Ambiente & Energias Renováveis

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ALTO PATROCÍNIO

Odelouca garante água para todos p. 6 e 7 Ambiente & energias renováveis: A nova aposta do Algarve? p. 10 e 11 Algar aposta num novo nível de consciência p. 4 ALTO PATROCÍNIO

Hotelaria e ambiente são realidades conciliáveis p. 8 Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 997 do Postal do Algarve, de 22 de Julhode 2010, e não pode ser vendido separadamente


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Rolear, na vanguarda ambiental

Abertura d.r.

Soluções, engenho e inovação em prol da qualidade de vida

O AMBIENTE é uma das preocupações do Grupo Rolear, quer na sua gestão interna, quer na sua actuação no mercado. Sediado em Faro desde 1979, o Grupo Rolear tem vindo a apostar fortemente numa estratégia ambiental e numa resposta eficaz no âmbito das suas áreas de actuação, entre as quais Energias Renováveis, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, Electricidade, Electromecânica, Gás, Iluminação, Construção Civil e Infra-estruturas, Telecomunicações, Segurança e Vigilância e Projectos Especiais de Engenharia. Atentas à evolução e consequente exigência dos mercados, as oito empresas reunidas no Grupo Rolear têm investido de forma organizada na sua capacidade técnica e profissional, de forma a garantir uma oferta de soluções imediatas nas áreas da distribuição e comercialização de produtos e equipamento de alta qualidade, bem como, na promoção de parcerias com fabricantes de prestígio enquanto mais-valia para a criação de excelentes oportunidades de negócio. A escolha de produtos e sistemas tecnologicamente avançados constitui um compromisso assumido pelo grupo de empresas liderado por Parreira Afonso, fortemente empenhada na divulgação e dinamização de soluções que permitam contribuir para o

d.r.

O LEMA DA ROLEAR, PORQUE “HÁ COISAS QUE NÃO PODEM PARAR...”

melhoramento das condições ambientais, um desafio que a Rolear assumiu como seu. Neste mundo de soluções inovadoras, a empresa já inscreveu a sua marca em centenas de centrais de microgeração fotovoltaica, assim como foi responsável pela instalação de centenas de colectores solares, ao abrigo da Medida d.r.

AS ENERGIAS RENOVÁVEIS SÃO UMA APOSTA DA ROLEAR

FICHA TÉCNICA Director: Henrique Dias Freire Coordenação: Ricardo Claro Design e paginação: Mário Coelho, André Navega Conteúdos: Ricardo Claro, Cátia Henriques

Revisão: Cristina Mendonça Publicidade e publireportagens: Basílio Pires, José Francisco, Anabela Gonçalves e Profissional Gráfica Tiragem: 12.542 exemplares

Solar Térmico 2009. A dinâmica característica da actuação da Rolear, permite uma resposta altamente qualificada com soluções integradas que reúnem a tecnologia e equipamentos mais inovadores de que são exemplo soluções de climatização através de superfícies radiantes a água conjugadas com sistemas solares térmicos e apoiadas por Aerotermia ou Geotermia. Experiência e saber São três décadas de experiência no mercado, que têm vindo a ser marcadas por um crescimento contínuo e sustentado, caracterizado tanto pela qualidade dos serviços prestados pelas empresas do Grupo, como pela respectiva expansão, nomeadamente através dos pontos de venda no Algarve, Beja e Lisboa e de uma cobertura dinâmica na região centro e norte do país. Para o sucesso confirmado deste grande projecto pensado em nome do bem-estar e

da qualidade de vida, contribuem especialmente o grande profissionalismo e o empenho de uma vasta equipa que fazem do Grupo Rolear uma referência nacional em constante evolução. “Porque há coisas que não podem parar”, é o lema do Grupo Rolear e corporiza a estratégia com que o grupo de empresas se apresenta no mercado, consciente de que o seu sucesso e o dos clientes depende da partilha permanente, razão pela qual aposta no aperfeiçoamento contínuo da capacidade técnica para encontrar soluções e aumentar a qualidade do serviço pós-venda. A filosofia Rolear está bem definida, colocar os clientes em primeiro lugar e promover as mais atractivas oportunidades de negócio, capazes de gerar um efectivo e real valor acrescentado, disponibilizando soluções integradas e serviços inovadores. Porque na Rolear a escolha está feita e tem um nome, qualidade.

AS PREOCUPAÇÕES ambientais não são novas, nem têm passado ao largo das atenções nas últimas décadas, mas são cada vez mais um tema na ordem do dia, em particular no que respeita às energias renováveis, como forma de dar uma resposta alternativa ao consumo de combustíveis fósseis. No Ano Internacional da Biodiversidade, o mundo tentou colocar na linha da frente das agendas mundiais, quer política, económica ou social, a temática do ambiente e da conservação da biodiversidade como pedra de toque para garantir o futuro do planeta. A crise que o mundo atravessa não é a melhor companheira dos objectivos que se pretendem atingir nesta área e Copenhaga foi prova disso mesmo com um compromisso que fica muito aquém do esperado e que gurou muitas expectativas resultantes da experiência Quioto. A realidade é problemática e controversa e o POSTAL traz, uma vez mais, um contributo para a análise a nível regional de um fenómeno de importância global. Ouvimos muitos dos actores da área do ambiente e energias renováveis, juntámos outros tantos num fórum de debate que já produziu e continua a produzir os seus frutos e trazemos o reflexo desta e doutras realidades da área no caderno Ambiente & Energias Renováveis que hoje apresentamos. Damos nota do que de melhor se oferece no Algarve em termos de serviços relacionados com os sectores ambiental e das energias renováveis, fomos falar com as empresas que dão cartas nas mais importantes áreas do ponto de vista ambiental

e conhecemos exemplos de sucesso na relação entre a hotelaria e as questões ambientais, tudo para lhe trazer a melhor informação. O Destaque Damos destaque a um projecto de excelência que aumentou a fiabilidade do abastecimento de água para consumo humano na região e que representa um exemplo em termos de medidas de minimização, compensação e sobrecompensação ambiental no âmbito das obras de grande dimensão, a Barragem de Odelouca. Apresentamos Odelouca por dentro e damos a conhecer os segredos da maior barragem do Algarve, um investimento gigante que prova a capacidade e o engenho de uma empresa regional, a Águas do Algarve, e que surpreende pelo cuidado com as questões ambientais. O Algarve e o ambiente O Algarve depende como todos os lugares do mundo dos cuidados com o ambiente, mas na região mais turística do país esta realidade assume um relevo especial. Para o Algarve a qualidade ambiental é determinante, se quer manter a competitividade turística num mercado cada vez mais global e concorrencial e onde as restrições da crise económica dão o mote para os momentos actuais. Porque sabemos como é importante garantir o futuro deste planeta que pedimos emprestado às gerações futuras e, em particular aos nossos filhos, damos hoje o nosso contributo para uma área fundamental da vida, o ambiente, numa clara aposta na informação dos nossos leitores e na região.


