Revista do Veterinário PremieRpet® | 5ª Edição de 2019

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A REVISTA DO VETERINÁRIO - EDIÇÃO 05 | 2019

Medicina Veterinária na Prática Doença Renal Crônica em Cães e Gatos pág. 06

PremieRpet® News CEPEN pet completa dois anos de existência pág. 20

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Entrevista Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto pág. 24


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Sumário 05. 06. 20. 24. 32. 36.

Carta ao Leitor Medicina Veterinária na Prática Doença Renal Crônica em Cães e Gatos PremieRpet® News CEPEN pet completa dois anos de existência Entrevista Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto Eventos Calendário

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Carta ao Leitor

Prezados leitores, Nesta 5ª edição da Revista do Veterinário PremieRpet®, a Medicina Veterinária na Prática traz uma matéria sobre “Doença Renal Crônica em Cães e Gatos”, escrita pela Profª. MSc. Fernanda Chicharo Chacar, que aborda em detalhes a fisiopatogenia da doença e as formas de diagnóstico. Além disso, a PremieRpet® News aborda os dois anos de vida do Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos (CEPEN pet), trazendo mais informações sobre a infraestrutura do local e suas importantes contribuições para o meio científico. Na Entrevista, o Prof. Dr. Marcio Brunetto fala sobre sua trajetória na Medicina Veterinária, sua visão sobre a área de Nutrição de Pequenos Animais no país e os trabalhos desenvolvidos por seu grupo de estudos no CEPEN pet. Finalizamos a edição mostrando os principais eventos que a PremieRpet® patrocinou nos últimos meses e quais serão os próximos acontecimentos importantes para vocês. Desejamos a todos uma ótima leitura!

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Medicina Veterinária na Prática

Autor: Profª. MSc. Fernanda Chicharo Chacar Doença Renal Crônica em Cães e Gatos

A doença renal crônica (DRC) é caracterizada por alterações estruturais e/ou funcionais presentes em um ou ambos os rins, que persistem por pelo menos três meses, causando uma lesão irreversível e, portanto, a perda permanente do número de néfrons. Sua prevalência varia de 0,5-1,0% em cães e 1,0-3,0% em gatos. Nos últimos anos, as muitas ocorrências desta afecção têm sido reportadas, o que pode ser atribuído ao aumento da população geriátrica de pets (POLZIN, 2011; ROURA, 2019). Os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DRC são raça, idade, sexo, comorbidades, dieta, drogas e histórico de injúria 6


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renal aguda. Em cães, Lhasa Apso e Shih Tzu são exemplos de raças predispostas à nefropatia familial, enquanto Samoieda e Rottweiler são predispostas às glomerulopatias primárias. Felinos de pelo longo, como os Persas, são predispostos à doença renal policística (Polycystic Kidney Disease; PKD), e os Siameses, predispostos à amiloidose (O’NEIL et al, 2013; ROURA, 2019). No atinente à idade, a DRC pode ocorrer em qualquer faixa-etária, embora seja frequentemente reportada em animais idosos. Quando juvenil (< 6 anos de idade), as nefropatias de origem familial devem ser consideradas como um dos principais diagnósticos diferenciais. Quanto ao sexo, no geral, não há predileção para o desenvolvimento da DRC (O’NEIL et al, 2013; ROURA, 2019). Dentre as comorbidades, doenças cardiovasculares, doença periodontal, hipertireoidismo, litíase e doenças infecciosas são consideradas fatores de risco (O’NEIL et al, 2013). No que se refere à dieta, formulações com depleção de potássio ou com altos teores de fósforo, foram associadas ao desenvolvimento da DRC em gatos; em cães, há controvérsias (BROWN, 2016; BÖSWALD 2018). 7


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Diversas drogas utilizadas na rotina clínica podem levar à injúria renal, como por exemplo os AINEs (anti-inflamatórios não-esteroidais), sulfonamidas e quimioterápicos (PONZIL et al, 2005). Por fim, a ocorrência de injúria renal aguda deve ser considerada como um importante fator de risco, principalmente para o desenvolvimento de doença renal terminal (COWGILL et al., 2016).

