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ESPECIAL
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DE BALCÃO PARA BALCÃO
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FEIR A
FINAL DE ANO
PLANEJAMENTO DE CARREIRA
SALÃO DUAS RODAS
Josecar Autopeças realiza tradicional evento com parceiros, colaboradores e amigos.
Especialista e balconistas destacam a sua importância para o crescimento profissional.
A 14ª edição do principal evento do segmento na América Latina é a maior da história.
L I M 0 5
ES PLAR M E X O E ERCAD M O A PAR IÇÃO
OS DE REP Automotivo alcão 20 mil B mil Reparacão 0 3 + utomotiva A
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ANO XII
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DEZEMBRO DE 2017
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R$ 6 ,00
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2018
Ano de Copa do Mundo e eleições, a boa notícia é que no ano que vem a economia irá crescer mais, até 2,5%, segundo projeções dos economistas. Em 2017, o crescimento previsto do PIB é de 0,87%, com a inflação estimada em 3,08%, abaixo da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central. Já a taxa Selic passou por três cortes consecutivos, está em 7,5% a.a., o menor patamar desde abril de 2013.
PROMETE SER O ANO DA RETOMADA DO CRESCIMENTO
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BALC ÃO NORDESTE
SEMINÁRIO DO NORDESTE Com o tema “Oportunidades e Desafios no Brasil pós-crise”, a 5ª edição do evento reuniu em Fortaleza (CE), no dia 8 de dezembro, mais de 200 pessoas.
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PESADOS & COMERCIAIS
VAREJO DE PESADOS Para uns, 2017 tem sido um ano desafiador, mas com bons resultados; para outros o cenário ainda é difícil e os números estão bem parecidos com os de 2016.
4 | EDITORIAL
ANO XII
BRASIL DEVE CRESCER E INICIAR RETOMADA EM 2018 Finalmente chegamos em dezembro. E, como de costume, trazemos como reportagem de capa as opiniões de lojistas de autopeças de todo o País sobre as expectativas com relação a 2018, um ano de eleições, Copa do Mundo e que promete um crescimento da economia em até 2,5% do PIB, segundo projeções. Na seção De Balcão para Balcão, especialista apresenta quais comportamentos devem ser evitados e destaca a importância da autoavaliação e planejamento em todas as áreas de nossa vida, tanto pessoal como profissionalmente, essenciais para escolhas assertivas e sustentáveis. No varejo de pesados, depois de um ano de muitos desafios, as perspectivas são de um 2018 mais aquecido em vendas. Para uns, 2017 tem sido desafiador, mas com bons resultados; para outros o cenário ainda é difícil e os números estão bem parecidos com os de 2016. As 73,1 mil unidades exportadas em novembro colocam este mês como o melhor da história em exportações. O número ficou acima em 28,8% sobre as 56,7 mil autoveículos de novembro de 2016; e as 249,1 mil unidades produzidas em novembro superaram em 15,2% as 216,3 do mesmo mês do ano passado.
segmento na América Latina impulsionou a retomada do mercado. O evento, pela 1ª vez no São Paulo Expo, apresentou mais de 500 modelos de motocicletas e novidades de mais de 400 empresas envolvidas. Pelo 8º ano consecutivo, a Josecar Distribuidora de Autopeças realizou sua tradicional festa de confraternização, no dia 3 de dezembro, no sítio Quinta das Fontainhas, na cidade de Jundiaí (SP), com a presença de parceiros, colaboradores e amigos. Aos convidados, muita comida, bebida e entrega de brindes de parceiros do evento. O Sistema Sincopeças/Assopeças/Assomotos (SSA) promoveu em Fortaleza (CE), no dia 8 de dezembro, a 5ª edição do Seminário Automotivo do Nordeste, que reuniu mais de 200 pessoas e discutiu entre diversos painéis as “Oportunidades e Desafios no Brasil pós-crise”. Nós, da equipe do jornal Balcão Automotivo, desejamos a todos leitores e parceiros um Feliz Natal e um 2018 repleto de boas notícias.
Editor-chefe Silvio Rocha (silvio.rocha@balcaoautomotivo.com.br) Redação Simone Kühl (simone.kuhl@balcaoautomotivo.com.br) Colaboradores Fauzi Timaco Jorge / Karin Fuchs Departamento de Arte (criacao@ibreditora.com.br) Supervisor de Arte/Projeto Gráfico Fabio Ladeira Depto Audiovisual/ Fotos/ CTRA Vídeos Wanderlei Castro (ctra@balcaoautomotivocom.br) Assinaturas (assinaturas@premiatta.net)
O EDITOR
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Departamento Comercial Diretor Comercial Edio Ferreira Nelson (edio.nelson@balcaoautomotivo.com.br)
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Jornalista Responsável Silvio Rocha – MTB: 30.375
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DA EDIÇÃO
ATÉ O ANO QUE VEM!
O Salão Duas Rodas comemorou a maior edição de sua história. Em seis dias, o principal acontecimento do
ANO XII - Nº 135 - DEZEMBRO DE 2017 www.jornalbalcaoautomotivo.com.br
ANUNCIANTES
TIRAGEM: 20 MIL EXEMPLARES Balcão Automotivo é uma publicação mensal com distribuição nacional auditada, dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
Rua Acarapé, 245 - CEP 04139-090 Chácara Inglesa - São Paulo - SP Tel (11) 5677.7773
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Radnaq ................................ 20
Corven ................................. 23
Raja ....................................... 45
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Seineca ................................ 13
FTE ........................................ 14
Schulz .................................. 31
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SK ................................... 24/25
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Takao ................................... 05
Hella ......................................12
Tecfil ......................................48
Illinois .................................. 11
Universal ............................ 21
Isapa ..................................... 47
Vetor ............... 07/17/35/43
Jamaica ................................28
Viemar ................................. 18
FIQUEPORDENTRO
VALEO
INOVA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE COM FERRAMENTA DE ANÁLISE REMOTA
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TENNECO
LANÇA CATÁLOGO DE PRODUTOS EM FORMATO DE APLICATIVO Os clientes do Grupo Tenneco, a partir de agora, terão acesso a todos os produtos das marcas Monroe, Monroe Axios e Walker na palma da mão. A empresa acaba de lançar um catálogo de produtos mobile onde distribuidores, varejistas, reparadores e consumidores finais poderão acessar de forma mais rápida e fácil as
A
Valeo Service lança uma nova ferramenta de Análise Remota. O recurso de suporte interativo e visual permite que os promotores da Valeo resolvam problemas técnicos de forma assertiva e rápida, uma vez que eles podem ver o que o usuário vê, ao invés de usarem apenas a comunicação pela voz. Este serviço baseado
na verdadeira realidade aumentada responde a uma lacuna antes existente no setor e garante performances de resposta aos clientes ainda mais satisfatórias, já que o atendente acompanha remotamente o atendimento por meio de um smartphone ou tablet e visualiza diretamente o caso na tela do seu dispositivo.
FREUDENBERG-CORTECO
COMEMORA OS 85 ANOS DO RETENTOR SIMMERRING® E INVESTE EM TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS A Freudenberg-Corteco comemora este ano os 85 anos de uma das principais inovações já registradas na tecnologia automotiva e na construção de máquinas: o retentor. E, para celebrar esta data tão representativa, vem investindo em novas tecnologias sustentáveis, que atuem para reduzir a emissão de
CO2 na atmosfera. O retentor exclusivo de virabrequim lubrificado a ar, o “LEVITEX”, reduz o atrito em até 90% e emissões de CO2 em 0,5-1 g/km, possui uma alta capacidade de carga e longa vida útil, e atende uma exigência da União Europeia, que colocou a meta de redução de emissões para novos carros até 2020.
ZF AFTERMARKET
FOCA EM AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA E RELACIONAMENTO COM REPARADORES EM TODO O BRASIL
DELPHI TECHNOLOGIES
CONCLUI CISÃO E SE TORNA EMPRESA INDEPENDENTE COM FOCO EM POWERTRAIN E AFTERMARKET
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este mês, a Delphi Technologies (NYSE: DLPH) se tornou uma empresa independente de US$ 4,5 bilhões, representada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). A nova companhia, que se separou da Delphi Automotive,
em sua plataforma online, o programa “Amigo Bom de Peça” oferece vídeos com dicas de reparo e manutenção de embreagem, sistema de freio, componentes de direção, suspensão e transmissão.
baseia-se na força do seu legado para focar em oferecer soluções de propulsão avançada para veículos por meio de sistemas de combustão, software, controles e eletrificação para fabricantes mundiais e clientes de aftermarket.
MAGNETI MARELLI COFAP
CUBOS DE RODAS COFAP SUPERAM AS EXPECTATIVAS DA MAGNETI MARELLI COFAP Satisfeita, a Magneti Marelli Aftermarket revela o ótimo AFTERMARKET Cofap desempenho comercial de Cubos de Rodas, a mais recente linha de EM 2017 produtos lançada pela empresa cujo catálogo atende mais de 80% da frota nacional circulante. Os
componentes, fabricados em aço forjado, tratados termicamente e com a qualidade assegurada pela marca Cofap, estão disponíveis para veículos de 14 montadoras.
D'PAULA
D’PAULA LANÇA NOVA MARCA LCG
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ZF Aftermarket realizou nos últimos meses uma série de ações focadas na qualificação de mecânicos em todo o País. Oito meses depois de lançar o Programa “Amigo Bom de Peça”, que reúne treinamentos em vídeo online, a empresa avança focando no respaldo técnico com treinamentos e participação em eventos do setor, como o 4º Fórum de Câmbio Automático do Brasil. Com mais de cinco mil certificados emitidos
informações sobre o seu portfólio. O aplicativo permitirá ainda que os usuários compartilhem os dados via WhatsApp.
A
D’Paula traz para reposição a nova marca LCG, uma opção a mais na linha de comutadores de ignição, cilindro
de ignição, chaves de partida, chaves de contato, interruptores e travas de direção. A primeira fase de lançamento conta com 36 produtos de um total de 138. A LCG foi idealizada para atender a demanda após estudos de necessidade e posicionamento, produtos desenvolvidos com as já reconhecidas tecnologia e qualidade D’Paula.
FIQUEPORDENTRO INSPEÇÃO TÉCNICA VEICULAR
SERÁ OBRIGATÓRIA EM TODO O BRASIL
ATÉ 2020
Finalmente a tão esperada ITV (Inspeção Técnica Veicular) parece que sairá do papel. Se colocada em prática, certamente irá fomentar todo o mercado de reposição. O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi que determinou a sua realização em todo o País. Os órgãos estaduais de trânsito (Detran) terão até 31 de dezembro de 2019 para iniciar o Programa. Participarão da vistoria todos os veículos de até sete passageiros, com mais
de três anos de uso, e veículos de passageiros fabricados há menos tempo, mas que tenham sofrido acidente com danos médios ou graves. Sabe-se até o momento que haverá cobrança de taxa, mas o valor ainda não foi determinado. O certo é que os veículos reprovados não pagarão uma nova taxa para refazer a vistoria. O modelo é semelhante à inspeção veicular implantada na cidade de São Paulo em 2010. VAMOS AGUARDAR!