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ALGAR aposta numa nova consciência Diminuir a produção de resíduos é o novo paradigma da educação ambiental d.r.

A ALGAR é a empresa responsável no Algarve pela implementação e gestão do Sistema Multimunicipal de Recolha Selectiva, Triagem e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos e, desde a sua criação por determinação legal em 1995, a acção da empresa tem-se revelado um sucesso, desenvolvendo constantemente projectos que têm em vista um melhor apetrechamento da região para tratar as questões relacionadas com os resíduos sólidos urbanos. No ano de 2009, uma vez

23.288 toneladas de vidro, papel e embalagens foram processadas pela ALGAR em 2009 mais, os valores do volume de matérias tratadas mantiveram uma tendência de crescimento, com os totais finais anuais a somarem 11.560 toneladas de vidro, 7.907 toneladas de papel e 3.821 toneladas de embalagens processadas nas instalações da empresa. Um volume que faz a ALGAR atingir a soma de 23.288 toneladas de materiais recicláveis processados no ano passado, tendo em conta apenas os três tipos de materiais mais usuais, vidro, papel e embalagens. Em 2010, os números disponíveis até ao momento - referentes ao volume de materiais processados até Maio - indicam que foram processadas 3.728 toneladas de vidro, 3.163 de papel e 1.711 de embalagens. São números que impressionam e que fazem do Algarve uma região que cada vez mais prova que aderiu à reciclagem, mas nem tudo são boas notícias. Reciclar é muito importante, reutilizar os materiais também, e são formas eficazes de dar resposta ao problema dos resíduos até determinado ponto, mas o caminho não acaba aqui. Uma nova consciência Cada vez mais a solução mais eficiente para o problema dos resíduos passa por prevenir a sua produção, isto é, atacar o problema logo na origem e de forma preventiva. São pequenos gestos diários aqueles que podem ter neste campo verdadeiros resultados e é por aqui que passa também

A TRIAGEM É UM DOS PASSOS DA RECICLAGEM

a actual política da ALGAR. Apostar cada vez mais na consciencialização da população no sentido de dar este salto qualitativo no combate aos resíduos, passar da reciclagem e reutilização para um novo patamar, o da diminuição na produção de lixo. Ir ao supermercado e es-

colher as embalagens que usam menos materiais, por exemplo as mais pequenas e concentradas ou consumir fraldas reutilizáveis, implica que se produz menos resíduos e que se terão de tratar depois menores quantidades, poupando recursos desde logo na fabricação, espaço

no armazenamento e investimento no tratamento final. Mas o maior contributo de cada um de nós para o sucesso desta nova fase de consciencialização da população algarvia para a necessidade de produzir menores quantidades de resíduos, passa pela consciência de

cada um no que respeita às suas verdadeiras necessidades de consumo. A pergunta que nos devemos colocar quando estamos a comprar um produto é se temos verdadeiramente necessidade de o adquirir. É que quando o adquirimos estamos a participar na geração de resíduos desde o momento em que se produz o produto - energia, matérias-primas, entre outros – passando pela embalagem que temos de reciclar até ao momento em que o próprio produto em fi m de vida vai também para o lixo. São muitos recursos, matérias-primas e dinheiro que se gastam para fazer um ciclo completo de vida de um produto, desde a sua criação até ao seu destino fi nal, depois de não ter qualquer valia para o comprador e os custos associados são elevadíssimos, pelo que a questão é a de saber se temos mesmo falta de cada coisa que compramos e até que ponto é que essa necessidade justifica tudo isto. Uma nova consciência de consumidor, de poluidor e de cidadão é o que se pede e o que está em jogo é a qualidade de vida e ambiental de todos nós.

Algar aposta na valorização de óleos alimentares O ÓLEO que utilizamos para fritar a nossa comida pode ser valorizado através do seu aproveitamento como biodiesel, este é o projecto que a Algar resolveu abraçar e que está previsto para São Brás de Alportel. A expectativa da Algar é poder produzir 500 mil litros de biodiesel a partir do óleo alimentar recolhido nos vários oleões do Algarve, combustível que se destinará exclusivamente a abastecer a frota da empresa, o que evitará o pagamento pela empresa de Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos, que seria cobrado em caso de venda a terceiros. O licenciamento para a construção da unidade de valorização energética de óleos alimentares “está praticamente concluído”, afirma Luís Miguel Nunes, responsável da empresa. Mas o processo não foi pacífico, tendo sofrido uma relocali-

zação, passando a integrar um complexo de estruturas que a Algar vai construir em São Brás de Alportel - que incluirá ainda uma central de tratamento anaeróbio de resíduos orgânicos e uma central de tratamento de resíduos metálicos volumosos – pelo que só agora será lançado novo concurso para a construção da unidade, depois de anulado o lançado em 2009. A escolha de São Brás de Alportel prende-se com a localização mais central e com a concentração de unidades que trará vantagens operacionais à empresa. A nova unidade de valorização de óleos alimentares implica um investimento de 800 mil euros, a que acresce o valor que a Algar prevê investir na aquisição de 200 novos oleões a colocar em várias localizações na região, um número que acresce aos já detidos pelas autarquias e

que estão a ser alvo de protocolos cujo objectivo é integrar a totalidade dos oleões do Algarve no projecto da Algar. Esta estratégia permitirá dar dimensão e viabilidade ao projecto que tem como objectivos fundamentais a recuperação de um resíduo até agora tratado em muito pequenas quantidades e sempre com recurso a unidades de valorização localizadas fora da região e, simultaneamente, baixar os custos operacionais da Algar associados ao consumo de combustível. Para António Eusébio, presidente da autarquia de São Brás de Alportel, a vinda de este investimento adicional para o concelho representa uma mais-valia. A Algar concentra assim no concelho da serra algarvia mais de 20 milhões de euros de investimento, que serão instalados no Parque

Empresarial de São Brás de Alportel, situado na zona da Mesquita. O autarca realça o potencial de alavancagem destas infra-estruturas, quer como investimentos âncora do parque empresarial, quer como determinantes para a aceleração e promoção de sinergias no âmbito do investimento a nível local.

