Revista Setlist

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Editorial

Setlist é uma revista criada para trazer ao leitor um diferencial entre as demais conhecidas no mercado. Ela não retrata apenas shows ou fala sobre musica, ela exibe em suas 12 edições mensais, os grandes eventos que acontecem ou aconteceram em todo mundo. Procura informar ao leitor sobre os acontecimentos daquele evento, fazendo entrevistas e reportagem com quem participou, e também conta curiosidades inusitadas , antes desconhecidas. É uma revista para ser lida em qualquer lugar a qualquer hora. Nesta primeira edição o evento escolhido foram os Rock In Rio que aconteceram no Brasil. O Rock in Rio é um festival de música cultural originário do Brasil idealizado pelo empresário brasileiro Roberto Medina e que tornou-se um evento de repercussão mundial. É esperado fazer com que o leitor reviva tudo aquilo que aconteceu naquela época, sentido-se como se estivesse lá.

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expediente

| SETLIST | EDITOR E DIRETOR RESPONSÁVEL Luciana Galvão

Isabella Brito Estudante de Design Gráfico, Isabella fala um pouco do Rock In Rio de 2001.

DIRETOR EDITORIAL Isabella Brito e Priscila Lino REPORTANGES Priscila Lino, Isabella Brito e Luciana Galvão DIAGRAMAÇÃO Isabella Brito, Priscila Lino e Luciana Galvão TEXTOS E FOTOS Isabella Brito, Priscila Lino e Luciana Galvão

LUCIANA GALVÃO Estuda Design Gráfico e Administração, comenta a história do RIR no Sintonize-se!

REVISÃO Isabella Brito, Priscila Lino e Luciana Galvão PROJETO GRÁFICO Isabella Brito, Luciana Galvão e Priscila Lino REPRODUÇÃO Reprocenter R. Gervásio Pires, 435 - Boa Vista Recife PE, 50050-070 | (81) 3423-7611 SITE www.setlist.com.br

priscila lino

E-MAIL contato@setlist.com.br

Estuda Design Gráfico e fala tudo o que vai rolar no Setlist na próxima edição do RIR!

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nesta edição

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Sintonize-se | A trajetória do Rock in Rio no Brasil e no mundo

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aperte o play | O que de mais bacana rolou no Rock in Rio

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over all | Curiosidades e fofocas dos bastidores da cena musical

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aperte o play | Aquele show incrível, aquela banda irada...

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Fala aí | Entrevistas com que faz nossa playlist não sair do repeat

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Próxima faixa | O que vai tocar (ops, aparecer!) na próxima edição

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LINHA DO TEMPO 2001

Quase 10 anos após sua última edição, o Rock in Rio oficializou seu retorno ao mesmo local que havia recebido sua primeira edição. O festival também bateu mais um recorde de público: foram 1.235.000 pessoas em 7 dias de festa com 128 artistas.

2004

Iron Maiden

1985

Depois de se tornar referência mu sua terra natal, era a vez da Euro festival que transformou o conce A edição portuguesa segue a trilh in Rio de 2001, que utiliza sua for entretenimento em torno da resp e ações que busquem um mundo

1991

Queen

O ano era 1985 e o Brasil passava por grandes transformações. Após longo período sob uma ditadura militar, o país começava a dar os primeiros passos rumo à democracia. Nesse cenário, pela primeira vez um país da América do Sul, que vivia tempos semelhantes, sediaria um evento musical desse tipo.

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Guns N’Roses

O maior estádio do mundo foi o lugar escolhido para a segunda edição do Rock in Rio. Entrou em campo uma massa de 700 mil pessoas ávidas por grandes nomes da música e uma seleção única de artistas que colocou essa galera para pular durante 9 dias de festival.

Na quarta passagem do (Madrid e Lisboa), o fest parque de diversões da Estavam lá as marcas re em um line-up forte, co Mayer, Snow Patrol, Mo e infraestrutura impecá ambiente conduzindo a

2013


Paul McCartney

O sucesso da edição anterior abriu as portas para que Portugal sediasse novas edições do festival. O Rock in Rio se estabelece definitivamente em Lisboa e passa oficialmente a ser realizado a cada 2 anos. Pitty

2006

undial com edições em opa (Lisboa) conhecer o eito de shows no Brasil. ha percorrida pelo Rock rça como festival de ponsabilidade social o melhor.

Shakira

2008

Mais uma vez, Lisboa recebeu o Rock in Rio de braços abertos. E a exemplo da edição anterior, investiu pesado em design e em novos conceitos. Seguindo a trilha da inovação, foi nessa edição que surgiu a proposta de promover encontros inusitados, jam sessions e experimentações entre artistas de estilos diferentes. Nesta edição ocorreu o Rock in Rio em Madrid também.

Elton Jonh

o Rock in Rio por solo português tival armou um verdadeiro música. egistradas: a diversidade musical om Elton John, Rammstein, John otörhead e Megadeth ável, desfiles de moda e o meio a pauta sustentável do festival.

2012

Bruce Springsteen

Coldplay

2010 2011

Na edição de 2012, mais de 350 mil pessoas celebraram a música em Lisboa. Festa que ficou ainda mais completa com a estreia da Rock Street em Portugal, com as jam sessions do Palco Sunset e com o Palco Eletrônica encerrando os trabalhos em cada dia de evento. A edição também contou com um Rock in Rio em Madrid.

Uma década após sua última edição brasileira, o Rock in Rio desembarca onde tudo começou. O burburinho que antecedeu essa edição gerou tanta ansiedade que todos os ingressos se esgotaram em 4 dias, quebrando todos os recordes de público do festival, que levou ao Rio de Janeiro 350 mil turistas, além de conta com a participação de mais de 700 mil pessoas nos shows.