DS
LANÇAMENTO SENSOR DE VELOCIDADE (VSS) de ruído e ser autolubrificante. Em plástico de engenharia, o Sensor de Velocidade traz a qualidade e tecnologia que você já conhece em todas as linhas de produtos DS.
MTE-THOMSON
PATROCINA BUBBLE GUN TREFFEN 9
Aconteceu em outubro, na cidade de Águas de Lindóia (SP), a 9ª edição do evento denominado BGT (Bubble Gun Treffen), o maior da América Latina voltado para entusiastas do mundo VAG (Volks e Audi Group). Como a MTE-THOMSON está comemorando seus 60 anos e restaurando em parceria com o Youtuber Marcelo Tonella, um Passat 75, decidiu estar mais próxima dos admiradores da marca. A ideia foi conhecer o evento e preparar o veículo para o próximo.
SABÓ
PARTICIPA DE CONGRESSO SAE 2017 COM NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS
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or mais um ano consecutivo, a Sabó marcou presença expondo suas novas tecnologias em vedações no Congresso SAE 2017, que aconteceu em 9 de novembro, em São Paulo (SP), demonstrando que tradição e inovação
BOAS FESTAS COM HENGST!
SEINECA
FIRME E FORTE NO BRASIL
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pesar de alguns percalços que impactaram sua estrutura e estratégia tanto no Brasil quanto em outros países, a indústria Seineca informa que a sua operação no País continua firme e forte. No entanto, a empresa precisou otimizar todas as áreas, realizando diversos reajustes, realocando
investimentos e adotando outras medidas necessárias, como reequilibrar sua equipe de representantes e ao mesmo tempo investir em novas ferramentas de vendas que otimizem seu processo comercial. Para mais informações e esclarecimentos, entre em contato com a equipe interna da Seineca no (21) 3590-7878.
NAKATA
A
DS Tecnologia Automotiva lançou mais uma novidade no mercado de peças de reposição. O Sensor de Velocidade DS, que conta com 17 modelos nesta primeira fase de lançamento. A linha possui alguns diferenciais, como: resistência a altas temperaturas e umidade, baixo nível
BALCÃO AUTOMOTIVO | DEZEMBRO DE 2017 | 8
caminham juntas quando o assunto é tecnologia de ponta. O SAE BRASIL é o maior evento de Tecnologia da Engenharia da Mobilidade da América Latina e este ano teve como tema “A mobilidade inteligente e a transição para o futuro”.
A Hengst agradece aos seus clientes e amigos pela confiança nela depositada neste ano e deseja que 2018 seja ainda melhor, repleto de realizações, trabalho e parceria. Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
COMEMORA 65 ANOS com muitas conquistas, posição de destaque na reposição e visão de futuro promissor
Mais de seis décadas se passaram desde quando a família de imigrantes japoneses de sobrenome Nakata fundou a fábrica, em 1952, no momento em que o processo de instalação do parque da indústria automobilística brasileira nacional começava a se formar. Foi inovando com produtos de qualidade e adotando uma forma muito particular de estabelecer parceria e relacionamento com cliente, priorizando suas necessidades, que a Nakata, estrategicamente, investiu e expandiu sua atuação no mercado de reposição. “Estamos prontos para continuar a construção do futuro com a capacidade de estar em sintonia com as necessidades da reposição e as novas demandas do ambiente de negócios, consolidando parcerias de confiança, estando próximos e comprometidos com o sucesso de nossos clientes e usuários de nossos produtos”, afirma o CEO e presidente da Nakata Automotiva, Jorge Schertel.
FEDERAL-MOGUL
AMPLIA A LINHA DE SAPATAS JURID PARA O MERCADO DE REPOSIÇÃO A Federal-Mogul ampliou, em novembro, sua linha de sapatas de freio da marca Jurid para automóveis e veículos comerciais leves e médios do mercado de reposição do Brasil e demais países da América Latina. São 14 diferentes códigos lançados e disponíveis para 37 modelos de veículos. A estratégia da empresa é expandir o leque de opções, garantindo ao consumidor produtos nos mais elevados padrões de segurança, qualidade, durabilidade e eficiência.
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CAPA
|| BALCÃO AUTOMOTIVO | DEZEMBRO DEZEMBRODE DE2017 2017 ||
O QUE ESPERAR
DE 2018
A
UM ANO DE ELEIÇÕES, COPA DO MUNDO E QUE PROMETE UM DESEMPENHO MELHOR PARA O PIB
no de Copa do Mundo e eleições e a boa notícia é que a economia irá crescer mais em 2018, até 2,5%, segundo projeções dos economistas. Em 2017, o crescimento previsto para o PIB é de 0,87%. E a inflação no Brasil está controlada, estimada em 3,08% até o término deste ano, abaixo da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central, já a taxa Selic passou por três cortes consecutivos, está em 7,5% a.a., o menor patamar desde abril de 2013.
P O R: K A R I N F U C H S | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
Para Almir Ferreira de Sousa, professor associado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e coordenador do MBA Gestão Empresarial da Fundação Instituto de Administração – FIA, “a expectativa de um crescimento do PIB de 1,5% a 2% em 2018 é bem factível, na medida em que sabemos que as principais forças da economia estão sensíveis a qualquer sinal positivo que possa ocorrer. Já houve a reforma trabalhista e torcemos para que a da previdência seja aprovada (ainda em 2017)”, diz. Segundo ele, “a reforma da previdência tem um impacto psicológico nos investidores, e o que enfrentamos em termos de economia real é que o nível de investimento da indústria e do comércio decresceu muito, de algo em torno de 21% do PIB, até 2010, para 15%, atualmente. Isso é muito ruim, o investimento é a locomotiva que faz reverter um cenário negativo de crescimento do PIB. E se não tiver confiança na economia, os investidores não investem”. Outro fator que Sousa analisa como
essencial é a simplificação do processo tributário. “O governo já está sensível a isso, a economia não aguenta mais esperar que isso aconteça. Quem quiser ser plenamente correto com os impostos que são de sua competência pagar, nem sempre consegue, pois nem os tributaristas conseguem entender bem a nossa legislação tributária”. Sobre a inflação abaixo da meta do Banco Central, o professor esclarece que ela contribui para a redução dos juros. “E mesmo com a taxa Selic em 7,5% ao ano, ela é um indicador muito importante, pois mostra o valor presente que se espera que as empresas produzam no futuro. Quando a taxa de juros está alta, ela derruba o valor das empresas e dos investimentos. E a sinalização de inflação baixa é importante, mesmo que ela não esteja refletindo na ponta, pois o crédito ainda está caro”. De acordo com Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, os analistas do mercado financeiro projetam um crescimento de 2% a 2,5% para o PIB, em 2018, e a federação estima um número um
pouco maior, de 3%. “Para uma retomada é um bom número. Claro que desejamos e temos potencial para crescermos mais, era para ser em torno de 4% ou 4,5%, mas já é um primeiro passo. A boa notícia é que depois de três anos de PIB abaixo de zero, nós teremos dois períodos seguidos (2017 e 2018) com crescimento. E se não existir nada de errado, temos chance de crescer mais nos próximos anos”.
que temos hoje. É preciso reduzir a burocracia e a carga tributária, facilitar o pagamento da carga tributária, e estamos caminhando para aceitar a relação capital e trabalho que ainda é muito complexa no Brasil. Nós estamos percorrendo um caminho árduo, de longo prazo, mas se persistirmos, nós chegaremos lá”.
Ele explica que o maior peso no resultado da economia é uma ação macroeconômica adequada. “É possível crescer com algum desacordo com o equilíbrio macroeconômico, mas em longo prazo isso não se sustenta. É preciso que o País esteja com as contas públicas em ordem, ou caminhando para isso, que tenha uma política monetária séria que mantenha o poder da moeda, e tenha um arcabouço de reformas que não apenas reduza o tamanho do estado, mas a sua burocracia”.
Segundo Almir Ferreira de Sousa, o Brasil não carece de crédito. “Nós temos pesquisas que evidenciam que não falta crédito para as empresas, recursos para financiar, mesmo as micro e pequenas. O que falta é condição para que a capacidade creditória dessas firmas convença o gerente do banco. Grande parte das micros e pequenas empresas vive uma certa dificuldade em demonstrar financeiramente os seus resultados”.
E também o ambiente de negócios. “É preciso ter um equilíbrio macroeconômico sofisticado e um ambiente de negócios melhor do
Oferta de crédito
Ele orienta que as empresas planejem melhor o seu negócio e tenham alguma demonstração financeira confiável para ter acesso ao crédito. “Eu recomendo que elas planejem o seu dia a dia, de
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CAPA
O QUE ESPERAR DE 2018 Selic mais baixa, o custo do dinheiro menor e redução no desemprego, a taxa para financiamentos tende a cair. O setor automotivo depende do crédito, é difícil as pessoas comprarem um carro ou peças à vista”.
Almir Ferreira de Sousa,
professor associado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e coordenador do MBA Gestão Empresarial da Fundação Instituto de Administração – FIA
forma que esse controle seja percebido. Qualquer firma tem que ter investimento e isso tem uma maturação longa, o valor geralmente é alto, por isso precisa ser planejado. Qualquer pisada em falso quebra a empresa e até o patrimônio é perdido quando posto como garantia”. Para Fábio Pina, o crédito está caro. “Isso porque a dívida pública é enorme, o grande tomador de dinheiro é o governo, e sobra pouco para os bancos emprestarem para a iniciativa privada. Mas com uma inflação menor, uma taxa
Sobre endividamento das empresas, Pina faz um alerta: “para a maioria dos pequenos e médios empresários, o endividamento custa muito mais caro que para os grandes, que conseguem até financiamentos fora do País (matriz) e pelo retorno que eles têm do negócio. No mundo inteiro endividamento significa alavancagem. No Brasil isso é muito perigoso pelo custo do dinheiro e se endividar com bancos não é um excelente negócio. Ter projetos estratégicos de crescimento com base em endividamento da forma que é feita hoje não é razoável”.
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com as eleições, a menos que aconteça alguma tragédia no meio do caminho. Acho que elas irão transcorrer de forma mais tranquila do que as últimas, que causaram um racha no País e muitos danos. Em dois anos houve um impeachment e duas denúncias contra o presidente da República, isso não é comum e nem saudável. Acredito que qualquer candidato que tenha propostas radicais não terá a menor chance”. Para Almir Ferreira de Sousa, ano de eleições e de Copa do Mundo pode influenciar nos resultados da economia.
