas, o pior que pode acontecer a uma boa ideia ou justa causa é deixar-se levar na onda do radicalismo.
O conceito da Cidade 15 Minutos (C15 para simplificar), onde se pode trabalhar, comerciar, entreter e ir à escola a pouca distância de casa (15 minutos a pé ou de bicicleta) é, à primeira vista, uma ideia simpática e com sentido, face ao caos urbano que se tem instalado e às suas nefastas consequências sobre o meio ambiente.
Carlos Moreno, colombiano, urbanista brilhante e professor na Sorbonne, foi o seu criador em 2016. Porém, passado o deslumbramento da novidade, há que parar e reflectir sobre aquilo que pode impactar na nossa vida, e nos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
seguinte, incapazes de entender a nobreza do ordenar e a modéstia que é preciso ter para o fazer na defesa do interesse público. Por outro lado, e sem bons serviços, o Algarve não será competitivo no turismo e em outras actividades. É preciso garantir, em quantidade e qualidade, bons serviços de saúde, limpeza, abastecimento de água, electricidade, recolha e tratamento de águas residuais e resíduos sólidos urbanos, etc.
O Algarve e a actividade turística representam um campo prioritário para implementar uma estratégia inovadora em matéria de descentralização, redução da burocracia, ordenamento do território e, por essa via, produção de mais riqueza para Portugal.
Repensar o Algarve é apostar no futuro. O futuro começa na demonstração clara que todos os algarvios desejam e precisam de Mudança. A Mudança é um factor essencial de modernidade e de progresso.
*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
As C15 podem tornar-se becos sem saída para as crianças, têm tudo ali à mão na sua existência controlada dos dias de hoje, mas a maioria dos adultos trabalha fora do raio de acção dos 15 minutos. Por muito que o teletrabalho progrida, a mobilidade será sempre necessária. Os riscos de uma escalada neste controleirismo sobre os cidadãos, são reais. Passar do simples enxotar dos automóveis para o estabelecimento de limites e proibições ao consumo de cada qual, vai um passo. Leia-se o relatório “The Future of Urban Consumption in a 1.5ºC World”. Tem tanto de fantástico como de aterrador. Elaborado pela Universidade de Leeds para o C40 Cities (rede de mais de 90 megacidades no mundo comprometidas com o combate às alterações climáticas) e a ARUP (organização para o desenvolvimento sustentável), e só a título de exemplo, ali se preconizam como objectivos “progressivos” de consumo já em 2030: 44g de carne/ dia/pessoa, oito peças novas de roupa/pessoa/ano, 190 veículos por 1.000 habitantes, uma viagem de avião (1.500 Kms/pessoa/ cada 2 anos). Se a opção recair nos objectivos “ambiciosos” para o mesmo ano de 2030, os números encolhem ainda mais: ZERO carne, 3 peças novas de roupa/ano, ZERO veículos privados, a mesma viagem de avião, mas a cada 3 anos. Ufff!!! Se esta gente chegar a mandar, o futuro é negro.
Criem áreas de expansão urbana, de baixa densidade e volumetria, colocando a qualidade de vida de quem lá vai morar ou trabalhar como foco prioritário. Faro não é Paris, nem Bacalhau é Anne Hidalgo
Os propósitos da C15 até podem ser louváveis. Para quem gosta e para quem pode, é óptimo caminhar ou dar ao pedal, descontados os desconfortos do calor, do frio, da chuva, quiçá dos declives acentuados dos percursos. Porém, levados ao extremo que as novas tecnologias consentem, os limites severos à circulação automóvel podem conduzir a um controle absurdo da liberdade e à invasão da privacidade individual.
Uma parafernália de câmaras vídeo às entradas e saídas da C15, portões virtuais, regulamentos restricionistas e multas para infractores, prometem tornar a vida de cada qual um inferno. Uma C15 não chega a ser verdadeiramente uma cidade. É um enclave circular, uma subdivisão urbana, será pior do que isso, se se transformar num ghetto. As grandes cidades já os têm, os bairros e a sua estratificação social. A diferença reside na conexão que entre eles existe, sem barreiras físicas ou virtuais, o que permite a interacção de pessoas, ricos e pobres, negros e brancos, jovens e idosos.
Há aqui uma agenda que não é só ambiental. É económica, cultural, ideológica, logo política. Tem de ser discutida e sufragada. Como se vê, se para combater as alterações climáticas o tráfego aéreo for reduzido ao mínimo, é melhor os algarvios mudarem de vida. Adeus, Turismo. O Algarve não tem megacidades, pode criar algumas C15, mas não precisa de chegar a extremos proibicionistas de tráfego automóvel. O que podem fazer as autarquias? Parem já de aumentar a densidade populacional dos núcleos centrais das vilas e cidades, em vez de continuar a licenciar a construção de edifícios com alturas que só contribuem para agravar os problemas da mobilidade, como se nada se passasse. Criem áreas de expansão urbana, de baixa densidade e volumetria, colocando a qualidade de vida de quem lá vai morar ou trabalhar como foco prioritário. Faro não é Paris, nem Bacalhau é Anne Hidalgo.
*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
“O futuro depende daquilo que fazemos no presente”
– Mahatma Gandhi
No Algarve não se aprovam investimentos, no Algarve proíbem-se. Tudo isto conduziu a um modelo explicativo inadequado sobre o turismo da região e o seu desenvolvimento
LOULÉ: Feira da Aguardente e Mel na aldeia da Cortelha
A Associação dos Amigos da Cortelha organiza em 11 de março, a Feira da Aguardente e do Mel nesta aldeia da Serra do Caldeirão, no concelho de Loulé.
O evento tem como objetivo “realçar e valorizar dois produtos de excelência da serra algarvia tradicionalmente produzidos com grande dedicação e mestria”, segundo um comunicado da Associação dos Amigos da Cortelha. O programa da feira tem início, às 09:00, com um passeio pedestre, com cerca de 10 quilómetros de extensão, “pelos trilhos mais belos e recônditos da zona, com passagem por destilarias de medronho”. Popcaan, Little Simz e Wizkid no Afro Nation em Portimão
Oprograma Mar 2030, que foi apresentado esta quarta-feira em Faro, conta com mais de 539 milhões de euros de dotação, distribuídos por quatro prioridades, apontou esta quarta-feira o Governo. “O programa conta com um pacote financeiro de mais de 539 milhões de euros, uma despesa pública superior aos 504 milhões de euros programados no Mar 2020”, indicou, em comunicado, o Ministério da
Agricultura e da Alimentação. O programa foi apresentado, no âmbito da iniciativa “Governo + Próximo”, pelas ministras da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Da dotação total, 257,9 milhões de euros destinam-se ao fomento das pescas sustentáveis e da restauração e conservação dos recursos biológicos e aquáti-
cos, 200,7 milhões de euros ao fomento de atividades de aquicultura sustentáveis e da transformação e comercialização dos produtos da pesca e da aquicultura, 48,2 milhões de euros à promoção de uma economia azul sustentável e sete milhões de euros ao reforço da governação internacional dos oceanos e promoção de mares e oceanos “seguros, protegidos, limpos e geridos de forma sustentável”.
Somam-se ainda 25,9 mi -
Os CTT receberam 86% das reclamações dirigidas ao serviço postal em 2022, abaixo do valor de 2021, enquanto a Vodafone (36%) ficou em primeiro lugar no que diz respeito às comunicações eletrónicas, divulgou a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)
“No setor postal, existiram 37.200 reclamações em 2022, menos 22% do que no período homólogo. Os CTT foram responsáveis por 31.800, 86% do total.
Ainda assim, as reclamações contra os CTT caíram 23% em 2022”, indicou, em comunicado, a Anacom.
Segue-se o DPD com 2.500 reclamações, 27% abaixo do registado em 2021. Já o conjunto dos presta-
dores menos reclamados (UPS, General Logistics, DHL, CEP, TNT e outros) representou 8% das reclamações verificadas pelo regulador. O motivo mais mencionado (19%) foi a falta de tentativa de entrega ao domicílio.
Por distribuição geográfica, Faro registou 54 reclamações por 10.000 habitantes, seguido por Lisboa, com 50 reclamações por 10.000 habitantes, enquanto Portalegre teve a menor taxa de reclamações (oito por 10.000 habitantes).
Considerando as comunicações eletrónicas e o setor postal, a Anacom registou cerca de 109.700 reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações em 2022,
menos 15% do que no ano anterior. Já as comunicações eletrónicas foram alvo de 72.500 reclamações, menos 10% em comparação com o ano anterior.
A Vodafone foi o operador que registou mais reclamações (36%), seguida pela NOS (31%), MEO (29%) e NOWO (3%).
“Se atendermos à taxa de reclamações, a NOS foi o prestador que registou mais reclamações por mil clientes – 7,2 –, seguida pela Vodafone, com 7,1. A MEO apresentou a menor taxa de reclamação, com 3,7 reclamações por mil clientes”, detalhou.
Setúbal foi o distrito em que se registaram mais reclamações, cerca de 88 por 10.000 habitantes, seguido por Lisboa (86,2), enquanto Guarda foi o que apresentou menos reclamações, com 23 por 10.000 habitantes.
lhões de euros para a gestão, monitorização e avaliação do programa. “Portugal é o único Estado-membro da União que mantém a dotação do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA) em cerca de 392,5 milhões de euros”, destacou o executivo. No âmbito do acordo de parceria, foi também aceite a transferência da dotação do Fundo de Coesão (14 milhões de euros) para o FEAMPA.
O jamaicano Popcaan, a britânica Little Simz e o nigeriano Wizkid estão entre as novas confirmações do cartaz do festival Afro Nation, que decorre em junho em Portimão, anunciou a organização. O lote de novas confirmações inclui também Davido, Focalistic, Kamo Mphela, Felo Le Tee, Sir Trill e Skyla Tylaa. O Afro Nation, que se intitula “o maior festival de ‘Afrobeats’ do mundo”, regressa à Praia da Rocha, entre 28 e 30 de junho, para a terceira edição em solo português. O cartaz da 3.ª edição do Afro Nation inclui também Burna Boy, 50 Cent, Booba, Asake, Aya Nakamura, Fireboy DML, Black Sherrif, Vegedream, Oxladee Ms Banks, Nelson Freitas e Soraia Ramos.
Pretende seleccionar COMERCIAL POLIVALENTE (m / f)
O posto de trabalho exige polivalência de funções, com especial incidência no atendimento, divulgação e venda de produtos, pelo que procuramos pessoas dinâmicas, com facilidade de comunicação e de relacionamento, revelando gosto por actividades que impliquem o contacto interpessoal.
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Preferencialmente licenciatura em Economia, Gestão, Gestão Bancária, Marketing ou similar;
Experiência profissional mínima de 12 meses no sector de actividade bancária, como preferencial;
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Conhecimento de línguas, com preferência para a língua inglesa;
Residência nos concelhos de acção geográfica da Caixa Agrícola, como preferencial;
Carta de condução e disponibilidade para deslocações
OFERECE-SE
Remuneração de acordo com o ACTV para o sector;
Regalias sociais do sector bancário;
Perspectivas de evolução na carreira profissional.
