Hipnoterapia:
A desmistificação e o poder da terapia hipnótica
Semear Saúde
Edição nº 4 | Setembro 2016
Este caderno faz parte integrante da edição n.º 1170, de 16 de Setembro de 2016, do Jornal Postal do Algarve e não pode ser vendido separadamente.
Conheça os muitos benefícios de uma terapia que aposta na cura profunda de várias patologias, da adição ao tabaco e da dor ps. 6 e 7
Nutrição:
Naturopatia:
Aprenda a estimular a imunidade das crianças naturalmente por Vera Belchior
ps. 2 e 3
A alimentação na base de mais energia e maior disponibilidade para viver ps. 4 e 5
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Semear Saúde editorial
Prevenção é o segredo para vivermos mais e com mais saúde O corpo humano está preparado para viver em boas condições de saúde, prova disso é que existem algumas populações no mundo que raramente adoecem e vivem mais de um século. Um desses exemplos são os Hunza, um povo que vive na fronteira entre a Índia e o Paquistão, cuja idade média dos habitantes é de 120 anos e que parece não envelhecer. Segundo o website do canal História, o aspecto mais surpreendente dessa pequena nação é a capacidade extraordinária de se manter sempre jovem e saudável. Qual o segredo? Um médico escocês, Robert McCarrison, que analisou esta população, realçou que os Hunza têm uma dieta com restrição de proteínas (comem todos os dias uma média de 1900 calorias, in-
Cláudia Brito
Presidente da Associação Semear saúde semearsaude@gmail.com
son, outros investigadores que procuraram perceber as causas, em todo o tipo de factores, de populações com uma longevidade acima da média, enfatizam a importância da alimentação. É sobretudo a ingestão de alimentos frescos da época, livres de pesticidas e transgénicos, cozinhados a baixas temperaturas, como frutas, verduras, hortaliças, legumes e cereais - ao invés de bebidas/refrigerantes açucarados, carbohidratos e cereais refinados, alimentos empacotados e enlatados processados
Tal como Robert McCarrison, outros investigadores que procuraram perceber as causas, em todo o tipo de factores, de populações com uma longevidade acima da média, enfatizam a importância da alimentação. cluindo 50 gramas de proteínas, 36 gramas de gordura e 365 gramas de hidratos de carbono) e que é essa dieta especial que permite a notável longevidade dos Hunza. Infelizmente, a nossa realidade é diferente. Não só somos grandes consumidores de produtos alimentares geneticamente modificados, carregados de pesticidas e todo o tipo de substâncias tóxicas (adoçantes artificiais, corantes, estabilizantes, conservantes e outros aditivos), manifestamente tóxicos e prejudiciais à nossa saúde. Além disso, podemos acrescentar a essa lista de produtos o ar contaminado que respiramos, as roupas que vestimos, os produtos de higiene pessoal, o stress social e profissional, o consumo excessivo de fármacos e as radiações electromagnéticas artificiais que alteram o ADN das nossas células. Tal como Robert McCarri-
e/ou pré-cozinhados carregados de açúcar e aditivos - que assumem um papel fundamental para evitar problemas de saúde/patologias. Além de uma alimentação saudável, o leitor deverá evitar o consumo de bebidas alcoólicas (droga associada a diversas patologias), ter hábitos de sono saudáveis (respeite os ciclos circadianos da natureza), tomar banhos de sol diários para evitar a carência de Vitamina D (segundo o endocrinologista e pesquisador norte-americano Michael Holick, considerado um dos maiores especialistas do mundo em Vitamina D, o tempo médio seria de 15 a 20 minutos ao sol), praticar exercício físico regularmente e, não menos importante, manter relações familiares e sociais harmónicas. Nesta edição, queremos incentiva-lo à mudança para que possa ter uma vida mais longa e saudável. Abraço carinhoso.
Estimule a imunidade das crianças naturalmente fotos: d.r.