“Se o Brasil for campeão é um tipo de motivação e pode ser que isso até influencie. E se começa a perder nas fases iniciais, a motivação é outra. O brasileiro é muito sensível em relação a isso”. Já as eleições refletirão a partir do momento de definição dos candidatos e resultados. Percepção
Copa do Mundo e eleições Na análise de Pina, 2018 será curto, pois tem Carnaval, Copa do Mundo e Eleições. “Eu não me preocupo muito
Fábio Pina,
assessor econômico da FecomercioSP
ADL Bosch Car Service, de Belo Horizonte (MG)
Na opinião de Marcos Antonio Nunes Bezerra, da Bezerra Oliveira, de Fortaleza (CE), a economia irá crescer em 2018, mas não do jeito que estão dizendo. “Acho que o crescimento será menor e que em 2019 será melhor que 2018, pois o estrago que
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O QUE ESPERAR DE 2018
foi feito na nação foi devastador. Tem que ter alguém com pulso firme para governar o País, o nosso sistema é muito falho nesse sentido. Vai levar uns trinta anos para colocar o Brasil em ordem, mas é preciso começar agora”. Leonardo Santos Lemos, da ADL Bosch Car Service, de Belo Horizonte (MG), diz que “eu tenho uma perspectiva otimista para 2018, acho que dará uma aquecida no comércio, o que já percebemos no
final deste ano, mas de forma ainda um pouco tímida. A expectativa é que o País melhore e a tendência é acabar essa crise”. Já Valdir Chaves Ribeiro, da Valdir Autopeças, de Campo Grande (MS), prevê outro cenário. “Creio que 2018 será como este ano, que foi péssimo, eu nunca vi uma crise como essa. Acho que começará a melhorar a partir de 2020, pois 2018 será de eleições, e com toda essa imundice será um ano estagnado”. Cenário similar vislumbra Israel dos Santos Silva, da All Vans Autopeças, de São Paulo (SP). “2018 será igual ou pior que este ano. Nós estamos muito mal representados no Congresso Nacional, falta regularizar a profissão de bandidos políticos. E essa história de crescimento do PIB é ilusória, o Brasil só não arrebenta porque é um país rico”.
Magnelson Mendes,
da Galu’s Auto Part’s, de São Bernardo do Campo (SP)
| BALCÃO | BALCÃO | DEZEMBRO | DEZEMBRO | | DE 2017 AUTOMOTIVO AUTOMOTIVO DE 2017
Para Altair Chaves Vieira, da Autopeças Caxangá, de Manaus (AM), “nós estamos sem perspectiva em termos de estabilidade econômica e a intolerância dos políticos influencia. Mas é preciso
Autopeças Caxangá, de Manaus (AM)
Marcos Santana, da Centro Car, em Recife (PE), acha que a reforma da previdência irá gerar instabilidade no cenário macroeconômico. E especificamente na Centro Car, diz ele: “com base no que temos feito na empresa, a minha perspectiva é extremamente positiva para o próximo ano. Nós estamos em um ramo do mercado de consumo, o cliente não deixará de usar o carro e de certa forma a frota vem crescendo, o que gera uma tendência positiva para o nosso negócio”.
acreditar que a economia irá melhorar”, diz. “Estou prevendo que a economia irá melhorar no próximo ano, ela tem que melhorar”, sintetiza Nilma da Silva Gusmão, da AGN Autopeças, de Belo Horizonte (MG). “A expectativa é que a economia esteja estabilizada e que se crie uma média de consumo mensal. Este ano foi muito bom para nós e esperamos que o próximo seja ainda melhor”, afirma Roberto Alcolumbre, da Autopeças Macapá, localizada em Brasília (DF).
Marcos Santana, da Centro Car, de Recife (PE)
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CAPA
O QUE ESPERAR DE 2018
Movimentos
Marcos Antonio Nunes Bezerra, da Bezerra Oliveira, de Fortaleza (CE)
Nas palavras de Magnelson Mendes, da Galu’s Auto Part’s, de São Bernardo do Campo (SP), “com a pequena demonstração de retomada nas vendas de automóveis novos, eu espero uma leve melhora em relação a este ano, se bem que não precisa de muito para ser um ano melhor que 2017. E o crescimento da economia deverá vir não por mérito dos nossos governantes e sim por estar tão ruim que qualquer resultado é capaz de superar a atual situação”.
Em relação à Copa do Mundo e às eleições, Lemos, da ADL, avalia que “o brasileiro tem tendência de gostar de feriados e quanto mais tiver, melhor é para as oficinas, mas não para o comércio, pois a produção é interrompida. Quanto às eleições, eu estou bem desanimado com a política. Acho que a sociedade tem que tomar uma providência e votar em quem não é político”.
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hoje sabem que são rastreados não apenas pela população, mas pelos órgãos competentes. Acho que haverá uma desaceleração do roubo e da falta de ética. Porém, o próximo candidato vestirá a bandeira da honestidade e amanhã será revelado como bandido. Mas com essa bandeira, a população e a economia começarão a se mover em uma onda de otimismo e as coisas irão melhorar”.
Vieira, da Caxangá, prevê que a Copa do Mundo não irá atrapalhar. “Por ser na Rússia, se não me engano, os jogos acontecerão à noite. E sobre as eleições, nós estamos à deriva em quem votar (opções). A tendência, porém, é que circule mais dinheiro no mercado e com isso espera-se que dê uma melhorada no comércio”.
Sobre a Copa do Mundo, Bezerra comenta que ela atrapalha. “No dia anterior ao jogo do Brasil, as pessoas só falam disso, e no dia do jogo é meio expediente. E se o País ganhar, no dia seguinte é comemoração. O Brasil para e fica a ilusão de que ele está crescendo e com o tempo é uma droga que cega todo mundo. As pessoas têm que se preocupar menos com Carnaval e Copa do Mundo e focar no trabalho”.
Na avaliação de Bezerra, da Bezerra Oliveira, “uma amostra grátis de ladrões dessa nação foi presa, ainda faltam os outros. E eu espero que o povo tenha mais equilíbrio na hora de votar. Os candidatos
Silva, da All Vans, também acha que bandidos continuarão no poder. “Nessas eleições que estão por vir, ganhará quem fizer a melhor propaganda, que são os bandidos, e a mídia dá esse apoio”. Sobre
a Copa do Mundo, “ela interfere no nosso negócio, eu tento negociar com os fornecedores para que eles nos deem um prazo maior para dar tempo de vender o que comprei, e quando há feriado é um dia perdido, mas as contas para pagar continuam”. Para Valdir, da Valdir Autopeças, “a Copa do Mundo é pior que política. Para tudo e complica bastante”, sintetiza, e acrescenta, “eu estou desanimado com a política. O nosso negócio é linha pesada e neste segmento está todo mundo arrebentado, desde o pequeno caminhoneiro até o
Treinamento Bezerra Oliveira
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O QUE ESPERAR DE 2018
grande frotista, muitos estão quebrando. E eu dependo deles para sobreviver”. Em Brasília (DF), na Macapá, Alcolumbre também acha que as eleições podem atrapalhar. “Elas aumentam a instabilidade pela incerteza do que acontecerá futuramente. No entanto, de alguma forma, entra mais dinheiro na economia e isso pode aumentar um pouco o consumo”. Já a Copa do Mundo não impacta para ele. “Somente nos dias de jogos há uma queda nas vendas, mas nada fora do normal”, esclarece.
do povo em acreditar que devido a esse evento haverá queda nas vendas do comércio. Mas os carros estarão nas ruas, logo a necessidade de manutenção acompanha o uso. Se mudarmos o conceito que Copa do Mundo é mais importante que o nosso cotidiano, nós poderemos tirar proveito disso”. Para Nilma da Silva Gusmão, da AGN, a Copa do Mundo deveria ser positiva para o setor automotivo. “No entanto, ela não interfere nos negócios da gente. Já as eleições, comenta ela, “eu não estou
Na opinião de Mendes, da Galu’s Auto Part’s, “tudo o que impacta o poder de compra do cidadão comum influencia diretamente no resultado do comércio. Infelizmente, essa eleição presidencial será uma vergonha, os políticos que aí estão não têm credibilidade alguma, competindo para arruinar o pouco que resta de nosso País”. Em relação à Copa do Mundo, ele diz que “embora tenhamos horas perdidas devido aos jogos, essa não seria a razão de queda nas vendas, mas sim a mentalidade
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esperando muito dessas eleições. O Brasil está parado e cada um dos políticos quer defender somente o lado deles”. E na opinião de Santana, da Centro Car, “ainda há muita especulação sobre as próximas eleições, é impossível prever quem irá ganhar”. Para finalizar, ele faz uma análise a respeito da Copa do Mundo. “O brasileiro se preocupa muito com futebol, houve um superfaturamento de vários estádios no último evento, o que é uma vergonha. Mas como ela será na Rússia, pelo fuso horário, acho que ela não impactará muito nos nossos negócios”.
O que esperam das indústrias
Valdir Autopeças, de Campo Grande (MS)
Em comum, muitos dos entrevistados desejam que as indústrias ofereçam mais treinamentos. “Eu gostaria que tivesse mais aporte técnico, as fábricas não estão dando este respaldo diretamente para os varejistas em termos de treinamentos e cursos. Elas estão muito preocupadas em vender e não adianta vender o produto se não tem quem saiba trabalhar com ele”, afirma Alcolumbre, da Autopeças Macapá.
Treinamento Centro Car “Nós queremos mais treinamentos e disponibilidade de peças, há muita falta de itens, principalmente na linha de acessórios. Também está havendo uma concorrência muito desleal, a qualidade das peças baixou demais, não sei se por causa da crise, e as pessoas estão comprando apenas pelo preço”, diz Nilma da Silva Gusmão, da AGN Autopeças. “Treinamentos são fundamentais, pois sem conhecimento todo mundo sofre, é devastador. E também campanhas de vendas. Eu tenho 35 anos de Bezerra Oliveira e não teve um mês sequer que
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O QUE ESPERAR DE 2018
não tivemos uma campanha, até porque no nosso País as equipes de venda são passivas e acomodadas, e só focam em algum produto se tiver campanha e se ela for interessante”, explica Marcos Antonio Nunes Bezerra, da Bezerra Oliveira. Leonardo Santos Lemos, da ADL Bosch Car Service, diz que “eu preciso que a indústria nos apoie, nos dê uma boa garantia, produtos com qualidade e preço competitivo, que é o que nos manterá no mercado. E também é importante as campanhas de incentivo para a equipe. Quando eu abri a loja há 25 anos havia muito incentivo, isso movimentava o setor e alavancava as vendas”. Na Autopeças Caxangá, Altair Chaves Vieira, comenta que “algumas indústrias deixaram de investir em marketing e na divulgação de seus produtos. Há uma grande concorrência no mercado, porém, com peças de baixa qualidade. Se tem uma marca de ponta e surge outra similar vendendo pela metade do preço, a maioria do público se deixa influenciar,
esquecendo-se da qualidade das peças, e nós prezamos muito por isso”. E, ainda, “com uma peça de boa qualidade você tem uma garantia que não haverá retorno, não quebra, ao contrário, em dois ou três meses o cliente volta e as fabricantes não querem dar a garantia, alegando que foi mau uso quando, na verdade, é o produto dele que não tem uma boa qualidade. Isso atrapalha muito as empresas que investiram em qualidade e tecnologia”.