Climatização e renováveis

Harmoclima, o parceiro ambiental A ÁREA da climatização e das energias renováveis constitui nos dias de hoje uma forte aposta, quer das pessoas nas suas casas, quer das empresas, que procuram diariamente a maximização da sua eficiência quanto à estrutura de custos. Nesta área onde a oferta é múltipla, o que pessoas e empresas procuram é cada vez mais o parceiro certo para a realização dos seus investimentos, que garanta qualidade dos sistemas a implantar, eficácia de serviço e garantias reais no acompanhamento pósvenda. Exigências que, no Algarve, têm uma resposta, Harmoclima. A empresa, com sede em São Brás de Alportel, assente numa equipa pluridisciplinar e especializada apostada na máxima eficiência junto dos clientes, dispõe de um variado leque de oferta na área da climatização e energias renováveis, o que a coloca numa posição de excelência para ser a resposta adequada a quem procura soluções neste sector. A melhor tecnologia Recorrendo à melhor tecnologia e produtos disponibilizados no mercado, a Harmoclima não poupa esforços em garantir a cada cliente uma solução por medida e um atendimento célere e personalizado. As respostas encontradas pela Harmoclima são assim as melhores soluções, tendo em vista a protecção ambiental e os objectivos da redução de consumo de combustíveis e energias não renováveis. Tudo numa clara escolha pelo que é melhor para o meio ambiente e para a conservação da biodiversidade, uma preocupação que a empresa cultiva. Com obras em toda a região, que são a melhor prova dos resultados de excelência atingidos pelos profissionais da Harmoclima, a empresa aposta na satisfação dos clientes como estratégia para o desenvolvimento sustentado da sua actividade. Porque escolher não é difícil quando se tem a resposta certa para as melhores soluções do mercado, a escolha certa tem um nome, Harmoclima.


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Odelouca garante água para todos Milhões investidos dão autonomia no abastecimento de água

A SECA DE 2005 pôs a nu de forma clara as dificuldades do Algarve no que respeita aos recursos para a disponibilização de água para abstecimento público, apesar da Águas do Algarve (AdA) ter conseguido abastecer de água a totalidade da região em qualidade e quantidade, num esforço por todos reconhecido. A seca tornou assim evidente a necessidade de construção da Barragem de Odelouca como garantia de maior fiabilidade no abastecimento de água à região e a AdA concluiu, este ano, com sucesso o projecto da maior barragem da região. Os primeiros trabalhos no projecto de Odeluca começaram em 1972, mas só este ano – 38 anos depois – a barragem ficou concluída. A empreitada inicial arrancou em 2001 com conclusão prevista para 2006, no entanto, as obras estiveram paradas entre 2003 e 2007, devido a uma queixa apresentada pela associação ambientalista Liga Portuguesa de Protecção da Natureza em Bruxelas. (ver página ao lado). Em 2007 a obra é entregue à AdA que a conclui em três anos, tendo a barragem entrado em funcionamento este ano. Odelouca é a maior barragem do Algarve e, de acordo com Artur Ribeiro, administrador da Águas do Algarve (AdA) – empresa responsável pela fase final de construção e

pela exploração –, “constituiu uma peça fundamental do Sistma Multimunicipal de Abastecimento de Água (SMMAAA)”. São 157 milhões de metros cúbicos de água que Odelouca pode no máximo armazenar. Água que se destina primordialmente a abastecer os concelhos de Vila do Bispo, Aljezur, Lagos, Monchique (brevemente), Portimão, Silves, Lagoa, Albufeira e parte do concelho

800 É o número de piscinas olímpicas que poderiam ser cheias com os materiais utilizados no paredão de terra de Odelouca de Loulé, mas que pode satisfazer o sotavento, em caso de necessidade, através da Estação Elevatória Reversível. O sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água (SMMAA) conta água de cinco barragens, Bravura, Odelouca e Funcho, no barlavento, e com Odeleite e Beliche, no sotavento, o que permite contar com cerca de 362 milhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento de água. (ver quadro) Água em quantidade Odelouca pode fornecer, no seu pleno, 50 a 55 milhões de metros cúbicos de água por ano, uma quantidade calculada para necessidades a muito

longo prazo. A água é captada e depois levada através de um túnel até chegar ao adutor Funcho/Alcantarilha, situado na saída da barragem do Funcho. O túnel, com 8,5 quilómetros e um diâmetro de 2,4 metros, tem capacidade para transportar 7,8 metros cúbicos de água por segundo e não se trata de um sistema de transvase, uma vez que a água de Odelouca nunca chega a entrar na Barragem do Funcho. Depois de percorrer 12 quilómetros, a água bruta, assim denominada por se encontrar sem tratamento, dá entrada na Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Alcantarilha, uma das quatro que compõem o SMMAA. A água que dá entrada na ETA sofre depois tratamentos vários e rigorosos controlos de qualidade, sendo depois armazenada para ser injectada no SMMAA de acordo com as necessidades. A ETA de Alcantarilha pode produzir 259 mil metros cúbicos de água por dia, tendo um caudal de dimensionamento de três metros cúbicos por segundo. A qualidade Odelouca garante mais do que água em quantidade, garante a manutenção dos níveis de qualidade de excelência que a Águas do Algarve disponibiliza em alta (pressão) aos municípios que depois a fazem chegar em baixa (pressão) a cada casa. Uma água que é dispo-