Com a chegada das temperaturas mais baixas as bactérias e vírus começam a proliferar rapidamente, o que pode comprometer a saúde das crianças e dos adultos. Gripes, alergias respiratórias, pneumonias, infecções de ouvido, constipações, sinusites e diarreias são algumas das doenças mais comuns que acompanham o frio. Existem pequenas alterações que podemos fazer de modo a dificultar a entrada desses bichinhos, assim, a atenção deve começar em casa, onde os pais podem iniciar pequenas mudanças, como incentivar a um aumento da ingestão de água. Nos dias frios é importante deixar os ambientes limpos e arejados, mantendo as janelas um pouco abertas para que o ar circule e os vírus não se espalhem. Uma alimentação correcta e equilibrada também é essencial para proteger e fortalecer o sistema imunitário. Quem nunca ouviu falar no sistema imunitário? Ele é o nosso mecanismo de defesa. Inicialmente, o sistema imunitário do bebé é imaturo, sendo este protegido através dos anticorpos maternos, passados para o feto durante a gravidez. A partir do nascimento, sucede-se por meio da amamentação. Os anticorpos maduros são adquiridos ao longo dos primeiros dois anos de vida do bebé. Devo salientar que para os bebés, o acto de brincar, além de ser divertido, faz com que a “sujidade” desenvolva as defesas das crianças, pois a sujidade das brincadeiras faz parte da aquisição da imunidade da criança, e deve ser encarada com naturalidade. Após o contacto com a sujidade, os anticorpos responsáveis pela produção de glóbulos brancos no organismo combatem os agentes invasores como os fungos e as bactérias proporcionando protecção para defender o corpo desses agressores. Além dessa questão, o ar livre promove o desenvolvimento social e emocional das crianças porque lhes dá a oportu-
O acto de brincar faz com que a ‘sujidade’ desenvolva as defesas das crianças nidade de experienciar outras actividades. Assim, sendo o sistema imunitário o nosso protector, tem diferentes formas de nos proteger dos agentes agressores como os vírus, bactérias e fungos. Para começar, alguns dos agentes físicos, como os cílios, os pêlos, o muco e os líquidos corporais, actuam como obstáculos que nos defendem na tentativa de os neutralizar e destruir. Quando estes mecanismos de imunidade natural falham ou existe uma agressão mais específica, como antígenos que vão dar origem a um tipo de resposta do nosso corpo, entra em acção uma imunidade mais específica, a imunidade adquirida, composta pelos anticorpos linfócitos T, B e plasmócitos que, teoricamente, nos garantem protecção contra as infecções. No entanto, quando algum destes mecanismos não está a funcionar adequadamente poderemos ter um quadro de imunodeficiência ou diminuição do potencial imunitário que tanto pode ser o resultado de uma doença como devido a comportamentos errados, principalmente alimentares, que diminuem a capacidade de resposta do sistema imunitário a agressores externos.
Assim, é na alimentação que está a chave do sucesso de um bom sistema imunitário, pois as actividades do sistema imunitário necessitam de energia e de vários nutrientes para a formação de células e outras substâncias envolvidas no nosso mecanismo de defesa. E é nesta altura do ano em que ficamos mais susceptíveis às infecções respiratórias, logo, este é um bom motivo para aprendermos mais sobre os nutrientes que dão suporte aos nossos soldadinhos internos, sendo que os que apresentam maior destaque são: Vitamina C (Ácido ascórbico): A vitamina C promove o aumento da produção de glóbulos brancos e anticorpos que, por consequência, têm um efeito directo sobre as bactérias e vírus, aumentando assim a nossa resistência às infecções. Além disso, também é um constituinte do colagénio e mantém os ossos, a pele e as articulações firmes e fortes. A ingestão de cerca de sete doses de frutas e vegetais pode ser o suficiente para se ingerir 200mg a 500mg de vitamina C por dia. Dose suficientemente adequada para uma boa nutrição aos soldados internos.
