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1.
Caracterização do projeto
O Projeto “Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde – PINAB” constitui uma atividade de extensão universitária, vinculada ao Departamento de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Vem desenvolvendo atividades no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa – PB, nas comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, em parceria com seus atores sociais, dentre os quais se destacam a Escola Municipal Augusto dos Anjos (EMAA), a Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde e a Associação dos Amigos e Moradores da Comunidade Boa Esperança.
Histórico e caracterização geral
O PINAB iniciou suas atividades em agosto de 2007, apoiando-se no pilar da extensão universitária como estratégia para desvelar caminhos possíveis para o trabalho social no campo da Atenção Básica em Saúde, visando a Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em comunidades. Ademais, com a intenção de contribuir na construção de espaços de extensão na atenção básica em saúde como campo de aprendizagem no âmbito da formação em Nutrição da UFPB. Atualmente, o projeto é coordenado pela professora Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, com a colaboração do nutricionista Pedro José Santos Carneiro Cruz, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação desta Universidade. A Educação Popular tem sido o referencial teórico orientador das ações desenvolvidas no projeto, compreendida a partir das contribuições teóricas de autores como Paulo Freire, Carlos Rodrigues Brandão, Carlos Alberto Torres, José Francisco de Melo Neto, Eymard Vasconcelos e Alder Júlio Calado, dentre outros1. A partir deste horizonte, o PINAB busca desenvolver práticas integrais de ação e reflexão da Nutrição no campo da Saúde Coletiva e da SAN, possibilitando aos extensionistas (estudantes de graduação em nutrição, professora e nutricionistas voluntários) a percepção do trabalho em saúde como um ato pedagógico de compromisso social. Além disso, constitui-se numa prática pedagógica que busca a articulação entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular para a transformação social. Igualmente, visa despertar nos estudantes a inquietação frente à realidade social observada na comunidade e propõe a reflexão sobre o seu papel nesta realidade. 1
Como referencial indicador dos aportes teóricos orientadores desta perspectiva educativa, fundamentamo-nos especialmente em Freire (2005), Melo Neto (1999) e Calado (2009).
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Após dois anos de experiência, é notória a relevância acadêmica que o projeto vem ganhando na UFPB e em outros setores da sociedade organizada. Ademais, destaca-se seu impacto social, como provocador de articulações e incentivador de mudanças no cenário comunitário, a partir de seu apoio na elaboração e manutenção de espaços educativos, em cuja essência esteja o diálogo de saberes e a promoção de autonomia. A recente conquista de fomento através do Programa de Apoio a Extensão Universitária (PROEXT), do Ministério da Educação, configura-se como prova inequívoca deste processo em andamento.
Organização estrutural do Projeto
O PINAB desenvolve ações comunitárias de educação em saúde, segundo o referencial teórico da educação popular, à luz dos conceitos de Promoção da Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional. No transcorrer de suas ações, destaca a interdisciplinaridade e valoriza a percepção do trabalho em saúde como um ato de compromisso social e construção permanente de cidadania. Atuam vinte e quatro estudantes do primeiro ao sétimo períodos do curso de Nutrição, além de um nutricionista voluntário, um docente coordenador e uma docente colaboradora. Possui três frentes de atuação: 1) ações educativas com grupos comunitários de: gestantes, escolares, famílias beneficiárias pelo Programa Bolsa Família, e participantes de organizações populares locais; 2) visitas domiciliares; 3) gestão compartilhada do Projeto. As ações educativas são realizados com orientação local de docente e do Nutricionista, na USF e em associações comunitárias. As visitas domiciliares são realizadas quinzenalmente, em dia distinto daquele reservado para a ação comunitária. Nas semanas que ocorrem visitas, portanto, os extensionistas se deslocam para a comunidade em dois dias da semana. Estas visitas buscam permitir ao estudante apreender a realidade das famílias e ampliar os vínculos entre extensionistas e comunidade. A organização das atividades e o apoio pedagógico ocorrem durante reuniões semanais, onde os participantes discutem encaminhamentos em rodas de conversa. Além disso, existe um suporte à distância, realizado através de uma lista de discussão da WEB. Cabe destacar que as atividades desse projeto de extensão estão sendo desenvolvidas desde o mês de agosto de 2007, em caráter permanente, entrando apenas em recesso conforme o calendário letivo da UFPB. A partir de então, vimos acumulando experiência na área da extensão na linha da Educação Popular, com a construção de estratégias metodológicas inovadoras no âmbito da nutrição em saúde pública.
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Dessa maneira, é importante ressaltar que Educação Popular não significa uma área temática em especial para o desenvolvimento desta ação específica, mas consta do norte filosófico e metodológico das ações. A Educação Popular permite a condução da extensão universitária na perspectiva do diálogo de saberes e da transformação social, onde, a autonomia do popular e a promoção da saúde são desafios cuja concretização não é medida em tempo delimitado, nem em metas pré-estabelecidas. Nesse sentido, por constituir ação centrada no diálogo de saberes, cujo pré-requisito consta do compromisso e pró-atividade, participam do Projeto estudantes dos períodos iniciais da graduação em nutrição. Dessa maneira, corroboramos com as atuais fundamentações teóricas e políticas de formação estudantil em saúde recomendadas pelo Ministério da Saúde, que afirmam ser importante colocar os estudantes o mais precocemente possível em contato com a realidade social da população. Percebe-se, com esta inserção, que o estudante do inicio do curso, menos habituado a procurar por doenças e olhar a vida em comunidade apenas a partir do ponto de vista biológico, amplia seu olhar para uma abordagem mais holística dos problemas sociais e de saúde. Portanto, acreditamos que a pouca bagagem técnica do estudante iniciante não confere prejuízos a ele ou ao Projeto de Extensão. Pelo contrário, alarga a visão do estudante, desmistificando o saber científico e aprendendo a atuar conforme a vida comunitária. Assim, este Projeto está articulado com as diretrizes estabelecidas no Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em Nutrição, as quais reforçam a necessidade de profissionais cujo acúmulo teórico e prático esteja direcionado para uma atuação cidadã, em conformidade com a realidade concreta vivenciada pela maioria da população brasileira, especialmente no que diz respeito às condições de garantia da alimentação adequada enquanto direito humano e da promoção da Segurança Alimentar e Nutricional. Acreditamos que, por inserir os estudantes de maneira ativa e participativa no contexto social brasileiro, a Extensão Popular é verdadeiramente capaz de formar profissionais que contribuam efetivamente neste quadro, forjando-se aí uma nova perspectiva ética para os futuros profissionais. Conforme explicitado nas recomendações do Ministério da Saúde, o PINAB procura desenvolver e incentivar transformações do processo de formação, geração de conhecimentos e prestação de serviços à população, para abordagem integral do processo saúde-doença, através de metodologias ativas, práticas educativas na rede pública de serviços básicos de saúde, contribuindo para a formação de profissionais habilitados para responder às necessidades da população brasileira e à operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Desafios para o PROBEX 2009