Barragens de origem da água para abastecimento humano Barragem

Odelouca

Beliche

Bravura

Funcho

Odeleite

Bacia Hidrográfica

Arade

Guadiana

Ribeiras do Algarve

Arade

Guadiana

Início de operação

2010

1986

1958

1993

1997

Capacidade total ①

157

48

34

47

130

Uso

A

B

B

B

C

Área inundada (NPA) ②

780

292

285

360

720

OS PRIMEIROS PASSOS DO PROJECTO DE ODELOUCA FORAM DADOS EM 1972, HÁ 38 ANOS

nibilizada às Câmaras com níveis de qualidade verificados laboratorialmente e que correspondem a padrões que estão muito acima dos valores exigidos por lei. “A água da rede pública em alta no Algarve, que tenhamos conhecimento, é a única que obteve uma certificação Produto Água para Consumo Humano no mundo”, realça Teresa Fernandes, responsá-

① Solo residual e materiais aluvionares ② Enrrocamentos ③ Grauvaque e xisto ripáveis

Capacidade total aproximada em milhões de metros cúbicos Valores expressos em hectares para o nível pleno de armazenamento

A Abastecimento B Rega e abastecimento C Reforço para Beliche Dados: INAG Conversão: 1 metro cúbico de água = a mil litros

– não passa de um mito. A obra de Odelouca custou mais de 64,2 milhões de euros e a componente ambiental do projecto implicou um investimento que ultrapassou os 11 milhões de euros, valores importantes no total de 626 milhões de euros de investimento previsto fazer pela AdA até 2013, o maior realizado no Algarve nas últimas décadas.

Legenda:

Legenda:

① ②

vel pela comunicação da AdA, e hoje representa “um motivo de orgulho para a região e para os algarvios, bem como, para a Águas do Algarve”. A AdA testa a água que distribui, quer nos pontos de entrega, quer nas torneiras dos utilizadores, e os resultados provam que a água tem excelentes níveis de qualidade e que a ideia de que é uma água dura – muito calcária


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d.r.

COMPARAÇÃO DE GRANDEZA:

157 Milhões de metros cúbicos é a capacidade máxima de Odelouca

130 Milhões de metros cúbicos é a capacidade máxima da Barragem de Odeleite

COTAS DE ENCHIMENTO DE ODELOUCA:

102 É a cota máxima de armazenamento de Odelouca

80 É a cota de armazenamento actual de Odelouca

Paredão de terra segura barragem

d.r.

ORIGEM DA ÁGUA QUE BEBEMOS EM 2008:

Medidas de protecção ambiental

Onze milhões de euros protegem ambiente em Odelouca UMA QUEIXA sobre os impactos ambientais que Odelouca, interposta em Bruxelas levou a que a construção da barragem, até então da responsabilidade do Instituto Nacional da Água (INAG), estivesse parada entre 2003 e 2007. A queixa foi apresentada pela Liga Portuguesa de Protecção da Natureza preocupada com os efeitos do projecto, situado nos concelhos de Silves e Monchique e numa zona de relevo para a conservação da fauna e da flora típicas do Algarve, incluída na Rede Natura 2000. No entanto, a seca de 2005, uma das maiores registadas no Algarve nas últimas décadas, veio determinar a necessidade absoluta da barragem, que viria a ser considerada como um projecto de imperativo interesse público. Foi dada luz verde ao projecto, mas determinou-se a Esperança

O futuro do lince

18,9% Barragem do Funcho

A BARRAGEM DE ODELOUCA é uma barragem de terra zonada, o que significa que o paredão que segura as águas contidas na albufeira é feito de materiais geológicos.São dois milhões de metros cúbicos de materiais - o suficiente para encher 800 piscinas olímpicas - entre xisto e materiais aluvionares (trazidos pelas águas), gauvaque, rochas, pedra, argila e terra entre outros. Protegido por um enrrocamento feito de rochas, o paredão, que tem núcleo de argila, resiste à força da água que arrastaria os materiais de menores dimensões. O paredão eleva-se 76 metros acima do terreno natural e tem uma extensão de 420 metros de comprimento por 11 metros de

largura cruzado por uma estrada. Quando atingir o nível de pleno enchimento a barragem terá água quatro metros abaixo do topo do paredão que foi calculado para, no caso de se verificar uma cheia igual à maior dos últimos cinco mil anos, ficar 2,69 metros acima do nível da água ainda que uma das comportas esteja avariada. Odelouca dispõe de um descarregador de cheia com três comportas e um salto de sky de 21,5 metros de comprimento. Esta obra em particular serve para amortecer a força da água resultante das descargas e permite que a água ao atingir o leito da ribeira a jusante não arraste os materiais pondo em causa a estabilidade do paredão.

5,7% Barragem da Bravura

54% Barragens de Odeleite e Beliche

14,4% Furos subterrâneos

5,8% Pré ensecadeira de Odelouca

A MEDIDA AMBIENTAL mais conhecida do projecto Odelouca é o Centro de Reprodução do Lince Ibérico (Herdade das Santinhas). O primeiro centro do país destinado à reprodução de uma das espécies mais ameaçadas da fauna nacional e algarvia resulta das medidas de compensação ambiental e alberga linces vindos de Espanha que já se reproduziram, mas cujas crias não sobreviveram. A esperança continua, acreditando-se que dentro em breve seja possível fazer vingar as primeiras crias de lince nascidas no nosso país. Mais de 5,6 milhões de euros investidos pela Águas do Algarve num projecto de dimensão nacional e que poderá significar o regresso do lince ibérico às terras algarvias, mas também a outras regiões onde a espécie é autóctone.

d.r.

O AMBIENTE FOI UMA DAS PREOCUPAÇÕES DO PROJECTO

obrigatoriedade de implementar um conjunto de medidas ambientais de minimização e compensação do impacto da obra e da sua construção. A estas medidas juntaramse um conjunto de medidas de sobrecompensação, estudos complementares e monitorizações, também impostas, que determinaram um custo total para a vertente ambienGaleria ripícola

tal do projecto de 11 milhões de euros. Valor assumido pela Águas do Algarve no âmbito das políticas de responsabilidade social e ambiental da empresa e que, entretanto, a empresa tem vindo a financiar através de candidaturas a fundos comunitários que permitiram aliviar já boa parte dos custos. Avifauna

Habitats recuperados após enchimento

Projecto protege águia de Bonelli

UM DOS PROJECTOS mais relevantes nas medidas ambientais previstas para a zona de implantação de Odelouca é a requalificação da galeria ripícola, habitats húmidos existentes nas margens dos diversos cursos de água que alimentam a barragem e que vão ficar submersos. O objectivo da Águas do Algarve é estudar as galerias ripícolas existentes na zona de intervenção, a fauna e flora características e promover a requalificação e criação destes espaços de forma a manter as espécies identificadas. A não inclusão da Ribeira de Monchique no âmbito da barragem permite também que as espécies mantenham um curso de água livre da acção do homem para o seu desenvolvimento. Um programa de monitorização destes habitats está também nos objectivos ambientais do projecto, medidas que, no seu conjunto, se prevê venham a provarse eficientes na salvaguarda ambiental e na manutenção da fauna e flora autóctones das áreas afectadas pelo espelho de água.