Fontes: Agrião, caju, espinafre, melão, citrinos como o kiwi, o limão, a laranja e o abacaxi, as couves, os brócolos, os tomates e o pimento vermelho. Condimentos: açafrão, coentro, cravinho, gengibre, paprica, salsa e tomilho. Vitamina E (D-alfa tocoferol): A vitamina E, em conjunto com outras vitaminas, actua como antioxidante, retardando o envelhecimento, melhorando a cicatrização, a fertilidade e os processos inflamatórios. Embora de forma mais discreta, esta vitamina está associada a uma diminuição da incidência de doenças cardiovasculares e encontra-se presente em alimentos comuns como as sementes, óleos vegetais e os cereais integrais. Fontes: Gérmen de trigo, óleos de soja, arroz, milho e girassol, abacate, gema de ovo, vegetais folhosos (rúcula, couve, folha de brócolos, folhas de beterraba), cenoura, chuchu. Condimentos: Açafrão, louro, manjericão manjerona, orégãos e pimenta. Vitamina A (Retinol e Betacaroteno): Os carotenóides como
o betacaroteno auxiliam no aumento da produção do Ä
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Semear Saúde
naturopatia número de glóbulos brancos, células necessárias para combater as infecções, além de serem poderosos antioxidantes estando frequentemente envolvidos na diminuição do risco de doença cardiovascular. No organismo, o betacaroteno converte-se em vitamina A, sendo esta a forma mais correcta de ingerir a vitamina, pois o seu excesso pode ser tóxico. Assim, após metabolizada apresenta propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e reforçam todo o sistema imunitário. Fontes: Cenoura, abóbora, espinafre cozido, melão, brócolos, manga, espargo, pêssego, beterraba, alho, alho francês, lentilha, melancia, banana, gema de ovo, damasco, cereja. Condimentos: Alecrim, coentro, cravo-da-índia, louro, manjericão, manjerona, pimenta e sálvia. Vitamina B6 (Piridoxina): A vitamina B6 além de ser essencial à digestão, ao bom funcionamento hormonal e aumentar a imunidade geral do organismo também tem uma acção protectora contra o cancro e no controlo dos níveis de açúcar no sangue. Fontes: Levedura de cerveja, lentilha, arroz integral, sementes de girassol, soja, gérmen de trigo, banana, cenoura, abacate, melão, ovo, nozes. Condimentos: Alho, cebola, coentro, gengibre, manjericão, orégãos, paprica, pimenta e sálvia. Equinácea: A equinácea pur-
púrea e angustifolia é uma planta medicinal bastante conhecida por estimular o sistema imunitário. Ela é especialmente eficaz quando ingerida de forma preventiva ou na fase inicial da infeção. Pode tomá-la sob a forma de tintura, infusão, comprimidos e xaropes. Selénio: O selénio é um mineral antioxidante por natureza, imuno-estimulante e anti-inflamatório. Bastam duas castanhas do pará para perfazer a dose diária recomendada de selénio por dia. Fontes: Alho, cebola, milho, cereais integrais como a aveia e a quinoa, cogumelos, levedura de cerveja, castanha do pará, ovos. Condimentos: Alho, coentro, gengibre e salsa. Zinco: O zinco actua na reparação dos tecidos e na cicatrização de ferimentos. Este mineral
É na alimentação que está a chave do sucesso de um bom sistema imunitário está associado ao aumento da produção de glóbulos brancos e ajuda-os a combaterem de forma mais eficaz. No entanto, deve-se ter especial cuidado com a suplementação de zinco, pois este mineral inibe a absorção adequada de ferro, logo, devemos sim consumir quantidades adequadas de zinco mas sob a forma de alimento. Fontes: Aveia, ovo, espinafre, sementes de girassol, cogumelo, gengibre. Condimentos: Cominho, gengibre, manjericão. Vitamina D (Ergocalciferol, Colecalciferol): A vitamina D está
presente na maioria das funções do nosso organismo, tendo um
papel de destaque na manutenção do tecido ósseo, no apoio que presta a nível da saúde mental e no reforço do sistema imunitário. Além disso, a ingestão desta vitamina está associada a uma menor taxa de risco de cancro, a uma melhor performance mental nos idosos, na prevenção de gripes e a um menor risco de depressão. Apesar de estar presente nos alimentos, a sua ingestão é insuficiente, ao que estudos recentes vêm consolidar os seus achados anteriores referentes à importância de uma maior absorção desta vitamina sob a forma de suplemento durante o Outono e Inverno, dando, no entanto, sempre preferência à exposição pub
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solar que é indispensável à sua síntese pelo organismo. Teoricamente, alterar a nossa alimentação é a parte mais fácil e simples de aliarmos uma boa nutrição a um funcionamento adequado dos nossos mecanismos de defesa, no entanto, todos
sabemos que na prática não é uma medida fácil de adoptar devido aos hábitos tão enraizados que por vezes temos, mesmo que haja a consciência de que nos são nocivos. O que geralmente aconselho é que se vá alterando um hábito de cada vez para que eventualmente se chegue a um patamar de nutrição equilibrado, vitalizante e delicioso, mesmo que com eventuais deslizes. Dando um passo de cada vez torna-se muito mais fácil do que se imagina, até porque, já repararam que basta uma alimentação equilibrada para que o nosso ser vibre de vitalidade? Até a depressão, uma das queixas hospitalares mais comuns em Portugal, já tem o seu elo de ligação ao tipo de alimentação que facilitamos ao nosso corpo, pois repare bem, os alimentos contêm substâncias bioactivas que além de estimularem o sistema imunitário, aumentando a resistência às bactérias e aos
Vera Belchior
Naturopata Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção verabelchior@gmail.com
vírus, nutrem cada canto, célula e átomo que possuímos, logo, para vivermos bem, temos que escolher bem qual o combustível que nos oferecemos, será que merecemos o melhor ou o low cost? Reflicta sobre isso e se chegar à conclusão de que é preferível o combustível de melhor qualidade não o utilize apenas no Inverno ou quando estiver doente, mantenha os seus soldados de defesa na linha da frente sempre, pois a defesa é sempre o melhor ataque! pub
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Semear Saúde nutrição
‘Alimentação correcta aumenta o nível de energia e de disponibilidade para com a vida’ fotos: d.r.
