GRUPO DE IDOSOS 2007.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB

Grupo Operativo: Idosos

JOÃO PESSOA 2008


CAROLINE SOUSA CABRAL INGRYD DE LIRA MEIRELES NAYARA MOREIRA MASSA SAMARA CÍNTIA RODRIGUES VIEIRA THAISE ANATALY MARIA DE ARAÚJO

RELATÓRIO SOLICITADO PELA PROFESSORA ANA CLÁUDIA CAVALCANTI PEIXOTO DE VASCONCELOS, DO DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, COORDENADORA GERAL DO PINAB, APRESENTADO A PRAC, CCS e DN/UFPB.

JOÃO PESSOA 2008

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SUMÁRIO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................................. 4 2. OBJETIVOS.................................................................................................................................. 5 3 METODOLOGIA.......................................................................................................................... 5 4 ATIVIDADES REALIZADAS .................................................................................................... 6 5 DISCUSSÕES, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS..................................................... 11 6 CONSIDERAÇÕES .................................................................................................................... 13

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO O presente relatório expõe as práticas desenvolvidas pelo grupo de idosos no projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB). Este grupo esteve composto por cinco participantes do curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, com atuação entre 20 de novembro a 22 de abril de 2007/2008, as terças-feiras à tarde durante quatro horas, na Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, localizada no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa, Paraíba. A atuação de tal grupo justifica-se, claramente, devido ao aumento da população idosa que vem sendo observado no mundo inteiro, assim como no Brasil, decorrente da melhoria na qualidade de vida, somado ao avanço da ciência e tecnologia aplicadas na área da saúde. Segundo o IBGE, estima-se que no Brasil, entre 1950 e 2025, a quantidade de idosos aumentará dezesseis vezes contra cinco vezes da população total. Deste modo, é imprescindível uma atenção especial a esse grupo social a fim de proporcionar um desenvolvimento de uma velhice saudável e consciente, a partir de um trabalho conjugado a Estratégia Saúde da Família, bem como aos princípios que norteiam as práticas do PINAB. Sabendo disso, neste semestre, o grupo de idosos do PINAB deu continuidade ao trabalho já iniciado no período anterior (16 de agosto a 25 de outubro de 2007) por outras extensionistas vinculadas ao mesmo projeto, na perspectiva de incorporar a educação popular nas práticas de educação em saúde, que os profissionais já desenvolviam na USF em alguns grupos anteriormente formados por eles, ou seja, o grupo de idosos do Jardim Itabaiana 2 e do Pedra Branca 1. Porém, a USF Vila Saúde também assiste ao Jardim Itabaiana 1 e Pedra Branca 2, os quais não possuem grupos de idosos que se reúnam regularmente como as outras duas áreas mencionadas anteriormente. Diante disso, o grupo de idosos realizou reuniões no intuito de conhecer os idosos das áreas sem grupos fixos e estimular os profissionais de saúde das respectivas áreas para a formação de novos grupos nestes locais. Nosso grupo também seguiu o cronograma de atividades que norteia as práticas do PINAB incluindo: visitas domiciliares, atividades coletivas e aconselhamentos nutricionais. Neste sentido, abordaremos no presente relatório os objetivos traçados para o grupo, as atividades realizadas durante o período de atuação, bem como as metodologias norteadoras e, por fim, faremos reflexões acerca do trabalho desempenhado, na perspectiva de se registrarem as contribuições e os desafios para este grupo no próximo semestre.

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2. OBJETIVOS

1. Continuar o trabalho iniciado pelo PINAB, para com os grupos já formados pela USF, a fim de fortalecer as relações já existentes desenvolvidas a partir da aplicação dos princípios da educação popular na promoção da saúde;

2. Contribuir para formação de grupos de idosos nas áreas onde não existem, a partir de discussões entre os profissionais sobre a importância da realização de atividades educativas com este público;

3. Elevar a auto-estima dos idosos a partir de troca de conhecimentos e valorização dos saberes e experiências de vida dos mesmos;

4. Contribuir com a construção da cidadania para o grupo de idosos, enfocando os direitos próprios destes;

5. Promover discussões sobre as práticas alimentares dos idosos a partir de atividades aplicadas em reuniões coletivas e ainda com os aconselhamentos nutricionais oferecidos.