OUTRO DOS PROJECTOS ambientais associados à Barragem de Odelouca é o de protecção da águia de Bonelli, uma das espécies protegidas pela Directiva Aves da União Europeia e que em Portugal está gravemente ameaçada. A ave de rapina, tem como base de alimentação o coelho bravo e a Águas do Algarve está a levar a cabo um plano de desenvolvimento da espécie garantindo a alimentação do predador. A protecção das árvores de grande porte onde nidifica a águia de Bonelli e a construção de ninhos artificiais capazes de atrair a ave para a zona de intervenção são outras das medidas para proteger a espécie.


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Hotelaria e ambiente são realidades conciliáveis Vila Galé Albacora um exemplo ambiental

A HOTELARIA é muitas vezes vista como inimiga do ambiente e no Algarve a análise feita por muitos relativamente aos impactos ambientais desta actividade não é diferente, em particular pela pressão urbanística que coloca em zonas especialmente sensíveis. A indústria hoteleira procura as melhores localizações, as vistas paradisíacas, as zonas

ribeirinhas e de costa ou os melhores locais do interior do Algarve e estas áreas são muitas das vezes áreas protegidas pelos mas diversos instrumentos de defesa ambiental. Mas será possível conciliar o desenvolvimento de projectos hoteleiros com a qualidade e sustentabilidade ambiental? Definitivamente, sim, e a prova de que a resposta positiva é

a correcta está nalguns exemplos que, a nível regional, demonstram como a actividade hoteleira não só pode ser conciliável com o ambiente, como pode ser ela mesma fomentadora da melhoria da qualidade ambiental. Um dos exemplos de como se pode construir e gerir um hotel no estrito respeito pelas regras ambientais é dado

d.r.

pelo Grupo Vila Galé, um dos maiores grupos hoteleiros portugueses, através do Hotel Vila Galé Albacora, situado em Tavira. A unidade hoteleira gerida por Bruno Martins, situa-se na zona de salinas de Tavira, junto das Quatro-Águas e em pleno Parque Natural da Ria Formosa, tendo resultado da recuperação e reconversão do Arraial PUBLICIDADE

ASPECTO DO INTERIOR DO VILA GALÉ ALBACORA

Ferreira Neto, uma arraial típico da pesca do atum. O projecto do Vila Galé Albacora teve desde logo a virtude de recuperar o arraial piscatório votado ao abandono, numa intervenção que cobriu uma área total de 21 mil metros quadrados, tendo intervencionado no âmbito da obra inicial a área adjacente à unidade e recuperando assim uma zona também ela degradada. A unidade desenvolveu-se com a preocupação de criar uma importante área verde interna, o que levou à criação de uma área de jardins de cinco mil metros quadrados, onde até tem lugar uma pequena horta destinada à produção de ervas aromáticas utilizadas na cozinha do hotel. A gestão sustentável Bruno Martins destaca o esforço feito pela equipa do Vila Galé Albacora no sentido de permitir uma gestão da unidade ambientalmente sustentável, bem como na consciencialização de colaboradores e clientes no que respeita às questões de respeito pelo meio envolvente e pela qualidade ambiental. Assim, foram realizadas obras e alterações no hotel no sentido de gerar uma importante poupança de recursos, através de colocação de células fotoeléctricas para gerir a iluminação, lâmpadas de baixo consumo, instalação de rega gota-a-gota nos jardins, implementação de um sistema de gestão de uso de detergentes e de utilização de recursos na lavandaria. Medidas a que se juntaram a redução dos resíduos enviados

para aterro, resultado de uma política de reciclagem de lixos maximizada e uma aposta na formação constante dos colaboradores nas temáticas relacionadas com o ambiente. Uma política de preocupação ambiental que já deu frutos do ponto de vista da economia financeira da unidade mas que, acima de tudo, garantiu ao hotel a certificação LiderA, reconhecendo do ponto de vista da construção e gestão ambiental sustentável dos espaços edificados uma eficiência da unidade superior em 50% ao valor de referência internacional para a acatividade hoteleira. A melhoria ambiental determinada pela hotelaria Entretanto, nem só de minimização de impactos se faz o percurso ambiental do Vila Galé Albacora. A unidade, pela mão de Bruno Martins encontra-se envolvida numa multiplicidade de acções que visam a preservação e criação de mais-valias ambientais. A recuperação da estação de tratamento de águas residuais situada nas salinas junto ao hotel no âmbito de um projecto de birdwatching encontra-se já em andamento, o que permitirá devolver à natureza e à fruição humana um espaço há muito degradado. A avifauna beneficiará sobremaneira deste projecto a que o hotel se associou desde a primeira hora e a que soma outro desafio, a renaturalização da zona a sul da unidade, um projecto que promete ajudar a mudar a face de toda a envolvente do hotel do Grupo Vila Galé.


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Águas do Algarve, a empresa vista por dentro

d.r.