Angela Oeiras é conselheira alimentar, blogger, formadora de cozinha e pastelaria e, actualmente, colaboradora da Associação Semear Saúde, em Tavira, e garante que “uma mudança de alimentação pode fazer autênticos milagres na qualidade de vida de uma pessoa”. Felicidade e energia são algumas das mudanças que a formadora notou aquando da sua alteração alimentar. “Sempre fui uma pessoa activa e enérgica, mas devo dizer que uma alimentação correcta, complementada com actividade física e um estilo de vida descontraído e feliz aumentam o nível de energia e de disponibilidade para com a vida”, garantiu a formadora ao POSTAL. “Ao fazermos a transição para uma alimentação mais saudável começamos a ver muitas mudanças no nosso organismo e isso faz com que nos sintamos mais leves, mais energéticos e felizes. Estes factores são fundamentais para um au-
Um currículo invejável:
Angela Oeiras é conselheira alimentar na Associação Semear Saúde mento da nossa auto-estima e confiança. É um adquirir de estilo de vida mais pleno e feliz”, acrescentou.
A aposta no consumo de alimentos cada vez menos processados e refeições mais ricas em nutrientes surgiu após a
doença terminal de um familiar directo de Angela. “Senti a necessidade de procurar uma dieta alimentar alternativa que
Formada em Gestão e Produção de Cozinha pela Escola de Hotelaria do Algarve (VRSA)/ Turismo de Portugal, exerce actualmente a profissão de formadora de cozinha e pastelaria nessa mesma instituição. Tendo desde cedo sentido uma forte ligação à alimentação saudável especializou-se em Culinária Macrobiótica através do Instituto Macrobiótico de Portugal em Lisboa. A par da carreira ligada à alimentação realizou diversas formações na área do desen-
volvimento pessoal e terapias holísticas. Desde então tem trabalhado como formadora, facultando workshops ligados à alimentação saudável e palestras de coaching e desenvolvimento pessoal. Actualmente é colaborada da Associação Semear Saúde, fomentando a divulgação da alimentação saudável e mais especificamente a alimentação anti-cancro. É também a autora e gestora do blog de alimentação saudável: www.angelaoeiras.com.
me proporcionasse um nível de vida mais saudável”, recordou. Foi nessa altura que pôs mãos à obra e que foi tirar uma formação em cozinha, pela Escola de Hotelaria do Algarve, especializando-se, mais tarde, em Culinária Macrobiótica no Instituto Macrobiótico de Portugal, em Lisboa. Passou, também, a gerir e a produzir conteúdos para o
seu blog angelaoeiras.com, uma página que contém receitas saudáveis e que é o espaço onde divulga os cursos e workshops onde participa. “A ideia de criar um blog direcionado para a alimentação saudável veio da necessidade de reunir num único espaço um conjunto de receitas, dicas e informação alimentar”, explicou Angela Oeiras. Ä
Propostas saborosas e saudáveis:
Flocos de aveia com fruta Os “overnight oats” (flocos de aveia demolhados durante a noite) são uma invenção deliciosa para quem quer ter um pequeno almoço disponível no frigorífico sem ter trabalho de o preparar. Basta (antes de se deitar na noite anterior) colocar dentro de um frasco de vidro uma dose de flocos de aveia e a mesma quantidade de leite vegetal, mexer com uma colher, tapar e levar ao frigorífico até ao outro dia de manhã. No dia seguinte só precisa de abrir o frigorífico, destapar o frasco, e juntar o que lhe apetecer, fruta fresca, frutos secos, sementes, ervas, etc… e regar tudo com um
fotos: d.r.
pouco de mel ou de geleia de arroz. O resultado? Delicioso!
O cuscuz é um prato árabe originário do Magrebe (região do norte de África) que consiste num preparado de sêmola de cereais, principalmente o trigo.