Resposta com indicação da referência 37/23, acompanhada de curriculum vitae e certificado de habilitações, para o e-mail recrutamento@creditoagricola.pt
Serão consideradas as candidaturas recebidas até 10 de Março de 2023
➢ Contactaremos APENAS as candidaturas seleccionadas.
➡ Entre 2020 e 2022, o Algarve apresentou sempre valores de renda mais elevados
➡ Algarve apresenta preços de venda por m2 quase 60% superiores aos do país
Odireito à habitação encontra-se consagrado no art.º 65 da Constituição da República Portuguesa, que institui que “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”.
A operacionalização desse direito incumbe ao Estado, seja por via direta, seja em articulação com regiões autónomas, autarquias locais, privados, ou grupos da sociedade civil devidamente organizados e constituídos.
Ao contrário de outros direitos fundamentais, como a saúde ou a educação, que há mais de duas décadas têm a sua Lei de Bases publicada, a habitação só recentemente, a 3 de setembro de 2019, viu a sua Lei de Bases ser Publicada em Diário da República (Lei 83/2019).
Talvez pelo assumir tardio do direito à habitação, por parte dos vários Governos, a questão tem tido intervenções intermitentes e, conforme bem percebemos, claramente insuficientes.
A exceção foi o PER - Programa Especial de Realojamento, iniciado em 1993, e implementado ao longo das duas décadas seguintes, sendo, desde a instauração do regime democrático, o maior programa de habitação social implementado. O PER, que se dirigiu às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, tinha por objetivo a erradicação de barracas, e realojamento dos seus moradores, num total estimado de 150 mil moradores, tendo disponibilizado cerca de 50 mil habitações. No entanto, seja por limitações financeiras dos municípios, no início do século 21, seja pela crise e recessão económica de 2010-2012, a habitação foi saindo gradualmente da agenda política.
O abandono das políticas de habitação levou ao aumento das necessidades, tendo-se a situação
agravado nos últimos anos por diversos fatores como sejam a falta de oferta, o aumento do preço dos fatores produtivos com o consequente aumento do preço de venda, o aumento dos valores do arrendamento ou a subida das taxas de juro, colocando muitas famílias em situação de grave dificuldade no acesso à habitação, o que fez com que o tema voltasse a entrar na agenda política em força. Em 2017/2018, num levantamento realizado pelo IHRU – Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, foram identificadas 26.000 famílias em situação de grave carência habitacional. À data, pensava-se que aquele número pecaria por escasso.
Hoje não existe qualquer dúvida que o número de famílias a necessitar de apoio público para acesso à habitação será claramente superior.
As rendas
Nos últimos anos, de acordo com o INE, o valor mediano das rendas para novos contratos de arrendamento tem vindo a aumentar de forma significativa, a um ritmo superior ao do aumento dos rendimentos das famílias.
Desde o 1º trimestre de 2020, o valor das rendas aumentou quase 20% em Portugal. No Algarve esse aumento foi de 11%.
Entre 2020 e 2022, o Algarve apre-
sentou sempre valores de renda mais elevados, quando comparado com o país. No 3º trimestre de 2022 os valores no Algarve (7,49 euro/ m2) eram 14% superiores aos do país (6,55 euro/m2).
Os juros
De acordo com o INE, em janeiro de 2023, a taxa de juro associada aos contratos de crédito à habitação, foi de 2,217%, valor que, comparado com os meses homólogos desde 2010, só havia sido superior em 2012 (ano de entrada da Troika em Portugal), com 2,718%. Desde então, a taxa de juro vinha descendo gradualmen-
te, chegando mesmo a ser inferior a 1%, em 2021 e 2022. O ano de 2023 trouxe, assim, um aumento abrupto nos encargos familiares, deixando menos rendimento disponível, por via do aumento das taxas de juro.
Para as famílias que pretendem adquirir habitação própria, esse objetivo torna-se mais difícil quando os juros estão mais elevados.
Por outro lado, o agravamento da taxa de juro surge num momento em que o valor da dívida média das famílias nos contratos de crédito à habitação regista uma tendência de
A PRESTAÇÃO DA CASA paga ao banco volta a subir em março nos contratos a taxa variável, sendo esperado um aumento de 185 euros no prazo a seis meses face à última revisão, segundo a simulação da Deco/Dinheiro&Direitos. Assim, um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à
Euribor a seis meses - a mais usada nos contratos de crédito à habitação em Portugal - e com um 'spread' (margem de lucro do banco) de 1%, passa a pagar a partir de março 727,85 euros, o que significa uma subida de 185,57 euros face à última revisão em setembro. Já no caso de um empréstimo nas mesmas condições, mas
indexado à Euribor a três meses, o cliente passa a pagar 685,34 euros, mais 67 euros do que em dezembro. Já nos empréstimos indexados à Euribor a 12 meses, a prestação da casa será de 763,06 euros a partir do próximo mês, um agravamento de 303,33 euros face ao que pagava desde março de 2022
encontravam ocupados como residência habitual.
Mais de 1,1 milhões de alojamento destinam-se a segunda habitação.
E o número de alojamentos vagos supera os 723.000, sendo estes os visados no pacote “Mais Habitação” do Governo, que pretende obrigar os proprietários a colocá-los no mercado de arrendamento.
E a propósito da discussão gerada sobre o estado dos alojamentos, convém referir que, de acordo com o INE, a maioria dos edifícios (64,2%) não necessita de reparações e apenas 4,6% necessita de reparações profundas.
Estado tem mais de 700 edifícios devolutos
Muitas das críticas ao arrendamento coercivo incluído no programa “Mais Habitação” do Governo, apontam para o número elevado de imóveis do Estado que que estão devolutos. A Associação Nacional de Proprietários considera, no entanto, que o primeiro passo para enfrentar a atual crise na habitação deve ser dado pelo próprio Estado proprietário através da recuperação do seu património abandonado. Essa foi também uma possibilidade admitida pelo Governo, apesar de nos últimos anos não ter sido essa a aposta. A SIC tentou obter mais informações junto da Fundiestamo, que gere o FNRE, mas ainda não obteve resposta. A lista de imóveis inativos ou devolutos do Estado ascendia a mais de 700 em 2022.
crescimento. Esta tendência iniciou em 2017, apresentando o valor mais elevado de sempre em 2023 com 62.357€.
A conjugação destes dois fatores, aumento do valor médio dos créditos e das taxas de juro coloca pressão sobre o rendimento disponível das famílias, deixando-as numa situação de maior dificuldade económica e social.
A subida significativa do valor da venda também dificulta o acesso das famílias à habitação.
Entre 2019 e 2022, a subida do valor mediano de vendas das habitações, em Portugal e no Algarve, foi superior a 40%.
Esta subida pode ser justificada por fatores como o aumento dos fatores produtivos (custo dos terrenos, dos materiais, da mão de obra, custos de contexto).
Entre regiões registam-se disparidades significativas nos valores de venda, com o Algarve a apresentar preços por m2 quase 60% superiores aos do país
Em grande parte, a subida generalizada dos preços resulta da lei da oferta e da procura, visto existir mais procura que oferta o que, inevitavelmente, faz aumentar os preços.
De acordo com o INE, na última década foram construídos apenas 110.784 edifícios, o que corresponde a 3,1% do parque habitacional.
Face à dimensão do problema, não existem dúvidas que a sua resolução demorará bastante tempo. Face à sua gravidade, importa adotar medidas que possam produzir resultados imediatos.
De acordo com o Censo 2021 do INE, em Portugal existiam 5 981 482 de alojamentos, dos quais 69,4% se
Como primeira tentativa para resolver o problema da falta de habitação, em 2018 o Governo lançou o Programa 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, que visa apoiar a promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivam em condições habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada. Este programa prevê como apoio aos promotores de soluções habitacio-
nais comparticipações financeiras não reembolsáveis e bonificação da taxa de juro de empréstimos. O PRR – Plano de Recuperação e Resiliência veio trazer um impulso significativo às políticas de habitação municipais, ao alocar verbas ao setor, financiando a 100% novas construções ou reabilitação, desde que os Municípios candidatos à medida disponham de uma Estratégia Local de Habitação aprovada, o que já acontece na larga parte dos Municípios portugueses. No entanto, a sua aplicação levará tempo. E não é certo que haja tempo e capacidade para executar e utilizar essa verba que, de acordo com as regras da Comissão Europeia, terá se ser executada até 2026.
Mas ainda que essa verba venha a ser executada na totalidade, não responderá à totalidade das necessidades de habitação existentes. E há famílias que não podem esperar o tempo necessário à construção dessas novas habitações. O Governo e os Municípios estão, pois, colocados perante o desafio de resolver o problema de habita-
ção de muitas dezenas de milhares de famílias.
A médio prazo importa:
- Utilizar depressa e bem os fundos do PRR destinados a habitação;
- Identificar terrenos, flexibilizar as regras de utilização dos solos, permitir a construção em quantidade de fogos de habitação a custos controlados, com custos de contexto mais baixos.
No curto prazo é necessário:
- Implementar soluções como o apoio financeiro ao arrendamento, que permitam uma resposta imediata às famílias em situação mais difícil;
- Criar incentivos e confiança nos proprietários, seja por via fiscal, seja através da garantia de uma rápida resposta da justiça quando necessário, para que parte dos 700.000 fogos vagos sejam rapidamente colocados no mercado pelos seus proprietários, de forma voluntária.
Pelo caminho importa planear, para que as respostas no mercado habitacional surjam alinhadas, em tempo e quantidade, com as necessidades.
As Cartas Municipais da Habitação, consagradas na Lei de Bases da Habitação, são o instrumento adequado para isso, ao permitirem a articulação entre o Plano Diretor Municipal (PDM) e demais instrumentos de gestão do território que dão indicação sobre os locais e capacidades construtivas; com as Estratégias Locais de Habitação, que sinalizam as necessidades de habitação detetadas no território, e com as demais estratégias e políticas dos municípios nesta matéria. O ponto de partida do mercado habitacional é, pois, bastante complicado para as famílias e carece de respostas imediatas.
Fonte:
Quanto ao ponto de chegada, só o tempo dirá se conseguiremos atingir os objetivos desejados. A forma de lá chegar não será fácil, mas será seguramente muito discutida, conforme se percebeu nos últimos dias...
casa sobe em março 185 euros para créditos de 150 mil euros a 6 mesesFonte: INE; elaboração própria
MARIA LÚCIA ANDRADE RIBEIROS 30-03-1942 18-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTO ESTÊVÃO - TAVIRA
SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
MARIA DA FÉ DE MENDONÇA CASTRO RAMOS
27-07-1951 18-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
LUZ - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
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Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.
Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.
MÁRIO ESTEVÃO DA SILVA
08-09-1935 21-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
CONCEIÇÃO - TAVIRA SÉ E SÃO PEDRO - FARO
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
VANDA MARIA MATEUS DA CRUZ CALIÇO PIRES
23-08-1966 23-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTA MARIA - TAVIRA
SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
ANTÓNIO RODRIGUES GONÇALVES
24-07-1933 23-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
CONCEIÇÃO - TAVIRA
CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
JOÃO DIAS CAMPOS
04-04-1952 27-02-2023
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTANA DE CAMBAS - MÉRTOLA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
José António Gonçalves Carmo, proprietário e legítimo possuidor do prédio rústico situado em Corte António Martins, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 859, da União das freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, no concelho de Tavira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº 3799, vem comunicar a todos os confinantes do referido prédio que é sua pretensão celebrar, sobre este imóvel, um contrato de compra e venda. O referido negócio será feito a favor do Senhor João Pedro dos Santos Fernandes, pelo valor de 8.000,00 € (oito mil euros).