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#Rock in Rio

1985 O ano era 1985 e o Brasil passava por grandes transformações. Após longo período sob uma ditadura militar, o país começava a dar os primeiros passos rumo à democracia. Nesse cenário, pela primeira vez um país da América do Sul, sediaria um evento musical desse tipo. E ele não nasceu pequeno. Idealizado pelo empresário Roberto Medina, o primeiro Rock in Rio aconteceu na cidade que o batiza, o Rio de Janeiro, no bairro de Jacarepaguá. Junto com o sonho nasce a Cidade do Rock, uma área de 250 mil metros quadrados e contava com o maior palco do mundo já construído até então: com 5 mil metros quadrados de área, além de dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas - o equivalente a cinco Woodstocks - que frequentaram o evento.

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E que logo depois seria doada ao município como uma área multifuncional para eventos. E em 11 de janeiro de 1985 aconteceu o primeiro Rock in Rio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e o começo da democracia no Brasil, foi celebrada com um grito de união e liberdade ao se abrir pela primeira vez as portas do país (e da América do Sul) às grandes atrações internacionais. A grande fama do evento deveu-se ao fato de que, até sua realização, as grandes estrelas da música internacional não costumavam visitar a América do Sul, pelo que o público local tinha ali a primeira oportunidade de ver de perto os ídolos do rock e do pop internacionais. Logo depois do fim do Rock in Rio, a “Cidade do Rock” foi demolida por ordem do então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. A organização do festival pediu ocupação


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provisória do terreno, com o intuito de manter a sua posse, após o fim do evento, caracterizando invasão de propriedade pública. No entanto, Brizola decretou sua demolição para efetuar a reintegração de posse do terreno patrimônio do município do Rio de Janeiro. O Festival durou 10 dias com um total de 1 milhão e 380 mil espectadores. Segundo o idealizador do festival, o empresário e publicitário brasileiro Roberto Medina, foram gastos cerca de 11 milhões de dólares na organização do evento. E nessa grande celebração já foi possível reconhecer a principal característica do festival: sua diversidade. Queen, Whitesnake, Gilberto Gil, Ozzy Osbourne, Rita Lee, Os Paralamas do Sucesso, AC/DC e outros artistas subiram ao mesmo palco para dar sentido uma nova expressão: Rock in Rio, que empresta do inglês o sentido de “agitar”, “tirar algo da rotina”, Ao todo, 28 bandas, nacionais e internacionais conduziram as páginas da história para uma nova realidade: o Brasil tem seu grande festival. O cenario era Imensurável. Na época, shows internacionais no Brasil

ainda eram uma raridade episódica. Um festival daquele porte, com tantos nomes gringos de peso, não tinha precedentes. Ainda assim, o primeiro RIR, realizado justo no apagar das luzes do governo militar, foi um dos eventos que definiram a cultura jovem brasileira nos anos 80. Foi uma grande vitoria a própria realização do evento, inaugurando uma nova era para o cenário rock brasilero. Entretanto o Rock in Rio não é feito apenas de aplausos e boas recordações. As vaias também estiveram presentes nesta edição no Brasil e foram tão ou mais importantes para deixar a marca do festival na história da música quanto os bons momentos. O show de Ney Matogrosso foi marcado pelas vaias estridentes. Mas ele encarou as vaias do grande público presente na Arena de Jacarepaguá. Os gritos de protesto, todavia, foram ponderados e não chegaram a interferir na apresentação de Ney. O festival foi todo preparado para receber o Queen como a atração de maior respaldo. Como não poderia deixar de ser, a banda liderada pelo vocalista Freddie Mercury

fez apresentações magnificas e mostrou os motivos pelos quais chegou ao evento sob a condição de maior estrela do elenco. A plateia respondia a cada comando do quarteto e cantou em unissono uma boa parte do repertório que o grupo desfilou ao longo das noites. O Iron Maiden foi outra banda marcante, veio ao Rock in Rio e marcou definitivamente seu território no coração dos roqueiros brasileiros. O carisma e a entrega de Bruce Dickson e seus demais escudeiros fez da presença do Maiden no festival um acontecimento que mudou a concepção de como uma banda deve se comportar no palco. Dickson fez uma boa parte do show com um ferimento na cabeça, resultado de um movimento abrupto com o microfone e assim, literalmente, deu o seu sangue para satisfazer os fãs. Com a mágica do voo colorido do Yes, a primeira edição do Rock in Rio chegou ao fim. As 200 mil pessoas que foram até a Cidade do Rock naquele 21 de Janeiro de 1985 saíram de lá com a certeza de que, apesar dos pesares, o país estava preparado para receber eventos de grande porte.

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Over all

Paralamas do Sucesso: Os Paralamas do Sucesso foram considerado a grande revelação do festival promovendo o seu segundo disco, O Passo do Lui. Ozzy: Nesta primeira edição, Ozzy Osbourne foi proibido de morder, mastigar ou comer qualquer animal vivo no palco. Por que será? Mc Donald’s: O Mc Donald’s vendeu - em um só dia - 58 mil hamburgers e entrou para o Guiness Book of Records. Este ainda é o seu recorde de vendas até hoje.

Ivan Lins: Ele quase perdeu a voz durante sua apresentação no evento e pediu o apoio da plateia na performance de suas canções. AC/DC: O grupo australiano exigiu como condição para poder tocar no festival usar um sino de meia tonelada, tocado pelo vocalista Brian Johnson na canção “Hells Bells”. O aparato veio de navio, porém, era muito pesado para a estrutura do palco, obrigando um dos cenógrafos do festival a fazer, secreta e apressadamente, um sino de gesso para a ocasião.

Freddy Mercury: Freddy Mercury surtou quando viu que seu camarim estava repleto de artistas brasileiros querendo conhece-lo, depois de dar o maior xilique o músico se acalmou e recebeu a todos. Durante os 10 dias de festival foram consumidos: 1.600.000 litros de bebidas em 4 milhões de copos. Lobão fez o show mais curto da história do festival. Hostilizado pelo público, que esperava Megadeth e Guns, bateu boca, levou garrafadas e foi embora. Tudo isso em 6 minutos.