ÔÔ Ingredientes: 1 (chávena de chá) de flocos de aveia 1 (chávena de chá) de leite vegetal (arroz, aveia, amêndoa…) 1 (c.sopa) de passas 1 peça de fruta fresca (pêssego, morangos, banana…) 1 (c.sopa) de frutos secos (nozes, avelãs, amêndoas…) 1/2 (c.sopa) de sementes (sésamo, girassol…) 1/2 (c. sopa) de adoçante natural (mel, geleia de arroz, malte de cevada…) ÔÔ Preparação: Antes de ir dormir colocar
Salada de cuscuz com grão e passas
Um pequeno-almoço saudável dentro de um frasco de vidro os flocos de aveia, o leite vegetal e as passas, mexer com uma colher, tapar e deixar a hidratar no frigorífico durante toda a noite. No dia seguinte retirar o
frasco do frigorífico, com o preparado já hidratado e colocar por cima a fruta fresca cortada aos bocadinhos, os frutos secos picados e as sementes e regar com o adoçante escolhido.
O molho que acompanha o cuscuz pode ser um guisado apenas de vegetais, ou ter carne ou peixe (principalmente nas zonas costeiras), mas hoje vamos prepará-lo em salada, bem fresquinho e com grão e passas. O gão-de-bico além de diminuir o colesterol tem um alto teor de fibras que impede os níveis de açúcar no sangue de subirem muito rapidamente após uma refeição, fazendo desta leguminosa uma escolha
ideal para pessoas com diabetes, resistência à insulina ou com hipoglicemia. ÔÔ Ingredientes: 1 copo de grão cozido 1 copo de cuscuz 1 cebola picadas 1/2 pimento verde picado 1/2 pimento vermelho picado 3 (c.sopa) de coentros picada 1 (c. sopa) de passas Azeite Vinagre de maçã Sal Canela ÔÔ Preparação: Colocar o cuscuz dentro de uma taça de vidro, regar com
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Semear Saúde
nutrição Prevenir doenças oncológicas através dos alimentos A par da sua “missão” de divulgação do que é uma alimentação saudável, Angela Oeiras interessou-se pela alimentação saudável voltada para a prevenção e auxílio na recuperação de doenças oncológicas. Foi neste âmbito que passou a fazer parte do “quadro de colaboradores” da Associação Semear Saúde, parceria que para a formadora significa a união com “uma causa nobre”. “O trabalho feito pela Associação Semear Saúde faz com que eu tenha vontade de partilhar conhecimento e ajudar o melhor possível os pacientes que estão neste momento a atravessar um momento difícil nas suas vidas”, salientou Angela Oeiras. A sua ajuda na associação passa pelo aconselhamento alimentar e pela divulgação de hábitos alimentares que ajudem a prevenir doenças oncológicas. “O facto das pessoas terem uma vida cada vez mais ocupada faz com que tenham menos tempo para se dedicarem à confecção integral das suas refeições, recorrendo, cada vez mais, a produtos
darão as células danificadas a reestruturarem-se como por exemplo os frutos secos e sementes, as ervas aromáticas, os vegetais, as algas e os cogumelos, os cereais integrais, os legumes e a fruta, sendo que o ideal seria consumir todos estes produtos de um fornecedor local e com produção biológica”, refere a formadora. “Deverá, no entanto, ter-se em conta qual o tipo de doença oncológica de que o doente padece, de forma a ser realizado um acompanhamento adequado a cada caso particular”, ressalva Angela Oeiras.
Workshops de alimentação saudável dinâmicos são a proposta
Uma mudança na alimentação pode ajudar a prevenir doenças pré-confeccionadas e processados”, lamenta a formadora. Neste sentido, nas sessões de Food Coaching, Angela ensina os formandos a elaborarem um menu diário
“saudável, completo e nutritivo, indicando as características e proporções dos diferentes alimentos que devemos colocar no prato, assim como a melhor maneira
de os cozinharmos”, explica. Nos casos de doentes oncológicos Angela Oeiras aconselha o consumo de alimentos alcalinizantes e anti-infalmatórios, “que aju-
Em traços gerais as recomendações alimentares da formadora, mesmo para quem não tem doenças, passam por pratos variados, coloridos e nutritivos, evitando ao máximo o consumo de produtos processados e pré-confeccionados, carnes vermelhas, farinhas brancas, cereais refinados e açúcar. Truques que a especialista em Culinária Macrobiótica indica nas formações e workshops em que
Mónica Monteiro
Jornalista monicam.postal@gmail.com
participa e que garante terem cada vez mais adeptos. “Felizmente há cada vez mais pessoas interessadas em fazer uma mudança na sua dieta alimentar, o que faz com que cada vez haja mais pessoas interessadas em aprender. Os workshops que organizo realizam-se sempre num ambiente de partilha, conhecimento e muita diversão e o facto de os participantes intervirem activamente na confeção dos pratos que estão a aprender torna-os muito dinâmicos”, afirma Angela Oeiras. Mudanças que podem prevenir a doença, mas que acima de tudo melhoram o bem-estar diário. Aprender a fazer receitas rápidas, com alimentos o mais naturais possíveis e que no fim das contas até oferecem mais energia para aproveitar a vida? Angela Oeiras garante que não é assim tão difícil”, diz.