Pelo exposto vem, ao abrigo do disposto no artigo 1380º nº1 do Código Civil, conferir a qualquer dos confinantes, a faculdade de exercer o direito de preferência no contrato acima referido, devendo, no prazo de 8 dias após a publicação deste anúncio, conforme estipulado no nº 2 do artigo 416º do mesmo diploma legal, dizer se pretende exercer o seu direito de preferência no contrato supramencionado, pelo preço acima indicado. Na falta de resposta no prazo legal, presumir-se-á a falta de interesse no exercício de tal faculdade.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1302, 3 de março de 2023)
Constantino José Vasques Nascimento
Pedro Manuel Vasques Nascimento
Maria Margarida Vasques Nascimento Neto Lopes
Proprietários e legítimos possuidores do prédio misto, Sítio do Farrobo, S. Brás de Alportel, inscrito na matriz rústica 17288 e urbana 1455, descrito na Conservatória de S. Brás de Alportel sob o nº 8519/199931118, vêm comunicar a todos os confinantes do referido prédio, que é sua pretensão celebrar um CPCV e posterior venda sobre este imóvel e um outro urbano artº U1456, descrito na Conservatória de S. Brás de Alportel sob o nº 19336/20151020.
A compra e venda dos referidos prédios é incindível, facto pelo qual a impossibilidade de compra e venda de um, acarretará, em consequência, a impossibilidade de compra e venda dos restantes.
O referido negócio, será feito a favor de José António Ribeiro Ferreira Nunes, casado com Cristina Cavalloti, residentes em Lisboa, pelo valor de 500.000,00 (quinhentos mil euros), prevendo-se a escritura em Lisboa até finais de maio de 2023.
Pelo exposto vem, ao abrigo do disposto no artigo 1380 nº1 do Código Civil, conferir a qualquer dos confinantes, a faculdade de exercício do direito de preferência no contrato acima referido, devendo no prazo de 8 dias, dizer se pretende exercer o seu direito de preferência no contrato supramencionado, pelo preço acima mencionado, enviando notificação para Maria Margarida
Neto Lopes, EM 516 1248 G – 8800 -120 Luz de Tavira
Na falta de resposta no prazo legal, presumir-se-á a falta de interesse no exercício de tal faculdade.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1302, 3 de março de 2023)
Nos termos do nº 2 do artigo 26º e dos artigos 27º e 28º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, C.R.L., pessoa colectiva nº 501 073 035, com sede na Rua Borda D’Água de Aguiar, Nºs 1 e 2, em Tavira, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Tavira sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 15.786.000,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 31 de Março de 2023, pelas 15:30 horas, no Auditório da sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte ORDEM DE TRABALHOS
1. Discussão e votação do Relatório de Gestão e das Contas da Caixa Agrícola relativo ao exercício de 2022 e do relatório anual do Conselho Fiscal.
2. Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados.
3. Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola.
4. Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola.
5. Discussão e aprovação da Política de Remuneração dos membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa Agrícola para o ano de 2023.
6. Discussão de outros assuntos com interesse para a Caixa Agrícola. Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.
A. Voto por Correspondência
Os Associados podem exercer o seu direito de voto por correspondência, nos termos do artigo 31.º, n.ºs 3 a 6 dos Estatutos da Caixa Agrícola desde que sejam cumpridos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
i. solicitem atempadamente, por escrito, ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, os boletins correspondentes a cada ponto da ordem de trabalhos e a carta que os deverá capear;
ii. o sentido do voto seja expressamente indicado em relação a todos os pontos da ordem de trabalhos;
iii. os boletins dêem entrada na sede da Caixa Agrícola até às dezasseis horas do segundo dia útil anterior ao da Assembleia Geral, sendo a data e hora da entrada registada em livro, registo que será encerrado pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral logo que terminado o prazo da sua válida recepção.
Cada boletim deverá ser dobrado em quatro e inserido em sobrescrito, em cujo rosto será inscrito “Votação do(a) Associado(a) … [nome ou designação do Associado] para o Ponto … [inscrever o número] da Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, C.R.L., convocada para as 15:30 horas do dia 31 de Março de 2023”, sendo os referidos boletins capeados pela carta a que alude o requisito i. supra com a assinatura do Associado reconhecida nos termos legais.
B. Voto por Representação
Nos termos do artigo 31.º, n.ºs 7 e seguintes dos Estatutos da Caixa Agrícola, qualquer Associado poderá votar por procuração, conquanto constitua como mandatário familiar seu, desde que maior de idade, ou outro Associado, sendo que este só poderá representar um mandante. A procuração deve ser outorgada em documento escrito, dele constando a identificação do mandante e a identificação do mandatário, pelo menos através dos seus nomes completos, números de identificação civil e respectivas moradas, data, hora e local da realização da Assembleia e ponto ou pontos da ordem de trabalhos para a qual confere o mandato e, querendo, o respectivo sentido de voto.
A procuração deverá ainda ser datada e dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, com a assinatura do mandante reconhecida nos termos legais.
C. Presença na Assembleia Geral
Advertem-se os Associados que poderão vir a ser adoptados na reunião procedimentos de segurança, saúde e higiene, no âmbito da pandemia da doença COVID-19, designadamente em função de orientações específicas que venham a ser dimanadas quer por dispositivo legal subsequente à publicação desta convocatória e que então se encontrem em vigor, quer pela Direcção-Geral de Saúde ou por qualquer outra autoridade competente, as quais serão devidamente divulgadas aos Associados.
Tavira, 3 de Março de 2023
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Bruno Filipe Torres Marcos (POSTAL do ALGARVE, nº 1302, 3 de março de 2023)
Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o
www.issuu.com/postaldoalgarve
SAÚL NEVES DE JESUS
Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes
Oúltimo artigo foi dedicado ao tema “Como tem evoluído a abordagem da figura humana nas artes visuais?” e verificámos que, neste âmbito, o corpo da mulher tem sido o principal tema ao longo da história de arte, pelo que este artigo é dedicado especificamente a este tópico.
Desde as primeiras figuras humanas, que remontam a várias dezenas de milhares de anos antes de Cristo, em particular a Vénus de Galgenberg e a Vénus de Willendorf, até à atualidade, a mulher tem-se mantido como principal objeto de inspiração artística.
Mesmo no Renascimento, embora o corpo do homem também comece a ser representado por alguns artistas, nomeadamente Leonardo Da Vinci, com o desenho “Homem virtuoso” (1490), e Miguel Ângelo, com a escultura “David” (1501-04), o corpo da mulher continuou a ser o principal objeto de inspiração artística, como foi o caso da escultura “Nascimento de Vénus”, de Sandro Botticelli (1485), em que a imagem da pureza e alguma vergonha feminina era evidente.
SEGUNDA
TERCEIRA
À ESQUERDA
FOTOS D.R.
Dentro desta abordagem do corpo feminino, o tema “3 Graças” tem sido recorrente ao longo dos tempos. Da mitologia grega até à arte contemporânea estas três figuras personificam os ideais de beleza feminina correspondentes às diferentes épocas e artistas.
Às “Graças”, consideradas deusas do amor, charme e fertilidade, era atribuído o poder de conferir aos artistas e poetas a habilidade para criar o belo.
Nas primeiras representações plásticas, as Graças apareciam vestidas, mas mais tarde foram representadas como jovens nuas, de mãos dadas. Foi especialmente durante a Renascença que este tema se tornou recorrente na pintura, ocorrendo materializações a partir de obras anteriores. Foi o caso da
pintura a óleo sobre cobre feita a partir da gravura de Agostino Carracci. Este tema foi também expresso por Rafael, por Rubens, por Delaunay, entre outros. Recentemente, em 2022, Pedro Cabrita Reis reinterpretou o tema “3 Graças”, através de 3 esculturas gigantes que foram expostas em Paris. Dentro do tema do corpo feminino têm ocorrido outras obras de artistas que se influenciaram ao longo do tempo. Por exemplo, a “Vênus de Urbino”, de Ticiano (1538), terá sido baseada na “Vênus Adormecida” (1510), de Giorgione, e é possivelmente a inspiração para “Olympia”, de Manet (1863). Ao longo da história, o corpo da mulher tem sido representado como símbolo de pureza, mas também de desejo, com algum erotismo mais ou menos explicito, como é o caso da pintura “O almoço na relva”, de Edouard Monet (1863), em que aparecem dois homens vestidos a conversar e uma mulher despida a olhar para o espetador, como que a envolve-lo ou a desafiá-lo. Esta abordagem da mulher como objeto de desejo sexual tem-se mantido até aos nossos dias, como expressa a pintura “Vivienne Westwood”, de Juergen Teller (2013). Neste âmbito, uma pintura que também se pode destacar foi feita por François Boucher, em 1752, intitulada “Louise O’Murphy”. Conta a história que, ao ver este quadro, o Rei Luís XV, da França, se apaixonou pela modelo, uma garota de 14 anos, tendo esta sido sua amante. A pintura “A Grande Odalisca”, de Jean-Auguste Ingres (1814) é outra obra recheada de evidente erotismo, sendo considerada um nu provocador. Mas esta abordagem do corpo da mulher nas obras de arte tem vindo a ser objeto de alguma contestação. Nesse sentido, as Guerrilla Girls, que se definem como “Gorilas justiceiras no mundo da arte”, decidiram dar uma cabeça de macaco à Odalisca de Ingres, tendo produzido o trabalho intitulado “Do women have to be naked to get into the Met Museum?” (“As mulheres têm de estar nuas para entrar no Museu Met?”) (1989). Esta era uma referência ao Metropolitan Museum, em Nova
York. Na altura, era referido que menos de 5% das obras expostas no museu eram de mulheres, enquanto 85% dos nus eram femininos. Numa iniciativa com propósito semelhante ao das Guerrilla Girls, Hannah Wilke havia criticado a tradição do nu de mulheres na arte na sua série fotográfica “SOS Starification Object Series” (1974). As imagens representam o corpo feminino marcado por objetos, que funcionam como uma alegoria do peso do olhar para o corpo feminino exposto. O objetivo da artista foi demonstrar a dor da mulher por ser contemplada apenas como mero objeto de desejo.
Assim, o corpo da mulher tem inspirado diferentes artistas ao longo da história de arte, sendo distintas as abordagens usadas, desde um símbolo de pureza, beleza e fertilidade, até um mero objeto erótico..
Ficha técnica
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Editor Henrique Dias Freire
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• Os Dias Claros Jorge Queiroz
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Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa
Chegará em breve o 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - criado para que celebremos o feminino, nos congratulemos com os progressos feitos no sentido da igualdade de direitos mas, sobretudo, nos consciencializemos do muito que ainda há a fazer para acabar com a discriminação que grassa, sobretudo em países não democráticos.