Autopeças Macapá, de Brasília (DF)
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Na opinião de Magnelson Mendes, da Galu’s Auto Part’s, “por termos mergulhado durante todo esse tempo em uma crise financeira tão cruel, as indústrias aproveitaram o momento para reavaliar seus investimentos, os custos em todos os departamentos. E treinamento para revendedores tem mais custo que resultado, assim, como as companhias que há tempos deixaram de existir, hoje o que temos são metas e se você for vendedor e não for capaz de atingi-las, levante que temos outro para ocupar o seu lugar”. “As indústrias que trabalham conosco são flexíveis, nos dão mais prazo e desconto adicional quando compramos em volume. Elas estão nos ajudando”, revela Valdir Chaves Ribeiro, da Valdir Autopeças. “Das indústrias eu espero sempre o melhor, elas nos apoiam e estarão sempre ao nosso lado, dos empreendedores. Elas querem vender e eu quero comprar para vender, isso é um ciclo positivo”, sintetiza Israel dos Santos Silva, All Vans Autopeças.
Na Centro Car, um projeto foi colocado em prática para beneficiar os seus parceiros. “Nós temos um trabalho muito forte de capacitação da nossa equipe e dos nossos parceiros. Fomos pioneiros na nossa região ao desenvolvemos o projeto ‘A Semana do Mecânico’, começamos a comemorar o dia do mecânico um mês antes, foram cinco dias de treinamento intensivo com as fábricas, com a participação de cerca de 75 pessoas por dia na nossa sala de treinamento. Eles gostaram muito, pois há uma carência muito grande de treinamentos”, informa Marcos Santana. Para finalizar, ele espera que as fábricas estejam sempre abertas para esse tipo de ação. “Isso gera valor para as oficinas, aqui há um problema sério com a questão da garantia de peças, que às vezes acontece por erro de aplicação. E os treinamentos contribuem para o aprimoramento dos negócios das oficinas”, conclui.
INDICATIVOS
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ÍNDICE DE DESEMPENHO
do varejo automotivo | P O R: S É R G I O D U Q U E*
* Economista, pós-graduado em Marketing e professor universitário. Há 30 anos atua no mercado de reposição de autopeças
EM NOVEMBRO AS VENDAS A CRÉDITO APRESENTARAM MELHOR DESEMPENHO DO QUE AS TRANSAÇÕES À VISTA EM FUNÇÃO DA QUEDA DOS JUROS, DO ALONGAMENTO DOS PRAZOS DE FINANCIAMENTO, DA MELHORA DA CONFIANÇA DO CONSUMIDOR E DA RECUPERAÇÃO DA MASSA SALARIAL.
O
ano de 2017 certamente ficará marcado por um período de instabilidade em vários setores, especialmente por conta das crises econômica e política com as quais o País teve que conviver. Os efeitos foram os mais variados e, com raras exceções, todos os segmentos da atividade sofreram para retomar índices positivos em comparação a períodos antes da crise. O próprio governo e consultorias especializadas usam o ano de 2014 como base para medir essa evolução, tendo em vista ter sido aquele o último antes do ciclo que deu iniciou ao período recessivo por qual atravessamos. Neste ano, o desempenho do varejo automotivo vem demonstrando sinais claros de recuperação no setor e reage bem em praticamente todas as regiões do País, com exceção da centro-oeste, onde se observa um movimento um pouco mais lento. As estimativas apontavam que em setembro (mês de análise do quadro abaixo) os resultados poderiam ser menos favoráveis, o que de fato se comprovou. Tradicionalmente é um mês sem datas comemorativas. Já outubro, próximo quadro da análise, deve registrar alta de vendas no comércio com números que surpreenderam as associações de lojistas, especialmente de bens duráveis. O quadro do IBGE, que mede a variação do varejo ampliado em setembro, segue ao lado:
E o que esperar para o mês de dezembro? Em novembro as vendas a crédito apresentaram melhor desempenho do que as transações à vista em função da queda dos juros, do alongamento dos prazos de financiamento, da melhora da confiança do consumidor e da recuperação da massa salarial.
(1) Base 2014 = 100. (2) Índice mês a mês = igual ao mês do ano anterior.
(3) Índice acumulado = (a) no ano igual ao mesmo período do ano anterior; e (b) compara acumulado no período de 12 últimos meses, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Todas as regiões brasileiras tiveram queda nos índices em relação ao mês de agosto. O País no geral passou de 88,5 para 86,2, ou seja, consumiu 13,8% menos (diferença de 86,2 e 100) do que no mesmo período de 2014. Cabe ressaltar, entretanto, que no acumulado do ano todas as regiões apresentam números positivos, com exceção da região centro-oeste. O destaque fica para região sul onde em praticamente todo o ano observou-se uma recuperação do comércio automotivo mais consolidada. Já no mês de novembro, que contou com um dia útil a menos em relação a outubro, houve registro no crescimento médio de 5,9% de vendas, sendo 1,7% a prazo e 10,1% à vista. Comparando-se, entretanto, as vendas a prazo de novembro de 2017 em relação a 2016, foram 7,1% maiores que o mesmo mês do ano anterior, por conta da redução de juros aplicada pelo Copom do BC.
Nessa variação mensal a alta maior nas vendas à vista pode ser explicada também pela Black Friday, que contagiou o varejo físico como um todo, não apenas em categorias de maior valor.
Com a injeção do 13° salário na economia (este ano por volta de 4,6% maior que no ano anterior), início de período de férias, festas e viagens, em dezembro é tradicional e natural o investimento em manutenção automotiva. Logo, o mês tende a ser bom para o varejo. Para Alencar Burti, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), “o resultado de novembro indica que o varejo está crescendo num ritmo mais forte, o que reforça a tendência de recuperação do setor. Deixamos para trás os crescimentos na casa dos 3% para avançarmos de 5% a 6%. São números muito bons, mas precisamos ter cautela porque a base de comparação é fraca. A economia está a nosso favor, mas o cenário político é imprevisível”. Ainda assim, nada descredencia uma expectativa favorável para dezembro e que o ano feche a conta do varejo automotivo com índices positivos em relação ao ano base de 2014.
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6 ATITUDES QUE PODEM SABOTAR A SUA CARREIRA | P O R: S I M O N E K Ü H L | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
Descubra novos rumos para a sua vida através da transformação de pensamento e atitude
E
m todas as fases de nossa vida, tanto profissional quanto pessoal, o planejamento é uma peça essencial para escolhas assertivas e sustentáveis e, quando falamos em planejamento de carreira, a importância torna-se mais efetiva e evidente. E com um mercado cada vez mais flexível e em constante mudança o planejamento permitirá que o profissional esclareça para si próprio quais caminhos seguir, como tomar as decisões corretas para pleitear promoção de cargos e aumento de salários, além da satisfação pessoal e profissional. No entanto, de acordo com Felipe Carvalho, gerente de Negócios Corporativos, da Thomas Case & Associados, consultoria de soluções em gestão de pessoas e de carreiras, é preciso ter muito cuidado, pois alguns obstáculos podem surgir pelo caminho e eles podem ser apenas consequências do comportamento no ambiente de trabalho. Para ele, é importante fazer uma autoavaliação para entender se, de alguma maneira, o profissional não está sabotando a própria carreira. “Recebemos diariamente diversos profissionais de vários níveis e áreas. Percebemos o quanto muitos deles pecam na própria avaliação. O discurso é sempre o mesmo, o problema está no ‘outro’ ou na ‘empresa’. E com a autoavaliação ele conseguirá entender o quanto o seu José Vanderluce da Silva, da Samara Autopeças planejamento pode ser
algo produtivo e motivador ou até mesmo pode ser uma auto-sabotagem”, explica.
Identifique seus pontos fortes Segundo Carvalho, um erro muito cometido pelos profissionais é trabalhar em áreas ou assumirem cargos que não são compatíveis com seu perfil. Mas para isso é necessário saber o que se quer realmente para não perder o foco, é preciso muito autoconhecimento para olhar para si próprio e entender o que motiva seus sonhos, quais atividades darão satisfação em executar. “Tudo isso atrelado a um direcionamento de objetivos permitirá construir um plano de carreira com maior realização e sucesso profissional”, garante. “Analise os seus pontos fortes e fracos; pense sobre suas ambições, o que se deseja alcançar; onde se deseja chegar; o que se quer para o futuro e, por fim, algo que certamente impactará na carreira tanto em curto, médio ou longo prazos, que seria o contexto macroeconômico”, completa.
Na prática Na opinião de José Vanderluce da Silva, da Samara Autopeças, de Barbacena (MG), o comodismo do profissional é o principal defeito que afeta a carreira. “Estou há 25 anos na profissão e muitas vezes o balconista acha que já sabe tudo e não busca atualização. É preciso buscar conhecimento, ficando sempre bem informado, porque
Mariluce Gomes, da O Baratão Auto Peças
Felipe Carvalho gerente de Negócios Corporativos, da Thomas Case & Associados
neste meio as coisas mudam muito rápido”, alerta. Para Mariluce Gomes, da O Baratão Auto Peças, de Salvador (BA), que está na área de vendas desde 1987, o excesso de confiança, o mau-humor e a falta de atenção do vendedor afastam os clientes e podem atrapalhar em muito a carreira. “Hoje a função do balconista, além de realizar uma boa venda, é entender e compreender o cliente, ouvi-lo com atenção e orientá-lo da melhor forma, para que o mesmo não retorne com problemas. Não podemos chegar na empresa e apenas fazer o básico, temos que ter uma boa postura e apresentação pessoal, boa higiene e principalmente um sorriso no rosto independentemente da situação”, afirma.