Estudos angulares da nefrologia, realizados com modelos experimentais submetidos à nefrectomia 5/6, resultaram na teoria da hiperfiltração, alicerce da fisiologia renal básica. A perda de massa renal, associada à hipertrofia e hiperfiltração dos néfrons remanescentes, levam às alterações hemodinâmicas e imunoinflamatórias, responsáveis por desencadear a glomeruloesclerose (BRENNER, LAWLER e MACKENZIE 1996). Pesquisas recentes trazem novas evidências acerca da fisiopatogenia da DRC. Resultados de estudos em modelos de injúria renal aguda demonstraram que os processos de adaptação e reparo celular às lesões podem ser decisivos para a prevenção ou para a predisposição/progressão para a DRC (COWGILL et al., 2016). O ciclo celular estacionário em G2/M, a senescência 8


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celular, a síntese de citocinas profibróticas e a ativação de miofibroblastos intersticiais são mecanismos envolvidos na ocorrência de fibrose progressiva e, assim, no desenvolvimento da DRC (FERENBACH e BONVENTRE, 2015). Diversas etiologias podem resultar em lesão renal e, por conseguinte, em processos mal adaptativos de resposta celular. Por isso, os possíveis agentes causadores de injúrias são chamados de “gatilhos”. Diferentes “gatilhos” (ex: hipertensão arterial sistêmica, glomerulonefrite, pielonefrite crônica, medicamentos e proteinúria) podem ocasionar lesões recorrentes ou persistentes que permanecem ativas e culminam com inflamação intersticial e fibrose renal. Os marcadores diagnósticos rotineiros são incapazes de detectar a ocorrência de tais injúrias, a menos que haja perda de massa renal significativa (COWGILL et al., 2016). O diagnóstico da DRC é realizado com base nas alterações clínicas, laboratoriais e de imagem. As manifestações clínicas costumam acontecer nos estágios mais avançados, motivo pelo qual o diagnóstico desta afecção é frequentemente tardio, o que pode impactar no prognóstico. Emagrecimento progressivo, anorexia e êmese são reportados mais comumente a partir do estágio 2 ou 3 da DRC em cães e gatos, quando a azotemia ainda é leve ou moderada. Em cães, a ocorrência de poliúria com polidipsia compensatória pode ser observada já no estágio 2, ao passo que, em gatos, estas manifestações costumam ocorrer nos estágios finais. 9


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Imagem de Raio-X para diagnóstico veterinário de doença renal crônica.

A mensuração da pressão arterial sistêmica é um dos exames complementares que deve fazer parte da rotina clínica de cães e gatos doentes renais crônicos, pois a hipertensão arterial sistêmica constitui um fator de progressão e pode desencadear graves lesões em órgãos-alvo (ACIERNO et al. 2018). Os exames de imagem utilizados rotineiramente para o diagnóstico da DRC são o ultrassom abdominal e o raio-x. O ultrassom abdominal é um exame dinâmico, que permite a visibilização da morfologia renal, enquanto o raio-x pode ser útil na identificação de nefrolitíase por oxalato de cálcio, uma condição 10


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frequentemente associada à DRC em felinos. Quanto aos exames laboratoriais, deve-se atentar para a ocorrência de anemia normocítica normocrômica à realização do hemograma com contagem plaquetária; deve-se, ainda, solicitar a dosagem dos marcadores indiretos de taxa de filtração glomerular - uréia, creatinina e SDMA séricos - com o intuito de estimar o comprometimento da função renal; exame de urina, para a avaliação da densidade urinária, proteinúria e cilindros; razão proteína:creatinina urinária (RPC), com o objetivo de quantificar a proteinúria. A hemogasometria e o perfil eletrolítico também são extremamente importantes, pois podem indicar 11


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a presença de distúrbios ácido-básicos e eletrolíticos, comuns em pacientes com DRC; a mensuração sérica de cálcio e fósforo são indispensáveis, uma vez que evidenciam a presença de alterações do metabolismo mineral. Deve-se ter cautela à ocasião da interpretação dos resultados, pois fatores como desidratação e perda de massa muscular podem influenciar particularmente os valores de creatinina. Desta forma, recomenda-se a avaliação prospectiva do paciente com o estado de hidratação normal para confirmar o diagnóstico da DRC. O SDMA (dimetil-arginina simétrica), um novo marcador de função renal, não sofre influência do escore de massa muscular ou da dieta e, de acordo com resultados de estudos realizados em cães e gatos, demonstrou ser mais precoce (em relação à creatinina) em detectar o comprometimento da taxa de filtração glomerular. Por se tratar de um novo marcador,