Gelatina de maçã e uvas Esta gelatina permite muitas variações, pode trocar-se o sumo base por outro a gosto, a fruta por outra que seja da época e até adicionar outros ingredientes como ervas aromáticas ou frutos secos. O cuscuz é um prato árabe originário do Magrebe a mesma quantidade de água a ferver e tapar. Esperar uns minutos até o cuscuz absorver toda a água, regar com um fio de azeite e com a ajuda de um garfo soltar os grãos. Deixar arrefecer e quando estiver frio juntar o grão cozido, as passas, os pimentos
e a cebola picados. Adicionar os coentros picadinhos e temperar com o azeite, o vinagre de maçã, o sal e um toque de canela. Envolver tudo bem e deixar repousar um pouco antes de servir para o cuscuz absorver melhor os sabores.
O resultado final sempre agrada a miúdos e graúdos. Para preparar esta gelatina utiliza-se a alga agar-agar, que se encontra à venda em supermercados ou casas de produtos naturais, em pó, flocos ou em barra. Além de ser fantástica para a preparação de sobremesas de frutas e de vegetais a alga agar-agar é excelente para a obstipação e é uma ajuda preciosa para quem quer per-
der peso. ÔÔ Ingredientes: 1 litro de sumo de maçã (de preferência biológico e sem açúcar) 2 colheres de sopa de alga agar-agar 4 colheres de sopa de mel (ou geleia de arroz) 2 colheres de sopa de amido de milho 1 chávena de uvas ÔÔ Preparação: Levar ao lume o sumo de maçã, o mel ou a geleia de arroz, a alga agar-agar e o amido de milho e mexer tudo bem de maneira a que fique bem dissolvido. Deixar levantar fervura e sem parar de mexer para evi-
Uma sobremesa fresca, saborosa e bem saudável. tar que se formem grumos e que os ingredientes se peguem ao fundo do tacho, cozinhar durante 15 minutos. Retirar as grainhas às uvas,
colocá-las dentro de um pirex e verte sobre elas a preparação anterior. Levar ao frigorífico até solidificar.
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Semear Saúde hipnose
Hipnose trata centenas de pessoas com diversas patologias A hipnose continua a ser uma área pouco compreendida no seio da sociedade. Que o diga Hugo Martins que, ao longo de oito anos e apesar de haver “muitas pessoas a desconfiarem”, já tratou centenas de pessoas com as mais variadas patologias através da hipnose clínica. “A hipnose não tem nada a ver com o que se vê nos filmes, não é magia, nem encantamento, nem a solução para todos os problemas num abrir e fechar de olhos”, desmistifica Hugo Martins, que acredita que “só depois
de as pessoas passarem pela experiência é que vão perceber o conceito”. A hipnose era uma ferramenta da psicologia, área da qual foi “extraída” para as medicinas não convencionais, sendo actualmente apelidada de hipnoterapia. Uma sessão de hipnose clínica tem cinco fases: a indução, o aprofundamento, a terapia, as sugestões pós-hipnóticas e o despertar. Na indução, o paciente é incitado a relaxar e a entrar num “estado ampliado” de consciência, através do qual acede a um conjunto de informação “arquivada no subconsciente”, tendo a possibilidade de alterá-la ou introduzi-la, de modo a atingir o próprio objectivo da terapia e
ivo neves
o que se predispõe a alcançar. “É por este motivo que a hipnose é um procedimento terapêutico altamente eficaz que permite a verificação de resultados com muita rapidez”, assegura Hugo Martins. “Através da hipnose, desencadeia-se um processo interno, que podemos classificar como “auto-cura”, pelo que, em rigor, considero que a hipnose não existe, o que existe é auto-hipnose, sob condução do hipnoterapeuta”, explica. Tratando-se de um processo de auto-hipnose, “é uma terapia altamente segura, sendo necessário contrariar algumas ideias preconcebidas” de que o paciente fica inconsciente e à mercê de tudo aquilo que o terapeuta in-
Ivo Neves
Jornalista ivon.postal@gmail.com
métodos convencionais da psicologia comportamental, cognitiva, psicanalítica ou até humanista.