Analisando o relatório do PROBEX 2008, apresentado por este projeto a Assessoria de Extensão do CCS/UFPB, fica evidente a crescente consolidação do projeto, ampliação de seus parceiros e avanços na produção de conhecimentos úteis à comunidade acadêmica e a sociedade como um todo, especialmente os setores economicamente menos favorecidos. Entretanto, foi perceptível como entrave nesse período, a tensão entre grade curricular do ensino com as ações de extensão, denotadas na significativa dedicação solicitada aos estudantes para a realização de ações vinculadas a sala de aula, deixando-lhes, em muitos casos, com pouco tempo para uma dedicação mais serena e refletida nas ações de extensão e de pesquisa em extensão. Ademais, a pouca abertura de espaços na grade curricular acadêmica tem dificultado a inserção de novos estudantes. Outro desafio marcante no ano de 2009 configurou-se no eixo de visitas domiciliares, que ocorria com dificuldades logísticas, pela dificuldade de interação da agenda do projeto com o cotidiano de trabalho e de demandas administrativas da USF. Além disso, os integrantes do Projeto avaliavam como tímido o diálogo com a comunidade organizada. Diante desse painel, o grupo resolveu empreender mudanças na organização das visitas domiciliares e de alguns grupos operativos, visando intensificar o diálogo e o vínculo com a comunidade e seus movimentos sociais. No período aqui relatado, as visitas passaram a ser realizadas com maior freqüência, incrementando o vínculo fraternal entre projeto e comunidade, bem como acrescendo os espaços de reflexão teórica e avaliação crítica, na realização de reuniões teóricas nos dias de visitas. Nessa direção, qualificou os espaços de diálogo, pactuação e planejamento com a comunidade organizada, especialmente através da Associação de Moradores da Comunidade Boa Esperança, ensejando oportunidade para realizar uma ação de extensão coerente com os princípios e diretrizes nacionais previstos no Plano Nacional de Extensão Universitária, já assinalados na proposta da Extensão Popular, os quais recomendam uma participação ativa da comunidade nas ações acadêmicas, numa relação transformadora, pois respeitadoras dos interesses e saberes populares. Os impactos e obstáculos aqui brevemente assinalados serão melhor refletidos ao longo deste relatório, produto das ações de vinte e cinco estudantes, dois orientadores, dezenas de profissionais de saúde e educação, bem como centenas de comunitários, vinculados às classes populares, que permitem o acesso dos extensionistas a suas realidades, e com eles dialogam, criando espaços ímpares de aprendizagem e construção coletiva de cidadania.
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2. Objetivos
2.1 Objetivos Gerais • Contribuir para o desenvolvimento social no âmbito comunitário, a partir da Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional; •
Promover aprendizagem para a formação acadêmica dos estudantes envolvidos, através de ações de ensino e pesquisa no âmbito da extensão universitária.
2.2 Objetivos Específicos • Promover a aproximação dos estudantes com a realidade social, econômica e cultural das classes populares; • Desenvolver metodologias e sistematizar conhecimentos sobre a educação popular como estratégia de promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional na atenção básica em saúde; •
Desenvolver ações educativas em saúde com o público beneficiário do Programa Bolsa Família no âmbito comunitário;
•
Apoiar a manutenção e o desenvolvimento das iniciativas de participação popular e controle social em saúde no território;
• Desenvolver ações de promoção da saúde com a comunidade escolar; •
Acompanhar as iniciativas educativas voltadas à saúde da gestante e à promoção do aleitamento materno junto a Equipe de Saúde da Família.
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3. Metodologia
Referencial teórico-metodológico
O PINAB tem buscado acumular a construção de estratégias metodológicas inovadoras no âmbito da intervenção da nutrição na saúde pública pautando suas ações, desde o planejamento à execução, nos eixos teóricos e metodológicos da Educação Popular, a qual busca desenvolver pedagogicamente o homem e os grupos envolvidos no processo de participação popular, fomentando formas coletivas de aprendizado e investigação, de modo a promover o crescimento da capacidade de análise crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das estratégias de luta e enfrentamento, conforme afirma Vasconcelos (1997). A Educação Popular, fundamentada de modo marcante por Paulo Freire, constitui uma referência metodológica e um corpo teórico norteador para trabalhos desenvolvidos por movimentos sociais, organizações populares, serviços públicos e universidade. Sendo assim, os princípios da pedagogia freireana, como a valorização do saber popular, o diálogo, a promoção da autonomia dos educandos e a conquista da emancipação social, norteiam a relação do PINAB, com a própria universidade e com a comunidade atendida pela USF Vila Saúde e pela EMAA. No espaço acadêmico, as experiências de Educação Popular vêm se desvelando por meio da extensão universitária como estratégias de reorientação da formação profissional e de experimentação de novas metodologias para o trabalho social, mais democrático e humanizador. Scouglia e Melo Neto (1999) afirmam que a Educação Popular pode ocorrer em qualquer lugar onde se reúnam regularmente as pessoas, não necessitando de uma geografia limitada e restritiva, desde que haja necessariamente uma interação emancipatória entre seus participantes, ou seja, não é um espaço particular que a caracteriza e sim a natureza das relações de convivência entre os indivíduos (comunidades populares, por exemplo). Para Melo Neto (2006), a extensão realizada nessas bases está permeada pela dimensão do popular – Extensão Popular. Entre outras visões, há uma concepção em que o popular adquire dimensão de uma metodologia que só terá significado quando expressar uma visão de mundo em mudança, contendo em suas ações a dimensão de propor saídas para as situações de miséria vividas pelo povo. Com base nesta inspiração teórico-metodológica, a proposta de extensão universitária defendida ao longo desses dois anos pelo PINAB, encontra-se situada no campo político e nos esforços práticos da SAN, do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da Promoção da Saúde.