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DE BALCÃO PARA BALCÃO
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EVITE ESSES COMPORTAMENTOS 1. Não saber trabalhar em equipe: O individualismo e pensar apenas em si é extremamente prejudicial especialmente no caso de profissionais que precisam trabalhar integrados com outros colaboradores e áreas da empresa. Cada vez mais estamos caminhando para um mundo onde o “compartilhamento” das informações tem sido algo essencial para o desenvolvimento da humanidade. E isso tem sido comprovado fortemente pelas gerações mais jovens que vivem isso em sua essência, ou seja, trabalhar em equipe se torna algo essencial, isso já é esperado por todos. 2. Falta de ética: Ser ético ou ter um comportamento ético está diretamente ligado a valores morais. A falta de ética implica em uma transgressão das normas definidas em um ambiente social e na verdade acaba sendo complexo, pois dependerá muito do contexto onde fomos criados e a que situações fomos expostos, mas de forma geral a falta dela não levará a lugar algum. Não saber guardar segredo sobre aquele projeto confidencial da empresa ou mesmo criar intrigas entre colegas são atitudes que normalmente prejudicam os profissionais. 3. Ser acomodado ou extremamente competitivo: Os dois extremos são prejudiciais. Permanecer na zona de conforto, não investir na carreira por meio de cursos de reciclagem, pós-graduações e idiomas é encarado
como falta de interesse no crescimento especialmente na Era do Conhecimento, em que as mudanças nos mercados acontecem com tanta velocidade. O mesmo vale para o profissional extremamente competitivo, que vai às últimas consequências – inclusive pode puxar o tapete de um colega – para alcançar objetivos. Nesse ponto, a autoavaliação ajuda para que se entenda o que desencadeia um comportamento ou outro. O equilíbrio entre elas é o melhor dos mundos. Antigamente ser extremamente competitivo era um sinal positivo, mas com o passar do tempo percebeu-se que esse comportamento levaria ao egoísmo, falta de ética e, muitas vezes, ao isolamento. Ser bom no que se faz é uma coisa, agora querer sem bom em tudo o que se faz ou querer ser melhor que todos a todo custo é algo bem diferente.
desenvolvimento de qualquer carreira.
4. Não ter disciplina: Ter disciplina é uma das habilidades mais importantes e essenciais em todas as áreas da vida, e, embora a maioria das pessoas reconheça sua importância, poucas realmente se esforçam verdadeiramente para colocá-la em prática. Sem disciplina, seja qual for a função, o profissional tende a se perder no caminho e a sofrer pela falta de foco e de respeito às regras e normas estabelecidas na empresa. Não cumprir prazos, chegar atrasado, pouco comprometimento com a companhia e falta de foco com o trabalho são aspectos levados em conta para o
6. Ser negativo: O princípio básico para que qualquer coisa aconteça em nossa vida é acreditar, e para isso temos que pensar positivamente. O pensamento negativo pode influenciar em nossa qualidade de vida, tanto no campo emocional como em outros aspectos. Ser contra iniciativas e ideias da empresa e se “rebelar” contra ações e atividades, isso mostra que o profissional não está alinhado e não quer participar do crescimento da companhia. Discordância, claro, pode ser positiva, mas negatividade está em outro patamar e merece atenção.
5. Não cultivar relacionamentos: Nos dias de hoje percebemos que alguns subterfúgios da tecnologia e o imediatismo parecem dificultar as relações duradouras, principalmente quando falamos de mídias sociais que cada vez mais substituem o relacionamento físico, mas também não deixam de ser uma oportunidade de estarmos mais próximos de um grande número de pessoas, sendo assim, cultivar relacionamentos deve fazer parte de nosso dia a dia, ser uma tarefa constante. O networking é extremamente importante, seja interno ou externo (com colegas de empresa ou com fornecedores, por exemplo). É a rede de contatos que auxiliará o profissional a desenvolver atividades em prol da firma. Ninguém faz nada sozinho.
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TERMÔMETRO DE PESADOS DEPOIS DE UM ANO DE MUITOS DESAFIOS, AS PERSPECTIVAS SÃO DE UM 2018 MAIS AQUECIDO EM VENDAS T E X TO: S I M O N E K Ü H L | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
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ara alguns, 2017 tem sido um ano desafiador, mas com bons resultados, para outros o cenário ainda é difícil e os números estão bem parecidos com os de 2016, algumas regiões são mais beneficiadas pela agricultura e outras têm sido prejudicadas pela falta de investimento do governo, mas para todos os lojistas a expectativa é que 2018 supere este ano e traga mais vendas para este setor.
No Norte, Liberato de Castro Ribeiro, da Norte Auto Peças, de Manaus (AM), conta que as vendas estão na mesma situação do ano anterior e que a falta de dinheiro para obras do governo dificulta o giro da economia nesse segmento na região. “Acredito que fecharemos 2017 com os mesmos resultados de 2016, percebemos que o setor está reagindo devagar, por isso esperamos que no próximo ano as vendas aumentem, pretendemos ainda continuar com nossos investimentos na abertura de filiais”, informa.
No Nordeste, Osorio Nunes da Silva, da São João Autopeças, de Olinda (PE), comenta que não há muito o que reclamar deste ano. “A crise não nos afetou tanto, vamos fechar 2017 com crescimento em relação ao ano passado e estamos firmes com nossos investimentos. No início de 2017 iremos inaugurar um galpão ao lado da loja para serviços automotivos”, adianta.
No Centro-Oeste, Adailson Kruger da Silva, da Siga Bem Autopeças, de Sinop (MT), ressalta que 2017 tem sido melhor que o ano passado, mas existem meses que são mais fortes devido à agricultura na região. “De janeiro a outubro os meses são mais rentáveis por causa da colheita, mas a partir de novembro os meses são mais fracos na região”, explica.
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uma vez com safra recorde de grãos, acreditamos que nossos clientes terão serviço mesmo no final de 2017, quando costumeiramente cai um pouco o volume de fretes, a projeção para o ano que vem é de um período muito parecido com o atual, muita tribulação na política, mas muito trabalho para todos”, finaliza.
Números do Setor No Sudeste, Douglas Meireles, da Leves & Pesados Autopeças Ltda., de São Paulo (SP), destaca que os primeiros nove meses do ano a autopeça teve menos de 2% de crescimento em relação ao mesmo período de 2016. Na soma dos três primeiros trimestres do ano houve muita oscilação, com alguns meses bons e outros ruins, o que atrapalhou o crescimento projetado para 2017. “As expectativas para o fechamento deste ano são de que este ritmo vai se manter, ainda existe muita instabilidade política e mesmo com a economia apresentando alguns sinais de melhora, não acredito que cresceremos mais do que 3% em 2017”, completa. No Sul, Emerson L. G. Pereira, da Rodoponta Auto Peças, de Ponta Grossa (PR), diz que os primeiros nove meses foram muito bons, graças ao empenho da equipe e a parceria com muitos clientes e amigos. “As expectativas para o resto deste ano também são muito boas, pois mais
Segundo as projeções revisadas da Fenabrave para 2017, as perspectivas atuais para caminhões são de redução de 2% nos emplacamentos neste ano, numa situação bem melhor do que a apontada nas projeções divulgadas em julho, que indicavam queda de 11,5%. "Com a retomada da
economia, a comercialização de caminhões também está melhorando. Só não teremos resultados positivos este ano em função do estoque de veículos, acumulado nas transportadoras, e que agora começam a rodar", adverte o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Para implementos rodoviários, a nova projeção aponta para uma alta que pode chegar a 3%, contra uma projeção de queda de 7,1% (divulgada em julho) e, para ônibus, a Fenabrave projeta crescimento de 8%, sendo que a última projeção apontava retração de 5,5%. Os segmentos de tratores devem apresentar um crescimento de 6,97 e, para Máquinas Agrícolas, o crescimento estimado é de 1,6% em 2017.
Leves & Pesados Autopeças, de São Paulo (SP)
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BORGWARNER AMPLIA PORTFÓLIO REMAN E ALERTA SOBRE PRODUTOS FALSIFICADOS EMPRESA OFERECE TECNOLOGIA, DURABILIDADE E SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DOS PRODUTOS DA LINHA REMAN
A
BorgWarner, especialista em soluções tecnológicas limpas e eficientes para veículos a combustão, híbridos e elétricos, tem se consolidado como grande fornecedora de turbos remanufaturados no mercado brasileiro. A empresa recupera cerca de 30 mil turbos usados por ano.
Ao recolher esses produtos, a companhia reaproveita parte dos componentes e recoloca no mercado produtos a preços mais competitivos, com garantia de fábrica e a mesma qualidade dos produtos novos já bastante conhecida. No entanto, é necessário levar em consideração as condições do motor e das demais peças que podem influenciar seu desgaste. Com as novas formas de captação de carcaças e com a melhoria no processo de logística reversa, a empresa passou a reaproveitar ao máximo os componentes recolhidos, diminuindo o impacto de sucatas no meio ambiente.
LINHA REMAN Os turbos remanufaturados da BorgWarner possuem as mesmas características originais de um produto novo, que seguem, aliás, os mesmos critérios de qualidade de um equipamento original, porém custam cerca de 30% a menos e possuem o mesmo período de garantia de um novo. No processo de remanufatura o produto é completamente desmontado e todos os componentes passam por testes individuais de qualidade, sendo reaproveitados os itens que não apresentam desgastes ou defeitos decorrentes de seu uso intensivo. Depois de montado, o turbo é novamente testado, aprovado e garantido pela fábrica. Para ajudar os mecânicos, a maioria dos modelos de turbos da BorgWarner tem sua versão REMAN, facilitando o processo de substituição.
PIRATARIA De acordo com um levantamento feito pela BorgWarner, 40% do mercado hoje são de turbos falsificados, numa proporção de 4 para 10, e um produto falsificado tem a mesma aparência de um novo, mas possui uma média de consumo de 4% a 8% maior que a do original. Por isso, é importante os consumidores ficarem alertas em relação aos produtos piratas e saberem que só podem ser considerados remanufaturados os itens onde o processo é realizado dentro das instalações do fabricante original. Para isto, a companhia tem trabalhado com a associação Anrap para construir a imagem dos produtos REMAN e também possui uma área jurídica para trabalhar somente com produtos piratas. Além disto, em 2018 a empresa tem diversas ações e investimentos para cuidar desta área.
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Exportações: MAN Latin America pronta para mais êxitos em 2018
Kolbenschmidt (KS) lança novos anéis de segmento e pistão com anel para a linha pesada
Caminhões conectados e casas inteligentes graças às soluções Bosch
A MAN Latin America, prestes a fechar em 2017 seu maior volume de exportações dos últimos cinco anos, está preparada para ainda mais êxitos em 2018. A montadora dará novos e importantes passos rumo à internacionalização: a produção da nova linha de caminhões Delivery e do ônibus Volksbus 14.190 SCD no México, a montagem de caminhões Worker na Nigéria e o fortalecimento em Vendas e Assistência Técnica na América Central.
Neste mês, a Motorservice, responsável pela comercialização das marcas Kolbenschmidt (KS), Pierburg e BF no mercado de reposição, lançou anéis de segmento e pistão com anel para atender veículos Mercedes-Benz. Anéis de segmento - para os motores OM 651 que equipam a linha sprinter 311, 415 e 515 CDI; e pistão com anel, com altura de compressão reduzida para as aplicações OM 611, OM 612 e OM 613 Euro 3 produzido entre 1998 a 2006.
Mais conveniência, segurança e possibilidades: graças às soluções conectadas da Bosch, os caminhões, casas e tecnologias vestíveis se tornam mais inteligentes e eficientes. Neste ano, a Bosch recebeu dois Prêmios de Inovação na CES Unveiled Amsterdã, que ocorreu em outubro. Todos os anos, durante a maior feira de eletrônicos do mundo, a premiação reconhece as melhores soluções, além de ser um indicador das tendências do futuro.