*concentrações séricas

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muito embora promissor, os fatores que podem vir a influenciar seus resultados não são completamente conhecidos. Em vista disto, o SDMA deve ser sempre solicitado e interpretado em conjunto com os demais testes diagnósticos mencionados anteriormente (RELFORD, ROBERTSON e CLEMENTS, 2016). Recentemente, houve mudanças no estadiamento e subestadiamento da DRC em cães e gatos. Os cães devem ser classificados como doentes renais crônicos no estágio 1, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina < 1,4 mg/dL e de SDMA < 18 μg/ dl; no estágio 2, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina de 1,4 a 2,8 mg/dL, e de SDMA de 18 a 35 μg/dl; no estágio 3, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina de 2,9 a 5,0 mg/ dL, e de SDMA de 36 a 54 μg/dl; no estágio 4, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina acima de 5,0 mg/dL, e de SDMA acima de 54 μg/dl.

*concentrações séricas

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A magnitude da proteinúria e da pressão arterial sistêmica, por sua vez, são utilizadas para o subestadiamento da DRC. Cães que tiverem resultados persistentes de RPC < 0,2 são classificados como não-proteinúricos; os que tiverem resultados persistentes de RPC entre 0,2 a 0,5 são classificados como “borderliners” para a ocorrência de proteinúria e devem ser reavaliados em dois meses; os pacientes que tiveram persistentemente valores de RPC > 0,5, devem ser classificados como proteinúricos. Quanto à pressão arterial, o cão é considerado normotenso, se as mensurações da pressão arterial sistólica mantiverem-se abaixo de 140 mmHg; préhipertensos, se as mensurações da pressão arterial sistólica forem de 140 a 159 mmHg; hipertensos, se as mensurações da pressão arterial sistólica forem de 160 a 179 mmHg; gravemente hipertensos, se as mensurações forem iguais, ou excederem 180 mmHg (IRIS, 2019). É importante ressaltar a importância da avaliação prospectiva da pressão arterial sistêmica e o cumprimento das recomendações dispostas no consenso para o diagnóstico, mensuração, tratamento e monitoração da pressão arterial sistêmica em pequenos animais (ACIERNO et al. 2018) Os gatos devem ser classificados como doentes renais crônicos no estágio 1, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina < 1,6 mg/dL e de SDMA < 18 μg/dl; no estágio 2, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina de 1,6 a 2,8 mg/ dL, e de SDMA de 18 a 25 μg/dl; no estágio 3, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina de 2,9 a 5,0 mg/dL, e de SDMA de 26 a 38 μg/dl; no estágio 14


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4, quando apresentarem concentrações séricas de creatinina acima de 5,0 mg/dL, e de SDMA acima de 38 μg/dl. A magnitude da proteinúria e da pressão arterial sistêmica, por sua vez, são utilizadas para o subestadiamento da DRC. Gatos que tiverem resultados persistentes de RPC < 0,2 são classificados como não-proteinúricos; aqueles que tiverem resultados persistentes de RPC entre 0,2 a 0,4 são classificados como “borderliners” para a ocorrência de proteinúria e devem ser reavaliados em dois meses; os pacientes que tiveram persistentemente valores de RPC > 0,4, devem ser classificados como proteinúricos. Quanto à pressão arterial, os gatos são considerados normotensos, se as mensurações da pressão arterial sistólica ficarem abaixo de 140 mmHg; pré-hipertensos, se as mensurações da pressão arterial sistólica forem de 140 a 159 mmHg; hipertensos, se as mensurações da pressão arterial sistólica forem de 160 a 179 mmHg; gravemente hipertensos, se as mensurações forem iguais, ou excederem 180 mmHg (IRIS, 2019). A abordagem terapêutica da DRC é basicamente sintomática, e deve-se evitar a ocorrência de injúrias, como por exemplo a suspensão de quaisquer drogas nefrotóxicas. A prescrição de dietas comerciais para nefropatas é uma das principais aliadas no tratamento e é indicada principalmente para o controle da hiperfosfatemia. A recomendação é que seu uso seja instituído a partir do estágio 2 da DRC, tanto para cães, quanto para gatos. Ademais, a manutenção 15