Paralamas do Sucesso

fALA AÍ

Os Paralamas do Sucesso fizeram uma das apresentações mais comentadas do primeiro Rock in Rio. Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro, ainda garotos, aproveitaram ao máximo os 40 minutos de show e levantaram a plateia,

com músicas que se tornariam verdadeiros clássicos do rock nacional. Ele nos conta como foi a preparação da banda para a apresentação, da luta para conseguir um lugar no festival e sua impressão do público, que não reagiu bem às apresentações de algumas outras bandas brasileiras. Reporter- Hebert como vc sentiu hoje todo esse sucesso: aceitação melhor hoje (16/01/1985) do que no outro dia (13/01/1985) ? Hebert-Eu de certa forma esperava que os grupos brasileiros fossem ser a grande sensação deste festival porque eu acho, e que foi provado hoje, não so por nos mas pelo Moraes Moreira e pela Rita Lee que agente toca igual com ele em relação de som e em

termos de equipamento, eu acho que hoje os guitarristas tavam com Moraes e arrazaram aqui sabe, Moraes falou ate que o revê metal foi inventado aqui na Bahia porque hoje os grupos brasileiros tão assim no nível neh. Reporter-Vc acha que os grupos brasileiros estão em igualdade no som? Hebert-eu acho sim, aliais eu tenho certeza! Acho que o barão vermelho, o Kid abelha ontem (15/01/1985) tem toda a condição de fazer frente, inclusive a esses grupos se deve. Aliais ontem se teve uma reação e eu fiquei super chateado aqui quando eu assisti, ouve uma reação do publico que estava esperando as bandas de revê metal e eu acho que é importante que cada pessoa que venha aqui jogar pedra ou que tenha reação desse tipo pense que essas pessoas esses grupos foram que fizerm possível um evento como é o rock in rio hoje, cada grupinho que fez sua fita demonstrou que começou a fazer shows pelo Brasil, que tocou no circo voador foi quem fez o possível que os grupos estrangeiros que eles gostam estejam aqui tocando. Reporter- Acho qem um assunto em que podemos

falar abertamente, ate certo pondo o paralamas do sucesso era considerado uma zebra neste festival como você encherga isso? Hebert-hoje para a nossa a alegria, eu acho que as pessoas não esperavam q fosse um sucesso assim porque tinha um lance de ser um grupo super novo e estar tocando na compania de grupos já consagrados neh, mas eu acho que isso mostrou o poder da nova musica brasileira, dos novos grupos que tem o poder de comunicação muito grande com o publico e já tem um publico MT grande , acho q o festival serve para firmar isso perante o Brasil inteiro e perante a musica brasileira tradicional que insiste em ter um grande preconceito perante os grupos novos, e ali ao vivo se você é bom o publico gosta.

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#Rock in Rio Havia a promessa de uma segunda edição do festival em 1986, porém, o Brasil teve de esperar seis anos até reviver o sonho de 1985. Logicamente, a montagem de um festival começa muitos meses antes. Em janeiro de 1990, mais confiantes, a trupe empresarial parte rumo à Los Angeles para contratar as bandas. Apesar do Plano Collor destruir a economia nacional, as coisas foram mais fáceis que em 1984. Mas no processo inicial, Roberto Medina viu a morte de perto. O pai do Rock In Rio foi sequestrado em 6 de junho de 1990, enquanto saía da sede da Artplan. O sequestro durou 13 dias, mas não foi suficiente para derrubar Medina. Na semana seguinte, ele já apresentava o projeto da segunda edição. Com a impossibilidade de utilizar o mesmo local de 1985, surgiu a hipótese do Autódromo, logo descartada. E então, entra em cena o Maior do Mundo: o Estádio do Maracanã. O primeiro dia da segunda edição aconteceu em 18 de janeiro de 1991 e marcou a estreia do Rock In Rio no Maracanã. O projeto de iluminação tinha com base a ideia de transformar o Maior do Mundo em uma nave espacial.

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Entrou em campo uma massa de 700 mil pessoas ávidas por grandes nomes da música e uma seleção única de artistas que colocou essa galera para pular durante 9 dias de festival. A cena rockeira brasileira já era bem mais consistente. E muitos queriam tocar no festival, o que ajudou na negociação. Porém, os artistas nacionais ainda sofreriam com problemas no som, que sempre favoreciam os estrangeiros. A primeira banda gringa a confirmar a vinda foi o INXS, que vivia o auge do sucesso, depois de dois álbuns multiplatinados. Joe Cocker e Santana foram contratados e traziam consigo o histórico de Woodstock. Em seguida, um trio de peso confirmava sua vinda: Judas Priest, Queensrÿche e Megadeth. Um pouco mais a frente, o ‘nome’ da segunda edição: Guns N’ Roses, a maior banda de rock do planeta naquela época. E por indicação de Axl Rose, a organização contratou o Faith no More, que começava a despontar no Brasil. Joe Cocker foi o primeiro artista de rock a pisar no palco. Apesar do bom show, o que chamou a atenção na passagem do cantor foi


1991

1991

1991 1991

a diversidade gastronômica solicitada, de diversos países. No segundo dia, inteiramente rock, teve Engenheiros do Hawaii, que naquele momento era uma das bandas campeãs de vendas no Brasil. Em seguida, Santana se apresentou e enquanto rolava a Guerra do Golfo do outro lado do mundo, o guitarrista trouxe ao Maracanã toda atmosfera flower power de Woodstock. Já o INXS, no auge da fama, apresentou um setlist de 25 músicas. Dia três, dia tenso. Cinquenta mil pessoas aguardavam a abertura dos portões desde cedo. Nos bastidores, o clima era pesado. O Barão Vermelho cancelara sua apresentação na véspera, o que causou a revolta de muitos fãs. Mas os Titãs seguraram o pique e fizeram um dos melhores shows de sua carreira. Em seguida, a catarse alucinante do Faith No More, que chegou ao Brasil com status de banda grande. O vocalista Mike Patton confirmou a fama de desbocado e protagonizou a cena mais bizarra do festival: urinou em pleno palco e bebeu a própria urina na frente de quase 130 mil pessoas. E chega a vez do Guns N’ Roses justificar a fama