Hipnose elimina dores e má disposição em pacientes oncológicos
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Hugo Martins é hipnoterapeuta há oito anos troduzir na sua mente. “A hipnose trabalha no inconsciente”, esclarece Hugo Martins. “Dou sugestões aos pacientes, eles aceitam ou não aceitam”, simplifica. A hipnose é um estado de consciência pelo qual “todos nós passamos” diariamente, quando, por exemplo, se assiste a um filme, se lê um livro ou se conduz e se “desliga” de tudo em redor, seguindo em “modo automático”.
Uma sessão de hipnose para acabar com o vício do tabaco Sem efeitos secundários negativos possíveis, a hipnoterapia ajuda a tratar patologias como a depressão, ansiedade, baixa auto-estima, fobia, medo ou anorexia, e a ultrapassar situações de luto, divórcio ou separação e problemas relacionados com a sexualidade, perda de peso, psicopatologias ou tabaco. Neste último caso, Hugo Martins só precisa de uma hora para o conseguir. “A taxa de sucesso [da hipnoterapia] é muito
alta, estou sempre a ver pacientes novos”, afirma. A resposta à pergunta “até onde pode ir a hipnose?” é para Hugo Martins uma incógnita, uma vez que ainda não são verdadeiramente conhecidos os limites da mente humana. “Passam-se coisas no meu consultório que eu nem consigo explicar, como pessoas que se curam das mais variadas patologias quando não era sequer o que estavam a tratar”, relata. Para além de utilizar a hipnose clínica, o hipnoterapeuta trabalha com a hipnose transpessoal, onde, confessa, se conseguem resultados “muito mais rápidos”. Este tipo de hipnose actua nos vários níveis de consciência, permitindo ao paciente o “contacto com a sua verdadeira identidade”. A visão da hipnose transpessoal é a de “um todo integrado e em harmonia”, permitindo ao paciente trabalhar “em si e na sua essência”, alcançando, segundo Hugo Martins, “níveis de bem-estar e de saúde psicológica impossíveis de alcançar” com os
“Acredito que haja muitas situações oncológicas que se consigam tratar apenas através da hipnose”, diz Hugo Martins, que não acredita em “doenças incuráveis”. O hipnoterapeuta já ajudou a tratar alguns doentes oncológicos mas, para além de acreditar que ainda há muito trabalho para fazer no sentido de desmistificar a terapia, reconhece não ser fácil, nestes casos, resistir à medicina convencional. “Na área da oncologia há um grande medo por parte das pessoas em não fazerem os tratamentos recomendados pelos médicos”, afirma. Ainda assim, “a hipnose continua a ajudar muitos doentes oncológicos” na parte psicológica, ao fazer com que aceitem melhor a terapia e a doença que têm, e com que não se sintam com dores nem mal-dispostos, garante o hipnoterapeuta.
Palestra e formações de hipnose clínica e transpessoal na Semear Saúde Hugo Martins vai conduzir uma palestra na Semear Saúde no dia 1 de Outubro entre as 21 e as 23 horas. A “Hipnose Clínica e Transpessoal” vai estar em debate, com o objectivo de revelar a verdadeira aplicação da terapia e de dar a conhecer a formação de hipnose dada pelo hipnoterapeuta, que brevemente estará disponível na associação.