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da hidratação, o controle da pressão arterial e da proteinúria, bem como a correção dos desequilíbrios ácido-básicos e eletrolíticos, norteiam o tratamento (POLZIN 2016; SCHERK 2016). Dentre os fatores prognósticos, pode-se citar a ocorrência de anemia, hipertensão arterial sistêmica, proteinúria, acidose metabólica, hipocalemia e o desenvolvimento do hiperparatireoidismo secundário renal, uma das manifestações mais importantes relacionadas aos distúrbios do metabolismo mineral, e que apresenta alto impacto sobre a morbimortalidade dos pacientes doentes renais crônicos (FOSTER 2016). A DRC é um desafio diário na prática clínica. A atualização por parte do médico veterinário sobre os principais tópicos acerca desta complexa afecção pode contribuir para a sua melhor compreensão e, assim, para a abordagem diagnóstica e terapêutica mais eficaz, de modo a visar, sempre, a qualidade de vida do paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACIERNO, M. J., MARK P., BROWN, S., COLEMAN, A.E., STEPIEN,

R. L., SYME, H.M. ACVIM Consensus Statement : Guidelines for the Identification , Evaluation, and Management of Systemic

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BRENNER, B.M., LAWLER, E.V., MACKENZIE, H. The

Hyperfiltration Theory : A Paradigm Shift in Nephrology. Kidney International, v. 49, n. 6, p. 1774–77, 1996.

BÖSWALD L.F., KIENZLE E., DOBENECKER B. Observation

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PremieRpet® - A Revista do Veterinário - 05 | 2019 about phosphorus and protein supply in cats and dogs prior

to the diagnosis of chronic kidney disease. Journal of Animal

Physiology and Animal Nutrition, v. 102, suppl 1: 31-36, 2018. BROWN, C.A, ELLIOTT J., SCHMIEDT, C.W., BROWN, S.A.

Chronic Kidney Disease in Aged Cats: Clinical Features,

Morphology, and Proposed Pathogeneses. Veterinary Pathology, v. 53, p. 309-326, 2016

COWGILL, L.D., POLZIN, D.J., ELLIOTT J. et al. Is Progressive

Chronic Kidney Disease a Slow Acute Kidney Injury? Veterinary

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O’NEILL, D. G.; ELLIOTT, J.; CHURCH, D. B.; MCGREEVY, P. D.;

THOMSON, P. C.; BRODBELT, D. C. Chronic kidney disease in dogs in UK veterinary practices: prevalence, risk factors, and survival. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 27, n. 4, p. 814–21, 2013.

FERENBACH, D. A., BONVENTRE, J. V. Mechanisms of

maladaptive repair after AKI leading to accelerated kidney ageing and CKD. Nature Reviews Nephrology, v. 11, n. 5, p.264–276, 2015.

FOSTER, J.D. Update on Mineral and Bone Disorders in Chronic

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IRIS. IRIS Staging of CKD (modified 2019). Disponível em:

http://www.iris-kidney.com/guidelines/staging.html. Acesso em 04 de outubro de 2019.

POLZIN, D. J. Chronic Kidney Disease in Small Animals.

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POLZIN, D.J. Controversies in Veterinary Nephrology: Renal

Diets Are Indicated for Cats with International Renal Interest Society Chronic Kidney Disease Stages 2 to 4: The Pro View.

Veterinary Clinics of North America - Small Animal Practice, v.

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46, n. 6, p. 1049-65, 2016. RELFORD R.,

ROBERTSON J.,

CLEMENTS C. Symmetric

Dimethylarginine Improving

the Diagnosis and Staging of

Chronic Kidney Disease in Small

Animals. Veterinary Clinics of North

America - Small Animal Practice, v.

46, n. 6, p. 941–60, 2016.

SCHERK, M.A. Controversies

in Veterinary Nephrology: Renal

Diets Are Indicated for Cats with

International Renal Interest Society Chronic Kidney Disease Stages 2 to 4: The Con View. Veterinary Clinics of North America -

Small Animal Practice, v. 46, n. 6, p. 1067–94, 2016.

XAVIER, ROURA. Risk

factors in dogs and cats for development of chronic

kidney disease. Disponível em: http://www.iris-kidney.

com/education/risk_factors. html. Acesso em 04 de outubro de 2019.