de ‘banda mais perigosa do planeta’. A tensão começa com o sumiço de Axl Rose. Ninguém viu o vocalista chegar no Rio de Janeiro (a banda chegou no dia 17). Informações desencontradas pipocavam na imprensa até o mistério ser desvendado. Axl desembarcou no dia 19. Tudo se resolveu e Slash abriu os trabalhos com o riff de “Pretty Tied Up”, canção inédita até então. Até mesmo as novas canções funcionaram no palco. “Civil War”, “You Could Be Mine”, “Double Talkin’ Jive” e “Estranged” passaram no teste do público. E claro, o Maracanã quase veio abaixo com “It’s So Easy”, “Welcome To The Jungle”, “Patience” e principalmente, “Sweet Child O’ Mine”. No quarto foi mais voltado para o pop. No quinto dia, o metal deu as caras. Sepultura, ainda pouco conhecido no Brasil, mas famoso internacionalmente, estava prestes a lançar um de seus melhores álbuns, “Arise”, de onde saiu a cover do Motörhead “Orgamastron”, e que ficou melhor que o original. Coube a Lobão o papel de vítima dos metaleiros em 1991. O cantor já estava furioso porque

devido a parafernália do Judas Priest, o palco dele foi reduzido pela metade. Os headbangers não perdoaram e expulsaram Lobão do palco à base de garrafas plásticas, frutas, sapatos, e qualquer coisa que pudesse atingir o palco. A apresentação não chegou à quarta música. Depois da desistência do cantor, entrou o Megadeth. Aí o metal começou a rolar de verdade. Já o Queensrÿche foi o fracasso do festival. Ainda que tivesse na manga o single “Silent Lucidity”, o som era pretensioso. Uma salada de progressivo com hard rock. Soou mal após o ótimo show do Megadeth. Então, o Judas Priest fez as honras da casa. Rob Halford em seu figurino clássico de couro preto e tachinhas, em cima da moto Harley-Davidson. A banda arrancou urros da plateia, que ao contrário do que se pensava, não desfaleceu após a catastrófica performance do Queensrÿche. Com seus falsetes alucinados, Halford desfilou todos os sucessos que os headbangers queriam ouvir. De “Breaking The Law” à “Painkiller”, o Judas humilhou naquela noite.

Fotos do acervo do Centro de Documentação e Pesquisa do Jornal do Brasil - CPDoc JB do Rock in Rio de 1991.

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Guns N’ Roses: A banda mais aguardada do evento se apresentou em 2 shows e na opinião de seu líder e vocalista Axl Rose, “uma de suas melhores apresentações em todos os tempos”. Algumas das músicas apresentadas eram inéditas, que seriam lançadas nos álbuns Use Your Illusion I e Use Your Illusion II no final do ano.

A-ha: A banda norueguesa se apresentou conseguindo 198.000 pessoas no público.

Sepultura: Sepultura teve apenas 30 minutos de show, porém aproveitou para lançar o quinto disco Arise.

Faith No More: Graças a participação no festival, o FNM passou a ser a banda estrangeira mais cultuada do Brasil na época.

Judas Priest: A platéia foi ao delírio quando o vocalista Rob Halford subiu no palco numa motocicleta, como tradicionalmente faz.

Titãs: O show no Rock in Rio 2 marcou o fim da turnê do disco Õ Blésq Blom.

Billy Idol: Fez sua primeira apresentação no Brasil no dia 19. No dia seguinte, ele fez outra apresentação no Festival, que foi decidida em cima da hora pela produção, para substituir Robert Plant (ex-Led Zeppelin), que tinha cancelado, na véspera, a sua apresentação. A jusificativa: a Guerra do Golfo.


“A emoção de tocar para 100 mil pessoas é muito boa”. O guitarrista Slash (exGuns N´ Roses) participou de uma coletiva de imprensa, na quarta-feira (6/04), antes de sua apresentação no Rio de Janeiro, no mesmo dia. Apesar do atraso de duas horas, o famoso detentor da cartola preta respondeu variadas perguntas, com bastante simpatia e bom humor. A primeira pergunta foi sobre o seu passado com drogas, e Slash logo responde que já usou tanto, que hoje em dia não tem mais a

menor vontade de voltar a experimentá-las. Sobre a sua passagem pelo Brasil, no Rock in Rio, em 1991, ele diz ter sido uma experiência fantástica, que jamais esquecerá, pois considera que tocar com o Guns N´ Roses era sempre incrível, e cada show tem um lugar especial em sua memória. “A emoção de tocar para 100 mil pessoas é muito boa”, concluiu. Quando está em turnê, o guitarrista costuma ficar mais concentrado em seu quarto de hotel, treinando, relaxando e se preparando para os shows. “Lembro que

pulei de asa-delta, procurei cobras no mato e visitei um museu de répteis (Butantã em São Paulo), que recentemente pegou fogo!”, diz. Além disso, Slash diz conhecer muito pouco de música brasileira e apenas conhece o trabalho da banda Sepultura. Já sobre as participações em seu álbum solo (intitulado Slash), ele diz que foi uma honra ter gravado com cada um deles, pois

Slash na coletiva de imprensa. Foto: Lívia Bueno

“provavelmente foram as sessões de gravação mais incríveis que já tive”, com destaque para a participação de Ozzy Osbourne e Alice Cooper, artistas que admira desde criança. Slash chega a mencionar que seu maior desejo é gravar algo com Stevie Wonder. ”A maior vantagem de ter uma carreira solo é de que não preciso responder nada à ninguém, sou responsável por todo o processo. Gosto de estar

no comando.”, referindo-se a diferença entre ter uma banda e uma carreira solo. Ao ser questionado sobre qual guitarrista da nova geração chama sua atenção, Slash diz ser uma pergunta difícil, pois não consegue destacar nenhum, a partir do ano 2000. “Dos anos 90, consigo pensar em alguns nomes, mas de uns tempos pra cá, não tenho nenhum nome em mente. “Mas entre os novos posso apontar o guitarrista do Avenged Sevenfold (Synyster Gates).