Monroe lança amortecedores na reposição para veículos leves e pesados
Meritor inaugura 1º Posto de Serviço no Chile
Scania se destaca em novo segmento com a venda de 215 ônibus
A Monroe ampliou o portfólio de amortecedores no mercado de reposição. A empresa anuncia a chegada de novas aplicações do componente para os segmentos de veículos leves e pesados. Os lançamentos contemplam modelos importantes no cenário nacional como o Hyundai HB20, nas versões hatch e X, Fiat Palio Sporting, Chevrolet Cruze, Honda City, Peugeot 3008, Nissan Tiida, Iveco Tector e Mercedes-Benz O-500.
A Meritor, fornecedora de eixos e sistemas para o drivetrain de veículos comerciais, inaugurou no Chile seu 1º posto de assistência técnica. A ação está nos planos da empresa de criar uma rede de atendimento autorizada e expandir sua atuação em regiões estratégicas. Em Santiago, faz parte da empresa Star Clutch e prestará serviços em eixos diferenciais e seus componentes, fabricados na unidade brasileira da Meritor, e que são exportados para aquele país.
Com 215 unidades vendidas do K 440 8x2, de novembro de 2016 a novembro de 2017, a Scania se destaca no novo segmento de ônibus rodoviários, que permite utilizar nos modelos de chassis quatro eixos (tração 8x2), carrocerias de dois andares (DD) e 15 metros de comprimento. Do total, 93 unidades foram para o Grupo JCA, a Auto Viação Progresso, de Pernambuco, adquiriu 15 veículos e as demais para clientes pequenos e médios de todo o País.
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INDÚSTRIA
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TECFIL PREMIA MELHORES
FORNECEDORES DO ANO 20ª EDIÇÃO DO PRÊMIO DESTACA QUALIDADE, ENTREGA E INOVAÇÃO
P O R: S I LV I O R O C H A | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
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o dia 14 de novembro, a Tecfil promoveu a 20ª edição do Projeto Fornecedor, no Hotel Pullman, na cidade de Guarulhos (SP), onde premiou os melhores parceiros que se destacaram nas categorias qualidade, entrega e inovação. O evento contou, além dos profissionais das empresas fornecedoras, com a participação de colaboradores da empresa.
os convidados assistiram a palestras do jornalista e economista Luís Artur Nogueira, e do consultor Orlando Merluzzi, e uma apresentação do maestro Renato Zanuto, que fez associações da música com o mundo corporativo. Além disto, o jogador de vôlei Serginho, do time do Corinthians/ Guarulhos, o qual a Tecfil patrocina, também estava presente.
Para Flavio Montanari Boni (1), diretor industrial da Tecfil, a cada ano que passa o evento que desta feita comemorou duas décadas tem ganhado mais força e importância no mercado. “A verdade é que os fornecedores esperam por esse momento, é um grande reconhecimento para eles que são nossos parceiros”, pontua.
Outro destaque do encontro foi o pronunciamento do prefeito de Nova Candelária (RS), Carlos Luiz Rohr, que agradeceu a empresa pela participação relevante que tem na cidade, ajudando no desenvolvimento e na geração de empregos. “Saber que estamos contribuindo para uma cidade é muito gratificante e recompensador para nós”, comemora.
Este ano, entre as atrações do evento,
Diferenciais de sucesso
Nesse sentido, a Tecfil se preocupa em trazer os fornecedores para dentro da fábrica, de modo que eles participem dos desenvolvimentos, e também existe um projeto interno em que os colaboradores cooperam com sugestões de projetos e são premiados quando implantados. “Hoje temos um total de 1.300 colaboradores”, emenda o diretor. Outro ponto forte da empresa é a rapidez na entrega para atender todo o mercado. “Para atender a exigência deste mercado competitivo, estamos continuamente nos preparando com inovações e tecnologia em todos os nosos processos fabris. Para isso, participamos de workshops e seminários frequentemente, além de benchmark constante com empresas de ponta, nacionais e internacionais”, informa.
De acordo com Flavio, as características que fazem a empresa se sobressair no mercado e ainda estar entre as 150 melhores para se trabalhar, do Guia Exame-Você S/A, é a transparência e respeito com todos. “Tratamos fornecedores, colaboradores e clientes da mesma forma, estamos sempre de portas abertas para novas ideias e projetos e isso gera muita confiança no relacionamento”, explica.
Conquistas e expectativas Segundo os resultados obtidos pela empresa, Flavio afirma que o ano foi muito bom para a Tecfil. “Mesmo sendo um ano duro e brigado mês a mês, nós conseguimos atingir as expectativas e batemos o recorde de produção, chegando a seis milhões e duzentos mil filtros em um mês. Vamos fechar muito bem 2017”, acredita o executivo. Para o próximo ano as perspectivas continuam otimistas. “Esperamos continuar a crescer e atingir metas de produtividade e eficiência em todos os departamentos. A eleição em 2018 ainda é uma dúvida de como será o mercado, dependendo de quem entrar, porém somos otimistas e acreditamos que o setor já vem mostrando crescimento”, completa.
A TECFIL PARA OS FORNECEDORES Para José Luiz Lermen, da Gráfica Rex, a Tecfil é uma empresa muito pujante, com comando rápido e ágil. “Enxergamos essa vibração na Tecfil e percebemos seu crescimento. Venho aqui uma vez por mês e sempre tem uma mudança ou melhoria e a produção nunca para. Temos a satisfação de ser fornecedores desde 2005 e temos um projeto de consignação importante. Acredito que a Tecfil cresceu 12% e espero que em 2018 possamos crescer mais juntos”, ressalta.
Já Willy Davis Bordignon, da Ahlstrom Munksjö, comenta que a parceria com a empresa existe desde 1995. “Desde que começamos no Brasil somos fornecedores da empresa. Fabricamos o coração do filtro e sempre trazemos inovação para a Tecfil. Eles sempre abraçam nossas ideias e implementam numa velocidade rápida. Temos crescido com eles e esse relacionamento é muito importante. Estamos bem animados para o próximo ano, acreditamos que será ainda melhor”.
E Gil Marques de Araujo, da Usiminas, conta que a parceria de quase 20 anos se tornou ainda mais forte na sua gestão. “Estamos no 2º ano de contrato quase que exclusivo e isso é motivo de orgulho para nós. A Tecfil é líder de mercado, que num período de crise conseguiu dar um salto e aproveitar as oportunidades. Como fornecedores, temos que ter criatividade, qualidade e boa performance, o que nos conferiu alguns prêmios nos últimos anos. Vamos continuar com essa relação e crescer cada vez mais”, finaliza.
2018: O ANO DA EXPECTATIVA DE RECUPERAÇÃO A 5ª edição do Seminário Automotivo do Nordeste reuniu em Fortaleza (CE), no dia 8 de dezembro, mais de 200 pessoas para uma programação especial que discutiu entre diversos painéis as 'Oportunidades e Desafios no Brasil pós-crise' | T E X TO: LU C I A N A C A S T R O* | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO * Correspondente do jornal Balcão Automotivo na capital Fortaleza (CE)
O
balanço entre as atividades realizadas durante o ano e os resultados conquistados fazem parte da agenda da maioria das pessoas e empresas. O Sistema Sincopeças/Assopeças/Assomotos (SSA) foi além e convidou as partes que fazem o segmento para a quinta edição do Seminário Automotivo do Nordeste para discutir as “Oportunidades e Desafios no Brasil pós-crise”. “Esse é o momento para repensarmos o mercado, as oportunidades e os desafios no Brasil pós-crise. Trouxemos os melhores palestrantes para apresentar alternativas e novos caminhos em busca de soluções viáveis e eficientes diante da situação política e econômica pela qual passa o nosso País”, conta Ranieri Leitão, presidente do SSA. O encontro realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, aconteceu no dia 8 de dezembro e reuniu mais de 200 pessoas para uma programação especial com nomes de destaque nacional. A palestra de abertura ficou por conta do secretário-adjunto da Fazenda do Ceará, João Marcos Maia, que falou sobre as oportunidades de economia fiscal para o setor automotivo. Ainda durante a abertura do evento os empresários presentes comemoram a publicação da regulamentação que obriga a inspeção de veículos a cada dois anos, o controle da emissão de gases poluentes e a redução de ruídos. O cronograma de inspeção será definido
pelo Departamento de Trânsito (Detran) de cada estado, que estabelecerá a forma e as condições de implantação do novo Programa de Inspeção Técnica Veicular (ITV). A operação deve começar a ser realizada até 31 de dezembro de 2019. Além disso, os participantes também celebraram a aprovação do projeto de lei 9074/2017, que prevê a continuidade da garantia aos veículos cujas revisões não aconteçam em oficinas credenciadas ou autorizadas pelo fabricante. Ações que devem aquecer bastante o segmento de reposição.
Ano novo O ano de 2018 ainda não começou, mas já carrega com ele a grande responsabilidade da esperança de melhora que acena trazer. Para os participantes do painel “Expectativa de desempenho do setor automotivo para 2018”, o ano novo será muito positivo tanto para a indústria como para os serviços e para a distribuição, mas para isso, ele exigirá do segmento muito empenho, dedicação e inovação. Esse foi o consenso dos participantes do painel. “Nós já estamos terminando este ano com uma recuperação positiva de 6%. Ano que vem será atípico, temos eleições, que mexem com questões políticas e, consequentemente, com a economia do País, e temos também a Copa do Mundo, que interfere diretamente no calendário do varejo. Então, precisamos estar
Ranieri Leitão, presidente do Sincopeças Brasil e do Sistema Sincopeças/Assopeças (Ce)
FEIR A
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o povo brasileiro viu com a última crise que o mundo não é “cor de rosa”. “A grande lição é que ficou nítida que quem se prepara para a crise durante a abonança passa pelo tormento de maneira melhor. A tomada de consciência é o diferencial para as novas crises que virão, e elas virão. Por que esse movimento é cíclico”, diz Costa.
O Seminário
Antônio Fiola,
Allan Costa,
presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional
bem preparados e acredito que estaremos”, diz Marco de Luca, diretor Comercial da Valeo. Para Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional, os próximos anos são de muitas oportunidades para o ramo. Com a nova obrigação da inspeção veicular, ele afirma que será gerado um crescimento de 20% na demanda do segmento. “A frota de hoje, em 2023, estará na reposição, não podemos nos assustar com o que a tecnologia vem oferecendo para os carros. Nosso mercado não vai morrer por conta disso; temos muito tempo para respirar e muita peça para vender”, afirma Fiola.
