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Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança vai ser inaugurado em Lagos

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OCentro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses vai ser inaugurado na próxima terça-feira, 21 de março, às 15:30, no Cais da Ribeira de Bensafrim, em Lagos. A cerimónia contará com a presença do presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, e do presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, e incluirá animação de época e uma visita à embarcação agora transformada em centro interpretativo. A intervenção na Caravela Boa Esperança está integrada na candidatura EXPLORATERRA, cofinanciada pelo programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP).

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Notificação de Venda de Terreno

José António Gonçalves Carmo, proprietário e legítimo possuidor dos prédios rústico e Urbano situados em Casas Novas, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 82 secção AL, e matriz predial urbana 7028 da freguesia de Castro Marim, no concelho de Castro Marim, descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim sob o nº 7248, vem comunicar a todos os confinantes do referido prédio que é sua pretensão celebrar, sobre este imóvel, um contrato de compra e venda. O referido negócio será feito a favor do Senhor Andrew Stirling Fletcher, pelo valor de 60.000,00 € (sessenta mil euros).

Pelo exposto vem, ao abrigo do disposto no artigo 1380º nº1 do Código Civil, conferir a qualquer dos confinantes, a faculdade de exercer o direito de preferência no contrato acima referido, devendo, no prazo de 8 dias após a publicação deste anúncio, conforme estipulado no nº 2 do artigo 416º do mesmo diploma legal, dizer se pretende exercer o seu direito de preferência no contrato supramencionado, pelo preço acima indicado. Na falta de resposta no prazo legal, presumir-se-á a falta de interesse no exercício de tal faculdade.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Convocat Ria

Convocam-se todos os associados da Associação Oncológica do Algarve (AOA) para a Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 31 de março, às 16:30 horas, na sede da AOA, situada no Largo das Mouras Velhas, n.º 16, 8000-139, Faro, com a seguinte ordem de trabalhos:

1 - Apresentação, discussão e votação das contas do exercício de 2022.

Caso à hora marcada não esteja presente o número de associados necessário para formar quórum, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, com o número de associados presentes.

Faro, 27 de Fevereiro de 2023

A Presidente da Assembleia Geral Dra. Nídia Maria Manjua Brás Jesus

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

MARIA JOÃO AFONSO DAS CHAGAS SILVA

28-05-1941 Ÿ 01-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO

SANTA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

SERHIY AVRAMENKO

08-06-1961 Ÿ 05-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

KIROVOGRAD - UCRÂNIA

CASTRO MARIM - CASTRO MARIM

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

MARIA DE LURDES NETO CAVAQUINHO

06-07-1933 Ÿ 09-03-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTIAGO - TAVIRA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Cart Rio Notarial De Castro Marim Certificado

Nos termos do número 1, do artigo 100°, do Código do Notariado, eu, Isabel Alexandra Dinis da Silva Esteves de Almeida, Notária no Cartório Notarial de Castro Marim, Urbanização Castro Sol, Lote 2, 1º. E certifico que, no dia de hoje, foi lavrada neste Cartório, de folhas 91 a folhas 93 do Livro de Notas para Escrituras Diversas número 56-A, uma escritura de justificação, na qual outorgaram LAURA DE JESUS BARÃO, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim e marido, ANTÓNIO MANUEL ESPERANÇA AGOSTINHO, natural da freguesia de Odeleite, Concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Poço Mal Acabado, número 7, Martim Longo, Alcoutim, OS quais declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do PRÉDIO URBANO situado em Chada da Aroeira, Estrada Nacional Cento e vinte e quatro (E.N.I24). na freguesia de MARTIM LONGO, concelho de ALCOUTTM, composto por Edifício de um piso e quatro divisões, destinado a restauração, com a área total de três mil seiscentos e trinta e nove metros quadrados, correspondendo à área coberta ou de implantação trezentos e três metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo número 3087, sem proveniência matricial conhecida, com o valor patrimonial tributável de 124.810,00€, a que atribuem igual valor, que confronta a NORTE e a NASCENTE com António Soares Barão, a SUL com Estrada Nacional 124 e a POENTE com caminho.

Que o identificado prédio pertencia aos pais da primeira outorgante senhora, António Soares Barão e Maria Jesus José Barão, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Dr. Antero Cabral, número 9, em Martim Longo. Que, em virtude da distância temporal, desconhecem a forma e a data em que o supra identificado prédio passou a pertencer aos seus referidos pais e sogros, respetivamente.