Infelizmente, este é normalmente o dia em que mais me envergonho das mulheres. Saem em bandos pela noite, exibindo a suposta feminilidade de forma grotesca, como se de Carnaval se tratasse. Pisam e falam ruidosas e estapafúrdias, como se a liberdade fosse sinónimo de descontrolo e falta de gosto.
Pergunto-me: será que tanto estardalhaço esconde algo mais profundo? Tratar-se-á de gritos de insatisfação por vidas esvaziadas de sentido?
Será este o dia catártico, de uma forjada exibição de força que contrabalança um ano inteiro de frustrações e desalento? Se assim for, a noite de desvario servirá apenas para perpetuar tristes existências alienadas. Depois, estas supostas mulheres livres, provavelmente regressam às suas rotinas quem sabe se de obediência ou até de sujeição.
Devido ao comportamento descontrolado que exibem nesta noite estas mulheres são apelidadas de “selvagens”. O termo tem aqui um forte sentido pejorativo. Em Mulheres que correm com Lobos, a psicóloga americana de origem mexicana
Clarissa Pinkola Estés clarifica o sentido original desta palavra que significa “viver uma vida natural na qual a criatura tem integridade inata e barreiras saudáveis”.
Indo ainda mais longe, Clarissa afirma que o binómio mulher selvagem cria uma metáfora originária que faz com que as mulheres recordem quem são e o que
são. Aponta para uma força fundamental sem a qual as mulheres não conseguem viver: a energia da Mulher Loba. Clarissa afirma que, não importa sob que cultura é que uma mulher vive, ela percebe o binómio mulher selvagem intuitivamente.
“Quando as mulheres ouvem estas palavras, uma memória muito muito antiga é agitada e trazida de volta à vida. É a memória do nosso absoluto, inegável e irrevogável parentesco com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter ficado fantasmagórico por ter sido negligenciado, enterrado por demasiada domesticação, drenado pela cultura circundante ou já não compreendido. Podemos ter esquecido os seus nomes, podemos não responder quando ela chama o nosso, mas nos nossos ossos conhecemo-la, ansiamos por ela; sabemos que ela [a Mulher Loba] nos pertence e nós a ela.”
A justaposição da mulher com este animal em particular deve-se ao facto de, no seu estado saudável, partilharem certas características psíquicas: “sentidos aguçados, espírito lúdico, e uma elevada capacidade de devoção.”
Hélène Grimaud, a talentosa pianista francesa que em 1999 criou o Wolf Conservation Center em South Salem, (Nova York, E.UA.) para a preservação destes animais, considera que talvez seja devido a esta afinidade que lobos e mulheres têm sido caçados e perseguidos, inspirando terror quanto mais aptos e inteligentes. No seu livro Variations Sauvages pode ler-se: “uma mesma violência predadora, vinda de um mal entendido, exerce-se contra os lobos e contra as mulheres. Sereias ou feiticeiras, elas foram punidas devido à sua relação primitiva, selvagem, essencial para com a natureza. (...) Algumas foram queimadas, outras banidas. Outras ainda, quando a sua sombra corre sob a lua, estendem-se e uivam como uma loba. São as que riem e amam sem constrangimentos, dão à luz e criam, alegram-se com
suas formas e com o sangue quente que escapa dos seus corpos; e conhecem instintivamente as virtudes de cada erva e o veneno dos frutos.” Segundo Clarissa, a vida selvagem e a mulher selvagem estão ambas em vias de extinção. Esta pode acontecer pela aniquilação completa do indivíduo ou pela sua manutenção no mundo, mas com uma existência horrivelmente reduzida, devido à perda de contacto com o nosso instinto e com a nossa intuição. Quando isto acontece entramos numa existência semi-destruída e os poderes que são naturais ao feminino não conseguem desenvolver-se. A mulher foi domesticada. Clarissa esclarece: “Quando se lhe corta a fonte natural a mulher é higienizada, e os seus instintos e ciclos naturais são perdidos, subsumidos pela cultura, pelo intelecto, ou pelo ego. A separação da natureza selvagem faz com que a personalidade da mulher se torne magra, espectral.”
Eis aqui alguns sintomas desta perda de conexão com a nossa natureza selvagem:
- Sentir-se seca, cansada, frágil, deprimida, confusa, amordaçada;
- Sentir-se amedrontada, fraca, sem inspiração, sem energia, de alma vazia, sem propósito, envergonhada, volátil, presa, sem criatividade, comprimida, enlouquecida;
- Sentir-se sem poder, em dúvida crónica, trémula, bloqueada, incapaz de seguir em frente;
- Perda da libido
- Más escolhas: companheiro, trabalho ou amizades que sugam a vida;
- Incapacidade para estabelecer limites
- Medo de morder de volta quando nada mais há a fazer, medo de enfrentar, medo de se fazer ouvir ou de se manifestar contra; Pelo contrário, uma mulher saudável é bastante parecida com uma loba: robusta, transborda de vitalidade, está consciente do seu território e defende-o, é criativa e apaixonada. Eis aqui alguns sintomas da vivência em integridade do selvagem feminino:
- Habitar o seu corpo com
segurança e orgulho independentemente dos dons ou limitações que este tenha;
- Falar e actuar em sua defesa quando necessário;
- Estar consciente e alerta;
- Mergulhar nos poderes inatos de sensibilidade e intuição;
- Entrar nos seus próprios círculos, encontrar onde se pertence;
- Erguer-se com dignidade; Clarissa garante que, se tendo perdido esta conexão a reencontramos de novo, vamos lutar para a preservar porque “com ela a criatividade floresce; os relacionamentos ganham significado, profundidade e saúde; os ciclos de sexualidade, criatividade, trabalho e lazer são reestabelecidos; deixamos de ser um alvo para os predadores; temos um direito igual, sob as leis da natureza, para crescer e prosperar. Agora o cansaço do fim do dia provém de trabalho e esforço satisfatório e não de estar calada num trabalho ou num relacionamento tacanho. Sabemos instintivamente quando as coisas devem morrer e quando as coisas precisam de viver;
sabemos quando ir embora, sabemos quando ficar.”
Gostava de terminar este artigo com uma história real que Hélène Grimaud relata no seu aqui já citado livro Variations Sauvages. Certa noite, em redor das duas da manhã, a pianista não conseguia conciliar o sono e resolveu ir dar uma volta com o seu cão. Afastou-se da zona residencial onde residia, na Flórida, adentrando-se numa zona de bosque. Foi então que se deparou com: “uma silhueta de um cão, porém, desde o primeiro olhar e apesar da noite, sabíamos instantaneamente que não se tratava de um cão. O animal tinha um caminhar indescritível, tenso, furtivo, como se avançasse dentro de um túnel de uma altura insuficiente. Os seus olhos tinham uma luz quase sobrenatural; transmitiam uma luz surda, violeta e selvagem. Bizarramente, cada um dos seus passos extinguia os sons à sua volta: não mais se ouviam os pássaros da noite, nem algum rastejar ou farfalhar de asas, apenas um silêncio tenso e apertado. Ela
olhou para mim e um arrepio percorreu-me - nem medo nem angustia, simplesmente um arrepio.” Pouco depois, a loba aproxima-se da sua mão e roça as omoplatas contra a sua palma, Hélène recorda: “Senti uma faísca deslumbrante, uma descarga por todo meu corpo, um contacto único que irradiava todo meu braço, o meu peito, e me enchia de doçura. De doçura apenas?
Sim, naquilo que há de mais imperioso e que despertou em mim um canto misterioso, o chamamento de uma força desconhecida e primordial.” E quem lê, também sente este chamamento?
Mulheres, não nos deixemos domesticar! Vamos honrar e nutrir a loba que há em nós.
Café Filosófico | 16 Mar |18:30-20:00
AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Contribuição: 5€
Inscrições: filosofiamjn@gmail.com
*A autora escreve de acordo com a antiga ortografia
para trás.
Oque nos terá dado para escrever (e fotografar) sobre locais tão afastados de uma estação ferroviária, incumprindo gravemente o nosso plano inicial que era falar exclusivamente de locais algarvios facilmente acessíveis usando apenas o comboio?
O que nos terá atraído em locais como Vilamoura, Vale do Lobo, Quinta do Lago…?
O fator desencadeante surgiu numa desafogada praça em Vilamoura, quando nos deparámos com uma esguia estátua toda em mármore branco, assente sobre um plano de água circular. Quem é? Quem não é? Fomos investigar. A estátua representava Artur Cupertino de Miranda. Esse nome fez soar uns vagos sininhos na minha cabeça: antigo regime… banca…
Felizmente que o António Homem Cardoso para além de fotógrafo é um repositório inesgotável de informações úteis pelo que, após muita conversa e várias idas à internet estou em condições de resumir em duas linhas uma história multicentenária. Desde a época romana ou anterior (fenícia?) e até 1297, data do foral outorgado por D. Dinis, Quarteira foi uma comunidade piscatória. Depois foi crescendo, crescendo, até se tornar numa cidade, uma das mais caóticas e deselegantes do Algarve, cujo destino ficou refém de uma mão cheia de patos bravos esfomeados de lucros.
O caso é que a área hoje em dia ocupada por Vilamoura e pela atual Quinta do Lago fazia parte, nos anos 60 do século passado do morgadio de Quarteira: 1700 hectares de boa terra, atravessada por uma ribeira e com uma enorme frente de mar. Pois aqui é que entra o banqueiro Cupertino de Miranda: em meados dos anos sessenta, levado por um sonho antigo decide comprar as terras do morgadio e iniciar uma urbanização de qualidade num Algarve desalinhado dos novos tempos, Meu lindo preguiçoso adormecido ao sol, como dizia o poeta olhanense João Lúcio que encontrámos numa crónica lá
É claro que muita coisa se entrepôs entre o sonho e a realidade: compras, vendas, alteração de proprietário e também mudanças políticas que inviabilizaram temporariamente o grande projecto de transformar esses terrenos num soberbo empreendimento articulado à volta de uma excelente marina, um bom casino e uma urbanização com regras claramente definidas. O belo sonho de Cupertino de Miranda não foi concretizado na sua totalidade pelo próprio mas por outros, o que não retira brilho ao imenso projeto.
Seria profundamente injusto não falar também do empresário André Jordan que soube, apesar das tormentosas marés da história socioeconómica portuguesa dos anos setenta, conceber e realizar em 650 hectares contíguos ao antigo morgadio da Quarteira o empreendimento mais caro e exclusivo de Portugal, a Quinta do Lago. No que se refere a Vilamoura, foi também Jordan que se associou à Lusotur - empresa que geria o empreendimentoe que o impulsionou com uma visão estratégica. Hoje em dia Vilamoura continua a apresentar um crescimento estruturado, baseado numa logística de qualidade e numa harmonia que até ao momento não foi desfeita. Como exemplo de perigos sempre presentes, veja-se o projeto - felizmente abandonado - de uma cidade lacustre a Oeste do morgadio, que obrigaria, entre outros impedimentos ambientais à canalização da ribeira da Quarteira!