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No Brasil, desde 2003 o Governo Federal tem pautado a Segurança Alimentar e Nutricional na agenda política, entendida como a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis (Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2004). Atualmente, a SAN é enfocada como um direito humano que se realiza através de políticas universais, garantido na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional aprovada em 2006. A Política Nacional de Promoção da Saúde, instituída pelo Ministério da Saúde em 2006, com o objetivo de promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes apresenta como um dos seus eixos estratégicos a promoção da alimentação saudável (BRASIL, 2006). No enfoque para a promoção da saúde deve se considerar que a função dos alimentos não se restringe a veicular os nutrientes para o organismo. Os mesmos trazem consigo significações culturais, comportamentais e afetivas, além de se constituir em fonte de prazer (PINHEIRO et al., 2005; FERREIRA; MAGALHÃES, 2007). Frente a esse contexto, são muitos os espaços para a prática da nutrição em saúde coletiva, todavia, a atenção básica em saúde, representada sobretudo pela Estratégia Saúde da Família se constitui em um lócus privilegiado para se avançar na promoção da alimentação saudável e na conquista da SAN, consistindo a integralidade e a intersetorialidade princípios fundamentais para a consolidação de tais avanços. A inserção do nutricionista nas equipes de Saúde da Família tem sido objeto de discussão (Assis et al., 2002) e vem sendo contemplada por alguns municípios do país. Nessa perspectiva, outra questão latente tem sido a participação popular nos serviços locais de saúde. O controle social configura-se como uma das principais estratégias para a efetivação da SAN e do DHAA, especialmente em comunidades com precárias condições de vida, onde a participação ativa na construção cotidiana dos serviços sociais públicos tem se revelado uma frente de ação importante. A Participação Popular nos serviços de saúde tem por finalidade não somente abrir as portas do setor saúde à inserção da sociedade civil, mas reforçar a dinâmica social, no sentido de sua organização em associações de interesse, facilitando a disseminação da cultura participativa própria de uma comunidade cívica, que encontra na justiça, na eqüidade, na solidariedade, na confiança e na tolerância seus princípios fundamentais (MARTINS et al, 2008). Para trabalhar essas questões na direção da participação popular e na Estratégia Saúde da Família, torna-se necessário conceber uma metodologia educativa capaz de conceber a alimentação como um direito humano e a participação dos cidadãos como algo que conduza à emancipação e garantia dos princípios assegurados na SAN (Boog, 2004).
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Nesse sentido, a Educação Popular ganha significado estratégico e propositivo dentro desta ação de extensão universitária, contribuindo para a elaboração de conhecimentos para a resignificação das práticas educativas em nutrição, conforme destacam Vasconcelos, Pereira e Cruz (2008).
Frentes de atuação
Visitas domiciliares As visitas domiciliares neste período passaram a ocorrer quinzenalmente, às sextas feiras, aumentando assim a carga horária disponibilizada pelos estudantes para o Projeto. Nesta oportunidade, também passaram a ser realizadas reuniões teóricas de embasamento científico de questões que nos inquietavam na prática cotidiana. Dessa forma, metade do turno da tarde ficou destinado as reuniões teóricas e a outra metade para as visitas. Para a realização das mesmas os estudantes são divididos em duplas ou trios e durante todo o semestre letivo, ficam responsáveis pelo acompanhamento, de duas famílias que foram anteriormente cadastradas após uma reunião com os profissionais da Unidade de Saúde, buscando o fortalecimento de vínculos com aquela comunidade, dialogando com aqueles atores sobre os assuntos cotidianos de suas vidas e sua situação de saúde. Com isso, buscou-se apreender a realidade destas e fortalecer os vínculos entre extensionistas e comunidade.
Aconselhamentos dietéticos Os aconselhamentos dietéticos ocorrem semanalmente, tanto na USF quanto na comunidade sob acompanhamento dos nutricionistas, através de uma relação dialógica onde os aspectos sociais e culturais das práticas alimentares do indivíduo são discutidos de forma horizontalizada, buscando enriquecer e humanizar o cuidado em nutrição. A procura por este atendimento na Unidade ocorre tanto por encaminhamento dos profissionais da mesma como pela necessidade dos próprios usuários.
Atividades coletivas As atividades coletivas são realizadas pelos grupos operativos quinzenalmente na USF, na EMAA e em associações comunitárias numa perspectiva de se trabalhar a educação em saúde. Com as gestantes, buscou-se compor espaços para compartilhar e refletir sobre os saberes e representações relacionados não somente à alimentação e nutrição na gestação, como também a vida da gestante e do seu futuro bebê. Mediante isso, buscou-se abordar assuntos que pudessem
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extrapolar as inquietações e anseios no que diz respeito a essa fase da vida; através de dinâmicas, vídeos e rodas de conversa com os seguintes temas: Hora do Parto – ressaltando cada momento e o que fazer a fim de obter um parto tranqüilo e seguro-, Cuidados com o bebê – onde as mães puderam tirar suas dúvidas e trazer as suas experiências-, Alimentação das gestantesproblematizando com as mesmas a promoção da alimentação saudável-, Saúde bucal – enfatizando a importância desta no bebê e os procedimentos considerados corretos-, Alimentação do bebê – onde se trabalhou desde o início da amamentação até o desmame elucidando as dificuldades e potencialidades de cada um. Com o grupo Mobilização Popular (MP) procurou-se consolidar os espaços de diálogos entre comunidade/serviço de saúde/extensionistas, a fim de construir uma base sólida para a formação do Conselho Local de Saúde. Nas atividades desenvolvidas pelo grupo, ou seja, nas Reuniões teóricas discutiu-se os assuntos relacionados ao grupo mobilização popular. No Espaço de diálogo das comunidades Pedra Branca I e II trabalhou-se com o tema Fitoterapia, utilizando uma oficina para ensinar a fazer pomada e sabonete; no Espaço de Diálogo de Jardim Itabaiana, realizado na Vila saúde abordou-se o tema “Direito Humano a Alimentação Adequada”. Além disso, também aconteceram os encontros de tema livre, que objetivavam que a plenária se expressasse como achasse melhor. Por fim, aconteceu a reunião da comissão para formação do conselho onde foi realizada uma avaliação com o intuito de analisar o andamento da materialização da formação do CLS. O grupo do Programa Bolsa Família (PBF), desenvolveu suas atividades na Pastoral da Criança, localizada na comunidade Boa Esperança, proporcionando um maior vínculo entre os extensionistas e a comunidade. Esse grupo é formado em sua maioria por beneficiárias do PBF e durante esse período focou suas ações na problematização de temas relacionados à alimentação como a promoção da alimentação saudável, aproveitamento integral dos alimentos, mitos e tabus alimentares, utilizando uma rádio interativa como meio de tornar o momento mais lúdico e descontraído. Além disso, neste mesmo grupo, iniciou-se uma Pesquisa Participante, onde os integrantes da comunidade identificavam seus problemas e suas dificuldades e a partir deles buscavam soluções para os mesmos. Esta pesquisa tinha como objetivo estimular o sentido crítico da vida na comunidade, sensibilizando a conscientização, no intuito de organizar suas idéias e não só apenas indignar-se com cada situação constatada naquela comunidade; buscando-se conhecer a realidade social da mesma a partir do relato de seus moradores a idéia era ter ao final uma teia completa do que causa os problemas na comunidade, e procurar as possíveis soluções para estes. Entretanto o grupo teve como limitação o incipiente número de pessoas nas atividades, por este motivo, o grupo sentiu a necessidade de procurar identificar a causa de tal esvaziamento através de