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PremieRpet News

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CEPEN pet completa dois anos de existência Fruto da maior parceria entre a iniciativa privada e o mundo acadêmico no setor pet, o CEPEN pet (Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos) completou, em agosto de 2019, dois anos desde sua inauguração. Ele tem como objetivo colaborar para a formação de profissionais, potencializar a produção e transferência de conhecimento, expandir os horizontes de atuação e apoiar o desenvolvimento de produtos com conceitos nutricionais diferenciados que contribuam para a saúde e longevidade de cães e gatos. Segundo o coordenador Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto, o CEPEN pet é um empreendimento referência no Brasil e na América Latina, que oferece todas as condições necessárias para a elaboração de pesquisas de ponta, desenvolvimento e utilização de novas tecnologias, além de proporcionar melhor formação de especialistas na área de nutrologia de cães e gatos. Brunetto se envolveu diretamente em todas as etapas do projeto, garantindo uma estrutura que atende todas as necessidades de um espaço de referência internacional e que apresenta uma forte 20


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contribuição para as condições de ensino, além de receber e alojar estudantes provindos de outros estados e países. Com investimento total de mais de R$ 3 milhões, o CEPEN pet tem 1.200 m2 de área construída e infraestrutura. Conta com auditório para 100 alunos, sala de reuniões, canil com boxes individuais e gatil com áreas internas e externas para abrigar até cinquenta animais, laboratório equipado para análises clínicas, sala de matérias-primas, ambulatório, sala de banho e tosa, dormitórios para estudantes e escritório administrativo. Em vista de toda a infraestrutura, pesquisas de alto nível têm sido desenvolvidas, fato esse comprovado por meio da 23ª edição do Congresso da Sociedade Europeia de Nutrição Veterinária e Comparativa (ESVCN), em Turim, na Itália. Dentre os vinte e seis trabalhos do Brasil selecionados para a 21


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apresentação oral, quinze eram do coordenador Prof. Dr. Marcio A. Brunetto, incluindo quatro trabalhos de Colaboradores da PremieRpet® e outros que registram agradecimentos ao apoio da empresa (todos realizados dentro do CEPEN). A PremieRpet®, juntamente com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ/USP), apoia e incentiva o desenvolvimento de pesquisas de cunho científico, para que, cada vez mais, os pets de todo o Brasil possam ter acesso a um alimento com garantia de qualidade. Temos orgulho em ver todo o progresso que a equipe do CEPEN pet conquistou em seus primeiros dois anos de atividade.

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Entrevista Referência quando se fala em nutrição de cães e gatos, o Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto integra o Departamento de Nutrição e Produção Animal da FMVZ/ USP, onde responde pela disciplina de nutrição de cães e gatos, que tornou-se obrigatória na grade curricular da instituição. Além disso, é coordenador do Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos - CEPEN pet, localizado no campus de Pirassununga da FMVZ/USP, do Grupo de Estudos em Nutrição Pet da instituição e responsável pelo Serviço de Nutrologia Veterinária do HOVET/FMVZ-USP.

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Nesta entrevista, ele fala um pouco sobre os desafios de conduzir o ensino e a pesquisa científica na área, bem como sobre a qualidade do que vem sendo desenvolvido no Brasil. Como surgiu seu interesse pela medicina veterinária? A ideia de ser médico veterinário surgiu quando tive a oportunidade de cursar colégio técnico com formação agropecuária. Por ser natural de uma pequena cidade do interior de Santa Catarina, as opções de boas escolas eram muito restritas e, na época, os colégios que formavam técnicos em agropecuária tinham boa reputação e ensino de qualidade. Optei pela medicina veterinária para dar continuidade e aprimorar ainda mais os conhecimentos adquiridos ao longo dos 8 anos de colégio.

A transmissão de informações sempre atualizadas e corretas, um grande desafio nessa época em que muitas informações distorcidas são propagadas pelas mídias digitais. 25