Jack White (ex-White Stripes) é talvez um dos últimos grandes que surgiram. Não há muitos grandes guitarristas hoje em dia, todos se focam na técnica e velocidade.”, comenta Slash. Sobre a cartola, diz que é a mesma desde 1990, e que provavelmente estava usando ela no Rock In Rio de 1991. “É um chapéu barato que você pode encontrar em qualquer lugar, mas eu coloco couro e aí fica mais caro. Eu tenho duas cartolas, contando com esta. Uma vez ela foi roubada, mas consegui recuperar!”, conclui Slash.

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Desde o fim do Rock In Rio II, várias vezes foram anunciadas novas edições. Em 1996 já havia até patrocínio e negociações com Stevie Wonder, Elton John, Pink Floyd e U2, mas a violência no Rio de Janeiro acabou derrubando o evento. Roberto Medina (idealizador do RiR) já havia desistido, até que uma palestra assistida em 1999 o fez mudar de ideia: era o fotógrafo italiano Oliviero Toscani questionando sobre o universo habitado por pessoas com pouco ou nenhum papel social. A dica tocou o coração de Medina, que foi buscar em seus trabalhos anteriores algo que tivesse feito a diferença na sua carreira e para a sociedade. Só achou a primeira edição do Rock In Rio. Em 1985, ele havia conseguido causar um entusiasmo autêntico

#Rock in Rio

2001:

Por um mundo melhor

nas pessoas. Então, decidiu promover um novo concerto, injetando a proposta de que é possível acreditar em seus sonhos e transformar o mundo com nossas próprias mãos e não com as do governo. Surgia então o Rock In Rio – Por um mundo melhor. Para dar mais envergadura ao projeto, na abertura do festival, o publicitário conseguiu que todas as emissoras de televisão e rádio permanecessem em silêncio por três minutos e meditassem sobre o mundo melhor que queremos. Além do Palco Mundo, tiveram duas tendas: a Brasil, onde músicos regionais faziam seus shows para um público mais seleto; a Eletro, com muita música eletrônica para a galera alternativa; e a Mundo Melhor, onde rolaram palestras e debates. 12 de janeiro, o primeiro dia, teve apenas um representante do rock. Sting encerrou a noite com músicas de sua carreira-solo e alguns sucessos de sua eterna banda, The Police.

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aPERTE O pLAY O Barão Vermelho fazia o show de despedida. A banda, que anunciou que faria uma pausa por tempo indeterminado, fez questão de remeter ao lendário show de 1985 e pôs no telão uma foto da antiga formação, quando ainda contava com Cazuza. A sequência inicial com “Maior Abandonado”, “Pense e Dance” e “Bete Balanço” ratificava a ideia de ‘revival’ dos anos 80. O final foi igual ao da primeira edição, com “Pro Dia Nascer Feliz”. O Foo Fighters ancorava pela primeira vez no país e vivia um grande momento a cargo do álbum “There’s Nothing Left To Lose” (1999). Após algumas desistências de vir ao Brasil, Dave Grohl entregou aos 190 mil presentes um show frenético, que teve logo de cara “Breakout” e “Learn To Fly”, sem tempo para pausa. O terceiro dia (14) contou com o Pato Fu, que conseguiu domar os metaleiros com a música de abertura “Capetão 66.6FM”, cheia de distorção e efeitos super clichês do rock. Foi a permissão dada para os mineiros passearem por seu pop/rock sem maiores perturbações. Carlinhos Brown veio na sequência e foi pego pra Cristo pelos roqueiros. Nunca se viu tantos objetos sendo atirados ao palco tão instantaneamente. O baiano incitou o ódio de quase 150 mil já presentes àquela altura.

Coube ao Ira! e ao Ultraje A Rigor acalmar os ânimos do público, que acolheu a performance conjunta ao som de covers de The Clash e Legião Urbana. O Papa Roach foi tão insosso que é melhor passarmos reto. O Oasis fez uma performance fria. Apesar da legião de fãs fervorosos que os irmãos Gallagher possuiam, a maioria estava ali para ver a banda que viria depois. A falta de empatia do vocalista Liam Gallagher fez com que o público manifestasse o fim do show. Tanto que quatro canções do set original foram cortadas na hora. E a grande vedete da noite era o Guns N’ Roses. Depois de oito anos de ausência, Axl Rose era a maior expectativa de todos os 250 mil presentes. A forma física do cantor foi assunto que rendeu bastante, já que nem de longe ele aparentava a boa forma de outrora. Mas no palco, se já não aguentava dar aqueles agudos tão famosos, compensou na disposição e entreteve o público. A abertura com três petardos de “Apettite For Destruction” (1987) foi a senha para uma noite histórica. O quinto dia (19) foi a noite do heavy metal. Desde o início da manhã, o grito de guerra era “Maiden, Maiden”. Um indício do que aconteceria ali. O Queens Of The Stone Age ainda era um pouco desconhecido por aqui. O que marcou o show dos caras foi a entrada do

baixista Nick Oliveri completamente nu, tampando as partes íntimas apenas com seu instrumento. O Sepultura voltava ao palco do Rock In Rio com status de banda grande em seu país, ao contrário de 1991. O vocalista havia mudado, mas Derrick Green deu conta do recado em hits como “Roots Bloody Roots”, “Territory”, “Refuse/ Resist” e “Attitude”. E chega a vez da Donzela de Ferro. O Iron Maiden gravaria um DVD naquela noite. Mas certamente não esperava uma reação tão calorosa. A turnê de “Brave New World” veio completa e o famoso “scream for me, Brazil!” também esteve lá. E os fãs fizeram a festa com “Wrathchild” (que não era tocada há anos), “2 minutes To Midnight”, “The Trooper” e claro, “The Number Of The Beast”. Mas um dos maiores momentos da edição de 2001 se deu em “Fear Of The Dark”. O sexto dia foi mais relax e teve a abertura do Engenheiros do Hawaii. Os gaúchos haviam lançado um disco ao vivo e entupiram o set de sucessos que todo mundo conhece. O Kid Abelha, já mais experiente de palco, também agradou bastante, ao contrário da reação nervosa do público de 1985. Porém, tiveram de enfrentar um som ruim, onde muitas vezes não se ouvia o sax de George Israel. E Paula Toller provou que é como um bom vinho.