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visitas, juntamente com uma das líderes comunitárias (Dora), nas casas dessas famílias que anteriormente compareciam a Pastoral, objetivando investigar a real situação do absenteísmo das mesmas. Ademais, no último encontro do ano realizou-se a confraternização, em que estavam presentes, além das pessoas que continuavam freqüentando o grupo, três agentes comunitários de saúde da unidade; sendo um encontro muito rico, onde falamos não dos problemas entre a comunidade e a unidade de saúde, mas sim das nossas perspectivas de mudanças e sonhos para uma vida melhor. Os grupos que desenvolvem suas ações na EMAA investiram esforços no trabalho com os escolares, atingindo tanto as crianças de 1º e 2º ano no turno da manhã, quanto os adolescentes do 6º e 7º ano no período vespertino; utilizando da associação das cores para fazer referencias aos grupos alimentares, das histórias em quadrinhos, mini-gincana, comidas típicas regionais, músicas e artesanatos para abordar os seguintes temas: alimentação saudável, higiene, a imposição dos padrões de beleza, transtornos alimentares, sexualidade, relacionamentos, sendo estes de grande importância na vida e na saúde dessas crianças e adolescentes. Vale ressaltar que os temas trabalhados com as crianças partiram de uma demanda das próprias professoras. Com os alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental., mediante a dificuldade de lidar com esse público, a estratégia baseou-se em escutar deles o que gostariam de trabalhar, dentre os temas propostos surgiram “Afetividade nos relacionamentos”, “Alimentação e dietas da moda” e “Transtornos AlimentaresAnorexia e bulimia”, os quais foram desenvolvidos de forma lúdica e problematizadora, com esquetes teatrais cujos protagonistas eram os próprios alunos.
Comissões organizativas Além destas práticas, os extensionistas participam da gestão do Projeto, através de comissões, na perspectiva de descentralizar as atividades organizativas e instigar o caráter pró-ativo dos extensionistas. Para melhor organização do projeto e, principalmente, para inserir os estudantes nesta organização, os estudantes também integram Comissões, as quais atualmente são quatro:
1) Comissão da Mostra na USF: coordena, facilita e sistematiza as mostras na USF Vila Saúde no intuito de construir processos participativos de avaliação das atividades desenvolvidas pelo projeto, dialogando com público-alvo dessas ações. A II Mostra do PINAB na USF foi realizada em Julho de 2009 e possuiu como diferencial a participação da comunidade. Nesta oportunidade,
realizou-se
primeiramente
uma
dinâmica
de
integração
entre
estudantes/profissionais/comunidade, utilizando “um repente musical” como instrumento
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socializador. Em seguida, através de esquetes teatrais, vídeos e debates foram apresentadas as atividades realizadas pelos grupos operativos do projeto durante o período letivo. Posteriormente, ocorreu a problematização de dúvidas, pontos positivos e questões críticas levantadas por usuários e trabalhadores, bem como o acolhimento de sugestões. Para finalizar realizou-se uma ciranda, no intuito de caracterizar como deveriam ser realizadas as ações de saúde naquela Unidade, ou seja, de mãos dadas poderíamos juntos lutar por uma saúde mais integrada e humanizada pra todos. 2) Comissão da Mostra na UFPB: coordena, facilita e sistematiza os eventos organizados pelo PINAB na UFPB, tanto o Fórum Semestral para divulgação de nossas ações, como outras atividades e iniciativas desenvolvidas pelo projeto. A IV Mostra do PINAB na UFPB aconteceu em novembro de 2009 e foi realizada diferentemente das edições anteriores, tendo como tema central “10 anos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) o que temos a ver com isso?”, contando com a participação de vários nutricionistas, como: Etel Matielo (SC), Gilmar Pinto (SP), Ingrid Pereira (PE), Edgar Tito (PB), Profa. Alice Teles (PB), Profa. Ana Cláudia Vasconcelos (PB), Pedro Cruz (PB), Vanille Pessoa (PB). Primeiramente, realizou-se uma dinâmica de integração com a música “Comida” de autoria dos Titãs, onde as pessoas puderam expressar “do que tem fome”. Em seguida, os participantes foram divididos em grupos nos quais os nutricionistas foram facilitadores, com o intuito de discutir a PNAN e o papel do nutricionista nesse contexto. Após esse momento, houve a socialização do que foi debatido em cada grupo, aproveitando também esta oportunidade para os nutricionistas que estavam presentes compartilharem as suas experiências com a PNAN. Finalizou-se com um momento místico utilizando uma dinâmica acolhedora e participativa. 3) Comissão de Avaliação: coordena a realização dos processos avaliativo do Projeto, no que concerne a: a) produção de relatórios; b) sistematização e desenvolvimento de oficinas de avaliação ao término de cada período letivo. 4) Comissão de Freqüência: coordena e sistematiza a freqüência de todos os integrantes do Projeto, através de: a) acompanhamento do registro da freqüência nas reuniões semanais e nos grupos, nos cadernos de freqüência; b) ao final de cada semestre, emissão de um balanço com porcentagens individuais de freqüência; c) comunicação à coordenação das faltas sem justificativa.
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Acompanhamento das ações e avaliação A avaliação das ações desenvolvidas pelo projeto na Comunidade, EMAA e USF é realizada ao final de cada período letivo, para identificar se os objetivos propostos estão sendo alcançados e para a construção de ações pautadas nas necessidades, interesses e potencialidades daquela comunidade. Além disso, acontecem reuniões semanais, às segundas-feiras, das 17h30min às 19h30min, no Centro de Educação (CE), onde por meio de rodas de conversa acontece a socialização das atividades realizadas por cada grupo na semana, o compartilhamento das experiências vivenciadas nas visitas domiciliares, bem como, se constitui um espaço para que ocorra o apoio pedagógico e técnico às dúvidas, inquietações e ao próprio processo de construção das ações, fomentando o caráter de práxis no Projeto. Também existe um suporte à distância, realizado através de uma lista de discussão da WEB. Para aprimorar os conhecimentos do grupo, quinzenalmente acontecem reuniões teóricas, de modo articulado com as visitas domiciliares, onde há um aprofundamento de temáticas variadas, que são sugeridas pelos próprios estudantes do projeto, e vão desde a Educação Popular, até as políticas públicas de saúde, além de temas específicos da Nutrição. Durante o semestre, duas oficinas são realizadas (planejamento e avaliação), com o objetivo de fomentar a integração do grupo, bem como avaliar as ações e permitir o compartilhar de reflexões sobre a experiência. Nestes espaços, todos os participantes podem efetivamente estabelecer um diálogo na perspectiva da práxis e da melhor orientação das ações. Finalmente, a cada semestre são elaborados relatórios, contendo a sistematização das experiências e uma avaliação crítica do desenvolvimento das ações dos estudantes, constituindo tanto registros como mesmo fontes do projeto também enquanto ação de pesquisa social (HOLLIDAY, 1996; MINAYO, 2005).