3 METODOLOGIA

O grupo de Idosos se reúne semanalmente para realização das atividades dispostas no cronograma do PINAB, nas quatro áreas adscritas à USF Vila Saúde e acordadas com os profissionais da USF. As atividades são embasadas nos fundamentos da Educação Popular, as quais são sustentadas na pedagogia sistematizada por Paulo Freire. A Educação Popular não visa criar sujeitos subalternos educados: sujeitos limpos, polidos, alfabetizados, bebendo água fervida, comendo farinha de soja e cagando em fossas sépticas. Visa participar do esforço que já fazem hoje as categorias de sujeitos subalternos - do índio ao operário do ABC paulista - para a organização do trabalho político que, passo a passo, abra caminho para a conquista de sua liberdade e de seus direitos. A Educação Popular é um modo de participação de agentes eruditos (professores, padres, cientistas sociais, profissionais de saúde e outros) neste trabalho político. Ela busca trabalhar pedagogicamente o homem e os grupos envolvidos no processo de participação popular, fomentando formas coletivas de aprendizado e investigação de modo a promover o crescimento da capacidade de análise crítica sobre a realidade e o

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aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento. É uma estratégia de construção da participação popular no redirecionamento da vida social. (BRANDÃO, 1982) a) atividades coletivas : realizadas quinzenalmente e, no decorrer de suas realizações, preferia-se por uma forma de educar descontraída, de modo que todos que ali estivessem fossem educandos e educadores. Optávamos por atividades onde eles pudessem contribuir como verdadeiros sujeitos destas, de modo a explorar o que cada um tem de melhor para oferecer ao grupo. Enfim, nós, os integrantes do PINAB, éramos muito mais ouvintes do que educadores. Desta forma, abandonamos o antigo modelo puramente mecanicista de ensinar, e estimulamos as pessoas de modo que elas possam se auto-explorar, e deste modo, através de um compartilhar de saberes e aprendizados essencialmente presentes na Educação Popular, construía-se atividades pedagógicas bastante saudáveis para todos que ali estavam. b) aconselhamentos dietéticos: caracterizados por um momento de conversa entre o nutricionista, o estudante e o usuário, e deste modo, aos poucos, a pessoa que estava em atendimento expunha seus sentimentos, inquietudes, além de uma série de fatos relacionados à sua vida, fatos estes que influenciavam diretamente o perfil nutricional do usuário. Com isto, busca-se ampliar o olhar sobre o atendimento nutricional, para além das questões biológicas, levando em consideração a dimensão subjetiva do cuidado com a alimentação. c) visitas domiciliares: foram realizadas com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), no entanto, tivemos apenas um dia dedicado a este momento. Nestas visitas foi possível conhecer um pouco da realidade (social e econômica) dos idosos que moram na comunidade, e assim existiu uma relação de troca de saberes e conhecimentos.

4 ATIVIDADES REALIZADAS

MÊS

DIA

ATIVIDADES

4

Visita domiciliar

DESCRIÇÃO Nossa primeira atividade realizada foi à visita domiciliar com o objetivo de conhecer melhor as pessoas que fariam parte do no nosso grupo de trabalho. Visitamos com ajuda das ACS, casas da

DEZEMBRO

área Pedra Branca I. Os idosos visitados sofriam de

patologias

que

necessitam

de

um

acompanhamento de nutricionistas e as mesmas não tinham disponibilidade de freqüentar o grupo de idosos.

6


Para 11

o

aconselhamento

individual,

nos

Aconselhamento

dividimos em dois grupos e com o auxílio dos

individual

nutricionistas Pedro e Helen foram realizados atendimentos a dois usuários. Um deles a uma mulher portadora de diabetes, a qual foi em busca de um guia alimentar adequado para sua patologia.

O

outro

usuário

procurou

o

aconselhamento por apresentar sobrepeso. 22

Nesta tarde nos reunimos com Priscilla, enfermeira da área Pedra Branca I e planejamos a nossa primeira atividade coletiva com o grupo de Planejamento

da

atividade coletiva a ser

realizada

dia

29/01/08

idosos formado por ela. Foram sugeridos vários temas, mas resolvemos falar um pouco como conviver

com

as

patologias

(diabetes

e

hipertensão) que são as mais presentes neste grupo de

forma saudável e feliz. Nesta

oportunidade também já deixamos agendado o dia das próximas atividades que seriam realizadas com este grupo.