Conheça a empresa responsável pela água que bebemos e pelo tratamento dos nossos esgotos

É O ROSTO DA COMUNICAÇÃO DA ÁGUAS DO ALGARVE. DESDE O INÍCIO DEDICADA AO PROJECTO, FALÁMOS COM QUEM CONHECE A REALIDADE DA EMPRESA COMO POUCOS, CONHEÇA A ÁGUAS DO ALGARVE PELAS PALAVRAS DE TERESA FERNANDES

Ambiente & Energias Renováveis - Que balanço faz da actividade da Águas do Algarve (AdA) desde o início até agora? Teresa Fernandes - A AdA nasceu em 2000, mas existe um trabalho prévio realizado pelas duas empresas que se fundiram para criar a AdA Águas do Barlavento e Águas do Sotavento algarvio - que não pode nem deve ser ignorado. Todavia, considero que nestes dez anos a AdA desenvolveu trabalho muito positivo e com reflexos determinantes no desenvolvimento sustentável da nossa região. A AdA desenvolve a sua actividade em duas áreas distintas que se complementam, o abastecimento de água para consumo (em alta) e o tratamento dos efluentes domésticos, no entanto, a área onde as pessoas, em geral, mais notam os efeitos do trabalho realizado é na qualidade da água que é disponibilizada aos consumidores. Qual é a grande diferença hoje no que respeita à água que consumimos na região? Em 2000 a noção que os residentes no Algarve, tal como os turistas que nos visitam, tinham acerca da água disponibilizada para o consumo humano era de uma água de péssima qualidade. Tratava-se de uma água com muita intrusão salina, o que lhe dava um sabor salobro, e com a presença de níveis muito elevados de nitratos - resultantes da adubação dos terrenos agrícolas que contaminavam as captações subterrâneas de água - e que apresentava, não raras vezes, sabor e coloração não condicentes com uma água de qualidade. Hoje, a água abastecida no Algarve é de excelente qualidade e os receios relativamente ao seu consumo e à sua qualidade estão definitivamente afastados.

Qual foi a principal alteração que permitiu esta melhoria tão significativa? Foi efectuado um avultado investimento na Região para a implementação do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve (SMMAA), com a consequente e principal alteração que foram as fontes de captação de água. A AdA deixou de utilizar as águas de origem subterrânea, nomeadamente dos furos artesianos que pertenciam ao municípios, tendo iniciado a captação em águas de origem superficial provenientes das barragens da região. Como a serra algarvia não apresenta fontes de poluição, a água das barragens, situadas nesta zona, é de muito boa qualidade, o que permite ter uma matéria-prima de excelência que, depois de tratada nas nossas Estações de Tratamento de Águas (ETAs), alcança níveis de qualidade elevadíssimos, aliás, ao que sabemos a água fornecida pela AdA é a única água do mundo certificada para consu-

macia”, porque por ser tão fina provocava desgaste na cobertura calcária interna das condutas mais antigas da rede em baixa, provocando contínuos “rebentamentos”. A somar a estes exemplos, a verificação da qualidade da água feita por análises laboratoriais coloca a água disponibilizada pela AdA muito acima das exigências legais. Existe uma substancial diferença entre a água fornecida pela AdA aos municípios e aquela que chega às torneiras das pessoas? A água que chega à casa das pessoas é uma água de elevadíssima qualidade. A qualidade da água que a AdA disponibiliza em alta é tal que, ainda que as condutas mais antigas, quer pela sua idade, quer pela sua tipologia, possam fazer baixar ligeiramente a qualidade, a diferença não põe em causa a qualidade do produto no consumidor final, os testes que fazemos habitud.r.

TERESA FERNANDES ESTÁ NA EMPRESA DESDE O INÍCIO

mo humano, o que constitui um orgulho para a empresa.

O MITO DA ÁGUA DURA As pessoas continuam a dizer que a água é uma água dura. Isto é um facto ou um mito? Será certamente um mito. Infelizmente, temos noção de que o consumidor ainda não se consciencializou completamente da qualidade real da água que é abastecida na rede pública e que chega até casa de todos nós. Recordo-me, por exemplo, que em determinada0 altura a AdA teve a necessidade de tornar a água que fornecia “menos

almente nas redes em baixa (centros de saúde, escolas, mercados, etc) provam-no. Por outro lado, as autarquias têm feito um esforço notável na reconversão das condutas de abastecimento em baixa, pondo assim termo, quer às perdas de água, quer às razões de uma eventual diminuição da qualidade da água.

MILHÕES DE EUROS PARA UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA O investimento feito é muito avultado. Qual é a situação actual? De facto, tem sido desenvol-

TERESA FERNANDES JUNTO A ALGUMAS DAS CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE ATRIBUÍDAS À EMPRESA

vido um grande investimento nos últimos dez anos, de forma a que a nossa Região fique totalmente servida, quer quanto à rede de abastecimento de água, quer no que se refere à rede de tratamento de efluentes domésticos. O SMMAA cobre neste momento 98,5% da região e o sistema de saneamento cerca de 95% da região, um investimento que implicará 625 milhões de euros até 2013 e que neste momento atinge os 370 milhões. No montante que ainda falta investir estão incluídas duas grandes Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs) que implicam verbas muito avultadas, a ETAR da Companheira em Portimão e a ETAR Nascente de Faro. Parte relevante deste investimento foi empregue no interior do Algarve, onde o retorno será muito difícil, como é que analisam esta situação? O investimento feito para levar o SMMAA e o SMSA (Sistema Multimunicipal de Esgotos) ao interior do Algarve teve a afectação de verbas avultadas que não serão necessariamente recuperadas, mas desde logo essa não foi a intenção da AdA. O nosso objectivo é levar água, e efectuar o tratamento dos efluentes domésticos das populações residentes no barrocal, com a mesma qualidade do serviço que é disponibilizado às populações no litoral, promovendo assim a igualdade entre as várias zonas e populações do Algarve, melhorando também a qualidade de vida e desenvolvimento económico/social no interior da região. Para nós, todos os municípios têm igual importância e, consequentemente, idêntico tipo de relacionamento, pois todos têm os mesmos direitos e obrigações, quer sejam pertencentes ao barrocal ou ao litoral.