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5. Resultados
5.1 Atividades Coletivas
A materialização do grupo de gestantes na Unidade se fundamenta no fortalecimento do vínculo com as mães, tendo em vista que o projeto acredita na ampliação de espaços como estes, uma vez que os mesmos constituem importantes lócus para um acompanhamento que vai além do cuidado biologicista, perpassando pelo lado subjetivo daquelas mulheres. Podendo-se refletir como potencialidades a participação ativa de algumas mães, bem como os depoimentos, em que uma das gestantes relatou: “Eu já tenho três filhos, mas a partir desse grupo eu posso dizer que desse quarto filho eu serei uma mãe de verdade graças ao aprendizado que eu tive aqui.” Outro ponto que merece ser elucidado é a participação ativa de pelo menos um profissional daquela Unidade a cada atividade do grupo na tentativa de esclarecer que o grupo pertence à Unidade e não ao PINAB, entretanto ainda é incipiente o número de profissionais que se disponibilizam para essa prática. No que diz respeito às limitações, vale ressaltar a diminuição do número de gestantes em algumas das atividades, e para isso a divulgação pelos profissionais torna-se imprescindível, já que o PINAB busca, através de convites personalizados, difundir tal atividade; outro ponto que merece destaque é a falta de recursos áudio-visuais naquela unidade impedindo assim, a consecução das atividades planejadas pelo grupo. O grupo Mobilização Popular vem atuando nas comunidades de Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança apoiando os espaços de formação e informação na construção do controle social na atenção básica em saúde, através de seu envolvimento no processo de edificação de um Conselho Local de Saúde (CLS), na USF Vila Saúde desde dezembro de 2007. Durante esse tempo foi perceptível que o espaço de diálogo deixa de ser apenas um espaço para reclamações, e para apontar os erros do sistema, passando a ser um local realmente de discussão, onde é possível conhecer os princípios do sistema de saúde, para que assim possa ocorrer a realização de propostas e, posteriormente, melhorias. Podendo-se com isso perceber que o Conselho de Saúde, está formado, apesar de não estar legalizado. Logo, podemos inferir que esse grupo vem ficando raízes tendo em vista que as pautas problematizadas nos espaços são levadas para a Unidade e a mesma faz as mudanças dentro de suas limitações. Como uma das principais dificuldades observadas temse a evasão da participação popular, uma vez que houve reuniões que ninguém da comunidade compareceu.
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O grupo de mulheres beneficiárias do PBF, o qual foi intitulado “Lá Vêm Elas!”, vem se fortalecendo e isso tem sido possível graças ao estreitamento do vínculo com algumas líderes comunitárias daquela área, que apostaram na significância dos extensionistas adrentarem na realidade daquela comunidade. Como ponto positivo pode-se apontar a participação daquelas mulheres, as quais se mostravam muito acolhedoras e tinham sede pelo crescimento e aprendizado, os quais contagiavam aqueles extensionistas que integravam o grupo, propiciando assim um estímulo e dedicação dos mesmos. As limitações constatadas se deram devido à falta de materiais para a realização das atividades de modo mais criativo e lúdico interferindo assim na programação das mesmas. Uma fragilidade foi encontrada durante a realização da Pesquisa Participante, uma vez que não se tinha pessoas de varias partes e seguimentos dentro da comunidade e sim um grupo resumido de senhoras que residiam na mesma rua praticamente, por isso não foi possível realizar um estudo com reflexões ampliadas à comunidade em geral. No entanto, as informações coletadas coletivamente, em reuniões com as mulheres, concernentes à sua visão sobre suas realidades, serão sistematizadas e disponibilizadas para os sujeitos da pesquisa e a associação de moradores. Acredita-se, também, que estas informações poderão subsidiar planejamentos de próximas atividades educativas em saúde no território. Durante a realização das ações com os escolares do 1º e 2º ano do ensino fundamental podemos destacar como potencialidade a recepção dos escolares que sempre nos acolhiam como muito carinho e a participação efetiva dos mesmos nas atividades desenvolvidas, demonstrando interesse em aprender o que era trabalhado. Vale destacar também o apoio das professoras, da coordenadora pedagógica e das diretoras nas nossas atividades, sempre propondo temas de acordo com a necessidade dos escolares. Encontramos como dificuldades o fato de muitas vezes nos serem feitos pedidos que não tinham muita relação com o objetivo e ideal de nosso trabalho naquela escola, ou seja, nos pediam para elaborar cartazes sobre a alimentação, painéis para a feira de ciências, trabalhos esses que deveriam ser desenvolvidos pelos próprios alunos, orientados pelos professoras da escola, na perspectiva destes se familiarizassem mais com os temas de alimentação saudável e realizarem essas atividades pedagógicas de grande importância para o seu aprendizado. A partir das atividades desenvolvidas com os escolares do turno da tarde, pôde ser constatado como pontos positivos a elaboração das atas pedagógicas, o estreitamento do vínculo com aqueles adolescentes, o apoio dos professores e funcionários da escola; entretanto como pontos negativos pode ser apontado: a dificuldade de saber lidar com adolescentes inicialmente, de controlar a turma que muitas vezes encontrava-se agitada, a falta de recursos áudio-visuais, além do desestímulo de muitos no que diz respeito aos estudos.
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5.2 Visitas Domiciliares
Através de um compartilhar de saberes e aprendizados oportunizados pela Educação Popular, fomos provocados a extrapolar o nosso papel enquanto educandos. Com isso, aprendemos a desenvolver um cuidado integral na relação com aqueles indivíduos. Esta estratégia já tem nos permitido avaliar os seus efeitos positivos, pois a mesma tem se constituído em um efetivo recurso para a humanização dos estudantes, possibilitando a estes uma maior aproximação com as famílias visitadas, permitindo-lhes uma maior percepção da realidade social local, o que não seria possível apenas dentro dos muros acadêmicos. Além disso, tem oportunizado aos estudantes encontrar naquelas pessoas da comunidade, objetivos e idéias comuns enxergando-os assim como companheiros de vida e luta. Com essas visitas a comunidade tem ganhado nosso apoio e também mais atenção a sua realidade, aos seus problemas, as suas alegrias, suas potencialidades. As reuniões teóricas realizadas antes da visitas foram fundamentais, pois nos permitiram um aprofundamento teórico e um compartilhar de experiências sobre os temas que nos inquietavam e sobre as vivências mais marcantes.