JANEIRO

29

Neste dia realizamos nossa primeira atividade coletiva, na igreja Santa Clara na Pedra Branca I. Começamos com uma dinâmica para fazê-los Atividade

coletiva

com o grupo de idosos da área Pedra Branca I

perceber uns aos outros, para que assim eles possam usar essa percepção para conversar, trocar experiências de vida, fazer companhia, etc. Em seguida, encenamos uma esquete, onde uma nutricionista esclarecia algumas dúvidas sobre a diabetes e a hipertensão, mostrando aos idosos que essas patologias podem ser tratadas sem impedir que estes desfrutem uma vida feliz e saudável. Nessa atividade estavam presentes Priscilla, enfermeira de Pedra Branca I e os seus ACS, além de um grande número de idosos.

7


12

Aconselhamento Individual

19

Planejamento da

Nesta ocasião não tivemos a oportunidade de realização do aconselhamento dietético.

Reunimo-nos com Priscilla, enfermeira da área

atividade coletiva a

Pedra Branca I e planejamos uma atividade cujo

ser realizada dia

objetivo principal seria o lazer e descontração.

25/03/08

Então decidimos que seria uma tarde de alongamento e relaxamento, com um lanche no final. Ficou resolvido também, que seriam distribuídos convites para os ACS entregarem aos idosos do grupo.

FEVEREIRO 26

Planejamento da

Usamos esta tarde para o planejamento de uma

atividade coletiva a

atividade coletiva extra, que seria realizada com

ser realizada dia

um grupo de idosos misto, com as áreas Pedra

18/03/08

Branca II, Jardim Itabaiana I e II. Então conversamos com as enfermeiras Filó, Lena e Claúdia das respectivas áreas, convidando-as para participar e expondo o objetivo da atividade, que é falar sobre alimentação saudável. Também ficou resolvido data, local e a criação de convites, que seriam distribuídos pelos ACS aos idosos.

4

Visita domiciliar

Esta tarde estava destinada para a realização de visitas domiciliares, porém não houve ACS disponível para nos acompanhar nas visitas. Então aproveitamos para dar uma olhada nos prontuários dos idosos da área de Pedra Branca II e percebemos a falta de um acompanhamento mais

MARÇO

preciso e constante.

11

Aconselhamento individual

Esta

tarde

aconselhamento,

foi no

destinada entanto,

para

devido

o

alguns

problemas nas marcações dos mesmos, só apareceu um retorno, e, este foi realizado por 8


Ellen e Virgínia, que estava estagiando na unidade. Então aproveitamos à tarde para organizar os últimos detalhes das atividades coletivas das próximas semanas.

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Atividade

coletiva

Realizamos uma atividade coletiva na igreja de

com o grupo de idosos São Lucas, destinada às áreas Pedra Branca II, misto

Jardim Itabaiana I e II. Nesta atividade estavam presentes apenas duas idosas da área Jardim Itabaiana I e a enfermeira da mesma área. Desenvolvemos uma atividade na qual levamos uma variedade de alimentos importantes e comuns nas refeições do dia-a-dia, como: feijão, arroz, macarrão, soja, frutas, verduras, leite, entre outros, e proporcionamos que os participantes da atividade escolhessem um alimento e falasse sobre este, ou seja, se consumia, se gostava, como consumia, etc. Apesar de ter ido apenas duas idosas, a atividade foi muito interessante, pois foi possível discutir sobre os alimentos e sobre alimentação

saudável,

passando

várias

informações e esclarecendo dúvidas sobre esse assunto.

Como combinado com enfermeira da área, 25

Atividade

coletiva fizemos uma atividade de lazer. Convidamos um

com o grupo de idosos educador físico para realizar um alongamento da área Pedra Branca I com os idosos. Na mesma oportunidade, este ensinou movimentos que poderiam ser realizados diariamente pelos idosos para ajudar a reduzir as dores ósseas muito presentes nesta fase. Após o alongamento, servimos um lanche e foi feito um momento de descontração onde a médica da área, Lourdes, convidou os idosos para cantar. Nesta atividade contamos com a presença de toda a 9


equipe da área Pedra Branca I e com um grande número de idosos.