Mas a ocupação deste vasto espaço não ficaria completa sem uma menção a Vale do Lobo, uma área de 450 hectares entalada entre a Quinta do Lago e a Quarteira que se inspirou no modelo de “empreendimento social para os ricos” (1), testado por Jordan na Quinta do Lago.
Pois é exatamente nesta questão ética - a do acesso ao luxo caro, confortável e exclusivo para uns poucos e a abrigos sobrelotados de medíocre qualidade para muitos outros - que reside a minha reflexão, ou seja, resvalei nesta crónica para a crítica social e agora tenho que me desenvencilhar como puder.
- António - pergunto eu - não achas um bocado ultrajante esta diferença entre quem tem muito e quem tem tão pouco? Entre os ricaços refastelados à larga na Quinta do Lago e as multidões que competem por umas semanas num T2 com vista para o parqueamento do quarteirão onde vão tentar encaixar a família?
O António não pareceu surpreendido com a minha pergunta, desconfiei até que não me tivesse ouvido por estar distraído com as suas máquinas, mas não, ele tinha ouvido muito bem, só que não lhe convinha entrar numa polémica sem solução à vista - Ricos e pobres - respondeu ele finalmente, enquanto delicadamente sacudia o pó de uma das suas objetivas - Reis e escravos. Honestos e ladrões. Espertos e estúpidos. Sortudos e azarentos. São as polaridades da vida, meu caro. Luz e Sombra, etc, etc. É a dinâmica da existência. É dessa tensão que se alimenta o “progresso”, que é uma palavra que tantas vezes mascara a desigualdade.
- Está certo, António, mas é para lutar contra isso, contra essas injustiças que os estados sociais existem. Talvez tenhas razão,
mas o facto é que no nosso País esse Estado, se existe, está muito bem escondido. Eu desejaria ardentemente que no mundo houvesse apenas ricos mas isso é um sonho irrealizável.
- Cá continuamos desde os tempos do Senhor Dom Afonso I, a ter nobres e servos; ricos e pobres - responde o António - mas também deixa que te diga: o homem que busca a felicidade, tanto a pode encontrar numa vivenda da Quinta do Lago como num T0 em Quarteira. Olha, o nosso Manuel da Fonseca nos anos sessenta bem que encontrou um pedacinho dessa felicidade nas quentes areias de Quarteira, como ele escreveu: Estendido na areia, não penso em mais nada. Nada. […] Sob o sol, a irradiante inquietação das cores vibra, desde o vermelho-claro das distantes arribas, a nascente, até ao oiro desmaiado do areal (2)
- Hum… - resmungo eu - apesar de tudo, parece-me mais provável ser-se feliz na abundância do que na pobreza.
- Estás a extremar as posições. Ocupar um T0 em Quarteira não é pobreza. Está muito longe disso. Significa até alguma prosperidade. É uma malta de
meio-termo, que está entre os poucos que têm muito e os muitos que têm quase nada e que vai alimentando este nosso querido Portugal.
Irritaram-me bastante estas lições de política social. Para além dessa questão da felicidade humana estar ou não na razão direta da conta bancária, outra questão talvez mais digna bailava no meu espírito. Tinha a ver com a propriedade de raiz da terra portuguesa. Após termos vendido as partes mais apetecíveis do Algarve a não nacionais o que nos restará: o Barrocal? As Serras? Perdoem-me caros leitores. Resvalei mesmo para terrenos movediços. Ora vamos lá mas é prepararmo-nos para a primavera que aí vem e para o verão que também há-de chegar.
- Totalmente de acordo - diz o sábio António - gozemos o Sol e o mar. Estarão lá para nós. Sempre!
(1) A frase irónica é do próprio André Jordan e significa que, embora os ricos também precisem de descanso, são obrigados a pagar por ele um preço condizente.
(2) Manuel da Fonseca, Crónicas Algarvias, Editorial Caminho, 2ª ed., Lisboa,1986, p. 163.
Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com
Arubrica deste ano denomina-se “Bibliotecofilia” e é uma viagem pelo apaixonante mundo das bibliotecas.
Partilharemos curiosidades sobre as bibliotecas, sobre os edifícios onde estão instaladas e como se transformaram em bibliotecas. O legado das figuras paradigmáticas que são os seus patronos e por que é que foram escolhidos para lhes dar nome e ainda a forma como as bibliotecas cativam e surpreendem o leitor.
As bibliotecas são espaços inesquecíveis, que marcam cada pessoa de um modo particular e que, de uma ou outra forma, não deixam ninguém indiferente. Os livros, o cheiro, as emoções, o ambiente, a localização e a vista das bibliotecas, tudo conta para marcar os leitores.
Recentemente t ê m-me acompanhado os livros de Alberto Manguel, que é um dos mais conceituados bibliófilos do mundo. F oi director da Biblioteca Nacional da Argentina, para além de ser ensaísta e romancista.
Na sua juventude teve o privilégio de acompanhar Jorge Luís Borges, quando este começou a perder a visão. Leu em voz alta, durante quatro anos, para esse grande escritor de dimensão universal.
Essa experiência de ser leitor de Jorge Luís Borges marcou Alberto Manguel e podemos ler as memórias do encontro entre dois génios num livro de 2020, editado pela Tinta da China, que se intitula Com Borges
A forma como Alberto Manguel comunica, quer por escrito, quer verbalmente, transmite uma cla-
reza de ideias e um acutilante sentido de humor, que pode também ser acompanhado no programa A Vida Privada dos Livros, na RTP2.
Alberto Manguel refere que muitas vezes sentiu que a sua biblioteca explicava quem era o seu eu e conferia-lhe um eu sempre em mudança, que se transformava constantemente ao longo dos anos. “Sei que a minha verdadeira história, toda ela, está lá, algures nas prateleiras, e tudo o que preciso é de tempo e de sorte para a encontrar.”
Neste fascinante mundo das bibliotecas e dos livros há tanto por descobrir. Cada visita e cada leitura podem expandir a nossa criatividade e levar-nos até ao infinito…
Um dos livros que mais gostei de ler durante a pandemia foi O Infinito num Junco, de Irene Vellejo, e que permite viajar por diversos países ao longo de vários séculos.
No livro referido, a páginas tantas, estamos no antigo Egipto, onde o Faraó Rammsés II mandou colocar por cima da entrada da sua biblioteca a placa: “Remédios para a alma”. Depois estamos na Idade Média na Biblioteca da Abadia de Saint Gall (uma das bibliotecas monásticas mais antigas do mundo) onde se encontra a inscrição: “Dispensário da Alma”.
Ao viajar até uma nova cidade ou vila procuro conhecer a cultura da localidade e quase sempre a primeira visita é à biblioteca e ao posto de turismo.
Diz a biblioterapeuta Sandra Barão Nobre que as bibliotecas e os livros nos levam “para fora cá dentro”. E refere que o Turismo de Portugal deveria permitir que se colocasse este slogan por cima da entrada das bibliotecas.
Por sua vez, o escritor Valter Hugo Mãe diz que “As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos
numa biblioteca como quem está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros”.
Curiosamente, há um aeroporto que tem uma biblioteca. Fica nos Países Baixos, perto de Amesterdão, trata-se do Aeroporto Internacional de Schiphol, cuja biblioteca foi inaugurada em 2010. Tem 1200 livros em cerca de 20 línguas. “Quando fazemos check in numa biblioteca , quando nos dirigimos para a porta de embarque que é uma estante e quando tomamos o nosso lugar nas páginas do livro escolhido, estão criadas as condições para pelo menos dois tipos de voo para o exterior: às vezes saímos literalmente da nossa cidade ou do nosso país; outras vezes
saímos figurativamente de nós mesmos.” Sandra Barão Nobre Esta frase é tão rica que não poderia deixar de partilhá-la e lê-la faz-nos voar para o exterior, mas também para o nosso interior.
Tal como as bibliotecas, os festivais literários também me encantam, porque quase sempre me parecem bibliotecas a céu aberto.
Recordo o Folio, Festival Literário Internacional de Óbidos que transforma a localidade numa encantadora vila literária, durante mais de uma semana.
Recentemente estive no Festival Literário da Póvoa de Varzim, designado Correntes D’Escritas, e acabei por comprar mais livros do que esperava, mas como a viagem não foi de avião não houve problema com o peso da bagagem literária!
Gosto de ler os meus livros e de
sublinhá-los ou até fazer anotações, mas também requisito na biblioteca para me obrigar a ter prazos de leitura, porque há datas não muito longas para a devolução dos livros.
O mais importante para além de ler livros é entrar no espaço vivo da leitura. E essa será sempre uma viagem que nos pode levar por caminhos e interpretações diferentes, porque num livro há sempre tantos destinos possíveis!
Tenho passado grande parte da minha vida em bibliotecas e será muito especial revisitá-las nos próximos tempos para a escrita destas crónicas.
Até à próxima biblioteca e boas leituras!
“Toda a biblioteca é uma viagem. Todo o livro é um passaporte sem data de caducidade.”
Irene Vallejo in O Infinito num Junco
LUÍS DE MENEZES
Investigador e Documentalista
Afábrica de conservas de peixe em azeite e molhos de Lagos, situava-se no sítio da Aldeia, rua da Estalagem (posteriormente rua António Crisógono dos Santos), freguesia de S. Sebastião, concelho de Lagos, distrito de Faro, tendo concessão de alvará n.º 188 de 163-1923.
Foi instalada e construída em 1904, sendo destinada à exploração da indústria de conservas de peixe em azeite e molhos (sardinha), conforme processo inicial iniciado por Júdice Fialho, começando a laborar em Dezembro desse ano. A licença de exploração foi concedida a 26-11-1904.