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OVER ALL Dave Grohl, ex-Nirvana e líder do Foo Fighters, dormia atrás do palco e acordou para ver a catarse coletiva do público ao som de “Smells Like Teen Spirit”, interpretado pela Cássia Eller. Acabaram virando bons amigos.

No final do show do Ultraje A Rigor, o líder Roger Moreira teve uma atitude bem típica: a banda toda se virou de costas pro público e ele agradeceu… arriando as calças para o público.

Ao final, rolaram 150 atrações, 160 horas e 40 minutos de música, 1.186 músicas apresentadas, 1.235.000 espectadores na Cidade do Rock, 600 mil litros de chopp consumidos, 630 mil sanduíches, 265 toneladas de lixo, 249 furtos, 14 roubos e 7 queixas de lesão corporal registrados, 7.770 atendimentos realizados nos postos médicos (com 30 remoções para hospitais) 190 toneladas de equipamentos entre luzes, som e cenário, sendo somente 180 no Palco Mundo.

Como nem tudo são flores, os organizadores tiveram que lidar com a retirada de seis grupos do festival. O chamado “Grupo dos Seis” incluía O Rappa, Skank, Charlie Brown Jr., Raimundos, Jota Quest e Cidade Negra se uniram e protestaram contra o tratamento dado aos artistas nacionais. Foi “contratado” um cacique encarregado de fazer um ritual para que não chovesse durante o festival, mas ele só seria pago se não caísse uma gota. Não choveu!

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um papo COM “Com certeza, vai ser o maior show de toda a nossa carreira. Tocamos uma vez para 80 mil pessoas em Washington, mas o Rock in Rio vai ser bem maior. Vai ser imenso”, diz o músico Daniel Johns, (na época com) 21 anos, que vinha ao Brasil pela segunda vez com sua banda, Silverchair, para se apresentar no último dia do megafestival. O precoce trio australiano, que surpreendeu o mundo pop ao vender milhões de exemplares de seu disco de estréia, “Frogstomp”, de 1995 –ano em que seus integrantes tinham em média 15 anos-, foi o penúltimo grupo a se apresentar no Palco Mundo, no dia 21 de janeiro, antes do Red Hot Chili Peppers. Falante e muito bemhumorado, o guitarrista, vocalista e principal compositor do Silverchair conversou com o Folhateen -suplemento jovem do jornal Folha de São Paulopor telefone, de sua cidade natal, Newscastle, na Austrália. Daniel conta que o desejo de tocar no festival o fez sair do casulo: “Quando recebemos a oferta, eu fiquei louco. Estamos tirando uma folga de 12 meses sem fazer shows, para compormos material para o próximo disco.

fala aí

acha esquisita a presença de artistas como “N Sync e Britney Spears. “Eu não acho bom, mas não me importo. A popularidade desses grupos é imensa, e não há nada que eu possa fazer a respeito.” Após a passagem pelo Rio, o grupo retorna à Austrália para cuidar do próximo disco: “Estou me concentrando mesmo em compor novas músicas para o Silverchair. Espero terminá-las rápido, para que a gente possa entrar logo em estúdio e graválas”. Daniel afirmou que está compondo ao piano pela primeira vez e que isso trará maior complexidade ao som do grupo, comumente comparado ao grunge de Nirvana e Pearl Jam. Sobre isso, o vocalista declara: “Nosso primeiro álbum é muito semelhante à essa cena. Quando o escrevemos, tínhamos 14 anos, o grunge era a música do momento, e nessa idade você é impressionável e vulnerável a modas. Mas as pessoas que dizem

Daniel, que diz escutar hip hop -Missy Elliott, em especial-, dance music e rock antigo, como Peter Gabriel e Velvet Underground -ele recomendou o grupo australiano Magic Dirt, que já tocou com Sonic Youth, Pavement e Dinosaur Jr.-, acabava de lançar na época um disco em parceria com Paul Mac, um artista de dance music da Austrália, chamado “I Can’t Believe It’s Not Rock” (“Eu Não Acredito Que Isso Não É Rock”). A dupla também remixou a canção “Slave To The Wage”, do Placebo. Sobre a coletânea “The Best Of”, ele é incisivo: “Não tivemos nada a ver com isso. Nós não apoiamos o lançamento.

Daniel Johns conta da expectativa para o RIR

Os australianos já preparam um novo CD

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ROCK IN RIO Uma década após sua última edição brasileira, o Rock in Rio desembarca onde tudo começou. A expectativa era tamanha que os ingressos se esgotaram em 4 dias, um verdadeiro recorde. O burburinho que antecedeu essa edição gerou tanta ansiedade que todos os ingressos se esgotaram em 4 dias, quebrando todos os recordes de público do festival, que levou ao Rio de Janeiro 350 mil turistas. Esse fenômeno também foi refletido na internet. 180 milhões de pessoas foram impactadas pelas redes sociais do festival, que cravou um novo recorde de audiência no YouTube, se tornando o festival com maior plataforma digital. Sempre presente, o sentimento por dias melhores se materializou no tema Por Um Mundo Melhor, que deu tom às discussões sobre sustentabilidade e projetos sociais. Desfiles de moda e