1

Aconselhamento individual

Com o auxílio de Pedro foi feito um aconselhamento dietético para uma usuária, que estava com sobrepeso, sendo este o mesmo caso do usuário atendido pela nutricionista Helen.

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Discussão do texto sobre os idosos

O texto discutido aborda a situação do idoso mediante as políticas nacionais de saúde e o programa de saúde da família, que tem como objetivo saudável.

a

promoção

do

envelhecimento

A assistência básica de saúde tem

como maior propósito que o direito de cidadania, seja integral, universal e equânime, servindo para identificar fatores de risco aos quais a população de idosos esteja exposta e neles intervir

ABRIL

apropriadamente. O programa de saúde da família tem ações efetivas nas principais morbidades que acometem as pessoas na terceira idade, como: hipertensão, Diabetes melitus, doenças de ordem respiratória, osteoporose entre outras. Cabe a equipe multidisciplinar, observar o comportamento da família em relação ao idoso, realizar visitas domiciliares, criação de grupos que os integrem a sociedade, oferecendo uma maior qualidade de vida e autonomia as pessoas que se encontram em envelhecimento.

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Atividade coletiva

Nesta tarde realizamos atividade com o grupo

com o grupo de idosos de Priscilla, onde discutimos um pouco sobre um 10


da área Pedra Branca I tema de grande importância e muito relevante que é a DENGUE. Conversamos um pouco sobre a doença e como evitá-la, distribuímos também panfletos informativos. Percebemos a importância de falar sobre esse assunto, devido a fragilidade imunológica que apresenta os idosos. Nesta atividade, estavam presentes a enfermeira da área e um ACS, além de um bom número de idosos.

5 DISCUSSÕES, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS Com a prática do Grupo de Idosos foi possível desenvolver várias atividades e estas foram: visitas domiciliares aos idosos, realizadas sempre acompanhadas de um ACS da USF Vila Saúde; atividades coletivas e aconselhamento nutricional e cada uma destas atividades contribuíram para aprofundarmos os conhecimentos sobre extensão, trabalho comunitário, nos proporcionando um olhar mais humanizado. As visitas domiciliares contribuíram para o conhecimento das pessoas participantes da comunidade e assim foi possível visitar a residência de alguns idosos, com isso, interagimos com os mesmos, construindo um relacionamento entre extensionistas e idosos, o que viria a contribuir para o desenvolvimento de atividades coletivas com uma maior integralidade. Foram realizadas poucas visitas domiciliares e esta foi uma barreira encontrada para adentramos no universo da comunidade, formar um vinculo com os idosos e ter um maior conhecimento sobre a realidade da comunidade e anseios que ali estão presentes; e estes empecilhos aconteceram, devido ao horário das mesmas, falta de ACS e indisponibilidades de tempo dos agentes comunitários de saúde em nos acompanharmos nas visitas. No entanto, as visitas tiveram um intenso aproveitamento e possibilitaram uma análise do perfil de alguns idosos visitados, despertando o interesse por visitas mais freqüentes, para assim firmar um vínculo com estes idosos, acompanhando-os com uma maior assiduidade. Por meio de atividades coletivas, as quais envolveram dinâmicas, rodas de conversas, esquetes e a escuta, foi possível uma maior interação entre as estudantes e os idosos, “quebrando” cada vez mais barreiras existentes e permitindo a construção de um diálogo entre todos os participantes. Além da 11