5.3 Aconselhamento Dietético
No Aconselhamento Dietético (AD), o nutricionista é co-agente no processo de educação, possibilitando assim, que os usuários exponham suas dúvidas, motivações e anseios sobre alimentação, de forma que através do diálogo haja a compreensão dos usuários acerca do seu estado nutricional e agravos, como também haja motivação para que estes realizem suas escolhas alimentares. Na prática do PINAB, especialmente neste período, o AD tem sido realizado tanto na USF quanto na comunidade, seja na Pastoral da Criança (local de apoio para o desenvolvimento das atividades do grupo PBF), como durante a realização das visitas domiciliares, e vem possibilitando a reflexão da responsabilidade pedagógica do nutricionista, ou seja, do seu papel como educador e facilitador da promoção da saúde do usuário, onde se desenvolve uma abordagem do atendimento clínico em nutrição, pautada, sobretudo pela humanização e diálogo. Pôde-se constatar ao longo desse período que um dos maiores entraves para a realização dos AD foi o absenteísmo dos usuários (seja no primeiro atendimento ou nos retornos). Que pode ser justificada pelo fato de não existir naquela USF o profissional de nutrição, ou seja, não possuir uma
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demanda fixa e contínua para o atendimento nutricional, dificultando assim a adesão dos usuários a este atendimento que não é de rotina na Unidade, exceto quando realizado pelo projeto.
5.4 Potencialidades e Dificuldades encontradas para o desenvolvimento do projeto
Tendo em vista a limitação anteriormente percebida no que diz respeito a pouca aproximação dos estudantes com a comunidade e do projeto com os movimentos sociais locais, mesmo existindo as visitas domiciliares, foram investidos esforços para modificar essa situação. Assim, em 2009, o projeto priorizou desenvolver as ações de alguns de seus grupos em espaços comunitários, marcadamente na sede da Pastoral da Criança e salões paroquiais daquela localidade, nas ações de grupos como Mobilização Popular e Programa Bolsa Família. Neste sentido, essa estratégia pode ser considerada uma potencialidade neste período, uma vez que proporcionou um estreitamento do vínculo com a comunidade, contribuindo para aberturas de portas para uma maior união de forças em busca de melhorias na condições de vida daquela população. Outro fator que merece ser elucidado como ponto positivo foi uma maior integração dos extensionistas com os profissionais da USF, visto que os mesmos passaram a solicitar a participação mais efetiva do projeto em atividades, ações e campanhas realizadas pela Unidade, como no dia “D” da saúde do homem; na campanha contra a dengue e realização de avaliação antropométrica de acamados daquela comunidade, entre outros. Cita-se, ainda, a articulação que o PINAB tem com outros projetos de extensão e outros movimentos da Educação Popular por meio de espaços como o Fórum Permanente de Extensão (UFPB), pelo Curso de Extensão Popular – CEXPOP, pela Articulação Nacional de Extensão Popular – ANEPOP. Recentemente, o Projeto instituiu uma parceria mais orgânica com projetos de extensão popular em saúde através da participação no Programa de Educação Popular em Saúde (PROGEPS), vinculado ao CCS/UFPB. Tais articulações e aproximações com outras experiências em Educação Popular e Extensão Popular permitem que o projeto se insira em um movimento maior, vislumbrando idéias diferentes, aprendendo e ensinando outros caminhos e, assim, fortalecendo-se cada vez mais. Outra potencialidade vivenciada neste período foi o diálogo do PINAB com outras instituições formadoras e experiências acadêmicas. Neste ponto, foi significante a vinda do nutricionista Gilmar de Souza Pinto, residente Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos/SP, o qual realizou estágio de vivência de um mês ( de 09/11 a 08/12/09) no nosso projeto, acompanhando todas as atividades desenvolvidas pelo mesmo. O PINAB foi escolhido pelo residente, após este ter lido um artigo do
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projeto publicado na Revista de Atenção Primária a Saúde, fato que despertou a sua curiosidade em conhecer e vivenciar as nossas ações. Outra conquista que veio corroborar para a qualificação do PINAB foi a aprovação no PROEXT (Programa de Extensão Universitária do Ministério da Educação), o qual é um instrumento que abrange programas e projetos de extensão universitária, com ênfase na inclusão social, visando aprofundar ações políticas que venham fortalecer a institucionalização da extensão no âmbito das Instituições Federais e Estaduais de Ensino Superior. Nossa proposta configurada de “Ação Intersetorial para promoção da Segurança Alimentar e Nutricional em comunidades” deverá atuar junto a três grupos comunitários: os beneficiários do Programa Bolsa Família, os professores da escola municipal local, e os protagonistas do “Espaço de Diálogo” para participação popular na saúde, a partir dos três grupos operativos do PINAB que trabalham com esse público alvo: Grupo PBF, Grupo Escola e Grupo MP, respectivamente. O apoio financeiro advindo do PROEXT permitirá a ampliação do nosso arcabouço estrutural, com vistas à intensificação do diálogo com as políticas públicas existentes, bem como a produção de um acervo pedagógico e cultural que possa ser utilizado pela comunidade organizada, como também pelas equipes da escola municipal local e da USF. Contudo, algumas dificuldades permearam as nossas ações durante este período, sendo elas: o tímido diálogo entre a EMAA e a USF Vila Saúde, que apesar de serem separadas apenas por um muro, não interagem entre si. Sabendo-se da importância da intersetorialidade na promoção da saúde no âmbito da Estratégia Saúde da Família e do Sistema Único de Saúde - SUS, um dos desafios que se impõe para o PINAB é contribuir para a integração desses dois equipamentos públicos, uma vez que o projeto desenvolve ações em ambos. Apostando que a EMAA é um propício espaço para a realização de ações de promoção da saúde, acredita-se que o apoio da Unidade potencializaria essas ações. Outra dificuldade que pode ser apontada é a conciliação entre a agenda da USF e a agenda de algumas ações do PINAB, o que ocorre devido a significativa demanda administrativa e organizativa do serviço de saúde, bem como a considerável necessidade de atendimentos e cuidado em saúde, o que diminui os espaços disponíveis para realização de ações educativas, oficinas ou reuniões internas entre equipe de saúde e Projeto. Esse fator limitante também acontece na relação entre o PINAB e a Escola, onde a carga de trabalho pouco permite aos trabalhadores participar das reflexões e momentos educativos propostos pelo Projeto. Ademais, algumas vezes as nossas ações ficam impossibilitadas de acontecerem por conta do calendário escolar. Nessa direção, o diálogo permanente com a direção da Escola e com o apoio matricial da USF tem sido essencial para conciliar agendas, e permitir que as propostas do projeto provoquem e estimulem novas