Que. em data que não conseguem precisar no ano de mil novecentos e noventa, os pais da ora primeira outorgante senhora, os mencionados António Soares Barão e Maria Jesus José Barão. doaram-lhes, verbalmente, a eles. ora primeiros outorgantes, o prédio acima identificado, para que ela, sua filha e o seu referido marido, nele exercessem a sua atividade laboral de restauração, atividade que mantêm atualmente.

Que, desde essa data, os ora primeiros outorgantes, já no estado de casados entre si, entraram na posse do identificado prédio, passaram a trata-lo como seu, aí exercendo desde então a sua atividade laboral de restauração, tendo adquirido e sempre mantido a posse do mesmo com conhecimento de todos, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que fosse, tendo por isso uma posse pública, pacifica. continua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer prova do seu direito de propriedade.

Que, desta forma, justificam a aquisição do supra identificado prédio por usucapião fundada em posse.

Esta conforme o original Castro Marim, oito de Março de dois mil e vinte e três.

A Notária

Isabel Alexandra Dinis da Silva Esteves Nunes de Almeida

Conta registada sob o nº. 393 Fatura/Recibo: FAC 251/2023

Data de Emissão: 08/03/2023

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

PUBLICAÇÃO em EDITAL PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA

HUGO FILIPE DE BRITO BARROS, NIF 221 907 386, solteiro, maior, natural da freguesia e concelho de São Brás de Alportel, portador do cartão de cidadão n.º 11781159 9 ZW2, emitido pela República Portuguesa e válido até 03/08/2031, residente na Rua Dr. Vírgilio Coelho, Lote 11, 8150 – 148 São Brás de Alportel, na qualidade de proprietário do prédio misto denominado “Ilha Esquecida”, sito no Desbarate, Laranjeiro, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, com a área total de 5.876,00 m2 (área coberta de 142,00 m2 e descoberta de 5.734,00 m2), descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número 8565/20200820, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 3 443 e na matriz predial rústica sob o artigo 146, ambos da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, composto por terra de cultura e pastagem com árvores e edifício de rés-do-chão com logradouro, confrontando a Norte com Caminho, Sul com Manuel de Jesus e João Marcos do Carmo, a Nascente com Ventura Gago e a Poente com Joaquim Nunes e José Rosa da Silva. Vêm por este meio dar conhecimento que se encontra a vender o prédio misto, acima identificado, pelo montante global de 158.000,00€ (cento e cinquenta e oito mil euros), reportando-se 100.000,00€ (cem mil euros) ao prédio urbano e 58.000,00€ (cinquenta e oito mil euros) ao prédio rústico.

A venda dos dois prédios, urbano e rústico, acima identificados são indissociáveis uns dos outros e ocorrerão em simultâneo pelo valor total de 158.000,00€ (cento e cinquenta e oito mil euros).

As condições do negócio, são o pagamento de 10% do preço, a título de sinal com assinatura do contrato promessa e o remanescente do preço a pagar na data da escritura, que se realizará a 31 de Março de 2023, às 15 horas, no Cartório Notarial em Faro, a cargo da Dr.ª Maria do Carmo Correia.

Nestes termos e por força do disposto no número 1 do artigo 1380º do Código Civil, vem por este meio conferir aos proprietários dos terrenos confinantes com o prédio rústico acima identificado a faculdade para o exercício do direito de preferência nas condições acima indicadas o qual deverá ser exercido e comunicado no prazo de oito (8) dias contados da publicação do presente Edital, conforme estabelecido no número 2 do artigo 416º do Código Civil, mediante carta registada com aviso de receção remetida para a seguinte morada: Rua Dr. Vírgilio Coelho, Lote 11, 8150 – 148 São Brás de Alportel ao cuidado de Hugo Barros.

O presente edital é publicado por impossibilidade de contacto pessoal e determinação da identidade e morada do proprietário(s) confinantes do prédio rústico que, conforme acima indicado apresenta as seguintes confrontações

Norte com Caminho, Sul com Manuel de Jesus e João Marcos do Carmo, a Nascente com Ventura Gago e a Poente com Joaquim Nunes e José Rosa da Silva.

Mais se informa que a ausência de resposta dentro do prazo legal conferido para o efeito será considerada como falta de interesse no exercício da faculdade ora conferida.