interação com os idosos, a formação dos grupos permitiu um maior contato entre as estudantes e a enfermeira Priscilla, acontecendo sempre uma troca de saberes e somando-se os conhecimentos. A participação nestes grupos foi de suma importância para desenvolver o ato de falar, se expressar e a escuta. Fazendo uma análise do perfil dos idosos que participavam das atividades, pudemos constatar que a maioria eram portadores de patologias, sendo as principais encontradas: hipertensão e diabetes; no entanto, não foi analisado apenas o perfil patológico e em relação ao perfil psicológico, podemos afirmar que a maioria era: amáveis, dedicados, carentes, receptivos e bem humorados. No entanto, existia diversidade no grupo e assim, faziam partes pessoas que ficavam fechadas para discussões em grupos ou ate mesmo se recusavam a participar de dinâmicas e rodas de conversas. O grupo de idosos, o qual conta com o apoio da enfermeira Priscilla, na verdade não é um “grupo de idosos”, pois neste grupo nem todos idosos podem fazer parte, agregando apenas hipertensos e diabéticos e isto constituindo uma forma de exclusão de uma parcela desta população. Então, este será um espaço que deveremos lutar para que não haja exclusão e sim união, não grupo de “doentes” ou “sadios”, mas grupo de idosos, para contemplar idosos que se encontram em estado patológico e necessitam de auxilio e também um local para que haja promoção da saúde, tirando assim a visão de apenas receber remédio, más que aquele momento seja de debate, conhecimento e crescimento dos participantes do grupo Em relação ao aconselhamento dietético, este nos permitiu um maior conhecimento sobre termos e saberes técnicos na prática da nutrição clínica, mas os saberes não foram apenas estes. As extensionistas puderam aprender com a população, através de seus saberes populares, estes sendo de essencial importância para a formação de futuros profissionais mais humanizados. Pudemos perceber alguns resultados positivos através dos retornos de algumas pessoas, com isso sendo o nosso trabalho “remunerado” por uma expressão de gratidão, um sorriso e uma melhora na saúde do usuário. Faz-se necessário para o próximo período um diálogo com a enfermeira Filó, da área Pedra Branca II, a qual mostrou interesse em formar um grupo de idosos junto com as extensionistas do PINAB. O grupo de idosos da equipe do Jardim Itabaiana II, o qual tem a frente à enfermeira Lena, tivemos apenas uma atividade coletiva e as alunas do próximo período deverão dar continuidade a este trabalho, para que se consolide um grupo, o qual não tem distinção entre “doentes” e “sadios”, contribuindo assim para uma maior integração entre todos os idosos.

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6 CONSIDERAÇÕES

O grupo operativo relacionado aos idosos oferece aos extensionistas uma experiência de suma importância para sua formação acadêmica, pois os aproxima de uma realidade encantadora e, ao mesmo tempo, desafiadora, uma vez que nesta etapa da vida, as pessoas, geralmente, necessitam de um maior cuidado e os profissionais que lidam com elas precisam de maturidade e persuasão para convencê-los a praticar as melhores ações para seu organismo o que, conseqüentemente, virá a oferecer-lhes mais bem estar. Ao atuar com idosos têm-se a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na teoria da sala de aula, pois, muitos deles são acometidos de patologias, as quais podem ser amenizadas com o auxílio de uma dieta saudável prescrita por profissionais nutricionistas. O PINAB oferece aos extensionistas e as pessoas que tem oportunidade de participarem das atividades programadas pelo projeto uma experiência única, pois é voltado à união do saber popular com o saber científico e tudo em função da promoção da saúde. Além disso, os idosos que recebem a visita dos extensionistas e participam das atividades coletivas esquematizadas por eles têm a oportunidade de receberem atenção, a qual é essencial nesta fase da vida de qualquer indivíduo, sendo este um diferencial do PINAB, que visa a humanização do atendimento ao usuário.

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Impressões de Caroline Sousa Cabral - Estudante de Nutrição, 4º período, UFPB

Durante este período de atuação no PINAB pude me defrontar mais uma vez com o mundo da Educação Popular, e confesso que cada dia mais escolho isto como algo que realmente quero para minha vida acadêmica e profissional. Neste grupo operativo, deparei-me pela primeira vez com as atividades coletivas por meio de rodas de conversa com parte daquela população. No início, eu não sabia bem o que iria fazer lá, mas depois que comecei a ter contato com os idosos, o diálogo fluía, e o aprendizado também. Foi aí que vi a dimensão e riqueza da Educação Popular, pois através da natureza humana, conseguíamos empregar um olhar pedagógico em todo o nosso período de atuação. Tenho hoje a consciência da importância que a extensão assume dentro da Universidade, pois me sinto hoje muito mais que uma simples aluna e futura profissional... sinto que despertou em mim o sentimento de ser mais humana e de ver que as pessoas que estão ao meu redor são realmente pessoas. Com isso, vejo que cresci, pois depois da extensão não irei lidar com meros pacientes com problemas nutricionais... dialogarei com gente que tem sentimento, e cujos problemas vão muito mais além do ato de comer. Quando paro para pensar na pessoa que eu era antes do PINAB, vejo o quanto amadureci, tanto pessoal quanto profissionalmente, e com isso observo a importância que a extensão assume dentro da Universidade, pois através destes tipos de projetos, podemos transpor os muros que cercam a graduação e nos deparamos com o mundo que iremos atuar mais adiante. O diferencial é que, com a Educação Popular dentro da extensão, tudo adquire uma nova ótica de atuação.