Pós-crise O otimismo para o futuro é consequência das lições deixadas pelo período crítico do qual estamos saindo. Esta foi a ideia central do painel “Oportunidades e desafios no Brasil pós-crise”. “Essa crise mudou o eixo dos nossos negócios, ninguém vai sair do mesmo modo que entrou. A melhoria ainda está vindo, então precisamos inovar, respeitar a magnitude do evento e aprender a caminhar na nova estrada que ele deixou”, declara Fred Pinho, diretor da 800Auto Serviços Automotivos e debatedor do painel. Para Allan Costa, debatedor e empreendedor serial,
debatedor e empreendedor serial
2017: Ano difícil, mas que fez a diferença para o segmento
Criado em 2012 pelo SSA, o Seminário é destinado a líderes empresariais, gestores e profissionais do setor para unir o pensamento à prática da gestão. O evento acontece sempre em dezembro, com o intuito de desenvolver um conhecimento maior para o planejamento estratégico das empresas do segmento de autopeças, motopeças, acessórios e reparação automotiva do Ceará para o ano seguinte.
Marlos Melek, juiz Federal do Trabalho
João Marcos Maia,
secretário-adjunto da Fazenda do Ceará
O encerramento do Seminário ficou por conta da palestra mais aguardada, com o Juiz Federal do Trabalho, Marlos Melek, que falou sobre as mudanças após a reforma trabalhista no ambiente hostil de negócio. “A reforma trabalhista contribuiu para o atual cenário de recuperação econômica. Ela trouxe mais liberdade e segurança para as negociações, que muitas vezes já eram feitas informalmente. Os empresários e trabalhadores precisavam dessa atualização”, afirma Melek.
Não há dúvidas que 2017 foi um ano de destaque para a história da economia brasileira, com início difícil, de juros altos, inflação, desemprego massivo e índices de confiança baixíssimos. Mesmo com tudo isso, para Ranieri Leitão, presidente do Sistema Sincopeças/ Assopeças/Assomotos (SSA), o ano foi importante e de certa forma positivo para o segmento. “As pessoas se unem por duas razões: pelo amor ou pela dor. É verdade que 2017 foi difícil, mas ele nos uniu. Nosso número de associados cresceu e nos tornamos mais ativos na busca por soluções para sairmos da crise”, diz. Entre as iniciativas, estão as oito redes de negócios, formadas por membros do SSA que atuam principalmente na preparação dos gestores das empresas, além do investimento na preparação e qualificação de mão-de-obra, por meio de parcerias com indústrias, distribuidores e do Governo do Estado do Ceará, com a inclusão de cursos como o de mecânica nas escolas profissionalizantes da rede estadual. “Com a ascensão cada vez mais rápida da tecnologia, a qualificação do nosso pessoal está deixando a desejar, então nós, como Sistema, fechamos algumas parcerias para impulsionar essa qualificação, mas esse não é o nosso único desafio. A inadimplência tem sido muito alta e nos prejudica, mas com certeza também conseguiremos superá-la”, declara o presidente. O SSA estima que 2018 será um ano muito bom e que o segmento de autopeças cresça em média 7%. “Embora deficitário ainda, nós estamos no caminho certo. As expectativas para 2018 são as melhores possíveis”, aponta Leitão.
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VAREJO
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JOSECAR REALIZA FESTA DE FINAL DE ANO Empresa reúne parceiros, colaboradores e amigos para celebrar mais um ano de sucesso P O R: S I LV I O R O C H A | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
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elo 8º ano consecutivo, no dia 3 de dezembro, no sítio Quinta das Fontainhas, na cidade de Jundiaí (SP), a Josecar Distribuidora de Autopeças realizou sua tradicional festa de confraternização com seus parceiros, colaboradores e amigos. Ao todo, os convidados puderam saborear um delicioso churrasco, muita bebida e música, e entrega de brindes através de parceiros da empresa que patrocinaram o evento. Para o diretor Comercial do Grupo Josecar, Ricardo Carnevale, o evento mais uma vez fecha com chave de ouro o ano de 2017, que entre muitos acontecimentos contou com a ampliação do número de filiais da empresa com a abertura estratégica da sétima loja, a unidade Água Fria, com geração de mais empregos e ótimos resultados.
Investimentos e perspectivas Carnevale adianta que os projetos de expansão do Grupo continuam no próximo ano. “Vamos prosseguir nesse movimento de crescimento, sempre com os pés no chão,
| Equipe Josecar em mais um evento de final de ano
aumentar a estrutura e também realizaremos mudanças no departamento comercial. Mesmo com muitos feriados e eleição, 2018 será de muitos investimentos”, conta. Em relação ao setor, Carnevale avalia que os principais problemas estão na gestão do negócio. “Vejo muitos reparadores ainda trabalhando na informalidade e que não fazem uma boa gestão, falta olhar mais para o negócio e também acompanhar os lançamentos de itens novos. Temos aqui um software de gestão muito eficiente
e um departamento responsável pelos lançamentos de mercado”, revela. Outro fator que influencia no desenvolvimento do mercado é a falta de mão de obra. “Por esse motivo, realizaremos um projeto em 2018 focado na formação de mão de obra. Pretendemos criar um bom time, com cursos e palestras que faremos através de entidades e parceiros. Nosso objetivo é valorizar a profissão e a importância do balconista”, conclui.
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ARTIGO
ESTAMOS DISPOSTOS A
NEGÓCIOS DISRUPTIVOS? P O R: R I C A R D O N O G U E I R A* | F OTO: D I V U LG AÇ ÃO
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*Economista e presidente da SMARTTECH
ão há revolução industrial que possa prescindir da melhoria contínua da qualidade do produto com redução de custo. Essa ideia simplifica o horizonte de toda e qualquer organização seja qual for o cenário econômico, e expõe o que talvez seja o maior desafio atual ante a velocidade e a quantidade de mudanças dos mercados: o modo de fazer as coisas mudou e sobressair na ilimitada era digital dependerá de nossas escolhas.
serviços para seus desejos, sempre velozmente ultrapassados pelas necessidades crescentes da vida moderna.
Passado o primeiro susto com a novidade de que a expressão pensar fora da caixa já envelheceu, uma das poucas certezas no mundo corporativo está no fato de que as crises são um chamado para a inovação.
Abraçamos o desafio de gerar soluções inovadoras e customizadas para os clientes, empresas dos mais variados setores da economia, como automotivo, embalagem, energia e infraestrutura, plásticos e equipamentos industriais, por meio da digitalização e simulação de ensaios para desenvolvimento e validação de produtos.
Isso posto, diga-se de passagem que a redução dos recursos humanos nas empresas pode ser a forma mais rápida de cortar custos, mas está longe de ser a mais eficiente. Caminhos sustentáveis para a competitividade em tempos de mudanças tão profundas quanto rápidas como as de hoje precisam ser continuamente descobertos. Maneiras novas de pensar e realizar exigem algo mais do que um espírito empreendedor, a tecnologia e mesmo o conhecimento possam fazer. Estamos olhando para consumidores cada vez mais conectados e ávidos por fazerem o melhor uso do seu tempo e dinheiro, descomplicar a vida. Cabe à indústria criar soluções em produtos e
Para sobreviver é preciso se alinhar com as tendências tecnológicas mundiais sob pena de ficar de fora da competição. Na empresa de tecnologia 100% brasileira a qual presido, vimos quebrando paradigmas e olhamos para o futuro com otimismo.
Temos feito a lição de casa e investido no aprimoramento dos processos de produção e de gestão de recursos humanos, este último indiscutivelmente o nosso maior patrimônio. E temos visto que o desempenho de uma organização pode ser medido também pelo modo como os recursos são utilizados. Importa lembrar que, nessa equação, sem talentos a tecnologia sozinha não gera frutos. A criação de novas metodologias para o desenvolvimento local de soluções inovadoras a um sem número de gargalos enfrentados pelas organizações tem se mostrado eficiente para os negócios dos dois lados dessa relação.
Uma indústria forte e competitiva é alicerce para o futuro de qualquer nação e o Brasil precisa desenvolver tecnologia e fomentar a engenharia local. Considero este momento disruptivo uma valiosa oportunidade para o País trazer competitividade para seus processos produtivos, produtos e serviços, aproveitar sua vocação para inovar. Essa visão e os esforços no suporte a esse desenvolvimento, nosso core business, alçaram as nossas atividades de serviços a um crescimento médio anual de 16% nos últimos cinco anos. Expandimos as instalações do nosso TechCenter e agregamos equipamentos, ampliamos o corpo técnico da organização com engenheiros de diversas especialidades, e seguimos implantando sistemas e metodologias inteligentes para o gerenciamento interno e controle de cada uma de nossas atividades até alcançar todas as áreas da empresa. Acreditamos que o País precisa de iniciativas desse tipo e continuaremos nosso processo de investimento. A governança é uma maneira de aprimorar processos e gerar valor. Ordem na casa é sempre bom. Retirar caixas empilhadas na janela pode revelar uma paisagem escondida, que pode ser o ponto de partida para negócios disruptivos. Só precisamos nos dispor a realizá-los e acreditar que este é um lugar com muitas oportunidades para quem quer empreender.