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Semear Saúde
hipnose
A desmistificação da hipnose ivo neves
O conceito de hipnose e as diversas tentativas de explicar o processo que decorre numa sessão de hipnose variam desde a antiguidade, tendo sofrido alterações até à actualidade. Quando a hipnose é integrada na psicologia dá-se início ao processo de a “cientificar”, retirando-lhe algum misticismo ao qual sempre esteve associada. Foram vários os psicólogos que validaram a hipnose como uma ferramenta muito útil na psicologia. Através de sugestões hipnóticas consegue-se conduzir o paciente a estados ampliados de consciência. Neste estado ampliado de consciência o paciente acede a um conjunto de informação que está arquivada no seu subconsciente, tendo a possibilidade de alterar ou introduzir nova informação no seu subconsciente, de modo a atingir o próprio objectivo da terapia e o que se predispõe a alcançar. É por este motivo que a hipnose é um procedimento terapêutico altamente eficaz que permite a verificação de resultados com muita rapidez. Na realidade, através da hipnose, desencadeia-se um processo interno, que podemos classificar como de auto-cura, pelo que, em rigor, considero que a hipnose não existe, o que existe é auto-hipnose, sob condução do hipnoterapeuta. Assim, podemos dizer que a Hipnose propriamente não existe, o que existe é auto-hipnose, no sentido em que é o paciente que se permite entrar em estados ampliados de consciência através das sugestões do terapeuta. Estas sugestões são, tal como o nome indica, tão somente sugestões, só sendo aceites e interiorizadas pelo paciente se esta for a sua vontade e se com elas se identificar no seu processo de auto-cura. É neste aspecto que Freud, que defendia que nem todos os os indivíduos eram “hipnotizáveis”, não tinha razão. Todos somos susceptíveis à hipnose, uns têm é mais dificuldades que outros a dei-
O psicoterapeuta e hipnoterapeuta Hugo Martins xar-se levar para estados ampliados de consciência para trabalhar em si próprio. Porque se trata precisamente de um processo de auto-hipnose só não entra num estado ampliado de consciência quem não se permite a isso, quer seja por crenças, preconceitos, dúvidas ou falta de informação, pelo que, é muito importante que o hipnoterapeuta utilize a técnica e a linguagem adequadas a cada paciente. Tratando-se de um proces-
so de auto-hipnose é uma terapia altamente segura, sendo necessário contrariar algumas ideias preconcebidas de que o paciente fica inconsciente e à mercê de tudo aquilo que o terapeuta introduzir na sua mente. É importante também referir que, mesmo que mal utilizada, a hipnose é relativamente inócua, é ineficaz e não provoca quaisquer danos, na medida em que não produz qualquer efeito. É importante salientar que
o paciente, sob hipnose, não deixa de estar consciente, não sendo possível incutir-lhe qualquer sugestão contra a sua vontade ou que contrarie os seus valores e princípios. Aliás, é possível ao paciente interromper uma sessão de hipnose, bastando para tal abrir os olhos, ainda que com alguma dificuldade, retornando a um perfeito estado de alerta. Há pacientes que relatam as suas sessões de hipnose como tendo uma sensação de
sono ou chegando mesmo a dormir, mas tendo sempre a memória da voz do terapeuta e, na maioria das vezes, a perfeita lembrança de todos os momentos da sessão. Independentemente da sensibilidade e reacções de cada um, é o paciente que tem o verdadeira controlo do processo de auto-hipnose, apenas aceitando as sugestões que se adaptem às suas necessidades e à sua vontade. Todos nós passamos por diferentes estados amplia-
d.r.
Áreas de actuação da hipnose transpessoal:
O paciente, sob hipnose, não deixa de estar consciente
Psicopatologias Depressão Ansiedade Fobias e Medos Ataques de Pânico Anorexia / Bulimia Luto Divórcio / Separação Baixa autoestima e amor próprio Problemas relacionados com a sexualidade Perda de peso Procrastinação
dos de consciência ao longo do dia, quando assistimos a um filme, ao lermos um livro e nos desligamos de tudo o que nos rodeia, ao ouvirmos música, ao viajarmos de carro em “modo automático”, etc. Considero que a hipnose precisa de ser desmistificada, havendo ainda um longo caminho a percorrer nesse sentido, a hipnose não é magia, nem encantamento, nem a solução para todos os problemas num abrir e fechar de olhos. Quando questionamos até onde pode ir a hipnose a resposta é ainda uma incógnita, não se conhecendo ainda verdadeiramente os limites da mente humana a hipnose haverá que evoluir e acompanhar esse conhecimento, pelo que é uma técnica com um potencial enorme. É neste contexto que surge a chamada hipnose transpessoal, que actua nos vários níveis de consciência, permitindo ao paciente o contacto com a sua verdadeira identidade. A visão da hipnose transpessoal, é a de um todo integrado e em harmonia, permitindo ao paciente trabalhar em si e na sua essência, alcançando níveis de bem estar e de saúde psicológica impossíveis de alcançar com os métodos convencionais da psicologia comportamental, cognitiva, psicanalítica ou até humanista. Como muito bem define um dos criadores da psicologia transpessoal, esta tem como objecto de estudo os estados de consciência que transcendem a pessoa além do conceito do ego. Pode afirmar-se que pesquisa, num nível científico, a espiritualidade, com os diversos significados que esta assume para cada indivíduo e os diferentes caminhos para a viver, ou até mesmo a sua ausência. Importa salientar que a psicologia transpessoal não tem nada a ver com religião, nem com “parapsicologia”, apesar de estudar e investigar estes aspectos da experiência individual quando tal se revela necessário e eficaz no processo terapêutico.
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