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Impressões de Ingryd de Lira Meireles - Estudante de Nutrição, 4º período, UFPB

O meu segundo período como extensionista participante do projeto PINAB foi marcado por desafios e satisfações. Desafios estes proporcionados por um período conturbado em minha vida acadêmica e, satisfações geradas pelos encontros e atividades realizadas nos Grupos de Idosos daquela USF na qual o projeto tem atuado. Minha participação anterior no PINAB havia sido junto ao grupo operativo PBF (Programa Bolsa Família), um grupo novo e desafiador. Com o meu ingresso no grupo de idosos pude vivenciar um âmbito diferenciado como extensionista, uma vez que, este grupo diverge bastante do grupo PBF, pois, é de mais fácil dinâmica e compreensão, sendo assim facilitada à aplicação das práticas propostas pelo projeto PINAB conforme supracitado neste relatório. Desta forma, pude compreender de modo mais prático o sentido e os resultados objetivados pela aplicação das atividades embasadas nos princípios da educação popular. A minha participação neste grupo foi também importante para mim de forma um pouco pessoal, pois, pude vivenciar um pouco de um trabalho similar aquele realizado pela minha mãe e que sempre me havia chamado atenção devido ao público alvo que ele envolve e a satisfação de sua realização. Não venho aqui descrever o encanto e o acolhimento que recebemos ao trabalhar com os idosos, pois seria demasiadamente extenso. Através deste breve relato venho afirmar a importância da existência de variadas diretrizes de trabalho dentro de um só projeto, proporcionando uma experiência de extensão cada vez mais completa para aqueles que passam e, mais ainda, para aqueles que permanecem no PINAB. É válido comentar ainda que a troca de saberes e as experiências vivenciadas por nós continuam a desenvolver e ampliar os conhecimentos adquiridos durante nossa vida acadêmica e a pô-los em prática de forma mais rápida e contínua, deste modo, agrega um grande valor a nossa formação.

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Impressões de Nayara Moreira Massa - Estudante de Nutrição, 4º período, UFPB

Através do projeto de extensão, neste período pude conhecer um novo mundo, o qual era composto por idosos, pois fazendo parte deste grupo pude perceber simples gestos, palavras, expressões, sorrisos, os quais me proporcionaram um novo olhar acerca do que é ser idoso e a importância do simples ato de escutar algo que eles têm a te falar e com isso fazendo um idoso mais feliz, com atos que estão a todo o momento ao nosso alcance. Apesar de um período altamente conturbado na universidade, as tardes na comunidade me faziam ver, que o aprendizado não vem apenas da sala de aula, mas que a comunidade, era um local onde podia adquirir conhecimentos, com as pessoas que ali moram. Estas pessoas me ensinaram muitas vezes através dos saberes populares, os quais, a cada dia me ajudaram a ter uma visão ampliada de mundo e assim podendo ser uma estudante, que compreende mais os seres humanos e assim respeitando cada vez mais cada ser humano e cada detalhe por ele apresentado. Ao passar dos meses pudemos desenvolver algumas atividades e com um pouco de conhecimento, o qual era adquirido a cada reunião, conversa , pude penetrar cada vez mais neste “mundo” e assim não só passando conhecimentos e sim aprendendo com cada ser humano que estava ali presente. Com os aconselhamentos nutricionais aprendi, não só o que está relacionado com minha carreira profissional mais também, a ter uma maior atenção com cada pessoa que está ao meu redor, saber escutar e oferecer uma mão e um abraço amigo, no momento que estes precisam. Existiu um momento que ficou marcado, durante um aconselhamento , a pessoa que estava sendo escutada se sentiu tão acolhida e pode ali contar todas as suas aflições e chegando até a chorar e naquele momento “esquecemos” o saber cientifico , podendo assim, oferecer um abraço amigo e um olhar de conforto. A cada grupo por qual tenho passado, com cada um tenho aprendido e isto tem contribuído para a minha formação profissional, formando assim uma profissional mais humanizada, voltada para o entendimento dos seres humanos, ajudando as pessoas que me cercam, aprendendo cada vez mais com simples gestos e tentando compreender cada vez mais o mundo que envolve a educação popular.