Santa Catarina da Fonte do Bispo, 14 de Março de 2023.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 03.10.2022, exarada a folhas 30 e seguinte do competente Livro n.º 213-A, que:

- Ana Maria dos Santos Guerreiro Fernandes e marido Idalécio da Palma Fernandes naturais de Cachopo, Tavira, casados, residentes em Bernardinheiro, caixa postal 1745-C, 8800-513 Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por edifício de um piso com dois compartimentos, destinado a habitação, com a área total e coberta de 67 m2, a confrontar do norte e do poente com rua, do sul com António Barão e do nascente com Manuel Custódio, sito em Fonte do Corcho, na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 887, com o valor patrimonial tributário de 6.110,30 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial, tendo alegado para o efeito que: - adquiriram este prédio, em data imprecisa do ano de 2001, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Ana Isabel Revez dos Santos, residente na Rua Manuel Soares Guedes, n.º 11, 1.º esquerdo, 1170-206 Lisboa, pelo preço de, à data, mil contos; - desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio – tendo já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção – pelo que, tendo em consideração das referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio urbano por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira e Cartório, em 03 de outubro de 2022.

O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/3819.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária

Nos Termos do artigo 40, nº1 Ponto 2, alínea a) e c) dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral – Ordinária para o dia 31 de Março de 2023, sexta feira, pelas 16 horas e 30 minutos, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto1- Aprovação ou Rejeição do Relatório e Contas/ Apresentação de Contas das Associações Mutualistas referente ao ano de 2022

Ponto 2 – Informações

Nos termos do artigo 41, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará uma hora depois, ou seja ás 17 horas e 30 minutos com qualquer número de Associados.

Tavira, 17 de Março 2023

A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Maria José de Sousa Martins

(POSTAL do ALGARVE, nº 1303, 17 de março de 2023)

Aviso

2º ADITAMENTO DO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 3/2008

Nos termos do n.º 2 do artigo 78º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, com a vigésima primeira alteração introduzida pela Lei n.º 118/2019, de 17 de setembro, torna-se público que a Câmara Municipal de Tavira, emitiu a 09 de Janeiro de 2023, o 2º aditamento do alvará de loteamento n.º 3/2008 em nome de Alfeu Campos Construções, Lda., pessoa coletiva número 506 203 662, com sede no Páteo do Figueiral, fração C, em Almancil e Isidro João Marreiros, contribuinte fiscal n.º 115 008 365, com residência na Rua Engenheiro Henrique Cabeçadas, n.º 31- 5º Esq., em Setúbal, através do qual são licenciadas as alteração às especificações do alvará de loteamento nº 3/2008 que incidem sobre a urbanização implantada no prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número novecentos e sessenta e sete a três de novembro de dois mil e nove, da freguesia de Cabanas (extinta),em Tavira.

As alterações aprovadas incidem sobre todos os lotes da urbanização e consistem na eliminação das tipologias dos fogos.

As alterações ao alvará de loteamento foram aprovadas por despacho da Sr.ª Presidente de 03/11/2022 e enquadram-se no estabelecido no nº 8 do artigo 27º do Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, com a vigésima primeira alteração introduzida pela Lei n.º 118/2019, de 17 de setembro.

Paços do Concelho de Tavira aos 13 dias do mês de fevereiro de 2023.

A Presidente da Camara Municipal, Ana

Paula Fernandes Martins (POSTAL

do

ALGARVE,

nº 1303, 17 de março de 2023)

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (21)

Elidérico Viegas

OPINIÃO | Empresário e Gestor Hoteleiro

Aera do trabalho que caracterizou o mundo até ao aparecimento e forte expansão das novas tecnologias, articulada com o sucesso das medidas económicas de excepção introduzidas na Europa a seguir à Segunda Grande Guerra, o Plano Marshal, assim como a implementação de novas políticas sociais deram lugar a uma nova civilização – a do lazer. A civilização do século XXI ficará certamente para a História como a civilização do lazer.

E isto porque o trabalho/esforço, embora nunca vá acabar na sua totalidade, está a ser substancialmente reduzido, atendendo a que o número de pessoas libertas é cada vez maior, as máquinas fazem tudo, incluindo pensar por nós.

Os horários de trabalho vêm sendo diminuídos, as reformas já se concedem na juventude e a esperança de vida aumenta todos os dias. Num prazo não muito distante, a inactividade será a constante e o trabalho a excepção.