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Sua trajetória profissional o tornou uma das maiores referências em nutrição de cães e gatos no Brasil. Como lida com essa posição e quais responsabilidades ela impõe? Essa posição implica em uma constante busca por mais conhecimento e cuidado com os profissionais que formamos, tanto na graduação como na pósgraduação, bem como com a transmissão de informações sempre atualizadas e corretas, um grande desafio nessa época em que muitas informações distorcidas são propagadas pelas mídias digitais. Neste ano, a disciplina de nutrição de cães e gatos tornou-se obrigatória na grade curricular da FMVZ/ USP, sob sua responsabilidade. Como avalia esse reconhecimento à especialidade e os rumos que ela está tomando no Brasil? Sem dúvida nenhuma, nossa escola teve essa iniciativa pioneira e, certamente, isso terá um resultado muito relevante no que se refere à importância da nutrição na abordagem dos pacientes atendidos pelos médicos veterinários que formamos. Nossos alunos adquirem o conhecimento necessário para saber prescrever um alimento de forma correta, saber reconhecer as diferenças entre as marcas e fazer uma adequada orientação nutricional dentro das diretrizes da Associação Mundial de Medicina Veterinária (WSAVA). Estamos formando um novo conceito dentro do segmento de nutrição de cães e gatos.

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Outro importante acontecimento em 2019: você responde pelo maior número de trabalhos científicos brasileiros enviados para o ESVCN, maior congresso de nutrição animal do mundo. Como avalia o desenvolvimento da pesquisa científica brasileira e o desempenho no cenário mundial? Quando comparamos com estudos europeus ou americanos da área de nutrição e nutrição clínica de cães e gatos, vemos que as pesquisas realizadas no Brasil não deixam nada a desejar. Certamente, temos muito mais desafios do que eles. A falta de

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investimentos, a barreira da língua e as condições de trabalho são alguns deles. No entanto, trabalhamos de forma ativa para ultrapassar esses obstáculos e para que eles sirvam de desafio para a constante evolução e aperfeiçoamento dos nossos pós-graduandos. Cabe destacar que empresas como a PremieRpet® possuem um papel fundamental nesse processo, tanto no financiamento de projetos, como na iniciativa do Prêmio de Pesquisa, além do auxílio financeiro para a participação dos nossos alunos em eventos

Já recebemos cerca de 150 estagiários de diferentes estados brasileiros que levam os conhecimentos adquiridos para suas faculdades e, assim, desempenhamos um papel extensionista muito importante para o desenvolvimento da área dentro do nosso país. 28


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no exterior. Como citado, este ano apresentamos 18 trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelo nosso grupo e em conjunto com o Centro de Desenvolvimento Nutricional - CDN da PremieRpet®. Do total, 15 foram selecionados para apresentação oral no Congresso, o que sinaliza a qualidade dos estudos que estamos desenvolvendo. Entre suas atividades também está a coordenação do CEPEN pet – Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos da FMVZ/USP, inaugurado em 2017 no Campus de Pirassununga. Como é estar à frente do maior centro de estudos da área na América Latina? Também é um grande desafio, mas os resultados que estamos observando em relação à evolução dos pósgraduandos e das pesquisas são muito gratificantes. Acompanhar a evolução dos estudantes da forma como chegam e o amadurecimento ao longo de suas jornadas faz valer a pena todo o investimento de tempo e financeiro, bem como todo o trabalho. Nesses dois anos de existência do CEPEN pet, já recebemos cerca de 150 estagiários de diferentes estados brasileiros que levam os conhecimentos adquiridos para suas faculdades e, assim, desempenhamos um papel extensionista muito importante para o desenvolvimento da área dentro do nosso país. Como todas essas pesquisas que vêm sendo realizadas na área de nutrição de cães e gatos podem ajudar a melhorar a vida dos pets? 29


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O desenvolvimento de pesquisas que gerem novas informações aplicáveis para a melhoria dos alimentos existentes ou o desenvolvimento de novos produtos certamente tem impacto direto na qualidade de vida dos pets. Por exemplo: selecionar entre os possíveis prebióticos existentes no mercado aquele que oferece os melhores benefícios à saúde intestinal pode resultar em mudanças importantes na microbiota e/ ou imunidade daqueles animais que o ingerem. Um segundo exemplo: desenvolver um alimento que atenda especificamente as alterações de metabolismo de um paciente doente, para aquele momento, contribuirá de forma direta na recuperação mais rápida daquele indivíduo. Mais recentemente, iniciamos o desenvolvimento de estudos utilizando a ferramenta “metabolômica”. Até pouco tempo atrás, eram feitas somente análises pontuais dos metabólitos que estudamos. Com essas novas tecnologias podemos avaliar centenas de componentes do metabolismo ao mesmo tempo, o que nos permite pesquisar de forma muito mais ampla as respostas dos animais frente às mudanças de composição dos alimentos, tanto em cães e gatos saudáveis, como naqueles acometidos por afecções específicas.