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2011

novas atrações, entre elas, um parque de diversões, também marcaram presença. A diversidade musical, outra marca história do festival, também esteve presente. No line-up, artistas solicitados pelo público como Guns N’ Roses e Red Hot Chilli Peppers, e grandes nomes do pop, como Katy Perry, Rihanna e Shakira. Sem falar nos shows avassaladores de Slipknot, Coldplay, Metallica e Sepultura, em um encontro inédito com o Tambours do Bronx. Uma verdadeira festa, que, nos 7 dias do evento, registrou público de mais de 700 mil pessoas. Houveram muitos problemas de segurança, no início do Rock in Rio boatos sobre invasões circularam pela sala de imprensa, mas na última noite a confusão realmente aconteceu. Um grupo tentou invadir a Cidade do Rock duas vezes. Para conter a invasão, a empresa

de segurança do evento precisou da ajuda da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta e balas de borracha. O primeiro final de semana do festival foi um caos em relação à segurança nas imediações e dentro da Cidade do Rock. Muitos visitantes foram furtados, além dos colegas da sala de imprensa que cobriam o festival. Já na segunda metade, o policiamento foi reforçado e o número de acorrências caiu. A Polícia Civil registrou até as 22h do domingo (2) 863 queixas de furto desde o primeiro dia do evento. Até quem estava trabalhando sofreu com problemas de segurança. Na primeira metade do festival, três profissionais tiveram seus equipamentos furtados dentro da sala de imprensa. Já no segundo final de semana, a segurança foi reforçada por câmeras e acesso restrito apenas a profissionais de comunicação.


Mas fora isto houve vrias estrelas que brilharam, entre elas estão a A baiana Claudia Leitte fez o show mais polêmico (também o mais zoado) da quarta edição do Rock in Rio. Alguns dias antes da apresentação, a cantora declarou que “o Palco Mundo seria o cenário de estreia de uma nova Claudia Leitte”. E ela não deixou por menos. Músicas em várias línguas, covers e até uma alada Leitte fizeram o público vaiar – e muito – o “novo” show da cantora. Após agradar aos fãs com seu show em São Paulo, Rihanna disse que estava passando mal enquanto o seu público, muito cansado, já ia perdendo a disposição de esperar a cantora subir ao palco. Com aproximadamente 1h30 de atraso, Rihanna finalmente iniciou sua apresentação e acordou grande parte da plateia que dormia na grama sintética. Axl Rose e companhia, como quase sempre, fizeram

os fãs esperar por exatamente 1 hora e 37 minutos debaixo de chuva para o show, que tinha mais de 30 músicas no setlist. Atrasos não são legais nem na sala do médico, quanto mais no último show de um festival. Ficou difícil entender o motivo de Sepultura e Joss Stone terem sido escalados para o Palco Sunset, dedicado a encontros entre artistas. Enquanto o Gloria tocava no palco Mundo na noite de metal, o Sepultura, a banda mais respeitada do som pesado no Brasil, dividia o palco Sunset com o grupo Tambours Du Bronx. Já Joss Stone fez sua apresentação sozinha, para uma plateia fervorosa e atraiu a maior plateia do Sunset em sete dias de música. Já a banda Metallca foi a mais votada pelo publico, em pesquisa realizada pelo ibope sobre quem os brasileiros mais gostariam de ver no festival. Eles fizeram o show mais longo do Rockin rio, com mais de 2 horas de apresentação,

sendo um sucesso. A edição de 2001 do Rock in Rio também foi marcada por um boicote de algumas bandas brasileiras. Grandes nomes do rock brasileiro decidiram não participar, faltando apenas quatro meses para o início do festival. Liderados pelo O Rappa, outras seis bandas decidiram não tocar no Rock In Rio devido a problemas com os organizadores do evento: Skank, Jota Quest, Raimundos, Charlie Brown Junior, Raimundos e Cidade Negra. Com esse boicote, o cast do festival teve que ser reformulado. Ira! e Ultraje a Rigor, dois fortes nomes do rock nacional, não participaram da retaliação e subiram juntos ao palco, com direito a uma versão de Should I Stay Or Should I Go, do The Clash. A apresentação ficou conhecida na época como “Recreio dos Bandeirantes” (em referência ao bairro vizinho a Jacarepaguá e ao palácio do governo do Estado de São Paulo).

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13 - Número de trocas de figurinos de Katy Perry em seu show, na sexta-feira. 7 - Número de trocas de figurinos de Katy Perry APENAS na música “Hot n’ cold”. Apesar da troca de roupa, seu show foi bem divertido e ganhou o público. Um jovem na plateia chamado “Julio” ganhou até um beijo no rosto da cantora.

9 - Número de covers no show de Claudia Leitte. Exatamente metade das músicas que cantou. Se o público aprovou já é outra história...

Melhor fantasia de Restart - Para Anthony Kiedis e sua roupa no show do Red Hot Chili Peppers, no sábado.

195 - Toneladas de lixo recolhidas pela Comlurb na Cidade do Rock durante o primeiro fim de semana de festival.

20 minutos - Tempo mínimo que se levava para conseguir comprar QUALQUER ALIMENTO na maioria das lanchonetes da Cidade do Rock.

4 metros - Altura de onde o DJ Starscream, do Slipknot, saltou para os braços do público durante o show pirotécnico da banda de ‘nu metal’.

28 - Quantidade de músicos no mesmo espaço durante o show do Móveis Coloniais de Acaju, Orquestra Rumpilezz e Mariana Aydar. Um recorde. Quem não tem colírio... Tulipa Ruiz e Nação Zumbi bateram o recorde de óculos escuros no mesmo show: eram oito ao mesmo tempo.


do méxico para o rio Do México para o mundo e com mais de 30 anos de estrada, Maná foi uma das bandas anunciadas para o Rock in Rio 2011. O grupo, que tem no currículo três Grammy e cinco Grammy Latino, tocou no mesmo dia do Coldplay e brasileiros que vão de Skank a Erasmo Carlos, passando por nomes como Frejat e Tiê. “Estar no Rock in Rio para nós, desde que começamos, é uma das coisas mais importantes e de maior prestígio no mundo... E voltar a tocar aí, para milhões de pessoas tanto no evento quanto vendo pela televisão. Estamos felizes e realmente emocionados”, diz Alex, baterista do grupo. Fher, Alex, Juan e Sergio estiveram por aqui já há alguns anos, tocando em lugares como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, e o baterista explica que é incrível poder voltar, já que os fãs brasileiros são “os melhores do mundo”. Eles também costumam aproveitar o passeio para se atualizarem em relação ao que rola na música tupiniquim. “A música no Brasil é tão incrível, tão variada. Gostamos de grupos como O Rappa, Paralamas do Sucesso, que são amigos há muitos anos; Skank, Gilberto Gil, Clançamentos, porque infelizmente algumas bandas de rock não chegam