A sociedade do futuro terá assim tendência para ser cada vez mais rica, menos ocupada, mais estandardizada e consumista. Tudo isto vai contribuir para o crescimento dos fluxos turísticos internacionais e domésticos, o que vai obrigar a um maior investimento em infra-estruturas, transportes, alojamento, etc.

A nova dinâmica económica mundial é agora turística, tal como no passado foi agrícola e industrial.

O turista do futuro, um consumista consciente dos seus direitos, será um turista exigente e precisará ocupar o tempo, obrigando os destinos turísticos a novos desafios, designadamente no que se refere à instalação de uma rede de turismo ocupacional.

Esta rede deverá integrar, entre muitas outras, actividades culturais, de animação e desportivas, como campos de golfe, por exemplo, em oposição a explorações agrícolas deficientes, pouco ou nada rentáveis, e terrenos abandonados sem qualquer utilização.

A civilização do lazer é, pois, um negócio em franca expansão. Ora, e uma vez que as regiões e os países se desenvolvem em função das suas vocações, teremos de concordar que o Algarve, incluindo naturalmente o interior e a serra, se encontra especialmente bem posicionado para responder com sucesso a estes desideratos.

A preservação dos equilíbrios ecológicos e ambientais e a recuperação, conservação e valorização dos diversos patrimónios, ricos em toda a serra algarvia, são indispensáveis para a afirmação e consolidação de toda a actividade turística do Algarve, assumindo-se ainda como elementos decisivos numa estratégia de diferenciação e competição face a outros concorrentes.

O pilar principal e base de motivação da indústria turística assenta numa mensagem de paz e humanismo, e no princípio da cooperação, elementos essenciais à interligação entre os povos, condições sem as quais o turismo não se expande nem se desenvolve.

Daí que as Nações Unidas, na sua “Declaração do Milénio”, tenham apontado, muito justamente, o turismo como um sector económico decisivo e fundamental para a redução da pobreza nas zonas rurais e agrícolas, as mais ameaçadas pelo declínio das actividades tradicionais.

A realização de Estudos Científicos Independentes, como a substância e dinâmica da actividade turística, o turismo na economia e nas transformações sociais e a implantação territorial, são indispensáveis para ajudar a definir e implementar políticas mais positivas e tomar decisões mais serenas, qualificando quer o ensino e a acção dos decisores, quer as populações e os agentes económicos em geral.

O turismo precisa de um ambiente positivo na política, na administração e na opinião pública para se poder desenvolver de uma maneira sustentável.

O Algarve tem de passar a ser uma região coesa, solidária e fraterna. Em graus diferentes, todos os algarvios devem viver bem e com uma exclusão cultural, social e económica esbatida ao mínimo.

O turismo não só não é a panaceia de todos os males do Algarve, como muitos pretendem fazer crer, como é uma boa solução, talvez a única, para atingir esse grande desiderato e que, por isso mesmo, nos deve mobilizar a todos, tanto mais que os valores turísticos não são fisicamente transferíveis, exigindo a deslocação dos utilizadores/consumidores ao local de produção dos serviços.

O facto do turismo ser uma actividade de pessoas para pessoas casa bem com a civilização do lazer em construção.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