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Eventos 03/09 Reinauguração do Museu Histórico FMVZ/USP

Inaugurado em 2004, o Museu Histórico da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnica da USP (FMVZ/ USP) conta com um acervo de 300 peças doadas por professores, pesquisadores e ex-alunos da faculdade. O acervo é composto por documentos históricos, quadros, equipamentos de laboratório, entre outros itens de grande valor para a história da Instituição. Em 2019, como parte das comemorações do centenário de criação do curso de Medicina Veterinária, a FMVZ/USP realizou a reinauguração do museu. Ele foi reformulado e modernizado com patrocínio da PremieRpet® e ficará aberto ao público para visitação. 32


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05/09 Cat Meeting O Cat Meeting, realizado em Porto Alegre/ RS e organizado pela PremieRpet®, trouxe as seguintes palestras: “Dicas no controle de constipação e obstipação em gatos”, ministrada pelo Prof. DSc. Archivaldo Reche Jr., e “Síndrome de Pandora: além da Cistite”, ministrada pela Profª. DSc. Maria Alessandra Del Barrio. Participaram do evento cerca de 200 médicos veterinários que, além de obter conhecimento técnico de qualidade, também puderam participar do sorteio de brindes exclusivos.

14/09 Veterinária da Rural, Saúde Global (UFRRJ) Evento organizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ) e patrocinado pelo Instituto PremieRpet® com o objetivo de promover a integração entre a comunidade acadêmica, abordando temas sobre saúde animal, humana e ambiental. Contou com 351 participantes da comunidade acadêmica da UFRRJ e mais de 30 projetos voltados para a comunidade não acadêmica do município de Seropédica (RJ).


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27 a 29/09 PremieRpet® Experience Encontro especial para cerca de 20 líderes de opinião da Medicina Veterinária do Brasil. Os convidados tiveram uma recepção especial, com direito a jantar de boas-vindas no Santa Clara Eco Resort, um dos melhores do Brasil. No segundo dia, foram recebidos na Fábrica da PremieRpet® para conhecer as instalações da empresa e entender toda a tecnologia e dedicação empregados na fabricação de seus alimentos. 34


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11 a 13/10 Congresso ABFEL 2019 Com patrocínio PremieRpet®, o Congresso da ABFEL (Academia Brasileira de Clínicos de Felinos) ocorreu no auditório da PUC Minas, em Belo Horizonte, e abordou importantes temas da medicina felina, incluindo uma mesa redonda sobre “A Medicina Felina no Brasil, pontos de impacto”. Estiveram presentes cerca de 250 ouvintes, além de importantes nomes da medicina felina, como a Profª. DSc. Heloisa Justen e o Prof. DSc. Carlos Gabriel Dias.

01 a 03/11 3º FÓRUM VETWORK Realizado em Recife, Pernambuco, o 3º Fórum VetWork trouxe o tema Otologia, de grande interesse ao clínico de pequenos animais. Além de aulas teóricas, que contaram com a presença da Profª. MSc. Silvia Corrêa, o Fórum contou com aulas práticas ministradas por importantes nomes da Medicina Veterinária, como o Prof. Dr. Ronaldo Lucas e a Profª. MSc. Daniele Zanini. O Fórum contou com patrocínio da PremieRpet®. 35


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NOVEMBRO

Calendário VET TALKING Data: 06/11 Local: Rio de Janeiro/RJ Mais informações: http://premierpet.com.br/vet-talking/ III SIMPÓSIO SUL BRASILEIRO DE FELINOS Data: 09/11 e 10/11 Local: Balneário Camboriú/SC Mais informações: www.anclivepasc.com.br SIMPÓSIO INTERNACIONAL AVANÇADO DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS E ARRITMIAS Data: 14 a 16/11 Local: São Paulo/SP Mais informações: sbvc.org.br CONGRESSO NORDESTINO DE ESPECIALIDADES VETERINÁRIAS DE PEQUENOS ANIMAIS Data: 28/11 a 30/11 Local: Olinda/PE Mais informações: www.feirapetnor.com.br/conevepa

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PremieRpet® - A Revista do Veterinário - 05 | 2019

SIMPÓSIO NORDESTINO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA Data: 28/11 a 30/11 Local: Olinda/PE Mais informações: www.feirapetnor.com.br/snsp

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