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ENTIDADES
NÚMEROS do setor
P O R: R E DAÇ ÃO | F OTO: D I V U LG AÇ ÃO
ENTIDADES DIVULGAM RESULTADOS
ANFAVEA - As 73,1 mil unidades exportadas em novembro colocam este mês como o melhor da história em exportações. O número ficou acima em 28,8% sobre as 56,7 mil unidades de novembro de 2016 e em 18,7% ante as 61,6 mil de outubro deste ano. Com o desempenho no mês, o acumulado de 2017 atingiu 700,1 mil unidades, alta de 53,3% em relação as 457,4 mil do ano passado. O resultado tem contribuído para o bom desempenho da produção: os 249,1 mil autoveículos produzidos em novembro superaram em 15,2% as 216,3 mil unidades do mesmo mês de 2016 e representam estabilidade contra outubro deste ano. Na soma dos onze meses já transcorridos de 2017 a produção registra 2,50 milhões de unidades, alta de 27,1% ante as 1,96
milhão do ano passado. O licenciamento no acumulado segue em alta, de 9,8%, ao se comparar as 2,03 milhões de unidades em 2017 contra as 1,85 milhão de 2016. Só no mês de novembro foram 204,2 mil unidades comercializadas, acréscimo de 14,6%. FENABRAVE - As transações de veículos usados em novembro se mantiveram estáveis, somando 1.152.953 unidades, apenas 0,5% superiores na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram negociadas 1.146.726 unidades. Na comparação com os 1.190.531 veículos usados vendidos em outubro, o volume de novembro aponta queda de 3,1%, em virtude dos feriados que deixaram o mês com um dia útil a menos (20 dias contra 21). No acumulado de janeiro a novembro, o mercado de usados manteve a tendência de crescimento constante. As 12.862.426 unidades transacionadas representam avanço de 7,4% ante as 11.972.615 unidades de iguais meses de 2016. Considerando apenas os segmentos de automóveis e comerciais leves, as transações, em novembro, somaram 876.111 unidades, alta de 1,2% na comparação com o mesmo mês no ano passado. Do total das vendas de automóveis e comerciais leves vendidos, os usados, com até 3 anos de fabricação, representaram 17,4% em novembro, e 14,8% no acumulado de 2017. ABRACICLO - Depois de quedas consecutivas desde 2012, a produção de motos em Manaus (AM) em 2018 deverá somar 935 mil unidades e alta de 5,1% sobre 2017. Os fabricantes também acreditam em pequeno crescimento de 2,1% nas vendas ao mercado interno e em ligeira alta de 2,4% nas exportações, que podem atingir 85 mil unidades no ano que vem. Os números foram divulgados pela Abraciclo, associação que reúne os fabricantes de motos instalados na Amazônia. No acumulado até novembro as empresas instaladas em Manaus montaram 813,9 mil unidades, registrando pequena queda de 4,8% ante o mesmo período de 2016. A Abraciclo projeta até o fim do ano 890 mil, mas é provável que fique um pouco abaixo disso porque dezembro é sempre um mês fraco nas linhas de Manaus em razão das férias coletivas. O que chamou a atenção foi a venda de scooters, que somou até novembro 52,3 mil unidades, superando em 25,4% o recorde alcançado em 2014 (42,9 mil unidades). ABEIFA – As 17 marcas filiadas à entidade anotaram de janeiro a novembro baixa de 18,7% ante igual período de 2016, quando foram vendidas 32.516 unidades. No comparativo mensal, novembro de 2017 ainda registra queda de 1,4% em relação a igual período de 2016. Foram comercializadas 2.614 unidades contra 2.650 licenciamentos em novembro do ano passado. O desempenho de vendas no mês de novembro, porém, significou ligeira alta de 0,1%, comparado ao mês anterior. Foram 2.614 unidades contra 2.612 unidades em outubro último. Felizmente, as vendas mensais se estabilizaram, mas sobre uma base muito fraca. Por isso, a menos de 30 dias do fim do Inovar-Auto, é um alento para o setor vislumbrar a retomada das vendas, sem os 30 pontos percentuais do IPI e cota-limite de 4.800 unidades/ano. A previsão de fechamento de vendas para 2017 era de 27 mil unidades. Em novembro, com 4.143 unidades licenciadas (importados + produção nacional), a participação das associadas foi de 2,10% do mercado total de autos e comerciais leves (197.247 unidades).
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BALCÃO DUAS RODAS
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SALÃO DUAS RODAS COMEMORA MAIOR EDIÇÃO DE SUA HISTÓRIA Em seis dias, principal evento do segmento na América Latina impulsiona retomada do mercado de duas rodas T E X TO: R E DAÇ ÃO | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
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oram 17.600 test rides realizados, 91% de satisfação em pesquisa com público visitante, 15 novas atrações, 242 mil visitantes, 4 mil horas de experiências, mais de 9.500 pessoas trabalhando e mais de 70 modelos lançados em seis dias de Salão Duas Rodas. O evento apresentou mais de 500 modelos de motocicletas e novidades de mais de 400 empresas envolvidas no principal acontecimento do segmento da América Latina, pela 1ª vez no São Paulo Expo. “A Reed Exhibitions Alcantara Machado termina essa edição com a sensação de dever cumprido. Repaginamos o evento, trouxemos atrações inéditas e surpreendentes que encantaram a todos os visitantes. Criamos atrações para todas as tribos apaixonadas por motocicletas. Estamos em um momento de retomada do setor e o Salão Duas Rodas ajuda a impulsionar as vendas de motocicletas”, destacou Leandro Lara (foto), diretor do evento. BMW, Dafra, KTM, Ducati, Indian, Harley-Davidson, Haojue, Honda, Kawasaki, Kymco, Triumph, Royal Enfield, Suzuki, Vespa e Yamaha apresentaram suas novidades e receberam os milhares de visitantes em seus estandes. Todas trouxeram suas melhores motocicletas, lançamentos exclusivos para o primeiro e segundo semestres de 2018 e uma série de atrações para o público como simuladores, apresentações musicais, convidados ilustres, etc. O público consumidor das marcas premium se sentiu prestigiado e voltou ao Salão elevando ainda mais o índice de satisfação. “Nosso foco em encantar os visitantes trouxe excelentes resultados para o mercado Premium e as montadoras fizerem um espetáculo com lançamentos exclusivos e ativações de marca. Trabalhamos juntos com fabricantes para fazer um evento memorável e nossos visitantes saíram muito satisfeitos”, completou Lara.
Imagens da 14a edição do Salão Duas Rodas
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COMO TIRAR SUAS IDEIAS DO PAPEL
E EMPREENDER? P O R: C H R I S T I A N B A R B O S A* | F OTO: D I V U LG AÇ ÃO
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uita gente quer empreender e tem várias ideias, mas inventa uma série de desculpas para não colocá-las em prática. Por que isso acontece? Quando se trata de abrir um negócio, tirar os planos do papel nem sempre é uma tarefa fácil, mas, se feito da maneira correta, pode render boas experiências. Fazer as ideias acontecerem requer diversas considerações, porém quero elencar aqui as que considero mais importantes:
• Avalie se você tem a solução de um problema: Se o produto ou serviço que você está disposto a oferecer não resolve algum problema, ninguém compra. Empresas mundialmente reconhecidas já lançaram produtos com boas propostas, mas que não foram sucesso de vendas simplesmente porque não eram necessários para ninguém. Em casos assim, as pessoas podem até achar sua ideia legal, mas não aderem a ela. O primeiro passo, então, é encontrar uma ideia que resolva um problema e
transformá-la em oportunidade.
• Divida suas ideias em partes menores: Muitas vezes, as pessoas querem fazer coisas demais. Suponhamos que alguém queira começar um negócio que produz comida para cachorro: essa ideia pode ser útil para muita gente. Mas, nessa situação, não adianta começar com dez sabores diferentes. A princípio, produzir um ou dois e trabalhar para aperfeiçoá-los é o ideal. O mesmo se aplica a diversos outros produtos e serviços.
• Faça uma pesquisa de mercado: Antes de colocar qualquer coisa no mercado, é importante conversar com seus potenciais consumidores e entender se eles realmente precisam desse negócio, se têm sugestões. Assim você refina o seu produto antes mesmo de começar a fazer e erra menos, pois já tem uma noção do que o seu consumidor precisa de verdade. •
Crie um plano de execução: Para que as coisas
aconteçam de verdade, é importante encontrar pessoas que te ajudem e para as quais você possa delegar tarefas. Criar um protótipo mínimo e levantar um índice de satisfação de um grupo por meio de pesquisa são, a princípio, ações fundamentais.
• Gere tração com o público-alvo: Isso tem a ver com “empurrar” o seu produto, pensar em estratégias para vendê-lo. A maioria das empresas, especialmente as startups, não morre por falta de boas ideias, mas por falta de vendas. Ideias, por melhores que sejam, não rendem bons resultados sem uma boa execução. Se você quer estar à frente de um empreendimento de sucesso, prepare-se para dar o primeiro passo. *Maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade e CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo
MERCADO EM MOVIMENTO
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UM PONTO DE VISTA
É APENAS A VISTA DE UM PONTO Vivemos tempos de grandes controvérsias, debates acalorados sobre política, gestão, diversidade, gênero, religião. Ao contrário do modelo binário que revoluciona a partir do digital, as questões humanas estão vítimas da bipolaridade, é quase tema para psiquiatra social.
E
m um ano marcado por extremismos em todo o mundo, debates moral e ideológico, cabenos pensar se parte das reações que vemos em cadeia não são um grande retrocesso, apesar das ferramentas mais inteligentes que já tivemos à mão para o que falta ajustar nesta tal civilização. A humanidade vislumbra possibilidades que nunca foram tão acessíveis, como imensas comunidades, de todas as correntes de pensamento e saberes, que de forma colaborativa numa economia de compartilhamento nos oferece soluções que nenhuma sociedade teve na história da civilização, na principal revolução de toda a história. No entanto, ainda não aprendemos a escutar com os ouvidos da alma da humanidade que é uma só e soberana. O maior império dá sinais de insensibilidade para com o todo, como se reagisse ao compartilhamento do poder agora flexibilizado, derrubando fronteiras e muros, em vez de construí-los, como em tempos primitivos. Muros ideológicos e econômicos que se erguem e evitam o diálogo e a conciliação, que deveriam ser a tônica do nosso tempo. Lembro aqui de uma velha história que revela o quanto a comunicação, ou melhor, a falta dela, o
abandono da compreensão e reconhecimento de outras perspectivas podem causar mal. Conhecendo os obstáculos para mudar o caminho a seguir Durante as manobras de navios americanos na costa canadense, o seguinte diálogo foi captado e gravado pela CIA. O capitão de um navio americano estava perto da costa canadense quando avistou uma luz distante e resolveu enviar uma mensagem pelo rádio: - Aqui é o capitão J. Smith. O curso do seu navio está em rota direta com o nosso. Favor alterar o curso 15 graus norte. Câmbio. O canadense respondeu: - Vocês é que estão em rota de colisão conosco. Alterem o curso 15 graus para sul. O capitão americano ficou irritado e retrucou: - Nós é que exigimos que vocês alterem seu curso 15 graus para norte. O canadense insistiu: - Alterem o seu curso 15 graus para sul.
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Urgente! O capitão ficou irritadíssimo, e ordenou, aos berros: - Aqui é do USS Lincoln, o maior porta-aviões de guerra do Atlântico Norte, da Marinha Americana. Estamos em comboio com mais duas fragatas, dois destroyers e numerosos navios de apoio. Nós exigimos que vocês mudem seu curso 15 graus para norte. Estamos preparados para tomar todas as contramedidas que forem necessárias para garantir a segurança do comboio. Câmbio. E o canadense respondeu: - Aqui é o Farol. Câmbio. Mais do que ultrapassar obstáculos, o importante no século 21 é não criar os obstáculos. Queremos que a globalização seja agora comprometida com uma nova ética que acelere os ajustes e modelos de gestão, em todos os níveis, que a civilização merece. Podemos dar lugar para soluções criadas a partir da experiência de todos os conhecimentos e culturas nesse imenso milagre que a tecnologia, como matriz da quarta revolução industrial, pode consolidar.
| Por: Irineu Toledo, Jornalista, radialista, autor do livro “Feliz Dia Novo” (Matrix) e co-autor do livro “Acertar é Humano”. Lançou o best seller “Insight, de Daniel Carvalho Luz e atua como facilitador, mediador e palestrante inspiracional em eventos corporativos há mais de 20 anos
Nós, do Jornal Balcão Automotivo e da Revista Reparação Automotiva, aproveitamos esse momento do ano para agradecer a todos os clientes, leitores, fornecedores e parceiros pela confiança em nós depositada em 2017. E que possamos estreitar ainda mais nosso relacionamento no novo ano.
FELIZ 2018!