Segunda a sua descrição de 1922, esta entidade fabril possuía: 3 caldeiras a vapor; 1 estufa; 2 cofres para cozer peixe; 1 motor; 6 cravadeiras; 1 fabricante; 1 contramestre; 3 empregados de escritório, nacionais; 1 empregado estrangeiro da secção de salga de peixe e 200 operários.1
A fábrica Júdice Fialho em Lagos, não era um só edifício mas um complexo de imóveis, onde se situavam: a sala de descabeço, o enchimento, o armazém do sal, a estiva, o armazém de vazio e demais valências daquela unidade fabril (com os terreiros de secagem das aparas - para produção de óleos ou farinha de peixe) e chaminé (que evidenciavam a zona da caldeira e eventualmente dos autoclaves). Em 1927, a fábrica de conservas de Lagos, tinha 110 operárias e 30 operários.2
Na vistoria realizada à fábrica de Lagos pela Inspeção Geral de Fiscalização do Consórcio Português de Conservas de Sardinha a
15-2-1933, constavam 3 caldeiras a vapor (1 tipo C-F, 1 tipo C-F de João Perez e 1 tipo C-F de Pierre Dumorá), 2 cozedores (1 de 1m,25 de comprimento, 1m,22 de largura e 1m,52 de altura, e 1 outro de 1m,26 de comprimento, 1m,29 de largura e 1m,60 de altura), 1 esterilizador (de 3m,56 de comprimento, 1m,28 de largura e 1m,78 de altura), 2 tanques para Banho-Maria a fogo directo (iguais de 1m,84 x 0,95 x 0,94) e 6 cravadeiras (2 Karger Hammer (Matador), 1 Vulcano, 1 Promitente (Matador) e 2 Street & C.ª (Matador)). As áreas calculadas nessa vistoria para esta fábrica eram em solo coberto de 7.724m2, galerias ou pavimentos superiores 501m2 e terreno livre 2.546m2. Produzia 10.115 caixas com o peso líquido de 242.760 kl em 1929, 15.309 caixas com o peso líquido de 367.368 kl em 1930, 21.190 caixas com o peso líquido de 508.560 kl em 1931, 9.631 caixas com o peso líquido de 231.144 kl em 1932, no total de 56.243 caixas
Excerto do anteplano de urbanização de Lagos de 1957 e vista áerea circundante da fábrica de conservas de peixe em azeite de Júdice Fialho em Lagos em 1947, in CCDR Algarve, in Francisco Capelo - Fototeca Municipal de Lagos - Cem anos de Indústria Conserveira em Lagos - a memória em imagens - 1º Congresso da Associação de Municípios Terras do InfanteCentro Cultural de Lagos - 23 de Março 2019, pp. 22 e 23
e peso líquido de 1.349.832 kl entre 1929-1934.3
Por despachos ministeriais do Subsecretário de Estado ou do Ministro do Comércio e Indústria era esta fábrica autorizada: a 153-1935, a instalar uma máquina de azeitar; e a 4-5-1936, a instalar um motor vertical a óleos pesados, sendo publicado no Diário do Governo n.º 118 de 21-5-1936; em 1953, temos conhecimento da instalação de 2 novas caldeiras em substituição das aí existentes.4
Esta empresa tinha os seguintes equipamentos e máquinas no ano de 1939: «Recebia energia para iluminação dos serviços municipais da Câmara de Lagos; tinha 3 geradores de vapor; 1 motor de vapor de 6 C.V.; 1 motor de combustão interna de 7/9 C.V.; 1 dínamo de 8 KW; máquinas operatórias para fabricação de conservas: 6 cravadeiras matador; 1 cravadeira para lata redonda; 1 máquina de azeitar; 2 cofres para cozimento de peixe; 1 cofre para estufagem de peixe.
Na secção de fabricação de Guano existiam 2 prensas Mabille e 2 comedores de desperdício de peixe. Finalmente em utensílios diversos, eram assinaladas 2 bombas de vapor sobre o poço; 2 caldeiras para banho-maria; 1 tanque para lavar grelhas; 3 burricos de alimentação de caldeiras e 1 burrico»
A fábrica de conservas de peixe em azeite de Lagos, deixa de laborar no ano de 1959, sendo o seu alvará transferido para a fábrica de conservas de peixe em molhos de Matosinhos, por despacho ministerial de 28-11-1959.5 Nesse diploma, estavam sublinhadas as condições que se deviam cumprir na transferência: pagar as indemnizações dos trabalhadores da fábrica de Lagos e o prazo de transferência e instalação da fábrica de Matosinhos, devia concluir-se em 18 meses.6
Esta fábrica produzia em 1933 e 1934, 2.088 e 8.234 caixas respectivamente (em 1935 produzia 30 caixas por hora, com as crava-
As religiões, como as línguas, são elementos centrais na definição de uma cultura, tema recorrente no actual debate sobre “valores civilizacionais” e as causas dos conflitos. Na visão do “homo religiosus” nada do que existe é natural, mas uma criação divina. O céu, as constelações, o sol e a lua, a pedra e o rio, as estações do ano, a fertilidade da terra-mãe, os humanos e as outras espécies, tudo é sacro e transcendente.
“No centro encontram-se dois eixos: o sagrado e o símbolo” escreveu Mircea Eliade (1907-1986), nos seus estudos sobre religiões e comportamentos religiosos. A História das Religiões e das Religiões Comparadas, procura análises não influenciadas pelas convicções do investigador.
A Teologia, o estudo de Deus, centra-se na fundamentação e interpretação filosófico-normati-
va de uma determinada religião. Em várias épocas as religiões obtiveram reconhecimento e engrandeceram-se pela capacidade de teorização e argumentação dos teólogos.
A Sociologia da Religião, trata o fenómeno social religioso, as crenças e as práticas, contém a sociografia, quantificação das dimensões espaciais, demográficas, através de conquistas e colonizações o cristianismo e o islamismo expandiram-se para regiões exteriores às origens geoculturais, sendo o judaísmo exclusivamente étnico.
As religiões emergentes afirmaram-se pela diferenciação, absorção e incorporação de cultos preexistentes, usando idênticos conceitos.
Existe um substrato mediterrânico ancestral anterior ao surgimento da civilização helénica, o culto das deusas-mãe, da fertilidade, o ciclo geração/regeneração que se prolongou nas sociedades subsequentes…
Vários autores referem a luta contra a fome e a descoberta da agricultura como origem dos
cultos agrários da Antiguidade. Deméter, deusa grega das estações do ano, da fertilidade e das colheitas foi entre outros exemplos, uma explicação mística e pedagógica do mundo natural. Quando Perséfone, a irmã, deusa das flores e dos perfumes, foi raptada por Hades, deus da morte e da escuridão, Deméter mandou parar o crescimento das plantas, logo surgiu a fome. O acordo com o raptor estabeleceu que Perséfone ficaria três quartos do ano com a irmã e Hades com o restante período, isto é, durante o inverno, tempo frio, chuvoso e escuro.
O Panteão dos deuses gregos e romanos, genealógico, extenso e pleno de vivências dramáticas, teve a função de explicar as leis da natureza, os comportamentos humanos, o significado da vida. O festival dedicado a Deméter eram as “Eleusinas”, o seu equivalente romano a “Cerealia” celebrava a deusa Ceres, ocorria no início da Primavera e durava sete dias, tal como hoje continuam a ser celebradas as festividades pascais inseridas nos
calendários religioso e civil. As religiões da Lusitânia no período pré-romano, foram investigadas no século XVI por André de Resende (1500-1573), teólogo e arqueólogo, e pelo monge Frei Bernardo de Brito (1569-1617) historiador alcobacense e de Cister.
A partir do iluminismo e do romantismo novecentista, surgiram tentativas de explicação científica das origens da nacionalidade e da “raça” e celebrações ideológico-nacionalistas e místicas de acontecimentos e figuras históricas.
A história e cultura portuguesas foram sempre questionadas e polémicas, Alexandre Herculano defendeu a inexistência de qualquer vínculo entre a sociedade portuguesa e as tribos que habitaram a Península, Portugal é segundo Herculano “uma realidade medieval da Reconquista”.
Opositor das ideias de Herculano, José Leite de Vasconcellos (1858-1941), médico, etnógrafo, arqueólogo, defendeu a relevância das religiosidades locais no artigo “O deus lusitano Endovellico” (1890),
iniciando “As religiões da Lusitânia”, obra em três volumes (1913).
Moisés Espírito Santo, sociólogo e etnólogo das religiões em “As origens do cristianismo português” fundamenta a matriz oriental e norte-africana do esoterismo ibérico, a influência de Astarté, deusa fenícia da lua e da fertilidade. A continuidade de simbologias aparece em diferentes épocas e religiosidades.
A ascensão e institucionalização do cristianismo na Península Ibérica ocorreu no período da colonização romana. O Concílio de Eliberi ou Elvira no séc. IV, perto de Granada, foi a primeira reunião magna da alta hierarquia cristã na Península Ibérica, reuniu 40 dioceses africanas e peninsulares, com presença entre outros dos bispos de Ossonoba/Faro, de Évora e Mérida.
A origem mística de Portugal, contida no mito fundador do aparecimento de Cristo a Afonso Henriques em Ourique, convive a partir do século XIX com a história científica e o racionalismo.
*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
> deiras existentes) e conseguia em 1924 gerar 30.000 caixas.7
Segundo Ana Rita Silva de Serra Faria e o Arquivo Júdice Fialho, esta unidade fabril produzia 7.193 caixas de conservas de peixe em 1938, 9.297 em 1939, 7.645 em 1940, 1.084 em 1941, 4.280 em 1942, 6.159 em 1943, 3.787 em 1944, 1.621 em 1945.8
Segundo a planta de conservas de peixe da Júdice Fialho em Lagos, esta era constituída: 1 - entrada e ruas de serviço da fábrica, 2enxugadores de peixe e casa da bomba e poço, 3 - hangar para enxugar peixe, 4 - casa do descabeçar, a-geradores de vapores de 20 cavalos, b-cozedores de peixe, c-chaminé de tijolo, 5 - casa de enlatar, 6 - pátio, 7 - depósito de lata vazia, 8 - casa de máquinas: matadouro, balanças, tesouras, 9 - retrete e urinol, 10 - casa de soldadores, 11 - casa de azeitar o peixe e tinas de azeite, 12 - adega de azeite, 13 - casa de ebulição depósito de lata cheia e estufas, 14 - depósito
de lata cheia, 15 e 16 - depósito de desperdício seco de peixe, 17 - escada para o escritório, 18 - depósito de rações para o gado, 19 - depósito de utensílios para barcos, 20 - depósito de sal, 21 - forja e depósito de ferro, 22 - casa do gasómetro de acetileno, 23 - tanque para depósito de azeite de peixe, 24 - prensas para prensar o desperdício de peixe, 25 - eirado, 26 - terreno para um armazém, 27 - cocheira, 28 -armazém de tinas de salga de peixe, 29 - armazéns das estivas italiana e espanhola, 30 - tanques de alvenaria para água, 31 - hangar com caldeira para estanhar grelhas, 32 - nora mourisca com passeio, 33 - residência das mestres das estivas, 34 - palheiro, 35 - cavalariça, 36 - palheiro, 37 - terreno hortado, 38 - 1º andar no armazém n.º 14 para depósito de madeiras para caixas, 39 - residência do mestre da fábrica. 1º andar das casas 18 e 20, 40 - 1º andar do n.º 16.escritório da fábrica, 41 - aparelho do gasógeno Piersam.
cf. Para a fábrica de conservas de peixe em azeite e molhos de Lagos, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de MenezesJoão António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 46-49; e Arquivo Distrital de Faro (ADF), Cota: 5ª CIProc. 583: Processo n.º 7 Unif., alvará n.º 188, documento 2 de 16-3-1922, referindo no processo inicial assinado por João António Júdice Fialho, que se destinava a laboração duma fábrica de salga, conserva e preparação de peixe; e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra - O Nascimento de um império conserveiro: “A Casa Fialho” (1892-1939) [Texto Policopiado], tese de Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Porto, 2007, pp. 62-63.
2cf. Informação de Francisco Castelo via e-mail de 2-7-2020.
3cf. Ministério do Mar, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (19361986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934.
4cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (S. Francisco). Fab. 4.701.108, 1934 e Portimão (S. José). Fab. 4.701.109, 1934.
5cf. Francisco Capelo - Fototeca Municipal de Lagos
- Cem anos de Indústria Conserveira em Lagos - a memória em imagens - 1º Congresso da Associação de Municípios Terras do Infante - Centro Cultural de Lagos - 23 de Março 2019, pp. 22 e 23.