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perspectivas para estes serviços sociais, sem, contudo, prejudicar sua organização e estruturação interna. Sentimos dificuldades de participar das reuniões ampliadas na USF, pois as mesmas aconteciam quinzenalmente, justamente na sexta-feira destinada as visitas domiciliares. Nossa participação neste espaço seria de grande importância, entendendo este como um meio de aprendizado sobre gestão e sobre o funcionamento da Unidade e acreditando que através dele poderemos
esclarecer
nossas
dúvidas,
mostrar
nossas
propostas
de
trabalho,
nossos
questionamentos, nossas sugestões, e estreitar o vínculo PINAB – PROFISSIONAIS. Neste período, tivemos também como entrave no desenvolver das nossas ações a convivência com a nova grade curricular do curso de graduação em nutrição. Até 2008, a maior parte dos estudantes pertencia ao currículo antigo, que tinha mais espaços livres para que o discente desenvolvesse ações de extensão, pesquisa ou aprofundamentos no ensino. Todavia, em 2009, ficou evidente ser difícil conciliar a dedicação exigida pelo novo currículo com o tempo disponível proposta pela extensão. Em muitas turmas do curso, sobrava apenas 1 turno livre para as ações de extensão, o que impactou diretamente nas ações do PINAB, que aumentaram carga horária para 2 turnos. Isso pode ser provado pela dificuldade de muitos estudantes em acompanhar o ritmo do projeto, pelo absenteísmo de muitos em reuniões ordinárias do projeto, e pela desistência de duas discentes novatas no Projeto no meio do semestre letivo. Além disso, outro obstáculo que nos atingiu e nos levou a refletir sobre a valorização da extensão por alguns docentes do curso de nutrição foi a marcação de aulas extras e/ou reposição de aulas da graduação no horário da extensão, obrigando ao estudante a escolher por uma dessas atividades, prevalecendo muitas vezes a participação nas aulas pela necessidade de ser aprovado na disciplina. Esse fato acarretou uma fragilidade no que diz respeito ao pouco tempo que foi possível disponibilizado para o planejamento das ações educativas quinzenais que realizamos naquela comunidade. Essa falta de tempo também foi sentida ao nos depararmos com dificuldade de realizar um curso de capacitação de produção cientifica que foi proposto no inicio do período, para qualificar a nossa redação nos artigos que escrevemos e também para familiarizar os novos extensionistas. Ainda neste período, sentimos dificuldades com a participação ainda tímida da comunidade em alguns grupos do projeto, instigando-nos a investigar mais a fundo as causas desse fato. Esse acontecimento foi notório no grupo de gestantes, onde muitas só passaram a participar ativamente das rodas de conversa após vários encontros com o grupo, bem como no grupo MP onde houve reuniões que não havia ninguém da comunidade.
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Além disso, também existe um obstáculo que diz respeito à necessidade de criação de espaços permanentes para armazenamento dos documentos do projeto, como: fotos, filmes, relatórios, artigos, e ainda de um espaço para a realização das nossas reuniões semanais, pois elas acontecessem nas salas de aulas do Centro de Educação e por esse motivo muitas vezes temos que interrompê-las para que a aula aconteça naquela sala. Outra dificuldade observada foi a não concretização da criação do site do PINAB, o qual iria ampliar os meios de divulgação do mesmo, como também se pode inferir que foi incipiente a materialização da alimentação do blog já existente.
5.5 Contribuição na formação dos estudantes
Durante esse período foi notável a contribuição do projeto para a formação dos estudantes, uma vez que proporcionou a estes o desenvolvimento de uma maior autonomia e protagonismo, percebidos principalmente quando os mesmos tinham que realizar suas atividades na ausência dos orientadores. Esse tipo de experiência contribui na formação de um profissional mais pró-ativo, capaz de enfrentar os desafios da sua carreira profissional. De acordo com Karistenn Cassimiro, estudante do projeto, “não existe disciplina que me faria desfrutar de momentos que tem me sensibilizado, me amadurecido e me tornado uma pessoa mais comprometida com o que e quem está diante de mim. É gratificante fazer parte do PINAB e reconhecer em cada pessoa da comunidade uma oportunidade de aprender mais. Tenho convicção que isso fará toda diferença na minha formação acadêmica”.
5.6 Mostras do PINAB
Durante este período de atuação realizaram- se duas mostras, sendo uma no âmbito da USF e outra na UFPB. Por meio da II Mostra do PINAB realizada na USF, esperou-se viabilizar o reconhecimento, pela equipe da USF e pela comunidade, das ações articuladas pelo PINAB, bem como propiciar o diálogo destes atores para construir ações pautadas nas necessidades, interesses e potencialidades daquela comunidade. Além disso, as mostras visam o estreitamento do vínculo entre os extensionistas do PINAB, os profissionais da USF e representantes da comunidade, possibilitando uma maior integração com os mesmos, além de repercutir para todos os trabalhos desenvolvidos pelo projeto na USF. Ademais tem sido uma oportunidade para se avaliar e reorganizar as ações do projeto com os parceiros e usuários.
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A IV mostra do PINAB buscou dialogar com os diferentes atores da sociedade (estudantes, professores, profissionais de saúde) sobre a Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN. Durante este momento, foi possível conhecer mais sobre essa política, bem como entender como ela vem sendo conduzida no nosso município escutando as experiências de nutricionista que trabalham com ela. 5.6 Reuniões Teóricas
MÊS JULHO
TEMÁTICA
FACILITADOR
- “Pacientes impacientes: Paulo Pedro Cruz (nutricionista e Freire”
(Caderno
de
Educação vice-coordenador do PINAB)
Popular e Saúde, Brasília 2007) AGOSTO
- Abordagem de Dinâmicas dos Lia
Haikal
livros: Jogos para atores e não voluntária
do
(médica
e
Grupo
de
atores (BOAL, A 7ª edição revista e Gestantes do PINAB) ampliada.