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Impressões de Samara Cíntia Rodrigues Vieira - Estudante de Nutrição, 4º período, UFPB

A extensão popular entrou na minha vida por meio do PINAB e, desde então, ela faz parte do meu cotidiano como peça fundamental para minha formação profissional e acima de tudo para a minha formação humana. Através do projeto, atuando nesse período no grupo operativo dos idosos, vivi durante 5 meses uma experiência muito marcante e de grande aprendizado. Tive a oportunidade de descobrir mais sobre esta fase da vida e, acima de tudo, pude trabalhar a nutrição com estas pessoas, mostrando-as a importância de uma alimentação saudável para o prolongamento dos anos de vida e para a melhoria e o controle das enfermidades que aparecem nesta fase da vida. Apesar de já ter vivido a extensão no grupo operativo da escola, a cada grupo que passo dentro do projeto, tenho um novo olhar e uma nova percepção da extensão e da atuação do nutricionista. Acho que esse é o diferencial do PINAB, possuir diversos grupos operacionais que nos proporcionar a vivência de experiências nas diversas etapas da vida, nos possibilitando desenvolver uma prática e aprender muito com a mesma. Os momentos mais marcantes neste grupo para mim, foram: as visitas domiciliares e as atividades coletivas. As visitas domiciliares me mostraram a necessidade de carinho, atenção, de alguém para conversar que estas pessoas sentem. Pude perceber ainda, a importância da criação de um vínculo entre nós extensionistas e as famílias visitadas, principalmente os idosos, ao perceber a felicidade deles com a nossa visita e ao escutar dos mesmos pedidos de volta. As atividades coletivas me marcaram por me fazerem descobrir minha autonomia, pois me senti mais a vontade para organizar e desenvolver tais atividades; estas também me marcaram pela maneira diferente e especial de trabalhar com este grupo de pessoas. A cada período que tenho a oportunidade de fazer parte desse projeto, de ter contato com a vivência da extensão, vivo experiências inesquecíveis, aprendo coisas que nunca seriam aprendidas simplesmente na sala de aula, construo minha autonomia e acima de tudo garanto minha formação humana.

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Impressões de Thaise Anataly Maria de Araújo - Estudante de Nutrição, 4º período, UFPB

O grupo de idosos, desde que ingressei no PINAB, era aquele que eu almejava fazer parte, pois me identifico com este público alvo. Neste período tive a oportunidade de fazer visitas domiciliares, que apesar de terem sido em apenas um dia, foram de extremo proveito, uma vez que os idosos que conheci encaram a vida de forma bem diferente. No decorrer do período, observei o quanto somos importantes, no que diz respeito a oferecer uma melhor condição de vida para as pessoas desta faixa etária. O projeto se mostra cada vez mais importante para minha formação, pois as experiências vividas em todos os âmbitos dele me fazem amadurecer e definir a profissional que desejo ser, um dos aspectos que mais ressaltam isso é os aconselhamentos dietéticos, os quais foram mais constantes neste período, oferecendo-me maior contato com essa prática e diversidade de casos, com isso, podemos colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. A outra vertente do projeto (atividades coletivas) foi o ponto forte do período, o mais estimulante e proveitoso, foi neste que estreitamos relações com os idosos, que exercitamos o hábito de programar atividades e, dessa forma, nos responsabilizarmos pelo caminho seguido pelo projeto. Algo que merece destaque são as vitórias alcançadas pelo PINAB no período em questão, pois o projeto foi evidenciado em uma série de eventos por causa dos artigos e resumos produzidos por todos que fazem parte dele, o que representa um avanço considerável para que o projeto tenha cada vez mais firmado as suas bases perante toda a comunidade acadêmica. É cada vez mais estimulante fazer parte de um projeto comprometido com a excelência acadêmica e espero contribuir para seu crescimento cada dia mais, que as expectativas do novo período sejam superadas e que, assim como neste período, os contratempos só sirvam de aprendizado, que é vital para todos os indivíduos.

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