6cf. Arquivo Distrital de Faro (ADF), Cota: 5ª CIProc. 583: Processo Nº 7 Unif. - Alvará n.º 188. doc. S/N de 16 de Maio de 1960.
7cf. ADF, Cota: 5ª CIProc. 583: Processo n.º 7 Unif.Alvará n.º 188, documento 24 v.º, de 10-2-1939 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., p. 99. 8cf. Ana Rita Silva de Serra Faria - A organização contabilística numa empresa da indústria de conservas de peixe entre o final do século XIX e a primeira metade do séc. XX: o caso Júdice Fialho”, Tese de Mestrado, Universidade do Algarve / Universidade Técnica de Lisboa, Faro, 2001, Anexos, quadro II. 7, op. cit., p. 15.
Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC)
Crónicas de um Livreiro, de Martin Latham, com tradução de Jorge Melícias, chegou às livrarias portuguesas com o selo das Edições 70. Foi considerado livro do ano em 2020 para o Spectator e para o Evening Standard. Com uma belíssima e original capa, a preto e branco, onde figuram algumas grandes figuras literárias, este livro reúne um conjunto de ensaios dedicados ao mundo dos livros assinados pelo mais antigo livreiro da Waterstones, a principal cadeia de livrarias inglesa.
tem com os livros seria, para um visitante de outra galáxia, uma das mais estranhas que contamos.»
Para os amantes de livros
Crónicas de um Livreiro reparte-se por 13 grandes capítulos que se subdividem em pequenas subsecções. Da actual “literatura” de conforto aos folhetins, que contribuíram para efectivamente aumentar a literacia e as horas de leitura entre as classes baixas, alimentando quer a transformação da sociedade quer o desenvolvimento do romance; da arte de bem recomendar uma leitura, aliciando sem impor; dos vendedores ambulantes aos mercados de livros ao ar livre, um pouco por todo o mundo – designadamente, nas margens do Sena; do (afinal!?) mito da biblioteca de Alexandria às bibliotecas em
Uma das crónicas começa mais ou menos assim: «Há um livro que, em 800 anos, não se moveu um centímetro. Está no túmulo de Leonor da Aquitânia, na Abadia de Fontevraud, perto de Poitiers. Toda a sua vida turbulenta ficou para trás e agora jaz em profundo repouso, segurando uma Bíblia aberta. Descansa da mesma forma que todos nós na cama quando, depois de uma conversa ou de um chá, nos tornamos um só com um livro, perdidos num mundo privado. A história de amor que a humanidade
banhos públicos; da figura erótica (ou sádico-masoquista) da bibliotecária à Classificação Decimal de Dewey, director das bibliotecas do estado de Nova Iorque de 1888 a 1906, uma figura tão metódica em termos de organização quanto duvidosa em termos pessoais; de uma biblioteca arquitectada por Miguel Ângelo com uma escadaria vista num sonho (que terá sido um pesadelo para construir), às bibliotecas no Japão, concebidas pelo multipremiado Toyo Ito, passando pelos morcegos man-
tidos na Biblioteca de Mafra – como um sistema eficiente e ecológico de controlo de pragas de livros –, estas várias crónicas dispersam-nos no tempo e no espaço, sob prismas e cambiantes diversos, em torno de um tema comum: os livros e a leitura. Trata-se de um daqueles preciosos livros que entra no género de livros dedicados aos amantes de livros. Não é por acaso que o autor começa justamente o livro a dissertar sobre os amantes de livros, considerando como a bibliofilia toma mesmo, nalguns casos, nomeadamente entre as mulheres, contornos de sensualidade. Livreiro há trinta e cinco anos, Martin Latham fala com conhecimento de causa dos clientes que tocam, acariciam, cheiram os livros e, especialmente as mulheres, muitas vezes os chegam mesmo a beijar – quem nunca beijou um livro de que gostou particularmente no momento de o fechar ao terminar a leitura que se acuse. Crónicas de um Livreiro, ainda que o título parece remeter para uma memória pessoal, é, afinal, uma memória colectiva da leitura. Mesmo para quem leu Uma História da Leitura , de Alberto Manguel, recentemente reeditado pelas Edições Tinta-da-china, é garantido que fará novas descobertas nestas páginas onde o autor, num jeito erudito, a que não falta humor, revela um conhecimento prodigioso sobre a história do livro. Estas crónicas desenham assim o percurso da nossa relação amorosa com os livros; traçam o perfil da nossa possessividade face ao livro, como objecto a manter como algo pristino, sem dano ou mácula; ajudam a identificar se somos daqueles clientes que exigem um desconto perante a mais pequena marca nas páginas ou na capa, ou se pagam alegremente o mesmo valor de origem por um livro danificado (como tantas vezes hoje acontece nas livrarias); permitem compreender se somos leitores que preferem manter as margens das páginas intactas e imaculadas, ou se, por outro lado, somos escrevinhadores incansáveis amantes da marginália, que não dispensam um lápis na mão, ao ponto de, como Jacques Derrida, ter as suas próprias anotações impressas na edição do seu livro (as notas de rodapé não lhe seriam suficientes para o devido efeito); ou poderemos mesmo ser como James Frazer que, ao rever uma obra sua (um texto fundador da antropologia), inicialmente publicada em 2 volumes, mandou imprimir um exemplar único com páginas em branco intercaladas para acrescentos, o que acabou por resultar numa edição final de 12 volumes.
Ao longo destas páginas de leitura permanentemente apaixonante, as pequenas crónicas do autor tocam-nos a todos. Quer sejamos amantes de bibliotecas, que, como afirma o autor, são um refúgio mítico para onde todos nós vamos em sonhos, quer sejamos inveterados colecionadores de livros, que gostam de os organizar em estantes e prateleiras, se bem que, raras vezes, por classificação ou assunto – como acontece nas bibliotecas –, mas quase sempre pela cor ou até pelo formato… Sabe-se pelo menos de um caso de quem tivesse serrado os livros para garantir que ficavam todos com a mesma altura. Mas para evitar este tipo de problemas de bricabraque livresco, a Edições 70 acaba de publicar uma novidade justamente sobre Como organizar uma Biblioteca, de Roberto Calasso.
aqui e agora usa um nome que lhe foi dado. Somos produtos de grandes migrações, falamos o poliglotismo dos invasores. Não é de admirar que desejemos tanto ler histórias, e que, periodicamente, precisemos de vaguear” (p. 101).
Quer optemos por nos enroscarmos num recanto de leitura onde ninguém nos encontre, em vãos de janelas ou patamares de escadas, quer escolhamos nos enroscarmos na cama sob os lençóis com uma lanterna e ler pela noite dentro, esta é a curiosa história da sua/nossa obsessão pelos livros. Crónicas de um Livreiro é um livro fácil de ler, embora mais difícil de classificar. Um misto de ensaio, livro de memórias, história cultural? Um livro que interliga de curiosidades, anedotas do ofício e factos?
O que resulta claro é que o autor nunca pretende ser fastidioso – e o seu humor, em diversos momentos, diverte mesmo. Estes textos, afinal, constituem também, uma declaração de amor ao seu ofício, e, muito pontualmente, em certas passagens mais renitentes, podemos sim encontrar fragmentos das memórias do livreiro: “Juntei-me à Waterstones Booksellers em 1988 e fui enviado por Tim Waterstone para trabalhar na livraria de High Street Kensington, a curta distância do Palácio de Kensington. Era uma bonita livraria de três andares localizada numa esquina onde nos podíamos cruzar com David Hockney ou Van Morrison, Mick Jagger ou Madonna” (p. 167)
Martin Latham, doutorado em História da Índia no King’s College, ensinou na Universidade de Hertfordshire antes de se voltar para a venda de livros. Foi livreiro durante mais de três décadas. Orgulha-se de ser o responsável pela maior reivindicação de fundos de
“Seja o que for que a biblioteca signifique para nós, ansiamos por ela imaginativamente. Sabemos que somos mais do que um, a pessoa que
ORetrato de Casamento, de Maggie O’Farrell, com tradução de Inês Dias, é uma das grandes estreias literárias deste ano, que, tal como o anterior romance da autora, Hamnet, surge publicado pela Relógio d’Água. Depois da época vitoriana com Shakespeare, Maggie O’Farrell revisita agora uma outra época prodigiosa, a Itália renascentista, através da vida da jovem duquesa Lucrezia de’ Medici, numa corte turbulenta. Corre o ano de 1560 em Florença. Lucrezia é a terceira filha do grão-duque e sente-se quase num limbo entre os seus vários irmãos. A mãe é conhecida como La Fecundissima e todos os filhos da família governante têm os destinos traçados a partir do momento em que nascem; os pais, emissários, secretários e conselheiros assim o congeminam. Mas a infância e a inocência de Lucrezia conhecem um fim abrupto, quando a sua irmã mais velha, Maria, morre, na véspera do casamento com Alfonso II d’Este, o soberano de Ferrara, Modena e Reggio. Ainda que Sofia, a sua ama, tente adiar por dois anos a sua entrada oficial na idade adulta, com estratagemas de meandros femininos, Lucrezia terá de ocupar o lugar da irmã morta e vê-se lançada na ribalta política. Compreende então o fim a que realmente se destina uma jovem da sua estirpe: ser tratada como um bem. E, mais importante, gerar um herdeiro que assegure o futuro da dinastia de Ferrara.
O livro inicia com uma jovem Lucrezia convencida de que o noivo a quer matar, sentindo-se encurralada num casamento meramente contratual, tão diferente do dos pais que se casaram por amor, algo pouco próprio à época. A narrativa, apesar de contada na terceira pessoa, desenrola-se sob a perspetiva da protagonista, pelo que apenas podemos contar com a credibilidade das suas convicções. Não sabemos, portanto, até que ponto podemos crer efetivamente se ela, arrancada à infância, apenas se sente encurralada num casamento infeliz, ou se de facto o marido conspira contra si. A confirmar as suspeitas de Lucrezia, temos o burburinho que corre de que Alfonso é como Jano, com duas personalidades. Após as núpcias, o seu comportamento revelar-se-á gradualmente instável, ora agressivo, ora afectuoso. Entretanto, confirma-se como um político impiedoso, temido pela própria família, toda composta por mulheres,
ao mesmo tempo que revela grande sensibilidade estética, fazendo-se rodear de músicos e artistas. Aquilo que se sabe, e que a autora nos revelou logo numa nota introdutória, é que Lucrezia estaria morta antes de cumprir um ano de casamento.