O AMBIENTE Como é que a AdA se vê enquanto actor ambiental na região? A Águas do Algarve assumese desde sempre como uma empresa amiga do ambiente, tendo inerente em todas as suas actividades uma atitude responsável e consciente. A minimização dos impactes ambientais provocados pela nossa actividade é também uma constante Há um esforço contínuo que é efectuado durante todos os nossos trabalhos, como seja a implantação das condutas, construção de infra-estruturas, durante a construção da Barragem de Odelouca, também no que respeita à minimização dos impactos ambientais e implementação das medidas de compensação e sobre compensação, a AdA tem um papel muito importante no que toca a questões ambientais no domínio do SMSA. Neste aspecto, a AdA conseguiu desde 2004 uma melhoria muito significativa na qualidade de tratamento dos efluentes domésticos da região, através da requalificação e construção de várias ETARs, o que permite que o efluente devolvido ao meio ambiente seja de muito boa qualidade, não afectando o meio receptor, as águas da costa algarvia, da Ria Formosa, ou dos rios. Exemplo disso é o aumento das praias com bandeira azul da Europa, as quais têm agora uma água balnear de excelente qualidade A qualidade ambiental é assim hoje muito melhor do que era antes, o que é terminante para a qualidade de vida dos residentes e dos visitantes da região e para a preservação ambiental. Como está o processo de reaproveitamento da água das ETARs? A AdA está praticamente em

condições de disponibilizar a água tratada resultante das ETARs para fins de reutilização, nomeadamente na rega de espaços verdes e de campos de golfe, uma área que poderá a médio prazo ser uma importante medida de diminuição dos consumos de água potável para consumo humano e que depende neste momento apenas da iniciativa privada avançar no sentido de utilizar este novo meio de aquisição da água para rega. A educação ambiental é uma componente fundamental da actividade da AdA, de que forma leva a empresa esta responsabilidade a bom termo? Relativamente à educação ambiental, apesar de comunicarmos para as várias faixas etárias da população, a grande preocupação está na formação e informação das camadas mais jovens, de forma a garantir, antes de mais, o seu desenvolvimento consciente face às questões da água e da protecção do ambiente, mas também, de forma a levarmos a informação até aos adultos, pois as crianças são um veículo de comunicação excepcional e privilegiado junto das famílias. O valor investido na área da educação ambiental pela AdA não é significatiuvo, mas é o suficiente para os objectivos a atingir. Uma suficiência que resulta de uma aplicação criteriosa dos recursos disponíveis e das parcerias que fomos desenvolvendo com diversos organismos e entidades, como é o caso da Direcção Regional da Educação, promovendo com as diversas escolas visitas às nossas infra-estruturas, dando a conhecer por dentro a realidade do ciclo urbano da água nos dias que correm, da nascente até à devolução ao meio ambiente.


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Ambiente e energias

Ambiente e energias renováveis como motor de desenvolvimento regional. Sob este o tema, o POSTAL juntou à mesma mesa os principais protagonistas na área do ambiente do Algarve. Foi no restaurante do Hotel Vila Galé Albacora, em Tavira, que as entidades públicas e privadas discutiram a importância de apostar no sector para o desenvolvimento da região e do país.

As energias renováveis devem ser a grande aposta do Algarve?

actores que possam colaborar e desenvolver áreas específicas no sector da energia solar.

Marc Rechter – A crise vem impor-nos uma nova maneira de pensar como consumimos e produzimos energia, como vivemos os recursos que existem e que estão a ser reduzidos rapidamente. O nosso projecto, Algarve Energy Park, tem muito a ver com a tecnologia que será sempre a grande resposta aos desafios do consumo que temos hoje, tecnologia essa que nos vai permitir substituir os recursos que actualmente consumimos. Um sector que está em crescimento é o das energias renováveis. Portugal, nos últimos dez anos, tem criado uma posição interessante nesta área, já que o Governo tem vindo a criar políticas que têm incentivado o uso deste tipo de energias. Portugal tem vindo a gerar cada vez mais energia limpa, o que tem implicado um grande investimento. Como exemplo disso, em Mora, no Alentejo, temos o maior parque fotovoltaico do mundo. No entanto, a maioria dos painéis solares foram comprados à China, ou seja, os subsídios que o Estado português está a dar estão a estimular o crescimento tecnológico chinês. O que nós estamos a propor é uma forma de utilizarmos melhor o dinheiro investido pelo Governo, investigando tecnologia nossa, para ganharmos know-how na área das energias renováveis. Temos que criar uma plataforma para atrair vários novos

Carlos Mascote – O século XXI vai trazer problemas de energia e água. As energias renováveis estão a aparecer como salvadoras do mundo e também não são inócuas do ponto de vista ambiental, pois têm problemas de ruído e de transporte. Só para terem um exemplo, o ponto de entrega do parque eólico do barlavento algarvio, fica a 27 quilómetros do ponto de produção. A questão tecnológica é muito importante e Portugal tem de deixar de ser utilizador passivo das energias renováveis para ser produtor dessa mesma energia. Tem de atrair empresas que produzam essas mesmas tecnologias. No Algarve, o solar térmico é das energias mais rentáveis e pode ser uma oportunidade para a região. Até já há um projectopiloto para Tavira. Jorge Botelho - Tavira é o concelho do país com maior exposição solar e há um conjunto de investidores que querem apostar em painéis solares no nosso concelho, mas não temos dimensões necessárias para as instalar. É difícil encontrar uma propriedade que tenha 100 hectares. Andamos então à procura dos terrenos. Na minha opinião, a energia fotovoltaica e eólica são o futuro do Algarve. Acredito que mais parques podem aparecer, e no solar, parece-me que mesmo sem os apoios que o gover-

A nova ap

A MESA DO ALMOÇO-DEBATE PROMOVIDO PELO POSTAL SOBRE AMBIENTE & ENERGIAS RENOVÁVEIS

no está a retirar, acredito que alguma coisa há-de acontecer. Até mesmo a população já tem a consciência da importância da energia alternativa.

José Guerreiro - Produzir energia fotovoltaica é o que a Rolear tem feito significativamente nos últimos dois anos. Agarrámos esse nicho de mercátia henriques

cado e sentimos que havia aqui um problema. Os produtos estão demasiado caros no mercado face ao que se consegue produzir. Se não houver subsídios, como é que isto vai funcionar? Quando deixar de haver a subsidiação do Estado como é que se vai falar em renováveis? Temos de investir na tecnologia para baixar o preço na produção. Margarida Magalhães – É óbvio que não vamos deixar os combustíveis fósseis para usar só as energias renováveis num estalar de dedos. Até porque ainda é muito caro produzir energia renovável. Mas será o gás natural a grande potencialidade do Algarve? Tem o Algarve capacidade para investir na criação de tecnologia para energias renováveis?