Rio
de
Civilização
brasileira,
Janeiro: 2005)
e
Manual da coordenadora de grupo de gestantes (Ministério da Saúde – PAISM – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher) SETEMBRO
-
“Educação
processo
Popular
humanizador:
como Pedro Cruz (nutricionista e quais vice-coordenador do PINAB)
protagonistas?” Autor: Alder Júlio Ferreira
Calado
(Educação
Popular)
OUTUBRO
-
“Educação
processo
Popular
humanizador:
como Pedro Cruz (nutricionista e quais vice-coordenador do PINAB)
protagonistas?” Autor: Alder Júlio Ferreira Popular)
Calado
(Educação
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- “Alcançar a Segurança Alimentar Emmanuel
Falcão
em Época de Crise" (Tema da (nutricionista Semana Mundial da Alimentação)
e
educador
popular) e Maria das Dores da Costa Brito (líder comunitária de Boa Esperança)
NOVEMBRO
- “Crentes, descrentes, famintos e a Gilmar
Pinto
-
Residente
promoção de Saúde Alimentar”
Multiprofissional em Saúde da
Autores: Luis David Castiel
Família
Carlos Álvarez-Dardet Diaz (Livro: UFSCar
e
Comunidade –
Universidade
A Saúde Persecutória os limites da Federal de São Carlos/SP responsabilidade)
- “Nutrição e Promoção da Saúde:
Bolsistas PROBEX
perspectivas atuais”Autoras: Vanessa A. Ferreira e Rosana Magalhães (Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, jul, 2007))
5.7 Produção Científica
Título do trabalho
Evento/ Período
Modalidade do trabalho
Forma de apresentação
X Encontro de Extensão da UFPB, dez/2009.
Resumo expandido apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
X Encontro de Extensão da UFPB, dez/2009.
Resumo expandido apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
CONSTRUINDO AVALIAÇÕES PARTICIPATIVAS DAS AÇÕES DE EXTENSÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE E COMUNIDADES: UMA EXPERIÊNCIA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB EDUCAÇÃO POPULAR COM GRUPO DE GESTANTES NA
da
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ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: VIVENCIANDO A INTEGRAÇÃO EXTENSÃO-SERVIÇO EM JOÃO PESSOA- PB PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: FORMANDO ESTUDANTES PARA
I Encontro Integração Ensino, Serviço e Comunidade (SMS-JP), dez/2009
Resumo expandido apresentado em evento
Revista: REVISTA DE APSATENCAOPRIMARIA A SAUDE -ISSN: 1516-7704 (impressa). Qualis C Internacional na CAPES
Artigo completo Publicado em Revista
Comunicação Oral
PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.
EDUCAÇÃO POPULAR NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO EM JOÃO
Revista Científica
PESSOA-PB
CONTRIBUIÇÔES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA À PROMOÇÃO DA SAÚDE DE GESTANTES EM UMA
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Resumo expandido apresentado em evento Cientifico. Pôster
UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE JOÃO PESSOA-PB.
INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM GRUPOS DE IDOSOS NA SAÚDE DA FAMÍLIA: REFLEXÕES OBTIDAS ATRAVÉS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Artigo completo apresentado em evento Cientifico. Comunicação Oral
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EM JOÃO PESOA-PB
ACONSELHAMENTO DIETÉTICO: POSSIBILIDADES PARA A NUTRIÇÃO CLÍNICA A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA EM
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Artigo completo apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Artigo completo apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Artigo completo apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
IV Congresso Brasileiro De Extensão Universitária, abril/2009
Artigo completo apresentado em evento Cientifico.
Comunicação Oral
EXTENSÃO POPULAR, JOÃO PESSOA-PB.
PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL A PARTIR DA EXTENSÃO POPULAR CONTRIBUIÇÕES DA EXTENSÃO POPULAR NOFORTALECIMENTO DA DIMENSÃO EDUCATIVA DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: REFLEXÕES ACERCA DE UMA EXPERIÊNCIA NO SAÚDE DA FAMÍLIA AS VISITAS DOMICILIARES E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA NA EXTENSÃO POPULAR
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões presentes neste relatório nos levam a afirmar que experiências de extensão popular podem se constituir num caminho teórico e metodológico capaz de formar profissionais de saúde/nutrição com uma visão crítica e postura diferenciada, tendo na Atenção Básica um campo profícuo para a construção da saúde numa perspectiva que extrapole a prática biologicista do cuidado. Nesse sentido, ao longo desses dois anos de atuação, o PINAB vem utilizando a extensão popular para levar o exercício da Nutrição para mais perto da população, radicalmente articulando-o à sua realidade, interesse, tempo e prioridade, de modo a fazer da SAN um sonho possível de se alcançar. Preocupa-se em construir uma ponte entre a ciência com a vida cotidiana da população, numa busca pela promoção e recuperação da saúde, sem perder de vista as condições sociais, econômicas, psicológicas e culturais das pessoas. Sem esquecer de que a conquista da promoção da saúde não se percebe apenas pela ausência de doenças, mas pela autonomia e empoderamento das pessoas, de modo a permitir que vivam e se expressem com altivez, cidadania e felicidade. O diálogo, o protagonismo estudantil e a horizontalidade nas relações, como eixos centrais do PINAB, se contrapõem às práticas autoritárias e verticais, hegemônicas no ensino universitário brasileiro, contribuindo para a formação de estudantes autônomos, capazes de desenvolver iniciativas éticas, comprometidas e educativas no fazer em saúde, em busca da superação dos problemas sociais, visando a promoção da saúde. Dessa forma, o trabalho desenvolvido tem permitido um crescimento profissional e pessoal dos estudantes extensionistas, que passam a exercer um senso crítico em relação à saúde pública no Brasil, aos cuidados com a saúde e à desigualdade social do país, estimulando-os a tornarem-se co-responsáveis no processo de emancipação dessas pessoas com que lidam semanalmente nas atividades do projeto.
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REFERÊNCIAS
ASSIS, A.M.O. et al. O Programa Saúde da Família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutricionista na equipe multidisciplinar. Revista de Nutrição, Campinas, v.15, n.3, p. 255-266, set / dez. 2002.
BOOG, M. C. F. Contribuições da educação nutricional à construção da segurança alimentar. Saúde em Revista, Piracicaba v. 6, n. 13, p. 17-23, maio /ago. 2004.
HOLLIDAY, O. J. Para Sistematizar Experiências. 1ª ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB. 1996. v.1. 213p.
MARTINS, P. C. et al. Conselhos de saúde e a participação social no Brasil: matizes da utopia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol.18, n.1, 2008.
MELO NETO, J.F. Extensão popular. 1ª ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, v.1. 2006. 97p.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8º Ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
VASCONCELOS, A. C. C. P. PEREIRA, I. D. F. CRUZ, P. J. S. C. Práticas Educativas em Nutrição na Atenção Básica em Saúde: reflexões a partir de uma experiência de extensão popular em João Pessoa – Paraíba. Revista APS. v. 11, n. 3, p. 334-340, jul./set. 2007. VASCONCELOS, Eymard Mourão. Educação Popular em Saúde: um campo de práticas e teorias em processo de constituição.
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ANEXOS