Fera enjaulada
Na infância de Lucrezia conhecemo-la como uma criança muito diferente dos seus vários irmãos, o que se confirma inclusive pelo hiato de alguns anos que distam entre ela e os outros, quer os mais novos quer os mais velhos, uma jovem dotada de uma prodigiosa inteligência, com um jeito inato para o desenho. Além disso, Lucrezia será acometida da obsessão de poder ver de perto um tigre-fêmea, a mais recente aquisição na coleção de animais exóticos do grão-duque, seu pai. Um animal aprisionado, de uma beleza indomável, com quem sentirá uma profunda e estranha afinidade da única vez que consegue
avistar a fabulosa criatura, até porque, infelizmente, esta não viverá por muito tempo… Essa afinidade não surge por acaso. São, na verdade, recorrentes os paralelismos ora implícitos ora explícitos ao casamento como uma prisão, como por exemplo no primeiro momento em que Lucrezia entra no quarto às escuras e se sobressalta, confundindo a cama com uma jaula – um símbolo que se torna recorrente no livro. Note-se aliás que é quando Lucrezia está a trabalhar numa pintura em miniatura de um estorninho, que o conselheiro-chefe de Cosimo, o seu pai, tenta saber se ela já tem as regras, o que significa estar pronta para casar. É o pássaro morto que a jovem observa, conforme a embaraçosa conversa se desenrola entre o homem e a ama, refletindo como a liberdade fora tolhida: a dela; a do pássaro que encontrara nessa manhã no mezanino, e que provavelmente esvoaçara durante toda a noite incapaz de encontrar uma saída; e a da pintura que ela iria criar, a partir do modelo do pássaro pousado a seu lado, a que pretendia conferir nova vida, mas que o homem, impressionado pela qualidade do trabalho, arrebatou, quase sem pedir licença.
A arte como vida
Será através da pintura, de cujas aulas beneficiou em criança, que a protagonista encontra um escape.
“Pinta durante muito tempo. (…) Passa da taça para o mel, para as pregas e rugas da toalha. Vai traçando o seu rumo no meio dos objetos, da forma como interagem uns com os outros, dos espaços e conversas entre eles, reduzindo-se ao tamanho de um besouro para poder atravessar as reentrâncias entre os pêssegos ou os hexágonos interligados do favo de mel.” (p. 220)
Uma arte que convém manter oculta dos olhos de estranhos, em particular do marido, da mesma forma que uma natureza morta pode tapar uma pintura secreta. É natural que a pintura seja omnipresente na narrativa, inclusivamente na técnica descritiva, uma vez que a época aqui retratada remonta justamente ao apogeu da arte pictórica.
“Vai passeando junto às paredes, contemplando uma e outra vez o fresco que representa os doze trabalhos de Hércules (…). O índigo e a azurite que deve ter misturado ali, naquela mesma sala, a pedido de um dos antepassados de Alfonso, já se esbateram e desbotaram com o tempo; é quase como se as cores se tivessem retirado para o interior da parede, para se esconderem, para aguardarem a passagem dos séculos. Lucrezia imagina-as a regressar, todas ao mesmo tempo, ao seu tom original e vivo, após um sinal mágico, após a repetição de uma senha secreta.” (p. 211)
tor e a preparação da realização do retrato de casamento que dá título ao livro. É também a partir daí que as analepses se tornam menos frequentes e se imprime novo ritmo à intriga até atingir o clímax.
Maggie O’Farrell nasceu em 1972 na Irlanda do Norte. Cresceu no País de Gales e na Escócia. Teve várias profissões: jornalista no The Independent on Sunday; professora de Escrita Criativa na Universidade de Warwick e na Goldsmith’s College, em Londres. É autora de nove romances, vários deles premiados. Venceu, em 2010, o Costa Book Award com The Hand That First Held Mine Além de Hamnet, tem vários li-
Nota-se ainda, subtilmente, nesta e outras passagens indícios de um romance histórico que nos coloca a partir de uma perspetiva inegavelmente contemporânea. Um romance belíssimo que, não obstante revisitar uma época recorrentemente trabalhada, consegue diversas proezas, nomeadamente a de arrebatar o leitor numa prosa lírica e apaixonada que, convenhamos, ganha revigorado fôlego na segunda metade do romance, com a chegada do pin-
vros publicados em Portugal, o último dos quais publicado pela Elsinore: Estou viva, estou viva, estou viva (2018). Os restantes títulos, publicados há anos pela Editorial Presença, encontram-se infelizmente esgotados: Antes de nos Encontrarmos; Incertezas do Coração; Depois de Tu Partires; O Estranho Desaparecimento de Esme Lennox A sua obra está traduzida em mais de trinta línguas. Vive atualmente com a família em Edimburgo.
Um novo serviço de consulta especializada para utentes com feridas complexas passou a funcionar no Centro de Saúde de Silves, informou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Este serviço “pretende ser não só uma referência na prestação de cuidados aos doentes com feridas complexas baseados nas melhores práticas e evidência científica, mas visa ainda proporcionar consultadoria, formação e capacitação a todos os profissionais do ACeS [Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS)] Barlavento que estejam envolvidos no tratamento de feridas”. A ARS considera que, uma vez que a prevalência de feridas, agudas e crónicas, no atual contexto dos cuidados de saúde, é bastante elevada, as suas consequentes implicações na qualidade de vida das pessoas tornam-se “um problema relevante para os profissionais de saúde e também para as instituições”.
Creche do CHUA
A Câmara de Portimão cedeu duas viaturas e um terreno para construção de uma creche ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), no âmbito de protocolos assinados pelas duas instituições. O acordo vai permitir a “entrega temporária de duas viaturas destinadas às equipas que se deslocam ao domicílio dos pacientes tratados pela unidade de Portimão” e “a cedência de um terreno para construção de uma creche na zona das Cardosas”, precisou o município algarvio. Com a cedência das viaturas, a unidade de hospitalização domiciliária de Portimão do CHUA vai melhorar “um serviço alternativo ao internamento convencional” e dar aos doentes a oportunidade da sua “assistência médica poder ser prestada em ambiente familiar”, justificou a autarquia, sublinhando que se trata de um apoio que funciona “24 horas por dia” e conta com cuidados médicos e de enfermagem, “em permanência ou de prevenção”.
A Administração Regional de Saúde do Algarve contratou, em fevereiro, médicos para reforçar as equipas das unidades de saúde da região. “Este mês de fevereiro foram celebrados novos contratos com seis médicos, quatro da especialidade de Medicina Geral e Familiar e dois da área de Saúde Pública, para reforçar as equipas das unidades de saúde da região”, segundo um comunicado da ARS. Os novos médicos vão integrar as equipas das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados dos concelhos de Faro, Olhão, São Brás de Alportel e Tavira e da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) - Central.
Um total de 27.080 cidadãos britânicos residentes em Portugal, com especial incidência na região do Algarve, já tinham recebido o seu título de residência até fevereiro passado, 91,4% dos quais nos últimos quatro meses, informou o Governo. Segundo um comunicado conjunto dos ministérios da Administração Interna e da Justiça e dos secretários de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e dos Assuntos Europeus, trata-se de cidadãos britânicos que tinham sido notificados em 2022 para procederem ao agendamento da recolha dos seus dados biométricos com vista à atribuição do título de residência em Portugal. A mesma nota refere que Portugal tem implementado várias medidas para garantir
que os cidadãos britânicos e suas famílias a residir no território nacional a 31 de dezembro de 2020 possam beneficiar dos direitos decorrentes do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). De acordo com o comunicado, após uma fase-piloto do processo de emissão dos cartões de residência efetuada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, onde foram emitidos 95% dos títulos de residência solicitados, e para recuperar o atraso causado pelo impacto da pandemia de covid-19 nos serviços públicos, em agosto de 2022 foi alargada a competência para a emissão e renovação do título de residência a outras entidades públicas, designadamente o Instituto dos
Registos e do Notariado e os Espaços Cidadão.
"Existem hoje 28 postos de atendimento, com especial foco no Algarve, que conta com 10 postos devido à elevada concentração de grande parte da comunidade britânica nesta região. Para os cidadãos impossibilitados de deslocação por incapacidade física, foram assegurados procedimentos para que equipas móveis do SEF se deslocassem aos respetivos domicílios", divulgou o Governo.
O comunicado conjunto refere ainda que, estando o atendimento dependente apenas do agendamento por parte dos próprios beneficiários, 33.637 britânicos residentes já procederam a esse agendamento e 93,4% dos que compareceram já receberam o título de residência.
A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) teme que a ideia de travar novas licenças de alojamento local ou de agravar a carga fiscal possa trazer de volta à clandestinidade milhares de camas. Segundo dizem os hoteleiros à SIC, "seria um retrocesso de duas décadas. A esmagadora maioria do alojamento local registado no Algarve é composta precisamente por apartamentos e moradias de férias que não tinham qualquer classificação". O Algarve soma mais de 40.000 alojamentos locais, acima de um terço dos que existem em todos o país.
Kai Schneider assume liderança da Aviludo
Kai Schneider é o novo CEO (Chief Executive Officer) da Aviludo, empresa especializada na indústria, comércio e distribuição alimentar, pertencente ao grupo METRO AG e que está presente no mercado de food service distribution (FSD). A Aviludo foi fundada em 1984, em Quarteira (Algarve), e tem hoje oito filiais de norte a sul do país, sendo que três das quais incluem áreas especializadas em desmancha, desossa, corte, embalamento de carnes frescas e congeladas e no fabrico de preparados de carne.
Uma praia do Algarve está entre as 10 melhores do mundo
ZOOMARINE Com a data de reabertura marcada para a próxima quinta-feira, dia 9 de março, o parque temático de Albufeira volta a abrir portas. Este ano, de forma ainda mais especial, pois o parque volta a prolongar a temporada de abertura até 25 de novembro. Ao longo destes anos, a palavra ‘Novidade’ tornou-se indissociável do Zoomarine. E assumindo esse compromisso para com os seus visitantes, está já em preparação o lançamento da novíssima atração de 2023, representando uma das mais belas aves da américa latina, o resplandecente Quetzal. Este novo escorrega aquático tem abertura prevista para junho, e será uma refrescante experiência de adrenalina única no país com mais de 178 metros de percurso. Igualmente indissociável é a missão de responsabilidade ambiental do Zoomarine, que se encontra já na segunda fase da sua caminhada de descarbonização. A implementação dos 2550 painéis da nova central fotovoltaica de autoconsumo, em conjunto com a antecessora, permitirá cobrir 50% das necessidades energéticas do parque temático. Também a frota automóvel do parque conta com mais duas viaturas 100% elétricas, somando sete viaturas, cuja energia é assegurada por novos pontos de carregamento inteligentes. Os ingressos para qualquer data da temporada 2023 podem ser comprados até ao dia 08/03/2023, durante a campanha compra antecipada, com 20% de desconto.
O Tripadvisor divulgou uma lista das melhores praias do mundo e uma praia algarvia aparece logo nas 10 primeiras. O primeiro lugar vai para uma praia no Brasil. Em Portugal há uma no Algarve: a "Praia da Falésia", em Olhos de Água, no concelho de Albufeira, em sexto lugar. Com um mar tranquilo e um areal "sem fim" (na verdade são cerca de 5,5 quilómetros) numa linha de arribas altas de vários tons, é uma praia propícia a caminhadas. Há anos que aparece nas preferências.
10 melhores praias do mundo
1. Baía do Sancho - ilha Fernando de Noronha, Brasil
2. Eagle - Aruba, Caraíbas
3. Cable - Broome, Austrália
4. Reynisfjara - Vik, Islândia
5. Grace Bay - Ilhas Turcas e Caicos, Caraíbas
6. Praia da Falésia - Olhos de Água, Algarve, Portugal
7. Radhanagar/Ilha Havelock, India
8. Spiaggia dei Conigli - Lampedusa, Sicilia, Itália
9. Varadero - Cuba
10.