OUTRO ASPECTO DA MESA NO ALMOÇO-DEBATE PROMOVIDO NO HOTEL VILA GALÉ ALBACORA EM TAVIRA

Luís Inês – Acho que o Algarve deveria ter uma parceria com a Universidade na área das

energias renováveis. Seria uma parceria interessante nessa área, pois está aqui um cluster em que se deveria apostar. Quando estas energias conseguirem viver sem subsidiação e entrarem em fase de exploração, era bom que dominássemos essa tecnologia e não nos limitássemos a ser consumidores. Rui André – Para Monchique estava prevista uma Central de Biomassa. Apesar de não ser economicamente viável para o produtor, para o concelho seria a solução de muitos problemas. Ia diminuir o material combustível nas florestas, aumentar a criação de empregos e só não avança porque a tarifa não é muito sustentável. Porque falar em energias renováveis não é falar em energia mais barata. É bom que cada vez mais, a forma de produzir energia renovável se vá modernizando para ser a mais barata. Carlos Mascote – O primeiro problema que temos de re-


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renováveis:

posta do Algarve? cátia henriques

Os intervenientes

Sara Duarte

Administradora da FuTurBio

Rui André

Presidente da Câmara de Monchique

Luís Miguel Nunes Engenheiro da Algar

Marc Rechter

Administrador do Algarve Energy Park

Luís Inês

Administrador da Infraquinta

solver é o da racionalização de consumos, para podermos baixar custos. Por outro lado, temos de deixar alguns preconceitos. O mix energético tem de vir de vários sítios. Não podemos apostar tudo num cavalo só. Nós que importamos a maior parte da energia que consumimos, não podemos colocar nenhuma possibilidade de fora. Lanço um desafio: coloquem na factura a opção das pessoas

poderem escolher a energia que querem usar, renovável ou eléctrica. Vão ver que se calhar ninguém quer a renovável, porque é muito mais cara. Temos de criar um mix onde entrarão todos os tipos de energia. Não excluo nenhuma, pois não podemos esquecer que o país não tem recursos.

cátia henriques

cátia henriques

Rui André - Era bom que essa opção de escolha fosse possível. No caso da energia, não sei se

será possível as pessoas escolherem o tipo de energia que querem utilizar. Luís Miguel Nunes - Em Portugal, ainda existe um grande entrave aos projectos das energias renováveis. Fazem-se estudos de projectos viáveis que depois não são autorizados. E o problema das autorizações mata à nascença muitos projectos.

José Guerreiro

Administrador da Rolear

Jorge Botelho Presidente da Câmara de Tavira

Rui André - O concelho de cátia henriques

Carlos Mascote

Direcção Regional de Economia

Margarida Magalhães

Vice-presidente da CCDR

ALGUNS DOS INTERVENIENTES NO DEBATE PROMOVIDO PELO POSTAL

Monchique e o interior do Algarve têm muita potencialidade. Para terminar, queria apenas sugerir que o Algarve devia pensar enquanto uma região competitiva e elaborar uma estratégia conjunta com os diversos players para criar um novo posicionamento na área das energias renováveis. Margarida Magalhães - O Algarve tem potencial interessante nestas matérias e a CCDR tem todo o interesse em colaborar com investimentos que tenham a ver com energias limpas, turismo sustentável e de natureza. Enquanto representante da CCDR, acho que será importante melhorarmos as ferramentas que temos para análise de projectos e estudos de impacto ambiental. Temos de nos empenhar para que essas amostras sejam mais eficazes. Quero também sublinhar aqui, que está aberto o sistema de incentivo à qualificação e internacionalização de empresas na área dos projectos de energia solar para pequenas e médias empresas. Como é que resolvendo o problema do lixo, acabamos por ajudar a resolver o problema da energia? Luís Miguel Nunes – Cada vez mais, o lixo é entendido não como um problema mas como um produto. Há dez anos atrás, pouca gente sabia o que era feito aos resíduos. Hoje em dia, praticamente todos os resíduos que temos em casa têm tratamento distinto. E grande parte deles tem aproveitamento energético. Actualmente, os resíduos que são produzidos no Algarve já produzem energia. A Algar tem funcionando num dos seus aterros uma unidade de biogás que aproveita esse biogás extraído do aterro. Neste momento, produz duas vezes mais energia do que aquela que consome em toda a sua actividade. Brevemente, vai triplicar esta capacidade e vamos ainda implementar o mesmo sistema em outro aterro em Loulé. Além da questão do biogás, também há a questão do biodisel. A Algar está a implementar um sistema de recolha selectiva para desviar resíduos que passarão a ser matéria-prima.

Qual a importância do ambiente para o desenvolvimento do turismo algarvio? Jorge Botelho - Na minha opinião, a vertente da sustentabilidade ambiental é um factor crítico de sucesso para o Algarve e nós queremos estar na primeira linha da sustentabilidade ambiental. Não queremos massificar esta terra, mas preservá-la, reabilitando-a. Em Tavira, em nome do ambiente, há muita coisa que não está feita. O problema é que vamos a outros sítios e vemos coisas que também não deviam ter acontecido. Rui André – Na área do Turismo, no Algarve, houve desde sempre uma aposta estratégica em vender o produto Sol e Mar que tem uma oferta muito competitiva em outros países, mas o Algarve Sol e Mar já não é muito vendável. É necessário alargar a nossa oferta, apostando por exemplo no Turismo de Natureza. Em Monchique, temos a intenção de apostar forte em passeios pedestres, desportos de natureza, mas é preciso mais do que isso e a Câmara tem de dar o exemplo, com um uso melhor e mais sustentável dos seus recursos. Sara Duarte - Na área do turismo também temos uma empresa de animação e queremos criar um turismo de proximidade, levando os turistas às pessoas e junto do ambiente. Para isso temos que trabalhar junto com as autarquias e as entidades têm que se aperceber que esse é o caminho. Luís Inês - Somos uma empresa com muitos anos de certificação energética. Na área do desenvolvimento sustentável, temos que apostar no desenvolvimento das energias renováveis. O sector imobiliário daqui a uns tempos em vez de gerar receitas vai canalizá-las só para a sua conservação. Reparem que hoje em dia, no Algarve, há muitos hotéis que estão em cima de infra-estruturas ligadas ao mar. De vez em quando, faço a costa algarvia de barco e é incrível que cada vez que vou, vejo mais construção em cima das falésias. A vista do Algarve através da costa é pavorável. Temos políticas que impedem coisas que deviam acontecer e situações que não deviam acontecer, acontecem.


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