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A banda conta como foi o processo de criação para “Drama y Luz”, seu mais novo álbum.

ao México”, conta Alex. Com tanto tempo na estrada, eles já somam sete músicas ocupando o primeiro lugar na Billboard, sendo que o single ‘Lluvia al Corazon’ do último disco, lançado este ano, chegou a ficar oito semanas no topo. “Nós entramos em estúdio e simplesmente fazemos músicas que nascem da nossa alma, com uma proposta muito honesta. Sempre que alguém nos escuta, sabe exatamente quem é o Maná. Passamos quase cinco anos sem chegar ao primeiro lugar da Billboard e isso agora foi incrível”, dispara Alex, lembrando ainda que uma promoção bem feita do trabalho está sempre por trás desse tipo de resultado. “Os prêmios são consequências de um trabalho bem feito e árduo, afinal, Maná é um grupo que nunca parou de fazer turnê, visitar os países, tocar nas rádios, na TV...”. Disco novo O último álbum do Maná era de 2008 e em 2011 a banda lançou ‘Drama y Luz’. Depois do trabalho anterior ter sido finalizado, os integrantes tiraram um ano de descanso, fizeram as composições e, quando iam entrar em estúdio, em março de 2010, morreram duas pessoas da família do Fher, com câncer. Semanas depois, um dos membros da equipe do grupo também morreu. A situação fez com que eles dessem uma breve pausa até que os ânimos voltassem ao normal. “Foi um período muito negro, muito triste. Então, em maio, fomos a Los Angeles, onde começamos a gravar ‘Drama y Luz’. Obviamente, o título vem do drama que vivemos, mas também há muita luz - é um disco cheio de esperança, de letras positivas. Essa gravação, que levou mais ou menos oito meses até terminar todo o disco, tem algumas coisas diferentes do anterior. Trabalhamos com uma orquestra incrível em três canções e foi a primeira vez que fizemos isso. Entre as coisas tristes que passamos, também tivemos momentos incríveis dentro da gravação”, completa Alex, dizendo ainda que a banda está focada nas turnês do álbum, então, não pensa ainda em novidades para tão cedo. Para os fãs brasileiros, o baterista deixa um recado: “estamos muito emocionados em ir ao Rock in Rio e encontrarmos de novo com todos vocês. Vamos fazer uma noite inesquecível”.

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Proxima faixa

O Rock in Rio 2013 será realizado no Rio de Janeiro, na Cidade do Rock (Parque dos Atletas), nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro. Artistas como Bon Jovi, Beyoncé, Metallica, Iron Maiden e Bruce Springsteen estarão presentes na edição deste ano. Os ingressos podem adquiridos pelo site oficial do evento. O festival foi criado no Brasil e hoje se tornou um dos maiores eventos música do mundo. A expansão foi mundial e hoje existem edições em Madri, Lisboa e Buenos Aires, esta prevista para acontecer pela primeira vez em 2013. Os artistas que se apresentarão no Brasil na edição do Rock in Rio 2013: Dia 13 de setembro (sexta-feira): Palco Mundo: Beyoncé, David Guetta, Ivete Sangalo e Tributo à Cazuza.

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Palco Sunset: Living Colour e Angélique Kidjo, Maria Rita e Selah Sue, Vintage e Jesuton,Flávio Renegado e Orelha Negra.

Dia 14 de setembro (sábado): Palco Mundo: Muse, Florence and The Machine, 30 Seconds to Mars, Capital Inicial. Palco Sunset: The Offspring, Viva a Raul Seixas com Detonautas, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, Marky Ramone e Michael Graves, Autoramas e BNegão.

Dia 15 de setembro (domingo): Palco Mundo: Justin Timberlake, Alicia Keys e Jota Quest. Palco Sunset: George Benson e Ivan Lins, Kimbra e Olodum, Nando Reis e Samuel Rosa,Aurea e The Black Mamba. Dia 19 de setembro (quinta): Palco Mundo: Metallica, Alice in Chains, Ghost B.C., Sepultura e Tambour Du Bronx. Palco Sunset: Rob Zombie, Bullet For My Valentine, Sebastian Bach e Almah e Hibria.


Dia 20 de setembro (sexta-feira): Palco Mundo: Bon Jovi, Nickelback, Mtachbox Twenty e Frejat. Palco Sunset: Ben Harper e Charlie Musselwhite, Grace Potter e The Nocturnals e Donovan Frankenreiter, Mallu Magalhães e Banda Ouro Negro e The Gift e Afroreggae.

Pepeu Gomes e Roberta Sá e Orquestra Imperial e Jovanotti. Dia 22 de setembro (domingo): Palco Mundo: Iron Maiden, Avenged Sevenfold, Slayer e Kiara Rocks. Palco Sunset: Sepultura e Zé Ramalho, Helloween e Kai Hansen, Destruction e Krisiun eAndré Mattos e Viper. O Rock in rio é um pauco de diversidades de ritmos. Este ano teremos a cantora Ivete Sangalo, que deve ter ficado muito feliz por ter sido a primeira atração brasileira confirmada na edição do Rock in Rio 2013. Ivete Sangalo irá abrir o show do dia 13 de setembro. A baiana cantará logo antes da estrela americana ,Beyoncé -

o que faz dela até agora a única brasileira a se apresentar no festival que terá tal honraria. Todas outras atrações nacionais com datas de seus shows confirmadas farão ou primeiro show da noite no Palco Mundo ou estarão no Sunset. Ivete também é a única “não roqueira” que se apresentará no palco mais importante do festival.

Dia 21 de setembro (sábado): Palco Mundo: Bruce Springsteen, John Mayer, Phillip Phillips e Skank. Palco Sunset: GoGol Bordelo e Lenine, Ivo Meireles, Fernanda Abreu e Elba Ramalho,Moraes Moreira,

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