Mendes Bota | OPINIÃO

Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia

Metro De Profundidade

Lá bem no fundo do poço de promessas eleitorais que foram passeando pelo Algarve nas últimas décadas ao ritmo pouca-terra do comboio regional, sem nunca terem chegado ao destino na Estação da Concretização, está o famoso Metro de Superfície. De vez em quando apita, estridente de aflição, tão evidente é a sua ausência, quanta a sua necessidade. É o triângulo das bermudas da mobilidade sustentável, Faro-Olhão-Loulé numa das trilateralidades possíveis, passando pelo aeroporto, pelo campus universitário, pelo lote onde se imagina um hospital e, já agora, pela meca comercial da Alfarrobeira. Para os mais crédulos do bom senso não custa imaginar, porque faria sentido, uma perninha estendida em direcção a Albufeira, saberão os deuses para quando. No início do mês corrente, o Chefe Costa desceu com a sua Corte governativa até ao Algarve onde, entre protestos do professorado em luta e dezenas de apeadeiros do afinco governamental, trouxe a boa nova ao povo algarvio e aparentado. O Metro vem aí! Só que não, afinal não é o Metro de Superfície como insistiu em chamar-lhe a Ministra Abrunhosa, na sua já lendária dificuldade de expressão. José Apolinário, presidente da CCDRA, com a sensatez que o caracteriza, recolocou o nome no boi: Metrobus, ou seja, autocarros eléctricos a circular em corredor próprio. Para quando? Lá para o final da década, se não houver atrasos, que entre estudos, projectos e concursos internacionais, trabalhinho não falta por fazer. Quanto custa? Para já, fala-se em 120 milhões de euros, que esta era a opção mais baratinha, só que a procissão ainda agora vai no adro. Quem paga? 70 milhões já estão garantidos e aprovados pela Comissão Europeia, e reservados numa gaveta do Programa Regional 2030 ali na Praça da Liberdade em Faro. O resto virá, supõe-se, das três autarquias envolvidas, em fatias ainda por determinar. Pode não ser aquilo que se pensava, mas é muito melhor do que nada. Tem vantagens evidentes. Este Metrobus garante o corredor onde um dia, se for necessário, poderá haver o tal Metro de Superfície a deslizar sobre carris. Tem um impacto ambiental muito positivo, mesmo que o cidadão comum não perceba muito bem o que significa retirar milhares de toneladas de CO2 por ano da atmosfera. Irá servir muita gente que se desloca para trabalhar, para estudar, para passear, para comerciar, mas não tanta como proclama o estudo prévio ora apresentado. Não basta somar a população dos três municípios. Existe muita gente fora do raio de acção do Metrobus, dos seus 38 Kms e das suas 24 paragens, casos de Quarteira, Vilamoura, toda a serra do concelho de Loulé, por exemplo. Não há como não aplaudir, iniciativa tão estruturante do presente e do futuro da Região, pela qual tantas vozes se levantaram no deserto da espera. Não há como não desconfiar, tanta primeira pedra assentada no muro dos com- promissos falhados, na videoteca de anúncios de obras que viraram publicidade enganosa. Predicado da caridade cristã, perdoem-se mentiras, falsidades, desconsiderações feitas à Região desde tempos imemoriais, e conceda-se o benefício da dúvida. Mas que saibam que estamos despertos para as dificuldades do caminho. Isto não é para amanhã. E há tempos difíceis de encurtar.

A exploração desta linha parece encaminhada para a Comunidade Intermunicipal do Algarve. Tudo, menos cair nas mãos da CP, essa empresa-sempre-em-greve, que há muito perdeu a noção daquilo para que existe: servir bem a população. Ou então que se faça uma PPP, negociada como deve ser, com transparência, onde o interesse público não se subalternize ao interesse privado. Um bom negócio, já diziam os antigos, tem de ser bom para ambas as partes.

Falta De Ch

Seguir caninamente os noticiários televisivos é uma droga que vicia, anestesia e envenena a alma. Nada diferencia os canais, até nos tempos e nos conteúdos publicitários, para que ninguém se escape de um para o outro ao intervalo. A receita é igual, os condimentos são os mesmos: guerras, crime, corrupção, violência, abusos sexuais, assaltos, greves, protestos, manifestações, doenças, ineficácia do sector público, ganâncias individuais, os teatrinhos obrigatórios da política partidária, bola+bola+bola, comentaristas de tudo e de coisa nenhuma, tribunais, rusgas, hospitais e urgências, um rosário sem fim de desgraças que os cidadãos consomem sem pestanejar enquanto engolem a sopa. Um absurdo. São raras as notícias que fogem deste enredo, que falem de esperança e bons exemplos de vida, um olhar a sociedade pelo lado positivo, em contraponto com écrans a preto e branco tisnados de vermelho cor de sangue e salpicos de choque e escândalo.

Dizem que o chá, essa bebida milenar que o imperador chinês Shen Nung terá descoberto no ano de 2737 a.C., tem propriedades imensas que apaziguam os espíritos mais revoltados. Desintoxica, cheira bem e melhor sabe. Entre mitos e verdades, o chá tem fama de ser analgésico, anti-depressivo, anti-oxidante, anti-reumático, anti-bacteriano, dietético, soporífero e de melhorar o equilíbrio mental e a produtividade. Com tanto desequilibrado à solta, poder-se-á concluir que existe actualmente uma generalizada falta de chá. A escolha é imensa, da camomila à erva-cidreira, do preto ao verde. Cá pelo Algarve, o chá Príncipe é rei, vá lá saber-se porquê.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

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